PRÉVIA CLÁUDIA

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Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Cláudia Fátima Campos

Serviços oferecidos pela Casa de Convivência e Lazer Maria Haydée: Proposição a partir das necessidades emocionais do idoso. TESE DE DOUTORADO

CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 2. NOÇÃO DE IDOSO

CAPÍTULO IV. CASA DE CONVIVÊNCIA E LAZER MARIA HAYDÉE

DEPARTAMENTO DE ARTES E DESIGN Programa de Pós-Graduação em Design


1 INTRODUÇÃO

É notável que a população do mundo e do Brasil está envelhecendo e vivendo cada vez mais. O envelhecimento e a longevidade da população brasileira podem ser atestados por dados demográficos, elaborados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As projeções populacionais baseadas nos censos demográficos de 2000 e de 2010, realizadas pelo mesmo órgão, revelam que a população com essa faixa etária, acima dos 60 anos, passaria dos 21,9 milhões, em 2014, e ultrapassará os 72,1 milhões, em 2060 (IBGE, 2013). O envelhecimento e longevidade são conquistas da população global. Estes dois termos se interrelacionam. Para Alves (2010, não paginado) “Quanto mais longeva, mais envelhecida é a pessoa”. E, no Brasil, dado os avanços científicos na medicina e as inovações tecnológicas é notável o aumento progressivo na longevidade humana. A expectativa é cada vez mais ampliar o número de pessoas vivendo acima dos 100 anos de idade. Mas viver por mais tempo não é o suficiente. É importante que esta parcela crescente da população além de viver cada vez mais, viva cada vez melhor. Nesta direção, é notável a atenção e a reflexão que o envelhecimento saudável e qualidade de vida do idoso vêm ganhando em variados campos do saber e segmentos sociais. Prova disso é que: “Em boa parte das cidades brasileiras formaram-se conselhos de idosos junto a administrações municipais e estaduais, constituindo-se esta parcela da população cujas demandas são cada vez mais incorporadas às campanhas eleitorais e às plataformas partidárias” (STUCCHI, 1998, p. 35). O Rio de Janeiro, cidade com grande número de idosos, conta com: no âmbito público, uma Secretaria de Estado de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, na instância estadual; uma Secretaria Especial de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida (SESQV), na instância municipal; Centro de Estudos e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE) ligado à Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. No campo institucional universitário, tem-se a Universidade Aberta da Terceira Idade (UNATI – UERJ), um centro de estudos, ensino, debates e pesquisas, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, voltado para questões inerentes ao envelhecimento; o Laboratório de pesquisa aplicada Design, Memória e Emoção (LABMEMO) que se empenha em estudos focados no Design e Envelhecimento. Parte dos esforços, no sentido de promover o envelhecimento saudável e qualidade de vida para a população idosa da cidade do Rio de Janeiro, vem tomando a forma de espaços para permanência temporária que oferecem atividades culturais, de aprendizagem, físicas e atendimento psicológico. As Casas de Lazer e Convivência da Secretaria Especial de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida (SESQV) são instituições responsáveis por elaborar ações de caráter sociocultural e de lazer voltadas para o atendimento ao idoso, seguindo o que é determinado pelo Estatuto do Idoso. A saber, o Estatuo do Idoso especifica, como dever do município, as condições necessárias ao idoso para promover a sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade (BRASIL, 2003). Essas instituições têm a pretensão de serem articuladas, intersetorialmente, com iniciativas de corresponsabilidade entre gestores da saúde, da educação, da sociologia e da tecnologia. A Casa de convivência e lazer Maria Haydée ,


no momento, denominado informação, apropriaremos dos registros materiais do conhecimento, construindo um corpo teórico daquilo que julgamos necessário dialogar entre o tema e os conceitos que o fundamentam. A informação estará mais presente no capítulo dois e três, podendo surgir em outros capítulos como uma fundamentação para os fatos pesquisados e sua elaboração teórica. No momento constituído pela formação traçaremos um panorama circunstancial das realidades em campo, tanto do ponto de vista das políticas públicas quanto dos idosos, para explicar como se da a constituição do fenômeno estudado. Entendemos que é necessário estar capacitado teoricamente, para compreender, analisar e sintetizar a dinâmica do ambiente, dar voz a todos envolvidos e promover a descoberta das possibilidades de ação, tendo em mente que o “saber” é condicionante do “poder fazer” de modo eficaz e eficiente. Nesta ocasião, constataremos os obstáculos a serem evitados e os rumos a serem estimulados a partir do viés das necessidades emocionais. Destina-se a formação o capítulo quatro com vistas a observar, a entrevistar, a categorizar e a compatibilizar os dados levantados em campo, além de uma análise e reflexão crítica sobre os fatos pesquisados. Tomaremos, também, como referência os métodos e técnicas do design participativo. Pautada no propósito desta pesquisa, o momento ação compreende a razão de ser da problemática deste estudo, a transformação de uma realidade social. Para a construção e a implementação da ação contaremos com saber especializado do design embasado por diferentes concepções teóricas e técnicas direcionadas a agir junto ao objeto em campo. A ação resultará no capítulo cinco desencadeado pelos momentos anteriores e como análise e discussão dessa ação teremos o capítulo seis. A reflexão deverá ocorrer durante todos os momentos. Compõe-se, investigando; sintetiza-se, investigando; elabora-se, investigando; executa-se e avalia-se, investigando para formular uma mudança de forma a melhorar uma circunstância real e social. Essa estrutura está apresentada abaixo por um diagrama representativo da pesquisa-ação para este estudo. As etapas básicas serão desdobradas e descritas no decorrer das seções que comporão a futura tese. A ideia de constituir um ciclo, no qual é possível aprimorar a prática pela oscilação sistemática entre agir no campo e indagar a respeito dele, foi baseada na proposta de investigação-ação de Tripp (2005), de forma a refletir provocações em rede.


Debert e Mirian Goldenberg – que discutem a velhice como uma representação socialmente construída. Somado a isso, buscamos contribuições relacionados ao campo da saúde e do direito, mais especificamente dos aspectos legais correlatos às políticas públicas, que abordam e levantam questões sobre os rumos que a noção de idoso tomou, conduzida por determinados campos do saber. Acreditamos que o pensamento foucaultiano e as aulas magistrais de Jacques Leenhardt contribuíram como forma de discutir a verificação inicial, que compartilhou de motivação dessa pesquisa, de que não obstante as conquistas promissoras no que tange a longevidade sob aspectos legais e de saúde, ainda há de pensar modos e serviços que partilham da subjetividade do idoso. Tratamos, também, de forma resumida de conceitos acerca da epistemologia do Design, como campo do conhecimento, com o foco nas questões subjetivas, para apresentar um panorama que auxilie no entendimento do espaço e papel do design junto ao eixo produtivo de serviços para idosos.

2.1 Teoria do Campo - Pierre Bourdieu A teoria do campo de Bourdieu não se postula como uma teoria para definir a noção de idoso, mas lança o arcabouço necessário para compreender a dinâmica intra e extra campo social de uma produção cultural. Acreditamos que por ser a noção de idoso constituída por uma produção cultural que vigora por meio de práticas sociais dentro de um campo, essa teoria pode ser identificada com aparato sociológico, o qual desvenda as estratégias internas do campo ocultas de superioridade. Assim é tarefa desse aparato teórico/emprírico sociológico elucidar as estratégias das instâncias de produção de sentido da noção de idoso, uma vez que em muitos casos, o reconhecimento transpõe o conhecimento (BOURDIEU, 2009). Entre os conceitos fundamentados por Bourdieu, o conceito de campo é considerado um dos mais relevantes. É definido pelo autor como um espaço social estruturado constituído por hierarquia e diretrizes reguladoras particulares, no qual trocas e lutas econômicas, políticas, sociais e, sobretudo, simbólicas, sobrevêm. O campo se revela na pluralidade dos casos, abstrato, ainda que possui as características, estrutura e identidade que o definem enquanto campo e tem fronteiras delimitadas pelas práticas que ocorrem em seu núcleo e periferia (TELLES ET AL, 2014). O desempenho do campo, a estrutura da sua produção, a lógica de suas transformações e sucessões são o que o caracteriza. Um campo é definido pelo contexto e ao mesmo tempo define o contexto. Esse universo é um espaço social como os outros, não obstante, é regido por princípios/regras sociais mais ou menos peculiares. Por isso, a noção de campo tenta definir esse espaço relativamente autônomo, esse microcosmo dotado de regras próprias. É no interior dos limites de um campo e dentro do contexto, como afirma Bourdieu, que se têm as instâncias de consagração do que nele é planejado e construído. São a partir das instâncias de consagração, cuja função é realizar as transformações das relações arbitrárias em relações legítimas de fato, que se tem a função da validação das ações humanas no campo em que ocorrem, submetidas ao contexto histórico, econômico, social e político, validando um visão de mundo e categorias de pensamento (TELLES, 2008). O aparecimento de um campo é reflexo de diversos fatores – políticos, econômicos, culturais – que extrapolam os limites e efeitos de um campo vigente e que convergem para uma determinada situação que dinamiza um novo campo particular e suas práticas sociais. Ao se pesquisar um novo campo, descobrem-se instâncias específicas próprias a um campo característico, bem como se avança no conhecimento dos mecanismos dos campos que se explicitam, em função de variáveis que podem representar as influências externas que desencadeiam o processo de construção de um novo campo. Nesse sentido, compreender as especialidades de outros campos em específico aqueles que correlacionam com o objeto do estudo, possibilita a solicitude de particularidades do campo que desejamos estudar (TELLES ET AL, 2014). Tomando como exemplo a gerontologia como um campo interdisciplinar de estudos e de pesquisas, cuja


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2.4 Aproximação entre campo social do idoso e o design

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