Probl elast lin anisotr 24 01 06

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SOLUÇÃO DO PROBLEMA ELÁSTICO LINEAR ANISOTRÓPICO. (em preparação)

Elysio R. F. Ruggeri Centro Tecnológico de Engenharia Civil Furnas Centrais Elétricas SA

1 - AS EQUAÇÕES DA ELASTICIDADE. Em notação poliádica, u' representando o vetor deslocamento,  e  os diádicos de tensões e deformações, f' o campo de forças de massa por unidade de volume e 4G o tetrádico de proporcionalidade (de Green) entre tensões e deformações, as equações da elasticidade para temperatura constante são escritas na forma do sistema:

  2u  f   div     t2  1  T    (u    u ) 2    4G :     Consideremos o vetor

f

1  2f f  t 2  g t  h , com f', g e h vetores constantes e  f. 2  t2

Então, pondo u=u'- f, tem-se:

u  u

e

O sistema de equações da elasticidade torna-se:

 2u  t2

 2 u  t2

 2f  t2

 2 u  t2

f .


 1  2u ,  div   2 c  t2  1  T   (u   u) , 2    4G :    

2 - A EQUAÇÃO DESLOCAMENTOS.

SOLUÇÃO

DO

com c2=1/,

(I).

PROBLEMA

EM

TERMOS

DE

Se ˆ u (u=1,2,...,6) são os autodiádicos de 4G (unitários e ortogonais entre si) e Gu são os autovalores correspondentes, então

4

G pode ser escrito na forma espectral (ou tônica) conseguinte, a terceira das equações (I) é escrita na forma   G u ˆ u (ˆ u : ) . Então,

div   G u ˆ u .(ˆ u : )  G u ˆ u .() : ˆ u ,

ou seja,

4

G  G u ˆ u ˆ u . Por

div   4 G 3.  .

Sendo,

ainda,

4

 4 12 3 G .

G  4 G 12

(4G

é

diadicamente

simétrico

por

montante),

vem

G  u  u  G u . Então, tomando  e  na segunda das equações (I) e levando em conta os resultados anteriores temos: 4

3 .

T

4

3 .

T

div   4 G 3.   4 G 3. u . Assim, o sistema (I) fica reduzido à equação (de valor vetor): 4

G 3. u 

1  2u c2  t2

,

(01),

denominada equação de solução do problema elástico em termos de deslocamentos.

3 - O BIVETOR SOLUÇÃO DA EQUAÇÃO (01). O bivetor (vetor complexo)

u  ae i(n.rwt )  u () (r, t ) ,

(02),

onde a é um vetor real constante, n é um vetor constante de unitário nˆ , w e  (a diferença de fase) são escalares constantes, t é o tempo e r vetor posicional, descreve a propagação de um trem infinito de ondas na direção nˆ , com velocidade de fase v = w/|n|, período 2/|n| e |a| a amplitude. Temos:

2


e i(n.rwt )  n i ei(n.rwt )  n ei(n.rwt  / 2) ,

(021).

Logo,

u  u ( / 2) n

u  ann e i(n.rwt )  u () nn   T u ,

e

(022).

Temos, ainda

u  a w e i(n.r wt  / 2)  wu (  / 2) t

e

 2u t

2

 a w 2 e i(n.rwt )  w 2 u () ,

(023).

Procuremos as condições para que o bivetor (02) seja solução da equação (01). Substituindo (022) e (023) em (01), simplificando o fator escalar não nulo e i(n.rwt ) e agrupando convenientemente resulta:

( 4 G : nn) . a 

w2 c2

a,

(031),

ou, ainda, lembrando que v = w/|n|,

( 4 G : nˆ nˆ ) . a 

v2 c2

a,

(03).

A equação (03) representa, pois, a condição para que (02) seja solução de (01); é denominada "condição de propagação" da onda descrita por (02). O diádico 4 G : nˆ nˆ , simétrico, é denominado "diádico acústico" relativo a nˆ . Ora, para um dado nˆ , o diádico acústico está determinado; podemos escrevê-lo na forma espectral 4

G : nˆ nˆ  S jaˆ jaˆ j ,

(j=1,2,3),

(04),

em que os Sj são os seus autovalores e os aˆ j os seus correspondentes autovetores (unitários e ortogonais entre si). Então, a condição de propagação (03) exige que, em (02), a seja um autovetor de 4 G : nˆ nˆ e v2/c2 o autovalor correspondente. Para um dado n temos, então, três soluções do tipo (02), ou sejam, ondas planas elipticamente polarizadas, com direções (triortogonais) a= aˆ j de polarização e velocidades definidas por

v j  c Sj

(j=1,2,3),

(05).

Se 4 G : nˆ nˆ for definido positivo - caso em que todos os Sj serão positivos - os vj serão todos reais. Mas poderá acontecer que, para certas direções nˆ , os diádicos correspondentes 4 G : nˆ nˆ , simétricos, possam ter autovalores negativos, o que acarretará algum v j imaginário. Nesse caso os bivetores correspondentes, u, não descreverão ondas que se propagam. 3


Examinemos a condição recíproca da anteriormente considerada. Suponhamos, então que para dada direção nˆ , o diádico simétrico 4 G : nˆ nˆ tenha um autovalor positivo, S1, ao qual corresponde o autovetor a1. Então, ( 4 G : nˆ nˆ ).a1  S1a1 . Calculando v1  c S1 , onde c2 é igual à massa específica do material do meio e, para um |n| arbitrário, w1=|n|v1, vem ( 4 G : nn) . a1  (w 2 / c 2 )a1 . Multiplicando ambos os membros pelo fator não nulo e i(n.rwt ) , em que  é uma constante a determinar, e compondo um vetor complexo u na forma (02), podemos escrever (031), ou seja, 4

G

3 .

unn 

w2 c2

u,

(06).

Podemos eliminar n entre (06) e (02) calculando expressões análogas a (02 1), (022) e (023); obtemos assim, a equação (01). Logo: A condição necessária e suficiente para que, para uma dada direção n, o bivetor (02) seja solução da equação (01) é que o vetor real a seja um autovetor de 4 G : nn ao qual corresponda o autovalor positivo, S tal, que w  c S , com v = w/|n|. * Substituindo a primeira das equações (02 2) na expressão do diádico das deformações indicada no sistema (I) obtemos:



1 [u ( /2)n  nu ( /2) ] , 2

(07),

expressão em que u é dado por (02). Da terceira das equações do sistema (I), e de (07), resulta mediatamente a expressão do diádico das tensões:

  4 G : u ( / 2) n ,

(08).

4- A SOLUÇÃO DO PROBLEMA EM TERMOS DE TENSÕES E DEFORMAÇÕES. É fácil eliminar u e  dentre as equações do sistema (I). Obtemos, assim, a equação de solução do problema elástico em termos de deformações: 

4

G 3. () 1  [ 4 G 3. () 1 ]T 

2  2 c2  t2

,

(09).

Analogamente deduziríamos a equação de solução do problema elástico em termos de tensões: 4

G :  div  

1  2 c2  t2

,

(10).

4


É evidente, em face da dedução dos resultados anteriores, que (07) é solução de (09) e (08) é solução de (10). * Consideremos, por outro lado, o bidiádico

 () (r, t)   0 e i(n.rwt ) ,

(11),

com  0   0 T (  0 simétrico). Temos: div    0 .e i(n.r wt )   0 .n e i(n.r wt ) ; logo,

div    0 .ne i(n.r wt )   0 .nn e i(n.r wt )  .nn ,

(12).

Ainda,

 2  t2

  w 2  ( ) .

Substituindo esses resultados parciais em (10) encontramos: 4

G:(nˆ nˆ . 0 )  

v2 c2

 0 ( 4 G.nˆ nˆ ): 0 ,

(13).

Concluímos: para que o bidiádico (11) seja solução da equação (10), para um dado nˆ , é condição necessária que o diádico simétrico 0 seja o auto diádico do tetrádico 4G. nˆ nˆ relativo ao autovalor -v2/c2. Isto requer seja simétrico o tetrádico 4G. nˆ nˆ e negativos todos os seus (seis) autovalores. A cada um dos autovalores corresponderá uma onda plana elipticamente polarizada, de velocidade v, tendo por direção de polarização a direção do autodiádico correspondente. Na direção do autodiádico relativo a algum autovalor positivo não haverá propagação posto que o valor correspondente de v é imaginário, ou seja, a solução (10) correspondente não descreverá uma onda que possa propagar-se. A reciproca é verdadeira, o que pode ser demonstrado tal como no caso dos deslocamentos; donde podermos concluir: A condição necessária e suficiente para que, para uma dada direção nˆ , o bidiádico (11) seja solução da equação (10) é que o diádico real simétrico 0 seja um autodiádico do tetrádico 4G. nˆ nˆ ao qual corresponda o autovalor negativo, S tal, que w | n | v  c S . * Podemos escrever (12) na forma

div  

1 c

2

(

 2u t

2

)

w2 c

2

u ()  

w2 c2

u (   / 2 ) n .

Então,

 2  t2

  w 2 4 G : u (   / 2 ) n ,

5


equação que, integrada, reduz-se a (08). Para a fase n.r-wt+=0 deduzimos

 0  4 G : an ,

(14).

Não é difícil comprovar que

   0 e i(n.r wt  / 2) ,

com

0 

1 (an  na) , 2

(15),

é a solução de (09).

6


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