Caminhos do Ensino Infantil na EMA 2014 _ 6ª ed

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O Núcleo de Desenvolvimento Humano auxilia a Diretoria Executiva no planejamento e execução das atividades educativas da Unimed. Seu foco é organizar e monitorar as ações de integração entre a Unimed de Botucatu e seus vários públicos: colaboradores, cooperados, prestadores de serviço, clientes e comunidade em geral. Em Botucatu as primeiras atividades do Núcleo de Desenvolvimento Humano voltam-se para a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável e por isso foi desenvolvida a parceria com a Escola do Meio Ambiente – EMA - da Secretaria Municipal de Educação. A Unimed de Botucatu já é certificada com o Selo de Responsabilidade Social desenvolvido pelo Sistema Unimed e também apoia a Fundação Abrinq. Além disso possui 5 programas sociais de grande alcance local, desenvolvidos pela AMUB – Associação da Mulher Unimed de Botucatu. São eles: SOMMAR para o público interno da cooperativa; INTER@ÇÃO, para inclusão digital; VIDA ILUMINADA para deficientes visuais; AMMA, para coleta de leite materno e ACREDITAR, apoio a projetos comunitários desenvolvidos para integração social através do esporte ou da cultura. A AMUB ainda realiza várias ações para atender as necessidades da sociedade botucatuense. No âmbito do Meio Ambiente busca a experiência da EMA para implementar ações que farão a diferença na qualidade de vida de toda a comunidade. Afinal, Saúde e Qualidade de Vida são valores cultivados pela Unimed de Botucatu. 2


A floresta, o rio, os animais, o índio, a jiribana, o Espantalho e as fadas: Cenário de sensibilização para o Ensino Infantil Paz e Bem! Na Escola do Meio Ambiente (EMA) temos buscado uma educação ambiental que tenha como ponto de partida a sensibilização com relação à vida. Mas qual o significado desta tão falada sensibilização? De acordo com o escritor Sérgio Sardi trata-se de um modo de conhecer, no qual se aflora uma determinada emoção, no contato com a natureza. Esta emoção é o amor. Sensibilização também, de acordo com o autor, é o ato de conferir um valor intrínsico ao estar vivo, ao estar participando de uma vida que nos transcende, que indo além das palavras, suscita a admiração. Ainda, segundo o referido autor, para que a ética do respeito à vida seja fecunda, é necessário passarmos por uma vivência de contato com a natureza capaz de suscitar em cada um o sentido da sensibilização, enquanto conhecimento fundado no amor. É exatamente isso que buscamos! Agradeço os monitores ambientais que fazem parte do cenário vibrante de sensibilização da Escola do Meio Ambiente: Bárbara, Edilene, Fernanda B., Fernanda C., João, Maria Júlia, Mariana, Nádia, Paulo, Rafael, Sílvio, Talita, Thaís e Viviane. Nesta oportunidade, quero também homenagear o professor e escritor Rubem Alves. Seus textos me ensinaram a ver a natureza como fonte de sensibilização através do cuidado e do amor que ela nos inspira! Abraço fraterno, Eliana Gabriel Diretora da Escola do Meio Ambiente

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C.E.I. Ida Rosa Pilan Dell’Omo (Vitoriana) Etapa I A

Professora Elen Cristina Stuque Coordenadora Helem Nunes Arruda Diretora Maria Aparecida PaixĂŁo Pellison 4


Vivência compartilhada é ação multiplicada! “Semente encantada” Professora Elen Cristina Stuque O contato com a natureza, com as plantas e com o meio ambiente como um todo encanta as crianças. Ter a oportunidade de manejar, conhecer e cultivar trouxe a esta turma valiosas aprendizagens que ultrapassam os conteúdos pedagógicos e alcançam as experiências de vida. Através deste projeto as crianças puderam interagir principalmente com as plantas ao redor da escola assim como conhecer o ciclo de desenvolvimento das mesmas em um contexto lúdico, motivador e instigante. Ainda que tenham tido experiências anteriores com plantios e sementes, puderam sentir-se muito mais responsáveis pelas plantinhas que zelávamos diariamente, podendo aprender na prática as relações entre os seres, criando hábitos de cuidado e de respeito. Foi possível experienciar, pesquisar, cuidar, criar e dividir tarefas juntos. Aprendemos a observar, descobrimos muitas novidades e inundamos a sala com nossa curiosidade. Aquilo que poderia parecer óbvio tornou-se nosso objeto de estudo e nos trouxe inúmeras aprendizagens. Objetivos • Conscientizar a criança sobre a preservação do meio ambiente. • Compreender a relação homem e meio ambiente. • Desenvolver atitudes de cuidado com o meio ambiente. • Cuidar e manejar sementes e mudas. Como o projeto foi desenvolvido A Trilha envolveu todos os alunos num clima de aventura e encanto. Os personagens foram lembrados por muito tempo e ainda o são, pois deixaram uma imagem muito bonita. O que mais lhes chamou a atenção foi realmente o presente, afinal, crianças amam presentes... mas ver o Espantalho ganhar sementes foi bastante diferente e marcou muito a turminha. 5


Tanto que o interesse pelas sementes surgiu e motivou todo trabalho. De volta a sala de aula, puderam compartilhar suas impressões sobre o passeio e me trouxeram muitas referências para dar continuidade ao que já havíamos começado. Cartazes: Este portador textual foi escolhido para divulgar nossas pesquisas, produções e descobertas. Assim também exercitamos o trabalho coletivo. 1- Um mundo melhor depende de nós: Discutimos em roda sobre a destruição da natureza e após a conversa produzimos o cartaz elucidando nossas conclusões. 2- Cartaz informativo - Como cuidar da nossa plantinha: Partindo das experiências da trilha e das crianças. Aproveitamos este momento para observar as plantas em nossa escola nova. 3- Diário da Plantinha: Acompanhando o desenvolvimento da nossa semente Encantada. Foi uma atividade enriquecedora onde as crianças puderam expor sua aprendizagem, discutir algumas hipóteses, apontar dúvidas e sentir-se parte do projeto. Vídeos: Com o intuito de ampliar o repertório de imagens e informações, assistimos aos vídeos: “Natureza Sabe Tudo - A Terra está viva (Partes 1 e 2)”, “Ciclo da água” e “Uma árvore é mais que uma simples árvore”. Livros: Neste período foram selecionados livros sobre o tema para as rodas de leitura: “A Sementinha”, “A Árvore maravilhosa”, “Margarida Friorenta”, “A Árvore do Beto” e “Girassol”. Os livros lidos na roda também foram recontados pelos alunos e ilustrados, gerando novas atividades dentro do eixo de Linguagem Oral e Escrita onde as crianças puderam interagir com a escrita, com a leitura e explorar suas ideias e oralidade. Sementes: O trabalho com sementes envolveu todo esse projeto. Assim desenvolveram-se as seguintes atividades: 6


• Coleta de sementes: coletamos as sementes das frutas servidas na escola, das árvores de nosso quintal, e também daquelas que eram trazidas de casa pelas crianças e pela professora. Esse trabalho nos motivou descobrir se conseguiríamos fazê-las germinar (Será que nasce?). • Será que nasce?: Plantamos as sementes coletadas para acompanhar sua germinação. Para enriquecer, a coordenadora buscou na internet as orientações de plantio e alguns procedimentos que foram compartilhados e testados pela turma. Assim puderam perceber que não se trata, em alguns casos, de somente “jogar” a semente na terra, e com isso as sementes se tornaram ainda mais encantadas. • Brincadeiras com sementes: coletando sementes no quintal, brincamos com elas. Construindo desenhos, disputando (com harmonia) contagens. • Explorações matemáticas: contagens, jogo de sementes explorando quantidades, usando como material para diferentes contagens e pontuações. • Sementeiras: Tal como aprendemos na trilha, cada criança pôde plantar sua semente encantada. Para isso cada criança preparou sua sementeira. Neste momento exploramos as cores e também a textura, além de imprimirem a criatividade. Participaram de todo processo de plantio. As sementeiras passaram a compor o jardim da escola, sendo cuidadas pelos alunos, ou seja, dividindo entre eles a responsabilidade de zelar pelas plantas da escola. Diariamente, observamos o clima, a necessidade de regar as plantinhas, bem como acompanhamos o desenvolvimento. Pelo tempo de trabalho, as plantinhas ainda não germinaram, mas a intenção é acompanhá-las e cuidar do jardim. Resultados obtidos: Motivação da curiosidade, valorizando suas hipóteses, ideias, experiências e opiniões. Incentivo à Pesquisa: explorando a curiosidade e usando as estratégias em busca de respostas. Conhecimento da germinação numa associação com a vida. 7


Respeito ao meio ambiente, sentindo-se “responsável por ele”. Autonomia no cuidado de uma planta mas que se reflete no cuidado com o outro e com o meio. Aproximação da natureza, conseguindo perceber outros seres que compartilham o espaço e as relações estabelecidas. Bibliografia consultados: A Sementinha. Disponível em http://www.mundinhodacrianca. net/2009/09/historia-infantil-sementinha-que-nao.html, acesso em 15/08/2014. LINDQUIST, Odiléia; OLIVEIRA, Ivaci F. Girassol. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2001. BRAIDO, Eunice. A Semente e o Fruto. São Paulo: FTD, 2001. ROCHA, Ruth. A Árvore do Beto. São Paulo: FTD, 1994. ALMEIDA, Fernanda Lopes de. A Margarida Friorenta. São Paulo: Abril, 2009. KILAKA, John. A Árvore Maravilhosa. São Paulo: Martins Martins Fontes, 2010.

Vídeos: Natureza Sabe Tudo - A Terra está viva (Partes 1 e 2). Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=6p327ajcUQw> e <www.youtube.com/ watch?v=XNe0o6B0vGssddd>. Ciclo da água. Disponível em <www.youtube.com/watch?v=KnIpca252ZY>. Uma árvore é mais que uma simples árvore. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=j7fyMEKt0So>.

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C.E.I. Ida Rosa Pilan Dell’Omo (Vitoriana) Etapa II A

Professora Selma Vaz Anunciatto Coordenadora Helem Nunes Arruda Diretora Maria Aparecida PaixĂŁo Pellison 9


Vivência compartilhada é ação multiplicada! “Sementinha mágica” Professora Selma Vaz Anunciatto Este projeto procurou de forma lúdica colocar as crianças em contato com as plantas a fim de despertar-lhes o cuidado e o respeito, e que percebessem as relações que eles estabelecem com o meio ambiente ao seu redor. Em atividades simples puderam acompanhar o nascimento das plantas e zelar-lhes pela vida, entendendo que além de água, sol e terra elas também precisam de carinho e de atenção. Durante o projeto puderam vivenciar diversas situações e colocar as mãozinhas na terra, indo muito além de papel e lápis. Era fantástico vê-los debruçados observando as plantinhas crescerem, seus olhinhos brilhando quando os brotinhos surgiram, a alegria de acolher um dia chuvoso e de brincar sob o sol tão necessário a todos nós. Enfim... aprendemos muito mais do que “sobre plantas”, nós aprendemos sobre vida e lições pra toda vida. Objetivos • Conscientizar a criança sobre a preservação do meio ambiente. • Compreender a relação homem e meio ambiente de forma harmoniosa. • Compreender suas ações no cuidado com o meio ambiente e conhecer alguns problemas ambientais. • Perceber a dependência dos seres em relação ao meio ambiente. • Despertar o interesse e a curiosidade pelos elementos naturais. • Desenvolver estratégias de pesquisa, registro e observação. Como o projeto foi desenvolvido Os quatro elementos: Conversamos sobre a importância dos quatro elementos da natureza para a vida, falando não apenas sobre as plantas mas relacionando a toda espécie de vida, inclusive a nós mesmos. 10


Diante desta conversa também falamos sobre fenômenos da natureza, como a chuva e a importância do sol. Durante o projeto lidamos com o tempo seco e a chegada da chuva, que contribuíram grandiosamente com nossas observações. Para registrar este aprendizado foram feitos registros com desenhos. Sementes: Com a ajuda das crianças fizemos coleta de sementes que ficaram expostas em nosso “Cantinho da Semente”. Assim foi possível comparar cores, tamanho e tipos. Algumas foram plantadas e cuidadas pela turma. Pesquisa: Uma das sementes cultivadas pela turma foi a de milho, mas para isso aproveitamos o conhecimento dos pais. Levantamos a seguinte questão: Quantas sementes de milho devemos colocar em cada cova? Muito provavelmente toda família foi mobilizada e as crianças em sala apresentaram suas respostas. Pela maioria das respostas fizemos as covas e para cada cova colocamos duas sementes, conforme os pais em maioria responderam. Acompanhamos o crescimento e após um final de semana chuvoso, ao olharem pela janela, lá estavam eles: nossos “pés de milho”. Foi uma grande euforia e agora continuamos acompanhando o crescimento, inclusive medindo-os com o auxílio de régua e trena. Guidinha e Mel: Aproveitando outras sementes de nossa coleta, preparamos um vasinho e nele plantamos duas sementes de girassol. A expectativa da germinação tomou a turma, e não demorou muito verem o primeiro brotinho despontando. Como era tão pequeno, recebeu carinhosamente como nome o apelido de uma colega da sala: Guidinha, já que nossa amiga também é tão pequena e delicada quanto o brotinho que ali estava. Dias depois lá estava outro brotinho despontando e esse recebeu o nome de Mel, também em homenagem a uma colega da sala. Uma das cenas mais marcantes com nossas mudinhas foi o dia que uma das crianças enroscou o pé na mesa e derrubou o vasinho. Toda a terra se espalhou pelo chão e a pobre Guidinha foi lançada longe. As crianças ficaram apreensivas e preocupadas: “será que ela vai morrer?”. Arrumamos tudo no vaso e conversamos sobre a possibilidade que amedrontava a turma. No outro dia, chegaram e logo foram vê-la e para nossa surpresa, ela estava ainda maior. Carinho também faz parte do cuidado! Com uma régua fomos acompanhando o crescimento dos brotinhos e 11


as crianças tinham o maior orgulho em comentar tudo o que sabiam sobre elas. Experiência incrível! Ipê Amarelo: Vindo pela estrada até a escola, percebi uma linda árvore: Um ipê amarelo. Fotografei e trouxe para a apreciação da turma. Ficaram apaixonados pela árvore e muitos também já tinham a visto. Na verdade após verem minhas fotos, muitos começaram a se lembrar de terem outras árvores por perto de suas casas. Foi a chance de se atentar mais ao que sempre esteve por perto e nunca foi percebido. Conversamos sobre a espécie, trouxe-lhes outras informações e, inclusive, foi possível ver uma em crescimento em uma casa vizinha da escola, que mesmo pequena já tinha suas lindas flores. Trouxe-lhes então sementes de ipê para plantarmos juntos. Analisamos as sementes e chegaram a uma importante conclusão: apesar de ser uma árvore tão grande, as sementes são pequenas, menores que as do girassol. Cada criança plantou sua sementinha em caixinhas de leite e estamos cuidando para que elas logo despertem e possam crescer, pois aí cada criança levará a sua e poderão crescer juntas. Artes: Embora sejam ótimos desenhistas, o que mais chamou a atenção neste projeto foram as modelagens com massinha. Fizeram lindos trabalhos em diversos momentos, mesmo sem meu pedido. Matemática: A matemática esteve presente em vários momentos deste projeto. • Utilizando estratégias de medidas: medindo as plantas e os espaços. • Contanto sementes e utilizando-as para marcar bingo, pontuações onde também ganhavam sementes como “prêmio”. Rodas de leitura: Escolhidos os livros sobre o tema, estes eram lidos para as crianças que também tinham a oportunidade de recontar e depois registrar as histórias. Destes também se derivaram várias atividades de leitura e escrita. Foram lidos: Clodoaldo Pés Descalço, Dora Dora, A semente e o fruto, Era uma vez... A história começa assim, João e o pé de feijão e Abaré. 12


Experiência com batata: Motivados em ver o nascimento, propus que acompanhássemos o nascimento da batata. Aproveitando a parlenda da Batatinha, colocamos uma batata doce na água e estamos observando suas ramas se espalharem. Mais uma vez estamos lidando com as expectativas e as crianças ficam atentas a cada detalhe e em todas as alterações da batatinha. Caixotes: Durante o projeto muitas crianças queixaram-se que não tinham espaço e oportunidade de plantar em suas casas. Por isso veio a ideia de construir os caixotes onde plantamos salsinha e coentro que depois poderão ser colhidos e levados para casa, e poderemos aproveitar estes espaços para outros cultivos. A intenção é que aproveitem os espaços em casa, já que agora conheceram como organizar o plantio. Resultados Obtidos O que percebi durante a realização do projeto foi um grande interesse em lidar com a terra e também em apreciar as belezas da natureza. Muitas crianças não têm em casa a oportunidade de realizar atividades como esta, portanto foram momentos de grande prazer e realização, afinal, ficaram responsáveis pelo manejo das plantas. Com a interação do tema as atividades realizadas tornaram-se mais atrativas e contextualizadas, gerando grande interesse o que levou a turma a progressos significativos nos eixos de trabalho e conteúdos da etapa. Bibliografia consultada: João e o pé de Feijão. Disponível em http://www.portalescolar. net/2012/10/joao-e-o-pe-de-feijao-30-atividades.html, acesso em 02/09/2014. LIMA, Graça. Abaré. São Paulo: Paulus, 2009. DIAS, Vera Lúcia. Dora das Árvores. Brasília: LGE, 2005. CIANNI, Solange de Azevedo. Clodoaldo Pé- Descalço. Brasília: LGE, 2006. ALMEIDA, Fernanda Lopes de. A Margarida Friorenta. São Paulo: Abril, 2009. ILELIS, Neir. Assim começa a História: Era uma vez....São Paulo: Noovha América, 2003.

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E.M.E.I. Vila SĂŁo LĂşcio Etapa II B

Professora Sibelle Bavia Barbati Rodrigues Coordenadora Isabel B. Rufato de Castilho Diretora Carmem Silvia Alves Machado 14


Vivência compartilhada é ação multiplicada! “Os Quatro Elementos da Natureza” Professora Sibelle Bavia Barbati Rodrigues Esse projeto iniciou com uma visita a Escola do Meio Ambiente (EMA), com os alunos da Etapa II B, período da tarde da EMEI Vila São Lúcio vivenciando atividades onde puderam observar a natureza e se aprimorar, bem como participar do fazer artístico com o barro (elemento terra), em como devemos cuidar das plantas, e qual a importância da água, do ar, e do sol para nossa vida. Tendo como objetivo principal a conscientização de todos na importância da preservação da natureza para nossa vida e também por meio das atividades levar esse conhecimento até nossas crianças com o propósito de conscientizá-las e assim formar uma nova geração que valorize o meio pelo qual lhe é oferecido. Pois, quanto mais cedo o indivíduo possuir o conhecimento da importância do meio ambiente em seus aspectos gerais, mais consciente será esse indivíduo em suas atitudes e hábitos. Constatamos a nossa necessidade com relação ao meio em que vivemos, então vemos como tarefa dos educadores conscientizar, desde a educação infantil, sobre a real situação dos riscos a que nosso planeta está exposto, e assim firmar o compromisso de conservá-lo. Objetivos Gerais: • Despertar nas crianças valores e ideias de preservação da natureza e senso de responsabilidade para com as gerações futuras. • Conscientizar os alunos sobre a importância de preservar alguns dos recursos naturais que a natureza nos oferece. • Provocar uma mudança no sentido de melhorar a qualidade de vida por meio da formação de hábitos e atitudes em relação ao meio ambiente. • Promover uma maior compreensão dos cuidados que devemos ter com o meio ambiente e sua importância para nossa vida. Os cuidados que devemos ter com a natureza. 15


Como o projeto foi desenvolvido 1º Momento: Aula passeio na EMA (Escola do Meio Ambiente). Ao chegarmos lá, fomos recepcionados pelos índios, pois nossa trilha era a Trilha Indígena. Entrando na mata, sentamos em círculos para ouvirmos a história da vida dos índios, contada pela índia Potira. No meio da história os índios falaram que eles precisavam de alguns elemntos para sobreviverem e que isso só seria possível se houvesse a preservação da natureza, os alunos interagiram junto com eles e foi muito produtivo esse momento. Depois fomos ver as árvores, o rio, se estava limpinho, como plantar, os cuidados que devemos ter com a natureza. 2º Momento: Voltando para a escola retomamos o assunto onde enfatizamos a importância que o meio ambiente tem em nossas vidas, e que desde já deveríamos cuidar e valorizar a natureza, e para ressaltar melhor tudo isso desenvolvemos as atividades descrita nos momentos seguintes. 3º Momento: Confecção do vaso com garrafa pet. Pedi para que os alunos trouxessem de casa garrafas pet descartadas no meio ambiente, em seguida cortamos a mesma ao meio de forma que a parte de cima fosse invertida e tampasse a parte inferior. Cada aluno enfeitou o seu vaso de acordo com a sua criatividade. Após isso fomos ao pátio onde plantamos mudas e sementes, formando lindos vasos confeccionados pelos nossos alunos, tendo esses a incumbência de regálos diariamente, observando sempre o crescimento das plantas.Como eles mesmos dizem, que para a flor se desenvolver e germinar devemos ter o cuidado de colocá-las em local onde tenha luz solar. 4º Momento: Mini - Horta: Aproveitamos algumas garrafas pet para confeccionar nossa horta, onde os alunos prepararam a terra com a ajuda da professora para em seguida plantar sementes e mudas. Posteriormente confeccionamos um regador para diariamente acompanharmos o desenvolvimento da semente.Com isso, os alunos refletiram sobre o que as plantas precisam para crescer: a terra, a ar, a água e a luz do sol. 5º Momento: Contamos a história da sementinha (germinação). Após confeccionar com eles por meio de desenho a história (livrinho). 16


6º Momento: Plantar grãos de feijão em potinhos para que as crianças acompanhassem o seu desenvolvimento e aprendessem a cuidar das plantas. 7º Momento: Desenhar um jardim de memória, usando lápis e canetinha colorida. Confeccionar bilboquê de garrafa pet, para brincarem na escola e depois levarem para casa. 8º Momento: Conversar com as crianças sobre utilizar a água de forma adequada, não desperdiçar lavando a calçada. 9º Momento: Conscientizar as crianças que não devemos jogar lixo nos rios (citar exemplos do Rio Tietê), como é possível existir seres vivos nesses rios poluídos?Aproveitando a oportunidade, os alunos conheceram o Rio Tanquinho e o Rio Lavapés, localizado perto da nossa escola. 10º Momento: Fizemos um cartaz coletivo com rios de água limpa (com seres vivos) e outro com água poluída (sem vida), conscientizando as crianças de que se nós não cuidarmos da água e só desperdiçarmos, a mesma vai acabar e iremos ficar sem água potável para beber, etc. 11º Momento: Conversamos com os alunos sobre o óleo fora da água, falamos que já existe esse trabalho em nossa cidade, comunicamos aos pais que nossa escola é um ponto de coleta, falamos sobre reciclagem de lixo. 12º Momento: Passamos para os alunos as consequências do desrespeito ao nosso meio ambiente. 13º Momento: Mostramos para os alunos slides da música Terra Planeta água. 14º Momento: Conversamos com os alunos sobre o uso diário de sacolas plásticas. 15º Momento: Confeccionamos com os alunos um livrinho de preservação do meio ambiente. 16º Momento: Fizemos com os alunos uma maquete sobre o meio ambiente limpo e preservado e bastante arborizada. 17


17º Momento: Após, plantamos mudas de alface, cenoura e demais hortaliças, e assim que tiverem no ponto de colhermos iremos fazer uma salada juntamente com a estagiária de nutrição, Natália, que nos acompanhou no decorrer do cultivo, conscientizando nossos alunos da importância de se comer esses alimentos. Resultados obtidos: Com esse trabalho, pudemos passar para nossos alunos a real importância da preservação do meio ambiente, pois cuidar e valorizar a natureza possibilita a formação de crianças conscientes e adultos responsáveis para obtermos um mundo melhor. E isso já plantamos no decorrer do nosso projeto. Bibliografia consultada: Callisto, Marcos, França, Juliana. Está limpo ou poluído? Quem vive no rio responde! Revista Ciência Hoje das crianças, Rio de Janeiro, n 170 p.11-13, julho de 2006.

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E.M.E.I. Vila São Lúcio Etapa II C

Professora Vera Lúcia E. Monar Coordenadora Isabel B. Rufato de Castilho Diretora Carmem Silvia Alves Machado 19


Vivência compartilhada é ação multiplicada! “O índio” Professora Vera Lúcia E. Monar O tema em destaque “O Índio”, visa promover o desenvolvimento de uma consciência crítica nos alunos, sendo que o passeio na Escola do Meio Ambiente (EMA) nos levou a ver a facilidade que os alunos da educação infantil têm em assimilar conteúdos, pois são sabedores da sua atuação como sujeitos no meio em que vivem. A proposta desse projeto foi difundir e promover o desenvolvimento de uma consciência critica nos alunos com relação à riqueza cultural que os índios podem nos oferecer como: dança, música, brincadeiras, comidas, entre outras. Desta forma o papel do professor foi o de mediador, partindo da criança e provocando novas descobertas e produções e com isso valorizar de forma lúdica e divertida os conhecimentos adquiridos com o tema índio. Objetivos: Esse projeto tem como objetivos levar os alunos a: • Conhecer mais sobre a vida do povo indígena. • Refletir sobre a preservação desse povo. • Valorizar a cultura indígena, hábitos, costumes, artes e linguagem. • Reconhecer a cultura indígena como integrante de nossa cultura. • Valorizar a diversidade racial do povo brasileiro e propiciar o respeito às diferenças raciais e culturais. • Conhecer e valorizar o contato e a relação de respeito à natureza. Como o projeto foi desenvolvido • Visita com os alunos à Escola do Meio Ambiente (EMA), onde pudémos vivenciar a vida do povo indígena, e após retornarmos para escola demos continuidade ao trabalho com: 20


• Roda da conversa na escola, onde o professor levou seus alunos a expor o que aprenderam na trilha e acrescentou novas ideias sobre o assunto. • Atividades com pintura a dedo, confeccionar um índio com desenho da própria mão. • Música do índio, trabalhar a letra e desenho da mesma. • Confeccionar o pequeno bote coletivo, onde os índios foram carimbo das mãos dos alunos. • Confeccionamos com os alunos índios de massinha. • Fazer um mural da oca com índio e árvores. • Confeccionamos cocar coletivo gigante. • Elaboramos um cartaz coletivo com mensagem em defesa aos índios. • Apresentamos, por meio de desenho, os objetos indígenas. • Atividade escrita sobre os índios. • Identificamos o índio que representa você para trabalhar gênero (masculino/feminino). • Atividades de caças - palavras relacionadas às tribos indígenas. • Conversas dirigidas sobre a culinária indígena, o que eles comem e elaboração de um mural. • Falamos que na tribo indígena eles têm um líder que se chama Cacique, e outro que é o Pajé (que é o curandeiro, espécie de médico); Após realizamos atividades de caça palavras. • Atividades de ligar referente aos costumes dos índios. • Confecção de máscara do índio com os alunos. • Quebra-cabeça/figura indígena. • Vídeo sobre a vida, costumes, comidas, músicas, danças dos povos indígenas. • Falamos sobre a moradia dos índios (oca) e os utensílios que se tem na oca. • Confeccionamos a capa: minhas atividades. • A professora trouxe para a sala de aula URUCUM para junto com os alunos realizar pintura de rosto como os índios e também para aproveitá-lo fizemos colorau (utilizando fubá, urucum e uma peneirinha, depois deixamos armazenado em potes para fazermos pintura). Expliquei 21


para os alunos que o colorau é utilizado também na culinária. • Exposição de todas as atividades realizadas em sala de aula. Resultados obtidos: Com esse trabalho pude notar uma diferença significativa em meus alunos, tanto no respeito entre eles na sala de aula com na preocupação que começaram a ter com os índios. Esse tema oportunizou meus alunos a perceber outros grupos sociais, auxiliando na construção de sua identidade, na atuação com o grupo na vida social, na preservação do meio ambiente e na construção de valores. Bibliografia consultada: FUNAI. Disponível em: <http://www.funai.gov.br/quem/historia/funai. html>. Acesso em abril de 2014. BRASIL. RCNEI – Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil. Brasil, 1998.

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C.E.I. Profª Aida Heloísa Ávila (Jardim Brasil) ETAPA II C

Professora Edjane Maria Moura (Jane) Coordenadora Maria Odila Thadei Donato Diretora Márcia Dias Spadim 23


Vivência compartilhada é ação multiplicada! “Água, nosso tesouro” Professora Edjane Maria Moura Quando fomos visitar a Escola do Meio Ambiente, o dia estava nublado. Entramos em uma trilha e ouvimos a história “Os segredos da Natureza”, conhecemos o índio que lá morava e brincamos no balanço feito na árvore, mas tivemos que voltar rapidinho para a varanda da escola, pois o tempo escureceu e caiu uma chuva muito, muito forte. No outro dia, conversamos sobre o passeio, a música que aprendemos, as comidas do índio que experimentamos e o tambor que tocamos. Foi muito legal, “mas a chuva atrapalhou”, disseram algumas crianças enquanto outras até ficaram bravas dizendo que “a chuva era muito chata”. Conversei então com a turma sobre a importância da chuva e de todos os seres vivos para a nossa vida. Todos se deram conta, então, de como a chuva é muito importante e necessária para nossa sobrevivência. A partir desse diálogo tive a ideia de desenvolver um projeto que chamasse a atenção para a importância da água e o que podemos fazer para preservá-la. Iniciei o projeto com um questionamento: Onde podemos encontrar a água além da chuva? Todos pareciam ter a resposta na ponta da língua: no mar, no rio, no chuveiro, na torneira, na piscina, na praia, entre outros. No dia seguinte mostrei o globo terrestre, a quantidade de água existente no nosso planeta, conhecido como planeta azul. Depois fizeram um desenho representando a quantidade de água existente e notaram que existe muita água no nosso planeta. No outro dia lancei mais uma pergunta: se a água está presente nos oceanos, mares, rios, lagos e lagoas, como elas vão parar lá no céu para chover? Alguns responderam que é Deus que manda a água pra cima, ou é o vento, será? Acho que essa resposta é muito difícil, disse uma criança. Dei uma pista dizendo que quem ajuda a água subir para o céu e chover é um dos três segredos da natureza 24


que aprendemos na história que ouvimos quando visitamos a EMA. Relembraram então os segredos e fomos marcando na lousa: TERRA, AR, SOL A partir daí as crianças foram refletindo sobre o assunto e como, cada um deles, poderia fazer isso. Afirmei enfim que era o sol e fui perguntando o que o sol faz. É brilhante, disseram, muito quente também. Aí está o segredo! Expliquei então o ciclo da água, fazendo desenhos na lousa. Houve um grande interesse e pude perceber que todos gostaram muito. No nosso projeto trabalhamos diversas atividades que mostraram a água e sua importância e a nossa responsabilidade de cuidar e preservar a água do nosso planeta usando recursos que permitiram reflexões, debates e soluções de problemas, instigando a curiosidade, levando à experimentação e comprovação de fatos, para, assim, viabilizar um aprendizado significativo. Objetivos: • Desenvolver, nos alunos, uma consciência ecológica em relação ao consumo da água. • Promover uma maior compreensão dos elementos da natureza. • Vivenciar experiências que promovam a formação de conhecimentos científicos. Como o projeto foi desenvolvido • Leitura do livro O Mundinho Azul, de Ingrid Biesemeyer Bellinghausen. Difusão Cultural, São Paulo, 2004. Este livro fala de como a água é um recurso natural precioso e, por isso, é hora de se preocupar com ela. Se as crianças descobrirem logo a importância de preservá-la, contribuirão para o futuro dos homenzinhos deste mundinho azul e do meio ambiente. • Vídeo: no projetor interativo foi mostrado um clipe onde se pode visualizar todo ciclo d’água e na sequência as crianças puderam interagir desenhando os vários estados da água na lousa digital. • Cartazes e desenhos mostrando as formas corretas de se consumir a água sem que haja desperdício e outros mostrando o ciclo completo da mesma: as próprias crianças desenvolveram os desenhos e cartazes para 25


alertar todos da escola para o uso correto da água. • A poluição da água: vídeo de uma reportagem de televisão que apresenta alguns relatos de moradores ribeirinhos que testemunharam a aparição de vários peixes mortos devido à poluição dos rios. • Experiência para se observar os estados da água: a primeira experiência foi a solidificação, quando pegamos a água em estado líquido e colocamos no freezer. No dia seguinte pudemos observar que devido à baixa temperatura a água se transformou em gelo. Outra experiência foi feita com um grill elétrico. Quando o grill estava bem quente colocamos água e ela evaporou. Depois de observada a evaporação, colocamos a tampa de vidro do grill e pudemos presenciar a condensação, quando o vapor de água atingiu a tampa fria e ela voltou do estado gasoso para o estado líquido. • Projeto óleo Fora D’Água: aproveitamos para estudar e contribuir com o Projeto Óleo Fora D’Água, que é um projeto ambiental educacional que recolhe óleo usado para fazer sabão e assim, diminuir a contaminação de rios e lagos. As crianças que contribuem, trazendo óleo usado em casa, ganha um sabão em pedra feito com o óleo reciclado. • Jogo da batata quente: este jogo foi adaptado usando uma “batata” (bola de isopor oca representando o planeta terra) contendo, dentro dela, perguntas sobre a água do planeta, a criança que for “queimada” deve abrir a “batata”, tirar uma pergunta que a professora deve ler e a mesma criança responder a questão. • Diálogo e observação das propriedades d’água: depois de dialogar sobre as propriedades da água, inodora (sem cheiro), incolor (sem cor) e insípida (sem gosto), após todas as observações as crianças degustaram a água, mas com a atenção voltada para a pesquisa e assim puderam confirmar as propriedades estudadas. • Jogo de trilha: um jogo de tabuleiro onde as crianças avançavam quando acertavam os usos corretos d’água. • Filtro de água dentro da sala: como o bebedouro acaba sempre sendo usado de forma incorreta decidimos colocar um filtro de água dentro da sala para usarmos apenas a quantidade de água necessária para podermos matar a sede, evitando o desperdício e promovendo a conscientização. • Cartaz DECLARAÇÃO DOS DIREITOS D’ÁGUA: leitura e reflexão sobre os direitos da água elencados no cartaz. 26


• Música: Planeta Água (Guilherme Arantes) e Xote Molhado (CD E.M.A. EnCantando). • Produto final: “Seminarinho”- Apresentação, realizada pela ETAPA II C, em forma de seminário, onde foram mostrados todos os conhecimentos adquiridos durante o projeto, pois esses conhecimentos são de vital importância, para a preservação de nosso planeta e devem ser socializados e transmitidos para o maior número de pessoas possíveis. A primeira turma que assistiu ao seminário foi a ETAPA I C da professora Stella. Resultados Obtidos: Os resultados obtidos foram os melhores possíveis, pois durante todo o projeto as crianças se tornaram parte atuantes do processo e sentiramse verdadeiros fiscais da natureza, sentindo a obrigação de proteger o mundo em que vive, economizando água. A prova da eficácia desse projeto é ver que, ainda hoje (setembro), eles continuam agindo da mesma forma de quando o projeto estava sendo desenvolvido (primeiro semestre). Eles continuam relatando acontecimentos da rotina diária da família, como por exemplo, a mãe deixando de lavar a calçada e o quintal com mangueira, que estão fechando as torneiras quando escovam os dentes ou quando a mãe está ensaboando a louça. Também continuam recolhendo óleo para o Projeto Óleo Fora D’Água.   Bibliografia consultada:

BELLINGHAUSEN, Ingrid Biesemeyer. O mundinho Azul. Difusão Cultural, São Paulo, 2004. POZO, Juan Ignácio. Educação Científica na Primeira Infância. Revista PÁTIO Educação Infantil, Porto Alegre, n. 33, p. 4-7, out./dez. 2012. FUENTES, Selma Simonstein. O Porquê e o Como das Ciências na Educação Infantil. Revista PÁTIO Educação Infantil, Porto Alegre, n. 33, p. 8-11, out./dez. 2012. CALLISTO, Marcos; FRANÇA, Juliana. Está Limpo ou Poluído?: Quem vive no rio responde! Revista Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro, n. 170, p. 11-13, julho, 2006. ARTAXO, Paulo. Mudanças no Clima: mudanças na biodiversidade. Revista Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro, n. 214, p. 2-5, julho, 2010.

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C.E.I. Prof.ª Luiza De Campos Avellar Pires (Lavapés) Etapa II A

Prof.ª Fátima Tereza Machado Rodrigues Coordenadora Verusca Gonçalves Antunes Diretora Maria Elvira Gurgel De Antoni 28


Vivência compartilhada é ação multiplicada! “Uma brincadeira de índio” Professora Fátima Tereza Machado Rodrigues Este projeto foi desenvolvido devido ao interesse dos alunos, motivado pela equipe que nos conduziu à Trilha indígena. Na Trilha, em nosso retorno à escola, ainda no ônibus, demonstraram encantamento com o que presenciaram. Voltei à escola me deliciando com a conversa das crianças, em determinado momento, um aluno me fitando disse: - Professora pelo menos a Jiribana poderia ter lá na escola! Será que isso seria possível? Respondi e prometi pensar no assunto e ver como poderíamos resolver. No outro dia na roda da conversa eles já queriam uma resposta, pois estavam ansiosos. Disse-lhes que estava elaborando um meio de atendêlos. Decidi explorar o momento e paralelamente elaboramos um projeto para atingirmos alguns objetivos aos quais já se encontravam no PPP (Plano Político Pedagógico da Escola). Objetivos: • Estabelecer algumas relações entre o modo de vida característico de seu grupo social e de outros grupos. • Respeitar as diferentes formas de organização social. • Observar e perceber os elementos que compõe a paisagem. • Perceber e conhecer os cuidados dos ecossistemas e sua importância para a manutenção da vida. • Compreender e estabelecer relações entre a linguagem oral e a linguagem escrita. • Perceber a função social da linguagem escrita. • Reproduzir criações musicais. Como o projeto foi desenvolvido Um dia antes da visita fizemos um levantamento das hipóteses: O que pensavam sobre os índios? Onde moravam? O que comiam? Onde dormiam? Do que brincavam? Como se vestiam? Orientei a observarem tudo o que iríamos ver para conversarmos novamente na volta. Na roda da conversa, no dia seguinte, cada um tinha um detalhe a contar, e comparamos o que pensavam com o que viram e ouviram. 29


Novamente solicitaram que a Jiribana pudesse ser feita aqui na escola. “– Será que o Rudá não pode vir aqui na escola fazer uma pra gente?” Propus elaborarmos uma carta a nossa diretora vendo a possibilidade de se construir a, já famosa, Jiribana. Expus as normas de uma carta e o texto coletivo foi escrito e reescrito, na lousa pela professora, conforme as crianças foram ditando e reelaborando a escrita, estimaram quanto ia de corda, usando um metro e o tamanho da tábua e ainda que esta precisava ter alguns furos, quando pronta foi transcrita num papel onde todos os alunos assinaram de próprio punho, endereçamos um envelope e fizeram a entrega em mãos para a diretora. Voltamos à sala e aguardamos ansiosos e, enquanto isso, propusemos o reconto da história que nos foi contada pela linda índia que lá estava, outro texto construído coletivamente e escrito pela professora na lousa, depois de pronto passado no papel, impresso e colado no caderno dos alunos. Fizemos a “leitura” no dia seguinte, percebendo que a escrita era a mesma, igualzinha a feita por eles no dia anterior. Repetimos a leitura depois de alguns dias novamente para que tivessem essa noção de permanência da escrita, e exploramos os quatros elementos da natureza ali citados aos quais precisamos preservar para a manutenção da vida, usamos cartazes com pôster sobre decomposição e aquecimento global. Levantamos hipóteses sobre o que precisamos fazer para preservarmos a Água, o Ar, a Terra e o Sol? A lista obtida foi ótima: – separar o lixo a ser reciclado; - diminuir o consumo (não desperdiçar); plantar árvores; - não jogar lixo nas ruas e no chão e não fazer queimadas. Plantamos as sementes de girassol que ganhamos, e passamos a cuidar dela com carinho diariamente, até que ela sumiu e ficamos frustrados, ou alguma formiga comeu a nossa plantinha já germinada ou fomos roubados, bem, depois de muita discussão, aprenderam que devemos respeitar as coisas alheias. No outro dia fomos fazer uma visita no “Rio Lavapés”, que passa aqui nos fundos da escola e pedi que observassem o tamanho do rio e se a vegetação era a mesma que vimos lá onde ele nasceu. Lembraram e constataram que o tamanho não era o mesmo. Aqui ele está bem mais largo e encontramos algum lixo no seu entorno, fizemos a coleta, que foi espontânea e levamos para as lixeiras da escola. Na sala pedi que reproduzissem com desenhos o que observaram na EMA e aqui no Rio. Após desenharem fizemos uma lista dos nomes indígenas que conhecemos: 30


Jiribana (na língua dos índios) balanço de corda na árvore, para balançar em pé (em português); Ibirá = árvore, Imerim = rio pequeno e Iguaçu = rio grande. Chegaram à conclusão de que os índios falam palavras diferentes das que falamos, portanto falam outra língua como os ingleses que falam inglês. Aproveitei para mostrar o alfabeto da linguagem de sinais e dizer que ainda existe uma língua que não é falada, mas sim gesticulada. Lemos e comemoramos a resposta da carta, que não foi imediata, mas chegou também por carta e endereçada a eles, foi uma explosão de alegria! Ela autorizou e iria providenciar a construção. Todos os dias cantaram a música “Ele mora na oca”, e aproveitamos para fazer uma apresentação para todas as crianças da escola, foi um sucesso. Em seguida relembramos a alimentação indígena, deliciosa! E nós, comemos os produtos “in natura” como eles ou ainda inventamos, ou processamos? Lá comemos mandioca com sal e aqui o que as mamães fazem com a mandioca? Isso rendeu outra lista: - sopa, bolo, pão, brigadeiro e beijinho de mandioca, mandioca com açúcar. Para fazermos um bolo pedimos que trouxessem receitas de casa. Escolhemos uma e fomos para a cozinha, as crianças conferiam os ingredientes e o modo de fazer. O bolo ficou muito bom, degustamos com prazer! No dia oito de abril fomos informados que nossa Jiribana estava pronta e é claro brincamos a valer, fizemos mais uma carta coletiva agradecendo nossa diretora e o Sr. Otávio que, orgulhoso, montou e ficou, para observar a alegria da criançada. Resultados obtidos As crianças envolveram-se com muito prazer, cantaram, plantaram, dialogaram, fizeram arte e aprenderam visualizar diferenças culturais, respeitar diferentes grupos e organizações sociais. Compreenderam, perceberam e estabeleceram uma relação com a natureza de cuidados, de preservação ambiental e de amor à vida. O mesmo se deu com a compreensão de que a linguagem, seja ela oral ou escrita, serve para se comunicar algo. Bibliografia consultada Referencial curricular municipal da educação infantil/Prefeitura de Botucatu, Secretaria Municipal de Educação. Botucatu, SP: 2013. Caminhos do Ensino Infantil na Escola do Meio Ambiente. – Botucatu/SP: 5ªEdição 2013.

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