Fichas e descrições biológicas:
Profª Drª Elizabeth M. dos Santos Schmidt - Médica Veterinária, Professora e Pesquisadora do Departamento de Clínica Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia UNESP, câmpus Botucatu.
Carla Giovana Lino de Faria (Bolsista de Extensão – PROEX, UNESP).
Fernanda Barthelson Carvalho de Moura e Flora Nogueira Matos (Alunas do Curso de Medicina Veterinária – FMVZ, UNESP).
Histórias:
Profª Drª Elizabeth M. dos Santos Schmidt - Médica Veterinária, Professora e Pesquisadora do Departamento de Clínica Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia UNESP, câmpus Botucatu.
Coordenação e Orientação:
Profª Drª Eliana Maria Nicolini Gabriel - Bióloga e Diretora da Escola do Meio Ambiente.
Desenhos que ilustram as histórias:
Anna Clara Nicolini Gabriel - 13 anos.
Arte e aquarelas:
Sibele Gimenez Martins - Bióloga, Pesquisadora e Ilustradora da Escola do Meio Ambiente.
Revisão:
Prof. Dr. José Luis Chiaradia Gabriel - Biólogo, Professor e Pesquisador da Fira/Avaré, docente dos colégios La Salle e Santa Marcelina, Botucatu/SP.
Agradecimentos:
Secretaria Municipal de Educação de Botucatu/SP
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – UNESP, câmpus de Botucatu
Pró-reitoria de Extensão (PROEX) - UNESP
Botucatu/SP 2017
2
Escola do Meio Ambiente: Com VIDA
A produção deste quinto volume de nossa coleção Escola do Meio Ambiente: Com VIDA, foi feita, mais uma vez, com alegria, conversas, imaginação, carinho e muitos sorrisos. A vida e os animais no cerrado continuam a nos ensinar, admirar e, sobretudo, respeitar a natureza! A inspiração para escrever cada historinha é imaginação pura, para nos fazer enxergar o que temos de melhor na natureza, nos animais, na Escola do Meio Ambiente, para aprender. Um aprendizado em comunhão com Deus, para o cuidado com o futuro.
Espero que vocês cantem as rimas do bacurão-chintã, se encantem com a carteira de identidade do veado-catingueiro e com as notícias do gato-do-mato-pequeno, que possam imaginar as brincadeiras dos preás e as estripulias dos tapitis, as supresas do furão-brasileiro, o brilho da natureza das raposinhas-do-campo e se emocionar com a poesia do mãopelada!
Agradeço a Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) – UNESP, pela continuidade e auxílio para a publicação deste volume, resultado de nosso projeto de extensão. Agradeço também o trabalho e a dedicação das acadêmicas do Curso de Medicina Veterinária da FMVZ – UNESP: Carla Giovana Lino de Faria (bolsista do projeto de extensão), Fernanda Barthelson Carvalho de Moura e Flora Nogueira Matos (voluntárias). Meu agradecimento especial ao amigo Clovis Bettus, pelo seu amor incondicional aos animais e por contribuir, mais uma vez, com a possibilidade desta publicação, a Eliana Gabriel, diretora da EMA, pelo carinho e pela possibilidade de continuar com este trabalho, a Sibele Gimenez Martins e Anna Clara Nicolini Gabriel, pelas artes, aquarelas e desenhos que ilustram as histórias.
Um grande abraço, boa diversão e imaginação!
Beth Schmidt
Botucatu, agosto de 2017
3
Sobre a Escola do Meio Ambiente (EMA)
A Escola do Meio Ambiente localiza-se no município de Botucatu/ SP e está sedimentada em três pilares principais: Trilhas temáticas interpretativas, vivências socioambientais e pesquisas científicas. Contempla em sua área um mosaico de ecossistemas: floresta estacional semidecidual, mata paludosa, cerrado e floresta implantada de eucalipto, abrigando também as nascentes e a represa abastecida pelo Ribeirão Lavapés, curso de água que atravessa a zona urbana de Botucatu. Recebe, anualmente, cerca de 15.000 alunos da rede de ensino do município em suas diferentes trilhas e vivências socioambientais.
A metodologia praticada na EMA foi desenvolvida a partir de sua própria realidade, tendo como inspiração a simplicidade da natureza, a qual se encontra dissolvida nos pilares da escola.
Baseada no método peripatético (ensinar caminhando), a referida metodologia busca estabelecer, através de singelas vivências, um vínculo amoroso entre os visitantes e a Escola do Meio Ambiente. Deve ser lembrado que ninguém será capaz de amar o que não conhece e ninguém será capaz de preservar uma natureza com a qual não convive.
Assim, na EMA, tudo é preparado com muito carinho e responsabilidade para que esse vínculo possa ser estabelecido e, desta forma, todos que pela Escola do Meio Ambiente passarem compreendam o valor de se educar para a vida, pela paz e pela solidariedade planetária.
Afinal, o objetivo principal do método empregado pela Escola do Meio Ambiente é o de mostrar, há 12 anos ,que: infinito é o valor da VIDA!
4
About the School of the Environment
The School of the Environment – located in Botucatu/SP, Brazil, where it is known by its Portuguese acronym EMA – is founded upon three main pillars: thematic interpretive trails, socioenvironmental experiences and scientific research. Contemplate in your area a mosaic of ecosystems: semidecidual seasonal forest, swamp forest, savannah and eucalyptus forest implantations, also sheltering the springs and the dam supplied by the Ribeirão Lavapés, a watercourse that crosses the urban area of Botucatu. The EMA hosts, annually, approximately 15.000 students from local (elementary and secondary) public schools on its different trails and socioenvironmental experiences. The methodology practiced at the EMA was developed from their own reality, taking as inspiration the simplicity of nature, which permeates the pillars of the school.
Based on the peripatetic method (teaching while walking), the methodology seeks to establish, through uncomplicated experiences, a loving bond between visitors and the School of the Environment. It must be remembered that one cannot love what is unknown to him or her, nor preserve a slice of nature with which that person does not live.
Thus, at the EMA, everything is prepared with great care and responsibility so that this bond can be established and, in this way, that all who experience the School of the Environment can come to understand the value of educating for life, for peace and for global solidarity. After all, for twelve years the main objective of the method employed by the School of the Environment has been to show the infiniteness of the value of LIFE!
5
Floresta Municipal Irmãos Villas Bôas
“Nós trouxemos a notícia de que eles (os índios) constituem uma sociedade tranquila, alegre. Ali, ninguém manda em ninguém. O velho é dono da história; o índio, dono da aldeia e a criança, dona do mundo” (Orlando Villas Bôas)
Formada pelo remanescente de Floresta Estacional Semidecidual de cerca de 8 hectares encontrado na Escola do Meio Ambiente, a “Floresta Municipal Irmãos Villas Bôas” recebeu oficialmente esta denominação através da Lei Municipal Nº 5.287, de 6 de setembro de 2011. A nomeação foi uma iniciativa da EMA em prol ao Ano Internacional das Florestas e uma homenagem aos Irmãos Leonardo, Orlando e Cláudio Villas Bôas, jovens que viveram em Botucatu, indigenístas e preservacionistas, que deixaram sua terra para entrar na história, desbravando o Brasil central através da “Expedição Roncador-Xingú” em 1943. (João Carlos Figueiroa - Historiador)
Bosque Frei Afonso
“Só a Deus toda honra e toda glória agora e para sempre. Amém!” (Frei Afonso)
O Oratório dedicado a São Francisco de Assis, presente na entrada da Escola do Meio Ambiente, foi bento pelo Frei Afonso, que já no primeiro contato com a área da referida escola mostrou um carinho especial pelo lugar. Sendo São Francisco o protetor da natureza, a Escola do Meio Ambiente, com o apoio da Câmara Municipal, nomeou oficialmente pela Lei nº 4.432 de 27 de novembro de 2012, o Bosque Educativo elaborado com o patrocínio da Unimed, Sabesp e Duratex, com o nome de Frei Afonso, um frade tão querido em Botucatu.
Represa Prof. Jorge Jim
“Na universidade, dar aula foi sempre a minha prioridade” (Prof. Jorge Jim) Abastecida com as águas do Ribeirão Lavapés, a Represa Prof. Jorge Jim recebeu oficialmente esta denominação através da Lei Municipal
Nº5. 356, de 17 de abril de 2012. O Prof. Jorge Jim foi docente do Departamento de Zoologia da Unesp/Botucatu. Pesquisou os anfíbios anuros nos remanescentes de matas e entorno da região de Botucatu. Foi coordenador e incentivador das pesquisas de fauna na área da Escola do Meio Ambiente, trabalhando principalmente com anfíbios. Orientou estagiários de graduação e pós-graduação em pesquisas na área da referida escola. Sempre acreditou ser a Escola do Meio Ambiente a grande responsável pela preservação das nascentes e da represa com águas do Ribeirão Lavapés, bem como dos remanescentes de floresta e cerrado encontrados nesta área. (José Luis Chiaradia Gabriel - Coordenador das pesquisas de flora na área da Escola do Meio Ambiente)
6
Do bacurau ao veado-catingueiro: conhecendo a fauna da Escola do Meio Ambiente
Paz e Bem!
O Brasil é um país muito diverso, uma das nações que detém a maior biodiversidade do mundo, no entanto a fauna e a flora nativas são pouco conhecidas pela população brasileira.
Se perguntarmos para uma criança qual o seu animal favorito, a probabilidade de ela citar animais exóticos, como o elefante, a girafa ou o leão, cuja distribuição geográfica não inclui o território brasileiro, é muito grande. É possível que, entre as hipóteses que contribuam para que isso ocorra esteja a forte influência da mídia destacando em desenhos animados, filmes, jogos e livros infantis grandes mamíferos estrangeiros.
Podemos dizer que, no universo da literatura infantil, é incipiente o trabalho de divulgação sobre os animais da fauna nacional. Desta forma, a presente publicação mostra-se um importante veículo para se divulgar os animais brasileiros, mas o livro sozinho não promoverá mudanças se não for utilizado de maneira a provocar um encantamento capaz de produzir bons frutos, ou seja, o despertar do interesse pela preservação dos animais apresentados e de seus habitats.
Esse é o objetivo principal da cartilha “Escola do Meio Ambiente: Com VIDA”, a qual desde 2012 dedica-se a divulgar a fauna da área da escola, por meio das histórias produzidas pela professora Elizabeth Schmidt.
E você, conhece o bacurau, o furão-brasileiro, o gato-do-mato, o mão-pelada, o preá, a raposa-do-campo, o tapiti e o veado-catingueiro?
Abraço fraterno,
Eliana Gabriel Diretora da Escola do Meio Ambiente
7
Bacurau-chintã
((Little nightjar)
(Gould, 1837)
Nomes comuns: uacuraua, acurau, acurana, guiraquereá, ibijaú, ibijaú, buraú, bacuraua, curiangu, priangu, noitibó, oitibó, oiticoranga, tiom-tiom.
Ave da Ordem Caprimulgiformes, família Caprimulgidae.
Distribuição: por todo o Brasil. América do Sul: Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Coloração marrom. Os machos têm manchas brancas nas asas e na ponta da cauda. As fêmeas têm um colar avermelhado na nuca. Peso entre 25 a 42 gramas nos machos e 26 a 42 gramas nas fêmeas. Comprimento do corpo de 19 a 21 centímetros. Hábitos noturnos e crepusculares. Ninhos sobre cavidades no solo ou em depressões de galhos de árvores, onde depositam dois ovos. Ave migratória.
Habitat: florestas tropicais, campos semiabertos com árvores e arbustos, bordas de matas, capoeiras, cerrado, áreas com superfície aquática, matas secas.
Dieta: insetos voadores noturnos (mariposas e besouros).
8
Imaginar para adivinhar!
É um passarinho que aproveita as noites estreladas para se alimentar, no inverno de ventos gelados no cerrado. Um pássaro de tamanho um pouquinho maior do que a palma da mão que caça mariposas e besourinhos! Em noites de chuva, não sai para caçar não! É também conhecido como tiom-tiom e tem um colar vermelho nas penas da nuca! Fica deitado sobre a barriga no chão, como se estivesse em uma brincadeira de “senta-eespera”. Ou seria “deita-e-espera”? “Curau” em tupi-guarani, uma parte de seu nome, significa “que volta à cabeça”. Os olhos, quando iluminados, têm um brilho muito especial! A meninada que vive em cidades pequenas ou em áreas rurais do interior do Brasil, inventou até uma rima, que mudou um pouquinho o nome do passarinho!
Você já imaginou? Você já adivinhou? Vamos rimar então...?
“Olhem por aí! Prestem atenção!
No cerrado, em noite de lua cheia, quando estiverem andando por uma estrada de chão!
Vocês podem encontrar o bacurau-chintão!”
9
Furão-brasileiro
(Greater grison)
Nomes comuns: furão-grande, aracambé, furão-maior, furdo.
Mamífero da Ordem Carnivora, família Mustelidae.
Distribuição: região Neotropical. No Brasil estão mais distribuídos pela região da bacia Amazônica.
Pelagem em duas camadas escuras com dorso acinzentado. Corpo alongado, patas curtas, cabeça pequena e orelhas arredondadas. Possui uma faixa branca da cabeça até a lateral do pescoço, característica da espécie. São ágeis, com boa capacidade de nadar e escalar. Pesam em média 4 kg e medem entre 40 a 50 centímetros de comprimento. Têm hábitos diurnos, vivem sozinhos, em pares ou grupos familiares. A gestação dura 39 dias, nascem 2 a 4 filhotes que mamam por 25 dias.
Habitat: florestas tropicais, savanas, cerrado e campos abertos.
Dieta: pequenos vertebrados, ovos e frutos.
10
Galictis vittata brasiliensis (Schreber, 1776)
A surpresa do furão-brasileiro
Quando a gente vai escrever uma historinha sobre um bicho, é preciso pesquisar. Coloquei na cabeça que iria escrever sobre o furão-brasileiro. Procurei em livros, revistas, na internet e quando olhei no dicionário, tive a primeira surpresa! Encontrei que o furão-brasileiro é um cachorrinho do mato! Procurando mais, recebi a segunda surpresa! Descobri que em tupi-guarani, é conhecido como aracambé (iauára kambé), que significa “o que tem cabeça achatada”. Mas aracambé também é o nome indígena do cachorro-vinagre. Depois de tanta curiosidade, fiquei a pensar. O que poderia escrever depois de tanto procurar? Em uma tarde de outono, quase na hora do pôr-dosol, fui até a Escola do Meio Ambiente para andar na Trilha do Jequitibá. Enquanto caminhava no meio das árvores e ouvia os pios das aves, tive a terceira surpresa! Encontrei o furãobrasileiro escalando o tronco avermelhado da copaíba! Pronto! Um belo presente da natureza! Por isso, prestem atenção! Pelas matas da Escola do Meio Ambiente passeia o furão! Mas a curiosidade ainda não consegui matar! Por que será que ele é o cachorrinho do mato? Vocês têm alguma ideia? Vamos procurar?
11
Gato-do-mato-pequeno
(Little spotted cat)
Nomes comuns: tigrina, maracajaí, gato-macambira, gato-maracajá, pintadinho, mumuninha, gato-lagartixeiro, chué, gato-maracajá-mirim, gato-atigrado.
Mamífero da Ordem Carnivora, família Felidae.
Distribuição: América Central e América do Sul. Por todo o Brasil, com exceção da bacia Amazônica.
Pesam entre 1,8 a 3,5 kg e medem 49 centímetros. Pelagem de coloração amarela a acinzentada, com ventre mais claro. Possuem pintas escuras, como rosetas incompletas na pelagem e anéis escuros na cauda, com manchas arredondadas e mais claras nas orelhas. Têm garras retráteis. São solitários e apresentam hábitos noturnos. Vivem em média entre 10 a 20 anos. A gestação dura entre 73 a 78 dias e nascem até 4 filhotes que mamam por 7 semanas.
Habitat: florestas úmidas ou secas, montanhas, florestas subtropicais, cerrado, pantanal, caatinga e pampas gaúchos.
Dieta: pequenos mamíferos, pequenas aves, répteis, peixes, insetos e gramíneas.
12
Notícias do cerrado!
A Escola do Meio Ambiente é um paraíso de natureza preservada que serve de casa e abrigo para muitos animais, que andam pelas matas da escola durante o dia ou à noite. Para a gente descobrir os bichos que gostam de passear durante a noite, são usadas armadilhas. São câmeras fotográficas colocadas, à noite, em lugares bem escondidos, no meio das árvores, que tiram fotos quando um animal passa pertinho delas. Assim, um dia desses, ou melhor, uma noite dessas, recebemos uma bela notícia! A armadilha fotográfica estava recheada de fotos do gato-do-mato-pequeno, que é a menor espécie de felino do cerrado e do Brasil! Essas fotos são uma preciosidade! É muito difícil encontrar um gato-do-mato-pequeno na natureza, pois vivem sozinhos e só passeiam durante a noite. Por isso, a Escola do Meio Ambiente é um lugar muito especial! Precisamos cuidar das matas, florestas e de todo verde ao nosso redor! Então, não façam confusão! O gato-do-mato pequeno é uma espécie animal que está ameaçada de extinção, mas não é um gatinho de estimação!
13
Mão-pelada
(Crab-eating raccoon)
Nomes comuns: guaxinim, mapache, osito lavador, cangrejera, jaracambeva, cachorrinho-gaxinim.
Mamífero da Ordem Carnivora, família Procyonidae.
Distribuição: região neotropical. Em todos os biomas do Brasil. Porte médio, com cauda longa, amarelada com ponta negra com anéis escuros, que corresponde à metade do corpo. Pernas curtas, quase peladas e de coloração escura. Focinho pontudo e orelhas curtas. Pelagem do corpo é densa. São plantígrados, com 5 dedos bem desenvolvidos em todas as patas. Têm uma máscara negra ao redor dos olhos arredondados, com a face esbranquiçada. São solitários, de hábitos noturnos e bons nadadores. Reprodução durante o final do inverno. A gestação dura entre 60 a 72 dias e nascem até 3 filhotes.
Habitat: florestas semideciduais, cerrado, caatinga, pantanal, mangue, restingas, pastos, plantações.
Dieta: onívoros. Invertebrados, crustáceos, pequenos vertebrados, sementes e frutas.
14
O mão-pelada
O mão-pelada é um carnívoro de focinho comprido e orelhas curtas tem uma cauda com anéis escuros que é muito longa e amarelada
Os olhos são arredondados a face esbranquiçada as pernas são curtas quase peladas
São bons nadadores vivem sozinhos mas sobem nos galhos das árvores para dormir juntinhos
Um dia descobri andando pelo cerrado que ele também é conhecido como guaxinim um bicho encantado!
Preá
(Brazilian guinea pig)
Nomes comuns: bengo, piriá
Mamífero da Ordem Rodentia, família Caviidae.
Distribuição: América do Sul. Por todo Brasil. A gestação dura em média 65 dias, e nascem em média 4 filhotes, que mamam por 3 a 4 semanas. São terrestres, de hábitos diurnos e crepusculares. Formam grupos familiares. Possuem pernas e orelhas curtas. Pelagem de coloração castanha ao cinza escuro. Vivem em média 7 anos e meio e os adultos pesam entre 520 a 800 gramas.
Habitat: cerrado, caatinga, periferias das cidades, mata atlântica, pastos, matas de galerias, várzeas e campos.
Dieta: brotos de gramíneas, sementes, folhas, raízes.
16
Cavia aperea (Erxleben, 1777)
Brincadeiras de amizade
Os preás são amigos para tudo! Um ajuda o outro a cavar túneis na terra da beiradinha de rios, das matas, das cidades, por todos os lugares. Além da amizade entre os preás, seus primos, os porquinhos-da-índia, também fazem parte do bando. A maior diversão deles é brincar de apostar corridas pelos campos e pelas várzeas, procurando brotinhos de gramas para uma bela refeição. Os preás, como parte da bicharada, são também nossos amigos, do jeitinho deles, brincando de escondeesconde da gente, pois são muito tímidos!
Adoram brincar no sol! Durante a primavera e o verão, a brincadeira predileta é mergulhar! Quando cansam de nadar e chega a hora do lanche, as plantinhas da água são os petiscos favoritos! A natureza é muito inspiradora! A natureza é amiga dos preás e da gente também! Que tal brincar na natureza de esconde-esconde com os preás? Vamos começar a contar...?
17
Raposa-do-campo
(Hoary fox)
Pseudalopex vetulus (Lund, 1842)
Nomes comuns: raposinha, raposinha-do-campo, jaguarapitanga, raposa-brasileira
Mamífero da Ordem Carnivora, família Canidae.
Distribuição: região central do Brasil, leste do estado do Piauí e sul da Bahia.
Pelagem dorsal e da cabeça de coloração acinzentada, ventre de coloração amarelada. Mandíbula e ponta da cauda de coloração escura. Cauda longa e peluda. Orelhas triangulares, largas e grandes. Comprimento do corpo entre 49 a 71 centímetros nos machos e 51 a 66 centímetros nas fêmeas. Os adultos pesam entre 2,5 a 4 kg. Hábitos noturnos e solitários. O tempo de gestação é de 50 dias. Nascem 2 a 5 filhotes, que mamam até 4 meses. Famílias de 3 a 5 indivíduos. São nativos do Brasil.
Habitat: áreas de cerrado, pastos, campos, ambientes secos do pantanal, matas de transição.
Dieta: onívoros. Insetos (cupins, formigas e gafanhotos), pequenos répteis e roedores, aves e frutos.
18
O brilho da natureza
As raposinhas do campo são animais muito sortudos! Na primavera, no cerrado, vivem momentos muito especiais! Saem de suas tocas, emprestadas pelos tatus, para passear pelos pastos durante a noite, procurando alimento, quando encontram mini castelos de barro construídos por cupins. Elas gostam de comer cupins! Nas noites quentes e estreladas da primavera, os cupinzeiros são luminosos! As raposinhas assistem um verdadeiro espetáculo, chamado de bioluminescência, que são luzinhas verdes que se acendem nos castelinhos dos cupins! As dançarinas do espetáculo são as larvas de vaga-lume que constroem túneis pelas paredes do cupinzeiro e, à noite, brilham, brilham, para atrair insetinhos voadores. Uma multidão de insetos, que serve de jantar para as raposinhas e para as dançarinas vaga-lume! As famílias de raposinhas aplaudem e se encantam com o show de brilhos esverdeados da natureza! Maravilhas do cerrado brasileiro!
Tapiti
(Brazilian cotton-tail rabbit)
Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758)
Nomes comuns: coelho-do-mato, candinha, lebre, tipiti, tapeti, candimba, lebre-do-mato, coelho-do-brasil, tapotim.
Mamífero da Ordem Lagomorpha, família Leporidae. Distribuição: por todo o Brasil, com subespécies desde o México até a Argentina.
Coloração cinza claro ao marrom-amarelado. Pescoço com colar de coloração esbranquiçada. Membros pélvicos curtos. Comprimento do corpo entre 21 a 47 centímetros. Os adultos pesam entre 1 a 1,5 kg. Machos maiores do que as fêmeas. A reprodução ocorre o ano todo e nascem 1 a 2 filhotes, que mamam até os 22 dias de vida.
Habitat: áreas de cerrado, floresta tropical, matas decíduas.
Dieta: sementes, raízes, folhas e frutas.
20
Um pouco de imaginação!
O tapiti é um coelhinho que tem pelos brancos na barriga e rabo de algodão!
Quando chega perto da hora de nascerem os filhotes, as mães tapitis fazem ninhos escondidos na vegetação!
As casas ninhos são confortáveis, com um corredor comprido e quatro quartinhos, quentinhos, feitos com os pelos da barriga da mãe tapiti, que servem de cobertorzão!
Gosta de passear no cerrado antes do amanhecer, mas também ao entardecer, antes de ficar de noitão!
O tapiti é conhecido como lebre do Brasil. A lebre também é uma constelação, com mais de dez estrelas pequeninas, que brilham de montão!
Mas isso é outra história, para ser contada no verão!
Veado-catingueiro
(Grey-brocket deer)
Nomes comuns: guazubirá, veado-virá, corzuela parda, guazu
Mamífero da Ordem Artiodactyla, família Cervidae
Distribuição: América do Sul. Bolívia, Argentina, Paraguai, Uruguai, até o norte do estado do Mato Grosso no Brasil.
São cervídeos de porte pequeno, com altura média de 50 centímetros, pesando em média 18 kg. O comprimento do corpo varia entre 91 a 121 centímetros. Corpo de coloração cinza escuro ao marrom avermelhado, com áreas brancas na parte inferior da cauda e na parte interna das orelhas. Possuem uma pinta branca acima dos olhos. Têm hábitos solitários, mas às vezes fazem grupos de até 4 indivíduos. A gestação dura 7 meses.
Nascem 1 a 2 filhotes que mamam por 6 meses.
Habitat: áreas de cerrado fechado, áreas abertas e campos.
Dieta: gramíneas, folhas, frutas, raízes.
22
Todos os bichos do cerrado
Os veados-catingueiros são conhecidos como zotiaré pelos povos indígenas tupi-guaranis e por mahau pelos índios guajajaras. Nós também damos outros nomes para eles! Veadovirá, virote, guaçutinga, guaçubirá e guaçucatinga. Cada um tem uma pinta branca acima dos olhos, uma verdadeira carteira de identidade! Alguns têm chifres pequenos também e andam de uma forma toda especial, apoiando somente as pontas dos dedos, que estão protegidas pelos cascos, por isso são animais ungulados. São bichos muito espertos, pois têm olfato e audição muito desenvolvidos, para fugir de qualquer perigo! Vivem por todo o Brasil e na Escola do Meio Ambiente muitas pegadas foram observadas, contando para a gente que eles andam por lá, dividindo as matas, florestas e áreas abertas do cerrado com o mão-pelada, furão-brasileiro, tapitis, raposinhas-docampo, preás, cuícas, gambás, ouriço-cacheiro, serelepes, capivaras, pacas, tatus e tamanduás, convivendo em paz com toda a bicharada, passarinhada e com todos os seres vivos da natureza! Viva a vida na Terra! Viva a união dos animais, das plantas e da gente neste planeta!
23