“Represa Prof. Jorge Jim”
“Antes que qualquer árvore seja plantada, ou um lago construído, é preciso que eles tenham nascido dentro da alma”. (Rubem Alves)
Escola do Meio Ambiente Botucatu/SP 2012
Escola do Meio Ambiente Paz e Bem!
A Escola do Meio Ambiente (EMA) pertencente à Secretaria Municipal de Educação de Botucatu, SP localiza-se numa área de aproximadamente 12 hectares. Contempla remanescentes de cerrado, floresta estacional semidecidual, mata paludosa, floresta implantada de eucalipto, nascentes e a represa do ribeirão Lavapés, curso d’água que atravessa o referido município. A EMA possui quatorze caminhos ecopedagógicos distribuídos em suas áreas de vegetação, adaptados para cada faixa etária atendida. Esses caminhos são guiados por monitores ambientais concursados. A metodologia utilizada é a da sensibilização, dentro da pedagogia do cuidado, buscando assim, o processo de transformação da postura das pessoas frente à natureza. O principal parceiro da Escola do Meio Ambiente é a Unimed – Botucatu. Em 2011, os referidos caminhos foram percorridos por aproximadamente 15.000 alunos da rede de ensino de Botucatu. A Escola do Meio Ambiente recebeu, também em 2010, a certificação do Programa de Escolas Associadas à UNESCO.
Eliana Gabriel
Fauna A área da Escola do Meio Ambiente (EMA) situa-se próximo ao topo da cuesta de Botucatu e contém um dos remanescentes da mata original da região. Contém uma represa originalmente construída para o abastecimento de água da cidade de Botucatu. A área é composta, portanto, além do remanescente de mata, por uma área aberta e um riacho que corta parte da mata. O riacho nasce em uma área do entorno constituída por um “dale”, ou seja, uma nascente de área aberta. Pelo pequeno tamanho da área, obviamente não comporta a totalidade da fauna regional, contudo, representa uma parte importante da mesma. A riqueza da diversidade local vem se confirmando à medida que os estudos prosseguem sobre o inventário da fauna da área. A alteração de habitat pela atividade humana é, sem dúvida, a maior ameaça à riqueza de vida sobre o planeta. Em muitas regiões do mundo tem sido registrada extinção local, mudança na composição de espécies e padrões de abundância em decorrência de fragmentações. A perda de habitat se dá pela fragmentação com diminuição de área e o isolamento dessas áreas remanescentes. O inventário e o monitoramento de todos os componentes da fauna de uma região são necessários para a implementação
de ações mais sensatas e adequadas quando do manejo dos múltiplos recursos ambientais. A manutenção da diversidade biológica é reconhecida como sendo a mais ampla prioridade na conservação do nosso tempo. A diversidade biológica é a base do nosso recurso natural. Dentro desse panorama, a EMA vem realizando, a par de uma intensa atividade de educação ambiental em todos os níveis, um trabalho continuado, não só do inventário da fauna da área, mas também do conhecimento biológico e ecológico da fauna local. Em estudo realizado com anfíbios da região de Botucatu, demonstrou-se que há uma forte tendência para uma identidade própria, funcionando também como uma zona de transição e/ou de colonização por espécies das regiões vizinhas como a do cerrado, chaco e pampa. Contudo, verificou-se que a maioria das espécies de anfíbios registradas na região de Botucatu ocorre na região da mata atlântica e planaltos de araucária e na região do cerrado, demonstrando que a fauna de nossa região sofre influência dessas regiões. De um modo geral, a cobertura vegetal da região de Botucatu encontrase bastante descaracterizada. Muitos dos fragmentos de mata remanescentes da região desapareceram ou foram drasticamente reduzidos. Os remanescentes das condições naturais resumem-se às matas nas encostas e algumas manchas de mata e de cerrado e matas estreitas margeando os rios e vegetação de banhado. A possibilidade de preservação de qualquer resquício deve ser aproveitada ao máximo. A região de Botucatu, apesar da forte ação antrópica que sofreu e vem sofrendo, apresenta, ainda, uma boa diversidade ambiental, o que reflete também numa boa diversidade de fauna. Devido aos trabalhos realizados por diversos zoólogos, principalmente da UNESP de Botucatu, já foram descobertas diversas novas espécies de animais na região de Botucatu. Foram descritas de Botucatu, pelo menos, sete espécies de aranhas (Sassacus glyphochelis, Chirotecia botucatuensis, Chirotecia soaresi, Pensacolops rubrovittata, Coryphasia nupsialis, Coryphasia artemioi e Apopylus isabelae), três espécies de cigarrinha (Graminella jimi, Haldorus (Haldorus) appendiculatus e Haldorus (Haldorus) williamsi), uma espécie de grilo (Vanzoliniella sambophila) e três espécies de anfíbios (Bokermannohyla izecksohni, Odontophrynus moratoi e Dendropsophus jimi). As duas primeiras espécies de anfíbios constam da lista do IBAMA como criticamente em perigo.
Texto do Prof. Dr. Jorge Jim, extraído do “Guia da Fauna e Flora da Escola do Meio Ambiente. Dez/2008”
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Coordenação: Profª Drª Eliana Maria Nicolini Gabriel - Diretora da Escola do Meio Ambiente Arte e Ilustrações em Aquarela: Sibele Gimenez Martins - Bióloga e ilustradora da Escola do Meio Ambiente Revisão: Prof. Dr. José Luis Chiaradia Gabriel - Biólogo, professor e pesquisador da Fira/Avaré, docente dos colégios La Salle e Santa Marcelina, Botucatu/SP.