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ONDE ESTÁ O SEU FOCO?
by Emagazine
Ocasionalmentedeparamo-noscomamensagemquenosdizparanão alimentarmosexpectativas.Refiro-meaoconceitodedesprendimento oudeixarir,eminglês“Letitgo”ou“Letitbe”daconhecidamúsicados Beatles.
Durantemuitotempo,talvezporconsiderarqueasuaaplicaçãoexigiria umacertaapatiaperanteavida,nãomepareceuserumconselhomuito apelativo.Masgradualmente,econformeamesmaideiafoisurgindo noutrasvestes,aminhaatençãofoiaumentando.
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Margarida Dias
Primeiro cruzei-me com o conto chinês do camponês e do cavalo Se nunca ouviu falar, o tio Google ajuda Nesta história, percebemos como um evento negativo actual pode criar uma situação futura positiva e vice-versa Ou seja, ninguém sabe as verdadeiras consequências daquilo que está a acontecer num certo momento, deixando de fazer sentido classificarmos os eventos como positivos ou negativos Mais tarde deparei-me com a ideia de que todo o stress, ansiedade ou depressão que sentimos, nada mais é do que a comparação que fazemos entre o que observamos na nossa realidade, com as expectativas que já tínhamos criado para aquele momento ou fase da vida.
Comecei a interessar-me pela ideia Mas mesmo assim as dúvidas despontavam:
Se não vamos criar expectativas, quer isso dizer que não vamos definir objetivos? Agiremos sem propósito? Então, para quê agir ou planear? Onde fica a tão badalada saída da zona de conforto?
Conforme fui pesquisando, as minhas perguntas foram sendo respondidas. Os objetivos continuam a ser importantes, deixam é de ser o foco e o motivo principal das nossas ações A sua única função passa a ser dar direção Quanto ao propósito, este também continua a existir, e o que pode ser mais inspirador do que o propósito de explorar o potencial individual e buscar expansão contínua? Assim, o foco sai do objetivo e muda para o desafio em mãos neste momento É aqui que entra a saída da zona de conforto, que continua a ser necessária (e diria até mais fácil de implementar), quando agimos com o propósito de evoluir numa certa capacidade e nos preocupamos mais com quem nos estamos a tornar do que em atingir um certo objetivo no futuro. Esta forma de estar permite reduzir uma grande dose de stress, pressão e medo, precisamente por retirar o foco daquilo que não controlamos (os resultados) para aquilo que podemos controlar (as nossas ações e comportamentos)
Agora faz sentido ouvirmos alguém, que consideramos bem-sucedido, dizer que os resultados são apenas uma consequência daquilo a que se propuseram Parece falsa modéstia, mas podemos estar a falar de alguém que se focou no caminho, a quem os resultados foram aparecendo como consequência da sua dedicação a alguma coisa.
É importante salientar que conforme os resultados vão emergindo, pode ser mais difícil manter o desprendimento dos mesmos Imaginemos um atleta de qualquer modalidade desportiva Pode começar por investir tempo e concentração pelo prazer de aprender e sentir que tem mestria na sua modalidade, mas conforme evolui e entra em competições, facilmente pode passar a focar-se nos resultados dessas competições em vez de se focar em tornar-se um melhor atleta E mesmo quando o mesmo atleta consegue focar-se no seu treino, há quem diga que se estiver demasiado apegado aos resultados do treino em si, vai aplicar um tipo de esforço, considerado demasiado, que prejudica a sua performance O autor Timothy Gallwey aborda o conceito de concentração relaxada, que é a prática com esforço e concentração, mas livre de julgamento se está certo ou errado, bem ou mal
Em conclusão, sugiro que quando empreender (seja num negócio, numa família, desporto, etc ) escolha objetivos cujas possibilidades de caminho lhe parecerem aliciantes e prazerosas Depois celebre a sua evolução, independentemente de os objetivos terem sido atingidos no prazo estipulado ou não. Pode ser até que se surpreenda e que ultrapasse os objetivos traçados inicialmente, precisamente e paradoxalmente por já não sentir a pressão de ter de os cumprir #