Os 100 Melhores Álbuns da Música Brasileira em 2012

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EMBRULHADOR.com apresenta

100 MELHORES OS

ÁLBUNS DA

MÚSICA BRASILEIRA

2012

EM




EDITORIAL Muita gente me pergunta como eu consigo ouvir tantos discos no ano. Realmente, quando falamos de mais de 550, essa tarefa não é lá das mais fáceis. Mas é das mais prazerosas. Eu não ouço um número tão grande de lançamentos nacionais apenas para fazer essa edição especial do Embrulhador. Eu ouço porque gosto de música, com lista ou sem lista. Me desculpem pelo clichê, mas o que eu faço nada mais é do que unir o útil ao agradável. E qual a utilidade disso? Com um balanço abrangente e criterioso do que acontece no nosso país, a lista dos melhores discos do ano do Embrulhador faz muita gente descobrir novos artistas e trabalhos interessantes que muitas vezes passam despercebidos pela mídia. O ranking gera dezenas, centenas, milhares de comentários - em sua grade maioria, positivos - sobre a música brasileira atual. Eu seria um péssimo sujeito se ouvisse tanta coisa boa e não compartilhasse. Se compartilhar é o útil, o agradável é aproveitar tudo o que de bom que a música brasileira pode proporcionar, numa mistura que só existe aqui. Samba, jazz, pop, rock, blues, hip-hop, forró, bossa... Do som mais simples, minimalista, ao mais incrementado com elementos eletrônicos, experimentei grandes criações musicais em 2012. Conheci cantoras apaixonantes, compositores inspirados, instrumentistas virtuosos, bandas promissoras. Também vibrei com novos trabalhos de nomes já consagrados. Agora, compartilho o agradável com você. Uma novidade na edição deste ano: na lista dos 100 melhores, cada disco é apresentado com um link. Com um clique você pode baixar os que foram disponibilizados gratuitamente na internet, ouvir os que estão em streaming ou conhecer o trabalho do artista. Bom apetite!

Ed Félix EDITOR


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EMBRULHADOR .com REVISÃO BIJOU MONTEIRO MURILO FRANCO C O M U N I C AÇ Ã O

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO ED FÉLIX


A REGRA DAS MAÇÃS

AMOSTRA

Hora de rever aquela regrinha que ajuda a justificar essa edição especial do Embrulhador. Se você tem cinco maçãs e precisa escolher as três melhores, isso não quer dizer que as ‘finalistas’ sejam de boa qualidade. Uma pode ser ótima e duas menos ruins que as outras duas. Quanto mais opções, melhor será a seleção final. No sentido da “regra das maçãs”, selecionamos o maior número possível de álbuns lançados por artistas brasileiros em 2012 para compor a amostra. Exatamente 566 discos foram analisados durante o ano (149 a mais que na edição de 2011). Pode até parecer muito, mas é o número adequado para uma seleção final tão grande. Isso garante um nível ainda mais alto para os 100 apontados como os melhores do ano.

Álbuns de todos os gêneros musicais e de todas as regiões do país foram aceitos na amostra. Quanto aos formatos, tanto discos físicos como álbuns distribuídos pela internet foram considerados. É importante ressaltar também que apenas os trabalhos lançados entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2012 foram incluídos. Os álbuns disponibilizados na internet antes desse período não foram aceitos, mesmo nos casos em que o lançamento do disco físico tenha ocorrido em 2012. Não entraram na amostra: álbuns curtos (os EPs), singles, mixtapes, coletâneas e gravações ao vivo. Há exceções, como, por exemplo, um EP que contenha um número de faixas que o torne equivalente a um disco comum, mas nenhum trabalho que se enquadre nesse caso foi selecionado entre os melhores do ano. E no caso de “quem é brasileiro e quem não é”, também aceitamos na amostra trabalhos assinados por artistas estrangeiros radicados no Brasil. O que importa é a música ser brasileira.


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ANÁLISE OS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Cada um dos 566 discos da amostra foi analisado pelo jornalista Ed Félix (editor do Embrulhador), que, de acordo com seu gosto pessoal, lhe atribuiu uma cotação de 0 a 100 com base nos seguintes critérios:

A

CONCEITO ORIGINALIDADE REFERÊNCIAS UNIFORMIDADE

LETRAS INSTRUMENTOS ARTE VISUAL

C

B

PRODUÇÃO REPERCUSSÃO AO VIVO

E O DESEMPATE? Quando álbuns aparecem empatados na classificação, vários seguintes pontos são considerados para o desempate: participações especiais, formato de lançamento (vantagem para discos lançados em vinil e também para os que foram disponibilizados gratuitamente na internet), qualidade vocal (discos apenas instrumentais saem em desvantagem), etc.

O intuito dessa avaliação foi abranger, com prudência e discernimento, fatores relevantes no lançamento de um produto musical. O período de análise foi encerrado apenas no dia 13 de janeiro de 2013, o que possibilitou que os discos lançados no final de dezembro também fossem considerados. A escala de 0 a 100 foi adotada com a finalidade de classificar os 417 álbuns com base nesses critérios. Vale ressaltar que o número atribuído a cada disco não equivale às escalas frequentemente utilizadas pela crítica musical nos veículos de comunicação. Isso quer dizer que um disco aqui apontado com cotação 80 não necessariamente mereceria nota 8 (escala de 0 a 10) ou 4 estrelas num resenha crítica em outra publicação jornalística. Com todos os álbuns da amostra avaliados, os 100 que obtiveram as cotações mais altas aparecem na lista de melhores do ano. Os 466 restantes serão citados nas próximas páginas.


O Embrulhador não teria como alcançar uma amostra tão grande e tão rica da produção musical brasileira sem a ajuda de muita gente... Cabe aqui um agradecimento especial aos artistas, produtores e gravadoras que enviaram material para análise. Muitíssimo obrigado a todos pela atenção em 2012. E que os próximos anos também sejam de muito trabalho!



RANKING As cotações dos 100 melhores álbuns do ano variam entre 81 e 100 (apenas um disco atingiu a nota máxima). Exatamente 132 álbuns ganharam cotação entre 70 e 80, o que nos permite considerá-los de boa qualidade. Abaixo da cotação 70, temos 255 cotados entre 50 e 69 (regulares) e os demais 79 discos com cotação igual ou inferior a 49 (ruins). Confira o infográfico a seguir com alguns exemplos de álbuns que ficaram fora da lista principal.

100 álbuns com cotação acima de 80

132 álbuns com cotação entre 70 e 80

80

RODRIGO PANASSOLO Versos Dobrados

78

77

MADRID Madrid

KATIA B Pra Mim Você É Lindo

77

75

FRESNO Infinito

DUDU TSUDA Le Son Par Lui Même

72

BANDA UÓ Motel

72

MAURO SENISE Afetivo

70

GUIDO Triste Cru


255 álbuns com cotação entre 50 e 69

68

66

65

JAIR NAVES E Você Se Sente Numa Cela Escura

BONDE DO ROLÊ Tropical Bacanal

63

ANA CANÃS Volta

60

RITA LEE Reza

57

ISABELLA TAVIANI Eu Raio X

57

PAULA FERNANDES Meus Encantos

53

NASI Perigoso

79 álbuns com cotação abaixo de 50

48

42

IVETE SANGALO Real Fantasia

CAPITAL INICIAL Saturno

40

PRETA GIL Sou Como Sou

38

LIAH Quatro Cantos

23

MR CATRA Com Todo Respeito ao Samba

VIOLINS Violins


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3 PILARES - Reis Da Praça Vol.2 A TRIP TO FORGET SOMEONE - idem A.B.R.A. - Pré-Ca ABAYOMY AFROBEAT ORQUESTRA - idem ÀBRASA - Osso! ABRASKADABRA - Grandma Nancy’s Old School... ABSTRACT NOSTALGIC FRACTALS SYSTEMS The Inner Peace ADRIANA CAPPARELLI E LETÍCIA COURA - Ao Contrário ADRIANA CAPPARELLI E LETÍCIA COURA - Aos Contrários AFRONORDESTINAS - AfroNordestinas AFRORAGGA - Estilo Livre Musical AÍLA - Trelelê ALAIN PIERRE - Sementes ALANA MORAES E GABRIEL SELVAGE - Amor e Som ALBERT LEVY - Um Pouco de Tudo Nunca é Demais ALDAN - Uma Nova Humilhação ALESSANDRA MAESTRINI - Drama’n Jazz ALEX ALANO - Redondas ALEXANDRA NICOLAS - Festejos ALEXANDRE ANDRÉS - Macaxeira Fields ALEXANDRE GUERRA - Estações Brasileiras ALIEN MAN - Sobrenaturalz ALISSA SANDERS - Beginning ALMIR GUINETO - Cartão de Visita ALVINHO LANCELLOTTI - O Tempo Faz a Gente Ter Esses Encantos AMPLEXOS - A Música da Alma ANA CANÃS - Volta ANA COSTA - Hoje é o Melhor Lugar ANA GILLI - Sabe Qual? ANA RITA - Coisa de Mulher ANAÍ ROSA - Samba Comigo ANDEOR - Contravento ANDRÉ MENDES - Enfim Terra Firme ANDRÉ RAMIRO - Crônicas De Um Rimador ANDRÉ RESSEL & CARLOS CARIOCA - Amigo Houston ANDRÉ THITCHO - Músicas ANNA BELLO - Lágrimas e Rimas


ANNA RATTO - Anna Ratto ANTIDEMON - Apocalypsenow ANTONIA ADNET - Pra Dizer Sim ARISMAR DO ESPÍRITO SANTO - Alegria nos Dedos ARTHUR MATOS - Seu Lugar ARTHUR R - k7 ARTUR MENEZES - #2 ASPEN - Horizonte dos Eventos AUGUSTO MARTINS - Felizes Trópicos BAD SALAD - Uncivilized BAD TRIP - Bad Trip BADI ASSAD - Amor e Outras Manias Crônicas BANDA EVA - Conexão Nagô Rede Tambor BANDA UÓ - Motel BARBATUQUES - Tum Pá BATONE - Disquinho de Bolso BEMÔNIO - Serenata BEMÔNIO - Vulgatam Clementinam BENA LOBO - Valentia BENJAMINS - Ando Bem Alto BIDÊ OU BALDE - Eles São Assim. E Assim Por Diante. BILORA - Balanciô BLACK VULTURE - Way BLOOMY - Pentarradial BLUE SUNSET - Rises BONDE DO ROLÊ - Tropical/Bacanal BRATISLAVA - Carne BROTHERS OF BRAZIL - On My Way BRUNA CARAM - Será Bem-Vindo Qualquer Sorriso BRUNNO MONTEIRO - Ecos da Rua BÚFALO - Cansei De Cantar Pra Você CABRUÊRA - Nordeste Oculto CACALA CARVALHO & JOÃO BRAGA - Cada Tempo... CAFÉ PRETO - Café Preto CAIO BOSCO - Caio Bosco CAMA DE VOZ - Cama de Voz Convida CAMARÁ - Camará CAMILA DE ÁVILA - B CAPITAL INICIAL - Saturno CARLINHOS BROWN - Mixturada Brasileira CARLINHOS VERGUEIRO - Vida Sonhada CAROL SABOYA - Belezas CELY CURADO, MÁRCIA TAUIL, NATHÁLIA LIMA E SANDRA DUAILIBE - Elas Cantam Menescal CHELPA FERRO - 3 CHICO AMARAL - Província CHICO CHAGAS - Um Chopin No Bach Ouvindo Forró CHIMPANZÉ CLUBE TRIO - Coisas Passageiras Que Nunca Se Esquece CHINESE COOKIE POETS - Worm Love CHORO DAS 3 - Escorregando


CIDADE CEMITÉRIO - Asa Morte CIDADE NEGRA - Hei, Afro! CIRCO VIVANT - Afroamericalatinidade CLARISSE GROVA E AFONSO MACHADO - Que Tal? CLAUDIA AMORIM - Sede CLAUDIO N - Claudio N CLUBE LEONOR - Clube Leonor COLUMBRA - Columbra CONSUELO DE PAULA - Casa COPA DO AR - Orbs CRIS BRAUN - Fábula CRIS CABIANCA - Cris Cabianca D MINGUS - Canções do Quarto de Trás DAANIEL ARAÚJO - De Dentro do Ser DABLIU JUNIOR - Sobre os Ombros de Gigantes DADO VILLA-LOBOS - O Passo do Colapso DANI LUPPI - Tudo o Que Falta DANIEL CHAUDON - Me Conta Uma Música DANIEL FINIZOLA - Pincel de Som DANIEL LOPES - Bonito DANIEL MARQUES - Carnaval de Perneta DANILO SINNA - De Lá Pra Cá DANTE FENDERRELLI - Flor Afegã DÉA TRANCOSO E PAULO BELLINATI - Flor do Jequi DEUS NUVEM - Waving at us, We’ve Provoked DIAFANES - Ave DIEGO LUZ - Tempo DINHO OURO PRETO - Black Heart DJAVAN - Rua Dos Amores DOM OLIVEIRA - Respiro DONA ONETE - Feitiço Caboclo DONA ZAÍRA - Tome Forró DOO DOO DOO - Casa das Macacas DOSE CERTA - Para Sempre Samba DRYCA RYZZO - Dryca Ryzzo DUDÉ CASADO - Antes Que Escureça DUDU NICÁCIO - Pra Cidade Cantar DUDU TSUDA - Le Son Par Lui Même DUDU VIANA & WALMER CARVALHO - Nublado DUPLEXX - Duplexx DUSOUTO - Cretino! EDU LEAL - Vida Nova EDUARDO LAGES - Romances EL EFECTO - Pedras e Sonhos ELOY FRITSCH - Exogenesis ELTON PINHEIRO - Lavrador EMERSON LEAL - Emerson Leal ENDRAH - The Culling ESPÍRITO DO TEMPO - Espírito do Tempo


ESTEBAN - ¡Adiós, Esteban! EU O DECLARO MEU INIMIGO - Música pode ser... EZDP - A Normalidade FÁBIO BRINHOLLI - Meu Jardim FABIO CADORE - Instante FÁBIO CARVALHO & PEDRO NATHAN - No Batuque das Ideias FÁBIO COSTA - Refúgio FABIO RIZENTAL - At Nightfall FÁBRICA - Fábrica FALAMANSA - As Sanfonas Do Rei FALUJA - Bem Além da Esquina FARIA & MORI - Outro Lugar FARMACOPÉIA - Batom Preto FELIX CANIDAE - Futuro Proibido FERNANDA CUNHA - Coração do Brasil FERNANDA TAKAI & ANDY SUMMERS - Fundamental FERNANDO E TIAGO LIMA - Onde Está o Amor FERNANDO PETRY - Infinite Relief FHERNANDA FERNANDES - Passional FILARMÔNICA DE PASÁRGADA - Hábito da Força FILLEN - Trade-Off FIM DE FEIRA - De Todo Jeito A Gente Apanha FLÁVIA BITTENCOURT - No Movimento FLÁVIA DANTAS - Dois Faróis FLÁVIA SANTANA - Se Liga Em Mim FLÁVIO HENRIQUE - Zelig FLOWERS ON THE MOON - These Are Not My People FOGO AMIGO - Casa, Cordas E Alguns Geradores FÓSSIL - Mocumentário FOXY TRIO - She’s Deaf, But She Loves Dancing FRANK HERZBERG TRIO - Handmade FRED CAMACHO - Fred Camacho FREDERICO HELIODORO - Dois Mundos FRESNO - Infinito FUNKERO - Em Carne Viva GABRIEL GUEDES - Gabriel Guedes GABRIEL GUIMARÃES - O Maravilhoso Mundo... GABRIEL O PENSADOR - Sem Crise GAMETAS - Supersônico GIANCARLO RUFATTO - A Vida Secreta das Referências GIMU - All The Intricacies Of An Imaginary Disease GIMU - Heights And Abysses GLORIA - (Re)Nascido GOD PUSSY - Filosofia dos Deuses GUIDO - Triste Cru GUILHERME EDDINO - Pulsar GUILHERME KNEIPP - A Insustentável Leveza...

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OS 466 ÁLBUNS QUE NÃO ENTRARAM NA LISTA PRINCIPAL

GUILHERME RIBEIRO E MATEUS SARTORI - Que Se Deseja Rever GUINGA & QUINTETO VILLA-LOBOS - Rasgando Seda GUSTAVO TAVARES & NELSON FARIA - Na Esquina De Mestre Mignone GUTO GOFFI - Alimentar HALÉ - Mestre-Sala e Porta-Black Flag HANAGORIK - Alceu Ao Nosso Jeito HERBERT VIANNA - Victoria HUMBERTO JUNQUEIRA - Latina Levada HURTMOLD - Mils Crianças IMPURO - Volume 1 INFRA BLUE - Decision of Courage INVENTARIO - Incontra Ivan Lins INVERNESS - Ivana ISABELLA TAVIANI - Eu Raio X ITHAMARA KOORAX - Got To Be Real IVAN BARASNEVICIUS TRIO - Síntese IVAN LINS - Amorágio IVE - Sem Moldura IVETE SANGALO - Real Fantasia JAIR MARCONE - Groovy Soul JAIR NAVES - E Você Se Sente Numa Cela Escura, Planejando A Sua Fuga, Cavando O Chão Com... JANAINA FELLINI - Janaina Fellini JEANNE MASCARENHAS - Santo Deus JENIPAPO - Jenipapo JET SET - Canções de Guerra JOANA FLOR - Viva JOÃO CASSIANO - Nomade Riddim vol. 05 JOEY SUMMER - One Bite from Paradise JOHNY ROCKSTAR - Super Valvula High Gain JORGE DIKAMBA - Dono do Tempo JOTA ERRE - Por Extenso JOTA P. - Jota P. JOYCE MORENO - Tudo JUCILENE BUOSI - Um Retrato JULIA BOSCO - Tempo JULIANA RIBEIRO - Amarelo JÚNIOR ALMEIDA - Memória da Flor KABALIONS - Kabalions KAMAU - ...Entre... KAMY - Kamy KARINA ZEVIANI - Amor Inventado KARLA SABAH - Amor Canalha KATIA B - Pra Mim Você É Lindo KÁTYA TEIXEIRA - Feito de Corda e Cantiga


KEILA ABEID - Muito Prazer KIKO LOUREIRO - Sounds of Innocence KRIAS DE KAFKA - O Mundo Não Acaba Nunca KUNG FU JOHNNY - Little Beers Gas Station LA CAMBADA - Desarmônico LAPSO DE INSANIDADE - Nem Pão, Nem Circo LAURA WRONA - R.H. Volcano LEELA - Música Todo Dia LEILA PINHEIRO & NELSON FARIA - Céu e Mar LENINE GUARANI - Menino da Silva LEO BRASIL & A MÁQUINA - Quanto Mais Livre Melhor LEONARDO MARQUES - Dia e noite no mesmo céu LESTICS - História Universal do Esquecimento LIAH - Quatro Cantos LILI ARAÚJO - Casa Aberta LIQUIDUS AMBIENTO - Mini Mondo LOMBA RAIVOSA - Trinda LOS BIFE - Super Supérfluo LOS SEBOSOS POSTIZOS - Interpretam Jorge Ben Jor LUCIA MENEZES - Lucinha LUCIANA SOUZA - The Book of Chet LUISA MANDOU UM BEIJO - Luisa Mandou Um Beijo LUIZ GADELHA - Suculento LUIZ SALGADO - Navegantes LUIZA BORGES - Romanceiro LUIZA BRINA E O LIQUIDIFICADOR - A Toada Vem É Pelo Vento LUIZA SALES - Breve Leveza LUNETA MÁGICA - Amanhã Vai Ser o Melhor Dia... LUPE DE LUPE - Sal Grosso MACACO BONG - This is Rolê MADAME RROSE SÉLAVY - Jass Vol 1 MADAME RROSE SÉLAVY - Jass Vol 2 MADAME RROSE SÉLAVY - Jass Vol 3 MADIAN - Sinfonia de Baticum MADRID - Madrid MAIRENA - Sombra e Concreto MALDITA MINORIA - E Quem Disse Que Eu Morri??? MALIKA - One MÁQUINA - Máquina MARCELO MANZANO - Falo Por Meu Coração MARCELO TIMBÓ - Seja Bem-Vindo MARCO NALESSO E A FUNDAÇÃO - Três Vezes Grande MAREIKE VALENTIN - Mareike Valentin MARGINALS - (2) MARIA ELIZA - Marcas MARIANO TAVARES - Sem Parar MARILDA SANTANA - Qual é, baiana? MARINA WISNIK - Na Rua Agora MARIO ADNET - Amazônia


MARISA SERRANO - Paranoia Urbana MARQUINHOS DINIZ - Meu Samba MARTINHO DA VILA - 4.5 Atual MART’NÁLIA - Não Tente Compreender MATANZA - Thunder Dope MATHEUS BRANT - A Semana MATHEUS MOTA - Desenho MATUTO MODERNO - 5 MAURÍCIO PESSOA - Habitat MAURO SENISE - Afetivo MEDIALUNAS - Intropologia MELK VILLAR - O Amor Venceu MEMORIES OF THE SURFACE - Nostalgic Soundscapes About Growing Up and Dying MERIJE - Suprasensorial MICHAEL DE BARROS - Coisas Que Se Guardam... MILTON DORNELLAS - Bom Mesmo é a Gargalhada no Final MIRANDA KASSIN - Aurora MNEMOSINE 5 - Mnemosine 5 MOHANDAS - Etnopop MOLHO NEGRO - Molho Negro MONSTER COYOTE - The Howling MONSTRO ATAQUE - Hmmm MORAES MOREIRA - A Revolta dos Ritmos MORTUÁRIO - Necrofilia-Propaganda MOYSEIS MARQUES - Pra Desengomar MPB4 - Contigo Aprendi MR CATRA - Com Todo Respeito ao Samba MUGO - The Overwhelming End MUMUZINHO - Dom de Sonhar MUSA HÍBRIDA - Musa Híbrida NANDER NOVAES - Allegro NANDO REIS - Sei NASI - Perigoso NATHY FARIA - Saindo do Lugar NAUÍ - A Rua Que Legalizou: Capítulo 1 Estilo Freak NECRONOMICON - The Queen of Death NEGRA LI - Tudo de Novo NICO - Latinidade NILA BRANCO - Sete Mil Vezes NIVALDO ORNELAS - Jazz Mineiro Orquestra NOBAT - Disco Arranhado NOVANGUARDA - A Máquina de Retratos NUNO NETO - Na Hora Certa NX ZERO - Em Comum ODAIR JOSÉ - Praça Tiradentes ORQUESTRA BOCA SECA - Nega Balance OS DENTES - Desvenda OS SERTÕES - A Idade dos Metais PABLO DOMINGUEZ - Som do Mar


PAGODE DA 27 - Filhos da Favela PALAVRA CANTADA - Um Minutiiiinho PARAPHERNALIA - Ritmo Explosivo PATRICIA TALEM - Sorte PAU BRASIL - Villa-Lobos Superstar PAULA FERNANDES - Meus Encantos PAULA SANTORO - Mar do Meu Mundo PAULINHO BOCA DE CANTOR - Forró do Boca PAULO CARVALHO - O Amor é Uma Religião PAULO NETO - Dois Animais na Selva Suja da Rua PAULO PADILHA - Na Lojinha de um Real Eu Me Sinto Milionário PEACEFUL PANTS - Lazy People Only PEDRÃO - Samba de Botequim Vol.2 PEDRO LOBO - Silêncio PEU MEURRAY - Pneumaticamente Falando PHILLIP LONG - Caiçara PHILLIP LONG - Dancing With Fire (A Folk Opera) PHILLIP LONG - Sobre Estar Vivo PIERO COZZI, CRISTIANO VIANNA & RODRIGO BALDUÍNO - Alma Brasileira PRETA GIL - Sou Como Sou QUARTETO COBRA CORAL - Cobra Coral QUARTO ASTRAL - Árvore QUASE COADJUVANTE - Cartas Para a Próxima... QUEBRA-CABEÇA - Tudo Pode QUINTETO EM BRANCO E PRETO - Quinteto QUINTETO SÃO DO MATO - Leste Para Oeste RADIO SANGRE - The Blood Album RAFAEL ALTRO - Conquistas RAFAEL DAMASCENO - Rafael Damasceno RAFAEL MARTINI - Motivo RASHID - Que Assim Seja REAH VALENTE - Cenários REGRA 4 - Filhos do Rio Belém RENATA JAMBEIRO - Sambaluayê RENATO BRAZ - Casa de Morar RENATO LELLIS - Vida Longa RICARDO ULPIANO - QuinTao RICTO - Máfia RITA LEE - Reza RITCHIE - 60 ROBERTA CAMPOS - Diário de Um Dia ROBERTA LIMA - Meu Canto ROBERTO TAUFIC & EDUARDO TAUFIC DUO BateRebate ROCHA - É RODOLFO ABRANTES - R.A.B.T. Rompendo a Barreira do Templo RODRIGO BITTENCOURT - Casa Vazia RODRIGO PANASSOLO - Versos Dobrados

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OS 466 ÁLBUNS QUE NÃO ENTRARAM NA LISTA PRINCIPAL

ROGÊ - Brenguelé ROGER MAN - O Caminho do Lobo ROGÉRIO BOTTER MAIO TRIO - Sobre o Silêncio ROGÉRIO SKYLAB - Abismo e Carnaval RONY BARBA E MARI LU - Tudo Pode Melhorar... ROSIE AND ME - Arrow of My Ways RÚBIA - É Brincadeira RUIVÃO - Musicada de Samba SAMUEL BARBOSA - Usa Minha Vida SANDRA DUAILIBE - Receita SANDRA NUNES - Fulanos Beltranos Sicranos SANDRA SIMÕES - Sou Bamba e Rock’n’Roll SASQUAT - Alfazema SEDNA - Sublime End SEIS COM CASCA - Num Dia, No Outro SELETA GRAMOFONE - Tapa na Orelha SELVAGENS À PROCURA DE LEI - Aprendendo a Mentir SÉRGIO CASTANHEIRA - Samba Misturado SEU PEREIRA E COLETIVO 401 - idem SHADOWINTER - Happiness in Picture SHAW - Orquestra Simbólica SIMONE GUIMARÃES E CRISTINA SARAIVA Chão de Aquarela SIMONE LIAL - O Amor Daqui de Casa SINGLE PARENTS - Unrest SÍNTESE - Sem Cortesia SKA MARIA PASTORA - As Margens do Rio Doce SKROTES - Skrotes SLIPPERY - First Blow SLOW BRICKER - My Answer to Everything STELLABELLA - Invencível STRIKE - Nova Aurora TABAJARA ASSUMPÇÃO - Sampa Samba TANIA LEVY - Estações TANIA MARIA - Canto TEQUILA BABY - Por Onde Você Andava TERESA MARIA - Xote Pra Lad Chiq TEREZA - Vem Ser Artista Aqui Fora TERRA PRETA - Homem Figa Vol. 1 TEST - Árabe Macabre THAIS BONIZZI - Thais Bonizzi THATHI - Habithathi THE CIGARETTES - The Cigarettes THE FIRST CORINTHIANS - Dislocation THE FIRST CORINTHIANS - We Will Live In Truth THE FIRST SNOWFLAKE OF THE SEASON - The First Snowflake Of the Season THE GRAMOPHONES - Down By The Countryside


THE HELL’S KITCHEN PROJECT - A Hell of a Day THE JOHN CANDY - Dreamscape THE PORTINARIS - De Que Lado Você Vai Estar? THE RED BOOTS - Aracnophilia THE SORRY SHOP - Bloody, Fuzzy, Cozy THIAGO CORREA - Mashup THIAGU GENTIL - Thiagu Gentil THIAKOV - Radar THIS LONELY CROWD - Doppeldanger And Other... THIS LONELY CROWD - Pervade TIAGO ROCHA - Humanufaturas TIAGO SÁ - Reação da Alquimia TILT INVISÍVEL - Tilt Invisível TITO MARCELO - Frágil Verde, Força de Quebrar TÖTY - Töty TRILEMA! - O Veneno da Valsa TRINCADO - Todos os Santos TROMPA - Trompa Apresenta: André Zinelli TÚLIO ARAÚJO E O PROJETO DOBRADURA - Manguêra UBELLA PRETA - Evento Horizonte UM CAMENZIND - Frequencies UMBILICHAOS - Entrails II UMBILICHAOS - Entrails III VALENTIN - Em Frente... VANDER LEE - Sambarroco VANESSA OLIVEIRA - O Outro Lado da História VENUS VOLTS - Mini Cult Super Underground VICTIM! - Sexually Reactive Child VICTIM! - This Is What You Love, Young Man... VIDEOTROMA - Stella VINÍCIUS BRUM - Assim Na Terra: Canções VINICIUS CANTUÁRIA - Índio de Apartamento VIOLETA DE OUTONO - Espectro VIOLINS - Violins VITOR COLARES - Saboteur VIVENDO DO ÓCIO - O Pensamento é um Imã VOLVER - Próxima Estação VOODOO SHYNE - Satan’s Gonna Like It WALLACE COSTA - Brighter Than Pills WALLACE COSTA - They Should be Soft WERDVENUS - Memories From Southern Forests... WHITE LIGHT LAMETTA - Take It Off or Put It On ZAZU - O Que Está No Ar ZE MANOEL - Ze Manoel ZÉ PAULO BECKER & MARCOS SACRAMENTO Todo Mundo Quer Amar ZÉ RAMALHO - Sinais Dos Tempos ZECA BALEIRO - O Disco do Ano ZEOLITES - Almost August ZUMBIS DO ESPAÇO - Nós Viemos Em Paz



100 MELHORES OS

ÁLBUNS DA

MÚSICA BRASILEIRA

2012

EM

por

ED FÉLIX


FOTO: GABRIEL RINALDI / DIVULGAÇÃO


LUCIANA SOUZA

100

DUOS III Por mais clássico que seja, o repertório de ‘Duos III’ ganha um brilho diferente na voz límpida e impecável de Luciana Souza. Dez anos após o sucesso de ‘Brazilian Duos’, disco responsável por alavancar sua carreira internacional, a cantora entrega mais um trabalho refinado com a ajuda das cordas de Romero Lubambo e Marco Pereira.

COTAÇÃO

81

CONHEÇA

RAPHAEL BERENDT

99 COTAÇÃO

81

OUÇA

AMPHIBIOUS “O nome ‘Amphibious’ foi escolhido por simbolizar o processo que passei durante as gravações. Tive que aprender a respirar novamente para tocar esses arranjos, pois eles trazem um contexto, uma linguagem musical bem diferente do que eu estava acostumado. E acho que só consegui - pensei que não fosse dar conta - quando a gotinha mágica de suor, de esforço, caiu pela primeira vez sobre a partitura”. Com arranjos e direção musical do maestro Vittor Santos, as dez composições de Raphael Berendt em ‘Amphibious’ tornam evidente a importância de um artista de música instrumental encarar novos desafios, se reinventar. TEXTO: ED FÉLIX


ANCESTRAL

98 COTAÇÃO

81

CONHEÇA

Maracatu, folias de reis, sambadas, ladainhas. As abundantes manifestações culturais do sertão inspiram Aiace Felix, Anderson Cunha e Diogo Flórez no caprichado primeiro disco do grupo baiano Sertanília. Tanta efervescência se torna agradável na voz doce da cantora, que se encontra com a criatividade da viola e da percussão. O álbum físico ganhou um belo livreto temático com histórias das canções. Sertanília é música feita com esmero.

SERTANÍLIA

97 ROBERTA SÁ COTAÇÃO

81

OUÇA

SEGUNDA PELE A expectativa era de que o novo e tão aguardado disco de Roberta Sá estivesse entre as primeiras posições dessa lista, mas ‘Segunda Pele’ tem falhas graves (conceito, arte visual, referências) e passa longe de ser um trabalho consistente. Apesar dos deslizes, encontramos aqui dois dos melhores momentos em voz feminina de 2012: a sensualidade de bom tom da faixa título (Carlos Rennó e Gustavo Ruiz) e ‘Pavilhão de Espelhos’, mais uma belíssima letra de Lula Queiroga que encontra serenidade no timbre de Roberta Sá.


96

FOTO: DIVULGAÇÃO

COTAÇÃO

81

DOWNLOAD

BONA FORTUNA Do interior de Minas Gerais para os players de quem não resiste a uma banda indie com pé no folk. Mas só um pé. O outro está fincado com força, e apoiando este primeiro disco, no pop. A música do Bona Fortuna é cativante e prática, tem o ótimo vocal de André Araújo, composições inspiradas de Filipe Oliveira e instrumentos competentes. Apesar de não trazer nada de excepcional ao meio, o álbum homônimo cumpre bem o papel de apresentar a banda e avisar que produções superiores estão por vir com o amadurecimento de seus integrantes.

BONA FORTUNA TEXTO: ED FÉLIX


LIZ ROSA Como se destacar no meio de centenas de novas intérpretes do samba-jazz nacional? Liz Rosa não tem segredo. Tem talento. Depois de dez anos na noite musical potiguar, a cantora surpreendeu na escolha do repertório para o seu primeiro disco. Mas nem só de bons compositores vive uma artista. Liz Rosa foi privilegiada com uma voz vigorosa, de muita personalidade. Tem a sutileza de gente grande e se preocupou com arranjos, com cada músico envolvido no disco. Inteligente, segura, promissora.

LIZ ROSA

95 COTAÇÃO

81

OUÇA

FOTO: DIVULGAÇÃO


ORDINARIUS 94 ORDINARIUS

COTAÇÃO

81

OUÇA

Grupos vocais são raros na musica atual e os poucos que existem geralmente não conseguem ganhar destaque significativo. O simpático sexteto Ordinarius tem tudo para fazer - e faz - diferente. Com técnica impecável e muita irreverência, eles conseguiram criar versões interessantíssimas de clássicos da música brasileira neste primeiro disco, homônimo. Samba de Luiz Peixoto e Vicente Paiva eternizado na voz de Carmem Miranda, ‘Disseram Que Voltei Americanizada’ fica cômica, cheia de firulas, enquanto ‘Eu e a Brisa’ (Johnny Alf) tem sutileza e não se perde em exageros. Augusto Ordine, André Miranda, Fernanda Gabriela, Gustavo Campos, Luiza Sales e Maíra Martins executam o repertório com grandeza no palco, completando essa festa para os sentidos.

OTTO

93 COTAÇÃO

81

CONHEÇA

THE MOON 1111 “Um disco que tem como fundamento abrir as portas da percepção, do novo. Uma experiência cabalística. Meu mais profético disco. Vou cantar as pedras”. Esse cara tem problema. Não espere nada de lógico da cabeça de Otto. Para quebrar toda a expectativa em torno de seu lançamento, ‘The Moon 1111’ é uma grande confusão. O disco soa como um reflexo do artista turbulento, inquieto, excitado. É justo por ser assim que Otto é bom. E é bom estranhar as dez músicas desse novo trabalho. Desgostar, dar uma, duas chances, se surpreender na quinta, e depois se viciar.

TEXTO: ED FÉLIX


MAIS PRA CÁ DO QUE PRA LÁ A orquestra que deixa Niterói mais interessante. Em seu terceiro disco, o grupo Tio Samba faz uma celebração à vida com uma animada coleção de músicas autorais. Enquanto dez instrumentistas dão um show de criatividade, as vozes performáticas de Carlos Mauro e Luciana Lazulli prendem a atenção do ouvinte numa divertida viagem pelo universo do samba.

92 TIO SAMBA COTAÇÃO

81

CONHEÇA

MAGA QUILOMBO DO FUTURO BO 91 A lista de faixas de ‘Quilombo do Futuro’ mais parece um sumário das experiências multiculturais do DJ e produtor Maga Bo, um gringo tão apaixonado pelo Brasil que conhece mais da nossa música que muitos artistas daqui. E não só daqui, já que ele tem passagem por mais de 40 países. Com a ajuda de um bom time de convidados, Maga Bo faz do disco um emaranhado de ritmos, testando novos sons e elementos eletrônicos variados. Não poderia ser diferente: tanta mistura termina com sabor de música brasileira.

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TEXTO: ED FÉLIX


FOTO: ORIANA ELIÇABE / DIVULGAÇÃO


FOTO: GAL OPPIDO / DIVULGAÇÃO


BLUBELL & BLACK TIE Esse disco é um mimo. Sem grandes pretensões, eles resolveram compartilhar conosco o sabor de um encontro agradável, casual, e que vai ser guardado com carinho numa memória musical de rápido acesso. Com voz ideal para o jazz, a admirável Blubell se sai bem num repertório cômodo e se diverte (olha aí, a graça da coisa) com o afiado trio Black Tie, formado por Mario Manga, Fábio Tagliaferri e Swami Jr. Bom para eles e melhor ainda para quem recebe o presente.

BLUBELL

& BLACK TIE

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OQUADRO

89 COTAÇÃO

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TEXTO: ED FÉLIX

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OQUADRO Um disco de força. Resultado de muita experiência de palco, de mais de uma década de luta por um estilo, pelo discurso. O grau mais alto da criatividade do grupo baiano OQuadro é, justamente, seu primeiro disco oficial. Agora estão registradas as letras, as parcerias, os experimentos. Um dos melhores trabalhos do hiphop nacional em 2012.


JOÃO E OS POETAS DE CABELO SOLTO Os metais fazem muita diferença no som da banda João e os Poetas de Cabelo Solto, que estreou em 2012 com um disco de ótimas combinações. A guitarra de Guilherme Alves é aplicada e a voz de Lucas Camporezzi se encaixa bem com o tema de cada letra, mas o destaque maior fica para o trompete de Luis Haruna e para Pedro Alliprandini no sax e clarinete, que diferenciam o som do grupo. Bernardo (teclado), Rafael Gomes (baixo) e Ronaldo Prascidelli (bateria e percussão) completam o septeto.

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JOÃO E OS POETAS DE

CABELO SOLTO ALELUIA

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CASCADURA

Com Fábio Cascadura e seu fiel baterista Thiago Trad no comando, a banda Cascadura completa 20 anos sustentando uma fatia privilegiada do bom rock (independente) que é produzido no Brasil. O ano de 2012 foi marcado pelo lançamento do quinto e melhor álbum dos baianos. Com participações ilustres, o robusto disco duplo ‘Aleluia’ matou a fome dos fãs e ainda encheu nossos olhos com a bela arte visual assinada por Izolag e Ananda Nahu.


ESTAÇÃO SÉ Músico talentoso e inquieto, Caê Rolfsen foi buscar inspiração nos encontros e desencontros urbanos para criar ‘Estação Sé’, seu primeiro disco, e mostrar a beleza nas pequenas características de sua rotina, nas grandes e antigas influências. As canções soam íntimas e sinceras, como se ele compartilhasse seus sonhos mais recorrentes com o ouvinte.

CAÊ

ROLFSEN

86 COTAÇÃO

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TEXTO: ED FÉLIX

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FOTO: MARILIA VASCONCELLOS / DIVULGAÇÃO


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SAMBA DE PRETO Já que tudo na música brasileira tem samba, o metal não poderia ficar de fora. Com a ideia ousada e maluca de misturar o som pesado de seu rock com a maciez da bossa nova, a banda Huaska surpreendeu em 2012 com um resultado bastante coerente. ‘Samba de Preto’ não agride quem pende mais para um gênero do que para o outro. Prova da evolução musical do grupo, o disco conta com duas participações luxuosas: Eumir Deodato, com um dedo na produção, e Elza Soares, dividindo os vocais da faixa título com Rafael Moromizato.

HUASKA 85 COTAÇÃO

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CINEMATERAPIA RELIGIÃOECARNAVAL Depois de uma longa história na música curitibana, o quarteto Baque Solto finalmente se apresenta ao Brasil com uma fórmula infalível: cinema + terapia + religião + carnaval. A mistura do primeiro disco do grupo pode parecer inóspita, mas fica fácil se apaixonar pelo acordeom de Marina Camargo, pela voz de Doriane Conceição e pelos instrumentos vivos de Marcelo Pereira (baixo/guitarra) e Ale Rogoski (bateria). O regionalismo tem encontro marcado com o rock nas belas e sensíveis referências do Baque Solto.

84 COTAÇÃO

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BAQUE

SOLTO

FOTO: MIRIANE FIGUEIRA / DIVULGAÇÃO TEXTO: ED FÉLIX


BOSSACUCANNOVA

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TODA A CASA CRUA O som de Rodrigo Lemos é o que mais se aproxima do que podemos rotular (se é que fazer isso serve para alguma coisa) de indie pop. Ao mesmo tempo em que cria hits consistentes e grudentos, o artista curitibano aparece muito livre nas composições e no modo de produção de sua música. A estreia solo, como Lemoskine, tem a maioria das faixas girando em torno da figura feminina, com destaque para o sambarock ‘Nessa Mulher’ e para os arranjos de ‘Toda Bonita’. E, para justificar o rótulo, Lemoskine conquista fácil com o pop descarado ‘Cabeça de Disco’: “É tão bobo esperar em prontidão pelo lado B do seu disco preferido. Vira essa bolacha, aumenta esse sorriso”.

NOSSA ONDA É ESSA! A onda agora é o samba. Eu não estranharia se Alex Moreira, Márcio Menescal e Marcelinho Da Lua mudassem o nome do grupo para SambaCucaNova. Há uma década e meia misturando o ritmo mais tradicional da música brasileira com elementos eletrônicos, o trio prova que o projeto ainda tem fôlego para fazer o público gingar. Elza Soares, Wilson Simoninha, Maria Rita e Moska estão entre as participações especiais do disco.

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LEMOSKINE


FOTO: MAIRA ACAYABA / DIVULGAÇÃO

TATÁ AEROPLANO

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Casal troca sequência colossal de agressões físicas e xingamentos bem no meio da Rua Augusta. Já imaginou? Tatá Aeroplano não só imaginou como também pôs no papel e cantou em ‘Par de tapas que doeu em mim’, música com mais de dez minutos que faz parte de seu primeiro disco solo. Compositor esmerado e um dos principais militantes da música paulistana na atualidade, ele convidou os amigos para dar um empurrãozinho nesse trabalho homônimo. Bárbara Eugênia está sensual em ‘Uma Janela Aberta’, enquanto a voz de Leo Cavalcanti se confunde com a de Tatá em ‘Sartriana’ e em ‘Tudo Parado na City’.

TATÁ

AEROPLANO TEXTO: ED FÉLIX


66 No disco que apresentou oficialmente o trio paulista O Terno, viajar no tempo é uma brincadeira modesta, mas muito divertida. Letras irônicas e bem humoradas, melodias que escorregam num tobogã, tudo para agradar os garotos antenados que baixam novos embalos quentes da década de 60. Mentira, não agrada nada. Dodecafonia pra você.

O TERNO 80 COTAÇÃO

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FOTO: YANN VADARU / DIVULGAÇÃO


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LINEKER ELE

Técnica vocal primorosa, timbre privilegiado. Desprendido e com muito bom gosto na escolha de repertório, Lineker se mostra um grande intérprete em seu primeiro disco. O cantor buscou pratas da obra de grandes compositores e fez releituras admiráveis em ‘eLe’. A versão de ‘Tenho Sede’ (Dominguinhos e Anastácia) é penetrante e ‘Roda’ (Caetano Veloso e José Augusto) mostra que Lineker veio para ficar. A maior ousadia do disco é ‘El Justiceiro’ (Os Mutantes), numa versão inusitada e divertida. TEXTO: ED FÉLIX


PASSO LARGO PASSO LARGO Vem de Brasília um dos melhores discos de rock do ano. O trio Passo Largo é formado pela guitarra feroz de Marcus Moraes, o baixo notável de Vavá Afiouni e a bateria sempre oportuna de Thiago Cunha. Os instrumentistas descarregam toda sua experiência de palco nesse disco, oferecendo ao ouvinte mais de meia hora de rock de primeira, com a força de grandes apresentações ao vivo. É um show onde e quando você quiser, basta apertar o play.

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FOTO: DIVULGAÇÃO

77 COTAÇÃO

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DORIVAL Família musical. Dois primos, Matheus e Rogério, e as irmãs Eliza e Malu, todos com o sobrenome holandês Von Krüger, formam o Quarteto Primo, que apresentou em 2012 uma das mais belas homenagens de que se tem notícia em terra brazuca ao grande Dorival Caymmi. O grupo vocal tratou os clássicos do compositor com carinho, respeito e originalidade. ‘Dorival’ é um trabalho vivo, radiante. A encantadora arte do disco é uma reprodução de bordados de Maria Esther Lacerda Von Krüger sobre pinturas do próprio Caymmi. Tem mar, festa de rua e as figuras fantásticas do cancioneiro deste gênio baiano.

QUARTETO PRIMO TEXTO: ED FÉLIX


FOTO: ANE HINDS / DIVULGAÇÃO


JOÃO CAVALCANTI

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PLACEBO A música de João Cavalcanti é como um não-remédio que cura. Título melhor para o disco de estreia do carioca, impossível. Não é exagero apontá-lo como um dos melhores compositores da atualidade no país - vide seu último e surpreendente trabalho com os colegas sambistas do Casuarina (‘Trilhos/Terra Firme’, 10º lugar na lista dos 100 melhores álbuns da música brasileira em 2011). Desta vez, por conta própria, João se mostra mais livre nas suas criações fora (mas nem tanto, calma!) do mundo do samba. Acertou na escolha do tema, nos arranjos e entregou um disco que prende a atenção e tem a cura como efeito colateral.

QINHO

O TEMPO SOA Interessante perceber como cada artista trabalha com seus colaboradores. Além de se mostrar entrosado com os músicos da sua banda (vários integrantes da Abayomy Afrobeat Orquestra), Qinho dá uma prova de apuro nos duetos. Quem participa de ‘O Tempo Soa’ tem sua voz quase que misturada com a do cantor. É o que acontece com Mart’nália, em ‘Segredinho’, Amora Pêra, no hit ‘Irmã Forte’, e com o cantor Botika na canção que fecha o disco, ‘Coração Gigante’. Mas o melhor está com Elba Ramalho na tênue ‘Morena’. Tudo com alto potencial radiofônico.

TEXTO: ED FÉLIX

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ZÉ DA GUIOMAR 74 SAMBA COTAÇÃO

FEITICEIRO

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Eles dizem que misturam acarajé com pão de queijo. Entre a Bahia e Minas Gerais, tem um tempero especial no samba do excepcional grupo Zé da Guiomar. Um tempero que atrai quem já é do meio e conquista quem nunca entrou numa roda de samba. Enquanto dança, aquele mineirinho encabulado está profundamente emocionado. Capaz dele não segurar a lágrima teimosa até o fim do disco.

SONIC

JUNIOR

INSPIRE

73 COTAÇÃO

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A arte de embaralhar elementos orgânicos numa batida eletrônica e a trabalheira de fazer tudo (praticamente) sozinho - da voz aos instrumentos, desde a produção até a mixagem. Sonic Junior está de volta e, com ‘Inspire’, dá mais uma prova de que é um músico notável. As oito faixas do disco são dançantes, funcionam bem na noite, mas também merecem ser apreciadas com calma. Pare e experimente durante o dia.


JOANA DE TAL Ouvir o primeiro disco solo da gaúcha Nina Wirtti é se sentir nos anos dourados do rádio no Brasil. Tudo por conta do padrão de voz da cantora e do repertório, que mescla clássicos do cancioneiro popular com músicas inéditas que combinam perfeitamente com o passado. A inserção de instrumentos como clarinete, acordeom e trompete garantem ainda mais charme ao trabalho. No canto de Nina, a obra de nomes do nível de Noel Rosa, Lupicínio Rodrigues e Haroldo Barbosa soa com nostalgia, mas nos dá esperança de um futuro cativante.

72 NINA WIRTTI COTAÇÃO

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FOTO: GABI LOPES / DIVULGAÇÃO TEXTO: ED FÉLIX


FOTO: JORGE LEPESTEUR / DIVULGAÇÃO


TUPINIQUIN

ESTRADA PRO SOL Ele só não morre porque você precisa de alguém para lhe dar alegria. Num romantismo doce, mas recheado de contrastes fortuitos, o músico paulista Jorge Sampaio Tupiniquin criou composições originais, caprichou nos instrumentos (tem rock de primeira aí) e deu um ar exótico ao seu ‘Estrada Pro Sol’. O disco é contemplativo e nada fácil, a não ser que você se deixe enganar na primeira audição.

70 COTAÇÃO

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71 COTAÇÃO

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RADIOLA ARREDE: TEMPO SEM NOME

“Encomendei felicidades de segunda mão. Três margueritas depois, já não funcionavam mais”. Na nova e bem-vinda parceria com a cantora e produtora Nancy Viegas, a banda baiana Radiola fez seu melhor disco em 2012 e mostrou um jeito diferente de encarar a tecnologia pela música. Ao juntar elementos de ritmos latinos, samba de roda, reggae, soul e um ska impagável, o grupo nos apresenta faixas intensas, penetrantes e completamente diferentes uma da outra. “Deus saiu pra comprar cigarros e não voltou mais”, canta Nancy na genial ‘III.III.III.III.III.III’. Se o telefone tocar enquanto você ouve ‘ArRede - Tempo Sem Nome’, pode ter certeza: vai ser o telemarketing do espaço sideral. TEXTO: ED FÉLIX


FOTO: DIVULGAÇÃO

PEDRO ALTÉRIO E BRUNO PIAZZA O violão de Pedro Altério e o piano de Bruno Piazza conseguiram se unir num trabalho que alia jovialidade e elegância. A sutileza dos arranjos dá um clima ameno ao disco, como se recatasse o sentimento de cada letra. O duo montou bem seu repertório, acertou nas parcerias (destaque para Monica Salmaso) e conseguiu transmitir alegria, saudade e romantismo de modo hábil e delicado.

ALTÉRIO 69 EPEDRO BRUNO PIAZZA COTAÇÃO

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TEXTO: ED FÉLIX


PARANORMAL SONGS Agora é pra valer. ‘Paranormal Songs’ tem seus momentos densos, com instrumentos carregados e luzes apagadas, mas também surpreende com canções práticas e confiantes, combustível para você ir até a janela, colocar a cabeça pra fora e dar uma espiada no tempo. Rock alternativo elevado, com experimentalismos coerentes que comprovam a competência e o talento do quinteto de Manaus.

MALBEC 68 COTAÇÃO

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FOTO: DIVULGAÇÃO


RAFAEL CASTRO LEMBRA? 67 Rebeldia, teimosia, exagero, vaidade, sem-vergonhice... Onde está o charme de Rafael Castro? Talvez no fato de você não ter certeza de que ele possui alguma dessas características. Será que o dono de ‘Lembra?’, um disco onde tudo isso é evidente, está atuando ou se jogou puro e sincero no trabalho? Se Rafael Castro é um bom menino ou não, não importa. Rafael Castro é compositor criativo, cantor sagaz, um artista raro.

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ALEXIA

BOMTEMPO

66 COTAÇÃO

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I JUST HAPPEN TO BE HERE Com a sensibilidade que faz uma grande intérprete, Alexia Bomtempo resolveu experimentar o repertório em inglês de Caetano Veloso no segundo disco de sua carreira. ‘I Just Happen To Be Here’ conta com moderadas versões daquelas músicas sagradas, do tempo do exílio. Sem medo da pressão, a cantora passeia tranquila por ‘Nine Out Of Ten’, ‘You Don’t Know Me’ e ‘A Little More Blue’. O resultado é um misto de sutileza e elegância, comprovando o talento de Alexia. TEXTO: ED FÉLIX


FOTO: MARCELO FAUSTINI / DIVULGAÇÃO




HIDROCOR

65 EDIFÍCIO COTAÇÃO

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BAMBI

Power pop vai bem com folk? Marcelo Perdido e Rodrigo Caldas fazem música camarada na estreia da banda Hidrocor. O clima é de amizade - repare nas parcerias com Lulina, Tatá Aeroplano e Paco Garcia - e uma faixa está mais simpática e contagiante do que a outra. Sem medo de parecer uma dupla fofa, a Hidrocor superou as expectativas e entregou um disco gostoso de ouvir. FOTO: RAONI MADALENNA / DIVULGAÇÃO


FOTO: ANNA SILVEIRA / DIVULGAÇÃO

AFROELECTRO Com a revolução no modo de se produzir música e o realce de grandes instrumentistas, visitar a rica cultura africana está na moda. Uma fonte inesgotável de ritmos para experimentar e elementos para combinar. Mesmo com tantos coletivos nessa praia, o Afroelectro consegue soar original. Os músicos do grupo convidaram nomes ideais - como Chico César, Kiko Dinucci, Siba e Antônio Loureiro - para alavancar as nove faixas de seu debut. O disco tem coco, embolada, rock e um interessante quê de hip-hop.

64 AFROELECTRO COTAÇÃO

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TEXTO: ED FÉLIX

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FOTO: DANI GURGEL / DIVULGAÇÃO

TONINHO 63 FERRAGUTTI COTAÇÃO

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O SORRISO DA MANU

Acordeom protagonista. Adaptar um espetáculo de dança para uma pequena formação orquestral e colocá-lo num disco. Aqui está Toninho Ferragutti, um dos mais notáveis acordeonistas da música brasileira, e ‘O Sorriso da Manu’, projeto mais inspirado de sua carreira solo. As nove canções que encontramos no disco evidenciam o talento do músico para explorar novas possibilidades de um instrumento que, infelizmente, costuma ser coadjuvante.


MANJA PERENE Casamento ideal de voz e guitarra, o duo Letuce tomou uma injeção forte de espontaneidade para criar seu novo disco. É bom colocar ‘Manja Perene’ no player e perceber como as ideias, os desejos e as loucuras de Letícia Novaes e Lucas Vasconcelos se alteram e se adaptam quando passadas de um para o outro. Troca, combinação. Indie rock com direito a bossa, brincadeiras que se encaixam no mais colorido pop, e muito, mas muito experimentalismo.

LETUCE 62 COTAÇÃO

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FOTO: ANA ALEXANDRINO / DIVULGAÇÃO TEXTO: ED FÉLIX

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GABY AMARANTOS

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TREME Xirley Xarque, tetas with lasers, merengue, café coado na calcinha, floresta, pirataria, frisson temperado, aparelhagem, palco, Miranda, uma beba doida em cima da mesa, laje, mambo, chuva molhada (sic), Juruna, download, pantera negra, gemidos em francês, novela das sete, Zezé Di Camargo & Luciano, corações por menos de um e noventa e nove, luzes, Fernanda Takai, cupuaçu, cavalo manco, índios, tecnobr...

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CONHEÇA

MANHÃ Formado por nomes atuantes do rap e do hip-hop nacional, o quinteto Pentágono voltou ao estúdio com rimas inspiradas. A proposta sonora é eficaz e já conhecida, com beats de alto nível e melodias arrojadas. Além de agradar os fiéis seguidores do Pentágono, ‘Manhã’ também deve ser visto como exemplo para quem faz música do mesmo gênero. Moral da história: uma preocupação a mais com a qualidade da produção cai bem.

60 COTAÇÃO

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PENTÁGONO


JACARETAGUÁ O trabalho autoral de Dillo em seu terceiro disco é compromissado, ambicioso. O lado compositor está ainda mais descontente com o cotidiano, quer mostrar isso com música enquanto faz aparecer o vigor máximo do cantor e do multiinstrumentista. ‘Jacaretaguá’ tem sacadas formidáveis, é um disco forte, um grito, um movimento musical importante e inabalável.

DILLO 59 COTAÇÃO

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HOLGER

ILHABELA

58 COTAÇÃO

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TEXTO: ED FÉLIX

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“Você me deixa vulgar”. Mesmo sem o gosto de novidade de ‘Sunga’, que fez o quinteto conquistar um público considerável em 2010, ‘Ilhabela’ é um disco importante e positivo na ainda curta carreira da banda Holger. Seus integrantes optaram pelo caminho oposto do que era esperado - ou, digamos, imposto - pela mídia que tanto os elogiou dois anos atrás. Mas, com bons ouvidos, dá para perceber que as mudanças são interessantes. A banda está mais solta, com músicas menos inspiradas no indie internacional e mais divertidas, agora em português. A nova Holger é trilha para um encontro de amigos numa tarde ensolarada, com piscina, sem pudores e livre para piadas internas.

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FOTO: ALAN SILVA / DIVULGAÇÃO

57 BA-BOOM COTAÇÃO

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INCENDEIA A Jamaica está aqui ou o Brasil está lá? Com o talentoso Bruno Buia no comando, o grupo Ba-Boom não sabe muito bem diferenciar a música dos dois países e termina por misturar tudo. Que bom. O disco ‘Incendeia’ é uma ótima produção que propõe o resgate do ska e do reggae com uma pegada forte, numa suingada típica do Brasil. As letras são inspiradas e apaixonadas, enquanto os instrumentos não permitem ninguém parado. Entrar no clima quente do Ba-Boom é misturar para evidenciar a beleza. É incendiar!


SAMBANZO

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PRA VIAGEM Ela quer uma passagem só de ida. E a sua companhia. Proposta irrecusável, pois não há como resistir ao som sereno, gostoso e acolhedor de ‘Pra Viagem’. Preocupada com arranjos e com oito delicadas canções na coleção, Kika apresenta um ótimo disco de estreia e dá aula de originalidade. Não importa o destino - com uma companhia assim, qualquer viagem vai valer.

KIKA TEXTO: ED FÉLIX

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ETIÓPIA A atuação de um instrumento convergente em ‘O Sino da Igrejinha’, o funkeado dançante de ‘Xangô’, a latinidade embriagante de ‘Tilanguero’, as ondas experimentais de ‘Capadócia’, a avexada ‘Xangô da Capadócia’, quebrada pela brandura de ‘Etiópia’, o balanço brasileiro de ‘Risca-Faca’. Isso é samba e banzo no saxofone de Thiago França, um inventor versátil e zeloso que tem feito muito pela música nacional nos últimos anos.

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TIÃO EXPERIENÇA Vamos embaralhar polka, rock, psicodelia, pagode, afro-beat e bossa. Escolha uma carta e se deixe levar pela versatilidade incrível do trio TiãoDuá, outro projeto paralelo de Luiz Gabriel Lopes, Gustavito Amaral e Juninho Ibituruna, três sujeitos sedentos por novas sonoridades. ‘Cambalhota’, uma das melhores músicas do ano, resume bem a aventura dos três. De banda de buteco em Minas Gerais para uma turnê com mais de trinta shows na Europa. Isso é que é “experiença”.

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TIÃODUÁ AQUARIUS

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CONHEÇA

Uma das experiências impagáveis de 2012: curtir a pulsação sincopada das faixas de ‘Aquarius’, mais uma parceria desses grandes nomes da nossa música. Os jotas combinam. A afinidade é evidente e contagia o ouvinte com a mistura de bons sentimentos encontrados nesse trabalho. Delicadeza sem cerimônia. Perceba o trato íntimo e charmoso dos arranjos, se deixe embalar pela voz incomparável de Joyce Moreno, ainda mais à vontade na companhia de João Donato.

JOYCE MORENO E JOÃO DONATO


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SUPERCORDAS A MÁGICA DERIVA DOS ELEFANTES Nostalgia parece ser ingrediente obrigatório no som de quem se propõe a mexer com psicodelia. Não que isso seja ruim, mas a proposta do Supercordas, principalmente neste segundo disco, é um pouco diferente. Sem precisar se apoiar no passado, a banda prova melodias intensas e combina camadas instrumentais de bom gosto em ‘A Mágica Deriva dos Elefantes’. A música continua colorida, como manda o manual, mas agora estamos falando do futuro.

TEXTO: ED FÉLIX


FOTO: DARYAN DORNELLES / DIVULGAÇÃO


MARCIA CASTRO

51 COTAÇÃO

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NUNCA TE VI DE BOA Nova identidade e um contraste: loucura e calmaria. As barbaridades mais sutis do ano estão embutidas nas canções de ‘Nunca Te Vi De Boa’, prazerosa estreia do grupo brasiliense Sexy Fi. Camila Zamith carrega o ouvinte num tour experimental e cheio de descobertas pelas asas da capital. Assim como a voz flutuante da cantora, os instrumentos da banda seguem sussurrando, pedindo atenção, concentração. Mas não é preciso se esforçar muito para sentir prazer com a música do Sexy Fi. O segredo é deixar rolar. TEXTO: ED FÉLIX

DE PÉS NO CHÃO Um monstro no palco, Marcia Castro soube escolher bem o repertório de seu novo disco. A ironia de Rita Lee na faixa título, com a pérola “Lacinhos cor-derosa ficam bem num sapatão”, encaixou perfeitamente no tipo vocal da cantora baiana, sempre versátil, divertida e com ótimas cartas na barra do vestido. O repertório ousado ainda rendeu um dos melhores duetos do ano (’29 Beijos’, dividida com o fenomenal Hélio Flanders) e o dedo do maestro Letieres Leite nos arranjos e na direção de sopros. No palco e - também - no estúdio, Marcia Castro mostra uma vitalidade de dar inveja a muitas cantoras por aí.

SEXY FI 50 COTAÇÃO

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FOTO: DIVULGAÇÃO


ABAPORU Perceber a personalidade de Laura Lopes ao longo das faixas de ‘Abaporu’ é um deleite. Embora a inspiração mais clara e direta seja a obra de Tarsila, o conjunto de referências da cantora e compositora mineira surpreende por também ser apresentado sem medo. Enquanto tantas artistas evitam estrear com um disco autoral, Laura investe num conceito criativo e inspirado para fazer diferente. Eis uma cantora original, dona de uma voz versátil e que não está aí para empurrar a carreira com a barriga.

LAURA

LOPES 49 COTAÇÃO

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ORQUESTRA

CONTEMPORÂNEA

DE OLINDA TEXTO: ED FÉLIX

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PRA FICAR “Vai na frente, vem sem medo. Sai da gente, o tempo passa e fica o sol”. Numa produção certeira do norte-americano Arto Lindsay, o segundo disco do coletivo pernambucano leva o ouvinte para um dia de folia em Olinda. O frevo e o manguebeat predominam, mas a dúzia de faixas contentes de ‘Pra Ficar’ também traz uma excelente mistura de funk e soul com o melhor sotaque pernambucano.


MARIENE 47 DE CASTRO

COTAÇÃO

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TABAROINHA Disco feito num paraíso, ‘Tabaroinha’ consagrou Mariene de Castro como fenômeno da música baiana. O contato com a natureza e a agitação de suas referências culturais fortaleceu ainda mais a voz da cantora. As composições são de diversos nomes consagrados, mas basta ouvir o álbum do início ao fim para perceber como nada está solto. Uma música se encaixa na outra e fascina o ouvinte. Mariene reverencia e emociona seu povo.

UM OLHAR SOBRE VILLA-LOBOS Mesmo suave e sofisticado, o trabalho de Mario Adnet tem um quê de entusiasmo. O músico só se envolve num projeto quando realmente está apaixonado. Com a proposta de revisitar a obra de Heitor Villa-Lobos, Adnet fez escolhas certeiras na lista de convidados: Monica Salmaso, Milton Nascimento, Edu Lobo, Muiza Adnet, Paula Santoro e o violão de Yamandu Costa. Inspiração que contagia.

46 COTAÇÃO

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CONHEÇA

MARIO ADNET

TEXTO: ED FÉLIX


FOTO: MILTON MONTENEGRO / DIVULGAÇÃO


RICARDO

HERZ

TRIO

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AQUI É O MEU LÁ Ele faz seu violino cantar, explora o lado suingado do instrumento, e o ouvinte cai na dança. Quando brinca com nostalgia ou quando mostra criações inovadoras, Ricardo Herz nos dá uma prova de como a música instrumental pode ser mágica. A bateria e a percussão de Pedro Ito e o violão de Michi Ruzitschka o acompanham, mas outros nomes notáveis também participam do disco. Ricardo faz ótimos comentários de cada faixa no encarte, um dos mais bonitos que eu vi esse ano. Trabalho excepcional.

TEXTO: ED FÉLIX

FOTO: CAIO PALAZZO / DIVULGAÇÃO



NINA BECKER & 44 COTAÇÃO

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MARCELO CALLADO GAMBITO BUDAPESTE Trato íntimo. Dois apaixonados, grávidos, trancados num apartamento, fazendo música. Do banheiro ao armário, ‘Gambito Budapeste’ foi gravado em casa e nesse clima afetuoso, unindo o talento de uma cantora fina e de um músico ávido por experimentar. Ao ir além da vida particular do casal, essa parceria musical de Nina Becker e Marcelo Callado rendeu uma ótima opção para presentear a pessoa amada. Não está apaixonado? Guarde o disco e espere.

SÓ O AMOR CONSTRÓI Um pouco de atenção e você vai perceber que o primeiro disco solo de Gustavo Amaral é uma grande homenagem ao Brasil. As onze faixas autorais nos carregam para um passeio alegre e deslumbrante pelo território nacional. O músico juntou colegas talentosos para ajudá-lo a cumprir o roteiro. Tropicalismo, cores, folclore, ricos elementos culturais e, para amarrar tudo, muito romantismo. Com excelentes arranjos, um lindo coro feminino e melodias de mestre, ‘Jurití’ abre o disco e convence o ouvinte a embarcar na viagem de Gustavito.

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GUSTAVITO


FOTO: RUDÁ / DIVULGAÇÃO

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THE DANCEFLOOR

CRIMINAL A ótima ‘Come Debbie’, com vocais de Thiago Pethit, pegou muita gente de surpresa esse ano. O espanto foi ainda maior na hora de conhecer mais do projeto Killer On The Dancefloor. O primeiro disco do duo, formado pelos produtores Phillip A. e Fatu, conta com mais nove faixas que mantém o alto nível da participação de Pethit - e com outros colaboradores não menos ilustres. Música eletrônica feita para dançar, mas que não funciona apenas na pista. TEXTO: ED FÉLIX





JOÃO CALLADO NOVA 41 DANÇA COTAÇÃO

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BAZAR PAMPLONA TODO FUTURO É FABULOSO Sabe toda aquela energia com que você acorda nas manhãs de sextafeira? O segundo disco do Bazar Pamplona foi feito para ser ouvido no final de semana. Músicas criativas e empolgantes garantem um tom pop ao trabalho. Por outro lado, a despretensão está presente e faz com que você queira curtir ‘Todo Futuro é Fabuloso’ até as últimas horas do domingo. TEXTO: ED FÉLIX | FOTO: JULIO CALLADO / DIVULGAÇÃO

CONHEÇA

O que você entende por inovação musical? Pegue um gênero tradicional e peça para que um compositor trabalhe em cima da organização rítmica, altere as medidas de compasso, invente. Foi esse o trabalho de João Callado e de seu cavaquinho em ‘Nova Dança’, um sopro de novidade na música instrumental brasileira em 2012. Com arranjos sofisticados, três ótimas vozes (Marcos Sacramento, Soraya Ravenle e Pedro Miranda) e produção esmerada, o disco passeia pelo mundo do samba, vai na gafieira, visita o choro e, de quebra, ainda conta com surpresas extras, como ‘Valsa Jongo’.

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ADRIANA

CALCANHOTTO PARTIMPIM TLÊS

39 COTAÇÃO

85

CONHEÇA

Conhece as canções de ninar feitas por Gonzaguinha, Gilberto Gil, João Gilberto e Chico Burque? Não? É, eu também não conhecia até ouvir o terceiro trabalho do projeto infantil encabeçado por Adriana Calcanhotto. Muito bem acompanhada por músicos como Alberto Continentino, Domenico Lancellotti e Berna Ceppas, a cantora volta com uma proposta diferente dos dois discos anteriores. Diferente, pela intensidade das canções e pelo conceito de base, mas não menos encantadora. Vinda de Partimpim, a intenção de educar pela música é louvável. ‘Tlês’ é eficaz e divertido também para os adultos. Mesmo que canções como ‘Lindo Lago do Amor’ e ‘Taj Mahal’ não tenham o público infantil como alvo, Adriana consegue como ninguém vesti-las com uma roupa colorida, estampada, confortável. Dessa vez, é um pijama. Bons sonhos.


FAZENDO AS PAZES COM O SWING “Cair na folia, eu vou, são só três dias...” Mesmo que você não tenha muito tempo para farrear, arme um baile. Capriche nos adereços, garanta combustível bem gelado, convoque as amizades de vários níveis desde o vizinho mais chegado até o cunhado sanguessuga. Não deixe ninguém de fora, na hora de dançar o mundo inteiro é camarada. A trilha sonora? Fica por conta da Orquestra Imperial. O coletivo carioca se reuniu novamente e entregou um disco ideal para tocar no seu baile de três dias.

38 COTAÇÃO

85

CONHEÇA

ORQUESTRA TEXTO: ED FÉLIX

IMPERIAL


ALICE

CAYMMI 37 COTAÇÃO

85

CONHEÇA

ALICE CAYMMI Se você é fã antigão da família Caymmi, são grandes as chances de estranhar e desaprovar o trabalho dessa garota. Mas se não dá muita bola para o sobrenome famoso e está de peito aberto, provavelmente será conquistado na segunda ou na terceira audição deste álbum homônimo, que marca uma estreia promissora e bem diferente do que estamos habituados a ouvir. A principal distinção está na voz, um tanto exótica, mas a atmosfera criada ao longo das faixas do disco também causa um desconforto acredite - bom de sentir. É como um mergulho no mar, tema recorrente nas composições de Alice. Se você só pula onda e molha as canelas, experimente ir um pouco mais fundo.

FOTO: JORGE BISPO / DIVULGAÇÃO


MENTAL SURF

36 COTAÇÃO

85

CONHEÇA

O trabalho de Zé Rolê, mineiro por trás do Psilosamples, é louvável. Se a ideia era criar algo novo na música eletrônica, ele foi bem longe. Reuniu características da cultura popular de vários locais do país com samples, batidas, ruídos e um leque invejável de outros elementos. ‘Mental Surf’ é um disco curioso e inusitado, mas provavelmente você não vai admirá-lo apenas por bondade, numa única audição. A música eletrônica do Psilosamples é consumível e agradável na mesma intensidade das produções aclamadas que costumamos importar. Tem aqui, do nosso jeito, do jeito do ‘Príncipe da Roça’.

PSILOSAMPLES

SOBRE A MÁQUINA É interessante perceber, ano após ano, a evolução musical de Cadu Tenório. Dedicado a vários projetos, o carioca já pode ser apontado como autoridade na música experimental brasileira. Com os colegas Emygdio Costa e Ricardo Gameiro, ele apresentou em 2012 mais um trabalho do Sobre a Máquina, que desta vez também conta com o sax decisivo de Alexander Zhemchuzhnikov. A música do grupo continua de alto nível no dark ambient. Obscura, enigmática, por vezes desconcertante. Mas há algo além. Este álbum homônimo é, de longe, o mais arrojado e audaz apresentado por eles até agora. Até agora. TEXTO: ED FÉLIX

SOBRE A MÁQUINA 35 COTAÇÃO

85

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MARIA

BETHÂNIA 34 COTAÇÃO

85

OUÇA

OÁSIS DE BETHÂNIA Mesmo com grandes composições e arranjos assinados por vários nomes de destaque da música brasileira, ‘Oásis de Bethânia’ é um disco simples. Simples, mas forte. Forte pelo grito, pelo passo além da sobrevivência: o amor. Quem ama no sertão, ama diferente. Com tanto para se preocupar, tanto para se queixar, e ainda sobra espaço para o amor? Ao fugir da penosa rotina de escrever e queimar, Maria Bethânia entrega um dos mais belos e vigorosos registros musicais do ano: ‘Carta de Amor’, mescla de um texto seu com letra e melodia de Paulo César Pinheiro. Sobreviver, gritar: “Não mexe comigo, que eu não ando só”.


IDILIO

33 COTAÇÃO

86

CONHEÇA

MARINA

DE LA RIVA

TEXTO: ED FÉLIX

Intérprete requintada, Marina de La Riva canta para que o ouvinte a aprecie com um sorriso de admiração no rosto. É bonito ouvir Marina de La Riva. Mulher inteligente, graciosa, misteriosa. A mistura do sangue cubano com brasileiro faz a cantora revisitar o estilo da música latina de décadas remotas com o charme próprio das artistas tupiniquins. O disco ‘Idilio’ é um registro precioso, e muito acima do seu antecessor, desse talento de Marina. Ela vai tentar lhe arrancar lágrimas com uma versão matadora de ‘Assum Preto’ (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), mas contorna lhe convidado a bailar com a ginga de ‘Voy a tatuarme’ (Amaury Gutierrez).


FOTO: CAIO PALAZZO / DIVULGAÇÃO


ANTONIO LOUREIRO SÓ “Se me perguntam qual tipo de música eu faço, não tenho resposta para dar”. No segundo disco de sua carreira, o jovem compositor e multi-instrumentista Antonio Loureiro dá uma martelada e quebra a tecla do dilema erudito/popular. O grande atrativo do álbum fica por conta da liberdade de improviso. Entre acordes imprevisíveis e fortes marcações rítmicas, o músico incluiu colaborações ideais: o saxofone de Thiago França, as vozes de Siba e Tatiana Parra, a programação eletrônica de Pedro Durães e mais uma relevante equipe instrumental. Loureiro não está sozinho e compartilha a falta de resposta.

32 COTAÇÃO

86

CONHEÇA

URUCUM 31

NA CARA À BEIRA DO DIA COTAÇÃO

86

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“E essa gente que duvida, e alimenta o sofrimento, não entende que a vida é o tempo do cozimento”. Raízes culturais, antepassados, espiritualidade, um reencontro com a natureza. Não é difícil encontrar coletivos musicais com a mesma proposta do Urucum Na Cara, mas as referências autênticas e o talento elevado de todos os seus integrantes deixam o quinteto mineiro em vantagem. Com doze belas faixas, ‘À Beira do Dia’ é um disco autêntico, venturoso e, principalmente, harmônico. TEXTO: ED FÉLIX


30 COTAÇÃO

86

CONHEÇA

JULIANA AMARAL SM, XLS

Depois de experimentar um rico repertório no palco, Juliana Amaral amarra o projeto ‘Samba Mínimo - Extra Luxo Super’ com um belo disco. Com a ajuda de músicos afiados e muito capricho na produção, a cantora selecionou clássicos e pequenas pérolas de autores de diferentes gerações para dar uma roupagem minimalista. As versões encantam pela sutileza, requinte e pela sensibilidade apurada da intérprete. A arte visual do disco uma das mais sofisticadas da safra de 2012 - é um show à parte.


BRUNO

FLEMING 29 COTAÇÃO

86

TEXTO: ED FÉLIX

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BIGODE DE LEITE Seja bem-vindo, você acaba de nascer. Corra descalço, brinque. Aprenda a falar, leia, escreva. Você já é capaz de olhar pro relógio e dizer que horas são? Mas e se sua bola cair no quintal da bruxa Bebé? O conforto, as aventuras, os desafios, a curiosidade de criança. Criança que não gosta de despedida, que se entristece com samba, que não entende funeral. Valentina, o primeiro amor. Cartas, lugares. Ela escova os dentes com maçã. Para fechar, um bilhete lamentando o fim da infância. Bruno Fleming criou uma bela ópera rock neste álbum duplo com trinta faixas. A sequência narrativa dos dois volumes é encantadora, fruto da cabeça de um artista que pode muito.


A ELETRÔNICA E MUSICAL FIGURAÇÃO DAS COISAS

28 COTAÇÃO

86

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A bailarina norte-americana Isadora Duncan (1877-1927) costumava se inspirar nos movimentos da natureza, improvisar, optar música incomum em suas apresentações, apenas uma cortina azul como cenário, roupas leves. Não sabia ela (talvez desconfiasse, né?) que sua delicadeza seria homenageada de forma sublime por uma banda brasileira, em pleno ano de 2012. Com composições graciosas e voz agradável, Bruno Cosentino lidera a Isadora, apresentada com o belo debut ‘A Eletrônica e Musical Figuração das Coisas’. O disco tem elementos sutis, clima urbano, por vezes melancólico. Entre ruídos urbanos e texturas sintéticas, os elementos eletrônicos são discretos e talvez até passem despercebidos pelo ouvinte, que tem mais com o que se encantar.

ISADORA


MÃO DE OITO 27 UM DIA QUE JÁ VEM

Seja no duo com Marcela Bellas ou comando da Mão de Oito, o talento incomum de Cohen rende delicadas e saborosas produções musicais. Em seu segundo disco, a banda paulista continua com a proposta de misturar formas de expressão, passear por vários gêneros, para criar músicas românticas, alegres e que caem bem num dia ensolarado. Resultado: o rock mais cordial feito no Brasil em 2012. Destaque para a levada de ‘Beats’, com participação de Emicida e Kamau, e para uma das parcerias com Marcela, ‘Acorda’, a melhor faixa do disco. Se hoje não for um dia bom, é só ouvir Mão de Oito que ele já vem.

FOTO: ANDRÉ ALBUQUERQUE / DIVULGAÇÃO TEXTO: ED FÉLIX

COTAÇÃO

86

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NO DUST STUCK ON YOU Com nova guitarra (Edimar Filho) e o amadurecimento evidente dos demais integrantes do quarteto goiano (Victor Rocha, Dênis de Castro e Douglas de Castro), este disco do Black Drawing Chalks parece uma roleta de rock. A entrada de cada faixa é uma surpresa. Uma potente, outra mais dançante, mais tensa, aquela distorcida, uma pesada... E assim segue ao longo de quase uma hora de duração das quinze músicas de ‘No Dust Stuck On You’. É nessa preocupação com a diversidade sonora que está um dos principais atrativos da banda. Rock lascivo, poderoso e de alto nível.

BLACK

DRAWING

CHALKS 26 COTAÇÃO

86

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25 ATLAS COTAÇÃO

87

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Como está seu estoque de inspiração? Para espanto de alguns e alegria de muitos, Phillip Long lançou quatro álbuns em 2012. Das dezenas de faixas, as mais marcantes estão em ‘Atlas’, que mistura a melancolia, já conhecida no folk disseminado pelo cantor, com um fascinante cunho particular. Bastante entrosado com o cantor, Eduardo Kusdra é decisivo nos arranjos e na produção do disco. Outra presença boa de ser percebida é a de Maria Eliza, no backing de duas faixas. Sempre disposto a expor a verdade em seu romantismo, Phillip Long surpreende não só em quantidade. Sua música tem muita alma. E o estoque de sentimento, pelo que ouvimos, é reabastecido numa frequência impressionante.

PHILLIP

LONG TEXTO: ED FÉLIX



METÁ METÁ METAL METAL

24 COTAÇÃO

87

TEXTO: ED FÉLIX | FOTO: FERNANDO EDUARDO / DIVULGAÇÃO

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Mesmo que não queiram, ou que não assumam querer, Kiko Dinucci, Thiago França e Juçara Marçal tem o poder de revolucionar o rock. Com seu segundo disco, o trio colocou em discussão o desgaste do gênero. Melhor: o Metá Metá colocou em discussão o rock limitado como gênero. Ousados e sem medo de experimentar, eles fazem deste ‘MetaL MetaL’ um caldeirão, misturando o vigor de sua música com uma certa dose de ironia no resultado. Kiko, Thiago e Juçara não estão propondo uma revolução. Eles impõem. De fininho, pelas beiradas. Quando ouvir, já foi.




23 COTAÇÃO

87

OUÇA

JOÃO CALLADO E

FERNANDO TEMPORÃO PRIMEIRA NOTA Fernando Temporão é uma das melhores vozes e um dos letristas mais inspirados que surgiram na música carioca nos últimos anos. Em 2010, seu primeiro trabalho com o grupo Sereno da Madrugada agradou, mas em pouco tempo já é possível notar uma evolução significativa, tanto do cantor quanto do compositor. Numa das melhores parcerias de 2012, ele aparece dividindo uma dúzia de faixas com o cavaquinista e arranjador João Callado, outro nome extraordinário da cena carioca. Sambas que já nascem grandes. Metade das músicas é cantada pelo próprio Temporão, enquanto seis convidados emprestam suas vozes nas demais: Áurea Martins, Marcos Sacramento, Monica Salmaso, Moyseis Marques, Soraya Ravenle e Teresa Cristina. O disco termina e deixa uma esperança contente para que as próximas notas cheguem logo.


22 COTAÇÃO

87

CONHEÇA

ANDRÉ MEHMARI

CHICO PINHEIRO

E SÉRGIO SANTOS

TEXTO: ED FÉLIX | FOTO: MYRIAM VILAS BOAS / DIVULGAÇÃO

TRIZ O que acontece quando três grandes músicos se juntam num projeto autoral? O álbum ‘Triz’ é resultado de um encontro livre e intimista entre o piano de Mehmari e as cordas de Pinheiro e Santos. O trio reuniu composições inéditas com inteligência e harmonia. As faixas instrumentais transitam com leveza por terrenos distintos como o choro, a valsa e o samba -, mas tudo está banhado no jazz. A brincadeira de ‘Sim’ e ‘Não’, únicas canções com letra, completa esse projeto irretocável com porções extras de sentimentalismo. Enquanto uma vislumbra a alegria no choro (“Cada acorde desenha a nostalgia que há em mim. Pois sim, há de haver quem chore junto”), a outra aceita a desilusão (“Não, não vou dizer que não dói ouvir teu não”). ‘Triz’ deve influenciar os próximos trabalhos na cena instrumental da música brasileira. E não é por pouco.


21 COTAÇÃO

87

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THIAGO PETHIT ESTRELA DECADENTE No auge do desassossego, Thiago Pethit brilha enquanto derruba estrelas em seu segundo trabalho em estúdio. De cara nova e sem precisar de aprovação, o artista segue seu próprio caminho, inventa com mais liberdade e conta com a ajuda de amigos de peso para fazer de ‘Estrela Decadente’ um pequeno grande disco. Além da Kassin na produção, o trabalho tem as participações charmosas de Mallu e Cida Moreira. Nas letras que assina, Pethit parece escrever para guardar e ler/cantar daqui a um ano. Está torto, cru, no ponto.

FOTO: GIANFRANCO BRICEÑO / DIVULGAÇÃO


RODRIGO 20 CAMPOS COTAÇÃO

87

OUÇA

BAHIA FANTÁSTICA Rodrigo Campos é um cara de boas companhias. Com um time de instrumentistas de fazer inveja (Thiago França, M. Takara, Maurício Fleury, Kiko Dinucci, Marcelo Cabral) e a direção musical de Romulo Fróes, ele quis compartilhar conosco uma terra que, até então, era só sua. Um mundo de altos e baixos, de alegrias, tristezas, estranhezas, de deslumbre. Criolo, Gui Amabis, Juçara Marçal e Luisa Maita são outros nomes que o ajudaram nessa empreitada. ‘Bahia Fantástica’ é, de longe, o trabalho mais importante do currículo do artista. TEXTO: ED FÉLIX


AGORA EU SOU O SILÊNCIO O cara sofre, respira, a ideia vem, faz uma gravação no celular. Pega o violão e cria um dos discos mais intimistas do ano. ‘Agora Eu Sou o Silêncio’ é um chá da melancolia do catarinense Matheus Barsotti. O termo sânscrito ‘tratak’ define a Yoga dos olhos, uma técnica que envolve concentração em um único ponto. Tratak de Barsotti é música que merece ser descoberta, desvendada. Que pede lágrimas, mas conquista o ouvinte sem agredi-lo.

19 COTAÇÃO

88

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TRATAK


VITOR ARAÚJO

A/B Como fazer música erudita se suas maiores influências estão na cultura pop das últimas duas décadas? Como fugir do mundo empoeirado, onde tantos se perdem pela passividade, e não deixar de lado suas paixões, sua formação? É preciso inventar, mesmo que eles não aceitem. É preciso ousar e não ter medo de se expressar, mesmo que eles critiquem. Quando Vitor Araújo vai além da técnica, sobrevive ao rótulo de prodígio e põe um sentimento incomum num trabalho autoral, os conservadores berram. Mas a música do jovem atrai, conquista um público novo, influencia outros artistas da mesma geração. Com o ambiente escuro do lado A e a enxurrada de referências do lado B, este disco tem peso e importância para a música erudita, pelo talento fora do comum do artista, e para a popular, que ganha um terreno novo. TEXTO: ED FÉLIX | FOTO: HELOISA BORTZ / DIVULGAÇÃO

18 COTAÇÃO

88

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ZÉLIA

DUNCAN

TUDO ESCLARECIDO

Não é qualquer artista que se arrisca nas composições de Itamar Assumpção. Visitar sua obra (e se sair bem) não é uma tarefa fácil. Mas Zélia Duncan leva uma grande vantagem nessa aventura. Durante a principal fase de sua carreira, a cantora teve uma relação musical muito próxima com o Nego Dito. Com a impagável experiência, bom senso, leveza e inteligência, a cantora salva ‘Tudo Esclarecido’ de ser um tributo banal. O disco é uma das mais gratas surpresas do ano, com versões agradabilíssimas de composições já conhecidas e meia dúzia de inéditas do baú do compositor. Se você não conhece a Zélia de Itamar, não deixe de experimentar esse trabalho.

17 COTAÇÃO

88

CONHEÇA


16 COTAÇÃO

89

CURUMIN

TEXTO: ED FÉLIX

OUÇA

ARROCHA Artista mutante, Curumin é um dos nomes mais influentes nestes últimos dez anos de música brasileira. Seus dois primeiros discos causaram pequenas e discretas revoluções na época em que foram lançados (2005 e 2008). Nos anos seguintes a cada lançamento, era possível perceber como vários outros artistas nacionais se inspiravam nele, seja na capa, nos elementos eletrônicos ou na maneira de atrair o público. O mesmo tende a acontecer nos próximos anos. Em estilo, ‘Arrocha’ é diferente de seus antecessores, mas tem questões em comum: é incompleto e irregular. Talvez a ordem das faixas, as vinhetas, ou sei lá o quê que não contente o ouvinte. Mas esse é o jeito de Curumin. Ele gosta de costurar seus tesouros (‘Selvage’, ‘Passarinho’, ‘Vestido de Prata’), de entregar aos pouquinhos, de revolucionar “na dele”.


ABRAÇAÇO 1 - “Fitas-cassete, uma ergométrica, uns restos de rabada” 2 - “Um amasso, um beijaço. Meu olhar de palhaço, seu orgulho tão sério” 3 - “O lugar mais frio do Rio é o meu quarto” 4 - “Ter o olho no olho do jaguar. Virar jaguar” 5 - “O mar nos olhos” 6 - “Os comunistas guardavam sonhos” 7 - “Vá numa sessão de descarrego ou num médico” 8 - “Ásperos passos, pássaros sem fio” 9 - “O que fiz pra merecer essa paz que o sexo traz?” 10 - “Tudo mega bom, giga bom, tera bom” 11 - “Eu amo muito você”

15 COTAÇÃO

89

OUÇA

CAETANO

VELOSO


CAMBRIANA HOUSE OF TOLERANCE

14 COTAÇÃO

90

TEXTO: ED FÉLIX

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“Poxa, o som desses caras é muito bom. De que país eles são?” Compartilhe ‘House of Tolerance’ com um amigo desprevenido e as chances de receber este feedback são altas. O primeiro disco da banda conquista logo na primeira audição, mas cresce de forma impressionante. Mesmo quem está acostumado com os bilhões de lançamentos internacionais do mesmo gênero se surpreende com a beleza das dez faixas que compõem o debut. Arranjos moderados, uma exposição vocal ideal e os sentimentos certos distribuídos do início ao fim do disco. Com influências corretas e bons propósitos, a Cambriana se mostra uma banda com grande potencial. Mas isso de nada valeria se o resultado de seu primeiro trabalho em estúdio não fosse positivo. Ok. Expectativas superadas, vamos ao que interessa... Aperte o play e perceba a evolução do som.


13 COTAÇÃO

90

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BNEGÃO & OS SELETORES DE FREQUÊNCIA


FOTO: DIVULGAÇÃO

SINTONIZA LÁ Não há quem se atreva a dizer a qual gênero pertence a música feita por BNegão & Os Seletores de Frequência. A mistura aberta do grupo está ainda mais intensa nesse disco, um dos lançamentos mais aguardados do ano. ‘Sintoniza Lá’ fez valer cada ano de espera. Tem instrumentos poderosos, verborragia e faz o ouvinte suar.

TEXTO: ED FÉLIX


TULIPA

TUDO TANTO Pouco tempo depois de nascer na música, Tulipa Ruiz já é um dos nomes mais fortes de sua geração. A cantora conseguiu administrar bem as altas expectativas e apresentou um ótimo disco em 2012. Mesmo sem a atmosfera apurada de ‘Efêmera’ (segundo lugar na lista dos 100 melhores álbuns da música brasileira em 2010), esse ‘Tudo Tanto’ conta com músicas arrasadoras, perfeitas para evidenciar os atributos da cantora e confirmá-la como uma das vozes mais marcantes que ouvimos nos últimos tempos por aqui. ‘Quando Eu Achar’, por exemplo, não seria um décimo do que é saindo de outra garganta. À vontade com seus convidados, Tulipa mostra o Lulu Santos que queremos ouvir em ‘Dois Cafés’ e cria um clássico com Criolo: ‘Víbora’. Disco que surpreende e faz com que as expectativas para o próximo trabalho sejam ainda maiores. Mas ela não tem medo disso.

RUIZ 12 COTAÇÃO

91

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11 MARCELO FRUET COTAÇÃO

91

CONHEÇA

AIÓN

& OS COZINHEIROS

Trilha sonora para notar a sucessão dos anos, dos dias, das horas. Música para perder a noção do presente, do que passou e do que está por vir. Com o tempo como tema, Marcelo Fruet e seus excelentes instrumentistas apresentaram um trabalho pungente em 2012. Quando o tempo em questão não é o cronológico, quando não deve ser medido pela quantidade, e sim pela qualidade, entra a expressão grega ‘Aión’, que dá título ao disco. O rock prevalece na maioria das faixas, mas nos deparamos com porções de groove, baladas românticas e até bossa. A poesia valiosa de Fruet encontra os arranjos sofisticados d’Os Cozinheiros e o resultado é fantástico.

TEXTO: ED FÉLIX | FOTO: CHRISTIAN JUNG / DIVULGAÇÃO


SIBA AVANTE

10 COTAÇÃO

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Ele já provou, em 2007, com a Fuloresta, que toda vez que dá um passo o mundo sai do lugar. E para onde ele vai? Vai passar como um santo mudo, enfrentar assédio de tubarões, ter carinhos negados por pequeninas. Vai balançar edifícios de quarenta andares, brincar carnaval enquanto o mundo acaba, mas nunca vai aprender como faz pra rezar. Vai atirar versos, libertar touro bravo, sentir saudade do velho lar, sonhar com super poderes. Avante, Siba! TEXTO: ED FÉLIX


FOTO: TALITA MIRANDA / DIVULGAÇÃO


NAVE MANHA Apagão é alegria de romântico. Com bom humor, volúpia e jovialidade, a Trupe Chá de Boldo veio com um antídoto para caretice na música brasileira em 2012. O coletivo optou por letras simples, investiu nos instrumentos, em melodias prazerosas, trabalhou para colocar sua música lá em cima. ‘Nave Manha’ é irresistível. E se não voltarem a apagar as luzes da Avenida Paulista, feche os olhos.


9 COTAÇÃO

91

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TRUPE

CHÁ DE BOLDO TEXTO: ED FÉLIX | FOTO: BOB WOLFENSON





GUI AMABIS

8 COTAÇÃO

91

TEXTO: ED FÉLIX | DESENHO: RAFAEL GRAMPÁ

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TRABALHOS CARNÍVOROS A arte de Rafael Grampá combina com a música de Gui Amabis. O quadrinista assina os desenhos da capa e do encarte de ‘Trabalhos Carnívoros’ e ainda divide com Julio Andrade a direção do clipe de ‘Pena Mais Que Perfeita’, o melhor do ano na música brasileira. São traços vorazes, ousados. São imagens perturbadoras, esplêndidas. Homem de grandes parcerias, Amabis foi rápido em apresentar seu novo trabalho - um ano após o ótimo ‘Memórias Luso Africanas’. Agora ele aparece com uma produção mais madura e coesa. Sai o tom familiar e a música soa impetuosa, como um bicho solto.



7 COTAÇÃO

93

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AN AGE OF LOVE “Dreampop com amour”. Susana Bragatto e Zé Ruivo catam referências de seu fértil universo onírico para colocar na música do Ailaika. Retrofuturismo, livros infantis, roadtrips, anos 80, canções de ninar japonesas, conhaque com limão, sintetizadores antigos, gatos preguiçosos, suaves psicodelias, cadillacs. Mas é a paixão do casal na vida real que amarra as canções do segundo disco do projeto. ‘An Age Of Love’ é resultado da colaboração com o produtor brasileiro Apollo9 e tem um convidado inusitado: Odair José e seu romantismo inconfundível em ‘Tristinha’, mambo-canção de donzelas que choram por amor. Mauricio Pierro assina a irretocável arte do disco, com sorvete, salto alto, cowboys e muitos passarinhos. Coloque ‘Blue Maggot’ para dar choque na pista de dança e ouça ‘Lick My Body’ enquanto toma banho. Um trabalho divertido, bem humorado, irresistível. Para deixar tocar o dia inteiro, sem enjoar. Duvida? Vai lá.

AILAIKA TEXTO: ED FÉLIX

FOTO: EMILIANO KORE / DIVULGAÇÃO



6 COTAÇÃO

95

OUÇA

CLARIDÃO Lúcio da Silva Souza viu o mundo acabar em 2012. De uma sacada, admirando o lusco-fusco. O garoto corajoso sobreviveu. E eu não sinto mais medo do futuro da música brasileira.

TEXTO: ED FÉLIX

FOTO: JORGE BISPO / DIVULGAÇÃO

SILVA



LUCAS SANTTANA

5 COTAÇÃO

95

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O DEUS QUE DEVASTA MAS TAMBÉM CURA Estala os dedos, uma orquestra surge. A poesia suntuosa se encaixa com perfeição em melodias geniais. Tem sensibilidade que espanta até os colegas mais apurados. De cima, singelo. Por dentro, majestoso. No melhor trabalho de uma discografia elogiada, Lucas Santtana vai na frente, abre caminho para outros artistas da música brasileira.

TEXTO: ED FÉLIX

FOTO: DARYAN DORNELLES / DIVULGAÇÃO



FOTO: MARCELO CASAGRANDE / DIVULGAÇÃO


4 COTAÇÃO

96

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PROJETO

CCOMA


PEREGRINO Estamos no pequeno distrito de Cazuza Ferreira, na cidade de São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul. Paisagem remota. A mistura de cores fortes da natureza parece ter sido incrementada para o cinema, ganhou casas de madeira e personagens enigmáticos. Foi esse o cenário escolhido para a gravação do vídeo que virou clipe de ‘Milonga Para Los Perros’, música do terceiro disco do Projeto CCOMA. Moradores do distrito foram convidados para encarar as lentes da câmera. Um rosto sofrido, outro melancólico, um olhar desconfiado, outro tímido. Vários seguram sua carteira de identidade. A senhora que aparece na frente das prateleiras de uma pequena venda aparenta ser a mais simpática, esboça um sorriso. Chega a vez de um rapaz com mechas loiras no cabelo e um piercing na sobrancelha. O homem de camisa amarela e avental preto (ótima combinação, por sinal) deu uma pequena pausa nos seus afazeres para também participar da gravação. Dirigido por Robinson Cabral, o clipe é encerrado com os integrantes do CCOMA, de terno preto, seguindo a pé numa estrada de barro, acenando para um fusca branco e uma motocicleta que passam ao seu lado. As imagens arrebatadoras do vídeo encaixam no som com perfeição. O resultado é emocionante. Uma incrível experiência sonora e visual. Isso é ‘Peregrino’, disco inovador, corajoso, categórico. Entre o jazz e a música eletrônica, Roberto Scopel e Swami Sagara apresentam uma estética sonora envolvente, com referências inusitadas e multiculturais. Nas dez faixas que compõem o trabalho, os músicos fazem o ouvinte experimentar aquilo que chamam de música eletrorgânica, ou que pode ser determinada como future jazz. Não há como escapar da percussão empolgante de Sagara, do trompete e das surpresas de Scopel (como o claricano, uma espécie de clarinete feito com canos de PVC). Detalhes menores, entre o resgate do hang drum, o theremin e o berimbaixo (mix de berimbau e baixo), comprovam a originalidade do projeto, aceitável a partir do instante em que o duo consegue, com destreza, criar um estilo próprio e harmônico. Uma façanha para quem se propõe a brincar com música instrumental com tanta ousadia. TEXTO: ED FÉLIX

Scopel e Sagara também foram espertos na hora de fazer a lista de convidados de seu novo disco: escolheram cidadãos musicais. O trabalho foi co-produzido por Moises Matzenbacher, atualmente radicado em Londres. O vocal marcante do pernambucano Di Melo está em ‘Xangô é Rei’, enquanto Zeca Baleiro, maranhense e com ascendência síria, participa de ‘Cosmopolita’ apenas com vocalizes. João Luiz Oliveira contribui com duas faixas: ‘Milonga Para Los Perros’ e ‘Iracino y Cerenita’. Paulo Johann foi o convidado de ‘Caminho do Meio’ e já ‘Amazônica Fever’ é um featuring com Diogenes Baptisttella e Corina Piatti. Instrumento de sete cordas comum na Turquia, o baglama é tocado por Luciano Sallun em ‘Grand Bazaar’. A artista argentina Kinska assina os desenhos da capa e do encarte. Das montanhas do sul do Brasil, um duo eletrônico num cenário rural nos convoca para uma peregrinação, para explorar novos territórios ao redor do planeta, considerar a identidade de cada povo, admirar contextos divergentes. É samba, é baião, é música caribenha, argentina, andina, africana. Combina com os encantos de Paris, com a pompa de Xangai. ‘Peregrino’ é um álbum excepcional e, em 2012, ampliou o alcance da música brasileira.



FOTO: GIOVANNA HACKRADT / DIVULGAÇÃO


DOIS TEMPOS Pensa que é fácil ser uma estrela? Pensa que vida de cantora é brisa fresca? Khrystal propõe uma troca de papéis com você, mas ela tem certeza de que, em dois tempos, vai ganhar a aposta. A cantora potiguar dá sua vida pela música. É o preço para se fazer arte do jeito que ela quer fazer. Vai encarar? Influenciada pelo jazz, com um pé no blues, e ainda roqueira forte, ela sabe converter as referências de sua formação artística em qualidades para a música regional. É isso mesmo que você está pensando: vai ouvir forró e sentir rock. Neste segundo disco, Khrystal reúne ritmos altos com o que há de melhor na cultura nordestina, na vida real, na vida de cantora. Cantora e compositora. Sua poesia é belíssima, coisa de gente que consegue enxergar - e depois cantar - a beleza das coisas simples do cotidiano. Incrível também é perceber como ela consegue encaixar cada expressão em melodias bárbaras. A voz? Forte, com sotaque carregado, uma das mais originais da música brasileira atual. Primeira faixa do disco, ‘Na Lama, Na Lapa’ é um grito de liberdade, já avisa que Khrystal canta o que quer. “Fui batizado na capela onde o padre, numa noite de pecado, se encontrou com um alguém”, dispara em ‘Arranha Céu’. Se você já apertou a campainha da vizinha e correu, vai gostar de ‘Bem ou Mal’. Não é por menos que ‘Dois Tempos’ deu título ao disco: “Mato meu leão todo dia pra não ver meu canto calado morrer”.

3 COTAÇÃO

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‘O Trem’ é um dos pontos altos do segundo trabalho em estúdio da cantora. É o romantismo de quem vive debaixo de sol quente: “Comida sem farinha é o mesmo que trepar sem beijar. (...) A vida a dois é feito rapadura: é doce, mas não é mole não”. A Khrystal mais forte do disco é a de ‘Zona Norte, Zona Sul’: “De que lado mora o seu preconceito? Atravesse a ponte que eu vou lhe mostrar”. “Já me falaram desse tal de erudito, mas meu negócio é a cultura popular”, canta em ‘Potiguaras Guaranis’, uma combinação incrível de tudo o que forma o nordeste brasileiro. O disco fecha com a única canção que não é assinada por Khrystal. ‘Compositor’, de Joyce e Paulo César Pinheiro’, é uma homenagem nada trivial a quem (sobre)vive de música. Fugir do óbvio, não ter vergonha de mostrar o lado mais sincero de sua voz, não ter vergonha de mostrar todos os seus lados enquanto artista. Khrystal é uma cantora alegre, uma compositora brava, uma artista popular que pode fazer a crítica cair aos seus pés. Potiguar, nordestina, brasileira.


KHRYSTAL



TOM ZÉ TROPICÁLIA LIXO LÓGICO O que esperar de um gênio? Nada. Um gênio vai contra qualquer expectativa. Não adianta prever, cobrar promessas. Como um avô que leva o neto para passear, Tom Zé quer lhe contar histórias, aguçar sua imaginação, apresentar coisas novas até ver fumaça saindo dos seus ouvidos. A par do que sucede na famigerada nova MPB, convocou quatro ótimos artistas - Mallu Magalhães, Emicida, Rodrigo Amarante e Pélico - e trabalhou muito para criar ‘Tropicália Lixo Lógico’. É, não há preguiça no dicionário dele. Está louco como sempre. E mais do que nunca. Louco a ponto de confundir o técnico da gravadora, que reparou, na hora da fechar o disco, que a maioria das faixas terminava abruptamente, tinha ruídos estranhos, vozes, risadas, apitos, toque de celular... Tudo intencional. Tom Zé fez o Brasil rir, deixou 2012 mais divertido, grudou melodias, emocionou, derrubou queixos, fez olhos brilharem na platéia. Gênio.

TEXTO: ED FÉLIX

FOTO: ANDRE CONTI / DIVULGAÇÃO

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CONHEÇA



PEGA NA

ESTRADA Céu segue novos caminhos e faz o melhor disco de 2012 na música brasileira


CARAVANA SEREIA BLOOM

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CONHEÇA

Já pensou em fugir com a Caravana Rolidei? No alto de sua inocência, Ciço se encanta pelo estilo de vida de três artistas mambembes e, sem pestanejar, decide: “Eu vou com eles”. Mesmo com sua mulher grávida do lado e sem tostão algum no bolso, o sanfoneiro segue numa aventura sob o comando do Lorde Cigano. O chefe da trupe é uma mistura de mágico bom de improviso, vidente poderoso e, quando a coisa aperta, cafetão. O brutamonte silencioso Andorinha consegue entortar barras de ferro, mas o show que mais atrai a atenção das pequenas platéias da Caravana Rolidei é o de Salomé, A Rainha da Rumba. Meio quilo de maquiagem e um castelhano inventado. Como descobriu Ciço, “ela também fala brasileiro”. É certo que figuras tão curiosas protagonizem grandes feitos. Lorde Cigano consegue realizar o maior desejo de todos os brasileiros: ver neve. O cara faz nevar no sertão. “Parece coco ralado”, comenta Dasdô. E assim segue a Caravana Rolidei. Por fantasia, para aguçar a imaginação, pelo entretenimento, por uns trocados. Conquistar territórios inóspitos (“Será que Deus tá distraído ou não gosta do pessoal desse lugar?”), caçar as terríveis espinhas de peixe e explodir televisores patrocinados por prefeituras, correr atrás de uma esperança chamada Altamira. No meio do mato, com o nome de Copacabana estampado na camisa. Todas as experiências vividas pelos personagens de ‘Bye Bye Brasil’, clássico de 1979 dirigido por Cacá Diegues, tem como cenário maior a estrada. O conceito de caravana, o clima mágico do filme, seus personagens, o Nordeste do Brasil e essa estrada inspiraram a cantora Céu na criação de seu terceiro disco. Um trabalho musical com cara de cinema, cheio de referências inteligentes, com um conceito muito bem definido. ‘Caravana Sereia Bloom’ foi feito na estrada, por quem vive nela e dela.

CÉU TEXTO: ED FÉLIX


TODAS AS FOTOS DE CÉU: RENAN COSTA LIMA / DIVULGAÇÃO

A cantora ousou muito nesse trabalho. A produção, a banda e as parcerias (sua caravana) já são de casa, mas a proposta é totalmente nova. Coisa de uma artista aventureira, que não tem medo de fazer seu público ter experiências sonoras diferentes, mesmo correndo riscos. Riscos que talvez fossem grandes para outras cantoras, mas que são mínimos para ela. De Alípio Martins a Eydie Gormé, de Nelson Cavaquinho a Nancy Sinatra, Céu se joga num mundo de referências e vê sua música ser transformada nos lugares por onde passa, por contos, causos, personagens. A transformação está nos pequenos detalhes - o som de uma estação de rádio mal sintonizada, um batom vermelho sendo roído pelo cimento - e nesse ar “brega” que toma conta de ‘Caravana Sereia Bloom’.

Céu pega música na estrada. Me apaixonei por ela em 2005. Fiquei ansioso ao extremo em 2009, mas ‘Vagarosa’ superou toda e qualquer expectativa. Naquela época, fascinado pelo segundo disco da cantora, pensei: “Vai ser difícil ela fazer algo melhor do que isso daqui pra frente”. Felizmente, engano meu. Céu volta a evoluir em 2012, me surpreende mais uma vez. Continuo seguindo as caravanas a Rolidei e a Sereia Bloom. O segredo é aproveitar a viagem sem se preocupar com o destino.





FALTA DE AR

FAIXAAFAIXA SEREIA

Quem foi que disse que o mundo tem que crescer? Para esse foguete que eu vou ficar por aqui mesmo, em Marte.

Céu achou nessa curta vinheta um belo modo de homenagear sua filha. “Quando dou banho na Rosa, canto essa música e ela canta junto”.

AMOR DE ANTIGOS Música com gosto de saudade. “Vem comigo mundo afora, em qualquer lugar que eu ande”. Se você já passou dos 80 anos, deve querer se lembrar de um verdadeiro amor. ASFALTO E SAL Hora de viajar. Coloque na bagagem apenas o que você gosta. Pessoas, sentimentos, momentos. “Eu vou lhe conservar no sal, no sal do meu mar”. RETROVISOR A música que resume o disco. Você sai de uma desilusão amorosa e diz: “Não pense que isso vai ficar assim”. Como no clipe, filmado em película, o cenário de ‘Retrovisor’ é um boteco de beira de estrada. Céu e seu batom vermelho. A festa começou vigorosa, mas o dia clareou, a música evoluiu. TEJU NA ESTRADA A primeira vinheta tem um tom de mistério, com vocais flutuantes, e remete a uma paisagem seca.

TEXTO: ED FÉLIX

BAILE DE ILUSÃO

CONTRAVENTO “O vento é um menino bulindo com gente”. A poeira que seca boca, fere zóio, rasga pele. ‘Contravento’ é um resumo da estrada e, por incrível que pareça, uma das faixas mais dançantes do disco. PALHAÇO Tente convencer um palhaço aposentado a voltar ao palco. Numa regravação genial de uma relíquia da nossa música, Céu inclui elementos sonoros discretos, assovios, e o violão do pai, Edgard Poças. “Faça a plateia gargalhar. Um palhaço não deve chorar”.

Pranto, caderno de rabiscos, multidão, decibéis, serpentina, salão, um coração que quer se rebelar. Deliciosamente brega. FFFREE “There is a road inside of me”. Com pouco mais de um minute, ‘Fffree’ é uma das músicas mais intensas do álbum. Tem a cara de rascunho que Céu quis dar ao disco, com GarageBand, sem muitos adereços. Livre. STREETS BLOOM Um presente incrível de Lucas Santtana. Encaixou perfeitamente na proposta do disco, na voz de Céu, nos instrumentos da caravana.

YOU WON’T REGRET IT

CHEGAR EM MIM

Também tem Caribe em ‘Caravana Sereia Bloom’. Esse cover do ska de Lloyd Robinson e Glen Brown é mais um exemplo de como Céu consegue transformar uma música apenas com sua originalidade no modo de cantar. É como se a melodia só esperasse por sua voz.

Perfume fala. Sempre malemolente, Céu aproveitou bem essa letra fantástica de Jorge Du Peixe e o resultado foi arrebatador. Música doce e ao mesmo tempo sensual, provocante. O que o perfume diz? “Se eu fosse você já tinha chegado em mim”.




BÔNUS AS 100 MELHORES MÚSICAS SAMBA MANCO

90

PERTO-LONGE

89

KILO

88

APRENDENDO A MENTIR

87

PASARGADA

86

SUMMER SEEDS

85

O BAILE

84

NO MAR

83

DEPOIS DO FEL

82

EU VOU TE ENCONTRAR

81

100

VOY A TATUARME

99

DETURPANDO IDÉIAS

98

EU QUERIA ANDAR POR DENTRO DE VOCÊ

97

BATALHA

96

AQUI NUNCA NASCERAM HERÓIS

95

QUEBRUPASSO

94

TUTTI-FUDITTI

93

FADO NORDESTINO

92

DE BOBEIRA

91

CABELO DE FOGO

MARINA DE LA RIVA

ZE MANOEL E MAVI PUGLIESI

ROGÊ E WILSON DAS NEVES

LUIZ GADELHA

BA-BOOM

LUNETA MÁGICA

LUIZA SALES

RITA LEE

JOANA FLOR

DUDU NICÁCIO

SKA MARIA PASTORA

ANNA RATTO

BONDE DO ROLÊ

SELVAGENS À PROCURA DA LEI

REGRA 4

MACACO BONG

KATIA B E JAM DA SILVA

LAURA LOPES

NOVANGUARDA

SONIC JUNIOR


ANNA RATTO FOTO: DIVULGAÇÃO


LAURA WRONA


80

NOME DA MÚSICA AQUI

JARDIM DE INVERNO

70

79

É POUCO

N’AGHADÊ

69

78

CUT MYSELF IN TWO BLACK DRAWING CHALKS

BAZAR PAMPLONA

GREVE

68

77

PRA DESENGOMAR

SAD SONG

67

76

RODA

SAMBA DE AMANHÃ

66

75

UM CHOPIN NO BACH OUVINDO FORRÓ

TUDO QUE FOR LEVE

65

74

LOUCO DESEJO

É TARDE

64

73

VIVE DE BANDEIRA

NESSA MULHER

63

72

NA TRILHA DO AMOR

NIGHT PURPURINA

62

71

GAROTA

FREVO TE LIGA

61

HIDROCOR E LULINA

SEU PEREIRA E COLETIVO 401

MOYSEIS MARQUES

LINEKER

CHICO CHAGAS

DONA ONETE

JENINPAPO

SIMONE GUIMARÃES E CRISTINA SARAIVA

AÍLA E GABY AMARANTOS

FOTO: SAMUEL ESTEVES / DIVULGAÇÃO

MARINA WISNIK

EL EFECTO

MADRID

CAMARÁ

ALICE CAYMMI

LAURA WRONA

LEMOSKINE

TATÁ AEROPLANO

MUSA HÍBRIDA


60

TERRA EM TRÂNSITO

O SEU TIPO

50

59

NO AR

SERÁ BEM-VINDO QUALQUER SORRISO

49

58

CAVALEIROS DA ORDEM DO DESERTO

57

CALMA AÍ, CORAÇÃO

56

GIRASSOL

55

NA GAVETA

54

O MAIS CLICHÊ

53

BOLERO DE JARDEL

52

VELHO BANDIDO

51

BAIÃO DE RESPEITO

CAÊ ROLFSEN

ORQUESTRA CONT. DE OLINDA

FILARMÔNICA DE PASÁRGADA

OS SERTÕES

ZECA BALEIRO

JOÃO CALLADO E FERNANDO TEMPORÃO

BRUNNO MONTEIRO

VIVENDO DO ÓCIO

CIRCO VIVANT

PAULO NETO

DONA ZAÍRA

BRUNA CARAM

SÃO JORGE

48

CHAMPAGNE

47

MARCHA DA PREPARAÇÃO

46

QUINZE MIL DIAS

45

LINDO LAGO DO AMOR

44

AMÉM

43

TULIPA TURCA

42

A ROLINHA E O MINHOCÃO

41

METÁ METÁ

PARAPHERNALIA

A.B.R.A.

LESTICS

ADRIANA CALCANHOTTO

GUIDO

MAURÍCIO PESSOA

TRUPE CHÁ DE BOLDO

FOTO: DIVULGAÇÃO


BRUNNO MONTEIRO


KARINA ZEVIANI


40

PRINCESA DO MAR

CAMBALHOTA

30

39

MARIA

III.III.III.III.III.III

29

38

SIM

MILONGA PARA LOS PERROS

28

37

COME DEBBIE

SANDAU

27

36

THE SAD FACTS

CRETINO

26

35

SOLDADOS DO SOL

JURITÍ

25

34

INSONIAZINHA

TRABALHOS CARNÍVOROS

24

33

AMOR INVENTADO

SELVAGE

23

32

O AMOR É UM SOM

LOOKING ASA SUL, FEELING ASA NORTE

22

31

MANHÃZINHA

AQUELE QUÊ

21

FOTO: DIVULGAÇÃO

RODRIGO CAMPOS

TIÃODUÁ

URUCUM NA CARA

TRIZ

RADIOLA

PROJETO CCOMA

KILLER ON THE DANCEFLOOR E THIAGO PETHIT

CAMBRIANA

TUPINIQUIN

LETUCE

KARINA ZEVIANI

AUGUSTO MARTINS

KIKA

TEREZA

DUSOUTO

GUSTAVITO

GUI AMABIS

CURUMIN

SEXY FI

NINA WIRTTI


20

TONIFICANDO

19

SONG FOR TOM

18

29 BEIJOS

17

ACORDA

16

TUDO ESCLARECIDO

15

HOLGER

66

O TERNO

10

DOIS TEMPOS

9

ALTERAÇÃO (ÉA!)

8

JOGOS MADRUGAIS

7

TROPICALEA JACTA EST

6

ARIANA

RETROVISOR

5

14

UM ABRAÇAÇO

PAS DE DEUX

4

13

MISS ME

QUANDO EU ACHAR

3

12

PAVILHÃO DE ESPELHOS

CARTA DE AMOR

2

11

2012

SUA DECISÃO

1

MARCELO FRUET & OS COZINHEIROS

MARCIA CASTRO E HELIO FLANDERS

MÃO DE OITO E MARCELA BELLAS

ZÉLIA DUNCAN

SIBA

CAETANO VELOSO

GRANDPHONE VANCOUVER

ROBERTA SÁ

SILVA

KHRYSTAL

BNEGÃO & OS SELETORES DE FREQUÊNCIA

LUCAS SANTTANA

TOM ZÉ

CÉU

THIAGO PETHIT

TULIPA RUIZ

MARIA BETHÂNIA

LEO CAVALCANTI

FOTO: DIEGO CIARLARIELLO


LEO CAVALCANTI


EDIÇÃO ANTERIOR NÃO VIU A LISTA DOS MELHORES DE 2011? CONFIRA:

música brasileira



100 MELHORES OS

ÁLBUNS DA

MÚSICA BRASILEIRA

2012

EM

O QUE VOCÊ ACHOU DESSA EDIÇÃO? Comentários, críticas e sugestões para o e-mail:

ou utilize a caixa de comentários no endereço:

SELEÇÃO DE AMOSTRA PARA A EDIÇÃO 2013


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