Ficha Técnica
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Directora: Luísa Fernandinho |emcantos.magazine@gmail.com| Subdirectora: Sílvia Coelho |emcantos.magazine@gmail.com| Redacção: Sílvia Coelho, Luísa Fernandinho |emcantos.redaccao@gmail.com| Edicão: Sílvia Coelho |emcantos.magazine@gmail.com| Design e paginação: Silvia Coelho Edição online: Sílvia Coelho, Luísa Fernandinho www.emcantos-produções.pt Colaboradores: Hélder Cerejo; Turgalicia; Departamento Comercial: Luísa Fernandinho |emcantos.comercial@gmail.com| Sílvia Coelho |emcantos.comercial@gmail.com| Fotografia: Sílvia Coelho; Luisa Fernandinho; Marco Romão Assinaturas: Silvia Coelho |emcantos.assinaturas@gmail.com| Luísa Fernandinho |emcantos.assinaturas@gmail.com| Tradução: Luísa Fernandinho Foto CAPA: Turgalicia Impressão: Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas SA Registro ERC: 125934 Depósito Legal: 316664/10 ISSN N.º: 1647-8290 Tiragem: 9.000 Exemplares Propriedade: EMcantos produções Lda. Urbanizaçao da Boavista Lote i Sítio do Roncão 6200 - 567 Boidobra Tel: +351 275 322 132 Fax: +351 275 322 132 NIF: 509463924
Editorial Caros leitores, Nesta edição percorremos lugares recônditos de Portugal e Galiza. Lugares surpreendentes para um fim-de-semana em família, a dois ou mesmo a sós. O Natal e a Passagem de Ano não foram descurados, nestas páginas encontrará boas sugestões para esquecer a crise. A pensar em 2011 fomos a procura de locais especiais para que possa planear umas escapadinhas perfeitas. E como o Natal está a porta, porque não uma visita até à terra do Pai Natal. Partimos a descoberta da Lapónia. Não se esqueça de visitar a nossa página de internet que irá ter eventos, notícias, portais e tudo o que necessitar para viajar. No sítio www.emcantos-produções.pt pode encontrar toda uma panóplia e sugestões e opções desde restaurante se hotéis, escapadinhas, roteiros e notícias. Nada foi esquecido! Desejamos a nossos leitores um Feliz Natal e um Próspero 2011.
sumário
Novembro/Dezembro 2010
Internacional Lapónia
Trilhos&trilhas
Fomos à descoberta da terra do Pai Natal.
Pelos caminhos de Castelo de Vide, Marvão e Arronches
Pág. 5-6
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O meu Passaporte Perdido no Norte Um relato na primeira pessoa de aventuras pelas terras frias da Lapónia Finlandesa.
Pág. 11
Aldeias Históricas de Portugal Lugares mágicos que encerram em si grandes histórias de conquistas e tradições singulares Descubra connosco este verdadeiro tesouro escondido no Portugal profundo. Nesta edição partimos à descoberta de Almeida, Castelo Novo, Marialva e Piódão. Deixe-se levar!
Pág. 15-19
Percorremos algumas das localidades assoladas pelas guerras de 1801. Estas foram o prenúncio das célebres Invasões Francesas que levaram a Casa de Bragança a fugir para o Brasil, com os efeitos bons e maus que todos conhecemos.
Pág. 7-9
Sete destinos para que possa desfrutar em 2011 Porque 2011 está quase a bater-nos à porta, preparamos para si um excelente roteiro para que possa desfrutar de umas escapadinhas perfeitas durante o próximo ano. Tudo o que precisa é relaxar, pegar na sua máquina fotográfica e deixar-se deslumbrar pelas Sete Maravilhas Naturais de Portugal. Se não se recorda quais são esta reportagem é para si. Prometemos que mesmo antes do final já sentirá vontade de partir à sua descoberta!
Pág. 24-27
Partidas&chegadas Venha sentir a Galiza… Nesta reportagem decidimos dar a sentir um pouco da Galiza. Mas somente um pouco! Porque há muito para ver e experimentar.
Pág. 20-22
Lapónia Fomos à descoberta da terra do Pai Natal! Foto: Embaixada da Finlândia em Portugal
Fotos: Embaixada da Finlândia em Portugal
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Que melhor lugar para ver o Pai Natal que viajar até à sua terra de origem – “Rovaniemie” e aí ficar a conhecer todos os recantos mágicos de um lugar por si só já cheio de encantos. É em “Rovaniemi”, “capital” do Círculo Polar Árctico em plena Lapónia, na Finlândia, que o “verdadeiro” Pai Natal pode ser encontrado na sua “gruta” rodeada actualmente por uma aldeia saída do conto de fadas toda ela pensada à volta da sua figura, e que inclui até um parque de diversões. Visitar a Lapónia no Inverno é com certeza uma experiência inesquecível. Afinal não é todos os dias que se tem o prazer de desfrutar de uma aurora boreal. A temperatura - de Inverno costuma rondar os 30 graus negativos, predominando claro está o branco da neve que chega a parecer irreal, podendo observar-se aqui e acolá pequenas A sauna será talvez uma das pinceladas de verde dos abetos e pinheiros. Não se preocupe com o frio porque aqui não há tempo se quer para o sentir, características mais tamanha é a adrenalina que corre pelo nosso sangue em poder marcantes dos finlandeses aproveitar tudo o que a Lapónia tem para oferecer. Desde há quase tantos postos de safaris com renas ou huskies ou então em motas de neve aqui quase tudo é permitido à imaginação. Existem ainda diversas sauna como de habitantes. modalidades relacionadas com o esqui, incluindo o agradável Para eles é um local de esqui de fundo, para quem tem medo das descidas e dos saltos. quase culto. No final de cada dia há uma receita infalível para conseguir aquecer o corpo e assegurar a verdadeira sensação de tranquilidade e relaxamento: uma sessão de sauna finlandesa. A sauna será talvez uma das características mais marcantes dos finlandeses - há quase tantos postos de sauna como de habitantes. Para eles é um local de quase culto. Aqui uma sessão completa de sauna implica para além do nosso método tradicional, um banho em águas geladas. Nas saunas que têm um rio ou um lago na vizinhança a superfície congelada é rasgada num buraco para lhe permitir o acesso às suas águas. É muito fácil!!! Tudo o que tem de fazer é depois de estar o tempo suficiente no interior da sauna, seguir para o exterior, passear pela neve e dar um mergulho rápido claro, nas águas geladas. Isto nú… Pode sempre viajar também até “Levi”. Aqui a oferta de actividades é imensa. Localizada a 180 quilómetros a norte da linha do Círculo Polar Árctico, esta maravilha em estado bruto é considerada a maior estância de turismo da Finlândia, apesar de a sua capacidade não ultrapassar as 15 mil camas, das quais um terço se compõe por 500 cabanas de madeira, ideais para famílias ou grandes grupos.
Novembro/Dezembro 2010
trilhos&trilhas
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Pelos caminhos de Castelo de Vide, Marvão e Arronches No inicio do século XIX, Portugal enfrentava uma situação de constante perigo de invasão por parte das tropas francesas e espanholas. Internamente a diplomacia portuguesa sofria pressões para bloquear os seus portos aos navios ingleses e por outro lado a Inglaterra não se mostrava muito interessada pelos problemas do seu velho aliado. Em 1801 as movimentações militares junto das fronteiras eram já um facto. Uma das regiões que mais sofreu foi o Alentejo com escaramuças entre os exércitos portugueses e espanhóis. Em trilhas&trilhos iremos percorrer algumas das localidades que foram assoladas pelas Guerras de 1801. Estas foram o prenúncio das célebres Invasões Francesas que levaram a Casa de Bragança a fugir para o Brasil, com os efeitos bons e maus que todos conhecemos.
1801 29 de Janeiro Convenção entre França e Espanha que inclui a ocupação de Portugal. Ultimato a Portugal exigindo-se que se abandone a Aliança Britânica e a proibição de entrada de navios ingleses nos portos portugueses.
Março Exército espanhol começa a concentrarse em Badajoz
Maio
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27 de Fevereiro Declaração de guerra de Espanha a Portugal.
Abril Não se registaram qualquer desenvolvimento nem movimentos; exército português acantona-se em Nisa e Arronches, no entanto existem algumas escaramuças nas fronteiras
Forças espanholas atacam as posições portuguesas na Serra de São Mamede; Avanço das tropas portuguesas até à fronteira. 20: Novo ataque dos espanhóis: concentração junto de Castelo de Vide e Marvão, infantaria em Portalegre batalhões dos caçadores aproximam-se de Alegrete; deixou-se Monforte a descoberto. Entre 21 e 26: O exercito português estava na expectactiva já que havia algumas escaramuças em Elvas e Campo Maior 26: Forças espanholas levantam acampamento, tentam ocupar Campo Maior sem sucesso. 27: Espanhóis ocupam Monforte. 28: Espanhóis acampam a poucos quilómetros de Arronches - Inicio de negociações para a paz de Badajoz 29: Atacam Arronches; desorganização das forças portuguesas, retirada para Alegrete, espanhois ficaram ali 30 e 31, no dia 1 de Junho retomam a direcção de Portalegre. 30: Forças portuguesas começaram a abandonar o Alto Alentejo. As estacionadas em Marvão e Castelo Vide começaram a deslocar-se para Alpalhão e Gavião. 31: Concentração das forças portuguesas em Gavião.
Fotos:EMcantos Magazine
Julho 5 : Tratado de Badajoz Portugal fecharia os portos a Inglaterra; Espanha restituía Juromenha; Arronches; Portalegre; Castelo de Vide, Barbacena, Campo Maior e Ouguela e Portugal indemnizava a Espanha pelos estragos. França não aceitou o tratado que foi reformulado e em Setembro surge o Tratado de Madrid.
trilhos&trilhas
Arronches
Deixe-se levar pelo que “Forte Arronches” tem para lhe oferecer Pensa-se que foi fundada pelos romanos ainda no tempo de Calígula. Durante a Reconquista ora foi cristã ora moura, tendo passado definitivamente para o já reino de Portugal em 1242 por D. Paio Peres Correia. Teve o seu primeiro foral no reinado de D. Afonso III, o Bolonhês, em 1255 sendo depois confirmado pelos seus sucessores. Ao longo da história viu-se muitas vezes cercada pelos castelhanos na crise de 1383-1385, guerras de restauração entre outras. Arronches foi sempre uma praça-forte muito importante, tendo sido apelidada por Luís de Camões n ‘ Os Lusíadas de “forte Arronches”. Conhecida também como “Terra dos Porcos” porque diz a lenda que os habitantes de manhã abriam as pocilgas e os animais iam para o campo e de tarde estes regressavam a casa para dormirem e comerem. Nesta sua visita aproveite para adquirir o seu bom azeite, um dos produtos mais importantes, não nos esquecendo do seu excelente mármore rosa e o bom barro. De artesanato compre algumas recordações de cabedal e de cortiça. Com a “Barragem do Caia” por perto, sempre pode praticar os desportos náuticos como também a pesca do achigã e da carpa. Passeie os olhos pelas paisagens de olivais e montados, e deixe-se perder pelos casarios brancos desta magnifica vila. 9
Castelo de Vide
Marvão
Turismo fonte de vida
Terra de bravura desigual, com paisagens idílicas
Não se sabe as origens de Castelo de Vide, mas sempre foi visto como um importante ponto de defesa estratégico, devido aos constantes ataques do outro lado da fronteira. O povoamento parece que se iniciou na Idade Média. A maioria da população dedicava-se à agricultura como a vinham linho oliveira, frutas e cereais como também a criação de gado. Esta permitiu que, no século XV – XVI, a fiação da lã adquirisse uma importância vindo a transformar-se na principal actividade de Castelo de Vide, sendo os seus habitantes apelidados de “cardadores”. A partir do momento que se iniciaram os conflitos com Espanha em 1580 e após a Restauração tornou-se inevitável o interesse de Castelo de Vide como praça-forte. As muralhas foram reforçadas e implementadas novas técnicas ao nível da fortificação. Como consequência o alargamento da povoação foi bastante limitado, incidindo mais no centro. Nos séculos XVIII/XIX, Castelo de Vide sofre um declínio das indústrias de tecelagem e ocupações militares frequentes. No entanto mantém o seu estilo arquitectónico inalterável. Somente no século XX surge um período de ascensão com base no aumento do turismo devido as suas boas aguas e ao seu enorme património cultural.
trilhos&trilhas
Com uma história antiga que remonta ao período romano e árabe, parece que teve a sua origem numa fortificação que existiria junto da cidade Ammaia. Esta seria um ponto estratégico tanto para cristãos e árabes, Afonso Henriques apoderou-se de Marvão na década de 60 do século XII. Em 1226, o seu bisneto D. Sancho II atribuiu-lhe o seu primeiro foral, um dos primeiros no Alentejo. Durante o reinado de D. Dinis foi uma praça disputada entre as inúmeras contendas do rei e o seu irmão ilegítimo. Nas sucessivas crises dinásticas Marvão foi sempre assolada por guerras, disputas, conquistada e reconquistada e nas guerras de 1801 resistiu bravamente aos assédios e ataques contínuos. Situa-se no topo da serra do Sapoio cercada pelas suas muralhas a uma altitude de 800 a 860 metros. Aconselha-se a percorrer as ruas sem destino e apreciar as construções que possuem uma coerência e beleza notáveis sejam habitações ou com outros afins. Os edifícios são constituídos por um ou dois pisos, devido à escassez de terreno e à difícil topografia local. Visite as igrejas, o pelourinho e o castelo … No caso de desejar sentir a natureza dirija-se à “Barragem da Apartadura” onde poderá praticar alguns desportos náuticos sem motor. Em termos gastronómicos, Marvão tem excelentes produtos regionais entre eles a castanha e os enchidos. O próprio castanheiro assume uma extrema importância na economia local. O artesanato, todo ele é elaborado a partir da matéria-prima do castanheiro: bordados tradicionais com casca de castanha, as escadas em castanho e a cestaria em madeiro de castanheiro.
Flash
Novembro/Dezembro 2010
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Óbidos
Vila Natal volta a surpreender Óbidos Vila Natal volta a surpreender numa viagem entre o passado e o futuro. Entre as luzes e o brilho do Natal, surge um espaço preenchido de espírito que nos remete a tempos longínquos, com o divertimento dos tempos modernos e toda a adrenalina do futuro. Alegria, risadas e boa disposição farão deste espaço o passeio ideal para toda a família. Um lindo Mercado de Natal, onde se encontram singulares presentes, um Carrossel de sonho e a Casa do Pai Natal são referências que nos transportam para o Natal antigo e nos enchem de saudades do tempo de crianças, mas que são
acompanhadas pelas diversões mais modernas como a Pista de Gelo, ou a Rampa do Castelo, que bem demonstram os tempos mais modernos. Horário do Evento: De Domingo a Quinta-feira: 10h00 às 20h00 Sextas e Sábados: 10h00 às 22h00 Dias 24 e 31 de Dezembro: 10h00 às 16h00 Dias 25 de Dezembro e 01 de Janeiro 2011: 16h00 às 22h00
Reguengos de Monsaraz
Valência
Recebe Pai Natal
Fortaleza de Natal muita cor
O Pai Natal vai chegou de charrete a Reguengos de Monsaraz no passado dia dia 1 de Dezembro, acompanhado pelos duendes e pelos soldadinhos dos Bombeiros Voluntários de Reguengos de Monsaraz. Na Praça da Liberdade esteve a Casa do Pai Natal onde as crianças podem tirar uma fotografia com o Pai Natal e deixar-lhe uma mensagem. O “Natal em Reguengos”, iniciativa organizada pelo Município de Reguengos de Monsaraz, vai oferecer passeios de charrete às crianças (das 14h às 16h), acompanhadas por dois duendes, e a visita à Casa do Pai Natal (das 16h às 19h) nos fins-de-semana e feriados até 19 de Dezembro. No dia 9 de Dezembro, pelas 10h, haverá uma Parada de Pais Natal com um desfile pelas ruas da cidade dos alunos das escolas e jardins-deinfância do concelho de Reguengos de Monsaraz. O “Natal em Reguengos” também vai envolver os idosos. No dia 17 de Dezembro, às 10h, os alunos do 4º ano do Ensino Básico, vestidos de vermelho e com o chapéu e a barba do Pai Natal, vão visitar as instituições de apoio à terceira idade para partilharem o “espírito natalício”.
A iniciativa “Valença Fortaleza de Natal” arrancou no passado dia 1 de Dezembro com a ligação da iluminação ornamental das principais avenidas da cidade. Um presépio, à escala natural, vai ser um dos principais atractivos, na encosta do Parque de Cristelo e na Rotunda da Trapicheira. A animação de rua arrancará a 20 de Dezembro e prolonga-se até 5 de Janeiro. Valença pretende marcar este Natal com uma animação de qualidade e original com comboio de Natal, concertos, exposição de presépios, Bosque de Natal, Largo dos Bonecos de Neve, Presépio de Troncos e uma Quinta do Pai Natal. Um programa de animação preparado para encantar famílias inteiras, em especial as crianças e ajudar o emblemático comércio tradicional de Valença e promete uma quadra natalícia memorável. Da animação destaca-se a Quinta do Pai Natal, na Praça da República, em pleno centro histórico. O Insuflável de Natal será um dos atractivos, para os mais novos, entre 20 a 23 e 27 a 31 de Dezembro. Atelier de Natal, Marco de Correio e elaboração de Cartas ao Pai Natal está, também, programado. Um Pai Natal, com o seu cadeirão, acompanhado pelos gnomos e outras personagens da época, estará na Praça da República, em 22 e 23 de Dezembro, das 16h00 às 18h00. Uma oportunidade singular para tirar una foto com o Pai Natal.
O meu Passaporte Opinião
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Perdido no Norte Por: Hélder Cerejo Foto:Hélder Cerejo
Toda a viagem no Norte da Finlândia começa neste postal: a casa do velhinho de barbas brancas. Esta fica mesmo em cima do círculo polar Árctico, um engodo ao turista, aqui lançado, às portas do que é a Lapónia. Deste ponto para Norte, Sul, Este e Oeste muitas são as aventuras para quem queira abeirar-se do que é a natureza nestas latitudes. A Este e Sul de Rovaniemi encontramse colinas de Pudasjärvi e Oulanka que cobertas de uma floresta que se estende para lá do horizonte, mergulha o aventureiro numa cruzada contra os elementos. O silêncio, os ursos, lobos e outros retiram o sentido de segurança e quem não está preparado para a subsistência e não aguenta a sensação de vazio, vastidão e plenitude a cada olhar. A floresta alberga imensas histórias e lendas e não é estranho saber que alguém se perdeu. Para Norte fica a terra das Auroras Boreais, Södankyllä alberga o observatório europeu para este fenómeno da natureza. Os melhores meses para as apreciar são os de
Fevereiro a Abril. A cor branca do cenário, no breu da noite, ilumina-se na mais espantosa festa de cores… A Norte ficam os terrenos por onde incontáveis prospectores de ouro se perderam e encontraram “fortuna”. Hoje é possível reviver alguma dessas experiências ao caminhar por antigos trilhos, uns menos remotos, outros bem mais exigentes adentram-se pela taïga e tundra junto de Saariselkä e Ivalo. Nas margens do maior lago natural da Europa encontra-se Inari, perdida no meio da imensidão deste cenário; a cultura do povo Sami está presente em todo o lado e com grande destaque na casa da cultura. Para muitos a aventura começa num hidroavião que costuma estar estacionado por detrás do pequeno hotel. Este serve de bar, local de encontro, restaurante e paragem de autocarro para outros destinos longínquos. Este é o último lugar onde reabastecer. Um posto de combustíveis, os correios e uma loja com tudo, desde ferragens ao recuerdo, passando pelos iogurtes, completam a oferta. Para norte, Ustijöki, a fronteira e o mar glacial
árctico. Estes locais são de uma rara beleza, um mutismo profundo circunda cada gesto... As árvores crescem anãs e pelos seus cem anos somam pouco mais de metro e meio… Os vales ainda conhecem a floresta deixando os sítios mais altos cobertos de um espesso manto de musgos, liquenes e bagas; mais acima só a pedra resiste à dureza do vento… Caminhar por aqui é para quem gosta de liberdade. Há percursos longos e exigentes. Alguns, seculares, por onde as renas seguiam a mando dos Sami. Atravessar rios de corrente e sentir enregelar todo o corpo, enlamear cada passo para à noite aquecer a sua alma junto de uma fogueira crepitante, apreciando o sol da meia-noite, preenchem os dias… Mais para Oeste, em Kilpisjärvi, uma terra sagrada para os Sami eleva-se sobre a tundra – Saana e a sua reserva –, as quais oferecem passagem para os fiordes da Noruega e entrada para a Lapónia Sueca. A sul deste ponto, Enontekiö e o parque de PallasOunastunturi mais 70 km para percorrer…
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Boticas
XIII Feira Gastronómica do Porco realiza-se em Janeiro Nos dias 14, 15 e 16 de Janeiro de 2011, Boticas promete voltar a transformar-se num local de “romaria” obrigatória, por ocasião da realização da Feira Gastronómica do Porco, um certame que conta com organização da Câmara Municipal de Boticas e que cumprirá a sua XIII edição, a ter lugar, como habitualmente, no Pavilhão Multiusos. Desde a sua primeira edição e ao longo dos anos, o certame tem vindo a registar um assinalável sucesso, mantendo-se fiel aos princípios que levaram à sua instituição, que passam pela defesa intransigente dos interesses do mundo rural barrosão e pela preservação, valorização e divulgação dos produtos da agricultura e da pecuária locais, de genuína qualidade, respondendo
às mais modernas exigências e procurando alargar a oferta em termos de turismo gastronómico na região e até no norte do país, um turismo cada vez mais exigente e em considerável expansão nos últimos anos. Para além da mostra e venda de fumeiro, as “tasquinhas”, que tanta fama têm dado à Feira Gastronómica do Porco e que são, no fundo, a “alma” deste certame, voltam a ocupar o lugar central, esperando-se que, à hora das refeições, se verifiquem autênticas “enchentes” na Feira Gastronómica do Porco. Os restaurantes do Concelho voltam a associar-se à iniciativa e mesmo aqueles que não estão representados no recinto irão disponibilizar uma ementa com pratos confeccionados à base da carne de porco.Também no exterior do recinto, este ano realizar-se-á em
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simultâneo com a Feira Gastronómica do Porco, pela primeira vez, uma “feira à moda antiga”, reunindo variadíssimas iguarias e artefactos relacionados com a tanoaria, olaria, cestaria, peles, escultura em pedra e madeira, instrumentos artesanais, sabonetes artesanais, bebidas espirituosas (ginjinha), frutos secos caramelizados, pão caseiro, chás, etc. Todos os artesãos e gastrónomos que participarão nesta “feira à moda antiga” estarão vestidos a rigor com trajes de época, fazendo lembrar tempos de outrora e contribuindo para criar um cenário envolvente em redor da Feira Gastronómica do Porco, aumentando o número de atractivos deste evento e sendo mais uma boa razão para uma visita a Boticas.
Coza 250 gramas de bacalhau já demolhado previamente. Retire as espinhas e desfaça-o em lascas. Entretanto coza batatas e reduza-as a puré. Numa frigideira coloque 5 ou 6 dentes de alho, corte às rodelas duas cebolas grandes, junte azeite e deixe alourar. A seguir junte o bacalhau em lascas e misture tudo. Num recipiente que possa ir ao forno coloque o puré de batata e no centro o bacalhau coberto de maionese. Vai ao forno até alourar. Sirva com umas azeitonas.
Torta de Bacalhau Coze-se e desfia-se cerca de 2 postas de bacalhau. Embebe-se 50 gramas de pão em leite quente, espreme-se bem e juntase ao bacalhau. Separa-se as gemas de 6 ovos das claras. Junte as gemas ao bacalhau mexendo bem. Bata as claras em castelo firme. Unte um tabuleiro com manteiga e leve ao forno durante 25 minutos. Quando retirar do forno enrole e cubra com molho de Bechamel.
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Bacalhau à Zé do Pipo
pratos&tantos
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Camarão Cor-de-rosa ½ ou 1 kg de camarão descascado; limão e sal q.b; 1 copo de tomate; 1 copo de leite de côco; 1 copo de natas; 1 cebola picadinha; 2 colheres de sopa de manteiga ou óleo. Refoga-se ligeiramente a cebola, deita-se o camarão e frita-se ligeiramente. Deitam-se os tomates, deixa-se ferver um pouco, depois junta-se o leite de côco. Após levantar fervura deitam-se as natas. Acompanhe com arroz cozido em leite de côco.
Bolo de frutas cristalizadas Bate-se 2 chávenas de açúcar com 2 colheres de sopa bem cheias de manteiga. Junta-se a pouco e pouco 6 ovos que já devem estar bem batidos e depois junta-se à massa. Após tudo bem misturado junta-se uma chávena de leite alternamente com 3 chávenas de farinha, 3 colheres de chá de fermento em pó, a seguir junta-se uma chávena de frutas cristalizadas, amêndoas, nozes, figos, corintos ou sultanas. Coloque numa forma untada em forno brando.
pratos&tantos
Almeida
Uma verdadeira estrela
Aldeias Históricas de Portugal
Lugares mágicos que encerram em si grandes histórias de conquistas e tradições singulares 15
Ao todo são doze – Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso. Erguem-se normalmente em terras altas, pois constituíam núcleos de defesa das populações que nelas se estabeleceram, ainda antes da denominação romana. Destacam-se pela arquitectura militar, pois a maioria encontra-se rodeada de muralhas e desenvolve-se junto de um castelo. Todas contam histórias de conquista e encerram em si tradições únicas que fazem de cada uma verdadeiras riquezas nacionais. Descubra connosco este verdadeiro tesouro escondido no Portugal profundo. Nesta edição partimos à descoberta de Almeida, Castelo Novo, Marialva e Piódão. Deixe-se levar! Fotos: EMcantos Magazine
Vista do ar, Almeida mais parece uma estrela de doze pontas, tantas quanto os baluartes e revelins que rodeiam um espaço com um perímetro de 2500 metros. Esta notável praça-forte foi edificada nos séculos XVII-XVIII, em redor de um castelo medieval, num local importantíssimo como ponto de defesa estratégico da região. A Aldeia é um dos melhores exemplares de fortificação abaluartada existente em Portugal. Foi palco de lutas ao longo dos séculos, destacando-se as Guerras da Restauração, em que os espanhóis foram definitivamente afastados do trono de Portugal, e as invasões francesas no séc. XIX em que esteve cercada durante um longo período pelas tropas napoleónicas, tendo o seu castelo e parte da muralha sido gravemente danificados pela explosão de uma enorme quantidade de pólvora armazenada nos paióis, o que provocou a sua rendição. Mas é dentro das suas muralhas que se esconde a sua verdadeira beleza, fazendo os seus visitantes sentir-se como príncipes e princesas de tempos longínquos. Existem inúmeros monumentos para visitar. Um delas é a “Praça Forte de Almeida” uma fortaleza construída segundo o sistema de Vauban, apresentando uma forma hexagonal. Mas há mais. Pode também visitar a “Igreja Matriz”, a “Capela da Misericórdia”, as muralhas e ruínas do castelo, as “Portas de Santo António”, as “Portas de S. Francisco”, as “Portas Falsas” e deixar-se vislumbrar pelas casas brasonadas. Almeida apresenta um vasto leque de opções hoteleiras. Deixamos-lhe pois uma sugestão. (ver página 16)
Fotos: Casa de Pedra
Casa de Pedra Localizada bem no centro da Vila, a Casa de Pedra apresenta-se ao seu visitante envolvida num verdadeiro postal ilustrado. Edificada no século XVII confundese com a beleza da paisagem, emanando das suas fachadas um convite para desfrutar da tranquilidade, e do magnífico meio envolvente que marcaram a história de Portugal. Reconstruída em 2009, apresenta aos seus hóspedes um ambiente moderno e acolhedor proporcionando-lhes uma estadia que tão cedo não poderão apagar das suas memórias.
Deixe-se envolver pelo misticismo e pela magia A casa encontra-se totalmente equipada dispondo de dois quartos, ambos com cama de casal; uma agradável sala de estar e de jantar equipada com um confortável sofá cama; uma cozinha totalmente equipada; casa de banho com secador de cabelo, ar condicionado, aquecimento central; Televisor LCD nos quartos. Durante a estadia os seus visitantes poderão ainda desfrutar de um abastado leque de actividades de lazer, que tornarão a sua estadia ainda mais inesquecível. Existem visitas históricas à Vila com guia do Posto de Turismo; visitas ao Museu Histórico Militar; Passeios de charrete pela vila; passeios a cavalo; aulas de equitação, passeios pedestres. Os mais aventureiros têm ainda ao seu dispor passeios em todo-o-terreno durante os quais poderão visitar as aldeias históricas do concelho e ainda uma visita à aldeia do Colmeal, conhecida com a aldeia fantasma por ter sido a primeira a ficar desabitada, por expulsão dos seus habitantes. Da lista de opções fazem também parte voos em balão de ar quente; natação nas piscinas municipais; tratamentos termais nas Termas da Fonte Santa ou então pode deixar-se deliciar pelos sabores gastronómicos. Salientamos porém o facto de algumas destas actividades terem de ser marcadas com antecedência.
Contactos
Quinta das Pias
Ideal para quem procura romance Situada a 500 metros da cidade de Pinhel e totalmente remodelada em 2009, a Quinta das Pias é uma quinta de agricultura biológica familiar com uma área de três hectares. Caracteriza-se pelas mais de cem pias de pedra em variados formatos. Para além das pias a quinta alberga ainda uma variedade de animais para além de hortas e oliveiras. Dispõe de 2 quartos de casal, Sala com sofá cama, Wc c/ secador de cabelo, Ar condicionado, Lareira, LCD nos quartos, cozinha totalmente equipada, sala de estar/ jantar jardim, bicicletas etc.
Contactos Praça da Liberdade, 9 6350 – 130 Almeida Telemóvel: (+351) 914 843 760 / (+351) 919 625 138 E-mail: reservas@casadepedra.com.pt www.casadepedra.com.pt Norte 40o 43’ 29’’ / Oeste 6o 54’ 22’’
Pinhel 6400 Tlm (+351) 919 792 315 reservas@quintadaspias.com www.quintadaspias.com Norte 40 46´ 8" Oeste 7 3´ 34"
Casa da Lagariça
Fonte de inspiração serrana
Castelo Novo
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Um tesouro à beira serra plantado Entrar em Castelo Novo é algumas partes da muralha. como entrar numa cena de um Descendo pela Rua da filme medieval. Por momentos Nossa Senhora da Serra poderá esquecemo-nos, tamanha é a entrar o “Largo do Município” e beleza que nos rodeia, do tempo observar o edifício quinhentista em que vivemos, e recordamos a dos “Antigos Paços do Conceestórias de príncipes de princelho”. Em frente, situa-se o sas da nossa “Pelourinho infância. Envolvimanuelino” e na Envolvida pela Serra da pela Serra da frontaria da da Gardunha, esta Gardunha, esta “Casa da pequena aldeia do pequena aldeia Câmara” pode interior revela-se ao do interior revelaver-se o “Chafase ao mundo riz de D. João mundo como um como um tesouro V”. Do outro lado tesouro deixado pelos deixado pelos do largo, enconseus antepassados... seus antepassatra-se o “Solar dos aos demais dos Gamboas”. visitantes. Pela Rua Gama Lobo, espreite à Mas deixemo-nos de direita e poderá ver o “Antigo descrições e comecemos a Hotel”. Suba a Rua Nossa nossa visita. Uma vez na Aldeia Senhora das Graças para ver a parta à descoberta saindo do “Casa de São Mateus”. Já “Largo Chafariz da Bica em direcção à Petrus Guterri” vire à direita e Rua da Misericórdia subindo siga até à “Capela de Santo pela esquerda. Espreite as António”. casas de construção tipicamente Uma vez aqui siga à beirã, em granito e que são uma esquerda subindo as pequenas imagem de marca desta pequeescadas escavadas na rocha. na aldeia. Na Rua da Irmandade Pela Rua da Lagariça, no ponto da Misericórdia situa-se a “Igreja de encontro com a “Calçada dos da Misericórdia”. Continuando a Templários”, poderá observar a visita, pela Rua da Gardunha “Casa da Comenda ou da Cerca”. encontra à esquerda, o edifício Desça pela “Calçada dos da “Associação Sócio-Cultural Templários” até ao “Centro de de Castelo Novo” onde se pode Dia”. Finalmente à saída da ver uma “janela manuelina”. aldeia, situa-se a “Antiga Forca”. Daqui dirija-se ao “CasteNo “Cabeço da Forca” lo,” construído no reinado de D. encontram-se vestígios desta e é Sancho I e que apresenta ainda possível observar caveiras e a “Torre de Mensagem” e tíbias gravadas na rocha.
De beleza incomparável, a Casa da Lagariça destaca-se das suas vizinhas construções elevando-se como uma fonte de inspiração serrana. Aqui pode adquirir uma lembrança de Castelo Novo. Objectos de inspiração local desde artesanato contemporâneo, produtos tradicionais e entre outros. A nossa escolha vai para o “Petrus”, bonecos elaborados com a lã, uma das matérias-primas mais comuns da serra da Gardunha. Trata-se de uma marca registada da Casa da Lagariça e deve o seu nome à localização no Largo Petrus Guterri. Os bonecos partilham as mesmas características mas são todos diferentes, resultando da inspiração que a artista retira da paisagem e do espírito da região. Para além dos “Petrus” há que destacar os maravilhosos presépios originais e minuciosamente elaborados por Ana Almeida, que já conta no seu curriculum com muitas exposições dentro e fora de Portugal. Tanto os “Petrus” como os presépios são uma óptima prenda original de Natal. Deixe-se levar por este ambiente histórico, onde poderá encontrar o antigo e o moderno, originalmente combinados nos seus objectos. A Casa da Lagariça encontra-se aberta aos seus visitantes todos os Sábados e Domingos e feriados entre as 10 e 20 Horas, por isso aproveite e faça a sua reserva durante a semana.
Contactos: Largo Petrus Guterri, 3 6230-160 Castelo Novo Tel: (+351) 275 335 996 Tlm: (+351) 962 697 493 casadalagarica@azinhagadalagarica
www.azinhagadalagarica.com Fotos: Casa da Lagariça
Marialva
Um paraíso perdido nas paisagens da Beira Alta
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Com cerca de 200 habitantes, Marialva é um paraíso perdido nas paisagens da Beira Alta. Situada perto do concelho da Mêda, a cerca de 40 minutos da Guarda, este tesouro é constituída por três núcleos distintos: a “Cidadela” ou “Vila” no Interior do “Castelo”; o “Arrabalde” que prolonga a “Vila” para além das muralhas e a “Devesa” que se estende pela planície até à ribeira de Marialva e assenta sobre a antiga cidade romana. Para fazer um passeio a pé recomendamos uns sapatos confortáveis e indicadas para algumas subidas. Mas, vale a pena! Ao entrar em Marialva ficase com a sensação de ter regredido no tempo. As ruas conduzem-nos à cidadela cercada pelas muralhas, que escondem uma beleza que nos faz lembrar a época medieval. Ao passar pelos portões da muralha, os visitantes são assoladas por um sem número de sensações prazenteiras. É como se o tempo tivesse, ali, estagnado. Comecemos, pois a nossa viagem no tempo! Por uma das ruas que partem do “Largo do Negrilho” e que se dirige à cruz da “Capela de Nossa Senhora dos Remédios” entramos indiscutivelmente na história de Marialva. É aqui, na Capela, situada na Devesa da Aldeia que se realiza sempre no terceiro Domingo do mês de Agosto uma romaria de devoção à Santa. Continuando a subida até ao “Castelo” aconselha-se já quase no final da subida uma olhadela para trás, para observar a beleza da ribeira de Marialva. Pelo caminho aconselhamos algumas paragens. A primeira serve para um pequeno descanso da subida e é no “Largo da Figueira Bugalhota”. Seguindo pela direita, outra paragem junto ao “Chafariz Manuelino” que ostenta o emblema de D. Manuel I. Aqui aconselha-se que corte à direita para uma passagem pela “Casa do Leão”. No “Largo do Cruzeiro” situam-se as “Casas de Judeus” onde funciona o Posto de Informação Turística. Aqui encontra-se também o “Cruzeiro” do século XV que dá nome ao local, bem como a “Cisterna”. Depois de passar a “Porta do Anjo da Guarda ou de São Miguel” de acesso à Muralha corte à esquerda, passando por um campanário românico da Igreja dos Templários e mais à frente outra torre. Aqui suba as escadas para que possa desfrutar de uma vista pela “Cidadela”, o vale granítico até Mêda e toda a área circundante de Marialva. No fundo das escadas siga a rua até chegar ao “Largo do Pelourinho”, classificado de Património de Interesse Público. Aqui, pode ver-se, em frente, a “Antiga Casa da Câmara” que serviu de tribunal e de cadeia. Junto a esta está a “Casa dos Magistrados” e o “Poço”. Pode ainda vislumbra-se a “Torre de Menagem”, onde antigamente se acolhiam os visitantes ilustres e servia de local de vigia. A Torre é parte constituinte do “Castelo” que foi nos séculos IV e V construído sobre o antigo castro. Continue a viagem até às igrejas, onde encontra a “Capela da Misericórdia” ou do “Senhor dos Passos”, de estilo maneirista. A “Igreja de Santiago”, também “Igreja Matriz”, refeita sobre fundação românica nos séculos XVI e XVII, com portal manuelino apresenta retábulos de talha dourada de estilo
Maria Alva era uma bela mulher, mas tinha uns inestéticos pés de cabra. Para os disfarçar usava sempre uns vestidos compridos e ninguém se apercebia. Um dia pensou que gostaria de ter uns sapatos, e de seguida mandou uma criada encomendá-los a um sapateiro. Este claro pediu as medidas. A criada regressou e falou com a sua senhora, esta ficou furiosa e ordenou que voltasse junto do sapateiro e que fizesse os ditos sapatos. O sapateiro vendo que teria de inventar uma maneira de solucionar o problema disse à criada para espalhar farinha no quarto da patroa e depois iria tomar as medidas. Assim foi, o sapateiro fez os sapatos e nada disse. Quando a criada entregou os sapatos à sua senhora, ao vê-los pensou que todos sabiam do seu segredo. Desesperada atirou-se do alto da torre e como era a senhora daqueles domínios a aldeia onde vivia passou a chamar-se Marialva em sua homenagem.
maneirista e joanino. Por trás, á direita desta Igreja encontra-se a “Porta de Santa Maria”. Novamente fora do pequeno recinto amuralhado, à direita avistase a “Capela de Nossa Senhora de Lourdes”. Ao lado direito do “Drama” onde se realizariam os espectáculos na antiga vila, desça e vire na primeira viela à esquerda. Pode passar à “Tulha”, actualmente casa de habitação, à “Casa das Freiras” e chegar à “Igreja de São Pedro”. Seguindo pela rua encontra vários passos da Via-sacra e passará por uma casa brasonada – “Solar dos Marqueses de Marialva”. A partir daqui está por sua conta. Se preferir pode regressar ao “Largo da Bugalhota” e daí descer ate ao “Largo do Negrilho” e dar por terminada a sua visita. Ou então pode prolongar a sua estadia e passar uma noite neste lugar mágico. Para isso tem várias opções de escolha. Marialva tem um leque bastante diversificado de alojamentos. Existe a “Casa do Côro”, as “Casas das Freiras” e a “Casa do Cruzeiro”.
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Piodão
700 anos de pura história Escondida na encosta da Serra do Açor, a Aldeia Histórica do Piódão mais parece a imagem real de um pequeno presépio acabado de sair dos livros de estórias de encantar, com a sua esplendorosa “Igreja de Nossa Senhora da Conceição” toda caiada de branco a elevar-se majestosamente. Tudo ali lembra os contos de fadas: as casas de dois andares; a perfeição das ruelas; as gentes hospitaleiras. Até o próprio ar que se respira parece mais leve. Tudo é magnificamente encantador. Ao chegar à Aldeia estacione o carro nos dos estacionamentos que irá encontrar à sua esquerda e prepare-se para desfrutar e uma horas bem passadas. Apesar de pequeno, o Piódão encerra em si mil e uma curiosidades, graças também, aos seus 700 anos de história. Agora que já estacionamos o carro podemos partir à descoberta. Ao descer a rua chegamos obrigatoriamente junto da “Igreja de Nossa Senhora da Conceição”. Impelidos por uma força sobrenatural somos obrigados a entrar. É como se este soberbo edifício nos convidasse. Todo caiado de branco com os seus singulares contrafortes cilíndricos, a Igreja destaca-se das demais casas da Aldeia pelo seu aspecto e pela sua graciosidade. Uma vez lá dentro, delicie-se com o seu interior, parando para observar a pia baptismal, que data de aproximadamente 1640. No exterior da Igreja, pode seguir por uma das ruelas e explorar a Aldeia. Aninhadas na encosta da Serra as casas de xisto e lousa, com janelas em madeira azul e portas brancas descem graciosamente pela encosta, formando um anfiteatro íngreme, mas de beleza rara. Não deixe reparar nos umbrais das portas de entrada. Certamente que ficará curioso ao ver as inúmeras cruzes em pau que irá encontrar a rodeá-los. Tratase, pois, de uma crença religiosa. Todos os Domingos de Ramos, após benzer o seu ramo, a população separa a rama que espalha pelos campos para que as colheitas sejam produtivas e dos paus que sobram faz uma pequena cruz que prega na ombreira. Daí a sua origem. A natureza envolvente ainda se encontra no seu estado puro, salvaguardando diversas espécies de fauna e flora típicas da região. A título de curiosidade, a Aldeia ter-se-á desenvolvido a partir de um anterior castro lusitano “Casal de Piodam”. No século XX, o estilo de vida das suas gentes e que perdurava ate então ter-se-á alterado devido à forte emigração que se fez sentir. Actualmente, o Piódão vive do Turismo apresentando uma boa oferta turística, com alojamento, restauração, e diversas lojas com o que de mais tradicional se produz na aldeia, entre artesanato, licores, mel, pão ou outros deliciosos produtos gastronómicos.
Novembro/Dezembro 2010
partidas&chegadas
Venha sentir a Galiza… Fotos: Turgalicia
Galiza, terra misteriosa e enigmática, é a região mais atlântica de Espanha. Envolvida por paisagens magníficas conta com 1300 quilómetros de costa para explorar onde se pode apreciar as falésias mais altas da Europa e mais de 700 praias na sua maioria desertas. Tudo isto no Litoral. No Interior, desperta-nos os sentidos o verde da paisagem “pincelado” com mais de 1000 rios que espreitam por entre montanhas e vales. Para além disso, a Galiza é ainda possuidora de quatro patrimónios da Humanidade: cidade de Santiago de Compostela; Caminho de Santiago; a muralha romana de Lugo; a Torre de Hércules considerada o farol mais antigo do mundo. Este fenómeno de excepcional beleza é ainda apreciado igualmente como um destino para aqueles que apreciam o enoturismo e gastronomia de qualidade. Destacam-se sobretudo os mariscos das rias, a grande variedade de peixe e a vitela certificada. A acompanhar com os excelentes vinhos de Denominação de Origem: Rias Baixas, Ribeiro, Valdeorras, Ribeira Sacra e Monterrei. Recordemos também que as cidades galegas dispõem de excelentes condições para eventos de impacto internacional. Não podemos esquecer a referência ao turismo de saúde com as suas mais de 20 termas e 300 fontes para onde muitos espanhóis se deslocam para
beneficiar das suas propriedades terapêuticas. Nesta reportagem decidimos dar a sentir um pouco da Galiza. Mas somente um pouco! Porque há muito para ver e experimentar.
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VIGO Entre o mar e a terra, o divino e o terrestre Vigo é uma cidade estreitamente ligada ao mar assente em umas das muitas rias da Galiza. No entanto, contrariamente ao que se poderia esperar no seu escudo heráldico encontra-se uma oliveira. Antigamente era mesmo conhecida como a cidade da oliveira. Segundo se conta a árvore foi plantada pelos Templários como símbolo da paz. Ao construir-se uma nova igreja derrubou-se a árvore, tendo antes um dos notáveis, replantado, uma rama no seu quintal. Sabe-se que mais tarde com o crescimento da cidade, a árvore voltou a estar em perigo, tendo sido novamente replantada desta vez no Paseo de Alfonso XII, onde se encontra actualmente. Do ponto de vista económico, Vigo deve o seu esplendor à Ria que alberga não só toda a cidade que lhe dá nome como também um dos melhores portos, que terá outrora sido um importante eixo comercial. São as Ilhas Cíes que protegem a ria dos fortes temporais atlânticos, permitindo que numerosas bateias (viveiros de mexilhões) possam instalar-se nas suas águas. Actualmente, as Ilhas formam um Parque Nacional onde o visitante poderá gozar o sol e o mar nas maravilhosas praias de areias brancas e finas ( aqui fica uma proposta para o próximo Verão). Para quem apreciar a vida animal poderá observar aves marinhas nas Ilhas Cíes, tendo sido mesmo declarada como ZEPA (Zona de Especial Protecção para as Aves) pelo Governo Espanhol e pela Comunidade Europeia. A espécie mais abundante é a Gaivota Pata Amarela, o Cormorán Moñudo é a colónia mais importante do sudoeste
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europeu. Também existem de maneira muito localizada nas Cíes alguns casais de Gaivota Escura (Larus fuscus) e Paiños (Hydrobates pelagicos), ambas espécies escassas na Península Ibérica. Em jeito de curiosidade importa referir que muitas aves nidificam, hibernam ou descansam das suas viagens migratórias nestas ilhas. Entre os mamíferos encontramos os coelhos (Oryctolagus cuniculus) e os ouriços (Atelerix algirus). Podem ainda avistar-se alguns répteis e pequenas cobras inofensivas e não venenosas. Devido às duras condições ambientais nas ilhas, o número de plantas e árvores é escasso. No entanto, nas águas ao redor das ilhas existe um dos mais ricos ecossistemas submarinos, destacando-se uma mancha de algas pardas (Phaeophyta) dos géneros Laminaria e Saccorhiza. Podemos observar também uma diversidade de crustáceos, peixes e moluscos devido à circulação de água doce e salgada entre o mar e a ria. No fundo do mar deparamo-nos com lagostas (Hommarus gammarus), centollos (Maja squinado), polvos (Octupus vulgaris), etc. Nas falésias abundam os percebes (Pollicipes cornucopia) e mexilhões (Mytilus). Nas rochas podem ver-se ouriçosdo-mar (paracentrotus lividus) anémonas (Anemonia sulcata). Nas praias mais protegidas bivalves, linguados (Solea lascaris), rodaballos (Psetta maxima), etc. É de referir que estas águas são também visitadas por golfinhos, baleias, focas. É de referir que a pesca submarina e de recreio estão proibidas. De volta à cidade podemos
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degustar a gastronomia de Vigo constituída à base de marisco e peixe. Em o Berbés encontra-se muitos restaurantes tipicamente ligados ao mar, e no próprio centro histórico descobrem-se as famosas ruas das ostras e do polvo. Destaca-se no domínio gastronómico os licores, sendo o mais famoso a “queimada”. Para elaboração desta é necessário um recipiente de barro, para o qual vertemos aguardente branca e adicionamos açúcar, grãos de café e rodelas de limão e frutas a gosto. Deita-se o fogo e vai-se mexendo lentamente com uma colher até que se consuma o açúcar, ao mesmo tempo que se recita o famoso
conjuro da “queimada”. Para apreciar o património cultural sempre poderá visitar o castro de Vigo e o museu do mar, onde contactará com o mundo das actividades marítimas. À noite pode visitar os diversos estabelecimentos que prometem diversão ao visitante com discotecas, restaurantes, cervejarias, como por exemplo a “Arenal” famoso por albergar os locais mais “in” da cidade. No entanto sempre poderá deslocar-se próximo do porto marítimo onde também a diversão é garantida. No Verão nos arredores da praia de “Samil” existem discotecas que encerram de madrugada, podendo ver o nascer do sol junto do mar. 22
PONTEVEDRA Tocada pela beleza das lendas gregas
Pontevedra deve origem à sua situação estratégica de cruzamento de caminhos, junto à via romana que ligava Braga a Lugo. Mais tarde na idade Média foi lugar de passagem dos peregrinos que se dirigiam a Santiago de Compostela pelo Caminho Português. No entanto, segundo a lenda, Pontevedra foi fundada por um herói grego que participou na célebre Guerra de Tróia - Teucro. Da sua história sabe-se que Fernando II lhe concede foral a “Pontus Veteri” no ano 1169, e mais tarde é doada à Igreja de Compostela. Entre os séculos XIV a XVI foi um importante porto galego, sendo a pesca a principal fonte de desenvolvimento da cidade. Devido à sua riqueza muitas famílias nobres elegeramna como local de residência. Prova disso são os paços que podemos admirar em Pontevedra. A nível de Património aconselhamos uma visita à Igreja Santa Maria Maior, situada no ponto mais alto da cidade, construída no século XVI pelo Grémio dos Marinheiros, com uma fachada plateresca.
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Uma outra igreja que vale a pena ver é a da Virgem Peregrina (Padroeira de Pontevedra. A sua planta arquitectónica está inspirada numa vieira (símbolo dos peregrinos de Santiago), dentro da qual se encontra uma cruz. Elemento curioso é uma concha de uma molusco trazida do Pacifico que serve como pia de água benta. De destacar a fonte de pedra que se situa junto das escadaria da portada principal. Aprecie também a Praça Teucro, onde se pode observar muitos edifícios do século XVIII, e deixe-se perder pelas ruas labirínticas que recordam as características fidalgas da cidade, e deguste as riquezas gastronómicas de Pontevedra. Passe também pelo Museu de Pontevedra. O visitante não poderá deixar Pontevedra sem visitar a Ilha das Esculturas, considerado o maior museu ao ar livre da Galiza. Tratase de uma ilha fluvial, à qual se pode aceder desde o centro da cidade. A ilha acolhe uma exposição permanente com uma dúzia de obras de arte sem contar com a natureza. O elemento comum é o granito galego. Não se esqueça de passear ao longo do rio “Lérez” onde existem muitas áreas recreativas fluviais e trajectos entre belas paisagens de pontes e moinhos. Para terminar, é importante falar da a Ria de Pontevedra onde se encontra o arquipélago de ONS com uma linha de costa perfilada com areia de praias. A parte não visível desde terra é agreste e propicia para a formação de grutas e escolhos. Dentro de água as paredes são verticais, cheias de vida graças aos nutrientes destas águas. Aqui o visitante poderá escolher rotas para melhor apreciar a beleza natural da ilha. Pode subir ao miradouro do Farol ou ir em direcção a norte e tranquilamente passear pela praia de “Melide”. Para sul, o caminho conduz-nos ao miradouro de “Fedxorentos” passando pelo Buraco do Inferno, uma gruta marítima em forma de poço onde se pode ouvir o rugir do mar.
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OURENSE Local de passagem de príncipes e princesas
Fundada pelos romanos não se sabe se pelas águas termais das Burgas, se pela passagem de uma via romana ou se pelas minas de ouro (origem do nome ourense). No início do período medieval enfrentou muitos conflitos, mas também registou-se a construção da catedral e da residência do Bispo., tornandose a partir daqui local de passagem de reis e príncipes. Em Ourense podemos descobrir um pouco da Galiza interior e as suas paisagens verdes de montanhas e vales. O “Parque Natural do Invernadeiro” é de visita obrigatória, com uma grande variedade de flora e fauna, tendo sido declarado Zona de Especial Protecção dos Valores Naturais. Vales profundos, montanhas e rios são fruto dos glaciares de anteriores épocas. É possível observar um círculo glaciar desde os cumes da serra, e surpreendentes quedas de água. Antes de se decidir ir não se esqueça de solicitar uma autorização com antecedência, e assim poderá observar a vida selvagem como o lobo, corços e javalis. No caso de desejar praticar desporto sempre poderá deslocarse até à “Estação Invernal de Manzaneda”, onde também existem outras opções para além do esqui, como trilhos para descobrir a actividade glaciar da montanha. Junto à fronteira portuguesa encontra-se igualmente o “Parque Natural do Gêres” que comparte as mesmas características com o Parque Português. Um espaço natural que também poderá apreciar a história e
o seu património é a “Ribeira Sacra”. Aqui com uma paisagem por vezes bucólicas e outras agrestes estabeleceram-se monges e eremitas que deram lugar a mosteiros. Daí o nome de “Ribeira Sacra”, que surge ao que parece pela primeira vez escrita no século XII. Detentoras de um valioso património, nesta parte da Galiza, não faltam castelos, igrejas, paços ou pontes. Detecta-se a presença da actividade humana desde há muito, não se falando da presença das legiões romanas. A melhor forma de conhecer “Ribeira Sacra” é pela água. Os dois cursos fluviais (“Sil” e “Minho”) são navegáveis em catemarã, ou então poderá dirigir-se aos miradouros e apreciar a paisagem. A vegetação compõese de carvalhos, castanheiros, vidoeiros e amieiros para além de gestas, tojos…Saliente-se a cultura de vinhedos dispostos em socalcos, por vezes acompanhados de ciprestes. Daqui provinham os vinhos “Amandi”, famosos já na antiguidade romana e que hoje contam com a “Denominação de Origem Ribeira Sacra”. Se gostar de turismo mais activo nestas paragens poderá praticar uma imensa variedade de actividades ao ar livre: percursos pedestres, rappel, canyoning, parapente, cavalo e mesmo bicicleta de montanha. Para outros visitantes menos aventureiros existe festas tradicionais e eventos culturais muitas vezes realizados em castelos e mosteiros.
SETE DESTINOS para que possa desfrutar em 2011 Porque 2011 está quase a bater-nos à porta, preparamos para si um excelente roteiro para que possa desfrutar de umas escapadinhas perfeitas durante o próximo ano. Tudo o que precisa é relaxar, pegar na sua máquina fotográfica e deixar-se deslumbrar pelas Sete Maravilhas Naturais de Portugal. Se não se recorda quais são esta reportagem é para si. Prometemos que mesmo antes do final já sentirá vontade de partir à sua descoberta! 24
Fotos:EMcantos Magazine; Fotos Ilha da Madeira cedidaspor DRT - Madeira
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Grutas de Mira D’Aire (Grutas e Cavernas)
Madeira | Floresta “Laurissilva” (Matas e Florestas)
Um puzzle natural de uma paisagem de cortar a respiração A floresta “Laurissilva”, da ilha da Madeira conta actualmente com cinco séculos de existência escondendo nas suas entranhas um verdadeiro tesouro. Trata-se de uma floresta com características subtropicais que ocupa uma superfície de 15 mil hectares cobrindo as encostas e vales mais a Norte com o
seu manto verde. Representa, nos nossos dias, a mais extensa e a melhor conservada “Laurissilva” das ilhas atlânticas, sendo parte integrante do Parque Natural da Madeira. Em 1992 foi introduzida na rede de Reservas Biogenéticas do Conselho da Europa e constitui Zona de Protecção Especial-ZPE, no âmbito da Directiva Aves, para em Dezembro de 1999 passar a fazer parte do Património Mundial Natural da UNESCO. Apresenta um aspecto uniforme, sempre verde, ao longo de todo o ano muito graças às árvores e arbustos que a compõem nunca perderem a folha. O “Tentilhão da Madeira”, muito abundante, faz parte da peculiar avifauna da “Laurissilva”. Merece também destaque a presença de inúmeros moluscos e insectos endémicos. A “Laurissilva da Madeira” é um exemplo para as suas demais congéneres graças ao trabalho que tem sido desenvolvido e que visa a preservação e desenvolvimento de um ecossistema de plantas e animais terrestres, aquáticos costeiros e marítimos.
Um mundo de história à sua espera… Descobertas a 27 de Julho de 1947, as Grutas de Mira d’Aire albergam actualmente um pequeno mundo de maravilhas naturais, tornando-se para os seus visitantes um verdadeiro espectáculo de sonho e grandiosidade. Localizadas em pleno coração de Portugal, na vila de Mira de Aire a cerca de 15 quilómetros de Fátima esta maravilha da natureza, classificada como Imóvel de Interesse Público cobre hoje uma área de 11 mil e 400 metros sendo desses 600 metros de extensão visitável. A entrada está a 200 metros de altura, chegando no interior a atingir 180 metros de profundidade, iniciando-se a visita pela sala vermelha. Escadas, passagens, galerias e cursos de água fazem da descida a este pequeno “mundo encantado” uma experiência inesquecível. Ao longo de toda a viagem é possível vislumbrar anos de história que a tornam ainda mais inesquecível. As Grutas possuem um sistema de iluminação e som ambiente, oferecendo ao visitante uma viagem pelo mundo das estalactites e estalagmites, entre salas como a Sala Vermelha, a Sala Grande, a Joalharia, a Cúpula majestosa, a Galeria, o Rio Negro e o Grande Lago que desafiam a imaginação de quem por ali passa. Para o final da visita está reservada ainda um espectáculo de água de cortar a respiração. (continua na página seguinte)
Mas visitar as Grutas de Mira D’Aire é muito mais do que isto. Para além das Grutas é importante realçar também a fauna e a flora que envolvem todo o espaço. Junto à entrada da Gruta os visitantes podem entrar em contacto e alimentar alguns animais do meio rural em capoeira, cortelha ou pastagem. Existe ainda o Relógio do Sol com quatros metros de diâmetro, com equação do tempo através dos cálculos da latitude e longitude e Norte Verdadeiro e Geográfico. Pode ainda encontrar uma Sala de Eventos, e de prova e Estágio de Vinhos isto no Interior da Gruta e ainda um Restaurante com cozinha moderna e tradicional.
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Açores | Lagoa das Sete cidades (Zonas Aquáticas não Marinhas)
Local que todos deviam visitar pelo menos uma vez na vida Cenário inesquecível, a Lagoa das Sete Cidades assemelha-se a um quadro de valor incalculável, com as suas margens tranquilas a convidar para repousantes passeios e piqueniques. Situada na Ilha de São Miguel, é um dos mais famosos locais do Arquipélago dos Açores sendo paragem obrigatória para quem visita a ilha. Este é o maior lago de água doce dos Açores, situado nas crateras vulcânicas que formam a Ilha, sendo constituído por duas lagoas (a Lagoa Verde e a Lagoa Azul) que aqui promovem um cenário de beleza indescritível, e uma das imagens simbólicas de todo o Arquipélago, classificada como Paisagem Protegida da Rede Natura 2000. A Lagoa, cuja profundidade máxima atinge os 33 metros, e o comprimento máximo de 4,2 quilómetros, está rodeada de verdejantes campos de cultivo, emoldurada por belíssimas encostas escarpadas que lhe conferem um ambiente bucólico e idílico sem igual.
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Parque Peneda Gêres (Zonas Protegidas)
Um presente dos Deuses aos Homens O Parque Nacional Peneda Gerês foi criado a 8 de Maio de 1971, constituindo a primeira área protegida de Portugal e única com a classificação de Parque Nacional. Fica situado no Norte de Portugal, englobando as províncias do Minho e Trás-os-Montes. Conta com aproximadamente 72 mil hectares espalhados pelos concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Terras de Bouro, Montalegre nos distritos de Vila Real, Viana do Castelo e Braga. Por tudo o que representa a nível paisagístico, geográfico, faunístico, florístico, histórico, arqueológico, etnográfico, é uma das maiores atracções naturais de Portugal. De rara beleza paisagística apresenta uma variedade incomensurável de fauna, flora e aviflora. De especial interesse são também os dois centros de peregrinação aqui localizados, o Santuário de Nossa Senhora da Peneda e São Bento da Porta Aberta. Aqui passam afluentes dos rios Minho, Lima, Cávado e Homem, que definem as áreas das diferentes serras: a Serra da Peneda, definida pelos rios Minho e Lima; a Serra Amarela, definida pelos rios Lima e Homem; a Serra do Gerês, definida pelos rios Homem e Cávado.
Em cima: Portinho da Arrábida Ao meio: Grutas de Mira d’Aire Em baixo: Floresta Laurissilva
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Açores | Paisagem Vulcânica da Ilha do Pico (Grandes Relevos)
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Um lugar que vale mil visitas De uma beleza estonteante, a Paisagem Vulcânica da Ilha do Pico é caracterizada pela Montanha do Pico. Com os seus 2351 metros de altitude este monstro da natureza é o ponto mais alto de Portugal e a terceira maior montanha que emerge no Oceano Atlântico. Fruto das lavas do Pico, tem no topo da montanha uma cratera com 700 metros de perímetro e 30 metros de profundidade, para além de um “cone lávico” de 70 metros, designado por Piquinho. Em redor do vulcão, um dos maiores activos do Atlântico a paisagem é de cortar a respiração, podendo observar na base da montanha incríveis vinhedos trabalhados pelas gentes desta Terra, classificados de Património Mundial da UNESCO. A paisagem é exuberante e a vista alcança toda a imensidão do oceano atlântico e as ilhas do grupo central do arquipélago.
Tudo o que precisa é relaxar, pegar na sua máquina fotográfica e deixar-se deslumbrar pelas Sete Maravilhas Naturais de Portugal.
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6 Portinho da Arrábida (Praias e Falésias)
Tocado pelos Deuses Para os dias mais quentes, guarde uns dias para apreciar a beleza desta verdadeira maravilha à beira mar plantada. Situado a 15 quilómetros de Setúbal, o Portinho da Arrábida é uma baía de beleza incalculável que de um lado acolhe as areias finas e brancas e as aguas translúcidas do mar e de outro sustenta toda a imensidão da Serra da Arrábida. Em frente a esta maravilha, encontra-se o Parque Marinho Professor Luís Saldanha. Este apresenta uma área com elevadíssima biodiversidade, albergando mais de mil espécies de fauna e flora marinhas. De salientar ainda, a Pedra da Anixa, um afloramento rochoso, a cerca de 100 metros da praia, conhecida por ser uma reserva zoológica do Parque Natural da Arrábida e por ser um local de caça submarina. Portinho da Arrábida é uma pequena aldeia, pertencente à freguesia de São Lourenço, concelho e distrito de Setúbal, mais conhecida pela praia adjacente à localidade. Localiza-se na Serra da Arrábida que a rodeia a Norte, a Oeste de Setúbal e a Este de Sesimbra, fazendo ainda fronteira a sul com o Oceano Atlântico.
Ria Formosa (Zonas Marinhas)
Majestosa estende-se ao longo de 60 quilómetros O Parque da Ria Formosa é uma das mais bonitas riquezas naturais do Algarve, tanto pela variedade dos seus ecossistemas como pela sua localização. Este incrível paraíso natural estende-se ao longo de 60 km, desde a zona do Ancão, em Loulé, até à da Manta Rota em Vila Real de Santo António e funciona como abrigo para aves migratórias e espécies muito raras. Só existem dois rios a alimentar a lagoa durante todo o ano. Os restantes cursos de água e ribeiras são sazonais e secam durante o Verão. As áreas que se encontram expostas nas lagoas podem ficar completamente submersas devido à influência das marés. As ilhas que se situam nesta zona são instáveis e as suas áreas variam entre os 500 metros e os 2 quilómetros. Actualmente usada como viveiro de mexilhão e ostras, esta zona foi em tempos aproveitada pelas salinas e até pela agricultura. Os objectivos do parque são preservar e desenvolver os recursos naturais. Isto contribui para a preservação dos habitats naturais da vida selvagem. Apesar de haver actividade humana no parque, a mesma não altera o equilíbrio do ecossistema, uma vez que tudo é feito de acordo com os métodos tradicionais.