JORNAL
Poder de Expressão São Paulo, 06 de setembro de 2014 - Nº 0001 - Venda Proibida - 1ª edição EMEF Desembargador Achilles de Oliveira Ribeiro
Poema
Reflexos de um Passado Tirânico
O Grito De Dor Alexsander dos Santos
Estou contra a ditadura mas não existe censura que me coloque uma fechadura contra esse dia de terror sem versos de amor. Ditadura Militar. Teste os seus conhecimentos.
Giovana Bastos
A Ditadura Militar ocorreu de 1964 a 1985, iniciada por um golpe de Estado dado pelos militares contra o presidente João Goulart. Como ocorreu em vários eventos da História Mundial, os E.U.A interviram, e assim ajudaram os militares a tomar o Brasil. Durante esse período, a população perdeu inteiramente o direito de escolher seus representantes, e quem fosse contra o governo era duramente reprimido. As manifestações e as passeatas eram consideradas crimes, e quem as realizavam, subversivos.
Expediente Matérias: Giovana Bastos, Guilherme da Silva, Rafaela Gomes e Roberto Taroco. Poema: Alexsander dos Santos. Coordenação: Neuza Carvalho e Carolina Sevilha. Colaboração: Elias de Oliveira. EMEF Desembargador Achilles de Oliveira Ribeiro
O Brasil foi governado por cinco presidentes militares consecutivamente: Castello Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo.
Arquivo Público do Estado de São Paulo - Memória Pública
Nesses anos nasceram os Atos Institucionais, medidas que o regime podia tomar sem consultar o povo, o poder Judiciário ou o Legislativo. Com os AI’s, políticos foram cassados; partidos políticos foram extintos e a Constituição foi burlada. A economia sofreu durante o período militar e quando este terminou, o país ficou com uma altíssima dívida externa, praticamente impagável e muito diferente do que antes era informado a população, de que o país ia às mil maravilhas. Apesar do Golpe ter acontecido há 50 anos, vivemos reflexões deste período obscuro na sociedade e principalmente na política.
A Arquitetura da Dor
O Som dos que Resistem e o Silêncio dos que Não Ouvem
Guilherme Silva e Roberto Taroco
A censura era algo muito forte na época, portanto não eram todas as pessoas que iam contra o governo, pois havia um forte poder de repressão; era comum ver programas de TV ou de rádio saírem do ar repentinamente e sem motivo, ou até mesmo as primeiras páginas de jornal em branco, ou com receitas culinárias, já que a sua manchete havia sido vetada pelo governo, assim como os programas televisivos e de rádio.
Rafaela Gomes
No Brasil, a onda da Disco Music se popularizou na segunda metade da década de 70, onde as discotecas eram um dos principais centros de entretenimento. A febre da Disco Music se espalhou pelo país com os sucessos da novela “Dancing Days” da Rede Globo e o lançamento do filme “Os Embalos de Sábado a Noite”. O fenômeno permitiu também o surgimento de uma versão brasileira da música de discoteca como As Frenéticas, Lady Zu e Tim Maia. Uma versão mais popular ficou por conta de Gretchen e Sidney Magal. A partir da década de 60 no Brasil surgiram os Festivais de Música Brasileira, nos quais a população escolhia um cantor (a) ou um grupo para torcer e assistir. Neste mesmo movi-
mento cultural surgiu a “Jovem Guarda”, programa apresentado por Roberto Carlos e muitos outros artistas, que por meio de suas músicas felizes e extrovertidas desviavam a atenção da população que deveria estar voltada aos acontecimentos políticos do país.
Arquivo Público do Estado de São Paulo - Memória Pública
Devido a censura estabelecida pelo Regime, muitos artistas manifestavam-se através da arte, os chamados subversivos que lutavam por uma mudança no modo de governo. Em contra partida, havia os alienados, que se submetiam e muita das vezes apoiavam o governo.
Mas assim como a Jovem Guarda encontrou muitos telespectadores, grande parte da população se identificou com a Tropicália, outro movimento cultural que era formado por cantores que contestavam o Regime ao invés de ignorá-lo. Nossa sociedade artística está repleta de contestadores como os mestres Chico Buarque e Gerald Vandré, que por maiores que fossem os ricos que os subversivos corriam, jamais submeteram-se ao controle militar.
Arquivo Público do Estado de São Paulo - Memória Pública
Quem cuidava da fiscalização do conteúdo que ia a público era a Polícia Federal: ao proibir o conteúdo, eles mandavam um documento com um aviso de que se acontecesse novamente a pessoa, cujo conteúdo foi vetado, seria “advertida” e em muitos desses avisos eles levavam os artistas ou jornalistas ou quem quer que fosse como presos, e alguns desses jamais retornaram para casa. Havia também
jornais/programas de TV que eram usados de forma coercitiva pelo Governo para alienar a população, como a Rede Globo. Diversos músicos tiveram suas canções censuradas e alguns tiveram até mesmo de mudar seu nome artístico. A censura era usada para a população permanecer leiga sobre o que ocorria, e evitar assim, possíveis protestos no país. Durante a ditadura a violência estava à solta: os militares podiam espancar e torturas qualquer pessoa que ia contra o Regime. Neste período os AIs (AtosInstitucionais) legalizavam as ações truculentas dos policiais para que assim as pessoas tivessem receio de se tornarem subversivas. Os torturados não só eram afetados fisicamente, mas também psicologicamente. As piores torturas eram: pau-de-arara, geladeira, cadeira do dragão, choques elétricos e soro da verdade; todas essas atrocidade marcaram uma época no Brasil que foi a mais violenta e sangrenta, e infelizmente isso só acabou depois de 21 anos. Com o fim daquele horrível cenário, voltou para a nossa pátria a tão sonhada democracia. Nunca mais podemos deixar acontecer esse insuportável fato que marcou a História num misto de dor e sofrimento; porém, a opressão, violência e abuso de poder terminaram com a ditadura ou há um prolongamento nos nossos dias?