Centro de Assistência para LGBT | LGBT Assistance Center

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EMERSON MERSON TADEU ADEU DE DE OLIVEIRA LIVEIRA JÚNIOR ÚNIOR

CENTRO DE ASSISTÊNCIA PARA LGBT SANTA CECÍLIA



FIAM – FAAM CENTRO UNIVERSITÁRIO

Emerson Tadeu de Oliveira Júnior CENTRO DE ASSISTÊNCIA PARA LGBT Santa Cecília

SÃO PAULO 2017



FIAM – FAAM CENTRO UNIVERSITÁRIO

Emerson Tadeu de Oliveira Júnior CENTRO DE ASSISTÊNCIA PARA LGBT Santa Cecília

Trabalho Final de Graduação apresentado à Banca Examinadora da FIAM FAAM Centro Universitário, como exigência parcial para a obtenção de título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação do Professor André Nunes.

SÃO PAULO 2017



OLIVEIRA JUNIOR, Emerson Tadeu de – Centro de Assistência para LGBT, Santa Cecília / Emerson Tadeu de Oliveira Junior – São Paulo, 2017. XX páginas.

Notas 1. TFG 2. Centro de Assistência para LGBT 3. Edifício Assistencial



Emerson Tadeu de Oliveira Junior

CENTRO DE ASSISTÊNCIA PARA LGBT Santa Cecília Trabalho Final de Graduação ao curso de Arquitetura e Urbanismo sob a orientação do Professor André Nunes. Defendido e Aprovado em de de 2017, pela banca examinadora constituída pelos professores:

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ANDRÉ NUNES Professor Orientador Professor Convidado Professor Convidado SÃO PAULO 2017



AGRADECIMENTOS À minha mãe, Angela, por não poupar esforços para me auxiliar, independentemente da situação e de todas as dificuldades, para que eu me desenvolvesse como pessoa e profissional e, principalmente, por ter acreditado em mim mesmo, às vezes, não entendendo o que eu faço. Á minha família, aos amigos de infância e de longa data que de alguma maneira contribuíram para este trabalho e minha formação. Aos amigos que caminharam comigo nesses anos de graduação, em especial à Isabel, Leandro, Fernando, Rissatti, Rossi e Nayara, onde os laços ultrapassaram as barreiras acadêmicas. Ás pessoas que me auxiliaram, principalmente da Comunidade LGBT, com esse tema. Foram inúmeras rodas de conversa, estudos e percepções fundamentais para decisões norteadoras na concretização desse TFG. E, por fim, a todos os professores que me guiaram não só ao TFG, mas todo o percurso acadêmico e profissional. Mas, principalmente, ao meu orientador Profº André Nunes, pela paciência durante os meses de TFG e pelas opiniões, sugestões e conhecimento transmitidos que inspiraram algumas escolhas neste trabalho. Muito Obrigado!



“ A arquitetura é sociedade porque não existe sem a gente, sem suas esperanças, suas expectativas, suas paixões. É importante escutar as pessoas.”

RENZO PIANO



RESUMO

ABSTRACT

Neste Trabalho Final de Graduação, do curso de Arquitetura

This Degree Final Project of Architecture and Urbanism

e Urbanismo, será abordado um projeto arquitetônico que destaca

course will approach an architectural project that highlights the

a importância de favorecer as pessoas da Comunidade LGBT em

importance to side with the people of the LGBT community in social

situação de vulnerabilidade social com dificuldade de alcançar sua

vulnerability situations with difficulty to reach their social integrity

integridade social através da ressocialização e apoio profissional,

through resocialization and professional, educational and social

educacional e social.

support.

O projeto está localizado na cidade de São Paulo - SP.

The site is located in São Paulo - SP. Will be presented

Serão apresentados estudos sobre a deficiência do atendimento

researches about the disability of this specific care and the obstacle

específico e a dificuldade encontrada por pessoas que necessitam

found by people who needs this type of care despite the effort

desse tipo de atendimento apesar do esforço encontrado no

found in the incentives of public policies focused on this demand.

incentivo de políticas públicas voltadas para esse tema.

It will also show the guidelines for a project that contributes

Também serão mostradas as diretrizes para um projeto

to the development of each invividual’s potential, as well as the

que contribua no desenvolvimento das potencialidades de

importance of community involvemtn through inclusion and

cada indivíduo, assim como a importância do envolvimento da

welcoming.

comunidade através da inclusão e do acolhimento. Palavras-chave: arquitetura assistencial - LGBT - inclusão social - humanização.

Keywords: assistance architecture - LGBT - social inclusion humanization.



LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Região Metropolitana de São Paulo com o Município em destaque...................................................................................... 36 Figura 2 - Zonas do Plano Diretor do Município de São Paulo.................................................................................................................. 38 Figura 3 - Distritos da Zona Central do Município de São Paulo............................................................................................................... 39 Figura 4 - População por Setor Censitário no Distrito de Santa Cecília................................................................................................... 40 Figura 5 - População por Distritos da Região Central de São Paulo......................................................................................................... 41 Figura 6 - Índice Paulista de Vulnerabilidade Social.................................................................................................................................... 41 Figura 7 - Análise Ambiental do entorno...................................................................................................................................................... 42 Figura 8 - Análise dos equipamentos do entorno....................................................................................................................................... 43 Figura 9 - Análise da Mobilidade Urbana do entorno................................................................................................................................ 43 Figura 10 - Mapa de Cheios e Vazios............................................................................................................................................................ 44 Figura 11 - Mapa de Uso do Solo.................................................................................................................................................................. 45 Figura 12 - Mapa de Gabaritos...................................................................................................................................................................... 45 Figura 13 - Localização do Terreno................................................................................................................................................................ 46 Figura 14 - Parâmetros Urbanísticos da região segundo a Lei de Uso e Ocupação do Solo do Município........................................ 47 Figura 15 - Projeção Axonométrica da proposta......................................................................................................................................... 50 Figura 16 - Estudo e desenvolvimento do projeto...................................................................................................................................... 52 Figura 17 – Localização do projeto. Fonte da Imagem: Gensler (2014)................................................................................................... 53 Figura 18 – Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014)..................................................................................................... 54


Figura 19 - Planta do Pavimento Térreo. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014)................................................... 55 Figura 20 - Imagem da Recepção. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014)............................................................. 55 Figura 21 - Planta do 1º Pavimento. Town Hall Apartments. Gensler (2014)............................................................................................ 56 Figura 22 - Imagem da Área de Convivência. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014).......................................... 56 Figura 23 - Planta do Pavimento Tipo. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014)....................................................... 56 Figura 24 - Imagem do Terraço. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014)................................................................. 56 Figura 25 - Imagem do Corredor dos Apartamentos. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014)............................ 57 Figura 26 - La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014)............................................................ 58 Figura 27 - Planta do Pavimento Térreo. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014).......... 59 Figura 28 - Planta do 1º Pavimento. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014).................. 59 Figura 29 - Planta do Pavimento Tipo. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014).............. 59 Figura 30 - Planta da Cobertura. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014)....................... 59 Figura 31 - Corte Fachada. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014)................................. 60 Figura 32 - Corte Longitudinal. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014)......................... 60 Figura 33 - Circulação. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014)........................................ 60 Figura 34 - Jardim Interno. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014)................................. 61 Figura 35 - Estudo de necessidades do projeto.......................................................................................................................................... 62 Figura 36 - Setorização do programa........................................................................................................................................................... 63


Figura 37 - Fluxo de Pedestres....................................................................................................................................................................... 65 Figura 38 - Estudo de Insolação.................................................................................................................................................................... 66 Figura 39 - Esquema Estrutural: Pilares e Núcleo Rígido........................................................................................................................... 67 Figura 40 - Esquema Estrutural: Pilares, Núcleo Rígido e Vigas................................................................................................................ 67 Figura 41 - Esquema Estrutural: Pilares, Núcleo Rígido, Vigas e Lajes..................................................................................................... 68 Figura 42 - Esquema Estrutural: Pilares, Núcleo Rígido, Vigas, Lajes e Cobertura.................................................................................. 68 Figura 43 - Esquema Estrutural: Pilares, Núcleo Rígido, Vigas, Lajes, Cobertura e Alvenarias.............................................................. 68 Figura 44 - Esquema Estrutural: Projeto Completo..................................................................................................................................... 68 Figura 45 - Implantação.................................................................................................................................................................................. 72 Figura 46 - Pavimento Térreo......................................................................................................................................................................... 73 Figura 47 - Pavimento Oficinas...................................................................................................................................................................... 74 Figura 48 - Pavimento Assistencial................................................................................................................................................................ 75 Figura 49 - Pavimento Tipo............................................................................................................................................................................. 76 Figura 50 - Cobertura...................................................................................................................................................................................... 77 Figura 51 - Corte AA........................................................................................................................................................................................ 78 Figura 52 - Corte BB........................................................................................................................................................................................ 79 Figura 53 - Corte CC........................................................................................................................................................................................ 80 Figura 54 - Corte DD....................................................................................................................................................................................... 81 Figura 55 - Elevação Oeste............................................................................................................................................................................. 82


Figura 56 - Perspectiva 1................................................................................................................................................................................. 83 Figura 57 - Perspectiva 2................................................................................................................................................................................. 84 Figura 58 - Perspectiva 3................................................................................................................................................................................. 85 Figura 59 - Perspectiva 4................................................................................................................................................................................. 86 Figura 60 - Perspectiva 5................................................................................................................................................................................. 87


LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Legislação do Terreno Estudado................................................................................................................................................. 47 Tabela 2 - Ficha Técnica. Town Hall Apartments.......................................................................................................................................... 54 Tabela 3 - Quadro de Áreas. Town Hall Apartments................................................................................................................................... 57 Tabela 4 - Ficha Técnica. La Brea Affordable Housing................................................................................................................................ 58 Tabela 5 - Quadro de Áreas. La Brea Affordable Housing.......................................................................................................................... 61 Tabela 6 - Quadro de áreas do projeto......................................................................................................................................................... 63



LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LGBT

Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais

SMADS

Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

GGB

Grupo Gay da Bahia

IPEA

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IBGE

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPVS

Índice Paulista de Vulnerabilidade Social

ABC

Santo André, São Bernardo e São Caetano

PDE

Plano Diretor Estratégico

LGBTQ

Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Queers



SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................................................. 27 CONCEITO DO PROJETO............................................................................................................................................................................. 29 PANORAMA GERAL............................................................................................................................................................................... 30 CENTRO DE ASSISTÊNCIA – ARQUITETURA NO ÂMBITO SOCIAL................................................................................................ 30 PERFIL DO USUÁRIO............................................................................................................................................................................. 32 ANÁLISE URBANÍSTICA E SOCIOECONÔMICA...................................................................................................................................... 35 CONTEXTO URBANO E ÁREA ESTUDADA......................................................................................................................................... 36 A REGIÃO CENTRAL.............................................................................................................................................................................. 39 RELAÇÃO URBANA............................................................................................................................................................................... 40 O TERRENO............................................................................................................................................................................................ 46 PARÂMETROS URBANÍSTICOS............................................................................................................................................................ 47 O PROJETO..................................................................................................................................................................................................... 49 PARTIDO ARQUITETÔNICO................................................................................................................................................................. 50 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO................................................................................................................................................... 51 REFERÊNCIAS PROJETUAIS................................................................................................................................................................. 53 TOWN HALL APARTMENTS.................................................................................................................................................................. 53


LA BREA AFFORDABLE HOUSING...................................................................................................................................................... 58 O PROGRAMA........................................................................................................................................................................................ 62 MEMORIAL DESCRITIVO...................................................................................................................................................................... 64 SISTEMA ESTRUTURAL.......................................................................................................................................................................... 66 DETALHAMENTO PROJETO........................................................................................................................................................................ 71 CONCLUSÃO................................................................................................................................................................................................... 88 BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................................................................................ 89




INTRODUÇÃO

Apesar das ações do poder público terem aumentado nos últimos anos para com essa população, muitas vezes os serviços

A arquitetura não deve ser pensada como aspecto

disponíveis não atendem suas reais necessidades, tratando esses

independente. Uma vez construída, sua forma e espaço afetam os

problemas de forma superficial e sem soluções a longo prazo,

indivíduos de forma social em diferentes aspectos da realidade

apenas de forma pontual.

implantada. O tipo de atividade a ser desenvolvida, a localidade e

Por esse motivo o tema se volta para a população LGBT.

a espacialidade de um projeto arquitetônico implicam na utilização

Com suas dificuldades exaltadas, estima-se que o projeto do

do mesmo.

Centro de Assistência para LGBT seja um equipamento que ressalte

Dentre os diversos problemas sociais que vivenciamos

a influência da arquitetura no comportamento, saúde e bem

diariamente, um deles, de caráter específico que atinge a

estar físico e psiclógico do ser humano a partir do acolhimento

Comunidade LGBT, é a situação de vulnerabilidade social causada

assistencial, apoio profissional e social de todos os envolvidos em

ou pela expulsão de casa ou pela falta de apoio familiar. Algumas

escala regional.

pessoas nessa situação conseguem ajuda de próximos e. em alguns casos, a própria independência. Já outras, acabam encontrando abrigo nas ruas, agravando a situação com a perda da autoestima, falta de moradia regular e problemas com álcool e outras drogras, formando assim um ciclo vicioso.

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CONCEITO DO PROJETO

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PANORAMA GERAL

políticas municipais voltadas à população de rua que atua de acordo com quatro eixos, são eles: Habitação, Cultura, Conhecimento e

A Prefeitura de São Paulo definiu em seu Programa de Metas

Trabalho, Atendimento Humanizado e Gestão.

da Gestão 2013/2016 programas e ações específicos de combate

Apesar de existirem avanços nas políticas públicas voltadas

à homofobia e respeito a diversidade sexual para a população

para a população LGBT a realidade ainda é alarmante para esse

LGBT (Lésbicas, Gays Bissexuais e Transexuais). Com isso foram

grupo, principalmente nos casos mais vulneráveis como o da

criados quatro Centros de Cidadania LGBT na cidade, um na

população de rua e dos jovens que são expulsos de casa sem o

região do Arouche/República, no Centro, outro em São Miguel

apoio necessário. O Centro de Assistência pretende incorporar

Paulista, na Zona Leste e na Parada Inglesa e em Santo Amaro, na

equipamentos e programas públicos existentes, utilizando o que

Zona Norte e Zona Sul, respectivamente. Além dos Centros, duas

já é previsto e agregando as potencias de programas existentes,

Unidades Móveis de Cidadania LGBT percorrem a cidade atuando

voltados especificamente para esse público.

na prestação de atendimento jurídico, psicológico e de serviço social, realizando debates, palestras e seminários voltados para população LGBT. Outra grande ação foi iniciada em janeiro de 2015,

CENTRO DE ASSISTÊNCIA – ARQUITETURA NO ÂMBITO SOCIAL

o “Programa Transcidadania”, que promove a reintegração social e o resgate da cidadania para travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social.

No município de São Paulo, as políticas sobre a Tipificação da Rede Socioassistencial da cidade seguem as diretrizes da

Foi instituído em 26 de dezembro de 2016, o Plano Municipal

Portaria 46/2010 da SMADS (Secretaria Municipal de Assistência

de Políticas para a População de Rua nº 005. Conhecido como

e Desenvolvimento Social), que caracteriza a rede com os serviços

PopRua, esse Plano é um instrumento de planejamento para as

prestados e os respectivos recursos humanos necessários para a

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operação de cada equipamento. Essa rede divide-se em: Rede

as

Repúblicas, oferecem

um

atendimento

mais

Estatal de Serviços, Serviços Tipificados, Serviço Normatizado

especializado, por meio de encaminhamento a outros serviços

pelo Conselho Municipal de Assistência Social e Serviços

e benefícios da rede socioassistencial, além de um tempo de

Complementares.

permanência de 6 meses, prorrogável quando necessário. Por

De maneira geral, a portaria apresenta parâmetros de

meio desse acompanhamento, além de acolher, as Repúblicas

como cada equipamento deve funcionar e o que é preciso,

são mais eficazes na inclusão social e na conquista da autonomia

estruturalmente, para atender cada público específico que será

dos usuários. Além de oferecer quartos, espaços para guarda dos

atendido. Dentre todas as diretrizes apresentadas, um Centro de

pertences de forma individualizada, instalações sanitárias, espaço

Assistência para LGBT pode incorporar as normas dos Centros de

para banho e higiene, lavagem e secagem de roupas, cozinha,

Acolhida às Pessoas em Situação de Rua, das Repúblicas e dos

salas de estar e convívio e de orientação individual e grupal para

Centros de Referência da Diversidade.

os usuários.

Os Centros de Acolhida às Pessoas em Situação de Rua

Os Centros de Referência da Diversidade, não oferecem

são equipamentos de acolhimento provisório para pernoite, para

acolhimento, mas dão apoio para LGBT em situações de

pessoas em situação de rua com o objetivo de acolher e garantir

vulnerabilidade e risco, com objetivo de inclusão social e

proteção contribuindo para a reinserção social do usuário.

geração de renda à população usuária do serviço por meio

Fisicamente, deve oferecer salas de atendimento individualizado

de apoio psicossocial individual e coletivo estimulando o

e de atividades coletivas e comunitárias, além da cozinha e

empreendedorismo, autonomia e cidadania. É um serviço de

do refeitório para alimentação dos usuários e de lavanderia

atendimento semanal em horário comercial, que têm em suas

para a lavagem e secagem de roupas dos que utilizam desse

instalações salas de atendimento, de atividades coletivas e

equipamento.

comunitárias, cozinhas e instalações sanitárias.

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Ou seja, um Centro de Assistência para LGBT caracteriza-

dados. Em seu último relatório, de 2016, o GGB nos mostra

se pela integração dessas atividades apresentadas se adequando

que nos últimos dez anos esse número quase triplicou. De 122

com as necessidades e especificidades do perfil do usuário. O

assassinatos em 2007, fomos para 338 em 2012, chegando a 343

espaço proposto deve procura integrar atividades que visam o

em 2016, isso representa uma morte a cada 25 horas no país.

acolhimento, atendimento, orientação e acompanhamento em

Segundo o GGB (2016):

ambientes residenciais, de entretenimento, educacionais, de serviços sociais ou de saúde não só para quem esteja recebendo

“Tais números alarmantes são apenas a ponta de um

atendimento diretamente do equipamento, mas também para

iceberg de violência e sangue, pois não havendo

familiares e pessoas que tenham alguma necessidade que pode

estatísticas governamentais sobre crimes de ódio, tais

ser atendida a curto prazo. É um núcleo que tem como objetivo

números são sempre subnotificados já que nosso banco

abraçar as demandas do público, LGBT ou não, direcionadas para

de dados se baseia em notícias publicadas na mídia,

assuntos voltados para a promoção da igualdade e diversidade

internet e informações pessoais. A falta de estatísticas

sexual.

oficiais, diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos, é prova da incompetência e homofobia governamental, já

PERFIL DO USUÁRIO

que a Presidenta Dilma prometeu aprovar, mas mandou arquivar o projeto de lei de criminalização e equiparação

O Grupo Gay da Bahia (2016), uma associação de defesa

da homofobia ao racismo.”

dos direitos humanos dos homossexuais no Brasil, apontou que violência contra LGBT têm aumentado gradativamente, em

Pesquisas feitas por outros institutos apontam o mesmo

seus relatórios publicados anualmente é possível analisar esses

cenário. Em 2013, o Data Popular concluiu que 37% dos brasileiros

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não aceitariam filho ou filha homossexual. Segundo o IPEA (Instituto

LGBT reforça, de modo geral, a necessidade de um espaço que,

de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2014, a maioria dos brasileiros

além de ser assistencial, seja um espaço seguro que promova

diz tolerar igualdade, mas não aceita troca de afeto em público ou

apoio, orientação e incentivo à cultura de forma coordenada e com

casamento gay.

a garantia de participação popular.

A Prefeitura de São Paulo estima-se que entre 5,3% e 8,9% das 15.905 pessoas em situação de rua da cidade são LGBT. Lanfranchi (2015), afirma que: “Observamos que entre a comunidade LGBT, a família é fator de exclusão. São vítimas de preconceito e acabam saindo do núcleo familiar. Os índices de violência são superiores nesse grupo, por isso já havia sido criado o Centro de Acolhida LGBT. A violência é sofrida pela população LGBT também no acolhimento, mas entre a população de rua é muito maior.”

Diante disso, nota-se que esse grupo da população luta contra a discriminação diariamente, afetando as oportunidades de inserção na sociedade como iguais. A população LGBT cada vez mais exige o reconhecimento e atendimento específico. O movimento

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ANÁLISE URBANÍSTICA E SOCIOECONÔMICA

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CONTEXTO URBANO E ÁREA ESTUDADA A cidade São Paulo é um polo da sua Região Metropolitana (Fig.1), são 39 municípios que cresceram de forma grandiosa durante o século XX. São inúmeros fatores que contribuíram para essa transformação, a mudança das atividades econômicas e no setor industrial gerou uma significativa expansão do tecido urbano. Essa região teve diferente fases de crescimento, Bógus e Pasternak (2015) identificaram quatro fases da região nas quais se formaram e consolidaram os fatores responsáveis pela expansão de sua economia. A primeira fase se inicia na década de 1930 e compreende ao crescimento da malha ferroviária da região, onde a Região Metropolitana faz a ligação entre o interior e o litoral do Estado, essa expansão influenciou o aumento de industrias e moradias ao longo da malha ferroviária. A segunda, vinculada a expansão rodoviária, é considerada a de maior expansão da metrópole paulista e de maior crescimento demográfico e tem seu início no período pós guerra até o início dos anos 1960. A terceira fase, de 1960 e 1980 é marcada pelo desenvolvimento da indústria automobilística na região do ABC, esse crescimento influenciou na diversidade das áreas ocupadas

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Figura 1 - Região Metropolitana de São Paulo com o Município em destaque.


pelos usos urbanos e aumento populacional da região metropolitana,

bairros.

auxiliando na geração de emprego e no aumento de migrantes do

Para atender às demandas necessárias, a cidade de São Paulo

Brasil. A quarta fase, teve início na década de 1980 e suas mudanças

foi dividida Macroáreas, que apresentam características e objetivos

tiveram influência até hoje, é nela onde ocorre a descentralização

urbanos, ambientais, sociais e econômicos específicos e assim

das atividades industriais e da população. O município de São Paulo

também definiu objetivos de cada uma delas. Essa divisão levou em

passa a concentrar as atividades financeiras, sedes de bancos e de

consideração os sistemas urbanos e ambientais e características do

grandes empresas multinacionais. Esse crescimento econômico e das

meio físico.

atividades acompanharam o crescimento populacional da cidade,

A região estudada na Macroárea de Estruturação Metropolitana.

chegando a uma taxa de urbanização de 99,1%, segundo o Censo

O PDE (2014), institui como diretriz para essa Macroárea a promoção

2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

de transformações no espaço urbano, nas condições de uso e

Atualmente, a mobilidade espacial da população é fator decisivo

ocupação do solo e na base econômica de modo a desconcentrar

nas transformações socioeconômicas de São Paulo, famílias que

oportunidades de emprego em direção aos bairros da periferia e

moram em locais mais afastados dos centros vivenciam diariamente

de municípios metropolitanos por meio de propostas que sejam de

a dificuldade e a desigualdade na distribuição de empregos,

fatores urbanísticos, sociais, ambientais, econômico-financeiras e de

equipamentos de caráter essenciais da população.

gestão participativa.

Pensando no modo contemporâneo das cidades e na otimização dos espaços urbanos no município, foi aprovado em 31 de julho de 2014 a lei do PDE (Plano Diretor Estratégico) do Município de São Paulo (Fig. 2) que orienta o desenvolvimento e o crescimento da cidade garantindo a melhoria da qualidade de vida de todos os

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Macroáreas

ZEIS

Estruturação Metropolitana

Contenção Urbana e Uso Sustentável

ZEIS 1

ZEIS 2

Eixos de Estruturação Previstos

Controle e Qualificação Urbana e Ambiental

Preservação dos Ecossistemas Naturais

ZEIS 3

ZEIS 4

Qualificação da Urbanização

Redução da Vulnerabilidade Urbana

Eixos de Estruturação Existente

ZEIS 5

Redução da Vulnerabilidade Urb. e Recuperação Ambiental

Urbanização Consolidada

Figura 2 - Zonas do Plano Diretor do Município de São Paulo.

Área da Proposta


A REGIÃO CENTRAL O Centro do município de São Paulo (Fig. 3) foi escolhido para o desenvolvimento da proposta pelas suas características únicas. O traçado urbano da região é resultado do desenvolvimento e evolução da cidade, que acompanharam as diretrizes de diferentes épocas e configuraram sua morfologia atual. Historicamente, a área faz parte do início da verticalização e expansão urbana do município de São Paulo, supervalorizada pela sua localização e pela oferta de moradia, trabalho e serviços. Com o passar do tempo a região sofreu com a desvalorização e esvaziamento da população desde a década de 1950 e acabou se degradando ainda mais com a construção do “Minhocão” no início da década de 1970, provocando uma divisão visível no bairro existente até hoje, fato observado por Saconi (2013). Atualmente a região encontra-se consolidada e com rica infraestrutura e seu entorno é caracterizado pela diversidade de comércios, serviços e equipamentos. Assim, a região central, no recorte do distrito da Santa Cecília, foi escolhida a partir de uma leitura panorâmica dos levantamentos feitos.

Figura 3 - Distritos da Zona Central do Município de São Paulo.

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Mesmo com o esvaziamento da região, segundo os dados do Censo 2010 do IBGE é possível ver que a região concentra uma grande parte da população paulistana (Fig. 4 e 5) e que o distrito da Santa Cecília é o que apresenta o maior número, com 83.717 habitantes. Em contraponto quando analisamos os dados do Atlas Socioassistencial da Cidade de São Paulo de 2015, a área da Prefeitura Regional da Sé que compreende os distritos da Sé, República, Bom Retiro, Santa Cecília, Consolação Bela Vista, Liberdade e Cambuci é a região com maior número da População em Situação de Rua, são 7.180 habitantes, 45% da população total de rua de São Paulo. Comparando esses dados com o IPVS (Índice Paulista de Vulnerabilidade Social) de 2010 (Fig.6), podemos ver que a região central além de apresentar alguns focos maiores de vulnerabilidade é dividida e, coincidentemente, os índices começam a diminuir a partir da divisão causada pelo Minhocão.

RELAÇÃO URBANA Ao aproximar a análise podemos ver a situação ambiental da área (Fig. 7), com relevo relativamente plano em comparação com o restante da cidade, o entorno da região concentra uma grande Figura 4 - População por Setor Censitário no Distrito de Santa Cecília.

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Figura 5 - População por Distritos da Região Central de São Paulo.

Figura 6 - Índice Paulista de Vulnerabilidade Social.

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porção de áreas verdes e poucos córregos que foram canalizados, sob o asfalto. Sua relação com os equipamentos do entorno (Fig. 8) não poderia ser diferente do que se encontra em centros urbanos, a área possui uma vasta concentração de equipamentos culturais, educação, esporte, lazer, segurança saúde e sociais, além de contar com a proximidade de grandes centros de compras da cidade. A região é privilegiada em infraestrutura de transporte urbano (Fig. 9), há diversas opções de transporte público de grande capacidade como corredores de ônibus municipais e metrô, são quatro estações próximas ao local, a Marechal Deodoro, Santa Cecília, República e Anhangabaú. Existem diversos modos de se conectar com o restante da cidade com a ajuda dos terminais de ônibus, são dois nas proximidades, o Terminal de Ônibus Amaral Gurgel e o Terminal de Ônibus Princesa Isabel. Por ser uma área central existem diversas ciclovias que ligam a região com diferentes pontos da cidade. O levantamento também levou em consideração a consolidação da região. Seu entorno imediato nos mostra a relação dos cheios e vazios (Fig. 10) próxima ao terreno, podemos ver que essa é uma das poucas áreas vazias. Figura 7 - Análise Ambiental do entorno.

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Figura 8 - Anรกlise dos equipamentos do entorno.

Figura 9 - Anรกlise da Mobilidade Urbana do entorno.

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O uso do solo e o gabarito (Fig. 11 e 12) nos mostra a diversidade existente no local, não existe uma predominância tanto no entorno como na própria quadra. Os usos (Fig. 11) são altamente diversificados, são muitos edifícios de uso misto com característica de comércio e serviços no pavimento térreo e habitações nos outros pavimentos, há também outros comércios e serviços isolados na região, mas esses estão concentrados nas construções menores, de um a dois pavimentos. Essa análise foi crucial para a escolha do terreno na Santa Cecília, destacado nos mapas, já que foi possível confirmar toda essa concentração de usos que são justificáveis pela população residente na região.

Figura 10 - Mapa de Cheios e Vazios.

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Figura 11 - Mapa de Uso do Solo.

Figura 12 - Mapa de Gabaritos.

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O TERRENO A escolha do terreno foi feita com base na sua localização e características morfológicas. Localizado na Santa Cecília (Fig. 13), próximo ao corredor de ônibus da Avenida São João e do Terminal de Ônibus Amaral Gurgel, a cerca de 200m da estação Santa Cecília da Linha 3 – Vermelha do metrô de São Paulo. A região é conhecida por abrigar uma diversidade de moradores com grande apelo de imigrantes e migrantes de distintas regiões. Além disso, o fluxo de pedestres é grande por se encontrar próxima de equipamentos institucionais como a Santa Casa de São Paulo. A quadra onde o terreno está inserido é circundada pela Rua Frederico Abranches, Rua Jesuíno Pascoal e Rua Jaguaribe, possuindo ao todo 2.054,00m² loteados. A maioria dos edifícios que conformam a quadra são de uso misto com pequenos comércios e serviços que atendem ao Hospital Santa Isabel, localizado do lado oposto do terreno. Existem dois estacionamentos e uma ligação com o Elevado João Goulart, eixo de ligação entre a Zona Oeste e Leste de São Paulo. Figura 13 - Localização do Terreno. Fonte de Imagem: Google Earth.

48


PARÂMETROS URBANÍSTICOS Ao analisarmos a região do terreno com o Lei de Uso e Ocupação do Solo (Fig. 14), podemos ver a variedade de usos da região e as características legais do terreno (Tab. 1):

Macroárea

Estruturação Metropolitana

Setor

Arco Tietê

Macrozona

Estruturação e Qualificação Urbana

Qualificação de Uso

PA 1

Perímetro de Uso

ZEM

CA Mínimo

0,5

CA Básico

1

CA Máximo

2 (d)1

TO Máximo

0,70

Gabarito Máximo de Altura

28

Recuo Frontal

NA

Recuo Fundos e Lateral

3 (j)2

¹(d) O CAmáx será igual a 4 nos casos dispostos no §1º do artigo 8º da Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016. ²(j) Os recuos laterais e de fundo para altura da edificação superior a 10m (dez metros) serão dispensados conforme disposições estabelecidas nos incisos II e III do artigo 66 da Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016. Figura 14 - Parâmetros Urbanísticos da região segundo a Lei de Uso e Ocupação do Tabela 1 - Legislação do Terreno Estudado.

Solo do Município.

49


50


O PROJETO

51


PARTIDO ARQUITETÔNICO Algumas premissas foram levadas em consideração para o partido do projeto, a principal delas é a própria localização do espaço proposto. A facilidade de inserção, a mobilidade e o convívio da sociedade na região também são fatores determinantes para a implantação desse projeto, exigindo do equipamento sua localização em uma área central, partindo da ideia da escala regional do seu caráter assistencial. Os equipamentos vizinhos servem de apoio aos frequentadores e pedestres que transitam pela região, ajudando a inserir os LGBT na comunidade local. A partir dos limites do terreno, o partido arquitetônico busca integrar os diversos espaços propostos no projeto. Dividido em um bloco principal e um bloco de apoio paralelos aos limites do terreno, o bloco principal foi voltado para um eixo central, longitudinal, onde há uma praça interna. A ideia inicial sempre foi proporcionar o máximo de espaços coletivos no local da proposta. Dessa forma, o térreo é totalmente de uso público, para que haja as interações entre os usuários do equipamento, os frequentadores e a comunidade, aumentando a permeabilidade e criando uma sensação de liberdade ao projeto criando mais conforto para todos, Figura 15 - Projeção Axonométrica da proposta.

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de modo geral.

proposta já era vertical, o que já correspondia com a paisagem

O edifício, de estrutura de concreto, foi pensado com uma

urbana da região o projeto foi dividido em três blocos separados,

racionalidade estrutural de forma modular, para que seja possível a

um principal em formato “L” e outros dois que serviam para abrigar

alteração de usos e de programa, caso seja necessário. A diversidade

as áreas públicas do programa, esses blocos seriam ligados por uma

de materiais encontra-se, principalmente, em seus fechamentos

cobertura que cortaria o terreno de forma longitudinal, marcando

de madeira nas suas fachadas. O gabarito da proposta, respeita

esse eixo do projeto. Para integrar mais o projeto, a forma dos

os limites da região e integra a edificação na paisagem urbana,

blocos menores foi alterada e passarelas foram criadas entre eles

mantendo a mesma linguagem espacial da região. Na projeção

em diferentes níveis ligando diferentes funções do projeto, um

axonométrica (Fig. 15) é possível ver como foram estruturados

terraço de uso público também foi acrescentado nesses volumes

esses elementos no projeto como um todo.

menores, o que valorizou tanto a fachada principal como a vista da praça interna, a cobertura foi abandonada nessa fase, já que ela

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

tirava a permeabilidade visual do acesso principal e da fachada do edifício vertical. Por fim, com a eliminação da cobertura o formato

O objetivo dos estudos iniciais (Fig. 16) no desenvolvimento

do edifício principal também foi alterado, tornando-se uma lamina

do projeto buscou, principalmente, agregar as diferenças dos

ligada ao bloco menor, a fachada do edifício se voltou totalmente

usos públicos e privados do seu programa. Durante os primeiros

para a praça interna que se tornou uma grande área de convívio. A

estudos volumétricos, já existia a ideia de um pátio interno e da

proposta final, em sua finalidade, se integra tanto na espacialidade

implantação de forma que favorecesse a insolação, essa proposta

como nos seus usos, criando diferentes volumes e diferentes vistas

era mais horizontal e criava uma barreira visual na fachada principal

dos seus ângulos.

do edifício. Seguindo pela linha inicial o volume da próxima

53


Figura 16 - Estudo e desenvolvimento do projeto.

54


REFERÊNCIAS PROJETUAIS

TOWN HALL APARTMENTS

Para elaboração da proposta foram utilizados outros projetos

Localizado no bairro de Boystown/ East Lakeview em

focados nas diferentes necessidades da população em situação de

Chicago, Illinois (Fig.17), o projeto foi construído em 2014 pela

vulnerabilidade com especificidades da população LGBT. Todos

empresa Gensler (Tab. 2) em parceria com a Heartland Housing,

os projetos utilizados como estudo estão localizados fora Brasil, já

uma organização que incentiva e ajuda na construção de habitações

que um projeto desse tipo ainda é pioneiro no nosso país. O foco

para pessoas com necessidades. Focado para a Comunidade LGBT

dos projetos pesquisados está em programas que se adequem às

com mais de 55 anos, a importância do projeto deu-se por conta

necessidades identificadas e apresentadas nos estudos do tema.

das estatísticas apresentadas em um relatório de 2003, onde 40.000

São projetos que foram desenvolvidos a partir de uma necessidade

deles viviam em condições abaixo da média da região.

em relação a um problema real e serviram como elementos decisórios a respeito da construção do programa, implantação e inserção urbana do projeto. Para elaboração geral, foram utilizados dois estudos de caso e para definições específicas foram utilizadas outras fontes de referência, são elas:

Figura 17 - Localização do projeto. Fonte da Imagem: Gensler (2014).

55


Arquitetura

Gensler

Área Construída

6354,5m²

Localização

Chicago, Illinois

Construção

2014 Rubinos & Mesia Engineers, Inc;

Figura 18 – Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014).

KJWW Engineering; McGuire Igelski & Associates; Equipe

Para entender as reais necessidades desse público, as

Charlie Greene Studio;

empresas fizeram inúmeros workshops com potenciais futuros

Christy Webber Landscapes;

residentes em parceria com o Center on Halsted, um centro

Environmental Design

dedicado para atendimento, segurança e saúde de Lésbicas,

ENGINEERING International, Inc.

Gays, Bissexuais, Transexuais e Queers (LGBTQ) de Chicago que atende mais de 1.000 pessoas diariamente. A proposta inicial da

Tabela 2 - Ficha Técnica. Town Hall Apartments.

construção foi aprovada em 2011 e surgiu com a desativação de um Departamento de Polícia em 2009, um edifício do início do século XX que foi integrado ao novo projeto (Fig. 18). O projeto consiste em 79 dormitórios divididos em 30

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estúdios e 49 unidades de 1 dormitório, acomodados no edifício novo. No antigo edifício estão inseridos os espaços de atendimento e de convivência do programa. No pavimento térreo (Fig. 19) do edifício existente foram realocados os espaços do Center on Halsted voltados para as pessoas da faixa etária atendidas pelo novo Centro, no novo edifício estão o estacionamento com área para carga e descarga, serviços do edifício e uma área para locação. Esse pavimento é de acesso público, sem nenhum tipo de restrição (Fig. 20). O primeiro pavimento (Fig. 21) é setorizado entre as áreas

Figura 19 - Planta do Pavimento Térreo. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014).

de uso comum e as privativas. Na área do edifício existente estão os escritórios, o refeitório, a sala de terapia, uma academia, um laboratório de informática além de uma sala de encontros (Fig. 22). No edifício novo há um grande terraço (Fig. 23) na extensão longitudinal do edifício na fachada principal. Além disso, há as unidades habitacionais, nesse pavimento são 6 estúdios e 9 apartamentos de 1 dormitório, todos os caixilhos dos dormitórios são de piso a piso. Em cada pavimento há uma lavanderia comunitária e uma lixeira. Figura 20 - Imagem da Recepção. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014).

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Figura 21 - Planta do 1º Pavimento. Town Hall Apartments. Gensler (2014).

Figura 22 - Imagem da Área de Convivência. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014).

Figura 23 - Planta do Pavimento Tipo. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014).

Figura 24 - Imagem do Terraço. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014).

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O restante dos pavimentos segue com uma planta tipo (Fig. 24) onde estão localizadas apenas as áreas dos dormitórios (Fig. 25) dando mais privacidade para os moradores do edifício assistencial. A disposição do programa bem como sua proporcionalidade podem ser vistas no quadro de áreas (Tab. 3) para se ter uma ideia real do projeto.

Figura 25 - Imagem do Corredor dos Apartamentos. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014).

Tabela 3 - Quadro de Áreas. Town Hall Apartments.


LA BREA AFFORDABLE HOUSING O La Brea Affordable Housing (Fig. 26) é um projeto de 2014 dos arquitetos Patrick Tighe e John V. Mutlow (Tab. 4) destinado para jovens LGBTs portadores de necessidades especiais, em situação de rua e portadores de HIV. Localizado em Los Angeles, California. A parte assistencialista dos seus moradores é feita exclusivamente por uma organização que trabalha com a AIDS em Los Angeles, localizado na mesma avenida. Relativamente simples, o programa consiste em 32 apartamentos que variam de 1 dormitório e 2 dormitórios, com uma

Figura 26 - La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014).

sacada privativa em cada unidade e a circulação voltada para um pátio interno. O térreo (Fig. 27) é composto por um estacionamento

Arquitetura

Patrick Tighe Architecture; John V. Mutlow.

para moradores e visitantes e uma área comercial voltada para a rua, o acesso é feito por um jardim interno no primeiro pavimento

Área Construída

4515m²

(Fig. 28) onde há uma área de em comum para os moradores e uma

Localização

West Hollywood, California

lavanderia comunitária, são 3 pavimentos (Fig. 29) exclusivamente

Construção

2014 Ming Yang Yeh + Associates,

residenciais e, por fim, toda a área de manutenção e serviço foi locada na cobertura do edifício (Fig. 30).

Equipe

Inc; Stantec (Formely I.B.E.); Alpha Construction; Mark Tessier Landscape Architecture INC

Tabela 4 - Ficha Técnica. La Brea Affordable Housing.

60


igura 27 - Planta do Pavimento TĂŠrreo. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014).

Figura 29 - Planta do Pavimento Tipo. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014).

Figura 28 - Planta do 1Âş Pavimento. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014).

Figura 30 - Planta Da Cobertura. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014).

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Figura 31 - Corte Fachada. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014).

Figura 32 – Corte Longitudinal. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014).

62

Figura 33 - Circulação. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014).


Nos cortes (Fig. 31 e 32) é possível ver a distribuição do programa. A interação desse projeto se dá pela sua grande área de circulação nos pavimentos do edifício, voltados para o jardim interno, a maior área, porém, se encontra na ligação da circulação (Fig. 33) com o jardim interno (Fig. 34). No quadro (Tab. 5), podemos ver a semelhança na distribuição dos programas nos dois projetos apresentados.

Figura 34 – Jardim Interno. La Brea Affordable Housing. Fonte da Imagem: Patrick Tighe Architecture (2014).

Tabela 5 - Quadro de Áreas. La Brea Affordable Housing.

63


O PROGRAMA O programa proposto busca promover o contato entre os usuários e a sociedade a partir de suas necessidades (Fig. 35). O objetivo proposto está em um equipamento que, além de abrigar pessoas em situação de vulnerabilidade, se integre ao local e a sociedade sem isolar o espaço da realidade em que ele está implantado. Esse estímulo ao convívio de todos pode ser definido pela arquitetura e é assim que o programa procurou se desenvolver. O programa é setorizado (Fig. 36) em dois blocos, uma lâmina e outro secundário, que se integram por passarelas e são organizados pelos seus usos e importância no espaço proposto. Na procura por mais interação com a sociedade, o pavimento térreo é de caráter totalmente público e o bloco menor, mais próximo da rua, concentra atividades mais flexíveis com atividades voltadas para a sociedade. O restante do programa é dividido de forma vertical, em uma lâmina, onde estão localizadas as oficinais, as salas de assistências, dormitórios e as áreas de manutenção do edifício, no quadro de áreas (Tab. 6) o programa foi dividido conforme sua setorização.

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Figura 35 – Estudo de necessidades do projeto .


Áreas Habitacional Dormitório Dormitório Acessível Lavanderia Comunitária Total Habitacional

Manutenção Residencial Assistencial Oficinas Térreo Livre Bloco Comunitário Passarelas de Ligação Manutenção Figura 36 - Setorização do programa. Residencial Assistencial Oficinas Térreo Livre Bloco Comunitário Passarelas de Ligação

Quan�dade

Área Área Total Unitária (m²) (m²)

%

42 6 6

30 30 13,8

1260 180 82,8 1522,8

32,74% 4,68% 2,15% 39,57%

Manutenção Depósito de Limpeza Depósito Depósito Casa de Máquinas/ Reservatório Superior Total Serviços

1 1 1 1

6 37,5 13,8 43,8

6 37,5 13,8 43,8 101,1

0,16% 0,97% 0,36% 1,14% 2,63%

Pública Área Interna Livre Recepção Sanitário Feminino Sanitário Masculino Total Área Pública

1 1 1 1

307,28 140 15 15

307,28 140 15 15 477,28

7,98% 3,64% 0,39% 0,39% 12,40%

Oficinas Oficina Livre Oficina de Computação Oficina de Artes Biblioteca Café Ves�ário Feminino Ves�ário Masculino Sanitário Feminino Sanitário Masculino Área de Exposições Total Administra�vo

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

30 30 30 60 60 30 30 15 15 72,75

30 30 30 60 60 30 30 15 15 72,75 372,75

0,78% 0,78% 0,78% 1,56% 1,56% 0,78% 0,78% 0,39% 0,39% 1,89% 9,69%

Assistencial Depósito Administração Atendimento Clínico Atendimento Psicológico Atendimento Jurídico Atendimento Individual/ Cole�vo Refeitório Total Comunitário

1 1 1 1 1 1 1

13,8 60 30 30 30 30 60

13,8 60 30 30 30 30 60 253,8

0,36% 1,56% 0,78% 0,78% 0,78% 0,78% 1,56% 6,60%

Áreas Não Computáveis Terraço Cobertura Terraço Público TOTAL Não Computável

1 1

282,15 207,8

282,15 207,8 489,95

57,59% 42,41% 100,00%

387,4 733,22 3848,35

10,07% 19,05% 100,00%

Circulação Ver�cal Circulação TOTAL Computável

Tabela 6 - Quadro de áreas do projeto.


MEMORIAL DESCRITIVO

um grande espaço externo com uma arquibancada, um deck de madeira e espaços de convívio a céu aberto e uma área interna

O projeto seguiu algumas linhas projetuais para sua

no térreo do edifício principal, sustentada por pilotis de concreto,

concepção. Setorizado, sua implantação dá-se por um eixo

que podem ser usados de diferentes formas. Além disso, há o

longitudinal no terreno. Um edifício principal abriga a maior parte

acesso pela recepção no edifício secundário e outras áreas de

dos espaços, enquanto um menor faz a ligação desse edifício e

apoio essenciais para esse pavimento como bicicletário, sanitários

concentra atividades culturais.

públicos, depósito e a doca para recebimento de matérias do

A fachada do projeto é composta por dois blocos da mesma

edifício.

volumetria de diferentes usos que formam um corredor central,

No primeiro pavimento, de caráter semi-público, estão os

fazendo com que o frequentador seja levado de forma proposital

espaços de oficinas e de interação compostos pela biblioteca,

para os acessos principais. Esses volumes são ligados por duas

café, oficina de artes, oficina de computação e uma oficina para

passarelas dispostas em diferentes níveis e sentidos, hora ligando a

atividades diversas, sanitários de uso público e vestiários dos

área semi-pública do projeto, onde está a maior área de interação

funcionários no bloco principal, no secundário há um espaço de

do projeto entre os frequentadores e os usuários das áreas em

exposição, todas as atividades desenvolvidas nesse pavimento são

comum, hora ligando com um terraço de uso público.

voltadas para toda a população na região.

A ideia para o pavimento térreo era de projetar o máximo

O próximo pavimento é dividido entre a área assistencial,

de permeabilidade criando mais espaços de uso público, tanto

de uso dos moradores do equipamento, e da cobertura dos dois

interno como externos, para diferentes tipos de usos e atividades

volumes na fachada, de caráter público. São quatro salas voltadas

que o projeto exige. Na busca de um espaço amplo e multiuso

para atendimento clínico, psicológico, jurídico, individual e coletivo,

existem duas áreas que podem ser usadas de diferentes maneiras,

além do refeitório e da área administrativa do projeto.

66


PAVIMENTO TÉRREO

O restante do programa, se dá por 6 pavimentos tipos com 8 dormitórios de 30m² em cada. Serão 48 dormitórios em nesse bloco habitacional para atender os usuários fixos do espaço, esses pavimentos são de acesso apenas para os moradores e em cada um estão localizados lixeiras e lavanderias comunitárias. N

Por fim, as áreas de manutenção, casa de máquinas e a caixa d’agua do edifício estão localizadas na cobertura, onde também existe uma horta comunitária voltada para o incentivo da própria limentar usuários do centro.

Fluxo Principal Fluxo Secundário

O fluxo de pedestres no térreo (Fig. 37) dá-se por um eixo longitudinal no centro do terreno que faz a distribuição para as circulações verticais e horizontais dos dois edifícios. As circulações horizontais do edifício principal estão localizadas no lado oeste da lâmina, uma única circulação faz a ligação de todas as áreas de cada pavimento. Já no edifício secundário essa circulação é mais direcional, levando o pedestre para as áreas existentes nesse bloco e às rampas de ligação.

RUA

Os principais elementos de fechamento estão no edifício

FRE

DER

ICO

ABR

principal, de maior gabarito. Desde o início do estudo da insolação

ANC

HES

do projeto (Fig. 38) buscou-se duas fachadas que se diferenciassem

Figura 37 - Fluxo de Pedestres.

67


pelo seu tipo, mas que tivessem a mesma linguagem material. A escolha na fachada leste, de mais destaque no projeto por estar voltada para o pátio interno, foi de marcar a verticalidade do edifício com os pilares a mostra sustentando caixilhos com portas de madeira de piso a piso que se movimentam de forma horizontal Leste

Oeste

por toda a fachada, criando um movimento independente. Já na fachada oeste, as aberturas são compostas por muxarabiês menores, que dão uma identidade horizontal e de continuidade ao edifício.

SISTEMA ESTRUTURAL Uma das condicionantes para a definição do sistema (Fig. 39 44) estrutural foi o desejo de se entregar o máximo de área permeável no projeto com o espaço mínimo de construção do terreno. A partir desse ponto foram levantadas possibilidades que poderiam, além de entregar um espaço funcional para o programa proposto, fazer dessa limitação uma oportunidade de desenvolvimento de um projeto que se integrasse com a população. A adoção do formato laminar para o projeto foi de caráter Figura 38 - Estudo de Insolação.

68


decisivo para o projeto estrutural. O sistema estrutural do projeto buscou conciliar economia de custos, redução de desperdícios, rapidez de execução, fácil manutenção e flexibilidade, adotando o concreto armado como estrutura convencional para todo o projeto. O edifício principal, composto por módulos que se repetem ao longo da lâmina, com vãos de 5m x 6m, e balanços de 1,5m foram implementados com o intuito de baratear a construção pelo emprego de vãos econômicos e ortogonais. Esses vãos, são compostos por lajes, também de concreto armado, podem ser facilmente ser readaptadas para outros usos conforme a

Figura 39 - Esquema Estrutural: Pilares e Núcleoa Rígido.

necessidade de futuros usos. Duas medidas foram empregadas na definição da disposição dos pilares. Enquanto nos pavimentos superiores eles se encontram dentro das alvenarias, “escondidos”, da visão das pessoas, foi decidido que o térreo se destacaria, deixando aparente toda a estrutura do projeto alterando também a seção convencional retangular do pilar para seções circulares. Essa mesma estrutura se destaca na fachada principal do edifício, marcados na fachada principal do edifício, esses pilares também têm como finalidade servir de apoio para os caixilhos implantados nessa fachada.

Figura 40 - Esquema Estrutural: Pilares, Núcleoa Rígido e Vigas.

69


Figura 41 - Esquema Estrutural: Pilares, Núcleos Rígido, Vigas e Lajes.

Figura 43 - Esquema Estrutural: Pilares, Núcleos Rígido, Vigas, Lajes, Cobertura e Alvenarias.

Figura 42 - Esquema Estrutural: Pilares, Núcleoa Rígido, Vigas, Lajes e Cobertura.

Figura 44 - Esquema Estrutural: Projeto Completo.

70



72


DETALHAMENTO DO PROJETO A partir daqui, serão apresentados os desenhos do projeto realizado: Área do Terreno 2.054,00m² Área Construída 3.848,35m² Coeficiente de Aproveitamento Utilizado 1,87 Taxa de Ocupação 27,18% Estrutura Lajes Maciças de Conceto Armado 73


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75


76


77


78


79


80


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CONCLUSÃO O projeto do Centro de Assistência para LGBT teve como proposta inicial um local onde a arquitetura permitisse a diversidade de programas para uma população que, por mais que tenha hábitos em comum, é heterogenia. Não foi difícil concluir que há uma dificuldade na aceitação dessa população por parte da sociedade, o que faz necessária a implantação desse tipo de equipamento. No decorrer da concepção do projeto as soluções arquitetônicas apresentadas tiveram como objetivo principal apresentar um local que oferecesse um tipo de estrutura adequada à população LGBT em situação de vulnerabilidade social e que da mesma forma promovesse a harmonia entre os frequentadores do local, os moradores da região e a cidade como um todo. Durante as pesquisas ficou claro que não existe uma fórmula de como projetar esse tipo de edifício, ele deve ser adaptado conforme sua necessidade. É o tipo de equipamento que não funciona se não houver integração com o meio urbano e com a sociedade. Os diversos equipamentos existentes devem servir de apoio e o trabalho deve ser feito em conjunto. Dessa forma, a proposta final tem como iniciativa a integração com a comunidade local, existência de programas que envolvem os frequentadores e os visitantes e o acolhimento por meio da assistência disponível. Tornando-se um equipamento transformador na região, uma referência para o bairro da Santa Cecília.

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