Portefolio digital

Page 1

Portefólio digital

Uma viagem pelos vulcões de Portugal Arquipélago dos Açores Manuel Emídio Monteiro de Oliveira Julho de 2014


Introdução A natureza vulcânica das ilhas que constituem o arquipélago dos Açores, revela-nos uma história de vulcanismo muito intenso no passado, muito estudado nos nossos dias. Estas ilhas à semelhança das do arquipélago do Havai, entre outras, consistem em vulcões submarinos associados a hotspots (ou plumas mantélicas). Saber mais em http://www.lneg.pt/CienciaParaTodos/dossiers/planeta_terra/v ulcanismo

Atualmente nos Açores existem 26 sistemas vulcânicos activos, 8 dos quais submarinos. Saber mais em http://www.cvarg.azores.gov.pt/vulcoesactivos/paginas/vulcoes-activos.aspx 2


Com este portefólio pretendo contribuir, com a minha experiência pessoal, para a divulgação das manifestações de vulcanismo do nosso país e promover a reflexão sobre o tema na sala de aula!

3


Principais objetivos • Conhecer alguns vulcões, ativos e inativos do nosso país; • Compreender a formação de algumas estruturas vulcânicas (cones vulcânicos, caldeiras, etc.); • Conhecer algumas manifestações de vulcanismo secundário dos Açores; • Reconhecer a importância destes locais para a economia local; • Promover o espírito crítico e reflexivo.

4


Alguns conceitos Antes de partirmos para a nossa viagem há alguns conceitos básicos que devemos abordar/relembrar.

Para tal vamos explorar a apresentação powerpoint Que testemunhos evidenciam a Dinâmica Interna da Terra? (consulte aqui) De acordo com a classificação do Catalogue of the Active Volcanoes of the World (CAVW) considera-se como vulcão ou sistema vulcânico activo aquele que se encontra em erupção ou que tem potencial para entrar em erupção, incluindo todos os que registaram actividade durante o Holocénico (10.000 anos). 5


Como documentos de ampliação proponho a consulta do dossier temático Vulcanismo, do LNEG e do artigo Novos conceitos em vulcanologia: erupções, produtos, e paisagens vulcânicas da revista Gengivas, n.º 16, pp. 5 a 22, de 2002, da Associação Portuguesa de Geólogos.

6


Ao longo deste portefólio vão ser abordados os locais visitados …

7


Monte Brasil Ilha Terceira O Monte Brasil é uma península que resultou da acumulação de cinzas por queda directa do material projectado pela erupção de um vulcão submarino, há mais de 20.000 anos, com explosões violentas e formação de nuvens ardentes. Saber mais em http://www.cm-ah.pt/angrosfera/icones-angra/fosseis-montebrasil/apresentacao.html

Fig.1 – Monte Brasil (vista parcial).

Fig.2 – Do Monte Brasil avista-se uma maravilhoso “quadro” de Angra do Heroísmo. 8


Algar do carvão Ilha Terceira O vulcão que originou este tufo vulcânico deixou vestígios datados de 3200 a 1700 anos. Saber mais em http://www.azoresgeopark.com/geoparque_acores/geossitios.php?id_geositio=21

Fig.3 – Abertura do Algar do Carvão – Chaminé vulcânica (vista a partir do interior). Fig.4 – A ocorrência de estalactites e estagmites de origem siliciosa, tornam este local único. Fig.5 – No fundo do algar, a cerca de 90m, formou-se um lago devido à acumulação de água.

9


Lagoa das Sete Cidades Ilha de S. Miguel O vulcão (ativo) que originou estas duas caldeiras iniciou a sua atividade há cerca de 30 000 anos, ocorrendo a ultima grande erupção há 16 000 anos e a ultima erupção intracaldeira à cerca de 500 anos. Saber mais em http://www.cvarg.azores.gov.pt/vulcoes-activos/Paginas/vsetecidades.aspx

Curiosidade A Lagoa mais distante apresenta uma coloração azul e a mais próxima uma coloração verde. Uma das lendas relacionadas com esta ocorrência, está associada às c lágrimas derramadas por uma princesa e por um pastor, impossibilitados de viver um grande amor. Ver lenda Fig.6 – Este local, de uma beleza inigualável, foi eleito uma das sete maravilhas naturais de Portugal .

10


Lagoa do fogo Ilha de S. Miguel A erupção mais importante do vulcão (ativo) que originou esta caldeira ocorreu há aproximadamente 15 000 anos. Saber mais em http://www.cvarg.azores.gov.pt/vulcoes-activos/Paginas/vfogo.aspx

Fig.7 – Lagoa do Fogo. A segunda maior da ilha de S. Miguel (vista parcial) 11


Lagoa das Furnas Ilha de S. Miguel O vulcão (ativo) das furnas iniciou a sua história há cerca de 100 000 anos, tendo a ultima erupção ocorrido em 1630. Saber mais em http://www.cvarg.azores.gov.pt/vulcoes-activos/Paginas/vfurnas.aspx

Fig.8 – Vista parcial da lagoa das Furnas (ver lenda)

Fig.9 – Margem na Lagoa onde ocorrem manifestações de vulcanismo secundário – fumarolas (sulfataras) e caldeiras de águas 12 ferventes.


Lagoa das Furnas Ilha de S. Miguel

Fig.10 – Local de cozedura do famoso cozido das furnas, dada a elevada temperatura do solo.

Fig.11 – Panelas com o cozido a serem retiradas, após 4 a 6 horas de cozedura, perante o olhar atento e curioso dos turistas.

Fig.12 – E finalmente na mesa de um restaurante local. Este é um dos partos mais apreciados na ilha de S. Miguel, devido ao facto de ser confeccionado com o calor da Terra (Energia geotérmica).

13


Lagoa das Furnas Ilha de S. Miguel

Fig.13 – Caldeira de agua termal.

Fig.14 – As lamas das caldeiras poderão ser aproveitadas para tratamento de doenças de pele.

As águas minerais e as lamas provenientes das caldeiras são muito utilizadas para tratamento de reumatismo e bronquite, graças às suas propriedades terapêuticas 14


Fig.15 – Piscina de água quente e ferrosa, no Hotel “Terra nostra”, muito apreciada pelos visitantes, também está associada ao vulcão das Furnas. 15


Monte do Pico Ilha do Pico O vulcão (ativo) do pico iniciou as primeiras erupções há cerca de 270 000 anos, tendo a ultima erupção ocorrido em 1718. Saber mais em http://www.cvarg.azores.gov.pt/vulcoes-activos/Paginas/vpico.aspx

Fig.16 – Vista do Monte do Pico – o local mais alto de Portugal, durante a travessia de barco, com partida da ilha do Faial.

16


Vulcão dos Capelinhos Ilha do Faial Este vulcão esteve em atividade durante 13 meses, entre 1957 e 1958 (ver documentário). As erupções começaram submarinas e evoluíram para subaéreas. Saber mais em http://www.azoresgeopark.com/geoparque_acores/geossitios.php?id_geositio=8

Fig.17 – Vulcão dos Capelinhos (vista parcial). Fig.18 – Durante as erupções a libertação de materiais piroclásticos, destruiu completamente o farol dos Capelinhos, cuja acumulação “enterrou” o rés-do-chão do edifício.

17


Não houve tempo para mais… o avião estava na hora de partir! Mas fica a promessa…

18


Discussão/conclusão Ao longo deste trabalho tivemos oportunidade de conhecer alguns vulcões do nosso país, assim como de algumas características dos mesmos e respetivas localizações. Alguns deles são considerados ativos, como é o caso do vulcão das Sete Cidades, do vulcão do Fogo, do vulcão das Furnas e do vulcão do Pico, uma vez que, de acordo com a classificação do Catalogue of the Active Volcanoes of the World (CAVW), registaram atividade nos últimos 10 000 anos. Verificamos a ocorrência de algumas estruturas vulcânicas, nomeadamente cones vulcânicos e caldeiras. Os cones vulcânicos formados pela acumulação de materiais – lavas e materiais piroclásticos (cinzas, lapilli e bombas vulcânicas), podem ser observados no Monte Brasil, no Monte do Pico e nos Capelinhos. 19


Discussão/conclusão continuação A formação de caldeiras originaram as lagoas das Sete Cidades, do Fogo e das Furnas. Estas formam-se devido ao abatimento do cone vulcânico, após esvaziamento da câmara magmática, sendo posteriormente preenchidas pela acumulação das águas pluviais. As principais manifestações de vulcanismo secundário observadas foram do tipo fumarolas e nascentes termais e ocorrem essencialmente na zona do vulcão das Furnas. Estas ocorrências devem-se essencialmente à proximidade de contacto das águas, da chuva infiltradas, com as câmaras magmáticas, que após aquecimento, são libertadas sobre a forma de águas quentes ou vapor. Muitas destas águas são aproveitadas para fins terapêuticos e no futuro poderão vir a ser mais desenvolvidas a este nível. 20


Discussão/conclusão continuação O famoso cozido das Furnas, confeccionado com o calor libertado pelo solo, é um exemplo de aproveitamento geotérmico, eventualmente já utilizado pelos primeiros colonos. Todos os sítios referidos ao longo do trabalho, constituem locais muito divulgados em revistas e agências de viagens, são visitados anualmente por turistas nacionais e estrangeiro, contribuindo de grosso modo para o desenvolvimento da economia local. Estas pessoas acabam por ficar hospedadas nos hotéis locais e usufruir dos restaurantes da região, assim como contribuem para um maior tráfego aéreo para o arquipélago e entre ilhas. A criação de rotas turísticas com guias, o desenvolvimento de empresas de aluguer de viaturas e a abertura de lojas de artesanato, também constituem uma mais valia para o desenvolvimento económico e social das ilhas. 21


Reflexão A ideia de abordar este tema, a partir da minha experiência pessoal, surgiu a partir das minhas vivências, em sala de aula, ao longo dos anos. Quando mostrava fotografias destes locais ou referia que já lá tinha estado, verificava um grande entusiasmo por parte dos alunos, assim como, manifestações de curiosidade, através da colocação das mais variadas questões por parte dos mesmos. Eu próprio me entusiasmo quando me refiro a esta experiência. Contactar com os locais que, até então, só via nos manuais escolares e noutras fontes de informação, tais como internet, revistas e panfletos de empresas de viagens, foi algo muito enriquecedor, acima de tudo, como professor de Ciências Naturais e de Biologia e Geologia. Poder transmitir isto aos meus alunos é sempre algo de fascinante para mim e motivador para eles. 22


Reflexão

continuação

Contudo, cometi algumas falhas. Antes da partida, deveria ter pesquisado mais sobre os locais que ia visitar e assim aproveitar mais a exploração dos mesmos. O facto de a visita ser feita em grupo, muitas vezes, distraía-me e não conseguia ouvir todas as informações fornecidas pela guia. O outro aspeto prende-se com o facto de ter confiado demasiado na minha memória. A falta de um bloco de apontamentos foi um erro de que me arrependo profundamente. Durante a realização deste portefólio senti, mais do que nunca, esta falha, essencialmente na identificação de alguns pormenores fotografados e caraterísticas importantes de determinados locais.

23


Reflexão

continuação

Durante as visitas vivi sensações únicas. Muitas delas de receio e de algum medo, do género: Estou em cima de um vulcão! E se ele entra em erupção? Quando estava dentro do algar do Carvão, mesmo no fundo, junto à lagoa, pensava: E se agora ocorre um abatimento? Esta viagem também me permitiu recolher muitas amostras de materiais vulcânicos – cinzas vulcânicas, lapilli, areias vulcânicas, lava basálticas/basaltos, pedra pomes, entre outros, muitos úteis para o ensino das Ciências. Os alunos deliram (principalmente os do 7.º ano) quando pegam na mão um pedaço de lava, ou observam as cinzas do vulcão dos Capelinhos.

24


Reflexão

continuação

Fiquei com vontade de voltar a estes sítios e conhecer muitos outros locais de interesse vulcânico do nosso país. E irei tentar não cometer os mesmos erros!

Neste momento, muitos de vós, devem estar a pensar: - Eu também quero ir! E eu respondo: - Se puderem vão e aproveitem…vale mesmo a pena!

25


Bibliografia consultada ASSOCIAÇÃO GEOPARQUE AÇORES http://www.azoresgeopark.com/geoparque_acores/geossitios.php?id_geositio=8 http://www.azoresgeopark.com/geoparque_acores/geossitios.php?id_geositio=21 http://www.azoresgeopark.com/geoparque_acores/geossitios.php?id_geositio=38 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE GEÓLOGOS http://issuu.com/associacaoportuguesageologos/docs/apg_geonovas_16 CÂMARA MUNICIPAL DE ANGRA DO HEROÍSMO http://www.cm-ah.pt/angrosfera/icones-angra/fosseis-monte-brasil/apresentacao.html CENTRO DE VULCANOLOGIA E AVALIAÇÃO DE RISCOS GEOLÓGICOS DA UNIVERSIDADE DOS AÇORES http://www.cvarg.azores.gov.pt/vulcoes-activos/Paginas/vsetecidades.aspx http://www.cvarg.azores.gov.pt/vulcoes-activos/Paginas/vfogo.aspx http://www.cvarg.azores.gov.pt/vulcoes-activos/Paginas/vfurnas.aspx http://www.cvarg.azores.gov.pt/vulcoes-activos/Paginas/vpico.aspx http://www.cvarg.azores.gov.pt/vulcoes-activos/paginas/vulcoes-activos.aspx 26


Bibliografia consultada continuação INFOPÉDIA http://www.infopedia.pt/$lenda-das-sete-cidades

LABORATÓRIO NACIONAL DE ENERGIA E GEOLOGIA (LNEG) http://www.lneg.pt/CienciaParaTodos/dossiers/planeta_terra/vulcanismo ORIGEM.PT http://www.origens.pt/explorar/doc.php?id=1552 TEX EDI NET - CONSULTORIA PARA OS NEGÓCIOS, LDA, HOLDING DO GRUPO TEXTO EDITORES http://www.junior.te.pt/servlets/Rua?P=Portugal&ID=2489 YOUTUBE http://youtu.be/BH1-1ba8Png

27


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.