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anoIV número15 ago2014
Uma revista com a cara do Nordeste
Circulação Nacional
Foto original de Chico Brandão
R$ 9,90 - Ago/14
Praia, Som e Sabor Comemorando 10 anos, o Lopana se consagra como uma das barracas de praia mais famosas do Brasil e é hoje um destino certo para quem visita a capital alagoana.
Guia de Alagoanês
Em reedição especial, saiba de onde vem nosso OUSH!
Dicas do Publisher Confira super dicas e sugestões de Maceió
Diário de Bordo
Golden Gate, Pier 39, descubra San Francisco
Cultura
Conhecendo o Museu Palácio Floriano Peixoto
Entrevista
Uma conversa destemida com Virgulino Ferreira da Silva
Patrimônio Imaterial
Confira a lista da valiosa cultura do estado a ser preservada Uma revista com a cara do Nordeste
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Foto Jonathas Mrotzeck | Sunset no Restaurante Praêro | Barra de São Miguel | Alagoas | Brasil
OUSH! Brasil é um Canal de Mídia comprometido com a qualidade, tanto no conteúdo quanto na sua apresentação. Uma revista diferenciada seria a melhor tradução. Confira os resultados de quem já anuncia conosco e venha você também para a revista que todo mundo vê e lê.
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A família OUSH! Brasil agradece de coração a todos os amigos, clientes, parceiros, colaboradores e, especialmente, a família Humberto Lôbo, que abraçou a OUSH como um verdadeiro filho. Não chegaríamos até aqui se não fosse pela contribuição, dedicação e ajuda de cada um de vocês. Obrigado pela oportunidade de podermos mostrar para o que viémos. Obrigado pela receptividade, hospitalidade, amizade, confiança, carinho, e principalmente pelo respeito que recebemos, o qual valorizamos muito e retribuímos. E a nossos leitores agradecemos pelo feedback de sempre, nosso compromisso é o de proporcionar uma leitura prazerosa contribuindo com o seu enriquecimento cultural e desenvolvimento social.
#OUSHBrasil4anos
Obrigado!
Marcio Mrotzeck de Araujo OUSH! \o/
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Os produtos oriundos do campo são sinônimos de pureza e qualidade. É com este tipo de matéria-prima que a linha Leite de Cabra é formulada. As proteínas do leite possuem grande poder de hidratação. Derivados do mel, outro exemplo típico do campo, também foram incorporados nos produtos da linha mais tradicional da Body Store.
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EDITORIAL
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@marciomrotzeck
4 anos, Isso é só o começo, a OUSH ainda é uma criança... Quando me prôpus a colocar esse sonho em prática, já sabia dos desafios que encontraria. Hoje olhando para trás, vejo o quanto avançamos e conquistamos. Converso com amigos e falo sobre o quarto aniversário que a OUSH! está completando, os comentários são sobre a força de mídia que conquistamos, o respeito, a credibilidade e principalmente a evolução do projeto. Baixe o App da OUSH, é gratuíto. Disponível para iPad e iPhone. ;)
O significado disso é muito trabalho! Significa também que a revista já faz parte do cotidiano das pessoas, chegamos, pedimos licença, e fomos muito bem recebidos. O ínicio não foi fácil, muita aprendizagem e adaptação, conhecendo o mercado. Dedicação é uma palavra que jamais faltou, e o resultado está aí, a aceitação, o desejo, a espera por cada nova edição. Isso é gratificante, nos deixa lisonjeados e ao mesmo tempo nos passa a responsabilidade de produzir sempre uma edição melhor do que a anterior. Isso também nos dá a certeza e a segurança para seguir em frente, conhecemos a qualidade do nosso produto. Com inteligência para administrar a credibilidade adquirida podemos sonhar mais alto, sabemos do que somos capazes e de onde podemos chegar. O enriquecendo de nossa Linha Editorial é constante, são colaboradores de altíssimo gabarito que chegam para somar com suas experiências e muita disposição, temos a certeza de que, além de um Canal de Mídia, cada edição da OUSH tem o poder de contribuir com o enriquecimento cultural e desenvolvimento social de nossos leitores. Completar 4 anos e ver o número de páginas e anunciantes aumentar, é sensacional, mas o trabalho não para, vem muito mais novidades por aí. Mantenham-se conectados, participem de nossas promoções nas redes sociais. O aniversário da OUSH é dia 13 de Setembro, vamos comemorar juntos essa grande conquista. Poste sua foto com as hashtag #OUSHBrasil4anos #MinhaFotoNaOUSH seguindo o perfil @OUSHBrasil e garanta seu espaço em nossa próxima edição. Agora divirta-se! Seja na versão impressa, ou digital no iPad, iPhone ou Online no site... Conteúdo de verdade você tem aqui na revista que todo mundo vê. E lê. OUSH! ;)
Foto da Capa Chico Brandão Praia de Ponta Verde | MCZ | Alagoas
Parabéns Adinho, Chris e toda família Lopana pelos 10 anos. E muito obrigado Alagoas!!!
Marcio Mrotzeck de Araujo
Publisher
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TimeOUSH!
Antonio Maria do Vale
Colaboradores
Nossa colmeia de ideias
@antoniomariadovale
A curiosidade é o principal ingrediente para uma boa matéria.
Eduardo Figueirêdo
Laila Carneiro
O que me inspira é a possiblidade de fazer o novo, de novo.
Para quem não se contenta com o prefácio das coisas.
@edufigueiredo84
@carneirolaila
@lilianmrotzeck
@ciloliveira
Se você diz que pode, então você pode. Simples assim.
Ter estilo é ser livre para ousar!
Viviane Suzuki
Maivan Fernández
@vizuki
@maivanfernandez
Para um final feliz, toda brincadeira tem hora.
Revelando emoções através do click em movimento. Greggory Wood
Juliana Almeida
Teacher e produtor californiano dividindo cultura com a gente.
Segredos e prazeres da cozinha guardados a sete chaves.
@gastronomiapetit
Fabiana Accioly
Alen Barbosa
@fabianaacciolynutriesportiva
As percepções e aventuras de uma alagoana nos States.
Gula só é pecado pra quem não faz a escolha certa. Laura Cavazzani @lauracavazzani
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Lilian Mrotzeck
Cil Oliveira
Porque felicidade é ir além de um corpinho bonito.
Felipe Camelo @felipecamelo
Sem flash, brilhe por si, sem precisar buscar holofotes.
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SUMÁRIO
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Foto Chico Brandão
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Fotos Divulgação / SXC.hu / OUSH! Brasil
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Acompanhe, curta, siga!
@OUSHBrasil
"No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz". Ayrton Senna da Silva
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SEM FLASH
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MINHA FOTO NA OUSH
Fotos Divulgação / OUSH! Brasil
QUANDO FICAR EM CASA QUANDO SAIR DE CASA CLICK EM MOVIMENTO HISTÓRIA DAS ALAGOAS COMUNICAÇÃO NO TRABALHO AVANT-PREMIÈRE MEU PAI NA OUSH PATRIMÔNIO CULTURAL GULA SEM PECADO ENTREVISTA
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#DICASDOPUBLISHER DICIONÁRIO DE ALAGOANÊS
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UPGRADE IDEIAS CRIATIVAS RIO 2016 MENTE SÃ CORPO SÃO CENTENÁRIO DA SELEÇÃO
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IMAGENS DA COPA COISAS DE COZINHA
mais...
CAPA
CONEXÃO U.S.A.
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TOP 10 ............................................................. 100 Diário de um viajante ....................................... 102 Sentindo na pele ............................................. 108 Museu Palácio Floriano Peixoto ..................... 110 Sinal de alerta .................................................. 118 Frisbee ............................................................ 120 Viva seu estilo! .............................................. 122 Faxina sustentável .......................................... 124 Ariano Suassuna ............................................. 126 Uma nova Gruta de Lourdes .......................... 128 Calendário de corridas ................................... 130
PUBLISHER/Diretor Executivo Marcio Mrotzeck de Araujo | Diretor Administrativo & Financeiro Mário Lôbo Jornalista
Responsável Renato Silvestre MTB 60968 | Fotografia OUSH! Brasil / Image Bank / SXC.hu / Greggory Wood / Alen Barbosa Equipe OUSH! Brasil Antonio Maria do Vale / Amanda Melo / Eduardo Figueirêdo Colaboradores Felipe Camelo / Maivan Fernández / Laura Cavazzani / Juliana Almeida / Fabiana Accioly / Viviane suzuki / Greggory Wood / Laila Carneiro / Alen Barbosa / Lílian Mrotzeck / Cil Oliveira | Revisão Antonio Maria do Vale | Asses. Jurídica Dra. Ana Cláudia Rocha Lôbo | Projeto Gráfico MW Comunicação & Design Ltda. | Diagramação Marcio Mrotzeck de Araujo / Antonio Maria do Vale | Publicidade [publicidade@oushbrasil.com.br] | Distribuição Assinantes, Condômínios Residenciais, Centros Empresariais e Bancas de revista | Periodicidade bimestral | Impressão Gráfica Moura Ramos Nota da redação A revista OUSH! Brasil não se responsabiliza por opiniões em artigos assinados, todos os dados apresentados nas matérias são de responsabilidade de seus autores, os quais não mantém nenhum vínculo empregatício com a mesma e todos os anúncios foram veiculados mediante prévia autorização das empresas. Os preços de produtos e/ou serviços divulgados nessa edição foram fornecidos por seus fabricantes ou distribuidores e podem sofrer alterações sem prévio aviso. Fica vedada a utilização, sem prévia autorização de textos e/ou fotos em qualquer outro veículo de comunicação. A revista OUSH! Brasil é uma publicação da OUSH Brasil Editora LTDA, sob CNPJ 19.571.125/0001-08, para maiores informações, entre em contato pelos Tel [redacao@oushbrasil.com.br] www.OUSHBrasil.com.br
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SEM FLASH
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FelipeCamelo
Gente que É.
E em + 1 coluna 'Sem Flash', aqui na OUSH! Brasil, gente produtiva, de atitude, do bem. E entre tantos motivos que eles me dão para estar aqui, 1 é + forte: eles não fazem nada para aparecer. Isso acontece naturalmente, sem esforço. Então, sigam estes exemplos de pessoas que brilham por si só. Faça, aconteça, seja.
01 Sabe tudo quando se fala em olhos e afins, Allan Teixeira Barbosa é literalmente 1 homem de visão. É 1 dos grandes apoiadores da Fundação Pierre Chalita
06 Totalmente tímida d+, Luciana Tenório Carvalho não é de muita badalação e escolhe muito bem onde ir e aparecer. Aqui, atendendo a convite vipérrimo de Mamá Omena
02 Com bom gosto e bom humor, Bel Nogueira herdou na genética estas 2 características. Aqui, quebrou o branco exigido na Eletro White, com as cores desta bolsa Desigual
07 Jornalista focada em Turismo e Gastronomia, Nide Lins quando entregava seu Guia da Gastronomia Popular Alagoana devidamente autografado ao amigo Matheus Vilela
03 Literalmente 1 espetáculo, A Bicicleta vem encantando como a nova montagem da Cia. de Dança Maria Emília Clark, que, como bem amado Fernando Gomes, vem garnhando aplausos em cena aberta
08 Rodrigo Montenegro & Marcinha Lavini Pessoa de Melo movimentando a cena fashion alagoana apresentando as marcas + estreladas nas araras e vitrines Mammoth. E o pequeno Renato, aprendendo tudo, claro
04 Médica das + competentes, Patrícia Amorim recebendo todos os elogios pela sua clínica Ethai Spa, Beauty & Personal Care. Esta masoterapia que utiliza pedras quentes me deixou “pronto pra outra”
09 Uma das grandes damas da sociedade caeté, dona Sônia Nogueira Barros Correia dando auxílio luxuoso aos filhos no comando da Nelore Barros Correia, confirmando -a entre os maiores criadores do país
05 Fernando Lyra Collor de Mello adora morar em São Paulo, mas sempre que pode, baixa na terrinha pra diminuir a saudade. Sempre muito festejado pelos amigos
10 Chefs Felipe Lacet e Serginho Jucá entre os + inspirados da área, e tão incríveis quanto eles, sua equipe, que trabalha com o maior dos prazeres. Restaurante Sur, de surpreendente
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QUANDO FICAR EM CASA
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PARA RELEMBRAR Álbum de fotos Não se tira mais fotos como antigamente. Tudo se tornou mais fácil e quase todo mundo pode ser um fotógrafo profissional dado o avanço das máquinas fotográficas que fazem tudo sozinhas em apenas um click. Antigamente era bem diferente e mais complicado, mas em uma coisa todos concordam: nunca se tornou tão descartável grandes momentos registrados pelas lentes, agora, super poderosas. O encanto da surpresa durante a espera para revelação deu lugar a olhada instatânea acompanhada do tradicional “não gostei, tira outra”. Por sorte ou azar, não se pode fazer isso com as velhas fotografias guardadas e até esquecidas em casa. Reúna a família e alguns amigos, com quem queira dividir muitos micos, para pedir uma pizza e substituir o filme pelos álbuns de fotografia. Faça um convite antecipado, pedindo que todos levem fotos antigas e o encontro será recheado de muitas lembranças. Relembre os penteados, modelitos e lugares da moda que hoje são motivo de muita risada, tudo acompanhado com a narrativa do fato, que dia era aquele, o que aconteceu e quem eram as pessoas envolvidas. Prepara-se para viajar no tempo e reviver imagens inesquecíveis.
PARA LER Os caminhos de Mandela Um problema que atinge o profissional na definição de longo prazo da carreira é a insatisfação com a empresa em que trabalha após algum tempo. Isso gera estresse e a insegurança de que talvez não atinja os postos mais altos na profissão que escolheu. A principal causa disso está na ausência de um propósito elevado para si e sua carreira profissional. Saber escolher um propósito e pagar o preço para cumpri-lo é um conhecimento relevante para ser bem-sucedido. Segundo Silvio Celestino, autor do blog “Conversa de elevador”, o livro apresenta de forma profunda os pensamentos de alguém que percebeu a necessidade de interferir na realidade e agir comandado por um propósito elevado. “Lidar com as consequências disso e atingir o ponto mais alto, e inimaginável, em sua vida, faz da história de Mandela uma leitura obrigatória para aqueles que querem ser guiados por um propósito maior em suas carreiras e vida”.
PARA JOGAR Celebrity Head (Na testa) Quem já assistiu o filme Bastardos Inglórios vai se recordar deste clássico jogo de adivinhação. É tudo muito simples e você só irá precisar de alguns amigos, caneta, fita adesiva e papel (os dois últimos podendo ser substituídos por post-it). A dinâmica é a seguinte: escreva o nome de uma celebridade sem que os demais vejam. Em seguida, cada um cola o papel na testa do participante a direita. Sorteiase quem irá começar e este deverá fazer perguntas que as respostas sejam sim ou não, enquanto elas forem sim, ele continua perguntando; se a resposta for não, é dada a chance de descobrir seu personagem ao participante da direita. Caso o jogador queira arriscar o nome escrito em sua testa, se errar, a vez também é dada ao participante do lado. O jogo pode sofrer alterações, não se limitando a nomes de celebridades, por exemplo. Para deixar a disputa mais acirrada, pode-se defininir uma prenda para aquele que descobrir por último quem é seu personagem.
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PARA OUVIR Maria Rita Samba de primeira linha é o principal ingrediente do mais novo álbum de uma das principais cantoras da MPB brasileira. Segunda obra dedicada ao samba, com quem a cantora possui íntima afinidade, “Coração a batucar” surge sete anos depois de “Samba meu”, o CD que reformulou seu público e com o qual a cantora paulistana conseguiu cortar as permanentes comparações com sua mãe, Elis Regina. No novo trabalho, Maria Rita se desafia produzindo pela primeira vez um cd seu com repertório majoritariamente inédito. Não se trata de um “Samba meu 2”, a sonoridade e o momento da cantora são bem diferentes e a temos sem pandeiro ou tamborim na mão, fugindo do senso comum.
PARA FAZER Bolo de caneca com sorvete Ingredientes: 1 ovo, 4 colheres de sopa de leite, 2 colheres de sopa de margarina, 4 colheres de sopa de açúcar, 4 colheres de sopa de farinha de trigo, 2 colheres de sopa de chocolate em pó, 1/2 colher de chá de fermento em pó, 6 colheres de sopa de sorvete, calda de chocolate e raspas de chocolate ao leite (para decorar). Modo de preparo: Em uma tigela coloque o ovo, o leite, a margarina e bata bem. Junte o açúcar, a farinha de trigo, o chocolate, o fermento e misture até ficar homogêneo. Divida a massa entre duas canecas de porcelana ou vidro (até a metade). Leve ao forno de microondas, em potência máxima, uma de cada vez, por 2 minutos e 30 segundos ou até que um palito, depois de espetado na massa, saia limpo. Coloque 1 bola de sorvete sobre o bolo, regue com a calda de chocolate e decore com as raspas de chocolate por cima. Se quiser incrementar a receita, acrescente a massa uma banana nanica madura, pequena e picada em cubos pequenos..
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PARA ASSISTIR Cavalo de Guerra O filme é baseado na obra do Autor britânico Michael Morpurgo. Sua história se passa na Primeira Guerra Mundial, cujos eventos ocorridos desde o nascimento do cavalo batizado de Joey, são mostrados pelo seu próprio ponto de vista. Na cidade de Devon, a família Narracott passa por uma crise financeira que só se agrava após Ted Narracott, o patriarca, preferir adquirir um cavalo de qualidades questionáveis a um valor exorbitante a ter o seu orgulho ferido. Nisso, nasce o vínculo de amizade entre seu filho Albert e o cavalo. Mas quando a crise atinge seu ápice, Ted vende Joey contra a vontade de seu filho para a cavalaria do exército britânico. Tal acontecimento leva a ambos para o mesmo destino, porém, através de caminhos diferentes, onde cada um terá sua cota de coragem testada diante da guerra. Durante todo seu caminho separado de seu criador Albert, o cavalo Joey passa de mão em mão e tem contato com muitas outras pessoas, dando conforto para os que perderam algo importante em sua vidas, inspirando coragem para os que serão testados pela guerra, inspirando o bem, mesmo entre soldados em lados opostos.
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PARA CONFERIR Atendimento além de diferenciado
QUANDO SAIR DE CASA
Parada obrigatória para tomar um café, ou um chá. Uma das marcas mais badaladas do Brasil, com franquia em vários estados, é sucesso constante em Maceió. Já não bastava o atendimento super especial do gerente Alexandre Colírio, que veste a camisa da Forum de verdade, agora ficou ainda melhor, pois, Xande de gerente e colaborador, agora passou a ser sócio da franquia da capital alagoana. Grande conquista desse alagoano, que conquistando por desempenho em vendas vários prêmios nacionais da marca! Liderando sua equipe como poucos, Xande promete manter o alto nível e valorizar ainda mais o seu maior patrimônio, que é a amizade e fidelidade de seus clientes e colaboradores, esse é o diferencial. O cafézinho sempre no ponto lhe espera, isso sem contar nas peças das novas coleções da Forum.
PARA DANÇAR Vem ver a banda passar Um concerto secular, assim são as apresentações da banda da Polícia Militar de Alagoas, que existe desde 1851 e tornou-se patrimônio histórico, cultural e material de Alagoas, tocando para D. Pedro II, quando este veio visitar o Estado em 1859. Você irá se surpreender ao ver de perto o Projeto “Vem ver a Banda passar” que, completando 15 anos em 2014, leva os músicos da PM à orla da Ponta Verde todos os domingos, das 10h30 às 12h30. O repertório eclético vai do samba ao bolero e é praticamente impossível ficar parado. Como muitos fazem, leve sua cadeira de praia e posicione sob a sombre do coqueiral. Mas apostamos que em muito pouco tempo ela será abandonada, ficará vazia.
PARA SE EXERCITAR
Foto Janaína Santos
CFA com Rodrigo Piñeiro A história é bem antiga, pare e se pergunte quantas vezes não prometeu que iria começar a fazer exercícios físicos? Se o que você precisa é de incentivo, experimente participar de uma aula de condicionamento físico na areia com Rodrigo Piñeiro. O que podemos antecipar é que, se sair da teoria para a prática não é tarefa fácil, uma vez colocado os pés na areia, mais difícil ainda será ficar um dia sequer sem suar a camisa. As aulas, que podem ser testadas gratuitamente, são muito dinâmicas e acontecem de segunda a sexta-feira, a partir das 19h, entre o Kanoa e o Lopana. Os encontros proporcionam ainda fazer novas amizades, um ingrediente motivacional que transforma a queima de calorias em pura descontração. Não perca a oportunidade de conhecer uma atividade que te fará entrar em forma com prazer.
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PARA SE DIVERTIR Aloha Paradise Uma das mais belas praias do Brasil, o Francês possui atrativos que vão da faixa de areia as suas águas transparentes. Na sua próxima ida ao local, nossa sugestão o direciona a um lugar super aconchegante, o Aloha Paradise, um ambiente alternativo de frente para o pico mais energizante da praia do Francês que compartilha o astral e estilo de vida conectado a natureza, a música e ao surf. A barraca tem uma vista incrível, de onde é possível ver o mar em espreguiçadeiras ou redes dispostas entre os coqueiros. Se possível, fique até o final de tarde, o pôr do sol é indescritível. Com uma interação fora do comum entre seus visitantes, locais e turistas, periodicamente a casa realiza festas com bandas de surf music, quando o agito costuma se estender até altas horas.
PARA VISITAR Rota do Cangaço Quer ouvir as histórias de Lampíão e seu bando de uma forma diferente? Se sim, não perca a oportunidade de passar um final de semana em Piranhas e conhecer o Museu do Cangaço. Além disso, faça o passeio de catamarã pelo Velho Chico que o levará até a trilha da grota de Angico em Poço Redondo, Sergipe. Já na ida, ritmada com muito forró, guias vestidos a caráter contam diversos causos da época e, ao desembarcar na praia da Forquilha, o conduzirão até o ponto do massacre que deu fim ao mais famoso clã de cangaceiros do Brasil. São 700 metros pela mesma trilha utilizada pela volante que perseguiu Lampião em 27 de julho de 1938, data em que 13 cangaceiros do bando foram emboscados, mortos e decapitados. Na volta, uma paradinha para um banho no rio, compras na lojinha de artesanato e degustação da bala de doce de leite, conhecida como a bala que matou Lampião.
PARA COMER
Foto Waldson Costa
Gordo Burguer
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Na edição passada mostramos como os food trucks estão invadindo a capital alagoana. E as novidades não paravam de surgir. O encontro já tradicional dos domingos, onde todos se reúnem na orla de Pajuçara, agora tem novo integrante e nossa dica é provar o hambúrguer artesanal, isso mesmo, caseiro, do Gordo Burguer. Numa Kombi improvisada com muito estilo, o cardápio está recheado de variações de hambúrgueres com nomes bem regionais: Coruripe, Pajuçara, Guaxuma, Ipioca, Ponta Verde... que o farão se tornar fã do truck que reinventa o sanduíche tradicional. Que tal começar com o Cheese Francês? Ele vem com filé de alcatra, hambúrguer bovino, hambúrguer toscana, queijo derretido, presunto, bacon, ovo, alface e a incomparável maionese. Depois de provar qualquer opção, cuidado! As chances de incorporar o personagem Dudu, do desenho animado Popeye (aquele que vive pedindo dinheiro emprestado para comer hambúrguer) serão enormes.
CLICK EM MOVIMENTO
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MaivanFernández Com lentes sempre a postos, o fotógrafo alagoano passeia por Maceió sempre com o dedo no gatilho. Aos apaixonados por esporte e natureza um aviso: “Cuidado, você pode ser o próximo alvo!”
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HISTÓRIA DAS ALAGOAS
28 À frente de seu tempo Por Antonio Maria do Vale
Conhecida como a terra de Zumbi e Jorge de Lima, União dos Palmares também tem sua versão ilustre feminina. Pouco conhecida entre os alagoanos, Maria Mariá fez história ao afrontar costumes e seguir a vida que queria. Durante muito tempo as mulheres estiveram aprisionadas a papéis determinados basicamente pelos homens. Na cultura brasileira, até bem pouco tempo o destino mais comum, ainda enraizado nos rincões do país, sempre foi o de Dona de Casa. No Nordeste, este direcionamento foi ainda mais forte e, quando a opção de servir ao marido, cuidando dos filhos e da casa, não era aceita; a honra da família se mantinha com o envio das jovens rebeldes a conventos e uma das poucas exceções era aberta àquelas que pretendiam se tornar professoras. Hoje tudo é bem diferente, mas romper este sistema secular não foi fácil, como disse uma das pioneiras na quebra destes paradigmas, a filósofa e escritora francesa Simone de Beauvoir, “não se nasce mulher, torna-se mulher”. Primordialmente, o único destino biológico intrínseco a mulher é o de ser mãe, todo o restante é
fruto de suas relações e do meio em que vive, o que, em razão da onipresente liderança masculina, se configurou como uma barreira que limitou o campo de atuação e consequente destaque das mulheres ao longo da história. E o que esperar de uma terra em que o coronelismo foi (ou ainda é de maneira remodelada) um dos principais agentes de formação da sociedade? Em Alagoas os obstáculos se apresentavam de forma maximizada e ir de encontro à vontade patriarcal era algo que não ultrapassava o campo do pensamento na maioria dos casos. Entretanto, os poucos exemplos que temos parecem possuir de forma agrupada tudo o que fora subtraído das mulheres. Terra de Zumbi e Jorge de Lima, União dos Palmares não tem como filhos ilustres apenas representações masculinas. Vem da terra do maior líder quilombola e de um dos principais escritores do país, também, uma das maiores figuras femininas de Alagoas, responsável pela maior afronta aos costumes tradicionais que se tem notícia na história alagoana. Maria Mariá de Castro Sarmento, não só marcou época por seu estilo de vida revolucionário como representou um divisor de águas para as mulheres que mantinham suas vontades em segundo plano em virtude da subserviência patrimonial. De família extremamente tradicional, Mariá tinha orgulho do sobrenome “Castro Sarmento”. Filha de Dona Ernestina de Castro Sarmento e de Silvio de Mendonça, tabelião da cidade por muitos anos, carregava ainda no sangue todo o rigor e legado de uma herança deixada por seu tio-bisavô, Basílio Olíbio de Mendonça Sarmento, grande latifundiário da região; e por seu avô paterno, Salustiano Tavares de Mendonça Sarmento; ambos tratados como coronéis, independente de patentes ou não, nos arredores de onde hoje se encontra a Usina Laginha, povoado onde Mariá nasceu e viveu seus primeiros anos de vida. Logo começou a estudar em União dos Palmares no, ainda existente, Grupo Escolar Rocha Cavalcanti, seguindo depois para Maceió, onde completou os estudos, fato comum atualmente, mas que já diferenciava Mariá naquela época. Na década de 1930 eram raríssimos os exemplos de mulheres que estudavam distante do domínio paterno, apenas os homens eram enviados para formação nas capitais, de onde retornavam como “doutores”, sendo apresentados por seus pais como troféus, representando a partir dali bons partidos e candidatos em potencial para união entre famílias abastadas. Sempre dedicada e viciada em leitura, se tornou uma educadora de destaque. Com o apelido de “dicionário ambulante”, era
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constantemente procurada para redigir discursos, escrever cartas, falar em público e tirar dúvidas relacionadas à língua portuguesa. Lia de tudo, revistas, jornais e livros, independente de temática, enriqueciam o conhecimento de Maria Mariá, que tinha seus preferidos: De Saint Exupéry, Emile Zola, Camões, Eça de Queiros, Tolstoi, Dostoievski, Florbela Espanca, Machado de Assis, Monteiro Lobato, José de Alencar, Jorge Amado e Érico Veríssimo eram os prediletos para livro de cabeceira; embora também fosse apaixonada pela literatura de cordel, eram muitos os versos que tinha na ponta da língua. Com tanto conhecimento, Maria Mariá possuía aversão ao ensino superior, nunca pensou em ir além do 2º grau (hoje ensino médio), mas a vontade de aprimorar-se estava acima de qualquer outra vontade própria e a também folclorista e historiadora conclui anos mais tarde o curso técnico de contabilidade. Como professora, iniciou carreira como estagiária de uma escola na Fazenda de Santo Antônio, na zona rural de União dos Palmares, em 1943. Sua oratória e facilidade em ensinar a ler e escrever logo se destacaram e um ano mais tarde foi efetivada e transferida para o colégio onde havia estudado quando criança, o Grupo Escolar Rocha Cavalcanti retorna ao seu cotidiano. Com a chegada de Mariá, uma revolução educacional se instala no colégio e muitas das regras praticadas foram modificadas. A primeira mudança veio com o fim do uso da palmatória, instrumento de tortura muito utilizado na época. Também baniu o controle de ida ao banheiro, quando existia uma pedra que era entregue ao aluno que saísse da sala, ela funcionava como passaporte único, impedindo que mais de um aluno ficasse fora da sala de aula. O novo modo de comandar a turma, sendo mais flexível, não só conquistou o respeito dos aprendizes como também dos gestores educacionais. Em pouco tempo foi nomeada diretora titular do Grupo Escolar Jorge de Lima, ministrando aulas também em outro colégio da cidade, o Santa Maria Madalena. União dos Palmares se tornou pequena para o talento de Maria Mariá que, em 1963, recebeu o convite para exercer a função de inspetora regional. O entusiasmo foi gigantesco, entretanto, a realidade encontrada transformou a nobre palmarina sonhadora em uma ativista ferrenha pelos direitos a educação. Mesmo a serviço do Governo, revoltou-se com o descaso com que o ensino era tratado, com escolas sucateadas, sem material didático, com falta de professores, além do que fora definido por ela como o mais grave de tudo: a falta de compromisso das autoridades públicas. O medo era uma palavra indiferente para Mariá, tanto que, mesmo ocupando um cargo de confiança do estado, expressa toda a sua indignação enviando uma carta aberta ao então secretário estadual, publicada inclusive na edição do Jornal Gazeta de Alagoas de 28 de abril de 1963. E esta não era a primeira vez que as ideias e percepções da educadora ocupava espaço no impresso diário. Antes disso, vários textos de Mariá já haviam sido publicados, como o que chama parte dos moradores de União dos Palmares de “respeitáveis senhores espíritos de porco”, se referindo à parcela coronelista que se dizia contra a instalação de uma Escola Técnica de Comércio na cidade. E escreveu tanto, e bem, que em 1965 recebeu o credenciamento como jornalista pela Associação Alagoana de Imprensa, ganhou o registro de número 218. Seus hábitos e costumes a tornaram uma lenda na terra já marcada por outros dois ícones históricos, homens, diga-se de passagem. Mariá talvez fosse a configuração feminina da força e ousadia de Zumbi somada ao intelecto de Jorge de Lima. A lista de proezas é www.OUSHBrasil.com.br
imensa, foi a primeira a usar calça comprida, diziam que se vestia como homem; quebrou tradições ao jogar sinuca, dominó, gamão e cartas nos bares da cidade, onde também costumava fumar e beber em público; em alguns casos mostrando sua habilidade com o violão. Levava uma vida boêmia, promovia vaquejadas e junto com seu irmão, Paulo, organizava um dos blocos carnavalescos mais animados da cidade, o Bando do Lampião, onde se fantasiava de Maria Bonita. Registre-se que tudo isso nas décadas de 1940 e 1950. Apesar das atitudes impróprias para a época, era muito respeitada. Principalmente porque não se apresentava como uma rebelde inconsequente, e sim como uma defensora sociocultural. Organizava eventos e mobilizava a cidade como ninguém, realizou a primeira Festa da Mocidade; criou o Grupo Temático de Atores Amadores; fazia com maestria festas de formatura e bingos beneficentes; foi uma das responsáveis pela fundação da Biblioteca Pública Municipal Jorge de Lima, onde atuou como bibliotecária nos primeiros anos de funcionamento; arquitetou toda a festividade de inauguração da rede de iluminação pública do município; além de dedicar-se ativamente na campanha pelo tombamento da Serra da Barriga, presidindo a comissão que lutou pela criação de um Parque Histórico que preservasse a memória de Zumbi dos Palmares. A polêmica estava em seu cerne e atos comuns a Maria Mariá se tornavam escândalos frente aos costumes locais. O mais lembrado até hoje relata que, em 1956, teria vestido um maiô e, as margens do rio Mundaú, se deixado fotografar. Mais que isso, teria mostrado as fotos reveladas para suas alunas, fato que desagradou muitas autoridades, que exigiram a transferência da professora para Murici, onde passou a lecionar no Grupo Escolar Professor Loureiro. Contudo, o apelo popular foi imenso, Mariá era muito querida em União dos Palmares e só desagradava basicamente às oligarquias da cidade. Suas alunas não aceitaram a represália e decidiram acampar em frente ao Palácio do Governo em Maceió, forçando o então governador, Muniz Falcão, a recebê-las, anulando de imediato a decisão arbitrária e machista, ordenando o retorno da professora a sua cidade natal. Mais uma vez Mariá se torna notícia nos jornais, no dia 19 de abril de 1956 a Gazeta de Alagoas trazia como manchete: “Ginasianas de União dos Palmares estiveram com o governador a propósito do caso da professora Mariá”, mais uma para o vasto currículo de peripécias da mestramor palmarina. O amor à cidade era tamanho que seus próprios princípios iam de encontro a suas ações. Não frequentava igrejas, se considerava ateia e vivia discordando dos dogmas cristãos, foram muitas as ocasiões em que travou debates ferrenhos, mas respeitosos, com lideranças religiosas. No entanto, as divergências não impediam, por exemplo, que lutasse contra a demolição da igreja matriz, que seria reerguida com estilo arquitetônico simplista, com formas retas, tudo bem diferente das curvas e detalhes originais, que na opinião de Mariá deveriam ser restauradas e não levadas ao chão. Fez passeata e propôs um plebiscito, que não foi aceito. A revolta mais uma vez foi parar nas páginas de jornal e os textos publicados confirmam a categoria de Mariá com as palavras. Não faltaram farpas nos trechos que definiam a decisão como “um ato criminoso, para o qual não há desculpa convincente, foi abaixo aquilo que tínhamos de mais antigo e tradicional, e para os fervorosos de mais sagrado – a nossa velha matriz. A Praça Basiliano Sarmento como que ficou mutilada sem essa parte
HISTÓRIA DAS ALAGOAS
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comum da sua paisagem, tão familiar e querida a nossos olhos. O povo dessa cidade, como seria justo e direito, não foi ouvido através de um plebiscito, na ocasião em que os supostos donos da terra tomaram tão desastrada decisão, como se aqui fosse, por sua falta de respeito à lei, o velho oeste americano de que tomamos conhecimento através de famosos filmes da Metro Goldwyn Mayer”. E as alfinetadas com boa dose de ironia eram sua especialidade, ainda sobre o plebiscito, escrevera que, caso tivesse ocorrido, o povo “teria dito um não veemente a estes depredadores disfarçados de amigos do progresso, quando visam apenas subir no conceito de meia dúzia de apaniguados, com que intenção... nem o diabo sabe”.
pedras que controlavam a ida dos alunos ao banheiro, pedaços de portas e janelas da antiga Igreja Matriz, porcelana, instrumentos musicais, fotos e máquinas de datilografia que se misturam aos móveis de época que compõem os ambientes da casa que pertenceu também à família do poeta Jorge de Lima. Destaque ainda para as pastas colecionadoras que guardam recordações memoráveis, os títulos que as diferenciam já falam por si só, a exemplo de “o que disse dos outros” e “o que disseram de mim”. Se existíssemos a época, teria lido em nossas páginas que era “uma mulher a frente do seu e também do nosso tempo”.
Mesmo repudiando convenções políticas, mais uma vez colocou a paixão por União dos Palmares acima de seus conceitos, cedendo aos apelos partidários e candidatando-se a vereadora em 1972. As urnas não confirmaram uma vitória, mas os palanques nunca foram palco de discursos tão cheios de verdade e propostas sem vínculo com interesses ocultos. A experiência não desanimou Mariá, que se manteve intensa nas investidas contra tudo aquilo que julgava predatório ao patrimônio histórico e cultural alagoano. A casa de Maria Mariá, hoje transformada em museu, revela muito sobre seus hábitos e rotina. Após a morte da mãe, passava horas no primeiro andar escrevendo e catalogando coisas, tudo com a Serra da Barriga como pano de fundo. Desde cedo ela colecionava todo e qualquer objeto que acreditava ter valor histórico e o acervo aberto ao público, reunido e doado pela família, conta com as mais variadas peças. São livros, revistas, folhetos de cordel, jornais, as
Casa de Maria Mariá Transformada em museu, o espaço guarda relíquias e muitas histórias
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CARREIRA
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Alhos ou bugalhos? Por Antonio Maria do Vale
Um belo currículo e vasta experiência já não são suficientes para uma carreira bem sucedida. Entenda porque falar bem e saber se comunicar tem se tornado a ponte que reduz o caminho para o sucesso profissional. Se comunicar é uma questão de sobrevivência, o Homem aprendeu isso cedo e desde então aprimora o jeito com que se relaciona com as pessoas. Do simples bom dia a desconhecidos no elevador ao pedido no balcão da padaria, cada mensagem emitida leva a uma consequência. E no mundo dos negócios não é diferente. A necessidade de tornar os colaboradores integrados ao que acontece na empresa fez surgir a comunicação interna, considerada hoje uma das principais ferramentas para as organizações que buscam produtividade e eficiência. E não pense que o modo de interagir entre as pessoas interfere apenas nos resultados dentro da empresa. De modo pessoal, a forma como você se relaciona será também determinante para a ascensão ou fracasso profissional. Cada vez mais, o relacionamento interpessoal se coloca a frente das habilidades isoladas e da qualificação das pessoas, tendo um peso significativo na hora de escolher novos funcionários ou de promovê-los. Saber lidar com
pessoas e, principalmente, conseguir repassar ideias e objetivos a elas, tem se tornado uma das qualidades mais essenciais para quem busca alavancar a carreira. Não existe mais espaço para o trabalho individualizado, o conceito agora é coletivo e se expressar bem é premissa fundamental no mercado de trabalho. Os tempos são outros e você é responsável não só pelo que fala, sendo corresponsável pelo que o outro entende. Se quer realmente ter uma comunicação eficiente dentro da empresa, precisa assegurar-se que, ao emitir uma mensagem, o receptor está entendendo o que você quer dizer de maneira clara. Soltar palavras não é tudo, a formação da mensagem por completo deve definir os principais detalhes do que você quer transmitir. Ao pedir que desenhem uma casa, por exemplo, sem especificar cores, números de portas e janelas, se esta possui ou não móveis; você cria espaço para o erro e para que cada um imagine a casa a sua maneira. Sempre questione se quem recebeu a mensagem
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a entendeu, exercite um feedback inicial, não espere para checar se tudo ocorreu bem apenas no final do ciclo, você poderá ter uma surpresa desagradável. Estes detalhes são fundamentais para o sucesso da mensagem. Os ruídos, como são chamadas as alterações que ocorrem no que fora dito, podem gerar resultados catastróficos tanto para a empresa quanto para o empregado. Já imaginou o que um zero a mais ou a menos numa despesa ou faturamento pode representar para a empresa e, consequentemente, para você? Dados da Fundação Getúlio Vargas revelam que 60% dos problemas administrativos das empresas são gerados por ineficiência da comunicação entre seus colaboradores. A tecnologia tem ajudado muito nesse processo de troca de informações, mas não garante que a mensagem chegue ao seu destino. Muitas pessoas, por exemplo, entendem o envio de um e-mail ou SMS como uma ação concluída, quando na verdade
representam apenas a metade do caminho, nada mais que o start realizado pelo emissor. Sempre se certifique que o receptor recebeu a mensagem, principalmente nos casos em que a informação é mais urgente. Não interprete a sua parte como álibi que o protegerá em caso de algum problema, neste caso, a responsabilidade também será sua. As falhas no processo de comunicação continuam sendo o calcanhar-de-Aquiles das empresas e acabam gerando outra situação. Diante da ausência de mecanismos eficientes de informação, muitas organizações acabam sofrendo da famosa Rádio Peão, que costuma funcionar muito bem, principalmente nos casos de avisos desencontrados, quando geram boatos, confusão e insegurança entre os colaboradores. Empresas e profissionais devem estar atentos a detalhes na comunicação, hoje, um fator decisivo para organizações e pessoas tornarem-se bem sucedidas. Jamais confunda alhos com bugalhos.
Para ser melhor entendido... 1Aceite as pessoas como elas são, com seus defeitos e qualidades, sem preconceito. 2 Participe de alguma atividade em grupo e realize ações filantrópicas.
3 Descubra e relacione seus dez valores pessoais. 4 Reforce sua autoestima. 5 Desenvolva e aprimore a arte da empatia. 6 Esteja bem consigo mesmo o tempo todo. 7 Vença o medo de falar em público. 8 Melhore sua postura. 9 Olhe mais nos olhos das pessoas. 10 Deixe suas mãos livres para falar em público. 11Goste do seu corpo e responsabilize-se por cuidar bem da saúde e da aparência dele.
12 Aprimore sua dicção. 13 Fale com clareza e elegância. 14 Desenvolva exercícios respiratórios. 15 Faça exercícios em voz alta para aprimorar a dicção
e a teatralização da sua fala.
16 Fale de improviso. 17 Atualize-se para se sentir seguro e bem informado. 18 Amplie seus conhecimentos gramaticais. 19 Evite palavras complexas, seja objetivo; 20 Leia jornais, revistas e assista ou ouça noticiários.
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CARREIRA
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seu Gerente. Embora esta mensagem clara e precisa para uma ia env te e iden Pres o ica, Em uma fábr ens dentro de uma empresa pod sequências, o desvio de mensag con as o e açã a sion men izar gan erdi sup reor la fábu as extras para e causando prejuízos e despes causar problemas sérios, inclusiv para seu objetivo inicial. De: Diretor Presidente Para: Gerente
a. Cometa Halley estará nesta áre oximadamente às 17 horas, o os nam reú r, favo por “Na próxima sexta-feira, apr Assim, rre somente a cada 78 anos. Trata-se de um evento que oco urança, quando explicarei seg de tes ace cap ndo usa os tod , rica fáb da io pát no ios funcionár o raro espetáculo a olho nu, chovendo, não poderemos ver ver esti Se s. ele a eno ôm o fen exibido um filme documentário dirigir ao refeitório onde será sendo assim, todos deverão se sobre o Cometa Halley”. De: Gerente Para: Supervisor
re a o Cometa Halley vai aparecer sob te, na sexta-feira, às 17 horas, nhe ami enc os e ça uran “Por ordem do Diretor Presiden seg acete de a os funcionários, todos com cap . nu” olho a s fábrica, se chover, por favor, reún ano 78 a o terá lugar, o que acontece a cad ao refeitório, onde o raro fenômen De: Supervisor Para: Chefe de Produção
vai aparecer nu no refeitório da tor, o Cientista Halley, 78 anos, ça. “A convite de nosso querido Dire o problema da chuva na seguran ser apresentado um filme sobre fábrica, usando capacete, pois vai para o pátio da fábrica”. O Diretor levará a demonstração De: Chefe da Produção Para: Coordenador de turno
da anos, vai aparecer no refeitório Diretor pela primeira vez em 78 e de lá, r esta e dev do “Na sexta-feira, às 17 horas, o mun o Tod o cientista famoso e sua equipe. fábrica, para filmar o Halley nu, chuva. O Diretor levará a banda um show sobre a segurança na tado sen apre será pois te, ace cap para o pátio da fábrica”. De: Coordenador de turno Para: Recursos Humanos
da fábrica, na próxima sextaestar com segurança no pátio e dev o, eçã exc sem nu, do “Todo mun arrista famoso, estarão lá para huva (Diretor), e o Sr. Halley, guit da-c man o itório pois s, hora 17 às , feira ver mesmo é para ir para o refe na Chuva”. Caso comece a cho mostrar o raro filme “Dançando s”. ano 78 a show será lá, o que ocorre a cad de capacete na mesma hora. O Aviso para Todos fixado no quadro
de avisos:
17 liberou geral para a festa, às diretoria vai fazer 78 anos e da fe o che Tod o s. , eta eira Com ta-f s sex “Na , Bill Halley e seu r lá, pago pelo manda-chuva o solt r rola vai k roc o e horas, no refeitório. Vai esta ca a banda é muito lou que por te, ace cap de e nu r mundo deve esta va”. até no pátio, mesmo com chu
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AVANT-PREMIÈRE
36 Celular dependência Por Mariana Lôbo (Estudante do 9º ano, 14 anos)
Com cada vez mais aplicativos e funcionalidades, os celulares não são mais sinônimo de ganho de tempo. A praticidade deu lugar ao vício e, para muitas pessoas, não há mais vida fora deles. O despertador toca e, antes mesmo de levantar, uma espiadinha rápida no celular para saber se tem mensagem no WhatsApp ou alguma atualização no Instagram. Na hora das refeições, o celular recebe mais atenção do que a própria comida, onde alguns nem se importam de seu prato esfriar, pois priorizam fotografá-lo para postar na rede. Na reunião de família aos domingos, todos conectados, virtualmente apenas. Até mesmo na hora de dormir, já deitados na cama, o celular se faz presente como nossa principal companhia. Você se identificou em algum dos quadros acima? Em todos? Então cuidado! Você pode ser mais uma das vítimas da “Nomofobia”. Mas, afinal, o que é nomofobia? Bem, nomofobia é a abreviação de “no mobile phobia” que é, literalmente, o medo de ficar sem celular. Pesquisas britânicas indicam que cerca de 76% dos jovens ingleses apresentam sinais ou já são vítimas da dependência do celular. E nem pense que esse é um problema apenas de interesse
inglês. Nós, brasileiros, reunimos um grupo de 4,3 milhões de jovens nomofóbicos. Números como estes se repetem por todo o restante do mundo. Aí vem a pergunta: será que este vício é prejudicial à saúde? De acordo com Phil Marso – escritor francês que redigiu um livro inteiro utilizando apenas SMS’s - o uso constante dos smartphones e redes sociais gera uma grande vontade de estar sempre inteirado sobre tudo o que está acontecendo. “O usuário acaba ficando nervoso e impaciente, podendo desenvolver problemas cardíacos”, afirma o escritor. Depois dos dados acima, acho que deveríamos pensar na forma como estamos utilizando este pequeno aparelho dotado de milhões de funções. Compare, por exemplo, o tempo que você passa nas redes sociais com o tempo que você passa conversando com a sua família ou saindo com seus amigos. Uma diferença muito grande, não é mesmo?
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Uma homenagem da revista que tem a cara do Nordeste aos pais leitores da OUSH!
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#KidsNaOUSH Nossa próxima edição homenageará a criançada, marque a hashtag em suas fotos e participe
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CULTURA
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Time de imortais Por Antonio Maria do Vale (com informações da SECULT/AL)
Livro de Registro do Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas começa a ganhar forma com integrantes das mais variadas manifestações. A lista, ainda pequena, pretende reunir o que há de mais valioso na cultura do estado. A noção de Patrimônio Cultural ampliou-se para abranger a diversidade cultural brasileira e o principal responsável pela valorização e preservação dessa diversidade é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Criado em 1937, no governo de Getúlio Vargas, o órgão é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura que tem a missão de preservar os diferentes elementos que compõem a sociedade brasileira. Tendo como objetivo promover e coordenar o processo de preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro para fortalecer identidades, garantir o direito à memória e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do país, divulgando e fiscalizando os bens culturais brasileiros, além de assegurar a permanência e usufruto desses bens para a atual e as futuras gerações.
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Dentre as principais atividades do IPHAN, destacam-se as ações de identificação, mapeamento e inventário de bens culturais através do Inventário Nacional de Referências Culturais – INRC; a implementação de Planos de Salvaguarda destes bens de outras ações de fomento e apoio às condições de produção e reprodução de manifestações culturais por meio do Programa Nacional do
Patrimônio Imaterial – PNPI; e o reconhecimento de expressões da cultura como patrimônio cultural do Brasil através do Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial; quando divide com os governos estaduais a responsabilidade sobre a riqueza cultural local, sua expansão e continuidade. Em Alagoas, o governo do estado sancionou em 2011 a lei que instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem Patrimônio Cultural Alagoano. O registro é um instrumento de reconhecimento e valorização do patrimônio cultural por meio da inscrição de bens em livros que se dividem em quatro categorias. No Livro de Registro dos Saberes, são inscritos conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades; onde encontramos já registrados em alguns estados o ofício das paneleiras de Goiabeiras de Vitória/ES, as baianas de acarajé de Salvador/BA e o modo artesanal de fazer queijo de Minas nas regiões do Alto Paranaíba/MG. No Registro de Celebrações, podem ser inscritos rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social; a exemplo do Círio de Nazaré de Belém/PA. Na terceira
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Partindo desses quatros princípios centrais, quais seriam então os representantes alagoanos em potencial para cada uma das categorias? Não faltam candidatos e a lista já começou a ser escrita com os primeiros registros consolidados. O registro de um bem terá sempre como referência a sua continuidade histórica e sua relevância nacional para a memória, mesmo que exista apenas de forma endêmica em determinada região. Cabe ressaltar que a escolha não parte apenas do estado, qualquer pessoa pode encaminhar um requerimento para instauração do processo administrativo de pedido do registro, que deve ser direcionando a Secretaria de Estado da Cultura, que o encaminhará ao Conselho Estadual de Cultura para parecer técnico. Como todo processo que envolve o poder público, é preciso paciência até que tudo seja concluído. No requerimento, além dos dados do proponente, deverá constar a justificativa do pedido; a denominação e descrição do bem proposto para registro, com indicação da participação ou atuação dos grupos sociais envolvidos, de onde ocorre ou se situa, do período e da forma em que ocorre; e uma declaração formal de representante da comunidade produtora do bem ou de seus membros, expressando o interesse e anuência com a instauração do processo de Registro. São 90 dias para que a equipe técnica apresente um parecer que, no caso de deliberação favorável pela maioria dos membros, resulte na publicação da resolução conferindo o título de Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas. De riqueza cultural ímpar, Alagoas tem tudo para rechear seu Livro de Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial com um dos mais vastos acervos do país. Nosso patrimônio passeia com maestria entre os saberes, celebrações, formas de expressão e lugares; caracterizado pelo nosso incomparável folclore, por nossos espetaculares personagens, nossa arquitetura secular, nossas manifestações de fé, nosso alegórico artesanato e nossa pitoresca gastronomia, enfatizando neste último caso que a comida é uma das primeiras expressões da cultura, fazendo parte da construção de sociabilidade, de formas de sobrevivência, de apropriação e transformação de recursos naturais e de relacionamento com o meio ambiente. Em Alagoas essa importância é maximizada. Por aqui, as expressões de comensalidade estão sempre presentes nas festas, nas feiras e na dança, associadas diretamente as diversas manifestações da cultura e às práticas da vida cotidiana, que referenciam a parcela da identidade cultural de nosso estado com seus sabores peculiares que, por coincidência ou não, estrearam as páginas do Livro de Registro de nosso patrimônio imaterial. A receita do “Camarão Alagoano do Bar das Ostras” foi o primeiro bem registrado por meio da resolução do Conselho Estadual de Cultura de 09 de Abril de 2013. O pedido de registro foi encaminhado a Secretaria de Cultura em virtude das insubstituíveis lembranças que o sabor dessa receita deixou na memória daqueles que tiveram a oportunidade de prová-la no antigo Bar das Ostras, que teve sua primeira sede no bairro do Vergel do Lago ainda nos anos 50.
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Camarão Bar das Ostras
categoria, dedicada as Formas de Expressão, podem inscrever-se no livro as manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; como o Frevo e o Samba de Roda do Recôncavo Baiano, que se encontram registrados nos registros pernambucano e baiano, respectivamente. Por fim, o Livro de registro dos Lugares, onde são inscritos mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentra, e se reproduzem práticas culturais coletivas; exemplificados com propriedade com o Mercado Ver o Peso, em Belém/PA, e a Feira de Caruaru/PE.
Ingredientes Para o Camarão: - 1 kg de camarão Vila Franca com casca e com cabeça - 1 tomate - ½ cebola - 1/3 de pimentão verde - 1 colher de vinagre Pimentão ou Tomatão - ½ limão - 2 colheres de azeite de oliva - 600g de manteiga artesanal de Batalha ou Major Isidoro - 1/3 maço de coentro - 2 colheres de extrato de tomate concentrado Para a Farofa: - 1 cebola grande cortada em rodelas - 1/3 xícara de óleo - 1/3 xícara de extrato de tomate concentrado - 200 g de manteiga artesanal - 1 ½ kg de farinha de mandioca quebradinha - 1 colher de sopa de colorau - Sal a gosto Preparo Para o Camarão: Colocar em água fervente os camarões, deixar por 10 minutos. Em seguida retirar os camarões da água fervente e colocá-los em água fria e descascar. Após limpar os camarões, colocá-los novamente na água com um pouco de sal, deixar ferver por 5 minutos. Esfriar e reservar. Colocar no liquidificador o tomate, a cebola, o pimentão, o coentro, vinagre e o extrato de tomate. Em seguida colocar o molho liquidificado numa panela, leve ao fogo, acrescentando o azeite, limão, deixe cozinhar por 10 minutos, sem reduzir o volume. Mexendo sempre. Coloque a metade da manteiga, os camarões, continue mexendo, acrescente o restante da manteiga, deixando ferver por 10 minutos em fogo baixo. Para a Farofa: Em uma panela colocar o óleo e a cebola, levar ao fogo até que fique transparente. Acrescente a manteiga, o extrato de tomate e o colorau, mexer até dissolver. Aos poucos colocar a farinha misturando com a colher. Provar e acertar a quantidade de sal.
CULTURA
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O Bar de propriedade de Dona Oscarlina e Seu Pedro, que também era pescador e comerciante de peixes e crustáceos no bairro da Levada, mudou de endereço por três vezes, tendo fechado as portas de sua última sede, no bairro de Jatiúca, em 2002. Ao longo desses anos a fama do prato se expandiu e não só os alagoanos se apaixonaram pela receita que se manteve em segredo por muito tempo, conservando inalterado o sabor do trio camarão, arroz e farofa. Seu Registro como Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas teve como objetivo valorizar as referências culturais, os saberes, a história e a memória ligadas à tradição gastronômica do estado; fortemente relacionada ao ecossistema das lagoas, as técnicas de manuseio e tratamento de pescados e crustáceos, bem como a produção artesanal de ingredientes, tais como a manteiga produzida nos municípios de Major Izidoro e Batalha, insubstituíveis no preparo desse particular jeito de se fazer camarão. O Registro é fundamentado ainda pelos relatos históricos que confirmaram o Bar das Ostras como uma referência gastronômica de Alagoas, tendo sido ponto de encontro da elite política e intelectual do estado durante seu meio século de existência. Segundo a Secretaria de Estado da Cultura, depois de registrada, a receita do “Camarão Alagoano do Bar das Ostras” passou a ser alvo de ações de salvaguarda, que tenham por objetivo estimular sua divulgação, preparo e preservação das condições que tornam possível o acesso aos seus especiais ingredientes, contribuindo também na preservação de outras atividades e costumes locais. Estas iniciativas visam ainda fortalecer o reconhecimento dessa receita como bem cultural imaterial de Alagoas na população: sabor a ser preparado e provado por todo alagoano.
Foto Neide Rijo
Partindo desse contexto, o último imortalizado também é representante singular da culinária alagoana, o doce de caju de Ipioca, que tanto faz sucesso as margens da rodovia AL-101 Norte, onde costuma dividir espaço com a tapioca, o beijú, o bolo de massa puba, o grude e tantas outras iguarias à venda naquela região. O doce, constitui-se no produto final de uma extensa rede de relações da cultura imaterial característica da região do litoral alagoano e que é, portanto, passível, de ser inserido no livro de Registro do Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas.
Os doces fazem parte da memória dos alagoanos, integrando sua história desde os tempos coloniais. Embora tenha surgido como herança dos colonizadores portugueses, em Alagoas o hábito de fazer doces foi favorecido pela fartura das frutas tropicais e do açúcar abundante nos engenhos, grande estímulo para a criação das saborosas iguarias que hoje compõem o cardápio tradicional das famílias. O antigo povoado de Ipioca tem sua origem ligada ao processo de ocupação das terras litorâneas da região Norte do Estado e sua igrejinha secular, dedicada a Nossa Senhora do Ó, remonta ao século XVIII. Aos poucos o núcleo urbano se avoluma, ocupando os morros, criando ruas e vielas sinuosas, marcadas pelo casario singelo. A cultura do açúcar, através dos engenhos, e do algodão, através de fábricas têxteis, foi marcante na região e beneficiou Ipioca ao gerar emprego e renda para a população. Com a decadência de tais produções, as pessoas buscaram explorar outros tipos de atividades, dirigindo seus esforços para a cultura do coco e a piscicultura. Diante da grande quantidade de cajueiros existentes naquela área, as mulheres desenvolveram o doce de caju artesanal, tornando-o uma atração local para moradores da região e turistas. Segundo informações orais, a fatura desse quitute remonta a cerca de 100 anos atrás e as pessoas mais antigas dizem ter aprendido com as avós. Algumas famílias de baixa renda, mantém viva a memória dos seus antepassados através da preservação da tradição. Em volta da atividade se congregam não apenas as mulheres, mas, também, maridos dispostos a participar do processo e garantir auxílio para a sobrevivência material do grupo familiar. A safra de caju ocorre entre os meses de outubro e dezembro e nessa época se dá a coleta dos frutos, os quais são lavados, furados, espremidos e separados de acordo com o tipo de doce que vai ser feito. O modo de fazer é artesanal, com utensílios simples como tachos de cobre ou de alumínio, colheres de pau, peneiras de palha vegetal (urupemas) e fogão a lenha. O caju se oferece a várias formas de fazer o doce: em calda, cristalizado e do tipo ameixa. Além disso, é aproveitada também a sua castanha que, caramelizada com açúcar, se transforma em “castanha confeitada”. A falta de valorização do produto e o pouco retorno comercial relativo às vendas, não tem atraído os jovens para este tipo de atividade
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profissional. Como conseqüência, eles não são estimulados a manter a tradição familiar da fabricação dos doces. Com o Registro, esperase que sejam tomadas as devidas iniciativas para salvaguarda e repasse do conhecimento junto à população detentora do bem, o povo de Ipioca. O “saber-fazer” do doce deverá ser preservado, divulgado e valorizado de modo a manter-se na história, não permitindo seu desaparecimento, nem negando às próximas gerações o deleite que o seu sabor proporciona ao paladar. Como dito anteriormente, a cultura alagoana é uma mistura e muito dificilmente um bem não possui correlação com outra manifestação de tamanha importância quanto a sua. Estes bens se confundem e por vezes possuem uma conexão estreita. O Camarão do Bar das Ostras e o doce de caju de Ipioca, se associam intimamente com os costumes, por exemplo, dos pescadores, que não se limitam a labuta pesqueira, muitos deles se envolvendo com outras tradicionais atividades dessas comunidades, emaranhado ratificado por mais dois bens registrados como patrimônio imaterial alagoano, o desconhecido bico e renda Singeleza e o aclamado Filé.
memória de apenas uma senhora. Dona Marinita, oitenta anos, foi, portanto, personagem central nesse processo de guarda e reprodução desse saber, sobretudo, pelo seu caráter de transmissão geracional e tendo em vista que a artesã não teve filhas. Percebendo a situação de iminente desaparecimento do bico, a equipe do projeto realizou, além da oficina, uma série de outras iniciativas centradas na promoção, divulgação e repasse desse saber. Ações que envolviam desde a produção de estudos de caráter acadêmico, pesquisas em busca da história do bem, reconhecimento a Dona Marinita e divulgação desse bem imaterial de Alagoas. Em virtude da idade dessa senhora, única detentora desse saber, a realização dessa oficina como ação de salvaguarda foi o marco inicial desse projeto que, desde 2009, vem buscando complementar a pesquisa, tendo recentemente estabelecido diálogo com a pesquisa junto ao referido bico na cidade de Latrônico na Itália. Vale ressaltar que esse país está pleiteando o reconhecimento do bico e da renda Singeleza, como patrimônio cultural da humanidade junto a UNESCO.
O antagonismo da linha de conhecimento dos alagoanos em relação as duas práticas reforça o quanto o trabalho de preservação é importante, garantindo que ícones de nossa cultura, como o bico singeleza, não desapareçam por seu anonimato, ou que ações puramente comerciais, com as que cercam o Filé, não distorçam a originalidade de toda a cultura que há por trás do que vemos como produto final em manequins e prateleiras.
O pedido encaminhado a SECULT segue complementado pelo Dossiê Singeleza: uma história sobre a preservação de um saber tradicional - Registro do Modo de Fazer o Bico e a Renda Singeleza nas cidades de Marechal Deodoro e Água Branca/AL. Esse dossiê teve por objetivo subsidiar o pedido de registro do Modo de Fazer o Bico e a Renda Singeleza em Alagoas como Patrimônio Cultural Brasileiro, encaminhado ao IPHAN também em 2009.
No caso do modo de fazer do Modo de Fazer do Bico e da Renda Singeleza em Alagoas, o pedido foi encaminhado a Secretaria de Estado da Cultura em 25 de Novembro de 2013 e tem como proponente a arquiteta, pesquisadora e professora Josemary Omena Passos Ferrare, coordenadora do projeto (Re)Bordando o Bico e Renda Singeleza realizado em 2009 com apoio da SECULT e da FUNDEPES.
Representante, portanto, da rica tradição alagoana na produção de rendas e bordados, a renda e bico Singeleza, apesar do grande risco de desaparecimento, hoje é expressão viva nas cidades de Marechal Deodoro e Água Branca. Um saber-fazer delicado que, apesar de ter superado a iminência de desaparecimento, ainda conta com poucas artesãs, é produto bastante característico das regiões em que se apresenta e vem conquistando outras aplicações decorrentes da criatividade de suas artesãs.
O referido projeto consistiu na realização de oficinas para repasse do modo de fazer o Bico e da Renda Singeleza a mulheres, rendeiras e bordadeiras da cidade de Marechal Deodoro, decorrente da observação de que na cidade este saber estava guardado na www.OUSHBrasil.com.br
Registrar esse modo de fazer como patrimônio cultural de Alagoas significa valorizar a tradição de Alagoas na produção de bicos, rendas e bordados, o saber das artesãs e toda a tradição que aproxima
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esse universo de linhas, pontos, criatividade e imaterialidade das tradições da pesca e da confecção de redes. Registrar significa ainda reconhecer a importância de todas as ações de salvaguarda já realizadas junto ao bem, estimulando o repasse desse saber, sua comercialização e valorização. O bico singeleza é feito sobre uma trama bastante simples, numa minúscula rede de nós. É tradicionalmente confeccionado com agulha, linha e talos de coqueiro. Não precisa de risco, nem de moldes. A linha é a mais simples, de algodão, usada pelas costureiras. Com ela, a rendeira inicia o trabalho pontilhando em um pedacinho de pano que serve de base. Em seguida, coloca um talo bem fino de palha de coqueiro no sentido horizontal, junto à base do pano e faz a primeira ordem de asas, dando uma laçada no talo com a linha em agulha comum. O curioso é que a artesã puxa a agulha no sentido contrário, isto é, pelo fundo. As ordens de casas vão se repetindo, formando uma malha muito fina. De espaço em espaço, a rendeira preenche cinco dessas casas com uma leve decoração a que chama de rosinha. O ponto não varia. É sempre o mesmo para renda, bico e aplicação. O bico compunha as prendas ensinadas às meninas, como parte de sua educação doméstica. Era utilizado para decorar blusas, golas soltas, mas também barras de anáguas, toalhas, lençóis e outras peças. Confeccionado aos metros em Marechal Deodoro, era comercializado em Maceió, de porta em porta ou “a bordo”, como se dizia antigamente. “Rendar singeleza”, fazer o bico, era uma prática comum entre as mulheres de Marechal Deodoro. Pela delicadeza da linha e dos pontos a renda faz jus ao nome, pois o resultado é mesmo uma singeleza. Para dona Marinita, a mais ilustre representante do bico singeleza, este oficio é assim percebido: “a renda é a graça da minha vida. Esqueço do tempo. A gente vai
fazendo com vontade que aumente e não pode tirar a vista. Brincou com a verdade, erra, perde o ponto. Ai, entroncha tudo”, dizia Dona Marinita, que morreu em 2006. Com o passar do tempo, a renda foi caindo em desuso e as rendeiras migraram para o trabalho com o filé, considerado uma renda mais vistosa e de elaboração mais rápida. E quem visita o Pontal da Barra pode conferir de perto o quanto a atividade está ativa, principalmente na alta temporada, são centenas de quiosques que, abarrotados de peças de filé em suas calçadas, transformam o antigo bairro de Maceió num corredor de arte a céu aberto. Riqueza que atravessa nossas fronteiras, utilizada, por exemplo, por estilistas que a utilizam nas passarelas das principais semanas de moda do mundo. Assim como o Bico e Renda Singeleza, o Filé também já teve seu pedido de Registro encaminhado à Secretaria de Estado da Cultura, em 04 de Julho de 2011, por meio de solicitação feita e assinada por sete diferentes Cooperativas e Associações de bordadeiras do Estado de Alagoas. O pedido segue endossado pelo SEBRAE e pela Universidade Federal de Alagoas e estas, por meio de termo de cooperação técnica, dedicaram-se a complementar o pedido por meio da produção de estudo/dossiê, atendendo ao artigo 4º da Lei nº 7.285 de 30 de novembro de 2011, que destaca a importância da produção e sistematização de conhecimentos e documentação sobre o bem cultural a ser Registrado. O estudo apresentado foi elaborado pelo Laboratório da Cidade e do Contemporâneo (LACC), núcleo de pesquisa do Instituto de Ciências Sociais (ICS), coordenado pelo antropólogo e pesquisador Bruno César Cavalcante e reúne a documentação acumulada sobre o processo de produção e comercialização do bordado filé e suas formas de manifestação no território alagoano, em especial na área compreendida entre as duas lagoas Mundaú e Manguaba, núcleo
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central de produção do referido bem. Compõem ainda o estudo, dados históricos e proposições para a salvaguarda do bem. Do francês filet (rede), numa clara alusão ao ofício da pesca com redes, a origem do bordado é desconhecida, mas o processo de feitura não deixa dúvida de que surgiu a partir da rede de pesca. Também não se sabe quando chegou a Alagoas, vindo do bojo das múltiplas influências europeias assimiladas pela sociedade brasileira nos primórdios de sua formação. Certamente, pela contingência histórica, foram mulheres portuguesas as primeiras a transmitirem os conhecimentos de além-mar. Ainda hoje, algumas comunidades lusitanas mais tradicionais conservam a prática do filé, embora já se perceba certo distanciamento entre os padrões do produto de lá e os nossos. O filé consiste num trabalho de tecelagem manual disposto sobre uma base em rede. A primeira etapa do trabalho consiste na preparação dessa rede, ou grade, com linha resistente utilizada em agulha de jenipaparana, árvore da família das lecitidácias e hoje escassa na região. A agulha é igual àquela utilizada para a confecção da rede de pescar, embora menor e mais fina. A dimensão da malha é definida pelo molde, palheta de bambu bem polida. Depois de pronta, a rede é logo engomada para facilitar o trabalho e, em seguida, esticada no tear. A filezeira, com uma agulha de metal comum e grossa, enche a rede com bordados de linha sedosa em fio duplo. O preenchimento é feito com cuidado para não sujar a peça, que , quando pronta, é passada pelo avesso e com ferro quente. As rendas mais antigas eram brancas e as poucas cores que se obtinha eram por ação de corantes naturais de plantas da região. Depois chegaram as linhas coloridas e hoje o filé e confeccionado em toda a gama de cores e de suas combinações. Alguns pontos são: matame, jasmim,bom-gosto, tecido, olhode-pombo, barafunda, dente-de-cão, três Marias, besouro, rosa, girassol, quadrado aberto e aranha. Com esses pontos, as artesãs fazem toalhas de mesa de todos os tamanhos, colchas, caminhos de mesa, bicos para toalhas, xales, panos de bandeja, jogos americanos, almofadas e bolsas. Cortinas e outras peças mais difíceis de serem comercializadas, as filezeiras só produzem sob encomenda. Ao contrário de outros tipos de rendas, como a de bilros e irlandesa, o filé não depende do risco ou debuxo para ser tecido. O preenchimento da rede é feito de memória, com os pontos comuns à comunidade. A importância do caderno de risco é a preservação do filé tradicional nos momentos de crise na atividade, quer por falta de compradores, quer por interferência dos clientes em pedidos especiais. Outros personagens endêmicos da nossa cultura devem compor o Livro de Registro, que hoje possui uma lista muito pequena diante de tudo que podemos ainda definir como de valor imaterial. O próximo a fazer parte do seleto grupo deverá ser o Sururu, que já teve o pedido de registro aceito pelo Conselho Estadual de Cultura, que com a decisão reconhece o brilhante trabalho do mestre em antropologia e doutor em sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco e professor da Universidade Estadual de Alagoas, Edson Bezerra, um militante cultural que há mais de uma década defende a preservação do crustáceo não só como patrimônio imaterial, mas também como elemento de subsistência e fonte de renda para grande parte da população presente as margens de nosso complexo de lagoas, a se resumir no “Manifesto Sururu”. Elaborada com o mestrando em Turismo e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Caxias do Sul, Ernani Viana da Silva www.OUSHBrasil.com.br
Neto, a solicitação partiu da redação do ensaio “Imaginário Sururu: Um patrimônio a contrapelo”, publicado no início deste ano pela revista Rosa dos Ventos. O Recebimento do pedido já pode ser, por si só, um fato a ser comemorado. Para o reitor da Universidade Estadual de Alagoas, professor Jairo José Campos da Costa, “Todo o empenho dos professores Edson e Ernani já foi recompensado com a aprovação deste documento, que é uma conquista não apenas deles, mas de toda Alagoas”. Em seu texto, Ernani Viana exemplifica com grandeza as razões que fazem do sururu não um forte candidato a membro do Livro de Registro, mas sim um convocado a ele. “O Sururu – molusco comum nas lagoas do Estado de Alagoas – nas suas particularidades biológicas e culinárias, historicamente alimenta o imaginário da gente caeté e, como tal, o pertencimento alagoano. De forte conteúdo calórico, brota e é retirado manualmente da lama da mais importante das lagunas alagoanas: a Mundaú. ...Alimento secular de pobres, mestiços e negros, pode ser consumido frito, cozido no coco, no capote, ou seja, na concha que o protege, ou ainda preparado em mistura com outros moluscos como o Massunin e a Unha-de-Veio. O seu consumo e sua presença nos cotidianos Caetés: Índios que povoavam a região do litoral sul do estado de Alagoas, daí a Gente Caeté poder ser aqui entendida como alagoano(a), permite vê-lo como articulador de homens, saberes e fazeres locais no território da lagoa Mundaú e por dentre as cidades históricas de Santa Luzia do Norte e Coqueiro Seco, e pelas beiradas do Vergel do Lago, Ponta Grossa, Levada, Virgem dos Pobres e ainda, pelas margens do aglomerado de casebres lacustres situados no Dique Estrada e pelos arredores de todos eles. ...Nesses termos, é passível de ser tratado como patrimônio cultural híbrido, diante das materialidades e imaterialidades a ele associadas: o Sururu, algo bom para se comer, pode ser, também, uma metáfora para pensar e para articular imaginários locais”, disse Viana em um trecho de sua redação. E que o Livro se transforme em enciclopédia. Assim será seu destino caso abrace tudo aquilo que nosso estado possui que deva ser imortalizado como patrimônio cultural. Que venham os doces caseiros da Massagueira; o artesanato em cerâmica do povoado de raízes quilombolas, Muquém, em União dos Palmares; Não esqueçamos do Guerreiro, folguedo genuinamente alagoano; das principais manifestações religiosas espalhadas pelo estado e das tradicionais e centenárias feiras no interior. A transmissão destas ações, sentimentos e ideais não só devem estar garantidas no papel, devem também manter viva a história, a tradição e a cultura de Alagoas.
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Nutrientes na medida da
corrida
Conheça quais os alimentos mais adequados para antes, durante e depois dos treinamentos e das provas.
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Vamos correr com energia? Li em uma postagem algo interessante sobre a corrida: “O verbo é correr. Mas você pode conjugá-lo também como aprender, errar, errar de novo, acertar, celebrar, desfrutar, sofrer, insistir em sofrer, merecer, conquistar, vencer, superar, brilhar... Viver”. Essa descrição traduz o mundo de quem se aventura no esporte e sente os reais benefícios que a corrida proporciona. A corrida será sempre democrática. Exige de você só um pouco mais de disposição e um par de tênis. O seu tempo é curto? Saia do sedentarismo já que isso não é desculpa; afinal,
manter o mínimo de meia hora de corrida, três dias na semana já faz de você um corredor. Há espaço pra todo mundo e distância para todos os gostos. A partir dos 5Km você já sente o gostinho do desafio e colhe os diversos benefícios do esporte como a melhora da disposição, no sono, no humor e até prevenção de doenças cardiovasculares, da osteoporose, do diabetes, reduz a pressão arterial, diminui o nível do mau colesterol (LDL) e principalmente a elevação do bom colesterol (HDL) e ainda dá pra ficar de bem com a balança favorecendo uma redução de gordura do corpo refletindo no peso corporal. No entanto, para obter todos esses benefícios, um treinamento adequado para o seu objetivo é fundamental. Se quer ir mais longe, corra com uma planilha individualizada elaborada por uma assessoria esportiva, um trabalho que vem sendo desenvolvido por vários colegas da Educação Física em Maceió. O importante é você começar a correr com qualidade, encontrando um desafio que tenha a ver com seu estilo de vida e histórico no esporte. Antes, procure um cardiologista para avaliação da sua condição clínica e total liberação para o esporte. Depois, que tal fazer
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o teste da pisada? A baropodometria é o estudo da pisada e, por consequência da sua postura, realizado em clínicas de Fisioterapia, sendo importante para um melhor aproveitamento do movimento correto durante a corrida, evitando possíveis lesões. E agora é a minha vez... Vamos conhecer mais nutricionalmente sobre o mundo da corrida? É fato que a dupla “treinamento e alimentação” andam sempre juntos. Em média, alguém que está se preparando para correr 5Km ou 10Km demora cerca de três meses de treino até conseguir completar essas distâncias. Quem se prepara para os 21Km demora cerca de 6 meses e para o percurso de 42Km o treino costuma durar um ano. Mas, claro que essa é uma variação bem individual; o que é certo é que, se você vai aprimorar sua velocidade ou resistência, em ambas a Nutrição é primordial. Diferente dos atletas, que fazem do esporte a sua profissão e completam uma maratona abaixo das 2h30min, os corredores de rua recreacionais praticam treinos regulares com vários interesses, que vão desde a promoção da saúde, a estética, a integração social, a fuga do estresse da vida moderna e também pelo desejo de manterem-se competitivamente bem classificados. Em meu consultório me deparo com erros alimentares comuns entre os corredores, fato este corroborado por um estudo publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, em 2011, realizado na cidade de Belo Horizonte com 19 corredores entre 28 e 53 anos, mostrando que o consumo de carboidrato na dieta era baixo. O que é fundamental para a energia muscular não estava sendo consumido corretamente e, em contrapartida, o consumo proteico tinha sido alto; além de um consumo calórico total abaixo do recomendado, não contribuindo com a energia necessária ao músculo esquelético para garantir um sucesso na corrida. Então, como deve ser a alimentação de um corredor? Uma dieta balanceada suprindo as necessidades do organismo ajuda no desempenho da corrida e no resultado final. Os alimentos que não podem faltar antes e depois do treino são os carboidratos, pois servem como combustíveis para o exercício físico além de prevenir a perda de massa muscular. A proteína também é importante, pois age na recuperação muscular. O problema é a restrição que muitos estão aderindo. Assim, é importante você ficar atendo; afinal, uma dieta rica em alimentos proteicos, com uma quantidade mínima de carboidrato, faz o organismo desviar nosso metabolismo para queimar massa magra e não massa gorda, aumentando o risco de lesão e excesso de treinamento sem a correta recuperação, que no mundo esportivo do endurance é popularmente conhecido como overtraining. A ajuda profissional do Nutricionista, pelo menos duas semanas antes da competição principal, já favorece um melhor desempenho. Vamos às dicas. O que comer antes, durante ou depois de um treino ou competição? É a pergunta mais frequente e difícil de responder na Nutrição Esportiva. Já que para respondê-la é necessário conhecer detalhes sobre o treino e particularidades individuais de cada pessoa. Afinal, qual o seu objetivo? Saúde, estética ou desempenho esportivo? Qual o horário do treino? Qual a intensidade e duração do treino? Quanto tempo tem para se alimentar? Como é o seu metabolismo? Como é a sua digestão? Em muitos casos é preciso diferenciar nutricionalmente um indivíduo fisicamente ativo de um atleta já condicionado no esporte. Assim, alguns não necessitam de uma alimentação balanceada e sim fundamental para alcançar o seu objetivo principal, melhorando sintomas clínicos. As particularidades do que comer depende de todos esses fatores por isso é importante o trabalho do Nutricionista Esportivo. Vou tentar ajudar:
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1 Não treine em jejum Correr sem ter comido nada, e principalmente uma fonte energética, possivelmente levará você a perda de massa muscular dependendo do tempo do treino, podendo prejudicar sua performance na corrida, além de apresentar sintomas como tontura e alterações cognitivas, reflexo da hipoglicemia (açúcar baixo no sangue). Permita comer com tempo suficiente para a digestão correta dos alimentos apropriados de modo que você não tenha desconforto gástrico e não fique sem energia. O aeróbio em jejum realizado por alguns precisa ser avaliado individualmente cada caso. A maioria das pessoas precisa comer para treinar.
2 Antes do treino Até 04 horas antes é considerado um pré-treino. É certo que neste tempo de 04 horas o volume da refeição será grande, permitindo um excelente tempo de digestão. Porém, e mais perto do treino?
Corrida daqui a 60-90 minutos sanduíche integral e água de coco pode ser a combinação perfeita já que o carboidrato complexo de absorção mais lenta libera a energia muscular de forma gradativa. Acrescente 1 fatia de queijo frescal por ser boa fonte de cálcio, nutriente importante na contração muscular. Fica uma opção saudável de fácil digestão sem excesso de gordura e fibras. Uma dica no sanduíche é que se for pão de forma retire a casca lateral do pão. Para beber, o ideal é água de coco por ser uma ótima fonte de sais minerais, que ajudam na hidratação do organismo. Batata doce é outro alimento ideal para esse período já que é um alimento que libera energia no organismo aos poucos e ajuda no sistema imunológico.
Corrida daqui a 30-60 minutos damasco seco é uma boa fonte de carboidrato de rápida absorção, além de ser rico em potássio que auxilia na função muscular. Açaí, kiwi e mel, bingo! A polpa de açaí fornece uma bela dose de energia para seu organismo, batida com água facilita uma digestão rápida e pode ser consumida antes do treino sem causar desconforto; além disso, é fonte de antioxidantes, substâncias que combatem os radicais livres produzidos durante o exercício e que em excesso podem baixar a imunidade. O mel aumenta a dose de carboidrato para ser fonte energética.
Corrida daqui a 15-30 minutos banana madura é de fácil digestão e boa fonte de carboidrato, sendo a energia que seu corpo precisa de forma rápida. Também possui potássio, que pode ajudar a prevenir câimbras, além de ter vitaminas do complexo B, importantes como auxiliares na formação energética. Se quiser aumentar a dose de carboidrato é só colocar mel e, se tiver mais tempo para consumo, acrescente aveia em flocos finos, que manterá o tempo de quase 1 hora para a completa digestão e fornecimento energético. Cuidado com a maturação da banana já que ela não pode ser esverdeada por conter muita fibra em sua composição. Suco de laranja com beterraba é outra fonte energética importante: fonte de vitamina C que serve para prevenir lesões; já a beterraba é fundamental para a energia muscular por ser fonte de nitrato, que auxilia a fábrica muscular da respiração chamada mitocôndria. E porque não uva passa, suco de melancia e
ativos, chamados de atletas recreacionais, como os atletas profissionais devem beber água constantemente, evitando um possível quadro de desidratação. Mantenha a hidratação com goles de 150ml a 250ml a cada 10, 15 ou 20 minutos de exercício e não esqueça de jogar água no corpo para baixar a temperatura central. Após 60 minutos de corrida, comece a tomar goles de isotônicos para recuperar os sais minerais perdidos com a transpiração e principalmente a fonte energética de carboidrato já que a sua reserva corporal provavelmente já estará baixa (muscular e hepática). Pessoas que começam a sentir um cansaço grande antes da primeira hora, recomenda-se começar com isotônico já com 30 minutos de corrida. Já os atletas condicionados no esporte, com anos de treinos e que vão partir para provas acima de 10Km, precisam de um suporte nutricional maior. Além de manter a água durante todo percurso, junto com isotônico, outros alimentos também são recomendados.
3 Durante o treino
Um estudo realizado, com 14 ciclistas profissionais, pelo Laboratório de Desempenho Humano da Universidade da Carolina do Norte Appalachian State, nos Estados Unidos, e publicado em 2012 pela revista Plos One, avaliou qual dos dois alimentos seria o mais benéfico para a saúde e desempenho quando consumido durante exercícios intensos. A cada 15 minutos, os ciclistas consumiram o equivalente a um copo de bebida esportiva (isotônico), ou metade de uma banana média, durante uma corrida de estrada de 75 km, com duração de 2,5 a 3 horas.
A hidratação é a base durante a corrida. Tanto indivíduos fisicamente
Para avaliar os efeitos do consumo, foram coletadas 03 amostras
Para prevenir lesões Pimentão vermelho Essencial para o reparo do tecido conjuntivo e das cartilagens.
Salmão, cavala, sardinha, arenque assim como óleo de linhaça, azeite de oliva, azeitona e abacate O ômega 3 presente nesses alimentos pode reduzir dores nas articulações e a duração da rigidez articular matinal.
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até mesmo o próprio gel de carboidrato? O gel com bastante água para facilitar a absorção da maltodextrina no organismo sem causar nenhum desconforto gástrico. E o que vai definir o que comer antes de provas de 5Km, 10Km, 21Km ou 42Km? É um trabalho que é feito ao longo dos treinos. De forma geral, evite a ingestão de leites e derivados em grandes quantidades, carnes, frituras e grandes quantidades de fibras, já que ambos podem causar desconforto abdominal. Ah! Açúcar puro ou alimentos que contenham os chamados carboidratos simples podem levar a hipoglicemia de rebote, principalmente de 15 a 30 minutos antes do treino, baixando muito a glicemia durante o exercício e levando o indivíduo a sentir tonturas e visão turva. Um detalhe importante é que atletas já bem condicionados no esporte podem precisar em determinados momentos de gordura de fácil absorção e digestão no seu pré-treino; mas, isso só com uma avaliação do Nutricionista Esportivo para orientar a quantidade e o melhor momento. Fica a dica! Outro ponto muito importante: não se esqueça da hidratação. Até 2 horas antes do treino ou competição beba um copo de 500ml de água. Se achar muito tempo e vai treinar logo cedo, comece o desjejum com um copo de 250ml. É melhor para hiperidratar.
Semente de abóbora Ricas em magnésio. A falta dele acelera o envelhecimento das células com função de formar colágeno em tendões e ligamentos.
Castanha do Pará e amêndoas O mineral zinco é fundamental para completar 300 reações no corpo humano, além de possuir vitamina E e alfa-tocoferol, potente antioxidante que ajuda a prevenir microlesões musculares que ocorrem após o treino.
Laticínios com vitamina D Leite e iogurtes são boas fontes de cálcio e vitamina D, ambos fundamentais para a saúde óssea. E não descuide do banho de sol diariamente.
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de sangue: uma hora antes do exercício, logo após o término do exercício e uma hora depois do exercício. Os resultados mostraram através de mais de 100 metabólitos que ambos os alimentos apresentaram resultados positivos para o organismo, sendo que as bananas forneceram antioxidantes (ótimas substâncias protetoras para as defesas do corpo ou imunidade) que não foram encontrados nas bebidas esportivas, bem como um maior valor nutricional, que incluía o potássio e a vitamina B6. Além disso, a banana apresenta uma mistura mais saudável de açúcares que a bebida. Segundo a pesquisa, os resultados são aplicados a qualquer tipo de exercício e não só ao ciclismo, além de mostrar o poder do alimento na contribuição da saúde e desempenho esportivo. No entanto, caso queira evitar câimbras durante o percurso, saiba que é fundamental a ingestão de sal através das cápsulas de eletrólitos vendidas nas lojas de suplementos. É mais fácil perder sódio que potássio com a transpiração e para os indivíduos que apresentam o suor com uma cor branca, dando um aspecto leitoso, a ingestão de cápsulas de sal é de suma importância. O consenso de 2013 da Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva abordou sobre bebidas energéticas, mostrando que os nutrientes ergogênicos, que tem o propósito de melhorar o desempenho mental e físico do atleta, são um “blend” (mistura) de carboidratos junto com a cafeína durante o treino. O posicionamento recomenda um consumo durante o exercício como também antes, em torno de 10 a 60 minutos pré-treino. Outras pesquisas mais recentes mostram também a união de carboidrato com proteína durante a corrida para manter a energia e evitar perda muscular.
4 Após o treino Uma suplementação não é regra geral, mas dependendo das necessidades individuais e disponibilidade de acesso ao alimento, pode ser adequada. Dependendo do objetivo, o horário da refeição ou suplementação também será modificado. No geral, para recuperar sua energia muscular e diminuir sensação de cansaço quanto mais próximo do término do exercício for sua refeição pós-treino, melhor. O ideal é até 2 horas e se possível até 30 minutos após. É verdade que é mais frequente a sensação imediata de mais sede do que fome, porém, passado alguns minutos, não deixe de fazer uma refeição sólida. Opte pela mistura de proteínas como: ovos, principalmente a clara, leite e derivados desnatados, carnes magras e fontes de carboidrato de fácil absorção como sucos de frutas, água de coco, arroz, batata, pão e mel. Reidratação é a palavra de ordem. Deve-se recuperar 150% do peso perdido, ou seja, 1,5 litros de líquidos se você perdeu 1 Kg durante o exercício, o que equivale a 1 litro de suor. Dúvidas? Pese-se antes e depois do treino e veja quantos litros perdeu com a transpiração. E que tal pensar na sua imunidade? Castanha do Pará, nozes, amêndoas, semente de abóbora, suco de acerola, laranja, caju e semente de girassol são excelentes fontes de selênio, zinco, magnésio, vitamina C e Vitamina E, nutrientes considerados antioxidantes. Viu como o mundo da corrida é fantástico? Eu como amante do esporte e praticante recomendo. Prepare-se para correr!
Para oxigenar os músculos Maçã e Abacate A quercetina contida na casca da maçã e os minerais (magnésio, potássio e sódio) do abacate, melhoram o volume pulmonar e fluxo de oxigênio.
Batata doce Contém carboidrato de baixo índice glicêmico, significando energia a longo prazo, e manganês mineral, essencial para o bom funcionamento dos músculos.
Beterraba Contém grande quantidade de nitrito que no organismo humano é convertido a nitrato que, por sua vez, se modifica para óxido nítrico. Este processo melhora a absorção de nutrientes para dentro do músculo, ajuda a gerar mais energia, elimina as toxinas do corpo e mantém mais eficiente a utilização do oxigênio, isso porque o óxido nítrico ajuda a manter os vasos sanguíneos dilatados, deixando a pressão arterial normal.
Feijão O feijão contém grande quantidade de ferro nutriente base para levar oxigênio e nutrientes ao músculo através das células vermelhas (hemácias) do sangue. No entanto, é importante lembrar que o ferro presente no feijão só entrará no seu organismo com a presença da vitamina C da laranja. Outras frutas são fontes de vitamina C como: acerola, caju, limão, abacaxi. Por isso a dupla feijão e laranja é a combinação perfeita. Mas, quer um conselho maior? Vá de abacaxi!! Afinal, a fruta é ótima para reidratar, oxigenar e reduzir inflamações. www.OUSHBrasil.com.br
ENTREVISTA
50 Conversa destemida Por Antonio Maria do Vale
Poucos dele se aproximaram sem demonstrar nervosismo. Octacílio Macêdo não só fez isso como também conversou com o mais temido homem do Sertão Nordestino. Releia essa histórica entrevista dada por Lampião. Muitas histórias e estórias estão associadas ao maior cangaceiro de todos os tempos. Difícil de ser encontrado e passando pelas pequenas cidades do interior do Sertão nordestino como um raio, Lampião confiava em poucos, mas, em si tratando de Padre Cícero, demasiadamente. Sendo assim, em 1926, partiu rumo a Juazeiro do Norte, onde receberia o título de capitão do Exército Patriótico que havia sido constituído pelo governo brasileiro para combater a Coluna Prestes. Chegou a cidade causando o alvoroço de sempre, mas desta vez em paz, embora o aparato de cangaceiros com seus rifles a postos fosse o mesmo, ou talvez, ainda mais atentos do que o habitual. E foi neste clima que o Rei do cangaço aceitou ser entrevistado pela primeira vez, fato dito como impossível por muitos, não pela indisponibilidade de Virgulino, mas pela falta de repórter com tamanha coragem para fazer-lhe uma só pergunta que fosse. Coube a Octacílio Macêdo, que era médico na cidade do Crato/ CE e não jornalista, fugir a regra e tornar-se o primeiro homem a questionar
recursos aos ricos e tomando à força aos usuários que miseravelmente se negam de prestar-me auxílio. Tudo quanto tenho adquirido na minha vida de bandoleiro mal tem chegado para as vultuosas despesas do meu pessoal - aquisição de armas, convindo notar que muito tenho gasto, também, com a distribuição de esmolas aos necessitados. Octacílio Macêdo - Ao longo de sua vida nas armas em quantos combates já esteve envolvido e quantas pessoas foram mortas em batalha? Lampião - Não posso dizer ao certo o número de combates em que já tive envolvido. Calculo, porém, que já tomei parte em mais de duzentos. Também não posso informar com segurança o número de vítimas que tombaram sob a pontaria adestrada e certeira do meu rifle. Entretanto, lembro-me perfeitamente, de que além de civis, já matei três oficiais de polícia, sendo um de Pernambuco e dois da Paraíba. Sargentos, cabos e soldados erame impossível guardar na memória os que foram levados para o outro mundo.
Octacílio Macêdo - Qual o seu nome de origem e idade? Lampião - Chamo-me Virgolino Ferreira da Silva e pertenço a humilde família Ferreira. Vinte e sete anos.
Octacílio Macêdo - Você sabe de tudo que acontece dos movimentos da polícia, de planos para lhe capturar?
Octacílio Macêdo -Há quanto tempo está nesta vida?
Lampião - Tenho também um excelente serviço de espionagem, dispendioso, embora utilíssimo.
Lampião - Há nove anos, desde 1917, quando me ajuntei ao grupo do Senhor Pereira. Octacílio Macêdo -Seu nome já é conhecido em todo o Brasil, mas por onde mesmo você tem andado no Nordeste e como enfrenta os policiais destes estados? Lampião - Tenho percorrido os sertões de Pernambuco, Paraíba e Alagoas e uma pequena parte do Ceará. Com as policias destes estados tenho entrado em vários combates. A de Pernambuco é uma polícia disciplinada e valente que muito cuidado me tem dado; a da Paraíba, porém, é uma polícia covarde e insolente. Atualmente existe um contingente da força pernambucana de Nazaré que está praticando as maiores violências, mais parecendo à força pernambucana. Octacílio Macêdo - No caso de insucesso com a polícia, quem o substituirá como chefe do bando? Lampião - Meu irmão Antonio Ferreira ou Sabino Gomes.
Octacílio Macêdo - É comum dizerem que os cangaceiros, por onde passam deixam um rastro de sangue. Como é o seu comportamento? Lampião - Tenho cometido violências e depredações vingandome dos que me perseguem e em represálias a inimigos. Costumo, porém, respeitar as famílias humildes que sejam, e quando sucede algum do meu grupo desrespeitar uma mulher, castigo severamente. Octacílio Macêdo - Como anda a sua saúde, se sofre tantos ferimentos? Lampião - Já recebi quatro ferimentos graves. Dentre esses, uma na cabeça, do qual só por milagre escapei. Os meus companheiros também; vários deles têm sido feridos. Possuímos, porém, no nosso grupo, pessoas habilitadas para tratar dos feridos, de modo que sempre somos convenientemente tratados. Por isso estou forte e perfeitamente sadio, sofrendo raramente, ligeiros ataques reumáticos.
Octacílio Macêdo - Dizem que você está rico. Até onde isto é verdade?
Octacílio Macêdo - Não pretende abandonar a profissão?
Lampião - Consigo meios para manter meu grupo pedindo
Lampião - Se o senhor estiver em um negócio, e for se Uma revista com a cara do Nordeste
“Não confiando na ação da justiça pública, porque os assassinos contavam com a escandalosa proteção dos grandes, resolvi fazer justiça por minha conta própria”
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ENTREVISTA
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dando bem com ele, pensará porventura em abandoná-lo? Pois é exatamente o meu caso. Porque vou me dando bem com este “negócio”, ainda não pensei em abandoná-lo. Até agora não desejei, abandonar a vida das armas, com a qual já me acostumei e sinto-me bem. Mesmo que assim não sucedesse, não poderia deixá-la, porque os inimigos não se esquecem de mim, e por isso eu não posso e nem devo deixá-los tranquilos. Poderia retirar-me para um lugar longinguo, mas julgo que seria uma covardia, e não quero nunca passar por um covarde. Octacílio Macêdo - Não se comove a extorquir dinheiro e a “variar” propriedades alheias?
Octacílio Macêdo - (Neste momento chegou ao sótão uma “romeira” idosa, conduzindo um presente para Lampião. Era um pequeno “registro” e um crucifixo de latão ordinário). Lampião - Este santo livra a gente de balas? Só me serve si for santo milagroso (Depois, respeitosamente, beijou o crucifixo e guardou-o no bolso. Em seguida tirou dinheiro da carteira e gorgetou a romeira). Octacílio Macêdo - Que importância já distribuiu com o povo do Juazeiro? Lampião - Mais de um conto de réis.
Lampião - Oh! mas eu nunca fiz isto. Quando preciso de algum dinheiro, mando pedir “amigavelmente” a alguns camaradas. Octacílio Macêdo - Desejamos um autógrafo seu, Lampião. Lampião - Pois não. Que qui escrevo? Octacílio Macêdo - Eu vou ditar. Lampião - (Escreveu com mãos firmes e caligrafia irregular) Juazeiro, 6 de março de 1926. Lembrança de eu, Virgulino Ferreira da Silva. Vulgo Lampião. (E falou) É verdade, rapazes! Vocês vão ter os nomes publicados nos jornais em letras redondas. Octacílio Macêdo - Agora, Lampião, pedimos para escrever os nomes dos rapazes de sua maior confiança. Lampião - Pois não. E para não melindrar os demais companheiros, todos me merecem igual confiança, entretanto poderia citar o nome dos companheiros que estão há mais tempo comigo: Luiz Pedro, Jurity, Xumbinho, Nuvueiro, Vicente, Jurema. E o estado maior: Eu, Virgulino Ferreira; Antônio Ferreira e Sabino Gomes. Octacílio Macêdo - (Fizemos uma chamada e todos iam explicando a sua origem e os seus feitos. Quando chegou a vez de “Xumbinho”, apresentou-se-nos um rapazola, quase preto, sorridente, de 18 anos de idade) “Xumbinho”! Você, rapaz tão moço, foi incluído por Lampião na lista dos seus melhores homens. Queremos que você nos ofereça uma lembrança. Lampião - “Xumbinho” gozou o elogio. Todo humilde, tirou da cartucheira uma bala e nos ofereceu como lembrança. Octacílio Macêdo - No caso de insucesso com a polícia, quem o substituirá como chefe do bando? Lampião - Meu irmão Antônio Ferreira ou Sabino Gomes. Octacílio Macêdo - Os jornais disseram, ultimamente, que o tenente Optato, da polícia pernambucana, tinha entrado em luta com o grupo, correndo a notícia oficial da morte de Lampião. Lampião - É, o tenente é um “corredor”, ele nunca fez a diligência de se encontrar “com nós”; nós é que lhe matemos alguns soldados mais afoitos. Octacílio Macêdo - E o cel. João Nunes, comandante geral da polícia de Pernambuco, que também já esteve no seu encalço? Lampião - Ah, este é um “velho frouxo”, pior do que os outros.
“Não posso dizer ao certo o número de combates em que já tive envolvido. Sargentos, cabos e soldados era-me impossível guardar na memória os que foram levados para o outro mundo”
Octacílio Macêdo - Lampião começou por contar sua história: Lampião - Chamo-me Virgulino Ferreira da Silva e pertenço à humilde família Ferreira do Riacho de São Domingos, município de Vila Bela. Meu pai, por ser constantemente perseguido pela família Nogueira e em especial por Zé Saturnino, nossos vizinhos, resolveu retirar-se para o município de Águas Brancas, no estado de Alagoas. Nem por isso cessou a perseguição. Em Águas Brancas, foi meu pai, José Ferreira, barbaramente assassinado pelos Nogueira e Saturnino, no ano de 1917. Não confiando na ação da justiça pública, porque os assassinos contavam com a escandalosa proteção dos grandes, resolvi fazer justiça por minha conta própria, isto é, vingar a morte do meu progenitor. Não perdi tempo e resolutamente arrumei-me e enfrentei a luta. Não escolhi gente das famílias inimigas para matar, e efetivamente consegui dizimá-las consideravelmente. Octacílio Macêdo - E sobre os grupos a que pertenceu? Lampião - Já pertenci ao grupo de Sinhô Pereira, a quem acompanhei durante dois anos. Muito me afeiçoei a este meu chefe, porque é um leal e valente batalhador, tanto que se ele ainda voltasse ao cangaço iria ser seu soldado. Octacílio Macêdo - E suas andanças e seus perseguidores? Lampião - Tenho percorrido os sertões de Pernambuco, Paraíba e Alagoas, e uma pequena parte do Ceará. Com as polícias desses Uma revista com a cara do Nordeste
estados tenho entrado em vários combates. A de Pernambuco é disciplinada e valente, e muito cuidado me tem dado. A da Paraíba, porém, é uma polícia covarde e insolente. Atualmente existe um contingente da força pernambucana de Nazaré que está praticando as maiores violências, muito se parecendo com a força paraibana. Octacílio Macêdo - Referindo-se a seus coiteiros, Lampião esclareceu: Lampião - Não tenho tido propriamente protetores. A família Pereira, de Pajeú, é que tem me protegido, mais ou menos. Todavia, conto por toda parte com bons amigos, que me facilitam tudo e me consideram eficazmente quando me acho muito perseguido pelos governos. Se não tivesse de procurar meios para a manutenção dos meus companheiros, poderia ficar oculto indefinidamente, sem nunca ser descoberto pelas forças que me perseguem. De todos meus protetores, só um traiu-me miseravelmente. Foi o coronel José Pereira Lima, chefe político de Princesa. É um homem perverso, falso e desonesto, a quem durante anos servi.
“O reconhecimento em Alagoas pode ser caracterizado como a falta de críticas. Quando Octacílio - Sobrecriticados as perseguições e fugas deixou nãoMacêdo somos claro: é sinal de que estamos Lampião - Tenho conseguido escapar à tremenda perseguição que me movem os governos, brigando como louco e correndo realizando um bom rápido como vento quando vejo que não posso resistir ao ataque. Além disso, sou muito vigilante, e confio sempre desconfiando, As pessoas de modotrabalho. que dificilmente me pegarão de corpo aberto. Ainda é de notar que tenho bons amigos por toda parte, e estou sempre avisadodiretamente do movimento das forças. afetadas pelo problema é que nos Octacílio Macêdo - Sobre a classe da sua simpatia... Lampião - Gosto geralmente de todasapoio”. as classes. Aprecio de agradecem pelo preferência as classes conservadoras, agricultores, fazendeiros e comerciantes, por serem os homens do trabalho. Tenho veneração e respeito pelos padres, porque sou católico. Sou amigo dos telegrafistas, porque alguns já me tem salvo de grandes perigos. Acato os juizes, porque são homens da lei e não atiram em ninguém. Só uma classe eu detesto: é a dos soldados, que são meus constantes perseguidores. Reconheço que muitas vezes eles me perseguem porque são sujeitos, e é justamente por isso que ainda poupo alguns quando os encontro fora da luta. Octacílio Macêdo - E sobre o cangaceiro mais valente do nordeste... Lampião - A meu ver o cangaceiro mais valente do nordeste foi Sinhô Pereira. Depois dele, Luiz Padre. Penso que Antonio Silvino foi um covarde, porque se entregou às forças do governo em consequência de um pequeno ferimento. Já recebi ferimentos gravíssimos e nem por isso me entreguei à prisão. Conheci muito José Inácio de Barros. Era um homem de planos, e o maior protetor dos cangaceiros do nordeste, em cujo convívio sentia-se feliz. Octacílio Macêdo - E seu numeroso grupo? Lampião - Desejava andar sempre acompanhado de numeroso grupo. Se não o organizo conforme o meu desejo é porque me faltam recursos materiais para a compra de armamentos e para a manutenção do grupo - roupa, alimentação, etc. Estes que me
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acompanham é de quarenta e nove homens, todos bem armados e municiados, e muito me custa sustentá-los como sustento. O meu grupo nunca foi muito reduzido, tem variado sempre de quinze a cinquenta homens. Octacílio Macêdo - Sobre padre Cícero Lampião foi bem específico: Lampião - Sempre respeitei e continuo a respeitar o estado do Ceará, porque aqui não tenho inimigos, nunca me fizeram mal, e além disso é o estado do padre Cícero. Como deve saber, tenho a maior veneração por esse santo sacerdote, porque é o protetor dos humildes e infelizes e, sobretudo, porque há muitos anos protege minhas irmãs, que moram nesta cidade. Tem sido para elas um verdadeiro pai. Convém dizer que eu ainda não conhecia pessoalmente o padre Cícero, pois esta é a primeira vez que venho a Juazeiro.
“Tenho veneração e respeito pelos padres, porque sou católico. Só uma classe eu detesto: é a dos soldados, que são meus constantes perseguidores”
Octacílio Macêdo - E a Coluna Prestes? Lampião - Tive um combate com os revoltosos da coluna Prestes, entre São Miguel e Alto de Areias. Informado de que eles passavam por ali, e sendo eu um legalista, fui atacá-los, havendo forte tiroteio. Depois de grande luta, e estando com apenas dezoito companheiros, vi-me forçado a recuar, deixando diversos inimigos feridos. Octacílio Macêdo - Por que veio ao Ceará desta vez? Lampião - Vim agora ao Cariri porque desejo prestar meus serviços ao governo da nação. Tenho o intuito de incorporar-me às forças patrióticas do Juazeiro e com elas oferecer combate aos rebeldes. Tenho observando que, geralmente, as forças legalistas não têm planos estratégicos e daí os insucessos dos seus combates, que de nada tem valido. Creio que se aceitassem meus serviços e seguissem meus planos, muito poderíamos fazer. Octacílio Macêdo - Tem planos para o futuro? Lampião - Estou me dando bem no cangaço e não pretendo abandoná-lo. Não sei se vou passar a vida toda nele. Preciso trabalhar ainda uns três anos. Tenho de visitar alguns amigos, o que não fiz por falta de oportunidade. Depois, talvez me torne um comerciante.
#DICASDOPUBLISHER
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MarcioMrotzeck
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Uma revista com a cara do Nordeste
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Derreter o queijo na panela e misturar com cream cheese e manteiga. Bater o ovo e a gema com o açúcar e depois misturar com a mistura do queijo. Quando ficar homogênea, numa forma untada em porções para petit gateau levar ao forno pre aquecido por 10 minutos aproximadamente (temperatura depende do forno de cada um). Let’s go! Acabou a moleza, agora todos no funcional com @rodrigopineiro. #goresults #funcional #40taoem2014 #treinopesado #circuits #issoéoushbrasil @oushbrasil #dicasdopublisher OUSH!
Para a calda: 300g de goiabada cascão Vinho branco Suco de meio limão Cortar a goiabada em cubos e levar ao fogo junto com aproximadamente 100ml de vinho e suco de meio limão. Sempre mexendo, deve-se fazer a correção da textura acrescentando mais ou menos vinho, a depender da qualidade da goiabada e da textura desejada. #instachef #instafood #gourmet #foodporn #food
PROSA ALAGOANA
56 pequeno guia de
Alagoanês Por Antonio Maria do Vale
O Nordeste tem suas riquezas endêmicas que o tanto o torna especial. Belezas naturais, gastronomia, povo hospitaleiro e o jeito peculiar de falar estão entre suas características mais fieis. Ô sotaque arretado! Quando os portugueses aportaram no Brasil em 1500, não só de depararam com um novo continente. Para surpresa dos lusitanos, encontraram uma terra já habitada e repleta de costumes muito diferentes daqueles praticados pelos europeus. Ao iniciarem o processo de colonização, em paralelo tivemos a construção de nossa identidade, formada pela interação entre as tradições do novo e do Velho Mundo que se misturaram. Uma das principais heranças deste período é o nosso idioma que, em contraponto ao continente latino, não se fundiu do espanhol. Fixados primeiramente no Nordeste, os patrícios necessitavam de uma comunicação eficiente para a etapa extrativista da colônia e priorizaram o aprendizado da língua portuguesa entre indígenas e escravos, mesmo que de forma superficial.
e culta sofreu gradativas alterações baseadas em dois fatores pontuais. O primeiro deles, com prazo de validade já vencido, arcaizou a língua falada por aqui em razão dos portugueses que desembarcavam em nosso litoral, que pertenciam a prole menos abastada daquele país. O segundo, atuante até hoje, o adaptou regionalmente, inserindo características exclusivas moldadas basicamente por abreviações descritivas e hábitos locais. Nesse contexto, surgem novas palavras e outras são modificadas, sem esquecer das gírias e expressões que passam a fazer parte do vocabulário cotidiano, uma língua nativa entendida apenas por membros da comunidade.
Pernambuco e Bahia eram pontos estratégicos em função da posição geográfica e foram as primeiras regiões a receber forte influência lusitana, o que só aconteceu em outras partes da Terra de Vera Cruz bem mais tarde. Os dois estados se tornaram vertentes da língua de modo separado, a Bahia em direção ao sul e Pernambuco em direção ao norte, tudo em razão da barreira natural que o Rio São Francisco implicava na época. Com o passar do tempo e a expansão territorial, o português na sua forma original
Dessa forma, a propagação da língua original se desvirtuou, no primeiro momento, ao interagir com os falares indígenas e africanos, e depois, ao ser remontada com os aspectos do dia a dia das mais longínquas regiões. Para o escritor pernambucano Fred Navarro, autor de “Assim falava Lampião” e “Dicionário do Nordeste”, dessa língua transplantada nos primórdios da colonização, formou-se a base do dialeto nordestino que leva seu povo a falar diferente do resto do país. Um dialeto cheio de arcaísmos, de modismos variados, não só no vocabulário, mas nos torneios sintáticos, na entonação e na prosódia. Diferenças
de onde vem o "Oxente''
e como surgiu o "Oush!''
O termo surgiu no Nordeste derivando da mania dos nossos colonos portugueses falarem “Ó minha gente!” diante de uma surpresa. A expressão logo foi reduzida para “Ó gente!” e, de acordo com a forma de falar na região, que usualmente pronuncia “GE” como “XE” ou “RE”, fora abreviado para “Ôxente”. Com o crescimento das capitais e contribuição da lei do menor esforço linguístico, comum a todas as línguas, o termo ganhou mais variantes, perdendo depois o acento cincunflexo e ainda, por último, sendo reduzido para “Oxe”. O mesmo processo ocorre em vários outros termos tipicamente nordestinos, o “virgem Maria” virou “vixe Maria” e “Ave Maria” se transformou em “armaria”.
Uma pequena ação pode ser um divisor de águas quando o assunto é linguística, uma atitude pontual pode desenfrear uma modificação sem escala. Assim aconteceu com o nome de nossa revista. Durante uma conversa em um chat entre Marcio Mrotzeck e um familiar de Palmeira dos Índios/AL, em um momento do diálogo surge a palavra OUSH, exatamente assim descrita. “O que significa esse OUSH? Vem do ôxe, do oxente?”, questionou. Recebedendo a afirmativa de que sim, se tratava do verbete mais endêmico do Nordeste, encontrara naquele bate-papo despretencioso o termo que tanto procurava para sua publicação, que como ele diz, seria uma revista com a cara do Nordeste.
Uma revista com a cara do Nordeste
percebidas de forma mais evidente quando nos afastamos de nosso meio. Obras como as de Navarro não só engrossam as pesquisas realizadas em relação ao linguajar do povo brasileiro, como também esclarecem que muito daquilo que é desprezado pelas elites cultas como maneira errada de se expressar possui ligação com o português arcaico. Segundo o historiador Durval Muniz de Albuquerque, o regionalismo reflete as diferentes formas de se perceber e representar o espaço nas diversas áreas do país. A fala é um instrumento de identificação regional do indivíduo, pois através dela é possível identificar a sua origem.
a A como é? Expressão comum nas feiras do interior para perguntar quanto custa algo.
A pulso
amancebado Que vive junto, em matrimônio, mas sem registro em cartório ou igreja. Muitos utilizam o termo “se amigar”.
Amostrado Exibicionista, que “se acha”. chamado também de “todo ancho”.
Quando algo é conquistado a força.
angu
abecedário
Comida a base de farinha de milho também conhecida como “Manguzá” ou “Munguzá”.
No Brasil, a cultura não é homogênea em razão das influências de outras culturas. Possuímos traços da cultura indígena, africana, portuguesa, francesa, holandesa, alemã... Nosso país é formado por 27 estados que falam a mesma língua, o português, entretanto, que sofre variações devido aos aspectos culturais que são diversos e pontuais. Não esquecendo que o idioma apresenta um alto grau de diversidade e de variabilidade também por causa da extensão territorial e social, são “brasis” dentro de um Brasil.
Como os nordestinos também conhecem o alfabeto.
É preciso destacar que a linguística nordestina, em seu aspecto cultural, não pode ser confundida com as deficiências que seu povo possui. Não se pode confundir o valor do verbetemor “Oxente” com a limitação de pronúncia que boa parte da população possui em decorrência do cenário econômico e social que a região possui, resultado de políticas públicas ineficientes que dão margem, por exemplo, para o surgimento do etnocentrismo cultural, ocasionando o preconceito com a fala de determinadas classes sociais e regiões, como o modo de falar do nordestino. O “mano” paulista nada se difere de outros verbetes regionais e a posição econômica do estado mais rico do país não o torna correto e aceitável, como muitos pensam e acreditam.
Abrão
abestalhado
Apanhar
Tolo, simplório, otário, bestalhão.
Levar uma surra. Aém do significado original, de colher algo.
abilolado
Aperrear
Maluco, doido, esquisito.
Perturbar, atordoar, atormentar. O mesmo que apoquentar, aporrinhar.
Que tem medo, covarde, que desiste de última hora.
arengar
aCOCHADO
Armado
Quando algo fica apertado.
acoitar Encobrir algo, acolher, defender, abrigar.
acudir
Provocar, xingar, fazer confusão, brigar. Excitado, homem com o membro ereto.
Arretado Algo bacana, coisa boa, ou ainda, nervoso, irritado, bravo.
Prestar socorro, ajudar.
arrudiar
Este preconceito foi construído durante a formação histórica do Nordeste, compreendido por boa parte do país como uma região caracterizada apenas pela seca, fome e miséria, resultando numa imagem de atraso e subdesenvolvimento permanentes. O Nordeste possui sim, e infelizmente, estas caraterísticas, mas também um grande legado cultural, considerado por muitos como a região mais nacional do país. O preconceito antes de tudo é social, a cultura fica em segundo plano e o sotaque se define como engraçado, vergonhoso ou cool, dependendo de quem parte.
adedonha
Dar a volta em algo.
Conhecida também como “Stop”, brincadeira juvenil em que é preciso preencher uma tabela com categorias (nome, cidade, profissão, cor...), cada rodada com uma única letra escolhida.
Avexado
Fugindo da discussão política, social e econômica; é importante ter em mente que não podemos ser condicionados a modelos linguísticos padronizados, que não permitem que as diferenças regionais possam se estabelecer, como se falar com sotaque nordestino fosse errado, quando na verdade fala-se certo e errado em qualquer sotaque. Não adianta apenas reproduzir o discurso de discriminação, o povo nordestino precisa reconhecer sua identidade, e ter consciência da importância da sua cultura para o país. Estamos acostumados a nos posicionar como derrotados ou menos favorecidos, enfrentar as mazelas de nossa região sempre foi motivo de orgulho e talvez por isso o escritor Euclides da Cunha tenha cravado a célebre frase de que “O nordestino é, antes de tudo, um forte”. Mais que isso, devemos suspeitar que somos, além disso, agentes da nossa própria discriminação, opressão ou exploração; como também responsáveis pela mudança deste cenário.
afolosado
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aDULAR Insistir por algo, implorar, bajular. Quando algo perde elasticidade, frouxo, folgado.
aguado Sem açúcar. No infinitivo “Aguar”, é sinônimo de regar, molhar.
Apressado, nervoso, irritado, impaciente. Muito utilizado para pedir calma: “se avexe não!”.
Avie O mesmo que “depressa!”, “rápido!”.
azougue O mesmo que ímã.
azuado Desnorteado, confuso, sem direção.
O mesmo que ansioso, aflito, agitado, sem paciência.
B
alinhado
BALAIO
aguniado
Quando alguém está bem vestido.
alpercata Sandália, chinelo feito em couro.
Cesto de palha ou graveto.
Baculejo Revista policial.
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Bacuri
Barão
Bufento
Criança. Também chamado de bruguelo.
Que tem dinheiro, cheio da grana.
Sem brilho, fosco, acinzentado.
Banho de cuia
Bate-coxa
Buliçoso
O mesmo que lençol no jogo de futebol.
Dançar forró, ralar o bucho.
Que mexe em tudo, bagunçeiro.
Bagaceira
Bater a caçuleta
BICUDA
Confusão, acidente grave, briga.
Morrer.
Chute com o bico da chuteira.
Baião
Batoré
Uma das vertentes do forró.
Otário, abestalhado.
Baião-de-dois
Bêisso
Comida típica nordestina com feijão tropero, arroz, farofa e carne seca.
Lábios.
Baitola
Lugar estranho ou perigoso. Chamado também de bocada.
Bicha, boiola, homossexual.
Biboca
C carregada Comida que intoxica, inflama a pele ou atrapalha a cicatrização.
Baixa da égua
Bigu
Lugar muito distante, brenha.
Pegar carona.
Baladeira
Bila
Estilingue. Chamado também de peteca.
Bola de gude, dinheiro.
Banda
Biliro
O mesmo que pedaço, metade.
Grampo de cabelo.
Banda-vuou
Boca de ponche
Pessoa largada, que faz as coisa sem noção.
Aproveitador. Aquele que usufrui das coisas sem arcar com despesas.
Cabra macho
Banguela
Boiado
Desdentado; descer ladeira com marcha em ponto morto.
Quando se fica cansado, exausto.
Cabueta
Baque Queda, tombo.
Bora O mesmo que vamos embora.
Borrão Bloco ou caderno para rascunhos.
Botar quente Agir com firmeza, sem medo.
Bozó O mesmo que dado.
Brechar
Cabeça de prego Furúnculo, tumor.
Cabimento Vergonha, respeito, modos.
Cabra da peste Homem valente, corajoso. O mesmo que cabra da peste. Traidor, sem caráter, delator.
Caçoar Zombar, ridicularizar alguém.
Cadeira O mesmo que quadril.
Cagado Alguém que tem sorte.
Caixote Caixa de som removível utilizada em automóveis.
Espionar, espiar, olhar pelo burado da fechadura.
Calombo
Briba
Cambada
Como é chamada a lagartixa.
Brôco Desorientado, abestalhado.
Buchuda Mulher grávida.
Budega Mercearia, bar, também cahamada de venda.
Inchaço no corpo. Multidão, também chamado de carrada.
Cambito Perna fina.
Cangaia Que possui as pernas arqueadas.
Cangote Nuca.
Uma revista com a cara do Nordeste
Canguinha
Chulipa
De primeiro
Pão-duro, mão de vaca.
Tapa com o dedo na na orelha.
Antigamente, anteriormente.
Capar o gato
Coberta
Debaixo da saia
Ir embora.
Lençol, cobertor.
Por entre as pernas (futebol).
Carão
Coisar
Deboche
Levar uma bronca, repreensão.
Verbo multifuncional, pode ser trocado por qualquer verbo.
Zombaria, menosprezar.
Confeito
Tolo, bobo, inocente.
Carecer Precisar, necessitar.
Carne de pescoço Pessoa difícil, teimosa.
Carne seca Charque, jabar.
Carrasquento
Bala, bombom.
Cranco Coisa ou pessoa ruim.
Créu Problema difícil de resolver.
Áspero, grosseiro, sem acabamento.
Cunzinha
Carrego
Nordestino que se preza não fala Cozinha.
Frete, carga.
Carrera Pressa, correndo em alta velocidade.
Catenga O mesmo que lagartixa.
Catota Sujeira retirada do nariz.
Curiar Espionar, olhar escondido.
Custar Demorar.
cruscão Se usa quando uma promessa não está valendo.
Demente Derradeiro Quem chega por último.
Desacerto Azar, se dar mal.
Desapartar Acabar com uma briga.
Descabriado Envergonhado, sem jeito.
Destá! Você vai ver!
Dever Lição escolar feita em casa.
Diabeísso Expressão de espanto, interrogação.
Catraia
Dirmitir
Mulher sem valor ou feia.
Contundir ou deslocar (braço, pé, mão, dedo...)
Cavucar Mexer, bisbilhotar, revirar.
Caxaprego Lugar distante.
Certa feita
D Danação
Uma vez, certa vez.
Confusão, trapalhada.
Chapoletada
Danou-se
Pancada, choque, tapa.
Expressão de surpresa, espanto.
Chapa
Dar fé
Disencher Esvaziar.
Disgramado Desgraçado.
Dismantelo Tragédia, desorganização.
Distrambelhado Desajeitado, atrapalhado.
Dentadura, amigo.
Encontrar algo perdido.
Distrenado
Charque
Dar fim
Quando alguém fica envergonhado. O mesmo que decabriado.
Carne seca, jabar.
Destruir, acabar, encerrar algo.
Cheio dos pau
Dar parte
Bêbado, embriagado.
Denunciar na delegacia.
Chegado
De hoje
Amigo, companheiro, colega.
Há muito tempo.
Chôcho
De jeito e qualidade
Sem graça, fransino, murcho.
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De forma alguma.
Dor de corno
E E foi, foi? É mesmo? Confirmação de algo.
É lasca Expressão de irritação, raiva.
É o novo Quando algo é muito velho.
Eca Expressão de nojo.
Eita Expressão de espanto, discordância, surpresa, reclamação.
Eita pêga É um Eita mais surpreendente.
Em riba Em cima.
Emborcar Colocar de cabeça para baixo.
Empazinado Que comeu demais. De barriga cheia.
Empiriquitar Se arrumar. Vestir-se bem.
Encarnado
Dor de cotovelo.
Vermelho.
Dor de viado
Engomado
Dor no abdômen.
Pessoa bem vestida. Passado a ferro.
Dragão
Enguiar
Mulher feia.
Enjoar, vomitar.
PROSA ALAGOANA CAPA
6660
Enjeitar Recusar, rejeitar.
Enrabichado Apaixonado por alguém.
Enricar
F FILAR
Enriquecer.
Colar durante a prove, comer.
Enrolar
Faniquito
Embrulhar, girar, trapacear.
Xilique, inquietude.
Entronchado
Fastio
Algo que está torto. Pode ser chamado também de envergado.
Enjôo, falta de apetite.
Escanchado
Bagunçar, criança correndo risco.
Aberto. demais.
Fela da gaita
Esculhambar
Pessoa ou coisa ruim.
Xingar.
Fi duma égua
Esparro
O mesmo que Fela da gaita, fi da bexiga, fi da gota serena, fi da molesta, fi da peste ou fi do cranco.
Bronca, repreensão.
Estambocar Quebrar, perfurar, tirar um pedaço da parede.
Estibado
Fazer arte
Ficar de boi
Fuxicar Fofocar, intrigar.
FIQUE PEIXE Acalme-se, não se preocupe.
G GOTA SERENA Exclamação. Pode ser usada no final de muitas expressões.
Gaiato Cínico, zombador.
Gaitada Gargalhada.
Galalau Homem alto.
Gambiarra
Mulher no período menstrual.
Quando se faz algo de improviso.
Findar
Garapa
Cheio da grana.
Acabar, concluir, terminar.
Refresco muito doce.
Estoporar
Foi mal
Gás
Disperdiçar, gastar além da conta.
Pedido de desculpas.
Querosene.
Estrambólico
Foló
Gata
Exagerado, estourado.
Folgado, largo, foruxo, sem elasticidade.
Empreiteira fajuta.
Estripulia
Fonhên
Gato
Bagunça, algazarra.
Pessoa fanha.
Forrobodó Forró, bagunça, confusão.
Frasco
Instalação clandestina na rede de água ou eletricidade. Bronca, repreensão. Falsificação de idade, tornando a pessoa mais jovem (muito usada por times de futebol).
Qualquer recipiente de vidro ou plástico.
Gazear
Fresco
Goga
Dengoso, abusado, homossexual.
Fuleiro Zombador, brincalhão, sem valor.
Matar aula. Resposta irônica à uma provocação.
Gororoba Comida de má qualidade.
Fundura
Guaiamum
Profundidade.
Tipo de caranguejo.
Furunco
Guela
Tumor, furúnculo.
Garganta.
Futucar
Gueri-gueri
Mexer, cutucar, atormentar alguém.
Enrolação.
Uma revista com a cara do Nordeste
Foto: Álvaro Borba
I
L
In riba
LÁ E LÔ
Em cima.
Quando no jogo de dominò a pedra final se encaixa em ambas as extremidades.
Incafifado Com a pulga atrás da orelha, desconfiado.
Incaicar Apertar, apalpar.
Incardido
Labirinto Arte em tecido.
Lapa Pedaço grande de algo.
Sujo, que perdeu a cor.
Lapada
Infadado
Choque proposital no futebol ou em outro esporte.
Cansado, exausto, sem ânimo.
Ingembrado Torto.
Inhaca Mal cheiro.
Inté Até logo, despedida.
Invocado Embirrado, teimoso, estressado.
Inxirido Atrevido, intrometido, ousado.
Irmolé Mendigo, pedinte.
Ispritado Enfurecido, danado.
Lapiseira Apontador de lápis.
Lepe-lepe
Maltratar, torturar.
Jururú Cabisbaixo, triste, isolado.
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Mangue
Mole
Bagunça, confusão.
Covarde, medroso.
Manguzá ou munguzá
Mondrongo Feio, mal feito.
Comida típica nordestina feita de milho, com água e sal, escaldado ao fogo.
Contra-cheque
Massa
Leseira
Legal, bom.
Idiotice, besteira.
Matutar
Liso
Pensar, refletir, estudar.
Sem dinheiro.
Meiota
Lonjura
Porção de cachaça.
Grande distância.
Melado
Aipim, mandioca.
Judiar
Porção.
Desnorteada, desorientada.
M Encerrar o assunto.
Macaxeira Maçunim Molusco encontrado nas praias do Estado, prato típico.
Mais eu
Bêbado, embriagado.
Melé Coringa do baralho.
Miúdo Dinheiro trocado.
Moça
Mulambo Coisa sem valor.
Mulé Mulher.
Mundiça Gente pobre e sem etiqueta.
Muriçoca Pernilongo.
MUNGANGA Fazer careta, trejeitos.
N Nego bom
Mulher que ainda é virgem.
Doce de banana coberto com açúcar.
Môco
Nera?
Surdo.
Mocorongo Desajeitado, desarrumado.
Mocotó
Comigo.
Tornozelo.
Malaquia
Mode
Malandro, esperto, trapaceiro.
Mói
Ridicularizar, zombar.
Mareada
Jabar
Bobo, bestalhão, pessoa pequena.
Mangar
Lerito
J Jirico
Jovem arruaceiro.
Sandália de dedo feita de couro.
MORREU MARIA PREÁ
Charque ou carne seca, propina, gorjeta.
Maloqueiro
Por causa.
Pedido de confirmação em final de frases. Abreviação de “não era?”.
No osso Que não está usando cueca.
Nome feio Palavrão.
Nunca Mais Há muito tempo.
PROSA ALAGOANA
62 O
Peão
Pitéu
Funcionário de empreiteiras.
Mulher jovem e bonita.
Peba
Pocar
De má qualidade.
Estourar, explodir, furar.
Pegado
Precisão
Junto, encostado, próximo, uma única nota alta de dinheiro.
Necessidade.
Parede lateral de uma casa.
Pegar o beco
Grávida.
Oiúdo
Ir embora.
Olho gordo, invejoso, guloso.
Pelejar
Opraí
Implorar, insistir.
Expressão de surpresa, espanto.
Perebendo
Ontoin
Cheio de feridas.
Ôio Olho.
Oitão
Nordestino que se preza nunca fala Antônio.
Prenha Presepeiro Engraçado, espalhafatoso, exagerado.
Pru mode O mesmo que Para ou porque.
Puro Sem acompanhamento (almoço sem porção de carne).
Ontonti
PINoIA
Dia anterior ao de ontem (anteontem).
De jeito algum (uma pinoia).
Oxe
Q
Expressão de espanto.
Oxente O mesmo que Oxe, vixe, vôte.
P
Quebra-queixo
PARICEIRO
Quengo
Parceiro (mas de forma negativa)
Cabeça.
Páia
Doce feito de amendoim, açúcar e coco.
Quenga Prostituta.
Pichâim
Sem valor.
Cabelo ruim, enrolado.
Pança
Picuinha
Barriga.
Sem importância.
Papa
Pidão
Mingau para criança.
Aquele que pede muito.
Papeira
Pindaíba
Caxumba.
Sem dinheiro, endividado.
Papoco ou Pipoco
Pipoca
Barulho, explosão, estrondo.
Foliões que brincam fora dos blocos.
Parêia
Pirangueiro
Parceiro, amigo.
Mão de vaca.
Paruano
Pisa
No próximo ano.
Espancamento, surra.
Quintura Calor, alta temperatura.
R Racha Jogo de futebol, pelada.
Rapaz alegre Bicha, boiola, homossexual.
Ratar Errar.
Reinão Criança curiosa, bagunçeira.
Uma revista com a cara do Nordeste
Remela
Tamboque
Secreção no olho (frequente após uma noite de sono).
Pedaço, buraco.
Reparar
Espantar, expulsar.
Olhar, observar.
Roncha Mancha escura no corpo provocada por pancada.
Ruma Porção exagerada, bastante.
S Sacudir Arremessar, jogar.
Santana
Tanjer Tapado Bobo, abestalhado, idiota.
Tapear Enganar, trapacear.
Tapioca Comida típica alagoana feita de coco e farinha de mandioca.
Tico Um pouco, quase nada.
Tijolo Celular grande e antigo.
Tinindo No ponto.
Mês de Julho (em razão de Nossa Senhora Santana).
Toco de amarrar jegue
Se abra não
Torar
Pessoa de baixa estatura.
Não zombe, não ridicularize, não me provoque.
Quebrar ao meio, partir.
Secura
Altura, tamanho.
Ansiedade, desejo intenso, vontade.
Segura vela Aquele que acompanha um casal de namorados.
Sururu Molusco encontrado nas lagoas do Estado, prato típico.
Tope Traquino Criança teimosa, bagunçeira.
Tribufu Mulher feia.
Triscar Tocar de leve.
U
Volta Cordão (bijouteria).
Molusco encontrado nas lagoas do Estado, prato típico.
X
Usura
Xaxado
Unha de véio
Ambição, avareza.
Uma das vertentes do forró.
V
Xexo
Varapau
Xilique
Homem alto.
Velhaco Caloteiro, mal pagador.
Vera
Calote.
Xié Minúsculo caranguejo que vive as margens de manguezais. O mesmo que faniquito.
Xôboi Sandália feita a base de couro de caprino.
De verdade (A vera).
Xodó
Venta
Amor, paixão, namorada.
Nariz.
Xote
Vexado
Outra vertente do forró.
Apressado.
Xurumela
Vogar
Papo furado, história mal contada.
Valer.
Z
Troncho
Zambeta
Energia.
Torto, feio.
Que tem pernas tortas.
SIBITE
Truta
Zanôio
Mentira.
Pessoa estrábica.
Sustança
Perna fina.
T Tabacudo
Zarôio O mesmo que Zanoio, zarolho.
Zóio Olho.
Zona
Bobo, abestalhado.
Confusão, bagunça, lugar de baixo meretrício.
Taco
Zuada
Pedaço, metade.
Barulho.
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UPGRADE
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LailaCarneiro
A Era dos $erolaV Invertido$ Os bons costumes estão fora de moda e os valores agora são outros. Ética e moral saem de cena num mundo em que cada vez mais só existe espaço para o consumismo e a ostentação. Para muitos, "ter" vale mais do que "ser". Vendo diariamente o que a nossa geração tem se tornado, passo a ter clareza do quanto os valores estão se invertendo. Vejo que não se idealiza mais buscar uma felicidade plena ou um ideal para se lutar. Está tudo confuso, tudo atrapalhado. O certo é errado e o errado é certo. Ser verdadeiro hoje é motivo de vergonha. Atualmente, os jovens optam pela efemeridade e pelo individualismo. Buscam aparentar algo que não está de acordo com a realidade deles e do mundo.
Falo com total convicção: dar um sentido superficial as nossas vidas rompendo os extremos do egocentrismo, só nos leva a uma satisfação instantânea. O famoso prazer imediatista. A mídia constantemente nos bombardeia com astros hollywodianos, reality shows e com padrões intangíveis de beleza. Não podemos nos deixar atingir. Precisamos estabelecer em nossa consciência de que a vida possui um significado mais profundo do que ter boa aparência e viver no luxo.
Uma revista com a cara do Nordeste
Imagem Divulgação
É tão estranho ver como as coisas chegaram a esse ponto... Hoje, as mulheres lindas de capa de revista, são raquíticas que passam fome para manter este “padrão de beleza” horrendo e destrutivo. Estamos na era das personalidades fracas, das “marias vai com as outras”, da futilidade, dos nomes da alta sociedade, onde talentos e gentilezas estão tão fora de moda. Moda agora é ser celebridade, “Rei do Camarote”, “exibir-se” pelo celular que porta, pelos tênis que calça, pela bolsa que traz, pelo carro que conduz e até pela bebida que bebe, seja no camarote, ou não. A cultura do inútil, do vazio, do material, tem se expandido muito, inclusive, com o auxílio das redes sociais e do bombardeio de informações consumistas trazidas pela internet e pela televisão. Hoje, as mulheres não permitem que o vento bagunce seus delicados e chapados cabelos artificiais e “eles” passam mais tempo se arrumando que “elas”. Estamos no tempo em que a beleza externa é tudo, e a interna fica para depois. Estamos vivendo a falsidade, a mentira, o excesso de criatividade e falta de personalidade própria! Estamos perdendo os princípios e a moral! Onde está o prazer de comer uma pizza com muito catupiry e ketchup? Em bater o pé e defender um ideal com convicção? Em ser único, e não apenas mais um na multidão? Em fazer a diferença e mostrar o que tem de melhor, e não ser tão mecânico e artificial? Em deixar-se engordar, pelo prazer dos sabores, e depois fazer alguns exercícios saudáveis para continuar bela, mas não magra? Onde está a essência, a honestidade, a educação? Onde fica o prazer de sentir o vento batendo na face enquanto o carro desliza pela pista a caminho de lugar nenhum? Onde está o prazer de conhecer alguém verdadeiramente, amá-lo por dentro, ver a beleza real, e deixar que os olhos se fechem e passar a enxergar a vida com o coração? Para onde foi tudo isso? Onde se enfiou a beleza de viver? Onde? A verdadeira felicidade da vida consiste em um propósito realmente digno, viabilizando não apenas o nosso ego, mas sim a felicidade das pessoas que estão próximas a nós. Acredito que seja por este motivo que inúmeras celebridades se encontram em clinicas de reabilitação, e muitos outros astros morrem precocemente por uso abusivo de drogas. Afinal, por que alguém que aparentemente tem tudo para ser feliz, não consegue se satisfazer com nada? Se usarmos um pouco da nossa inteligência, chegaremos à conclusão de que a verdadeira felicidade encontra-se dentro de nós,
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e não no glamour ou na aparência. Apenas precisamos encontrá-la e desfrutá-la da maneira correta. Elegante é ser sincero, generoso, honesto e simpático. Elegante é ser discreto, olhar nos olhos, é saber respeitar. Lembre-se, se priorizar apenas o superficial, aos poucos o tempo vai tirando o que realmente é importante em sua vida. O ciclo da história nos direciona para que não nos percamos das funções. São as regras da vida. E o melhor é obedecê-las. Tenho pensado muito no valor dos pequenos gestos e suas repercussões. Não há mágica que possa nos salvar do absurdo. O jeito é descobrir esta migalha de vida que sob a realidade insiste em permanecer. Retire a poeira de um móvel e o mundo ficará mais limpo por causa de você. É mais sensato pensar assim. Destrua o poder de uma calúnia, vedando a boca que tem ânsia de dizer o que a cabeça ainda não sabe, e alguém deixará de sofrer por causa de seu silêncio. Convido-te a reavaliar as suas prioridades. Muitas vezes tentamos preencher o nosso vazio com coisas fugazes. Infelizmente estas não passam de passageiras, e com o decorrer do tempo, acabam nos frustrando cada vez mais, e mais. Nestas estradas de tantos rostos desconhecidos é sempre bom que deixemos um espaço reservado para a calma. Preconceitos são filhos de nossos olhares apressados. O melhor é ir devagar. Que cada um cuide do que vê. Que cada um cuide do que diz. A razão é simples: o bem começar ou terminar, na palavra que escolhemos dizer. Ah, se as pessoas pudessem enxergar umas as outras através de uma visão raio x e deixassem essa maneira apressada, fútil e tantas vezes invejosa, de julgar apenas pelo que os olhos podem ver. Ah, se pudéssemos enxergar e valorizar o que verdadeiramente importa: o que tem por dentro, e nada mais. O mundo banalizou o “Eu te amo!”. Fala-se que ama quando, na verdade, o amor é pelo dinheiro e pelas facilidades que dele advêm. Ostentar virou qualidade. Estamos na era do “ter”, onde o “ser” está quase abolido, extinto por completo. Que tenhamos cuidado! O molde de vida-linda-e-perfeita que a sociedade impõe, pode estar infectando-nos. Eu te amo, não é bom dia. E dinheiro acaba num piscar de olhos. “De nada vale ao homem ganhar o mundo, se ele perder sua essência”.
IDEIAS CRIATIVAS
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Álcool na parede Por Antonio Maria do Vale / BevShots Microart
Banda favorita, clube do coração, lugar inesquecível... Se decorar a parede com quadros desse tipo não faz parte de seus planos, conheça Michael Davidson, o cientista que transformou bebidas alcoólicas em arte. Para um apaixonado apreciador de cerveja ela pode até representar uma obra de arte. Um sommelier também pode ter esta visão em relação ao vinho, mas, dificilmente eles, assim como você, saberão realmente como as bebidas que conhecem se aparentam? Partindo dessa ideia, o projeto BevShots decidiu mostrar como as bebidas alcoólicas realmente são, e para isso, elas foram cristalizadas na superfície de uma lâmina de vidro e, diante de uma luz polarizada na ponta de um microscópio, fotografadas, resultando em imagens surreais. E como isso foi possível? Como a luz refrata através dos cristais de bebidas, as fotos resultantes têm cores e composição
naturalmente magníficas. Todas elas são apresentadas em tela giclée ou impressões metálicas, com cores vibrantes que trazem um elemento moderno a qualquer ambiente, sejam na decoração de um loft, de paredes, ou arte em cartaz. Se você precisa de ideias criativas para um presente, BevShots é a escolha perfeita. Tudo começou em 1992, quando o cientista americano, Michael Davidson, se deparou com uma ideia genial bem debaixo do seu nariz, literalmente. Em sua carreira de 25 anos através das muitas facetas da microscopia, ele já havia tirado fotos com microscópio de uma coleção de itens, DNA, bioquímicos e vitaminas. À procura de novas maneiras para financiar seu laboratório da Universidade
Uma revista com a cara do Nordeste
Fotos Divulgação
Estadual da Flórida, Davidson decidiu levar suas microfotografias para as empresas para possíveis oportunidades comerciais. Ao apresentar seus quadros para empresas de varejo, um fabricante engravatado mudou sua direção com apenas uma palavra criativa: cocktails. Com este novo foco, Davidson deu um passo adiante com suas microfotografias. Junto com bebidas misturadas, ele escolheu algumas cervejas e também vinhos favoritos, tirou algumas fotos sob o microscópio e então a “Coleção Molecular Cocktail Expressions” nasceu. Pouco tempo depois de patentear a descoberta e licenciá-la junto a Florida State University, Michael Davidson associou-se ao químico Lester Hutt, presidente da BevShots Microart, uma mistura perfeita de negócios e ciência que alanvancou ainda mais a sacada de Davidson. Enquanto cursava pós-graduação em Química pela Universidade de Berkeley, Hutt trabalhou em sondas de Marte da
NASA em busca de provas de vida passada no planeta vermelho. Em seguida, a Apple o chamou para fazer parte da história da empresa, quando lançaram seu novo produto revolucionário, o iPod. Lester concentra sua vida pessoal e empresarial em uma simples filosofia de ética e integridade. Ele gosta de perseguir ideias de negócios que revigorem o interesse de todos na ciência. Com uma paixão pessoal pela arte, ele faz com que seu novo empreendimento transforme cada hora, num happy hour. Só que agora as bebidas não estão apenas sobre a mesa. Além dos quadros, que lideram as vendas, a BevShots também utiliza as estampas das bebidas em diversos outros produtos, gravatas, lenços, saídas de praia, copos e porta-copos fazem parte do site de vendas que traz uma observação bem humorada: decore com moderação!
Da garrafa pra moldura Depois de fotografadas por microscópio, bebidas se transformam em quadros de arte
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Dry Martini
Uísque
Gin
Bourbon
Saquê
Champagne
Cosmopolitan
Cuba Libre
Vinho tinto
Vodka
Piña Colada
Cerveja
Margarita
Tequila
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RIO 2016
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O maior obstáculo Texto Greggory Wood Fotos Alen Barbosa
Atleta americana se prepara para as Olimpíadas do Rio 2016 e ensina que superar os desafios da vida é mais importante que vencer no esporte. Nem sempre o 1º lugar é a maior conquista. Antes que essa pareça mais uma reportagem sobre uma atleta americana que virá ao Brasil para tentar ganhar uma medalha, antecipo que a história é maior que isso. Como brasileiros, costumamos expressar bastante a nossa indignação com as dificuldades encontradas pelos atletas brasileiros, falta de apoio e problemas de ordem social.
por Shakeia para o documentário The Real Winning Edge, que fala sobre como superar os obstáculos psicológicos criados pelas constantes adversidades, foco e também como é possível projetar uma carreira de sucesso.
É importante perceber que dificuldades como essas não acontecem apenas nos países em desenvolvimento. Em países como os Estados Unidos, por exemplo, situações similares a dos nossos atletas também existem. A história da americana Shakeia Pinnick não é muito diferente das histórias de luta, sacrifícios e obstáculos de muitos dos atletas brasileiros. Shakeia Pinnick se especializou em Track & Field, mas superou muitas adversidades para chegar onde está hoje. Com cerca de 6 anos de idade ela foi colocada em um orfanato, quando seu tio denunciou falsamente as autoridades responsáveis que Shakeia e seus irmãos estariam vivendo em casa sem responsáveis legais. Ela então foi adotada por uma família da cidade de Detroit e muito rapidamente se adaptou, sendo logo considerada como parte daquele grupo familiar. O que parecia ser uma bênção, mais tarde se mostrou crítico, o que a levou a uma segunda adoção, desta vez aos 9 anos, por uma família de classe média em Aurora, Illinois, onde sua vida mudou.
7 provas Shakeia disputa o Heptatlon, esporte composto por saltos em altura e distância; arremeso de peso; lnçamento de dardo; e corridas de100, 200 e 800m livres.
A mãe biológica de Shakeia bebia muito e sofreu vários abusos físicos por parte de seus namorados, cenas que muitas vezes a pequena Shakeia testemunhou. Com a nova família em Illinois teve a oportunidade de estudar, o que de certa forma fez com que ela tenha ingressado na faculdade do Estado do Arizona e depois tenha se pós-graduado em Desenvolvimento Humano e Familiar. Mas viver naquela casa foi algo que também lhe trouxe bastantes problemas. “Todas as noites um de nós era punido. Não sei por que aquela família quis nos adotar, éramos maltratados diariamente”, contou. Ainda bem que a história de Shakeia Pinnick tem um final feliz, o que não é uma regra geral. Separamos aqui alguns trechos da entrevista cedida
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A mente positiva de Shakeia
Mensagem aos jovens atletas
Altruísmo …”Estudei Desenvolvimento Humano e familiar na esperança de seguir uma carreira semelhante ao trabalho social ou qualquer posição que me permita ajudar as famílias e as pessoas que estão lutando dentro de suas famílias, facilitando suas vidas. ...Meus principais interesses na vida agora são: o meu esporte, Track & Field. Estou competindo com uma bolsa de estudos completa na Universidade Estadual do Arizona. Quero me tornar uma atleta profissional com excelência. Quando não estou treinando ou competindo passo o meu tempo na companhia do meu namorado e amigos, vou ao cinema ou faço um jantar. Fazemos a lição de casa juntos. Domar o meu cachorro, que é um animal cheio de energia, também é bem divertido.” Família “Tanto eu quanto a minha irmã e mais os meus dois irmãos adotivos éramos corredores quando crianças, o que nos uniu. Não conheço muitas pessoas que tiveram essa sorte de poder conviver com outras crianças com interesses e talentos idênticos. O talento nos aproximou.” Valores “Meus valores e crenças estão em ter fé e acreditar em Deus. Eu não sou uma pessoa muito religiosa, mas eu sei que quando eu estou precisando de ajuda ou me sinto muito para baixo, eu rezo e falo com Deus, pedindo para que os momentos de fraqueza passem. Eu acredito em trabalhar duro, se você quiser se dedicar em algo como um esporte. Quando eu vejo pessoas reclamando em torno de mim, fico chateada.. . Se você não quer fazer isso por que perder tempo reclamando? Melhor tentar algo diferente ou até mesmo recomeçar ao invés de reclamar.”
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Desafios “Eu acredito que o desafio mais difícil de superar, até agora, tem sido a minha adoção. Quando fui adotada a minha vida mudou muito. Passei também por muitos momentos difíceis e terríveis por estar em um orfanato.” A Atleta “Quando eu fui adotada, passei a ter irmãos adotivos que eram corredores. Por conta disso fui incentivada a correr. Eu era rápida e ganhei muitos campeonatos nacionais na categoria Júnior e trabalhava duro para vencer. Todos os anos, a partir dos meus 10 anos, pude competir em campeonatos nacionais e ganhei medalhas no top 3 na maioria das vezes. Valorizo essas realizações, elas foram os momentos de diversão da minha infância. Realmente acredito que tenho talento natural, mas isso nunca foi motivo para que eu trabalhasse menos. Estou competindo desde os 10.” Amizades “Amizades são importantes porque se tratam das pessoas selecionadas por você para uma relação. Eu faço todos os esforços para assegurar aos meus amigos que eles podem depender de mim e sou uma pessoa positiva. Os amigos que tenho são pessoas em quem posso confiar, assim não tenho que me preocupar em me decepcionar ou ser apunhalada pelas costas. Acredito que a manutenção de uma verdadeira amizade deve também ser algo fácil e tranquilo e os meus verdadeiros amigos, até agora, não têm me dado trabalho algum.”
“Venho de um passado difícil e sei que não sou a única. Sei que muitas pessoas passaram e passam pelo que eu passei. Uma coisa importante: Mantenha o foco. Mantenha-se focado e dirigido para o que quiser ser. Não há ninguém que possa impedi-lo de lutar, exceto você mesmo. Tenha fé e mantenha-se positivo. Procure alguém que possa lhe ajudar com uma mensagem positiva e que possa lhe ajudar. Ninguém tem que ser rico para ser bem sucedido. Trabalhe duro. Os momentos difíceis virão, mas esses momentos vão deixá-lo mais forte.” Resistindo a pressão “Eu não tenho nenhuma dificuldade em dizer a alguém para não se aproximar de mim com álcool, drogas e nem uma intimidade forçada. Se é algo que eu não quero fazer, nao faço. A maioria das pessoas que me conhecem, me entendem e respeitam o que eu não gosto de fazer. Estou em um relacionamento agora e meu namorado respeita todos os meus desejos. Eu tenho claro que o álcool não é do meu interesse e como também não são as drogas.” Sobre vencer “Minha percepção de vitória é, em geral, a realização de algo a mais do que eu já tenho. Seja um 1 º ou 7 º lugar, obtendo um melhor desempenho pessoal por semestre ou fazendo uma pessoa se sentir melhor sobre si mesma. Isso também é uma vitória para mim. Especificamente para mim, no atletismo eu sempre quero o 1º lugar, mas se eu não atingir o 1º lugar e ainda assim atingir um tempo melhor, já me considero vitoriosa.”
Imagens Divulgação
MENTE SÃ CORPO SÃO
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LauraCavazzani
Academia Ao ar livre Entrar em forma nunca foi fácil. Manter o ânimo mais difícil ainda. Saiba que o entusiasmo pode começar com a escolha das atividades e locais certos. Eles serão um baita empurrão! Nos dias atuais a prática de exercícios físicos vem sendo muito estimulada por profissionais, mídias, etc. Não são novidades os benefícios que o praticante adquire e muitas vezes já podemos observar os resultados positivos em pouco tempo. Força e elasticidade dos músculos, flexibilidade, redução de peso, sensação de bem-estar, são alguns destes benefícios em curto prazo. Vale destacar que os exercícios ainda ajudam a prevenir algumas doenças (principalmente as do coração e dos vasos sanguíneos) e a diminuir a perda de cálcio dos ossos. Motivos não faltam para você começar hoje mesmo a se exercitar! Eis então que surge uma dúvida: é melhor praticar atividades ao ar livre ou em uma academia de ginástica? O tema divide as opiniões dos especialistas. De um lado, há quem valorize a
prática de atividades físicas ao ar livre, de preferência em parques arborizados. De outro, há quem garanta que o ambiente climatizado das academias é o mais seguro. Trabalhando há cinco anos em academia e com aulas ao ar livre (Condicionamento Físico na Areia – CFA, corrida e stand up paddle) eu percebi que não existe lugar ideal para praticar exercícios físicos. Tudo vai depender da personalidade do indivíduo, o quão motivado ele estiver para aquele ambiente, fatores como assiduidade e rendimento, serão mais satisfatórios, tornando o resultado final positivo. Ao mesmo tempo que existem pessoas que preferem a academia, temos também aqueles que não trocam, por exemplo, a corrida na praia por nada desse mundo. O segredo da boa forma passa por essa premissa, ter prazer naquilo que se faz.
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No caso de Daniela a malhação é mais leve, porém, nada que a deixe em grande desvantagem em relação à assiduidade e dedicação do namorado. Assim como Lucas, buscou a academia para se sentir bem diante do espelho e, por tabela, ter uma vida mais saudável. “Comecei a malhar por uma questão de estética mesmo. Queria me sentir melhor com meu corpo. Mas com o tempo fui vendo a necessidade de fazer uma atividade física e fortalecimento de determinados músculos”, nos contou a empresária que, junto com
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Lucas, já sente os benefícios de manter uma atividade física regular. “Tenho mais qualidade de vida quando mantenho uma rotina de exercícios. Como tenho problema lombar, não posso nunca pegar pesado, mas procuro sempre manter meu corpo em movimento para que meu problema não se acentue. Na verdade eu gosto bastante de praticar esportes, mas como tenho limitações devido a coluna, me privo de quase todas as atividades e foco mais na academia. Aqui eu não me machuco e fortaleço a musculatura. Frequentando a academia eu posso me dar o luxo de praticar alguns esportes que gosto com alguma frequência”, completou. Seguindo a linha de praticar aquilo que é mais prazeroso, as amigas Clarice Guimarães, Paula Amélio e Iasmyn Guimarães não frequentam academia, entretanto, não perdem uma aula de Condicionamento Físico na Areia. Todas as segundas, quartas e sextas elas põem os pés na areia e suam a camisa durante uma hora de um treino que não é para os fracos. Os motivos para manterem a rotina com disciplina é unânime entre elas: “fugir do sedentarismo e adquirir qualidade de vida”. Independente da opção pela academia ou, neste caso, pela praia, o objetivo das pessoas se confundem e se parecem bem próximos. Por que então Paula, Clarice e Iasmyn, como tantas outras pessoas, preferem as atividades ao ar livre? As meninas têm na ponta da língua a resposta e dão suas justificativas para a escolha. Paula diz que “no CFA os exercícios são mais dinâmicos que dentro de
Fotos Divulgaçãio
Assim acontece com o casal de namorados Daniela Coutinho e Lucas Barros. Frequentadores de academia há mais de uma década, eles não vivem sem as aulas de musculação e, se não vão ao treino, o peso na consciência logo aparece, principalmente após os finais de semana, único período onde sair da dieta é permitido. Sem pestanejar confirmam que preferem de longe a academia e não costumam fazer atividades ao ar livre, Lucas é o mais assíduo e, de segunda a sexta, é figurinha carimbada durante uma hora de exercícios bem pesados. Para ele, a musculação começou por uma questão estética, mas, 15 anos depois, confessa que hoje a justificativa é a qualidade de vida. “Comecei a malhar para ganhar massa muscular e ter um resultado desejado com minha aparência. Depois que ganhei músculos, não parei mais. Hoje malho mais por questão de saúde, mas também para manter o corpo que sempre almejei. Me sinto mais disposto depois de uma aula de musculação”, comentou o corretor de imóveis.
Fotos Antonio Maria do Vale
MENTE SÃ CORPO SÃO
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uma academia, as regras são mais flexíveis e o ambiente ajuda muito, não me sinto sufocada”. Clarice e Iasmyn acrescentaram de maneira uniforme que “na praia a interação é maior, o que acaba nos motivando ainda mais”. O prazer ao exercitar-se se apresenta como fator importante para o alcance dos melhores resultados. Assim como acontece com Daniela e Lucas na academia, no CFA, Paula, Iasmyn e Clarice sentem no corpo a consequência de dedicar algumas horas durante a semana para a prática de atividades físicas. Ouvimos das três amigas uma pequena lista dos benefícios conquistados: maior disposição, melhora da resistência, melhor coordenação dos movimentos e do equilíbrio, tonificação muscular, emagrecimento, ativação da autoestima... O professor de educação física Antonio Nonato,
Daniela e Lucas
responsável pelo treinamento das meninas, fala que o ideal seria se as pessoas alternassem as duas opções, e acrescenta que para que o resultado seja satisfatório ou próximo do esperado, é preciso que os alunos tenham uma alimentação balanceada e adequada para prática de exercício físico. “Aconselhamos os alunos a terem um acompanhamento nutricional e quando ocorrer um deslize, de comer algo fora da dieta, a consciência de culpa não pode ser minimizada por muito exercício em alta intensidade. É preciso ter cuidado com os exageros”, alertou. E se você ainda está indeciso e quer motivos para se identificar com um dos ambientes, para te auxiliar na escolha, aqui vão algumas características específicas do que você encontrará na academia ou na praia. O importante é não ficar parado!
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Eles preferem a musculação e frequentam a academia praticamente todos os dias
Paula, Yasmin e Clarice Elas se sentem mais motivadas na praia pela dinâmica coletiva dos exercícios
Uma revista com a cara do Nordeste
NA ACADEMIA Pedalar na ergométrica
Chova ou faça sol, poderá pedalar tranquilamente; Diminui os riscos de acidentes e quedas em ruas esburacadas e avenidas movimentadas; Além da tradicional ergométrica, você pode experimentar outras modalidades, como spinning e hidrobike.
Correr na esteira
AO AR LIVRE
Pedalar na ciclovia Andar de bike em parques tranquilos e arborizados ajuda a aumentar a sensação de prazer e relaxamento; Pode-se variar o tipo de bicicleta. A mountain bike, por exemplo, é ideal para trilhas; Ao contrário da ergométrica, serve como meio de transporte ecologicamente correto.
Reduz o impacto sobre as articulações e minimiza o risco de lesão;
Correr na orla
Aparelhos monitoram a frequência respiratória e os batimentos cardíacos;
O contato com a natureza pode funcionar como um fator motivacional para o desempenho do praticante;
Em dias muito frio ou quentes, o ambiente pode ser climatizado.
Dependendo do lugar escolhido, poderá respirar um ar puro e limpo.
Remar no aparelho Ajuda a mecanizar os movimentos de quem está começando; Possibilita o treinamento em dias chuvosos; Permite o ajuste de ritmo, intensidade e força.
A Musculação Tonifica os músculos e melhora ainda mais a resistência muscular; Auxilia na prevenção de osteoporose; Fortalece região da coluna vertebral; Diminui as chances de uma diabete e para quem já tem diabete, pode auxiliar no tratamento e equilíbrio da taxa de glicemia sanguínea;
Pode-se variar a intensidade do exercício, ao correr na areia, calçadão ou grama; Ao variar o cenário, poderá fazer novas amizades.
Remar na lagoa ou praia Exige equilíbrio, destreza e domínio técnico; Aumenta a resistência muscular e melhora a capacidade aeróbica; Desenvolve a coordenação motora do atleta.
Condicionamento Físico na areia Melhora a qualidade do humor; Aumenta a disposição para fazer atividades diárias;
Melhora o sistema imunológico;
Melhora a qualidade do sono, diminuindo a insônia;
Beneficia o sistema digestivo;
Um treino personalizado na praia e em grupo ajuda manter-se mais calmo;
As gestantes que praticam musculação têm uma melhor recuperação pós-parto, menor incidência de câimbras, menor probabilidade de desenvolver varizes e ainda diminuem o ganho de peso; Melhora o humor, a autoestima e com isso as interações sociais.
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Combate doenças cardíacas; Regula e previne a pressão alta; Ajuda a controlar e perder peso.
Fotos Divulgação
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MEMÓRIA
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No centenário... Por Antonio Maria do Vale
Ao completar 100 anos, a seleção brasileira de futebol só pode comemorar o seu passado. Após o fracasso na copa em casa, é preciso reencontrar o futebol alegre e, junto com ele, abusar da chance de construir um novo país. 21 de julho de 1914. Foi na tarde desta terça-feira que, no Rio de Janeiro, o escrete canarinho entrou em campo pela primeira vez. Diante do Exeter City, da Inglaterra, o selecionado brasileiro conseguia sua primeira vitória, 2 a 0, com gols de Oswaldo Gomes e Osman. Começava ali a trajetória da maior seleção de todos os tempos. Na época, não existia sequer uma entidade oficial do futebol em nosso país, a Confederação Brasileira de Desportos – CBD, que antecedera a atual Confederação Brasileira de Futebol – CBF, só fora fundada em 20 de agosto do mesmo ano, responsável pela marcação do primeiro amistoso contra uma seleção. Logo de cara, nossos hermanos argentinos e uma derrota por 3 a 0 em Buenos Aires. O começo desastroso serviu apenas de inspiração para o início da maior rivalidade do futebol e, sete dias depois, o Brasil já conquistava seu primeiro título, vencendo os argentinos por 1 a 0 na disputa da Copa Rocca em jogo também disputado em Buenos Aires. Em 1923 nos filiamos a FIFA e em 1930 disputávamos a primeira Copa do Mundo organizada pela entidade. De lá pra cá já se passaram mais vinte edições, cinco delas ficando por aqui. O começo foi difícil, participações discretas em 1930, no Uruguai, e
em 1934, na Itália. Em 1938, nosso primeiro resultado expressivo, um terceiro lugar na França com uma vitória de 4 a 2 sobre a Suécia. Não sabíamos ainda, mas seria naquele país que o mundo começaria a conhecer nosso futebol arte. Após a paralisação em função da Segunda Guerra Mundial, o baque. Sediamos o mundial de 1950 e na final perdemos o título para o Uruguai por 2 a 1, de virada, no episódio que ficou conhecido como Maracanazo. Grandes mudanças aconteceram a partir daquele dia, um deles especial, nascia a seleção canarinha, já que o Brasil abandonou o uniforme branco, passando a usar o amarelo em sua camisa. Começava a saga brasileira que culminou numa hegemonia de recordes jamais vista no futebol. Em 1958 levantamos a Jules Romet na Suécia, vencendo os donos da casa com implacáveis 5 a 2 na decisão. Em 1962 veio o bi, mesmo sem Pelé, mas com a mágica de Garrincha, 3 a 1 na extinta Tchecoslováquia na final. Depois da pausa em 1966, a apoteose daquela que até hoje é considerada a melhor seleção da história, que passeou em 1970, sagrando-se tricampeã no México e conquistando em definitivo a taça Jules Rimet, substituída pelo troféu atual. Em 1982 e 1986 tínhamos dois grandes times, mas caímos diante da Itália de Rossi e da França de Platini, respectivamente. Com a derrota ainda nas oitavas de final, em 1990, para a Argentina de Maradona e Caniggia, abria-se uma lacuna jamais vista entre os brasileiros que não estavam acostumados a ficar tanto tempo na fila. Foram 24 anos de espera até o time comandado por Romário erguer a taça novamente nos Estados Unidos em 1994. Nos reencontramos e passamos a disputar finais consecutivas, perdemos para a França em 1998 e vencemos a Alemanha em 2002. Em 2006, na Alemanha, e em 2010, na África do Sul, a esperança do Hexa foi prorrogada para o mundial que seria disputado no Brasil. Vencemos a Copa das Confederações atropelando a campeã do mundo, Espanha, na final. O termo “favoritaço” passou a acompanhar a seleção que, até o início do mundial, detinha os melhores números da história. Único país a participar de todas as copas, maior número de gols marcados, maior artilheiro em todas as edições, perdíamos para a Alemanha em número de partidas (99 a 97) e melhor colocação entre os quaro melhores (12 contra 10), mas quem se importava com isso diante dos nossos cinco títulos contra apenas três deles? Dentro de campo o script parecia estar bem ensaiado e antes do início do mundial a preocupação se voltava à atrasada conclusão dos estádios e as obras de infraestrutura que quase não saíam do papel. O bordão “imagina na copa” ganhou as ruas como previsão do que enfrentaríamos durante o torneio. Seria uma vergonha em escala global diante do trânsito caótico, transporte coletivo ineficiente, aeroportos lotados, internet lenta, falta de hotéis, um caos anunciado. De certo, espetáculo mesmo, todos apostavam que só se fosse dentro de campo. Entretanto, a copa começou e, Uma revista com a cara do Nordeste
...um recomeço para surpresa de todos, tudo estava funcionando direitinho, um errinho aqui outro ali, mas nada que, de longe, se apresentasse como o que era esperado. Nada mesmo. Nem a seleção seguiu o roteiro pré-estabelecido e desde o jogo de estreia foi sufoco sobre sufoco, mantendo a esperança de que podíamos melhorar reencontrando aquele futebol que deixou todos de boca aberta durante a Copa das Confederações. Aos trancos e barrancos passamos pela primeira fase e, com muito choro e reza, pelas oitavas e quartas de final. Todos nós sabíamos que o pior poderia acontecer a qualquer momento, mas a morte anunciada de nossa seleção aconteceu em pequenas doses homeopáticas: contra o Chile, a bola na trave no último minuto da prorrogação e a disputa por vaga nos pênaltis foi de enfartar até quem não sofre do coração; contra a Colômbia, um falso suspiro ao abrirmos 2 a 0, logo dizimado pela joelhada de Juan Camilo Zúñiga que, tirando Neymar do torneio, igualou o Brasil a qualquer seleção comum não fosse o peso que sua camisa ainda representava. A dúvida sobre o que viria diante da Alemanha pairava no ar, mas o golpe foi duro demais e inimaginável até para o mais otimista dos germanos: 7 a 1 com freio e misericórdia dos alemães. Como num passe de mágica, a seleção lembrada sempre por seus recordes positivos passou a figurar no clube dos miseráveis, incorporamos espírito haitiano na copa, com nossa imensa retratação a honrosa participação de El Salvador, Zaire, Coreias do Sul e do Norte, Arábia Saudita, Bolívia, Cuba (isso mesmo, Cuba!), Haiti e Escócia; únicas seleções que perderam por mais de sete gols em mundiais da FIFA. Ao encerrar sua participação, o time brasileiro somou um total de 14 gols sofridos, a pior marca em sua história na competição desde a Copa de 1938. Júlio César, ultrapassou Taffarel e agora é o goleiro mais vazado do Brasil, com 18 gols sofridos. Pior que isso, amargou o status de ser o goleiro a mais sofrer gols em uma única edição. Só no Mundial do Brasil foram 14 gols, ultrapassando a competição de 1938, quando Batatais e Walter Goulart viram a bola balançar suas redes sete vezes cada um. E não faltam outros números negativos que manchem a vitoriosa história da seleção brasileira de futebol. Qual a lição disso tudo? Para o futebol, que algo precisa mudar. E não se trata de copiar o que vem sendo feito por seleções como a Alemanha de hoje ou a Espanha de ontem. Sempre fomos referência, não voltávamos olhares ao o que os outros faziam, a lógica sempre foi inversa e talvez por isso o nosso futebol tenha empobrecido nos últimos anos. Desde que o mercado da bola se transformou em negócio que estamos em queda livre. A explicação? Negócio que negócio, que dá resultado, necessita de premissas que nada condizem com nossa cultura nacional: planejamento, disciplina, mérito, esforço... Como seguir essas linhas gerais se possuímos enraizado no país a lei do favorecimento, do levar vantagem, da corrupção? O futebol, até então, talvez tenha dado certo por não associar-se a este jogo. Produzíamos craques na várzea, que suavam a camisa para chegar à seleção sem qualquer propósito comercial, ser jogador de futebol não era sinônimo de sucesso financeiro. O goleiro da copa de 1950, Barbosa, diferente www.OUSHBrasil.com.br
dos R$ 44 milhões que os jogadores e comissão técnica dividiram após a catástrofe de 2014, viveu a míngua e perseguido até o fatídico, ou merecido, “Mineirazo” que, como objetivo cumprido desta copa, pôs fim ao “Maracanazo”. O futebol sempre proporcionou a população brasileira transportase para um sentimento de patriotismo, caracterizado de maneiramor pelo unitário grito das arquibancadas “eu, sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. Agora, quando se iguala a como de fato é o nosso país, talvez ele preste um serviço que poucos poderiam imaginar que ele seria capaz: abrir a mente da população que, cansada da labuta diária e da canastrice política, se esbaldava a cada bola na rede da seleção, remédio que cada vez mais vem se transformando em doença. A mentira sustentada tendo o futebol como pano de fundo está descoberta, a cortina caiu e agora não há mais saída: pela seleção, salvemos o país!
“
E chego à conclusão, de que a derrota, para qual nunca estamos preparados, de tanto não a desejarmos nem admitirmos previamente, é afinal instrumento de renovação da vida. Se uma sucessão de derrotas é arrasadora, também a sucessão constante de vitórias traz consigo o germe de apodrecimento das vontades, a languidez dos estados pós-voluptuosos, que inutiliza o indivíduo e a comunidade atuantes. Perder implica remoção de detritos, começar de novo. Perdendo, após o emocionalismo das lágrimas, readquirimos o senso da moderação, do real contraditório, mas rico de possibilidades, a verdadeira dimensão da vida. Não somos invencíveis.
”
Carlos Drumond de Andrade Após a derrota do Brasil na Copa de 82.
Imagens da Copa Grandes momentos da Copa do Mundo serão inesquecíveis. Surpresas, alegrias e frustrações marcaram o mundial realizado no Brasil, que mais uma vez não conseguiu vencer jogando em casa.
Atacante holandês, Van Persie, voa para cabecear a bola e marcar na vitória de 5 a 1 sobre a Espanha.
O “chute simbólico” com o exoesqueleto era pra ser um dos grandes momentos da abertura, mas só durou 7 segundos.
Iniesta lamenta a desclassificação espanhola. De favorita, a então campeã mundial sequer passou da primeira fase.
Os japoneses deram um show de civilidade. Após os jogos de sua seleção, recolhiam lixo em sacos plásticos.
Esperança de Portugal, o melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo, foi um fiasco na Copa.
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O chororô nas oitavas de final demonstrou a falta de liderança e equilíbrio emocional da seleção brasileira. O hino cantado à capela em todos os jogos talvez seja a única lembrança boa que ficará deste mundial.
O uruguaio Luiz Soares e o colombiano Juan Camilo Zúñiga terminaram o mundial como grandes vilões. O primeiro por morder o italiano Giorgio Chiellini no ombro e o segundo por dar a joelhada que tirou Neymar da Copa.
A Alemanha teve seus méritos para vencer o mundial. Atropelou Portugal na primeira fase, impôs a maior goleada da história à seleção brasileira e ainda venceu mais dois campeões mundiais: França nas quartas de final e a Argentina na decisão. O atacante Miroslav Klose se tornou o maior artilheiro em copas, com 16 gols, e Mario Gotze foi o herói da final, marcando o gol do título no segundo tempo da prorrogação.
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COISAS DE COZINHA
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JulianaAlmeida
Cuscuz
nosso de cada dia Uma das mais tradicionais comidas de nossa região, o cuscuz se renova e hoje possui múltiplas variações, tudo sem perder a simplicidade que o consagrou como personagem imortal do cardápio nordestino. Massa de milho originária do norte da África e popularizado na culinária brasileira, o cuscuz é presença garantida nas mesas do Brasil e, com versões bem originais e outras com toque “gourmet”, se mantém vivo na cultura alimentar. Do termo árabe que significa: “bem formado” ou “enrolado”; ele está entre os pratos “queridinhos” do nosso país e no Nordeste ganha força e expressão. Histórias a parte, a verdade é que ele é versátil, saboroso e nutritivo; um ilustre bem conhecido de todos nós que atravessa gerações cheio de personalidade.
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Da versão tradicional a gourmet, o cuscuz se apresenta hoje repaginado e com muita pompa. Seco, molhado, temperado, recheado, grande ou pequeno, ele tem um público fiel e apaixonado. Pelas mãos dos Chefs de cozinha recebeu também o formato “petit”, que lhe conferiu uma clientela diferenciada.
Simples e sem segredos, um dos pratos mais consumidos no Nordeste brasileiro, é hoje, sem dúvida, um representante legal da gastronomia da nossa terra. Se enquadra perfeitamente no conceito de “confort food”, onde existe uma relação afetiva da gastronomia; comidas que de alguma maneira, nos remetem a sensações de bem estar, de sentimento de conforto, de memórias associadas a família, ao afeto. De coco, de camarão, carne de sol, linguiça, sardinha, legumes e queijo; não duvide, temos até a opção doce! De um amarelo inconfundível e aromas especiais, essa massa que, segundo as senhoras de engenho, não pode ser “apilada”, ocupa hoje lugar de destaque na culinária contemporânea e é estampado pelo mundo a fora! Cheio de sabor e sem frescura, “sustento” do povo nordestino. Cidadão honorário brasileiro.
Cuscuz enformado de camarão INGREDIENTES
PREPARO
2 xicaras de fubá de milho (hidratar com 1 xícara de água)
Refogue as verduras com azeite. Acrescente 1 kg de camarão pequeno. Ajuste o sal e tempere com a pimenta. Junte a isso 100 ml de leite de coco. Continue mexendo em fogo baixo. Coloque sua massa de fubá. Mexa vigorosamente. Quando a massa de fubá estiver cozida, coloque numa forma untada com azeite. Espere esfriar e desenforme. Sirva frio. Na hora de servir, decore com folhas de salsa e tomatinho cereja. Experimente fazer em forminhas pequenas.
1 kg de camarão (pequeno) limpo Azeite para untar 1 cebola picada 1 pimentão picado 100ml de leite de coco Salsinha a gosto Sal e pimenta a gosto
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Destino certo Por Antonio Maria do Vale Colaborou Marcio Mrotzeck Fotos Arquivos Lopana
Ao completar seus 10 anos, o Lopana transcende o status de bar de praia, implanta um novo conceito de negócio e transforma-se em ponto turístico da capital alagoana. Dia de sol em Maceió e você logo pensa: “hoje vai dar praia!”. Vai mais além e imagina o cenário, acontecimentos e personagens perfeitos: a vista deslumbrante sob o guarda-sol, o banho de mar, um petisco sobre a mesa e bebida gelada na mão, tudo isso com pessoas interessantes para um bate-papo e com os pés fincados na areia. Encontrar tudo isso num só pacote parece impossível, mas experimente perguntar a alguém na praia onde fica este lugar e as chances de ter a mesma resposta são enormes. Mesmo não sendo, o roteiro descrito acima poderia ter sido copiado do conceito que qualquer dicionário daria ao mais lembrado bar de praia da capital alagoana, o Lopana, que, ao completar seus 10 anos, seria o retrato fiel deste discurso. Localizado no trecho em que a Pajuçara e a Ponta Verde se confundem, o lugar
rompeu com o simples status de bar e, como citou Álvaro Garnero, “Lopana é hoje o que toda barraca de praia gostaria de ser quando crescer”. Sua referência ultrapassou fronteiras e o colocou como destino certo para quem visita Maceió, entrando no hall de pontos turísticos e figurando como cartão-postal. Temos poucos exemplos iguais ao Lopana e todos se perguntam: qual a receita secreta de seu sucesso? Muitos são os ingredientes e alguns deles foram fundamentais para que a barraca se transformasse em sinônimo de excelência a beiramar. Três deles são palavras de ordem permanentes e podem ser caracterizados como o tempero que dá aquele toque especial. Comprometimento, ousadia e inovação caminham em paralelo desde o início da história do Lopana, que já nasceu diferente, sendo fruto do que podemos chamar de persistência.
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Imagem adaptada de foto original de Chico Brand達o
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A trajetória... CAPA
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O sonho de ter o próprio negócio sempre foi um firme propósito na vida do empresário Eduardo Palmeira Salles. Antes disso, fez de tudo um pouco, começou cedo, aos 18 anos já era representante de vendas de laticínios e açúcar, ao mesmo tempo em que atuava como corretor de imóveis. Aos 21 anos, casou-se e logo em seguida abria as portas de seu primeiro empreendimento, a Colt 45, uma loja especializada em produtos para caça e pesca que durou 10 anos. Em paralelo, nesta mesma época, também administrou uma fazenda de búfalos e coqueiros em Passo de Camaragibe. Viajou bastante neste período, aprendeu muito também, principalmente que o comprometimento é importante para qualquer negócio ir em frente. Guardava ali o primeiro dos ingredientes fundamentais para o sucesso. O espírito de empreendedor persistiu e, partindo para novos rumos, muito pouco tempo depois abriu, com mais dois sócios, uma loja de informática, a PCenter. Trajetória que ainda seguiu com revisão automotiva. Mesmo com as experiências que não vingaram, não desistiu e a grande sacada não poderia vir de forma mais inspiradora. Junto com a esposa, a arquiteta Christine Porto Salles, conversava a esmo num banco de areia da Ilha da Croa, na Barra de Santo
Antonio; quando, entre assuntos diversos, se perguntaram: “porque não tentamos abrir alguma coisa?”. Talvez por influência do lugar, Christine, com quem Eduardo vive há 28 anos, sugeriu algo que remetesse à qualidade de vida, para eles e para os clientes. Eles não imaginavam, mas aquele momento representava a pedra fundamental do que hoje é motivo de orgulho para o casal, que nunca abandonou a ideia fixa de fazer sucesso com algo fora do habitual. Planos definidos, agora era a hora de por a mão na massa. E quem disse que as coisas seriam fáceis? Começaram procurando barracas, quatro delas formaram a dúvida inicial que acabou com a escolha de uma barraca acanhada, com estrutura danificada, mas que se encaixava no projeto de construir do zero; tinha uma bela enseada, estacionamento, ausência de ambulantes, tudo perfeito para ser explorado. Na época, Adinho, como é conhecido entre os mais próximos, e Christine, foram ao Rio de Janeiro e São Paulo. Como praticavam muito esporte, pensavam em criar algo natureba, o Rio era uma referência em relação à atividade física e São Paulo um conceito associado à comida natural. Aproveitando o processo de reurbanização da orla de Maceió, a antiga barraca veio abaixo e ergueu-se a primeira versão do Lopana, que era à base de muita salada, açaí, sucos e grelhados. Os seis primeiros meses foram duros. Em números podem ser representados por 8kg perdidos e muitas noites de sono. O projeto inovador esbarrava na burocracia, que insistia em limitar ideias, não podia alterar o piso, instalar ar-condicionado, proteção de vidro. Como apresentar um novo conceito diante de tantos impasses? Ninguém acreditava na nova proposta e o casal
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Ideia fixa Eduardo e Christine sempre buscaram algo inovador, fora do comum.
precisou de muita paciência, tudo era novo naquele ramo, se foram os almoços em família, a qualidade de vida esperada, investiram tudo que possuíam na construção da barraca. As dificuldades não foram poucas, tudo parecia ir à contramão do que fora planejado. O dia-a-dia trouxe os ajustes necessários e a experiência foi se moldando com o tempo. Como o próprio Adinho nos disse, nunca fez faculdade, se formando na escola da vida. Independente das dificuldades, a barraca se tornou parada obrigatória para quem buscava alimentação saudável e despertou a curiosidade não só dos parentes, amigos e esportistas de plantão, sendo alvo também de famílias inteiras, empresários e muita gente que, ao menos de vez em quando, decidiu trocar a tradicional tapioca ou acarajé por algo menos calórico. Mas era preciso mais, ou então o Lopana seria num futuro bem próximo apenas mais uma barraca dentre tantas outras, entrava em cena o segundo ingrediente fundamental, a ousadia, era o momento de adaptar-se. Para isso, nada mais eficiente do que ouvir os clientes e o principal questionamento era: “com tantas frutas, por que não servem caipiroscas?”. Relutaram no início, insistiram em não vender bebida alcóolica, porém, como diz o ditado, a voz do povo é a voz de Deus, e decidiram atender aos pedidos, o Lopana começava a moldar-se de acordo com seu público, embora sem perder a essência que imaginavam para o local. Muitas vezes a casa ficava vazia, recebiam propostas de investimento caso quisessem seguir um modelo tradicional, visar o lucro por si só, mas nada os desvirtuavam do conceito central que tinham na cabeça, queriam seguir o caminho que traçaram, continuavam a dizer não e a postura se mantinha a mesma independente das dificuldades que surgiam. Foram três anos de trabalho árduo, sem retorno financeiro, tudo era revertido em melhorias, e todos começaram a entender o que Eduardo e Christine buscavam. A identidade visual tinha a cara de Alagoas, as pessoas notavam o filé, o detalhe das luminárias, todos os elementos que caracterizavam a barraca, a riqueza de detalhes que continha chitas nos ombrelones, mesas de tampo de jaqueira, pufs de taboa, tudo de norte a sul de Alagoas que encantavam os clientes. Todos indicavam a barraca, passaram a receber mais turistas e, aos poucos, a dedicação começava a gerar resultados. Eles não eram mais uma barraca, eram “A barraca”. A ideia de trazer as pessoas de volta à praia surtia efeito, uma mudança de hábito foi incorporada e o corredor de coqueiros entre a Pajuçara e a Ponta Verde tornava-se o espaço preferido de quem buscava diversão na orla da capital alagoana. Adinho lembra que não foram poucas as ocasiões em que pensou em desistir, hoje ele entende que os obstáculos foram na verdade provas de fogo que precisavam ser vencidas, um aprendizado crucial para alcançar um modo de administração ideal, gerenciar crises faz parte do processo e superá-las só torna o negócio ainda mais sólido. No começo tinham apenas 20 funcionários, bem diferente dos mais de 80 atuais, e o orçamento não permitia um organograma muito extenso. Eduardo se dividia entre múltiplas funções, uma válida experiência que contribuiu para uma visão geral do negócio. “Tudo se apresentava muito complexo no início, um comércio novo com contabilidade, compra, venda, atendimento; tudo sendo realizado por nós. Hoje conheço o trabalho por inteiro, do fornecedor ao garçom, passei por toda a cadeia e sei como tudo funciona”, disse Adinho, que mantém a rotina de checar de perto a funcionalidade da barraca.
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A barraca...
CAPA
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Aparentemente, tudo pode parecer comum: você chega, é direcionado a uma mesa, o garçom te entrega o cardápio, haverá música ambiente ou ao vivo; tudo como manda a cartilha de qualquer bar ou restaurante. Entretanto, enquanto você aguarda o seu pedido, basta um olhar mais crítico para notar que existe algo diferente no lugar. Sempre preocupados em manter uma melhoria contínua no negócio, Eduardo e Christine identificaram que para oferecer o melhor serviço um detalhe seria decisivo: entender a diferença entre “fazer” e “como fazer”. Pensando nisso, tudo é realizado ou construído com o propósito do novo. Uma das peculiaridades que o mais diferencia de outros bares da orla de Maceió é o layout multifuncional, que o coloca na tênue fronteira que separa as categorias de bar e restaurante. Não importa qual seja o seu pretexto, tudo poderá ser direcionado ao local. Partindo do desejo mais comum, se quiser pegar um solzinho e dar um mergulho no mar, a melhor opção será a área externa, na areia, onde espreguiçadeiras à beira mar são uma ótima opção de relaxamento. Tem um almoço de negócios e quer surpreender os convidados? Opte pelo espaço fechado em vidro, com arcondicionado e que não privará ninguém da bela vista. Reuniu os amigos e quer bater papo no final de tarde? A principal área do estabelecimento, com mesas e cadeiras bem rústicas e uma
decoração cheia de regionalidade, vai fazer a conversa render. Por volta das 17h30, uma pequena pausa para apreciar o pôr do sol inesquecível. Nessa hora, todas as câmeras ficam a postos para fotos que farão muita inveja nas redes sociais. Se der uma esticadinha, poderá jantar por ali mesmo, trocando de turno com a trupe da paquera, que começa a chegar por volta das 21h para a primeira parada da noite que, para eles, está apenas começando. Os elementos decorativos bem regionais implicam charme à casa. Os já citados coloridos tecidos de chita nos ombrelones, as luminárias de bambu e as bolinhas de gude nas mesas compõem o principal espaço do Lopana. A corrente de barco, utilizada na cerca de eucalipto de reflorestamento, foi adquirida num ferro velho e, cercando a barraca, reporta o local aos antigos piers. As cores do fardamento, criados por artistas alagoanos, estão relacionadas a uma identidade regional, cana-deaçúcar, jangadas, mangue, gogó da ema, caranguejo, além de possuírem detalhes como o Bico Singeleza, que é Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas. A forma como as coisas funcionam no local também se difere do habitual. O bar foi o primeiro a possuir comanda eletrônica, pioneiro no clube do whisky, nos botões de chamada sobre as mesas e na disponibilização de wi-fi para os clientes, além de atentar-se para pequenas mudanças que, no final, fazem grande diferença, como, por exemplo, substituir os baldinhos de gelo por bolsas térmicas. Tudo é bem dinâmico, porém, as novidades com o passar do tempo se tornam comuns e o desafio de inovar é inflexível. Neste contexto, buscar sempre a melhor se apresenta como solução e, muito provavelmente, seja a principal responsável pelas constantes surpresas que por lá acontecem, uma característica
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marcante que gera reconhecimento. Desde 2008 que a casa conquista o prêmio de melhor barraca de praia da revista Veja, além de ter sido considerado o melhor lugar para ir a dois em Maceió e possuir uma cozinha também premiada. Diante de tanto sucesso, não faltam convites para parcerias e expansão. O Lopana já poderia ter se tornado uma franquia e estar presente em cidades como Fortaleza, Recife, Aracaju, João Pessoa, Natal, Salvador, Rio de Janeiro e em cidades que estão a quilômetros do mar, como Brasília. Até mesmo em Maceió uma segunda versão indoor já poderia existir em um dos shoppings da cidade, que colocaria no projeto até uma praia artificial. E por que a ampliação ainda não aconteceu? O empresário explicou que as oportunidades não estão sendo descartadas e que neste momento apenas preferiu focar sua decisão naquilo que tanto perseguiu e que agora finalmente conquistou, trabalhar com prazer. “Com Christine cuidando da parte financeira, tenho tempo para me dedicar ao que mais gosto, que é a área comercial, acompanhando tudo de perto. Temos um setor de produção onde costumo opinar, não perco o foco, não quero que o crescimento me tire tudo que conquistei, não busco dinheiro em detrimento da qualidade de vida”. Embora alguns convites sejam rejeitados, geralmente por fugirem do conceito do negócio, o casal lembra que, sem os parceiros certos, nada seria possível. Uma cadeia de qualidade é crucial para oferecer aos clientes o que há de melhor e, em si tratando de Lopana, a lógica primária da oferta e demanda não se limita ao que está associado à funcionalidade do bar. “Conquistamos uma credibilidade a ponto de formarmos parcerias que nem são do nosso ramo”. O anfitrião aposta também que um dos principais fatores determinantes para o sucesso de seu negócio está numa sucessão de encontros. “Somos um conjunto: a praia, a enseada, a estrutura aconchegante. O fato de não podermos crescer fisicamente nos torna ainda mais exclusivos. Sem falar no cuidado que temos na atenção dada aos clientes e também aos nossos colaboradores, eles são os verdadeiros responsáveis pelo nosso sucesso. Não há como retratar um segundo Lopana em nenhum outro lugar”. E para manter essa perfeita interação não faltam esforços. Além da manutenção na infraestrutura, investir nas pessoas é ação primordial. Captar, reter e capacitar a melhor mão de obra contribui muito pra um serviço com excelência. “Analisamos qualquer falha cometida e elas não são absorvidas com desânimo, mas sim. como lembrete que podemos ser ainda melhores naquilo que nos propomos a fazer, estamos atentos a qualquer ação que possa ser melhorada”, disse Adinho, contando que tem colaboradores que o acompanham desde o início, uma fidelização importante para o entendimento da proposta da barraca. Hoje, eles contam com o apoio de assessorias jurídica, contábil, de imprensa e marketing, além de uma consultoria de gestão operacional. A estratégia é parte do negócio. No caso de seus colaboradores internos, já são três anos de monitoramento e tudo é pensado e planejado nos mínimos detalhes, com destaque para o aperfeiçoamento constante. Preocupação estendida aos fornecedores, que também passam por um processo de inspeção. No final, tudo resulta em qualidade transportada aos clientes. Adinho faz questão de reconhecer a importância desses cuidados e da sua relação com seus colaboradores: “Temos um canal de comunicação muito ativo, tenho sorte de ter colaboradores em que posso confiar. Posso passar um mês distante da barraca, em busca
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de aprendizado e melhorias, e sei que as coisas funcionarão bem”, ressaltou, revelando que este pacote administrativo ganhou até nome, o F.I.C.O. (Focar, Inovar, Copiar e Ousar). Para se reciclar, não economizam em pesquisas e viagens. Sempre que retornam de algum lugar trazem na bagagem algo diferente para ser implantado. E isso não acontece só quando estão longe. Observam tudo, evitam a zona de conforto, estudam muito e, numa pequena frase de um livro, por exemplo, podem encontrar a grande sacada para o verão. Adinho não deixa nada passar despercebido, é exigente e criterioso não só com colaboradores e parceiros, antes disso, se cobra constantemente. O feedback direto faz parte da rotina, conversa com os clientes, visita as mesas, ouve não só os elogios, guardando principalmente as críticas construtivas. A sinergia é difícil de ser explicada, a não ser nas palavras do dono, que costuma dizer que “o Lopana é um local iluminado, que
Por que Lopana? Encontrar o nome ideal não foi tarefa fácil. As sugestões apareciam com as mais variadas palavras, “Beach”, “Paradise”, “Sunset” e tudo quanto é nome alusivo à praia surgiam aos montes. E mais uma vez o acaso nos trouxe uma grata surpresa. Atento e, principalmente, curioso, Eduardo Salles estava numa agência de comunicação visual quando se deparou com um dicionário de alagoanês sobre o balcão. “Quando bati o olho em Lopana, me veio a cabeça chopana, cabana e a relação direta com um lugar aconchegante”, disse Adinho, lembrando que Major Elza o teria explicado que antigamente o termo era usado para definir algo bacana, de grandeza física, admirável, quando se dizia que era “lopa” ou “loprana”. Vasculhando na internet, descobriu também que se tratava de uma ilha do Havaí. A numerologia também ajudava e não restou mais dúvida, encontrara o nome perfeito, que virou tema de música e até verbo: o lopanear.
já teve suas dificuldades e as superou, se auto reciclando, tendo vida própria”. Segundo ele, a ideia de se tornar um dos principais bares de praia do Brasil nunca passou pela cabeça, embora tenha compreendido essa consolidação há alguns anos. “Percebemos a grandiosidade do nosso negócio quando, espontaneamente, passamos a ser notícia. Vieram os programas de TV e as pessoas nos procuravam e perguntavam: vocês viram a reportagem sobre vocês na revista tal? Ficávamos surpresos e corríamos pra banca pra conferir”. A ficha caiu de vez quando decidiram realizar as aberturas de verão. No segundo ano do evento, eles receberam a visita do Programa 50 por 1 da Record, onde Álvaro Garnero percorre cidades ao redor do mundo mostrando o que há de melhor em cada uma delas. No dia da gravação tudo aconteceu como manda o figurino, a praia era o melhor dos cenários, a música era contagiante e as pessoas estavam num astral que nunca haviam imaginado. “Garnero chegou a nos perguntar se tudo aquilo tinha sido ensaiado, se parte daquelas pessoas estavam sendo pagas. Respondi sem pensar, mas da melhor maneira possível, dizendo que não, que o Lopana era assim mesmo, um lugar mágico”, lembrou Adinho. E “se aquela ainda não era a Maceió de Garnero”, lembrando o jargão que o apresentador sempre usa em seus programas, para Adinho, aquele sim, era o seu Lopana. “É muito gratificante ver a sua ideia, o seu negócio, se transformar num ponto turístico e possuir características que remetem a cultura local”, comentou. Tecnicamente não existe uma fórmula pronta para o sucesso de bares de praia. É verdade que possuem peculiaridades como, no caso da barraca alagoana, andar apenas 10 metros para chegar ao mar e sofisticação a um passo da areia. Com uma simplicidade que beira a complexidade, eles possuem apenas uma coisa em comum: uma vez que você visita, vai embora com planos para um breve retorno.
De cara nova: Sempre se reinventando, o Lopana contínua remodelando sua marca e apresenta a versão para o próximo verão Uma revista com a cara do Nordeste
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Os sabores... CAPA
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Você pode ser fisgado de várias maneiras no Lopana. Se for um apreciador da boa culinária, então, terá sempre bons motivos pra voltar à casa, que tem em seu cardápio receitas que darão água na boca ao final desta leitura. Misturando a alta gastronomia com uma boa pitada de regionalismo, as opções vão dos petiscos à base de muito fruto do mar a deliciosos pratos ideais para o almoço ou jantar, tudo direto da cozinha premiada por revistas como o Guia Comer & Beber da Veja Maceió. A lista dos prazeres tem a herança de muitos chefs renomados como Jonatas Moreira, Ana Silva, Thiago Maia e Wanderson Medeiros, que assinam muitas das delícias, como a “Carne de sol ao molho Funghi”, que acompanha arroz com castanhas de caju, castanhas do Pará e amêndoas, criada por Wanderson especialmente para o Lopana. Quando uma receita nova é apresentada, antes de ir parar no cardápio, passa pelo crivo de uma série de especialistas. Adinho faz questão de provar um a um e, com muita frequência, costuma convidar os amigos para fazerem parte da degustação inicial. Não faltam candidatos a cobaia neste caso.
É quase impossível decidir o carro-chefe da barraca. O “Camarão de Parma” vem com unidades de camarão Vila Franca empanados com queijo parmesão acompanhados de rúcula, tomate seco e maionese de limão. Na versão “Singeleza”, assinada pelo chef Jonatas Moreira, eles vêm salteados levemente ao creme, sobre cama de purê de banana, com chips de bacon. As “Mini bruschetas de Beijú” são gratinadas com camarão e queijo parmesão e acompanham molho Pesto alagoano. O “Arrumadinho de Carne de Sol” traz pedacinhos de carne em cubos, farofa de bacon, feijão verde, queijo coalho e macaxeira. Se quiser mais carne de sol, poderá optar pela “Lopanesa”, com tirinhas de carne acompanhadas de purê de banana e creme de queijo coalho gratinado. Para quem está na areia, apreciando o visual mais próximo do mar, a briga é ferrenha entre os camarões “Crocante” e “Charmoso”. O primeiro deles com camarões fritos, levemente empanados, acompanhados com maionese de limão e limão à francesa; e o segundo, com 300g de filé de camarão na manteiga, limão com alho, ervas e maionese de limão. Isso, sem falar no tradicional caldinho de feijão, na agulhinha frita, na isca de peixe, no pastelzinho, na casquinha de siri... que, no Lopana, sempre terão um toque e sabor diferentes. Pra quem almoça no local, na hora da sobremesa não há como resistir ao “Mix nordestino”, onde mini rocamboles são dispostos
Camarão de Parma
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CamarĂŁo Singeleza
Mix nordestino
Arrumadinho de carne de sol
Mini bruschetas de BeijĂş
Carne de Sol Lopanesa
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92 sobre calda de goiabada, acompanhados com sequilhos de Maragogi, rapadura e queijo coalho. Existe algo que tenha mais a cara de Alagoas do que isso? Essa combinação perfeita somada as outras opções como o “Sorvete alagoano”, no sabor tapioca e com cobertura de licor caseiro de cana-de-açúcar; e a “Cartola”, com banana frita, queijo manteiga, calda de chocolate, castanha, açúcar mascavo e canela, fará qualquer um sair do regime. Não há disciplina que vença a gula diante de uma dessas delícias. Tem como escolher algo de cara com um cardápio desse? E por falar nele, por si só já é um diferencial a parte, sendo sempre confeccionado com produtos ligados a nossa cultura, como coco e bambu, tendo hoje capa de madeira com detalhes talhados. Na hora de escolher uma bebida, nada de facilidade. A dúvida irá persistir em razão dos drinks que são preparados por bartenders de primeira linha. Os nomes são sempre sugestivos e a aparência só ajuda na vontade de provar cada um deles (Ops! Beba com moderação!). Lopânico, Mojito, Blue Moon, Maberry e Orange Blosson encabeçam o TOP 5 da casa, que possui uma equipe
antenada que vive experimentando novas combinações, como o Hexa, drink criado para a Copa à base de maracujá, curaçau blue e folhas de hortelã. Os sucos não economizam nas frutas regionais e, além da oferta de sabores unitários, não faltam opções casadinhas como laranja com beterraba, laranja com cenoura, laranja com manjericão, abacaxi com hortelã e morango com laranja. O sucesso é tão grande que gerou premiação, mais uma vez do Guia Comer & Beber, agora conquistando a categoria de melhores sucos. O mesmo leque se estende às caipifrutas que, com vodka, cachaça ou sakê; caíram no gosto dos clientes e estão entre as mais pedidas. Se preferir a insubstituível cerveja gelada, os baldes com long necks são práticos e agradam a gregos e troianos. No caso de uma comemoração especial, versões de Chandon se tornaram o xodó do Lopana, tanto que o bar se tornou a casa do Chandon no Nordeste, o lugar onde mais se vende champagne na região. Clube do whisky, vodkas importadas, cachaças artesanais e uma excelente carta de vinhos completam o time super selecionado.
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Sobe o som... A boa música é outro atrativo permanente no Lopana. Com os mais variados ritmos e estilos, a trilha sonora da barraca é bem eclética, influenciando inclusive no clima da casa que, de acordo com quem estiver no palco, pode oscilar entre o agito de uma boate e a tranquilidade de um botequim. Abrindo espaço, especialmente, para músicos alagoanos, do começo do dia ao fim de noite, diversos artistas se revezam num apanhado de sons que tornam o clima no ambiente ainda mais aconchegante. Cedinho, antes mesmo da casa abrir, a rádio Lopana entra no ar já embalando seus próprios colaboradores no início do expediente e aqueles que costumam se exercitar pela manhã passando em frente a barraca. A Playlist tem muito pop rock, disco e MPB, e está recheada de versões acústicas de grandes hits internacionais. Depois do aquecimento das caixas de som, todos os dias há uma atração ao vivo na agenda. De terça a quinta, todas as noites, a partir das 20h, a animação fica por conta de bandas de blues, bossa nova e bastante MPB. Da sexta em diante, as apresentações aumentam e começam bem mais cedo. Até o domingo, já a partir das onze da manhã, o lineup é comandado pelas mãos nervosas de Djs como Felipe Vieira, Arthur Vasconcelos e Rodrigo Lima que, com sete anos de parceria, é o mais antigo da casa. Eles costumam permanecer nas pickups até o famoso pôr do sol do local, quando a energia que envolve o fim de tarde da casa é contagiante. Tudo conspira a favor, o cenário, as pessoas e a música. Quando a noite chega, uma levada mais leve entra em cena e a vez é do pop rock, mostrando as nuances que um único dia de Lopana pode oferecer. O vento também muda e a brisa é componente ativo na acústica do lugar, ajudando a ecoar o som da dupla infalível “voz e violão”, uma das principais vertentes noturnas do ambiente. A cantora Fernanda Guimarães é representante fiel do estilo e é uma das principais referências musicais do Lopana. A luz baixa e o volume na medida certa produz um clima ideal para os apaixonados. Não é à toa que a casa foi premiada pela Veja Comer & Beber como o melhor lugar para ir a dois e com a melhor música de Maceió.
Nas pickups Arthur Vasconcelos, Rodrigo Lima e Felipe Vieira comandam o agito na casa
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Passeio obrigatório Quem nunca visitou as piscinas naturais de Pajuçara não sabe o que está perdendo. E que tal desfrutar das águas tórridas e transparentes de forma mais exclusiva? O Lopana oferece a seus clientes uma esticada até as piscinas através de seu catamarã, um fiel pedacinho da casa que se lança ao mar. Os passeios podem ser realizados em duas modalidades: a convencional, onde o custo é individual e as saídas em grupo; e a exclusiva, onde o catamarã pode ser alugado com exclusividade por um período de 4 horas. Em ambos os casos, a capacidade máxima é de 58 pessoas, que desfrutam do mesmo serviço da barraca numa estrutura flutuante com banheiro, área coberta com mesas e toda a segurança exigida para uma embarcação. Por ser realizado apenas na maré baixa, o passeio deve ser consultado com antecedência, principalmente de novembro a fevereiro e por aqueles que pretendem alugar o catamarã.
Os eventos... CAPA
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Na alta temporada, tudo é maximizado no Lopana e vários eventos são organizados para deixar a casa ainda mais atraente. Para comemorar a chegada da estação mais esperada do ano, em novembro, a barraca realiza sua abertura oficial do verão, um evento para 2 mil pessoas com 12 horas de agito com as melhores bandas da cidade. A faixa de areia entre a barraca e o mar se torna pequena diante do número de visitantes neste dia.
Nas férias, uma versão ampliada é realizada durante sete dias consecutivos, é o Alto Verão Lopana. Com sol a pino, os atrativos habituais da barraca, somados ao convidativo mergulho na enseada da Pajuçara, se transformam no melhor lugar para quem quer começar o ano com muita diversão. Das primeiras horas da manhã até a madrugada, muita gente sequer arreda o pé do local, se perde a noção do tempo e muitos que queriam apenas pegar uma praia se veem na barraca bem depois do sol ter ido embora. Neste momento, é comum ver muitos clientes transformarem as areias da praia em pista de dança. Apesar de contar com o apoio de sua assessoria, Adinho é um pensador nato. Dormindo ou acordado, as ideias estão em permanente ebulição em sua cabeça. Muitas delas sequer se
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transformam em rabiscos no papel. Contudo, quando alguma coisa é colocada em pauta, muito dificilmente não se transformará em algo grandioso. Assim aconteceu numa noite de insônia, quando imaginou um evento náutico. O pensamento, pode-se assim dizer, pode ser caracterizado como a pedra fundamental do que mais tarde se tornou o Lopana Phoenix Fest, hoje, o maior evento náutico do Brasil. Realizada no início de janeiro na paradisíaca praia do Gunga, a maior festa náutica do país contou, em sua quarta edição, com mais de 700 embarcações e mais de 10 mil pessoas participando do encontro comandado por bandas que se apresentaram num mega palco flutuante. Visto de cima, não há como não se surpreender com o tamanho do evento, que em 2015 poderá acontecer em outras águas. O verão se estende e na prévia-carnavalesca da capital alagoana, que acontece um final de semana antes do Carnaval, mais uma atração. Com cerca de 150 mil pessoas na praia de Pajuçara, o bloco Pinto da Madrugada anima os foliões durante o seu desfile, dia em que o Lopana se transforma num camarote VIP. São 500 pessoas se divertindo com toda estrutura e conforto de sempre, um dia para esquecer os problemas e se dedicar, única e exclusivamente, as marchinhas e ao frevo. Com gostinho de quero mais, a alta temporada tem sua despedida também com festa, quando a casa organiza seu último evento com o Encerramento de Verão, realizado em março. Grandes atrações musicais mais uma vez sobem ao palco não para um adeus, mas para um até logo. Em Maceió, o clima de férias não se encerra. Por aqui é verão o ano inteiro e o Lopana ratifica a afirmação. Inovando sempre, é uma atração em todas as estações. Se revigora, se reiventa, cativa a todos porque a cada visita surpreende. É um constante novo Lopana.
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Pitada brasileira Com noivas assassinas no palco, peça americana faz sucesso em Hollywood e expõe o talento de Rachel Grate. Saiba um pouco mais sobre o espetáculo e conheça a atriz que tem brasilidade correndo nas veias. Inspiração artística, trabalho de pesquisa, aulas de atuação e muito talento são elementos importantes para se destacar em um mercado competitivo e cheio de nuances como é o de Hollywood. O trabalho extensivo não traz garantias, mas sensação de se poder viver o sonho de atuar no mais conhecido centro artístico e cultural do mundo parece servir de moeda para gente. “Ninguém nasceu realmente em Hollywood”. Essa é uma piada local, pois dificilmente você encontrará uma pessoa que realmente nasceu em Hollywood. As pessoas chegam de todos os lugares do mundo para tentar uma carreira bem sucedida, estabelecem um prazo de no mínimo um ano (geralmente) e vão à luta todos os dias. Dessa
forma o fluxo de rostos novos se renova a cada temporada e uma mistura cultural intensa acontece por aqui. Decidi checar na prática o processo estrutural e criativo do Grupo Teatral Fugitive Kind, formado por um talentoso grupo de atores que como tantos outros buscam a fama e o reconhecimento, e que no último mês interpretou com muito sucesso, com direito a premiação “Ovation Recomended” (um importante prêmio de destaque local), a peça The Pliant Girls, inspirada na obra de Aeschylus the Suppliants, que se tornou uma das mais comentadas produções teatrais independentes da última temporada, que teve a adaptação da obra escrita pela escritora e diretora Meghan Brown.
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Sobre a peça A obra The Pliant Girls conta a história de 50 noivas que buscam refúgio ainda em suas vestes nupciais apos assassinarem seus maridos. As personagens e irmãs Kay, Leta, Arianna, Courtney e Philomena imploram por suas vidas em uma atuação complexa sobre irmandade contemporânea, amor e perdão. Cabe ressaltar que a peça está “vagamente” baseada na obra de Aeschylus, afinal, a adaptação é recente e expressa pontos de vista políticos e sociais bem atuais. A tragédia cômica que nos ensina sobre amor e cumplicidade também nos faz repensar sobre os valores sociais dos gêneros nos dias de hoje. Visualmente instigante e sexy, a produção voltará aos palcos em janeiro de 2015 para uma nova temporada, dessa vez no tradicional Colony Theatre em Burbank, Los Angeles. Sobre o Fugitive Kind Sobre o grupo Fugitive Kind, nas palavras da diretora da peça e fundadora do grupo, Amanda Mc Raven, “acreditamos que todo o teatro deve começar com alegria. Nós fazemos a experiência do teatro contemporâneo criando eventos experienciais, desprovidos de pretensão. Nosso objetivo é produzir um novo paradigma para o teatro em Los Angeles, refazendo o melhor das histórias de ontem, trabalhando em cima de roteiros tradicionais e os adaptando para a atualidade”. A releitura é uma proposta do grupo que não se atém ao roteiro original em suas produções. Amanda escreve e atua desde a sua infância e começou a dirigir desde os 20 anos, tendo feito mestrado em Direção pela Universidade da Califórnia - Irvine. A diretora ainda comenta sobre o seu conhecimento sobre o teatro brasileiro dizendo que “a América é muito restritiva em suas
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tradições de teatro e o Brasil tem uma cena de teatro realmente emocionante na qual eu gostaria de poder me envolver! Aproveitem o que vocês têm e não permitam que a postura puritana americana e a obsessão com determinado tipo de beleza que temos por aqui os influencie e os leve para longe da verdade artística. Sempre façam a arte que desejarem fazer e se você é um ator, certifique-se de que você tem um coração artístico. Saiba onde está a sua alma. Nós só temos uma vida e temos que gastá-la fazendo a arte que queremos fazer, não importa o que nos digam”, aconselha. Palavras de uma jovem atriz Rachel Grate, atriz principal da peça The Pliant Girls, é uma profissional excepcional que atua desde sua infância. Atualmente trabalhando na produção de curtas-metragens junto a sua comunidade artística e ainda fazendo testes para filmes e comerciais de TV, Rachel é filha de mãe brasileira e pai americano e nos recebeu para falar um pouco sobre sua trajetória e sonhos. “Participo de alguns comerciais que estão sendo executados em todo o país, e os meus episódios de NCIS e NCIS Los Angeles são vistos em Syndcation em todo os Estados Unidos”. O Syndcation é o que conhecemos no Brasil como reprises. Ao participar de uma serie de tv, comercial ou qualquer produção que vá a o ar em determinado período, uma vez que essa mesma produção seja reprisada, todo o elenco envolvido (diretores, atores, equipe técnica) é pago novamente pela reutilização do uso de sua imagem. Ao ser questionada sobre as dificuldades que encontra por ser uma jovem atriz em Hollywood, Rachel oferece uma visão otimista. “Los Angeles está mudando muito e para melhor! Há tantas escritoras incríveis, diretoras e atrizes que estão abrindo o caminho para que possamos interpretar personagens mais interessantes do que os que anteriormente estavam disponíveis para nós.”
Fotos Alen Barbosa
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Numa indústria onde as mulheres são drasticamente subrepresentadas na tela e nos bastidores, até mesmo as estrelas femininas de maior sucesso são pagas significativamente menos do que os homens. Mas esse é um assunto para outra matéria. “Com a ascensão feminina na indústria de Hollywood, muita coisa está mudando sim”, afirma Rachel. Muitos programas de TV têm centros femininos, algo que era impensável até bem pouco tempo. “Então, ser atriz aqui tem sido emocionante. Ainda temos um longo caminho a percorrer, obviamente, mas estamos progredindo e caminhando na direção certa”, acrescentou. Sobre o Brasil Rachel Grate, que é fluente em português, sonha em um dia poder trabalhar no teatro ou na televisão brasileira. “Eu adoraria trabalhar no Brasil! Trata-se de um sonho! Se houvesse alguma maneira de trabalhar no seu país eu gostaria de filmar na Amazônia, algum litoral, São Paulo, Minas Gerais e em Vitória, no Espirito Santo, lugar onde minha mãe nasceu”, contou Rachel com entusiasmo. A mãe de Rachel, Fátima Grate, enquanto viveu no Brasil trabalhou como atriz e produtora cultural. Aqui nos Estados Unidos, ela trabalha ao lado da filha e a direciona em Hollywood.
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TOP 10
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Sem limites Por Amanda Melo
Mais imponentes do que nunca, as obras de engenharia humana transformaram o conceito de insuperável para questão de tempo.
Fotos Divulgação
Ultrapassar barreiras sempre foi um hábito para o Homem. Superando limites de seu próprio corpo ou desafiando as leis da física, quebrar recordes tem sido uma ação paralela a própria evolução da humanidade. No campo da construção civil, as obras têm se tornado cada vez maiores, impondo desafios que até bem pouco tempo seriam vistos como impossíveis e que num futuro próximo se tornarão vencidos.
Burj Khalifa
Maior prédio do mundo, fica em Dubai e tem 828 metros de altura. Inaugurado em 2010, levou 3 anos para ser construído. Para os que desejam fotografá-lo, um aviso, terá que se distanciar 15 km para que consiga visualizá-lo por inteiro na lente da câmera ou na tela do celular.
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New South China Mall
Com área igual a de 40 campos de futebol, tem 600 lojas divididas em áreas que imitam Paris, Veneza e Amsterdã. São 150 mil visitantes todos os dias.
Fábrica da Boeing
Em Seattle, nos EUA, é tão grande que os funcionários se locomovem utilizando duas mil bicicletas. O prédio tem CEP, corpo de bombeiros, polícia, hospital e subestações de luz. São 13,3 milhões de m³ de área.
Jiaozhou Bay
Construída em homenagem ao aniversário de 90 anos do Partido Comunista da China, tem 42Km e liga a cidade portuária de Qingdao à ilha de Huangdao.
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Muralha da China
Maior obra já realizada pelo homem, tem 21 mil km de distância e foi contruída em 309 a.C. para proteger os Chineses da guerra. É uma das 7 maravilhas do mundo.
Buda da primavera
Localizada na província de Henan, na China, é a maior estátua do mundo com 153m de altura, incluindo o pedestal que a sustenta. Toda coberta por placas de cobre, é 4 vezes maior que o Cristo Redentor do RJ.
Museu Nacional da China
Com 720.000 m², fica em Hong Kong, na China. Concluído em 1959, é uma das 10 grandes obras que celebraram o 10º aniversário da fundação da República.
Aeroporto de Dubai
Com capacidade anual para 12 milhões de toneladas de carga, tem uma pista de 4,5Km para o Airbus A380. Mais de 160 milhões de pessoas passam por ele todos os anos.
Hidrelétrica Três Gargantas
No rio Yang Tsé, na China, tem 95m de altura e 2km de extensão. Ao represar 40 trilhões de litros de água, tornou os dias 0,06 microssegundo mais longos e deslocou em 2cm o eixo de rotação do planeta.
Rungrado May Day Stadium
Maior estádio do mundo, tem 329.000 m². Construído em 1983 em Pyongyang, na Coréia do Norte, para as olimpiadas de 1984, pode acomodar 150.000 pessoas.
DIÁRIO DE UM VIAJANTE
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If you're going to
San Francisco
Texto Greggory Wood Fotos Alen Barbosa
Caminhar por San Francisco pode se transformar numa inesquecível aventura. Além da Golden Gate, do Fishman’s Wharf e do Pier 39, viva também a experiência de conhecer o lado cultural agregado ao estilo de vida da cidade.
Sem seguir rotas turísticas, saímos pelas ruas de San Francisco para desvendar o que há de mais interessante nas entrelinhas de uma das cidades mais charmosas dos Estados Unidos. Para nossa surpresa, descobrimos que longe do roteiro tradicional as atrações se tornam ainda mais surpreendentes. Primeira parada: The Mission District. Também conhecido como “The Mission”, no nosso ponto de partida encontramos estúdios, galerias, projetos de arte e espaços super criativos. Para os amantes do cinema, é possível, por exemplo, assistir a um filme no Roxie Theater, o mais antigo cinema em funcionamento contínuo em San Francisco e anfitrião de repertório de filmes independentes, bem como festivais de cinema locais.
Bay Bridge vista do embarcadero
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É também no Mission District que está localizado o prédio mais antigo de San Francisco, o Mission San Francisco de Assis. Caminhar em Mission District é sempre estimulante aos olhos, ao paladar e a todos os sentidos. Uma caminhada cheia de arte e cultura, berço de novas ideias que surgem entre as mais variadas construções antigas. A fome chega rápido quando se caminha e experimentar cozinhas diferentes é sempre uma opção interessante. Optamos pela cozinha venezuelana do Pica-Pica e o prato escolhido foi a especialidade da casa, Arepas, uma massa de milho grelhada que pode ser a branca “clássica” ou a amarela que tem um sabor doce. Recheada com frango grelhado, feijão preto, tomate fatiado, queijo fresco e molho guasacaca, é delicioso!
Roxie Theater
Saímos do Mission District e chegamos até o Yerba Buena Gardens, nosso segundo destino. O percurso foi longo e ir de metrô é a melhor opção, assim você conhece o BART (Bay Area Rapid Transit), o sistema de metrô da cidade que é muito limpo, rápido e eficiente. Descemos na estação Powel que fica nas proximidades do nosso destino e continuamos a nossa caminhada. Além de ser palco de vários festivais e eventos culturais, o Yerba Buena Gardens também abriga uma ice rink, bowling e um museu de arte infantil. Em seus arredores estão localizados vários museus e cafés charmosos. A arquitetura do lugar é funcional e arrojada, com um toque futurista. Seguimos em nossa caminhada e chegamos a Union Square. Nada novo sobre a Union Square a princípio, o lugar continua cercado por lojas, excelente momento de compras para muitos, porém, não sendo esse o nosso foco, decidimos explorar outras peculiaridades do lugar e nos deparamos com o trabalho de uma artista muito talentosa que nos chamou bastante atenção, expondo ali mesmo, no meio da praça. Arlene Diehl desenha modelos vivos. Cavaletes contendo desenhos de corpos em movimento expostos aos olhares. Fomos dar uma espiada e encontramos peças de beleza encantadora, com traços fortes e dinâmicos. Aproveitamos também para fotografar os corações do projeto Hearts in San Francisco, instalação artística criada para arrecadamento de fundos, desde 2004, pelo Hospital Geral de San Francisco. Esses corações foram inspirados na Cow Parade, as vaquinhas pintadas por artistas que encontramos ao redor do mundo em lugares públicos.
Arepa by Pica-pica
Yerba Buena Gardens
Nosso próximo destino foi a Geary Street, onde encontramos arte para qualquer um. O numero 49 da rua é um prédio que possui em alguns dos seus andares galerias de arte abertas ao público, onde você encontrará obras de diferentes preços e estilos. Fique a vontade para olhar e perguntar. Durante os fins de semana há a possibilidade de encontrar os criadores e conversar com eles sobre suas obras. Ainda na Geary, encontrará a San Francisco Art Exchange. Se você gosta dos Stones, Hendrix ou dos Beatles, terá uma bela surpresa: imagens clássicas desses músicos impressas, feitas por fotógrafos e à venda. Saimos da Geary e caminhamos até Chinatown, que em San Francisco é a segunda maior comunidade chinesa do mundo fora Hearts em San Francisco
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da Ásia. Para os que apreciam a culinária chinesa original, essa é uma boa hora para matar a fome. Ficamos com os chás, que são deliciosos. É possível encontrar ainda apetrechos para massagens, óleos e ervas especiais. Uma área bastante turística e agradável aos olhos e ao paladar. Chinatown em San Francisco e diversão garantida. Ainda estávamos na metade do nosso dia quando decidimos que caminharíamos até a área do Embarcadero. Antes, demos uma pequena parada no Transamerica Pyramid, localizado no distrito financeiro, porque vê-lo de longe é tão bom quanto vê-lo de perto. O Transamerica tem o formato de uma pirâmide e é o prédio mais alto de San Francisco, com 260 metros. Depois de muitos cliques seguimos finalmente para o Embarcadero. The Ferry Bulding Market Place é um lugar que não pode deixar de ser visitado por vários motivos. Além de a construção histórica ser belíssima, as iguarias a venda são deliciosas. Acme Bread para os amantes do pão, Miette para os loucos por doce, Blue Bottle Coffee para os apaixonados por café e, aos sábados, tem Farmer’s Market, um mercado onde os alimentos são vendidos diretamente pelos agricultores, tudo bem natural.
A vista da Baía do Embarcadero é inesquecível, de onde é possível avistar a Bay Bridge e toda a sua movimentação. A sensação é bem agradável e a caminhada tranquila. Visitamos dois piers naquela área, o 7 e o 14, que são construções maravilhosas e com vistas deslumbrantes, especialmente o Pier 7, que é um dos mais bonitos dos Estados Unidos, construído em 1901 para servir tanto a pescadores quanto a turistas, tendo sido totalmente renovado em outubro de 1990. E chegamos a nossa última parada do dia, o Rincon Parque, uma manifestação surpreendente de arte pública ao longo do Embarcadero. A interpretação de tamanho gigante de arco e flecha do amor inspirados no Cupido é uma das atrações, imponente obra de arte criada por Claes Oldenburg, escultor americano bem conhecido por esculpir réplicas gigantes de objetos do cotidiano. Finalizar o passeio em frente a essa obra foi uma declaração de amor a esta cidade incrível, de inspiração ímpar, lugares indescritíveis e de muita história para contar. E se você quer saber mais sobre San Francisco, é só nos contatar (www.superenglishusa.com), criamos itinerários personalizados para brasileiros de acordo com o que eles gostariam de visitar. Será uma ótima caminhada! Pier 7
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Transamerica Pyramid Building
Galerias Geary Street
Market Place
City Hall
Uma cidade com Espírito de Foto Divulgação
RENOVAÇÃO
Muito se ouve falar de San Francisco. Uma das mais belas e visitadas cidades da América, referência cultural e turística mundial e também uma das cidades mais caras do mundo para se viver. San Francisco é uma cidade efervescente, inspiradora e cheia de histórias. Nada parece estar fora do lugar e a sensação que se tem é a de que existem sim cidades perfeitas e aquela é uma delas. Mas se você for um pouco curioso e não se contentar apenas com a sensação de se estar em um dos lugares mais desejáveis do mundo, irá descobrir que San Francisco tem muita história para
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Por Alen Barbosa
contar. Essa é uma cidade que já foi reconstruída mais de uma vez, sobrevivendo a dois terremotos catastróficos (O primeiro em 1906, de magnitude 7.8, e o segundo em 1989, com 6.9). Dessa forma, compreenderá que San Francisco é muito mais do que um “rostinho bonito”. Quando se deparar com a arquitetura deslumbrante que mistura construções históricas com prédios modernos e ao ir de encontro a área portuária onde está localizado o Embarcadero Center, o Ferry Building Market Place e a famosa Bay Bridge, saberá que em um momento anterior, esse mesmo lugar esteve em chamas e sob escombros. O que aconteceu com
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aquelas pessoas e com estes lugares é o que faz de San Francisco um lugar tão especial. Você não encontrará sinais de destruição, escombros, baixo astral ou nada parecido em San Francisco. Pelo contrário, em San Francisco tem até um carnaval, com blocos de rua e gente fantasiada; uma comunidade artística influente no mundo todo e projetos maravilhosos de suporte aos artistas. Encontrará diversidade cultural, liberdade de expressão, gente saudável, arte em cada esquina e construções históricas intactas que sobreviveram ao tempo e aos acontecimentos ou que foram restauradas. San Francisco é uma cidade onde o futuro e o passado caminham juntos e onde o tempo presente é pura diversão, além de muita arte. O terremoto de 1906, também conhecido como The Great 1906 San Francisco Earthquake , tirou a vida de cerca de 3000 pessoas e aconteceu numa quarta-feira, no dia 18 de abril de 1906. Cerca de 80% da cidade ficou destruída. Ressaltando que o número de óbitos divulgado pela imprensa da época foi muito inferior a quantidade real de pessoas que perderam suas vidas. Porém, também de acordo com a imprensa, a divulgação dos números
reais faria com que a população se entristecesse de tal forma que não teria a mesma energia e disposição para reconstruir aquela cidade. Paralelo ao terremoto, um incêndio gigantesco tomou conta de boa parte da cidade. No entanto, a reconstrução da cidade aconteceu de forma rápida e eficiente e na mesma semana da catástrofe estavam a postos encanadores, mecânicos, pedreiros, engenheiros e todos os profissionais exigidos para a reerguer tudo, até o próprio povo. As pessoas perderam tudo, entes queridos, casas, bens materiais, mas elas não perderam uma coisa muito importante: não perderam sua dignidade e o desejo de reconstruir o que sobrou. A grande maioria das obras foi concluída até 1915, a tempo para a Exposição Panamá-Pacífico, que comemorou a reconstrução da cidade e da sua “ascensão das cinzas”. Desde 1915 a cidade tem comemorado oficialmente o desastre a cada ano, reunindo os sobreviventes e seus familiares na Lotta Fountain, uma fonte no distrito financeiro da cidade que serviu como um ponto de encontro utilizado para troca de informações sobre parentes desaparecidos durante o desastre.
Chinatown
Ferry Bulding
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Em 1989, outro terremoto, o Loma Prieta, durou não mais que 15 segundos e aconteceu durante a World Series (O campeonato mundial de baseball da Major League dos Estados Unidos). Por conta disso, o terremoto que matou 67 pessoas também ficou conhecido como World Series Earthquake. Também por conta do campeonato, a imprensa presente que estava destinada a cobrir apenas aquele evento esportivo teve a oportunidade de transmitir ao vivo aquela grande tragédia. Deslizamentos, rupturas do solo e desabamentos de prédios fizeram parte do cenário de devastação, além de um apagão que deixou 1,4 milhões de pessoas sem energia elétrica. Os danos materiais causados pela catástrofe atingiram o valor de seis bilhões de dólares, transformando esse desastre natural no mais caro da história dos Estados Unidos. A população mais uma vez não mediu esforços para ajudar as pessoas e reconstruir a cidade, mantendo-se ativa no salvamento das vitimas, o que a certo ponto se tornou um obstáculo para o trabalho dos bombeiros e policiais envolvidos no resgate dos soterrados e desaparecidos, pois sem um treinamento técnico, muitas pessoas começaram a se colocar em situação de perigo.
Houve casos em que a polícia prendeu aqueles que se recusaram a parar de procurar, o que se tornou uma questão política nos dias seguintes. Cerca de 60 membros da Agência de Obras Públicas de Oakland, cidade vizinha a San Francisco que também sofreu bastante com o terremoto, trabalharam no resgate das vítimas. Operários das fábricas também ajudaram nas buscas por sobreviventes, dia e noite, até o dia 21 de outubro de 1989, quando foram forçados a fazer uma pausa pelo presidente americano, na época George W. Bush. A reconstrução das estradas durou 11 anos e o terremoto deu, tanto a San Francisco quanto a Oakland, a chance de reconstruir suas prefeituras, praças e escolas, mais seguras do que nunca, simbolizando um renascimento cívico. Em Santa Cruz, outra cidade da Califórnia muito afetada, com sete mortos, há um monumento iluminado, como um farol, na Pacific Avenue. Assim também é San Francisco, iluminada e sempre pronta para apontar o caminho a seguir, uma sensação bem sintetizada por Scott Mckenzie na canção “If you’re going to San Francisco” (Se você está indo para San Francisco), ao dizer que encontraremos pessoas gentis, em movimento, de uma nova geração, numa estranha vibração.
Lotta’s Fountain
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LilianMrotzeck
Makes iluminadas Que tal um look bronzeado com sensação refrescante! Isso mesmo. A primavera está chegando e com ela uma tendência ainda mais colorida e ousada! A maquiagem também deve ser caprichada, com a pele bronzeada e iluminada, efeito que você consegue com os iluminadores faciais líquidos ou em pó, além de sombra acobreada ou dourada. Sugiro usar uma base com textura leve do tom da pele e um pó bronzeador. Acertando o tom, a pele fica radiante e o restante da maquiagem pode vir leve. Fica lindo com um batom rosa clarinho e muita máscara de cílios!
O meu maquiador, super antenado no mundo fashion já está por dentro de as tendências, ele me dá muitas dicas para uma make do dia a dia. Marque sua hora com Jr. Gavazzi e brilhe mais ainda. Bjus e até a próxima.
Não há limites para o brilho na primavera, seja nos olhos, na bochecha, na boca e também no corpo. Para a pele bronzeada, a cor coral nos lábios combina bastante. Para quem não gosta de brilho, também pode optar por olhos leves e a boca bem colorida. Opte sempre por texturas mais leves. Uma maneira fácil de dosar a cor é usar a ponta do dedo para aplicar, pressionando sobre os lábios, indo do centro em direção às extremidades, sem definir o contorno.
Fotos Divulgação
SENTINDO NA PELE
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Passeio no Palácio Por Antonio Maria do Vale
Ele está em reforma. Mas antes de fechar os portões para visita, nos recebeu para um tour que nos transporta no tempo. Conheça o Museu Palácio Floriano Peixoto, a casa do poder que agora respira muita história. Espalhados pela capital alagoana, os museus de Maceió possuem os mais variados acervos, temáticas e propósitos. Com arquitetura que também segue a linha da diversidade, costumam ser confundidos com igrejas, órgãos públicos ou qualquer outra coisa que não seja um museu de fato. Talvez as circunstâncias que os tornaram espaços para exposição contribuam para o desconhecimento da população. Todos passam por eles, mas poucos são os que os notam e, mais importante, os visitam, os conhecem. Assim acontece com o Museu do Plácio Marechal Floriano Peixoto, que para grande parte dos maceioenses ainda é o Palácio do Governo. De portões sempre abertos, são raros os casos em que alguém desavisado se depara com a placa de identificação e, por curiosidade, decide entrar. Questionamos algumas pessoas que passavam pela praça e, resumidamente, a desculpa, ou
justificativa, era sempre a mesma, “até que gostaria, mas estou atrasado, com pressa, sem tempo”, nos diziam. Fechado para reforma, o museu agora só deve reabrir em 2015, mas para os que não gostariam de esperar até lá, realizamos uma das últimas visitas ao palácio e esse tour cheio de curiosidades e muita história você confere nas páginas a seguir. O Museu Palácio Floriano Peixoto - MUPA, é a antiga sede do governo de Alagoas, sendo parte integrante do “conjunto arquitetônico dos Martírios”, tombado pelo Patrimônio Estadual pelo Decreto nº 38309/2000. Seu acervo é constituído do mobiliário dos séculos XIX e XX, prataria, cristais e objetos decorativos, além de inúmeros quadros de pintores alagoanos, como os destacados José Zumba, Luis Silva, Miguel Torres, Lourenço Peixoto e telas do pintor alagoano Rosalvo Ribeiro, premiado em várias exposições no Brasil e na França. Em 2010, o museu agregou ao seu acervo, o
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DESVENDANDO MUSEUS
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Fotos Antonio Maria do Vale
Espaço Aurélio Buarque de Holanda e o Memorial Lêdo Ivo. O museu faz parte dos cadastros do Sistema Alagoano de Museus/SAM, do Sistema Brasileiro de Museus e doCadastro Nacional de Museus - CNM. O prédio destacado por Craveiro Costa como o mais belo edifício de Alagoas pela suntuosidade de seu estilo e proporções, teve sua construção iniciada em 1893, com a pedra fundamental lançada no dia 14 de setembro daquele ano. O projeto arquitetônico e a execução foram de responsabilidade do engenheiro militar alagoano Carlos Jorge Calheiros de Lima, sendo as obras iniciadas na administração do Dr. Gabino Suzano de Araújo Besouro, em 1892. Até a sua conclusão, seguiram-se muitas paralisações em razão da troca de governo ou escassez de recursos financeiros. Em 1900, já no governo de Euclides Vieira Malta, os trabalhos mais uma vez foram reiniciados, desta vez sob a responsabilidade do engenheiro e arquiteto italiano, Luiz Lucariny, que promoveu diversas modificações na planta original. Segundo o escritor Craveiro Costa, o edifício ficou completamente alterado, sobretudo a fachada, que, sofreu radical transformação, oferecendo um belo conjunto, magnificamente tratado na sua ornamentação e elegância de estilo ao gosto eclético da época. Lucariny residia em Maceió e foi responsável por outras obras de grande porte e que marcam a arquitetura alagoana, a exemplo do Teatro Deodoro, em Maceió, e do Teatro Sete de Setembro, em Penedo. E coroando as festividades da emancipação política de Alagoas, em 16 de setembro de 1902,
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o Palácio é então solenemente inaugurado, mantendo sua funcionalidade de sede do governo até 2006, quando passou a ser exclusivamente um museu voltado a preservação de parte da história de Alagoas. Hoje, já no grande salão de entrada, sempre uma grande exposição ocupa o espaço que é dedicado a apresentação do trabalho de grandes artistas regionais. Na ocasião de nossa visita, onde o estudante de Ciências Sociais da UFAL e mediador do museu, Carlos Henrique, nos fez as honras da casa; pudemos apreciar a Exposição “Coleção e Conexões”, que trazia o acervo pessoal do artista visual Lula Nogueira, com mais de 60 peças, composta também por obras de vários outros artistas alagoanos. Dali, seguindo ainda pelo andar térreo do prédio, chegamos ao Salão de despacho, uma ampla sala onde o governador costumava recepcionar autoridades e onde estão dispostos na parede as fotos de todos os governadores da história de Alagoas. Os móveis são rústicos e datam do final do século XIX e início do século XX. No local, enquanto apreciar o quadro de óleo sobre tela “Emancipação Política de Alagoas”, de Pierre Chalita, ou os detalhes dos lustres no teto; experimente refletir e imaginar quantas decisões históricas já não foram tomadas por homens sentados àquela mesa, ainda impecavelmente conservada. Na saída da sala, no caminho para o próximo ambiente, dê uma paradinha no corredor para ver os bustos em bronze dos homens que já comandaram o estado. Uma revista com a cara do Nordeste
Depois disto, você subirá as escadas, com direito a tapete vermelho, rumo ao andar superior do museu. Imponente, ao final do primeiro lance de degraus, lá estará ele, Marechal Floriano Peixoto, exposto num busto sobre coluna de mármore, dando as boas vindas àqueles que chegam a casa em seu nome. Chegamos então ao Salão de banquete, onde as refeições eram servidas tanto nos dias comuns de trabalho do governador, como nas grandes recepções organizadas no palácio. O espaço, que possui aos fundos os aposentos do governador, esporadicamente, ainda é utilizado para reuniões e encontros especiais. Uma cristaleira chama atenção pela beleza de seus detalhes e as peças que guarda, com taças com brasões do estado e conjuntos de chá utilizados para servir a bebida que era colocada nos imensos samovars de prata datados de 1913, um utensílio de origem russa usado para conservar qualquer tipo de bebida (são dois deles expostos em pedestais ao lado do secular móvel). Seguindo a subida, chegamos ao Salão nobre de festas, outro lugar para viajar no tempo e tentar se situar em uma das inúmeras celebrações ali realizadas. Como seriam as festas nos primórdios do palácio? Com certeza os convidados eram recebidos com muita pompa, pela disposição das obras de arte, como quadros de Floriano e Marechal Deodoro sob cavaletes; e dos móveis, como as cadeiras distribuídas de forma circular; pode-se imaginar
que tudo ali deveria ser conduzido com maestria e luxo. Sobre as cadeiras, uma curiosidade: os homens sentavam-se nas maiores, enquanto as mulheres nas menores que, sem braços, assim se apresentavam para que os vestidos armados não ficassem presos. O passeio pela sala tem acesso a varanda do palácio, de onde pode-se avistar toda a praça Floriano Peixoto, isso mesmo, este é o nome correto da praça que todos conhecem como dos Martírios. O palácio também carrega esta raiz, muitos assim o chamam, tudo por influência da Igreja do Bom Jesus dos Martírios que, mais antiga, tornou-se referência para quem deseja chegar àquela região do Centro de Maceió. Entradas laterais na sala nos levam aos espaços de música e leitura, onde as pessoas costumavam se reunir para uma conversa mais ao pé de orelha, digamos que por ali é que segredos eram contados e alianças fortalecidas. As obras de arte continuam por toda parte, quadros do artista plástico alagoano Rosalvo Ribeiro merecem destaque. A grande maioria retrata batalhas e guerras, fruto do aprendizado com o Francês Jean Baptiste Édouard Detaille, mestre em artes militares e com quem conviveu longo período durante sua estada em Paris. Apesar da alta qualidade do seu trabalho, Ribeiro tem sua carreira em certa medida malograda; seja por sua instalação em Alagoas, após seu retorno ao Brasil, em 1901, seja por sua morte precoce, aos 48 anos, em 1915.
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O passeio continua e chegamos aos dois ambientes mais modernos do museu, ambos inaugurados em 2010. O primeiro deles é o Espaço Aurélio Buarque de Holanda, local onde é possível visualizar uma linha do tempo que refaz a trajetória do dicionarista mais famoso do Brasil, natural da pequena Passo de Camaragibe. Além das informações que se apresentam nas paredes, o memorial conta ainda com objetos pessoais, manuscritos, textos datilografados, fotografias, comendas, medalhas e anotações de Aurélio, uma edição do dicionário Aurélio de 1975, além de um manuscrito onde ensina, passo a passo, como fazer um dicionário. No teto, frases de outras grandes personalidades expressam como elas enxergavam Aurélio. “No momento cabe apenas salientar que é este e nenhum outro, o dicionário Aurélio, o livro de sua vida, digno de figurar ao lado de seus congêneres internacionais mais famosos, o Webster, o Oxford, o Larousse, o Dicionário da Academia Espanhola, desses títulos de nobreza das grandes línguas das civilizações”, escreveu o poeta alagoano Carlos Moliterno. Para a pintora, escritora, poetisa e jornalista, também alagoana, Solange Chalita, “o transbordamento maior de Aurélio era pela gente simples de sua terra. Povoavam-lhe a alma tipos humanos fixados ao correr dos tempos na memória, habitantes dos lugares da meninice e da juventude”. O senhor das Palavras, como é conhecido (Também como Pai dos Burros para alguns), Aurélio Buarque de Holanda Ferreira
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era apaixonado pelo mar e fez dele sua inspiração. Entretanto, foi cativado pelas palavras. O espaço dedicado ao filho de Manuel Hermelindo Ferreira e Maria Buarque revela detalhes dessa história, o casamento de um homem com as letras, suas interações e consequentes significados. São vídeos, fotografias, óculos, comendas e muitos livros, tudo cedido pela família, que nos aproximam daquele que ao ouvir uma palavra desconhecida logo abordava o interlocutor, “o que isto significa?”, perguntava sem perder tempo. O resultado? Hoje seu dicionário é a obra mais vendida no país depois da Bíblia.Contista, poeta, tradutor... Aurélio se formou também em Direito, nunca exercendo a profissão. Após sua morte, em 1989, as revisões do dicionário continuaram a ser publicadas, sendo agora supervisionadas por sua esposa, Dona Marina, o último deles em 2010, em razão da correção ortográfica e, por coincidência ou não, ano do centenário de seu nascimento e da inauguração do memorial. O ofício com as palavras,o estudo de nomes como Machado de Assis e Eça de Queiroz, a publicação do livro de contos Dois Mundos e a tradução de Mar de Histórias garantiram a Aurélio a cadeira 30 na Academia Brasileira de Letras. Figurando entre os notáveis, revelou: “Sou escritor da província e minha maior glória é entrar para a Academia”. Era impossível imaginar a vida do dicionarista sem confundi-la com arte de escrever, “Aurélio
Buarque de Holanda Ferreira amava as palavras. Amava-as como se elas fossem mulheres - e mulheres nuas, que se levantavam de suas camas imaginárias, vestiam-se de luz e sombra, caminhavam ao seu encontro, distanciavam-se, juntavam-se bailavam”, definiu o poeta Lêdo Ivo, outro ilustre alagoano homenageado no Museu. O Memorial em sua homenagem é dedicado ao talento e ao legado do escritor, poeta, jornalista e cronista alagoano, sendo um espaço não somente de conhecimento de sua trajetória literária, mas, também, um mergulho num universo de sensações, com referência nos conceitos que norteiam sua obra poética. Com muita interação e equipamentos multimídia, elementos como o mar, o porto e o farol serão os guias da viagem a esse universo literário, com recursos de imagem e som que mostram aos visitantes, numa concepção inédita, fotografias, textos e documentos, revelando a intensa produção literária de Lêdo Ivo. O espaço possui acervo composto por fotografias, imagens, objetos pessoais e uma coleção de livros e textos, além de raro acervo audiovisual. Experimentar o fone de ouvido diante da TV faz do tempo algo a ser esquecido, quando a atenção é distraída apenas quando notamos que através da moldura em espelho é possível ler os poemas na parede que, escritos ao contrário, nos inquietam quando tentamos entende-los nos contorcendo numa disputa entre a visão e o cérebro. Em uma das salas um farol expõe fotografias que remetem as coisas que Lêdo Ivo amava, quase tudo girando em torno do mar, que sempre o entusiasmou. Com a morte da esposa, Dona Lêda,
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passou a descrever muita solidão e tristeza em seus textos, e mesmo assim, não esquecera do mar, como no poema que está na parede do espaço: “O oceano que eu sempre via de longe quando o bonde dobrava a curva do farol, agora está perto de mim. Quem nasce aqui respira desde a infância um aroma de açúcar, vento, peixe e maresia, sente que o oceano próximo cola em todas as coisas e seres um transparente selo azul”.
cada vez mais viva a produção da literatura alagoana. E, para tal, nada mais adequado do que fazer isso evocando a trajetória de Lêdo Ivo, por intermédio da musealização dos seus documentos e objetos, para que se constituam de forma perene em testemunhas incontestes dos passos trilhados pelo poeta rumo a uma vida cujo norte foi sempre seguir os ventos que o levaram à linguagem literária e ficcional”.
O Memorial é realmente encantador, a linha do tempo te captura sem libertação até que a leia por inteiro. Os objetos pessoais nos transportam aos momentos em que Lêdo deveria estar produzindo, escrevia muito e o “mata-borrão” provavelmente estava sempre ao seu lado. Não sabe o que é “mata-borrão”? São curiosidades como essa que surpreendem quem visita o local. Nós também não sabíamos, mas o mediador Carlos Henrique nos explicou dizendo que a peça era utilizada para retirar os excessos de tinta das canetas, que eram de pena, para que os papéis pudessem ser dobrados ou colocados um sobre o outro.
E finaliza. “Neste memorial, pode-se encontrar a linha do tempo que delineia o percurso pessoal e profissional de Lêdo Ivo; os vários prêmios, inclusive internacionais, que ao longo do tempo ele fez por merecer; os depoimentos de autoridades conhecedoras de sua vasta obra; os livros que obtiveram tradução em diversas línguas; fotos e imagens que expressam esse percurso. Todo o acervo, doado ao Estado de Alagoas, está contido num cenário que busca traduzir o universo do Poeta, universo de águas azuis e de lama turva da noite, de mangues e de currais de peixes; de um farol a lhe apontar navios que o incitaram a expatriar-se e, paradoxalmente, a sempre ficar com o coração juncado à terra natal como lugar inarredável em sua obra, em sua memória e imaginação”.
É impossível sair do lugar sem adquirir conhecimento, este está no ar que se respira por lá, nos rabiscos de Lêdo Ivo que estão em uma das paredes, na rede que compõe um curral onde estão expostos livros de sua autoria ou sobre sua vida. Tudo implica o aprendizado e insere vontade de entender o desconhecido. Leda Almeida exemplifica com propriedade o que representa o Memorial ao dizer que “Nem um museu é inocente. Há em todos eles uma intencionalidade, seja ela explícita ou não. Sim, no Memorial Lêdo Ivo existe um propósito declarado: instigar, fustigar, açodar e tornar
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Agora, é aguardar a reabertura de seus portões. Ainda assim, ao passar diante do Palácio, Observe entre as grades a sua fachada de ordem toscana, os dois magníficos pórticos que formam o terraço, a escadaria de granito de cinco degraus e as janelas em estilo dórico. Apenas um prefácio da grandiosidade do conteúdo que o espera.
SINAL DE ALERTA
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VivianeSuzuki
Ataque ao ataque Muitas pessoas ainda confundem uma convulsão com um ataque eplético. Nessa hora, mais importante que saber a diferença é conhecer que procedimentos adotar para que a vítima passe pela crise sem ficar com sequelas. O que me motivou a escrever sobre esse tema foi justamente as dúvidas e mitos que existem acerca das crises convulsivas e a epilepsia, por muitos acreditarem ser a mesma coisa ou acharem que podem resolver por métodos pra lá de empíricos. Durante esses meus 11 anos de profissão, pude vivenciar muitas ocorrências e nos serviços de em que ficava as longas 24 horas ligadas em todos os chamados espalhados pelo Estado, percebi o desespero de solicitantes ao pedir socorro para vítimas com crises convulsivas. Sem contar os relatos nas diversas palestras e cursos em que pude ministrar acerca do mesmo fato. Verdade seja dita, presenciar uma pessoa, na maioria das vezes, em estado de inconsciência, se debatendo e espumando através da boca, não é nada tranquilizante. Porém, o que a maioria das pessoas não sabe é que, com pequenas atitudes, elas podem salvar a vida de quem esteja sofrendo este tipo de ocorrência. Para se ter uma ideia do que falo, não raramente relatam para os atendentes da Central do Corpo de Bombeiros Militar que uma pessoa está “pegando espírito”, “virando monstro”, “endemoniada”. Pior que essas denominações, é a solução que alguns “entendidos” costumam fazer e ensinar, como pôr borra de café na boca do paciente, jogar sal em cima da vítima, jogar água, prender pernas e braços no intuito de conter movimentos, dar tapas no rosto para acordar, colocar cabelo do rabo de um cavalo ou mesmo pôr o dedo ou a mão dentro da boca do paciente para que a língua não enrole. Para algumas das soluções citadas, costumo dizer em minhas aulas que crise convulsiva não é e nunca foi cena de filme de terror, exorcismo. O que acontece é que, durante a inconsciência, a língua fica em estado de relaxamento, podendo obstruir as vias aéreas, o que com um simples posicionamento na forma correta livrará o afetado dessa circunstância. Para que todos entendam um pouco do nosso tema, irei dar significado aos termos mencionados e posteriormente, como agir ao se deparar com os mesmos. Convulsões ou Crises convulsivas acontecem corriqueiramente na prática clínica. É uma condição muito frequente, em todas as idades, especialmente em crianças nos primeiros anos de vida. A convulsão acontece por causa de uma falha na condução elétrica no cérebro, levando à maior atividade elétrica em algum ponto seu suscetível, o que provoca os sintomas da crise convulsiva: abalos musculares, perda da consciência, salivação e, em alguns casos, perda esfincteriana – diurese e evacuação espontânea durante as crises. O tipo mais comum e conhecido de convulsão é a crise convulsiva
generalizada, onde o indivíduo desmaia e começa a ter abalos generalizados, sem nenhuma consciência, geralmente revirando os olhos e com hipersalivação acompanhando o quadro. Este tipo de crise, tecnicamente chamado de crise convulsiva generalizadatônico-clônica, é o caso mais urgente e grave que pode acontecer no manejo das convulsões, uma vez que deve ser prontamente atendida, para evitar lesões cerebrais futuras. Existem, entretanto, outros tipos de crises convulsivas, como as crises de ausência, onde o indivíduo apenas perde a consciência e fica com o olhar parado por segundos, voltando ao normal em seguida. As crises parciais complexas, como explica o próprio nome, são mais heterogêneas e podem dar sintomas diferentes, como movimentos da boca, virada da cabeça, mistura de vários movimentos estranhos; sempre com alguma perda da consciência, mas sem desmaio completo, como ocorre nas crises generalizadas. Além das crises parciais simples, onde o indivíduo acometido apresenta apenas sintomas focais sem nenhuma perda da consciência, como estar num momento conversando e de repente ter um abalo involuntário no braço e perna, incontrolável, ritmado, sabendo descrever tudo o que aconteceu depois disso. Lembrando que é de grande importância que ao chegar suporte médico ou de socorristas, que a pessoa que presenciou a crise, relate fielmente cada sintoma e sinal para que a equipe especializada saiba de que forma agir e avaliar o grau desse paciente. Outra questão a ser esclarecida é a confusão feita por muitos entre saber se a vítima teve uma convulsão ou possui a patologia da epilepsia, fato que se desvenda de maneira simples. Os neurologistas costumam explicar que se uma pessoa teve durante sua vida até duas crises convulsivas, ela não possui a epilepsia, porém esse fato vindo a ocorrer por mais que duas vezes, caracterizando corretamente a repetição das crises, o seu tipo e possível causa destas crises convulsivas, denomina-se que o indivíduo é portador de epilepsia. Por isso, a importância do conhecimento do histórico do paciente que estamos atendendo. O mais importante de tudo é saber que a epilepsia pode e deve ser adequadamente tratada, protegendo o indivíduo de ter futuros ataques, o que pode ser fatal se isso ocorrer enquanto dirigindo, atravessando uma rua movimentada, manejando máquinas ou subindo escadas. Um recado: a convulsão não mata pelo simples fato da crise em si, mas quando esta crise ocorre num local e situação em que possa acontecer um acidente em razão da perda da consciência durante a ocorrência. Uma revista com a cara do Nordeste
Olho no relógio
Afaste todo e qualquer objeto que possa vir a machucar a vítima durante seus movimentos. Lembre-se, ela estará em estado de inconsciência, não tendo essa noção.
Observe o tempo de duração da crise e chame o serviço de emergência o quanto antes. Crises acima de 15 minutos podem causar danos permanentes ao cérebro.
Posição ideal
Atenção com a cabeça
Ao encontrar uma vítima já no chão, a primeira ação a ser tomada é posicioná-la de lado. Isto ajudará na respiração do paciente.
De preferência, deite e apoie a cabeça da vítima com almofada ou panos para que ela não se engasge com saliva ou vômito.
Evite tecidos e água
Mantenha espaço
Não coloque panos ou joque água na vítima, a ação pode acarretar engasgos e após a crise prejudicar a recuperação respiratória do paciente.
Evite aglomeração de pessoas ao redor da vítima. A circulação do ar é importante até que a equipe de socorro chegue ao local.
Movimentos livres Jamais tente conter os movimentos involuntários da vítima, pois eles já estarão funcionando como se fossem uma descarga para aliviar a crise.
Língua enrolada Não coloque dedos ou mão dentro da boca do paciente. Durante os movimentos, a rigidez na mandíbula e dentes pode machucar não só a vítima, mas quem tenta ajudá-la.
Voltando ao normal Aguarde que a crise passe completamente para ter certeza de que a vítima está bem. Algumas pessoas ficam confusas e agitadas logo após a crise.
Imagem Divulgação
Cuidados ao redor
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ESPORTES
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É pra se jogar! Por Antonio Maria do Vale
Baseado no espírito de jogo voltado ao Fair Play, o frisbee é um dos esportes mais democráticos que existe. Em Maceió, ele retoma seu sucesso nas praias e é cada vez mais comum se deparar com as idas e vindas dos discos. Sim! É um disco voador! Não são OVNI’s no sentido literal da palavra, mas, ao passar pela praia de Pajuçara nos finais da tarde de domingo, não se surpreenda ao se deparar com objetos voadores não identificados. Coloridos e rápidos, eles são os discos de Frisbee, mais uma modalidade que tem tudo para fazer sucesso no próximo verão. E o que parece uma brincadeira de criança, na verdade é um esporte praticado em vários países, com competições como o mundial, que em 2007 passou por aqui, sendo realizado nos campos da Pajuçara, onde hoje o instrutor de educação física, Paulo Rafael, que é integrante da seleção brasileira, realiza um trabalho de divulgação do esporte. Paulo acaba de desembarcar da Itália, onde participou do mais recente Mundial de Frisbee na areia. Na bagagem, ainda mais ânimo para repassar aos alagoanos toda sua experiência, tudo de forma gratuita, reunindo em todos os finais de semana aqueles que queiram conhecer e praticar o esporte que, além de condicionamento físico, ensina muito sobre cordialidade. Baseado no puro Fair Play, o esporte possui como valores agregados o trabalho em equipe, a comunicação, a eficiência, a administração de conflitos e o aprimoramento da sociabilidade; direcionando seus praticantes ao jogo justo, onde sequer há a presença de um juiz. Praticado não só na areia, como também na grama e em quadras, a modalidade surgiu em 1968, dentro de uma fábrica de tortas, quando os funcionários da Frisbee Pies arremessavam uns para os outros as formas produzidas. Naquele mesmo ano, o estudante americano Joe Silver criou o Ultimate Game Experiense, atualmente o jogo mais praticado entre os universitários nos Estados Unidos e com cerca de 4 milhões de
adeptos ao redor do mundo. O Frisbee é o único esporte coletivo em que mulheres e homens, jovens e adultos, atuam no mesmo time e dividem o campo de jogo numa mesma partida. Presenciamos isto de perto em um dos encontros de domingo, quando vimos esta mistura disputando junta de forma competitiva e descontraída. Em competições, o frisbee geralmente é dividido em três categorias: o Mixed, onde as equipes são compostas por homens e mulheres (mínimo de três); o Open, onde os times são formados por homens (mulheres podem participar, mas não de forma obrigatória); e Feminino, onde os grupos possuem apenas mulheres na disputa, independente de idade. O jogo é bem flexível e muitas das regras podem ser adaptadas, o único princípio a ser mantido é o do “Espírito de jogo”, a principal missão do esporte, que prioriza e premia o jogo limpo (Fair Play) através de uma filosofia de respeito ao adversário, não se joga contra o oponente, se joga com o oponente. Por não ter a figura do árbitro, os praticantes desenvolvem o senso de justiça e a capacidade de avaliação de seus atos, formando um caráter ético e moral não só utilizado no jogo, mas, principalmente, na vida. A ideia de Paulo é estender o frisbee as escolas, utilizando-o como instrumento educacional, motivando crianças para a prática esportiva e, mais importante, contribuindo na formação de pessoas melhores. A irreverência é outro atrativo do frisbee, quem o pratica acaba adquirindo desenvoltura. Após as partidas, sempre acontece o “cheers”, um ritual no qual as duas equipes se reúnem para discutir sobre o jogo, ressaltando pontos positivos e negativos; e depois, confraternizar, realizando joguinhos, saindo juntos ou pagando prendas, a grande maioria das equipes possuem uma espécie de coreografia, uma dancinha ensaiada em que convidam o time adversário para interagir. Se você procura diversão com ganho de qualidade de vida, é só ingressar no time e entrar na dança, comece já no próximo domingo.
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9 Regras Simples O campo
Fotos Antonio Maria do Vale
O campo do Ultimate Frisbee tem 100 m. de comprimento e 37m de largura.
Início do jogo Uma moeda (ou Frisbee) determina qual equipe começa no ataque e qual a equipe começa na defesa. Ambas as equipes alinhadas (7 de cada lado) estão na parte dianteira das suas linhas da zona de marcação. A defesa lança o disco (o Frisbee) para a equipe ofensiva e o jogo começa. Movimento do disco e dos jogadores O disco pode avançar de um jogador para outro em qualquer direção. Os jogadores não podem correr com o disco na mão. Posse O jogador que tem o disco na mão tem 10 segundos para lançar o disco para um colega de equipe. A defesa que defende o atirador conta o tempo: “stall one, two, three…”. Mudança de posse O disco passa para a outra equipe sempre que: 1. Toque no chão; 2. For apanhado fora do campo; 3. For interceptado ou recepcionado por um jogador adversário. Numa mudança, a defesa passa imediatamente a ter a posse do disco e torna-se o ataque. Pontuação Marca-se um ponto quando um jogador lança o disco para um colega de equipe e este apanha o disco dentro dos limites da zona de marcação de ataque (End-Zone). Continuação do jogo Depois do ponto, o jogo continua com ambas as equipes alinhadas na parte dianteira das suas linhas de “end-zone” e a equipe que marcou o ponto, lança o disco para a outra equipe. Proibido contatos físicos O Ultimate Frisbee é um desporto de não-contato. Marca-se falta quando há contato. Não há árbitros Todas as faltas são arbitradas pelos próprios jogadores implicados. www.OUSHBrasil.com.br
VIVA SEU ESTILO!
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CilOliveira
O Verão das Girlies Explorando romantismo e feminilidade no jeito de vestir, o estilo Girly Girl recicla o Lady Like que tomou conta das ruas na década de 1940 e, com conceito ainda mais leve, será a principal tendência para as coleções primavera/verão. Quer saber o que o burburinho fashion está reservando para as altas temperaturas que vem por aí? Pois prepare-se para o verão mais romântico e feminino dos últimos tempos! As girlies (traduzindo ao pé da letra: “menininhas”) conquistaram de vez a cabeça e os croquis dos estilistas e é para este estilo jovial e gracioso que o mundo da moda se volta de maneira nem um pouco tímida! Este estilo “mulherzinha” que vem ganhando espaço há algumas mudanças de estação e conquistando insidiosamente as fashionistas de plantão, pode parecer num primeiro momento uma regressão na atitude das mulheres por estar na contramão da chamada “revolução feminina”, em que elas adotaram peças do vestuário masculino como calças compridas, terninhos e mocassins no seu day-by-day. Mas, não se iluda! Apesar de lotarem o guarda-roupas de peças delicadas e graciosas, as adeptadas do estilo girlie não se parecem em nada com aquelas
menininhas ingênuas e passivas do passado! As girly girls são modernas, antenadas e enxergam o mundo de maneira jovial, alegre e contemporânea. E não há restrição de idade para elas. Aliás, a idade é um quesito quase que irrelevante neste conceito. O que importa mesmo é o comportamento e a postura adotada nas mais variadas situações! Mas é claro que a indumentária faz parte do arsenal de uma girlie, tornando-se uma marca que a destaca na multidão. E como a indústria da moda não poderia ficar de fora deste alerta de tendência, já vemos nas vitrines as peças cheias de bossa nem um pouco nostálgicas que serão a cara do verão 2015. Saias rodadas (de preferência com caimentos perfeitos em cortes evasês), cinturas bem marcadas, laços e estampas singelas, renda, babados e comprimentos midi descrevem bem esta mulher elegante e charmosa que mostra seu poder em cada gesto sutil. Em se tratando de estampas, destaque para os florais, grandes
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e miúdos, não só nas roupas, mas também nos acessórios como sapatos, bolsas e até nas armações dos óculos (que voltam com tudo no estilo máscara). O print étnico também é destaque de algumas marcas, porém, em nuance mais light, dando um toque delicado às produções. E falando em cores, a transição primavera-verão 2014/2015 traz de volta as candy colors, com destaque para o verde mint, o azul turqueza, o rosé, o pêssego e o nude. Mas nem só de tons suaves viverão os dias quentes que estão por vir. Seguindo o outro extremo da cartela, reserve um espaço especial no seu closet para o pink, o azul bic, o amarelo sol e o verde esmeralda. O laranja é a cor neutra do momento, use com tudo! Em looks monocromáticos ou em estampas multicoloridas, o laranja é o novo pretinho básico!
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E que venha o verão!!! Com toda sua energia e vitalidade para deixar as mulheres ainda mais lindas, iluminadas e cheias de graça!
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PÁGINAS VERDES
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Faxina sustentável Por Antonio Maria do Vale
A discussão ambiental continua e, mesmo todos concordando que algo precisa ser feito, a mudança esperada ainda não acontece. E tudo depende da adequação de pequenas ações, como a forma que costumamos limpar a nossa casa. Já se vão 22 anos e todos se recordam de um encontro que, na época, era entendido entre o viés da catástrofe ou da insanidade. Era 1992 e representantes de 108 países se reuniram no Rio de janeiro para discutir o futuro do planeta, ou melhor, a garantia de que esse futuro acontecesse com a presença dos seres humanos. Tudo era novo e as teorias alarmantes eram a única coisa clara para os que tentavam entender a Eco-92, que buscava introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de produção e consumo mais equilibrado do ponto de vista ambiental.
Roupas brancas ficam amareladas. Para reverter essa situação, antes de lavá-las, coloque as peças de molho em uma bacia com água e pedaços de limão.
Devolva o brilho em vidros e espelhos dissolvendo uma parte de vinagre em 4 de água quente para limpar essas superfícies.
Elimine lenços umedecidos e papel toalha da faxina. O tradicional pano de algodão, embebido em água e sabão, tem o mesmo efeito e agride muito menos o meio ambiente.
Hoje, não se fala em outra coisa e não há mais espaço para se dividir entre o medo ou a descrença. Tudo está mais evidente e acontecendo de fato. Não tivemos a calamidade anunciada, entretanto, muito do que fora previsto hoje se tornou realidade. A temperatura média do planeta subiu, o degelo continua acontecendo, a falta de água já faz parte de cidades como São Paulo e muitas espécies estão a um passo do abismo da extinção. Além disso, o homem continua contribuindo para que os problemas e previsões aconteçam de forma mais aguda e antecipada, continuamos utilizando os recursos naturais acima de sua capacidade de reposição e degradamos o meio ambiente o tornando ainda mais frágil. A preocupação é geral, mas pouco ultrapassa a linha da oratória. Todos admitem a necessidade de mudança, porém, poucos tomam atitudes para que o cenário negativo que se aproxima tome um novo rumo. Muito disso é consequência da interpretação de que uma ação isolada não fará diferença e o que é preciso entender é que toda grande mudança parte de um ato individual. Você já parou pra pensar? O que tem feito para que seus filhos, netos, bisnetos... tenham a oportunidade de viver num planeta habitável? Pequenas ações podem contribuir se realizadas no coletivo. A limpeza da casa, por exemplo. Você sabia que pequenas mudanças podem fazer grande diferença? Separamos algumas dicas.
Para limpar tapetes e carpetes, aplique uma mistura com a mesma quantidade de vinagre branco e água.
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Guarde sobras de sabão em pedra para fazer um novo. Basta misturar os pedaços com um punhado de açúcar e vinagre, derreter em banho-maria, mexendo bem, e depois deixar numa vasilha durante dois dias para endurecer.
Para limpar rejunte branco, aplique vinagre puro com uma escovinha de dentes e aguarde pelo menos por duas horas para enxaguar com água. A dica também vale para limpar paredes pintadas com tinta lavável.
Para acabar com o cheiro de mofo no guarda-roupa, limpe-o com um pano embebido em 3 litros de água quente com 1 ou 2 colheres (sopa) de vinagre branco.
Antes de escolher qualquer produto de limpeza, procure por selos de certificação na embalagem. Ele garante que a fabricação respeitou as condições socioambientais.
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Para retirar ferrugem de talheres, grelhas e fogão, esfregue a superfície com suco de limão e uma esponja.
Economize água reduzindo o tempo debaixo do chuveiro e acumulando roupa para usar a lavadora.
Para deixar um cheirinho no ar, num borrifador, coloque álcool e um punhado de cravos-daíndia. Deixe descansar por alguns dias e depois pulverize os cômodos. A mistura ainda afasta os insetos.
Leia sempre as instruções e dilua os produtos. Dá para acrescentar 1/3 de água no alvejante e o resultado será praticamente o mesmo.
Para reduzir a sujeira no chão, tapetes e carpetes, tire os sapatos antes de entrar em casa. 70% da poeira acumulada em casa vem dos calçados.
Opte por sabão feito de óleo de cozinha usado, em vez de detergente. Eles já são vendidos em alguns mercados e podem ser feitos em casa.
Para desentupir ralos, misture bem uma xícara (chá) de sal, outra de bicarbonato e 1 litro de água quente.
Fechar a torneira enquanto ensaboa a louça é crucial para economizar água e não requer muito esforço, apenas boa vontade.
Não compre desinfetantes clandestinos. Suas fórmulas não passaram por inspeção e podem prejudicar sua saúde e a natureza.
LITERATURA
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A vida e à vida de Por Victor Lima Gomes
Ele ficou conhecido nacionalmente com a adaptação de uma de suas inúmeras obras, quando “O Auto da Compadecida” virou filme. Mas o legado deste ilustre paraibano que nos deixa vai muito além de Chicó e João Grilo.
“Literatura é uma forma de protestar contra a morte”, disse Ariano. E não disse por acaso, como quem esculpe uma frase de efeito para vangloriar-se da idolatria de pobres mortais. Não. Em 1930, ano da Revolução que pôs Getúlio Vargas no poder pela primeira vez, o pai de Ariano Suassuna (uma criança de três anos) foi assassinado. A tragédia inspirou a maior parte da obra do escritor: era a maneira encontrada de vingar-se do pistoleiro que lhe tirou o pai. O Auto da Compadecida consagrou o paraibano como dramaturgo erudito e popular. Arrancou elogios rasgados dos mais ferinos críticos – Bárbara Heliodora que o diga. Poucos sabem, porém, que Suassuna preferia seu Romance d’A Pedra do Reino à cultuada peça. Chegou a dizer que, se houvesse um incêndio e tivesse de escolher apenas uma obra sua para preservar, salvaria o romance. Nele, traçam-se as linhas da morte do pai – mais uma vez -, numa aventura quixotesca, alegórica. Jamais moralista. O próprio Ariano guarda semelhanças com o cavaleiro andante esguio e sonhador. Afinal, trocar o estrangeirismo e a influência da cultura americana por uma própria e popular é como partir em busca de uma Dulcineia inalcançável. Mas, ninguém foi tão longe quanto ele. Daí, talvez, a fama de xenófobo, que o mestre só reforçava em suas declarações à mídia. Revoltou-se ao ser descrito como popstar; chamassem-no de astro pelo menos! Ou nem isso. Além de talentoso, Ariano era humilde. Quando barrado na porta da Academia Brasileira de Letras, sequer teve coragem de dizer que era um dos imortais: foi preciso que Rachel de Queiroz chegasse para fazê-lo. Falecido, foi destaque em toda a imprensa e pauta das conversas de botequim. Ana Maria Braga arriscou homenagem a Adriano (sic) Suassuna. Depois dessa, sinto dizer, ele virou popstar à própria revelia. Cervantes contrastou o sonhador Dom Quixote com o realista Sancho Pança. O Criador, em quem Suassuna tanto cria, reuniu em um só homem as duas perspectivas. O melhor: sem que parecessem mais contraditórias do que a decência permite. O fiel escudeiro estava na alma do pernambucano de coração do mesmo jeito que o cavaleiro andante. É o que mostra o histórico de militância política do escritor. Esteve ao lado de Miguel Arraes, Lula, Dilma e agora apoiava Eduardo Campos. Um pouco, talvez, pela busca dos utópicos moinhos. A Caetana, ou morte, não podia ter-se abatido cedo sobre um homem como Ariano Suassuna. Ele a detestava, tinha-lhe horror. Com uma carreira profícua, a saída de cena do gênio é especialmente triste. Servirá de consolo a publicação de sua obra inacabada “O Jumento Sedutor”, se a família assim permitir. Seria seu debute em um panteão ao qual sempre pertenceu. Com o livro póstumo, Ariano ressuscita tal qual João Grilo no Auto da Compadecida. Volta à vida para entrar na História. Uma revista com a cara do Nordeste
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Ariano Suassuna
PARA COPIAR
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Uma nova Gruta Por Antonio Maria do Vale
Parceria entre Construtora Humberto Lôbo e Prefeitura Municipal de Maceió revitaliza praça na Gruta e comprova: quando sociedade, iniciativa privada e poder público se únem, a cidade se torna um lugar melhor para se viver. Ano passado os maceioenses se surpreenderam com um comercial de TV que trazia depoimentos de moradores de um dos bairros da capital alagoana. Todos ficaram curiosos para saber mais sobre o movimento que se expandia de forma rápida e espontânea. Nas redes sociais o sucesso era imenso e nas ruas o adesivo da campanha tomou conta dos veículos, era olhar para frente ao parar no semáforo e lá estava o coraçãozinho em ladrilho diante de você.
economista José Maurício Brêda, só quem viveu aquele início sabe como foi difícil implantar o projeto. “Do muro do Hospital do Açúcar até a Arthur Vital, só existiam sítios. Transportes públicos por ali paravam. Após conseguirem a instalação da rede elétrica, veio o mais difícil: a extensão da rede de água. A solução foi a utilização de poço artesiano com a construção de uma grande caixa d’água com encanação para abastecer todo o loteamento”, relatou.
Era praticamente impossível não se identificar com o que era dito, lançada em maio de 2013, a campanha “A Gruta Ama Você” tinha como principal objetivo a valorização e resgate do tradicional bairro da Gruta de Lourdes, mas despertou este sentimento em toda a cidade, todos se viam naquelas histórias, o saudosismo passou a ser geral. Incentivada pela construtora Humberto Lôbo, a ação é apenas o primeiro passo de um projeto que busca revitalizar um dos bairros mais nobres de Maceió.
Em homenagem a sua esposa, Dona Lourdes, e a Nossa Senhora de Lourdes; Guttenberg Brêda, o Bredinha, não só batizou o loteamento, que viria a se tornar bairro, de Gruta de Lourdes como também ergueu uma capela para a santa, que tinha como companhia a imagem de Santa Bernadete. Com a construção de um supermercado, a capelinha foi demolida, sendo transferida para o Jardim do Horto.
Criado na década de 1960, o bairro, que vai da avenida Rotary até o Jardim do Horto, surgiu do loteamento de três ruas perpendiculares a avenida Fernandes Lima, um empreendimento da família Brêda, responsável pela construção do famoso edifício Brêda no Centro da cidade. A ideia foi ousada, segundo o
Outro marco da arrojada iniciativa foi a construção da “Mansão dos Brêda”, como ficou conhecida a casa da família, que teve sua arquitetura inspirada no clássico dos cinemas “E o vento levou”. Com oponentes pilastras, muito espaço verde ao seu redor e uma bela piscina, diante da escada cinematográfica (para quem já assistiu ao filme) é até possível imaginar Scarlet O´hara descendo-a
O ontem... Mansão dos Brêda é a principal referência histórica do surgimento do bairro
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degrau a degrau. Mesmo com a grandiosidade da obra, que é uma Unidade Especial de Preservação (bens, públicos e privados, na condição de imóveis e espaços urbanos cuja importância histórica e arquitetônica foi reconhecida como relevante para a cidade), com o passar do tempo a família cresceu e casa foi alugada ao professor Aurélio Lisboa, que fundou no local o Colégio Saint Germain, que adotou um estilo francês de educação. Com a campanha liderada pela Humberto Lôbo e com o apoio incondicional dos moradores da região, o bairro pretende reviver seus tempos áureos mesmo diante das alterações que a cidade sofreu ao longo das últimas décadas. Várias ações estão planejadas e a primeira delas será concluída neste mês de setembro, quando a nova Praça do Mirante da Gruta será reinaugurada. Revitalizada numa parceria entre a construtora e a Prefeitura Municipal de Maceió, a praça não só devolverá aos moradores da região um espaço de lazer que a muito havia sido abandonado, como se tornará referência para um modelo de restauração para outros locais hoje esquecidos, mostrando que a iniciativa privada e o poder público podem ser parceiros na construção de uma cidade melhor, além de apresentar como estes espaços podem preservar as tradições ao mesmo tempo em que se adequam ao novo. Com projeto paisagístico assinado pela arquiteta Rita Souza, a praça está sendo totalmente revitalizada e dentre outros equipamentos, será dotada de painéis em concreto armado
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homenageando antigos moradores do bairro. Outra novidade da praça será a instalação de uma “Cápsula do Tempo”, uma espécie de cilindro blindado que será enterrado, onde crianças da comunidade, de escolas públicas e privadas colocarão textos e mensagens com expectativas sobre o bairro, a cidade, a vida, daqui a 10 anos, quando a cápsula será aberta. A obra contará ainda com uma grande atração assinada pelo renomado artista plástico alagoano, Rogério Sarmento. Uma escultura criada por ele e que homenageia Nossa Senhora de Lourdes, padroeira do bairro. Uma obra tridimensional, com 4,5m de altura, confeccionada em chapa de aço galvanizado e pintada à base de Poliuretano, o que proporcionará baixo custo de manutenção e, consequentemente, grande vida útil à imagem. Um resgate a fé que sempre esteve tão presente na vida dos antigos moradores da região. Segundo o Diretor da Construtora Humberto Lôbo, José Humberto Lôbo, os investimentos na obra chegam a 150 mil reais e confirmam o compromisso da empresa com a revitalização do bairro e consequente melhoria da qualidade de vida de seus moradores. Outras ações ainda estão previstas dentro da campanha “A Gruta Ama Você”, um movimento que pode ser abraçado e copiado por outros bairros e empresários, seu conceito é o mais nobre possível e sua multiplicação só tem uma consequência: um lugar melhor para se viver.
... e o hoje Nova praça é o ponto de partida para a revitalização da região
Elas voltaram...
06/09 - Circuito da Lua Zé Aprígio 12/09 - IV Campeonato Alagoano de Atletismo Master 14/09 - Maratona de Alagoas 20/09 - Girls Night Run 21/09 - Maratoninha Caixa 2014 21/09 - Circuito Popular de Corridas de Rua - 4ª Etapa 28/09 - Circuito Djalma Mello 04/10 - Corrida Garden Shopping Arapiraca 11/10 - Corrida do Eletricista 12/10 - Circuito Popular de corridas de Rua - Kids 12/10 - Circuito Run Four Teen - 1ª Etapa 12/10 - Alagoano de Triathlon - 4ª Etapa 18/10 - Corrida das Cores 19/10 - II Meia Maratona Sesc de Revezamento
NOVEMBRO
03/08 - Circuito Qualidade Caixa 17/08 - 1ª Corrida OAB Alagoas 24/08 - III Corrida Feliz - Apala 30/08 - XIV Corrida do Fogo
01/11 - Run Music Night 15/11 - VI Meia Maratona Caixa da República 16/11 - Circuito Popular de Corridas de Rua - 6ª Etapa 22/11 - Alagoano de Triathlon - 5ª Etapa 23/11 - 4ª Corrida do Cooperativismo 30/11 - Corrida do Coração
DEZEMBRO
OUTUBRO
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SETEMBRO
AGOSTO
Depois da pausa no período das chuvas, as corridas de rua retornam com força total no segundo semestre. Confira o calendário das principais provas e prepare-se para muitos quilômetros de pura adrenalina.
07/12 - Circuito Popular de Corridas de Rua - 7ª Etapa 14/12 - Circuito das 4 Estações 14/12 - 4ª Corrida da Bíblia 20/12 - 25ª Corrida da Engenharia 21/12 - Circuito Run Four Teen - 2ª Etapa 27/12 - Francês Running Night II 28/12 - II Corrida do Atlesta Master 30/12 - Maceió Run Fest
A realização das provas divulgadas são de responsabilidade de seus organizadores
CORRIDAS DE RUA
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