Bombril - Setembro/2014

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Jornal Valor --- Página 12 da edição "18/09/2014 1a CAD B" ---- Impressa por CGBarbosa às 17/09/2014@21:23:53 Jornal Valor Econômico - CAD B - EMPRESAS - 18/9/2014 (21:23) - Página 12- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW Enxerto

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Quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Empresas | Tendências&Consumo Joias De Beers estima que foram negociados US$ 79 bilhões, com alta de 3%

SERGIO ZACCHI / VALOR

Chineses levam venda de diamantes a novo recorde Demetri Sevastopulo Financial Times, de Hong Kong O crescente apetite dos consumidores chineses por pedras preciosas levou as vendas mundiais de joias com diamantes a um recorde de US$ 79 bilhões em 2013, segundo informe da De Beers. A multinacional sul-africana estima que as vendas cresceram 3% em relação a 2012, graças à forte demanda observada nos Estados Unidos e China. As vendas de diamantes polidos também aumentaram 3%, para US$ 25 bilhões, impulsionadas pelas altas de 14% na China e de 7% nos EUA. “O maior motor de crescimen-

to é a grande China”, disse Philippe Mellier, executivo-chefe da De Beers. “A maior fonte de novas compras são as mulheres chinesas casadas [... que] são muito importantes no estilo chinês de vida e costumam dar-se o gosto com diamantes”. [Em novembro do ano passado foi vendido o diamante mais caro da história, por US$ 83,2 milhões. A pedra cor de rosa de 59,6 quilates foi talhada pela De Beers e leiloada Sotheby’s]. Há dez anos, a China representava 3% do mercado mundial de diamantes, participação que subiu para 15%. A demanda chinesa cresceu em ritmo anual superior a 10% nos últimos cinco

anos, em meio à abertura de novas lojas de empresas como a Chow Tai Fook, uma das maiores joalherias do mundo. Os consumidores chineses vêm alimentando a demanda mundial por artigos de luxo de quase todo o tipo, desde bolsas e relógios até diamantes e carros Rolls-Royce. Embora uma grande percentagem das vendas ocorra na própria China, muitos compradores chineses cada vez mais realizam essas compras em Macau, Hong Kong e Europa. Mellier disse que 50% das vendas de diamantes em Londres e Paris foram feitas a chineses. Embora a economia da China

venha crescendo menos neste ano, o executivo-chefe da De Beers disse que não houve grande impacto nas vendas de diamante. “Mesmo com o crescimento econômico se desacelerando um pouco, a classe média ainda cresce em grandes números e esses são nossos clientes na maioria”, disse. As vendas de produtos de luxo na China foram afetadas pela iniciativa do governo contra a corrupção, mas segundo Mellier isso não impactou o mercado de diamantes. O executivo também disse que os compradores chineses não vêm aderindo às compras de diamantes pela internet, que são mais comuns nos EUA. (Tradução de Sabino Ahumada)

Mellier, CEO da De Beers: “Maior fonte de novas compras são chinesas casadas

Figura popular em shopping é nova referência de luxo ANA PAULA PAIVA/VALOR

Acessórios Maria da Paz Trefaut Para o Valor, de Campinas

Há cinco anos, Daisy Méssici era apenas a mulher de Edemir Pinto, presidente da BM&F Bovespa. Depois que abriu a loja Kér, no Shopping Iguatemi de Campinas, tornou-se uma referência no comércio de luxo para a elite local. Ela não gosta de dizer quanto investiu nem quanto fatura. Mas há sinais de que o negócio avança. A loja, em três anos, dobrou de tamanho e, agora, uma nova ampliação está a caminho. A empresária, loira, mignon, veste um conjunto de “tailler” rosa claro e está muito bem maquiada. Falante e bem-humorada, é figura popular nos corredores do shopping, considerado o mais sofisticado de Campinas. É quase com ar de surpresa que revela ter sido procurada pela grife italiana Cesare Paciotti, que tem lojas na Europa, nos Estados Unidos, nos Emirados Árabes e na China, para que esteja no comando de sua chegada ao Brasil. “Ainda não decidi. Estamos em negociação”, diz. Por que foi escolhida para representar Cesare Paciotti, marca de luxo reconhecida pela qualidade de seus sapatos? “Você sabe que eu também me perguntei?” – responde com naturalidade. “Foi um italiano que me ligou para marcar uma reunião. Fiquei insegura, tanto que pedi ao meu marido para me acompanhar, coisa que nunca faço. Aí eles disseram que fizeram um estudo entre várias lojas daqui e eu acabei selecionada”. No shopping, a Kér fica junto a um atrium iluminado, ao lado da Cristallo, confeitaria que Daisy considera uma extensão de sua

Daisy Méssici, dona da loja Kér, há cinco anos era apenas a mulher do presidente da bolsa: falante e bem-humorada

loja. Foi sentada ali, tomando um café, que descobriu o ponto para abrir sua loja. A Kér, com dez funcionárias, vende cerca de cinquenta marcas, entre nacionais e importadas. Tem bolsas de Roberto Cavalli, sapatilhas Repetto, óculos variados, de Mykita a Thierry Lasry, e é a única no Brasil a representar os calçados italianos de René Caovilla, grife que frequenta tapetes vermelhos. A rasteirinha mais barata de Caovilla custa R$ 1.500. O sapato mais caro chega a R$ 5 mil. De cada modelo, só há um par de cada número para que mantenha “a aura de exclusividade”. No mix geral da loja há produtos de R$ 250 a R$ 9 mil e Daisy está sempre ligada em quem comprou o que: “As ‘socialites’ se encontram no mesmo clube, nas mesmas festas”. Oito anos atrás, quando dei-

xou São Paulo para morar em Campinas, Daisy era uma dona de casa como tantas. Casada há 36 anos, com duas filhas, de 35 e 15 anos, ela nunca havia feito nada além de se dedicar à família. “Eu era muito mãezona, aí falei: ‘Tá perdendo a graça, preciso fazer alguma coisa’”. Quando começou a pensar numa loja, chamou o consultor Carlos Ferreirinha, especialista em mercado de luxo, e encomendou uma pesquisa para identificar o que faltava na região. O resultado: sapatos e bolsas. Foi com esses produtos que abriu a loja, em 2009, num espaço de 100 m2. Escolheu o nome Kér, que significa coração em grego, e optou por uma decoração baseada no preto e no dourado com muitos espelhos, por achar que remetia ao luxo. A demanda das clientes a fez crescer rapidamente. Há dois anos,

comprou a loja do lado e agora tem 200 m2, onde além dos sapatos e bolsas, vende óculos, acessórios e roupas. Alguns itens masculinos já estão disponíveis e é por conta da Kér Homem, que a empresária busca um novo ponto no mesmo shopping. Para esse segmento já tem gravatas de Pineda Covalin, sapatos Sergio Rossi, e a primeira remessa de Paciotti está para chegar. Desinibida, ela relata como conseguiu atrair algumas marcas para seu portfólio. O contato com a René Caovilla, por exemplo, aconteceu quando estava em Milão e foi à loja comprar dois sapatos. “Gente, isto é o sonho de consumo de qualquer mulher”, pensou. Perguntou à vendedora se tinham interesse em vender no Brasil e onde era o showroom. “Quando ela me disse que era no andar de cima, quase morri. Mas

fui lá com a cara e a coragem, me apresentei e entreguei um panfleto da [minha] loja. Meses depois, recebi um email para darmos início à papelada”. A importação é terceirizada e está a cargo da AM&T Brasil. No início, o sócio de Daisy era Bruno Costa, executivo do mercado financeiro e seu genro. O sócio atual é o marido, mas apenas pró-forma, por questões tributárias, ela garante. “Nunca falo quem sou eu. Quando cheguei em Campinas, tirei o sobrenome dele porque não queria ser a esposa do Edemir. O nome dele abre todas as portas e eu queria descobrir meu potencial”, diz ela. De alguma maneira, Daisy se considera herdeira do espírito Daslu, uma loja que admirava e que, “infelizmente”, lembra, esteve no centro de um escândalo policial e tributário. Foi como compradora de produtos no showroom da Daslu, em São Paulo, que ela começou a abastecer sua loja. Só depois partiu para importações diretas. “Mas entreguei essa parte para uma importadora porque quero dormir tranquila e tenho um nome a zelar”. Daisy não informa valores, mas diz que investiu muito na montagem inicial e na reforma da loja, que hoje é ampla, tem bar e um espaço amplo com sofá e poltronas. “Este lugar é para conversar. As mulheres nunca precisam de nada, mas precisam de tudo. Somos seres mutantes: um dia queremos salto alto, no outro, sapatilhas”, diz. A clientela é formada por mulheres a partir de 35 anos, que não precisam prestar contas de seus gastos. Quanto ao lucro, afirma que ganha mais revendendo marcas nacionais do que importadas.

Anvisa suspende lote de tintura Bombril faz captação para cabelos Beauty Color de R$ 66 milhões Beleza Agência Brasil, de Brasília A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu, por 90 dias, a comercialização de um lote da tintura para cabelo Beauty Color, produzido pela empresa Bonyplus. A interdição refere-se aos produtos do lote de número 130039804, com validade até fevereiro de 2016. Os produtos do referido lote apresentaram resultados insatisfatórios nos ensaios de análise de rotulagem e teor de peróxido de hidrogênio (água oxigenada), segundo laudo do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz.

Segundo a Anvisa, a suspensão cautelar é uma medida preventiva e temporária, adotada em caso de violação da legislação sanitária ou de risco iminente à saúde, como nos casos de suspeita de desvios de qualidade que podem trazer danos à população. A interdição do produto dura o tempo necessário à realização de testes, provas, análises ou outras providências requeridas, não podendo exceder o prazo de 90 dias. A resolução foi publicada, na edição de ontem, do Diário Oficial da União. A Bonyplus informou, por meio de nota de esclarecimento emitida em resposta à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que “atesta que não há qualquer irregularidade em seus produtos

e, portanto, qualquer risco de dano à saúde dos seus consumidores.” Ainda, segundo a empresa, o teor de peróxido de hidrogênio do lote está dentro dos limites estabelecidos pela própria agência regulatória, “não havendo, assim, qualquer risco de dano à saúde de consumidores.” A Bonyplus também informa que o lote de tintura para cabelo em questão estava sendo comercializado desde fevereiro do ano passado e, desde então, não registrou reclamações em seu Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) ou em qualquer outro meio público. A fabricante da tintura para cabelo diz que ainda não foi notificada legalmente da medida cautelar da Anvisa.

Produtos de limpeza Beth Koike De São Paulo A Bombril captou R$ 66 milhões em sua primeira emissão de debêntures conversíveis em ações. O projeto inicial era levantar R$ 70 milhões. Os recursos serão usados em aquisição e modernização de equipamentos, processos produtivos e em uma nova fábrica no Pará. Essa unidade demandará investimento de R$ 75 milhões e deve ficar pronta até 2016. “A empresa espera com isso reduzir significativamente os custos na operação e adequar gargalos logísticos, melhorando seu resultado operacional”, informou a Bombril em comunicado. Porém, a emissão de debêntures vem cercada de questionamentos porque pode provocar uma forte diluição da participação dos mi-

noritários daqui a cinco anos, quando ocorre a conversão dos títulos por ações. O valor unitário de emissão de cada debênture é de R$ 1, com direito a remuneração de juros de 6% ao ano. Com isso, o valor de cada debênture será de R$ 1,338 no fim do período. O preço de conversão para cada debênture, estabelecido pela Bombril, será de R$ 0,41 por ação. Assim, o valor de R$ 1,338 será convertido em 3,3 ações da Bombril. Portanto, serão colocadas no mercado cerca 218 milhões de ações, volume bem superior às 54 milhões de ações em circulação atualmente, fazendo com que o patrimônio da Bombril se dilua em cinco vezes. O papel da Bombril, cotado ontem a R$ 2,92, será desvalorizado para R$ 0,58. A Bombril registrou, no segundo trimestre, lucro líquido de R$ 4 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 51 milhões um ano antes.

“Nas importadas coloco uma margem muito pequena, os impostos já são tão altos! Essa é uma atitude que depende da consciência do lojista e eu faço isso para facilitar a vida das minhas clientes”. Num cálculo comparativo, dá como exemplo um sapato que custa € 400, na loja de Milão, e que pode ser comprado na Kér por R$ 1.500, em seis prestações. De dois anos para cá, além de ser uma multimarcas, a Kér tem uma linha própria de sapatos e bolsas fabricados em Novo Hamburgo. O preço dos sapatos começa em R$ 650. O das bolsas chega a R$ 2.300. A empresária faz questão de que os sapatos sejam apresentados às clientes em bandejas espelhadas. “Prefiro ver 100 sapatos espalhados pelo chão do que duas caixas”. E na sua coleção pessoal, quantos pares há? “Vamos dizer mais de 100. Mas seria mentira dizer que tenho todos os modelos que vendo”. Vender produtos de luxo pela internet é um projeto em estudo. Mas Daisy considera importante ter uma equipe de atendimento virtual, para que a experiência do cliente no site não seja algo frio. O estilo extrovertido e risonho de Daisy também a ajuda a fechar negócios no exterior, mesmo sem falar nenhuma língua além do português. “Falo uma língua universal e não me intimido nunca. Contrato tradutores locais, sempre através dos consulados brasileiros. Fazemos compras, jantamos e ficamos amigos. Dá muito certo negociar assim”.

valor.com.br Confira a reportagem

em vídeo no link abaixo

www.valor.com.br/vídeos

Curtas Setor têxtil I

O desempenho da indústria têxtil em agosto foi pior do que o esperado pelas companhias do setor, apontou pesquisa da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). De acordo com o levantamento, 45% dos empresários informaram ter registrado queda na produção em agosto. Outros 39% informaram que o nível de produção foi o mesmo registrado em meses anteriores.

Setor têxtil II

Em relação às vendas, 54% dos entrevistados preveem crescimento em agosto e setembro e o restante acredita que o desempenho ficará abaixo do esperado. Segundo a Abit, 72% dos entrevistados acreditam que o nível de emprego em agosto e setembro será mantido em relação a junho e julho. Dos entrevistados, 5% consideram que o nível de emprego cairá. Em julho, a produção têxtil ficou abaixo do esperado para 59% dos empresários e 69% dos entrevistados preveem manter o nível de emprego.


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