Doze crises femininas

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COMPORTAMENTO

Doze crises femininas

De olho na autoestima A babá Karina de Sousa Barbosa, de 21 anos, diz que tenta se controlar para não cair no exagero, mas confessa que a insatisfação com a própria aparência é recorrente. “Sempre que posso tento fazer alguma mudança no meu visual para me sentir melhor. Quando não me sinto bonita, minha autoestima fica péssima, não tenho vontade de sair”, diz Karina, que faz questão de investir em roupas que a façam se sentir bem e de cuidar do cabelo e das unhas. Pa ra a jovem, existe uma cobrança excessiva para que as mulheres pareçam sempre lindas e perfeitas.

Mulheres e especialistas entrevistadas pelo AT2 falam sobre angústias mais comuns e como enfrentá-las Roberta Peixoto ual mulher nunca teve uma crise que seja? É o relacionamento que termina, a dúvida sobre a carreira ou a insatisfação com a aparência. Ao longo da vida, é comum que elas enfrentem muitos dilemas. Boa parte dessas questões é abordada em “Tá Todo Mundo Mal” (Companhia das Letras), da youtuber Julia Tolezano, a Jout Jout, onde ela reúne seus maiores conflitos. E não é só ela. Mulheres comuns e especialistas em comportamento entrevistadas pelo AT2 engrossam o coro de que as angústias existem. Mais: estão aí para serem encaradas. A psicanalista Cristiane M. Maluf Martin ressalta que as crises têm ligação direta com o mundo materialista e consumista e que se a mulher não se encaixar nos moldes ditados, a tendência é que se frustre. “É difícil manter a estabilidade do humor no contexto de vida atual, com tragédias, vida política, estresse, problemas existenciais, de relacionamento e profissional”, pontua.

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OS DILEMAS DELAS 1 Desconfortos da adolescência Na adolescência, o cabelo lindo e hidratado dá lugar a madeixas estranhas, a pele de pêssego se enche de espinhas, os pelos aparecem, e a menina, muitas vezes, se sente a pessoa mais feia do universo. Com a autoestima prejudicada, parece que os rapazes se interessam por todas as suas amigas menos por ela. Depois, os anos passam, e vem a certeza de que sofrer por isso é uma grande bobagem. Afinal de contas, não é pela aparência que uma se torna interessante e sim pelo seu jeito de ser.

Solteirice x maternidade A comerciante Jocasta Mendes, 28, casou duas vezes. O primeiro casamento, aos 20 anos, durou três meses; o segundo, 60 dias. “Na primeira vez eu sofri muito. Tinha o sonho de construir uma família. Emagreci bastante na época. Fiquei com trauma e só depois de seis anos resolvi me envolver novamente com alguém. Fomos morar juntos e a relação também durou pouco”, conta. “Vai fazer três anos que estou solteira. Não me vejo mais casada, só namorando, e cada um na sua casa. Estar solteira não me incomoda, mas a vontade de ser mãe. Apesar de saber que não preciso estar casada para realizar esse sonho”, completa.

2 “Meu pai não é perfeito” Uma descoberta em especial que pode doer: a de que o pai, aquele exemplo de pessoa, o sabe-tudo e verdadeiro herói, não é exatamente o que a menina imaginava. Com a maturidade, percebe-se que ele é um ser humano passível de erros e que também tem defeitos.

3 De mal com o espelho Essa parece ser a crise mais duradoura, incomodando mulheres de qualquer faixa etária. Tem as que estão sempre insatisfeitas com o peso, com o cabelo, com aquela ruguinha ou com celulite que insiste em aparecer. Heloísa Capelas, especialista em desenvolvimento humano e escritora, afirma que, de um modo geral, as mulheres vivem presas à moda e à aparência. Elas aprendem que precisam agradar ao homem e disputá-lo com as outras mulheres. E nessa disputa, só as bonitas é que

atrairão o melhor. “Claro que essas verdades não nos servem mais, no entanto, foi o que aprendemos, via de regra, e esse aprendizado é inconsciente. Precisamos de muito autoconhecimento para mudarmos essas crenças. A mulher do Século 21 pode escolher seu jeito de ser e viver”, diz.

4 Desilusão amorosa Qual mulher nunca sofreu por amor, seja por conta de uma paixão não correspondida ou um término traumático? A dor é tanta a ponto de ela achar que nunca mais se recuperará. A psicanalista Cristiane M. Maluf Martin

afirma que a palavra mais adequada para encarar esse momento é: reconstrução. Segundo ela, é importante usar esse turbilhão emocional para colher informações a seu próprio respeito. “Ela pode aprender muito sobre si mesma, crescer e sair renovada”, garante.

5 Morar sozinha ou não? Sair da casa dos pais pode deixar uma mulher à beira de um ataque de nervos. Ela pensa: devo deixar o conforto da casa dos meus pais? Estou pronta para morar sozinha? É justo continuar usufruindo da estrutura dos meus pais?

6 Nasci para ser mãe? Ser ou não ser mãe? Se não tiver filhos e seguir a profissão pode ser que fique sem amigas e/ou sem assunto ou importância na família. Se tiver, pode ser que tenha que abrir mão de sua carreira. E agora? De acordo com a especialista em desenvolvimento humano e escritora Heloísa Capelas, essa é uma incerteza que, com inteligência emocional, poderá ser dirimida ou, pelo menos, suavizada.


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