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Pintura: Kezia Talisin | Yumi ....
Verdadeira rica
Marilza Conceição
Apresentação
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A arte constrói pontes. Por ela atravessamos de nossa ilha e podemos vislumbrar o outro lado. Somos convidados a enxergar o mundo como outra pessoa vê, ouve, sente, experimenta. Ampliamos nossa experiência, vivenciamos outras vidas, mas sem deixar de sermos nós mesmos. A beleza da música que se mistura com a dança, que toca a pintura, que expressa os sabores, que inspira a poesia. O Jamzine nasce com o intuito de misturar as mais diversas artes em que em um dia, artistas de várias vertentes e expressões se reúnem para ouvirem e serem ouvidos, verem e serem vistos, para trocarem experiências e para experimentarem de forma livre. O resultado é essa revista. Todas as produções são independentes, autorais e locais. Esperamos que você viaje com a gente nessa experiência. O Jamzine ocorre periodicamente, saiba sobre os próximos encontros em https://www.facebook.com/EncontraCulturaCWB/ . Marcelo Bittencourt – idealizador do Jamzine
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Verdadeira rica
Marilza Conceição
A Praça Santos Andrade repleta de crianças aos domingos, fazia parte da infância da década de sessenta. O pique aos pés da Águia de Haia, era onde a criançada também descansava da correria. Os pais cediam uma vez ao pedido da filha, para brincar só mais um pouquinho. A praça rósea de Crisântemos, festejava os namorados que passeavam de mãos dadas. Na volta, de jipe, pela Avenida Paraná, rumo ao Bacacheri, a menina saiu-se com essa: - Pai, meus amigos do apartamento da praça são ricos, por que têm bicicleta, não é? Os pais se entreolharam.
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- Você tem um quintal cheinho de árvores – argumentou o pai. - A pereira é o meu avião! – lembrou-se satisfeita. - Você tem jardim só seu, que não precisa dividir com ninguém. Já a praça é do povo e todos andam por ela! – disse a mãe. A pequena ergueu a sobrancelha, o ar de riso. - Seus colegas guardam a bicicleta apertadinha, na área de serviço. Já a nossa casa tem espaço de sobra! – disse o pai. - Você tem quatro casinhas pra brincar: no porão, no sótão, no paiol e debaixo da mesa. Minutos depois, a pequena concluiu: - Eu sou a verdadeira rica! E estabelecido o poderio, dormiu todo o resto do percurso.
Pintura: Pintura: KeziaKezia Talisin Talisin | Yumi | Yumi Moriya ....
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HARAKIRI
O sangue sobre a neve
nĂŁo o fez nem chorar
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Renan Itsuo Moriya
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Sรณ ao finalizar
se sentiu leve...
Leve para voar....
Arte: Aron Brito
A roda gigante do amor
Rafael Uziel da Silva
Na roda gigante do amor,
O coração bate mais forte.
O tempo passa tão rápido,
Ou demora tanto pra chegar.
Existe mais razão para poesias.
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O verbo se fez carne. O verbo é amar
Preocupações, pra quê se preocupar?
E uma certeza!
A roda gigante do amor nunca para de girar!
Foto: Bruno Pósnik Roloff
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Verdadeira rica
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Marilza Conceição
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Pintura: Kezia Talisin | Yumi ....
Asilo
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Renan Itsuo Moriya
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Lรกgrimas de pedra, tacada nos fracos e tristes, que um dia foramรกgua num rio que tu nรฃo vistes.
Arte: Marcelo Bittencourt
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Giana Batista Guterres da Silva na criança desprotegida vi o mundo me vi no mundo me vi na criança
e no olho inocente manchado de guerra correu uma lágrima escorreu na minha face
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Ilustração: Renan Itsuo Moriya
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Breve ensaio sobre a desordem natural
Amanda Tintori
O medo de mudar é anti-natural. Vai contra a realidade. A vida existe em ciclos, em movimento perpétuo e sincronizado. Nem mesmo a morte é estática, pois do que apodrece restam as sementes e adubos que mantêm o movimento. Se apegar a um momento, a um estado, a uma sensação, a um relacionamento ou a qualquer coisa que seja é a receita para a frustração. É se revoltar contra o infinito movimento do mar, por ele levar de volta aquilo que ele trouxe e você pôde vislumbrar por algum tempo. Movimento perpétuo e sincronizado. Nossos pensamentos, ideias, sentimentos e convicções mudam o tempo todo. Novas sinapses, novas conexões e associações são desencadeadas até pelas coisas mais banais. Um dia você olhou com mais atenção que o normal pro corpo de um passarinho atropelado no meio da rua e aquilo não passou batido, houve um “clique” em algum lugar dentro de você, silencioso, imperceptível.
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Ilustração: Aron Brito
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O processo é invisível e tão gradual, tão pequeno que até pode dar a impressão de uma configuração estática. Mas a permanência é uma ilusão. Cada emoção e sentimento são inéditos - cada vez versões ligeiramente diferentes dos mesmos. Cada instante tão único que qualquer sensação vivida jamais se repete - ainda que se repitam o contexto, os estímulos e a companhia. Cada pessoa está mudando (num nível subatômico, essencial e universal) o tempo todo. Toda ideia enraizada é patológica, parasitária. Todo sentimento imutável já está morto e em ambiente estéril, incapaz de adubar o solo para algo novo nascer. Parar o mar, ainda que por um segundo, é impossível. Tentar fazer isso vai te enlouquecer. Vai fazer parecer que a realidade está contra você, levando embora tudo que ela em outro momento trouxe de bom. Mas a verdade é que é você que está contra ela, ignorando tudo de ruim que ela está levando junto e rejeitando tudo que ela traz de novo.
Desenho: Matheus Neumann
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UM PRÍNCIPE ESQUISITO
Cristiano Fiori Zioli
CAPÍTULO 1 – O REINO O Reino estava em paz. As colheitas estavam nas estações devidas, as águas das praias estavam calmas e boas para pescar. Fartura nas mesas dos súditos. Podia-se ouvir claramente a música nas casas à noite, principalmente nos finais de semana. Havia uma pequena, porém interessante, feira de artesanato na praça central do Reino. Um lindo obelisco com anjos ornamentando as quatro pontas chamava a atenção. Dois tocavam harpas e dois tocavam flautas. Se você ficasse muito tempo parado olhando para eles, podia vê-los dançando nos ares. O engraçado de tudo isso é que as crianças afirmavam tê-los visto com a maior naturalidade! Eram quase que amigos; pra não dizer que eram praticamente da família. Do alto de um monte no meio de uma planície se erguia uma cidade suntuosa e cheia de cor e vida. Era inteiramente coberta por muros altos com sentinelas que andavam de um lado para o outro, sempre atentos aos mínimos movimentos próximos ao Reino. No sopé do monte não tinha entrada alguma para o alto. Na verdade, havia uma entrada invisível. Se você desse voltas e voltas ao redor do monte não encontraria nada, mas durante o primeiro raio de sol do dia, uma fenda se abria e escadas prateadas logo se revelavam. Não havia resistência alguma para quem quisesse entrar no Reino. Sinais próximos indicavam a melhor maneira de se 32
chegar e entrar; o melhor horário e poderia vir acompanhado ou até mesmo sozinho. Todos eram considerados de casa assim que colocassem os pés nas escadas! Os homens do Reino eram os mais carinhosos possíveis. Realizam tarefas caseiras com o mesmo entusiasmo quando realizam suas tarefas profissionais. Lenhadores, arquitetos, cientistas, músicos, pintores, criadores de animais, agricultores, padeiros, soldados, enfim, parte da beleza do Reino estava na variedade de habilidades e funções. As mulheres eram igualmente participantes desse desenvolvimento. Cavalos e carros dividiam as ruas do Reino com seus espaços bem delimitados. Havia uma rua principal que cortava o Reino de ponta a ponta passando pelo Portão Dourado até o Palácio do Amanhecer indo terminar no Portão Esmeralda, dividida em seis faixas. As duas faixas ao leste eram para os cavalos, charretes, carroças e carruagens. As duas ao oeste eram reservadas para os carros e motos. As duas faixas centrais eram para pedestres, bicicletas, patins, patinetes, enfim, eram reservadas para meios de transporte mais leves. Canteiros de flores com árvores frondosas e frutíferas serviam de separação a cada duas faixas. Muitas ruas largas cortavam o Reino e nelas, por conta do espaço, todos os
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aguardando ilustração
meios de transporte coexistiam com uma premissa simples: os ocupantes das faixas centrais da Rua Principal sempre teriam preferência. Semáforos estavam estrategicamente instalados para ajudar numa fluência melhor! Até porque ninguém gostaria de chegar atrasado aos compromissos. Não havia caminhões ou veículos muito grandes no Reino. Não havia necessidade dada à tecnológica via férrea que passava por cima do Reino. Dez trens faziam todo o transporte de alimento, combustível, tecidos, madeira, metal, enfim, de todo material produzido no Reino para os centros industrializados. A velocidade em que os vagões cortavam os céus do Reino gerava um som como de um vento muito forte. E quando a demanda era muito grande parecia que estava chovendo, de tanto que os trens passavam por cima das nossas cabeças. Nos trens você tinha vagões de cargas e de pessoas. Facilitava muito, por exemplo, pra quem morava em Santa Felicidade, ao Norte do Reino, ir até o Mercado do Povo, ao Sul. De trem, esse percurso era feito normalmente em trinta e cinco minutos. De carro levava horas. E os trilhos? Se eu os descrever como pequenos arco-íris que cortavam o céu do Reino você não iria acreditar! Mas sim, eram exatamente assim. No Reino, os animais também tinham seus direitos e deveres reservados e protegidos. Não havia zoológicos no Reino; não era algo que atraía muito os moradores de lá, fascinados pela simples ideia da liberdade. Parques espalhados pelos bairros que, aliás, eram doze! Seus nomes são: Santa Felicidade, Belo Horizonte e Água Tardia mais ao Norte; Mercado do Povo, Morada do Sol e Jardins mais ao Sul; ao leste estavam Bela Esperança, Lírio
do Vale e o Parque dos Trevos; o Centro Industrial e a Cidade Universitária a oeste; e no centro estava Alvorada, onde ficava o Palácio do Amanhecer. Que coisa mais magnífica esse Palácio! Não havia um só morador do Reino que não tivesse ido ao Palácio. Era aberto não só para visitas escolares ou de turistas. O Rei sempre oferecia banquetes no pátio do Palácio com direito à pouso nos mais diversificados e temáticos quartos. Vários quartos feitos especialmente para aqueles que quisessem passar alguns dias ou mesmo apenas uma noite! Famílias gostavam de passar seus finais de semana em companhia do Rei e de seus serviçais, que eram a gentileza e a alegria em pessoa. Como eram agradáveis as presenças dessas pessoas! Nem parecia que eram servos do Rei; ele os tratava mais como amigos. Aliás, sempre que abriam vagas para funções no Palácio, desde cuidar da limpeza até ser um mordomo da corte, as pessoas se acumulavam nas filas de entrevistas. A ostentação do Palácio não estava nos seus enfeites ou em quanto ouro ou pedras preciosas estavam à mostra. Diferentemente de outros reinos, o Palácio não possuía muitas torres; apenas uma, onde o Rei costumava ter suas conversas com seu conselho real. O conselho era composto pelo Rei, seu filho e sua esposa, mulher sábia e uma consoladora em tempos de crise e de profundas tristezas. Muitas janelas e cortinas de cores vibrantes eram vistas por conta do vento que as jogava para fora. As paredes eram feitas de blocos à vista com desenhos em amarelo, vermelho, azul e branco. Uma porta com cinco metros e meio de pura madeira revestida de ouro com figuras místicas em alto relevo davam as boas-
vindas aos que entravam e saiam do Palácio. Podia-se reconhecer centauros, sereias, grifos e toda sorte de criaturas mágicas. O pátio do Palácio era uma das coisas mais belas de Alvorada e, claro, aberto ao público. Aliás, houve uma ocasião que o Príncipe botou pra correr alguns comerciantes que cobravam entrada para visitar o pátio com um jardim suspenso com uma flora com uma variedade invejável! Ele desceu da Sala do Trono para se encontrar com seus súditos e visitantes de outras terras e, quando lá chegou, viu um pequeno, porém atrevido grupo de pessoas que estavam extorquindo algo que deveria ser desfrutado gratuitamente. O Príncipe perdeu um pouco daquela compostura amável que todos estavam acostumados! Tirou seu cinto de couro com fivelas de ouro e começou a expulsar um a um dizendo: -“Quem foi que lhes deu essa autoridade para cobrar o que é de graça? Meu pai quer que todos andem por aqui livremente”! E imediatamente, mandou chamar os guardas reais e os mandou prender a cada um dos cobradores! O povo aplaudia o Príncipe, enquanto que as autoridades estrangeiras estranhavam tal atitude! “Ele poderia ter uma boa maneira de arrecadar fundos para o Reino se permitisse o pagamento para as visitas”. – Diziam as autoridades. O Príncipe apenas os olhava com um sorriso. As escolas se situavam na Cidade Universitária. Lá estavam a Biblioteca do Reino, as universidades, escolas primárias e ensino médio e ginásios de esportes. Para o Rei, o esporte era fundamental na plenitude da escolaridade. Os professores, chamados de Mestres, não apenas pelos seus títulos, mas por suas funções, eram os mais honrados
cidadãos do Reino! Não se gabavam de seus conhecimentos, muito pelo contrário, seus maiores prazeres estavam em ver seus pupilos se destacando e, não raro, quando eles os superavam! No Reino, a educação era baseada na vocação de cada indivíduo que ia sendo descoberta ao longo dos anos no ensino básico, onde a criança tinha contato com as matérias mais básicas, a saber, Química, Física, Geografia, Filosofia, História, Linguagem e Gramática, Literatura, Matemática, Educação Física e Artística. Após esse primeiro contato, habilidades e vocações iam sendo investigados e incentivados pelos Mestres junto aos pais de cada criança. Todas as crianças tinham prioridade. “O Reino pertence a elas” – dizia o Rei. E tinham mesmo! O Rei adorava brincar e promover festas para elas. Se tinha uma coisa que O irritava demais era o fato de adultos se acharem superiores às crianças. E geralmente, era por causa das riquezas que elas podiam produzir. Logo eram interrompidas pelo próprio Rei que dizia que eles não teriam nada se não fosse a Sua bondade em ceder terras, tecnologias, meios e recursos para que essa produção acontecesse. A conversa sempre se encerrava com alguma refeição. Era um lugar que chamava a atenção de muita gente; de dentro e de fora! Um dos Generais do Reino, arrogante e demasiadamente cruel, começou a nutrir em seu coração um desejo de ocupar o trono. Ele achava que o Rei era muito fraco; que Ele deveria ser mais rígido e penalizar mais as pessoas. O General, então, decide lutar contra o Rei para assumir o trono e ter o poder do Reino em suas mãos! Ilustração: Douglas Nogueira
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Cristiane Souza
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Se possívl seque ao Sol
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Poucas simpli cidade s são mais amassar. Cuidar para não marcadeliciosas e trabalhosas que secar a roupa no tempo. Secar a roupa meio ao balanç ar do vento. Cuidar para estender sem mesmo Sol que quara a roupa r do grampo ou do próprio varal. Cuidar para não ficar tempo A peça aoroupa seca ao Sol emana um aroma inigua não permite comodismos. Há , também é o que desbota, o que mancha. É preciso deixar um olho nodecéu lável. Um odor reconf ortant Será este o cheiro do Sol? O e o outro na roupa. Algo que deman r. Há que estender. Há que cuidar. Há que recolh da cuidado e dedicar de tempoe. vida bem cuidada não permi que se dedica er. E manter limpo o varal.V . Não. A roupa seca ismos. Há ida que ao é se como mante livre roupa r um . Semp olho É recomendado não misturar.te comod re no precis céu e a o ser outro lavada na vida. E demanda tempo e cuidad e, algumas vezes, até amaci arUma peça que é mais delicada. Outras o. Mesmo que seja secada na máqu podem juntar bolinha. Sempre de colocar na secadora aquelaExiste ina. Tem a quantidade certa. ada. tem aquela que que amarrota do compa E, modo atenção! rtilha “preci um so pouco ser lavada de quina, a recomendaç cor de com novo” as outras se fi car , ão ainda muito sempr que tempo não no seja proces o deseja so de do. E nada secag em.A grande verdade é que mesmo sendo balançando no vento também. e é, se possível, secar a roupa ao Sol. Além de toda a economia de energ mais prático ia, hoje as não então… vi er à mámelho mas r brinqu é precis o cuidar para quência de chuva é preciso ser E as sombr entret para não sujar as roupas duranaté er criança inquie que grampos derecorr te a brincadeira. Mãos sujas eedo ligeiro. Cada tempinho roupa. Roupa pr ecisa ser aproveitado. Como a vida roupas limpas não costumam ta ao ferro de passar ou aos dutosmuito combinar. períodos de maior freda geladeira, o que aumenta seco é urgente. Mas mesmo que se tenha bastante a conta de não ser agu pressa, a r
A grande verdade é que mesmo sendo mais prático recorrer à máquina, a recomendação sempre é, se possível, secar a roupa ao Sol. Além de toda a economia de energia, até hoje não vi melhor brinquedo para entreter criança inquieta que grampos de roupa. Roupa balançando no vento também. E as sombras então… mas é preciso cuidar para A peça de roupa seca ao Sol emana um não sujar as roupas durante a brincadeira. aroma inigualável. Um odor reconfortante. Mãos sujas e roupas limpas não costumam Será este o cheiro do Sol? O mesmo Sol que combinar. quara a roupa, também é o que desbota, o que mancha. É preciso deixar um olho no Em períodos de maior frequência de chucéu e o outro na roupa. Algo que demanda va é preciso ser muito ligeiro. Cada tempinho cuidado e dedicar de tempo. Não. A roupa seca ao ar livre não permite comodismos. Há seco precisa ser aproveitado. Como a vida é que se dedicar. Há que estender. Há que cui- urgente. Mas mesmo que se tenha pressa, dar. Há que recolher. E manter limpo o varal. a roupa só seca no seu tempo. Pode-se até recorrer ao ferro de passar ou aos dutos da geladeira, o que aumenta bastante a conta Vida é como roupa. Sempre precisa ser lavada e, algumas vezes, até amaciada. Uma de energia e diminui a vida útil do eletrodovida bem cuidada não permite comodismos. méstico. Ainda não inventaram secagem insHá que se manter um olho no céu e o outantânea. Não existe outra solução a não ser tro na vida. E demanda tempo e cuidado. aguardar a roupa secar. Até secar no corpo Mesmo que seja secada na máquina. Tem vale, desde que se esteja disposto aos ina quantidade certa. E, atenção! É recomen- cômodos da roupa molhada. Agora o cheiro dado não misturar. Existe peça que é mais de vida secada ao Sol. Em meio ao balançar delicada. Outras podem juntar bolinha. Semdo vento. Estendida com cuidado. Seca no pre tem aquela que compartilha um pouco tempo. Emana um aroma inigualável. Só não de cor com as outras, ainda que não seja o desejado. E nada de colocar na secadora vale esquecer de tirar do sereno, porque a roupa umedece de novo. A noite não foi feita aquela que amarrota do modo “preciso ser para secar roupa. À noite, a roupa repousa. lavada de novo” se ficar muito tempo no processo de secagem. Poucas simplicidades são mais deliciosas e trabalhosas que secar a roupa no tempo. Secar a roupa ao Sol. Em meio ao balançar do vento. Cuidar para estender sem amassar. Cuidar para não marcar do grampo ou do próprio varal. Cuidar para não ficar tempo demais sob o Sol. Ou não pegar sereno.
Poucas simplic são mais delici trabalhosas qu roupa no temp a roupa ao Sol ao balançar do Cuidar para es amassar. Cuida marcar do gram próprio varal. C não ficar temp sob o Sol. Ou n sereno.
A peça de roup ao Sol emana u inigualável. Um reconfortante. cheiro do Sol? Sol que quara também é o qu o que mancha. deixar um olho e o outro na ro que demanda dedicar de tem roupa seca ao permite comod que se dedicar estender. Há qu Há que recolhe limpo o varal.
Vida é como ro Sempre precis lavada e, algum até amaciada. bem cuidada n comodismos. H se manter um céu e o outro n E demanda tem cuidado. Mesm secada na máq a quantidade c atenção! É reco não misturar. E que é mais del Outras podem bolinha. Sempr aquela que com um pouco de c as outras, aind seja o desejado de colocar na s aquela que am modo “preciso de novo” se fic tempo no proc secagem. A grande verda mesmo sendo tico recorrer à a recomendaçã é, se possível, roupa ao Sol. A toda a econom energia, até ho melhor brinque entreter crianç que grampos d Roupa balança vento também. sombras então preciso cuidar sujar as roupas brincadeira. Mã e roupas limpa costumam com
Em períodos de frequência de c preciso ser mu Cada tempinho precisa ser apr Como a vida é Mas mesmo qu pressa, a roupa no seu tempo. até recorrer ao passar ou aos geladeira, o qu bastante a con gia e diminui a do eletrodomés não inventaram instantânea. Nã outra solução a aguardar a rou Até secar no co desde que se e disposto aos in da roupa molh o cheiro de vid ao Sol. Em me balançar do ve Estendida com Seca no tempo um aroma inig Só não vale es tirar do sereno roupa umedec A noite não foi secar roupa. À roupa repousa Poucas simplic são mais delici trabalhosas qu roupa no temp a roupa ao Sol ao balançar do Cuidar para es amassar. Cuida marcar do gram próprio varal. C não ficar temp sob o Sol. Ou n sereno.
A peça de roup ao Sol emana u inigualável. Um reconfortante. cheiro do Sol? Sol que quara também é o qu o que mancha. deixar um olho e o outro na ro que demanda dedicar de tem roupa seca ao permite comod que se dedicar estender. Há qu Há que recolhe limpo o varal.
ro mpo. Não er sem amassar. tante. Será este o chei idado e dedicar de te vel. Um odor reconfor Algo que demanda cu po o varal.Vid na um aroma inigualá u e o outro na roupa. e recolher. E manter lim o deixar um olho no cé . Há que cuidar. Há qu ismos. Há que se que mancha. É precis dicar. Há que estender a não permite comod odismos. Há que se de Uma vida bem cuidad tidade certa. E, livre não permite com vezes, até amaciada. máquina. Tem a quan ser lavada e, algumas o que seja secada na que compartil upa. Sempre precisa mpo e cuidado. Mesm . Sempre tem aquela na vida. E demanda te s podem juntar bolinha olho no céu e o outro é mais delicada. Outra turar. Existe peça que recomendado não mis
Ilustração: João Gabriel Vanz
Vida é como ro Sempre precis lavada e, algum até amaciada. bem cuidada n comodismos. H se manter um céu e o outro n
o sol raiou
O DIA QUE O MUNDO INTEIRO VIU O DIA ESCURECER SEM AVISAR QUEM TAVA OLHANDO O MADEIRO VIU LOGO A MENTE TODA EMBARALHAR AS VEZES ALGUÉM TEM QUE DESCER BEM BAIXO PRA MÓ DE OS OUTROS PODER SUBIR ALTO MAS SEMPRE ALGUÉM QUER CONTINUAR EMBAIXO CISCANDO DAQUI E PRA LÁ A VIDA O DIA, NOITE, DIA, NOITE 2X É IMPRESSIONANTE O QUE PODE ACONTECER QUANDO A GENTE CONTA DE UM A TRÊS UM, DOIS, TRÊS, E O SOL RAIOU E O SOL RAIOU, NÃO TEVE JANELA QUE NÃO VIU SUA LUZ BRILHAR E O SOL RAIOU, ATÉ ONDE ERA NOITE A SUA LUZ BRILHOU O DIA, NOITE, DIA, NOITE O DIA, NOITE, DIA, NOITE E O SOL RAIOU
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Álvaro Ramos
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Bailarina: Lu Frumento
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Pintura: Kezia Talisin | Yumi ....
Verdadeira rica
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Pintura: Kezia Talisin | Yumi ....
SEdento
Coração embriagado Sente sede de amor -Um copo, por favor!
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Ana Cláudia Campos
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Charge: JoĂŁo Carvalho
A vida passa
Me escolheram pra falar do que muitos não querem ouvir É por essas e por outras que hoje me encontro aqui E se, contrario for, a plena vontade alheia Você fica excluído como se fosse na cadeia Mas, é na cadeia onde tudo acontece Seu desejo adormece e você faz uma prece Pra que, Deus ilumine o resto da sua vida E você lembra do sorriso lindo da sua filha Do abraço da esposa acalentava seu coração Momentos simples da grandeza da criação Que vale mais o arroz com feijão repleto sorrisos Do que comer um caviar rodeado de inimigos E quanto tempo “cê” perdeu tentando ganhar a vida E quanta vida “cê” perdeu tentando ganhar o tempo E que os anos passaram rápido é corrido o tempo inteiro E que o tesouro maior não se compra com o dinheiro Peço que Deus abençoe o tempo tenho aqui Pra que eu faça bom proveito dos anos que estão por vir E que eu não olhe pra trás achando que valeu a pena 54 Pois pra quem ganhou a alma o mundo é coisa pequena
Erick SK
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Se pudesse voltar atrás ter entrado na faculdade E se tivesse aproveitado a minha menor idade Certamente o futuro seria tão diferente Menos murmurações nas gavetas da minha mente Mas parece que todos, lutam pela vaidade As preocupações são iguais, em todas essas cidades O cara agressivo hoje não briga mais Aprendeu, a dar valor inclusive pros seus pais O empresário que “ trampava”, quase o dia inteiro Hoje valoriza mais a esposa do que o dinheiro Quanto tempo a gente vai, demorar pra entender Que a felicidade não se parcela no carnê A vida corre rápido feito um atleta E eu vivo, maravilhado a cada nova descoberta Falta viver o amor, pra que também os outros sintam Que o melhor da vida é MORRER, pra que outros VIVAM! Peço que Deus abençoe o tempo tenho aqui Pra que eu faça bom proveito dos anos que estão por vir E que eu não olhe pra trás, achando que valeu a pena Pois pra quem ganhou a alma o mundo é coisa pequena
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Dorso da colher
Vejo meu rosto deformado. Pela primeira vez a beleza de minha própria imagem. Contornos assimétricos, ovalados estampam um tipo qualquer de uma simpática monstruosidade. Deformação perfeita. Na plenitude do feio sorriso, olhos e boca e nariz de mulher ganham outras formas, no ir e vir do balanço do dorso da colher estrangulada pela garrafa de vidro.
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Enilda Pacheco
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Arte: Marcelo Bittencourt
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apoio e realização
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participantes Amanda Tintori amandatintori@gmail.com http://www.facebook.com/blueskozmico Renan Itsuo Moriya ashrionx@yahoo.com.br Giana Batista Guterres da Silva giana.guterres@gmail.com facebook.com/floresciversos Rafael Uziel da Silva rafauziel@gmail.com facebook.com/rafauziel Cristiano Fiori Zioli crispinfiori@gmail.com https://medium.com/@PrCris Cristiane Souza cristiane@cristianesouza.com.br http://cristianesouza.com.br/ Ana Claudia de Campos anaclaudia.acc@hotmail.com facebook.com/poesianoaranaclaudiadecampos Erick Brisola Ortolan erickbrisola@gmail.com www.ericksk.com.br
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Enilda Pacheco https://www.facebook.com/enilda.pacheco.5 Marcelo Bittencourt www.homemquevoa.com Aron Brito https://www.facebook.com/aron.brito.338 Bruna Gonçalves https://www.facebook.com/FabricaCafeteria/ Bruna Burkat Camilla Gusi https://www.facebook.com/ProjetoAllegroBR/ Kezia Talisin https://www.facebook.com/Ateli%C3%AAKezia-Talisin-111391345711319/ João Carvalho https://www.facebook.com/semteroquefazer/ Bruno Pósnik Roloff https://www.facebook.com/BrunoPRphotos/ Alessandra Belles Moriya www.fourcoworking.com.br João Gabriel Vanz https://www.facebook.com/joaogabriel.vanz
Álvaro Ramos contato.alvaroramos@gmail.com https://www.facebook.com/alvaroramosrj
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Lu Frumento
Matheus Neumann