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Páscoa: Ressurreição de Cristo, Libertação do Homem
Na sua ressurreição, Cristo comunica ao mundo o seu Espírito de vida, que muda o coração do homem, Espírito de liberdade, que redime o homem de suas escravidões e exatamente na raiz, pois o resgata do pecado. Abre ao homem um futuro de vida com o dom da sua própria vida. A ressurreição de Cristo liberta o homem “por dentro” e constitui a mensagem mais revolucionária em favor do homem. Os laços do pecado foram rompidos pela cruz; os laços da morte não mais nos detêm. Mortos para este mundo, vivemos uma vida nova. Com a ressurreição, Deus completa, por seu amor, aquilo que ainda nos faltava para sermos discípulos e discípulas de Jesus e alcançarmos a santidade. Deus nos dá de presente, por amor, aquilo que nós não fomos capazes de conquistar com nossas forças. E esse presente é a salvação, obtida para nós pela morte de Jesus. O anúncio da ressurreição mexe com a nossa vida, como aconteceu com as primeiras testemunhas. A alegria invade o nosso ser. O Aleluia que ressoa constantemente exprime a alegria da nova criação, em que todas as coisas se tornaram novas. É uma alegria dinâmica e revolucionária, como diz Santo Agostinho: “Canta como o viajante. Canta caminhando, esquece o cansaço cantando, porém toma cuidado com a preguiça. Canta e caminha.” A esperança se renova, baseada na certeza da vida em plenitude, como dom de Deus. Tudo adquire um sentido novo. A fé na ressurreição imprime novo dinamismo na nossa caminhada terrena. A celebração da Páscoa de Cristo é a oportunidade de nos deixarmos invadir pelo amor misericordioso de Deus e seguir a Jesus com entusiasmo. É o tempo do Aleluia, da liberdade dos filhos de Deus, da nova vida do Espírito, da inauguração do Reino de Cristo que, feito “Senhor” na sua ressurreição, sentado à direita do Pai, está misteriosamente presente na sua Igreja e na vida do seu povo. O tempo da salvação, plenamente realizado em Cristo, constitui a originalidade da visão cristã da relação entre a vida do homem e o tempo. O evento Cristo, com seu ápice na Páscoa, torna o tempo “realizado”, mas não “fechado”; por isso, cada homem que vive na história é chamado a comprometer-se com o evento salvífico: viver na comunhão com Deus e com o próximo. Somos chamados a encontrar o Cristo ressuscitado e vivo na comunidade, na sociedade, na face de cada pessoa e em nossa própria vida. A Páscoa de Cristo é o acontecimento que mudou irrevogavelmente o destino do mundo. Isso exige que se faça dela uma proclamação pública e solene. A Igreja não vive a nostalgia do passado histórico do seu Senhor, mas vive a fé na sua presença atual e diz: “O Senhor ressuscitou e vive em nosso meio; aleluia, aleluia!”
Pe. Gilmar Antonio F. Margotto SCE Província Sul II Votuporanga-SP