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Pentecostes: breve reflexão à luz da Bíblia
Para refletir a Vinda do Espírito podemos meditar brevemente duas leituras bíblicas propostas para a missa do dia de Pentecostes: At 2, 1-11; Jo 20, 19-23. Segue breve pensamento sobre estes textos sagrados. A primeira leitura da missa do dia de Pentecostes é o texto dos Atos, que descreve a chegada do Espírito em forma de línguas de fogo sobre Maria e os Apóstolos reunidos. Pessoas das mais variadas culturas e raças, presentes em Jerusalém, entendem, em sua própria língua, as maravilhas de Deus anunciadas pela boca dos seguidores do Senhor. Põe-se a pergunta: que linguagem é essa que grupos tão diferentes podem entender? A resposta é simples: a única “língua” capaz de se tornar compreensível entre pessoas tão diferentes é a linguagem da fé. A fé católica está presente em muitas culturas, é professada em diversas línguas. Assim, fica clara a mensagem: Pentecostes é festa da unidade! O Espírito conduz à unidade. Quem se diz guiado pelo Espírito Santo vive a unidade. Deste modo, a Solenidade de Pentecostes interroga cristãos que têm preconceitos de outros pelas diferenças que possuem em relação ao nosso “padrão”. Questiona rixas entre grupos pastorais dentro da própria Igreja. Interroga equipes que não se “misturam”, pois se acham mais “santas” e melhores que outras. Que unidade é essa quando há ódio, divisão, separações, quebra da comunhão, entre nós, que nos dizemos guiados pelo Espírito? A descrição do Evangelho de João é diferente da que faz Lucas. Este fala da vinda do Espírito cinquenta dias depois da Páscoa (por isso, “pen”-tecostes). São João, diversamente, apresenta a vinda do Espírito já nas primeiras aparições do Cristo Ressuscitado. O Senhor insufla nos discípulos a força do Espírito no mesmo dia da Ressurreição. São maneiras diferentes de explicar o mesmo Mistério. O sopro de Jesus sobre os Apóstolos faz lembrar o sopro de vida a partir do qual Deus torna Adão um ser vivente. Mas este pecou (como nós pecamos), teve fraquezas e tropeços (como nós temos). Então, veio um novo sopro de Deus. Sopro renovador, que opera uma “Nova Criação”. Este é o sentido da vinda do Espírito no Evangelho de João. Notemos também que o sopro de Deus em Adão se dá no primeiro dia da semana da criação, o mesmo em que Jesus ressuscita e sopra sobre os Apóstolos. Assim, fica claro que se trata da “Nova Criação”. Podemos nos sentir fracos, mas há recomeço na força de Deus que nos é “soprada”; acontece de cairmos e pecarmos, mas há sopro restaurador divino em nossas vidas. Então, não façamos de nossas fraquezas justificativas para não seguir em frente. Às vezes, nosso argumento para desistir ou deixar de lutar são as nossas fragilidades. Nós as temos, mas temos também, e sobretudo, a força do Senhor soprada em nossas almas.
Pe. Eder Carlos de Oliveira SCE Província Leste II