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Tema do ano: Capítulo VIII

Vivemos uma vida a dois, abençoados pelo amor de Deus no Sacramento do Matrimônio. Nos entendemos, nos admiramos, nos respeitamos, nos amamos, somos cúmplices um do outro, rezamos juntos, nos entregamos a Deus em oração. Os anos passam, a vida passa e quando um dos cônjuges é chamado para a casa do Pai... que significado teria a vida se tudo acabasse ali? Acabaram-se os sentimentos? Acabou o que vivemos a vida inteira? Quarenta, cinquenta anos juntos, acabam ficando parecidos um com o outro, tendo os mesmos gostos, assumem os gestos um do outro. A presença do outro já está encarnada em ambos, quem vê Maria, vê também Amâncio. Se não estamos juntos, vem logo a pergunta: cadê a Maria? onde está o Amâncio? “Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne” (Gn 2,24). Vivemos juntos, somos um só. Portanto, como poderemos esquecer do nosso corpo, da nossa carne? Na criação, primeiro Deus criou o homem e o chamou de Ish (homem em hebraico), depois criou a mulher e deu a ela o nome de Isha (mulher em hebraico). Deus a apresentou ao homem e ele exclamou! “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne”! (Gn 2, 23). Somos parte um do outro, somos complemento um do outro. Na separação não ficamos sozinhos, fica sempre a presença do outro, o cheiro, daquele que foi companheiro por tantos anos. Lembraremos dos momentos

Tema do ano: Capítulo VIII A MISSÃO DO CÉU

compartilhados, comemoraremos as datas importantes, continuaremos enxergando seus traços no filho amado. A ida não apaga o que vivemos, ela eterniza. Como disse Santo Agostinho: “A morte não é nada, eu apenas passei para o outro lado do Caminho. A vida significa tudo que ela sempre significou, o fio não foi cortado”. A presença permanece, os laços afetivos não se apagam. A partida não apaga as lembranças dos bons momentos vividos, dos momentos difíceis também, não acaba o amor. Este amor permanece naquele(a) que fica. Quando Pe. Caffarel orientou as viúvas para um “amor mais forte que a morte”, é que no amor não há fronteiras, o amor ultrapassa as barreiras da morte e permanece. Certamente este amor sobreviverá nos corações. O amor de quem sempre viveu a presença de Deus em suas vidas, sempre juntos e em harmonia, este amor não pode acabar com a separação. Quando entramos nas Equipes de Nossa Senhora, fomos convocados a caminhar para a santidade, cada cônjuge cuida para que o outro se santifique, porque “as ENS têm por objetivo essencial ajudar os casais a caminharem para a santidade, nem mais nem menos” (Pe. Caffarel). Abençoados sejam os esposos que em seu coração aguardam o reencontro na eternidade.

Maria e Amâncio CRP Nordeste II

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