Ensino Magazine nº 166

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Dezembro 2011 Director Fundador João Ruivo Director João Carrega Publicação Mensal Ano XIV K No166 Distribuição Gratuita

www.ensino.eu Assinatura anual: 15 euros Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização n.º DE03052011SNC/GSCCS

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UBI distingue investigadores

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Poliempreende envolve 100 mil estudantes

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Dez anos ao serviço do cliente

O director-adjunto do «Expresso» e apresentador do «Expresso da Meia Noite» teme que o plano de austeridade deixe o país atolado numa «espiral recessiva». Nicolau Santos prevê momentos conturbados do ponto de vista social, com o aumento da fuga e evasão fiscais e fenómenos de delinquência, banditismo e violência. «Nos supermercados já se rouba para comer», afirma. p2a4

luís castro em entrevista

Boas Festas

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Crise é perigosa e imprevisível

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nicolau santos, jornalista

P 20 pub

Histórias de um repórter de guerra Luís Castro, jornalista da RTP, esteve preso quatro vezes, foi expulso de vários países, sofreu ameaças de morte e foi interrogado com uma arma encostada à cabeça, na Guiné. No Iraque, esteve três dias sem dar notícias. A família chegou a chorar a sua morte. As histórias deste repórter de guerra aqui ficam. C

p 26 e 27

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Nicolau Santos, jornalista

«Esta crise é perigosa e imprevisível» 6 O director-adjunto do «Expresso» e apresentador do «Expresso da Meia Noite» teme que o plano de austeridade deixe o país atolado numa «espiral recessiva». Nicolau Santos prevê momentos conturbados do ponto de vista social, com o aumento da fuga e evasão fiscais e fenómenos de delinquência, banditismo e violência. «Nos supermercados já se rouba para comer», afirma. Após 30 anos de vivência nas redacções, admite que os jornalistas são hoje «menos móveis», mas rejeita que se tenha perdido independência.

termos de indicadores sócio-económicos. Progredimos imenso em determinados domínios, nomeadamente em termos de saúde, natalidade e mortalidade. Muita gente certamente não sabe que a Via Verde, os telemóveis prépagos e os multibancos foram criações portuguesas. Hoje em dia acham normalíssimo poder usar estas funcionalidades no dia a dia, mas ao fim ao cabo estas invenções foram todas «made in Portugal». Como surgiu a ideia de escrever o artigo?

Escreveu um artigo que ficou célebre chamado «Eu conheço um país…», em que fala sobre o que Portugal tem de bom em termos de inovação e criação empresarial, posteriormente replicado em sites, redes sociais e é hoje uma referência para muita gente. Portugal é melhor do que o pintam? Os portugueses olham para o seu país sempre numa óptica negativa. Vêem apenas aquilo que lhes falta e costumam desprezar o que conquistaram. Basta ver como era Portugal em 1975 e como é em 2011. Num ranking de 194 países estamos nos 30 primeiros em Publicidade

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Em 2006 escrevi-o pela primeira vez na revista «Exportar», mas nunca pensei que tivesse tanta repercussão. Posteriomente, o artigo foi publicado em inglês para ser inserido num jornal indiano. O impacto foi enorme e ainda hoje é replicado por e-mail, colocados nas redes sociais, etc. Como foi redigido numa altura em que nem nos piores pesadelos se imaginaria a dimensão da crise, entretanto, actualizei-o para o meu livro «Portugal vale a pena». O jornalismo também tem «culpas no ;


cartório» por privilegiar uma abordagem dramática e negativa das notícias?

O crescimento económico e a taxa de desemprego são variáveis a monitorizar com atenção nos próximos meses e dos quais depende a recuperação do país. Qual é a sua visão?

Acho que não é justo meter todo o jornalismo que se faz no mesmo saco. Admito que as televisões generalistas exagerem um pouco, nomeadamente ao nível dos noticiários. Os telejornais estão de há uns anos a esta parte contaminados por duas tendências: o entretenimento (em que se usa e abusa de promover as novelas dos canais em horário nobre) e os casos de dramas sociais. Por norma, na TV sobrevaloriza-se o que corre mal e veicula-se uma imagem pouco optimista do país. Insiste-se em destacar a pessoa que morreu por negligência médica no hospital ou o bebé que nasceu na ambulância, quando nesse mesmo dia houve dezenas de pessoas que foram salvas da morte pelo pessoal competente e empenhado que trabalha nos serviços de saúde. Se me permite, quero destacar a SIC-Notícias, que é um caso à parte – e não digo isto por ser lá colaborador. O jornalista Luís Ferreira Lopes teve durante algum tempo um programa chamado «Sucesso.pt» em que realçava o êxito empresarial de muitas empresas nacionais. Estaria a ser injusto se não referisse também a imprensa especializada em economia, que salienta com regularidade casos de sucesso de pessoas e empresas. O que é incontornável é que a TV chega cada vez a mais gente e tem um peso desmesurado na sociedade. Escreveu recentemente no «Expresso» um artigo muito contundente em que falou que foi acometido «por uma força a crescerme nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes», parafraseando o cantor Sérgio Godinho, ao saber de certas medidas contidas no Orçamento do Estado para 2012. Quer exemplificar? Por exemplo a que revela um Estado prepotente que altera, do dia para a noite, as condições de reforma de muitos pensionistas, nomeadamente no que diz respeito aos subsídios de Natal e férias, que toda a sua vida descontaram e que têm, obviamente, direitos que não podem ser mudados a meio do jogo. Os portugueses já interiorizaram o que os espera? Acabo de escrever um artigo a que dei o título, «Uma descida aos infernos». É precisamente isto que eu considero. Temos, pelo menos, dois anos muito difíceis pela frente. O Governo acredita que tomando as medidas duríssimas que planeou ao fim do período de ajustamento a economia vai recuperar, qual fénix renascida. Todavia, temo que a punção fiscal colocada sobre famílias e empresas conduza ao fim de milhares de pequenas e médias empresas.

Chegar nos próximos tempos aos ansiados 3 por cento de crescimento é perfeitamente impensável. Quanto à taxa de desemprego, será crucial não ultrapassarmos os 14 por cento – No dia em que estamos a falar o INE divulgou que já vamos em 12,9% de desempregados. Não sei se será possível, muito por causa do aumento do IVA na restauração que creio irá ditar o fim de muitos negócios. Esta crise é muito perigosa, mais ainda do que a dos anos 80, por ter contornos imprevisíveis. As situações de fome, delinquência, banditismo e violência vão disparar. Os furtos nos supermercados e nos hipermercados também vão aumentar. É sabido que os perfumes e as lâminas de barbear sempre foram os clássicos dos larápios das grandes superfícies, mas no outro dia um dirigente de uma associação comercial disse-me que está a acentuar-se uma tendência em que já se subtrai nas prateleiras, massas, arroz e bolachas. Sinal de que já se rouba para comer. As taxas proibitivas de IVA vão estimular a fuga e a evasão fiscais?

ka mais tempo, provavelmente mais um ano, melhores condições e mais dinheiro. Os 78 mil milhões de euros acordados não vão chegar por causa da dívida tremenda das empresas transportadoras ligadas ao setor empresarial do Estado. Avançar, como fizeram o PrimeiroMinistro e o ministro da Economia, que 2013 será o início da recuperação, não me parece concretizável, a menos que estejamos no domínio da fé. A Europa está em recessão e como exportamos cerca de 80 por cento para países do «velho continente», as expectativas não podem ser as melhores. Entretanto, se os piores cenários se concretizarem, ou seja a implosão da Zona Euro, então é que nem vale a pena fazer contas. Teme que o doente, leia-se o país, possa morrer da cura? Em conversas que mantive com o Ministro das Finanças e o Governador do Banco de Portugal, eles próprios me confidenciaram que temiam que Portugal entrasse numa espiral recessiva. Veja o caso do Japão, que entrou em recessão e depois demorou uma década a crescer. E depois como é que pagamos o empréstimo de 78 mil milhões?

O memorando de entendimento com a troika prescreve um tratamento de choque excessivo?

Que diferenças encontra entre esta crise e a de 83-85?

Penso que devíamos negociar com a troi-

Devo lembrar que no início da década de

80 foram extintas empresas sem viabilidade. De alguma forma foi benéfico para «limpar» do tecido empresarial as empresas menos capazes. Na situação actual corre-se o risco de até as saudáveis poderem fechar portas. Cerca de 95 por cento do tecido empresarial é constituído por PME e a maior parte não consegue obter garantias bancárias para obras ou encomendas que desejem efectuar. Os efeitos são, pois, devastadores. Acho que o drama é ao concentrar-se toda a atenção em sanear as contas públicas, esquece-se o lado económico, nomeadamente o apoio às PME. É o que se diz em linguagem económica: «não se pode deitar fora o bebé com a água do banho». Há outro aspecto que quero sublinhar: em 1983, os mais desfavorecidos em termos sociais tinham terrenos e campos no interior. Isso foi uma saída para muitos. Na altura o país ainda tinha agricultura pujante e não era tão desertificado como é agora. Hoje as pessoas vivem esmagadoramente nas cidades. Admite que o governo adoptou estas medidas de excepção de uma assentada por cálculo e tacticismo eleitoral? É normal. Os ciclos políticos são de 4 anos e é natural que se enverede por uma dureza inicial, para no ano antes das eleições poder distribuir “brindes” pela rapaziada. No fundo, os políticos procuram fazer todo o mal nos dois primeiros anos de mandato, como aliás preconiza o Maquiavel no seu aclamado livro «O Príncipe».

Quanto à fraude e evasão fiscais também não devemos ser optimistas. «Quer com ou sem factura?», será uma das perguntas mais ouvidas. Se o interesse mútuo entre quem vende e quem compra convergir, certamente que o critério da racionalidade vai prevalecer. Pagar o preço do produto e cerca de um quarto (23 por cento) do seu preço em IVA é um convite à fuga. E, bem vistas as coisas, fugir até é capaz de compensar. A maioria dos jornais estão nas mãos de grupos económicos. Escreve-se hoje com a mesma liberdade do que quando começou? Principalmente na década de 80, estava eu no “Diário Económico”, existia pouca concentração editorial e muitos projectos a nascer. Era muito fácil mudar de emprego, em busca de um melhor salário. Na última década do século passado, os grupos de comunicação social emergiram, passaram a estar cotados em bolsa e a concentração começou a ser uma realidade, na rádio, na televisão e nos jornais. O nascimento de um sentimento de lealdade à entidade empregadora e a diminuição dos títulos no mercado motivou que passasse a ser mais difícil mudar de grupo. No entanto, não creio que isso tenha condicionado a liberdade de imprensa. Os jornalistas são hoje menos móveis, mas não creio que sejam menos independentes. As únicas transferências meteóricas estão circunscritas à televisão. Esse ambiente torna mais exíguas as saídas profissionais das faculdades para as redacções? ;

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porque considero o topo da carreira e obriga a uma análise mais madura e ponderada. A televisão é completamente a evitar para um novato. É de outro «campeonato».

Não havia cursos de Jornalismo quando eu entrei na profissão. Eu próprio sou formado em Economia. Estou em crer que a proliferação dos licenciados em Ciências da Comunicação/Jornalismo empobreceu o exercício profissional. A riqueza das redacções é fruto da diversidade das vivências e formações dos seus componentes, sejam eles licenciados em Medicina, Arquitectura, Direito, Economia, etc.

Para concluir, uma questão meramente estética, mas que é indissociável da sua pessoa, enquanto figura pública. O laço é a sua imagem de marca. Quando é que começou a usá-lo e porquê?

O «Expresso» teve durante décadas um director, José António Saraiva, arquitecto de formação… É verdade. Ele tinha um olhar gráfico sobre a primeira página do jornal que um jornalista formado em Comunicação Social não podia possuir. As ferramentas-base são importantes, mas afunilaram muito o conhecimento, restringindo a diversidade de pensamento. Os mais jovens padecem dessa falta de horizontes? Os candidatos à profissão têm talentos e lacunas. Há os bons, os regulares e um ou outro excepcionais. Vivem dos sonhos e deslumbrados por quererem ser “pivôt” de telejornal ou repórteres de guerra. Valem-se do bom relacionamento com as novas tecnologias e de partilharem múltiplos interesses, mas só isso não chega. Para além disso têm actualmente

Nicolau Santos com José Mourinho a dificuldade adicional de a Comunicação Social não estar a empregar. Na sua opinião a que se deve esse deslumbramento pelo pequeno ecrã? Há um fascínio generalizado, quase inexplicável, pela TV. A maior parte deles desconhece que o trabalho que se faz na redacção de uma televisão é particularmente duro. Mesmo estando lá a trabalhar, não aparecer no ecrã é não existir. Se o Jornalismo já é uma profissão de muitos egos, imagine o que é numa televisão, com um ambiente hipercompetitivo e porventura o menos amigável de todas as redacções dos órgãos de comunicação

social. Que percurso sugeriria a um jovem jornalista que está a iniciar-se na profissão? Da experiência que tenho, acho que o melhor local para se começar é uma agência de notícias. É um trabalho que exige disciplina, rapidez de execução e obriga a produzir notícias com base no modelo da pirâmide invertida. É uma correria para colocar na «linha» a notícia o mais rapidamente possível, mas é um processo que dá tarimba. Os jornais diários e a rádio também são bastante exigentes. Já um semanário, como o «Expresso», não aconselho para a iniciação na profissão

Vivi em África e lá ninguém se preocupava com o formalismo da gravata. Quando vim para Portugal nos meus primeiros anos de jornalismo mantive-me leal à logica de andar descontraído. Quando cheguei a director do “Diário Economico” comecei a ter necessidade de participar em diversas reuniões com os accionistas franceses do jornal. O presidente dessa empresa trajava sempre impecavelmente. Chamava-se Jean Jacques Servan-Schreiber. Tive de me aprumar. Sempre detestei gravatas, apesar de saber fazer o nó, mas preferia usar o laço nesses momentos mais formais, que tinha e tem a vantagem de poder ser guardado no bolso do casaco sem amachucar, ao contrário da gravata. Vinte anos depois, o laço é a minha imagem de marca. Às vezes chego a ser apontado na rua como o tipo da televisão que usa laço. K Nuno Dias da Silva _ H   

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Investigadores distinguidos

UBI com Scientia

Designa 2011 na ubi

Design em análise 6 Criar um espaço de debate nas mais variadas áreas que o design abrange foi o grande objetivo da Conferência Internacional em Design, Designa 2011, que se realizou a 25 e 26 de novembro na Universidade da Beira Interior. A iniciativa contou com um leque de convidados portugueses e estrangeiros especialistas na área, tais como Sheila Pontis, da Universidade de Londres, Giovanni Conti, do Politécnico de Milão, e Renato Bispo, da Escola Superior de Artes e Letras da Caldas da Rainha. Francisco Paiva, membro da comissão organizadora do evento, considerou que Portugal precisa de mais designers. Essa necessidade advém do facto do design permitir uma resposta para problemas específicos da sociedade, sendo por isso a criatividade dos seus profissionais uma mais-valia junto das comunidades. Frisou ainda a melhoria que se tem verificado no design a nível nacional,

que em muito se deve à “perseverança dos criadores e investigadores”. Catarina Moura, docente e membro da organização da conferência, realçou a possibilidade de juntar a comunidade ubiana, nomeadamente os cursos da área do design, em torno do debate de um tema “fresco” e abordar o “papel do design em tempos de crise”. Um aspeto particular do evento e de grande importância segunda a organizadora, é a tentativa de falar do design como “um território comum”, abordando as suas várias áreas sem restringir uma área específica. A tentativa de trazer as diversas áreas do design à universidade é conseguida através da participação de conferencistas vindos de vários pontos da Europa especializados em diferentes áreas e com perspetivas diversas. K Sofia Gonçalves _ Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _

Alunos expõem

Tagus com Secundário 6 O campus do Taguspark do Instituto Superior Técnico vai acolher, até dia 31 de Dezembro de 2011, um conjunto de trabalhos realizados pelos alunos da disciplina de Oficinas de Artes, do 12ºano, do Colégio Amor de Deus - Cascais. Os temas executados no âmbito desta exposição são a Guernica de Pablo Picasso e Fernando Pessoa e/ ou Heterónimos, este último desenvolvido em conjunto com a disciplina de Português. Para a concretização das ideias e desenvolvimento das peças, os alunos recorreram a diversos materiais e técnicas, tendo também recuperado objectos do quotidiano, aos quais conferiram novos sentidos. De acordo com Ana Moura Santos, docente do Instituto Superior Técnico, “O IST Taguspark tem mantido, ao longo destes anos, uma óptima relação com as escolas secundárias da zona. Neste senti-

do, proporcionámos aos alunos do Colégio Amor de Deus a possibilidade de exporem os seus trabalhos a toda a nossa comunidade. Todos os interessados poderão assim ficar a conhecer os óptimos trabalhos desenvolvidos pelos alunos”. K

6 A Universidade da Beira Interior acaba de organizar a terceira edição do UBIScientia, Prémio de Mérito Científico que visa distinguir investigadores e docentes da UBI que reúnam ambas as atividades e que se distinguiram pelo seu mérito científico nos últimos três anos, nas áreas científicas das Ciências, Engenharia, Ciências Sociais e Humanas, Artes e Letras e Ciências da Saúde. A abertura da sessão esteve a cargo do reitor da Universidade da Beira Interior, João Queiroz, que dirigiu o seu discurso para a investigação realizada dentro da instituição. O reitor defendeu que um dos objetivos da UBI é fomentar a pesquisa científica: “A missão da Universidade é completar o ensino através da investigação, com parcerias nacionais e internacionais, só assim pode haver evolução” acrescentando que “é importante que os investigadores

João Queiroz, reitor da UBI pensem de uma forma global e não se fechem em si próprios, nesta área deve haver abertura e diálogo”, referiu. Durante a sua intervenção frisou que na instituição a vertente da investigação não pode ser descurada, nomeando alguns casos de alunos da UBI que já fizeram sucesso em programas relacionados com a

investigação. Nesta cerimónia também a vice-reitora Ana Paula Duarte falou da importância de investigar e de procurar novos métodos e soluções, fazendo referência ao trabalho realizado pela UBI. “Orgulhamo-nos de trabalhar bem a área da produção científica na UBI. Os exemplos dados hoje são uma mais-valia para a universidade, daí que os fundos e os apoios que temos servem para dar ânimo e incentivo para estes projetos de investigação”, referiu. No final foram entregues as distinções aos homenageados. Na área das Ciências foi distinguido Paulo Vargas Moniz, nas Engenharias, Paulo Catalão, nas Ciências Sociais e Humanas, Joana Schouten, e nas Artes e Letras, Santos Pereira. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _

Empresa criada

Alunos da UBI no Silicon Valley

6 Quatro engenheiros e um matemático criaram uma empresa informática na área do desenvolvimento de software que acaba de ser distinguido com o primeiro lugar no concurso Start Up Challenge e segue para Silicon Valley onde os mentores esperam alargar as suas áreas de intervenção. André Passos, de 28 anos, mestre em Computação e Sistemas Inteligentes pela UBI, e Joaquim Tojal, de 27 anos, ex-aluno da UBI, juntaram-se a Alexandre Madeira, 31 anos, mestre em Matemática, e a Filipe Pedrosa, 29 anos, licenciado em Engenharia de Redes e Sistemas Informáticos e a José Miguel Faria, 32 anos, mestre em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, e criaram a Educed. Segundo André Passos, esta empresa “nasce da forte vontade dos seus promotores em mudar e melhorar a forma como se faz engenharia, em particular o desenvolvimento de software para sistemas críticos, isto é, sistemas onde uma falha pode ter consequências muito graves, como na aviação, controlo de tráfego ferroviário, banca, medicina, entre outros”. O principal desafio quando se trata deste tipo de produtos reside na necessidade de criar programas “com elevados níveis de confiança e fortes evidências

de correção e segurança. Para tal, a Educed aposta em técnicas avançadas com base em fundamentos matemáticos, que são capazes de provar a ausência de erros de um sistema”, acrescenta. Um acaso acabou por colocar o concurso Start Up Challenge no caminho destes empreendedores. Vencer este desafio “foi uma grande vitória para nós. Sendo o nosso mercado alvo maioritariamente internacional, estar num dos grandes centros da indústria mundial de tecnologia é uma oportunidade única. Esperamos aproveitar a nossa estadia para alargar a nossa rede de contactos e estabelecer fortes parcerias comerciais”, diz. Os membros lembram que o programa oferecido pelo Plug and Play Tech Center permite o contacto com empre-

sas como a Intel, Cisco, HP, IBM, Lockheed Martin, SpaceX, entre outras. Ao mesmo tempo, “a estadia nos Estados Unidos permite-nos estar perto de grandes líderes internacionais nos setores que alvejamos, como a Boeing e NASA”. André Passos lembra que “numa estratégia de internacionalização é sempre muito importante conhecer as características e cultura própria do País e mercado que pretendemos atingir. Com esta estadia, ganharemos um forte entendimento de como funciona o mercado norte-americano e qual a melhor forma de nos posicionarmos para comercializar os nossos serviços e produtos”. K Eduardo Alves _ Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _

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Ordem dos Engenheiros distingue

Estágio é na UBI 6 A Ordem dos Engenheiros acaba de distinguir Hugo Pousinho, aluno de doutoramento em Engenharia Eletrotécnica, na UBI, com o melhor estágio de acesso à Ordem, a nível nacional. A trabalhar na área das energias renováveis, o jovem estudante da academia beirã conseguiu já uma menção honrosa para a sua tese de mestrado, atribuída pela Rede Elétrica Nacional (REN), e também um Best Paper, numa conferência internacional sobre esta temática. Um dos maiores reconhecimentos pelo trabalho desenvolvido até agora surgiu em Novembro. O Colégio de Eletrotécnica da Ordem decidiu-se pelo trabalho desenvolvido por Hugo Pousinho, que foi galardoado nas comemorações do Dia Nacional do Engenheiro, em Coimbra. O prémio corresponde ao melhor estágio a nível nacional do Colégio de Engenharia Eletrotécnica, com o título Nova metodologia híbrida na previsão da potência eólica a curto prazo, tendo sido patrono,

Carlos Cabrita, docente da UBI. Atualmente a desenvolver uma tese de doutoramento na academia beirã, orientada por João Catalão, Hugo Pousinho explica que “este estágio decorreu já na preparação da tese e consiste basicamente no desenvolvimento de uma nova ferramenta computacional aplicada à previsão da potência da eólica a curto

Covilhã com Ética

prazo, útil para a optimização de sistemas de energia eólica, recorrendo a técnicas baseadas na inteligência computacional que permitem simular o comportamento do sistema por forma a obter perfis adequados que rentabilizem a atuação de um produtor no mercado de eletricidade”.K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Projeto NanoValor

Minho coordena projeto 6 A Universidade do Minho vai coordenar até 2013 o projeto ibérico NanoValor, que visa aproximar os atores-chave na área da nanotecnologia, aumentar a competitividade das empresas e potenciar a investigação e o desenvolvimento tecnológico. O consórcio envolve oito instituições e é cofinanciado em 1.4 milhões de euros pelo Feder, através do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal 2007/13. “O know how adquirido pela UMinho, resultante da ação estratégica de inovação e do envolvimento com o tecido empresarial português, vai permitir desenvolver e implementar metodologias que potenciem a criatividade e a competitividade sustentável das empresas da eurorregião”, explica o pró-reitor da Universidade do Minho para a Investigação, Vasco Teixeira, coordenador do projeto. O “Nanovalor” tem como principal missão reforçar os laços institucionais entre os atores-chave

Igualdade na Covilhã T A Universidade da Beira Interior (UBI) é a primeira instituição universitária portuguesa a desenvolver um Plano de Igualdade de Género, que consiste numa estratégia Publicidade

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da nanotecnologia das regiões da Galiza e Norte de Portugal, através da criação e formalização de um Polo de Competitividade. “Devido ao envolvimento pouco efetivo entre o sector privado e o tecido industrial na valorização e capitalização da I&DT, este projeto objetiva impulsionar de forma estratégica uma verdadeira cooperação territorial”, sublinha Vasco Teixeira. As principais ações consis-

tirão na criação de modelos eficazes de transferência de tecnologia adaptados às atividades de I&D em nanotecnologia e à eurorregião. Estes modelos serão importantes no sentido em que animarão o Polo de Competitividade, consistindo na base de colaboração entre os vários quadrantes da sociedade da nanotecnologia. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

www.ensino.eu 06 /// DEZEMBRO 2011

TA Comissão de Ética da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) realizou a sua apresentação formal perante os investigadores a 22 de Novembro. Dirigida por José Martinez de Oliveira, a comissão pretende dar resposta às dúvidas surgidas nos projectos de investigação a decorrer na faculdade. Até aqui, os investigadores que se propunham fazer “pesquisa sobre seres humanos, e/ou dados ou produtos biológicos deles provenientes”, teriam que recorrer às comissões de ética do hospital da Cova da Beira, Guarda e Castelo Branco, algo que vai deixar de acontecer com a criação desta nova estrutura. Na sessão de abertura, o presidente da FCS, Miguel Castelo Branco, referiu que esta comissão aparece numa altura em que os projectos de investigação aumentam e em que existe a necessidade de um acompanhamento mais próximo e mais realista. K

institucional destinada a assumir a equidade real entre homens e mulheres no trabalho, eliminando estereótipos, atitudes e obstáculos que dificultem o acesso de qualquer dos sexos a determinadas profissões e categorias de trabalho em igualdade de condições. Tendo em conta que a igualdade de género dentro de uma instituição potencia o aproveitamento das capacidades de todo o pessoal, o aumento da motivação e do compromisso com o trabalho por parte dos trabalhadores e das trabalhadoras e a criação de uma instituição de qualidade, a UBI tem como objectivo promover medidas que favoreçam a incorporação, a permanência e o desenvolvimento da carreira profissional das pessoas, mediante uma participação equilibrada de mulheres e homens em todas as ocupações e em todos os níveis de responsabilidade. K

Empreendedorismo na UBI T A conferência Redes de Incubação e Clusters de empresas na Beira Interior decorreu na UBI, a 23 de Novembro, por iniciativa da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (Sedes), com a colaboração da Universidade da Beira Interior e o alto patrocínio da Presidência da República. K


Cespu assinala 29 anos Técnica com novo reitor TAntónio Cruz Serra acaba de ser eleito reitor da Universidade Técnica de Lisboa para o mandato de 2012/2016. A cerimónia de Tomada de Posse terá lugar no dia 5 de Janeiro, no Auditório Adriano Moreira, Piso -1, às 16 horas, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. K

Portugal colabora com Castilla y León T Vários técnicos do projecto Transferência de Conhecimento, que integra diversas universidades portuguesas e espanholas, reuniram-se no passado dia 24, em Salamanca, para debaterem e trocarem boas práticas. O evento foi organizado pela Fundación General de la Universidad de Salamanca no âmbito do projecto INESPO (Innovation Network Spain-Portugal). O objectivo é melhorar as atividades que procuram promover a transferência de conhecimento para empresas e universidade e, eventualmente, entrar em contato com grupos de pesquisa e empresários de ambos os lados da fronteira. Neste projecto de cooperação estão envolvidas a Universidade da Beira Interior, coordenadora do projecto, a Universidade de Aveiro e a Universidade de Coimbra. K

Segurança contra incêndios em curso TA Universidade da Beira Interior, em parceria com a empresa VF-Consulting, vai organizar dois cursos na área de segurança contra incêndios em edifícios, ao abrigo do protocolo assinado em Agosto de 2011. O primeiro, em Elaboração e Certificação Projectos SCIE 3.ª 4.ª Categoria Risco, tem a duração de 135 horas e começa a 21 de Janeiro. O segundo, em Segurança Contra Incêndios para Elementos de Corpos de bombeiros, tem a duração de 90 horas e início previsto a 28 de Janeiro. K

Com os olhos no futuro 6 A Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU) acaba de assinalar 29 anos de existência. Com um largo percurso no sector do ensino superior português, a CESPU acolhe estabelecimentos nos domínios universitário e politécnico. A sessão solene permitiu entregar os diplomas aos melhores alunos das escolas CESPU, bem como para a entrega da Bolsa de Mérito Ensino Magazine a um dos melhores alunos da instituição. Com 3500 alunos a frequentar cursos de Mestrado Integrado, Licenciaturas e Mestrado, 2000 alunos no Centro Novas Oportunidades e 500 em cursos de PósGraduação, a CESPU é uma das instituições de referência do País, na área da saúde e tem nos seus colaboradores 160 docentes doutorados. O 29º aniversário permitiu aos responsáveis da instituição sublinharem a importância da CESPU e os seus novos desafios.

O Ensino Magazine entregou uma bolsa de mérito Recorde-se que na área da investigação, a CESPU tem feito uma forte aposta, como o demonstram os centros de investigação CICS - Centro de investigação em Ciências da Saúde e CITS - Centro de Investigação em Tecnologias

da Saúde, do IINFACTS. É através do IINFACTS, um Instituto dedicado à investigação e formação avançada em ciências e tecnologias da saúde, que a CESPU tem parcerias com a Universidade de Barcelona com quem mantém

uma importante ligação, pois a CESPU integra o seu campus de excelência na área da saúde e é o parceiro escolhido para a Rede Internacional de Ensino Superior na área da Saúde. A CESPU mantém, também, importantes relações com as Universidades George Washington, Santiago de Compostela, Salamanca, Oviedo e Valência. Ao nivel da internacionalização, a CESPU tem apostado no continente africano, onde conseguiu já obter a aprovação para a criação do Instituto Superior Politécnico de Benguela, em Angola. Além disso, foi estabelecida uma parceria com a Universidade de Cabo Verde com o intuito de avançar com novas pós-graduações e com a construção de um hospital universitário. Mais recentemente implantou-se no mercado brasileiro com a criação da CESPU Brasil, tendo já iniciado a formação em Emergência Préhospitalar. K

Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto de Moura e Alcino Soutinho

Honoris Causa em Aveiro 6 A atribuição dos títulos Doutor Honoris Causa aos arquitetos Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto de Moura e Alcino Soutinho e a presença do Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho marcam as comemorações do 38º aniversário da Universidade de Aveiro, cuja cerimónia decorre a 15 de dezembro, pelas 14h15, no auditório da Reitoria. Os arquitetos Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto de Moura e Alcino Soutinho, três dos arquitetos mais conceituados da atualidade, vão ser distinguidos por serem “figuras ímpares e protagonistas na construção da identidade da Universidade de Aveiro. A Biblioteca da Universidade

e o Depósito da Água do Campus Universitário têm a assinatura do arquiteto Álvaro Siza Vieira, galardoado com o Prémio Pritzker em 1992. O Museu de Arte Contemporânea da Galiza, a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, o Centro Meteorológico da Vila Olímpica de Barcelona, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, a Igreja de Marco de Canaveses ou o Pavilhão de Portugal na Expo 98 são apenas alguns dos edifícios que lhe trouxeram prémios de todo o Mundo. Eduardo Souto de Moura recebeu o Prémio Pritzker em março de 2011. Entre os seus projetos mais emblemáticos destacam-se a Casa das Histórias Paula Rego, o Estádio

Municipal de Braga, a Casa das Artes no Porto, o Centro de Arte Contemporânea de Bragança, o Hotel do Bom Sucesso, o Mercado da Cidade de Braga, o Crematório de Kortrijk (Bélgica) ou o Pavilhão de Portugal na 11ª Bienal de Arquitetura de Veneza (Itália). Os departamentos de Química e de Engenharia Cerâmica e do Vidro da Universidade de Aveiro, desenhados por Alcino Soutinho, são duas das obras que figuram na imensa lista do arquiteto portuense e onde constam também os edifícios matosinhenses da Biblioteca Florbela Espanca e da Câmara Municipal, o Museu do Neorrealismo de Vila Franca de Xira, o Centro Cultural

de Alfândega da Fé e o Museu de Aveiro. O projeto da Pousada de S. Diniz de Vila Nova de Cerveira valeu a Alcino Soutinho o prémio Europa Nostra, da International Federation of the Protection of Europe’s Cultural and Natural Heritage. O prémio Associação Internacional de Críticos de Arte, da Secção Portuguesa dos Críticos de Arte, foi-lhe atribuído pela obra que concebeu para o edifício dos Paços do Concelho de Amarante e, na mesma cidade, para a Biblioteca-Museu Amadeo de Souza Cardoso. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

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Boas Festas

DEZEMBRO 2011 /// 07


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Universidade Técnica de Lisboa

Durão Barroso distinguido

6 A Universidade Técnica de Lisboa vai atribuir o Grau de Doutor Honoris Causa a José Manuel Durão Barroso, pelo reconhecido papel de relevo que tem desempenhado como Presidente da Comissão Europeia e na Agenda política Mundial e, em particular, pelo apoio à investigação científica na Europa. A sessão terá lugar a 21 de Dezembro e integra-se na Cerimónia Solene de Encerramento das Comemorações dos 80 Anos da Universidade Técnica de Lisboa, que decorre a partir das 17 horas, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. José Manuel Durão Barroso recebeu vários títulos honoris causa concedidos, nomeadamente, pela Universidade Roger Williams, Rhode Island (2005), pela Universidade de Georgetown, Washington D.C. (2006), pela Universidade de Génova (2006), pela Universidade de Kobe (2006) e pela Universidade La Sapienza de Roma (2007). Em 2006, foi considerado Europeu do Ano, pelo jornal European Voice. É autor de várias publica-

http://durao10c.com.sapo.pt/ H

ções sobre ciência política, relações internacionais e a União Europeia, designadamente, Le système politique portugais face à l’intégration Européenne (Lisboa e Lausana, 1983), Uma Certa Ideia de Europa (1999), Mudar de Modelo (2002) e Reformar:

Dois Anos de Governo (2004). A 23 de Novembro de 2004, Durão Barroso assumiu as funções de Presidente da Comissão Europeia, para o qual foi reeleito pelo Parlamento Europeu, em Setembro de 2009. K

Horta da Mitra

Évora oferece alimentos

6 O laboratório dos alunos finalistas do curso de Agronomia da Universidade de Évora, denominado horta da Mitra, está a produzir produtos biológicos. As alfaces, couves portuguesas, brócolos e favas não contêm insecticida e as primeiras colheitas estão a ser doadas a instituições de solidariedade social de Évora. Num terreno com cerca de 400 metros quadrados todo o trabalho, desde a plantação e a rega, até à colheita está a cargo dos alunos, que colocam em prática todo o conhecimento adquirido nas aulas. No ano lectivo passado os alunos tiveram o primeiro contacto com esta horta, para a montagem de um sistema de rega, no âmbito de uma disciplina leccionada por Shakib Shahidian. “Quando fomos para o terreno, no âmbito da rega, os alunos demonstraram interesse em trabalhar na horta e produzir algo deles. Desde aí trabalham no final das aulas, aos sábados e domingos o que lhes dá uma boa percepção das matérias dadas nas aulas”, refere. João Maria, aluno do 3.º ano de Agronomia e um dos hortelões responsáveis, considera que o facto de poder adquirir experiência e poder aplicar os conhecimentos dados nas aulas é a

08 /// DEZEMBRO 2011

Alzheimer com diagnóstico certeiro

Diagnóstico em Aveiro 6 A empresa 2CTech, uma spinoff do Centro de Biologia Celular (CBC) da Universidade de Aveiro, é a única empresa em Portugal a diagnosticar sem margem de erro a Doença de Alzheimer. Através de testes neuroquímicos que avaliam três biomarcadores neurológicos, identifica pacientes com aquela doença neurodegenerativa, diagnosticando-a e distinguindo-a de outros tipos de demência. Os serviços da 2CTech na área vão ainda mais longe, pois identificam que pacientes com deficiência cognitiva leve desenvolverão a doença e avaliam a predisposição genética de qualquer pessoa para desenvolver essa patologia. As investigadoras Odete Cruz e Silva, coordenadora do CBC, e Margarida Fardilha, coordenadora do Laboratório de Transdução de Sinais do CBC, fundadoras da

2CTech em Fevereiro de 2011, explicam que através da avaliação neuroquímica de amostras de líquido cefalorraquidiano, recolhidas por punção lombar, monitorizam alterações moleculares e bioquímicas que ocorrem a nível cerebral, nomeadamente pelo estudo dos biomarcadores beta amilóide (Aβ), proteína tau e proteína tau fosforilada. A precisão do diagnóstico, através da análise dessas alterações, depende da fase da doença. “Se estiver num período muito precoce, em que os pacientes apresentam as primeiras falhas de memória, pode haver um pouco mais de dúvida”, explica Odete Cruz e Silva. As incertezas desaparecem com a repetição do teste “seis meses ou um ano depois de efetuado o primeiro exame para confirmar se é doença de Alzheimer, ou não”. K

Técnico promove

Concurso de Contos 6 O campus do Taguspark do Instituto Superior Técnico está a organizar, em parceria com a Simetria e a editora Saída de Emergência, o IV concurso de Mini-Contos, dividido em dois escalões de idades e subordinado ao tema da Ficção Científica e/ou Fantástico. Em apenas 150 palavras, todos são convidados a escrever histórias originais na língua portuguesa. Teresa Vazão, vice-presidente do Instituto Superior Técnico Taguspark, afirma: “Após o sucesso das edições anteriores deste concurso, considerámos relevante apelar de novo ao espírito criativo de todos os interessados. Pretendemos continuar a fomentar o gosto pela es-

crita e o desenvolvimento de novas competências mais relacionadas com as Ciências Sociais.” Os vencedores do concurso de Mini-Contos serão presenteados com uma colecção de livros da editora Saída de Emergência e divulgados no site da Simetria, em http://blog.simetria.org/category/ home/. O IST Taguspark irá ainda organizar uma exposição com as melhores histórias deste concurso. A data limite de participação é até 20 de Fevereiro de 2012, devendo os trabalhos ser enviados para concursosliterariosistTagus@gmail. com. O júri anunciará publicamente os vencedores de ambos os escalões em Abril de 2012. K

Universidade do Minho

Prémio em Moçambique grande mais-valia deste projecto. Neste momento a plantar alfaces, couves portuguesas, brócolos e favas, o aluno espera vir a poder evoluir na variedade de culturas. “Somos um grupo de cinco alunos que se dividem no trabalho, entre semear, regar e plantar e com inter-ajuda espero conseguirmos chegar a essa variedade na produção, mas neste momento, com a nossa experiência, é a melhor a que nos podemos adaptar”. O trabalho desenvolvido já está a dar os seus frutos, ou melhor, os seus vegetais e os alunos já estão a programar entregar o

resultado do seu trabalho à Cáritas e ao Banco Alimentar, cerca de 25 alfaces por semana, e as couves a partir do mês de Dezembro. Segundo João Maria, esta componente social é bastante natural. “Temos pouca experiência, se com a horta conseguirmos aplicar conhecimentos das aulas, adquirir experiência e ainda ajudar os mais carenciados, porque não?” Neste momento, os alunos já estão a desenvolver a possibilidade de fazer um viveiro na estufa nova da Mitra, facilitando o nascimento dos produtos e evitando perdas. K

6 A Universidade do Minho, através da Fundação Carlos Lloyd Braga, e a organização não-governamental portuguesa Karingana Wa Karingana, acabam de criar um prémio nacional literário em Moçambique. O concurso tem apoio do Ministério da Educação daquele país africano e visa distinguir contos ou novelas inéditos de jovens pré-universitários. O júri é presidido pelo escritor Mia Couto. O autor vencedor terá direito a uma bolsa de estudos de licenciatura por três anos na Universidade do Minho e as três melhores obras a concurso vão ser editadas em todos os países lusófonos, “com vasta cobertura e estímulo à sua leitu-

ra”. O valor monetário do “Prémio Literário Karingana Wa Karingana/ Universidade do Minho” torna-o um dos maiores prémios literários em Portugal. O prémio tem como grande objetivo fomentar a escrita criativa dos jovens e o uso do português enquanto língua de cultura e de enorme tradição literária, explica o presidente da Fundação Carlos Lloyd Braga, professor Luís Couto Gonçalves. As candidaturas estão abertas até maio para os alunos que terminaram a 12ª classe do ensino secundário em Moçambique no final de 2010 ou 2011. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _


ESART

Seminário debate educação e música 6 A Escola Superior de Artes Aplicadas promoveu, durante o início de Dezembro, um ciclo de seminários que visam dar a conhecer a realidade da educação musical em contextos específicos de Espanha e divulgar manifestações culturais etnomusicológicas de comunidades espanholas particulares. A iniciativa decorreu sob a

orientação da Professora Rosario Guerra Iglesias, da Universidade da Extremadura, Espanha. O ciclo dividiu-se em quatro eventos: o primeiro decorreu no dia 2 de Dezembro, o segundo no dia 5 de Dezembro, e o terceiro no dia 6. No dia 7 realizou-se a última conferência, a qual abordou o tema a música de tradição oral numa localidade estremenha. K

Avaliação internacional

IPCB na liderança

IPCB

Mira Godinho dá conferência 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco realiza, dia 14 de Dezembro, na Escola Superior de Educação a jornada do Conhecimento e Transferência de Tecnologia. A iniciativa contará com a presença de Manuel Mira Godinho, professor catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão da UTL. Aquele responsável falará sobre a “Integração entre entidades de ensino superior e as respectivas comunidades: situação e desafios”. A jornada decorre a partir das

14 horas e integra ainda três painéis, a saber: Turismo e Lazer, Moda e Design, e Tecnologias de Informação. Participam nos painéis António Martins (Turismo centro de Portugal), Luís Veiga (Grupo IBM Natura Hotels), Armindo Jacinto (director do Geopark Naturtejo), Inês Caleiro (designer de acessórios), Carlos Gil (designer de moda), Ricardo Araújo (OutSystems), Sérgio Lourenço (TIMw.e) e Miguel Leocádio (Novabase). A entrada é gratuita. K

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Boas Festas

Valdemar Rua ADVOGADO

Av. Gen. Humberto Delgado, 70 - 1º Telefone: 272321782 - 6000 CASTELO BRANCO

6 A European University Association (EUA) faz uma avaliação externa positiva ao Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB). Neste relatório, a European University Association (representa e apoia instituições de ensino superior em 47 países) acredita que o “IPCB tem capacidade para desempenhar um papel de liderança na construção de uma rede de institutos politécnicos na região mais próxima, com a finalidade de colaborarem em projectos vantajosos e mutuamente benéficos”. Carlos Maia, presidente do IPCB assegura que a avaliação internacional foi bastante positiva. “Foi enfatizado o facto do IPCB ter um plano estratégico com princípios, indicadores e objectivos, e das unidades orgânicas estarem perfeitamente identificadas com esses princípios e orientações”, disse. O presidente do Politécnico acrescenta também que “foi sublinhado o apoio que o IPCB dá aos seus docentes para melhorarem as suas qualificações”. Outra das notas positivas sublinhadas pela EUA diz respeito à “aproximação da instituição ao mercado de trabalho e às empresas”. A equipa da EUA, composta pelos docentes Régis Ritz (presidente), Gülsün Saglamer, Urs Brudermann e Jethro Newton (coordenador) regista, “com agrado que o IPCB continua a implementar o seu programa de reformas no âmbito da liderança e da gestão das suas estruturas académicas ao nível das escolas e dos serviços centrais”. Revela ainda o documento, que a equipa de avaliação ficou impressionada com a eficácia do trabalho realizado pelo Grupo de auto-avaliação em resposta às re-

comendações de 2008 da EUA. Por isso, no entender dos observadores internacionais a equipa de auto-avaliação (grupo composto pelos docentes José Carlos Gonçalves, Ofélia Anjos, Maria Passos Morgado, Teresa Albuquerque, Preto Ribeiro, João Machado e Renato Sebastião, pelos não docentes Maria Godinho, Ricardo Batista e Sandra Silva e pelos alunos Tiago Largo e Ruben Rodrigues), “deve prolongar o seu período de vida, de forma a poder contar com a sua assistência em termos de monitorização do progresso e das mudanças alcançadas a partir das recomendações dos relatórios de 2008 e de 2011 da EUA”. No que respeita à qualidade da instituição, a EUA explica que, “embora seja esperada orientação da Agência Nacional para a Garantia da Qualidade sobre avaliação externa da qualidade, o IPCB pode ser proactivo nesta área, considerando a utilidade das orientações do European Standards and Guidelines, no desenvolvimento do seu próprio documento interno de padrões e orientações para a qualidade da prestação académica”. Nesta matéria, outra das recomendações da EUA diz respeito ao reforço dos processos de monitorização da qualidade para revisão de cursos e acompanhamento do percurso dos alunos, permitindo que os dados da progressão e resultados académicos destes (desde a entrada à saída) estejam disponíveis. O documento destaca ainda as “mudanças encetadas na vasta área de melhoramento do ensino e da aprendizagem, encorajando o IPCB a continuar a investir nestas iniciativas”. Além disso, incita

a instituição a assegurar que a voz dos alunos é ouvida e lhe é dada resposta com o desenvolvimento de novas abordagens. Outra da áreas salientadas pela equipa de avaliação internacional diz respeito aos Serviços de Acção Social e de outros de apoio ao estudante. Por isso afirma que é importante que se garanta a sustentabilidade “destes serviços no futuro, particularmente em período de dificuldades financeiras”. Nos domínios da investigação e das políticas de investigação, a EUA reconhece as “aspirações do IPCB em desenvolver o seu perfil de investigação e a capacidade do seu pessoal docente, quer em realizar investigação aplicada, quer em leccionar com base na investigação”. Nesta área, a avaliação internacional recomenda ao IPCB que “garanta a clareza de objectivos e metas que pretende atingir com a sua agenda de investigação e transferência de conhecimento” A relação com o meio empresarial e com a comunidade é outra das mais valias apontadas ao IPCB. “Registamos, com agrado, que o IPCB continua a reforçar o seu trabalho e relacionamento com várias entidades locais e regionais nos sectores empresarial, industrial e comercial”, revela a equipa. Ao nível da internacionalização, a EUA recomenda que o Politécnico dê atenção ao reforço de uma política linguística. Para concluir a equipa de avaliadores refere que seria vantajoso o Gabinete de Relações Internacionais e o Coordenador das Relações Internacionais facilitarem a criação de uma Associação Internacional Erasmus. K

DEZEMBRO 2011 /// 09


Cooperação

IPCB e Lnec assinam acordo 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) acaba de assinar um protocolo de colaboração, com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). Para Carlos Maia, presidente do IPCB, a assinatura deste protocolo tem por objectivo formalizar e reforçar a cooperação que se tem vindo a verificar, desde há algum tempo, entre o IPCB e esta prestigiada instituição de Ciência e Tecnologia, na área da Engenharia Civil e áreas afins. O acordo pretende aprofundar relações na investigação científica e no desenvolvimento tecnológico, podendo ainda vir a resultar

Escola Superior de Gestão do IPCB

em ofertas formativas ao nível pós-graduado. Do acordo a que tivemos acesso, destacam-se a permuta de informações sobre os respectivos planos de actividades e permuta de documentação técnico-científica produzida; e a realização de acções de formação, designadamente, apoio logístico do IPCB à realização de cursos promovidos pelo LNEC, apoio técnico-científico do LNEC a acções específicas conduzidas pelo IPCB, apoio do LNEC na montagem de equipamentos de I&D do IPCB e preparação do respectivo pessoal, realização de estágios de alunos no LNEC. K

ESG recebe alunos do Japão 6 A Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco poderá vir a receber, já no próximo ano, um grupo de alunos japoneses oriundos da zona de Fukushima, os quais devido ao terramoto e ao desastre nuclear perderam as suas famílias. Ana Rita Garcia, directora da escola, refere que “a ESG está receptiva a acolher os alunos”. Para já serão seis estudantes que poderão tirar a licenciatura em Gestão Hoteleira naquela escola do Instituto Politécnico. “Iremos assinar em breve o acordo de colaboração com a Cahrity Association, liderada pela arquitecta Hiroko Kageyama, para formalizar a vinda desses jovens para a nossa escola”, explica Ana Rita Garcia. A questão que agora se coloca passa por ultrapassar a burocracia inerente aos sistemas de ensino português e japonês. “O sistema de ensino japonês é dividido em três semestres, enquanto que cá é em dois. Além disso, seria importante que os alunos viessem antes de Setembro para poderem aprender português”, diz Ana Rita Garcia. A directora da escola revela que “a própria embaixada japonesa já foi contactada para que se possa estudar a forma de atribuírem as equivalências curriculares aos alunos”. Ana Rita Garcia diz que neste momento é importante ultrapassar a parte burocrática, algo que

também poderá ser ultrapassado pela assinatura de protocolos entre os dois países. Ana Rita Garcia recorda que o primeiro contacto com a Cahrity Association ocorreu no passado mês de Setembro. “Se o processo correr bem poderemos receber mais alunos”, diz a directora da ESG. A arquitecta Hiroko Kageyama, responsável pela Cahrity Association, mostra-se satisfeita com o acordo. “Espero que em Setembro os jovens alunos, vítimas de Fukushima, possam estar a estudar na Escola Superior de Gestão”, disse ao Reconquista. Hiroko Kageyama adianta que o objectivo deste acordo é o de permitir que os “jovens possam prosseguir os seus estudos”. A associação que lidera comprometeu-se a apoiar 1100 jovens, com idades entre os 14 e os 18 anos, na sua maioria órfãos, na prossecução dos seus estudos. A ligação da escola do IPCB ao Japão foi também reforçada no final de Novembro, com a primeira aula de cozinha japonesa a ser ministrada na escola. Uma sessão que contou com a presença da chefe Mari Fujii, a qual desenvolve o seu trabalho em Kanagawa, no Japão. A aula que contou com a presença de alunos da escola e serviu simultaneamente para a confecção de um almoço com produtos biológicos típicos do japão, os quais poderão vir a ser produzidos em Idanha-a-Nova,

na incubadora de base rural. Hiroko Kageyama diz mesmo que na refeição “foram utilizados já produtos biológicos produzidos no concelho de Idanha-a-Nova e outros que queremos produzir cá”. Armindo Jacinto, vice-presidente da autarquia local, sublinha a importância do evento pelo facto “de mostrar que os produtos biológicos produzidos no nosso concelho são excelência e podem vir a ser utilizados na cozinha japonesa não só em Portugal, como em toda a Europa”. Álvaro Rocha, presidente da autarquia, também assistiu à aula, a qual decorreu na cozinha do palacete da escola. “É uma forma de divulgarmos os nossos produtos. Por outro lado, a ligação que estamos a fazer com o Japão vem trazer-nos uma nova forma de fazer agricultura biológica, e dá-nos a possibilidade de trazermos mais gente para o nosso concelho”. Para os alunos da escola, este foi um primeiro contacto com a cozinha japonesa. Desta vez o peixe ficou de fora, já que a refeição foi totalmente vegetariana. Mas os pormenores da chefe Mari Fujii são um bom exemplo do rigor que os japoneses aplicam em tudo o que fazem. O vinho, esse foi mesmo do concelho raiano, pelo que como referiu Hiroko Kageyama, “foi degustado um menu ibérico e japonês”. K

www.ensino.eu 010 /// DEZEMBRO 2011

Os dois investigadores criaram um novo sistema

ESTCB

Alunos do Politécnico brilham lá fora 6 Hugo Esteves e Pedro Duarte, alunos recentemente licenciados em Engenharia Electrotécnica e das Telecomunicações pela Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco (ESTCB), acabam de ver o seu projecto de fim de curso reconhecido internacionalmente. O projecto, orientado pelos docentes do IPCB, Paulo Marques e Rogério Dionísio, consistiu na criação de uma plataforma online de agendamento de espectro rádio que pretende duma forma automática planear as frequências usadas pelas equipas de som e imagem a quando da organização de eventos como concertos e espectáculos. O planeamento automático garante a não interferência entre os equipamentos no terreno. A investigação foi apresentada por Hugo Esteves no início de Novembro, em Munique, que a convite do docente Paulo Marques participou num congresso internacional organizado pelo depar-

tamento técnico da Radiodifusão Alemã, Institut für Rundfunktechnik (IRT). O projecto dos finalistas da ESTCB atraiu a atenção da indústria de fabricantes de equipamentos de som e imagem dado automatizar um processo que actualmente é feito pelos reguladores das comunicações duma forma manual. Face ao carácter inovador do projecto o instituto alemão IRT ofereceu logo um contrato de trabalho a Hugo Esteves, na Alemanha, para desenvolver essa plataforma, isto 15 dias depois de o aluno completar o curso. O mesmo trabalho foi apresentado por Pedro Duarte no 5º Congresso da URSI (Union RadioScientifique Internationale) que decorreu no dia 11 de Novembro, na Fundação Portuguesa das Comunicações em Lisboa, com o tema “Detecção e medição de sinais rádio no futuro das radiocomunicações. K


Politécnico de Leiria

Soares elogia instituições 6O antigo Presidente da República e ex-Primeiro Ministro de Portugal, Mário Soares, considera muito positivo o trabalho desenvolvido pelas instituições de ensino superior portuguesas. “Estou muito satisfeito com o que se passa nas nossas universidades e politécnicos, estamos a criar excelentes professores, profissionais e técnicos”, disse aquele responsável durante a Oração de Sapiência que proferiu na cerimónia de Abertura Solene do Ano Lectivo 2011/2012 do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), que decorreu dia 17 de Novembro. O antigo primeiro-ministro e presidente da República alertou, no entanto, para a necessidade de manter as condições de financiamento que permitem investir nesta formação de qualidade, evitando «cortes cegos, que põem em causa o bom funcionamento das instituições». A este propósito, Nuno Mangas, presidente do IPL, anunciou a criação de um Fundo de Apoio ao Estudante que, a par da política de apoio social que o IPL tem seguido, pretende assegurar que nenhum estudante deixará o IPL por falta de condições financeiras, «porque se trata de uma questão que transcende o foro pessoal, é uma questão social e até civilizacional, à qual temos de responder de uma forma firme e determinada». O presidente do IPL recordou que este ano entraram para a instituição cerca de 4000 novos estudantes (2400 em licenciaturas; 850 em CET; e 750 em mestrados e cursos de pós-graduação). Nuno Mangas lembrou que “o número de mestrados em funcionamento aumentou, assim como o de pós-graduações. Somos hoje o maior instituto politécnico do País fora de Lisboa e do Porto, estamos entre as 10 maiores instituições portuguesas de ensino superior público, e somos a instituição de ensino, incluindo todas as universidades, que mais pedidos de registo de patentes nacionais submeteu”. Os dados apresentados pelo presidente do IPL revelam que “o número de estudantes estrangeiros tem aumentado, ano após ano, e que o número de publicações científicas foi significativamente aumentado, o mesmo sucedendo com o número e dimensão dos projectos de I&D+i em que estamos envolvidos”. No seu discurso, o presidente do IPL abordou também a questão da reorgani-

zação da rede pública de ensino superior. “Muito se tem falado de fusões, de consórcios, de parcerias, e de possíveis cenários para a sua concretização. E, curiosamente, esta questão ganha particular relevância na medida em que os resultados das colocações do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, tal como sucedeu este ano, têm menos sucesso junto de algumas Instituições de Ensino Superior”, disse aquele responsável. Nuno Mangas sublinhou o facto das instituições de ensino superior fixarem as vagas antes de conhecidos os resultados das provas nacionais de ingresso nos cursos superiores. “Sempre que há um decréscimo na percentagem de aprovações nestas provas, o número de candidatos

e de colocados no ensino superior baixa, como aconteceu este ano. Era muito importante perceber o porquê destas oscilações de ano para ano, perceber a razão porque tantos jovens com aproveitamento no ensino secundário não conseguem alcançar, pelo menos, a meta dos 9,5 valores nestas provas. Importa também analisar, separadamente, o acesso e ingresso nos cursos diurnos e nos cursos que funcionam em regime pós-laboral e a distância”. O presidente do IPL acrescentou: “se para os primeiros a via normal deve ser a do Concurso Nacional de Acesso, para os restantes, ou seja, os que funcionam em regime pós-laboral e à distância, entendo que o acesso se deveria fazer por concur-

sos a nível local, em cada uma das instituições. Mais: muitas das vagas do Concurso Nacional de Acesso para cursos em regime pós-laboral são preenchidas por estudantes que não conseguiram ingressar no mesmo curso em regime diurno, desvirtuando-se deste modo a sua finalidade”. No entender de Nuno Mangas, “Portugal tem hoje uma rede pública de instituições de ensino superior que, nalgumas situações, poderá estar sobredimensionada, mas que constitui uma enorme mais-valia e um importante activo para o desenvolvimento do país. Foi e é esta rede de cursos e de instituições que permitiu alargar enormemente o acesso ao ensino superior, sobretudo por parte daqueles que têm menos recursos e daqueles que não tiveram oportunidade de o fazer enquanto jovens. Mais do que encontrar soluções apressadas muito centradas em critérios de quantidade, importa estudar antes de agir. Ou, se quiserem, analisar de forma ponderada e informada a actual rede de cursos e instituições e a partir desta, fomentar, incentivar e promover a ajustada reorganização”. Na cerimónia mereceram ainda destaque a intervenção de Joel Rodrigues, representante das associações de estudantes do IPL, que falou sobre o que é ser estudante, e incentivou os seus colegas a serem «estudantes, amigos e solidários»; e, ainda, a entrega dos diplomas de mérito aos estudantes com melhor desempenho académico no passado ano lectivo, e o reconhecimento dos colaboradores, docentes e não docentes, com mais de 25 anos ao serviço do IPL. K

Magazine dá prémio 6 O Ensino Magazine esteve em destaque na sessão solene da abertura oficial do ano lectivo do Politécnico de Leiria. Tendo em conta a vertente social do Ensino Magazine, o nosso jornal atribuiu uma bolsa de mérito a um dos melhores alunos da instituição. João Carrega, director da publicação, entregou ao representante do estudante (o qual se encontrava no estrangeiro) a respectiva bolsa e diploma. K

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Boas Festas

DEZEMBRO 2011 /// 011


Politécnico de Portalegre

Mais doutorados no IPP 6 O Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) quer ter 50 por cento do seu corpo docente doutorado em 2014. Essa meta foi referida pelo presidente da instituição, Joaquim Mourato, durante a cerimónia de aniversário do IPP. Depois de Luís Soares, presidente do Conselho Geral da instituição ter tecido duras críticas ao governo (lembrando que as boas gestões não deveriam ser penalizadas e contestando a hipótese das instituições serem obrigadas a fazer as suas aquisições na Central de Compras do Estado - em muitos casos a preços mais elevados, com prejuízo para as economias locais), Joaquim Mourato foi incisivo no seu discurso. “As instituições de ensino superior não são geradoras de qualquer défice. É fundamental manter a confiança nas instituições cumpridoras”, disse. O responsável pelo IPP lembrou que o politécnico tem definida a estratégia para o futuro, e recordou as apostas feitas num passado recente, sobretudo na área da investigação e de projectos relacionados com o desenvolvimento de combustíveis de 2ª geração e da bioenergia. Joaquim Mourato foi crítico dos cor-

tes orçamentais de que o IPP foi alvo e lembrou “que segundo a OCDE Portugal apenas financia o seu ensino superior a 60%”. Ainda assim, o presidente do IPP disse estar preparado para enfrentar o futuro. “Temos que ir para além da instituição e ver as necessidades da região”, disse. O estabelecimento de parcerias, de forma a que a instituição ganhe mais dimensão, foi outro dos caminhos apontados por Joaquim Mourato. O presidente do IPP referiu-se ainda ao desequilíbrio orçamental entre o litoral e o interior. “As instituições do interior do país representam apenas 9%”, disse. O aniversário do IPP foi ainda aproveitado para a instituição distinguir como professores Honoris Causa, os docentes Pedro Lynce e Luís Soares, e com o título de benemérito do IPP o Comendador Rui Nabeiro. Foram ainda entregues bolsas de mérito do Ensino Magazine, ao melhor aluno de mestrado da instituição, da Caixa Geral de Depósitos, aos melhores alunos do primeiro ano, e Delta Cafés, Câmara Municipal de Portalegre, Cidade de Elvas, Ravagnani Dental Portugal e Dr. Francisco Tomatas, aos melhores alunos diplomados. K

Politécnicos estudam ofertas

Crise condiciona cursos 6 O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) considera que os cortes orçamentais nas instituições que representa passarão mais pela redução da oferta formativa do que pela dispensa de professores contratados. Sobrinho Teixeira adiantou que os politécnicos vão fazer uma análise dos cursos “que é pertinente ou não continuarem a funcionar”, desde especializações tecnológicas (CET) a licenciaturas e, sobretudo mestrados. Esta reavaliação fará com que no próximo ano letivo haja “menos mestrados a funcionar pela fraca atratividade”, assim como outras ofertas formativas, o que poderá traduzir-se também “em menor contratação de pessoas, nomeadamente a tempo parcial”. O presidente do CCISP garante, no entanto estar afastada a possibilidade que chegou a admitir de dispensa de centenas de professores contratados quando foi conhecida a proposta inicial do Governo para o Orçamento de Estado (OE) para 2012. O corte de 8,5 no financiamento do Ensino Superior mantém-se, mas, de acordo com Sobrinho Teixeira, a versão final do OE deixou de fora o que as instituições classificaram de uma “limitação à sua autonomia”.

012 /// DEZEMBRO 2011

Sobrinho Teixeira diz que o Ccisp vai reavaliar a oferta “A possibilidade que se vislumbra de, sem aumentar a massa salarial referente a 31 de dezembro de 2011, em 2012 pudermos fazer contratações, é um aspeto muito positivo porque isso permite uma gestão muito eficaz daquilo que é a atividade docente e de investigação das

instituições”, afirmou. Na versão inicial do Governo, só na instituição que Sobrinho Teixeira dirige, o Instituto Politécnico de Bragança, “à volta de 200 contratações estariam limitadas e sujeitas a um visto prévio dos ministérios das Finanças e da Educação”.

Segundo disse, perto de “20 por cento do corpo docente dos politécnicos portugueses” é constituído por professores contratados anualmente a tempo parcial e, com esta alteração, “é possível continuar a fazer essas contratações, sem aumentar o encargo financeiro com salários porque já existiam no ano transato”. Outra alteração com que o presidente do CCISP se congratula é a não cativação de 2,5 por cento do orçamento destes organismos, o que “iria limitar” as instituições de ensino superior, concretamente na candidatura de projetos a fundos comunitários. “Eu diria que era quase uma atitude pouco inteligente (do Governo) estarmos a fazer cativações sobre receitas próprias das instituições porque estaríamos a limitar a sua capacidade de captar dinheiro de fora para dentro do país e estaríamos também a limitar a vontade de que mais projetos existam e maior captação de receitas possa haver”, considerou. São “evoluções muito positivas, em relação à proposta inicial”, que para o presidente do CCISP seria “um retrocesso, quase voltar à Idade Média daquilo que é hoje a visão dinâmica das instituições de ensino superior”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _


Guarda

Professor galardoado 6 Augusto Moutinho Borges, docente da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), foi distinguido com o Prémio SOS AZULEJO 2010: Prémio Investigação - História de Arte, na sequência da publicação do livro “Azulejaria de S. João de Deus em Portugal, séc. XVII-XXI: Roteiro Cultural e Turístico”. O prémio, com o apoio da União das Misericórdias Portuguesas, foi atribuído pelo projeto “SOS Azulejo”, coordenado pelo Museu da Polícia Judiciária, com a parceria do IGESPAR - Instituto de Gestão do Património Arqui-

tectónico e Arqueológico, Associação Nacional de Municípios Portugueses, GNR e PSP, entre outras entidades. Moutinho Borges, que leciona na Escola Superior de Turismo e Hotelaria do IPG, é Conservador do Museu S. João de Deus, investigador do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa e colaborador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra, estando também afeto ao Grupo de História e Sociologia da Ciência. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Aniversário do Politécnico da Guarda

O país precisa dos politécnicos 6 O presidente do Instituto Po-

V Congresso Internacional na ESTM

Leiria forte em turismo 6 “O Instituto Politécnico de Leiria viu, com este Congresso, reforçada a sua participação nas redes internacionais de investigação em turismo, potenciando a alta qualificação do seu corpo docente na área, e contribuindo para um melhor conhecimento deste fenómeno social e económico que é o turismo”. A garantia é de Paulo Almeida, professor do Politécnico de Leiria e responsável pela comissão organizadora do V Congresso Internacional de Turismo, que decorreu, de 23 a 25 de Novembro, na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, tendo contado com a participação de 10 oradores convidados e mais de 100 comunicações, em representação de 24 países. “O Congresso Internacional de Turismo tem vindo a afirmar-se no contexto científico internacional, quer em termos da qualidade das comunicações, quer em termos do número de participantes e de países representados”, referiu Paulo Almeida no balanço do evento. Sobre as conclusões avança-

das pelos especialistas reunidos em Peniche, “a ideia geral que provavelmente reúne o grau mais elevado de consenso é a importância do planeamento dos destinos turísticos a longo prazo, e de uma forma participativa”, explicou Paulo Almeida. O planeamento do turismo de longo prazo também depende da responsabilidade social, da salvaguarda da capacidade de carga ecológica e da consequente protecção da biodiversidade, salientou, acrescentando que “a consideração das alterações climáticas é também um aspecto crucial para o desenvolvimento turístico sustentável”.K

litécnico da Guarda; Constantino Rei, foi claro na sua intervenção no que respeita à reorganização da rede de ensino, recusando a ideia defendida pelo ex-ministro, David Justino, de que os politécnicos da Guarda e de Castelo Branco poderiam estar sob o chapéu da Universidade da Beira Interior. Perante o secretário de Estado do Ensino Superior, aquele responsável foi claro ao rejeitar essa possibilidade: “a consequência imediata seria o encerramento de cursos e de escolas, o despedimento de professores e funcionários e um empobrecimento ainda mais acentuado das cidades da Guarda e de Castelo Branco”. Constantino Rei lembrou ainda que “as Instituições de Ensino Superior em geral, têm prestado relevantes serviços à comunidade, conseguindo, em particular no interior do país, fazer depender o desenvolvimento das comunidades locais e regionais da existência do ensino Politécnico”. Na sua perspectiva, “tem sido através dos Institutos Politécnicos que se tem tentado conseguir repor alguma justiça social ao nível das várias regiões do País pela possibilidade de formação de jovens, com capacidades, mas sem poder económico para se deslocarem para centros universitários, impedindo a desertificação do interior pela frequência de cursos e pela instalação de setores económicos ligados à indústria, comércio e serviços”. No entender de Constatino Rei, “a reorganização, seja ao nível dos cursos oferecidos, das vagas e da rede de estabelecimentos de en-

sino superior, sendo necessária e desejável, deve contudo obedecer a alguns princípios”. O presidente do IPG diz que “é urgente a clarificação e diferenciação da missão dos subsistemas. A reorganização da oferta formativa, deve ser efetuada colocando ambos subsistemas (politécnico e universitário) numa base de princípios de igualdade e de oportunidades para os dois sistemas e do reforço da dignidade do ensino superior”. Para o presidente do IPG, “qualquer reorganização restrita a determinado subsector ou efetuada numa base local ou regional, ou ainda assente em critérios de mera racionalidade económica, apenas terá como resultado o reforço do centralismo e da concentração demográfica em torno dos grandes centros urbanos. A reorganização deve pois potenciar a fixação de populações e o desenvolvimento do interior”, sublinha. Constantino Rei revela ainda que “o processo de reorganização da oferta e da rede não pode ser deixado ao livre arbítrio das lógicas de mercado, onde o poder dos

mais fortes certamente imperará: o Estado não se pode pois demitir do seu papel de coordenação e regulação do sistema, e por isso, sem prejuízo das iniciativas que livremente as instituições de per si, possam considerar, deve caber ao Estado a iniciativa e a coordenação do processo, em estreito diálogo e articulação com as Instituições, mas protegendo o interesse público e promovendo o desenvolvimento equilibrado e sustentado do país no seu todo”. A concluir, o presidente do IPG lembrou que “o orçamento total do conjunto dos Institutos Politécnicos do interior do país (Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre e Beja) representa apenas 9,1% do orçamento do ensino superior”. O aniversário do Instituto Politécnico da Guarda foi ainda aproveitado para a entrega das bolsas de mérito aos melhores alunos da instituição por parte do Ensino Magazine, BES e do Banco Santander Totta. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

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Fernando Sebastião, presidente do Politécnico de Viseu

Politécnicos viram universidades de ciências aplicadas 6 O presidente do Instituto Politécnico de Viseu defendeu a alteração de designação das instituições politécnicas portuguesas para Universidades de Ciências Aplicadas. Esta foi uma das principais ideias deixadas por Fernando Sebastião, presidente do IPV durante a cerimónia comemorativa do Dia da instituição, que decorreu no passado dia 18 de Novembro. Fernando Sebastião lembrou que aquela terminologia é já utilizada na Europa. O presidente do IPV destacou a importância do subsistema de ensino politécnico no nosso país, lembrando que urge preservar tendo em consideração o papel determinante que têm tido no desenvolvimento e no combate à desertificação do interior. Fernando Sebastião considera ainda que se, por parte da tutela houver alguma evolução, no sentido de se integrarem os dois sub-sistemas de ensino superior (universitário e politécnico), “a forma de preservar e rentabilizar o investimento realizado no IPV ao longo de cerca de 30 anos, em infraestruturas e na qualificação do seu corpo docente, passa, necessariamente, pela evolução do IPV para Universidade Pública de Viseu”. No entender de Fernando Sebastião “neste processo não pode deixar de se ter em conta a sua dimensão actual e as possibilidades de crescimento, a necessidade de melhorar a sua atractividade, bem como a importância que a cidade de Viseu tem, como grande pólo de desenvolvimento desta vasta região da Beira Alta, Publicidade

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IPS

Barreiro com Estúdio

onde, actualmente, não existe qualquer outra instituição pública universitária”. “O desenvolvimento do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) contribuiu de forma efectiva para a fixação de quadros na região e facilitou a criação e instalação de novas empresas e a modernização de empresas existentes”, acrescentou. A sessão solene, onde o Ensino Magazine marcou presença, serviu para distinguir os melhores alunos da instituição, bem como para a apresentação nacional da 9ª edição do Concurso Poliempreende (um concurso aberto à comunidade académica de todos os institutos politécnicos portugueses, criado pelo Politécnico de Castelo Branco, e que este ano tem a coordenação do IPV), e para a assinatura de protocolos com a Comissão Vitivinícola Regional do Dão e Universidade de Cabo Verde. Fernando Sebastião assentou o seu discurso em quatro ideias. Na sua perspectiva, o contributo que o Politécnico de Viseu tem

tido ao longo das três últimas décadas para o desenvolvimento regional está assente nas suas diversas vertentes: “ensino, investigação e ligação à comunidade, devidamente evidenciado no facto de um número muito significativo de quadros superiores das empresas e outras instituições públicas e privadas da região, muitos dos quais ocupam lugares de destaque, terem realizado a sua formação neste instituto, não só ao nível de licenciatura mas também ao nível de mestrado ou outras pós-graduações”. O presidente do IPV lembrou a necessidade de se continuar a qualificar a população portuguesa. “A saída da crise passa pelo desenvolvimento da economia, pela inovação, pela modernização e pela internacionalização das nossas empresas. No entanto, este desenvolvimento só será possível se as empresas puderem contar com técnicos cada vez mais qualificados”. Fernando Sebastião sublinhou ainda que “o desemprego, apesar de elevado, no actual contexto, é mais baixo

nos indivíduos com formação superior”. O empreendedorismo foi outra das ideias deixadas por Fernando Sebastião. Na sua opinião esse será um dos caminhos para que o país se possa desenvolver.”Não haverá empregos se não houver o desenvolvimento ou a criação de novas empresas e isso só acontece se existirem empreendedores. Nesta medida e tendo em conta que, no mundo global em que vivemos, a competitividade das empresas está dependente da investigação e da inovação, facilmente poderemos concluir que empresários com formação superior estarão mais preparados para a criação de empresas inovadoras”, disse. O presidente do IPV considera que cada vez mais as instituições de ensino superior estão empenhadas em formar “empreendedores de nível superior. Não descurando a formação científica e tecnológica torna-se fundamental preparar os nossos alunos para serem empreendedores”. K

6 A Escola Superior de Tecnologia do Barreiro do Instituto Politécnico de Setúbal acaba de se associar ao projecto Escola Estúdio AudArt, da responsabilidade da Maestrina Olga Panchenko, com o objectivo de enriquecer as experiências extracurriculares e promover o contacto com a música. Este projecto destina-se aos estudantes, docentes e funcionários da EST, incluindo filhos e familiares, bem como a toda a comunidade envolvente. Todos os amantes da música podem submeter a sua candidatura, efectuando a inscrição até ao final do ano. A Escola Estúdio AudArt, em geral, aceita todos os candidatos que, posteriormente, são agrupados consoante o nível de formação ou de capacidade musical demonstrada. Para o funcionamento são necessários, no mínimo, quatro grupos de cinco elementos. O projecto procura, reconhecendo o papel que a música ocupa na vida humana, propiciar a todos os interessados, uma oportunidade de aprendizagem de técnicas musicais, instrumentais e vocais, técnicas de edição áudio, etc., inovadoras, sempre focados na partilha e desenvolvimento de capacidades psicomotoras e sociais. As aulas funcionam com horário fixo, às sextas feiras. Em Janeiro de 2012 serão afixados novos horários, em regime pós-laboral. K


Escolas Associadas da UNESCO dos PALOP e Portugal

Cidade da Praia acolhe encontro 6 Os múltiplos contactos dos

últimos anos entre escolas associadas da UNESCO de Portugal e Cabo Verde têm vindo a possibilitar uma troca regular de experiências e o estabelecimento de algumas geminações. Estes contactos foram propiciados pelo estreitamento de relações entre as comissões nacionais da UNESCO de ambos os países, que identificaram claramente a área da educação como o vector matricial da sua cooperação. Assim, em Janeiro de 2010, teve lugar na Cidade da Praia uma primeira acção de formação, orientada por Portugal, com o objectivo de lançar as bases de uma rede SEA mais sólida e actuante junto das escolas e professores interessados. Entre as actividades desenvolvidas pelas escolas locais destacamse sem surpresa as que têm como referências principais os temas abordados no âmbito do projecto da Rota Transatlântica do Escravo e os relacionados com a área da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, privilegiando-se neste caso o tratamento das questões

relativas à utilização dos recursos hídricos. Foi esta base de trabalho que constituiu o ponto de partida para o 1º Encontro das Escolas Associadas da UNESCO dos PALOP e de Portugal, que teve lugar de 17 a 19 de Novembro passado na Cidade da Praia. Uma vez mais, Portugal teve oportunidade de mostrar o seu em-

penho, colaborando desde logo in loco nas tarefas de organização prévias à realização do próprio Encontro, que se centrou em dois eixos, um temático, Água – património comum, educação e sustentabilidade, e dirigindo-se o outro aos aspectos formais e logísticos da partilha de experiências, Cooperação: redes e parcerias.

A discussão dos temas, tanto em sessões plenárias como nos grupos de trabalho que as complementaram, contou com a participação activa das 14 escolas SEA cabo-verdianas já certificadas e das oito que se encontram em fase de pré-adesão à rede. As apresentações sobre a escassez de água e as respostas práticas para a sua utili-

zação sustentável foram pontos altos e por vezes emotivos do Encontro, que beneficiou igualmente das intervenções dos outros PALOP e de Portugal, salientando-se a exposição do projecto de educação intercultural “Terra Colorida”, conduzido pela Escola EB S / Aquilino Ribeiro, de Oeiras. A concluir o Encontro, foi decidido criar a rede SEA dos PALOP, que terá uma existência mais formal perante a UNESCO, e para cuja actividade são também convidados Portugal e o Brasil. A próxima reunião de coordenação ficou agendada, no biénio seguinte, para 2013, em Maputo. Portugal e a rede SEA nacional saem reforçados deste Encontro na sua actividade de cooperação, tendo havido ainda oportunidade para reuniões de trabalho com algumas escolas locais, em Santiago, Stº Antão e S. Vicente, e perspectivandose próximos encontros bilaterais com Cabo Verde e com Moçambique. K Manuela Galhardo _ (Coordenadora Nacional SEA)

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Futurália 2012

Nós vamos lá estar!

No Parque Mayer

Professores em livro 6 O livro Professores e Escolas, da autoria de Evangelina Silva, foi lançado no início deste mês, no Parque Mayer, em Lisboa. A obra, da autoria de Evangelina Silva, numa edição da Fonte da Palavra, foi apresentada durante evento Livros ao Palco, que decorrerá durante o mês de Dezembro. A obra foi apresentada ao público por João Ruivo, professor e investigador do CIPSE, do Instituto Piaget e director da Edutopia, que traçou o perfil profissional da autora, resumiu o conteúdo da obra e sublinhou a difícil conjuntura, para as escolas e para os professores, em que ocorreu a pesquisa agora divulgada. Segundo aquele docente universitário, a pesquisa realizada por Evangelina Silva foi realizada nos anos mais dramáticos para os professores e para as escolas em Portugal, período que deixou de motivar a escolha da profissão docente por muitos estudantes que poderiam ter vindo a resultar em excelentes professores. De acordo com João Ruivo, durante este período assistiu-se à progressiva degradação da imagem social dos professores e dos educadores, à degradação do seu estatuto profissional e remuneratório, ao aumento da burocracia e do corporativismo nas escolas, ao aumento das funções dos docentes, sobretudo funções semiprofissionais para as quais não estavam preparados, a que se pode

acrescentar o demissionismo de muitas famílias na colaboração da educação dos seus filhos. Uma situação que conduziu à desprofissionalização de muitos docentes, à baixa da sua autoestima, ao desencanto e ao desinvestimento, o que redundou, em muitos casos, no abandono precoce da profissão. Daí a importância atribuída a esta obra de Evangelina Silva, a qual nos abre as portas a um estudo nacional sobre os professores do ensino básico, e que no dizer do prefaciador, o professor Hernandez Días, da Universidade de Salamanca, a autora consegue entrar no terreno dos professores “com paixão e profundidade”, já que tenta aliar o bem-estar dos professores com o sucesso dos seus alunos e o seu êxito profissional ao triunfo da escola. O livro divulga, assim, uma pesquisa científica onde se analisam os factores que desafiam a profissionalidade docente; as variáveis que influenciam a imagem social dos professores; os indicadores de reconhecimento e valorização pública da profissão docente; o estado da auto-estima dos professores; a problemática da feminização crescente da profissão; a evolução da profissionalidade num mundo de permanente rupturas e de globalização crescente; e, ainda, os novos papéis e expectativas que se colocam aos docentes no quadro da sociedade do conhecimento. K

6 O Ensino Magazine será novamente média partner da Futurália, um dos maiores eventos dedicados ao ensino, educação e Juventude, que se realizam no nosso país. A edição de 2012 decorre de 14 a 17 de Março na feira Internacional de Lisboa (FIL), e de acordo com a organização a Futurália mantém “como objectivo primordial a apresentação de ofertas diversificadas ao nível da Educação e Formação de âmbito nacional e internacional, aliando, o Evento, a um espírito Jovem e Dinâmico. Assim, apostamos fortemente na área da Juventude e em diversas Actividades Paralelas e Complementares à Feira geradoras de um grande dinamismo Música, Dança, Fotografia, Moda, Desporto, Teatro, Seminários, Workshops, Conferências”, revelam. A última edição foi visitada por mais de 50 mil pessoas, tendo estado também em particular destaque na internet e nas redes sociais. Nesta nova edição a mensagem de que a Futurália é um evento para todas as gerações sai reforçada, com o aparecimento de novos espaços como Espaço Marca (criado a pensar nos produtos/marcas preferidos dos jovens, o novo Espaço irá explorar cinco lemas: Vida Saudável, Liga-te, Move-te, Mexe-te, Identifica-te). Espaço Empresa (criado a pensar nas empresas que apresentam soluções nas áreas da Formação Profissional, Consultoria e Recursos Humanos e dedicado especialmente a Activos que procuram aumentar competências e qualificações); e Espaço FUTUR ID (focado no conceito de “Educação Empreendedora”, é um espaço onde alunos do 3º Ciclo e Ensino Secundário terão a oportunidade de demonstrar, nos 4 dias do certame, Projectos criativos e inovadores, capazes de fazer o caminho entre o espaço educativo e o mercado de

O Livro Políticas e Políticos da Educação foi apresentado na última edição da Futurália trabalho). Tal como já sucedeu na edição de 2011, os pais também vão ter uma atenção especial, pelo que será realizado um evento dedicado aos pais. “Conscientes da dificuldade dos pais em obter informações detalhadas que ajudem os jovens a fazer as melhores escolhas académicas e profissionais, este evento permitirá, através de uma conversa aberta entre expositores e pais, dissipar todas as dúvidas sobre as ofertas existentes ao nível da Educação e Formação, em Portugal ou no Estrangeiro”, revela a organização. A equipa da Futurália contará ainda com o apoio de uma Comissão Consultiva, presidida por Leopoldo Guimarães e constituída por entidades e personalidades de prestígio e mérito reconhecido, que muito contribuem para

o sucesso do evento, casos de Lino Fernandes (ADI - Agência de Inovação), Manuel Brito (Câmara de Lisboa), António Ponces de Carvalho (Associação de Jardins Escolas João de Deus), Maria Helena Nazaré (Associação Europeia das Universidades), João Duarte Redondo (Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado), Carlos Brazão (Cisco Systems Portugal), Luiz Sá Pessoa (Comissão Europeia em Portugal), António Rendas (Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas), Carlos Abrunhosa de Brito (Fundação da Juventude), Francisco Banha (GesEntrepreneur - Empreendedorismo Sustentável), Luís Manuel Vicente Ferreira (Instituto Politécnico de Lisboa), Paulo Grey (Junior Achievement Portugal), Miguel Pina Martins (Science4you), Rodrigo Martins e António Câmara (Ydreams). K

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Património Mundial e Imaterial da Cultura

Silêncio que se vai cantar o fado! 6 O Fado foi aprovado como Património Mundial e Imaterial da Humanidade, no passado dia 27 de novembro, em Nusa Dua, na ilha indonésia de Bali, durante a reunião do VI Comité Intergovernamental da Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Assim que a decisão foi divulgada, ouviu-se, de seguida, a voz de Amália, que o presidente da Câmara de Lisboa já levava gravada no seu telemóvel. O Fado sucede assim ao reconhecimento, pelo mesmo Comité, do flamenco (2009) e do tango (2010) como património do mundo. Trata-se, sem dúvida, de uma excelente valorização para a língua e cultura portuguesas, com efeitos diretos previsíveis em áreas como o turismo e a economia. O Ensino Magazine associa-se a esta distinção e, durante dois anos, em todos os números, apresentará, sob o título O Fado no Século XXI, uma síntese biográfica e ilustrada de um(a) fadista. Não será possível deixar aqui a imensidão deste mundo cada vez mais rejuvenescido quer em intérpretes, conceitos ou técnicas instrumentais. Hoje deixamos as imagens de 5 fadistas de gerações diferentes. Uma das primeiras reações foi do presidente da República, Cavaco Silva, que afirmou que “O seu sucesso é também o sucesso de todos os que, ao longo de mais de um século, viveram, trabalharam, escreveram e cantaram o Fado. Estão de parabéns os fadistas, os poetas, os músicos, os compositores, os estudiosos e todos os que contribuíram para fazer do Fado uma melodia universal”. Também os fadistas manifestaram o seu contentamento como por exemplo Carlos do Carmo que afirmou à Lusa que a candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade é “bastante relevante” para o futuro deste género musical. Mariza disse ao Jornal Económico que o Fado “(…) antes de ser um Património Imaterial da Humanidade é um património nosso Publicidade

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e isto não o podemos esquecer. É de todos nós. De todas as pessoas que o acarinharam.” Camané afirmou que “a principal consequência será a maior divulgação que o Fado terá”, Ana Moura sempre considerou o Fado Património da Humanidade e a fadista Maria da Fé tem agora ainda mais força para cantar “até que a voz lhe doa”. Para nós o Fado não é apenas notícia agora. Sempre dedicámos um especial carinho a uma canção que há mais de duzentos anos e das mais variadas formas muitos portugueses vão identificando como sua. Por isso já aqui deixámos breves apontamentos sobre

Kátia Guerreiro, Mafalda Arnauth, Maria João Quadros, D. Vicente da Câmara, Carminho, Cristina Branco, Amália Hoje, José Manuel Neto, Ana Sofia Varela, António Zambujo, António Chainho, Teresa Ventura, Cidália Moreira, Carmo Moniz Pereira, Teresa Salgueiro, Celeste Rodrigues, Luís Manhita, Anabela, Ana Moura, João Braga Santos, Dulce Pontes, Fados da República e, com grande destaque, Carlos do Carmo. Mas o natal está à porta e por isso aqui fica uma sugestão: Fados e Canções do Alvim (nome sugerido por Camané), lançado no final de setembro deste ano. Um traba-

lho lindíssimo do homem da viola que durante 25 anos acompanhou o mítico Carlos Paredes, mas também, entre outros e outras, Alfredo Marceneiro, Argentina Santos, Caetano Veloso, Amália Rodrigues, Pedro Caldeira Cabral, Pedro Jóia, José Afonso, Chico Buarque. Ao fim de mais de 50 anos de música o Mestre Alvim convidou para os Fados e Canções do Alvim (que compôs na íntegra), Carlos do Carmo, Ana Moura, Camané, Amélia Muge, Cristina Branco, Ricardo Ribeiro, Ana Sofia Varela, Vitorino, os irmãos Pedro e Hélder Moutinho, Carminho, Manuel Freire e Marco Rodrigues, entre muitos outros.

Este projeto, que foi também um grande desafio/incentivo da sua companheira Rosarinho, começou por ser entendido como um tributo ao músico, que por sua vez o transformou numa homenagem a muitos dos artistas que tanto aprecia, proporcionando um autêntico encontro de gerações com muito do que há de melhor da música cantada e tocada em português. Fados e canções a não perder. Boas Festas (apesar de tudo)!!! K João Vasco _ H Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _


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Poliempreende

Concurso para 100 mil alunos

6 A nona edição do Concurso Poliempreende, destinado à comunidade académica dos institutos politécnicos portugueses, poderá envolver mais de 100 mil alunos. O Poliempreende é um concurso de ideias de negócio que pretende fomentar o empreendedorismo e a criação de iniciativas empresariais inovadoras assentes no conhecimento. O concurso, criado no IPCB, está dividido em duas fases: a regional, onde cada um dos politécnicos deve escolher, entre as propostas candidatas, aquela que o representará na etapa seguinte;

e a nacional, este ano coordenada pelo Instituto Politécnico de Viseu, de onde serão escolhidos os três melhores projetos.

Podem participar no concurso alunos e docentes das instituições, embora todas as equipas tenham que ter estudantes dos politéc-

Associação Académica

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Arquivo H

segundo Pedro Fialho, mesmo assim tratou-se de uma das maiores votações dos últimos anos, com 8.511 estudantes a exercer o direito de voto, num universo de 21 mil. O candidato vencedor assumiu como prioridades do seu mandato o financiamento do ensino superior e a ação social escolar. Ricardo Morgado sublinhou que os estudantes não vão aceitar aumentos de propinas para fazer face aos cortes do finan-

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _

AAG

Coimbra tem novo presidente 6 O estudante de Engenharia Biomédica, Ricardo Morgado, foi eleito, na madrugada de 7 de dezembro, como 104.º presidente da direção geral da Associação Académica de Coimbra (AAC), à segunda volta, informou a Comissão Eleitoral. Ricardo Morgado, natural de Gouveia, de 22 anos, que concorreu pela lista L, sucede a Eduardo Melo, que não se recandidatou após cumprir um único mandato. De acordo com os resultados anunciados esta madrugada pela Comissão Eleitoral, depois de dois dias de votação (segunda e terçafeira), a lista vencedora obteve 4.155 votos, enquanto o projeto C, de André Costa, recolheu 3.742. Segundo Pedro Fialho, presidente da Comissão Eleitoral, registaramse ainda 434 votos brancos e 180 nulos. Relativamente à primeira volta, em que participaram cinco listas, registou-se uma diminuição de cerca de 700 votantes. No entanto,

nicos. Ao longo da primeira fase do concurso cada um dos politécnicos realiza sessões de esclarecimento

e oficinas de apoio às equipas concorrentes. A entrega dos planos de negócio em cada uma das instituições deve ser feita até ao final de junho de 2012. Os resultados da fase regional deverão ser conhecidos até ao final de julho do próximo ano, devendo os resultados nacionais ser divulgados durante o mês de setembro. Os vencedores da fase nacional receberão 10 mil euros. Serão ainda atribuídos cinco mil euros ao segundo classificado e três mil ao terceiro. K

ciamento, nem a redução do valor das bolsas de estudo, “que pode significar mais abandono escolar”. “Não aceitamos que os alunos deixem de estudar por carência económica”, frisou o estudante, finalista de mestrado de Engenharia Biomédica, acrescentando que a sua direção geral quer “provar que o ensino superior é a alavanca do desenvolvimento do país”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _

Guarda apoia alunos 6 A Associação Académica da Guarda (AAG) anunciou que está a preparar a criação de um fundo monetário para apoio aos alunos mais carenciados do Instituto Politécnico local. Marco Loureiro, presidente da AAG, disse à agência Lusa que a ideia surgiu após a associação ter tido conhecimento de casos de alunos que estão a passar por dificuldades económicas decorrentes da atual crise que afeta o país. “Será um fundo monetário de apoio aos [estudantes] mais necessitados”, explicou o representante dos alunos do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), salientando que o projeto, em colaboração com o Provedor do Estudante, deverá ser concretizado “a curto prazo”. Segundo Marco Loureiro, as entidades a envolver no processo irão “fazer uma articulação com os serviços de ação social do IPG”, para conhecimento dos “casos mais dramáticos”, sendo depois, mensalmente, “acionada uma verba financeira” para esses estudantes.

Acrescentou que o valor da verba a atribuir a cada aluno irá “depender da sua situação financeira”. De acordo com Marco Loureiro, o modelo de financiamento do futuro fundo monetário ainda está “a ser estudado”, acrescentando que nos contactos estabelecidos com o Provedor do Estudante, Jorge Mendes, foi ventilada a possibilidade de serem obtidas verbas com a venda de produtos nos vários bares do instituto. Referiu que existe a hipótese de ser feito o “agravamento do preço” de produtos considerados “menos saudáveis”, retirando uma pequena percentagem para ajudar os académicos mais carenciados. O presidente da AAG afirmou à Lusa que também está preocupado com vários casos de estudantes, cujas famílias estão a passar por dificuldades económicas, que pediram o apoio da associação relativamente ao pagamento das propinas. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _


Ensino público

Montepio entrega prémios

Marinha Grande

CalazansTV no ar 6 A Escola Secundária Engenheiro Calazans Duarte na Marinha Grande está a desenvolver o projecto CalazansTV, o qual pretende conciliar a formação e informação de uma forma apelativa e procurando ir ao encontro dos interesses e motivações dos discentes. Para além disso, propõe-se reforçar a relação/ aproximação da Escola com a Comunidade. Tornou-se sem dúvida uma via de acesso à escola e ao que por lá acontece para toda a comunidade. Graças à CalazansTV a Escola Secundária Engenheiro Acácio Calazans Duarte encontra-se à distância de um simples “clic.” Para além disso, talvez a grande mais valia deste projeto seja o seu contributo para o reforço da identidade de uma escola que já é um marco na cidade da Marinha Grande. Apesar da sua existência ainda embrionária e da escassez de recursos técnicos, já muitas foram as actividades levadas a cabo pela CalazansTV, graças ao esforço e persistência de uma equipa coesa que se recusa a baixar os braços. Numa tentativa de apostar nos alunos e nas suas capacidades, de os manter agentes parPublicidade

ticipativos na vida escolar, esta equipa promoveu um casting de apresentadores. Os alunos aderiram de forma entusiástica, e deste casting resultou um apresentador para a Gala de entrega dos Prémios Calazans realizada anualmente pela escola. E, para aqueles mais curiosos que pretendem conhecer como funciona uma televisão “a sério”, a CalazansTV promoveu um Workshop dinamizado pela responsável do Departamento Juvenil das Produções Fictícias, Rita Bonifácio. Teve lotação esgotada e por isso é uma experiência a repetir. Todos os eventos que foram acontecendo ao longo do ano letivo 2010-2011 foram sendo registados pelas câmaras desta TV, um olhar especial que permite a memória dos grandes momentos. Palestras, colóquios, aqui há intervalo!,… tudo passou pelas câmaras de CalazansTV. A CalazansTV esteve também presente na gravação do último programa do Herman2011 nos estúdios da Valentim de Carvalho. K José Nobre _ Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _

6 “É uma celebração, uma ocasião festiva que traduz o reconhecimento público do extraordinário trabalho da comunidade educativa”. Foi com estas palavras que o Ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, se dirigiu a todos quantos estiveram presentes na cerimónia de entrega da terceira edição do “Prémio Escolar Montepio”, iniciativa da Fundação Montepio que conta com o alto patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República. Os estabelecimentos de ensino distinguidos - Escola Básica 2,3 do Caramulo, Escola Básica e Secundária de Oliveira de Frades, Escola Básica Integrada com Jardim de Infância da Torreira, Escola Básica com 3.º Ciclo Dr. Mário Sacramento e Escola Básica 2,3 Professor João de Meira -, representados pelos seus dirigentes, agradeceram o incentivo e a confiança que a Fundação Montepio e o júri depositaram nos programas apresentados e que foram apoiados, para efeitos da sua implementação, com um prémio no valor unitário de 25 mil euros. A cerimónia da entrega de prémios decorreu, a 15 de Novembro, no auditório Montepio, em Lisboa,

A Escola EB 2/3 do caramulo foi uma das premiadas onde o ensino público viu reconhecido o seu papel na promoção da melhoria das condições de ensino e aprendizagem. Da protecção do Ambiente à promoção da Língua Portuguesa, das Ciências à Cidadania e às relações pessoais, os cinco projectos vencedores constituem exemplo da dinâmica educativa, do empenho, dedicação e engenho das equipas docentes, que os desenharam de modo a que se destacassem entre as 26 candidaturas presentes a concurso.

A cerimónia contou com a presença do presidente do Montepio, António Tomás Correia, do júri, representado por Isabel Alçada, Manuela Silva e Henrique Monteiro, mas também da directora da Direcção Regional de Educação do Centro, Cristina Oliveira, de representantes das autarquias da Murtosa, Tondela, Guimarães e Oliveira de Frades, municípios onde se inserem as escolas premiadas, mas também de alunos, muitos convidados e figuras de referência da sociedade portuguesa. K

Competição em Setúbal

IPS Junior Challenge 2012 6 O Instituto Politécnico de Setúbal apresenta a 1ª edição do “IPS Junior Challenge”, um concurso anual, através do qual desafia os alunos do ensino secundário do distrito de Setúbal a criarem ideias de negócio originais, criativas e inovadoras, nas áreas de actuação do Instituto, nomeadamente nos domínios da Educação, Tecnologia e Engenharia, Ciências Empresariais e Saúde. Pretende-se que estas ideias sejam capazes de potenciar a criação de novos projectos que contribuam para o desenvolvimento da região. As inscrições para a edição de 2012 decorrem até ao dia 18 de Dezembro. Esta iniciativa é apoiada pelo Santander Totta e pela Media Markt. Tem por objectivo promover uma maior aproximação entre instituições de ensino superior e o ensino secundário, sendo intuito do IPS promover o espírito empreendedor junto dos jovens estudantes, “despertando-os para a análise de oportunidades de negócio e para a necessidade de criação de projectos inovadores

na região, estimulando, também, a sua criatividade e capacidade de trabalho em equipa, facto que irá permitir enfrentar a maior dinâmica de pensamento e trabalho que vão encontrar no Ensino Superior”, explica a organização. Todos os grupos participantes têm oportunidade de realizar o workshop “Introdução ao Empreendedorismo”, ministrado por docentes da Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico

de Setúbal (ESCE/IPS), que lhes permitirá conhecer as atitudes e competências pessoais necessárias para o desenvolvimento de uma cultura empreendedora, bem como a aquisição de conhecimentos nas áreas da gestão e inovação. No final do concurso, os elementos do grupo vencedor são distinguidos com um portátil, sendo, igualmente, atribuídos prémios aos segundos e terceiros classificados. K

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editorial

A escola e o senso comum 7 Com a revolução científica e tecnológica que tem acompanhado a implementação da sociedade do conhecimento, a escola tem vindo a conhecer transformações profundas. Apesar de esse ser um tema recorrente da investigação educacional, é sempre interessante regressar a esta problemática, sobretudo quando os estudos nos confrontam com a crítica a uma escola que consideram demasiado racional, tecnológica, superespecializada e impregnada de clichés administrativos e corporativos. Em consequência, instala-se no mundo interior dos docentes um efeito cuja perversão ainda está por medir: pese embora tudo o que aconteça na realidade diária das escolas, os professores estão convencidos de que a sua profissionalidade e a sua qualidade de trabalho dependerá, mais que tudo, das suas competências “operárias”

e “instrumentais” (o saberfazer) que os conduzem à aplicação de técnicas rigorosas através das quais conseguirão “produzir” a aprendizagem dos seus alunos. Provas? Aqui estão, para os mais cépticos: Primeiro, todos abominam os “receituários”, todavia quase sempre vivem dependentes dessa normatividade que lhes dá segurança e que lhes proporciona grande parte dos conhecimentos que guiam a acção; segundo, surgem os “tradutores-especialistas”, aqueles que acreditam na voz especializada, enquanto intermediário insubstituível entre a origem científica do conhecimento e a correcta interpretação e divulgação das normas pedagógicas; terceiro, as reformas alteraram o discurso e as linguagens, porém o “processo de cretinização técnico-burocrático” do trabalho docente permanece, no substancial, in-

alterável. Resultado: a lucidez demasiado disciplinar e especializada conduz, invariavelmente, à cegueira no que respeita à apreciação do global, do geral e da diferença. Nesta transformação profunda, é certo que a ciência substituiu a religião quanto à construção do discurso pedagógico. Todavia novas formas de misticismo afloraram sempre que, no terreno institucional, se procedeu à aceitação dos poderes, aliados aos saberes, como meios únicos de legitimação de uns e dos outros. Para que a Escola atinja, neste terceiro milénio, uma via de “transformação positiva”, temos que enfrentar alguns desafios. Desde logo, importa nivelar o estatuto da “pedagogia oficial” com o do “conhecimento prático” dos docentes. Depois, exige-se o rápido reconhecimento da maioridade dos profissionais do ensino. Um re-

conhecimento que proporcione a conquista da autonomia para pensar o próprio pensamento, autonomia para reflectir sobre o conhecimento elaborado, autonomia para construir novo pensamento com base no conhecimento e na maturação da própria acção docente. Ou seja, a eliminação do pensamento por “senso comum” do discurso oficioso que reina nos corredores de uma boa parte das escolas portuguesas. No fundo, encontramo-nos perante um desafio, lançado aos “práticos”, para que “conquistem”, dentro das escolas, todas as “possibilidades” que lhes permitam a elaboração de “conhecimento”, através do qual sustentem e teorizem essa mesma prática. É que a separação entre pensamento e acção implica que a educação não seja mais uma preparação para agir. Implica a aceitação de dois ensinos distintos: um

especulativo, o outro prático, um fornecendo o espírito e o outro a letra, um o método, o outro os resultados. E tudo isto nos empurra para o sublinhar de uma das maiores contradições que nos podem ser imputadas a nós, educadores: a incapacidade para integrar na nossa prática quotidiana, de um modo coerente, o que pensamos e o que fazemos. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt

Primeira coluna

Estudantes sem bolsa 7 Milhares de estudantes do ensino superior ainda não tinham, à hora de fecho da nossa edição, uma resposta sobre a atribuição ou não de bolsas de estudo para o presente ano lectivo. Para muitos a situação é já insustentável. Sem esse apoio a conclusão de um curso ou a frequência no ensino superior passam a ser uma miragem. João Queiró, secretário de Estado do Ensino Superior, afirmou, no passado dia 6, que “a autorização para o pagamento das bolsas já existe desde Outubro. Acontece que a análise é tão lenta que faz impressão”. Aquele membro do Governo gostaria que o processo fosse mais célere por parte das entidades competentes, neste caso

a Direcção Geral do Ensino Superior. A questão das bolsas de estudo é salientada pela maioria dos líderes associativos durante as sessões solenes de aniversário ou de abertura de ano lectivo de universidades e politécnicos. A crise económica que o país vive, a elevada taxa de desemprego e o aumento das propinas em muitos estabelecimentos de ensino deixam muitas famílias sem solução. Os casos de alunos que nos últimos anos lectivos tiveram dificuldades em liquidar as propinas levou a que as instituições tentassem encontrar soluções que permitissem esse pagamento de forma mais faseada. Nalguns casos chegou a

abrir-se a possibilidade dos alunos poderem “trabalhar” para as próprias instituições, garantindo assim mais um meio para o pagamento das propinas. Universidades e politécnicos procuraram assim minimizar um problema real, mantendo o objectivo de qualificarem mais cidadãos. A questão da avaliação das bolsas de estudo é velha de anos e em momentos em que o dinheiro escasseia o filtro torna-se mais apertado. Desde sempre se ouviram histórias de que muitos alunos usufruíam desse tipo de apoio sem que dele necessitassem, evidenciando mesmo sinais exteriores de riqueza, fazendo-se circular, nalguns casos, em carros que não deixavam envergonhado

o mais exigente dos ministros. É por isso que se exige rigor nessa análise e que também se exige aprovação escolar dos alunos que desse apoio beneficiam. Só com rigor é possível termos um sistema de ensino e de apoio aos estudantes mais justo, e ao mesmo tempo honesto para com todos os contribuintes. Num cenário em que quem apoia quer ter a certeza de que as verbas vão para quem precisa, e que quem reclama os apoios quer sempre mais alguma coisa, há que encontrar o equilíbrio através de regulamentos claros e de análises céleres e rigorosas. Acontece que estamos em Dezembro, com o primeiro semestre quase a chegar ao fim e as respostas

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ainda não chegaram a muitos alunos. A burocracia do Estado continua a ser um exemplo de como o País nem sempre funciona bem, e onde a bola da responsabilidade é atirada de um lado para o outro… K João Carrega _ carrega@rvj.pt


CRÓNICA

Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: En mi carta anterior te introduje el asunto de la distinción entre los “aprendedores” y los “emprendedores”. Creo que estamos en tiempos de cambio en la educación, pero de un cambio radical en cuanto al enfoque. Siempre que hemos realizado cambios en los sistemas educativos de los diferentes países, nos hemos centrado en cambiar los programas, la programación, los horarios, las nomenclaturas, …, hasta, por supuesto, los sistemas de salida de emergencia de las aulas y del centro. Pero nunca hemos entrado a profundizar en dos aspectos que, a mí al menos, me parecen fundamentales para el futuro educativo: la actitud de los profesores, por una parte, y, por otra, el enfoque educativo. Es evidente que la actitud de los profesores está cambiando y cambiará, con seguridad, a mejor. Cada vez son más los profesores que actúan desde el convencimiento de que tienen que ser los “catalizadores” del progreso de sus alumnos, y, por tanto, desde la actitud de ayuda, de tutoría, de ejercer de “coach”, en lugar de mantener el estatuto de “responsable último de la educación” que ha estado vigente y, por desgracia, aún lo está en muchos centros y en muchas visiones de los equipos educativos. Mientras este cambio no sea real y universal (es decir, asumido por todos los profesores), no podrá tener lugar el cambio de enfoque. La actitud del profesorado se va cambiando poco a poco y a ello contribuyen, sin duda, los esfuerzos de formación continua de los educadores. Ahora bien, habrás percibido que, por causa de la crisis económi-

ca en que vivimos, estamos sustituyendo los parámetros esenciales de la formación del profesorado (uno de ellos, tal vez el más importante, sea la realización de cursos presenciales, en los que los profesores se forman y reflexionan juntos sobre sus proyectos de futuro y los problemas que se puedan presentar) por elementos “virtuales” de cuya eficacia se puede dudar el alta medida. Parece que los sistemas informáticos siguen apareciendo y ofreciéndose como los garantes de la resolución de todos nuestros problemas. Si seguimos con esta convicción y perspectiva, no cabe duda que acabaremos pagándolo de alguna manera (quizás la más inesperada posible). A pesar de todo, quiero mostrarme optimista y creer que esta formación “virtual” va a producir los mismos efectos que la formación presencial. Si no es así, difícilmente llegaremos a cambiar el enfoque y pasar del enfoque actual sobre los “aprendedores”, al enfoque futuro sobre los “emprendedores”. ¿Cuál es la esencia del cambio de enfoque (pasar de “aprendedores” a “emprendedores”)? Te la voy a exponer con un interesante relato que se titula “Me han enseñado a pensar” (contado por Ramón García Santos en una de sus publicaciones). Sir Ernest Rutherford, presidente de la Sociedad Real Británica y Premio Nobel de Química en 1908, contaba la siguiente anécdota: “Hace algún tiempo, recibí la llamada de un colega. Estaba a punto de poner un cero a un estudiante por la respuesta que había dado en un problema de Física, pese a que éste afirmaba con rotundidad que

su respuesta era absolutamente acertada. Profesores y estudiantes acordaron pedir arbitraje de alguien imparcial, y fui elegido yo. Leí la pregunta del examen y decía: «Demuestre cómo es posible determinar la altura de un edificio con la ayuda de un barómetro». El estudiante había respondido: «Lleva el barómetro a la azotea del edificio y átale una cuerda muy larga. Descuélgalo hasta la base del edificio, marca y mide. La longitud de la cuerda es igual a la longitud del edificio». Realmente, el estudiante había planteado un serio problema con la resolución del ejercicio, porque había respondido a la pregunta correcta y completamente. Por otro lado, si se le concedía la máxima puntuación, podría alterar el promedio de su año de estudios, obtener una nota más alta y así certificar su alto nivel en Física; pero la respuesta no confirmaba que el estudiante tuviera ese nivel. Sugerí que se le diera al alumno otra oportunidad. Le concedí seis minutos para que me respondiera la misma pregunta, pero esta vez con la advertencia de que en la respuesta debía demostrar sus conocimientos de Física. Habían pasado 5 minutos y el estudiante no había escrito nada. Le pregunté si deseaba marcharse, pero me contestó que tenía muchas respuestas al problema. Su dificultad era elegir la mejor de todas. Me excusé por interrumpirle y le rogué que continuara. En el minuto que le quedaba escribió la siguiente respuesta: «Coge el barómetro y lánzalo al suelo desde la azotea del edificio; calcula el tiempo de caída con un cronómetro;

después, se aplica la fórmula altura = 0,5 por A por T2, y así obtenemos la altura del edificio». En este punto, le pregunté a mi colega si el estudiante se podía retirar. Le dio la nota más alta. Tras abandonar el despacho, me reencontré con el estudiante y le pedí que me contara sus otras respuestas a la pregunta. - «Bueno, respondió, hay muchas maneras; por ejemplo, coges el barómetro en un día soleado y mides la altura del barómetro y la longitud de su sombra. Si medimos a continuación la longitud de la sombra del edificio y aplicamos una simple proporción, obtendremos también la altura del edificio». - «Perfecto, le dije, ¿y de otra manera?» - «Sí, contestó, éste es un procedimiento muy básico para medir un edificio, pero también sirve. En este método, coges el barómetro y te sitúas en las escaleras del edificio en la planta baja; según subes las escaleras, vas marcando la altura del barómetro y cuentas el número de marcas hasta la azotea; multiplicas al final la altura del barómetro por el número de marcas que has hecho y ya tienes la altura; éste es un método muy directo. Por supuesto, si lo que quiere es un procedimiento más sofisticado, puede atar el barómetro a una cuerda y moverlo como si fuera un péndulo; si calculamos que cuando el barómetro está a la altura de la azotea la gravedad es cero, y si tenemos en cuenta la medida de la aceleración de la gravedad al descender el barómetro en trayectoria circular al pasar por la perpendicular del edificio, de la diferencia de estos valores, y aplicando una sencilla fórmula trigo-

nométrica, podríamos calcular, sin duda, la altura del edificio. En este mismo estilo de sistemas, atas el barómetro a una cuerda y lo descuelgas desde la azotea a la calle; usándolo como un péndulo puedes calcular la altura midiendo su período de precesión. En fin, concluyó, existen otras muchas maneras. Probablemente, la mejor sea coger el barómetro y golpear con él la puerta de la casa del conserje; cuando abra, decirle: señor conserje, aquí tengo un bonito barómetro; si usted me dice la altura de este edificio, se lo regalo». En este momento de la conversación le pregunté si no conocía la respuesta convencional al problema (la diferencia de presión marcada por un barómetro en dos lugares diferentes nos proporciona la diferencia de altura entre ambos lugares). Evidentemente, dijo que la conocía, pero que durante sus estudios, sus profesores habían intentado enseñarle a pensar. El estudiante se llamaba Niels Bohr, físico danés, premio Nobel de Física en 1922, más conocido por ser el primero en proponer el modelo de átomo con protones y neutrones y los electrones que lo rodeaban. Fue, fundamentalmente, un innovador de la teoría cuántica. Al margen del personaje, lo divertido y curioso de la anécdota, lo esencial de esta historia, es que LE HABÍAN ENSEÑADO A PENSAR... El próximo mes comentamos algo de esto. Como siempre, salud y felicidad. K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com

Em todas as efemérides haveriam os povos de ter tal notícia como um massacre, como um número premiado em sorteio que sai apenas aos outros, nunca se conhecendo o sujeito de tal sorte ou perverso milagre. Naquele tempo, tudo seria cumprido conforme as leis da trindade que as impunha, sem apelo nem sombra de dúvida, mesmo que esta existisse, porque era assim que deveria ser, qual mandamento sagrado e, como repetidamente se vem anunciando, estava escrito. Foi por isso na dependência de outros exploradores e de outras línguas da mesma exploração, que do

estábulo frio e estrangeiro foram integrar a força de trabalho que, como a tantos outros, de conforto não foi jamais e do futuro prometido só a memória dos jejuns, a crença em que melhores dias estariam para chegar e a morte prematura. Estava escrito, repito, mas mais depressa se rasga um texto ignaro, que uma palavra sã adoce tanta desventura. K João de Sousa Teixeira _ teijoao@gmail.com

opinião

Para onde vamos? 7 Abandonaram a casa e os haveres a conselho do anjo que lhes falou dos perigos de ali ficarem. Aquele que era sábio por conta doutro, que tudo sabia da verdade e da mentira e podia dispor dos homens e das coisas, porque em verdade estava escrito e era também esse o seu desejo, apontou-lhes uma zona de conforto, fora dali; tão longe que não causassem moléstia e a génese pudesse enfim ser acautelada per omnia secula seculorum e, como já se disse, estava escrito, o que fazia toda a diferença. Fizeram-se ao caminho. O anjo não mais se importou com o seu itinerário. Tinha o mandato para

cumprir e isso era tudo. O importante agora era que se afastassem o mais possível, fizessem pela vida e, se acaso fosse pródiga a labuta, poderiam então regressar abastados, servidos de criados e arautos que ao mundo dessem notícia do sucesso da diáspora. Longe demais para aqui dar fé, outros havia com o mesmo destino, escorraçados do seu lugar de nascimento, para cumprirem os desígnios consagrados no que estava escrito. Mais se soube que houve os que, como cães, haveriam de regressar e lamber os pés ao dono. Mas eram cães, não mais que isso. Não há história por esse lado da zo-

ologia. Na Terra, que o céu era testemunha, os tempos eram de abundância e rapina para os poderosos e de penúria para os povos. Por isso, onde fossem encontrar duas paredes erguidas seria a sua casa e assim lhe chamariam para que outros atrás não viessem reclamar a posse miserável do lugar. Passaram anos e dias de profecias e outras vozes efémeras. O tempo de ouro, incenso e mirra foi naquela quadra, dizem que por efabulação e critérios de aliciamento, a que os tempos modernos haveriam de chamar ordenado mínimo ou outro qualquer eufemismo.

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crónica salamanca

Voluntariado en la Universidad 6 Conductas generosas y altruistas suelen existir entre los jóvenes, universitarios o no, con frecuencia más observables que en personas mayores de nuestras sociedades occidentales. La simpatía, la compasión con el que sufre, la aspiración a cambiar o mejorar las situaciones de explotación y dolor de los más débiles, por fortuna siguen estando presentes en la vida cotidiana, al lado de otras que representan todo lo contrario: el dominio, el afán de poder, el desprecio de los humildes. En la universidad también, lo vemos todos los días. De la misma forma que se perciben actitudes insolidarias y egoístas entre estudiantes y profesores, emergen otras posturas transidas de generosidad, compromiso y deseo de mejora social y educativa de los sectores más olvidados de la sociedad, y en especial de los situados en países mucho más alejados económica y socialmente de nuestros niveles de renta, consumo y condiciones de calidad de vida. Desde hace unos años, además de los compromisos individuales de profesores y estudiantes universitarios que suelen existir, han comenzado a emerger prácticas institucionales de cooperación internacional y solidaridad en nuestras universidades. Desde la reforma de la Ley Orgánica de Universidades de España, producida en 2007 al modificar la LOU de 2001, se han afianzado tales opciones de solidaridad. Es la consecuencia de la difusión en la comunidad universitaria y de la aplicación del artículo 92 de la misma, que dice exactamente:“Las universidades fomentarán la participación de los miembros de la comunidad universitaria en actividades y proyectos

de cooperación internacional y solidaridad. Asimismo, propiciarán la realización de actividades e iniciativas que contribuyan al impulso de la cultura de la paz, el desarrollo sostenible y el respeto al medio ambiente, como elementos esenciales para el progreso solidario”. A partir de ahí se han constituído en la mayor parte de las universidades oficinas que de forma específica organizan lo que se ha denominado el voluntariado en la universidad. Insistimos en corroborar que las prácticas de voluntariado y solidaridad con otros paises o sectores humildes vienen de muy lejos entre los universitarios, pero es probable que de forma institucional generalizada sea en estos últimos cuatro años cuando han comenzado a asentarse, y a verse apoyadas de forma institucional. De ahí que vayan surgiendo diferentes iniciativas solidarias entre los miembros de la comunidad universitaria: campañas del euro solidario, del 0’7% de cooperación sobre los ingresos, seminarios de sensibilización, convocatoria de proyectos de intervención concreta en un país determinado del llamado tercer mundo, congresos para la educación en cooperación y solidaridad, educación para prácticas solidarias, másteres de ayuda al desarrollo y solidaridad, revistas y boletines de difusión de experiencias cooperativas, y tantos otros proyectos y realizaciones que implican a jóvenes universitarios sensibilizados con la cooperación y la solidaridad con sectores necesitados. Los voluntarios con frecuencia son sometidos a desprecios y actitudes risibles por parte de quien simplemente no entiende, o se desentiende, de los compromi-

sos más sensatos de apoyo a los que más necesitan. Otras veces son cuestionados por intelectuales críticos frente al “oenegismo” como enfermedad del derechismo, o frente a las prácticas de justificación moral de procedencia caritativista y benefactora, que tratan de justificar posiciones personales de buena voluntad, pero sin cuestionar nunca las estructuras dominantes injustas, que vienen a ser al fin las responsables de la injusticia y la desigualdad estructural. Por nuestra parte entendemos y saludamos, lo apoyamos sin fisuras, que pueda y deba darse una respuesta de apoyo solidario inmediato ante una situación crítica grave, que conmueve, que afecta a muchas personas sin recursos, y que pueda tener una procedencia individual o colectiva. Pero a medio plazo lo realmente influyente y transformador son las vías de la conciencia asumida de todos los protagonistas, lo que se consigue con esfuerzo y tiempo ante todo con la intervención educativa y formadora de conciencia crítica y hábitos de conducta alternativa. Por ello, nosotros pensamos que el esfuerzo del voluntariado universitario debe canalizarse ante todo hacia programas de sensibilización y formación hacia la comprensión del mundo y sus demandas educativas y culturales, además de la lucha por las transformaciones estructurales de la economía y las condiciones sociales. De lo contrario, esas oficinas de cooperación, que son pertinentes, corren el riesgo de convertirse en instrumentos legitimadores y conformistas con una situación a la que se ofrecen respuestas puntuales, cuando las soluciones deben ser más profundas y globales.

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De ahí que algunas universidades hayan ido más lejos cuando proponen a todos sus estudiantes, de cualquiera que sea su titulación de estudios, que tomen en cuenta la posibilidad de que dentro de su curriculum exista un apartado, por pequeño que fuese, de atención a la formación en cooperación y solidaridad internacional. Sabemos que la respuesta está resultando más que apreciable. Que cunda el ejemplo, para bien de todos, y para que además de beneficencia y caridad (que son legítimas) en la universidad se haga presente un voluntariado donde la solidaridad y la cooperación con sentido de justicia enarbolen la bandera del apoyo y de las relaciones con aquellos sectores de personas más humildes y necesitadas de acción cultural transformadora. Paulo Freire en su obra, por ejemplo “La educación como práctica de la libertad”, ya lo ha escrito hace algunas décadas, pero su proyecto pedagógico sigue vivo y pendiente de aplicación y ejecución. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

universidad Salamanca

El poder de una sonrisa 6 La instantánea “El poder de una sonrisa”, de Laura Carrillo, se ha alzado con el primer premio del IX Concurso de Fotografía Digital del INICO. Premio Fundación Grupo Norte “Las personas con discapacidad en la vida cotidiana”, cuyo objetivo es sensibilizar sobre cómo es el día a día de las personas con algún tipo de limitación. El jurado ha valorado el componente lúdico y el sentido del humor que refleja la fotografía. El galardón está dotado con un premio en metálico de 1.000 euros, diploma y trofeo de la Fundación Grupo Norte. La convocatoria del certamen

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en este año 2011 ha batido record de participación con la presentación de casi 1.500 trabajos por parte de un total de 528 fotógra-

fos (profesionales y aficionados) procedentes de 14 países. El segundo premio, dotado con 500 euros, ha recaído en la foto-

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98

grafía “Feet Ball”, presentada por Somenath Mukhopadhyay y que muestra a unos niños jugando al fútbol en la India. La mención especial Universidad y Discapacidad, dotada también con 500 euros, ha sido para Félix Macías por su trabajo “Apuntes”, en la que se aprecia a un estudiante con discapacidad tomando apuntes en su i-pad. El acto de entrega de premios, que irá acompañado por la exposición los trabajos más destacados presentados al certamen, se celebrará el próximo 16 de diciembre a las 13 h. en la Facultad de Psicología. K

Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Eugénia Sousa Francisco Carrega Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco


Crónica

Recreio Facebookiano 7 Estamos num pátio de muitos muros que, desta vez, podemos saltar. Um lugar recheado de palcos, poleiros, cordas bambas, trampolins, cartolas de ilusionistas, espelhos foscos ou tragicamente distorcidos. É feira, é circo, é passarela, é ribalta, é sala de janelas com cortinas a esvoaçar no vento que sopra do norte, do sul ou do poente. É tudo o que se queira. Tal como o recreio da nossa infância que recuperámos e onde navegamos com a vantagem de não termos de ir à escola para receber o prémio de um espaço que era a conquista da nossa liberdade. Ou o que pensávamos tratar-se de liberdade, sem ainda termos a consciência de que, mesmo então, não éramos livres. Era a ilusão de ser-se livre, de quando em quando, a ajudarnos a suportar os momentos em que nos sentíamos amachucados, espezinhados, espartilhados. Tocava a sineta ou soava a campainha estridente que nos fazia erguer de um salto redentor. Chegava finalmente a hora de sermos nós próprios ou de entrarmos no jogo do faz-de-conta, no folguedo dos heróis. Saíamos para o pátio, saltávamos, corríamos, andávamos de pé-coxinho de quadrado em quadrado, exibindo a nossa perícia, sempre prontos para vencer, sempre prontos para ganhar. Não importava que, no fim, não se ganhasse nada. Tínhamos de ser os primeiros, os maiores, os melhores! Esquecíamos os lanches, mas dificilmente ignorávamos os olhares zombeteiros de alguns, os risinhos escarninhos de outros, as palavras madrastas que, de súbito, rasgavam as nossas defesas e expunham as fragilidades, inseguranças e incertezas mal resguardadas. Tínhamos de aproveitar o tempo sem ainda percebermos a tirania desse carrasco sempre colado a nós. O tempo não se media. Julgávamos que nos pertencia e, por isso, podíamos ser jocosos e cruéis, quando a velhice passava por nós. Exibíamos, com perversa satisfação, a juventude trajada de falsa ingenuidade. Desdenhávamos, com ostensiva confiança, das marcas ruins que

o tempo imprimia nas feições e corpos dos controladores dos nossos sonhos e vontades. Mas, não sucumbamos à enganosa ideia de que éramos um grupo coeso, de que fazíamos parte de uma irmandade, lá porque pertencíamos à mesma geração e nos encontrávamos, todos os dias, nesse lugar de instrução e desvario. Tínhamos amigos e sofríamos a amizade, de forma galante, ostensiva. Direi mesmo teatral. Uns, muito poucos, eram seriamente, verdadeiramente amigos. Outros nem tanto assim. E muitos nunca chegariam a receber a nossa aprovação. Descartávamo-nos deles com desfaçatez, sem os rodeios ao abrigo das regras sociais que desconhecíamos. Apenas sabíamos as regras dos jogos que íamos inventando e que se alteravam ao sabor dos nossos voláteis desejos. Afinal, pouco mudou, neste recreio Facebookiano, onde viemos parar e de onde dificilmente nos afastamos. Contudo, não queremos admitir que assim é, adultos que somos, vaidosos da nossa merecida e vangloriada superioridade. Conhecemos as manhas do Tempo, cursámos a escola da Vida, formámo-nos com distinção nas Artes do Disfarce. Entramos no recreio virtual às ocultas, saltando de muro em muro, vasculhando, partilhando, desacatando, elogiando, gostando ou desgostando e somando amigos. Temos agora o doce proveito de não sairmos do conforto das nossas casas, de não sermos vistos e de não vermos os nossos parceiros nos jogos que jogamos, com primor: a cabra-cega, as escondidas e muitos mais! K Julieta Ferreira _

Memórias ficcionadas

7 Por lapso na última edição do Ensino Magazine, na rúbrica Memórias Ficcionadas, o artigo de Luís Souta terminou com a indicação que “este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico, quando deveria ter sido terminado com “este texto não está redigido segundo o novo, e discutível, Acordo Ortográfico”. Ao nosso colaborador e aos nossos leitores aqui ficam as nossas desculpas e a devida correcção. K

BOCAS DO GALINHEIRO

Canções de Natal 7 Quando em “Os Amigos de Alex” (The Big Chill, 1983), de Lawrencer Kasdan, Jeff Goldburn pergunta a Kevin Kline, quando este põe a tocar no gira discos A Whiter Shade of Pale dos Procol Harum, um daqueles slows bem ao jeito de uma reunião de velhos amigos dos anos sessenta, se ele não tem outra música, algo deste século, acrescentando que nos últimos dez anos fizeram-se músicas fabulosas ao que Kline responde: “Like What?”, vem-me à lembrança as sucessivas reedições de canções de Natal que saem pela quadra, como se sem esses novos discos cheios de velhas canções, não déssemos pela chegada do Natal! Vem isto a propósito de uma velhinha canção de Natal, chamada “Santa Baby”, interpretada por uma inspiradíssima Eartha Kitt, que numa voz sensual e sedutora, e porque foi uma boa rapariga, pede ao Pai Natal alguns presentitos, como um iate, um descapotável e para enfeitar a árvore umas decvorações da Tiffany’s enfim, coisa pouca! A canção (passa agora está na TV na publicidade a uma marca de chocolates) que me lembra a Marilyn Monroe a cantar os parabéns ao presidente JFK, lá isso lembra. Na voz de Kilye Minogue, faz parte da banda sonora de um telefilme com o mesmo nome, realizado por Ron Underwoor em 2006, só que a Santa Baby é a filha do Pai Natal. Arrisco que não é a mesma coisa, apesar de não ter visto o filme. Por seu lado as televisões voltam sempre à carga e passam os filmes de sempre, imbuídos de espírito natalício, ou lá perto. A mais recente estrela deste rol é “O Amor Acontece” (Love Actually, 2003), de

Richard Curtis, uma comédia romântica made in England, recheada de canções de Natal no mínimo originais a começar por uma versão inenarrável de “Love Is All Around” agora baptizada de “Christmas Is All Around”, interpretada pelo imperdível Bill Nighy, um cromo do rock que reaparece para tentar (e consegue) chegar a número um no top com esta canção, continuando com uma versão de “All I Want For Christmas Is You”, da Mariah Carey, cantada pela jovem Olivia Olson na festa de Natal da escola e, lá pelo meio, uma versão de “White Christmas”, de Irving Berlin pelo rei da música Soul, Otis Redding. O original desta canção faz parte do filme de Michael Curtiz “Natal Branco” (White Christmas, 1954) com Bing Crosby, Danny Kaye e Rosemary Clooney, um trio de respeito para uma partitura fabulosa de Berlin, onde se destacam, para além do tema que dá título ao filme cantado por Crosby, “Sisters”, que alcançou grande êxito pela voz de Rosemary Clooney, “Snow”, interpretada pelos três e “Love, You Didn’t Do Right By Me”, pela cantora. Aliás os filmes à volta do Natal são um filão, nem sempre bem aproveitado, é claro, mas do qual podemos extrair um bem nutrido lote de boas canções. Em “O Tesouro de Natal” (Jingle All The Way, 1996) de Brian Levant, com Arnold Schwarzenegger, a canção”I’ll Be Home For Christmas” tem a voz de Frank Sinatra, num filme em que o austríaco tudo faz para comprar um Turbo Man para pôr no sapatinho do filho. Já em “De Ilusão Também se Vive” (Miracle on 34Th Street, 1949), de George Seaton, com Maureen O’Hara, John Payne e Edmund

Gween, na história de um velhote que acha que é o Pai Natal e é internado como louco e um jovem advogado decide representá-lo em tribunal argumentando de que ele é mesmo quem diz ser, a música é mais consensual, de “Jingle Bells” ao sempre actual “Santa Claus is Coming to Town” e outros temas tradicionais. Obviamente que num filme com os Marretas, canções é coisa que não falta e no “O Conto de Natal dos Marretas” ( The Muppet Christmas Carol, 1992), a banda sonora de Paul Williams conta com vários temas a condizer, de “Scrooge” ao tradicional “Good King Wenceslas”,passando por ”One More Sleep Till Christmas” e “It Feels Like Christmas” ou mesmo um “Christmas Scat”. Mas também em “Que Paródia de Natal” (Christmas Vacation, 1989), de Jeremiah s, Chechick, com argumento de John Hughes, do lote de canções fazem parte “That Spirit of Christmas”, na voz de Ray Charles, “Hey, Santa Claus” pelos The Moonglows ou “Here Comes Santa Claus”, interpretada por Gene Autry. Claro que podíamos trazer aqui os filmes baseados na obra de Charles Dickens, A Christmas Carol e o seu Scrooge, com inúmeras versões, a primeira de 1935, e algumas em animação, ou o eterno “Do Céu Caiu uma Estrela” (It’s a Wonderful Life, 1946), de Frank Capra. Mas não. Hoje quisemos escrever sobre as canções nos filmes e esta amostra já dá uma pequena ideia da grandeza do tema. Sendo caso disso, bons filmes, Feliz Natal e Bom Ano Novo! K Luís Dinis da Rosa _

DEZEMBRO 2011 /// 025


Luís Castro em entrevista

Só há uma verdade e tenho de contá-la 7 Esteve preso quatro vezes, foi expulso de vários países, sofreu ameaças de morte. Foi interrogado com uma arma encostada à cabeça, na Guiné. No Iraque, esteve três dias sem dar notícias. A família chorou a sua morte e a RTP também. Sempre ao serviço da RTP reportou 23 guerras ou situações de conflito. Na Primavera Árabe viveu com os revoltosos egípcios na praça Tair. Na Líbia, quase foi capturado pelas tropas de Kadafi e viu passar-lhe à frente um foguete BW21. Poder estar onde se faz a História não tem preço e as amizades que se fazem debaixo de fogo são para toda a vida. Luís Castro, jornalista da RTP, conta ao Ensino Magazine as dificuldades encontradas enquanto repórter de guerra. Como repórter de guerra, ao serviço da RTP, fez a cobertura de mais de vinte conflitos armados. O que o leva a partir para lugares de onde a maioria da humanidade preferia fugir? No total, até agora e desde 1997, fiz 23 guerras ou situações de conflito. Há uma frase muito interessante que diz: “quando vires alguém que corre para um local de onde todos os outros fogem, é porque é um repórter de guerra”.Vamos sempre em contramão. Quando me perguntavam “é casado, tem dois filhos, porquê é que vai para a guerra?”, eu dizia: “somos jornalistas, temos de dar voz aos mais fracos”. Na verdade, compreendi mais tarde, o facto de podermos estar onde se faz história, sermos testemunhas activas desses acontecimentos, não tem valor. Enriquece-nos muito enquanto pessoas, para além de nos enriquecer enquanto profissionais. É por isso afirma: “só há uma verdade e tenho de contá-la nem que isso me custe a vida...” Ainda não me custou a vida, mas quase. Já estive preso quatro vezes, fui expulso de vários países, fui ameaçado de morte. Tive de ser resgatado pelas forças especiais portuguesas, de um país em África, por que tinha sido interceptada uma comunicação para me matar. Fui evacuado de Timor para a Austrália, devido a um acidente grave; tive também um acidente grave também nas montanhas do Afeganistão. Felizmente, ainda não foi, mas, continuo agarrado a ela. Qual foi o pior cenário de guerra que pisou? O pior foi Angola, em 1999. A guerra mais violenta que se travava à face da terra, mas esquecida e banalizada pela comunidade internacional. Nessa altura haviam outras duas guerras mediáticas, a Tchechénia e a ex-Jugoslávia. Angola foi o palco de guerra mais violento, mais cruel, que pisei ao longo destes anos, onde se matava e se morria, a cada minuto que passava. Numa grande operação

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que durou quinze dias, nas últimas horas, morreram pelo menos 300 homens à minha volta. Fui alvo da UNITA. Estava do outro lado, tinha de me sujeitar também a ser um alvo. Houve outros palcos, quase todos eles aconteceram no Continente Africano. São as guerras mais difíceis de acompanhar. As outras, Iraque, Afeganistão, são guerras com grande exposição mediática, mas não se comparam no seu perigo àquilo que vivi em África. Em Bagdad convidaram-no para fazer a cobertura de um atendado da Al-Quaeda. Quando um grupo da Al-Quaeda armadilhou um carro e o posterior atentado. Recusou, a revista Time fez depois a reportagem. Na guerra e no jornalismo não vale tudo... Para mim não vale tudo. Acima de tudo vale a minha consciência. Poderia ter feito essa reportagem, como poderia não a ter feito. Escolhi não a fazer. Não censuro quem a fez. Até porque ainda hoje tenho algumas dúvidas se o devia ter feito ou não. Mas, apesar de tudo, há algo que me conforta, a minha

consciência. A minha consciência vale mais do que qualquer reportagem. Não ando à procura de fama, nem glória. Ando à procura de uma satisfação profissional, de uma satisfação pessoal e procuro ser honesto com a minha empresa. Se a minha empresa me manda para um palco de guerra, terei de fazer o melhor que puder e souber. Acima desse patamar, só mesmo a minha consciência. Qual foi a história que mais o marcou enquanto repórter de guerra? As histórias que guardamos são as de maior densidade humana. Uma é em Angola. Portugueses e os seus filhos viveram no mato, durante meses, a fugir dos combates. Quando os encontrei não eram mais do que pele e osso. No meio da guerra, arranjar-lhes certidões de nascimento para os trazer para Portugal foi a minha principal prioridade. Até aí a minha principal prioridade era reportar. Aqueles homens e aquelas crianças tinham de sair rapidamente de Angola, ou então morreriam à fome. Movi montanhas, para conse-

guir documentos, para que eles pudessem vir para Portugal. Uma outra é com um soldado americano, com quem fiz uma amizade muito intensa. Embora não tenhamos passado muitos dias juntos, passámos esses dias debaixo de combate e, as amizades que se fazem debaixo de combate, ficam-nos para sempre. O soldado McMillam tinha ido para o Iraque para conseguir poupar dinheiro para que a mulher acabasse o curso e quando voltasse para os Estados Unidos acabar também o dele, Medicina. Morreu. Uma bomba colocada na estrada. Eu já tinha vindo embora, soube da morte dele pela mulher. Mandou-me mensagens por email onde dizia que o McMillam falava muito de mim e que tinha ficado a gostar muito de mim, também. As mensagens em que ela me contava quais tinham sido as últimas palavras dele, em relação a ela, ainda hoje guardo. Vão fazer parte do resto da minha vida. O Mcmillam é alguém que nunca mais esquecerei. Como é que lida com o stress pós traumático? Em Portugal não há a tradição de um olhar atento sobre as pessoas que vêm destes palcos de guerra. Cada um acaba por se tratar à sua maneira. Quando volto, normalmente vou para o Norte, para Cabeceiras de Basto que é aldeia dos meus pais. Desligo-me durante dez ou quinze dias, vou ouvir passarinhos, dar uns mergulhos no rio, passear nos montes, devolver-me à sanidade mental. Esta é a forma que tenho de arrumar as minhas gavetas. Quando escrevi o meu primeiro livro sobre estas experiências de guerra, tive de arrumar as prateleiras. A minha mulher dizia que eu andava insuportável. Mas como felizmente me considero um rapaz muito “arrumadinho”, interiormente, consigo ter as coisas bem acomodadas. Mas está tudo cá dentro. É no livro Repórter de Guerra que estão essas grandes Histórias? Fui escrevendo aquele livro enquanto a memória estava fresca, porque depois a memória vai-nos pregando partidas. Visionei todas as reportagens que fiz. Tenho um arquivo em bruto com as imagens das guerras por onde passei e fui passando para o livro as minhas experiências, para memória futura. Até que a escritora Margarida Rebelo Pinto, minha amiga, me disse “tens de me deixar ler isso”. Deixei-a ler e ela disse-me para publicar. Levou o manuscrito para a Oficina do Livro, que me convidou a editar e a lançar livro. Ainda me achava demasiado novo para contar as minhas memórias, mas em boa hora o fiz. Está lá muito daquilo que é a vida de um repórter e aquilo que foi a minha vida, de uma forma nua e crua, sem esconder praticamente nada. Embora hajam pequenas coisas levamos para a cova, que são do nosso foro íntimo e não vale a pena contá-las. Dá para chorar, dá para rir, são coisas boas, más, ;


muitos erros, exclusivos mundiais que consegui. Foi também uma espécie de catarse. A História está acontecer agora no mundo árabe, não devia estar lá? Tenho andado a tratar de outros assuntos mais do foro interno e é isto que me faz mal. Aqui há tempos, com o José Rodrigues dos Santos ríamos. Antigamente, era ele do lado de cá, e eu do lado de lá; agora, sou eu do lado de cá, e ele do lado de lá. Tanto a mim como a ele faz-nos muito mal ver a guerra da Regi. Mas a evolução na carreira tem destas coisas. Agora tenho outras funções que me absorvem também cá e não me permitem andar tanto nestes palcos, como há três ou quatro anos. Mas sempre que possível vou. Esteve na Líbia, como é que correram as coisas ? Na Líbia correu bem, mas podia ter corrido muito mal. Quase fui apanhado à mão pelas tropas de Kadafi. Tinha de estar a filmar onde as coisas aconteciam e a dada altura todos fugiram e eu não tive tempo de fugir. Fiquei sozinho entre as duas frentes. Ao rever as imagens que gravamos, percebemos que vários projécteis nos passaram à frente. Entre mim e o meu Câmara passou-nos à frente um foguete BW21. Estivemos perto de não sairmos de lá vivos. Também fez cobertura da revolução no Egipto... Foi uma experiência fantástica estar a viver com os manifestantes na praça Tahir e eles quererem fazer perguntas de como foi o processo revolucionário em Portugal. E quando perceberam que as coisas cá não correram assim tão bem imediatamente, como eles imaginavam, rapidamente viravam-se uns para os outros e diziam: “estás a ver, estás a ver”. (Risos) . Perguntavam: “com vocês acabou a ditadura e passaram logo a viver em democracia?”. Eu dizia: “não, isso ainda demorou” e eles “estás a ver, estás a ver”. (Risos). Como quem diz, isto aqui não vai ser assim tão fácil, ainda vamos ter de batalhar muito. Não se acaba com um processo de décadas de ditadura para se começar uma democracia no dia seguinte. Eles estão a viver o seu PREC, (Processo Revolucionário em Curso), tal como nós o vivemos. Foi também no Iraque que teve problemas com as tropas americanas…

Fui preso pelos americanos por que estava a reportar sem qualquer filtro, sem que eles vissem as reportagens antes de serem emitidas. A coisa correu mal quando eles perceberam que não estávamos engajados. Queriam que o mundo visse o que estava acontecer pelos seus olhos e não pelo ângulo dos jornalistas. Estive três dias preso, fui humilhado, agredido. Não passei o que passaram os presos de Ab Ghraib, mas bebi do cálice da humilhação. Durante três dias tive a família a chorar a minha morte, na RTP também. Esse foi talvez o episódio mais marcante para a minha família. A Medalha de D. Afonso Henriques, concedida pelo Estado Maior do Exército, que significado tem para si? Foi a mais alta distinção que recebi até hoje e é a mais alta condecoração que o exército atribui a um civil. Não é isso que me move, mas orgulha-me. Perceber que o nosso trabalho é reconhecido, que ajudamos, porque ao informar nós estamos a ajudar e a esclarecer. Também pelos muitos trabalhos que fiz, pelos diversos países do mundo, onde os nossos militares se encontram. É muito também sobre eles que tenho dado o meu olhar, para reforçar e dar visibilidade ao trabalho fantástico que fazem e à forma como perpetuam o nome de Portugal, no mundo.

gente e livros

David Foenkinos 7 «Nathalie era sobretudo discreta (uma espécie de feminilidade suiça). Tinha atravessado a adolescência sem acidentes, respeitando as passagens de peões. Aos vinte anos, via o futuro como uma promessa. Gostava de rir, gostava de ler. Duas ocupações raramente simultâneas, porque preferia as histórias tristes. Não sendo a via literária suficientemente concreta para o seu gosto, tinha decidido seguir economia. Sob os seus ares de sonhadora, pouco lugar deixava à imprecisão. Passava horas a observar as curvas da evolução do PIB na Estónia, com um sorriso enigmático nos lábios. No momento em que se anunciava a vida adulta, acontecia-lhe por vezes relembrar a infância. (…)» In A Delicadeza David Foenkinos nasceu em Paris, em 1974. Estudou letras na Sorbonne e teve formação em música Jazz. Antes de ser escritor foi professor de guitarra. Escritor versátil é autor de romances, guiões de cinema, peças de teatro e banda desenhada. O primeiro romance teve o título de

Entre as Orelha (2002). Seguiram-se O Potencial Erótico de Minha Mulher (2004), Um Caso de Felicidade (2005) e Recordações (2011). Em 2010 publicava uma obra sobre a vida de John Lennon, de quem é fã. Lennon (2010), um misto de biografia e reconstrução fictícia. Na linha dos romances psicológicos que abordam relações sentimentais escreve A Delicadeza (2009). Um sucesso editorial em França, seleccionado para o Pré-

A Delicadeza. Nathalie e François tinham tudo para ser felizes e eram. Conheceram-se por acaso numa rua, apaixonaram-se e casaram. A primeira vez que se viram, ele ousou convidá-la para uma bebida e contra todas as probabilidades ela aceitou. Poderia ser o típico boy meets girl, se um acontecimento trágico não viesse colocar um ponto final a uma relação quase perfeita. François morre e Nathalie fica só. Mas, se o amor não está ao “virar da esquina”, pode estar em qualquer outro lugar. K Página coordenada por Eugénia Sousa _

edições

Novidades Literárias frer, mas sim uma pintora famosa, que vive com uma discípula, Keiko. E é Keiko que resolve levar a cabo uma vingança erótica contra Toshio. O escritor foi Prémio Nobel da Literatura em 1968.

Somos mais forte quando lutamos pelos outros? Sem qualquer dúvida. Somos mais fortes quando passamos por estes cenários. Isto enriquece-nos. Quando voltamos, voltamos pessoas diferentes. O nosso ranking de prioridades inverteu radicalmente. Quero lá saber se tenho ou não um telemóvel de última geração; se me ultrapassam pela direita; se me buzinam. Problemas têm eles que lá ficaram, eu voltei. Eles é que continuam a lutar por sobreviver. Problema é descolar aqui do aeroporto e não saber se volto vivo; problema é ter um bebé a morrer-me nos braços e não saber como o salvar, em Angola; problema é ter um soldado a esvair-se em sangue e não ter medicamentos para o salvar; problema é ser interrogado como aconteceu na Guiné, com uma pistola encostada à cabeça. Depois, aquilo que nós chamamos problemas, aqui no nosso dia-a-dia, são banalidades. K Eugénia Sousa _ Fotos Direitos Reservados H

mio Médicis, Renaudot, Femina, Interallié e Goncourt. A Delicadeza está publicado em Portugal pela Editorial Presença. Com o irmão, Stéphane, o autor trabalhou na adaptação cinematográfica daquele romance. O filme tem apresentação marcada para Dezembro de 2011 e conta com os actores Audrey Tautou e Françoise Damiens, nos papéis principais. Em França, David Foenkinos é apontado como um dos melhores escritores da nova geração.

7 gradiva. O Haiku das Palavras Perdidas, de Andrés Pascual. Nagasáqui, Agosto de 1945. Kazuo, um jovem ocidental a viver no Japão, e a bela Junko combinam encontrar-se e selar o seu amor com um poema (Haiku). Momentos depois, a bomba atómica destrói a cidade e sepulta o segredo deles. Tóquio, Fevereiro de 2011. Emilian Zäch, assessor das Nações Unidas e defensor da energia nuclear, conhece uma galerista japonesa empenhada em encontrar o antigo amor de um antepassado.

d.quixote. A beleza e a Tristeza, de Yasunary Kawabata. Muitos anos depois de ter terminado a relação com Otoko, Oki Toshio vai a Tóquio ouvir os sinos de ano novo e volta a encontrá-la. Otoko já não é a adolescente que o escritor fez so-

alfaguara. Um Grito de Amor desde o Centro do Mundo, de Kyoichi Katayama. Sakutarô e Aki conheceram-se na escola de uma cidade japonesa. Ele é um adolescente decidido e sarcástico. Ela é bela, inteligente e popular. Um dia, a cumplicidade que os une transforma-se numa paixão que desafia a própria morte. Um Grito de Amor desde o Centro do Mundo vendeu mais de três milhões e meio de exemplares no Japão e conquistou leitores em todo o mundo. Europa-América. Código de Honra dos Samurais, de Taïra Shigésuké. Escrito por um militar japonês e sábio seguidor da filosofia de Confúcio, da segunda metade do século XVIII, o Código de Honra dos Samurais destinava-se aos jovens guerreiros. O Manual tinha a função de evitar o relaxamento do corpo e da alma dos jovens desocupados pela paz. Um clássico cujos ensinamentos continuam vivos e aplicáveis em

todas as sociedades.

Presença. Contigo para Sempre, de Takuji Ichikawa. Ao morrer, com apenas 29 anos, Mio deixa um marido problemático e Yuji, o filho de cinco anos. Um dia, enquanto passeiam no bosque reencontram Mio. Está sozinha e sem qualquer memória. Ela quer saber o que lhe aconteceu e o marido vai contar-lhe a história. piaget. Contos Tradicionais dos Países Lusófonos, de Fernando Vale. O autor seleccionou dois contos tradicionais, de todos os países de expressão portuguesa : Angola, Moçambique, Guiné, São Tomé, Cabo Verde, Brasil, Timor e Portugal. As ilustrações juntaram-se às histórias que oferecem muito da tradição e cultura destes países. Bizâncio. Corta, de Rick Kirkman e Jerry Scott. A família mais divertida do cartoon está de volta no 28º volume, da série Baby Blues. Vinte anos depois de terem sido criados por Kirkman e Scott, os MacPherson continuam um casal perfeitamente normal a gerir a loucura quotidiana de serem pais de duas crianças pequenas e de uma bebé. K DEZEMBRO 2011 /// 027


associações reúnidas

história e geografia reforçadas

Estudantes lutam pelas bolsas 3 As Associações de Estudantes e Académicas do Ensino Superior aprovaram no passado dia 9, diversas ações públicas de “luta” contra o atual Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo que consideram “injusto” e afirmam que este Natal é “negro” no Ensino Superior. Reunidas em Braga num Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) extraordinário, as associações estudantis aprovaram para os dias 20, 21 e 22 de dezembro ações publicas como “forma de protesto” contra o atual Regime de Atribuição de Bolsas para o Ensino Superior. Estas ações constam de uma moção aprovada pelos movimentos académicos na qual os estudantes afirmam que o referido regulamento “consagra soluções materiais iníquas e injustas”. Como justificação para a “luta” as academias do Ensino Superior invocam “os atrasos nas análises

das candidaturas e no respetivo pagamento das bolsas de ação social” bem como a “insuficiência do Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo em responder às reais necessidades do país”. Além disso contestam o “imobilismo face a abrir uma segunda fase de candidatura” para os estudantes que ingressam pela primeira vez nas universidades e criticam também a “parca capacidade de diálogo da Secretaria de Estado do Ensino Superior”. Assim, a ENDA aprovou, e marcou, no início desta madrugada ações publicas de “luta” como o “lançamento nacional da imagem corporativa deste plano de ações em diversos meios comunicacionais”, a “criação de árvores de Natal negras em locais icónicos” e uma vigília noturna na Assembleia da República no dia 22 de dezembro, entre outras. Os estudantes pretendem des-

ta forma “assinalar” aquele que consideram “um Natal negro no Ensino Superior” e desejam que os “estudantes tenham o justo e legítimo apoio que necessitam para a adequada frequência no ensino superior”. Isto porque, esclarecem, “o sistema de Ação Social tem por objetivo que nenhum estudante seja arredado da frequência do ensino superior por motivo de falta de capacidades económico-financeiras”. Mas, consideram, o “presente Regulamento de Atribuição de Bolsas não concretiza” este objetivo, apontando ainda que os “sucessivos despachos emanados pelo Diretor-Geral do Ensino Superior, relativos à fixação de sucessivos prazos para a apresentação de candidatura a bolsas de estudo instituíram “uma situação de desigualdade de tratamento”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _

Revisão curricular 6 A proposta de Revisão da Estrutura Curricular, que foi divulgada, à hora de fecho da nossa edição, pelo Ministério da Educação contém o aumento da carga horária de História e Geografia nos 7.º e 9.º anos do 3.º ciclo do ensino básico. Fonte oficial do Ministério da Educação e Ciência (MEC) adiantou à agência Lusa que a proposta contempla um aumento da carga horária das disciplinas de História e Geografia nos 7.º e 9.º anos do 3.º ciclo do ensino básico, em um tem-

po letivo semanal, no seu conjunto. Atualmente, para estas duas disciplinas, existem quatro tempos letivos semanais no 7.º ano e cinco tempos letivos semanais no 9.º ano. Segundo a proposta do MEC, a partir do próximo ano letivo haverão cinco tempos letivos semanais no 7.º ano e seis tempos letivos semanais no 9.º ano para as duas disciplinas. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _

fotografia

Beja faz curso 6 O Museu Botânico do IPBeja irá organizar nos dias 28 e 29 de Janeiro de 2012, um curso de fotografia (teoria e prática) com a colaboração do fotógrafo José Romão, da empresa Mil Cores (www.milcores. pt/). Este profissional dedica-se às

oficinas de fotografia desde 1994 e, actualmente, oferece um conjunto de cursos que incluem: Iniciação à Fotografia, Fotografia de Natureza; Photoshop, Análise Fotográfica, Pintura de Fotografia a Preto e Branco. K

Prazeres da boa mesa

Bacalhau Pil Pil com Piquillos, Semi Desfeita de Grão e Tiborninhas de Morcela 3 Ingredientes (10 pax): 5 Postas Bacalhau 200g 300 ml Azeite 700 gr Grão Cozido 5 Fatias de Pão Caseiro 1 Lata de Pimentos Piquillo 100 gr Morcela 100 gr Cebola Picada 50 gr Alho 2 Malaguetas q.b. Coentros q.b. Sal q.b. Pimenta de Moinho Preparação: Levar o azeite ao lume e fritar os alhos laminados e as malaguetas. Retirar e reservar os alhos e as malaguetas.

Cozer o bacalhau no azeite aromatizado sem deixar ferver, ou seja, não pode ultrapassar os 80ºC. Assim que esteja cozido (normalmente não excede os 5 minutos

quando as postas não são muito altas), remover o bacalhau e o excesso de azeite. Agitar o tacho enquanto o azeite e o suco/gelatina do bacalhau estão

tépidos até formar uma “maionese/ holandês” ligeiro. Juntar os piquillos em juliana grossa. Para a desfeita, puxar o alho e a cebola, juntar o grão (metade inteiro e desfeito) com caldo e azeite da cozedura do bacalhau. Salpicar com os coentros. Cortar o pão em fatias finas (estilizadas) temperar com azeite e alho e aplicar morcela. Empratar a desfeita, colocar o bacalhau e em cima deste, aplicar o molho emulsionado com os alhos, a malagueta e os pimentos. Mais Informação: O pil pil é uma iguaria tradicional da cozinha Basca e elaborado com

quatro ingredientes básicos: bacalhau, azeite, alho e malagueta. O nome “pil pil” vem do movimento giratório que se faz para que o suco do bacalhau e o azeite se emulsionem. Já se encontram máquinas que fazem o movimento do pil pil. A junção dos pimentos nesta receita consagrada é uma união do País Basco com a Extremadura espanhola. K Chef Mário Rui Ramos _ Chef Executivo Ô Hotels & Resorts - Termas de Monfortinho

Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _

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música

pela objectiva de j. vasco

Florence & The Machine - Ceremonials 3 A banda que ficou conhecida com o tema “You´ve got the love” acaba de editar o segundo trabalho, que recebeu o título de “Ceremonials”. Os primeiros temas a serem conhecidos deste álbum foram os singles “What the water gave” e “Shake it out”. As duas músicas foram bem recebidas pelas rádios e pela imprensa especializada da música. O produtor Paul Epworthb foi novamente responsável pelas doze novas canções dos Florence & The Machine. Na nova etapa da carreira deste colectivo, a sonoridade continua na linha do anterior registo. Um som experimental que mistura o folk, o pop e soul com diversas melodias, que nos levam a uma viagem única. A voz de Florence promete conquistar mais público com a sua sensualidade, mística e alma que estão bem presentes neste segundo trabalho. Está também disponível nas lojas, uma versão deluxe de “Ceremonials” que inclui os vídeos dos singles, temas inéditos e acústicos e maquetes. Os temas fortes deste álbum são os singles “What the water gave” e “Shake it out” e as faixas “Breaking down” e “No light, no light”. Os Florence & The Machine prometem criar um culto entre os seus seguidores... K

Ir ao teatro neste final de ano

Amy Winehouse - Lioness: Hidden Treasures 3 No passado dia 5 de Dezembro ficou disponível o álbum, a título póstumo, de Amy Winehouse, que recebeu o nome de “Lioness: Hidden Treasures” . A morte da cantora Britânica constituiu uma enorme perda para o mundo da música. Foi uma fantástica voz que se calou para sempre. Este registo apresenta vários temas inéditos e versões de canções com diferentes roupagens. Depois do desaparecimento de Amy Winehouse, os produtores Salaam Remi e Mark Ronson seleccionaram várias gravações para serem futuramente editadas e construíram o alinhamento deste álbum. Antes da edição física do registo chegaram às rádios vários temas em jeito de amostra. Foi possível conhecer previamente “Our day will come”, “Will you still love me tomorrow” e o fantástico “Like smoke”, que tem a participação especial do rapper Nas. Uma das surpresas de “Lioness: HiddenTreasures” é a versão de Amy Winehouse para “Garota de Ipanema” , um clássico Brasileiro da Bossanova que aparece com uma leitura bem especial. O álbum inclui também “Body and soul”, uma pareceria com Tony Bennett, que já tinha sido editado recentemente no álbum de duetos do cantor Norte Americano. Não é necessário destacar os melhores temas do álbum, o melhor é escutar e relaxar…. K

The Wanted - Battleground 3 No passado mês de Novembro chegou ao mercado Português ”Battleground”, o segundo trabalho dos The Wanted. Este colectivo é composto por Jay McGuiness, Max George, Parker e Nathan Sykes. Apesar do álbum de estreia da banda ter feito bastante sucesso em 2010, em vários países Europeus, por cá os The Wanted apenas tiveram visibilidade com os novos temas. O single “Glad you come” lançou este grupo à escala global. Trata-se de um tema com uma melodia irresistível, que conquistou vários top´s e as pistas de dança, através de várias remisturas. A visibilidade e o sucesso deram origem a um convite para os The Wanted actuarem nos espectáculos do jovem Justin Bieber, subindo ao palco para fazerem a primeira parte das actuações, em várias cidades do mundo. Os novos temas são dominados pela dance music, na sua vertente comercial, à mistura com o pop dançável, apresentado num cocktail com um ritmo vibrante e bastante agradável. Neste novo “Battleground” os destaques vão para o single “Glad you came” e os temas “Lightning”, “Invincible” e “Rocket”. K Hugo Rafael _

3 Júlio de Matos, na Casa do Artista e Quem tem medo de Virgínia Woolf? no Teatro Nacional D. Maria II são sugestões, para já, em Lisboa. Júlio da parte do pai, Matos da parte do tio, “é um homem desempregado que sofre uma crise de comunicação com o mundo”. Em cena na Casa do Artista, em Lisboa, com interpretação de Joaquim Monchique, texto de Pedro Cardoso, direção de ator de Carlos Paulo. Quem tem medo de Virgínia Woolf? parte de um texto de Edward Albee, encenado por Ana Luísa Guimarães e interpretado por Maria João Luís, Romeu Costa, Sandra Faleiro e Virgílio Castelo. Segundo o autor é a peça que melhor se identifica consigo e que também podia ter o título “quem tem medo do lobo mau?”. A ação passa-se numa sala de estar onde, ainda segundo o dramaturgo “(…) numa noite de revelações, de jogos perigosos e de mútuas agressões, o inferno pode ser uma sala de estar confortável de um casal insatisfeito”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

press das coisas Packard Bell OneTwo 3 A gama de computadores OneTwo da Packard Bell acaba de chegar ao mercado português. Com um design “ultrafino”, o OneTwo está disponível com ecrã LCD LED de 21,5” ou 23” de diagonal. Ambos os modelos incluem leitor de BluRay “Combo” com gravador de DVD, sintonizador de TV digital, placa gráfica da NVIDIA, duas colunas de som e controlador sonoro. Tem leitor de cartões 5-em-1 e vem com o Windows 7 e várias aplicações. O modelo de 21,5 tem um preço a partir de 599 Euros; o modelo de 23”, a partir de 699 Euros. K

Samsung Omnia W 3 O novo smartphone Omnia W da Samsung vem equipado com ecrã multitouch super AMOLED com 3,7 de diagonal (resolução 800*400 pixéis) e processador a 1,4 GHz, baseado no sistema operativo Windows Phone Mango através do Omnia W. Tem duas câmaras de fotos e vídeo, leitor de músicas com suportes a ficheiros MP3, AAC, AAC +, WMA e AMR, bem como sintonizador de rádio FM com RDS. A memória interna é de 8 GB. K

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quatro rodas

Build Your Dream c Parece mas não é. Pelo título, esta crónica poderá parecer mais uma crítica cinematográfica em vez de um texto destinado à secção “Motor “ do Ensino Magazine. Até percebermos do que realmente se trata, frases como “... empresta-me o teu Build Your Dream…” ou “… na viagem ultrapassei um Build Your Dream…” parecem não ter sentido, por isso vamos tentar explicar o que é o Build Your Dream, que a partir de agora passaremos a chamar BYD para simplificar. Estava tranquilamente passeando por uma capital da Europeia, quando estacionou mesmo à minha frente um automóvel com um perfil muito banal, bastante parecido com os que são fabricados no Japão. Houve no entanto dois pormenores que me despertaram alguma curiosidade. Em primeiro lugar as letras BYD bem no meio da grelha, coisa que até esse dia nunca tinha visto em qualquer carro, mas mais intrigante eram os caracteres em

mandarim rebitados na porta da mala do veículo.

Como ando sempre à procura de temas novos para esta coluna,

Oficina portuguesa entre as melhores

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pode adquirir quer na Europa quer nos Estados Unidos. O veículo tem um sistema de funcionamento um pouco complicado que alterna entre os três motores, dependendo a sua utilização da velocidade, da força necessária para ultrapassar obstáculos, e mesmo do consumo. Tudo isto com o objectivo de alcançar a maior autonomia possível, que pode chegar aos 300 quilómetros. Ao que apurei a empresa Hipogest prepara-se para em 2012 comercializar um destes modelos em Portugal. Tal como nos anos 70 em que através da Salvador Caetano a “Toyota veio para ficar”, chega agora a vez do BYD, para que definitivamente fiquemos com os “olhos em bico”. K Paulo Almeida _ Direitos Reservados H

sector automóvel

Península Ibérica

6 A oficina José Carlos Pinheiro Bosch Car Service, de Castelo Branco, acaba de ser classificada como a melhor da rede Bosch em Portugal e uma das melhores da Península Ibérica. A distinção ocorreu durante a Convenção Ibérica das oficinas Bosch Service, a qual teve lugar de 19 a 21 de Novembro a bordo de um cruzeiro. Com 10 anos de existência a oficina albicastrense recebe clientes de todo o país. José Carlos Pinheiro revela que esta classificação por parte da Bosch é o “reconhecimento de todo o profissionalismo da nossa equipa e do serviço de excelência que procuramos realizar”. No total a oficina albicastrense emprega 11 colaboradores e está agora a ampliar as suas instalações. “Iremos abrir um novo espaço dedicado à parte eléctrica e electrónica”, explica José Carlos Pinheiro. Com clientes de todo o país, a

decidi furtivamente tirar algumas fotos deste estranho exemplar, na esperança de poder ser o mote para mais uma história. Necessitava no entanto de mais alguma informação. Esperei alguns segundos e com algum atrevimento fiz algumas perguntas ao condutor do veículo. Simpaticamente fui informado que se tratava de um novo modelo automóvel chinês que estava a ser preparado para atacar o mercado europeu. Este importador só tinha recebido quatro protótipos, que foram provisoriamente licenciados para circular em fase de testes. Soube ainda que se trata de um híbrido com um conceito um pouco diferente pois possui três motores. Dois motores eléctricos e um de combustão com três cilindros. Feito o trabalho de rua, restava-me voltar para casa fazer alguma investigação para certificar as informações recolhidas. Assim pude constatar que o BYD facilmente se pode encontrar na Internet e aparentemente já se

NISSAN GT-R COM TRACK PACK 3 O Nissan GTR, versão de 2012 incluirá um modelo vocacionado para as pistas, apelidado Track Pack, em que as alterações visaram melhorar os tempos em pista. O Nissan GT-R 2012 terá uma nova versão em 2012. Track Pack, dintingue-se das demais por oferecer jantes de liga leve com seis raios da Rays; pinças de travão arrefecidas por condutas adicionais existentes no pára-choques dianteiro. Estas reduzem a temperatura de funcionamento dos travões até 100 graus, o mesmo acontecendo com os discos traseiros. A suspensão foi revista e optimizada para uso em pista e os amortecedores, como em todos os GT-R, são ajustáveis. K

OPEL ASTRA GTC: PREÇOS ANUNCIADOS

oficina está a assinalar os 10 anos de existência, pelo que a distinção da Bosch é uma marca que “não esperava receber”. José Carlos Pinheiro acrescenta que “este pré-

mio dá-nos mais responsabilidade para o futuro”. Uma das mais valias da Bosch Car Service é o facto “de dar garantia de fábrica a todas as marcas”. K

3 Já são conhecidos os preços que a Opel apresentará em Portugal para o Astra GTC, que chega ao mercado português já no próximo mês Janeiro. A gama de preços do novo coupé desportivo da marca do raio inicia-se nos 25 100 euros pedidos pelo 1.4 turbo a gasolina com sistema start/stop. Esta motorização, que marca o acesso à gama, oferece 140 cv de potência e 200 Nm, anunciando uma velocidade máxima de 201 km/h e 9,9s nos 0-100 km/h. Quanto a consumos e emissões, a Opel reclama 5,9 l/100 km em ciclo misto e emissões de CO2 de 140 g/km. K


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Pedro Lynce, ex-ministro do Ensino Superior

“Bolonha foi um fiasco!” 6 Pedro Lynce, exministro do Ensino Superior, mostrou-se bastante crítico ao modo como a Declaração de Bolonha foi implementada em Portugal. “Bolonha foi um fiasco para Portugal. Foi uma oportunidade perdida. Na maioria dos casos, e ainda bem que há excepções, foi feita uma divisão dos cursos de cinco

anos para três anos. E não era isso que se pretendia! Os próprios métodos de ensino também não mudaram como deviam”. O ex-ministro falava ao Ensino Magazine à margem da sessão solene de aniversário do Instituto Politécnico de Portalegre, onde foi distinguido com o título de Professor honoris causa.

Pedro Lynce foi, em 2003, um dos primeiros governantes a aconselhar as universidades e os politécnicos a entenderem-se, sobretudo no que respeitava à oferta formativa. Nessa data, numa longa entrevista ao Ensino Magazine frisou isso mesmo. Hoje, de novo em declarações ao nosso jornal volta a dar

o mesmo conselho. “Cada dia que passa isso é mais importante. O número de alunos é cada vez menor. Não podemos continuar com a situação em que existem demasiados cursos iguais em regiões próximas”. O ex-ministro revela ainda que são “essas parcerias que podem dar di-

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mensão às instituições”. Ainda assim Pedro Lynce, lembra que as instituições de ensino poderão ter um papel activo em áreas como a formação profissional. “Os Politécnicos têm também essa obrigação, pois as exigências são muitas”, disse. Numa outra perspectiva, Pedro Lynce volta a reafirmar a necessidade de se qualificarem os corpos docentes das instituições. “Os desafios são muitos, não só no nosso país, mas em termos internacionais essa medida é fundamental para assegurar a credibilidade”, diz para depois acrescentar: “está a haver um esforço das instituições para que isso seja conseguido”. No entender do ex-ministro a questão da qualidade dos cursos das instituições é fundamental. “Não podemos ter alunos de primeira e de segunda, pois quando for feita uma avaliação internacional isso será referido”, esclarece.

Em tempos de crise económica, Pedro Lynce sublinha o esforço que universidades e politécnicos têm feito na captação de receitas próprias. “Estamos a adaptarmo-nos a uma nova realidade. As instituições de ensino superior têm aumentado as suas receitas próprias, e não só através das propinas, mas de outras rubricas, pelo que acredito que iremos superar a crise”. O ex-ministro deixa, no entanto, um aviso: “a prioridade das prioridades é a educação e a qualificação do país. Por isso, se nos pedirem sacrifícios nós devemos estar solidários, mas assim que houver mais meios, deve ser feito um reforço na educação. Os tempos mudaram. Por exemplo, uma criança que chegue à escola sem passar pelo pré-escolar fica logo atrasada. Têm que existir igualdade de oportunidades, e isso conseguese com a educação”. K

Secretário de Estado afirma

Reorganizar a rede é processo delicado 6 “A reorganização da rede de ensino superior é um processo delicado que não pode ser feito sem ponderação”. Foi assim que João Queiró, secretário de Estado do Ensino Superior, se referiu a um dos assuntos que marcam a actualidade do ensino superior. João Queiró falava durante a sessão solene do aniversário do Instituto Politécnico da Guarda, que decorreu no passado dia 6.

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“Estes assuntos devem ser tratados com calma e tempo, reflectindo com as pessoas”. No entender daquele responsável, mantém-se a necessidade de se qualificarem os portugueses. João Queiró anunciou ainda que as verbas resultantes das receitas próprias das instituições, não vão ser alvo de qualquer cativação, ao contrário do que estava previsto. K


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