Janeiro 2012 Director Fundador João Ruivo Director João Carrega Publicação Mensal Ano XIV K No167 Distribuição Gratuita
ensino jovem Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização n.º DE03052011SNC/GSCCS
João Vasco H
Leopoldo Guimarães em entrevista
Futurália abre portas ao saber e à internacionalização A próxima edição da Futurália tem data marcada para 14 de Março. Leopoldo Guimarães, presidente da Comissão Consultiva, explica as mais valias do certame. O Ensino Magazine é Media Partner da feira. C p 19 Universidade
Covilhã junta-se a Harvard na medicina C
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Politécnico
Nuno Mangas dirige politécnicos do centro C
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ensino superior
Nuno Crato quer racionalizar rede
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www.ensino.eu Assinatura anual: 15 euros
Jornalista correspondente em moscovo e historiador
Milhazes, o repórter que ficou no frio José Milhazes trocou, há 34 anos, Portugal pela então União Soviética. Foi como estudante, ficou como jornalista e só regressa a Portugal em períodos de férias.
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Nuno Sá premiado em dois concursos mundiais
Nadando com tubarões no mar dos Açores O português Nuno Sá venceu dois concursos mundiais de fotografia. As imagens vencedoras retratam os tubarões azuis do Atlântico, com quem este profissional nadou. C
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José Milhazes, correspondente em Moscovo e historiador
O repórter que ficou no frio 6 Há 34 anos trocou Portugal pela então União Soviética e nunca mais regressou ao seu país natal, excepto para curtos períodos de férias. Testemunha privilegiada de grandes momentos da história recente, que coincidiram com a queda da “cortina de ferro”, José Milhazes é o “nosso” homem em Moscovo. Depois de Carlos Fino, Portugal continua a ter um carismático e conhecedor jornalista no leste europeu.
A Rússia tem sido notícia pela estranha dança de cadeiras entre Putin e Medvedev, revezando-se na presidência e na liderança do governo. O que une estes homens? O controlo do poder e dos interesses a ele ligados. Putin culpa os Estados Unidos pelos protestos massivos depois das eleições. As constantes acusações de fraude e falta de transparência não são um recuo para uma potência que parecia trilhar um rumo democrático? Desta vez, tratou-se de um avanço, porque as fraudes acordaram parte significativa da sociedade civil russa. Resta saber como se irão desenrolar os acontecimentos, no sentido da democratização ou da estagnação do sistema existente. Pensa que a liderança bicéfala de Putin e Medvedev pretende recuperar o estatuto de império perdido após a independência das repúblicas soviéticas? Na Rússia não há liderança bicéfala, pois é Vladimir Putin quem manda. Se o objectivo for recuperar o império perdido, a Rússia arrisca-se a perder-se a si própria. A Rússia poderá transformarse num núcleo de integração na parte oriental da Europa e na Ásia Central, mas será um processo longo e sinuoso, pois trata-se da aproximação de regimes muito diferentes do ponto de vista político, económico e social. Fez no passado dia 26 de Dezembro, 20 anos sobre o desmantelamento da URSS. Com o fim do mundo bipolar, entre Washington e Moscovo, que vigorou durante a guerra fria, pode dizer-se que a Rússia ainda vive uma crise de identidade e sente a falta de um inimigo externo definido? Sim, o país vive uma crise de identidade, em grande parte devido à indefinição da elite russa. Os dirigentes russos tentam manter a imagem do inimigo externo: NATO, Estados Unidos, mas esta política não cativa toda a sociedade russa. Tendo em conta a globalização, a internet, etc., o poder na Rússia tem cada
vez mais dificuldade em manipular os seus cidadãos e isso ficou visível durante as últimas eleições parlamentares de 4 de Dezembro, quando o poder não conseguiu esconder as falsificações e fraudes. Foi testemunha privilegiada da queda da “cortina de ferro”. Como viveu esse turbilhão de emoções? Uma experiência única como pessoa e como jornalista. Participei na história.
tre o poder e os homens de negócios, da corrupção total existente no país. Abramovitch não está exilado em Londres, mas vive legalmente tanto na GrãBretanha como no seu país. Penso que ele não está entre os que fogem das máfias russas. Está há 34 anos a residir na Rússia, quando em 1977 abandonou a sua terra natal, a Póvoa do Varzim, e rumou a leste. O que o levou a partir pouco depois da revolução de Abril?
Muitos cidadãos russos são notícia por esse mundo fora. É conhecida a proliferação de fortunas colossais de milionários originários da ex-URSS, alguns deles exilados em Londres para evitar as máfias russas, como é o caso do patrão do Chelsea FC, Roman Abramovitch, que enriqueceu alegadamente através do negócio do petróleo. Como se constroem estes autênticos contos de fadas?
Era um jovem militante da União dos Estudantes Comunistas e sonhava estudar num “país socialista”. Além disso, a minha família não tinha possibilidades económicas de me permitir estudar na universidade.
Raramente de forma honesta. Essas fortunas nascem da promiscuidade en-
Os jornais russos publicam notícias do nosso país e, infelizmente, pelas
Como se vê daí Portugal, a cerca de 5 mil quilómetros de distância? Os jornais russos veiculam notícias do nosso país?
piores razões: crise, desemprego, etc. Portugal é um país que não provoca alergia entre os russos, pelo contrário, é olhado com muita simpatia. Dois governantes, um deles o próprio primeiro-ministro, Passos Coelho, incentivaram os portugueses a emigrarem em busca de emprego e melhores condições de vida. Como emigrante há mais de três décadas, acha que a sua vida teria sido igualmente desafiante e preenchida se tivesse ficado em Portugal? Não, mas eu saí de Portugal para estudar, e não para trabalhar. Quando se sai de Portugal, fica-se com uma visão do mundo mais ampla, mas não se deve confundir isso com emigração. Este fenómeno, actualmente, será favorável à economia portuguesa a curto prazo, pois diminui a pressão no mercado do trabalho, aumenta a transferência de dinheiro dos emigrantes para o país, mas terá consequências muito funestas a longo prazo. Hoje, emigram jovens ;
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cultos, formados, e não mão de obra simples como no passado. Trata-se de uma autêntica fuga de cérebros, pois os mais qualificados vão à procura de melhores condições. Este processo também não contribuirá para o melhoramento da competência da nossa classe política, pelo contrário.
convites, nem “abriram, quando eu bati à porta”, talvez porque no nosso país haja muitos “especialistas” em União Soviética e Rússia. Não sei como se pode ser especialista nestas áreas sem viver no país ou saber russo, mas em Portugal tudo é possível, pois não é o mérito o principal critério de avaliação.
Como explica que os portugueses sejam, por norma, mais eficientes e disciplinados quando estão fora do seu país?
Estudou em universidades russas e conviveu com o ensino em Portugal. Que principais semelhanças e diferenças encontra entre ambos os sistemas?
Porque fora do país há organização e disciplina, a justiça funciona, as “cunhas” não são omnipresentes, os salários são melhores, etc., etc. Talvez desconhecida por muitos que o vêem como correspondente da Antena 1, da Lusa e da SIC em Moscovo, é a sua vertente de historiador, tendo editado vários livros. Um sobre os portugueses na Rússia, outro sobre a morte de Samora Machel, outro sobre Angola e a sua relação com o fim da União Soviética e, finalmente, outro sobre o fim da União Soviética. Gostava, um dia, de leccionar História numa universidade portuguesa? Eu dou aulas no Instituto Piaget de Almada (Jornalismo e História Contemporânea), mas apenas durante os curtos períodos de estadia em Portugal. Não dou mais aulas, porque não recebi Publicidade
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CARA DA NOTÍCIA
Da Rússia com informação 6 José Milhazes nasceu a 2 de Outubro de 1958, na Póvoa de Varzim. É o correspondente em Moscovo de diversos órgãos de comunicação social portugueses e, seguramente, até pela sua formação o jornalista que melhor conhece a realidade russa, país onde reside desde 1977. Primeiro a TSF, depois o «Público», a SIC, a Agência Lusa e a Antena 1. As solicitações são, por isso, muitas. No resto do tempo aprofunda a sua vertente de historiador. É o autor dos livros «Angola: O princípio do fim da União Soviética», «Samora Machel: Atentado ou acidente?» e «A saga dos portugueses na Rússia», editado o ano passado. É doutorado pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto tendo defendido a tese «A influência das ideias liberais espanholas e portuguesas na Rússia». É mestre em Ciências Históricas e especialista em história da Rússia. Num registo mais informal, mantém vivo o seu blog “darussia.blogspot.com”, que actualiza com notícias frescas do leste europeu. Em 2000 foi o tradutor oficial de Mikhail Gorbatchov, na visita que o “pai” da “perestroika” fez a Portugal. K
O ensino na Rússia é mais exigente e o ensino básico e médio mais sólidos. Isso era mais evidente na URSS, pois o ensino também se está a degradar na Rússia. Uma das causas da queda do comunismo foi o facto de as pessoas terem acesso à instrução, pois os cidadãos cultos e instruídos deixam de acreditar em utopias, principalmente quando vivem nelas. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _
arquitetura
Investimento de cinco milhões
UBI mostra trabalhos
UBIMedical em 2012
6 A zona de expansão nascente da Covilhã será um dos locais a receber alguns dos trabalhos inseridos nas mostras que os responsáveis pelo curso de arquitetura da UBI estão a promover. Um conjunto de exposições que decorrem, quer nas instalações da academia, quer no Museu de Lanifícios e também na própria cidade, e que têm como ponto fundamental, “a mostra das capacidades desta formação”. Também a entrada da Faculdade de Ciências da Saúde recebe uma das mostras, entre 16 de janeiro e 29 de Fevereiro. Já o museu recebe a mostra Cidades e Vazios Urbanos, até 27 de janeiro e a zona nascente da Covilhã, vai acolher trabalhos dos alunos entre 30 de janeiro e 29 de fevereiro. Trata-se de produções de alunos do terceiro, quarto e quinto ano, nomeadamente nas cadeiras de Projeto.
Luis Moreira Pinto, diretor do curso de arquitetura explica que “existe muito o hábito de mostrar aquilo que fazemos, aliás, isso é um ponto essencial. A arquitetura tem uma área do ler, pensar, imaginar, mas também a parte de sentir a opinião de outras pessoas. É nestas alturas que percebemos se o nosso trabalho é bem aceite ou não, porquê e tentamos perceber o que se passa”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _
Para vigiar aneurismas
Minho cria sensor 6 Um novo sensor com uma tecnologia apoiada por telemetria está a ser desenvolvido na Universidade do Minho para apoio a intervenções de reparação endovascular de aneurismas (Evar). A Universidade do Minho coordena este projeto de investigação, em parceria com o MIT Portugal, FEUP e Instituto Superior Técnico, o qual se propõe incorporar um sensor inovador num “stent graft” de correção a um aneurisma. Este novo sensor deverá ser capaz de fazer por telemetria a monitorização dos doentes no pós-operatório, sem custos importantes. O tratamento por EVAR constitui nos dias de hoje, em casos selecionados, uma alternativa minimamente invasiva à cirurgia convencional. A metodologia de intervenção é utilizada há cerca de 20 anos, no entanto as técnicas têm sido melhoradas no sentido de serem cada vez menos invasivas, mais económicas e mais monito-
6 As obras de construção da infra-estrutura UBIMedical já começaram no Polo III da Universidade da beira Interior, junto à Faculdade de Ciências da Saúde. O edifício, que deverá estar concluído no final de 2012, tem previsto um investimento de quase 3 milhões de euros, sendo, adicionalmente, mais de 1,7 milhões de euros destinados ao equipamento e software para equipar o edifício. Nos próximos 10 anos, a nova estrutura poderá estar na base da incubação de 35 novas empresas, estimando-se em cerca de 200 o número de postos de trabalho qualificados a criar. A UBI considera que esta estrutura potenciará um importante salto qualitativo nas infraestruturas laboratoriais de apoio à investigação, colocando-as na fronteira do melhor que existe no mundo nas áreas relacionadas com as ciências da saúde, incluindo uma importante abordagem multidis-
ciplinar, que abrange ainda as Engenharias, as Ciências Sociais e Humanas e as Ciências da Comunicação. A par disso, a nova estrutura será o local ideal para o aparecimento de mais spin-offs relacionados com a área da saúde, ancorados na investigação científica do Centro de Investigação em Ci-
ências da Saúde e na experiência da multinacional Siemens sector Healthcare. Adicionalmente, dado o carácter de investigação aplicada a desenvolver nesta estrutura, sentir-se-á um impacto positivo na qualidade de vida das populações da região. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _
Simpósio anual da melhor escola médica do Mundo
Covilhã junta-se a Harvard rizáveis. “As vantagens do projeto em que estamos a trabalhar estão no facto de se tratar de uma tecnologia de baixo custo, para além de fazer uma aposta num sensor muito fino e flexível”, diz o coordenador e docente Luís Alexandre Rocha, do Departamento de Eletrónica Industrial. Este facto faz com que o sensor seja colocado na mesma cirurgia e juntamente com o “stent graft” de correção da artéria, sem cirurgias complementares e invasões com cateteres à parte. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _
6 A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI) acolhe em 2012 o terceiro simpósio anual do programa Harvard Medical School (HSM) Portugal para mostrar os mais recentes avanços da investigação em diversas áreas da medicina. “A direção do programa escolheu a Covilhã para realizar o simpósio no segundo trimestre de 2012 ou o mais tardar em setembro”, refere Miguel Castelo Branco, presidente da faculdade. O Programa HSM Portugal é o resultado da parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e a Harvard Medical School (HMS) e pretende encorajar a cooperação entre as estruturas de ensino e investigações médicas nacionais com aquela
que é considerada uma das melhores escolas médicas do Mundo. “O simpósio tem como missão principal promover o desenvolvimento da investigação clínica e de translação particularmente por parte dos médicos”, explica. “A faculdade aplaude a opção da dire-
ção do programa HMS e tudo fará para que o evento seja um sucesso e contribua para dinamização da investigação clínica quer na UBI quer em Portugal”, conclui. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _
Publicidade
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Galp marca presença
Voluntariado na UBI 6 De que modo o voluntariado nas empresas pode ser importante para a sua imagem e de que forma se pode repercutir nos colaboradores da empresa foi o tema abordado por Rui Mendes da Costa, colaborador da Galp Energia, na conferência que decorreu na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, a 6 de janeiro. Envolver os colaboradores da empresa, aumentado a sua satisfação e motivação para novos projetos, é o principal objetivo das ações de voluntariado. A promoção da imagem interna e externa da marca é outro dos fatores a ter em conta. Através da Galp Voluntária, os colaboradores da empresa participam, desde março de 2011, em ações de voluntariado em parceria com outras instituições sociais, atuando em campos como o da educação, do ambiente e eficiência energética, da prevenção rodoviária e da saúde e bem-estar. Todos os colaboradores da Galp se podem inscrever para as ações
Minho trata violadores
Rui Mendes da Costa, colaborador da Galp Energia de voluntariado e existe total confidencialidade se o colaborador assim o exigir. Em casos que possam ferir suscetibilidades, existe uma seleção dos voluntários, visando proteger o colaborador. Antes de qualquer ação de voluntariado, os colaboradores recebem ainda ações de formação que lhe permitam desenvolver estas ações.
Neste momento a Galp Voluntária conta 19 projetos em curso e 900 voluntários inscritos, dos quais 389 se encontram em atividade. Estas ações de voluntariado têm o valor máximo de 48 horas anuais e todos os projetos são monitorizados e avaliados. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _
Ligação à comunidade
Saúde cria programa 6 A Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da Universidade da Beira Interior (UBI) acaba de desenvolver um programa que favorece a proximidade entre a Universidade e a comunidade. O programa, que surgiu no seguimento de solicitações para visitas ao Laboratório de Microbiologia da Faculdade de Ciências da Saúde, promove não só a proximidade Universidade/Comunidade, abrindo as portas da FCS-UBI e do seu Centro de Investigação para mostrar aos visitantes as suas instalações, como também esclarece e divulga a oferta
formativa e alternativas de formação (licenciatura, mestrado e doutoramento) disponibilizadas na Faculdade de Ciências da Saúde e que incluem também a Microbiologia. A Iniciativa tem como principal objetivo a promoção de visitas de estudo e o contato direto de alunos com metodologias e instrumentos utilizados na Microbiologia e que não estão disponíveis nas suas escolas. A denominação Microbiologia para todos foi concebida para indicar que não só a Microbiologia pode estar acessível a todos os estudantes, mesmo em fases diferentes do
seu processo formativo, como também cada visita é planeada e os trabalhos incluídos são propostos com base na experiência prévia de cada grupo” sublinha a coordenadora do programa, Ana Oliveira, docente de Microbiologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior. Além da coordenadora do projeto, participam neste programa os técnicos dos laboratórios da FCS, nomeadamente Catarina Ferreira, Sofia Duarte e Margarida Carrilho. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _
Universidade da Beira Interior
Oncologia em debate 6 Diagnóstico, rastreio e investigação em oncologia foram alguns dos temas abordados no congresso Da prevenção à cura: um caminho multidisciplinar, realizado, a 5 e 6 de janeiro, na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, um evento organizado pelos alunos finalistas de Ciências Farmacêuticas, contou com dezenas de participantes de todos o país. Ao longo dos dois dias de congresso, passaram pelo grande auditório da FCS cerca de 220 participantes, o que para a organização “excedeu todas as expectativas”. Com a realização deste evento os
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alunos finalistas pretendem mostrar aos restantes colegas que atividades como esta são importantes para complementar os seus conhecimentos académicos, salientou Rita Machado, presidente da comissão organizadora. A estudante espera ainda que este tipo de ações possa ter continuidade nos próximos anos. Os alunos de Ciências Farmacêuticas mostraram-se satisfeitos no final do congresso. Cláudia Silva, aluna do quarto ano, acha que o tema da oncologia “é um excelente tema porque pode ser alvo de pesquisa da nossa parte e aqui tiramos bastantes ideias para
trabalhos a desenvolver no futuro”. Marta Mendes, também ela aluna do quarto ano, refere que a área da oncologia é sua principal área de interesse a nível da saúde e que o congresso lhe deu ideias para desenvolver futuras teses de mestrado. A aluna diz ainda que esta é uma boa oportunidade para “estar em contacto com pessoas da nossa área e termos noção daquilo que vamos encontrar no futuro”. O congresso terminou com uma atuação da C’a Tuna aos Saltos – Tuna Médica Feminina da UBI. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. _
TA única entidade em Portugal, em contexto académico, que reabilita agressores sexuais, nomeadamente violadores e abusadores sexuais de menores, é a Unidade de Consulta em Psicologia da Justiça da Universidade do Minho (UCPJUM). Nasceu em 1998 em Braga, e acompanhou 13 casos, à média de um por ano - nenhum deles reincidiu, que se saiba. A baixa adesão de agressores justificase porque muitos vão presos e só chegam à Universidade os encaminhados pelo tribunal sem prisão efetiva ou os que vêm por vontade própria. Este tipo de intervenção está agora em fase piloto nas cadeias, mas a UPCJUM defende que o Ministério da Justiça aplique a medida a cada abusador sexual e conjugal detido. K
UTL garante emprego TSegundo o estudo de Empregabilidade dos Diplomados da UTL 2009, que a reitoria da Universidade Técnica de Lisboa acaba de divulgar, 95% dos diplomados nas escolas da instituição garantiram emprego no primeiro ano após finalizarem o curso. Destes, 45% Publicidade
obtém o primeiro emprego ainda antes de terminar o curso e 84% estão empregados nos primeiros seis meses. O Inquérito aos exalunos da UTL decorreu no período de 15 de Dezembro de 2010 até Maio de 2011, assegurando sempre a ocorrência de um período de pelo menos 12 meses após a atribuição do grau. O salário bruto mensal auferido pelos ex-alunos da UTL está maioritariamente compreendido no intervalo de 750-1500 euros. K
Casamento anti-crise TAs famílias portuguesas poupam cada vez menos e endividamse cada vez mais... Fazer face aos encargos torna-se complicado para os casais, principalmente para aqueles que decidem separar-se. Apesar de a crise económica não ser o factor impeditivo ao divórcio, esta é uma realidade que dificulta a decisão. “Quem contrai uma dívida superior ao seu vencimento, fá-lo a contar também com o salário do companheiro. Acaba por ser mais fácil viver a dois, uma vez que nem sempre a pessoa só ou divorciada consegue assumir a responsabilidade de um empréstimo”, explica a professora Cristina Dias, da Escola de Direito da UMinho, que escreveu a sua tese de doutoramento sobre a responsabilidade dos cônjuges perante dívidas. K
Universidade Técnica de Lisboa
Universidade Técnica de Lisboa
6 A cerimónia de homenagem ao antigo Reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Fernando Ramôa Ribeiro, decorreu a 4 de Janeiro, na Sala EDP, da Reitoria. O acto contou com um momento especialmente importante, em que foi apresentado o quadro de Ramôa Ribeiro, pintado pelo Professor Jorge Cruz Pinto, e que fará, a partir de agora, parte da galeria de quadros de Antigos Reitores. Foi com a atracção da TUIST (Tuna do Instituto Superior Técnico) que a cerimónia terminou, interpretando dois temas dedicados especial e exclusivamente ao Reitor dos Estudantes. Personalidade brilhante,
6 O novo reitor da Universidade Técnica de Lisboa. António Cruz Serra, tomou posse a 5 de Janeiro, na Aula Magna Professor Adriano Moreira, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. O recém-empossado, antigo presidente do Instituto Superior Técnico, assume um mandato de quatro anos à frente desta instituição de ensino universitário, marcado desde já pelo processo de fusão da Universidade Técnica com a Universidade de Lisboa. Cruz Serra nasceu em Coimbra em 1956. É formado em Engenharia Electrotécnica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, doutorado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores no Instituto Superior Técnico, onde
Ramôa homenageado
professor catedrático do Instituto Superior Técnico e cientista reconhecido internacionalmente, dedicado à causa pública em múltiplas funções de gestão académica e científica, o Professor Fernando Ramôa Ribeiro era Reitor da Universidade Técnica de Lisboa desde 2007. K
Lusíada de Famalicão
Diplomados com colocação
6 “A Universidade Lusíada tem sempre presente a preocupação com a formação integral de cada estudante. Dotamos os nossos diplomados, cerca de 4500, de soft skills, atitudes positivas, autoconfiança, competências comunicacionais, capacidade de trabalhar em grupo, entre outros valores, que criam e constituem mais-valias fundamentais para adaptação à realidade económica, social e empresarial actual”. A garantia é da reitora da Universidade Lusíada de Vila Nova de Famalicão, Rosa Moreira, que comenta deste modo o facto da universidade não estar referida no relatório do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEA-
RI), organismo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), sobre a procura de emprego dos diplomados com habilitação superior. “A Universidade é, e deve continuar a ser, fiel depositária e geradora de valores Humanistas essenciais e sem fronteiras. A Universidade não pode demitir-se da sua missão de gerar conhecimento, através da cultura, do ensino, da investigação e do desenvolvimento pessoal e social. Na Universidade Lusíada de Vila Nova de Famalicão, os nossos alunos têm um nome, conhecem-nos, e sabem que é por todos eles e por cada um em particular, que queremos enfrentar os desafios do futuro”, conclui. K
bRAGA
Católica ganha prémio 6 Alexandra Patrícia Lopes Esteves, docente da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa – Braga, foi agraciada com uma Menção Honrosa no Prémio de História Contemporânea, atribuído pela Universidade do Minho, no passado dia 14 de Dezembro de 2011. O prémio foi entregue pela sua tese de doutoramento, defendida em Janeiro de 2010,
intitulada “Entre o crime e a cadeia: violência e marginalidade no Alto Minho (17321870)”. Instituído através do legado de Vitor Sá, o Prémio de História Contemporânea, que conta já com 20 anos, destina-se a galardoar jovens investigadores de História Contemporânea com menos de 35 anos, tendose tornado o prémio nacional mais prestigiado na área. K
www.ensino.eu
Cruz Serra tomou posse
é docente no Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores desde 1978. Desde 2010 é presidente do Cluster (rede constituída por algumas das melhores escolas e universidades europeias de ciência e
tecnologia, incluindo um total de três mil professores, 11 mil investigadores e cerca de 140 mil estudantes) e presidente do Conselho de Administração (não executivo) da Taguspark SA. K
Na Antártida
Aveiro estuda fauna 6 Uma nova espécie de caranguejo branco e peludo, designado caranguejo yeti, uma estrela predadora com sete braços e ainda uma combinação única de espécies, entre várias outras particularidades, revelam-se num artigo publicado na revista científica PLoS Biology de que a investigadora da Universidade de Aveiro Ana Hilário é uma das autoras. Trata-se de um estudo sobre as fontes hidrotermais nos fundos marinhos do East Scotia Ridge, Antártida, no âmbito Programa Census of Marine Life. O artigo, em que a investigadora surge como a única portuguesa entre os autores, está a ser objecto de grande interesse pelas novidades que apresenta, mesmo no contexto dos novos estudos sobre a fauna de fontes hidrotermais. Ana Hilário participou como perita nesta área científica. O estudo envolveu três missões em três anos sucessivos – 2009, 2010 e 2011 - àquela zona da Antártida que nunca tinha sido estudada nesta perspectiva. A
investigadora da UA participou na primeira daquelas missões, com duração de um mês, a bordo do navio oceanográfico James Clark Ross. O East Scotia Ridge situa-se entre a América do Sul e a Península Antártida e o extremo sul do oceano Atlântico. As fontes hidrotermais ficam a cerca de 2300 metros de profundidade e atingem temperaturas que rondam os 280 graus
centígrados. Embora seja necessário esperar por outros estudos que estão em curso na Antártida, nomeadamente realizados por outras equipas, salienta a investigadora da UA, as particularidades agora divulgadas levam os cientistas a suspeitar de que esta se pode tratar de uma zona biogeográfica única, dado que a dinâmica das correntes não permite a troca de larvas com outras zonas dos oceanos. K
Gestão de Empresas Familiares
Iscte com curso 6 O Centro de Empreendedorismo da ISCTE Business School (Audax), vai lançar a segunda edição do Programa de Especialização em Gestão de Empresas Familiares, que visa proporcionar formação adequada em Gestão aos proprietários e gestores de empresas familiares. Esta nova edição surge como
uma forma de dotar proprietários e gestores deste núcleo de empresas de ferramentas essenciais para a sobrevivência saudável no longo prazo, uma vez que as empresas familiares têm um peso decisivo na economia portuguesa. Este programa foi desenvolvido em parceria com a Sociedade de Advogados Vieira de Almeida
& Associados e com a Grundfos, multinacional Dinamarquesa de origem familiar. As inscrições estão abertas até 2 de Março e o programa arranca a 16 de Março e decorrerá até início de Junho, todas as Sextas e Sábados, com a duração de 85 horas de disciplinas e 19 horas de seminários. K
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Preside a escola em Cabo Verde
Ex-aluna da UTAD em alta
6 Rosa Lopes Rocha, natural de Cabo Verde e ex-aluna da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, acaba agora de ser nomeada e empossada como Presidente da Escola Superior de Ciência Agrárias e Ambientais da Universidade de Cabo Verde. A nova presidente chegou a Vila Real em 1986, com uma bolsa que lhe permitiu frequentar a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) licenciando-se em Engenharia Florestal. Regressou então ao seu país, mas voltou anos depois à UTAD para fazer o mestrado em Sistemas de Informação Geográfica. A sua posse, que coin-
cidiu com a inauguração das instalações da instituição em S. Jorge dos Órgãos, na Ilha de Santiago,
contou com a presença da Ministra do Desenvolvimento Rural, Eva Ortet, e do Ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação, António Correia e Silva. Com um percurso profissional respeitável nas áreas em que se especializou, Rosa Rocha desempenhou já, no seu país, o cargo de Secretária de Estado da Agricultura e, recentemente, o seu nome foi apresentado como candidata à presidência da Câmara de Porto Novo nas autárquicas de 2012, em representação do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), o partido que governa o país. K
Inquérito às academias
Minho com patentes 6 Um estudo desenvolvido no Departamento de Produção e Sistemas da Escola de Engenharia da Universidade do Minho avalia a presença da tecnologia desenvolvida no âmbito da investigação nas academias, no meio empresarial. Nas conclusões mais importantes destacam-se as cerca de 750 patentes tecnológicas registadas pelas universidades e politécnicos portugueses, no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A Universidade do Minho está nas três entidades que mais registam, mas é, no entanto, a academia em Portugal com mais patentes rentabilizadas em contexto empresarial. Havendo evoluções recentes no sentido das universidades terem um papel cada vez mais importante no desenvolvimento económico, Fernando Romero, docente, investigador e coordenador do estudo realizado, fala
de “um terceiro papel das academias, pois para além do ensino e da investigação há uma nova missão que se prende com a ligação à sociedade”, nomeadamente o “contributo que as universidades podem dar para o desenvolvimento social no seu todo”. Por isso, o licenciamento da tecnologia e das patentes tem sido o foco do trabalho de observação desta equipa. Na primeira fase concluiu-se
que as universidades e institutos politécnicos evoluíram na sua capacidade de produzir tecnologia e de registar essa tecnologia desenvolvida no seu contexto de investigação. O investigador avança que “o Instituto Superior Técnico, de Lisboa, é a academia com mais registos de patentes, com cerca de 250, seguindo-se a Universidade do Porto e a Universidade do Minho, com cerca de 100 registos cada uma”. K
Médicos ensinam na UNL
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privilégio de dirigir na íntegra uma cadeira do ensino superior. Para o Centro de Otorrinolaringologia do hospitalcuf infante santo é um orgulho poder contribuir para a formação destes jovens que serão os futuros médicos otorrinolaringologistas do país”, refere João Paço. A decisão, validada pelo Conselho Científico da Faculdade de Ciências Médicas, entrou em vigor no ano lectivo 2011/2012 e está a permitir que cerca de 200 alunos frequentem o Centro de Otorrinolaringologia do hospitalcuf infante
Universidade Portucalense cria aluno buddy 6 A Universidade Portucalense (UPT) vai receber no próximo mês um grupo de alunos Erasmus. Para uma melhor integração, a UPT criou o chamado aluno buddy, o qual vai ser talvez o primeiro amigo português dum aluno estrangeiro em mobilidade na Universidade Portucalense.
O buddy vai ajudar o aluno Erasmus a conhecer as instalações da universidade, a encontrar um alojamento e a integrarse na vida académica e na vida cultural e social do Porto. No fim, receber um certificado de participação em trabalho voluntário. K
Em Salamanca
Docente da UTAD Premiada em Espanha 6 A docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Hermínia Gonçalves vai receber o Prémio Extraordinário de Doutoramento 2011, que lhe acaba de ser atribuído pela Universidade de Salamanca (Espanha), um galardão que distingue as melhores teses de doutoramento ali defendidas no âmbito das Ciências Sociais. Esta docente, que é também investigadora do Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento de Trás-os-Montes e Alto Douro (CETRAD), apresentou as suas provas públicas de doutoramento naquela Universidade em 29 de Abril de 2011, com uma tese, no domínio científico da sociologia, subordinada ao tema: “Estratégias colectivas de governação local no campo social: alcances e limites, um estudo sociológico comparativo, entre Portugal e Espanha”. Trata-se de um estudo que, partindo de uma abordagem qualitativa, interpreta a realidade sobre as estratégias colectivas de gover-
nação no Centro de Acção Social da Comarca de Sayago (Espanha) e no Conselho Local de Acção Social do município de Macedo de Cavaleiros (Portugal), explicita a influência da descentralização de competências de acção social nas respectivas práticas de governação local, e, permite esboçar um modelo de governação no campo social, que combine a acção colectiva e a democracia participativa com uma intervenção local integrada, de desenvolvimento local e de combate à pobreza. K
cICLO DE CONFERÊNCIAS
Hospitalcuf infante santo
6 O hospitalcuf infante santo é a primeira unidade hospitalar privada em Portugal a reger uma unidade curricular de formação superior, designadamente a de Otorrinolaringologia, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, que é assegurada por uma equipa do Serviço de Otorrinolaringologia, composta por cinco assistentes, sob a direcção do médico João Paço, director clínico da unidade hospitalar. “Nunca em Portugal uma unidade hospitalar privada teve o
Erasmus
santo. O médico e professor universitário João Paço assume ainda a orientação das aulas que são dadas no Hospital Egas Moniz. A estrutura da cadeira é composta por ‘briefings clínicos’, aulas práticas e teóricas e exames de avaliação. Os manuais de apoio às aulas foram elaborados pela equipa dirigida por João Paço, estando programado para este mês o lançamento de um novo volume, assim como a edição digital da totalidade dos manuais. K
José Félix Ribeiro na Escola de Turismo de Faro 6 “Mudando de Mundo: globalização e conflito no novo século” é o nome do ciclo de conferências de José Félix Ribeiro que será transmitido no Auditório da Escola Superior de Hotelaria e Turismo, no Campus da Penha, a partir das 18h30 de todas terçasfeiras de Janeiro. Organizadas pela Culturgest, estas conferências pretendem fornecer um conjunto de informação sintetizada e trabalhada que permita melhor
compreender as múltiplas tensões que se cruzam no mundo de amanhã e que já se fazem sentir no mundo de hoje. As sessões, marcadas para os dias 17, 24 e 31, abordarão respectivamente as temáticas Os EUA, os arquitectos da globalização - potência e declínio ou fénix renascida?, A emergência das Ásias e os violentos conflitos que podemos esperar e “A Europa, que destino - o Mediterrâneo ou o Ártico?. K
Novo presidente
Fundo de Apoio Social ao Estudante
Nuno Mangas dirige Associação Politécnica
Leiria formaliza criação
6 O presidente do IPL, Nuno Mangas, foi eleito para liderar a Politécnica – Associação dos Politécnicos do Centro. Constituída em 2000, pelos politécnicos de Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Tomar e Viseu, a Politécnica tem como objetivos principais promover a articulação de ciclos de estudos conferentes de grau; apoiar e desenvolver projetos conjuntos de investigação, desenvolvimento e inovação; promover a articulação e ou criação de unidades de investigação; impulsionar ativamente a promoção internacional; e consti-
tuir uma estrutura de afirmação do ensino superior politécnico, atribuindo-lhe a visibilidade e o reconhecimento devidos. A Politécnica foi agora reativada por vontade dos institutos politécnicos de que dela fazem parte e pretende ser um instrumento que promova parcerias e o desenvolvimento de projetos comuns. Recorde-se que o primeiro presidente da Politécnica foi Valter Lemos, ex-presidente do Politécnico de Castelo Branco e ex-secretário de estado da Educação e do Emprego. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Engenharia Mecânica do IPL
Tecnologia abre portas a empresas da região 6 A Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) vai abrir as portas do seu Departamento de Engenharia Mecânica às empresas da região, para lhes dar a conhecer as suas competências e fomentar a realização de parcerias e projetos conjuntos. A iniciativa, organizada em parceria Centro de Transferência e Valorização do Conhecimento do IPL, o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (Iapmei), terá lugar a 26 de janeiro, a partir das 14h15, no Auditório 2 do Edifício B da ESTG. Os participantes terão oportunidade de conhecer o trabalho que tem sido desenvolvido pelos investigadores do Departamento, numa apresentação que terá como o objetivo dar a conhecer o know-how e a tecnologia que o departamento poderá colocar ao dispor das empresas, no âmbito de projetos tecnológicos. O evento incluirá ainda uma visita aos laboratórios do departamento, durante a qual os participantes poderão conhecer o equipamento tecnológico disponível.
Leopoldina Alves, diretora do Centro de Transferência e Valorização do Conhecimento do IPL, explica que “perante a atual conjuntura económicofinanceira que atravessamos, torna-se essencial distinguirmo-nos dos demais, o que no mundo empresarial e industrial, só é possível com recurso ao conhecimento e ao desenvolvimento tecnológico”. E acrescenta: “Neste contexto, a possibilidade de criar e desenvolver novos projetos, a partilha de conhecimento e experiências entre o mundo académico e o tecido empresarial, constituem uma mais-valia para as empresas, que deste modo podem fazer face às exigências próprias de um mercado altamente competitivo”. Formalmente criado em 1997, o Departamento de Engenharia Mecânica é uma unidade funcional da escola à qual estão afetos cerca de 50 docentes, 11 laboratórios, quatro salas de Projeto/Desenho, entre outros serviços de apoio relacionados com o ensino nas áreas da Engenharia Mecânica. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
www.ensino.eu
6 O Instituto Politécnico de Leiria formalizou, no final de Dezembro de 2011, a criação do Fundo de Apoio Social ao Estudante, um mecanismo de apoio aos estudantes carenciados. Este Fundo tem por base 1 por cento do valor das propinas dos 1.º e 2.º ciclos e dos Cursos de Especialização Tecnológica e, a par da política de apoio social que o IPL tem desenvolvido, pretende contribuir para que nenhum estudante deixe o IPL por motivos de ordem socioeconómica. Nuno Mangas, presidente do Politécnico, explica que a falta de recursos financeiras que permitam aos alunos manter e completar os seus estudos superiores “é uma questão que transcende o foro pessoal. É uma questão social e até civilizacional, à qual temos de dar uma resposta firme e determinada. No ano letivo transato frequentaram esta instituição cerca de seis centenas de estudantes, a
quem permitimos a apresentação de planos especiais de pagamento de propinas, sendo que mais de uma centena prestou colaboração remunerada nos nossos Serviços de Ação Social”. Trata-se assim de uma medida que vem reforçar os apoios disponibilizados pelo IPL, de que é exemplo “o estabelecimento de
parcerias com empresas para a atribuição de bolsas de estudo a estudantes e que demonstra o empenho da instituição em fazer com que a atual situação económica afete o menos possível a formação dos jovens”, salienta Nuno Mangas. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Protocolo assinado
IPL e CGD juntos 6 O Instituto Politécnico de Leiria (IPL) reforçou recentemente a parceria com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) com a renegociação e reformulação do protocolo de colaboração existente entre as duas entidades. A formalização deste acordo decorreu em dezembro, com a presença de convidados do IPL e da CGD, e dos signatários Nuno Mangas, presidente do Instituto, e Nuno Fernandes Thomaz, administrador do Banco. «O acordo agora alcançado com a CGD surge na sequência de uma relação de muitos anos, que tem trazido excelentes vantagens aos nossos alunos e colaboradores, e trazido benefícios à CGD» explica Nuno Mangas. O protocolo substitui aquele assinado em 2008, e prevê a emissão e gestão de todos os cartões de identificação dos alunos e pessoal docente e não docente, o acesso a produtos e serviços da CGD com condições preferenciais, um patrocínio anual para atividades que “visem o apoio à promoção do conhecimento, inovação e empreendedorismo, bem como de internacionalização”, durante um período de três anos e ainda o apoio à aquisição de um autocarro, «fundamental, por exemplo, para o suporte às atividades desportivas do Instituto, que movimentam centenas de alunos». O patrocínio anual será utilizado ainda, como anunciou Nuno Man-
gas, «para incentivar o mérito escolar dos alunos, atribuindo o Prémio Caixa Geral de Depósitos para os melhores alunos que, anualmente, entram nas escolas do IPL». Durante a assinatura do protocolo, Nuno Mangas fez uma apresentação do Instituto, destacando as diversas vertentes no âmbito do ensino, investigação e empreendedorismo, e salientando o impacto e o efeito multiplicador da abrangência das escolas. No atual contexto de austeridade, em que se impõe a diminuição dos custos, o presidente do IPL assegura que «vamos continuar a ser proactivos, dinâmicos, procurando novas e melhores oportunidades para fazer mais coisas». Nuno Fernandes Thomaz iniciou a sua intervenção salientando «o duplo prazer em assinar o protocolo, por representar a CGD, por um lado, e por ter tido a oportunidade de conhecer melhor o IPL, que me
deixou muito impressionado». O administrador da CGD destacou a quantidade de alunos, de cursos, de unidades de investigação, «e o enorme impacto na economia, pela sua dimensão e abrangência». No final da cerimónia, Nuno Mangas ofereceu alguns livros da autoria de docentes e editados pelo Instituto Politécnico de Leiria, entre os quais o “Guia de Espécies Submarinas, Portugal - Berlengas” de um grupo de professores da ESTM, do especial agrado do administrador da CGD dadas as funções desempenhadas no passado enquanto Secretário de Estado para os Assuntos do Mar. Houve ainda lugar para uma visita que levou os representantes da Caixa Geral de Depósitos à Biblioteca José Saramago, no Campus 2 do IPL. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
JANEIRO 2012 /// 09
Castelo Branco
IPCB
EST garante eficiência
Agrária certifica fertilizante agrícola
6 Um trabalho de investigação desenvolvido por Pedro Almeida e Nuno Oliveira, no âmbito do mestrado em infra-estruturas de Construção Civilda Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco, permitirá à empresa Águas do Centro uma maior eficiência na gestão do controlo de poluição. Deste modo será possível melhorar os tratamentos das águas residuais que chegam às Estações de Tratamento (ETAR) de Póvoa de Rio de Moinhos/Caféde, no Rio Ocreza, e de Proença-a-Nova, na Ribeira da Pracana. A investigação foi apoiada pela Águas do Centro, empresa com quem o Instituto Politécnico de Castelo Branco tem firmado um protocolo de cooperação. O trabalho levou os investigadores a caracterizarem os impactes das descargas das duas ETAR naqueles cursos de água pertencentes à bacia hidrográfica do Tejo. A aposta na qualidade dos serviços é uma das imagens de marca da Águas do Centro, que este ano venceu um prémio de qualidade de serviço de abastecimento público de água prestado aos utilizadores, atribuído pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos e o Jornal Águas & Ambiente. O júri do concurso destacou a “elevada qualidade da água para consumo humano”, com o cumprimento de 99,78 por cento dos valores paramétricos. A empresa foi ainda distinguida pelo bom desempenho em relação a falhas do abastecimento, resposta a reclamações escritas, cobertura de custos operacionais, avarias em condutas e destino final de lamas do tratamento. Recorde-se que a Águas do Centro é responsável pela gestão e exploração do sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais em 17 concelhos da zona centro, entre os
quais estão Castelo Branco, Idanhaa-Nova, Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã, Vila Velha de Ródão e parte da zona sul do concelho do Fundão. Francisco Lucas, docente da Escola Superior de Tecnologia e coordenador do mestrado, classifica estes trabalhos “como excelentes exemplos da investigação aplicada que o curso de Mestrado em Infraestruturas de Construção Civil pretende desenvolver em colaboração com os diversos agentes e parceiros institucionais, sejam eles entidades públicas ou privadas, designadamente empresas”. Os dois novos mestres, aprovados com a nota Excelente, realizaram campanhas de amostragem, distribuídas ao longo de um ano hidrológico, tendo sido determinados diversos parâmetros físico-químicos e microbiológicos das amostras recolhidas. Em fase posterior foram efectuadas simulações para avaliação da qualidade das águas daqueles cursos de água, a partir de modelos matemáticos criados especificamente para o efeito. Desta forma foi possível desenvolver ferramentas informáticas de grande interesse para a entidade gestora, com vista à gestão do controlo de poluição e consequentes tratamen-
tos das águas residuais que chegam àquelas duas ETAR. Face à qualidade do trabalho desenvolvido, aos dois formandos foi atribuído a classificação de “Excelente”, tendo os elementos do júri tecido rasgados elogios e o convite para prosseguirem os trabalhos de modelação. Francisco Lucas realça também as novas áreas de interesse nacional, nomeadamente no “domínio da reabilitação e recuperação de infraestruturas existentes, bem como os novos materiais e as recentes imposições legislativas comunitárias, todas elas bem patentes no plano curricular do mestrado e nos temas de tese actualmente em curso”. Nesse sentido, o IPCB tem dado particular atenção ao estabelecimento de parcerias consideradas de excelência, sendo exemplo disso os protocolos celebrados recentemente com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e com a universidade romena “Gheorghe Asachi” Technical University of Iasi”. Para o coordenador do mestrado “está-se a trabalhar afincadamente no sentido da promoção da qualidade do ensino ministrado e na afirmação do curso no contexto nacional”. K
Protocolo assinado
Benfica joga com IPCB 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco e o Sport Benfica e Castelo Branco (SBCB), representados pelos seus presidentes, respetivamente Carlos Maia e António José Machado, assinaram, dia 16 de Janeiro de 2012, um protocolo que prevê “a colaboração em projetos comuns, nos domínios da realização de ações de formação, de estudos/trabalhos de investigação, de apoio técnico, da realização de ensinos clínicos, da cedência de espaços, da experimentação e da
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divulgação”. Com a assinatura deste protocolo, o SBCB vai “contribuir para a divulgação do IPCB mediante a colocação da sigla e logotipo do IPCB nas camisolas dos Juniores que estão a disputar o Campeonato Nacional da 2.ª Divisão”. Ainda no âmbito do acordo, caberá ao IPCB e às suas Escolas “apoiar e executar, de acordo com as suas disponibilidades, com infraestruturas, equipamentos e meios humanos, as solicitações do
SBCB, nomeadamente ao nível do aconselhamento técnico e científico e da realização de estudos, de ações de formação, visitas de estudo e de outros, extensível a todos os atletas, corpos sociais e sócios do SBCB. Ao SBCB caberá, também, “apoiar a realização de estágios de alunos do IPCB (…) nomeadamente no que concerne a ensinos clínicos nas diferentes áreas da Saúde - Enfermagem, Tecnologias da Saúde e outras”.K
6 A Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESACB) acaba de validar um fertilizante de solos para a empresa TrabiteTratamento Ambiental, com sede em Alcains, informou o Instituto Politécnico de Castelo Branco, em nota enviada à Imprensa. Os resultados obtidos indicam a viabilidade da utilização do composto como fertilizante referindo os seus principais efeitos e a forma de aplicação. Conforme os dados experimentais efetuados no Centro de Ensaios de Nutrição Vegetal, Fertilidade do solo e Fertilização da ESACB, o composto produzido pela Trabite manifesta a capacidade de fornecer nutrientes de uma forma gradual às culturas, não apresenta efeitos de fitotoxicidade nem na germinação nem no desenvolvimento das culturas e poderá ter uma utilização muito interessante se for utilizado em campos de golfe. A equipa que realizou o projeto “Validação de um composto como fertilizante para efeitos de legalização de uso agrícola” foi constituída pelos
docentes da ESACB Maria do Carmo Horta Monteiro, João Paulo Baptista Carneiro e Paulo Manuel Pires Águas, e contou também com a participação dos alunos de Mestrado em Gestão Agro-Ambiental de Solos e Resíduos Vera Mónica Pires Cipriano e Pedro Filipe Viegas Sebastião. Este projecto de transferência de tecnologia e conhecimento ocasionou ainda a realização de dois trabalhos de projeto final do Mestrado pelos alunos referidos, com os títulos “Avaliação da Disponibilização e Perdas de Fósforo por Drenagem Após Aplicação ao Solo de um Composto” e, “Avaliação da Aplicação de um Composto Orgânico como Alternativa à Fertilização Mineral em Greens de Golfe”. Com a entrega do relatório técnico científico “Validação de um composto como fertilizante para efeitos de legalização de uso agrícola” encontra-se concluído o projecto de transferência de tecnologia e conhecimento constante no protocolo assinado entre o IPCB/ESA e Trabite, em Abril de 2011. K
Na Escola Superior Agrária
Curso de Apicultura arranca em Janeiro 6 A Associação de Apicultores do Parque Natural do Tejo Internacional (Meltagus), em colaboração com a Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESACB) realiza dia 28 de Janeiro a primeira edição do curso de apicultura biológica. A iniciativa tem lugar na EsPublicidade
cola Superior Agrária de Castelo Branco, entre as 09H00 e as 13H00, e pretende identificar as especificidades da apicultura em modo de produção biológico. O curso funcionará com um mínimo de 12 formandos. As inscrições estão abertas até ao dia 24 de Janeiro. K
Sistema de Gestão de Responsabilidade Social
Portalegre ganha nova certificação 6 O Instituto Politécnico de Portalegre é a primeira instituição portuguesa de ensino superior certificada de acordo com o referencial normativo NP 4469-1 2008, Sistema de Gestão de Responsabilidade Social. Albano Silva, vice-presidente da instituição, lembra em artigo publicado no site do IPP, que o “Politécnico de Portalegre integra de forma natural preocupações sociais e ambientais na sua estratégia de desenvolvimento. O seu programa de desenvolvimento incorpora eixos estratégicos claros de responsabilidade social que visam a melhoria do seu trabalho fundamental, o bem-estar dos seus alunos, funcionários docentes e não docentes e uma permanente interacção com parceiros locais, regionais, nacionais e internacionais”. Aquele responsável acrescenta que “se é natural que objectivos de Responsabilidade Social façam parte da vida de uma instituição de ensino superior que se preocupa com a formação integral dos seus alunos, no que ao Instituto Politécnico de Portalegre diz respeito, outra razão interfere de uma forma permanente, a relação com o meio e a comunidade envolvente”. Albano Silva explica que o IPP está “integrado numa região de baixa densidade populacional, com uma forte influência na
vida económica da região, pelo que está muito perto das instituições da região e com elas estabelece um conjunto alargado de parcerias, que se materializam em projectos, serviços, fóruns, seminários, transferências de conhecimento, actividades culturais e científicas, etc. Este envolvimento e grau de proximidade faz do IPP um parceiro privilegiado com as instituições do poder local, da área social e empresarial, bem como um agente crucial do desenvolvimento da região. É nesta vocação regional que encon-
tramos outra das razões fundamentais para exercer de forma clara o sentido e os valores da Responsabilidade Social”. Adianta Albano Silva que “a vontade de aprofundar a integração da Responsabilidade Social no desenvolvimento das diferentes actividades realizadas, a vontade de aprofundar o Sistema de Gestão de Qualidade, integrando-lhe programas de responsabilidade social, dando-lhe um cunho mais humanista, levou-nos a equacionar a certificação do IPP na área da Res-
ponsabilidade Social”. O vice-presidente do IPP recorda que se tinha “a consciência que aprofundar o trabalho nesta área da Responsabilidade Social passava pelo processo de certificação, quer pelo grau de exigência destes processos, quer pelo maior envolvimento da comunidade académica do IPP. Criou-se um grupo de trabalho transversal a todas as unidades orgânicas do IPP, lançou-se com esse grupo um processo de formação sobre a Norma de Responsabilidade Social (NP 4469-1:2008), desenvolveu-se mais comunicação com os nossos parceiros internos e externos (as partes interessadas, os nossos stakeholders), sistematizou-se programas de trabalho, criou-se um código de ética, aumentou a consciência interna para as questões da Responsabilidade Social”. Aquele responsável assegura que o futuro passa por “integrar de forma plena o Sistema de Gestão da Responsabilidade Social no Sistema de Gestão da Qualidade, aprofundar o Sistema Integrado de Gestão, articulando-o com as exigências do Sistema Interno de Garantia da Qualidade proposto pela Agência de Acreditação e Avaliação do Ensino Superior (A3ES), na certeza que este rumo melhora e organiza o nosso trabalho nuclear e o nosso trabalho de suporte”. K
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Politécnico de Portalegre
Enove + em Março 6 A Associação de Desenvolvimento Regional do Instituto Politécnico de Portalegre no âmbito do Projecto Riteca irá organizar a 4ª Edição da Enove+ Feira de Emprego e Empreendedorismo em Sousel nos dias 1, 2 e 3 de Março no Pavilhão de Multiusos – Zona Industrial. A iniciativa tem com objectivos a apresentação de projetos, de exemplos de requalifica-
ção de empreendedorismo, apoio à criação de empresas e oferta formativa. Além disso, será uma oportunidade de emprego aos visitantes. Para além do espaço destinado aos expositores o evento terá também entidades convidadas com o intuito de promover workshops, seminários ou debates com incidência nas temáticas da Inovação no Emprego e Empreendedorismo. K
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Nuno Crato em Beja
É preciso racionalizar a rede 6 O ministro da Educação, Nuno Crato, defendeu, no passado dia 11, em Beja, que o “incremento” da qualidade da formação superior em Portugal envolve a “racionalização” da rede de instituições e da sua oferta formativa, para “otimizar” os recursos disponíveis. “O incremento da qualidade da formação envolve também a racionalização da rede de instituições do ensino superior, no seu conjunto, e da sua oferta formativa, também no seu conjunto, com vista a otimizar o uso de recursos disponíveis”, disse Nuno Crato. O ministro fala na abertura do seminário “Impacto das Instituições de Ensino Superior Politécnico nas Cidades de Média Dimensão”, que decorreu no Instituto Politécnico de Beja. “A rede de instituições e formações de ensino superior em Portugal apresenta-se heterogénea e desequilibrada, coexistindo situações de elevadíssima qualidade com alguns casos problemáticos”, disse o ministro. Segundo Nuno Crato, trata-se de “um debate” que o Governo PSD/CDS-PP irá promover durante “todo este ano”, “valorizando a iniciativa das instituições e com o objetivo último de melhorar a qualidade do sistema de ensino em Portugal e, com isso, valorizar a juventude
Nuno Crato foi a Beja falar de qualidade no Ensino Superior e o país”. “Quando falamos em valorizar a juventude e o país, falamos de uma qualificação real por oposição a uma pura qualificação estatís-
tica”, explicou, referindo que o debate “atende às especificidades do panorama nacional, mas que tem como horizonte as melhores práticas internacionais”.
No ano letivo 2010/2011, o ensino politécnico, público e privado, “representava a escolha de cerca de 36 por cento” dos estudantes do ensino superior em Portugal, revelou Nuno Crato. “Pela natureza das suas ofertas formativas e pela sua proximidade ao tecido empresarial, local e regional, os institutos e as escolas politécnicos têm um inegável potencial de desenvolvimento do capital humano e económico”, sublinhou. Segundo o ministro, o ensino politécnico “tem sido pioneiro na ligação entre o ensino superior e as empresas” e, por isso, “importa continuar a apostar” naquela ligação, “estimulando o empreendedorismo e a formação de quadros”. “É fundamental o reconhecimento e a valorização pública das valências e da qualidade do ensino politécnico, evitando derivas na fixação da sua missão e da sua identidade”, defendeu, frisando que a “valorização” advém “necessariamente” de “uma aposta clara na qualidade e na especificidade da formação”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo
Politécnico de Beja presente 6 O presidente do Instituto Politécnico de beja, Vito Carioca, acaba de formalizar a participação do Instituto no capital social da Sociedade Gestora do Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo. O capital da sociedade é de 575 mil euros, tendo como outros sócios a Universidade de Évora, o Banco Espírito Santo, a empresa Glintt, a Associação Nacional de Jovens Empresários, os institutos Politécnicos de Portalegre e Santarém e a empresa Decsis. A criação da Sociedade Gestora constitui a última fase intermédia do processo de dinamização do Sistema Regional de Transferência de Tecnologia, candidatado ao Eixo 1 do Inalentejo. Segue-se a apresentação das candidaturas individuais que permitirá a dinamização, já durante o próximo ano, de uma rede de ciência e tecnologia e de incubadoras de empresas de base tecnoPublicidade
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lógica no Alentejo. O Sistema Regional de Transferência de Tecnologia assume como missão a investigação aplicada, o desenvolvimento científico e o fomento do empreendedorismo. Pretende-se a criação de locais de implantação empresarial onde irão convergir os saberes mais especializados e um ambiente de negócios organizado e potenciador da fixação de recursos humanos. Ao nível do Baixo Alentejo, o Politécnico de Beja é promotor de 3 candidaturas, que visam a valorização das estruturas de I&D associadas ao Centro de Agricultura, Tecnologia Alimentar e Ambiente, a construção e o apetrechamento dos laboratórios associados ao Centro de Sistemas Computacionais e Criatividade Multimédia e do espaço dedicado à Incubadora de Empresas de Base Tecnológica. Em parceria com o Instituto Politécnico de Santarém, irá ser apresentado um projecto na área do Desporto e Saúde. K
Rede com América do Sul
Viana abraça Europa
6 “Unir e expandir a formação pós-graduada na América Central, em rede, em cooperação com universidades europeias, para criar uma área de conhecimento comum” é um dos grandes objetivos do projeto intitulado Red Eurocentroamericana para la Mejora de la Sostentabilid y Calidad de las MYPYMES, em que o Instituto Politécnico de Viana do Castelo está envolvido. O projeto pretende ainda “contribuir para o desenvolvimento de uma graduação comum, com programas de formação, com especial enfoque na sustentabilidade, gestão e qualidade das Micro Pequenas e Médias Empresas, em estreita articulação com o sector empresarial e produtivo dos países participantes no projeto” adianta
Helena Santos Rodrigues, Coordenadora institucional do projeto, pelo Politécnico de Viana. “Além de se pretender desenvolver uma oferta formativa ao nível de pós-graduação centrada na sustentabilidade, gestão e qualidade das Micro, Pequenas e Médias Empresas, o projeto Red Eureca prevê reforçar a coesão e as relações com as universidades europeias em torno da construção conjunta de um Grupo de Trabalho Interuniversitário Eurocentroamericano, criando uma rede e um espaço comum de conhecimento, vinculado a novos conceitos de sustentabilidade e qualidade para as referidas empresas” explicou ainda Helena Santos Rodrigues. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Poliempreende envolve 100 mil alunos
Viseu coordena concurso
6 A 9.ª edição do Concurso Poliempreende, destinado à comunidade académica dos institutos politécnicos portugueses, deverá envolver mais de 100 mil alunos, e está a ser coordenado em termos nacionais pelo Instituto Politécnico de Viseu. O Poliempreende é um concurso de ideias de negócio que pretende fomentar o empreendedorismo e a criação de iniciativas empresariais inovadoras assentes no conhecimento. O concurso, criado no IPCB, está dividido em duas fases: a regional, onde cada um dos politécnicos deve escolher, entre as propostas candidatas, aquela que o representará na etapa seguinte; e a nacional, este ano coordenada pelo Instituto Politécnico de Viseu, de onde serão escolhidos os três melhores projetos. Podem participar no concurso alunos e docentes das instituições, embora todas as equipas tenham que ter estudantes dos politécnicos.
Ao longo da primeira fase do concurso cada um dos politécnicos realiza sessões de esclarecimento e oficinas de apoio às equipas concorrentes. A entrega dos planos de negócio em cada uma das instituições deve ser feita até ao final de junho de 2012. Os resultados da fase regional deverão ser conhecidos até
ao final de julho do próximo ano, devendo os resultados nacionais ser divulgados durante o mês de setembro. A equipa vencedora da fase nacional receberá 10 mil euros. Serão ainda atribuídos cinco mil euros ao segundo classificado e três mil ao terceiro. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Politécnico de Tomar abre centro
Estudos no Entroncamento
Ação social
Bolsas em Setúbal 6 “Os Serviços de Ação Social do Instituto Politécnico de Setúbal acabam de abrir o período extraordinário de candidaturas a bolsas de estudo para os estudantes do ensino superior, que decorre até ao dia 31 de janeiro. Exclusivamente destinado aos estudantes que ingressaram no ensino superior em 2011/2012, este prazo extraordinário - fixado por despacho do Diretor-Geral do Ensino Superior - permitirá a centenas de estudantes do Instituto
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Politécnico de Setúbal apresentarem a sua candidatura a bolsa de estudo e poderem beneficiar deste apoio social direto. Até ao momento, o Instituto Politécnico de Setúbal recebeu 1473 novas candidaturas ou pedidos de renovação de bolsa de estudo, tendo já analisado e divulgado os resultados de cerca de 98 por cento dos processos corretamente instruídos. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
6 A Câmara do Entroncamento assinou com o Instituto Politécnico de Tomar um protocolo de colaboração que prevê a instalação do Centro de Estudos Politécnicos do Entroncamento (CEPE.IPT) numa antiga escola de primeiro ciclo. A autarquia está, desde 2011, a realizar obras de remodelação e beneficiação no edifício, “a fim de dotar aquele espaço de condições adequadas para acolher os estudantes do seu e de outros concelhos”, afirma um comunicado da autarquia. Dos cursos a lecionar, a autarquia destaca o que é basea-
do na Tecnologia Ferroviária e que terá as vertentes CET (curso de especialização tecnológica) e pós-graduação, havendo ainda cursos na área da engenharia e ainda Inglês Técnico, Línguas Raras e Língua Portu-
guesa para Imigrantes – PLE (Português Língua Estrangeira). O CEPE.IPT deverá entrar em funcionamento em março, adianta a nota. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Psicoterapia Centrada no Cliente
ISPA lança Pós-Graduação 6 O ISPA acaba de lançar a primeira pós-graduação em Psicoterapia Centrada no Cliente/ Experiencial. O curso visa fornecer uma formação inicial às terapias centradas no cliente, de acordo com a linha de pensamento teorizada pelo psicólogo Carl Rogers, considerado o mais influente psicoterapeuta da história americana e uma figura marcante da chamada Terceira
Força da Psicologia – a Psicologia Humanista. A Psicoterapia Centrada no Cliente distingue-se por ser um modelo inovador que rompe com os padrões tradicionais da Psicoterapia. A visão da pessoa como alguém dotado de recursos e de potencialidades que lhe permitem autodirigir a sua vida, realizar-se e evoluir no sentido de uma maior autonomia, matu-
ridade e unicidade, são aspectos específicos mas também diferenciadores desta abordagem. A intervenção do psicoterapeuta visa facilitar no cliente esse processo de construir as próprias soluções, de fazer face aos problemas e de encontrar sentido para a sua existência. Contrariamente a outros modelos terapêuticos, o enfoque é colocado no processo relacional e não no sintoma. K
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Investigação em telemóveis
Avaliação Psicológica
Telefonar mais tempo
Isla de Leiria prepara avaliadores
6 Uma investigação desenvolvida na Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco permite melhorar a autonomia dos telemóveis. A investigação desenvolvida por Ludovic Costa, no âmbito da sua dissertação de mestrado, permite ainda melhorar a qualidade das comunicações e reduzir os efeitos na saúde dos utilizadores. Com o título “Sistemas MIMO com STBC e Correcção de Erros em Comunicações Móveis de Alto Débito”, o trabalho final de mestrado de Ludovic Costa foi aprovado com 19 valores, pelo júri constituído por Carlos Maia, presidente do IPCB, Gusmão Correia, professor e investigador do Instituto Superior Técnico e Paulo Marques, da Escola Superior de Tecnologia. Segundo a investigação, o aumento da autonomia é conseguido “à custa da diminuição da potência de emissão que permite ainda diminuir substancialmente os efeitos nefastos para a saúde de quem utiliza os te-
lemóveis”. O orientador de Ludovic Costa na dissertação, Paulo Torres, explica que a investigação efetuada “permitirá também a Portugal reduzir a sua dependência externa do petróleo e diminuir a nossa pegada ecológica”. Paulo Torres revela que “a estratégia que propomos passa pelo recurso à videoconferência para resolver os problemas do dia-a-dia, nomeadamente das empresas. Se estas, por
exemplo, usarem as telecomunicações em vez da deslocação física dos seus colaboradores para reuniões fora da sua sede diminuem substancialmente as suas despesas”. O estudo indica também que “deste modo as empresas podem também deslocalizar os seus escritórios para locais com maior qualidade de vida e menores custos, como é o caso da cidade de Castelo Branco”.K
Castelo Branco
Consultas na escola 6 A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias (ESALD), do Instituto Politécnico de Castelo Branco, realiza, já a partir de deste mês, consultas e serviços de fisioterapia. A marcação da consulta poderá ser feita nas instalações da ESALD, através do telefone 272 340 560 ou por email para fisioterapia.consulta@ipcb.pt, indicando os dados pessoais nome, idade, condição de saúde associada e contacto telefónico. Para além destes serviços encontram-se também agendados, a partir do dia 9 de Janeiro, programas de exercícios em grupo (classes de movimento) para utentes com diferentes condições de saúde, onde cada programa tem diferentes objectivos de tratamento. As inscrições para estes programas já se encontram abertas, podendo ser efectivadas via telefone ou directamente na ESALD.
tores, introduzindo os instrumentos psicológicos e a legislação vigente. Visa ainda a aquisição de conhecimentos, através da formação e com recurso a materiais pedagógicos, necessários à elaboração dos relatórios de avaliação psicológica de condutores. Para exercer a função, o destinatário tem de estar inscrito na Ordem dos Psicólogos, mas esta formação pode ser obtida anteriormente. K
Castelo branco
Análises Clínicas em congresso 6 A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias de Castelo Branco realiza, de 2 a 4 de Março, o IV Congresso de Análises Clínicas e de Saúde Pública. Segundo a organização, a iniciativa pretende promover o conhecimento científico na área das análises clínicas e saúde pública e aprofundar a informação na área das tecnologias aplicadas à saúde, microbiologia, biologia forense e saúde pública. O evento científico terá início no dia 2 de Março, na ESALD, com cursos pré-congresso. Nos
dias 3 e 4, terão lugar, na Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco, as palestras do congresso. O evento para além de reunir estudantes, docentes e profissionais de análises clínicas e saúde pública, pretende promover a troca de conhecimentos e experiências. De referir que a organização do Congresso é da responsabilidade da área científica de Análises Clínicas e de Saúde Pública e os alunos do 3º e 4º ano do curso de Licenciatura em Análises Clínicas e de Saúde Pública. K
ESALD
Dez anos de fisioterapia Para mais informações poderá também consultar a informação disponível em: http:// www.ipcb.pt/ESALD/index.php/ prestacao-de-servicos. A consulta de fisioterapia na ESALD pretende fortalecer a ligação entre a comunidade académica e a população, dando res-
posta às necessidades locais de serviços e de cuidados de saúde especializados e diferenciados, contribuindo para o aumento dos níveis de qualidade de vida e bem-estar da população em geral e permitindo uma maior ligação à prática na formação dos novos profissionais. K
www.ensino.eu 014 /// JANEIRO 2012
6 Leiria vai realizar, nos dias 21 e 28 de Janeiro, um Curso de Preparação de Avaliadores, destinado a estudantes e finalistas de curso superior na área de Psicologia, Licenciados e/ou Mestres em Psicologia. Este curso tem como objetivo preparar Psicólogos com Competências para Avaliação Psicológica de Condutores (Decreto-Lei nº 313/2009), nomeadamente compreender os procedimentos necessários à avaliação psicológica de condu-
6 A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias (ESALD), do Instituto Politécnico de Castelo Branco, comemora nos próximos dias 17 e 18 de Fevereiro, o 10º aniversário do curso de Fisioterapia. A iniciativa será assinalada com um conjunto de palestras que pretendem reflectir sobre o futuro da fisioterapia. Para o efeito, a ESALD pretende juntar colaboradores, alunos e ex-alunos, bem como os seus parceiros institucionais, a fim de se partilharem vivências e experiências profissionais.
Para o primeiro dia estão agendadas duas conferências sobre os temas: “A Fisioterapia do futuro em Portugal” e “O percurso do curso de Fisioterapia na ESALD e as suas estratégias para o Futuro”. Já o dia 18 será preenchido com as reflexões dos parceiros da escola, onde os alunos estagiários cumpriram parte da sua formação. O programa inclui ainda a partilha dos percursos profissionais, em Portugal e noutra partes do mundo, dos ex-alunos do IPCB/ESALD. K
Projeto do IPB e da PSP
Beja forma polícia de intervenção 6 O treino físico dos elementos das equipas de intervenção rápida da PSP de Beja é orientado cientificamente e acompanhado por especialistas em desporto, através de um projeto “inovador” e “único” em Portugal. O projeto “Strong Cops” (Polícias Fortes), que resulta de uma parceria entre o Comando da PSP e o Instituto Politécnico de Beja (IPB), foi apresentado na cidade e oficializado através da assinatura de um protocolo entre os parceiros. Através do projeto, o treino físico dos 32 elementos das equipas de intervenção rápida da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial do Comando de Beja da PSP é orientado cientificamente e acompanhado por especialistas do Laboratório de Apoio à Atividade Física e Saúde da Escola Superior de Educação de Beja (ESEB) do IPB. Trata-se de “um projeto pioneiro em Portugal, porque coloca uma comunidade científica”, no caso do IPB, “a prestar apoio em termos de avaliação da condição física e pres-
crição de exercícios específicos” para o trabalho de elementos da PSP, explicou Nuno Loureiro, do Laboratório de Apoio à Atividade Física e Saúde. O “Strong Cops” é “o único projeto no país em que há um intercâmbio entre um estabelecimento de ensino superior e uma força de segurança” ao nível do treino físico de agentes e é “inovador” porque “toda a preparação física do pessoal é orientada por um corpo científico
e não pela polícia”, disse o comandante distrital de Beja da PSP, superintendente António Viola da Silva. A “constante preparação técnica e física” dos agentes é “muito importante” para a intervenção “eficaz” da PSP, disse António Viola da Silva, explicando, que, por isso, pediu apoio na orientação do treino físico do pessoal de intervenção rápida ao IPB, que “respondeu positivamente ao pedido” e criou o “Strong Cops”.
Segundo Nuno Loureiro, o projeto pretende “melhorar a condição física e a capacidade de concentração e gestão de situações com desgaste físico associado” dos elementos da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial da PSP de Beja. O projeto começou, numa primeira fase, com a caracterização do esforço e a avaliação da condição física individual de cada um dos elementos da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial da PSP de Beja, que foi criada em novembro de 2009. O “Strong Cops” inclui a prescrição e o acompanhamento de exercícios de treino a cada um dos 32 elementos da esquadra e a respetiva reavaliação da condição física individual. Cada um dos elementos faz quatro treinos por semana, um acompanhado por especialistas e realizado na ESEB, outro prescrito e realizado no ginásio da PSP de Beja e mais dois treinos autónomos. Os elementos “já tinham alguma preparação física”, mas, devido
aos treinos no âmbito do projeto, “têm tido uma evolução ótima, são muito mais briosos da sua condição física e muito mais exigentes consigo próprios e estão aptos para prestar um bom serviço à comunidade”, frisou Nuno Loureiro. “É importante que as equipas de intervenção rápida sejam respeitadas quando atuam”, disse António Viola da Silva, lembrando que quando a esquadra foi formada “sempre que os elementos atuavam de forma mais musculada havia uma reação física ao pessoal da PSP e confrontos físicos”, o que atualmente “raramente acontece”, porque “as pessoas já perceberam que a polícia está mais preparada para fazer cumprir a lei”. Por outro lado, frisou, o distrito de Beja “está calmíssimo” e o Comando de Beja da PSP foi o que “mais reduziu” a criminalidade no país em 2011, “cerca de 20 por cento” e “muito acima da média” nacional. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
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Nuno Sá premiado em dois concursos mundiais de fotografia
Nadando com tubarões 7 O desejo de viver em contacto com o mar levou Nuno Sá até aos Açores. Especialista em fotografia subaquática, no seu primeiro mergulho com tubarões azuis conseguiu imagens premiadas em dois dos mais reputados concursos mundiais de fotografia de Natureza: o Wildlife Photographer of the Year e o Natures Best Photography. A fotografia é o seu contributo para a conservação ambiental. Escolhe temas a precisar de relações públicas, como os tubarões e passa mensagens fortes em relação a espécies ameaçadas de extinção, ou espécies em declínio de população. Em entrevista ao Ensino Magazine, defende que só o conhecimento pode trazer valorização a um Património subaquático de grande riqueza e biodiversidade, como é o do mar português e lamenta que esta crise tenha chegado na pior altura possível, quando o interesse das pessoas se voltava de novo para as questões ambientais. Ganhou Prémios em dois dos mais prestigiados concursos internacionais de fotografia o Wildlife Photographer of The Year e o Natures Best Photography, com fotografias do tubarão azul, captadas ao largo dos mares dos Açores. Os tubarões trouxeram-me sorte em 2011? Os tubarões, neste último ano e meio, têm tido uma importância enorme na minha carreira. Mesmo antes dos tubarões azuis já tinha ganho alguns prémios com imagens de tubarões-frade e de jamantas, que também é um peixe cartilagíneo - um elasmobrânquio - são da mesma família. Cada vez mais tenho ganho esse interesse pelos tubarões. No próximo Verão ainda
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tempo inteiro numa editora em que se fazia fotografia turística e cultural. Quando entrei para essa editora tinha negociado, à partida, para além do mês de férias, um mês de licença sem vencimento e dedicava dois meses por ano ao que gostava mesmo de fazer, que era a fotografia de Natureza. Esses dois meses eram religiosamente guardados para me dedicar à fotografia no mar. Em 2008 quando fui nomeado no Wildlife Photographer of the Year, e quando se soube que era o primeiro português alguma vez nomeado, trouxe algum burburinho na comunicação social. Tive alguns convites para projectos estrangeiros de fotografia de Natureza o que me permitiu dar o passo para me tornar fotógrafo de natureza a tempo inteiro.
queria tentar nadar com outra espécie que temos aqui nos Açores. Como foram tiradas essas fotografias? Ambas as imagens foram curiosamente tiradas no mesmo mergulho e no mesmo dia, com poucos minutos de diferença, no meu primeiro mergulho com tubarões azuis. Já alguns anos que andava aqui, nos Açores, a tentar mergulhar com tubarões azuis. Encontrava-os em alto mar quando fazia as minhas saídas para fotografar cetáceos, mas eram muito tímidos e não conseguia nadar com eles. Foi um mergulho feito com pessoas do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores. Estavam o ano passado com um projecto de marcação de tubarões azuis, para perceber as suas rotas
migratórias. Fui com eles e tivemos um mergulho extraordinário. Cinco ou seis tubarões azuis, condições óptimas, os tubarões super curiosos. Desde aí nadar com tubarões azuis já se tornou uma atracção turística nos Açores e este ano já tive a oportunidade de mergulhar mais duas ou três vezes. Geralmente conseguir imagens que sejam premiadas nestes concursos internacionais requer muito trabalho e muita dedicação. Neste caso, foi no meu primeiro mergulho com esta espécie e ambas as imagens tiradas no mesmo mergulho. Em 2008 tinha sido o primeiro português a ser distinguido no Wildlife Photographer of the Year. O que significou esse Prémio? Foi a minha rampa de lançamento. Nessa altura estava a trabalhar como fotógrafo a
Trocou o Continente pelos Açores e o curso de direito pela fotografia subaquática. O que ditou essa mudança de rumo? Não troquei o Direito pela fotografia, troquei o Direito por viver uma vida em contacto com o mar. Só tirei o meu primeiro curso de mergulho enquanto estava a estudar Direito, tive um primeiro contacto com o mar um bocadinho tardio. Desde aí, cada vez pensava mais nos segredos que o mar tinha e no que gostaria de mergulhar pelo mundo fora. Quando acabei o curso já tinha instalado na minha cabeça que estava na área errada. Queria viver uma vida em contacto com o mar e vim para os Açores à procura disso. Um mês depois de estar cá, por sorte, tinha entrado no curso de Biologia Marinha da Universidade dos Açores, estava a trabalhar numa empresa de observação de cetáceos e a ver as minhas primeiras baleias e golfinhos. Nem sequer ti-
nha uma máquina fotográfica nessa altura ; da minha vida. Como estava a passar por aqueles momentos únicos e para mim impensáveis, a ver as minhas primeiras baleias, comprei uma máquina fotográfica para ir registando, mostrar aos pais e aos amigos, para eles terem uma noção do que estava a ser esta minha mudança de vida. E daí nasceu o vício da fotografia que se leva cada vez mais a sério. Todos os meses punha dinheiro de parte para comprar uma determinada lente, uma determinada máquina. O interesse pela fotografia nasceu do interesse pelo mar.
fazer. Apesar de ser a parte que tenho mais dificuldade porque é a mais dispendiosa, requer barcos e gasolinas durante muitos dias. O World Wildlife Foundation (WWF) convido-o a participar com uma fotografia no calendário de 2012. Era um convite irrecusável? Desde que comecei a tirar fotografias e que o objectivo era mostrar as fotografias aos pais e aos amigos, que o objectivo continua a ser o mesmo. É por isso que têm sido muito importantes estes concursos internacionais de fotografia de natureza, que são vistos por muitas pessoas, mas o objectivo continua a ser o mesmo, simplesmente o público é muito mais vasto.Este género de coisas como o calendário da WWF é uma maneira de conseguir mostrar as imagens e cativar as pessoas para espécies, com a maior eficiência possível. Chega aos quatro cantos do mundo. No Wildlife Photographer of the Year as imagens ficam expostas no museu de História Natural de Londres, durante seis meses, e são visitadas por cerca de dois milhões e meio de pessoas, e depois entram em digressão mundial. Tivemos recentemente os resultados de 2010, no Museu de História Natural de Lisboa. O Natures Best Photography as imagens ficam expostas no Smithsonian`s em Washington e também são vistas por dois milhões e tal de pessoas. Esse é o meu grande objectivo tentar entrar sempre nos veículos que possam levar as imagens o mais longe possível.
Com a actual crise económica as questões ambientais podem ser esquecidas? Sem dúvida, infelizmente. Nunca se tinha falado tanto das questões ambientais, mesmo do aquecimento global, como na altura que antecedeu esta crise que começou nos Estados Unidos, com o mercado imobiliário. Finalmente voltava-se a prestar muito mais atenção à nossa Natureza. É um facto que desde a década de 70, 80 que a opinião pública se tem desligado das questões ambientais. Aquela força toda que a Green Peace tinha como, por exemplo, na década de 80 termos acabado com a pesca à baleia é uma coisa que hoje em dia não conseguimos. Sabemos que milhões de tubarões estão a ser mortos por causa do valor das suas Barbatanas, para serem enviados para o Oriente para a sopa de barbatana de tubarão e não há maneira de se conseguir tomar decisões firmes em relação a isso, e em relação a inúmeras questões ambientais, especialmente do nosso mar que está passar uma altura crítica. É sempre difícil de equilibrar os interesses económicos e os interesses ambientais. Numa altura de crise, os interesses ambientais, muitas vezes, são minimizados e os interesses económicos é que vingam. Esta crise veio na pior altura possível. As pessoas voltavam a ter alguma consciencialização ambiental, mais preocupação com o ambiente e a perceber que estávamos a chegar a uma fase crítica em questões de aquecimento global, como sobrepesca a nível mundial, poluição, etc. Tem livros publicados e colabora regularmente com várias publicações, nomeadamente a National Geographic Portugal. A fotografia é também o seu contributo para a conservação da Natureza? Nos últimos anos, as minhas fotografias são temas completamente dedicados à conservação ambiental. Já não faço muito fotografia de ir para o mar e simplesmente fazer fotografia, escolho temas com uma forte, mensagem de conservação e nisso é muito importante a minha colaboração com a revista National Geographic, Portugal. Posso propor temas forte e ir atrás de objectivos específicos e mostrar uma mensagem forte em relação a uma espécie. Todos os artigos da National Geographic que publiquei em Portugal são sobre espécies em vias de extinção ou espécies vulneráveis pelas categorias da Red List do IUCN (NE:União Mundial de Conservação da Natureza), o barómetro do estado da população de todas as espécies que existem no mundo. Temos em Portugal espécies que estão em grave situação de declínio de populações e temos também as espécies que têm uma importância enorme a nível mundial, não só aqui nos Açores. Os Açores têm uma situação privilegiada no meio do oceano, mas muitas das
É também Portugal que é visto e ganha com as suas fotografias...
espécies oceânicas estão aqui de passagem e são muito difíceis de proteger porque isto é só um ponto da viagem deles; temos na Ria Formosa a maior população de cavalos marinhos a nível mundial e está com um declínio, nos últimos quatro, cinco anos, muito grande, cerca de 40% da população; e temos na Madeira o mamífero marinho em maior perigo de extinção a nível mundial, a foca-monge. Cada vez mais a minha fotografia é virada para a conservação, para temas fortes e que precisam de relações públicas. A fotografia marinha não tem muitos representantes em Portugal. Essa situação pode alterar-se? É uma actividade um pouco cara. Para além do material fotográfico normal que envolve e representa algum investimento, temos a parte subaquática de levar caixas, tanques e flashes subaquáticos, bem como os mergulhos. Mas penso que é por uma questão de desconhecimento. Em Portugal conhecemos muito pouco do nosso património natural, e claro que a parte subaquática é a parte mais difícil de se conhecer e que está menos ao alcance. Passa por as pessoas acharem que mergulhar é na grande barreira de Coral da Austrália, ou no mar vermelho, ou nas Galápagos e não saberem que nós temos
uma riqueza e uma diversidade imensa nas nossas águas. Portugal, mesmo a nível internacional, tem várias espécies marinhas interessantíssimas. Quais são as espécies marinhas que prefere fotografar? Gosto especialmente de fotografar espécies oceânicas. Espécies em alto mar, que têm grandes rotas migratórias e que são muito difíceis, regra geral, de conseguir fotografar. É ir para mar alto e ter a esperança de as encontrar. Mas, quando temos essa sorte, são os melhores momentos que se podem passar no mar. Baleias, tubarões, jamantas, tartarugas são os temas que mais gosto apesar de representarem muito tempo em alto mar e pouco tempo com a espécie em si. Por exemplo, para fotografar o tubarão baleia, que é o maior peixe do mundo, e temos aqui nos Açores, este Verão fiquei cerca de uma semana em alto-mar, todos os dias, a procurá-los para conseguir estar vinte, a vinte e cinco minutos, com um. Mas, quando finalmente estamos dentro de água com estes animais os momentos são únicos. Ter o privilégio de estar em alto-mar, com o azul profundo por baixo de nós, e com um animal com 10 ou 12 metros de comprimento, pacificamente ali à nossa volta e muito curioso, é o que mais gosto de
Portugal tem um património subaquático incrível. Se conseguir esses sítios onde as imagens têm o maior impacto possível, também vai chegar o interesse do lado de fora, bem como dos próprios portugueses que podem dizer “se o que temos cá é considerado bom a competir com os melhores destinos do mundo para se fazer imagem, se calhar devemo-nos interessar e valorizar mais”. Primeiro tem de vir o conhecimento, depois pode vir a valorização, a preocupação ambiental. Se as pessoas não sabem que temos a maior população de cavalos marinhos do mundo na ria Formosa, nem sequer vão ter preocupação em conservá-la. Tanto WWF como Wildlife Photographer of the Year, a ideia é tentar pôr isto nos sítios com a maior visibilidade possível, valorizar e envolver as pessoas ao máximo. Quais são os projectos para o ano de 2012? Em 2012 vou ficar mais aqui pelos Açores. Vou dedicar um Verão inteiro àquilo que gosto mais de fazer, as espécies oceânicas, mas muito mais por razões familiares. Tenho uma filhota, estou a acompanhar os primeiros passos dela, e não queria ausentar-me durante expedições muito longas. Vou ficar mais pelos Açores, o que significa correr as ilhas todas. Os Açores têm coisas fantásticas em cada uma das ilhas. Fotografar tubarões-baleia para uma das ilha, tubarões azuis para outra, os meros ou os naufrágios para outra, acabo por correr as ilhas todas. Mas, tenho a hipótese de ir regularmente a casa o que é muito bom. K Eugénia Sousa _ Nuno de Sá H
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Escola Secundária Sá da Bandeira
Vamos quebrar os silêncios! 6 A Escola Secundária de Sá da Bandeira, com o apoio da Comissão Nacional da UNESCO, dinamizou no ano lectivo de 20102011, escolas de vários países em desenvolvimento, uma parceria sobre o projeto “Tráfico Negreiro Transatlântico”. Este projeto, com o tema: “Vamos quebrar os silêncios!” foi a resposta a um apelo da UNESCO para assinalar o “Ano Internacional das Pessoas Afrodescentes”. Os trabalhos realizados foram apresentados no XIV Encontro Internacional de Jovens Cientistas das Escolas Associadas da UNESCO que decorreu na E. S. de Sá da Bandeira de 11 a 14 de janeiro. As comunicações apresentadas foram agrupadas em três subtemas: “Herança Cultural da Escravatura”, “História da Escravatura e da sua Abolição” e “Escravatura e Violações dos Direitos Humanos na Atualidade”. As escolas que não se deslocaram a Santarém, enviaram os seus trabalhos.
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No primeiro subtema, as seis comunicações apresentadas por escolas do Brasil, Cabo Verde, Cuba, Espanha e Portugal focaram os resultados da miscigenação das culturas na música popular, na música erudita, na gastronomia e em outros domínios. As oito comunicações no segundo subtema foram apresentadas por escolas de Andorra, Espanha e Portugal. Mostraram
os resultados das investigações realizadas pelos alunos sobre o desenvolvimento do tráfico negreiro, a propagação de doenças resultante desse tráfico, o aparecimento dos movimentos abolicionistas e a sua evolução. O historiador Nuno Grancho, na sua intervenção “A Escravatura - Tráfico Negreiro no Contexto do Liberalismo em Portugal: Sá da Bandeira e os Decretos de 1836-1869”, fez
uma síntese da história da abolição em Portugal. As comunicações do terceiro subtema: “Escravatura e Violações dos Direitos Humanos na Atualidade” foram apresentadas por quatro escolas: Alemanha, Andorra, Espanha e Portugal. Mostraram que o “comércio negreiro” continua nos nossos dias sob várias formas: tráfico de pessoas, prostituição forçada, trabalho infantil, milícias infantis, etc. Foram, também, denunciadas situações sociais que levam à venda de órgãos para transplantes e, ainda, a violência no namoro como uma das formas de violação que, em certas sociedades, ainda é tolerada. Este subtema contou ainda com o workshop “Descobrindo o invisível”, dinamizado pela professora Luísa Márquez do Instituto de Educación Secundaria Luis Seoane, de Pontevedra. O tema principal foi o tráfico de mulheres: causas, consequências e modos de combatê-lo. Após cada série de apresen-
tações, os participantes reuniram-se em pequenos grupos de trabalho, sem a intervenção de professores, para analisarem e sintetizarem as comunicações. As conclusões foram apresentadas em sessão plenária e comentadas pelo Dr. Francisco Moita Flores. A esta fase dos trabalhos assistiu o Secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar. Paralelamente ao Encontro decorreram duas exposições, uma na Sala de Alunos: “Declaração Universal dos Direitos Humanos” ilustrada por alunos das escolas participantes e outra na Biblioteca: “Pedaços da memória ultramarina de Portugal”. Visitas de estudo ao Mosteiro dos Jerónimos e à Sociedade de Geografia de Lisboa e atividades culturais dinamizadas pelos participantes completaram o programa do Encontro. K José Barrão _ (Coordenador SEA / Esc. Sec. Sá da Bandeira)
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Leopoldo Guimarães, presidente da Comissão Consultiva da Futurália
Pressão da sociedade exige respostas 6 A Futurália 2012 é já em Março. Depois da experiência do ano passado, enquanto presidente da Comissão Consultiva, o que espera desta edição?
tente como é exemplo o programa Erasmus. A oferta de formações em língua inglesa em áreas determinantes criteriosamente seleccionadas constitui um caminho a percorrer com insistência. A ligação estrutural de instituições do ensino superior, em academias com maior poder de intervenção no âmbito internacional, deve ser fortemente encorajada. A organização de cursos em parceria com instituições estrangeiras pode e deve ser um desígnio estratégico. Concomitantemente, as instituições do ensino superior, para melhor cumprirem os seus objectivos de compromisso com a nação, exigem maior flexibilidade na gestão, não só utilizando melhor a autonomia de que já dispõem, mas também verem aliviadas as amarras, as que lhes são por vezes desnecessariamente impostas pelos órgãos de soberania, designadamente os ligados às finanças públicas.
Espero fundamentalmente que a edição 2012 prossiga na senda do sucesso alcançado nas edições anteriores. Todavia, desejamos que acrescente algo na sua configuração dinâmica, aproximando cada vez mais os diferentes actores que intervêm nas infindáveis dimensões que a Educação alberga. Partimos da premissa que quaisquer que sejam as opções que se vão tomando, todas elas se inscrevem numa trajectória cujo fim nunca se atinge. O passado justifica o presente mas não define integralmente o futuro. A qualificação dos portugueses é apontada como uma das soluções para tornar o país mais competitivo. Isso está a ser conseguido? Num mundo que pensávamos estar organizado, ou seja, o mundo tecnologicamente avançado não tem tido capacidade de resolver os problemas mais candentes das nossas sociedades contemporâneas, que se tornaram reféns do império da tecnologia. No seu crescimento hegemónico, a tecnologia vai condicionando a trajectória civilizacional, num mundo de enormes desequilíbrios, potencialmente gerador de conflitos multilaterais que por vezes são disfarçados por razões de natureza étnica, religiosa ou outra. Constituem exemplos flagrantes da preponderância argumentativa da intervenção da tecnologia na problemática da segurança das nações, consumir menos energia na produção de bens transaccionáveis, contrariar o espectro da degradação do ambiente, ou ainda equilibrar tecnologicamente o avanço do terrorismo, especialmente por parte dos países detentores de tecnologia avançada. Isso repercute-se na educação? A repercussão destes factores na Educação, é evidente. No entanto, os tempos da Educação não são compatíveis com os tempos que caracterizam a evolução tecnológica, em resposta à pressão da sociedade, nos seus aspectos políticos e económicos. Por isso se abre um fosso que infelizmente se vai alargando. Caberia à Educação no seu conteúdo mais lato contribuir de forma relevante para equilibrar este fenómeno. Não o tem feito tanto como deveria! Antes pelo contrário, tem cedido à cultura da avaliação apenas unidireccional, contribuindo assim para servir a chamada teologia do mercado, que tende a centrar a sua perspectiva, sobre bases economistas e orçamentais. Embora confrontados com as exigências de curto termo impostas pela
João Vasco
H
Leopoldo Guimarães fala da internacionalização das instituições de Ensino Superior necessidade de aumentar os índices de competitividade, de produtividade, não poderemos descurar os aspectos ligados à formação humanista dos futuros cidadãos interventores na política, cultura, ciência, na tecnologia…. Algo está a ser feito nesse sentido, projectando-se na adesão de muitos sectores da sociedade ao compromisso civilizacional com o equilíbrio educação/formação que começa na infância e se estende até ao fim da vida de cada um de nós. Mas não chega, teremos que fazer mais. De que forma a Futurália pode contribuir para que jovens e menos jovens descubram o seu futuro? É exactamente esse um dos argumentos mais importantes que justificam a Futurália. A crise e o desemprego crescente, podem provocar algum descrédito na importância da educação, situação que a verificar-se seria sem dúvida dramática, pelo que deve ser imediatamente contrariada com todas as forças e argumentos passíveis de serem reunidos. E isso só se consegue com o recurso a uma informação com base no conhecimento organizado e competente e apresentado de forma motivadora, como se pretende conseguir no âmbito das diversas manifestações que compõem o certame Futurália. Em tempos de crise, cabe cada vez mais às famílias escolherem parte do futuro dos seus filhos. A Futurália neste aspecto também desempenha um papel
importante, apostando no esclarecimento e na informação a essas gerações? É outra das vertentes que se manifestamente se pretende valorizar, rodeandoa de aspectos mais incisivos apelativos e interessantes. A geração dos pais viveu tempos diferentes, rodeada de outros desafios e ambientes, na altura tão importantes para eles como as novas circunstâncias são agora para os seus filhos. Querem o melhor para eles mas a informação disponível é tanta e por vezes tão dispersa e tão pouco escrutinada, que o aconselhamento familiar exige rodear-se de maiores cuidados e tempo disponível, o que nem sempre é possível conseguir por razões que bem se conhecem. A ideia de consagrar na Futurália um papel relevante destinado aos pais permite contribuir para contrariar aquele efeito. Hoje a internacionalização das instituições de ensino superior marca a agenda de muitas universidades e politécnicos. Na sua perspectiva de que forma é que essa internacionalização deve ser feita e quais as vantagens que daí podem advir? A importância da internacionalização, no seu conceito estratégico mais lato, representa um factor que nos tempos que correm não levanta dúvidas nem discussão. A forma que reveste a sua execução na prática pode no entanto mostrar deficiências e por vezes insuficiências que devem ser assumidas. O acesso a alguns dos programas internacionais em curso, mostra uma face muito positiva e consis-
A reorganização da rede de ensino superior é um tema já antigo, mas pouco debatido de forma clara e objectiva. De que forma se pode reorganizar a rede, garantindo a coesão territorial do país e o acesso ao ensino superior à maioria dos portugueses? É do domínio público que a oferta actual do ensino superior, mostra sinais preocupantes de grande dispersão e de alguma inconsistência. As designações dos cursos são muitas vezes escolhidas por critérios ligados à preocupação das instituições de tornarem as suas ofertas curriculares atractivas, dando satisfação a uma procura que se tem mostrado particularmente condescendente para com as imagens promocionais de determinadas áreas temáticas. A relação entre o nome e o conteúdo de alguns cursos apresenta-se frequentemente desajustada: Uma mesma denominação pode dar abrigo a perfis de formação muito heterogéneos e designações diferentes podem corresponder a perfis muito próximos. Daqui resulta uma opacidade perniciosa quer para os candidatos ao ensino superior, quer para os próprios empregadores. Afigura-se que a reorganização da rede passa também por dois procedimentos. O primeiro leva a uma consagração das designações das formações reduzindo-as a um número que corresponda a uma oferta coerente, compreensível por todos os sectores intervenientes e potencialmente interessados. O segundo desembocará na formação de academias através da junção (não significa fusão) de instituições próximas, permitindo o desenvolvimento de estratégias de ofertas curriculares integradas, obedecendo a uma economia de esforços, a uma clarificação pelo menos a nível regional e a um aumento do poder de intervenção em todos os campos de actuação. K
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21 mil cartas de curso por emitir em Coimbra
Alunos querem diplomas 6 A Universidade de Coimbra (UC) tem atualmente cerca de 21 mil cartas de curso por emitir, com o processo de elaboração dos ‘canudos’ atrasado desde 2003, revelou hoje a vicereitora Madalena Alarcão. “É um processo moroso e muito caro. A Universidade tem um atraso muito grande na elaboração das cartas de curso, com cerca de 21 mil por emitir”, disse Madalena Alarcão à agência Lusa. A UC apunha na carta de curso “alguns elementos tradicionais de natureza decorativa”, nomeadamente as fitas com a cor da faculdade presas numa pequena caixa de prata, tendo um despacho de dezembro de 2011 introduzido alterações no processo que, mantendo a legalidade, simplificam o documento e permitem acelerar a emissão. Para colocar estas pequenas caixas de prata nos diplomas em atraso a UC teria de gastar cerca de 800 mil euros, “despe-
sa dificilmente justificável” na “situação financeira atual muito complicada do país e da Universidade”, disse a vice-reitora. “A conceção com todos estes elementos é algo relativamente moroso e tem vindo a ter um valor crescente”, sublinhou Madalena Alarcão, ao chamar a atenção para o aumento do valor da prata. Um despacho emitido em dezembro pelo reitor da UC criou dois modelos para o diploma que atesta a conclusão do curso: um de formato base pelo valor de 150 euros e outro, dotado daqueles elementos tradicionais, custando o dobro. Antigos estudantes da UC licenciados em 2003/2004 criaram um movimento no Facebook e têm protestado nesta rede social por lhes terem sido enviados, entretanto, cartas de curso segundo o modelo simplificado, explicou hoje à Lusa o ex-aluno Nelson Pedrosa, formado em história de arte.
“Pagámos um serviço que tinha como consequência um bem que seria o atual tradicional diploma e agora chega-nos um que não tem nada a ver com esse, faltam-lhe metade dos elementos”, criticou. A vice-reitora da UC admitiu a entrada de algumas reclamações e adiantou que a instituição está disponível, para apor, “logo que seja possível”, os elementos tradicionais nas cartas de curso dos antigos alunos que as tenham pedido antes daquele despacho e que o pretendam, apelando à compreensão destes ex-estudantes. “Com este atraso todo, os estudantes acabam por se desinteressar e esquecer que têm a carta de curso para levantar”, disse ainda, referindo que se encontram cerca de 7.500 arquivadas nessa situação na UC. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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AAUBI
Pedro Bernardo presidente 6 Pedro Bernardo é o novo presidente da Associação Académica da Universidade da beira Interior, após lista c, que encabeçava ter vencido as eleições realizadas a 10 de Janeiro, com 61,9 por cento dos votos. No acto eleitoral votaram 1365 alunos e a Lista C acabou por sair vencedora também para o Conselho Fiscal, com 60,6 por cento dos votos, comparativamente com os 39,4 por cento da Lista E. Para a Mesa da Assembleia Geral de Membros, a Lista C conseguiu 61,6 por cento dos votos, en-
quanto a Lista E arrecadou 38,4 por cento. Já na direcção, a equipa liderada pelo aluno de Engenharia Civil conseguiu 61,9 por
cento dos votos, e a Lista E, 38,1 por cento. Pedro Bernardo, o novo presidente pretende com a sua equipa “ser um ponto de viragem no estatuto daquela organização. Competência, credibilidade e proximidade são algumas das aspirações deste grupo”. Um dos pontos fundamentais que o cabeça de lista repetiu exaustivamente, prende-se com o “restaurar da confiança dos alunos na academia”. K Eduardo Alves _
Os novos elementos da AE-EST
Associação de Estudantes
Correia na EST 6 Rui Correia, aluno da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco, acaba de tomar posse como presidente da Associação de Estudantes (AE-EST) daquela instituição. A nova direcção da AE-EST
integra ainda os alunos Fábio Esteves (vice-presidente), Cristiana Umbelino (secretária), Cátia Lourenço (tesoureira), Catarina Morgado, Fábio Lobo e Margarida Conceição (como vogais). K
Futsal solidário
UBI organiza torneio 6 A Universidade da Beira Interior e os seus Serviços de Ação Social, numa organização conjunta com a Câmara Municipal do Fundão, promovem uma iniciativa de responsabilidade social intitulada 1º Torneio de Futsal - Solidariedade para as crianças, no próximo dia 29 de janeiro, entre as 10 e as 17h30. O torneio triangular terá como equipas participantes o Sporting Clube da Covilhã/UBI, a Associação Desportiva do Fundão e o Sporting Clube de Portugal (SCP). Os donativos reverterão a favor do Abrigo de S. José (Fundão) e
do Centro Social Jesus Maria José (Dominguiso). Neste mesmo dia, a UBI e o SCP assinarão um protocolo de cooperação interinstitucional que visa assumir um compromisso conjunto de colaboração nos domínios de formação de treinadores, atletas federados, gestores desportivos e estudantes universitários, bem como a organização conjunta de estágios e atividades culturais numa lógica de responsabilidade social e formação ao longo da vida. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
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Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _
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Já no final do ano
Direcções regionais acabam
Para ensinar
Professores rejeitam telemóveis na sala 6 A maioria dos professores e alunos do 9º e 12º anos de escolaridade do concelho de Castelo Branco não estão receptivos à utilização do telemóvel em contexto educativo ou como instrumento de ensino/aprendizagem. Aquela é uma das principais conclusões de um estudo desenvolvido pelo diretor do Ensino Magazine e jornalista do Reconquista, João Carrega, no âmbito da sua dissertação de mestrado em Comunicação Educacional Multimédia. O estudo envolveu uma amostra de 97 docentes e 204 alunos de duas escolas EB 2/3 e Secundárias do Concelho de Castelo Branco. João Carrega explica que “a maioria dos professores inquiridos não vê o telemóvel como um aliado no contexto educativo, nem tão pouco reconhece vantagens pedagógicas na sua utilização”. Por sua vez, a maioria dos alunos que responderam ao questionário “diz não conseguir apresentar uma situação em que os professores os pudessem ensinar melhor através do telemóvel”. O autor do estudo adianta que “uma percentagem significativa dos docentes não reconhece vantagens pedagógicas na sua utilização”. O estudo demonstra que tanto os alunos como os professores têm, na sua maioria, o telemóvel ligado dentro da escola, mesmo sabendo que não o podem fazer.
João Carrega explica que “dentro da sala de aula os alunos utilizam-no para receber e enviar SMS’s (mensagens escritas através do telemóvel), enquanto a maioria dos professores o utilizam para ver as horas”. O envio de SMS’s é uma tarefa marcante nos estudantes inquiridos. Aquele responsável explica que nos diferentes contextos, os jovens enviam, por semana, 300 mensagens escritas por telemóvel. “Já no que respeita ao contexto escolar, as mensagens também são o meio escolhido para os jovens tirarem dúvidas com os colegas”, diz João Carrega. A investigação que deu origem à dissertação de mestrado (aprovada com a nota Muito Bom, na Universidade Aberta, em Lisboa, por um júri que teve como arguente o docente José Lagarto, da Universidade Católica) revela também que “a maioria dos alunos do 9º e 12º anos inquiridos afirma nunca ter copiado nos testes através do telemóvel. Mas uma maioria ainda mais significativa (81,5% no 9º ano e 90,1% no 12º) refere conhecer colegas que o fizeram”. Um dos aspectos curiosos que resultam da análise dos dados recolhidos juntos dos estudantes, é que “a maioria dos alunos dos alunos do 9º ano (65,2%) diz que a utilização do telemóvel dentro da sala de aula deveria ser permitida, enquanto que, em sentido contrário, 67% dos alunos do 12º ano diz que essa utilização não deveria ser possível”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
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6 As direcções regionais de educação, entre as quais se integra a do Centro, vão ser extintas e passarão a integrar a Direcção-Geral da Administração Escolar. Isso mesmo revela a Lei Orgânica do Ministério da Educação e Ciência (MEC) que acaba de ser publicada em Diário da República. Aquele diploma refere ainda que as direcções regionais mantêm-se, transitoriamente, até 31 de Dezembro de 2012. De acordo com o Gabinete de Imprensa do Ministério, “esta alteração permitirá aprofundar a autonomia das escolas, implementando modelos descentralizados de gestão e aproximando o MEC dos estabelecimentos de ensino”. O Ministério adianta que a Lei agora publicada “permite dotar o MEC de uma estrutura simplificada, mais flexível e mais eficiente, cumprindo igualmente o objectivo da racionalização de recursos e de redução da despesa pública”. Recorde-se que o Ministério da Educação e Ciência sucede ao Ministério da Educação e ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Daí que são vários os serviços e organismos agora objecto de extinção, fusão ou reestruturação. O MEC explica que “a nova orgânica permite poupar cerca de 6 milhões de euros anualmente e reduzir em mais de 100 o número de dirigentes intermédios e superiores (41 por cento)”. De acordo com a nova Lei, “passam a existir apenas sete serviços da Administração directa do Estado, a saber: Secretaria-Geral, Inspecção-Geral da Educação e Ciência, Direcção-Geral do Ensino Superior, Direcção-Geral da Administração Escolar, Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência
e a Direcção-Geral de Planeamento e Gestão Financeira”. Esta reestruturação prevê também a “extinção, por fusão, das secretarias-gerais e das inspecções-gerais dos anteriores departamentos governamentais, do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, do Gabinete de Gestão Financeira, do Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação, do Gabinete Coordenador do Sistema de Informação, da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, do Gabinete Coordenador de Segurança Escolar, da Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação e das Direcções Regionais de Educação do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve”. Organismos que faziam parte do Ministério da Educação. Em comunicado, o MEC esclarece que “o Gabinete de Avaliação Educacional mantém-se transitoriamente na dependência do próprio ministério até 31 de Dezembro de 2012, passando a 01 de Janeiro de 2013, através de um novo enquadramento jurídico, a entidade autónoma e independente, capaz de se relacionar com entidades internas e externas ao Ministério, com competências científicas em
Palop’s
várias áreas, de forma a conceber e a aplicar provas e exames nacionais, validados, fiáveis e comparáveis, cumprindo-se assim um dos objectivos do Programa do Governo”. O Ministério explica que se mantêm, “ainda que reestruturados, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o Estádio Universitário de Lisboa, o Centro Científico e Cultural de Macau, e a Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional. Da anterior estrutura da Administração indirecta são integradas noutros organismos, deste ou de outros departamentos governamentais ou, ainda, em instituições de Ensino Superior, as competências do Instituto de Meteorologia, do Instituto Tecnológico e Nuclear, do Museu Nacional da Ciência e da Técnica Doutor Mário Silva, bem como da Agência para a Sociedade do Conhecimento. O Ministério frisa que a sua nova orgânica pretende criar uma estrutura de apoio às políticas nacionais dirigidas aos sistemas educativo e científico e tecnológico, por forma a promover a qualificação dos portugueses e o reforço da ciência e da tecnologia enquanto eixos estratégicos do desenvolvimento sustentado da sociedade portuguesa. K
TIC em Moçambique 6 O Ministério da Educação de Moçambique lançou oficialmente o Plano Tecnológico da Educação de Moçambique, elaborado pela Leadership Business Consulting, que envolve a transformação e evolução do ensino em Moçambique através da introdução de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no sistema de ensino. Este Plano Tecnológico da Educação foi concebido e desenhado tecnicamente pela consultora portuguesa Leadership para
Moçambique e reflecte uma visão estratégica integrada para alcançar impactos de curto, médio e longo prazo a nível educacional, mas também social e económico. Entre várias iniciativas, o Plano prevê a introdução de computadores nas escolas, a criação de programas de financiamento para que os professores possam ter acesso a computadores, a formação de professores e a produção de conteúdos digitais para que os alunos melhorem o seu des-
empenho escolar, reduzam a iliteracia e apoiem as comunidades locais em várias matérias como a saúde e a empregabilidade. Para Zeferino Martins, Ministro da Educação de Moçambique, “com a implementação deste plano, a Educação em Moçambique já não será a mesma. As TICs são a porta para a escola do futuro, para a universalização do acesso ao conhecimento, para a capacitação dos nossos jovens para os desafios de amanhã”. K
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editorial
À volta da reforma curricular 7 Neste início de ano e com uma nova proposta de revisão curricular à porta, vale a pena relembrar que a escola é hoje uma complexa comunidade educativa pluridimensional, com características de autonomia nas dimensões curricular, pedagógica e administrativa, sendo gerida com a participação da comunidade escolar e local e em interacção permanente com esta. Todavia, é aos planos de estudos, aos programas e aos manuais, (aquilo a que convencionamos designar por currículo formal) que teremos que imputar uma boa parte da responsabilidade na formação da profissionalidade dos docentes. É que a estrutura curricular provoca repercussões e marcas decisivas no que respeita à caracterização do professor,
não só enquanto pessoa, mas também enquanto profissional. Pelo que não seria abusivo afirmarmos que uma boa parte do que entendemos por competências profissionais dos docentes, estas são determinadas e decididas pela estrutura curricular, entendida esta, em sentido lato. Desde logo, a estrutura curricular, ao permitir decisões mais autónomas, ou obrigando à aplicação de normativos e objectivos operacionalizados pela administração, repercute-se e influencia decisivamente o trabalho e a formação do professor. Depois, porque coexistindo diferentes concepções curriculares, sorvidas das diversas correntes que percorrem a filosofia e a teoria da educação, as opções de cada sistema educativo quanto ao “design” curricular
proporcionam uma formação de professores, em termos de perfis terminais, tão diversificada quanto a quantidade e a qualidade desses mesmos campos conceptuais. Neste sentido, e consoante as opções quanto aos objectivos que se colocam aos alunos, à escolha de técnicas, de métodos, de recursos e de materiais, conducentes à organização (ou à inovação) do currículo, assim será o grau e o tipo das interacções que se estabelecem entre professores, alunos e a comunidade. Interacções que, ora conduzem à estagnação e ao imobilismo do professor e da escola, ora convidam a propostas de inovação e de transformação, que consigo “arrastam” o desenvolvimento dos professores e a progressiva mudança
dos sistemas educativos, na medida em que os docentes se envolvam em processos de indagação, pesquisa, organização de documentos e materiais, procura de informação e formação, que os capacitem para a análise e reflexão do processo educativo. Numa proposta conceptual simples poderíamos então afirmar que determinados modelos de formação de professores, implicam modos distintos de abordagem dos curricula, o uso de certos estilos de ensino, os quais, por sua vez, condicionam os processos de aprendizagem dos alunos. Logo, resulta que as estratégias de formação de docentes, quer incluam a formação inicial, quer se apliquem à formação permanente, impregnam e condicionam o saber-fazer
do professor, nomeadamente quando chegado o momento de traduzir os resultados da planificação do currículo em actos de ensino na sala de aula. Ou seja, os estilos de ensino interagem com os modelos de formação de que resultam e vice-versa. Ou, como se poderia dizer numa linguagem mais popular: “currículo és, professor serás”. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt
Primeira coluna
Devolver a autoridade à escola 7 O Ministério da Educação quer reforçar a autoridade dos professores nas escolas. Essa é uma das medidas apresentadas pela tutela aos directores de escola e que há muito era esperada pela comunidade educativa. O Governo pretende, através da revisão do estatuto do aluno, reforçar a autoridade dos docentes, e aumentar a exigência, o rigor, o empenho, a disciplina e também a responsabilização dos diferentes intervenientes do processo educativo. Num momento difícil para todos os portugueses, onde a desmotivação ameaça o bom funcionamento das escolas, e onde a crítica é feita de forma leviana a quem, em condições adversas, procura desempenhar a sua profissão da melhor forma, aquela será uma medida que pode e deve melhorar o funcionamento das escolas, colocando a responsabilidade nos dois pratos da balança. Uma medida que deve trazer mais
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exigência e rigor e, porque não dizê-lo, mais respeito para com a escola. Mas que deve também responsabilizar os pais dos alunos, pois sem essa responsabilização provavelmente muitos problemas vão manterse. As medidas anunciadas pelo ministério procuram dar às escolas mais autonomia. Mas pretendem também retomar o processo de agregações (em diálogo com as autarquias e directores de agrupamentos), bem como o reordenamento da rede escolar do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Três aspectos delicados, que devem ser tratados com pinças e racionalidade, e nunca, apenas, por questões económicas. Como diz o velho ditado, o barato sai caro, e em matéria educativa nada deve ser feito de modo impulsivo, pois um passado recente revela que os resultados obtidos, por exemplo na criação de megaagrupamentos, foram nalguns casos, medíocres, constituindo
mais uma fonte de desmotivação do pessoal docente e não docente. Na última reunião com alguns directores de escola, o Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida, anunciou ainda que será revisto o diploma de avaliação dos directores, colocando-se o enfoque da avaliação no seu desempenho e não na formação realizada. A burocratização a que os docentes têm sido sujeitos, nos últimos anos, é outra área em que o Governo pretende intervir. Para isso, assegura Casanova de Almeida, “haverá um esforço para a desburocratização institucional, simplificando a documentação relativa à avaliação dos alunos e às relações entre os serviços centrais e as escolas. Deste modo, os inquéritos das diversas direcções gerais serão unificados, de modo a reduzir o tempo gasto com estas tarefas”. Outra das novidades diz
respeito à simplificação da contratação de pessoal não docente, através dos centros de emprego. Falta agora sabermos como isso será agilizado. O Ministério revela, finalmente, que “será revisto, em parceria com o Ministério das Finanças, o diploma relativo à definição do rácio para o número de alunos por funcionário, tendo em conta as novas construções escolares”. Centrar a escola naquilo que é a sua missão (ensinar) deverá ser o propósito destas medidas anunciadas por um ministério que também já anunciou o fim das Direcções Regionais de Educação. Importa agora garantir que a introdução das novas regras contribua para uma melhoria efectiva do ensino no nosso país. A tradição portuguesa diz-nos que sempre que entra um novo ministro da educação surgem novas medidas que substituem as anteriores, apagando o caminho como se
tudo estivesse errado no passado. Mas a tradição revelanos também que a escola foi perdendo a sua autoridade e que é necessário impor regras e deveres a quem lá está para aprender. K João Carrega _ carrega@rvj.pt Publicidade
CRÓNICA
Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Ante todo, te deseo unas felices fiestas de Navidad y que el próximo año 2012 que vamos a estrenar (cuando leas esto ya estará “en marcha”) nos permita realizar nuestros deseos de desarrollo continuado como personas y como educadores. Va a ser un año muy duro, según pronostican, por todo lo que nos afecta de la crisis, pero tal vez sea un momento para producir nuevas ideas, es decir, para afianzarnos en nuestra faceta de “emprendedores” junto a nuestros alumnos. Ya sé que te gustó mucho la historia que te conté en mi carta anterior. Esa historia, a mi juicio, refleja la diferencia entre un sistema educativo para “aprendedores” y un sistema educativo para “emprendedores”. Es cierto que todos los educadores estamos convencidos de la necesidad de promover el “emprendizaje”, pero no es menos cierto, asimismo, que en mayor o menor grado, nos vemos atrapados por los
inconvenientes del sistema educativo que estamos soportando a diario. Desde hace ya varios años vengo hablando a mis alumnos de la Universidad, que se preparan para ser profesores de Enseñanza Secundaria, de las “murallas” que deberán sobrepasar en el futuro si quieren conseguir una educación adecuada a los tiempos que estamos viviendo (y también a los que nos tocará vivir tanto a nosotros como, sobre todo, a nuestros alumnos). En otra ocasión te comentaré estos obstáculos y los caminos que se deben ir abriendo para superar todos los inconvenientes actuales. Hoy quiero comentarte algo sobre el que me parece más global, más generalizado y más importante: la continuidad en la utilización de métodos y herramientas viejas en los tiempos nuevos. Es algo así como reflexionar sobre aquello que se dice en el Evangelio de los cristianos: “no se debe depositar el vino nuevo en odres viejos”.
Te digo esto a tenor de un artículo publicado por Marc Prensky en la revista Educational Technology (Julio-Agosto de 2007). Este autor apunta claramente que los profesores no son capaces de cambiar el paradigma educativo actual porque, en lugar de adaptar las nuevas tecnologías y los nuevos modos de enseñar, persisten en utilizar las herramientas del pasado (es decir, están depositando el vino nuevo –o sea, las nuevas tecnologías y los nuevos métodos– en odres viejos –las herramientas y modos del pasado–). No sé si recordarás que ya aludí a esto hace unos cuantos meses, cuando te indicaba la existencia de ese video que se titula “¿Tecnología o Metodología?”, en el que los niños acababan cantando la tabla de multiplicar ante un ordenador personal portátil cada uno. La solución comenzará a ser real y eficaz cuando los profesores asumamos el deseo real, de los alumnos del siglo XXI, de resolver problemas interesantes, de trabajar en
grupo y compartir lo que aprenden con sus colegas. A propósito de esto, se está extendiendo la falacia de que lo que quieren los alumnos es divertirse en el aula (es decir, “aprender divirtiéndose”); me parece una propuesta falaz desde el momento en que el sentido de la “diversión” se aleja (por no decir se opone) al sentido del esfuerzo, necesario en todo aprendizaje. Más que divertirse en el aula, lo que los alumnos necesitan es “gratificarse” en el aula, sentir la satisfacción de ser ellos mismos, de compartir ideas, vivencias y experiencias con sus colegas, de hacer propuestas interesantes (a veces, por supuesto, descabelladas) que son siempre recibidas con respeto y después colectivamente criticadas. Tal vez sea ése el verdadero sentido de la “diversión” que se ha de promover en las aulas. No deja de ser “espectacular” ver a los alumnos manejando materiales muy cuidadosamente diseñados, con el colorido adecuado,
las formas oportunas, etc., que les producen “diversión” en la ejecución, pero que no promueven la reflexión, la toma de postura, la crítica, etc., que son las actividades que encierra el proceso de aprendizaje. Cuando nuestros alumnos se encuentren en las situaciones de la vida real, buscarán la satisfacción a través de la demostración de su valía personal a la hora de resolver situaciones difíciles o delicadas, más que realizando determinadas tareas rutinarias que pueden resultar muy “efectistas” de cara a la galería, pero que, en realidad, son de escaso calado formativo. En mi próxima carta te comentaré el caso “Fish”, pues tiene algo que ver con este planteamiento que te he iniciado hoy. Hasta entonces, como siempre, salud y felicidad. K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com
Deveriam ser julgados pelos tribunais, repito, mas como tarda esse julgamento, é tempo de o serem por toda a população que diariamente se vê a braços com a carestia de vida, com o desemprego e mais um vasto rol de malfeitorias sociais que todos os dias são anunciadas. Hoje, mais do que há um punhado de anos, a mentira política funciona como marketing operacional de quem governa; sem a mentira não atingem os objectivos a que se propõem. Passeiam-se por aí, dizem que as medidas de austeridade são ab-
solutamente necessárias e prometem-nos um ano dos infernos. Desta feita para cumprir a sério porque o mal é sempre para cumprir, salvo se, ao contrário do que eleitoralmente se votou, agora tenha não só a expressão do desabafo ou da indignação, mas da luta firme e colectiva contra a mentira recorrente que nos esmaga, nos ofende, nos explora e, em última análise, nos quer de Portugal para fora. K João de Sousa Teixeira _ teijoao@gmail.com
CRÓNICA
Peixes, Pintos e Coelhos 7 Sem querer falar de outros mais antigos, os governantes das últimas três fornadas de salvadores da pátria deveriam ser julgados por um sistema judicial que também ele (filho de maiorias maiorais) não padecesse da doença dos seus progenitores. Digo daquele que quis ser cherne e não passou de carapau de corrida; digo do outro que era pinto (calimero), apesar de sousa e deste agora, coelho de aviário à caçador… Todos eles, entre muitas, muitas aldrabices, prometeram baixar os impostos, um deles até falou em choque fiscal que, em linguagem
de contribuinte, teria o significado de um abaixamento substancial dos impostos. Puro engano: todos aumentaram as contribuições dos cidadãos para o erário público, sem vergonha nem remorso. E que argumento de peso utilizaram, que desculpa usaram para português ouvir? Simplesmente desconheciam o estado das finanças públicas e, ali chegados, não tiveram outro remédio se não incumprir o prometido em campanha eleitoral. Dito de outra maneira: o eleitorado elege os ignorantes, que depois de eleitos ficam espertos, à
custa do eleitorado esperto, que se revelou ignorante no acto de votar… Deveriam ser julgados, já o disse. Pela mentira oportunista e também pela aplicação dos euros cobrados a mais em impostos e que deles não sabemos nem nos apresentaram contas. Parecem indignados uns com os outros (e às vezes nem tanto) mas tudo não passa do folclore cúmplice de uma igual orientação política e ideológica de gestão capitalista, cujos objectivos não servem, como provado está, os anseios legítimos da maioria do povo português.
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JANEIRO 2012 /// 023
crónica salamanca
Desmantelar la Universidad Pública 6 Un fantasma de destrucción de la cosa pública recorre Europa, desde los servicios de transporte a los sociales, desde la sanidad pública a los centros educativos, desde la investigación científica pública a los servicios jurídicos. Parece que el chivo que debe expiar los pecados que dicen han conducido a esta crisis, de magnitudes económicas y sociales impensables hace sólo cuatro años, se encuentra afincado en todo aquello que tenga síntomas de público, que huela a iniciativa pública, a financiación pública. Al parecer, nada tienen que ver con esta situación los corruptos declarados (o no), los banqueros ambiciosos, los brokers que artificiosamente rompen todas las estructuras de los inversores en bolsa, la política ultraconservadora y ultraliberal de la señora Merkel, el neoconservadurismo de Sarkozy, Cameron, Berlusconi, Rajoy o Passos Coelho, entre otros. Una ola de neoconservadurismo, de liberalismo radical recorre y corroe lo más preciado de la aportación contemporánea de Europa al mundo: los derechos del hombre concretados en la aspiración a la igualdad progresiva de todos sus ciudadanos y las consiguientes políticas sociales, sanitarias y educativas que conducen a ella. De ahí han devenido las políticas de cohesión entre países y regiones de Europa de los últimos 50 años, el deseo de superar las disputas que condujeron a históricos enfrentamientos bélicos en el siglo XX (por no remontarnos más allá), los Trata-
dos de Roma en 1958, el mismo nacimiento del Mercado Común Europeo y más tarde de la Unión Europea, con diferentes Tratados de renombre (Maastrich, Lisboa, entre otros). En fin, parece que los esfuerzos políticos en pro de más igualdad social, que bien pueden quedar identificados en los modelos de la socialdemocracia europea, con los oportunos matices entre países, deben ir dando paso a políticas “de rompe y rasga”, de “sálvese quien pueda”, de fomento del individualismo feroz frente a propuestas solidarias, o sea , lo propio del liberalismo brutal de estilo anglosajón. Todo lo cual está comenzando a llegar a nuestras universidades en dosis no pequeñas. Son varios los discursos universitarios que confluyen en esta preocupante situación para la universidad en España, aunque también en otros países de Europa. El modelo pedagógico llamado de Bolonia, que encerraba en origen algunas apuestas de mejora en las prácticas didácticas y de cohesión entre universidades, sin duda pertinentes y necesarias de aplicar, ha quedado completamente desguarnecido, desactivado y desvirtuado, y se ha convertido sin más en un instrumento de apoyo a la reconversión neocapitalista de las universidades. Uno puede darse una vuelta por los centros universitarios y facultades y observará con rapidez la desazón que viven los profesores, su desconcierto, la falta de recursos en profesora-
do, el taylorismo más descarado en la aplicación de las pretendidas innovaciones pedagógicas (en realidad nada de eso) en sustitución del trabajo central del profesor. El discurso neoconservador que recorre las universidades públicas de toda Europa como un fantasma cargado de desilusión aprieta día a día las tuercas de la maquinaria de la universidad pública. Es decir, esa política neocon que ahora gobierna Europa promueve la rápida fusióndesaparición de universidades y centros de investigación; elimina de forma drástica el recambio de profesores jubilados o fallecidos; disminuye de forma alarmante los recursos para investigación (para proyectos de investigación, organización de congresos, publicaciones científicas); exige un creciente rendimiento de los agentes entendido como más dedicación de horas semanales y “productos” mensurables (con independencia de su calidad); concede todo el protagonismo en la evaluación y selección de profesores de toda clase, de proyectos de investigación, a las denominadas Agencias externas, de pretendida neutralidad, cuando el método de trabajo utilizado nada tiene de eso, de asepsia; olvida de manera descarada que las ciencias sociales, y sobre todo las humanidades, puedan requerir una necesaria presencia en el ser y núcleo de cada universidad, y por ello siempre quedan relegadas a posiciones de rezago en la asignación de fondos y cualquier posible prioridad en los progra-
Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt
mas estratégicos; disminuye de forma creciente el interés por los programas de igualdad social y de género en las prácticas docentes cotidianas, cercenando el presupuesto para becas, o los apoyos hacia los programas de voluntariado. Muy mala pinta tienen los próximos años para nuestras universidades públicas si continúan afianzándose las prácticas de desmantelamiento, de deconstrucción que se vienen utilizando en estos últimos años. En muy pocos años vamos a encontrarnos con una cartografía universitaria dual, aminorada, mal financiada, con menor prestigio social, con mucho menos impacto social, y al fin de muy mala calidad en muchos casos. Lo que no significa que la universidad publica que hemos vivido en las últimas décadas haya sido maravillosa y no necesite de cirugías en muchos casos. Observar de forma impotente cómo se desarticula la universidad pública en Europa y en España es asistir a una fase decepcionante de nuestra historia colectiva. Por eso cada día se nos recuerda el dicho de que tenemos que mirarnos en el espejo de algunas universidades norteamericanas y chinas, que son el futuro, y las que quedan bien colocadas en el ranking famoso de Shanhai. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es
Universidad de Salamanca
Estudio de la literatura de República Dominicana 6 El rector de la Universidad de Salamanca, Daniel Hernández Ruipérez, y el ministro de Cultura de la República Dominicana, José Rafael Lantigua, han un convenio de colaboración para la creación de la Cátedra Pedro Henríquez Ureña de Estudios Literarios Dominicanos, primera en una universidad española destinada al estudio de la literatura dominicana. Con la firma se establecen las condiciones de colaboración entre el Ministerio de Cultura de Re-
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pública Dominicana y la Universidad, a través del Departamento de Literatura Española e Hispanoamericana, para el desarrollo de actividades culturales conjuntas tendentes al estudio y a la investigación de la literatura dominicana en sus distintas modalidades, estimulando la cooperación entre los distintos centros culturales y académicos dominicanos para el estudio y la investigación de la misma. Entre otras actividades se desarrollarán seminarios anuales a
cargo de profesores dominicanos, conferencias sobre literatura dominicana impartidas por especialistas europeos o dominicanos que residan en Europa, conferencias por profesores y críticos españoles especialistas en la materia, se contempla la puesta en marcha de un programa de investigación y desarrollo de la literatura dominicana en España y, por último, se favorecerán las líneas de investigación para el abordaje de la literatura dominicana en la Universidad de Salamanca.
El objetivo principal de la cátedra es, por lo tanto, establecer pautas precisas para el estudio de una literatura rica y variada como es la literatura dominicana, revitalizando su legado cultural y promoviendo nuevos estudios en torno a sus autores y sus temáticas principales a través de los estudiantes egresados del Máster en Literatura Española e Hispanoamericana: Estudios Avanzados y el Programa de Doctorado en Literatura Española e Hispanoamericana: Investigación Avanzada. K
Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Eugénia Sousa Francisco Carrega Rogério Ribeiro Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco
BOCAS DO GALINHEIRO
Lembrar Cary Grant
UNIVERSIDADE DE ÉVORA
Territórios de Baixa densidade em debate 7 O Centro de Investigação em Sociologia e Antropologia “Augusto da Silva” da Universidade de Évora promoveu, no passado dia 17 de Janeiro, um encontro sobre “Empreendedorismo em Territórios de Baixa Densidade Populacional em Conjuntura de Crise Sistémica”. Trata-se de um projecto em que o grupo de trabalho procurou, durante a iniciativa, perceber o contexto socioeconómico actual e as perspectivas a médio prazo relacionadas com o empreendedorismo. O encontro teve como objectivos: debater o papel que o empreendedorismo pode desempe-
nhar, em contexto de crise, nos territórios de baixa densidade populacional; identificar dificuldades e propostas de soluções para mobilização de potenciais empreendedoras(es); identificar os principais problemas enfrentados pelas (os) empreendedoras(es) nos territórios de baixa densidade populacional no Alentejo; identificar os principais sectores com potencial para criação de negócios e emprego na região Alentejo e aprofundar as conclusões preliminares com o contributo de responsáveis por organizações públicas e privadas ligadas à promoção do emprego e empreendedorismo. K N.M. _
Évora
Docente da UE publica Livro 7 “Antes que aconteça” é o título do livro electrónico da autora Eunice Cabral, Professora da Universidade de Évora, editado pela Vercial. “Nina é uma jovem mulher que se vê confrontada com a ausência misteriosa do seu pai. Habita numa casa paga ainda por este, mas o facto de ficar sozinha obriga-a a fazer um balanço dos acontecimentos. Este relato centra-se nos relacionamentos que estabeleceu com três figuras
masculinas, que desempenharam diferentes papéis na sua vida e que a moldaram: um desapareceu sem deixar rasto, outro foi um namorado relutante e o terceiro, o melhor amigo, morreu repentinamente. Rememorando cenários e pessoas, evocando sentimentos e emoções, Nina sente que deixou de ser quem era, apercebendo-se de que um ciclo de vida terminou. Decide, então, partir em busca de si mesma e do que o destino lhe reserva”. K
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Valdemar Rua ADVOGADO
Av. Gen. Humberto Delgado, 70 - 1º Telefone: 272321782 - 6000 CASTELO BRANCO
7 Há um sem número de filmes que revejo sempre que se me apresenta oportunidade, a maioria das vezes quando passam na televisão. E, nesse dia, não há nada a fazer. Desaparece a vontade de mudar de canal e lá fico, colado à pantalha mágica, a ver uma imagem que já vi vezes sem conta, a ouvir diálogos que sei de cor e a apreciar actores que me fazem gostar de cinema. De entre os muitos que enchem o meu imaginário cinéfilo, trago hoje ao Galinheiro Cary Grant. Nascido Archibald Alexander Leach, a 18 de Janeiro de 1904 em Bristol, Inglaterra, cedo se começou a interessar pela representação, integrando uma companhia de acrobatas ambulantes. Em 1920, após uma digressão aos Estados Unidos com a trupe de Bob Pender por lá ficou para tentar a sua sorte. Que não teve. Mas em 1927 voltou, desta vez para ficar. A sua estreia no cinema acontece em 1932 com “This is the night” (Esposa improvisada), de Frank Tutle, com Didi Lamita e Charles Ruggles, já com o nome artístico de Cary Grant que a Paramount. Dá nas vistas em “Blonde Venus” (A Vénus Loira, 1932), de Joseph Von Sternberg, com Marlene Dietrich, a prova provada da sua popularidade entre as mulheres, confirmada com a insistência de Mae West de o ter ao seu lado em “She Done Him Wrong” (Uma loira para três, 1933), de Lowell Sherman, subindo assim mais um degrau na galeria dos sedutores de Hollywood. Seria o próprio Grant a reconhecer que contracenara com as mais belas do grande écran. Como alguém disse, o homem não era um galã, era um galão! O estrelato atinge-o em 1935 ao lado de Katharine Hepburn em “Sylvia Scarlett “ de George Cukor, outro dos grandes realizadores com quem trabalhou. Tenho para mim que a sociedade de Grant com Hitchcock será uma das mais proveitosas do actor. Desde logo a começar por “North by Northwest” (Intriga Internacional, 1959), um dos meus favoritos. Claro que me podem acusar de ser um lugar comum trazer aqui a cena antológica do ataque da avioneta depois de uma eterna espera de cerca de sete minutos no meio de nenhures, filme que começa, recorde-se, com uma vertiginosa descida de automóvel com Roger O. Thorhill, o seu personagem, completamente encharcado de whisky que lhe fizeram
beber, a cair nas mãos da polícia e a entrar numa vertiginosa sequência de gags e mal entendidos à volta de um fictício George Kaplan com o qual é confundido, para finalmente acabar no beliche com Eva Marie- Saint, a agente por detrás de Kaplan. Confuso? Talvez. Mas muito eficaz e acima de tudo divertido, muito por “culpa” de Grant e do estilo que nele era inconfundível: o das réplicas curtas e rápidas, com aquele sotaque inglês que teimou em não abandonar. Mas já antes os dois se haviam encontrado em “Suspicion” (Suspeita, 1941), com Joan Fontaine, “Notorious” (Difamação, 1946), com Ingrid Bergman e “To Catch a Thief” (Ladrão de Casaca, 1955), com Grace Kelly. Como o próprio Hitchcock disse gostava de Grant porque “o público nunca conseguia saber exactamente em que é que aquele personagem estava a pensar”. E, será neste pormenor que assenta muito do êxito de Grant: um misto de sofisticação e impenetrabilidade que lhe permitia, num mesmo filme, passar do drama à comédia com uma facilidade desconcertante. Em qualquer circunstância, os seus personagens sempre nos parecem familiares. Em “Arsenic and Old Lace” (O Mundo é um Manicómio, 1944), de Frank Capra, dá corpo a uma fabulosa comédia de
humor negro, saltando para um e outro lado da legalidade quando descobre que as suas tias tinham por hábito matar homens solitários com arsénico, enterrando-os na cave, mas quer ao mesmo tempo impedir que o irmão, um perigoso assassino, use a casa das tias como esconderijo, o que implicava fazer as tias desaparecer. Um filme que revela alguma perversidade, claramente o outro lado da moeda mostrado por Capra, majorado pelo registo de comédia de Grant que já se revelara a grande nível em “The Philadelphia Story” (Casamento Escandaloso, 1940), de George Cukor, outra vez ao lado de Hepburn. A sua longa carreira de mais de 70 filmes veio a ser reconhecida em 1969 pela Academia ao atribuir-lhe um Oscar pelo seu contributo para a Sétima Arte. Um dos verdadeiros galãs românticos do cinema, Cary Grant morreu em 1986 aos 82 anos ao lado da sua mulher, Barbara Harris, a quinta de outros tantos curtos casamentos, instituição que tanto parodiou na tela. Até à próxima e bons filmes! K Luís Dinis da Rosa _
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concurso nacional de bandas e tunas académicas
A tua música dá um filme
7 O Concurso Nacional de Bandas de Garagem e Tunas Académicas já está a decorrer e pretende promover, através de pequenos filmes de vídeo, a música interpretada por alunos, quer na forma de bandas (grupos musicais ou as chamadas bandas de garagem) quer de tunas académicas. A iniciativa é promovida pelo Ensino Magazine, que através do seu portal (www.ensino.eu), colocará à votação os vídeos concorrentes. O concurso decorrerá até ao final do ano e é dividido por duas fases. “A recepção dos trabalhos é feita de 11 de Janeiro até ao dia 2 de Junho de 2012, através do nosso portal. A votação on line começará no dia 6 de Junho de 2012”, explica João Carrega, director do Ensino Magazine. O lançamento do concurso foi feito em conferência de imprensa, a qual contou com a presença do director fundador da publicação, João Ruivo, do editor Vitor Tomé e do director, João Carrega. “Aquilo que pretendemos é divulgar a música efectuada pelos alunos. E essa promoção será feita através da elaboração de vídeos relativos à interpretação de um tema por parte das bandas de garagem ou tunas académicas, os quais serão postos à votação dos leitores do Ensino Magazine, através do site www.ensino.eu “, asseguram aqueles responsáveis. Podem participar no concurso “bandas e tunas académicas compostas por elementos com mais de 14 anos de idade de Portugal, Espanha e dos Palop’s. Territórios que constituem a área de abran-
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Os responsáveis do Ensino Magazine apresentaram o concurso gência do Ensino Magazine”. A participação no concurso é gratuita e para tal basta que os vídeos sejam alojados no Youtube ou noutra plataforma semelhante. “Depois é só preencherem a ficha de inscrição no portal do Ensino Magazine”, revelam aqueles responsáveis. A banda vencedora em cada categoria, receberá 500 euros e será tema de capa do suplemento Ensino Jovem. Para os responsáveis da publicação, “este é uma forma de ligar a comunidade à escola, através da música, da arte e das novas tecnologias”. O Concurso tem já garantidos os apoios do Reconquista, da Futurália (FIL
- Parque das Nações), da Edutopia e RVJ - Editores. Este é o terceiro concurso de âmbito nacional que o Ensino Magazine promove (os dois primeiros dedicados à fotografia e à criação de páginas de Internet tiveram o apoio da maioria das instituições de ensino do nosso país e do próprio Ministério da Educação), e é o primeiro de âmbito internacional. “Queremos envolver os alunos e as escolas de Espanha e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, onde já somos distribuídos”, asseguram. O Concurso é também a primeira grande iniciativa do novo portal de educação e juventude do País (www.ensino. eu ), o qual é actualizado diariamente e que segundo os seus responsáveis “se assume como um dos melhores do país no sector educativo”. K
gente e livros
Tom Rachman 50 anos da AI T A Amnistia Internacional (AI) comemora 50 anos no mês de Fevereiro. Para assinalar o acontecimento será editado o álbum Chimes of Freedom, que reúne 75 canções de Bob Dylan, interpretadas por outras vozes. O quádruplo álbum sai a 6 de Fevereiro e conta com a interpretação de músicos como Sting, Diana Krall, Seal, Joan Baez, Adele, ou Patti Smih. K
7«Winston está deitado por baixo da ventoinha de teto, sem saber por onde começar. Todos os dias, no Cairo, a notícia acontece. Mas onde? E quando? Liga o portátil e lê a imprensa local na Internet, mas continua desorientado. E as conferências de imprensa: como ter acesso? E onde é se obtêm declarações oficiais? Passeia sem destino pelo bairro onde está alojado, Zamalek, com a vaga esperança de que rebente uma bomba. Não demasiado perto, claro, mas a uma distância que lhe permita tirar notas em segurança. Chegaria à primeira página do jornal, assinaria a sua primeira reportagem. Mas nehuma bomba explode nesse dia. Nem nos que se seguem. Winston verifica a todo o momento se recebeu algum email, antecipando uma missiva insultuosa de Menzies a pergun-
tar-lhe o que diabo anda ele a fazer. Em vez disso, encontra o e-mail de uma outra pessoa que está a tentar agarrar o lugar de colaborador no Cairo: Rich Snyder. Snyder anuncia a sua chegada iminente e remata com a frase: «mal posso esperar por conhecer-te!». In Os Imperfeccionistas Tom Rachman nasceu em
1974, em Londres e cresceu em Vancouver, Canadá. Estudou Cinema na Universidade de Toronto e fez um mestrado em Jornalismo na Universidade de Colômbia, Nova Iorque. Começa por trabalhar como editor na Associated Press (AP) em Nova Iorque assinando reportagens sobre a Índia e o Sri Lanka. Como correspondente da AP vai para Roma em 2002. De Roma parte para trabalhos de reportagem no Japão, Sul da Coreia, Turquia e Egipto. Em 2006 exerce em parttime a função de editor do Internacional Tribune em Paris, e começa a escrever ficção. Os Imperfeccionistas (2010), o seu romance de estreia é contado em 10 histórias. A acção do romance decorre no ambiente de um jornal de língua inglesa, em Roma, e é um retrato irónico do quotidiano das pessoas que ali trabalham. Os Imperfeccionistas
foi publicado em 12 línguas e conseguiu boas críticas por parte da imprensa internacional. Tom Rachman vive actualmente em Roma. Os Imperfeccionistas. É no dia-a-dia de um Jornal em Itália, quando a era digital ganha terreno à imprensa tradicional, que se conhecem os imperfeccionistas: enquanto Winston Cheung, o colaborador no Cairo, espera por um atentado que possa ser notícia; o correspondente em Paris, Lloyd Burko quer convecer o filho a revelar-lhe informações secretas do Ministério dos Negócios estrangeiros francês; o responsável pelos obituários Arthur Gopal está a braços com uma tragédia pessoal; e a directora Katleen Solson enfrenta os fantasmas do passado e as traições do marido. K Página coordenada por Eugénia Sousa _
edições
Novidades Literárias João Silva- Afeganistão T O fotojornalista João Silva tem a sua obra exposta no Centro Português de Fotografia do Porto, desde o dia 7 de Janeiro. São 60 imagens tiradas durante a guerra civil do Afeganistão. País onde, em 2010, João Silva perdeu as pernas ao pisar uma mina. O seu nome começou a destacar-se quando fazia a cobertura do apartheid na África do Sul, integrando o quarteto de fotógrafos conhecido por bang bang club. K
Gruta dos Sonhos Perdidos T A Gruta dos Sonhos Perdidos, o mais recente filme do cineasta alemão Werner Herzog, estreou no mês de Janeiro, em Portugal. Filmado nas Grutas Chauvet, em Chauvet-Pont-d`Arc, no Sul de França, este é um dos lugares mais restritos do planeta, onde existe arte rupestre com mais de 30 mil anos. Mais do que a história deste lugar, é a história da humanidade que é contado neste documentário. K
7 casa das letras. Ingrediente Secreto, de Henrique Sá Pessoa e fotografia de Nicolas Lemonnier. O que começou por ser um programa de televisão deu título a um extraordinário livro de culinária do chef português. 78 receitas revelam os melhores segredos de 13 ingredientes, onde se inclui o chocolate, a cebola, os cogumelos, o queijo e os frutos vermelhos.
dom quixote. A Voz da Terra, de Miguel Real. Em vésperas do terramoto de 1755, Júlio Telles Fernandes chega a Lisboa. Leva duas missões: interceder junto do Marquês de Pombal pela independência de Pernambuco e entregar nas mãos da judia Violante, um anel que há muito passa de geração para geração. Mas, as coisas não se vão passar como o esperado. Não só irá atrair sobre si a desconfiança do Ministro, como perder o rastro a Violante.
Bertrand. Eneida, de Vergílio, com tradução de Luís Cerqueira, Cristina Guerreiro e Ana Alexandra Alves (professores da Faculdades de Letras de Lisboa). Após uma longa guerra que opõe Gregos a Troianos, os Gregos conquistam Tróia. Liderados por Eneias, um grupo de troianos consegue fugir da cidade e partir em busca de uma nova pátria. As suas aventuras, desventuras e feitos gloriosos ficarão para sempre narrados nesta obra.
terpessoal”, “comunicação em pequenos grupos”, “comunicação organizacional” e “comunicação de massas” é o objectivo desta obra.
Presença. O Dia que Faltava, de Fabio Volo. Giacomo e Michela encontram-se todos os dias no eléctrico. A troca de olhares entre eles começa a ser o melhor momento do dia de Giacomo. Até que numa manhã, Michela aborda-o, convida-o para um café e contalhe que vai partir para Nova Iorque. Giacomo não está habituado a investir todos os trunfos no amor. Mas, por aquela mulher, até onde está disposto a ir?
Europa-América. Submundo, de Robert Finn. Quando se é ladrão e se abusa de substâncias ilícitas não é fácil encontrar a mulher certa. E se alguma vez essa oportunidade surge, acontece sempre algo para complicar o momento. Clipper encontra-se no Metro de Londres quando é apanhado no meio de um tiroteio, pela polícia e só um assassino com poderes sobrenaturais o pode ajudar. No meio da confusão que tornou a sua vida, será que a bela rapariga do metro lhe dá o número de telefone?
Piaget. Teorias e Modelos de Comunicação, de Manuel João Vaz Freixo. Abordar as várias teorias e modelos de comunicação de um ponto de vista marcadamente didáctico e dando uma visão integrada da comunicação nos diversos contextos onde esta se desenrola: “comunicação in-
isso não a impediu de mergulhar no submundo da Califórnia. Em ruptura com um passado marcado pelas drogas, a prostituição e os maus tratos, experiências dolorosas que Maya vai registando no seu diário.
educação nacional .
Porto Editora. O Caderno de Maya, de Isabel Allende. Maya é uma rapariga americana de 19 anos refugiada numa ilhota da América do Sul. Criada com todo o mimo e dinheiro pelos avós,
Ambiente para Jovens, da Quercus. Falar de Ambiente entrou na ordem do dia, mas nem sempre pelos melhores motivos. Nunca como hoje se tornou tão urgente agir para salvar o planeta. As mudanças de paradigmas para um progresso sustentável é o desafio lançado aos jovens. Poupar água, reciclar, criar uma horta biológica são algumas das excelentes propostas deste livro.
gradiva. O Nome da Rosa, de Umberto Eco. Numa abadia Medieval de uma província italiana acontecem uma série de crimes. Ao abade William de Baskerville, com a ajuda do noviço Adso de Melk, cabe o papel de desvendar os crimes que estão relacionados com uma biblioteca secreta que esconde as obras proibidas pela Igreja. Esta tradução foi feita a feita a partir da versão do romance revista pelo autor. O Nome da Rosa é um bestseller absoluto.K
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Fado é Património Mundial e Imaterial da Cultura
Frei Hermano da Câmara assinala 50 anos de carreira 3 Ao longo dos anos, o fado (que Salazar detestava) sempre esteve associado às mais variadas intenções. No final do século XIX cantava simultaneamente as tristezas de um povo e os valores da monarquia, foi burguês e anarquista, revolucionário e conservador, foi vadio, castiço, marialva e muito mais, andou por tabernas e pátios, evolui para casas próprias e hoje chegou aos grandes palcos do mundo. Não estranhamos por isso que também tenha sido litúrgico, subordinado aos ideais de Cristo e, neste género, foi Frei Hermano da Câmara o seu mais conhecido representante. O monge / cantor esteve no passado dia 16 de dezembro no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a celebrar 50 anos de carreira num concerto promovido pela
Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre) em solidariedade com os cristãos atualmente perseguidos no norte do Iraque. Frei Hermano da Câmara, que nasceu em Lisboa no mês de julho de 1933, filho de uma família aristocrática, é um monge Benedito que “defende o apostolado através da música para edificar a civilização do amor e promover a cultura da paz”. Ao longo dos anos produziu entre discos, Cd e DVD, vinte e uma gravações, entre elas diversos êxitos populares como, por exemplo, O rapaz da camisola verde. Com a interpretação do Fado da Despedida parecia que Hermano da Câmara tinha partido e se iria dedicar exclusivamente à vida religiosa. Voltou agora para celebrar 50 anos de carreira. K João Vasco _ H
Prazeres da boa mesa
Tortinha de Requeijão da Beira Baixa DO e Doce de Abóbora 3Para a Torta (10 pax): 120 g de Gemas pasteurizadas 500 g de Ovos pasteurizados 80 g de Açúcar
Preparação: Cortar metade dos morangos e o restante triturar. Levar ao lume o mel, o sumo e a zeste de laranja até ferver. Juntar o morango nas duas formas e o poejo do rio, deixar levantar fervura e retirar do lume. Colocar no copo e finalizar com a flor de leite (espuma).
Para o Recheio da Torta (10 pax): 300 g de Requeijão B. Baixa DO 75 g de Açúcar 1 dl de Natas 1/2 Vagem de Baunilha do Tahiti 150 g Doce de Abóbora Serra da Gardunha Q.B. de Canela em pó Preparação: Bater todos os ingredientes até quadruplicar de volume. Verter num tabuleiro forrado com papel vegetal. Cozer em forno a seco, a 180º C durante 15 minutos. Deixar arrefecer. Deixar o requeijão a escorrer de véspera, num passador. Bater na batedeira com as varas o requeijão, o açúcar e as natas fervidas com a baunilha aberta (depois de frias), até ficar uma mistura homogénea. Barrar a torta com o queijo, polvilhar com canela e fazer um cordão de doce. Enrolar em película e reservar no frio.
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Empratamento: Com todos os elementos, fazer a montagem de acordo com a foto, guarnecendo com uma bola de gelado, morangos e mirtilhos. K Publicidade
Para a Telha de Castanha (10 pax): 15 g de Sumo de laranja 65 g de Açúcar 15 g de Farinha 20 g de Castanha Soutos da Lapa DOP 25 g de Manteiga derretida Preparação: Misturar todos os ingredientes. Fazer bolinhas e levar ao
forno, sobre um silipate a seco a 180º C até ficar dourado. Reservar. Para o Shot de Morangos (10 pax): 1 C.S de Mel da Serra da Lousã DOP 300g Morangos 1 Laranja em sumo e Zeste 2 Pés de Poejos do Rio 250 ml Leite Meio Gordo 20 Mirtilhos
Chef Mário Rui Ramos _ (Chef Executivo Complexo Termal de Monfortinho - Hotéis, Restaurantes, Termas e Spa)
música
pela objectiva de j. vasco
The Gift – Primavera
Vermelho
3 Os Portugueses The Gift começaram da melhor forma este ano de 2012 com a edição de “Primavera”, o seu quinto álbum. As novas composições incluídas neste registo foram gravados no final de 2011 no Centro Cultural de Belém, e duraram cerca de dez dias. A banda com raízes em Alcobaça surpreendeu pela rapidez na edição de um novo trabalho, dado que há menos de um ano tinha editado “Explode”. O single de apresentação dá nome ao novo registo, chama-se “Primavera” e foi agora editado numa versão longa e com uma roupagem um pouco diferente do original que estava incluído no último álbum. É fácil perceber que este trabalho não foi gravado em estúdio, tem um pouco de sabor a um disco ao vivo sem aplausos. A sonoridade de “Primavera” é bem diferente do seu antecesso. Se antes se explorava a linha da frente e a vanguarda, agora a inspiração é bastante clássica e tem o piano como actor principal. No alinhamento surgem vários instrumentais que são o ponto fraco do álbum, não faz muito sentido uma banda como os The Gift apresentar temas sem a preciosa voz de Sónia Tavares. Destaque para o single”Primavera”, e as faixas “La terraza”,”Open window” e “Senhucht”. O colectivo de Sónia Tavares e Nuno Gonçalves dão um bom exemplo aos Portugueses na capacidade de produzir, em poucos meses conseguiram editar mais um longa duração! K
Kelly Clarkson - Stronger 3 Com quase dois anos de atraso chegou as lojas o novo álbum de Kelly Clarkson, a edição foi consecutivamente adiada para desespero dos seguidores da cantora. Clarkson venceu a primeira edição do programa televisivo American Idol á uma uma década atrás, e tem no seu currículo vários prémios importantes da indústria discográfica. O cartão-de-visita do trabalho foi “Mr know it wall” que foi dado a conhecer durante o Verão de 2011. A edição do single foi acompanhada por várias remisturas destinadas ás pistas de dança, mas a aposta não correu da melhor forma, as várias versões electrónicas não conseguiram fazer a ligação perfeita ao tema original, e as melodias e batidas utilizadas não foram as melhores. Este novo “Stronger” é um álbum de continuidade, está na linha dos anteriores registos, pelo que não apresenta grandes inovações. A fórmula pop rock continua a ser utilizada sem grandes variações. Apesar da cantora Norte-Americana não ser das vozes mais populares em Portugal, ela é dona de uma voz fantástica que tem um enorme potencial para evoluir e crescer ainda mais à escala global. Os temas fortes do trabalho são, o single “Mr know it wall” e as faixas “Dark side”, “You love me” e “Breaking your own hear”. Está também disponível uma versão especial de ”Stronger” que inclui mais quatro temas inéditos e alguns vídeos da cantora. K
3 “O pintor Mark Rothko contrata Ken, um jovem assistente para o ajudar na execução de uma encomenda de alto valor e prestígio: criar uma série de murais para o luxuoso restaurante Four Seasons no edifício Seagram em Nova Iorque.” Uma peça de John Logan que é uma reflexão sobre o trabalho e o papel esperado do artista. Encenação de João Lourenço, com António Fonseca e João Vicente. Na sala vermelha do Teatro Aberto de 4ª a sábado, em Lisboa. K
press das coisas NAD VISO 1 3 O NAD VISO 1 chega ao mercado português como o sistema compacto que faltava a quem tem toda a colecção de música em dispositivos portáteis e procura a solução ideal para os reproduzir. A funcionar em modo wireless, com qualquer dispositivo multimédia, desde que inclua tecnologia bluetooth. Com um design arrojado e elegante, o aro metálico serve de pega de transporte e como suporte para uma base rotativa digital para dispositivos iPod e iPhone. Inclui tecnologia Bluetooth aptx, amplificador digital com 80 watts de potência, baseado o sistema NAD Direct Digital Amplifier, colunas e subwoofer com abertura bass reflex. O preço aproximado: 599 Euros. K
Sony Micro Vault Mach 3 A Sony criou a família Micro Vault Mach para a sua primeira unidade de memória USB 3.0. Com um corpo de alumínio com indicador LED e interface USB retráctil, as novas Pens possuem tecnologia SuperSpeed. Disponíveis em versões de 8 GB, 16 GB, 32 GB e 64 GB. Os preços variam entre os 21 e os 45 Euros. K
The Wanted - Battleground 3 No passado mês de Novembro chegou ao mercado Português ”Battleground”, o segundo trabalho dos The Wanted. Este colectivo é composto por Jay McGuiness, Max George, Parker e Nathan Sykes. Apesar do álbum de estreia da banda ter feito bastante sucesso em 2010, em vários países Europeus, por cá os The Wanted apenas tiveram visibilidade com os novos temas. O single “Glad you come” lançou este grupo à escala global. Tratase de um tema com uma melodia irresistível, que conquistou vários top´s e as pistas de dança, através de várias remisturas. A visibilidade e o sucesso deram origem a um convite para os The Wanted actuarem nos espectáculos do jovem Justin Bieber, subindo ao palco para fazerem a primeira parte das actuações, em várias cidades do mundo. Os novos temas são dominados pela dance music, na sua vertente comercial, à mistura com o pop dançável, apresentado num cocktail com um ritmo vibrante e bastante agradável. Neste novo “Battleground” os destaques vão para o single “Glad you came” e os temas “Lightning”, “Invincible” e “Rocket”. K Hugo Rafael _
Sony Tablet S 3 O Tablet S da Sony permite transferir mais de dois milhões de títulos gratuitos do Google Books, que podem ser romances, obras de não ficção, revistas. Dispõe de ecrã sensível ao toque com 23,8 cm; memória RAM de 1G; capacidade de armazenamento até 32 GB; telecomando por infravermelhos; design ergonómico; Wi-Fi e 3G (opcional) . Vem equipado com painel Trublack, que permite cores vibrantes e qualidade de imagem. O sistema operativo standard Android 3.1 pode ser melhorado com a actualização para o Android 3.2.1. A navegação na Internet é rápida. K
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QUATRO RODAS
O automóvel: um bom amigo c Estive recentemente a conversar com um empresário ligado ao comércio automóvel. Trata-se de uma pessoa ligada a um grupo empresarial que tem várias concessões. Não foi necessário alongar muito a conversa para me dar conta do desânimo que por ali paira. Dizia-me o empresário, que nos últimos quatro anos as vendas baixaram sucessivamente 30% relativamente ao ano anterior. Fiz umas contas e verifiquei que uma empresa que há quatro anos vendia hipoteticamente 100 carros passou a vender 24 no último ano. Outra das queixas tem a ver com os investimentos megalómanos que estas empresas têm sido obrigadas a fazer por imposição das marcas. Desde a compra de várias máquinas de diagnóstico proprietárias, a pavilhões com 5Km2, secretarias comerciais para cada marca, e por aí fora. Tudo isto, ao bom estilo de uma cadeia de “franchising”, em
que o “master” impõe as regras, vende o “merchandising”, coloca o produto ao preço que quer, obriga a vendê-lo pelo valor que indica, e ainda cobra comissões pelo marketing. Assim para o concessionário apenas resta uma variável que é o volume de vendas. Para complicar aparece o paralelo, ou seja, deixou de haver aquela rígida divisão territorial, que protegia um determinado concessionário para se estabelecer uma
“guerra” em que o preço manda, mas que deixa de trazer valor para as empresas. Conclusão, quando antes um qualquer concessionário tinha algumas dezenas de empregados, agora vemos dois ou três mecânicos, um recepcionista, o “rapaz” das peças e dois vendedores, forçado que foi, a reduzir custos. A somar a isto temos o facto de que em cidades onde havia um concessionário por marca, nos aparecem agora agrupamentos empresariais
com várias marcas, reduzindo ainda mais os empregos com as economias de escala. Acho que neste caso a desregulamentação falhou. Pode-se contestar dizendo que o consumidor ganhou com esta concorrência e com estas reduções de estrutura…pois sim, ainda acreditam nisso? O que verdadeiramente se passou foi que, algum do dinheiro que deixávamos num “stand” ou oficina, ao comprar um automóvel e que servia para dinamizar a economia local, passou para montante ou seja para as empresas mãe, tirando valor aos concessionários locais. Aquilo que antes era um excelente negócio, em poucos anos, transferiu os seus ganhos para outros momentos da cadeia de valor, fazendo com que hoje, um médio concessionário de uma marca de automóvel seja um negócio para largar o mais rapidamente possível. Qualquer dia, haverá em Portugal
apenas um grande hipermercado de automóveis em Lisboa e um pequeno hipermercado de automóveis no Porto. Quem quiser comprar carro novo terá de se deslocar a um destes locais, ou mergulhar na Internet em “stands” virtuais. Hoje, decidi colocar esta reflexão, que vale o que vale, mas que pode bem ser o futuro deste negócio, que ainda vejo com algum romantismo, o mesmo romantismo com que me deparei ao abrir o primeiro fascículo de uma revista editada, em Espanha, nos anos setenta, chamada “Bricolage del Automovil” e que começa assim: “El Automovil: un buen amigo”. K Paulo Almeida _
Campeonato Estremeño de Ralis
Portugal vence Espanha 6 O piloto português Paulo Almeida, colaborador do Ensino Magazine, e responsável pelo Classic Clube de Portugal, acaba de conquistar o Campeonato Estremeño de Ralis de Regularidad. A prova, disputada em Espanha, incluiu sete ralis na comunidade da Estremadura espanhola, tendo participado mais de 100 concorrentes nas várias corridas. Paulo Almeida teve como navegadores Luís Almeida, Rita Almeida e João Paulo Martinho. Para além de Paulo Almeida, destaque ainda para a participação dos portugueses António Ramos (que obteve a segunda posição) e de António Conceição, oitavo classificado. Na classificação de navegadores o título de campeão também veio para Portugal para o portuense João Paulo Martinho que navegou Paulo Almeida em duas provas e António Ramos em 2º. Por equipas, a equipa da Naturtejo Geo Park Classic Team foi a vencedora. K
Novidades
Yaris finalista do Carro Europeu 2012
Paulo Almeida com os seus navegadores
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6 A Nova Geração Toyota Yaris foi integrada na lista dos sete finalistas do Carro Europeu do Ano 2012, de uma listagem que contemplou os 35 novos modelos apresentados ao longo de 2011. Com um novo design exterior mais apelativo, ousado e dinâmico, o novo Yaris apresenta uma nova directriz que vai influenciar futuros modelos Toyota. Apesar das suas dimensões exteriores compactas, reconhecido como um dos modelos mais pequenos em comprimento do segmento B, o espaço interior é bastante amplo, conferindo uma polivalência na sua utilização.
No capítulo das motorizações, o Toyota Yaris beneficia da mais recente evolução do programa Toyota Optimal Drive, disponível em três motores: 1.0 litro VVT-i, 1.33 litros com duplo VVT-i, ambos a gasolina, e um motor turbo diesel de 1.4 litros D- 4D. A Nova Geração Yaris vai estrear ainda uma motorização híbrida, no terceiro trimestre de 2012 em Portugal, sendo uma estreia absoluta no segmento B. Contando com um motor 1.5 litros aliada a uma transmissão híbrida de elevada eficiência, este modelo será o Yaris mais tecnológico de sempre.K
OPINIÃO
Vida (triste) de professor? 3 Como pode alguém dizer isso se nós, professores, dançamos, cantamos, rimos, suspiramos, choramos, sonhamos, estamos, somos, desejamos, amamos, ensinamos, aprendemos…tal como qualquer outro ser humano? Como se atrevem a dizer que somos tristes no modo como nos relacionamos com nosso ofício de educar? É bem verdade que todos os que trabalham em educação podem dizer que andamos entristecidos porque nos últimos tempos, têm predominado paixões tristes, forças reactivas, ressentimentos e, até mesmo, infelicidades. Todos podemos dizer que essa tristeza se tem tornado uma carga cada vez mais pesada já que, de todo o lado, as nossas acções educativas são julgadas, modificadas, medidas, limitadas, sem nos consultarem e, em alguns casos, aniquilando a vida pessoal e profissional. É uma tristeza que se nos cola à pele e nos compele a criar uma imagem pobre, medíocre, indigente de nós mesmos. Tristeza que nos faz pensar o que já foi pensado, a dizer o já dito, a fazer o já feito, a ter cada vez menos ideias, menos amor à nossa profissão e a ficarmos presos (quase dependentes) à opinião dos outros, desenvolvendo uma profunda miopia para o que está à nossa frente, ao planeamento cuidado, ao estudo, ao aluno, ao colega, à escola, aos funcionários, à comunidade, a…nós mesmos! Não conseguimos escutar o que é interessante, excepcional, naquilo em que vivemos quotidianamente. Também é verdade que, a tudo isto, tememos o desprezo dos colegas, se nos pusermos a inventar, a questionar, a problematizar o que é da ordem do consenso. Então por que aceitamos trabalhar separados da nossa capacidade de criar, educar, gerar conhecimento e saber, da qual acreditávamos ser capazes? Por que não lutamos contra tudo o que ameaça a nossa vida criativa de educadores? Por que aceitamos chegar todos os dias à escola sempre vestidos com a pompa circunstanciada dos nossos valores estabelecidos, dos quais resulta mais tristeza? Por que não trabalhamos de maneira leve e despojada, livre e bem-humorada, que crie condições de possibilidade para fazer de nossa profissão uma obra artística? Não nos pagam de modo justo? As condições de trabalho são péssimas? Os horários são um horror? A formação é limitada e limitadora? Tudo junto? Parece que alguém conseguiu que nos acostumássemos a falar de nossa profissão como de alguma coisa disfuncional, defeituosa, danificada, fora dos eixos. E que sempre seremos sensibilizados pelas promessas políticas de uma educação plena – como se ela pudesse, algum dia, existir! À conta disto há sempre um ou outro opinion maker que se atira com enorme ferocidade aos professores, como se de um bando de alucinados tresloucados de tratasse e que deles é a culpa de tudo o que vai de mal no mundo, no ensino, nos jovens, na economia. É necessário perguntar: “O que é que nos faz felizes no nosso oficio de educar”? Ao respondermos eliminamos tudo o que é mágoa, acusação, culpa, muitas das nossas percepções correntes e vividas e desta forma passamos a ver, a perceber e a sentir, na nossa vida enquanto educadores, algo muito maior do que o vivido, do que o percebido, do que o sentido, para podermos desaprender o dado e o feito. Este é o melhor caminho para retomar, no tempo certo, o trajecto e a fé no bemquerer e bem-fazer. Não se é triste por ser professor. Cada um de nós já atravessou sofrimentos inacreditáveis, tivemos vertigens, adoecemos, sentimo-nos sós (literalmente). Já fomos assombrados pelas inumeráveis gerações de professores que educaram e se entristeceram, que viveram de modo estéril e sem alegria, que sentiram o efeito do poder nefasto sobre eles, que os impediu de
fazer o que queriam ou tinham capacidade para fazer. Talvez seja preciso seguir todos aqueles que, da sua condição de professores, fazem não um sacrifício a um poder que é sempre triste, que bloqueia a efectivação de suas potências, mas um cântico à vida e que, por isso, reinventam todos os gestos, fazem passar fluxos de novidades, atravessam os muros, deslocam os limites, transformam o ofício de educar em algo vivo e móvel, contínuo e dinâmico. Professores que cintilam, vibram, viajam (mesmo permanecendo onde sempre estiveram) ao preencher e efectuar a potência de educar. Professores guerreiros, vitais, cósmicos, alegres, defensores do múltiplo, do futuro, do acaso, que, através das doenças do que foi vivido, aprenderam a viver em saúde na sua profissão. Com uma serenidade que serena a mortificação, tantas vezes reproduzida, eles amam o que há de mais vivo no que fazem, inclinam-se sobre a beleza de educar, abraçam a vida, fornecem exemplo de criação e da alegria
de viver, pelas suas próprias vidas, mais do que pelos livros e palavras. Para muitos são professores estranhos, desadequados, impuros, infernais, inesperados. O que acontece é que eles são feitos apenas das intensidades de seus olhos, ouvidos e coração de artistas, de afectos alegres, de velocidades e lentidões de suas próprias existências de artistas, do inédito e do notável dos seus pensamentos de artistas. E, acima de tudo, do seu educar artístico, que é o que, felizmente, para todos nós, espanta todas as mortes em vida. Ensinar, como todas as profissões que abordam a vida, só existe na sua essência se houver improvisação e criação, escuta, sensibilidade e bom senso, aceitação, argumentação, honestidade intelectual e plenitude de vida. Nunca com a falta de querer viver, com a apatia, com inaptidão, com a indiferença. K Jorge Almeida _ (Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias Instituto Politécnico de Castelo Branco)
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JANEIRO 2012 /// 031
Em Lisboa
CRUP reúne com Durão Barroso 6 A Comissão Permanente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), reuniu-se, no início deste mês, com o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. O enquadramento na Agenda Europeia para a modernização do ensino
superior das universidades públicas portuguesas, programa que está a ser negociado agora e que prevê o financiamento da modernização do ensino superior através de currículos mais inovadores e maior ligação às empresas, a livre circulação de alunos, docentes e in-
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Ministro assegura
Revisão curricular é bem aceite
6 O ministro Nuno Crato considera que a proposta de revisão curricular do Ministério da Educação e Ciência (MEC), “a favor do reforço das disciplinas fundamentais”, tem sido “no geral, muito bem acolhida”. O ministro da Educação e Ciência falava, no Conservatório de Música de Coimbra, depois de se reunir com responsáveis da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC), encontro com o qual terminou “uma volta pelo país”, para ouvir os dirigentes das restantes direções regionais do MEC sobre a proposta de revisão curricular. “Não se trata de uma reforma”, mas antes de um “ajustamento curricular”, no sentido do “reforço das disciplinas fundamentais”, como “História, Geografia, Físico-Química e Ciências Naturais”, e da “redução da dispersão”, preci-
sou Nuno Crato. “Não queremos mais uma grande reforma do ensino, queremos um reajustamento”, através de “mudanças graduais e seguras”, mas “sem grandes alterações”, assegurou. Embora a proposta governamental esteja a ser “bem acolhida”, o MEC já recebeu “mais de 500 propostas, sobretudo de diretores de escolas”, no sentido de proceder a alterações “pontuais”, revelou o ministro, sustentando que este projeto se destina “aos jovens, aos alunos”, para que fiquem “mais bem preparados para enfrentar a vida”. O Ministério vai continuar a receber sugestões até final de janeiro e o ministro prevê que o projeto final seja apresentado em março. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Festivais
Optimus Alive quer atrair britânicos
6 A organização do festival Optimus Alive quer receber este ano pelo menos cinco mil espetadores britânicos, para captar outros mercados, e por isso apostou na promoção do evento no Reino Unido. O festival de música, marcado de 13 e 15 de julho em Algés, tem este ano uma “grande aposta no Reino Unido”, com a contratação
032 /// JANEIRO 2012
vestigadores, bem como a junção dos seus objetivos a médio prazo, foram alguns dos assuntos abordados pelo CRUP. Trata-se de um “grande desafio”, pois foi a primeira vez que os reitores, coletivamente, abordam a Comissão Europeia para manifestar “capacidade para
de uma empresa de relações públicas no país e uma parceria com a revista de música New Musical Express, revelou o diretor da promotora Everything is New, Álvaro Covões. “Para ter mais gente temos que apostar na captação de outros mercados. O mercado português é pequeno e as condições financeiras [dos portugueses] não são as melhores”, afirmou. K
trabalhar em conjunto”. No final da reunião, António Rendas, Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, referiu que “o CRUP espera, neste momento, poder acompanhar as negociações – porque a verba não está atribuída na sua globalidade – e po-
der ser informado, o mais rapidamente possível, de quais são as áreas onde os financiamentos vão ser atribuídos para podermos preparar as nossas candidaturas”. António Rendas espera que, no decorrer deste ano, se realizem várias reuniões com Durão Bar-
roso e comissários europeus responsáveis pelas diferentes áreas, à medida que forem sendo identificados os programas, no âmbito do plano atualmente em discussão pela Comissão Europeia e pelo Parlamento Europeu. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _