Ensino Magazine nº 171

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Maio 2012 Director Fundador João Ruivo

Director João Carrega Publicação Mensal Ano XV K No171 Distribuição Gratuita

Ensino Jovem Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS

DR H

entrevista

Como Paulo Futre finta a crise O antigo internacional português de futebol, Paulo Futre, tem realizado conferências sobre motivação, um pouco por todo o país. O público alvo são os jovens e é para eles que Paulo Futre conta a sua experiência, lembrando-lhes que é possível fintar a crise. C

Claúdia vieira, em entrevista

Um(a) modelo a seguir C

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Fernando Rosas, Historiador

João Ricardo Pedro, escritor

“A democracia pode estar ameaçada”

Universidade

UBI Medical pronto no final do ano

www.ensino.eu Assinatura anual: 15 euros

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Politécnico

Curta da Esart com sabor a imperial C

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com o apoio do ensino magazine

Portalegre faz jornada de lusofonia C

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Vencedor do Prémio LeYa prepara novo livro Ana Baião / Expresso H

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Fernando Rosas, historiador

«A democracia pode estar ameaçada» 6 Sem papas na língua, o historiador e Catedrático da Universidade Nova de Lisboa alerta que está em curso uma «profunda mudança de regime», que se traduz num «retrocesso» ao nível de diversas conquistas de Abril. Fernando Rosas fala em «mercantilização» e «elitização» no acesso ao ensino, afirma que o governo trata as universidades como trata o país e adverte que os cortes

orçamentais podem levar ao encerramento de 80 por cento das unidades de investigação de ciências sociais em Portugal. O 38.º aniversário do 25 de Abril tem um significado especial devido à conjuntura que atravessamos? Acabo de receber a notícia (NDR: A entrevista foi gravada a 23 de Abril) de que

a Associação 25 de Abril não vai estar na cerimónia oficial na Assembleia da República por entender que este governo está a desenvolver uma política contrária aos ideais de Abril. Para além disso, o ex-Presidente da República, Mário Soares, também se solidarizou com esta tomada de posição. Isto para lhe dizer que estamos a assistir no nosso País a uma rotação da governação ao centro e a

uma tentativa de mudar os paradigmas fundamentais da democracia portuguesa. Está em curso um processo político, económico, social e ideológico de mudança do regime. Qual é o objectivo desta «mudança de paradigmas»? A pretexto da crise e do seu necessário combate, pretende-se uma alteração dos

Ana Baião / Expresso H

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alicerces de todos os sectores da sociedade, educação incluída. Alguns dos fundamentos que eram a essência do 25 de Abril estão a ser postos em causa. A própria democracia, creio eu, pode estar ameaçada. Não se trata só de retirar direitos sociais, de fomentar o desemprego, baixar a indemnização por despedimento, de exercer uma brutal punção, directa ou indirecta, sobre os salários, etc. Sem democracia social não há democracia política. Aquilo que se está a passar no domínio da destruição do Estado social e dos rendimentos, vai ter repercussões inevitáveis no funcionamento da democracia política. Isto é uma verdade que se vai verificar, mais tarde ou mais cedo. Consegue apontar alguns sintomas da ameaça democrática de que fala? Fico completamente alarmado com a irresponsabilidade com que se assinou este tratado europeu sobre o equilíbrio orçamental. Este documento passa por cima das competências da Assembleia da República e «desparlamentariza» a República portuguesa. As decisões de um povo soberano representado em S. Bento passam a

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valer nada. Veja que somos obrigados a cumprir um valor de défice que estrangula a economia portuguesa, que a impede de ter um Estado social. Se não cumprirmos, corremos o risco de sofrer multas por parte de um tribunal europeu. Assiste-se a um esvaziamento de competências dos órgãos do estado-nação, precisamente onde nasceu a democracia. O desmantelamento silencioso dos órgãos nacionais vai levar a que dentro de pouco tempo sejamos governados por órgãos supranacionais que ninguém elegeu, coisa que aliás, já se passa. Está a referir-se ao papel da troika e o facto de se imiscuir na nossa soberania? A troika toma, com inteiro à vontade, decisões no plano económico e financeiro que são muitas vezes competências do governo e do Parlamento. E não é só a troika. Neste processo de esvaziamento da democracia são os poderes fácticos, a troika e o governo alemão, a tomar as rédeas. Alguém votou na senhora Merkel ou na troika para governar Portugal? Qual é sua a legitimidade democrática?


Portugal não perdeu a capacidade para se auto-governar? Temos de ser senhores das decisões que tomamos! Não pode ser uma troika, um comando autoritário, não eleito e fáctico, a decidir qual vai ser a política financeira e económica de Portugal. Nunca concordarei com isso, apesar de achar que o nosso país deve estar na União Europa e na moeda única. Há uma tendência para os tecnocratas assumirem o poder, como aconteceu com Monti, em Itália? Essa é a aparência da verdade. Mas não há governos tecnocratas. Oliveira Salazar em 1928 chegou a ministro como um técnico das finanças, era o «mago das finanças», como lhe chamavam. Só que o problema era de solução mais política do que técnica. Os próprios elementos da troika não são tecnocratas, são agentes de políticas muito bem comandadas e orquestradas a partir da Alemanha. Rejeita então que existam soluções técnicas? Completamente. Há diversas formas de reagir à crise. Mas o que temos visto são respostas políticas com impactos muito gravosos ao nível social e com reflexos na qualidade da democracia. O “New Deal” no início dos anos 30 foi uma resposta nova, precursora do “keynesianismo”, e que contrariava completamente o discurso ortodoxo de resposta à crise.

A oposição tem defendido que o governo tem ido para lá da troika. Trata-se de mera submissão ou é calculismo eleitoral? Não é o facto de se ter ido além da troika que está mal, o problema começa logo na aprovação do memorando. O PS está numa espécie de esquizofrenia política: aprovou um documento que é um instrumento central de aplicação da estratégia de austeridade, mas condena o excesso de austeridade. Faço parte de uma corrente de opinião que entende que o memorando de entendimento não devia ter sido aprovado. O documento assinado pelo governo de Sócrates tem na sua génese a destruição da nossa economia, mergulhando o país numa recessão cumulativa, da qual não se sai num estalar de dedos. Qual era a alternativa?

Existiam diversas soluções estratégicas que, passavam, necessariamente por outro rumo para a economia do que o que estamos a trilhar. Vamos demorar, seguramente, largos anos até recuperarmos da recessão profundíssima em que nos encontramos. Vai ser possível evitar um segundo pacote de ajuda financeira? Quando o governo faz mais do que a troika manda está, sobretudo, a antecipar que não vai conseguir cumprir o primeiro programa de ajuda. Não nos podemos esquecer que pouco antes de terminar o primeiro empréstimo o governo terá de pagar uma dívida astronómica em juros compostos. Conseguiremos, algum dia, pagar o que devemos?

CARA DA NOTÍCIA 6 A República e o Estado Novo Fernando Rosas nasceu em Lisboa, a 18 de Abril, de 1946. Licenciou-se em Direito, é mestre em História dos séculos XIX e XX e doutorado em História Contemporânea. Desempenhou um papel muito activo nas lutas académicas. Esteve no Parlamento durante três legislaturas, entre 1999 e 2009, para depois regressar às aulas, na Universidade Nova, onde preside ao Instituto de História Contemporânea. Participou na fundação do Bloco de Esquerda em 1999, cuja Comissão Permanente integrou. Foi candidato à Presidência da República, em 2001, com o apoio do BE. Historiador de créditos firmados, tem como períodos em que se especializou, a República e o Estado Novo. Sobre os políticos diz que «ganhariam muito em conhecer a História» e que «a cultura média dos parlamentares é fraca». Elogios, e rasgados, sobre o nível histórico-cultural de deputados vão para o ex-presidente da AR, Jaime Gama, «um homem culto e sabedor de História». Neste momento é comentador no programa «Prova dos 9», com Santana Lopes e Medeiros Ferreira, emitido semanalmente na TVI24. K

Esta dívida é impagável! Trata-se de outra mistificação. Eu sou subscritor de uma iniciativa cívica que defende a fiscalização da dívida e o que digo é que se deve dizer a verdade, sob pena de entrarmos numa espiral de recessão de onde dificilmente sairemos. Defendo pois uma renegociação da dívida, nos montantes, nos prazos, nos juros, etc. Se não se fizer isto, ficaremos como a Grécia. O governo, mais tarde ou mais cedo, admitirá esse cenário? O governo, com o precioso auxílio da troika, está a disfarçar bem as dificuldades. Agora não diz que não vai cumprir, e só mais tarde argumentará que perante as alterações internacionais foi impossível evitar pedir um novo empréstimo. Mas esse empréstimo terá necessariamente condições e não vai ser dado de borla. Vai tudo recomeçar do zero e o Estado perde a capacidade de criar riqueza. Não vislumbra uma luz ao fundo do túnel? Com franqueza só vejo alguma esperança se nos articularmos internacionalmente com governos em situações semelhantes, como a Grécia, a Espanha e Itália, procurando, deste modo, que os países da dita periferia adquirissem força para renegociar condições. A oportunidade é boa e pode ser melhorada caso François Hollande seja eleito presidente em França (NDR: O candidato socialista venceu a 2ª volta das presidenciais em 6 de Maio). Creio que a renegociação da dívida e a emissão de “eurobonds”, objectivos que considero essenciais, só será possível com a pressão

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Grécia e em Espanha, os ânimos em Portugal permanecem relativamente calmos. Teme que a corda, se esticar mais, pode partir?

contratualizada dos países periféricos e num ambiente de esfriamento do eixo Berlim-Paris. Este governo tem demonstrado capacidade para reformar o país?

A constatação inicial é que a reacção às medidas do governo tem sido moderada. Mas seria uma pura ilusão acreditar que o povo português tem uma característica genética que o faz ser permanentemente manso, ordeiro e pacato, atributos que o Estado Novo gostaria que ele tivesse, com a tal frase do «povo de brandos costumes».

O termo reforma é um eufemismo para não dizer que não se está desmantelar certos sectores. A começar pelo Serviço Nacional de Saúde, tendo como caso vertente a maternidade Alfredo da Costa. O governo cede às parcerias e aos lóbis exercidos pelos privados e cria capacidade excedentária e a valência que encerra é a melhor e mais exemplar maternidade, que agora é chamado «o berço de Portugal». A saúde é hoje um negócio frutuoso para os interesses privados. Isto já para não falar no plafonamento da segurança social, que é uma privatização parcial do sistema de pensões, que vai terminar com uma lógica geracional que existia. E depois, quem tapa o buraco?

Admite o agudizar do grau de confrontação? Tudo depende da relação de forças, da oportunidade e de acumular de tensões. De um dia para o outro, uma circunstância aparentemente secundária, pode originar uma incontrolável explosão em cadeia. Estou em crer que especialmente os trabalhadores por conta de outrem, os principais sacrificados, serão os primeiros a reagir, não só de forma organizada, como de modo inorgânico. A manter-se esta política é quase inevitável. Eu diria mais, é quase necessário.

Ao nível da sua área de actividade, o que gostaria de salientar como alterações de fundo? Há muita coisa a mudar, mas não é para melhor. Pela primeira vez desde que sou professor universitário, há quase 30 anos, constato a realidade intolerável de alunos que não podem cursar as licenciaturas, as pós-graduações, os mestrados e os doutoramentos, por razões de ordem económica. Neste momento há milhares de jovens que se vêem na contingência de abandonar o ensino por insuficiência económica. Pela primeira vez desde a “revolução dos cravos” está a verificar-se uma discriminação económica no acesso ao ensino superior e das pós-graduações. Só os mais ricos e afortunados podem estudar. É a pior face da mercantilização do ensino. O que me entristece é que foi contra isto que lutámos no 25 de Abril. Trata-se, na sua opinião, de um retrocesso? O acesso ao ensino volta a ser, como antes da revolução, uma questão condicionada do ponto de vista da situação de classe de cada um. Está em curso uma elitização do ensino com efeitos destrutivos. Nesse sentido, vejo com uma grande preocupação os boatos que por aí circulam acerca do que poderão ser as políticas do executivo para o ensino superior, nomeadamente no âmbito da investigação. Estou francamente apreensivo. Os cortes orçamentais nas universidades agravam os problemas? Estou preocupado especialmente ao nível da investigação. Oiço dizer que bolsas individuais de doutoramento vão desaparecer, financiamentos plurianuais vão acabar, tudo vai ficar pendurado em projectos que dependerão do mercado da Europa. Se isto for assim, 80 por cento das unidades de investigação das ciências sociais terminam, sofrendo este domínio um golpe tremendo. Com o lamentável prejuízo de uma geração de investigadores que vai ficar pelo caminho. Trata-se de uma realidade exclusivamente nossa? Isso é o que se está a passar em países

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como a Inglaterra e a Itália, em que a desvalorização da investigação nesta área em total, perante uma insensibilidade terrível que existe. Em Portugal, a realidade que melhor conheço, todo o investimento global no ensino e na investigação sofre cortes brutais no orçamento. Tenho dificuldade em prever como é que se vão assegurar os gastos de funcionamento de muitas universidades. Deixe-me ironizar um pouco: numa economia mergulhada na recessão e no atraso, para que é que são precisos diplomados no ensino superior? A maneira como o governo trata a universidade é um complemento da forma como está a tratar o país, destruindo capital humano que a economia não absorve. Isso é um convite indirecto à emigração? Não precisa de assegurar o futuro de uma economia que está reduzida à sua expressão mais simples. O futuro da educação no quadro desta política geral é absolutamente negro. Já para não falar da educação do ensino secundário, onde a política do ministro Nuno Crato é o retorno a todos os lugares comuns do autoritarismo em matéria de pedagogia, infelizmente com alguma popularidade.

Na Europa existe um “exército” de quase 30 milhões de desempregados. Em Portugal, a chaga cresce a olhos vistos, alcançando os 15 por cento. Que esperança podem ter estas pessoas que perderam a noção do seu horizonte? Os frenéticos sindicatos dos professores vão ficar passivos? Os sindicatos não deviam tratar exclusivamente dos problemas sindicais dos docentes, mas ocupar-se também dos problemas da profissão, orientação e estratégia do ensino. A vida dos professores não será fácil se o ensino se transformar num “papaguear” autoritário de objectivos, esvaziando os aspectos progressivos que se tentaram introduzir no ensino. Nuno Crato está a fazer tudo para «fumar o cachimbo da paz» com os docentes? O governo está a ser cuidadoso, mas repare que a concentração dos grupos escolares e a reorganização curricular vai levar ao despedimento, sem dor e sem dar por isso, de milhares de professores. O aumento das turmas também – Estivemos anos a lutar por um limite para as turmas, e agora… Os múltiplos bloqueios ao sistema educativo português devem-se, na sua opinião, a erros de pessoas ou à estrutura burocrática do ministério da 5 de Outubro?

A que se refere em concreto? Os exemplos são diversos e sinistros ao nível da orientação pedagógica, com medidas conservadoras e autoritárias. Exames da quarta classe, por exemplo. Turmas para bons e para maus alunos? Reinstalação do quadro de honra? Métodos de selecção? Tentar assinalar objectivos não por níveis de conhecimento mas por metas curriculares precisas? Confesso que me surpreendeu que a reacção dos professores tenha sido tão tranquila. O governo sabe que se não tocar na questão da avaliação e dos rendimentos dos professores esta classe não vai fazer barulho.

A massificação do ensino, que é indispensável à qualidade, foi feita relativamente há pouco tempo, pouco depois do 25 de Abril. Houve barreiras para ultrapassar: Demasiados professores impreparados, instalações incapazes de albergar um “mar” de gente e currículos que pertenciam ao passado e tinham de ser adaptados. Isto era o baixo nível geral, em todos os campos. Compatibilizar a quantidade com a qualidade é um trabalho prolongado e difícil. Considero o grande desafio democrático para o ensino. Ao contrário do ambiente que se vive na

Um povo de 10 milhões de pessoas que tem mais de 1 milhão de desempregados, com a particularidade de mais de 30 por cento serem jovens, é um factor brutal de desestruturação das relações sociais, com consequências, mesmo ao nível psíquico e de mau estar social, imprevisíveis. Metade destes desempregados não têm subsídio e o RSI vai ser reduzido. Vão ser criadas legiões de gente sem trabalho e sem subsídio. Como é que esta gente vai reagir socialmente? O fosso social cava-se ainda mais e a classe média está esfrangalhada. Será inexorável pensar que os ricos serão mais ricos e os pobres mais pobres? As estatísticas demonstram que à medida que aumentam as curvas ascendentes da crise, são absolutamente paralelas com as curvas ascendentes de enriquecimento das classes superiores e com o declínio das camadas intermédias e inferiores. O agravamento da crise acentua o ângulo de distância entre ricos e pobres. Há um processo de concentração de riqueza nas mãos de uns, e um processo de depauperização nos outros. Na crise de 1929 passou-se isto e na actual crise, desde 2008 a esta parte, está-se a passar rigorosamente o mesmo. O que significa que se cria um ambiente de polarização social sem solução à vista. Um cenário de pré-guerra. Estou em crer que a Europa, sobretudo a periférica, pode estar nas vésperas de grandes convulsões sociais e políticas. A saída de alguns desses países periféricos do euro pode ser uma bola de neve? Isso é uma possibilidade de consequências imprevisíveis. A desvalorização dos rendimentos do trabalho será brutal. O que vai acontecer politicamente? Sem políticas de


emergência a nível europeu que permitam gerir a dívida de uma maneira razoável estes cenários têm alguma margem de probabilidade de acontecer.

e grande parte da agricultura e o aparelho produtivo também foi menosprezado, investindo-se preferencialmente em imobiliário e nas auto-estradas. Enchemos os bolsos aos interesses ligados à construção civil, à banca e aos seguros, criou-se emprego, gerou-se rendimento, mas não foi sustentado. A bolha rebentou e aqui estamos.

Foi um dos 80 historiadores que subscreveu uma carta aberta à presidente da Assembleia da República contestando o fim dos feriados do 5 de Outubro e do 1 de Dezembro. Como historiador e cidadão que opinião tem? São dois feriados de grande significado histórico e de identidade social, que não faz sentido algum eliminar. A identidade faz-se de feriados, de bandeiras e de símbolos. O 1.º de Dezembro é a independência do país. E quer-se acabar com isto numa altura em que a soberania está a ameaçada. E o 5 de Outubro? Gastou-se milhões há dois anos com o centenário da Republica e agora acaba-se? Nem o Salazar mexeu no feriado da República. Como jovem estudante apanhei muita pancada nas celebrações do 5 de Outubro. A insensibilidade social e política deste governo é chocante. Se os actuais governantes soubessem alguma coisa de História jamais lhes passaria pela cabeça proibirem esses dois feriados, a não ser por pura provocação política. O argumento da produtividade não colhe? Associar os feriados aos ganhos de produtividade é uma completa falsidade. Esta atitude do executivo faz parte de uma política para dobrar, vexar e castigar o trabalho. No fundo, mostrar quem manda. Foi um conhecido militante antifascista e como historiador o Estado Novo é o período que tem estudado mais de perto. Como interpreta as manifestações, aqui e ali, de saudosismo de Salazar? Nos períodos de crise, em que as pessoas passam mal, a nostalgia e a mistificação do passado como tábua redentora é

É capaz de apontar o dedo a alguém ou a alguns protagonistas da nossa história recente?

frequente, não só aqui, mas em toda a Europa. Na própria Europa de Leste há fenómenos do mesmo tipo, com nostalgia do tempo em que a vida era segura, existia emprego estável, etc. Preocupa-o o sucesso de vendas de qualquer publicação ou notícia jornalística relacionada com Salazar e o Estado Novo? Isso não é de agora. O período salazarista sempre foi alvo de uma grande curiosidade por parte do povo português, bem como a história da República. Salazar sempre vendeu, agora há estilos mais inomináveis, puro «trash», relacionados com a vida privada do antigo Presidente do Conselho. A adesão à União Europeia e a entrada na moeda única foram dos marcos mais importantes na história contemporânea portuguesa. O sonho pode virar pesadelo? Está a confirmar-se que a adesão ao euro foi um erro fatal. Quanto às ajudas financeiras, os fundos europeus, traduziramse naquilo a que os economistas chamam de «modernização conservadora», ou seja, não sustentada. Destruímos as pescas

As elites que emergiram do 25 de Novembro – ou seja, da normalização da democracia, falharam na sua tentativa histórica de modernizar o país. São elites que se resumem às governações do bloco central, alternância ao centro entre PS e PSD, e de vez em quando com o CDS. Estes políticos e estas políticas fracassaram. É necessário criar condições para surgir uma alternativa à esquerda, capaz de avançar com um novo modelo de desenvolvimento. Para começar, conquistando a confiança dos portugueses. Esteve três legislaturas na Assembleia da República como deputado. Como explica que o nível de credibilidade dos parlamentares tenha descido tão baixo? O discurso medíocre e oportunista contra os políticos, a política e o Parlamento em geral, é protofascista e contra a democracia. Há deputados bons e maus, como em tudo. Também aqui a solução para o problema reside na politica, nos partidos e nos protagonistas políticos. As diatribes contra as políticas e os políticos, em geral, são anti-democráticas e populistas. É uma crítica fácil K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H   

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Ramalho Eanes, doutor Honoris Causa pela UBI

Educação é fundamental 6 O antigo Presidente da República Ramalho Eanes, foi distinguido com o doutoramento Honoris Causa da Universidade da Beira Interior. A cerimónia ocorreu durante a sessão solene, que teve lugar no passado dia 30, dos 26 anos da UBI. Tendo como padrinho o escritor e ensaísta Eduardo Lourenço, Ramalho Eanes foi distinguido na universidade da sua província e fez questão de frisar isso mesmo. A atribuição do grau de doutor Honoris Causa ao antigo presidente da República foi o momento alto das comemorações do 26º aniversário da UBI. Depois de ouvir Eduardo Lourenço, que num texto à sua imagem falou de Ramalho Eanes, mas também do país e dos desafios que este deve enfrentar, o antigo Presidente da República sublinhou o papel que a educação deve ter no nosso país. Na sua perspectiva é importante que as medidas de austeridade aplicadas em Portugal não prejudiquem a área da Educação.”Em tempos de crise, as dificuldades estendem-se a todas as actividades públicas, nomeadamente à Educação. Mas é necessário que as medidas de austeridade não prejudiquem a coerência estratégica de desenvolvimento da Educação, para que o país tenha futuro”.

Ramalho Eanes destacou o papel que a instituições de ensino superior devem ter nesta matéria. “Num mundo cada vez mais globalizado e incerto, as universidades devem contribuir para transformar o risco em oportunidades”, disse. O antigo Presidente da República foi mais longe e aludindo à história europeia, lembrou que a “qualificação do capital humano é indispensável para a produção de riqueza, mas também para a concretização da equidade social”. Para que isso seja alcançado é necessário um sistema educativo competente. Mas é necessário também que se qualifique a juventude. A este propósito Ramalho Eanes considerou que “não há go-

verno nenhum que não tenha que ter esta preocupação”. Natural de Alcains, concelho de Castelo Branco, Ramalho Eanes ficou com a voz embargada quando recordou os pais e as mais “profundas e gratas memórias do seu chão, que o homenageava”. Sobre a sua terra, o antigo Presidente da República diz sentir que “se procura o futuro, que há empenhamento nisso, o que naturalmente é gratificante”. Uma ideia partilhada com a própria Beira Baixa, a qual “teve índices de desenvolvimento notáveis. Não há semelhança nenhuma, em qualquer aspecto que seja, entre aquilo que era no meu tempo e aquilo que é hoje”. K

Aniversário da UBI

Ensino atribui bolsa

6 O aniversário da UBI ficou ainda marcado por distinguir os melhores alunos da instituição. O Secretário de Estado do Ensino Superior, João Queiró, e o reitor da UBI, entregaram as bolsas do Estado aos melhores alunos. O Ensino Magazine, através do seu director, João Carrega, entregou um prémio de mérito a uma das melhores alunas da UBI. A atribuição deste tipo de prémios monetários a alunos de instituições de ensino superior parceiras do Ensino Magazine, faz parte da componente social do Ensino Magazine, o qual tem permitido distinguir os esforço Publicidade

dos alunos de universidades e politécnicos de Norte a Sul do país. Ao longo da tarde outras instituições e empresas se as-

sociaram ao evento, atribuindo também as suas bolsas de mérito. Também os funcionários mais antigos da UBI foram distinguidos pela universidade. K

Investimento de 2,5 milhões

UBI Medical abre em 2012 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) vai abrir até ao final do ano o UBI Medical, parque de ciência e tecnologia na área da saúde e medicina, anunciou o reitor da instituição, João Queiroz. O UBI Medical vai ocupar 3.000 metros quadrados junto à Faculdade de Ciências da Saúde, na Covilhã, e representa um investimento de 2,5 milhões de euros, cujas obras já arrancaram. O novo espaço vai incorporar “as vertentes de investigação e transferência de conhecimento, com ligação privilegiada às instituições da região”, destacou João Queiroz durante a cerimónia do 26.º aniversário da UBI. Uma das principais missões do UBI Medical será o de criar novas empresas e inovação na área da medicina, através da “incubação de projectos de vá-

rios parceiros” do programa estratégico Inovida. O Inovida envolve autarquias, organismos de saúde e instituições de ciência e tecnologia dos concelhos de Abrantes, Guarda, Covilhã e Castelo Branco. João Queiroz acredita que o UBI Medical vai conseguir “captar investimento nacional e estrangeiro” e “fixar recursos humanos qualificados” na região. O responsável máximo pela UBI garantiu que a estrutura estará “em linha com as melhores práticas europeias” e levará a “resultados concretos na ligação às comunidades científicas e empresariais”. A UBI celebrou dois protocolos para reforço da formação em Medicina, um com o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/ Espinho e outro com o Centro Hospitalar da Cova da Beira. K

Investigação Criminal

UBI na frente 6 O grupo de Biotecnologia e Ciências Biomoleculares do Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior ganhou o prémio de melhor trabalho apresentado no III Congresso de Investigação Criminal – “Novas Perspectivas e Desafios”, organizado pela Polícia Judiciaria e pela Universidade de Coimbra. O Congresso distingui o trabalho da área de toxicologia feito na Covilhã. As análises de detecção das novas drogas não são novidade, mas os resultados demoram pelo menos duas horas a sair e exigem grandes quantidades de amostras biológicas. Agora, os investigadores desenvolveram um novo método que permite identificar a presença das chamadas designer drugs no organismo huma-

no em apenas 15 minutos. O estudo, inédito a nível internacional, consiste na aplicação da micro extracção com uma seringa empacotada - uma técnica criada em 2004 e em franca expansão na preparação de amostras. Até agora as análises usaram amostras de cabelo e sangue, mas o novo método só exige uma pequena amostra (100 microlitros) de urina. O “Novel and rapid method for the determination of piperazine-type drugs in biological specimens using miniaturised extraction techniques” foi realizado por IED Moreno, BM da Fonseca, M Barroso, JA Queiroz, S Costa, E Gallardo, investigadores do CICS, em parceria com o Serviço de Toxicologia Forense do Instituto Nacional de Medicina Legal da Delegação do Sul. K

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Bolsa para a UBI

preendedora, o evento terá lugar no Anfiteatro da Parada, Pólo I da UBI, entre as 10 horas e as 18h30. Estarão presentes na iniciativa, Daniel Bessa, presidente da COTEC, Norberto Pires, presidente da CCDRC, José Gomes Mendes, vice-reitor de Inovação e Empreendedorismo da Universidade do Minho, e João Nuno Serra, CEO da Enforce, entre outros. K

Negócios no Minho

T Manuel Carlos Lemos, director do doutoramento em Medicina da Universidade da Beira Interior, acaba de receber uma bolsa atribuída pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) para investigar as causas genéticas da Diabetes. A “Bolsa Nuno CasteloBranco / SPD / Lilly Portugal”, no valor de 10 mil euros, foi atribuída durante o 10º Congresso Português de Diabetes, realizado em Março. O projeto “Diabetes monogénica: da clínica à compreensão da sua etiopatogenia”, será executado no Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS) da Faculdade de Ciências da Saúde. K

T A Universidade do Minho vai lançar em setembro um mestrado em Direito dos Negócios Europeu e Transnacional, com uma abordagem inovadora no país. O curso atribui o grau em 12 meses, tem cadeiras e exames em contínuo, é lecionado em inglês, conta com professores de quatro continentes e alia uma formação tradicional sólida a mais de 20 seminários temáticos e ao contexto das economias emergentes. Os futuros graduados estarão prontos para negociar em qualquer parte do mundo e alavancar a economia “made in” Portugal, garante o diretor do mestrado, João Sérgio Ribeiro. K

crescer em Angola

Católica Braga coopera

T Uma tese de doutoramento apresentada na Universidade da Beira Interior estudo o crescimento da língua portuguesa em Angola. Domingos Nzau apresentou a tese de doutoramento intitulada “A língua portuguesa em Angola – um contributo para o estudo da sua nacionalização”. O autor contextualiza as suas teorias no facto de “até à véspera da independência de Angola em 1975, a maioria da população, principalmente no interior, pouco falava o português”. Todavia, desde então, “o português tem vindo a conhecer uma expansão territorial, cuja dinâmica aponta para um carácter irreversível”. Domingos Nzau constatou o aumento do número de falantes não maternos. “Estima-se, em consequência, que, num futuro breve, o português se possa colocar na posição de uma das línguas maternas mais importantes de Angola a nível global e mesmo quantitativamente”. K

T A Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Católica – Braga, conjuntamente com uma série de entidades lideradas pela Xunta da Galicia, está a desenvolver o Projeto Coopera + (Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha – Portugal), através do qual se procuram promover ações conjuntas de diversificação e de consolidação do tecido produtivo das sociedades cooperativas, no espaço transfronteiriço Galiza – Norte de Portugal, incentivando assim a cooperação empresarial e a modernização do modelo social. K

UBI Scientia 2012 T A Universidade da Beira Interior, através do Instituto Coordenador da Investigação, vai realizar no próximo dia 31 de Maio, quinta-feira, o UBI Scientia, Workshop de Ciência, Tecnologia e Inovação da Beira Interior, edição 2012. Sob o tema Ideias inovadoras para uma universidade em-

Observatório de Sistemas de Informação da Saúde

Professor da UBI dirige 6 Joel Rodrigues, professor do Departamento de Informática da Universidade da Beira Interior, é o novo presidente do Observatório Académico de Sistemas de Informação de Saúde (OASis), cargo que desempenhará até 2013, sendo eventualmente renovável. O novo organismo foi criado pelo Ministério da Saúde no âmbito da Comissão para a Informatização Clínica e irá “identificar e agrupar a inovação criada no seio do sistema científico nacional e promover a partilha de conhecimento e cooperação científica e tecnológica com o Serviço Nacional de Saúde, fomentando a disseminação e utilização de soluções inovadoras na

informatização clínica das unidades de saúde”. Joel Rodrigues é ainda responsável pelo grupo de investigação Next Generation Networks & Applications Group, do Departamento de Informática da UBI e da delegação do Instituto de Telecomunicações, na Covilhã. Tem vindo a desenvolver um vasto conjunto de projectos científicos e estudos na área das tecnologias para a saúde. O Observatório pretende também “identificar os grupos de investigação do sistema científico nacional, realizar acções de formação e esclarecimentos, cursos, workshops e campanhas de sensibilização, bem como, promover a realização

de eventos científicos e tecnológicos, promovendo a discussão, partilha e promoção da constituição de uma plataforma de dados de saúde”. Segundo os responsáveis do ministério da tutela, este observatório promove a cooperação e intercâmbio entre investigadores, fomentando redes de universidades, institutos politécnicos e unidades de saúde colocando a inovação científica e tecnológica ao serviço da melhoria da qualidade da prestação dos serviços de saúde, melhoria do desempenho da actividade do profissional de saúde e benefícios para o utente. K Eduardo Alves _

Internacionalização

Comunicar em Lisboa

UBI dá mais um passo

T O Grupo de Trabalho de Jovens Investigadores em Ciências da Comunicação da Sociedade Portuguesa de Comunicação organiza a Escola de Verão da SOPCOM, que decorre, de 9 a 13 de Julho, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa. Subordinada ao tema Metodologias de Investigação em Ciências da Comunicação, conta com a participação de conceituados investigadores na área. O programa conta com sessões que abordam os mais diversos métodos de investigação, nomeadamente a realização de inquéritos, a análise crítica do discurso, a análise de redes, entre outros. K

6 Debater a temática das fronteiras e a segurança dos espaços territoriais dos vários países foi um dos principais motes da conferência “Fronteiras da actualidade”, que decorreu no pólo IV da Universidade da Beira Interior no início de Maio. O evento, preparado em conjunto pela universidade e pelo Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF foi a primeira de um conjunto de actividades que as duas organizações vão realizar. Este tipo de iniciativas faz parte de um vasto leque de actividades que a academia vai agora concretizar e são a parte mais visível do protocolo de cooperação assinado no a 30 de Abril, aquando da come-

moração dos 26 anos da Universidade. Segundo João Queiroz, reitor da universidade, “um dos objectivos globais desta iniciativa passa pelo apoio à internacionalização da academia”, pois “a UBI tem vindo a dar passos largos neste sentido e está numa forte posição de captar alunos estrangeiros, nomeadamente em países, como o Brasil e Angola”. Na conferência, que contou com a presença de Manuel Paios, director nacional do SEF, foi apontada a criação de “Via Verde” para este tipo de burocracias, inerentes à deslocação de pessoas entre vários países e continentes. Pedro Guedes de Carvalho, presidente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

aponta para a urgência deste serviço que pode ser visto como uma diferença positiva da UBI em relação às demais universidades. Manuel Paios, director do SEF, mostrou-se aberto a esta ideia, até porque, “a ligação à instituição de ensino superior serve para alcançar dois dos nossos principais objectivos, que passam pela aproximação à sociedade civil e também a uma maior troca de saberes”. Um dos pontos abordados neste evento e que fazem parte do protocolo institucional passa efectivamente por este tipo de meta. Ter um apoio técnico e científico na UBI, para reforçar as decisões e metodologias do SEF. K

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Sociedade Europeia de Traumatologia Desportiva

Português preside

6 João Espregueira Mendes, professor da Escola de Ciências da Saúde e investigador do Grupo 3B’s, ambos da Universidade do Minho, é o novo presidente da European Society of Sports Traumatology Knee Surgery and Arthroscopy (ESSKA). Trata-se do primeiro português a ocupar o mais importante cargo europeu na área da traumatologia desportiva, que tomou posse no 15.º Congresso da ESSKA, em Genebra, na Suíça. “Esta eleição é o reconhecimento da escola de traumatologia desportiva do Norte de Portugal, confirmando a sua tradição e valor, os trabalhos científicos e a qualidade do apoio médico a atletas de alta competição”, sublinha João Espregueira Mendes. Com mandato de dois anos, o responsável de 52 anos pretende fortalecer a união ibérica na área, a relação com os países da América Latina e, sobretudo, criar uma porta aberta para a melhoria da formação dos médicos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). O novo presidente da ESSKA fez o internato com 20 valores,

foi o mais jovem doutorado em Ortopedia no país, é professor nas universidades do Minho e Porto, cirurgião no Hospital de Santa Maria, director clínico da clínica com o seu nome e recrutado com frequência pelos EUA. Criou o processo cirúrgico inovador de enxertar na articu-

Portucalense forma em Direito

lação do joelho uma cartilagem retirada da cabeça do perónio e, na Suíça, está a lançar um equipamento pioneiro para lesões de ligamentos do joelho, que faz a triagem entre as pessoas que precisam de ser operadas e as que necessitam de fisioterapia. K

Carros movidos a hidrogénio

Futuro presente em Aveiro 6 Chama-se nanocomposito de grafeno-zeolite com níquel e é um material desenvolvido pela primeira vez no Centro de Tecnologia Mecânica e Automação do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Aveiro (UA). É com este novo composto que um grupo de investigadores quer revolucionar o mundo dos transportes, extinguindo a necessidade do consumo de petróleo ao substitui-lo por hidrogénio. Se até hoje nenhum material provou ser suficientemente seguro, leve e barato para poder armazenar hidrogénio nos veículos, tornando esta fonte de energia limpa e inesgotável acessível a todos os condutores, o nanocomposito de grafeno-zeolite com níquel tem passado com distinção essas barreiras. “O armazenamento de hidrogénio a bordo de um veículo tem encontrado enormes obstáculos devido ao volume que o depósito tem de possuir para, de uma forma segura, pois o hidrogénio é altamente explosivo, dar ao motor uma boa autonomia», explica a investigadora Elby Titus, do De-

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partamento de Mecânica e coordenadora da investigação. O recém descoberto material, desenvolvido pela equipa de Elby Titus, permite um maior armazenamento de hidrogénio e, por isso, uma performance melhor dos veículos. «A vantagem deste compósito é que absorve as moléculas de hidrogénio. Pode por isso ser colocado num reservatório onde, em contacto com o hidrogénio, o absorve e

Academia e advogados apoiam-se

o integra da sua estrutura molecular, libertando-o posteriormente conforme as necessidades do veículo», explica a investigadora. O projeto, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, termina em 2013. Até lá a cientista espera poder “dar o melhor à Humanidade e à Natureza”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

6 A Universidade Portucalense acaba de anunciar a celebração de mais uma parceria na área do Direito, mais concretamente com a da sociedade F. Castelo Branco & Associados, que se junta a outras quatro sociedades no sentido de lançar novas formações em Direito das Garantias e em Direito fiscal. Para a formação aplicada em Direito Fiscal, que avançou este mês e de centra no estudo das matérias desta área tanto a nível nacional como no plano internacional, a Portucalense assegurou a cooperação das sociedades de advogados Jorge Carneiro & Associados e a Nuno Cerejeira Namora, Pedro Marinho Falcão & Associados. Já para a formação em Direito das Garantias, cuja primeira sessão decorreu a 12 de Maio, o Departamento de Direito contou com a colaboração das sociedades F. Castelo Branco & Associados, Miguel Veiga, Neiva Santos & Associados e Cuatrecasas, Gonçalves Pereira. “Ambos os cursos foram Publicidade

especificamente estruturados para proporcionar a advogados, juristas, juristas de empresa, solicitadores, consultores, empresários, gestores e administradores a aquisição e aprofundamento de conhecimentos nas respectivas áreas”, adianta Maria Manuela Magalhães Silva, directora do Departamento de Direito. Aquela responsável sublinha a importância estratégica das parcerias celebradas com as cinco sociedades de advogados. “É essencial assegurar que a frequência destas formações resulta numa aproximação efectiva à realidade que se verifica no mercado de trabalho e essa credibilidade e segurança advém da colaboração estreita com algumas das mais conceituadas sociedades de advogados da nossa praça”, reitera. As formações em Direito Fiscal e Direito das Garantias terão uma duração total de 40 horas e de 36 horas, respectivamente, e serão ministradas em horário pós-laboral, às sextas-feiras e sábados. K


Tic e Educação

Congresso em Lisboa 6 O Instituto de Educação da Universidade de Lisboa vai organizar o Congresso Internacional TIC e Educação nos dias 30 de Novembro, 1 e 2 de Dezembro de 2012, em Lisboa, com o objectivo de contribuir para uma melhor compreensão dos fenómenos educativos e processos formativos e para a melhoria da qualidade da educação e formação. Com o mote “Em Direcção à Educação 2.0” este congresso, o segundo do género, reunirá especialistas nacionais e internacionais na área das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) e Educação que trarão, durante os três dias de trabalho, os contributos mais actuais e de relevância científica única neste domínio. O congresso internacional “Em Direção à Educação 2.0” será uma oportunidade para efectuar o balanço do estado de arte, de modo a identificar problemáticas futuras, apontar soluções e caminhos, potenciando o crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional dos intervenientes. K

Cooperação na UTL

Bolsas de Estudo na mira 6 A Universidade Técnica de Lisboa acaba de estabelecer parcerias com a Fundação do Gil e a Associação de Imigrantes Guineenses dos Amigos a Sul do Tejo, que visam a participação de jovens das instituições nas actividades, a atribuição de bolsas de estudo e uma acção de recolha de material escolar e bens alimentares não perecíveis. A iniciativa está inserida no evento Verão na Técnica, decorrerá nas duas primeiras semanas de Julho, e inclui ainda uma recolha de material escolar, livros e géneros alimentícios de duração prolongada para entrega à instituição. A par desta acção, a universidade irá atribuir duas Bolsas de Estudo a dois alunos do grupo do 8º e 9º ano, indicados pela IPSS. De igual forma, dois alunos do grupo do 10º – 11º anos serão indicados para participar no ‘Verão na Técnica’ pela Associação de Imigrantes Guineenses dos Amigos a Sul do Tejo, que orienta, medeia e facilita a resolução dos problemas e constrangimentos que se colocam aos imigrantes aquando da chega-

Nova e BPI estabelecem parceria

da a Portugal. Verão. Entre os dias 2 a 6 e 9 a 13 de Julho, a UTL promove, em articulação com as suas 7 Escolas – Faculdade de Medicina Veterinária, Instituto Superior de Agro-

nomia, Instituto Superior de Economia e Gestão, Instituto Superior Técnico, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Faculdade de Motricidade Humana e Faculdade de Arquitectura – a 2ª Edição do Verão na Técnica. A iniciativa visa proporcionar a alunos que vão frequentar no próximo ano lectivo os 8º e 9º anos do 3º ciclo e 10º, 11º e 12º Anos do Ensino Secundários a oportunidade de conhecer e experimentar o ritmo e o espírito da vida académica nas suas mais variadas facetas. Durante as suas semanas em que decorre a iniciativa os alunos terão a oportunidade de participar em múltiplas actividades de carácter científico (palestras, experiências, visitas e workshops), lúdico e desportivo, preparadas por um conjunto de professores da instituição. Diariamente, os jovens serão acompanhados por alunos da Universidade que ajudarão a resolver os desafios colocados, responderão às dúvidas e levarão os jovens a conhecer as instalações, mostrando-lhes como é a vida universitária. K

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Um banco na Academia 6 A Nova School of Business and Economics e o BPI estabeleceram uma parceria que institui o banco como corporate partner do Nova Finance Center, o centro de conhecimento da área de finanças onde se desenvolvem as actividades de investigação, formação e prestação de serviços à comunidade empresarial na área de finanças. Esta colaboração assume diversas vertentes incluindo formação na área de finanças, organização de conferências, realização de projectos de consultoria e recrutamento de alunos do Mestrado em Finanças da Nova.

Está desde já prevista a realização de uma conferência anual que engloba a apresentação de estudos académicos por reputados investigadores internacionais e ainda um painel de debate que contará com a presença de investigadores e profissionais da área. Os alunos de Mestrado em Finanças terão anualmente a oportunidade de ser seleccionados para integrar uma equipa de consultoria que desenvolverá um projecto com o objectivo de apresentar soluções e resolver problemas concretos que se colocam ao BPI. K

Competição Nacional de Engenharia

Algarve vence

6 Os alunos de engenharia Eléctrica e Electrónica da Universidade do Algarve acabam de vencer, pelo segundo ano consecutivo, a categoria de Team Design da Competição Nacional de Engenharia, organizada pelo Board of European of Students of Technology. A Competição Nacional de Engenharia, eliminatória nacional da European BEST Engineering Competition (EBEC), teve lugar na Universidade Nova de Lisboa, onde seis das melhores universidades do nosso país competiram nas categorias de Team Design e Case Study: Universidade do Por-

to, Universidade de Aveiro, Universidade de Coimbra, Instituto Superior Técnico, Universidade Nova de Lisboa e Universidade do Algarve. Artem Yultyyev, Micael Martins e João Sardo aliaram de forma criativa o seu conhecimento à prática, assegurando a vitória na categoria de Team Design. Com esta vitória garantem a presença na EBEC, que terá lugar em Zagreb, Croácia, de 1 a 11 de Agosto, onde irão representar Portugal, concorrendo contra 104 dos melhores estudantes de engenharia da Europa, num total de 35 nacionalidades diferentes. K

www.ensino.eu MAIO 2012 /// 09


Castelo Branco

Feira anima Agrária 6 A Escola Superior Agrária de Castelo Branco aproveitou a realização da tradicional romaria da Nossa Senhora de Mércoles para promover a 2ª edição da Agro Agrária, a Feira de Agricultura e das Actividades Agrícolas. Pela Quinta da Senhora de Mércoles passaram, no final de Abril, produtores e empresas que prestam serviços na área agrícola. O objectivo principal foi o de divulgar a escola “e permitir que as famílias possam contactar informalmente com a agricultura, os animais e os agentes económicos do sector”, explicou Celestino Almeida, o director da Escola Superior Agrária de Castelo Branco.

Para os alunos que frequentam a escola é também uma oportunidade para ver

o que fizeram aqueles que já passaram por lá. Segundo o director “grande parte dos

expositores são antigos alunos da escola”. Celestino Almeida espe-

ra que o anunciado arrendamento de terras a jovens agricultores, anunciado pelo Ministério da Agricultura, venha dinamizar o sector. “A escola estará disponível para formar e acompanhar todos esses novos ou potenciais agricultores”, garante Celestino Almeida. A directora regional de Agricultura e Pescas do Centro considera a feira importante numa altura em que o ministério vai colocar a concurso seis blocos na zona de Idanha-a-Nova, num total de 317 hectares. A disponibilização de terrenos, diz Adelina Martins, tem como objectivo “que se instalem jovens que vejam um futuro na agricultura”. K

Exames gratuitos

Escola de Saúde faz rastreio

6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), através da sua escola Superior de Saúde, está a promover, desde o dia 2 de Maio, um rastreio gratuito ao cancro colo-rectal, informou o presidente do IPCB, Carlos Maia. O rastreio é gratuito, tem um limite de 100 pessoas, e é efectuado através da pes-

quisa de sangue oculto nas fezes. Carlos Maia explicou que o rastreio é aberto a pessoas com idade entre os 45 e os 75 anos e com ausência de patologia oncológica conhecida. A iniciativa insere-se no âmbito da área científica de Análises Clínicas e de Saúde Pública - laboratório de Microbiologia Clínica e é coor-

denada pelos docentes Francisco Rodrigues, Ana Santos, Sílvia Beato e Tiago Barata e pelos alunos Elsa Alves, Hugo Geraldes e Matilde Gonçalves. A marcação do rastreio pode ser feita presencialmente, na escola, ou através dos contactos: 272340560 e franciscobrodrigues@ipcb. pt. K

ESACB

SIG em encontro 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) realizou, nos passados dias 17 e 18 de Maio, o III Encontro em Sistemas de Informação Geográfica (SIG). O encontro decorreu na Escola Superior Agrária de Castelo Branco e pretendeu divulgar a aplicação das tecnologias SIG nas áreas do ambiente, floresta, agricultura, protecção civil e ordenamento do território. Participaram no evento 30 oradores, que apresentaram trabalhos inovadores na área dos sistemas de informação geográfica. O evento foi organizado pela comissão científica do curso de Mestrado SIG - Recursos Agro-Florestais e Ambientais. K

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Jornadas de Radiologia

Debate internacional 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), através da sua Escola Superior de Saúde, organizou nos dias 18 e 19 de Maio, as II Jornadas de Radiologia. O evento teve como tema “Prática Clínica, Ensino e Investigação” e decorreu no auditório da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco. Participaram no evento investigadores e profissionais

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de mérito nacional e internacional. As jornadas tiveram como objectivo promover o debate sobre o diagnóstico por imagem, perspectivando os desafios futuros induzidos pela crescente inovação tecnológica. Com as jornadas, o IPCB pretendeu “divulgar o campo de acção da radiologia no âmbito da Investigação na Escola Superior de Saúde”. K


Castelo Branco

EST e Amato foram ver as estrelas 6 Cerca de quatro dezenas de pessoas participaram, na noite de 4 de Maio, numa iniciativa organizada pela Escola Superior de Tecnologia, a Escola Secundária Amato Lusitano e o Centro Ciência Viva de Constância, com o objectivo de contribuir para uma divulgação mais ampla da astronomia na cidade de Castelo Branco. O Centro Ciência Viva de Constância deslocou para o campo de futebol da ESTCB dois telescópios de grande abertura com os quais foi possível observar em detalhe as crateras da Lua e os planeta Vénus (que tem fases como a Lua) e Saturno. Depois da observação, o auditório da ESTCB acolheu os participantes numa palestra mais teórica. Paulo Marques, docente da ESTCB, fez uma introdução sobre o universo visto às várias escalas, enquanto António Paralta, professor da ESAL fez uma apresentação sobre instrumentos e técnicas de observação com demonstração prática de diferentes tipos de telescópios. Por fim, o Astrónomo Nuno Milagaia, ex-aluno da Escola Superior de Educação provocou a audiência com a constatação de que os signos do zodíaco já não correspondem, nos dias de hoje, às constelações que o Sol atravessa, concluindo que base da Astrologia não tem fundamento científico. K

I Festival Chás e Ervas do Mundo

Politécnico de Beja parceiro 6 O Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) associou-se ao I Festival de Chás e Ervas do Mundo, contribuindo com exposições, workshops, oficinas, entre outras iniciativas, que decorrem até 20 de Maio. O evento inclui uma exposição de Ilustração e Infografia de Plantas Aromáticas e Medicinais (PAM), criada pelo Laboratório de Arte e Comunicação Multimédia (Lab-ACM), em parceria com o Museu Botânico e o Centro de Biotecnologia do Alentejo, com o intuito de mostrar um conjunto de trabalhos de foro patrimonial sobre Plantas Aromáticas e Medicinais. Esta exposição tem como objectivo dar a conhecer o arquivo multimédia de espécies endógenas do Baixo Alentejo. A iniciativa integrou ainda uma oficina de Cosmética para alunos do PréEscolar, com a orientação do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-alimentar do Baixo Alentejo e Litoral. Os alunos terão a oportunidade de aprender a criar novos produtos, como sabonetes e cremes de mãos à base de plantas aromáticas e medicinais na Oficina de Cosmética. As experiências adquiridas são uma

mais-valia para estes alunos, podendo a partir daqui criar os seus próprios produtos, num conceito de aprender fazendo. Finalmente decorre uma Oficina de Especiarias, no Museu Botânico, que conta com amostras de dezenas de especiarias onde serão apresentadas as

consideradas principais, que fazem parte dos mercados internacionais. Nas instalações do Politécnico está ainda patente uma exposição do fotógrafo Francisco Pardal, cuja organização é da responsabilidade da Universidade Sénior. K

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Cereais em Beja

Beja promove azeite

T O Centro de Experimentação Agrícola da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Beja e a empresa Manuela Varela Consultoria Agrícola, em colaboração com diversas empresas, realizaram a 1ª. Mostra Técnica em Cereais, nos dias 8 e 9 de Maio, em Beja. Esta mostra foi dirigida a agricultores e a técnicos agrícolas e pretendeu mostrar algumas das respostas das empresas para questões relacionadas com a produção e a proteção dos cereais. K

T No âmbito do Projecto I2TEP (Investigación y Transferencia Transfronteriza España-Portugal), Sub-projecto OLITRACE 2 “Estudio de la trazabilidad integral de los aceites de oliva vírgenes del Suroeste Ibérico”, vai realizar-se no dia 22 de Maio, no Auditório I do IPBeja, o Colóquio “Azeite virgem: origem e qualidade”. Este colóquio resulta de uma parceria entre o Instituto Politécnico de Beja, a Universidade de Huelva, o Instituto de la Grasa e a Universidade do Algarve. K

Gerir piscinas em Torres Novas

24 Horas de Logística

T O curso de licenciatura em Educação Física, Desporto e Lazer da Escola Superior de Educação de Torres Novas vai organizar, a 25 de Maio, a conferência Gestão de Recursos em Piscinas através da Qualidade, que conta com a presença de Pedro Mortáguas Soares, presidente Associação Portuguesa de Técnicos de Natação, e de Diva Cobra, vice-presidente associação Portuguesa de Técnicos de Natação. A conferência decorre no Anfiteatro da escola, a partir das 21 horas. A entrada é livre, porém com inscrição obrigatória (espaço limitado a 140 lugares). K

T Viana do Castelo é o destino escolhido para acolher a 7ª edição do evento formativo 24 Horas de Logística, a decorrer a 2 e 3 de junho, no Pavilhão Gimnodesportivo de Santa Maria Maior. As 24 Horas de Logística são um evento formativo, de carácter experiencial, focado na gestão de equipas logísticas. Esta iniciativa, que decorre em contexto real durante 24 horas ininterruptas, visa testar tanto a destreza física como intelectual dos participantes, colocando à prova as capacidades relacionais, através de desafios alusivos à área funcional da logística e distribuição. K

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Odissea – Tourism & Ecology Film Festival

IPL debate turismo 6 A Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, sediada em Peniche, do Politécnico de Leiria, é uma das três entidades que organizam o Odissea – Tourism & Ecology Film Festival, o primeiro festival de cinema flutuante do mundo, dedicado ao turismo e ecologia, que acontece de 11 a 14 de novembro de 2012, entre Génova e Lisboa. O Odissea – Tourism & Ecology Film Festival é um festival internacional de cinema sobre Turismo e Ecologia, abrangendo também os temas da Sustentabilidade e da Responsabilidade Social, apoiando as produções audiovisuais do turismo que compaginem a promoção turística com a sensibilização para as boas práticas no domínio do ambiente. Serão vários os géneros a concurso, desde a ficção, ao documentário, animação, institucional e reportagens de televisão. Francisco Dias, professor e responsável pelo Grupo de Investigação em Turismo da escola, salienta que o Odissea “será um ‘grande cineclube’, associando os espectadores cinéfilos e os produtores e realizadores de cinema, aos turistas habituais de um navio de cruzeiros, constituindo assim o primeiro Festival de Cinema Flutuante do Mundo”. Esta mostra de cinema em pleno mar decorrerá a bordo de um dos maiores navios do mundo, o MSC Fantasia, com 333 metros de comprimento e uma capacidade para quatro mil turistas.

Aquele que é também responsável por diversas iniciativas nacionais e internacionais do cinema turístico, explica que, “se é evidente a relação entre cinema e turismo, é também evidente a relação entre turismo e ecologia. É inegável que a sustentabilidade do turismo implica necessariamente a adoção de boas práticas por parte das empresas e administrações públicas”, sendo que “o Odissea dará ênfase a filmes relacionados com a redução do consumo de energia, a ecomobilidade, a preservação ambiental, a biodiversidade e, de um modo geral, a redução da “pegada ecológica”. O Festival vai realizar-se num ambiente de cruzeiro temático, estando assim criadas as condições para a partilha de experiências, em contexto informal, permitindo aos participantes obter conhecimentos sobre novas tendências, e criar no-

vas redes de colaboração, comparar projetos e dar a conhecer os seus próprios projetos a novos parceiros. O júri do Festival é constituído por personalidades ligadas ao cinema e à televisão, académicos, e especialistas internacionais na área dos portos e cruzeiros, vindos desde a Austrália, Brasil, Inglaterra, Espanha e Cabo Verde. O Grande Prémio do Festival é a “Grande Bússola de Ouro”, e serão ainda atribuídas “Bússolas de Ouro” de Prata e de Bronze nas diversas categorias a concurso. Com início em Génova a 11 de novembro, faz escala em Barcelona, uma das cidades mais “apetecíveis” em termos turísticos do Mediterrâneo, seguindo-se um dia de navegação e o fim da viagem em Lisboa, no dia 14. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Debate sobre riscos sísmicos em Leiria

Há milhões por aproveitar 6 Portugal está a desperdiçar milhões de euros em fundos comunitários por falta de candidaturas destinadas a reduzir riscos sísmicos, disse à agência Lusa um membro da direção da Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica (SPES), Mário Lopes. As declarações de Mário Lopes foram feitas à margem de um debate realizado na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria sobre “O risco sísmico - Prevenção e consequências”, que decorreu no passado dia 17. O especialista em engenharia sísmica e professor do Instituto Superior Técnico (IST) garante que existem milhares de milhões de euros disponíveis para o reforço sísmico de redes de infraestruturas e instalações industriais no âmbito do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, “mas, como não exis-

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tem candidaturas, Portugal não vai buscar nada”. Mário Lopes sublinha que só para a área da proteção civil estão em causa 30 milhões de euros em possíveis comparticipações europeias. “A falta de aproveitamento destas verbas prova que, mesmo neste cenário de crise, é possível fazer muita coisa na prevenção, sem recurso a verbas avultadas, como informações à população que vão desde os tsunamis à simples compra de casa”, frisa o docente do IST. Mário Lopes lamenta a “negligência da classe política” na área da prevenção sísmica, lembrando que há dois anos foi publicado em Diário da República um conjunto de recomendações ao nível da construção, mas que desde então “nada ou quase nada foi feito nesta matéria”. Por outro lado, diz, “o Estado

não promove a fiscalização da construção nesta área, não investe na avaliação e reforço de infraestruturas, indústria e monumentos, tão pouco na reabilitação estrutural ou na informação e preparação da população”. Por isso, frisa, os políticos portugueses “serão responsáveis, por negligência, pela morte de milhares pessoas em caso de sismo, por nada terem feito ao longo de todos estes anos”. O membro da direção da SPES destaca a discussão que está a ser realizada na Assembleia da República pela Comissão do Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local sobre Reabilitação Urbana, depositando esperanças que “desta vez sejam levadas a sério as recomendações no âmbito de prevenção sísmica”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Sector Alimentar

Indústria cumpre, IPCB monitoriza 6 O Politécnico de Castelo Branco e a Accenture Portugal acabam de apresentar os relatórios de monitorização da presença de publicidade a alimentos e bebidas em escolas de 1º Ciclo e nos média. Esta foi a primeira vez que este estudo foi realizado em Portugal. Segundo o estudo, as 26 maiores empresas do sector de alimentação e bebidas em Portugal estão a cumprir os compromissos que tomaram por auto-iniciativa e que dizem respeito a não publicitarem esses produtos em programas ou publicações (eletrónicas e digitais) cujas audiências são constituídas maioritariamente por menores de 12 anos. O mesmo acontece em relação à presença de publicidade a esses alimentos e/ou bebidas em escolas de 1º Ciclo. Esta é a principal conclusão de dois estudos de monitorização apresentados segunda-feira, em Lisboa, que foram realizados pela Accenture Portugal e pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco. Os resultados mostram que, no caso da publicidade em televisão a taxa de conformidade é de 99,2 por cento, atingindo mesmo os 100 por cento na imprensa e on-line. E se este foi o primeiro ano em que decorreu a monitorização em Portugal, quando comparados os dados com um estudo europeus de 2005, que incluiu o nosso país, fica claro que a publicidade a produtos daquelas empresas diminuiu 85

por cento nos últimos seis anos, designadamente nos intervalos ou proximidade dos programas cujas audiências são maioritariamente (mínimo de 50 por cento) de menores de 12 anos. Os dados são da Accenture Portugal Já nas escolas de 1º Ciclo, no estudo de monitorização nacional desenvolvido pelo Politécnico de Castelo Branco apenas é referida a presença de marcas dessas empresas em 16 das 437 escolas monitorizadas, o que corresponde a 3,7 por cento. “É interessante perceber que na primeira vez que o estudo de monitorização é feito em Portugal tenha sido o Politécnico de Castelo Branco a desenvolver a parte relacionada com as escolas. Conseguimos uma taxa de resposta de 33 por cento e de todas as regiões do País, à exceção do distrito da Guarda”, refere o coordenador do estudo, Vitor Tomé (também editor do Ensino Magazine), que integrou uma equipa constituída por Paulo Silveira, João Cordeiro e Carlos Botelho, todos do IPCB. O estudo foi desenvolvido a partir do Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional (Ceder) do Politécnico de Castelo Branco, coordenado por José Carlos Gonçalves. O relatório prévio foi apresentado em Novembro de 2011. No seguimento da apresentação, a equipa que realizou o estudo foi convidada a fazer o segundo estudo de monitorização, já neste ano de 2012. K


Politécnico de Viseu

Nova provedora do estudante

Politécnico premeia profissional

Prémios em Setúbal 6 O Instituto Politécnuico de Setúbal organizou este ano a iniciativa Concurso IPS Júnior Challenge, que juntou 24 jovens do ensino secundário e profissional, os quais apresentaram ideias de negócio. Na sessão final do concurso, que decorreu no dia 27 de Abril, foram distinguidas quatro equipas com uma menção honrosa e galardoados em 1º lugar o projecto Comporganic (empresa que aposta na reutilização de resíduos sólidos, transformandoos num material composto para fer-

tilização dos solos), da autoria das alunas Diana Santenico, Soraia Gregório e Vanessa Clemente (na foto), da Escola Secundária de Sampaio (Sesimbra). Em 2º lugar ficou o projeto ECO 65+, desenvolvido pelos alunos Andreia Neto, Inês Uva, Margarida Lamelas e Pedro Duarte, da Escola Secundária Fernão Mendes Pinto (Almada). Em 3º lugar classificou-se o projecto Chapéu Solar, da autoria das alunas Sara Vieira, Diana Quádrio e Margarida Matos, da Escola Secundária Emídio Navarro (Almada). K

6 Cristina Amaro da Costa é a nova provedora do Estudante do Instituto Politécnico de Viseu, tendo tomado posse a 4 de Maio, na sala do Conselho Geral dos Serviços Centrais, na presença da presidente do Conselho Geral Avelina Rainho e de muitos elementos da comunidade académica. O presidente do Instituto Politécnico, Fernando Sebastião, enfatizou o “perfil adequado ao cargo” da Provedora empossada, referindo ainda “estar ciente de que desempenhará bem as suas funções na defesa dos interesses dos estudantes”. Cristina Amaro da Costa agradeceu “o voto de confiança” em si depositado, relevando ser apreciado-

ra “do rigor e do espírito de equipa” e assegurando aos estudantes que “podem contar comigo sempre, e até ao fim”. Cristina Isabel Victória Pereira Amaro da Costa, engenheira Agrícola, docente da Escola Superior Agrária de Viseu, é mestre em Proteção Integra-

da e Agricultura Biológica e doutoranda em Economia do Ambiente. Entre 2000 e 2007 foi Sub-Diretora da Estação Agronómica Nacional. K Joaquim Amaral _ Joel Marques H Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Pós-graduação no Ave

Normalização Contabilística 6 A Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave tem abertas as candidaturas para a 7ª edição da Pós-Graduação em Sistemas de Normalização Contabilística

(SNC). O prazo de candidaturas termina no dia 27 de Maio e o curso tem início previsto para Junho. Este Curso de Pós-Graduação tem o objectivo de transmitir e

aprofundar conhecimentos teórico-práticos sobre o SNC. Versa sobre o estudo das Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF), apresentando exemplos práticos de aplicação. K

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Debate em Portalegre

Ensino Magazine apoia evento internacional

Portalegre debate lusofonia 6 A Escola Superior de Educação de Portalegre (ESE), em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (Brasil), promove, nos próximos dias 11 e 12 de Junho, o Iº Congresso Internacional de Cultura Lusófona Contemporânea. A iniciativa, que tem o apoio do Ensino Magazine, contará com a presença da escritora Maria Teresa Horta, que fará a sessão de abertura, no dia 11 pelas 10 horas, no auditório daquela escola. O evento, de cariz internacional e subordinado ao tema “a mulher na literatura e outras artes”, pretende, segundo a organização, “ser um espaço de discussão e reflexão em torno das questões de género nas literaturas de expressão portuguesa

contemporâneas, nomeadamente no que à autoria e às representações literárias do feminino diz respeito”. Para a ESE de Portalegre o congresso permitirá “partilhar experiências de leitura e resultados de investigação, dando a conhecer textos e autores contemporâneos da língua oficial portuguesa”. Além disso, assegura a organização, “permitirá identificar semelhanças e dissonâncias nas formas como essas representações da figura feminina se concretizam no interior dos textos”. Ao longo dos dois dias de trabalho estão previstas diversas comunicações e sessões paralelas, onde estarão presentes investiga-

dores de Portugal, Brasil, França, Angola, Itália e Estados Unidos. O Congresso está dividido em diversos subtemas, a saber: literatura e autoria feminina: vozes, percursos e modos de ver o mundo; texto, género e linguagem: as potenciais marcas no feminino; modalidades de escrita no feminino: diários ficcionais e narrativas estipolares; representações da mulher na literatura de autoria masculina ou feminina; sujeitos textuais e construção de identidade feminina; identidade feminina e alteridade; e representações da mulher no cinema e outras artes. O Ensino Magazine apoia o evento e distribuirá aos participantes esta edição do jornal. K

Enfermagem Dr. Lopes Dias

Doutoramento em Portalegre 6 Hélder Manuel Guerra Henriques, docente da Superior de Saúde de Portalegre, concluiu o Doutoramento em Ciências da Educação, na especialidade de História da Educação, com a defesa da tese intitulada Formação, Sociedade e Identidade Profissional dos Enfermeiros: A Escola de Enfermagem de Castelo Branco/Dr. Lopes Dias (1948-1988). O objectivo principal deste estudo consistiu na interpretação do processo de construção da identiPublicidade

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dade profissional dos enfermeiros portugueses ao longo do século XX, com destaque para a segunda metade da centúria. Serviu de suporte ao trabalho o percurso histórico da Escola de Enfermagem de Castelo Branco/Dr. Lopes Dias (1948-1988). Nesta pesquisa as instituições escolares ocuparam um lugar central na produção de identidades profissionais. Assumiram-se como lugares mandatados para a acreditação da enfermagem, de socializa-

ção profissional e de construção de conhecimentos exclusivos. A partir da arena escolar construiu-se um determinado domínio e identidade profissionais que podem aplicar-se a outros grupos socioprofissionais. A prova pública de defesa da tese ocorreu no dia 3 de Abril na Sala de Actos (Sala dos Capelos) da Universidade de Coimbra. O júri decidiu, por unanimidade, atribuir a classificação final de Aprovado com Distinção e Louvor. K

T Turismo, Inovação, Competitividade e Novos Produtos foi o tema do seminário que se realizou na ESE de Portalegre no passado dia 18 de Abril, uma organização do curso de Turismo com o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo. O evento juntou reconhecidos empresários da área do turismo e futuros profissionais da área, onde se abordaram questões relacionadas com os factores que são determinantes na afirmação e diferenciação da oferta turística que contribuem para o desenvolvimento da região. Durante a sessão o presidente da ERTA, Ceia da Silva evidenciou que a inovação, a competitividade e os novos produtos são factores basilares num sector muito importante na nossa sociedade e que por isso são merecedores de mais apoio e de uma política estratégia concertada. K

Restaurante do Futuro T A temática “Ambiente e Eficiência, factores competitivos no sector da restauração… em tempos de crise” esteve em debate, num workshop, na ESE de Portalegre, a 17 de Abril. O evento, que contou com a presença de reconhecidos profissionais da área, pretendeu perspectivar o modelo de restaurante do futuro através da análise dos factores competitivos da restauração. K

Turismo na ESE T A Escola Superior de Educação de Portalegre abriu as portas ao Turismo e proporcionou aos alunos convidados das Escolas Secundárias de S. LourenPublicidade

ço e Mouzinho da Silveira e das profissionais Etaproni e Epral um dia diferente. Na organização do evento, que decorreu a 19 de Abril, estiveram os alunos do 2º ano do curso de Turismo que contaram com o apoio da docente Gorete Dinis. Estes alunos trouxeram à escola várias entidades da região que se fizeram representar com stands de divulgação dos seus produtos. Em paralelo decorreram, no auditório, diversas actividades. Na sessão de abertura o irector da ESEP, Luís Miguel Cardoso, evidenciou o trajecto da escola que se tem pautado pela aposta na “qualidade e no sucesso”, referindo ainda a aposta nos cursos que “consideramos essenciais para o desenvolvimento e progresso da nossa região e País”. K

Mestrado em Setúbal T A Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal vai iniciar mais uma edição do Mestrado e Pós-Graduação em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico, estando as candidaturas abertas até dia 1 de Junho. Este ciclo de estudos tem a duração de três semestres lectivos e, de acordo com o referido diploma legal, integra as componentes de Formação educacional geral, Didácticas específicas, Formação na área de docência e Prática de ensino supervisionada. O mestrado funcionará em regime presencial às sextas-feiras e sábados, todo o dia, e será complementado com formação à distância. K


Programa Erasmus

Estudantes na Lituânia Guarda

Recordar Virgílio Afonso 6 A Biblioteca Geral do Instituto Politécnico da Guarda tem patente, desde 10 de Maio até 10 de Junho de 2012, uma exposição bibliográfica sobre Virgílio Afonso. A inauguração desta exposição foi precedida de uma palestra, alusiva, a proferir pelo ensaísta e investigador J. Pinharanda Gomes. Virgílio Afonso nasceu em Gonçalbocas, aldeia do concelho da Guarda, no dia 21 de janeiro de 1923 e faleceu nesta cidade no dia 20 de setembro de 1998. Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, depois de se ter

formado na Escola do Magistério Primário da Guarda, iniciou desde muito jovem a sua colaboração na imprensa regional, concretamente em jornais da cidade da Guarda. Fez o estágio de jornalista no antigo “Novidades de Lisboa”, quando ainda estudante, tendo como mestres os conhecidos jornalistas: Padre Moreira das Neves, Tomás de Gamboa e Padre Miguel de Oliveira, que constituíam o principal elenco da direção e redação daquele diário que suspendeu a publicação após a revolução do “25 de Abril 1974”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

6 Um grupo de sete estudantes e dois professores, da Escola superior de Turismo e Hotelaria, participaram, de 16 a 27 de abril, num Lifelong Learning Programme – Erasmus Intensive Programme Project, na Klaipeda Business School, na Lituânia. Associaram-se a este projeto, para além de Portrugal, cerca de sessenta estudantes provenientes de instituições de Ensino Superior da Bélgica, Turquia, Finlândia, República Checa, Hungria, Chipre e do país recetor. O tema do IP “Sustanability of Cruise Tourism” despertou o maior interesse nos participantes que tiveram duas semanas consecutivas de trabalho ativo que incluia a participação nas palestras dadas pelos diversos professores presentes, nos programas culturais e de conhecimento da realidade envolvente e, posteriormente, em trabalhos de

grupo que levaram à elaboração e apresentação de projetos por parte das diversas equipas, depois apresentados em formato concurso. Os estudantes da ESTH representaram o IPG, tendo-se integrado no espírito esperado neste tipo de projetos. De realçar, ainda, o excelente ambiente de trabalho e espírito de equipa que se criou entre a coordenadora do IP, os estudantes e os professores dos diversos países onde as diferenças foram abolidas

e aprendizagem se deu aos mais diversos níveis, desde o científico-pedagógico até à questão dos valores de cidadania, tolerância e respeito pelo outro. Para além da inesquecível e única experiência vivenciada por todos os participantes, um desafio maior se coloca à ESTH/IPG, no próximo ano de 2013, pois será a instituição anfitriã deste programa. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Rede controlada a partir do telemóvel

Engenharia Topográfica

Inovação na Guarda

6 As IV Jornadas de Engenharia Topográfica, organizadas pela área de Ciências Geográficas do IPG e Colégio de Engenharia Geográfica da Região Centro da Ordem dos Engenheiros decorreram nos dias 23 e 24 de maio, no Instituto Politécnico da Guarda (IPG). Subordinadas ao tema “O Mundo na Mira das Ciências Geográficas”, estas jornadas tiveram por objetivo a promoção e divulgação das áreas temáticas subjacentes, bem como o seu contributo para decisões essenciais ao nível do planeamento e gestão do Território. O programa integrou a apresentação de diversos estudos de índole técnica e científica que cobrem as várias áreas da IG, desde aplicações com dados LiDAR (Light Detection And Ranging), Redes de Estações

6 Visualizar e controlar uma rede domótica (uma rede que pode gerir, entre outras, as funções de segurança, conforto e gestão técnica) através de qualquer dispositivo com sistema Android foi o objetivo do projeto desenvolvido por Pedro Pinto, um engenheiro informático do Instituto Politécnico da Guarda (IPG). A ideia surgiu no âmbito de um trabalho do mestrado em Computação Móvel, lecionado no Instituto Politécnico da Guarda, e conduziu à implementação da plataforma “KNX Automatica”. O KNX é um protocolo aberto e normalizado que assenta no modelo OSI, para gestão técnica e automação de habitações e edifícios, o qual é independente de qualquer fabricante. “É um sistema de arquitetura distribuída e suportado por dezenas de fabricantes de material elétrico”, referiu Pedro Pinto.

Jornadas no Politécnico Permanentes, GNSS (Global Navigation Satellite Systems), diversas aplicações em ambiente SIG, entre outros. Por outro lado, a organização destas jornadas pretendeu potenciar as ligações entre instituições de ensino superior (que lecionam cursos afins) com a administração pública e com o mercado empresarial do setor. “É a Informação Geográfica que fornece apoio na busca de soluções para as melhores intervenções e para uma melhor organização do território, evitando que se acentuem assimetrias extremas entre regiões o que não beneficia nenhuma das partes”, refere a organização destas IV Jornadas de Engenharia Topográfica. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

A aplicação desenvolvida suporta o “envio de comandos on/ off para o sistema de iluminação, o controlo da posição dos estores e a visualização do estado de outros sensores, como por exemplo sensores de iluminação, humidade, alarmes técnicos, consumos de energia e outros recursos”. Numa altura em que a gestão eficiente da energia energéticos e a crescente automatização de tarefas assumem uma elevada

importância nas soluções desenvolvidas para gestão e controlo dos recursos das habitações e edifícios, este projeto não deixou de ter em conta a evolução do segmento dos dispositivos móveis. “Hoje estão disponíveis no mercado equipamentos com elevado nível de processamento, autonomia e suporte a várias tecnologias”, disse Pedro Pinto. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

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João Ricardo Pedro, vencedor do Prémio Leya

A obra que a crise não parou

6 João Ricardo Pedro venceu com o romance de estreia, O Teu Rosto Será o Último, o Prémio Leya, de 2011. O livro conquistou o Júri do Prémio, 100 mil euros e leitores. O prémio Leya que tem o maior valor monetário dos prémios literários nacionais, foi instituído pelo grupo editorial Leya, no ano de 2008 e é agora, pela primeira vez, atribuído a um escritor de nacionalidade portuguesa. Engenheiro electrotécnico, João Ricardo Pedro ficou desempregado em 2009. Em casa, começou a escrever O Teu Rosto Será o Último. Em boa hora o fez. Foram quase dois anos a criar uma história que tem como protagonista Duarte, um jovem e virtuoso pianista e a história da família dele. Mas, o sucesso foi imediato. Em entrevista ao Ensino Magazine o escritor diz como foi importante o 25 de Abril na sua vida e adianta que está a escrever um novo romance. De caminho lembra que na escola nunca leu nenhuma das obras obrigatórias. É o primeiro português a vencer o Prémio Leya e vence-o com um primeiro romance. Enquanto escrevia O Teu Rosto Será o Último, alguma vez pensou num cenário destes para a sua vida? Não. A minha vontade era mesmo conseguir acabar o livro. Só pensei concorrer ao Prémio acerca de dois meses do limite da entrega.

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Depois, quando estava a escrever já com a intenção de concorrer e no momento em que fui entregar os originais à Editora, fiquei com a sensação de que poderia ganhar. Mas, não consegui, na altura, imaginar que tudo isto iria ter este desenlace e passar-se desta forma. O Teu Rosto Será o Último fala de três gerações de uma família: Augusto Mendes, o médico da província; o filho António, que cumpre duas comissões na guerra colonial; e o Duarte, o pianista virtuoso, que vive nos tempos da esperança do pós 25 de Abril. Como surge a ideia de escrever uma história, que é também a História, dos últimos anos, do século XX. em Portugal? Quando comecei a escrever o livro não tinha nenhuma história na cabeça. Foi ao escrever que essas histórias começaram a surgir. Também foram as histórias da minha infância e da minha adolescência. O livro passa-se geograficamente em zonas que me são familiares, numa época que me é familiar. Acabaram por ser as histórias que instintivamente acabei por escrever. Nunca houve essa intenção, acabou por acontecer um bocado por acaso. Reconheço que é um livro que também tem haver com a minha história. O Teu rosto Será o Último começa assim: «Uma coisa parecia certa: no dia vinte e cinco de abril de mil

novecentos e setenta e quatro, faltaria ainda um bom bocado para as sete da manhã, Celestino apertou a cartucheira à cintura, enfiou a Browning a tiracolo, verificou o tabaco e as mortalhas, esqueceu-se do relógio pendurado num prego que também segurava um calendário e saiu porta fora. » O romance tem início com o 25 de Abril. Esta data tem um papel importante na sua história? Tem. As várias histórias que estão no livro foram surgindo ao longo do tempo. Mas, quando surgiu essa do Celestino e inventei esse parágrafo, automaticamente, decidi que o livro ia começar assim. Pelo simbolismo da data e porque foi um momento decisivo na história de Portugal. Como são relatadas ao longo do livro coisas que se passam depois, e coisas que se passam antes, o dia 25 de Abril acaba por ser aquele momento charneira, que foi decisivo para a história de Portugal e foi decisivo para muita gente. Apesar de não o ter vivido - porque era muito pequeno e não me lembro - sempre foi um dia que vivi com afectividade. Acaba, também, por ser uma homenagem ao 25 de Abril. Duarte é o personagem principal do romance. O que é que o autor pensa do Duarte? É uma pergunta muito difícil. Por um lado é estranho ser difícil, uma vez que é uma persona-

gem que eu inventei e que viveu comigo durante quase dois anos. O Duarte poderia ter sido um amigo meu, da minha infância, da minha adolescência. Poderia ter sido um vizinho, um primo. O Duarte é aquele rapaz que já nasce num país que tem tudo para dar certo e que lhe pode proporcionar todas as coisas para ele poder ser feliz. Mas, o que é certo, é que ele tem, um dom, e o que, aparentemente, poderia ser uma coisa boa é algo contra a qual ele se revolta. Acaba por não ser um modo de ele ser feliz. O Teu Rosto Será o Último é um título enigmático. Porque este título? É enigmático inclusivamente para mim. Enquanto fui escrevendo o livro tive alguns títulos provisórios. Depois, houve uma noite, ou uma madrugada, em que acordei com essa frase na cabeça e nesse momento decidi que iria ser o título do Livro. E gostei, porque enquanto o livro remete para uma série de coisas que se passam no passado, o título, por causa do verbo, parece estar a remeter para o futuro. Essa tensão entre o título e o livro agradou-me. Mas, não consegui encontrar uma explicação, nem consigo relacionar muito bem o título com o livro. Disse existirem elementos auto-

biográficos na obra. Pode dar exemplos? Há coisas que me são muito familiares, os meus avós também eram da província, da Beira Baixa. Tive uma infância em que passei as férias do Verão e os Natais na casa dos meus avós. Depois, toda a minha infância e adolescência foram passados nos subúrbios de Lisboa, em Queluz. Há essas coincidências geográficas, porque eram mundos que me eram familiares. A história do pai do Duarte, da guerra, também me é familiar. O meu pai também andou na guerra colonial, e os meus tios. Sempre convivi de perto com pessoas que tinham passado por essa experiência. Os factos não são autobiográficos, mas todo o ambiente. Todas as coisas que se passam no livro, não se passaram comigo, mas, poderiam ter passado. A sua formação académica é a engenharia electrotécnica. Como é que foram os seus tempos de Escola? Não foram muito felizes nem infelizes. Ia à Escola por obrigação. Durante o liceu sempre fui um aluno que fazia o mínimo para passar. Mesmo quando tomei a decisão de ir para engenharia electrotécnica foi mais ou menos como uma espécie de mal menor. Era bom aluno a matemática, mas, aos 17 ou 18 anos não fazia a mínima ideia do que queria fazer. Ainda não tinha ma-


turidade suficiente para decidir a esse nível. Acabei por tirar engenharia com bastante esforço. Depois acabei por trabalhar nessa área, sempre a pensar que se calhar não era bem isso que queria fazer na minha vida. E depois surgiu isto.

deles ia ter. As coisas também aconteciam de uma forma inconsciente. Era surpreendido com muitos dos momentos de maior sofrimento. O que é estranho, porque era eu, como criador, que lhes estava a impor o sofrimento, que acabava também por se virar contra mim. É uma relação tão intensa, quando se está a escrever parece que aquelas pessoas ganham vida mesmo. Fazem parte da nossa vida, durante o tempo em que estamos a escrever. Acho que, também sofri todas aquelas coisas por elas.

Nesse percurso onde que entra a ideia de escrever um livro? Os livros obrigatórios do secundário, acho que não li nenhum. Só comecei a ler aos 17 anos. Quando começo a ler, começo a ler muito, e a interessar-me muito por literatura. A literatura acaba por adquirir um papel cada vez mais importante na minha vida. Aos 20 e tal anos começo a pensar que, se calhar, também era capaz de escrever um livro. Essa ideia começa a crescer dentro de mim. Sempre a adiar o momento, por falta de tempo ou por falta de coragem. Era uma ideia que estava cá dentro, mas eu nunca tinha decidido pôr mãos à obra. Desses escritores que começou a ler aos 17 anos, quais o marcaram mais? O primeiro livro que comprei foi a Metamorfose, do Kafka. Depois li Hemingway, um escritor que me marcou muito. Curiosamente, só passados alguns anos é que li os escritores que devia ter lido no liceu, como o Eça de Queiróz. Li passado dez ou quinze anos da altura que devia ter lido. Mas, foi um escritor que me marcou e que gosto, imenso. Há dois escritores portugueses que me influenciaram muito também, quando os descobri: o José Cardoso Pires e o António Lobo Antunes. Foram os escritores contemporâneos portugueses que me puseram a pensar que era possível escrever histórias sobre os sítios que conhecia e sobre as coisas que aconteciam agora. Foram escritores que me deram muita vontade de escrever. O Teu Rosto Será o Último está estruturado em capítulos muito diferentes, que podem ser lidos, quase, como contos. Foi sempre essa a ideia para o livro? Surgiu por acaso. Foi uma questão de método. Ia abrindo ficheiros do computador novos, para escrever episódios separados. Quando todos os episódios foram crescendo e fui tendo cada vez mais capítulos pensei que em vez de fazer um romance linear, em que se conte tudo acerca da vida daquelas pessoas, separar aquelas vidas em capítulos, em que o que os ligasse fossem coisas mais invisíveis do que óbvias. Fiquei com a ideia que cada capítulo tinha que funcionar, quase, como um conto. Mas, depois tinha de estabelecer ligações entre eles, para poder chamar a isto um romance. Essa decisão não aconteceu desde o início, talvez tenha sido a meio do livro. Porque me agradava haver muitas zonas temporais que não eram faladas, nem escritas. Há muita coisa que se passa na vida das personagens que não são relatadas. É pôr só os momentos decisivos daquelas pessoas. O Teu Rosto Será o Último colocou alta a fasquia, o segundo romance tem de estar a altura deste sucesso? (Risos) Não sei. Acho que já foi tão bom ter escrito este livro. Ter tido a sorte de ter esta visibilidade e repercussão, haver muita gente que lê e que gosta. Mas, quando comecei a escrever o segundo livro, sentime na mesma um principiante. Foi como

Durante quase dois anos esteve a escrever O Teu Rosto Será o Último. Foi fácil desligar-se do livro?

Lusa H

se a experiência adquirida ao escrever este, não tivesse adiantado nada. A sensação que tenho quando me sento todos os dias a escrever, à secretária, é que estou a escrever pela primeira vez. E, apesar de já ter passado dois anos a escrever, não adiantou nada. Ainda é um mistério muito grande o que vai ser, espero não desiludir (Risos). É um Romance? Podemos esperá-lo para breve? É um romance. Mas ainda é muito cedo para falar disso. Talvez daqui a dois anos.

mente a isso, para não ter momentos de grande euforia, nem momentos de grande depressão. Acima de tudo tem sido importante esse contacto com os leitores e perceber que o livro toca as pessoas de maneiras diferentes. No seu romance os personagens sofrem. Como foi escrever sobre eles? Às vezes, sofria com eles, também. Quando estava a escrever, nunca sabia muito bem onde é que a história de cada um

A partir do momento que decidi concorrer ao Prémio acabei por ter aquele dia limite. Sabia que era aquele dia preciso em que ia acabar de escrever o livro. Quando acabei de escrever e o entreguei, senti por um lado um enorme alívio, de me ver livre daquilo; mas, por outro lado, senti um vazio enorme. Sabia que tudo aquilo que tinha vivido, ao escrever, acabava naquele preciso momento. Mas depois conseguime libertar, até mais facilmente do que eu pensava. Agora, a não ser quando estou a dar entrevistas, ou quando falo com os leitores sobre o livro, já raramente me recordo. Foi uma espécie de luto que correu bem. K Eugénia Sousa _   

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Começou a escrever o seu livro quando ficou desempregado. Como lê a actual situação económica e política do país? Vejo com a preocupação da maioria das pessoas. Aquela sensação que tomamos a dura consciência que vivemos num país efectivamente pobre. Mas a maior angústia nem é aquilo porque estamos a passar, é nenhum de nós parecer ver como é que isto vai acabar. Não haver ninguém a conseguir dar respostas e a apontar para uma luz ao fundo do túnel. Isso é o que angustia mais - a mim e acho que à maior parte das pessoas. Ninguém conseguir imaginar como é que vai ser a nossa vida daqui a dez anos. Do que tem sido dito e escrito sobre O Teu Rosto Será o Último o que é para si e mais verdade sobre o livro? Estive nos fins-de-semana na Feira do Livro, a dar autógrafos e muitas pessoas vêm ter comigo emocionadas. Quando tenho oportunidade de falar com elas, alguns minutos, é engraçado ver como as pessoas dão destaque a coisas diferentes do livro. Há pessoas que se identificam com as partes da guerra, outras com as coisas da música, pessoas que se identificam com a história da doença da mãe do Duarte. O livro ecoa dentro de cada leitor de forma diferente. Isso para mim tem sido emocionante. Tem sido muito bom falar, principalmente, com os leitores e perceber o que foi a experiência de leitura deste livro. Quanto ao que sai nos jornais e sai na crítica, toda a gente têm sido muito simpática comigo. Tento criar alguma distância relativamente a isso, para não ter nenhuma crise de excesso de ego. Tem sido bom o que se tem dito, mas, se calhar, para o próximo livro vão dizer coisas más. Quem faz os livros têm de manter alguma distância relativa-

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ESTCB

Guarda

6 A quinta edição do Fórum de Informática e Novas Tecnologias (INFOTEC’12) excedeu as expectativas. Inovação e empreendedorismo foram as palavras chave de um evento onde participaram as principais empresas tecnológicas do país e ainda Paulo Futre. O Infotec decorreu de 17 a 19 de Abril na Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco (ESTCB) e no entender do director da escola, José Carlos Metrôlho, os objectivos foram superados. “Prova-se mais uma vez que é possível realizar em Castelo Branco eventos com o que de melhor existe no país em termos de empresas de vanguarda tecnológica e lideres em inovação”. José Carlos Metrolho recorda que o mês de Abril foi bastante intenso, com as Semana da Engenharia e do Infotec. “Para Maio está prevista a 2.ª edição da Feira de Emprego na ESTCB, a qual se destina aos nossos finalistas, e estão já outras palestras agendadas”. Por sua vez o coordenador da organização do Infotec, Pe-

6 A Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia (ESTH/ IPG) realizou no passado dia 4 de Maio, uma acção de formação sobre Turismo Religioso, Esta acção, com incidência em “Como visitar uma Igreja”, foi dirigida a guias, profissionais de turismo, estudantes e restante comunidade académica e social; pretende explorar a especificidade das igrejas afectas ao culto e

Infotec bate recordes

dro Silva, destaca o facto do evento “dar a possibilidade aos alunos de tomarem conhecimento sobre a visão que conceituados oradores nacionais e internacionais defendem sobre o que poderá vir a ser esta década em termos de áreas de vanguarda da Informática”. Um dos momentos altos da iniciativa foi a palestra de Paulo Futre. O antigo jogador de futebol e internacional português, teve casa cheia para apresentar uma divertida palestra sobre motivação, ambição e liderança. O director da escola lem-

bra que “ao longo das sessões notou-se grande afluência e o auditório da ESTCB chegou por vezes a ser pequeno para tantos interessados. O mesmo sucedeu com os laboratórios, os quais estiveram repletos de visitantes que assim aprenderam diversas tecnologias emergentes na área da informática”. Todas estas actividades permitiram a visita de alunos do ensino secundário e profissional à ESTCB. José Carlos Metrolho diz mesmo que se acolheram alunos de Guimarães, Moimenta da Beira, Covilhã e Castelo Branco, entre outras. K

Novo livro em Viseu

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contrariar as frequentes leituras superficiais, como factor valorativo e enriquecedor de cada visita. Compreender o culto, saber ler o espaço e deixar-se interpelar pela beleza da Arte Cristã, descobrindo a mensagem intrínseca em cada monumento e nas suas obras, foram algumas das abordagens desenvolvidas pelos diversos especialistas convidados a participar. K

Cardiopneumologia

Comportamentos de Saúde Infanto-Juvenis

6 O Instituto Politécnico de Viseu, através da Escola Superior de Saúde de Viseu, acaba de editar o livro “Comportamentos de Saúde Infanto-Juvenis: Realidades e Perspetivas”, uma obra coletiva resultante dos diversos trabalhos apresentados no âmbito do I Congresso Nacional de Comportamentos de Saúde Infanto-Juvenis, que decorreu em Viseu, em novembro de 2011. O congresso esteve inserido no projeto Monitorização de Indicadores de Saúde Infanto-

Turismo Religioso

Juvenil: Impacto na Educação para a Saúde, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia do Ministério da Educação e Ciência, que tem como entidades parceiras a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a Universidade de Évora. O livro compila artigos, comunicações, posters e outros trabalhos e tem a educação sexual e os comportamentos alimentares saudáveis como temática central, no propósito maior de contribuir para a

construção de respostas educativas adequadas a estes assuntos prementes da nossa sociedade, abordando ainda outros domínios de interesse no campo da Educação para a Saúde. Esta edição conta com trabalhos da autoria de diversos investigadores portugueses, angolanos, brasileiros e timorenses, e tem idoneidade científica devidamente validada pelo Conselho Técnico-Científico da Escola Superior de Saúde de Viseu. K Joaquim Amaral _

Jornadas no IPCB 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) realiza, no dia 26 de Maio, as X Sessões da Cardiopneumologia da Beira Interior. A iniciativa tem lugar no Cine Teatro Avenida de Castelo Branco, entre as 9 e as 18 horas. As X Sessões da Cardiopneumo-

logia da Beira Interior pretendem promover a troca e actualização de conhecimentos entre os participantes. O evento é organizado pelo curso de licenciatura em Cardiopneumologia da Escola Superior de Saúde. K

Castelo Branco

Erasmus nas Docas

6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e a publicação Forum Estudante apresentaram no passado dia 16 de Maio, em Castelo Branco, a iniciativa “Happy-hour Geração Erasmus”. O evento realizou-se no “Aqui ao Lado Café”, e visa divulgar o Programa Erasmus junto dos alunos. Publicidade

No encontro foram distribuídos guias informativos sobre o programa e apresentadas experiências de alunos que já participaram no Erasmus. O Programa Erasmus possibilita a mobilidade internacional entre estudantes, permitindo-lhes efectuar parte do seu percurso académico noutras instituições europeias. K


Curtas no castelo

Joaquim Nicolau no elenco da Esart

6 O seu nome é Jorge. Jorge, o terrível. O ator Joaquim Nicolau vestiu durante algumas horas a pele de um temível devedor de cerveja para a curta-metragem Cool, um projeto de um grupo de alunos da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco (Esart). A história é baseada num conto de Luís Paulo Gonçalves, autor residente em Castelo Branco que editou em 2010 o livro “Uma Questão Divina e Outras Histórias de Coisa Nenhuma”. João Rodrigues, que assina a produção com João Garcia e Francisco Manuel de Sousa, veste a pele de um agente especial que vai fazer a sua primeira coleta de cervejas. Pela frente encontra a personagem de Joaquim Nicolau, que está a dever 106 barris de imperial. A missão acaba aos tiros e o resto fica para ver no grande ecrã. O aluno do 3.º ano da licenciatura em Design de Comuni-

cação e Produção Audiovisual da Esart conta que “desde a concessão do guião que imaginámos a personagem para o

Joaquim Nicolau”. O convite foi feito e o ator natural de Louriçal do Campo aceitou o repto dos alunos.

“Acho sempre muita graça à ousadia da procura, dá logo a entender o interesse de alguém”, disse Joaquim Nicolau. O actor explica

que existe uma tradição de ajudar os alunos nas suas primeiras obras, ainda para mais quando estudam numa escola de artes no seu concelho de origem. “Foram extremamente simpáticos e tenho o gosto de trabalhar com gente tão jovem”, referiu Joaquim Nicolau durante uma pausa na rodagem. O Saloon Bar, na rua de Santa Maria, serviu de cenário à curta-metragem, que serve de projeto final do curso de produção audiovisual. A pré-produção começou em dezembro e João Rodrigues espera que a estreia acontece no verão, na tela do Cine Teatro Avenida. O projeto, que contou ainda com o apoio da Universidade da Beira Interior, deverá ter menos de 15 minutos, para poder participar em concursos. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Cláudio Sá em Discurso Directo

A caminho de Cannes 6 Cláudio Sá é um realizador de filme de animação que tem obtido cada vez mais sucesso quer nacional quer internacionalmente pelo seu trabalho. Já com uma série de filmes realizados, Cláudio Sá recentemente venceu o prémio “First Prize World Global Film/Festival of Festivals” com o filme “O Relógio de Tomás”. Mas com outro filme, “Lágrimas de um Palhaço”, o jovem realizador vê o seu trabalho nomeado no famoso festival de cinema de Cannes. Cláudio Sá explica ao Ensino Magazine, numa entrevista respondida por e-mail, o sucesso que tem tido com o seu trabalho. Como caracteriza a sua ligação com o género Animação? A ligação nasceu desde muito cedo. Sempre gostei de desenhar e de boas histórias. Um filme em ani-

independentes mas em relação aos mais conhecidos, Disney, Yamamura, Bill Plympton são uma grande inspiração. Qual foi o filme que mais gosto lhe deu realizar? “Ganância” por ser o primeiro filme. Como se sente quando vê o seu trabalho reconhecido?

mação é um objecto artístico muito completo porque junta arte, música, cinema, literatura e cultura geral/ popular, etç e isso fascina-me porque é um mundo onde não existem limites e onde apetece aprender sempre mais.

Quais são as suas maiores referências no que diz respeito ao Cinema de Animação? Ultimamente tenho imensas referências principalmente de artistas

É muito bom porque é sinal que mais pessoas se identificam com o que faço, e um grande incentivo para continuar a trabalhar mais e melhor. Quais são as expectativas para o Festival de Cannes? Já é fantástico estar lá o “Lá-

grimas de um Palhaço”, o que vier mais é um bónus. O Cinema Português tem sido cada vez mais reconhecido lá fora apesar dos poucos apoios do Estado. O que pensa do estado em que o Cinema Português se encontra? É lamentável o esforço que todos temos feito para dinamizar o cinema e o estado não apoiar em nada. O que podemos esperar do Cláudio no futuro? Uma pessoa activa nesta área. Espero continuar a realizar filmes e evoluir mais como cineasta e animador. K Texto: Jaime Lourenço _ Foto: DR H

Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _

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Instituto Duarte de Lemos

“Contos de cá e contos de lá … ” 6 No âmbito de uma parceria promovida pela Unesco entre o Colégio Rio Branco do Sul, São Paulo, do Brasil e o Instituto Duarte de Lemos, duas escolas que fazem parte da rede internacional da Unesco, nasceu um livro de contos intitulado “Contos de cá, Contos de lá … ”. Este livro resultou de um Projeto Didático de Leitura e Escrita entre Portugal e o Brasil, no qual as crianças de ambos os países refletiram sobre o uso da Língua Portuguesa em contextos culturais diferentes e com um instrumento comum: o conto tradicional. Para tal, procedeu-se à leitura e reescrita de contos, em ambiente de oficinas de leitura e de oficinas

de escrita, que aconteciam de forma paralela em ambos os países, de modo a que os discentes contactassem de perto com a literatura e cultura tão específicas de ambos os países de língua oficial portuguesa. Este trabalho culminou com a publicação do livro “Contos de cá, contos de lá…”, fator que muito motivou os alunos de ambos os países, que, para além de terem dado a conhecer contistas de ambos os países, trabalharam numa perspetiva multicultural muito enriquecedora. K Sandrine Herculano _ (Coordenador SEA / Instituto Duarte de Lemos)

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Edições RVJ

Luís Cerejo escreve Camionete de Carreira 6 O livro de contos, Camionete de Carreira, de Luís Cerejo, foi apresentado no dia 4 de Maio, na Biblioteca de Castelo Branco. O livro que teve a edição da RVJ, Editores, contou com a apresentação de Helena Diogo e Célia Cruz, ambas docentes de português, na Escola João Roiz em Castelo Branco, onde o autor também é docente. No evento estiveram também presentes Cristina Granada, a vereadora da Cultura, da Câmara Municipal de Castelo Branco e Carlos Almeida director do Agrupamento de Escolas EB João Roiz Castelo Branco. Mistérios; Criaram-se ao Deusdará; grande melro; Cais; e Ca-

Viagem ao tempo dos castelos mioneta da Carreira são os cinco contos que constituem a obra que tem como cenário a região da Beira Baixa, que é também a região de origem do escritor. Mais do que os personagens individuais, que o escritor soube tão bem criar e recriar, a personagem

principal é colectiva; as gentes da Beira Baixa. Camionete de Carreira acaba por ser também uma bela homenagem às gentes da Beira, que mesmo condicionados pelo isolamento geográfico, conservam com dignidade as suas tradições, o seu modo de vida. K

Academia das Ciências de Lisboa

Prémios ao Secundário

6 A Academia das Ciências de Lisboa entregou a 16 de Maio, na presença do ministro da Educação, os Prémios Padre António Vieira, Alexandre Herculano e Pedro Nunes, atribuídos aos estudantes das disciplinas de Português, História e Matemática que concluíram o ensino secundário com melhores classificações no ano lectivo 2010/2011. Os Prémios, instituídos pela Academia através do seu Instituto

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de Altos Estudos, são atribuídos pelo terceiro ano consecutivo e têm o valor, cada um, de cinco mil euros, sendo financiados pelo mecenato do Banco Popular e do BPI. Ao presente concurso habilitaram-se, com ensaios, dezanove concorrentes. O Prémio Padre António Vieira (Português) foi concedido a Ana Sofia da Costa Rosas, que concluiu o curso na Escola Secundária c/ 3º ciclo do Ensino Básico de Gondomar; o Prémio Alexandre Herculano

(História) foi conquistado por Joana Raquel Recharte da Silva da Escola Básica e Secundária da Calheta, da Madeira; e o Prémio Pedro Nunes (Matemática) foi atribuído a Manuel José Ribeiro de Castro Silva Martins, do Agrupamento de Escolas de Monte da Ola de Viana do Castelo. O Júri do Prémio Pedro Nunes decidiu ainda conferir uma Menção Honrosa a Maria Manuela Zhu Chen da Escola Secundária Rainha D. Amélia em Lisboa. K

Uma Aventura Literária 6 Dos 10 mil 710 trabalhos individuais e de grupo, de mais de quatrocentas escolas do ensino básico e secundário de todo o país, a aluna Mariana Cavalheiro Galvão, do 5.ºA da Escola Cidade de Castelo Branco, foi premiada com o terceiro prémio na modalidade crítica, feita ao livro “Viagem ao Tempo dos Castelos” - concurso promovido pela Editorial Caminho.

A aluna e a diretora de turma deslocaram-se a Lisboa no dia 4 de Maio para participarem na cerimónia pública de entrega dos prémios. Este evento decorreu junto aos pavilhões da Editorial Caminho, dentro do espaço Leya, na Feira do Livro de Lisboa, onde estiveram também presentes as escritoras Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. K

APPACDM

Ponte para a inclusão 6 A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Castelo Branco promove, no próximo dia 1 de Junho, no auditório da Escola Superior de Educação de Castelo Branco, as jornadas “Uma ponte para a Inclusão”. A iniciativa decorrerá durante

todo o dia e terá como prelectores Nuno Lobo Antunes (CADin – Lisboa), Boavida Fernandes (Hospital Pediátrico de Coimbra), Paula Pinto (Universidade Técnica de Lisboa), Luís Figueiredo (Politécnico da Guarda) e Henrique Gil (Escola Superior de Educação). K


É aluna do Politécnico de Leiria

Telma Santos nos Jogos Olímpicos

6 Telma Santos, aluna da licenciatura em Desporto e Bem-estar do Instituto Politécnico de Leiria foi apurada, na modalidade de Badminton, para os Jogos Olímpicos 2012, que decorrem em Londres, de 27 de Julho a 12 de Agosto. Telma Santos, que se vai estrear nesta competição, já ganhou nove títulos de campeã nacional absoluta em singulares senhoras, e dez títulos nacionais em todos os escalões não seniores, além de seis títulos nacionais em equipas mistas, e quatro títulos

nacionais em equipas femininas. Aos 28 anos, e conta já com 14 internacionalizações pela selecção nacional. É praticante de badminton desde os oito anos e é, actualmente, a melhor jogadora nacional. A atleta, natural de Peniche, joga pela Associação Cultural Desportiva CHE Lagoense e foi apurada para os Jogos Olímpicos 2012, no seguimento da actualização do ranking mundial de badminton, que a colocou no 71.º lugar na tabela de singulares femininos. K

10 Anos 10 conferências

MedUbi em festa

6 O Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior (MedUbi) assinala o 10º aniversário com um programa de conferências destinadas a revelar a vida dos médicos para além da Medicina, anunciou a organização. “10 Anos 10 Conferências” é o título da iniciativa que se prolonga até ao final do ano. «O médico como músico» foi o tema da primeira conferência que teve lugar a 8 de Maio, no Grade Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde, com a presença da médica e fadista Kátia Guerreiro. Entre as personalidades do Mundo da Medicina consta o nome Miguel Castelo Branco, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira e docente da FCS (O médico como mentor) que terá lugar a 5 de Junho. Da lista fazem parte Daniel Serão (O médico como humanista); João Lobo Antunes (O

médico como escritor); Duarte Nuno Vieira (O médico como activista); Fernando Nobre (O médico como filantropo); Eduardo Barroso (O médico como inovador); Maria do Carmo Fonseca (o médico como investigador) e Luís Taborda Barata (O médico como… mais do que um médico). Estas conferências terão lugar nos meses de Outubro e Novembro deste ano. A organização tem ainda mais um nome que aguarda confirmação. K

Minho, Aveiro e Porto

Campeões de Futebol Robótico

6 A equipa FC Portugal, projecto conjunto das universidades do Minho, Aveiro e Porto, foi a grande vencedora do Campeonato Europeu de Futebol Robótico (Dutch Open 2012), na modalidade Simulação 3D, disputado este mês em Eindhoven, na Holanda. A equipa portuguesa marcou 52 golos e sofreu apenas um. Nas meias-finais derrotou o campeão francês L3M-SIM por 5-0. Na final venceu o campeão inglês Boldhearts por 3-1, na marcação de penaltis. A equipa FC Portugal iniciou em 2000 e já ganhou mais de 25 troféus internacionais, inclusive três campeonatos mundiais e seis campeonatos europeus. Coordenado pelos

professores Luís Paulo Reis, do Minho, e Nuno Lau, de Aveiro, o projecto usa as competições do RoboCup para desenvolver investigação em coordenação de equipas de robôs. Nas restantes ligas participaram diversas equipas portuguesas. Em Simulação de Resgate e Salvamento, a FC Portugal Rescue obteve o segundo lugar. Em Simulação 2D, a FC Portugal subiu ao terceiro lugar. Já a CAMBADA foi também terceira na liga de Robôs médios e a CAMBADA@Home foi quarta na liga @Home. Após os bons resultados obtidos no Europeu, as equipas portuguesas preparam-se agora para o Campeonato Mundial, a disputar na Cidade do México de 18 a 24 de Junho de 2012. K

Andebol

Infantis da Guarda ganham

6 A equipa de Infantis, de andebol, do Instituto Politécnico da Guarda(IPG) sagrou-se vencedora da fase complementar da série A. A referida equipa obteve um excelente registo ao longo das seis jornadas, não tendo perdido um único jogo e conseguiu os melhores resultados desportivos; em termos de ataque, somando 173 golos marcados, e em temos de defensivos contabilizando 79 golos

sofridos. De realçar que os melhores marcadores desta fase (complementar da série A) são atletas que integram esta equipa do IPG, nomeadamente Alfredo Torres e Ricardo Esteves, com um registo de, respectivamente, sessenta e setenta golos marcados. Após esta vitória, a equipa irá, brevemente, defrontar os campeões das outras séries. K

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Editorial

Que prioridades para a educação? 7 Os professores que resistem e recusam perder a sua profissionalidade, aqueles que estão presentes e aceitam os novos desafios, são muitas vezes olhados como heróis sociais pelo modo como enfrentam o embate das mudanças, das pressões e das críticas injustas, por vezes acumuladas por mais de uma geração. Porém, o amontoar dessas pressões, a que por vezes se juntam períodos profissionais menos estimulantes, conduzem a que muitos docentes se confrontem com crises da sua profissionalidade, com impacto profundamente negativo no modo de agir dentro da escola Essas crises de identidade profissional podem surgir quando os professores são chamados a abandonar o que sabiam fazer bem, para se dedicarem a outras tarefas em que não acreditam ou para as quais se sentem mal preparados, já que tecnicamente as dominam mal.

Ou seja, quando são coagidos a substituir o seu “saber-fazer” por um “saber-mais-ou-menosisso”. Outras vezes, essas crises revelam-se quando se alargam os horizontes espaciais de actuação do docente. A geografia de actuação dos docentes foi profundamente alterada nas últimas décadas, sem que isso tenha revertido numa significativa alteração dos processos de formação inicial de professores. A quase totalidade dos docentes foram (e ainda continuam a ser) formados para agir quase exclusivamente dentro da sala de aula. As competências profissionais que lhes são exigidas estão confinadas a saberes e procedimentos que apenas fazem sentido em situação de classe. Os formadores de professores dedicam mais de noventa por cento das suas actividades de supervisão para recolher dados de avaliação através da observação

de aulas. O (futuro) professor pode claudicar à porta da sala de aula. Será impensável que o faça dentro dela. Esta história e estas memórias da formação fazem com que muitos dos professores portugueses prefiram o trabalho individual (isolado) à formação em parceria, porque lhes fizeram acreditar que a sua sala de aula é um local sagrado inexpugnável e que o seu trabalho profissional se esgota com o fechar da porta dessa sala. Muitos de nós fomos e somos apenas preparados para agir em situação de classe, menos na escola, raramente na aldeia digital e na comunidade parental. Aí, começam as fobias, os preconceitos, as reservas e os desencantos. Aí, os discursos começam sempre a ser menos pedagógicos e mais defensivos de uma neutra profissionalidade que nem sempre sabemos definir ou que,

por ausência de outro modelo, definimos com base na tradição e no pior do discurso oral. Sobretudo quando a tutela obriga, com tem vindo a obrigar, a que os professores se desmultipliquem em tarefas e todos os objectivos que as famílias e a sociedade não conseguem (ou não querem?) solucionar… O alargamento das tarefas e funções dos docentes obrigamno a intervir numa nova geografia pedagógica, pressionam-no a caminhar em terrenos e a traçar percursos em que ele nem sempre se sente profissionalmente confortável. Obriga-se a que o professor também seja tutor e educador, quando ele, de facto, foi, sobretudo, formado para instruir, em contacto directo com os seus alunos, sem intermediários, designadamente os intermediários das aprendizagens a distância. Por tudo isso, relevo a importância da formação permanente dos docentes, a qual de-

veria envolver verbas e meios significativos, porque se trata da manutenção da qualidade do maior bem de uma nação: a qualidade do seu sistema educativo. Mas não creio que seja para aí que as prioridades economicistas da actual tutela estejam viradas. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt

primeira coluna

Erasmus, uma oportunidade 7 Só este ano cerca de sete mil alunos portugueses do ensino superior estão a participar no programa Erasmus. Um número, divulgado pelo Ministério da Educação e Ciência, que é significativo, e que surge numa altura em que se assinalam os 25 anos de um programa que garante a mobilidade de estudantes dentro do espaço europeu. Acima de tudo, o Erasmus é uma oportunidade para os jovens que nele participam e que podem fazer uma parte do seu percurso académico em instituições estrangeiras. Mas é ainda uma oportunidade para as universidades e politécnicos portugueses que, também eles, recebem alunos de outros países.

E se no início deste programa a mobilidade se fazia de uma forma mais tímida, hoje é procurada por muitos alunos que, sem receio, procuram novas vivências e experiências, enriquecendo também os seus currículos. Este ano, o programa Erasmus significa um investimento para Portugal de cerca de 11,5 milhões de euros. A bolsa média dos alunos portugueses está acima da média europeia (que é de 250 euros) e tem um valor de 285 euros mensais. Um valor que constitui apenas um apoio aos estudantes, já que com esses valores sobrará muito mês aos alunos depois da dita bolsa, acabando por ser as suas famílias a suportar o resto da despesa.

Para além dos alunos, também os docentes e não docentes podem candidatar-se a este programa de mobilidade. O Erasmus surge como um dos programas que mais vezes é referenciado quando se fala na internacionalização das instituições de ensino superior. É certo que a internacionalização das universidades e politécnicos terá que passar por outro tipo de compromissos e parcerias, mas o Erasmus é, seguramente, uma porta importante e o início de muitas cooperações. Ainda assim, o Erasmus tem aspectos que devem ser melhorados, sobretudo junto de algumas instituições de ensino que acolhem os alunos (por exemplo, um cuidado acrescido no que respeita aos currículos

dos cursos, ou no fomento da aprendizagem da língua falada no país de acolhimento), mas globalmente é uma mais valia inegável para os estudantes que nele participam. Com o país mergulhado numa grave crise económica, com muitos jovens sem saberem se depois da conclusão dos seus cursos terão emprego, ou condições para o criarem, a experiência vivida em Erasmus pode tirar muitas dúvidas sobre se vale a pena emigrar. Mas em questão de mobilidade, não convém esquecer um outro programa, o Leonardo da Vinci, que permite a mobilidade de pessoas para o mercado de trabalho ou para formação profissional inicial. Como diz a velha máxima: é

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no aproveitar que está o ganho. E o programa Erasmus é algo que os alunos portugueses e as instituições de ensino superior devem procurar aproveitar.… K João Carrega _ carrega@rvj.pt


Antigo internacional português em entrevista

Como Paulo Futre finta a crise

7 Paulo Futre foi o primeiro jogador português a conquistar um lugar ao sol num clube estrangeiro e dispensa apresentações entre os portugueses. Numa mítica conferência de imprensa, em que o ex jogador previa a vinda de «charteres» de chineses para Portugal, conseguiu a atenção do país inteiro, ofuscando mesmo a saída do governo do primeiro ministro demissionário José Sócrates. O episódio mediático valeulhe vários convites para a televisão. Fez uma “perninha” na representação, com a novela Laços de Sangue, uma passagem pelo videoclip de David Carreira e o Programa televisivo Futrebol. Em entrevista ao Ensino Magazine, realizada na Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco, Paulo Futre, concentradíssimo, explica como se deve fintar a crise.

estarem a gerir uma componente estratégica do país? É uma saída. Que estejam eles a controlar, hoje, é algo puramente económico. De certeza que foi um bom negócio para nós. É a situação que vivemos e temos de aceitar. Neste segundo capítulo da sua vida, com a televisão, os chocolates, muitas coisas surgiram após aquela conferência de imprensa? Sim, foi uma coisa inesperada. O que vivi durante este ano é talvez a grande homenagem que Portugal me está a fazer. As grandes homenagens tinham sido feitas em Espanha. Depois da conferência de imprensa, passado umas semanas, eu era o ídolo para três, ou quatro gerações depois da minha, e, para uma, ou duas abaixo de mim. Hoje são os pais dos miúdos de 10 anos, que de certeza dizem aos filhos “Olha lá, que este gajo era o meu ídolo”.

Quando fala com os jovens como é que encara esse papel?

O programa Futrebol é uma agradável aventura televisiva?

Encaro sempre como uma grande responsabilidade. Estamos a falar do futuro do nosso país, o futuro, em todos os aspectos. Tento contar-lhes as minhas histórias de vida e motivá-los um pouco. A situação é má, não só em Portugal, mas a nível global. Acima de tudo quero passar a mensagem de que nunca devemos baixar os braços. Por muito má que seja a situação, temos sempre de lutar.

Foi uma grande experiência e uma grande aventura, com um grande profissional como é o Sousa Martins, - o Mário Sousa, como eu o chamo. É uma grande experiência onde está a correr tudo bem. É um programa completamente diferente. Temos a parte séria, mas a maior parte do tempo tentamos brincar. Se as pessoas vão para a cama com um sorriso, eu e o Mário Sousa já ficamos felizes.

Acredita que o seu exemplo de vida, a sua história, podem estimular as gerações mais novas para que não desistam? Sim, é uma grande história. Pode ser um exemplo, sem dúvida. Não tudo, como é normal. Tenho situações de muita polémica, também cometi erros. É um sonho americano, em que vens lá muito de baixo e consegues atingir os teus êxitos. Muitas coisas da minha vida, podem ser um exemplo para todos os jovens. Com a actual crise os mais jovens procuram oportunidades fora do país. O Paulo Futre foi o primeiro futebolista português a vingar no estrangeiro, concretamente em Espanha. Esse exemplo de vida pode ser uma boa lição para que as pessoas acreditem no seu valor? Sem dúvida. Mas temos que dividir as coisas. Eu fui um emigrante privilegiado. Tenho de dizer aos jovens e a todos os portugueses que queiram emigrar que estejam muito atentos. Especialmente agora, porque há gente que quer enganar, promete muitas coisas. Depois, os emigrantes chegam aos países e ficam completamente “agarrados” e sozinhos. Informem-se muito bem com as embaixadas, consulados. Podia contar mil histórias de portugueses que passaram por Espanha e Itália, países onde também andei. Foram histórias horríveis. Estejam atentos, informem-se

Quando jogam os “três grandes” torce por algum destes clubes portugueses, uma vez que jogou nos três? bem com as embaixadas, não se metam em aventuras e não vão em promessas que podem correr mal. Uma mensagem sua para os políticos foi que se a classe média estava a passar dificuldades e “a classe baixa estava a passar fome”, disse. Passou um ano, que mensagem é que gostava de passar para os políticos? Vejo, como todos nós, que a situação está má. Mas, sinto muito mais a crise em Espanha, porque os espanhóis estavam no “vigésimo andar”, nós estávamos ali no “terceiro” ou “segundo”. Os Espanhóis agora estão muito perto de nós. É como uma montanha, hoje está tudo cá em baixo. Mas isto tem de mudar. Agora, deixar uma mensagem aos políticos não é nada fácil. A medida que tomou o Pedro Passos Coelho no corte dos subsídios é uma medida politicamente horrível, mas era necessária. Porque isto não está fácil. Um dos capítulos fortes da sua vida foi essa conferência de imprensa com os charteres, os chineses e companhia limitada. Acredita que as pessoas tem um timing na vida para ter uma jogada

certeira e apostar tudo? Ali tinha duas opções: uma era voltar para trás. As nossas sondagens estavam muito atrás dos outros candidatos. Ainda por cima, o governo tinha caído naquele dia. Quando cai um governo, quando se demite um presidente da república, ou um primeiro ministro, como foi o caso de José Sócrates, não há espaço para mais ninguém. Era um tema não só para Portugal, mas, para todo o mundo. Como estava a dizer, tinha duas opções: ou voltar para trás, - eu vinha de Madrid quando me disseram que o governo tinha caído ou inventar algo para fazer ruído. Surgiu a situação do “chinês”. Já tinha falado com Dias Ferreira, e não nos podemos esquecer que isto é um negócio que existe há 13 anos lá fora. Actualmente há jogadores asiáticos, em clubes europeus, que trazem muitos ingressos para os clubes, a nível de sponsers, etc. Quando fui para a frente com o chinês, quis fazer barulho. Mas, não sou estúpido, tinha a minha defesa. Foi um pequeno erro de cálculo, o chinês não veio para Alvalade, mas, vieram charteres de chineses para tomar conta da EDP. Como cidadão preocupa-o os chineses

Eu sou sportinguista. Quando o Sporting não pode ganhar, também tenho, como toda a gente sabe, uma costela do Porto. Mas, também foi uma grande honra jogar no Benfica. Sinceramente, depende do momento que esteja cada um. O Braga tem um mérito tremendo. Tem feito um trabalho excelente. Há algum tempo, fez uma “perninha” na representação, numa novela, e participou no videoclip do David Carreira. Gostou desse tipo de experiências? Adorei estar com o David. Gravamos aquilo num dia. Já vinha com a experiência dos “Laços de Sangue”. Hoje, quando faço as minhas reportagens para o programa, acho que aprendi muito com o que fiz n` Os Laços de Sangue. Foi uma experiência maravilhosa, em todos os aspectos. Trabalhar com aqueles grandes profissionais, ver as câmaras, onde tens de estar, onde não tens de estar, foi uma grande experiência. K Entrevista: Hugo Rafael _ Texto: Eugénia Sousa _ Direitos Reservados H   

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Bocas do Galinheiro

Fernando Lopes, cronista maior do nosso cinema 7 É um lugar dizer que o cinema português, ou melhor, o cinema, ficaram mais pobres com a morte recente de Fernando Lopes. Mas, essa é a verdade e não há volta a dar. Pioneiro do Cinema Novo, movimento que deu à volta à cinematografia nacional nos anos 60 e 70 do século passado e onde pontificaram nomes como Paulo Rocha (Verdes Anos,1962 e Mudar de Vida, 1966), Fonseca e Costa (O Recado,1971) Alberto Seixas Santos (Brandos Costumes,1973/74), Cunha Teles (O Cerco, 1969) ou António-Pedro de Vasconcelos (Perdido por Cem…,1972), fundador do Centro Português de Cinema, de que é o primeiro presidente da direcção, abre caminho para o reconhecimento pela Fundação Gulbenkian do cinema como uma arte com a mesma dignidade das outras, sendo que o apoio da fundação está intimamente ligado ao avanço do Cinema Novo. Forjado, como muitos da sua geração no movimento cineclubista, como reconhecia, foi sócio do Cineclube Imagem, encontrou trabalho na RTP, sendo que os tempos de bolseiro do Fundo de Cinema Nacional, na London School of Film Technic, no Reino Unido, onde obteve o diploma de realização de cinema, e estagiado na BBC, a televisão pública britânica, terão sido fundamentais para a sua importância no novo rumo do cinema português. O seu papel na divulgação do cinema e não só, revela-se também como director da revista Cinéfilo, nos anos 1973-1974, como o qualificou António-Pedro Vasconcelos, chefe de redacção “ como absolutamente excepcional. A revista teve um papel singular no panorama das artes, do espetáculo e da cultura em Portugal, o que se deve ao facto do Fernando Lopes ser esse homem capaz de construir pontes, de dialogar, de respeitar as opiniões diferentes da sua”. Nascido a 28 de Dezembro de 1935 em Várzea dos Amarelos, concelho de Alvaiázere, Fernando Lopes vem para Lisboa aos quatro anos, trazido pela mãe, fugida a um casamento que já não queria. Depois de uns anos a

viver em Vila Nova de Ourém com uns tios, cuja tia o começou a levar ao cinema, volta a Lisboa aos 12 anos, cidade que adoptou e o adoptou até à sua abalada recente. Uma Lisboa que soube retratar, a preto e branco (uma espantosa fotografia de Augusto Cabrita), com tudo o que isso podia significar naqueles cinzentos anos 60, e transmitir o seu pulsar na sua primeira longa-metragem, “Belarmino”, de 1964. Pioneiro com esse filme do cinemaverdade, a vida e o destino do pugilista Belarmino Fragoso, numa viagem a esse submundo que era o pugilismo nos anos sessenta, através da(s) entrevista(s) de Baptista-Bastos, sincopada(s) com o jazz da banda sonora de Manuel Jorge Veloso e ao toque do bolero Sabor a Mi, que nos vai acompanhar noutros filmes de Fernando Lopes. Com um sentido raro da narração romanesca, as suas adaptações de grandes nomes das letras portuguesas é marcante. Primeiro com “Uma Abelha na Chuva”, de 1972, uma nova incursão no Portugal de 60, provinciano

e recalcado, tal como saiu da pena de Carlos Oliveira, seu amigo, um dos maiores poetas e romancistas da nossa língua. Jorge Leitão Ramos no seu dicionário, é claro: “entre a chuva, a raiva, o cansaço e o desejo, Fernando Lopes ergueu, com este filme, uma das mais exactas e dolorosas descidas ao rosto ‘farto’ do país”, onde se revela outra das facetas do cineasta, a facilidade com que lida com os actores e lhes tira tudo o que podem dar, demonstrado à evidência nas grandes interpretações de Laura Soveral e João Guedes. Depois com “O Delfim”, de 2002, adaptado por Vasco Pulido Valente da obra homónima de outro amigo de longa data, José Cardoso Pires, com Alexandra Lencastre e Rogério Samora. De novo o regresso ao Portugal do salazarismo e dos muitos delfins que o povoavam, mas que continuam neste marialvismo resuscitado, como referia o realizador, no tal fantasma lusitano que nos foi deixado pelo Salazar no sentido da “Caras” e outras revistas do género. Uma palavra para a soberba fotografia de Eduardo Serra, as ima-

gens da Lagoa são bem o testemunho de que estamos perante um dos grandes directores de fotografia da actualidade, de que as duas nomeações para o Oscar isso provam. Em “98 Octanas”, de 2006, um road movie pelo interior de Portugal, ou, no dizer de Fernando Lopes, uma via-sacra, uma road trip que resumiu como “um tipo anda a fugir encontra uma tipa que anda a fugir e dá-lhe boleia”, a sua faceta de cinéfilo veio ao de cima numa assumida homenagem a Nicholas Ray e a “Os Fugitivos da Noite (1948), tem em Rogério Samora e Carla Chambel, em dois papéis fortíssimos, do melhor que já se fez no cinema português, o suporte ideal para a cumplicidade do filme com o espectador, engalanado pela música do malogrado Bernardo Sassetti. Os mais recentes, “Sorrisos do Destino”, 2009, e “Câmara Lenta”, estreado em Março deste ano, foram a continuidade da obra de um realizador de fitas fundamentais para conhecermos Portugal. Um cronista maior do nosso pequeno mundo. Pelo meio filmes como “Nós Por Cá Todos Bem”, de 1976, um regresso às origens, ao campo, sem esquecer a cidade, através das cartas de uma criada de servir, tal como a mãe, ou ela mesma, a camponesa que aparece no filme, “Crónica dos Bons Malandros, de 1984, baseado no livro de Mário Zambujal, “Matar Saudades”, de 1988, outro regresso à terra, este mais trágico e passional, com Rogério Samora e Teresa Madruga, e ainda Eunice Muñoz e, outra adaptação romanesca, esta de 1993, com “O Fio do Horizonte”, de Antonio Tabucchi, desaparecido também recentemente, cuja obra reflete uma confessada influência de Pessoa evidente neste filme e na personagem de Claude Brasseur. Uma filmografia curta, mas intensa, diria mesmo imensa, de um cineasta a quem o cinema muito fica a dever. E o País. Que soube ver como nenhum. Até à próxima e bons filmes! K Luís Dinis da Rosa _

Fado é Património Mundial e Imaterial da Cultura

Ana Sofia Varela – A fadista pintora 6 Nasceu em Lisboa, 1977, mas foi no Alentejo, em Serpa, que cresceu. Por lá andou, ouvindo fados em geral e Amália em particular, até que os seus passos a levaram às Grandes Noites de Fado, na Casa do Povo local. Daí a tornar-se fadista profissional foi um salto. O Convite para cantar em casas de Fado de Lisboa, surgiu no ano de 1997, pela mão do já falecido Carlos Zel, que Ana Sofia Varela, muito admirava. Entretanto iniciou uma colaboração com o guitarrista Mário Pacheco, com quem realizou diversos espetáculos em Macau, Japão, Itália, e muitos outros lugares. Em 2002 lança o álbum ASV, pela editora Universal, mas um dos projetos mais importantes da sua carreira foi a participação no CD A Guitarra e Outras Mulheres de António Chaínho, a par de nomes como Marta Dias, Teresa Salguei-

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ro e Filipa Pais. Foi em 1988, onde interpretou o tema Tenho ruas no meu peito. Cruzei-me com ela no final de 2009, no ambiente intimista da Fábrica de Braço Prata, em Lisboa, onde apresentou o seu último trabalho Fados de Amor e Pecado, uma visão contemporânea deste género, também assinado por João Monge (letras) e João Gil (música). Na altura a sua produtora dizia que “Ana canta com amor, ciúme, noites perdidas, gatos pelos telhados, más famas, perdição, uma pesquisa pelas raízes fadistas para trazer de facto algo de novo, ousado e até irreverente”. Ana Sofia Varela é também pintora e gosta de expor os seus trabalhos. K J. Vasco _ H Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _


Memórias ficcionadas

Praxes, para que vos quero? «as praxes tolas do costume.» (A Memória das Palavras, José Gomes Ferreira1)

7 Aqui tudo chega atrasado. Até as revoluções. O Maio de 68 só se fez sentir em Portugal um ano depois. A Crise de 69 não teve, na Academia, o impacto do epicentro europeu… mas fez mossa; as ondas de choque, embora enfraquecidas na sua magnitude, acabaram por abalar a “educação nacional”. Desde aí, nada voltou a ser como dantes. Nem a repressão. – Fui chamado! Vou malhar com os costados a Mafra – anunciava, abatido, Antonino aos seus amigos e colegas de Direcção. – Eh pá, e logo na incorporação de Janeiro, os gajos nem te deixaram acabar o curso! – Quase de certeza que me mandam para “atirador”. – Pois, é o destino dos associativos – sentenciava Faustus, procurando confortá-lo, ao relembrar a prática do “castigo militar” para os chamados «estudantes subversivos». – Só espero não ter guia de marcha para os Comandos ou para os Rangers…

Aquela juventude (a masculina) vivia nesse permanente trauma de “ser chamado para a tropa”. Por isso mesmo, pôr fim à guerra colonial e combater a ditadura era então prioritário. Daí que os jovens fossem mais “do contra”, não se deixando levar pelas “conversas de família” de Marcello nem pela “abertura” tecnocrática e, pretensamente, arejada de Veiga Simão . Pelo contrário, empenhavam-se com entusiasmo nas lides oposicionistas. Muitos deles, levavam-nas bem mais a sério que aos estudos, apesar dos avisos familiares, temendo sempre o pior: a tropa ou a prisão. Os meetings na cidade universitária (em Ciências, Técnico ou Económicas) sucediamse, culminando, muitas vezes, em manifestação, avenida abaixo, que durava até os nívea da polícia de choque aparecerem. O clima não era, portanto, propício a festas, praxes ou queima das fitas. É verdade que todo esse folclore académico se centrava em Coimbra e, até aí, alvo de forte contestação. Arcílio, que entrou na Universidade Técnica de Lisboa no dealbar da década de 70, nunca viu um colega trajado, não sofreu qualquer praxe ou festejou o final do curso com bênção

de pastas ou queima do que quer que fosse. As Associações de Estudantes, nos nossos dias, perderam o sentido político da sua acção. Efeito perverso da democracia normalizada? Ficaram acantonadas no corporativismo da sua “escolinha”. Tornaram-se, antes de mais, organizações promotoras de “eventos” como a «Semana Académica» – onde jorra cerveja e música pimba – ou enquadram as praxes e os “tribunais” da dita. O financiamento? comem à mesa do orçamento de estado. Todos os anos lectivos, a imprensa noticia casos graves de humilhação ou violência extrema no decurso das ritualizadas praxes. O então ministro Mariano Gago, na sequência de um incidente trágico, exigiu mais responsabilidade das autoridades académicas no controlo dessas tontas práticas estudantis, que renasceram pujantes como Fénix das cinzas, no regime democrático. As direcções das escolas proibiram-nas no interior dos edifícios escolares mas tudo continua na mesma tropelia, balbúrdia e histerismo nas zonas adjacentes; o que torna quase impossível o funcionamento das aulas. Os “ca-

loiros”, medrosos e cumpridores obedientes das directrizes praxistas, não se atrevem a trocá-las pelas aulas. Não têm outro remédio senão juntar-se ao “rebanho” e acatar as ordens despóticas do dux veteranorum (!?). E por ali se vão entretendo, todo o santo dia, em intermináveis comboios, jogos e folganças de onde saem imundos – rotos, cabelo enfarinhado, caras pintadas – e de penico de plástico na mão, entoando cantorias de alto calibre “erótico”: «Ai que calor, ai que calor /Que boa sou, que mamas tenho /Eu quero um homem que me leve para a cama /Que me diga que me ama /E que me tire este calor.» Aqui, a igualdade de género assume-se na brejeirice e no palavrão, até há pouco, apanágio de machos. Num estilo misto de capataz e mestre de cerimónias, os ditos “veteranos” (quase exclusivamente do 2º ano), desejosos da reparação das afrontas sofridas no ano anterior, pavoneiam-se fardados de “pinguins”, com a capa preta ao ombro, mostrando orgulhosos os emblemas, pins e demais quinquilharia. Um verdadeiro “espírito académico”! À noite, descem à cidade para a

alta curtição do «rally das tascas». Então, a hierarquia académica esbate-se nas séries infindáveis de copos «vai acima, vai abaixo, vai ao meio, bota abaixo», entre canções pindéricas do repertório festivaleiro da Tuna. Neste noctívago mundo, que deixou de ser só de homens, a sobremodernidade levou as raparigas para os trilhos partilhados do álcool, do fumo,… Madrugada dentro, um grupo abandona a urgência do hospital e, aos tropeções, recolhe à residência de estudantes. – O Ruben e a Vanessa enfrascaram-se bué! – diz um deles, de voz entaramelada, a tresandar a solidariedades etílicas. A ressaca será terrível! K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt Este texto está redigido segundo o “velho” e identitário Acordo Ortográfico _

CRÓNICA

Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Tal como te decía en mi carta anterior, hoy quiero dedicar unas ideas a la tercera decisión del proceso de Evaluación para el Aprendizaje (EpA), o sea, “cómo llegar de la mejor manera posible”. Ya sabes que el mero hecho de “llegar”, es decir, conseguir los objetivos, supone un alto nivel de eficacia. En efecto, somos “eficaces” (tanto en el ámbito educativo como en cualquier otro dominio) cuando somos capaces de disponer los medios adecuados para obtener los fines que nos hemos propuesto. Ahora bien, a mí, personalmente, me asalta una duda: ante la complejidad de todo lo que supone el sistema educativo, ¿será suficiente ser eficaces? ¿bastará con que los profesores guiemos a nuestros alumnos para que utilicen los recursos adecuados que les lleven a conseguir los objetivos marcados? O, por el contrario, ¿será necesario que busquemos un “valor añadido” a nuestra actuación educativa tratando de llegar a ser auténticamente eficientes, o sea, a conseguir los mejores objetivos con los mínimos recursos? Es evidente que a nadie se le escapa que la sociedad occidental

está en crisis (para comenzar, de tipo económico, pero subsiguientemente, de tipo social, de valores humanos, etc.). Ante un problema como el que estamos viviendo, podemos tomar varias actitudes, entre las que cabe destacar dos: 1) seguir quejándonos de la crisis y esperar que esto pase, o 2) aprender de la situación en la que estamos viviendo. Volviendo a nuestro discurso: no cabe duda que resulta relativamente fácil ser eficaz, e, incluso, llegar a ser eficiente, cuando el llamado “estado de bienestar” provee a todos con superabundancia de recursos (en la educación esto se ha traducido en sobregasto y superabundancia de materiales tecnológicos, de subsidios y ayudas a la formación de los profesores, de becas a los alumnos para asegurar la igualdad de oportunidades, etc.). Pero el gran problema del “estado de bienestar” anteriormente creado consiste en que nos ha llevado, pienso yo, a perder “el norte” y a dejar de controlar el flujo de los recursos. Hemos incrementado recursos hasta límites insospechados y ahora nos encontramos con dos consecuencias: 1) muchos de los recursos han sido claramente

infrautilizados y se han convertido en obsoletos sin apenas llegar a ser utilizados; 2) nos hemos acostumbrado de tal manera a la superabundancia de recursos que, cuando ha llegado el momento, como el actual, en que los recursos comienzan a escasear o se reducen al mínimo, no somos capaces de encender la “chispa” de la eficiencia. En otras palabras, hemos tenido tantos “árboles” delante, que nos han ocultado “el bosque”, y hemos creído que todo el bosque era árboles, perdiendo de vista que en bosque también hay zonas de vacío (sin árboles), zonas peligrosas, de difícil acceso, etc. En definitiva, hemos pasado años (incluso décadas) “dormidos en los laureles” de la confianza (más bien pseudo-confianza) que nos traía el bienestar y la superabundancia. Pero, tal como están las cosas, es el momento de renunciar a esa “siesta” prolongada y volver a “cargar las baterías” de la creatividad para superar la inercia y convertirnos no sólo en eficaces, sino en eficientes. Si la crisis económico-social-político-educativa… nos enseña esto, es decir, nos enseña que tenemos que estar siempre despiertos, bienvenida sea la crisis. Ya sabes que en el

concepto de crisis se inserta el cambio y la dinámica del progreso y de apertura al futuro: la crisis es un momento duro de sufrimiento, pero que tiene que desembocar, necesariamente, en crecimiento. Ahora bien, para crecer hoy día, es necesario crear. Éste es, a mi manera de ver, nuestro nuevo reto: sacudirnos la pereza y la queja, y comenzar a dar pasos hacia adelante para crear un nuevo sistema que nos permita llegar a ser eficientes. Como sabes, la eficiencia consiste en ser eficaces utilizando de la mejor manera posible los mínimos recursos disponibles. En este sentido, conviene que recordemos la historia del burro que cayó a un pozo. Te la cuento y, con ella, me despido hasta el próximo mes. Un día, el burro de una campesina se cayó en un pozo. El animal lloró fuertemente por horas, mientras la campesina trataba de averiguar qué hacer. Finalmente la campesina decidió que el animal ya estaba viejo, el pozo estaba seco, y necesitaba ser tapado de todas formas, y que realmente no valía la pena sacar el burro.

Invitó a todos sus vecinos para que vinieran a ayudarla. Todos cogieron una pala y empezaron a tirar tierra al pozo. El burro se dio cuenta de lo que estaba pasando y lloró horriblemente. Luego, para sorpresa de todos, se aquietó. Después de unas cuantas paladas de tierra, la campesina finalmente miró al fondo del pozo y se sorprendió de lo que vio...: con cada palada de tierra, el burro estaba haciendo algo increíble... Se sacudía la tierra y daba un paso hacia arriba...; mientras los vecinos seguían echando tierra encima del animal, él se sacudía y daba un paso hacia arriba. Bien pronto todo el mundo vio sorprendido cómo el burro llegó hasta la boca del pozo, pasó por encima del borde del pozo y salió trotando... Hasta entonces, como siempre, salud y felicidad. K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com

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crónica salamanca

Editoriales Universitarias 6 Desde el nacimiento de la imprenta (Gutenberg, 1450), y ya en el último cuarto del siglo XV, algunas universidades, como sucedió con la de Salamanca, pusieron en funcionamiento un servicio de edición y publicación de libros. Se trataba entonces de facilitar a profesores y estudiantes la tarea docente, y la incipiente investigación. Así, durante varios siglos han funcionado algunas editoriales universitarias, y sobre algunas imprentas y editores que se han ganado el pan al calor de la producción intelectual y demandas de libros que generaban las universidades. El caso de Salamanca fue desde el inicio clarificador, y fue y sigue siendo la primera editorial de España, la más antigua, y una de las más reconocidas. Pasaron los siglos, y también surgen nuevas necesidades editoriales, para publicar manuales, discursos y sobre todo novedades literarias y de investigación. El influjo del modelo humboldtiano de universidad a principios del siglo XIX, orientado a la creación de conocimiento, a la investigación, despertó en Alemania primero, y después en toda Europa, y Norteamérica, la necesidad de difundir resultados de la investigación. Por ello comienzan a aparecer revistas científicas, colecciones de libros en todos los campos de la ciencia, a veces de sectores privados, en ocasiones con iniciativa pública, y desde luego en el seno de algunas universidades. El mundo universitario anglosajón se incorpora de lleno a este carro de

la producción y difusión científica, y va a convertir ya todo el siglo XX en un hervidero de publicaciones procedentes desde las universidades, en forma de revistas periódicas y monografías. Dos de las más emblemáticas editoriales universitarias de todo el mundo las encontramos en la Universidad de Oxford y en la de Cambridge, que al día presente mantienen un gran ritmo de cantidad calidad de publicaciones. Hace muy pocas semanas tuvimos la posibilidad de visitar tiendas y editorial, por ejemplo en Cambridge, y resulta apabullante comprobar el espectacular grado de profesionalidad, éxito y organización científica y económica que mantienen sus ediciones. En el caso de España, antes de la guerra civil ya existían notables publicaciones científicas, envidiables en muchos aspectos, que seguían modelos antes comentados. Pero una vez superado inicialmente el drama de la guerra civil, sobre todo desde los años 1950 en adelante, se abren nuevas expectativas científicas y de publicaciones universitarias. El caso de Salamanca es de nuevo revelador, pues será con el rectorado de Antonio Tovar (19511956) cuando se erija el servicio de publicaciones, y se impulse la edición de textos científicos y universitarios, en todos los sectores de la ciencia y el conocimiento. Desde entonces esta tarea editorial no ha hecho más que crecer, en nuestra Universidad de Salamanca y en todas las demás. Bien es

verdad que algunas de estas ediciones han adoptado el tono provinciano y familiarista, por no hablar de nepotista y amiguista, que han conducido en un deterioro de la calidad media de muchas de estas editoriales universitarias. Ello se evidencia en el reconocimiento de algunas publicaciones en las agencias de acreditación. Así lo pone de manifiesto también, por ejemplo, una obra crítica muy reciente, de Jordi Llovet, “Adiós a la universidad” (2011), donde sin pelos en la lengua se denuncia este sistema de corruptela editorial. Sin embargo, salva muy bien, como excepción, la tarea de Ediciones Universidad de Salamanca y alguna más, como ejemplo de lo bien hecho. De ello nos alegramos de verdad. En nuestra editorial universitaria, además de poder encontrar un catálogo amplio y bien seleccionado de títulos, encontramos un elenco selecto de revistas científicas de todos los campos, que se sitúan en las primeras posiciones de reconocimiento intelectual en diferentes comunidades científicas de España. Baste citar en el campo de la educación títulos como “Historia de la Educación”, “Aula. Revista de Pedagogía de la Universidad de Salamanca”, “Teoría de la Educación”, “Enseñanza”, además de otras muchas (hasta 26) en el ámbito de la historia, la botánica, la arqueología, la politología, o las ciencias sociales. El ejemplo de Cambridge que antes mencionábamos, o el éxito creciente de Ediciones Universidad

Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt

de Salamanca, año tras año, son signos evidentes de buen quehacer científico, de buena gestión universitaria. Por ello, sin duda alguna que conviene discriminar entre editoriales universitarias, pues no todo vale, pero también es preciso recordar que no toda la edición privada es presentable en sociedad, y que algunos de los mejores textos , libros, y revistas científicas del panorama editorial se encuentran hoy en los catálogos universitarios. De ahí que, a pesar del dolor que representa la desactivación de recursos para los centros universitarios con motivo de la denominada crisis financiera, los atribuidos a las editoriales universitarias no debieran sentirse afectados, de ninguna manera. Ahí nos jugamos mucho, al igual que en la inversión en laboratorios, porque la producción y difusión científica puede peligrar. Y con ella el futuro de nuestra universidad, sociedad, y el de todos. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

Universidad de Salamanca

300 cartas de Unamuno 6 Ediciones Universidad de Salamanca publica el libro “Miguel de Unamuno. Cartas del destierro”, en el que reúne más de 300 misivas escritas por el escritor vasco durante su destierro, desde febrero de 1924 hasta su regreso triunfal a España seis años más tarde, entre las cuales se incluyen las destinadas a su esposa, completamente inéditas. Esta correspondencia, reunida por los escritores Colette y Jean-Claude Rabaté, permite penetrar en la vida íntima y pública del exrector de la Universidad de Salamanca que fiscaliza de manera despiadada a toda una clase política en un momento crucial de la Historia de su país. La mayor parte de este epistolario, presentado hoy en el CentroCentro Cibeles de Madrid, por Daniel Hernández Ruipérez, 026 /// MAIO 2012

rector de la Universidad de Salamanca; José María Lassalle, secretario de Estado de Cultura; Fernando Villalonga, delegado del Área de las Artes del Ayunta-

miento de Madrid; Mª José Rodríguez Sánchez de León, directora del Servicio de Publicaciones de la Universidad de Salavmanca y los editores Colette y Jean-Claude

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98

Rabaté, evidencia la áspera lucha ideológica llevada por este opositor feroz al Directorio de Miguel Primo de Rivera y a la Monarquía de Alfonso XIII. Asimismo, revela la postura crítica de un intelectual comprometido, muy al tanto de la actualidad política europea, y empeñado en influir sobre la opinión pública española, incluso desde fuera. Traducen su activa labor de publicista en semanarios clandestinos, las ambiciones de un escritor en busca de fama internacional mediante las traducciones de sus obras; pero, al mismo tiempo, se transparentan los pesares, las esperanzas y las dudas de un hombre que no deja de ser, a pesar del tiempo y de la distancia, un padre atento y un esposo púdico. K

Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Eugénia Sousa Francisco Carrega Rogério Ribeiro Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco


gente e livros

Sándor Márai Prémio T O filme “É na Terra não é na Lua”, do realizador Gonçalo Tocha, foi eleito o melhor documentário, no festival Internacional de Cinema de São Francisco. “É na Terra não é na Lua” retrata a vida dos habitantes da ilha do Corvo, Açores. Com 180 minutos de duração, foi rodado entre 2007 e 2009. Em Portugal, venceu o prémio de melhor longa-metragem, no DocLisboa. Na Argentina, foi o melhor filme, secção “Cinema do Futuro”, do Festival Internacional de Cinema Independente, em Buenos Aires. K

7 «(...) Quem sobrevive ao outro é sempre traidor. Sentíamos que tínhamos de viver, e não é possível atenuar isso, porque ela é que morreu. Morreu, porque te foste embora, morreu porque eu fiquei e não me aproximei dela, morreu porque nós dois, homens, a quem ela pertencia, fomos mais vis, orgulhosos, cobardes, barulhentos e silenciosos que o que uma mulher podia suportar, porque fugimos dela e a traímos porque lhe sobrevivemos. Essa é a verdade. Tens de saber isso, enquanto estiveres em Londres, quando tudo acabar, na última hora, sozinho. Eu também saberei, nesta casa: e já o sei. Sobreviver a alguém, a quem amámos tanto que teríamos sido capazes de matar por ela, sobreviver a alguém a quem estávamos ligados de tal maneira que quase morremos por isso, é um dos crimes mais misteriosos e inqualificáveis da vida. Os códigos

penais não conhecem esse crime. Mas nós os dois sabemos - diz em voz baixa e seca. - E sabemos também que com toda a nossa inteligência ressentida, cobarde e orgulhosa, não salvaguardámos nada para nós próprios, porque ela morreu, nós estamos vivos, e nós três estávamos ligados duma maneira ou de outra, na vida e na morte. (...)» In As Velas Ardem até ao Fim

Sándor Márai nasceu a 11 de Abril de 1900, em Kassa, cidade húngara que hoje pertence à Eslováquia. Romancista, poeta, dramaturgo e jornalista foi autor de mais de 60 livros. Nos anos vinte, passou um exílio voluntário na Alemanha e na França, durante o regime de Horthy. Com a implementação do regime comunista na Hungria, emigra para os Estados Unidos da América, abandonando definitivamente o seu país, em 1948. Em 1920 começa a trabalhar como jornalista. O primeiro romance foi escrito aos 24 anos. Toda a sua obra é escrita em húngaro, e a maior parte, entre 1928 e 1948. Apesar de ser um escritor admirado no seu país, quando a sua obra é proibida, acaba por cair no esquecimento. Sándor Márai suicidou-se a 22 de Fevereiro de 1989, em San Diego, Califórnia. Com a queda do regime comunista a sua escrita é novamente reabilitada no Leste.

Livro

edições

T João Miguel Tavares escreveu e João Saraiva ilustrou o livro infantil “A Crise explicada às Crianças – para miúdos de direita e para miúdos de esquerda”, chancela da Esfera dos Livros. O jornalista e escritor estreia-se na literatura infantil com um livro que tem a particularidade de ser constituído por duas partes distintas: uma para as crianças de esquerda, e outra para crianças de direita e também para os progenitores de vertentes políticas opostas. A apresentação do livro foi no dia 12 de Maio, em Lisboa, e contou com a participação do ministro das finanças, Vítor Gaspar. K

Novidades Literárias

Central Ásia Rally T João Paulo Peixoto, o primeiro português a visitar os 204 países do mundo, e João Leitão, também viajante e piloto, vão participar no rally “Central Ásia Rally”, com início no dia 26 de Maio e final a 12 de Junho. Os dois viajantes vão formar a Equipa Novos Descobridores e percorrer mais de 8000 quilómetros, num trajecto que começa em Budapeste, passa pela Ucrânia, Rússia, Cazaquistão Uzbequistão, Afeganistão e termina no Tajisquistão. O site oficial do Rally pode ser consultado em http://www.centralasiarally. com. K

história inglesa. À descedência de Jacquetta, está destinado um futuro de poder e glória.

7 Presença. Rumo à Liberdade, de Slavomir Rawicz. O oficial de cavalaria polaco, Slavomir Rawicz, é acusado de espionagem, pelos russos, em 1939 e condenado a 25 anos de trabalhos forçados num gulag. Em Abril de 1941, foge com seis companheiros. Começava assim uma longa caminhada, por mais de 6500 quilómetros, por regiões inóspitas, rumo à liberdade. Publicado em mais de 25 línguas, é um testemunho incrível de força e espírito de sacrifício. Com o título de The Way Back, o livro foi adaptado ao cinema pelo realizador Peter Weir.

Civilização. A Senhora dos Rios, de Phillippa Gregory. Ao casar com o Duque de Bedford, o regente inglês de França, Jacquetta conhece também o mundo misterioso do conhecimento e da Alquimia. Quando fica viúva, ao seu lado fica o escudeiro do duque, Ricardo Woodville. Os dois casam-se em segredo e resolvem partir para Inglaterra. Na corte do monarca Henrique VI, caberá a Jacquetta um papel fundamental na

Guerra&Paz. A Princesa e o Presidente, de Valéry Giscard d`Estaing. A história de Jacques-Henry Lambertye, Presidente de França e Patrícia, Princesa de Cardiff. Com este romance estava lançada a polémica. O romance entre o presidente francês e uma princesa inglesa tem levantado dúvidas se não se tratará do próprio Giscard d`Estaing e da princesa Diana de Gales. Valéry Giscard d`Estaing foi presidente de França entre 1974 e 1981. Babel. Contos Consentidos, de António de Souza-Cardoso. Começando pela visão, cada um dos cinco sentidos, e mais um, - o sexto - são contemplados com um Conto. Contos Consentidos tem prefácio de Miguel Esteves Cardoso, que diz sobre o livro:“É um livro que enternece e entretém, que faz fome e faz festa. São histórias portuguesas com princípio, meio e fim, em que se celebram apetitosamente os pormenores e os jeitos.” Bizâncio. Carl Sagan - Vida e Obra, de Keay Davidson. Carl Sagan será sempre recordado como um visionário da Era Espacial. Foi um cientista controverso ao pesquisar a existência de vida em Marte e profetizar descobertas científicas. Foi preso por protestar contra a energia nucle-

ar, debateu a existência de ovnis e defendeu os benefícios da marijuana. A obras Cosmos valeram-lhe milhões de leitores; e, Dragões do Éden, o Prémio Pulitzer. Uma excelente biografia do homem que queria perceber as estrelas.

Porto Editora. O Gosto Proibido do Gengibre, de Jamie Ford. Durante o ataque a Pearl Harbour, várias famílias japonesas, nos Estados Unidos, foram enviadas para os campos de internamento. Quarenta anos depois, Henry recorda Keiko, a propósito de uma sombrinha de bambu, retirada de um velho hotel em Seatle, juntamente com os pertences de outras familias. Keiko, a jovem japonesa por quem Henry sentiu um amor inocente, também fora obrigada a partir para um campo de internamento. Separados pela guerra, as grandes promessas feitas pelos dois não se cumpriram. Europa-América. Perdida, de Mo Hayder. Jack Caffery, inspector da unidade de Investigação de crimes violentos de Bristol, fica encarregue de investigar um

Os romances: As Velas Ardem até ao Fim; A Herança de Eszter; A Mulher Certa; Rebeldes; e Divórcio em Buda estão publicados em Portugal pela Editora D. Quixote. As Velas Ardem até ao Fim. Num pequeno castelo de caça na Hungria, dois velhos amigos encontram-se para uma conversa decisiva. Há 41 anos que Konrád, o rapaz pobre, descendente de Chopin, que sonhava secretamente com uma carreira como músico, partira para o extremo Oriente; e Henrik, o militar de sucesso, filho abastado de uma família nobre, tinha ficado na Hungria. Numa única noite, num singular encontro, para o qual Henrik se preparou mais de quarenta anos, dois homens, no final da vida, vão falar de uma mulher e de um segredo, cuja força, ditou uma separação irreparável. K Página coordenada por Eugénia Sousa _

caso de carjacking. No banco traseiro do automóvel roubado seguia uma menina de 11 anos. O raptor não demora a entrar em contacto com a Polícia. Para o inspector não restam dúvidas de que ele voltará a atacar. Conseguirá Caffery resgatar a criança? Começa uma emocionante corrida contra o tempo.

Oficina do Livro. O Alfaiate Lisboeta, de José Cabral. O blogue com o mesmo nome deu origem ao livro. O Alfaiate Lisboeta é um livro cheio de estilo, e sobre o estilo dos desconhecidos que o autor resolveu retratar, nas ruas de cidades como Lisboa, Madrid, Milão ou Nova Iorque. «Não há um único destes rostos que não saiba da existência deste livro. Que não saiba que faz parte dele. Ninguém me percebe quando digo isto mas todo o meu trabalho tem início num momento muito simples – o da partilha.» - disse José Cabral. K

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Geo Rubrica

Festival da paisagem 6 O Festival da Paisagem no Geopark Naturtejo está a decorrer no Geopark Naturtejo até ao próximo dia 24 de Junho e constitui uma boa oportunidade para visitar este território classificado pela Unesco. Este ano é dada particular atenção a uma das paisagens menos conhecidas deste território: os espaços mineiros, da Idade do Ferro à década de sessenta do séc. XX. Vários eventos destacam a importância da geodiversidade e dos recursos minerais da região para a construção das sociedades ao longo dos tempos. Não esquecendo o valor e a importância que tem ainda hoje a exploração dos granitos de Alpalhão e de Alcains, o Festival da Paisagem destaca os jazigos de minerais metálicos explorados na Segunda Grande Guerra. Assim, no dia 2 de Junho é inaugurada uma exposição original no Posto de Turismo de Oleiros sobre o Património Geomineiro do concelho, à qual se associa a apresentação de um trabalho de investigação sobre as Minas das Fragas do Cavalo, incluindo o documentário “Ouro Negro”: a outra face. Aproveitando esta e a exposição “Quando da gente

andava ao Menério” patente no Centro Cultural Raiano de Idanhaa-Nova serão realizados numerosos workshops sob o tema das minas e dos minerais para as escolas dos concelhos envolvidos. Mas o Festival da Paisagem inicia-se com o Festival da Cereja de Montes da Senhora, feira de sabores e festa de sons. A 26 de Maio dá-se uma das maiores concentrações do pedestrianismo regional, na espantosa GEOrota

do Orvalho, sempre com muitas surpresas organizadas pela Junta de Freguesia do Orvalho. Nesse fim-de-semana decorre ainda o III Festival das Flores da Aldeia de Santa Margarida, sem dúvida uma das festas mais coloridas da região. Neste âmbito é realizado o percurso pedestre “A Flor do Mês de Maio”. No mesmo dia, o Centro de Ciência Viva de Proença-a-Nova organiza a Rota da Biodiversidade em BTT. De resto, os

percursos na natureza através da Paisagem do Geopark são alguns dos eventos mais carismáticos da Semana Europeia dos Geoparques do Geopark Naturtejo. O VI “Trilhos do Estreito” organizado pela associação local com o mesmo nome, a visita temática às Minas das Fragas do Cavalo, em Oleiros e o percurso pedestre “O Rosmaninho de S. João”, realizada no Rosmaninhal, capital do rosmaninho, na sua festa

mais emblemática, preenchem o programa destinado às populações locais e aos visitantes. No que diz respeito aos programas educativos para escolas, decorre a 6 de Junho uma visita entre o Centro de Ciência Viva da Floresta e o geomonumento das Portas de Almourão e, entre 7 e 9 de Junho, “3 dias a aprender no Geopark”. A Festa do Município, em Proença-a-Nova, traz este ano a floresta à vila, enchendo-a de sabor a mel. Sem dúvida, não há festa doce como esta. O Centro Cultural Raiano apresenta o novo álbum dos Musicalbi no espectáculo “Adufando – Sinais da Beira Baixa”. O Festival da Paisagem termina no fim-de-semana de 24 de Junho com “Amieira Medieval”, um regresso ao passado em Amieira do Tejo, numa feira de ofícios, recriações e muita diversão. A Semana Europeia de Geoparques 2012 irá decorrer em simultâneo nos 50 geoparques actualmente espalhados pela Europa. Na edição anterior foram mais de 100 mil participantes em centenas de actividades promovidas em territórios onde o património geológico marca encontro com a cultura local. K

Prazeres da boa mesa

Chibouste de Chá Verde e Jasmim com Ananás Caramelizado e Especiarias

3 Ingredientes para creme de pasteleiro (5 pax): 10gr Amido de Milho 40gr Açúcar 40gr Gemas 20ml Leite

açúcar, o rum e o garam masala. Empratamento: Polvilhar o chibouste com açúcar demerara e queimar de seguida com o maçarico. Desenformar e colocar em cima do ananás caramelizado. Aplicar um cordão redução de porto Decorar com as flores de jasmim lavadas e desinfectadas. K

Ingredientes para merengue: 2 Folhas de Gelatina 50gr Infusão de Chá Verde e Jasmin 160 gr Claras 100 gr Açúcar

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Outros ingredientes: 1/2 Garrafa de Porto LBV 15gr Flores Frescas de Jasmin 5gr Rodelas de Ananás 2c.s. Açúcar 3c.s. Açúcar Demerara 1c.c Garam Masala Preparação: Fazer um creme de pasteleiro com os primeiros ingredientes. De seguida juntar as folhas de

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gelatina demolhadas, mexendo bem para derreter e depois adicionar o chá verde. Fazer uma calda com a água e o açúcar. Bater as claras e adi-

cionar a calda de açúcar ainda quente e envolver no aparelho anterior. Enformar e levar ao frio. Reduzir o porto a 1/10. Caramelizar o ananás com o

Mário Rui Ramos _ Executive Chef Ô Hotels and Resorts Monfortinho


música

pela objectiva de j. vasco

Mastiksoul - Forever 3 Chegou ao mercado mais um disco de dança com selo nacional, trata-se do terceiro longa duração de Mastiksoul. “Forever” foi o primeiro avanço do trabalho, tendo chegado às pistas de dança vários meses antes da edição física. Mastiksoul é dj e produtor de música de dança, sendo um dos nomes portugueses mais credenciados da actualidade, em Portugal e no estrangeiro. É impressionante o seu currículo, uma longa lista de singles de sucesso, vários prémios, actuações em festas e festivais nos quatro cantos do mundo. Ao longo dos anos ele conseguiu criar um estilo que se define numa batida tribal com influências africanas que foi uma das chaves do sucesso. Neste “Forever” surgem diversas colaborações nacionais e internacionais como Dada e David Jones, destaque ainda para a surpresa da participação de Rita Guerra no tema que será provavelmente o próximo single. As novas produções procuram explorar as novas sonoridades da música eletrónica na vertente mais comercial, sempre acompanhadas de boas melodias e grandes vozes. Em relação aos destaques deste registo, os melhores temas são o single “Forever” e as faixas “I can feel you love” ,“Bird on the wire” e “Bounce”. O alinhamento deste cd é uma boa proposta para animar e refrescar o próximo Verão! K

Três mulheres

Keane - Strangeland 3 Mais uma novidade que nos chega das terras de sua Majestade, é o regresso dos Keane com o seu quarto trabalho de estúdio. Depois de uma pausa de quatro anos, o coletivo de Tom Chaplin está de regresso aos discos e muito recentemente passou por Portugal, para mostrar ao vivo as novas composições. Em Portugal, os Keane já conquistaram uma boa percentagem da população, a prova é o número de álbuns vendidos ao longo da carreira banda. No passado mês de abril foi editado o primeiro avanço de “Strangeland”, trata-se do single “Silenced by the night” que deixou na altura boas indicações para o trabalho final. Este novo disco apresenta algumas mudanças nas novas composições, os novos temas são menos electrónicos, mais orgânicos e recheados de letras e melodias soberbas. Este parece ser um novo capítulo na vida desta banda. Após vários problemas dos membros dos Keane, parece ter chegado a maturidade e a bonança. No que toca a destaques, o temas fortes são, o single “Silenced by the night”,”Watch how you go”,The starting line” e “Day will come”. Estamos perante uma das melhores novidades deste mês de Maio! K Hugo Rafael _

esart

Orquestra faz concertos

6 A Orquestra Sinfónica da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco (ESART) realiza, nos próximos dia 24 e 25 de Maio, dois concertos em Castelo Branco e em Paços Brandão, respectivamente. Nestes dois espectáculos, a orquestra será dirigida pelo maestro Vasco Pearce de Azevedo. Os concertos são, no entender do director da escola, Filomeno Raimundo, “um meio de divulgação do trabalho desenvolvido pelos alunos dos cur-

sos de licenciatura e mestrado de Música Escola Superior de Artes Aplicadas”. No dia 24 de Maio, pelas 19:00, a Orquestra Sinfónica da ESART actuará em Castelo Branco, no Auditório da Escola Superior Agrária e, no dia 25 de Maio, pelas 21:00, no Auditório da Academia de Música de Paços de Brandão. O programa para estes concertos contempla as obras de E.Elgar, “Variações Enigma”, e F.Mendelssohn, “Sonho de uma Noite de Verão”. K

3 As Três mulheres de Sylvia Plath, com, da esquerda para a direita, Margarida Cabral, Raquel Dias (que também encenou) e Ana Moreira. A peça é um “Poema dramático sobre a maternidade e a criação artística” que esteve em cena, até 20 de Maio, na Malaposta, em Odivelas e que agora vai viajar para Angola onde, de 21 a 31 de Maio participará no Festival Internacional de Teatro daquele país. Esperamos que depois se inicie uma digressão por todo o país porque o trabalho mostrado assim o merece. Destacamos, neste espaço, a 17 de Junho, o espetáculo de dança Deusas sobre a Terra, de Iris Lican e suas alunas, num total de 45 mulheres e onde “cada uma delas é a sua arte”. K

press das coisas Samsung Galaxy SIII 3 O Galaxy SIII chega à Europa no final de Maio e traz com ele um leque reforçado de características multimédia, bem como um funcionamento baseado na versão 4.0 – Ice Cream Sandwich do Android. Com ecrã Super AMOLED de 4,8” inclui uma câmara traseira com sensor de 8MP e uma frontal com sensor de 1.9MP. O modelo permite o reconhecimento do rosto e da voz do utilizador. Detecta os movimentos de quem o usa e, com base no respectivo perfil, adequa os seus settings ao tipo de utilização pretendida. A tecnologia S-Voice permite o controlo de funções com a voz. Outras funcionalidades passam pela função Pop Up Play para reprodução de vídeos em qualquer parte do ecrã, por um modo Burst para registo de até 20 disparos contínuos, ou pela introdução de uma ligação Near Field Communication (NFC) para pagamentos móveis, por exemplo. Estará disponível com acabamento em Azul Ágata e Branco Mármore. K

XD Design Solar Suntree 3 A XD Design inova nos pequenos painéis solares para carregar gadgets, apostando num conceito mais lifestyle. O Solar Suntree é baseado em nove pequenos painéis solares colocados no topo de uma estrutura de árvore. O Solar Suntree tem uma bateria de iões de lítio de 1350mAh, recarregável, capaz de fornecer uma saída máxima de 5V. A base tem uma entrada mini-USB para carregamento da bateria, através de corrente eléctrica, bem como uma saída USB para ligar ao dispositivo a recarregar. K

MAIO 2012 /// 029


Quatro rodas

As notas dos ralis c Há coisas no desporto motorizado, que nos passam um pouco despercebidas, mas que têm uma importância enorme. Essa importância só se consegue notar se fizermos um exercício de imaginação. Vou então propor-lhes um exercício que talvez só os mais ligados ao meio consigam interiorizar devidamente. Imaginem como seriam os ralis de hoje sem as conhecidas notas de andamento ou, pensemos de forma mais fácil… Qual seria a diferença de tempo entre o Loeb sem notas e o seu colega Hirvonen com notas, nos mais de 30 quilómetros da prova de classificação de Santana da Serra do atual Rally de Portugal? Trata-se pois de um exercício teórico, para o qual só um teste traria resposta. Vamos tentar colocar aqui uma definição sucinta do que são estas notas dos rallys. Pode-se dizer que é um conjunto de símbolos anotados pelo navegador, que posteriormente, vão sendo ditados ao piloto durante as provas especiais de classificação, com a finalidade de o ajudar a recordar a estrada,

alertar para situações específicas e dar indicações de andamento. Com as coberturas televisivas, de hoje, conseguimos ter consciência do sincronismo que a equipa deve ter para que tudo corra bem. Dizer “curva à esquerda”, quando na verdade é para direita, ou “500 metros a fundo” quando há uma lomba no meio… como costuma dizer-se, “pode ser a morte do artista”. Hoje em dia, as provas de rally têm dias específicos para que as equipas efetuem os seus reconhe-

cimentos, e possam retirar as anotações. Estes reconhecimentos não podem ser efetuados em carros de prova, e normalmente estão limitados a duas passagens, por cada prova de classificação. Longe vai o tempo em que, não existindo estes limites as equipas treinavam horas a fio, complementando as notas com sinalizações especiais no terreno, para marcar locais de travagem, mesmo à prova de nevoeiro, como acontecia pelas míticas Arganil, Candosa e Lousã.

necessidade aguça o engenho” e Moss encontrou assim a forma de bater os rápidos pilotos italianos bem conhecedores do terreno, por correrem em casa. O então piloto oficial da Mercedes treinou com a ajuda do seu amigo e jornalista Denis Jenkinson e elaboraram junto um conjunto de notas do percurso, inventando aquilo que são hoje as modernas anotações de rally. Com isto baixaram o risco de acidente e aumentaram a velocidade em zonas onde de outra forma passariam com mais cuidado. Como resultado acabaram a prova com um record que ainda hoje perdura. Será que esta engenhosa, solução encontrada por Moss pode ser usada por quem, em vez de conduzir um carro, conduz um País?. K Paulo Almeida _

Ensino e Geopark sorteiam fins de semana

sector automóvel Novo Range Rover 3 Com um look mais atractivo, o novo Range Rover Sport incorpora cinco novas cores de carroçaria e garante a possibilidade de também no seu interior se fazerem novas combinações de cores, para lá de, em opção, poder encomendar o pack de fibra de carbono. O novo Range Rover apresenta ainda jantes de liga leve Sparkle Silver, de cinco raios, com design mais desportivo. Já a gama de motores não sofre alterações, continuando a contar com o Diesel de 3,0 litros com 211 cv ou 256 cv e o 5.0 V8 a gasolina com 510 cv (associados, de série, respetivamente, a uma caixa automática ZF de oito velocidades e a uma uma caixa automática ZF de seis velocidades). A versão Supercharged, pode ser sua por 143 286 euros. K

Nissan Qashqai com novo ar 3 A segunda geração do Nissan Qashqai, que chegará em 2014 a Portugal, apresentará umas linhas mais arrojadas, como se demonstra no concept Hi-Cross (na foto), o qual foi apresentado no Salão de Genebra. A marca nipónica promete ainda motores mais eficientes, que permitem consumos médios de 5,6 l/100 km. A opção Diesel continuar a ser o 1.6 dCi com 128 cv de origem Renault. Com ele, o próximo Qashqai vai fazer 4,7 l/100 km e emitir 105 g/km de CO2. K

Toyota aposta no GT86

3 A Toyota acaba de divulgar o seu novo GT86. Um carro desportivo equipado de série com uma caixa manual de seis velocidades e estofos em tecido. O motor disponível é a gasolina com quatro cilindros, boxer de 2,0 litros, com uma potência máxima de 200 cv às 7 000 rotações e um débito de binário máximo de 205 Nm às 6 600 rotações. Há ainda a possibilidade se escolher uma caixa automática de seis relações com conversor de binário, patilhas no volante e estofos em pele. K

030 /// MAIO 2012

Ainda no final do século passado, havia um rally um pouco diferente de todos os outros, ou seja, um rally em que não se podia treinar porque o percurso era secreto. Refiro-me ao rally de Inglaterra, mais conhecido na altura como Lombard RAC Rally, no qual para se ter opção ao podium, era necessário fazer muitos rallys do campeonato inglês, para ir tendo conhecimento das estradas usadas. Os navegadores tiveram pois que desenvolver outra competência, a capacidade de, em andamento, poderem tirar notas, de modo a que as pudessem usar numa segunda passagem ou numa passagem, no ano seguinte. Mas para provar que “a coisa” resulta mesmo, posso deixar aqui o testemunho, da origem destas notas, que recentemente li, no ressuscitado Jornal dos Clássicos, da autoria de Paulo Araújo. Revela Paulo Araújo que foi em 1955, que o piloto Inglês Stirling Moss fez história ao vencer a famosa corrida das Mille Miglia em Itália, utilizando pela primeira vez notas de rally. Como se costuma dizer, “a

6 O Geopark Naturtejo e o Ensino Magazine desenvolveram um passatempo nos principais eventos nacionais de educação (Futurália, em Lisboa e Qualific@, no Porto), onde foram sorteados fins-de-semana naquele território classificado pela Unesco. Assim, foram premiadas Ana Soares, de Vila Nova de Gaia e Sónia Barbosa, da Maia. Os sorteios foram efecuados por Hélder Lima, gestor da Qualific@, e pelo director do Ensino Magazine, João Carrega. Para aderirem

ao passatempo os visitantes das duas feiras apenas tinham que preencher um cupão e colocá-lo na tômbola. K


Cláudia Vieira, actriz, em entrevista

Um(a) modelo a seguir

6 Minutos antes da foto de família que juntou os voluntários do Rock in Rio Lisboa, Cláudia Vieira falou em exclusivo para o «Ensino Magazine». A actriz, embaixadora do projecto de voluntariado da edição 2012 do festival que decorrerá no Parque da Bela Vista, defende que para reagir à adversidade as pessoas devem responder com «dinamismo, determinação e ir à luta».

exemplo, não ser minimamente comodista. Reconheço que o meu percurso profissional me correu muito bem, mas também nunca virei a cara à luta. Não deve ser fácil conciliar gravações de novelas com a educação de uma criança de tenra idade. Como dividiu o seu tempo?

O que representa para si ser embaixadora do voluntariado do Rock in Rio 2012, uma marca reconhecidamente de grande notoriedade, ainda para mais em tempos de crise? Tem uma grande importância em termos pessoais, ao nível da carreira e da imagem pública, porque significa que temos de nos associar aos melhores para sermos, também, cada vez melhores naquilo que fazemos. O Rock in Rio já deu provas da sua qualidade de organização e é o maior evento de música internacional. Foi uma conjugação de factores que levaram a que eu aceitasse juntar-me a esta marca, mas pesou ser numa acção com esta especificidade muito própria, que é a de incentivar as pessoas a participarem e a inscreverem-se para colaborarem nas mais diversas áreas do festival. Acha que a sua popularidade junto dos mais jovens foi determinante na sua escolha? Tratou-se de um convite muito simpático que rapidamente agarrei, até porque tenho a experiência pessoal passada de já ter feito voluntariado em áreas distintas. Como tal, fazia todo o sentido para mim apelar à inscrição dos mais jovens a juntarem-se a esta acção. Curiosamente já sei que este foi o ano com maior adesão, tendo concorrido mais de 8 mil candidatos e foram escolhidos 400 para trabalharem ao longo das duas semanas do evento de forma voluntária. É sabido que muitos dos voluntários são estudantes. Procurar conjugar uma actividade académica com um part-time é uma lição de vida com dividendos no futuro? Faz todo o sentido. Como

disse, muitos dos que aderiram estão a frequentar os seus cursos superiores, nomeadamente nas áreas de comunicação ou organização de eventos, e vai valer muito a pena ter esta experiência de vida neste momento, com a mais-valia de ir integrar o currículo dos cerca de 400 escolhidos. Mais tarde vão poder dizer, «em 2012, era eu que lá estava». O desemprego jovem é uma chaga que alastra. Como vê a postura da juventude portuguesa num país e numa Europa em crise? Vejo uma juventude desiludida com o presente e preocupada com o futuro e, em particular, com o seu percurso profissional. Contudo, é nos momentos de crise que surgem as melhores ideias e as pessoas se reinventam. Quem estiver em fase de formação, como estes jovens voluntários do Rock in Rio, deve aplicar na prática os conhecimentos que obteve, dando o seu melhor.

É preciso menos imobilismo e mais competitividade? As pessoas têm que ir à luta e agarrar as oportunidades que surgem, serem dedicadas e, acima de tudo, entregarem-se de corpo e alma em tudo aquilo que fazem. Somos um país com muito sol e isso tem um lado positivo e outro negativo. O sol dá-nos a energia, mas também nos convida à preguiça. É difícil manter o meio termo? Temos de ser mais dinâmicos, mais activos, produzir mais. E colocar mais empenho. Causa-me alguma impressão ver jovens que estão a tirar um curso superior por andar. Não entrarem na saída profissional que mais desejavam, mas não se apoquentarem nada com isso. Não pode ser. As pessoas têm de querer ser boas e se possível as melhores nas respectivas áreas. Se não existem oportunidades, ou se elas são

escassas, vamos à procura. Lutemos. Determinação é a mensagem que deixa a estes voluntários e a todos os jovens de Portugal? Sem dúvida. Aos voluntários do Rock in Rio desejo, antes de mais, que se divirtam, mas especialmente que colham a experiência de como é fazer na prática. Tem uma filha de 2 anos, a Maria. Que valores está a procurar transmitir e legar à sua descendente? Confesso que da experiência que tenho tido até ao momento, concluo é extremamente difícil educar. Já me tinham dito, mas desde que tenho a Maria é que pude comprovar isso. Não é fácil sabermos quais são as melhores opções. Todavia, há algumas regras e princípios que quero que ela siga e que são os mesmos que os meus pais me passaram. Por

CARA DA NOTÍCIA Novelas, «Ídolos» e lingerie 6 Cláudia Vieira nasceu em Loures, a 20 de Junho de 1979. Começou como modelo, tendo a sua carreira evoluído para a faceta de representação no cinema e na televisão. No pequeno ecrã alternou entre a TVI e a SIC, onde se encontra agora como uma das suas «estrelas» exclusivas. Participou no aclamado «Morangos com Açúcar», e nas novelas «Ilha dos Amores», «Podia acabar o mundo», «Fala-me de amor» e «Rosa Fogo». Para além da mini-série «A Vida Privada de Salazar». Apresenta, na companhia de João Manzarra, o concurso de caça de talentos, «Ídolos», já na sua quinta edição. É frequentemente requisitada para publicidade e para sessões fotográficas para revistas masculinas e do coração. Foi eleita «Mulher Triumph», 2007, o que lhe valeu ser a representante da conhecida marca de lingerie em Portugal. Cláudia Vieira interessa-se pelos problemas sociais dos mais desfavorecidos e assim tornou-se madrinha da “Casa da Palmeira”, um centro de acolhimento temporário para crianças em risco com idades até aos 12 anos, em Loures, da responsabilidade da Associação Luís Pereira da Mota. K

Eu estava a fazer uma novela chamada «Rosa fogo», que me ocupava muito tempo, cerca de 12, 13 ou 14 horas por dia em gravações, e estava em preparação o começo dos «Ídolos». Estava exausta, como se compreende, mas preferi condicionar um bocadinho o meu lado pessoal e agarrar um programa que já era meu, e não o perder. Este exemplo concreto mostra a força de vontade e a determinação que são necessários para agarrar as oportunidades. Gostava muito que a Maria tivesse estas características, que me foram passadas pelos meus pais. Algo do género, «se queres, tens de conquistar». Não admite que esses valores estão relativamente em contraciclo, visto que vivemos numa sociedade em que as crianças são demasiado mimadas pelos pais que as tentam compensar materialmente pela cada vez menor atenção que lhe dedicam ou por casamentos que terminam em ruptura? Os mais novos têm quase tudo e demostram cada vez mais comportamentos de desapego em relação aos outros e desrespeito, em especial pelos mais velhos. Um tipo de educação que estou a tentar dar à Maria é que ela não pense que vai ter as coisas de forma fácil. Terá que empenhar-se para ter. A começar pelos brinquedos, que propositadamente não estão todos à disposição dela. Depois, cultivar o respeito e a consideração pelos mais velhos, que é uma característica que desapareceu na nossa cultura. Finalmente, familiarizá-la com uma lógica que está algo ausente nos tempos que vivemos, que o dar e receber devem andar de mãos dadas. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H   

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Secretária de Estado da Ciência afirma

Jovens «cérebros» não podem emigrar 6 A secretária de Estado da Ciência, Leonor Parreira, afirmou, no passado dia 17 de maio, que é muito importante para o Portugal que os jovens “cérebros” não emigrem, porque é essa geração que pode salvar o país da atual crise. “Temos uma geração muito bem preparada, quer de engenheiros quer de cientistas, é essa geração que pode salvar o país a longo prazo, é muito im-

portante para nós que eles não saiam”, frisou Leonor Parreira, em declarações aos jornalistas, após uma deslocação à sede da empresa do Grupo Sinergiae, em Coimbra, que trabalha para a Agência Espacial Europeia. Antes, a secretária de Estado afirmara que “não há receita total” para evitar que os jovens saiam do país, nem se pode impedir que o façam”, pois, “por serem competitivos são alvo do in-

IV Congresso CCISP

Portugal tem ensino superior a menos 6 Portugal ainda tem um enorme défice de formação e qualificação e dessa forma não tem ensino superior a mais, mas sim a menos. Esta foi a síntese das intervenções de dois especialistas nos trabalhos da tarde do primeiro dia do IV Congresso Nacional do Ensino Superior Politécnico, que decorreu no Porto. Alberto Amaral, presidente do Conselho de Administração da A3ES, a agência de avaliação do ensino superior, explicou que “a percentagem da população na faixa etária de 25-64 anos com educação terciária, era em 2008 de 14% em Portugal, 12% na Turquia, 16% no México, 25% na Alemanha, 41% na Finlândia, 43% nos Estados Unidos e 28% para a média da OCDE. Isto mostra que Portugal terá ainda muito que fazer para corrigir a situação herdada do período da ditadura”. Para aquele especialista, “é por esta razão que a OCDE,

no seu exame do sistema de ensino superior em Portugal (2006), considera que numa perspectiva de longo prazo Portugal terá, ainda, de aumentar a capacidade do sistema de ensino superior para elevar o nível educativo da população para níveis europeus”. O presidente da agência que avalia o ensino superior em Portugal avançou ainda com a ideia de atribuir uma bolsa aos alunos que escolham instituições de ensino superior do interior, “porque é preciso fixar os jovens no interior, não sendo obviamente solução acabar com as instituições do interior”. No mesmo sentido foi a intervenção de João Sobrinho Teixeira, investigador e presidente do CCISP, que disse que “podemos ter cursos a mais, mas não temos ensino superior a mais, temos a menos”. K

Castelo Branco

Feira de emprego na Tecnologia 6 A Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco (ESTCB) realiza, de 22 a 24 de Maio, a II Feira de Emprego @ ESTCB, informou a direção da escola. A iniciativa contará com a presença de diversas empresas e destina-se aos diplomados e finalistas dos cursos

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de licenciatura da ESTCB. O objectivo do evento passa por potenciar os índices de empregabilidade dos diplomados da escola, através do contacto com empresas nas áreas de engenharia e tecnologia, que procuram novos trabalhadores para projectos nacionais e internacionais. K

teresse de outros países”, o que se tem de fazer é “pedir que não saiam”. “Não é exatamente um apelo, é a constatação de que, para o país, a saída da sua massa crítica em Ciência e Tecnologia, especificamente os melhor preparados, os mais competitivos, é o problema maior”, clarificou. Para a governante, “não se trata de um pedir preguiçoso” nem cabe ao Governo dizer “por favor não saiam”, Publicidade

mas sim “arranjar condições, por na prática instrumentos que incentivem a ficar em Portugal”, numa altura em que o país “precisa de talento” para sair da crise. A secretária de Estado referiu os incentivos que foram criados através da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), com o reforço de verbas para “bolsas de formação avançada, projetos de investigação científica e

emprego científico”. “São os sinais que podemos dar aos melhores de que o país está a apostar neles, que vai alocar tudo o que tem neles, é a única coisa que se pode fazer, não é dizer não saiam se fazem favor”, disse. Leonor Parreira sublinhou que o foco dos fundos públicos será “atividades de excelência, quer indivíduos quer instituições” e considerou ser esse “o melhor

dos incentivos” para que os jovens “cérebros” não emigrem. “Qualquer país depende, para o seu próprio desenvolvimento económico, da robustez da sua Ciência e Tecnologia”, disse, acrescentando que “boa Ciência e boa Tecnologia fazem-se com recursos humanos altamente qualificados”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _


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