Junho 2012 Director Fundador João Ruivo
Director João Carrega Publicação Mensal Ano XV K No172 Distribuição Gratuita
suplemento ubi Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS
suplemento
Beira Baixa tem Sabores de Perdição
www.ensino.eu Assinatura anual: 15 euros
Isabel Moreira, dEPUTADA, afirma:
‘Portugal é um país de vícios privados’
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p 3, 4 e 5
Mónica Ferraz reedita álbum
Start sem Stop
Universidade
Frigorífico a sol faz frio em Coimbra
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Politécnico
Castelo Branco aposta na agronomia SUP C
cultura
Médico português na corte de Isabel I C
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Mónica Ferraz, ex-vocalista do projecto Mesa, continua a apostar forte na carreira a solo. O álbum de estreia, Start Stop, totalmente escrito em inglês, tem agora uma segunda reedição. A entrevista no Ensino Jovem.
DR H
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Isabel Moreira, deputada
«Portugal ainda é o país dos vícios privados e virtudes públicas» 6 É uma “eleita” que se assume ostensivamente pela diferença. Na forma, na substância e no modo de estar. Olhada de soslaio por uns, Isabel Moreira mantém-se fiel às suas convicções e consciência. Sem amarras, lutou até à exaustão e sem vacilar, pelo reconhecimento de direitos civis, nomeadamente o casamento entre homossexuais. Admite que há muito preconceito ainda a vencer, «mas já se respira melhor no meu país». Sobre o ensino superior, que conhece bem porque leccionou durante mais de uma década antes de ir para S. Bento, diz que deve ser «racionalizado» e que o Estado tem que tomar as rédeas deste sector, monitorizando e «fiscalizando» os cursos universitários.
so», mas as últimas semanas foram particularmente estridentes e agitadas com as audições ao ministro Miguel Relvas, sobre a questão das secretas… O Parlamento não tem que estar o dia todo nas televisões. Existe um trabalho mais técnico e menos partidário, mas igualmente muito importante, onde se estabelece um crivo à qualidade e substância das leis. Também é relevante aferir se a legislação comunitária pode colocar em causa o princípio da subsidiariedade – a União Europeia só deve legislar se ficar demonstrado que é mais eficaz ser ela a legislar do que os Estados-membros. No fundo, os elementos que compõem a comissão dão o seu parecer relativamente a cada lei e devo constatar que, independentemente das orientações partidárias, a seriedade e a unanimidade na visão constitucional dos diplomas em apreço têm sido amplamente alcançados.
As suas tomadas de posição no Parlamento têm dividido opiniões. Considera-se a «enfant terrible» e a desalinhada do grupo parlamentar do PS? Sou simplesmente a Isabel Moreira. Tenho a noção que fui eleita no sistema que temos, ou seja, apesar de independente, não é possível uma eleição sem partidos. Mas deixe-me que lhe diga que tenho sido absolutamente leal com o meu grupo parlamentar. Não faz sentido uma bancada em que cada um faz o que lhe apetece, sem ponderar o reflexo que a sua atitude pode ter no grupo onde se insere. Contudo, tenho de balancear este contexto com um mandato constitucional que também me confere prerrogativas individuais. Quem fura a disciplina de voto passa a ser considerado um traidor? Todas as vezes que discordei da direcção do grupo parlamentar deveram-se a questões de consciência, que iam para além do memorando da troika, e, de acordo, com o regulamento interno, não estão inseridas na disciplina de voto. É mais fácil colocar os holofotes sobre uma deputada independente e um pouco fora da norma, desde a forma como se apresenta, ao seu percurso cívico, do que sobre um deputado com um longo historial e que não interessa incomodar. Leccionou durante 11 anos na Faculdade de Direito e disse quando assumiu funções em S. Bento que ia para o Parlamento «fazer o que ensinei aos meus alunos». Em que medida tem aproveitado a experiência de docente na «casa da democracia», nomeadamente na Comissão que integra, Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias? Sinto um gosto enorme por estar numa comissão sobre temáticas rela-
cionadas com a minha formação académica. É uma grande vantagem ter ensinado Direito Constitucional e Direito Internacional, para além de ter uma tese em Direitos Fundamentais. Mas a política não é o mesmo que dar aulas… Na política aprende-se todos os dias. Há facetas naturais da política às quais eu não adiro. Jamais farei qualquer cedência pensado no meu futuro político enquanto carreira e jamais alinharei em estratégias silenciosas para derrubar «x» ou «y». Continuarei a votar contra as alterações ao Código do Trabalho e aos cortes nos subsídios e nas pensões, mesmo que isso hipoteque o meu futuro político. É uma nota que introduzo na política, ou seja, não transigir em questões fundamentais. É esta diferença que trago ao Parlamento e ao grupo parlamentar onde me insiro, romper com a unanimidade, através de um grau de liberdade muito grande. Penso que a própria opinião pública é sensível a esta forma diferente de fazer política, permitindo precisamente alargar o espectro do eleitorado.
dãos de como funcionam os órgãos de soberania. Já me deparei na rua com situações em que ouvi pessoas arrasarem os deputados por auferirem 7 mil euros, por ficarem isentos dos cortes dos subsídios, terem carro e telemóvel. Quando nada disto é verdade. Mas não querendo confundir a árvore com a floresta, admite que há políticos com «culpas no cartório»? Há casos muito graves, altamente mediatizados, que envolvem políticos. No fundo, toda a classe política sofre por arrastamento. É nocivo que esses casos não sejam resolvidos rapidamente. Mas deixe-me sublinhar que existem generalizações perigosas, do género, todos os deputados fizeram a sua vida inteira nos partidos e que estão comprometidos com determinados tipos de interesses. Não vejo nada de errado em se ser um político profissional e dedicar-se ao combate político toda a sua vida. A alternância no poder entre PS e PSD não adensa as suspeitas pelo chamado «Bloco Central dos interesses»?
Especialista como é em assuntos constitucionais, acha que a Lei Fundamental, a tal que os políticos juram quando tomam posse, tem sofrido muitos atropelos? Às vezes, por isso é que existe o Tribunal Constitucional (TC) e os recursos de constitucionalidade. O TC faz muito mais do que apreciar leis que vêm da AR e do governo. Os atropelos existem, mas não a um ritmo diário. Quando se legisla deve-se fazêlo o mais próximo possível da mensagem constitucional e acho que essa tendência se está a perder. Era praxe não legislar de forma retroactiva, ou pelo menos não o fazer de forma repetida, era praxe ter atenção ao princípio da segurança jurídica, ao princípio das tutelas das expectativas, etc. A forma como se esmagam direitos adquiridos é um exemplo de que o espírito da Constituição está a desaparecer. A lei do enriquecimento ilícito, promovida pela maioria, era, do meu ponto de vista, a tentativa de fazer o crime mais “pidesco” que alguma vez tive conhecimento desde que me lembro de ter consciência jurídica. (NDR: O Tribunal Constitucional chumbou em Abril o diploma que criava o crime de enriquecimento ilícito porque entendeu que eram violados os princípios constitucionais da presunção da inocência e da determinabilidade do tipo legal).
É público e notório que a classe política, nomeadamente os deputados, está desacreditada. Isso explica-se apenas por má imprensa ou é a partidocracia que mina a imagem?
O eleitorado tem preferido esses dois partidos, mas é inevitável que existam áreas de conivência. É natural que em determinados sectores existam suspeitas de que os dois partidos se protejam mutuamente, até porque ambos terão telhados de vidro.
Quando fala em esmagamento dos direitos adquiridos refere-se ao corte nos subsídios e às alterações nas leis laborais. Podemos falar num retrocesso nos direitos adquiridos?
Os factores são diversos. A começar pela falta de conhecimento por parte dos cida-
Referiu recentemente que a 1ª Comissão efectua um «trabalho silencio-
Há uma forma de legislar que vem contrariando a principiologia constitucional. ;
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sexo foi um marco de liberdade civilizacional. Foi um sinal dado a outros países, que também já aderiram. Confesso que sinto que passei a respirar melhor no meu país.
E isso aflige-me, muito. Um cidadão tem a percepção que o seu contrato de trabalho não vale nada em termos de segurança, comparado, por exemplo, com um contrato feito pela Lusoponte. São ambos contratos, simplesmente um é feito por uma grande empresa e é intocável, enquanto o vínculo do cidadão comum é alvo de tudo e mais alguma coisa. É admissível à luz da dignidade humana que se trate com tremendas cautelas o contrato com uma grande empresa, e tudo o que diz respeito às pessoas seja tratado a pontapé. Os cidadãos sentem que têm menos valor do que o pilar de uma ponte.
Foi um longo combate…
O caso da supressão dos subsídios de férias e de Natal está a aguardar decisão do TC. Admite que os juízes do Palácio Ratton chumbem o diploma? Não me posso pronunciar sobre esse caso concreto porque sou uma das relatoras deste processo. Entendo que não devo exercer pressão sobre os juízes, ao contrário do que fez a ministra da Justiça. Para aprovar uma revisão constitucional é necessário uma maioria de dois terços na Assembleia da República. A direita alega que a Lei Fundamental apresenta muitos resquícios ideológicos de esquerda. É este o momento oportuno para a revisão do documento? É sempre possível melhorar a Constituição, mas no momento que atravessamos, não creio que seja uma prioridade. E há outra questão: o projecto de revisão constitucional que Pedro Passos Coelho anunciou quando foi eleito está a concretizá-lo através de legislação ordinária. O espírito desse projecto está patente nas sucessivas leis que a maioria tem aprovado. Diz que Cavaco Silva «é o pior político do regime». Quer concretizar? Dá-me uma hora para responder? (Risos). Bem, para começar, este PR não me representa. Nada tenho de pessoal contra ele, mas sim contra a forma como ele exerce os seus poderes, desviando os poderes que lhe são atribuídos pela Constituição para atingir um fim diferente das normas constitucionais. Utilizou os poderes constitucionais para uma agenda política de derrube do governo de José Sócrates, por exemplo, entra em manobras conspirativas, como foi o caso das escutas de Belém, empola como se fosse uma mega-questão o Estatuto dos Açores, dirigindo uma mensagem aos portugueses às 8 da noite, etc. Os casos são inúmeros. O discurso do 25 de Abril é o de uma pessoa que mudou de personalidade e se alheou dos problemas dos portugueses, já para não falar da miserável declaração sobre a questão dos subsídios e que não lhe ia chegar para pagar as contas. No fundo, não tem sentido de Estado e prejudica o interesse nacional em favor de ódios pessoais. Ainda não era deputada, participou, em 2009, num célebre «Prós e Contras»,
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na RTP-1, sobre o casamento entre casais homossexuais, onde expôs de forma aberta a sua visão relativamente a um combate que se empenhou de corpo e alma, depois de já ter tomado posição pela defesa da IVG. De que forma esta
luta por direitos civis a preenchem no plano cívico e agora político? Estes combates fazem parte da minha identidade política. A aprovação do casamento entre pessoas do mesmo
CARA DA NOTÍCIA 6 A política desde o berço Simples, uma mente livre e aberta. Assim se pode definir Isabel Moreira nos primeiros minutos de contacto. E desejo de liberdade, como não podia deixar de ser. A entrevista, aprazada para o seu gabinete partilhado no edifício novo de S. Bento, foi em cima da hora alterada, por consenso mútuo, para uma conhecida esplanada na Praça das Flores, a dois passos do Parlamento. Um verdadeiro paraíso de tranquilidade, em pleno centro de Lisboa. Define-se como de «esquerda, socialista até aos cabelos, feminista e ateia». Sabe que é diferente, polémica, muito, mas faz questão de acentuar essa sua forma de estar. Isabel Meyer Moreira, nasceu no Rio de Janeiro, há 36 anos, no dia 2 de Abril, é deputada do Partido Socialista desde 2011, integrando a 1ª comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e a sub comissão de igualdade. Desde cedo respirou política por todos os poros no seu ambiente familiar e ainda bebé teve o político galego Manuel Fraga Iribarne como seu padrinho de baptismo. O facto de ser filha de Adriano Moreira, um histórico da direita portuguesa e do CDS, «senador» da nação, tornava quase impossível escapar, ainda jovem, ao contacto com políticos. Mas a «consciência política foi tardia», coincidindo com a entrada na Faculdade de Direito, aos 18 anos. Foi aí que «ganhou capacidade argumentativa». Um caso que envolveu um seu colega homossexual fê-la despertar. Devia ser o Estado a decidir sobre temas e não as pessoas nas mesas dos cafés. «Gerou-se uma revolta relativamente ao silêncio instalado. O silêncio mata e o silêncio era o espelho do que se passava na sociedade», afirma. Aos 23 anos lançou-se como assistente a leccionar na Faculdade onde se licenciara. Por lá esteve 11 anos, até que o seu combate público pelas chamadas causas fraturantes chocou o corpo dirigente da conservadora universidade. «Não me perdoaram», diz com mágoa. Mantém as saudades da «sua faculdade» e da «minha gente», onde «fez pontes de solidariedade, amigos» e conheceu «alunos brilhantes» que sacrificaram a sua vida profissional e pessoal para obterem um grau académico. Admite regressar para o doutoramento, dando seguimento ao mestrado em Direito Constitucional que concluiu, mas para já quer continuar no Parlamento «para além desta legislatura». Aos seus pais, os indestrutíveis pilares da sua vida, não poupa elogios. «A minha mãe é o Cabo da Roca, um exemplo de força e resistência, onde as ondas batem. Já o meu pai é o homem da minha vida». E foi do «encontro esplendoroso» entre dois seres que nasceu Isabel, constata com emoção. Nas horas vagas de um dia sempre preenchido, Isabel ainda é escritora, sendo «Ansiedade» o seu último livro, para além de alimentar com periodicidade irregular o blog Aspirina B. K
Talvez por estes combates terem demorado tantos anos a vingarem em Portugal, e pelo facto de eu me ter empenhado neles de forma especialmente aguda, deu-me uma satisfação a dobrar. Tenho o maior gosto que me conotem com estes combates, mas não são os únicos em que me envolvo. Ainda há mais batalhas para vencer. Ainda falta a adopção, que foi chumbada recentemente. E tenho em mãos um projecto sobre extensão de parentalidade, que não resolve a questão da adopção, mas resolve parcialmente o problema, estabelecendo um vínculo jurídico entre a criança e o outro pai, que não é biológico, mas que ela reconhece enquanto tal, no caso de o outro pai morrer. Se não houver esta rede, a criança corre o risco de ficar ou numa família que não reconhece ou então ser remetida para a Segurança Social. Isto é insuportável e de uma violência monstruosa. Por isso, fazer leis é, também, um sinal que é dado à sociedade. Há muitas pessoas que continuam num intenso sofrimento, porque as famílias não as aceitam, são vítimas de “bullying” nas escolas, são discriminadas no acesso aos cuidados de saúde, etc. O combate tem que continuar quer por lei, quer pela prática. Apesar dos avanços, Portugal continua a ser uma sociedade preconceituosa e conservadora? Acho que está a melhorar. Este país é muito diferente de há 20 ou 30 anos atrás, então o que dizer se recuarmos até antes do 25 de Abril? Ninguém tinha uma hipótese, sequer. Apesar disso, Portugal ainda é muito o país dos vícios privados e das virtudes públicas. As pessoas têm muita dificuldade em expor as suas vulnerabilidades, quanto mais os seus vícios. Escondem-nas, porque acham que têm que aparentar uma saúde física e psíquica inatacável. Ainda existe preconceito silencioso junto das famílias: «És meu filho, aceito-te como és, mas não saias à rua a dizer o que és». Esta é a mensagem mais contraditória que um pai pode dizer. O novo governo de François Hollande, em França, é paritário. Portugal tem as cotas partidárias e mais recentemente uma presidente do Parlamento que é do sexo feminino. A política em Portugal ainda é assumidamente machista? As mulheres são discriminadas em todas as áreas. A política não é excepção. As cotas ajudaram, mas são a prova de que as pessoas do sexo femino são discriminadas. As mulheres estão a fazer o seu caminho, pelo seu mérito e dão provas de que são tão boas políticas como os homens. Onde eu sinto que há mais discriminação é na avaliação ;
portância destas iniciativas que levam os deputados a saírem do Parlamento e a contactarem de perto as populações?
política do que uma mulher e um homem políticos dizem. O padrão é muito mais exigente para nós: Se um homem levanta a voz está a ser assertivo, se uma mulher fala num tom mais elevado está a ser histérica ou tem falta de homem. É sempre assim.
Os deputados precisam de sair da Assembleia e como eleita pelo círculo de Lisboa calhou-me uma escola da área, dentro do ciclo de debates que o grupo parlamentar do PS está a organizar. Fui dar uma aula, a alunos entre os 15 e os 17 anos, sobre como funciona a democracia, como funcionam os órgãos de soberania, o que é isto de fazer leis, etc. Gostei imenso, foi bastante enriquecedor. Neste âmbito também fui à Faculdade de Psicologia da Universidade Nova de Lisboa dar uma aula sobre «Direito à saúde e Constituição». Mas a actividade parlamentar fora de S. Bento não se fica por aqui. Quero ainda destacar que estive no CCB, a assistir ao I Congresso da Ordem dos Psicólogos, onde ouvi um discurso maravilhoso do Bastonário, Telmo Baptista, que devia ser obrigatório ser lido nos computadores de todos os portugueses. Aliás, está nas minhas intenções, fazer uma proposta para incluir a saúde mental no Serviço Nacional de Saúde. Talvez na próxima sessão legislativa. K
Em que outros domínios se espraia a sua intervenção enquanto deputada? Tenho muitas preocupações e vários projectos de lei na cabeça. Para começar, dar voz às pessoas que estão desesperadas e fazer ecoar esse lamento no Hemiciclo. É preciso arrepiar caminho no rumo de desvalorização da pessoa humana que está a ser tomado. Inverter o discurso asséptico e que usa palavras disfarçadas para esconder a dura realidade. Urge também alterar a parte discursiva e o modo como se faz oposição, denunciando o aproveitamento da crise e do memorando da troika, para fazer de nós uma espécie de laboratório experimental de uma certa ideologia. A Justiça é também uma área que me causa inquietação. Creio que a ministra está a ir atrás de um novelo de lã que se chama corporativismo. Relativamente a questões sobre o ensino e a falta de empregabilidade. Somos o terceiro país da UE com maior desemprego jovem. Como se chegou a esta tragédia social? Este governo continua obcecado com o défice e a austeridade, e recusa falar de crescimento e de como combater o desemprego. A mim o que me assusta verdadeiramente não é a austeridade, mas a sua medida. Os licenciados têm qualificações absolutamente extraordinárias, não têm oportunidades e são convidados à emigração. Tenho exemplos emocionalmente muito próximos. Aliás, esta crise tem essa característica, todos conhecem pelo menos uma pessoa que está aflita. Se isto um dia se endireitar, e assim esperemos, vamos constatar que milhares e milhares de jovens foram embora. Isto é um flagelo social. É preciso começar do zero, primeiramente por uma política completamente diferente para as universidades. Defende uma reestruturação completa da rede do ensino superior? O ensino superior deve ser racionalizado em todas as suas esferas, tanto o público, privado, politécnico, militar, concordatário. Tem que se ter em conta quais são as necessidades do país e identificar os cursos que têm menos matriculados – provavelmente ter a coragem de fechar alguns estabelecimentos . Sou completamente favorável á proposta do CDS que defende que o Governo deve ter a obrigação de informar cada estudante, antes da inscrição, quais as probabilidades de saídas para o mercado profissional e qual a percentagem de empregabilidade. Isto não limita a liberdade do estudante, antes pelo contrário, vai ajudá-lo. Porque informação é poder.
Nuno Dias da Silva _ H
O que temos vindo a assistir, e não é de agora, são diplomados a saírem do banco das faculdades para a porta dos centros de emprego. É possível estancar esta «hemorragia»?
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O Estado tem aqui uma grande responsabilidade. Só certificar o curso não chega. É preciso monitorizá-lo e «fiscalizar» o seu desenrolar, dando disso conta aos estudantes. Relativamente ao ensino privado, o Estado demitiu-se por completo, esquecendo-se que a rede do ensino superior não inclui apenas o ensino público. Floresceram cursos e universidades, com professores famosos que depois não punham lá os pés e deixando essa tarefa a pessoas desprovidas de qualificações. O resultado não podia ser bom e está à vista. É preciso que o Estado tome as rédeas do ensino superior. A austeridade está a encurtar a margem de progressão das universidades, limitadas pelos cortes. Como vê os alertas de reitores, docentes e alunos? Vai ser um drama a todos os níveis. As faculdades já perderam a autonomia na contratação e os professores vão ficar assoberbados de turmas e não lhes vai restar tempo para investigar. A docência, a investigação e a produção científica vão sofrer um corte de qualidade gigantesco, com reflexos nos futuros quadros de Portugal. Participou no dia 30 de Janeiro num debate na Escola Alves Redol. Qual a im-
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Hábitos alimentares das crianças
Um ano basta para mudar 6 Um estudo da Universidade do Minho mostra que basta apenas um ano para potenciar hábitos alimentares saudáveis nas crianças. O trabalho atentou em cerca de 500 alunos de sete escolas primárias de Guimarães, onde se verificou um “travar” do excesso de peso, um aumento no consumo de horto-frutícolas e uma redução de alimentos sólidos de elevada densidade enérgica e de baixo valor nutricional. A investigadora e professora Rafaela Rosário, da Escola Superior de Enfermagem, culpa a sociedade por ser “promotora de costumes alimentares rápidos, ao mesmo tempo que as crianças são vítimas de screentime, passando horas afins frente à televisão e ao computador”. O estudo teve como objectivo avaliar o efeito do programa de intervenção na antropometria e no consumo alimentar das crianças, com idades entre os 6 e 10 anos, no sentido de evitar principalmente o excesso de peso ou a obesidade, patologias que atingem mais de 30 por cento da população nacional infantil. A investigação, intitulada “Excesso de peso e obesidade em crianças: implementação e avaliação de um programa de intervenção na escola”, interpelou precisamente 464 crianças, sendo que apenas 293 foram submetidas a uma intervenção “mais” activa.
As restantes responderam somente a um questionário sobre hábitos alimentares, além de serem monitorizadas antropometricamente, isto é, pesadas e medidas. “Verificámos um aumento do excesso de peso no grupo que não foi submetido activamente à experiência”, afirma Rafaela Rosário. Os resultados mostraram também que a percentagem das crianças com excesso de peso e obesidade era muito próxima da tendência portuguesa. Ambos os grupos apresentaram hábitos alimentares “desajustados”, prevalecendo o consumo excessivo de alimentos com elevada densidade enérgica e baixo valor nutricional, refere. Os professores envolvidos tiveram uma formação acreditada
pelo Ministério da Educação. Para além da transmissão de informação sobre os diversos alimentos, os educadores promoveram actividades didáticas e interativas como o Dia da Fruta, o Momento H2O, o Dia do Desporto, o Dia Mais – Saltar Mais, Correr Mais e Atirar Mais, o Dia Mundial da Alimentação e o Dia da Confecção do Pão. As crianças mostraram medidas antropométricas “mais adequadas” após a intervenção e uma visão diferente sobre os produtos ditos saudáveis. Rafaela Rosário pensa já na possibilidade de aplicar o estudo a nível nacional: “Se vimos um impacto significativo em termos locais, também poderia acontecer a nível mais global”, diz. K
Jardins Botânicos da Europa
Vila Real entre os grandes
6 Com a inauguração do Centro Interpretativo do Jardim Botânico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Utad), a 12 de Junho, a instituição acaba de dar um passo decisivo no enriquecimento daquele que é já considerado um dos maiores jardins botânicos da Europa. O centro interpretativo é a porta de entrada ao jardim botânico da Utad, representando uma infraestrutura especialmente valiosa como acolhimento aos milhares de visitantes que o campus recebe anualmente, quer integrados nas visitas guiadas de escolas, quer nas diversas acções para jovens, quer nos Publicidade
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inúmeros congressos e workshops. Através deste novo espaço museologístico, o público terá acesso a mais de 130 hectares de superfície, com quase mil espécies vegetais di-
ferentes. Com ajuda de informação gráfica e dos sistemas de orientação virtual, inédito entre os jardins botânicos, o visitante pode iniciar a descoberta do reino vegetal. K
Cursos na Portucalense
Mais mulheres precisam-se 6 A Universidade Portucalense (UPT) quer atrair mais mulheres para a frequência dos seus cursos tecnológicos e assim contrariar a actual tendência de afastamento e desinteresse do público feminino pela área das tecnologias de informação. O Departamento de Inovação, Ciência e Tecnologia da UPT alerta que a escassez de mulheres a apostarem na construção de carreiras nesta área é um fenómeno de proporção mundial e uma preocupação partilhada por organismos como as Nações Unidas e a Comissão Europeia, bem como por empresas de referência do sector, como a Microsoft e a IBM. “Queremos contribuir para o desafio que está a ser lançado no plano internacional e que passa por combater o estereótipo de que as profissões ligadas às tecnologias são talhadas para homens”, refere Filomena Castro Lopes, directora do Departamento.
A mesma responsável recorda que, num momento em que o desemprego afecta a generalidade dos sectores da nossa economia, os cursos tecnológicos estão entre os que geram mais oportunidades e considera mesmo que as mulheres são, por natureza, detentoras de características muito próprias, particularmente valorizadas na área das tecnologias. “Na sua relação com os domínios das tecnologias de informação, as mulheres denotam, muitas vezes, uma criatividade, perspicácia e um poder de observação e análise assinaláveis”, sublinha Filomena Castro Lopes. No presente ano lectivo, os cursos de Informática da UPT, que apresentam, aliás, a mais elevada taxa de empregabilidade entre os cursos de Informática portugueses, contam com a frequência de apenas 2% de mulheres, face ao número de homens que frequentam estes cursos. K
Educação financeira
Conferência em Aveiro 6 A Universidade de Aveiro, através do Projecto Matemática Ensino (PmatE), leva a efeito, nos dias 3 e 4 de julho, no anfiteatro do Departamento de Ambiente, a 3ª Conferência Internacional de Educação Financeira tem como tema central “Educação financeira: transversalidade e cidadania” e contará com a presença de dezenas de especialistas nacionais e estrangeiros, entre os quais Dušan Hradil, responsável pela estratégia nacional de educação financeira da República Checa, e Adele Atkinson, policy analyst na Financial Education and Consumer Protection Unit, da OCDE. Em tempos de crise, é fundamental uma boa gestão das finanças pessoais. Ciente da actualidade do tema, a Universidade de Aveiro tornou-se pioneira também nesta área, tendo já organizado duas conferências internacionais dedicadas à Publicidade
educação financeira, uma em 2009 e outra em 2010. Há dois anos tomou a iniciativa de avançar com um projecto – a exposição itinerante interativa Educação+ Financeira, que tem vindo a percorrer o país – em parceria com a Caixa Geral de Depósitos, destinado a sensibilizar os jovens com idades entre os sete e os 17 anos, (e, através deles, os mais velhos) para as questões do dinheiro. A exposição já foi visitada por mais de 25 000 jovens. A par desta exposição, a Universidade de Aveiro tem vindo a realizar, através do Projecto Matemática Ensino (PmatE), conferências e workshop´s sobre educação financeira, dirigidas a um público mais vasto, designadamente pais e professores, autarcas e técnicos municipais e outros agentes directa ou indiretamente envolvidos no processo educativo. K
Nova de Lisboa
Católica-Lisbon
Graduação com estágio 6 Pelo segundo ano consecutivo, o ISEGI, da Universidade Nova de Lisboa, o BNP Paribas Securities Services e a SYONE lançam a Pós-Graduação que dá oportunidade de emprego a todos os alunos que concluam o ano lectivo com aproveitamento. A Pós-Graduação em Information and Communication Technologies for Banking Services é a primeira formação académica on-the-job em Portugal que, além de totalmente remunerada, oferece a certificação de alguns dos seus conteúdos mais técnicos e um plano curricular singular, no qual a formação académica no ISEGI-NOVA vai
Católica – Braga com Turismo T A Universidade Católica – Braga, através da Faculdade de Ciências Sociais acaba de apresentar a nova Licenciatura em Turismo, que tem como objectivo formar profissionais para o sector do turismo, uma área em crescente expansão, da qual muito depende o desenvolvimento dos mercados nacionais e internacionais. Através de parcerias e da estreita colaboração com as entidades e empresas ligadas ao sector, a Licenciatura em Turismo, acreditada pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, procura incentivar o empreendedorismo e a criação de emprego qualificado para o maior sector exportador do País. K
Hospital Virtual inovador T O Instituto Superior Técnico vai realizar, no próximo dia 21 de Junho, pelas 15 horas, a sessão de apresentação dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos da disciplina de Programação 3D para Simulação de Jogos, onde será demonstrada a potencialidade da inserção de jogos e simuladores na formação na área de gestão no
sendo alternada com horas reais de trabalho no BNP Paribas Securities Services. A segunda fase de candidaturas iniciou-se a 5 de Junho e termina a 19 de Julho. Estão disponíveis 20 vagas. Os candidatos deverão ser licenciados com domínio da língua inglesa, ter interesse pela área de tecnologias de informação e possuir um percurso académico/ profissional de excelência. A Pós-Graduação tem a duração de um ano letivo, de Setembro de 2012 a Julho de 2013, dividida por dois semestres que terminam com um período de exames. K
contexto da saúde, trazendo ferramentas inovadoras para esta área. Este foi o tema para o projecto curricular proposto pela Cláudia Ribeiro, aluna de doutoramento do Instituto Superior Técnico. A ferramenta desenvolvida coloca o utilizador no papel de um director de um serviço de urgência, sendo este responsável pela restruturação do serviço de urgência. Nomeadamente, o jogador poderá modelar o processo de triagem relativo ao funcionamento do serviço e perceber através de simulação os resultados a nível de custos, tempos e qualidade de serviço. K
MEDTex encerra T O encerramento do projecto MEDTEX, da Universidade da Beira Interior, decorreu a 25 de Maio, no âmbito das 1as Jornadas de Têxteis Médicos. Iniciado em 1 junho de 2009, o projecto consistiu no desenvolvimento de um colchão “inteligente”, composto por uma estrutura electrotêxtil multifuncional, aplicada num dispositivo médico que maximiza o conforto dos doentes. Este colchão assume múltiplas aplicações, como o mercado hospitalar, geriátrico, e o mercado doméstico, para tratamento em regime ambulatório. A Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da UBI, em estreita colaboração com o Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), teve a seu cargo a condução e avaliação dos testes de campo em ambiente real (a nível hospitalar e ambulatório). K
Francisco Veloso novo director 6 Francisco Veloso acaba de assumir a direcção da CatólicaLisbon School of Business & Economics, a escola líder em Portugal segundo o Financial Times, e uma das Top 35 da Europa. Francisco Veloso tem desenvolvido uma reconhecida carreira internacional, doutorando-se no prestigiado MIT (Massachusetts Institute of Technology) e tendo seguido um percurso académico na Universidade de Carnegie-Mellon nos Estados Unidos. Antes dos estudos nos EUA, licenciou-se em Engenharia Física no Instituto Superior Técnico. O seu trabalho tem sido distinguido através de vários prémios e conta com várias dezenas de artigos publicados em revistas académicas de referência internacional. Tem igualmente trabalhado com um leque alargado de empresas e
organizações internacionais. Francisco Veloso é, desde 2010, titular da Cátedra ZON em Inovação e Empreendedorismo na Católica-Lisbon, bem como director-adjunto para as contratações de professores internacionais. É ainda um dos directores científicos do Programa Carnegie-Mellon – Portugal. O desafio de liderar uma Escola de Negócios Portuguesa aquando da maturação do seu processo de internacionalização foi um dos motivos que o levou a aceitar o convite. Para Francisco Veloso “o País deve concentrar esforços no nível de excelência em que tem condições para competir e afirmar-se internacionalmente. A Católica-Lisbon constitui um óptimo exemplo: uma referência nacional capaz de competir lá fora”. K
QREN e empresas regionais financiam
Projecto tecnológico no Algarve 6 O Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e as empresas regionais Electrolagos e Clearwinds acabam de atribuir um financiamento à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve para o desenvolvimento de um sistema de tratamento de efluentes gasosos, baseado num princípio de lavagem, seguido de secagem do mesmo efluente, através de um processo tecnológico inovador. O projecto pretende anali-
sar e optimizar o desempenho desta nova tecnologia inovadora de tratamento de efluentes gasosos, provenientes da combustão, quer de fábricas, quer de outras fontes. Entre outras actividades, têm sido analisados o campo de velocidades do ar, o campo de pressões do ar e a desumidificação do ar no interior do sistema de canais de tratamento dos efluentes, quer experimentalmente, quer numericamente. Esta actividade científica,
coordenada por Eusébio Conceição, professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia, tem originado a publicação de um número significativo de artigos em revistas e intervenções em conferências nacionais e internacionais, estando a ser orientada para o desenvolvimento de novos equipamentos científicos, como sistemas de anemometria de fio quente, de velocimetria por deslocamento com apoio de laser, entre outras técnicas numéricas. K
Investigadores portugueses criam
Outdoors biodegradáveis
6 Investigadores da Escola de Engenharia da Universidade do Minho e da Universidade Fernando Pessoa desenvolveram outdoors biodegradáveis, feitos à base de fibras de soja, milho e bambu. O projecto pioneiro visa a protecção ambiental, está a ser alvo de patente e conta com apoio de empresas nacionais e internacionais. A inovação surge 24 anos após a Lei 97/88, que proíbe o uso de materiais não biodegradáveis para publicidade, mas que na verdade não está a ser cumprida. “Espero sinceramente que os anunciantes deixem de usar materiais com propriedades tó-
xicas e que são prejudiciais à saúde”, nota Jorge Neves, docente do Departamento de Engenharia Têxtil da Universidade do Minho. O professor considera que os novos outdoors biodegradáveis poderão ter um custo “semelhante” ao dos su-
portes convencionais, os quais consistem em imagens enormes impressas em poliéster laminado ou revestido a resina de PVC (policloreto de vinilo). “A UE restringiu muito o uso do PVC, face aos danos causados no sistema imunitário, reprodutivo e endócrino”, realça Fernanda Viana, doutorada em Engenharia Têxtil na Universidade do Minho e docente da Fernando Pessoa. Aquela engenheira publicitária confia na aceitação desta inovação, mas lembra que face à situação económica actual o anunciante tende a optar pelo baixo custo, mesmo que acarrete consequências ambientais e legais. K
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Universidade de Coimbra faz frigorífico inovador
Quando sol faz frio
6 Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) criaram “um frigorífico solar inovador”, que só precisa de energia solar para produzir frio, podendo ser útil em regiões remotas onde não há electricidade - revelou a instituição. Este frigorífico solar, designado por FRISOL, poderá ser muito útil “em zonas remotas sem rede eléctrica, como por exemplo, em África, para a conservação não só de produtos alimentares, mas essencialmente de medicamentos”, refere, em comunicado divulgado pela Universidade de Coimbra (UC), um dos coordenadores do projecto, José Costa. O FRISOL “pode ser também usado em alternativa aos frigoríficos comuns, apenas necessitando de energia solar para o seu funcionamento”, adianta. “Só precisa de energia solar e permite produzir frio onde não há energia eléctrica”, disse à Agência Lusa José Costa. Com financiamentos da Fundação para a Ciência e Tecnologia e da Associação Americana de Engenheiros de Refrigeração e Ar Condicionado, a investigação em torno deste projecto iniciou-se em 2007 e “conduziu a resultados muito promissores”, segundo o mesmo comunicado da UC. A equipa de investigadores construiu um protótipo com equipamento completamente autónomo, necessitando apenas de energia solar para acionar o processo de refrigeração. O FRISOL consegue manter o frio, produzido nos dias com sol,
durante dois ou três dias sem sol, graças ao isolamento térmico da caixa frigorífica. É capaz de produzir frio equivalente a cerca de 3 a 4 quilogramas de gelo por dia. A base do FRISOL, desenvolvido por investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), está na implementação da refrigeração pelo fenómeno da “adsorção” (adesão de moléculas de um fluído a uma superfície ou substância) que recorre, neste caso, à utilização de sílicagel, um material extremamente eficiente na retenção de moléculas de vapor, não tóxico e de baixo custo - é explicado na nota. A sílica-gel “pode ‘adsorver’ água até 40% do seu próprio peso quando está fria, voltando a libertar a água ao ser aquecida”. José Costa, docente do Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC, disse à Lusa que se trata de “uma experiência nova em Portugal”, existindo já no estrangeiro
Coimbra dá prémio
alguns produtos destinados à produção industrial, mas com pouca penetração no mercado por recorreram a uma tecnologia muito cara. José Costa, citado no comunicado, refere que “a indústria já manifestou interesse [no projecto] por se tratar de uma tecnologia de baixo custo”. O princípio de funcionamento deste frigorífico “é aparentemente simples: o ‘coração’ do sistema é a sílica-gel, colocada no interior de um colector solar, completando-se o circuito com um condensador, um reservatório de condensados, um evaporador (onde é produzido o frio) e uma caixa frigorífica”, lê-se na nota. O fluido refrigerante é a água e o sistema funciona sob vácuo, sendo por isso necessário retirar todo o ar do interior do sistema. O projecto conta também com a colaboração de um investigador da Universidade de Aveiro, Vítor Costa. K
Engenharia Aeroespacial
Novo curso no Porto 6 A Universidade Lusófona do Porto inicia no próximo ano lectivo a licenciatura em Engenharia Aeroespacial, uma área com elevados indicadores de empregabilidade para os futuros licenciados, dado o crescimento exponencial do território aeroespacial português. A prova de que, mesmo em tempo de crise há uma crescente aposta em áreas inovadoras e de emprePublicidade
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gabilidade, combatendo a ideia de pessimismo. Esta licenciatura, de acordo com António Pedro Costa, director do curso, “surge numa região com um posicionamento geográfico privilegiado, como agente de desenvolvimento da segunda maior região metropolitana portuguesa, que pretende afirmar-se como capital de uma muito maior região europeia”.
Universidade
A nova licenciatura, a iniciar já no corrente ano, faz parte da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da ULP. A Faculdade de Ciências Aeronáuticas da Universidade Lusófona do Porto forma já Pilotos de Linha Aérea e Licenciados em Gestão de Operações de Voo, em Gestão Aeroportuária e em Gestão de Transporte Aéreo que satisfazem os requisitos do mercado e os sistemas de certificação nacionais e europeus. K
6 A obra “A individuação da sociedade moderna - Investigações semânticas sobre a diferenciação da sociedade moderna”, de Edmundo Balsemão Pires, venceu o Prémio Joaquim de Carvalho, anunciou a reitoria da Universidade de Coimbra (UC). No trabalho agora distinguido, o autor, docente da Faculdade de Letras da UC, detém-se sobre “a evolução de conceitos filosóficos e políticos fundamentais da modernidade, tendo em conta, ao mesmo tempo, a herança clássica e as transformações impostas pela evolução objectiva da sociedade moderna”. Entre esses conceitos, contam-se os de “Família, Sociedade e Estado, que constituem as três secções da obra”, adianta a reitoria da UC, em nota divulgada. Através de investigações semânticas reveladoras do “tempo” e do “modo” da construção da Modernidade, Edmundo Balsemão Pires propõe “uma visão da condição moderna como linguagem e específico jogo de linguagem”. Publicidade
O júri, constituído por Osvaldo Silvestre (professor da Faculdade de Letras da UC), António Barbosa de Melo (Direito), José Dias Urbano (Ciências e Tecnologia), Joaquim Feio (Economia) e Isabel Festas (Psicologia e Ciências da Educação), considera que se está perante uma “imprescindível obra de referência, cujo maior mérito terá sido o de iluminar um processo que historicamente desembocou em experiências de organização sociopolítica, que tanto combinaram os maiores desastres historicamente registados, como as vias da sua redenção”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Festival do Fado
ESGIN em Madrid 6 A Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco (ESGIN) vai participar na segunda edição, do Festival do Fado de Madrid decorrerá entre os dias 21 a 24 de Junho, nos Teatros del Canal. A ESGIN será responsável por, no dia 24 de Junho, confeccionar os petiscos, as tapas e o almoço sob a supervisão do seu Executive Chef, Valdir Lubave. O cartaz do evento integra vozes como as de Mariza, Ana Moura, Ricardo Figueira. Este festival tem
como objectivo a divulgação e promoção de um estilo musical único no mundo que tem vindo a angariar créditos em vários países do mundo. O programa integra exposições, conferências temáticas, momentos de cinema, workshops sobre o Fado de Lisboa; integra, ainda, uma mostra gastronómica que, nesta edição, tem como tema as Casas de Fado Lisboeta. Participarão, na mostra, quatro instituições de ensino da Beira Interior, que ministram cursos na área da hotelaria e do turismo. K
Em Castelo Branco
Solicitadores em formação
6 Os solicitadores de Castelo Branco estão a participar numa série de formações que se compõem por 6 módulos diferentes. Cada módulo tem uma duração aproximada entre 24 e 30 horas, decorrendo aos sábados, de forma a não prejudicar o regular funcionamento dos seus escritórios e ainda por forma a dar oportunidade aos colegas inscritos em comarcas que não a de Castelo Branco, a participarem nesta formação. A formação é composta pelos módulos de Direito do Trabalho, Registos e Notariado, Fiscal, Processo e Procedimento Administrativo, Contraordenações e Direito das Sociedades, inter-
rompendo-se em Julho, Agosto e Dezembro de 2012. O primeiro módulo de formações iniciou-se em Castelo Branco. É o de Direito do Trabalho que decorreu até 9 de Junho. Uma acção que teve como formadora Ana Lambelho e decorre nas instalações do Cibercentro de Castelo Branco. Esta é uma iniciativa conjunta do Conselho Regional do Norte e da Delegada do Círculo Judicial de Castelo Branco, a solicitadora Edna Nabais, seguindo uma política de formação contínua necessária ao bom desempenho dos Solicitadores no exercício da profissão. A iniciativa tem o apoio da Câmara de Castelo Branco. K
Na Av. 1º de Maio
Esart decora montras 6 Um grupo de 39 alunos do 2º ano do curso de licenciatura em Design de Interiores e Equipamento do IPCB/ Escola Superior de Artes Aplicadas vão decorar 16 montras de vários estabelecimentos comerciais da Avenida 1º de Maio, em Castelo Branco. A iniciativa decorrerá durante a segunda quinzena de Junho e resulta de uma parceria entre IPCB/ ESART e a Associação Comercial e Industrial de Castelo Branco.
O trabalho dos alunos consistirá na concepção, execução e montagem de um espaço expositivo e é efetuado no âmbito da Unidade Curricular de Vitrinismo sob a orientação dos docentes Cristina Daré e Ricardo Martinho. O objectivo desta acção é promover a integração dos alunos em contextos reais de trabalho, desenvolvendo soluções de design para o comércio tradicional. K
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Desfile da Esart
Moda encanta Cargaleiro 6 A 9ª edição do Desfile de Moda da Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART) decorreu no passado dia 15, na Praça Académica, junto ao Museu Cargaleiro. Este ano, o desfile foi reservado aos trabalhos dos alunos de licenciatura e mestrado da escola. “O importante é destacar o trabalho dos alunos”, referiu, João Neves, subdiretor da escola. Aquele responsável sublinhou a importância deste tipo de eventos para aproximar os alunos e diplomados da Esart do mercado de trabalho. “60% dos alunos de mestrado que estão em estágio já negociaram a sua situação para permanecerem nas empresas onde estão a estagiar”, disse João Neves. Para o vice-presidente do IPCB, a realização de iniciativas como o Desfile de Moda “são importantes para o politécnico, pois levam para o exterior aquilo que é desenvolvido nas escolas. O Desfile é um marco importante para os alunos que assim se aproximam do mercado de trabalho”, destacou.
ESART H
A edição deste ano surgiu com algumas novidades. Para além do local em que foi feito, no coração da zona histórica, apresenta uma mostra “showcase” aberta apenas à comunicação social, empresários, designers e outras entidades empregadoras, onde os alunos farão uma explicação da colecção que vão apresentar no desfile, bem como do seu portfólio. Outra das novidades foi a exposição na Galeria 102_100, si-
tuada na Rua de Stª Maria. Uma mostra que resultou do percurso pedagógico, de investigação e produção na área da Moda e do Têxtil dos estudantes de mestrado em Design do Vestuário e Têxtil. À semelhança das edições anteriores, a iniciativa conta com a participação de alunos dos restantes cursos da ESART (Música, Design Comunicação e Produção Audiovisual, Design de Interiores e Equipamento). K
CET e Pós graduações
ESG com novas ofertas 6 A Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova (ESGIN) vai iniciar, no ano letivo 2012/2013, uma pós-graduação em Fiscalidade e Contabilidade. O curso tem como público-alvo licenciados nas áreas da gestão e da contabilidade, administradores, directores e quadros superiores de empresas, de instituições financeiras e da administração fiscal. A ESGIN revela ainda que também podem frequentar o curso não licenciados. O curso é equiparado à formação promovida pela OTOC, para efeitos de atribuição de créditos, de acordo com o previsto no Regulamento da Formação de Créditos para Efeitos do Controlo de Qualidade da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. O período de candidaturas decorre entre os dias 11 de Junho e 6 de Julho, na ESGIN. O curso terá início a 21 de Setembro de 2012. Cet’s jurídicos e em gestão Entretanto, a escola vai abrir o Curso de Especialização Tecnológica (CET) em Serviços Jurí-
dicos. Uma oferta que pretende formar profissionais que exerçam funções de expediente geral de escritório, recepcionista, serviço externo, de acompanhamento em diligências em tribunais, conservatórias, gabinetes jurídicos, autarquias, empresas públicas e privadas. Para além daquela oferta, a escola tem também disponível o CET em Organização e Gestão de Eventos. Nesta oferta pretendese que os formandos programem, planifiquem e coordenem as operações que envolvem a realização de um evento.
De referir que o CET é uma formação pós-secundária não superior que visa conferir uma qualificação de nível V, sendo que a aprovação num CET confere um diploma de especialização tecnológica Os CET’s destinam-se a titulares de um curso de ensino secundário ou de habilitação legalmente equivalente; aos que tendo obtido aprovação em todas as disciplinas dos 10º e 11º anos e tendo estado inscritos no 12º ano de um curso de ensino secundário ou de habilitação legalmente equivalente não o tenham concluído; a titulares de qualificação profissional de nível III (nível IV – EQF); a titulares de um diploma de especialização tecnológica ou de um grau ou diploma de ensino superior que pretendam a sua requalificação profissional. Podem igualmente candidatarse os indivíduos com idade igual ou superior a 23 anos, aos quais, com base na experiência, a instituição reconheça capacidades e competências que os qualifiquem para o ingresso no CET. As candidaturas decorrem até ao dia 21 de Setembro. Prevê-se, o início das aulas a 1 de Outubro de 2012. K
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Superior de Saúde
Trabalho premiado 6 O trabalho de pesquisa “Reconstrução de imagem em AngioRM” apresentado por um docente e uma aluna da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Castelo Branco venceu o prémio de melhor comunicação livre nas Jornadas de Radiologia ESTESCoimbra 2012 - Novos Avanços no Estudo do Abdómen. A comunicação, apresentada por João Costa, professor do curso de Radiologia do IPCB/ ESALD e doutorando em Biomedicina, teve ainda como coautores Ana Sabino, aluna do
Politécnicos No centro do país
Partilha recursos 6 Os oito institutos que com-
põem a Politécnica – Associação dos Politécnicos do Centro assinaram um protocolo de cooperação que prevê a partilha de recursos e o desenvolvimento de acções conjuntas. A formalização deste entendimento aconteceu no último mês, em Santarém, e envolveu os Politécnicos de Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Tomar e Viseu. Com sede em Castelo Branco, a Politécnica foi reactivada recentemente e é presidida por Nuno Mangas, do Instituto Politécnico de Leiria. De entre as medidas a implementar pelos oito institutos destacam-se ciclos de estudo que atribuam ou não grau académico, intercâmbio de pessoal docente e não docente entre os associados, atribuição de títulos de especialista, formação de júris, possibilitando assim uma gestão mais racional dos recursos de cada instituição para que sejam aproveitados pelo seu conjunto.
Nuno Mangas explica que o acordo alcançado “é o concretizar dos objectivos da criação da Politécnica, que é unir os recursos destes oito institutos, juntar sinergias, e pegar no que cada um tem de melhor para utilizar em benefício dos nossos estudantes e profissionais”. O presidente da Politécnica destaca as “medidas de apoio aos estudantes, de uma importância crucial na actual conjuntura, concretizáveis, por exemplo, na possibilidade dos estudantes poderem ter acesso aos equipamentos sociais e académicos dos institutos associados nas mesmas condições que na sua instituição de origem, quando deslocados em actividades curriculares e académicas”. Aquele responsável lembra que com este acordo se potencia aquilo que cada instituição tem de melhor. Relativamente ao intercâmbio de pessoal docente, foi acordada a possibilidade de serem partilhados recursos entre os oito Institutos, para o exercício de funções docen-
tes em cursos conferentes de grau académico ou não, de outras instituições parceiras. Para além disso, aqueles institutos comprometem-se a disponibilizar os membros do seu corpo de pessoal docente e não docente para integrar júris de procedimentos noutras instituições parceiras, no âmbito de provas académicas, provas de especialistas e concursos de pessoal docente e não docente. Recorde-se que oito institutos politécnicos representam uma comunidade académica de 50 mil estudantes e mais de quatro mil e 500 docentes e não docentes. De entre os objectivos da Politécnica destacam-se a articulação, entre os seus membros, de ciclos de estudos conferentes de grau; a promoção e apoio de projectos conjuntos de investigação, desenvolvimento e inovação, a promoção da internacionalização ou realização de acções de divulgação conjuntas dos seus associados. K
4º ano da mesma licenciatura, José Pina, mestrando em Sistemas e Tecnologias da Informação para a Saúde ESTESC – ISEC e Ana Loureiro, licenciada em Radiologia pela ESTESC. Neste trabalho, os autores apresentaram alguns dos principais aspectos técnicos do método de estudo vascular, reforçando o papel da Angio-RM como ferramenta de diagnóstico na avaliação de anomalias e variantes anatómicas, malformações arteriovenosas e complicações vasculares. K
Construção sustentável
EST apresenta mestrado 6 A Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco (ESTCB) apresentou, no passado dia 16, a 3ª edição do Mestrado em Construção Sustentável. A formação foi apresentada durante um seminário sobre Eficiência Energética, Sustentabilidade e Conforto Interior em Edifícios.
O mestrado é aberto a engenheiros civis e arquitectos, e na perspectiva da ESTCB “constitui uma oportunidade para adquirirem competências numa área emergente, e uma excelente oportunidade futura ao nível da empregabilidade dos futuros formandos”. K
ESE de castelo Branco
Politécnico debate ciência
NaturESE 2012
Alunos na campina 6 O segundo ano do Curso de Desporto e Actividade Física da Escola Superior de Educação de Castelo Branco organizou, nos dias 25, 26 e 27 de Maio no Concelho de Idanha-a-Nova, um evento de “Actividades na Natureza e Ar Livre”, designado de “NaturEse2012”. A iniciativa que se realiza desde 2000, contou com a participação de 010 /// JUNHO 2012
cerca de sete dezenas de intervenientes (organizadores e participantes) que, durante três dias, tiveram a possibilidade de experienciarem diversas actividades como: escalada, rapel, slide, canoagem, btt, paintball, tiro com arco, zarabatana, passeios pedestres, matraquilhos humanos, dinâmicas de grupos e jogos tradicionais.
Durante o evento foi ministrada uma formação de “Nós Essenciais em Manobra de Cordas”. É de salientar ainda que os participantes provieram de diversos locais sendo parte destes do Instituto Vaz Serra de Cernache do Bonjardim, que se deslocaram acompanhados dos seus professores. K
6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco realizou, no dia 6 de junho, uma conferência sobre metodologia neuromuscular. A iniciativa decorreu na Escola Superior de Educação e teve como prelector Juan Azael Herrero, professor da Universidad Europea Miguel de Cervantes, de Valladolid, Espanha.
A conferência foi subordinada ao tema “Metodologia del entrenamiento por electroestimulación neuromuscular”. O evento teve como principais destinatários professores de educação física, técnicos de desporto e estudantes dos cursos de licenciatura e mestrado em Actividade Física, Ciências do Desporto, de Enfermagem e Fisioterapia. K
www.ensino.eu
Festival Anual de Teatro Académico
Viseu vence em Lisboa
Bênção em Torres Novas T Torres Novas assistiu à Bênção das Pastas e queima das fitas dos finalistas 2011/2012, dos cursos de Licenciatura em Educação Básica e Licenciatura em Educação Social e Desenvolvimento Comunitário da Escola Superior de Educação de Torres Novas. A cerimónia decorreu a 19 de Maio, na Praça 5 de Outubro, foi presidida pelo Padre Aníbal Vieira e contou com a presença de centenas de amigos, familiares, professores e funcionários da escola, bem com muitos populares. K
Jornadas em Tomar T As 7ª Jornadas de Gestão do Território e as 2ª Jornadas Técnicas de SIG subordinadas à temática da Gestão Integrada de Territórios Intermunicipais - O papel dos sistemas de Informação Geográfica decorreram a 28 e 29 de Maio, no Instituto Politécnico de Tomar. O encontro teve como objectivos discutir o papel dos Sistemas de Informação Geográfico das Comunidades Intermunicipais e das Autarquias Metropolitanas na gestão do território nacional, municipal e supra-municipal, além de dar a conhecer a realidade nacional no que se refere aos SIG intermunicipais e infra-estruturas de dados espaciais. Visaram ainda criar um espaço de debate de ideias promovendo o contacto entre as diversas entidades intermunicipais (CIM e AM) bem como discutir questões técnicas relacionadas como escalas de trabalho, instrumentos de gestão do território intermunicipais, metadados, entre outros. K
ESE de Viseu em aniversário T No âmbito do programa de comemoração do Aniversário da Escola Superior de Educação de Viseu, teve lugar, a 6 de Junho, a conferência intitulada Os professores como
profissionais do desenvolvimento humano, proferida por João Formosinho, autor de diversas publicações, no país e no estrangeiro, nas áreas da Formação de Professores, Administração Escolar, Sociologia da Educação, Currículo, Educação PréEscolar, Ensino Primário e Políticas Educativas. Já antes, a 30 de Maio, tiveram lugar as comemorações dos 16 anos do Curso de Comunicação Social, com a realização de diversas actividades na escola.K
Voluntariado em encontro T O núcleo de Viseu do Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária (ISU) organizou, entre 29 e 31 de Maio, a Semana do Voluntariado, nos Serviços Centrais do Instituto Politécnico de Viseu, com o objectivo de promover o voluntariado junto dos jovens e da população em geral. O Instituto é uma Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) fundada em 1989. Todo o leque de intervenção do ISU assenta em 3 áreas principais: Promoção e Formação para o Voluntariado, Educação e Cooperação para o Desenvolvimento; Exclusão Social. K
Saúde em Leiria T A coordenação do Curso Informática para a Saúde do Instituto Politécnico de Leiria, liderada por Ricardo Martinho, organizou, a 24 de Maio, o 4.º Seminário de Informática para a Saúde. Este evento teve como principal objectivo “a divulgação de tecnologias, metodologias e áreas de estudo no âmbito da Informática aplicada ao sector da Saúde, aproximando o curso e as potenciais entidades empregadoras, através da divulgação do trabalho realizado por actuais e antigos estudantes da licenciatura”, explica Ricardo Martinho, coordenador da licenciatura de Informática para a Saúde. K
6 O Teatro da Academia da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viseu arrecadou o Grande Prémio do 13º Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa (Fatal), destinado a consagrar o melhor espetáculo designado pelo júri do certame. Há dois anos, na sua anterior participação, já o Teatro da Academia ameaçara conquistar o grande prémio do festival arrecadando o Prémio Fatal 2010 – Distinção do Público, destinado a consagrar o espetáculo melhor pontuado pelos espetadores. A 13ª edição do Fatal, um dos maiores festivais de teatro do país, com organização da Reitoria da Universidade de Lisboa, evocou os 50 anos da Crise Académica de 62, o movimento estudantil que marcou uma viragem na luta contra a ditadura. Ocupou vários espaços da capital, tendo subido ao palco 14 peças de teatro apresentadas pelos grupos de teatro universitário de vários pontos do país. Marcaram ainda presença no Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa, três grupos de teatro internacionais, provenientes de Espanha. A cerimónia na qual foram revelados ao público e aos grupos de teatro universitário participantes os vencedores decorreu no Clube Ferroviário, em Lisboa, a 25 de maio. O Júri do Fatal 2012 deliberou atribuir a maior distinção Prémio Fatal 2012, galardão concedido ao melhor espetáculo apresentado no Festival, à peça Woyzeck, de Georg Büchner, uma performance do Teatro da Aca-
demia da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viseu, com encenação de Jorge Fraga. Segundo o júri, esta apresentação mostra “a compreensão do Teatro como obra de arte total, composto por várias dimensões, jamais podendo ser reduzido a uma só. Assim, foram explorados não só o importante trabalho dos atores, de que se registam algumas notáveis interpretações, mas também todo o trabalho plástico, o desenho de som e banda sonora, o desenho de luz, entre vários outros aspetos, todos relevantes. (...) Em suma, fez-se Teatro.” Um prémio justo e merecido, que distingue o trabalho e a dedicação, mas também o talento, o engenho e a criatividade do Teatro da Academia do Politécnico de Viseu no ano em que celebra o seu 20º Aniversário.
A criação do grupo Teatro da Academia remonta a 1992. Na altura, dois estudantes do Instituto Politécnico de Viseu endereçaram o convite ao Professor Jorge Fraga para a formação de um grupo de teatro no Instituto. Nesse mesmo ano foi criado o que viria a ser o seu primeiro espetáculo – “Hió!... Hió”. Na génese da sua criação a vontade de “viver o Teatro”. Vontade esta que se tornou em identidade deste grupo de Teatro que integra alunos do Politécnico de Viseu. Hoje, o Teatro da Academia é um dos insignes embaixadores da cultura de toda uma vasta região e conta já no seu currículo com cerca de 20 produções, distribuídas por performances e espetáculos. K Joaquim Amaral _ Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Recursos Genéticos do Cardo
Novo campo em Viseu
6 A Escola Superior Agrária de Viseu e a Associação de Estudantes da escola organizaram o evento Saberes e Sabores Rurais na sua Essência, entre 25 e 27 de maio, com o objetivo de dar a conhecer os interesses e vocações relacionados com o setor da produção agrícola nas várias vertentes que contribuem para a promoção do desenvolvimento do mundo rural, procurando, simultaneamente, perspetivar o papel dos jovens numa agricultura que se quer de futuro, onde a dinâmica, a criatividade e a inovação possam entrosar com a tradição. Organizado em parceria com a Associação de Desenvolvimento do Dão, Lafões e Alto Paiva, o evento decorreu na Quinta da Alagoa e esteve na base da inauguração do Campo de Demonstração de Recursos Genéticos do Cardo, projeto em
desenvolvimento através da estreita colaboração entre docentes do Departamento de Ecologia e Agricultura Sustentável e alunos dos cursos de Engenharia Agronómica e Ecologia e Paisagismo. Esta iniciativa surge no âmbito de um projeto Proder, em colaboração com várias instituições, como a Ancose, DRAPCentro e Appacdm. No campo de ensaio estão instaladas um total de 620 plantas, representativas de 22 ecótipos oriundos da região de denominação de origem do queijo Serra da Estrela que, numa primeira fase, está a ser alvo de uma caracterização morfológica, a que se seguirá uma caracterização bioquímica e genética. Este estudo pretende investigar e conhecer melhor as potencialidades do cardo desta região e continuar a desenvolver o projeto Car-
dop, em parceria com instituições de cariz científico, como a Universidade Católica - Centro Regional das Beiras e o Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra, e técnico, como a Ancose, em estreita colaboração com os produtores. O objetivo maior deste trabalho entronca na sua contribuição para a valorização do Queijo Serra da Estrela, um ícone de crucial importância para a preservação e valorização dos recursos endógenos e da paisagem beirã, onde pontificam o cardo, as pastagens e as ovelhas da raça Bordaleira serra da Estrela, em sinergia com a ação humana ao nível do maneio animal e na laboração do queijo. K Paulo Barracosa e Joaquim Amaral _ Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
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Guarda lança
IPG com nova imagem 6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) promoveu, no dia 6 de Junho, uma iniciativa designada “Polytechnic 2 Business” destinada a divulgar, junto da comunidade empresarial, o trabalho e as competências da instituição. Neste encontro, para além dos dirigentes do IPG, e das Escolas Superiores que integra, participaram algumas dezenas de empresários do distrito da Guarda a quem foi apresentada uma publicação que descreve os serviços e competências do Politécnico da Guarda. Para o presidente do IPG, Constantino Rei, esta instituição “enquanto entidade integrada no sistema de ensino e investigação, deve potenciar o conhecimento” daquilo que aqui se produz “colocando-o ao serviço das empresas e instituições da região e do país, através de uma rede de parcerias”. Ainda de acordo com Constantino Rei, “a ligação à sociedade civil, o investimento em parcerias e acordos regionais são factores de diferenciação, que criam novas exigências e uma atitude de maior abertura e competitividade mas que, seguramente, vão conferir ao Instituto Politécnico da Guarda maior capacidade de intervenção, projectando o seu nome no meio regional, nacional e internacional”. Aludindo à publicação que foi apresentada, o Presidente do Politécnico da Guarda salientou que ela tem por objectivo contribuir para a “aproximação do instituto à sociedade envolvente, divulgando e colocando à disposição das empresas e organizações” as competências e os recursos do IPG. Constantino Rei considerou que “muito do futuro da região joga-se no êxito destas parcerias” as quais disse esperar “sejam abraçadas por todos quantos têm responsabilidades e mais contribuem para o desenvolvimento da região”. Por outro lado, no final deste encontro, manifestou-se satisfeito pela receptividade dos participantes neste encontro que tiveram também a oportunidade de comprovar a qualidade e serviço de um grupo de alunos dos cursos de Restauração e Catering e de Gestão Hoteleira, da Escola Superior de Turismo e Hotelaria/IPG. “Foi uma excelente demonstração Publicidade
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Com debate sobre alcoolismo
ESALD assinala aniversário 6 A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do Instituto Politécnico de Castelo Branco (ESALD) comemorou mais um aniversário com um programa científico, no dia 11 de Junho, com a realização de um fórum dedicado ao tema “Alcoolismo Juvenil”. Moderado por Jorge Almeida, docente na ESALD, o debate teve como principais intervenientes Manuel Cardoso, vogal da Direção do Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT) e
prática da experiência e dos conhecimentos adquiridos que agradou a todos os presentes e constituiu, estou certo, um excelente cartão de visita da ESTH”, comentou o presidente do IPG. Este encontro com empresários, que decorreu nas instalações do Politécnico da Guarda, foi igualmente aproveitado para a apresentação da nova marca institucional, “mais consentânea com as exigências da comunicação actual, nos seus vários suportes, e com uma cor mais forte e apelativa que se coadune com a dinâmica do IPG”, tal como afirmou Constantino Rei. O Presidente do Politécnico esclareceu que esta nova imagem vai começar a ser utilizada a partir de agora, embora o logotipo anterior se mantenha ao nível da simbologia institucional associada aos diplomas e outra documentação onde se continua a adequar essa imagem. De referir que o novo símbolo foi buscar vários elementos identitários ao anterior, assumindo o vermelho, o branco e o preto como novas co-
o Eduardo Pereira, médico gastroenterologista e docente na ESALD. Perante um auditório cheio de alunos, docentes e outros funcionários, o tema em debate motivou uma forte participação da audiência, a que se seguiu a apresentação da Newsletter da ESALD, pelo docente José Preto Ribeiro. Do programa social constou ainda uma homenagem aos colaboradores docentes e não docentes aposentados. K
IPCB
Estágios na tecnologia res, justificadas nas normas gráficas que foram igualmente divulgadas. O Instituto Politécnico da Guarda integra a Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto; a Escola Superior de Tecnologia e Gestão; a Escola Superior de Turismo e Hotelaria e a Escola Superior de Saúde. No IPG são lecionados, actualmente, 23 licenciaturas, 13 mestrados e 22 cursos de especialização tecnológica. K
6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), através da sua Escola Superior de Tecnologia, promove durante o mês de julho, quatro estágios no âmbito do programa Ciência Viva no Laboratório. Os quatro estágios envolvem a ocupação científica de jovens nas férias, a construção de robôs, Publicidade
a implementação de aplicações simples com microcontroladores e a exploração do mundo da engenharia civil. Os estágios serão desenvolvidos na escola através das Unidades Técnico-Científicas de Engenharia Civil e de Engenharia Eletrotécnica e Industrial. K
Protocolo entre o IP Leiria, o IP Macau e a Beijing Language and Culture University
Quase 200 já fizeram intercâmbio 6 O protocolo firmado entre o Instituto Politécnico de Leiria (IP Leiria), o Instituto Politécnico de Macau (IP Macau) e a Beijing Language and Culture University (BLCU) já permitiu fazer intercâmbio a mais de centena e meia de estudantes e 10 docentes. Na primeira Conferência Internacional Pontes Europa-China, que decorreu a 5 e 6 de junho em Leiria, e que reuniu 120 participantes, portugueses e chineses, estudantes e docentes, foi reforçada a relação entre as três instituições de ensino, com a apresentação do mestrado em Português e Chinês - Especialidade de Tradução e Interpretação, a iniciar em setembro deste ano. “A aposta do IP Leiria no ensino do mandarim a portugueses e do português a chineses, tem vindo a ter cada vez maior repercussão e procura, tanto por jovens como por profissionais já no ativo, não só com a licenciatura em Tradução e Interpretação de Português/Chinês e Chinês/Português, mas também com iniciativas como os cursos livres de mandarim, de seis meses, já com dois níveis de formação; o
ciclo de workshops “Diálogos com a Cultura Chinesa” e o ’Ciclo de Cinema Chinês’, que decorrem no Centro de Língua e Cultura Chinesas do Instituto; os workshops para crianças, a decorrer em período de férias escolares; e agora com o mestrado, também a decorrer em Portugal e na China”, explica Luís Barbeiro, diretor da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria. A Conferência Internacional Pontes Europa-China permitiu aprofun-
dar as “pontes” entre o Oriente e o Ocidente, e entre o IP Leiria e as suas Instituições parcerias na China, que se fizeram representar, entre outros, por Choi Wai Hao, diretor da Escola Superior de Línguas e Tradução do IP Macau, e por Ning Yizhong, reitor da Faculdade de Línguas Estrangeiras da BLCU. “Deste encontro resulta a aposta num futuro construído em conjunto, com duas instituições reputadas na China e que muito
têm contribuído para o sucesso do ensino do mandarim e da cultura chinesa no IP Leiria, nomeadamente a vontade de desenvolver projetos de investigação conjuntos sobre o ensino da língua chinesa a estudantes portugueses e o ensino da língua portuguesa a estudantes chineses; e a partilha de práticas de ensino-aprendizagem em português para alunos chineses e em mandarim para alunos portugueses”.
Além do Mestrado em Português e Chinês - Especialidade de Tradução e Interpretação, a iniciar em setembro e para o qual estão já abertas candidaturas, o IP Leiria vai realizar um summer course intensivo em mandarim, de três semanas (45 horas), a realizar de 10 a 28 de julho, aberto a todos os interessados, e que visa dotar os estudantes de conhecimentos básicos ao nível da língua chinesa. Em setembro inicia-se ainda um projeto intercultural, com a participação dos alunos chineses, de descoberta da cultura e da língua chinesas por crianças de jardins-deinfância de Leiria. No seguimento da parceria com o Instituto Politécnico de Macau e com a Beijing Languages and Cultures University, o IP Leiria iniciou a formação em mandarim em 2006 com a licenciatura em Tradução e Interpretação Português-Chinês e Chinês-Português. A licenciatura de quatro anos possibilita o intercâmbio de estudantes portugueses e chineses (dois anos em Leiria, um ano em Macau e um ano em Pequim). K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Satisfação dos diplomados do IP Leiria
90 por cento recomendam o Politécnico 6 Cerca de 90% dos diplomados do Instituto Politécnico de Leiria recomendariam a Instituição a outras pessoas, e 86% voltaria a candidatar-se a formação nas suas escolas. Estas são duas das mais importantes conclusões do estudo Sucesso e satisfação dos estudantes finalistas do Instituto Politécnico de Leiria, da autoria dos investigadores José Brites Ferreira, Graça Seco, Maria Odília Abreu, Isabel Simões Dias, Rita Cadima e Fernando Canastra, apresentado em livro a 25 de maio. “Os dados obtidos através de questionário a cerca de 1100 estudantes finalistas do Politécnico de Leiria no ano letivo de 2009/2010, revelam a importância do conhecimento das perceções destes estudantes face ao (in)sucesso e à satisfação para equacionar propostas de promoção da qualidade institucional, contextual e educativa”, explicam os autores, investigadores do Núcleo de Investigação e Desenvolvimento em Educação do Politécnico de Leiria. Num segundo estudo, a análise das classificações obtidas pelos finalistas das cinco escolas do IP Leiria permitiu caraterizar o sucesso académico destes estudantes, conduzindo à identificação de alguns
dos fatores associados. O estudo revela que cerca de 77% dos finalistas da amostra não mudariam de curso mesmo que tivessem oportunidade, e 75% afirmou que não mudaria de instituição. Relativamente à escolha do curso, para 90,8% dos estudantes a empregabilidade do curso foi avaliada como “muito importante” ou “extremamente importante”, sendo os estudantes da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e da Escola Superior de Artes e Design a referir sentirem-se mais satisfeitos com a empregabilidade do curso (cerca de 81% em cada escola).
O fator geográfico teve também muita importância. Para 51,8% dos estudantes, o fato do IPL ficar “perto da residência habitual” foi considerado como “muito importante” ou “extremamente importante”, para a escolha desta instituição. Relevância foi dada igualmente ao prestígio social dos diplomados do IPL, que foi considerado por 64,3% dos estudantes da amostra como uma razão “extremamente importante”, “muito importante” ou “importante” para a sua escolha, assim como “a boa reputação do IPL em termos de vida social”, avaliada do
mesmo modo por 64,2% dos finalistas. Na escolha do IPL pesaram as razões “ficar perto da residência habitual” para cerca de 38% dos estudantes, “ser o melhor para o curso que eu queria”, para 20,4%, e “ser o único estabelecimento de ensino superior com o curso que eu queria”, para 14,3% dos finalistas. Já no balanço da sua experiência no IPL, cerca de 95% dos estudantes consideraram o curso que frequentavam como “muito importante” ou “extremamente importante”, e 88,5% consideraram a
Instituição como “muito importante” ou “extremamente importante”, sendo que 58,3% dos estudantes revelaram estar “muito satisfeitos” ou “extremamente satisfeitos” com a instituição. 71,6% dos estudantes referiram que a experiência académica durante o tempo de frequência do IPL foi “boa” ou “muito boa”, e revelaramse mais satisfeitos com o “desenvolvimento interpessoal” proporcionado pela Instituição, seguindo-se, por ordem decrescente, a satisfação com as “instalações e equipamentos de apoio”, com as “condições pedagógicas” e, finalmente, com os “serviços”. Nuno Mangas, presidente do Politécnico de Leiria, salienta “os excelentes resultados deste estudo, e a grande importância que estas perceções, opiniões e experiências têm para o crescimento da instituição, contribuindo para a qualidade dos cursos, dos serviços, dos equipamentos, etc., e fomentando junto da comunidade do IP Leiria uma cultura de autoanálise e autoavaliação com o objetivo de fazer sempre melhor”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
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Domingos Santos, sub director da ESE
Os têxteis do arco urbano 6 Domingos Santos, docente e investigador da Escola Superior de Educação de Castelo Branco, acaba de publicar o livro “Dinâmicas Territoriais de Inovação no Arco Urbano do Centro Interior. O caso do sector têxtil-confeções”. O livro “centra-se no estudo da relação entre a inovação e território, analisando essa problemática no quadro de uma área periférica portuguesa que foi historicamente marcada por uma forte presença da indústria têxtilconfeções, o designado Arco Urbano do Centro Interior (AUCI), que engloba os concelhos de Castelo Branco, Fundão, Covilhã e Belmonte”. O autor, atualmente a exercer o cargo de subdiretor da Escola Superior de Educação, procurou “tipificar o perfil de inovação empreendido por um determinado grupo de empresas do sector têxtil-confeções, bem como compreender de que modo é que as instituições que configuram o arquétipo organizacional de sistema regional de inovação estão a contribuir, ou não, para o aprofundamento dos patamares de competitividade empresarial e territorial”. A análise efetuada por Domingos Santos permitiu avançar com algumas pistas de reflexão sobre a relação dinâmica entre a inovação e território e, por último, apoiar a formulação de um conjunto de recomendações que se
julga poderem concorrer para o reforço de estratégias competitivas baseadas na inovação. Para aquele docente e, também, membro do Centro de Investigação em Ciências Sociais da Universidade do Minho, “as atividades industriais de têxteis e de confeções do AUCI sofrem, atualmente, do dilema de, em simultâneo, terem de se confrontar com a necessidade imperiosa de apostarem em novos
fatores de competitividade, como a inovação e a qualidade” pelo que devem alargar e aprofundar “competências no plano da conceção, do know-how de mercado e controlo dos circuitos de distribuição e comercialização, apostando, designadamente em nichos de mercado”. “Parece-nos, pois, fundamental que a fileira têxtil possa, coerentemente, enfrentar a passagem de um paradigma empresarial tradicional para um outro que é cada vez mais intensivo em conhecimento e em cultura relacional, quer pela aplicação da informática ao nível da conceção, fabrico e gestão da produção, quer pela importância crescente da inovação ao nível do produto, dos processos produtivos, da arquitetura organizacional, do marketing e dos canais de distribuição e comercialização – trata-se de verdadeiramente endogeneizar a inovação como eixo estratégico do posicionamento competitivo, deixando, em definitivo, de perceber a mudança tecnológica e organizacional como algo exógeno à própria atividade empresarial”, refere ainda Domingos Santos. Outra das recomendações referidas pelo investigador é que “a sub-região precisa de assegurar a passagem gradual de um modelo que atualmente privilegia a subcontratação de
capacidade para um outro, mais qualificado, de subcontratação de especialidade e de labelling próprio, de economias de escala para economias de gama, o que pressupõe um forte incremento de recursos humanos de maiores níveis de qualificação e a incorporação de níveis superiores de valor acrescentado”. Para isso defende, igualmente, ser “forçoso, intervir ao nível do enquadramento institucional público-privado (associações empresariais, centros tecnológicos e de I&D, sistema de educação e formação, etc.), criando as condições efetivas de articulação e apoio que permitam que a maioria das empresas do universo têxtil do AUCI consiga dar o salto qualitativo necessário à viabilização de médiolongo prazo dos seus projetos empresariais, otimizando o aproveitamento das externalidades tecnológicas e organizacionais possibilitadas pelo quadro territorial de inserção”. Em conclusão, o autor defende que “o AUCI precisa de reequacionar o seu posicionamento competitivo, encontrando novas fórmulas que lhe permitam melhorar o seu padrão de inserção na moderna economia do conhecimento e da globalização dos fenómenos económicos”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Antiga aluna da ESE
Setúbal distingue jornalista 6 Helena de Sousa Freitas, antiga aluna da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal (ESE/IPS), onde se licenciou em Comunicação Social no ano 2000, foi distinguida pela Câmara Municipal de Setúbal, com o Prémio “Jovem Revelação”. O prémio, atribuído na categoria de “Comunicação Social”, reconhece a década e meia de trabalho desenvolvido pela jornalista, que iniciou a profissão em 1996 e ingressou na agência Lusa em 1998. Pós-graduada em Direito da Comunicação e mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação, Helena Freitas é, atualmente, doutoranda em Ciências da Comunicação no ISCTE-IUL, onde desenvolve uma tese sobre a pintura mural como forma de comunicação alternativa na cidade de Setúbal entre 1974 e 2010. Conciliando a prática jornalística com a escrita de ensaios, Helena de Sousa Freitas é autora de “Jornalismo e Literatura: Inimigos ou Amantes?” (2002), a adaptação para livro da tese defendida na ESE/IPS, “Sigilo Profissional em Risco” (2006) e “O DN Jovem entre o Papel e a Net” (2011). Publicidade
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Na terceira edição, os Prémios “Jovem Revelação” distinguem ainda Jorge Faria e Rute Machado (também na categoria de Comunicação Social), Filipe Blanquet (Moda), Pedro Goya e Gerson Santos (Música), Marta Oliveira, João Martinho, Ana Beatriz Arsénio e Rita Cunha (Desporto), Diogo Faria (Artes Circenses) e Ruben Moreira (Associativismo). K
Inscrições abertas
38 mestrados em Leiria 6 O Instituto Politécnico de Leiria acaba de abrir inscrições para 38 mestrados promovidos pelas diferentes escolas, entre os quais cinco novos cursos, designadamente os de Comunicação e Média, Especialidade em Tradução e Interpretação de Português e Chinês, Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica, Enfermagem de Saúde Familiar, e Educação Matemática no Pré-escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico. Nuno Mangas, presidente do IP Leiria, explica que “alargámos este ano a nossa oferta com o objecti-
Curso de Publicidade e Relações Públicas
Mostra na ESE de Viseu 6 A Escola Superior de Educação de Viseu assinalou, a 14 de Junho, um dia dedicado ao curso de Publicidade e Relações Públicas (PRP). Alberto Cartagena, coordenador da Área Disciplinar de Ciências Sociais, reafirmou a importância do evento, que conjuga o reforço da competência científica dos alunos com a partilha de experiências nas áreas de referência do curso. Publicidade
Com um programa diversificado, o Dia de PRP contou com a participação de Cristina Azevedo Gomes, presidente da Escola Superior de Educação. O evento incluiu um congresso, que pretendeu dar a conhecer os trabalhos científicos desenvolvidos pelos estudantes ao longo do ano lectivo em colaboração com os docentes. K
vo de nos adaptarmos melhor às necessidades do mercado, procurando proporcionar aos nossos estudantes uma formação que faça a diferença, e que traga uma maisvalia efectiva para as suas vidas profissionais. O caso do Mestrado de Especialidade em Tradução e Interpretação de Português e Chinês surge da grande aposta que temos feito na formação em Mandarim para portugueses, e Português para chineses, que é uma das mais abrangentes e diversificadas do País”, salienta, acrescentando que
“este mestrado permite-nos ir mais longe, qualificando mais e melhor os nossos alunos de licenciatura e outros interessados”. A oferta de mestrados do abrange as áreas de educação, ciências sociais, ciências empresariais, ciências jurídicas, engenharias, tecnologias, artes, design, turismo e saúde, e a lista completa da oferta deve ser consultada na página do Politécnico. As inscrições podem ser formalizadas até 30 de Junho e são exclusivamente online. K
Encerramento da temporada
Filme de Leiria na Gulbenkian 6 Um filme realizado por estudantes da turma de Animação de Personagens da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, do Instituto Politécnico de Leiria deu imagem à Valsa, de Maurice Ravel, em dois concertos dirigidos pelo maestro americano Lawrence Foster na Fundação Calouste Gulbenkian, em Maio último. Com uma duração de 13 minutos, o filme foi encomendado pelo
Serviço de Música da Fundação aos estudantes da escola, através do professor responsável, Fernando Galrito, que conta que “ficou um pequeno nervoso, quer pela importância do desafio, quer pelo pouco tempo para o concretizar”. “Um desafio é sempre bemvindo”, salienta Fernando Galrito. “Começámos de imediato a trabalhar, partindo de dois pressupostos: encontrar na obra musical um
fio condutor que permitisse experiências visuais e estéticas diferenciadas mas, ao mesmo tempo, unidas por uma base visual que, sem ser redundante, ilustrasse a obra musical; fazer um filme que não fosse ilustrativo, tanto em imagens como em movimentos, deixando aos espectadores espaço para, em cima das nossas propostas, encontrarem lugar para adicionar as suas”, conclui. K
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1890 participantes
Beja faz Lip Dub 2012 6 O Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) organizou no último mês o IPBeja LIPDUB. Durante a manhã, realizou-se o Dia Aberto do IPBeja e de tarde a filmagem do LIPDUB, juntando assim os vários participantes das duas iniciativas. Para os responsáveis do IPBeja, esta “foi uma oportunidade muito divertida de conhecer os vários espaços do Campus do politécnico, nomeadamente os laboratórios, os auditórios, as salas de aula, a exploração agrícola, os jardins,
os ginásios, as residências, os refeitórios, os ateliers e acima de tudo o ambiente académico que se vive no IPBeja, com a boa disposição, a criatividade e capacidade de inovação que caracteriza os nossos alunos”. E foram os alunos, através do Provedor do Estudante, das Associações de Estudantes e das Tunas, que organizaram o IPBeja LIPDUB, que contou com um total de 1890 participantes, entre alunos, funcionários e entidades representantes da Cidade de Beja.
“Os nossos alunos prepararam as músicas que todos cantaram no LIPDUB, e planificaram um percurso no qual a nossa equipa de filmagem registou um conjunto de quadros performativos muito divertidos”, refere a organização, em comunicado. O IPBeja adianta também que “nesses quadros estavam as nossas tunas, as turmas de cada um dos nossos cursos e grupos de alunos que nos surpreenderam com a sua criatividade e capacidade de inovar”. K
João Domingos H Publicidade
Nas Berlengas
Leiria debate mar 6 O Arquipélago da Berlenga foi o palco e o objecto principal do “Be@Berlenga”, três dias dedicados à biodiversidade e preservação ambiental da Reserva da Natural da Berlenga, que juntou biólogos mari-
nhos, ilustradores científicos e estudantes. Iniciativa do Grupo de Investigação em Recursos Marinhos da Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar, do Politécnico de Leiria, decorreu de 8 a 10 de Junho,
tendo incluído workshops científicos, acções de preservação ambiental, baptismos de mergulho, exibição de documentários, palestras, uma expedição oceanográfica e sessões de ilustração científica. K
Viana do Castelo
É preciso fixar licenciados
6 O Instituto Politécnico de Viana do Castelo acaba de assinar um protocolo de cooperação que tem como objectivo implementar o projeto Geraz com Querença, que visa promover a fixação de jovens com formação superior, promovendo a cria016 /// JUNHO 2012
ção de negócios que possam traduzir-se como mais-valia para as freguesias, potenciando os seus recursos, cultura e tradições. São ainda partes naquele protocolo a Câmara Municipal de Viana do Castelo, a Cooperativa de Inte-
resse Público de Responsabilidade Limitada para o Desenvolvimento Sustentável de Geraz do Lima e as Juntas de Freguesia de Deão, Moreira de Geraz do Lima, Santa Maria de Geraz do Lima e Santa Leocádia de Geraz do Lima. K
Estudantes carenciados
Universitário de Karting
Docente doa direitos
Leiria renova título
6 O livro A Tributação dos Estabelecimentos Estáveis, da autoria de José Carlos Abreu, docente na Escola Superior de Gestão (ESG) do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), em Barcelos, apresentado a 2 de Junho, vai apoiar alunos carenciados, uma vez que o autor prescindiu dos direitos a favor do Fundo de Emergência para estudantes carenciados. Com esta atitude, disse, espera “contribuir para que os estudantes do IPCA não abandonem os estudos por razões económicas”. Com edição do Grupo Editorial Vida Económica, esta obra abor-
6 O Instituto Politécnico de Leiria sagrou-se campeão do III Campeonato Nacional Universitário de Karting, que decorreu a 9 de Maio, no Kartódromo Internacional do Algarve, em Portimão. Com 286 pontos, o Politécnico de Leiria foi a mais forte das equipas na competição deste ano, conquistando o troféu pelo segundo ano consecutivo. A equipa juntou Daniel Silva, João Pinto, Sónia Pedra, Melissa Rodrigues e Kelly Rodrigues, os seis atletas do Instituto apurados para a prova nacional durante o III Troféu de Karting do Politécnico de Leiria, que contou com mais de 30 estudantes do Politécnico, e que decorreu no dia 26 de Abril no Kartódromo da Batalha. Nas classificações individuais, Daniel Silva alcançou o segundo lugar da competição masculina com 109 pontos, Sónia Pedra ficou em segundo
da o conceito de estabelecimento estável, uma “pedra angular da tributação internacional” conforme refere o autor do prefácio, Rui Duarte Morais. Este livro constitui, assim, um minucioso estudo sobre o estado da arte relativamente à problemática fiscal que o estabelecimento estável origina. “Uma obra que, para além de cumprir plenamente com todas as exigências académicas (…), é um texto de grande utilidade prática, susceptível, portanto, de interessar e ser proveitosa para um público vasto e diversificado”, escreve Rui Duarte Morais. K
Concurso internacional de jogos
Alunos do Técnico participam 6 Um grupo de alunos de Engenharia Informática do Instituto Superior Técnico (IST) participou na última edição do Ludum Dare, uma competição internacional que visa o desenvolvimento de jogos entre 48 a 72 horas, que conta com a participação de profissionais e estudantes de todo o mundo. Com três participações do IST nesta edição na categoria de desenvolvimento em equipa (The Jam), este ano, todos alunos ficaram classificados entre os 80 melhores entre 330 submissões, com a melhor equipa a obter o 18º lugar da competição internacional. De acordo com Rui Prada, professor do Departamento de Engenharia Informática do IST, e docente da Área Aplicacional de Jogos e Simulação “fomentamos junto dos alunos a participação neste tipo de competições internacionais, que lhes faculta a possibilidade de criar
portfólio, exercitar os conceitos que aprendem nas cadeiras de concepção e desenvolvimento de jogos e o contacto com muitas pessoas que partilham o interesse pelo desenvolvimento dos videojogos. É uma boa forma de ganharem experiência de desenvolvimento de um jogo e uma forma de valorizarem o seu curriculum.” Frederico Freitas, aluno do IST e participante do concurso, salienta ainda que “o Ludum Dare permitiume a mim e aos meus pares conjugar diferentes conhecimentos adquiridos durante o nosso período académico e laboral e assim desenvolver pequenos protótipos que poderão ser aproveitados para ideias de jogos a desenvolver ou simplesmente como portfólio. Esses jogos foram mencionados em vários artigos de páginas e internet assim como vídeos, dando-nos alguma notoriedade. K
lugar na competição feminina com 114 pontos, e Melissa Rodrigues arrecadou a medalha de bronze do grupo feminino com 108 pontos. Já em 2011 o Politécnico de Leiria havia vencido esta prova, que tem decorrido em Lei-
ria desde 2010, conquistando a medalha de ouro desta vez no Algarve. Em segundo lugar classificou-se a Associação Académica da Universidade do Algarve, com 267,4 pontos, e em terceiro a Universidade de Lisboa, com 249 pontos. K
Eficiência energética
Alunos de Viana brilham 6 António Abreu, Márcio Borges, Carlos Amorim e Imanuel Gonçalves são os quatro alunos do Instituto Politécnico de Viana do Castelo que constituíram equipa para participar no concurso “Green Campus” e que estão agora nas 12 melhores equipas seleccionadas. A proposta da equipa Best Energy, apresentada por estes diplomados de Engenharia de Sistemas de Energias Renováveis da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Viana,
actualmente a frequentar o mestrado em Sistemas de Energias Renováveis na instituição, foi uma das seleccionadas num universo de 81 equipas, oriundas de 29 instituições de ensino de todo o país, num total de mais de 300 pessoas envolvidas no desafio. Segundo fonte da Organização o concurso “Green Campus - Desafio de Eficiência Energética no Ensino Superior” tem como principal objectivo promover a divulgação e adopção de medidas de eficiência energética nos
campi das diferentes instituições da rede de ensino universitário e politécnico. Para isso, foram desafiados a comunidade de estudantes, professores e colaboradores a nível nacional da rede de ensino universitário e politécnico a organizarem-se em equipas e a analisarem a eficiência energética dos edifícios onde estudam ou trabalham, propondo medidas para a redução do consumo energético. O repto consistia em analisar 35 edifícios dos seus campi. K
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Juan Castro Posada
Salamanca con curso sobre evaluación 6 Profesor, ¿por qué realizar un curso sobre Evaluación a estas alturas?
mejora tanto para los alumnos como para los profesores.
Hace ya casi una década que los distintos gobiernos de la Unión Europea asumieron la necesidad de cambiar la orientación educativa del sistema centrándola en el desarrollo de competencias. Esto se tradujo en nuevas leyes orgánicas de educación en cada país, pero se cometió, como suele suceder, un “error de bulto”: se comenzó la construcción de la casa por el tejado. Es decir, los gobiernos pusieron en marcha los mecanismos legales para el cambio de orientación, pero no se percataron de que cualquier cambio exige una formación adecuada de quienes tienen que asumir y promover el cambio, en este caso los profesores. Aquí está, a mi entender, la clave del fracaso. Cuando se quiere construir algo, es necesario cimentarlo, dotarlo de unos fundamentos adecuados. El problema radica en que parece que los gobiernos de las naciones, que son los responsables del sistema educativo, aún no se han percatado de eso; en consecuencia, se limitan a legislar el cambio sin dotar a las personas de los recursos necesarios. Y no olvidemos que el primer recurso es
A la vista de esto, ¿se puede decir que la clave radica en la mejora?
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Indudablemente. Hasta ahora hemos examinado para verificar y sancionar el avance de los alumnos en cuanto a la “adquisición” de los contenidos (lo que les permitía progresar durante el año académico, y acceder, al final del curso, al nivel educativo siguiente), sin detenernos a preguntarnos por los alumnos que no “progresan adecuadamente”, ni indagar si los profesores seríamos capaces de conseguir mejores resultados re-estructurando y/o adaptando nuestras actuaciones educativas en el aula.
siempre la formación. Se han hecho inversiones que han dejado de lado la necesaria (¡y costosa!) formación del profesorado. Por eso, a mi modo de ver, los profesores siguen “desarrollando las competencias” de sus alumnos al modo antiguo, es decir, mediante clases magistrales, sesiones de
estudio (léase, más bien, memorización) y evaluación al final de la unidad didáctica, o de la quincena, o del período de evaluación marcado en el programa del centro. Y todos sabemos que evaluar lo nuevo (es decir, el desarrollo de competencias) con instrumentos viejos (o sea, los exámenes tradicionales) lleva al fracaso de la manera más clara. Se impone, pues, un cambio en la perspectiva de la evaluación que tienen y manejan los profesores. Entonces, ¿quiere decir que los profesores no sabemos evaluar? Los profesores sabemos evaluar. Esto tiene que quedar muy claro. Ahora bien, el problema no radica tanto en si sabemos o no, cuanto en cómo lo hacemos. Hay formas tradicionales que todos manejamos sin ningún problema y que responden a lo que hemos llamado siempre “exámenes”. Yo quiero transmitir la idea de que examinar no es evaluar, a la vez que evaluar puede integrar la actividad de examinar. Evaluar es, por tanto, una actividad más amplia que la de examinar. Por regla general, la idea de examinar va ligada a la sanción: la/el profesora/or “sanciona” el “aprendizaje” (lo pongo entre comillas, porque más que aprendizaje sería “memorización de contenidos”) de los alumnos y los clasifica en un ranking que en algunos países va de 0 a 10 puntos, en otros de 0 a 20, etc. Por eso, se dice que el examen está “centrado en los contenidos”. La evaluación es una actuación que se realiza desde una perspectiva más amplia, que tiene en cuenta tanto a los alumnos como a los profesores. Es decir, la evaluación está “centrada en la/el alumna/o” y está “centrada en la/el profesora/or”. En otras palabras, una evaluación correctamente realizada tiene que tener implicaciones de Publicidade
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Parece, por tanto, que hay dos direcciones claras: la mejora de las técnicas de la evaluación y el cambio de perspectiva del profesorado para mejorar su actuación de tal manera que las estrategias docentes sirvan para beneficiar efectivamente a los alumnos. Así es. Por lo que respecta a la primera línea, todos los profesores deberían conocer y manejar (para ello deberían conocer y ser entrenados adecuadamente) las diferentes técnicas de evaluación que permitirán no sólo valorar el desarrollo competencial de los alumnos, sino también asistirles a lo largo de su progreso y acompañarles en lo más difícil del desarrollo competencial: aprender a aprender. La evaluación es un instrumento imprescindible en el desarrollo de esta competencia básica transversal (al igual que del resto de las competencias básicas) que llevará a los alumnos a ser capaces de afrontar cualquier situación que se les presente y aprender de los nuevos planteamientos, aplicando las estrategias de abordaje adecuadas, perdiendo el miedo a cometer errores y aprovechando los errores cometidos como nuevas oportunidades de aprendizaje. La segunda línea marca una necesidad de formación continua del profesorado para actuar de manera eficaz con sus alumnos, teniendo en cuenta que un conjunto de estrategias docentes que se ha revelado exitoso no tiene por qué conseguir el éxito en otros momentos o con otros grupos de estudiantes. Esa formación continua del profesorado tiene que basarse, pienso, en promover una actitud nueva y adecuada en relación con este problema de la evaluación. Esa actitud se traduce, básicamente, en la capacidad de los profesores de captar el feedback que les transmiten sus alumnos a lo largo de la realización de sus tareas y de los procesos de evaluación que deben acompañar a esa ejecución de las tareas. K
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Escola Secundária Dr. Ginestal Machado
O mundo sustentável
6 Desde o ano letivo de 2006/2007 que a Escola Secundária Dr. Ginestal Machado (Santarém) desenvolve um projeto no âmbito da Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável, aliado à inclusão social e ao diálogo intercultural. Assim, esta escola implementou o projeto intitulado “O Mundo Sustentável e Multicultural” para dar voz à prática da Educação para o Desenvolvimento Sustentável. As linhas orientadoras são os quatro pilares da educação proferidos pela UNESCO, visto este ser realizado no âmbito das Escolas Associadas da UNESCO. Este projeto tem como objetivo principal, consciencializar a comunidade escolar para a necessidade urgente de criar hábitos e práticas que conduzam a um desenvolvimento sustentável. Alargando os horizontes da aprendizagem, proporcionando aos alunos não só o acesso aos produtos da ciência, mas também aos seus processos. Por outro lado, permite uma tomada de consciência quanto ao
significado científico, tecnológico e social da intervenção humana na Terra. O que poderá constituir uma dimensão importante em termos de uma desejada educação para a cidadania e proporcionar uma visão alargada do que poderá vir a ser uma sociedade futura, com uma consciência: ecológica, solidária e justa. Estamos perante um mundo globalizado, em que a migração de pessoas é uma con-
stante, por isso, há a necessidade de alertar a sociedade para melhor permitir a inclusão social e assim obter um mundo multicultural. Tendo por base estas ideias foram elaborados ao longo dos anos letivos vários projetos que adquiriram uma dimensão interdisciplinar e transdisciplinar, que não só envolveram a comunidade escolar (alunos do 7.º ano ao 12.º ano de escolaridade e professores
de várias áreas disciplinares) como a comunidade onde a escola se insere. Estes projetos desenvolveram uma visão integradora do saber, tendo o aluno aplicado o seu conhecimento na concretização de ideias e atividades, levando assim a práticas pedagógicas inovadoras. São exemplo os seguintes projetos – Siscoália: a ilha sustentável (é considerado inovador e um exemplo de boas práticas do desenvolvimento Sustentável a nível internacional, foi alvo de publicação no Second collection of good practices education for sustainable development UNESCO Associated Schools); Orbis, a cidade multicultural (projeto apresentado no México no âmbito do projeto REDES) INPORT Stoping Global Warming (Projeto realizado em colaboração com uma escola da Indonésia e finalista do concurso Mondialogo em Beijing, China); A Minha Escola contra a Discriminação (alerta para o tema da inclusão dos emigrantes na escola, assim como alunos portadores de deficiência); Diálogo Intercultural (parcerias com
escolas internacionais, Cabo Verde, Espanha, Indonésia, México, Rússia, Roménia, Turquia, com promoção de encontros presenciais e virtuais); Escolas unidas na preservação da Biodiversidade (Projeto colaborativo com escolas de Cabo Verde); Kit Biodiversity (atividades que apelam à preservação da Biodiversidade); participação no projeto Eco-Escolas (promoção de palestras com técnicos e cientistas); parcerias com escolas nacionais. O impacto na comunidade foi muito bom, pois um grande número de alunos da escola e de outras escolas beneficiaram com estes projetos, que continuam a desenvolver-se estimulando a criatividade dos estudantes. É um exemplo de consciencialização da comunidade em redor de todos os pilares da Sustentabilidade: económico; ecológico; social e cultural. K Maria Alexandra Forte _ (Coordenadora SEA UNESCO/Coordendora Núcleo Projetos Escola Sec. Dr. Ginestal Machado)
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
crónica salamanca
Formación de Élites y Educación Superior 6 Desde los tiempos más remotos de la historia hasta el presente , todas las sociedades y grupos humanos más o menos organizados han dispuesto de minorías dirigentes, de sectores selectos de personas cualificadas en el desempeño de una o varias funciones, siempre necesarias para la vida colectiva. A veces para contribuir al dominio político, militar, religioso o intelectual sobre los hombres y mujeres que la componen, y en ocasiones también para impulsar los beneficios que necesita el grupo, la clase social, o el interés general. Al lector no se le descubre nada nuevo si constatamos la existencia de sectores hegemónicos en las antiguas civilizaciones, en las sociedades estamentales o en las que rige la división social y lucha de clases, como las nuestras. Ni tampoco es original recordar que en todas ellas los grupos minoritarios dominantes, con todos sus matices y extensiones en diferentes élites, tratan de reproducirse, de mantener el “statu quo”, y de formar a los futuros componentes que han de ir engrosando , reponiendo y mejorando la composición de las
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minorías dirigentes en una o varias de las muchas expresiones de los sectores hegemónicos. En Occidente esta función rectora de la formación de los grupos dirigentes estaba encomendada primero a la Iglesia y sus instituciones de selección y promoción eclesiásticas, y más tarde a las universidades, ya desde la Edad Media hasta las revoluciones burguesas de fines del XVIII y décadas posteriores en el XIX. Más adelante se va a ir produciendo una lenta, pero constante secularización, y entonces los saberes, las ciencias como elementos identificadores del prestigio social y de las competencias técnicas necesarias van a erigirse en los referentes y depositarios de la cultura dominante y la selección social. Conviene advertir que si en las fases más lejanas de la historia la concentración de competencias, saberes y poderes del grupo hegemónico quedaba muy ceñida a un elenco selecto de personas que formaban la élite dirigente, en la etapa más próxima a nosotros se viene produciendo una creciente diversificación y una cierta diversificación de los grupos de élite. En
las sociedades modernas se habla con naturalidad de élites al referirse al deporte, a la canción, a la literatura, a la banca, al partido político de turno, al sindicato, a las iglesias y confesiones religiosas, al arte, al ejército, al periodismo, a la economía, a la moda, a un sector productivo concreto, a la policía, a una interminable lista de funciones, capítulos, actividades propias de las sociedades más avanzadas. En nuestras sociedades modernas aceptamos que se produzca una creciente diversidad y pluralidad de grupos de élite, con movilidad, con significados estratégicos distintos, y por ello con polisemia, y también con sistemas de reclutamiento y formación cada vez más diversificados, móviles, heterogéneos. De ahí que debamos ser muy dúctiles y flexibles para comprender que hoy, y más aún en el futuro, no existan unas únicas instituciones, únicos caminos, únicos métodos de formación y selección de las cada vez más numerosas y diversificadas que son solicitadas como consecuencia de la acelerada movilidad social. Si las sociedades son cada vez más diversas y cultas, la diferencia-
ción de vías de formación, selección y promoción para el ejercicio de funciones o la adquisición de saberes y habilidades de elevado rango social, económico, político o cultural forzosamente ha de conducir a modelos institucionales y programas de educación superior igualmente diferenciados y competitivos. Este nuevo orden social y formativo nos lleva a preguntarnos por la función tradicional que han venido desempeñando instituciones tan clásicas y reguladas como las universidades, a pesar de la diferenciación que ya existe entre ellas. Hoy es creciente, y preocupante, la interrogación sobre la posición formadora que ocupa la universidad en el reclutamiento y formación de los grupos dirigentes, de aquellos que puedan resultar determinantes para el avance de una determinada sociedad. Es decir, las misiones clásicas atribuidas a la universidad (transmisión del conocimiento, investigación y producción del mismo, y extensión a la sociedad, junto a la formación integral y humanística de las personas que vayan a ocupar una posición directiva) hoy parecen
verse parcialmente cuestionadas. Ante todo porque la universidad ejerce en menor medida , día a día, la exclusiva de esas tareas formativas, o las nuevas que va demandando el flujo emergente de nuevas situaciones de nuestro mundo aceleradamente cambiante. De estas cuestiones, pero referidas a las sociedades de América Latina, Portugal y España, se ocupará, desde una lectura histórica, el X Congreso de Historia de la Educación Latinoamericana, que se celebra en Salamanca los primeros días del próximo mes de julio. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es
Hernandez Diaz, Presidente del X CONGRESO IBEROAMERICANO Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Eugénia Sousa Francisco Carrega Rogério Ribeiro Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco
Formación de élites 6 ¿Cual es el objetivo del congreso? El objetivo de este X CIHELA es afianzar los lazos entre las comunidades científicas de Historia de la Educación de Iberoamérica, y sobre todo ofrecer a la sociedad una reflexión científica sobre el problema histórico de la formación de las élites que en nuestras sociedades han formado parte muy influyente de los grupos hegemónicos en diferentes etapas del pasado, y en la actualidad. ¿Qué temas se van a discutir en el congreso? Los detalles de todo el programa puedan consultarse en nuestra web: <helmanticapaideia.com>, que se va actualizando de manera permanente. Podemos indicar, con brevedad, que se pronunciarán varias grandes conferencias generales (Antonio Novoa, Rector de la Universidad de Lisboa; Ana Waleska, U. Católica de Rio de Janeiro; José Luis Peset, CSIC; Elena Hernández Sandoica, Universidad Complutense de Madrid; Luis E. Rodriguez San Pedro, Universidad de Salamanca; Pablo Campos CalvoSotelo, U. CEU San Pablo). Pero el núcleo del congreso es la presentación y discusión de 137 investigaciones, distribuidas en seis secciones: periodo colonial, emancipación, la educación superior en la primera mitad del siglo XX, después de la II Guerra Mundial, en la sociedad de la información. Se estudian no sólo universidades, sino todo tipo de instituciones de educación superior: escuelas técnicas, seminarios de formación de clérigos, escuelas militares, de profesores, artistas, y toda la gama de profesiones donde se cualifican las élites dirigentes de una sociedad. También se presentarán libros de la especialidad, posters, y visitas culturales por la ciudad de Salamanca y alrededores, como complemento. Este es ya el 10º Congreso Iberoamericano de Historia de la Educación Latinoamericana. ¿Qué novedades pueden surgir en Salamanca? De entrada es una novedad que este congreso Iberoamericano se celebre por primera vez en Europa. Los nueve precedentes, celebrados cada dos años, lo han sido siempre en paises de América. El último lo fue en Rio de Janeiro en 2010. Por ello, se desea hacer presente en Europa una problemática compartida del mundo latinoamericano, con
José Maria Hernández Díaz, presidente del X Congreso Iberoamericano de Historia de la Educacion Latinoamericana especial participación de Portugal y España. El hecho de que se celebre en España, y en concreto en Salamanca, se debe ante todo al reconocimiento de la rica e influyente trayectoria de la Universidad de Salamanca sobre muchas instituciones de educación superior de América desde el siglo XVI hasta el inicio del siglo XXI. ¿De qué paises proceden las instituciones que participan? Van estar representadas decenas de instituciones de educación superior, principalmente universidades, procedentes de Brasil, Argentina, Chile, Uruguay, Colombia, México, República Dominicana, Venezuela, USA, Francia, Portugal y España. El grupo más numeroso es el de Brasil, sin duda, seguido de España, y con numerosa representación de Portugal, Argentina y México. ¿Cuál es en su opinión la importancia de este tipo de iniciativas? Es imprescindible crear conciencia de comunidad científica entre los historiadores de la educación de toda Iberoamérica, y avanzar en las investigaciones que hemos emprendido en nuestra campo de especialidad, intercambiando y comunicando a los colegas los resultados obtenidos. Aprendiendo unos de otros es como se construye socialmente el conocimiento, que por ello siempre ha de ser compartido. Por esto nos reunimos cada dos años de manera rotatoria Formación de élites y educación superior es el tema elegido para
este congreso. ¿La elección de este tema se debe a su actualidad? Es nuestra responsabilidad de científicos sociales trasladar a los ciudadanos de a pie que desde la investigación histórico educativa sabemos que el pasado formativo de los sectores hegemónicos de las sociedades latinoamericanas no se ha producido por casualidad, sino como consecuencia de la necesidad que tenían de reproducirse social y políticamente. Cada élite, cada grupo de influencia busca formarse en centros de educación superior acordes con sus intereses de clase, además de su formación técnica en aquellos grupos de élite que conforman los dirigentes que llevan la pauta de una sociedad, en el ayer y en el presente. Entendemos que por ello el tema central de estudio sigue siendo de gran actualidad. ¿Qué desafíos ha planteado el presidente de la comisión organizadora de este congreso, en un momento en que la crisis económica es una realidad que puede afectar a los ciudadanos de nuestro espacio social? Un investigador de la educación, un historiador de los sistemas educativos y de las universidades no puede permanecer nunca al margen de los problemas cotidianos que afectan directamente a los ciudadanos, y éstos ahora mismo son muy graves. Por ello su investigación debe estar siempre contextualizada, y en la medida de lo posible tratar de contribuir a resolver tales circunstancias adversas. Desde nuestro campo de especialización, la historia de la educación, a caba-
llo entre las ciencias sociales y las humanidades, nuestra mejor aportación a la sociedad desde este congreso es la reflexión ordenada, la explicación genética e histórica de la formación de los líderes y de los ciudadanos de a pie en Iberoamerica, para comprender mejor nuestro mundo, porque sin memoria colectiva de nuestra educación no podremos avanzar. Ha de ser una reflexión crítica y constructiva sobre nuestro pasado educativo, aunque ahora esto parezca a muchos neoliberales fuera de contexto. Nuestros debates, los libros que editamos, y la reafirmación de nuestra comunidad científica de historiadores de la educación de toda Iberoamérica deben ayudar, con modestia pero con energia intelectual, a explicar y mejorar el mundo en que vivimos, y el que dejemos para la posteridad. ¿Cuántos participantes se esperan, y cuántas comunicaciones serán defendidas? El número máximo de participantes que hemos propuesto desde el principio, para garantizar una adecuada organización científica del congreso, es de 220. Ese es el número máximo de congresistas inscritos que ha aprobado la Comisión de Docencia de la Universidad de Salamanca en su día. Esperamos que se cubran la totalidad de las plazas. Por lo tanto, no es un congreso abierto e indeterminado en cuanto a la tipología de asistentes, sino concebido de una manera razonable en cuanto a sus dimensiones posibles, y desde luego representativo y de alto nivel por la calidad científica de sus participantes y asistentes. Y respecto al número de contribuciones científicas finalmente aceptadas, después de una adecuada revisión por árbitros externos, hemos de hablar de 137 trabajos, distribuidos en las diferentes secciones antes ya comentadas. Por tanto, la mayoría de los asistentes contribuye con un estudio científico original. Estos textos se han publicado en dos gruesos volúmenes, editados por Hergar Ediciones Antema, una prestigiosa empresa editorial de Salamanca, que se entregan a todos y cada uno de los participantes A ello hemos de añadir las cinco grandes conferencias generales, de prestigiosos especialistas en el tema. Estas contribuciones serán recogidas en otro libro publicado por Ediciones Universidad de Salamanca una vez finalizado el congreso. K
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Agrupamento Afonso de Paiva
Campeonato Nacional de Ginástica
6 Ana Beatriz Quelhas, aluna do Agrupamento de Escolas Afonso de Paiva, em Castelo Branco, obteve 1º lugar no Campeonato Nacional de Quiz Matemática, enquanto João Luís Dias conseguiu 13º lugar no Campeonato Internacional de Cálculo Mental, de entre 212 mil participantes. Na categoria de Inglês, a escola teve três alunos no Top 10 Nacional, designadamente um 3º, um 5º e um 8º lugar, que couberam aos alunos Ana Beatriz Quelhas, Ale-
6 O Agrupamento de Escolas Cidade de Castelo Branco mais uma vez subiu ao pódio no Campeonato Nacional de Ginástica que se realizou em Loures, com uma excelente actuação do trio masculino de acrobática formado por Miguel Silva, Miguel Cunha e Henrique Carvalhinho. O par misto Margarida Marques/ Bruno Taborda e o par masculino Miguel Cunha / Rodrigo Gonçalves obtiveram o 4º lugar. Miguel Cunha obteve ainda o 4º lugar nas modalidades Ginástica Artística Masculina e Trampolins. K
Na crista da onda Super T
xandra Gonçalves e Bernardo Casal (os dois últimos no escalão 7 e a primeira no escalão 8). Na categoria
de Língua Portuguesa, o 10º lugar nacional coube à aluna Inês Ponciano, no escalão 5. K
Castelo Branco no Pódio
Novo Acordo Ortográfico
Língua Portuguesa em Macau 6 Após várias tentativas de se unificar a ortografia da língua portuguesa, a partir de 1º de Janeiro de 2009 passou a vigorar no Brasil e em todos os países da Comunidade de países de Língua Portuguesa (CLP) o período de transição para as novas regras ortográficas que se finaliza em 31 de Dezembro de 2012. Trata-se de uma novidade de relevante significado em Macau. O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa é um tratado internacional assinado em 16 de Dezembro de 1990, em Lisboa, por representantes oficiais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, com a presença de uma delegação de Galiza. Em 2004, depois de sua independência, Timor Leste aderiu ao acordo. Esse acordo é resultado de negociações iniciadas em 1980 entre a Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras. Mesmo com 10 anos de negociações, estudos, pesquisas e troca de informações o texto final do acordo, como era esperado, não obteve consenso. Devido à presença portuguesa em Macau por mais de 400 anos, o governo deste território sempre seguia as normas de ortografia aplicada em Portugal antes da transferência do poder administrativo à República Popular da China. Na sequência do DecretoLei n.º 101/99/M, de 13 de Dezembro, que regulamenta as línguas oficiais de Macau, o Governador de Macau determinou as normas da ortografia da língua portuguesa com a publicação do Decreto-Lei n.º 103/99/M.
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Artigo único (Ortografia da língua portuguesa)
Até à publicação de novas normas, a ortografia da língua portuguesa rege-se pelo regime previsto no Decreto-Lei n.º 35 228, de 8 de Dezembro de 1945, que aprovou o acordo de 10 de Agosto de 1945, resultante do trabalho da Conferência Interacadémica de Lisboa, para a unidade ortográfica da língua portuguesa, cujos instrumentos, elaborados em harmonia com a Convenção Luso-Brasileira de 29 de Dezembro de 1943, foram publicados no Boletim Oficial de Macau n.º 36 do Dia 7 de 2 Setembro de 1946. Desde a fundação da RAEM, não há nenhuma legislação sobre a ortografia da língua portuguesa, implicando que o documento jurídico de 1945 continua a reger as normas de ortografia até hoje em Macau. O Acordo Ortográfico de 1945 é uma convenção ortográfica assinada em Lisboa em 6 de Outubro de 1945 entre a Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras. Este acordo, ligeiramente alterado pelo Decreto-Lei n.º 32/73, de 6 de Fevereiro, estabelece as bases da ortografia portuguesa para todos os territórios portugueses (que à data do acordo e até 1975 eram Portugal e as colónias portuguesas - na Ásia e África) e o Brasil. Por seu turno, o Decreto 35.228, de 8 de Dezembro de 1945 está composta por uma introdução mais cinco artigos, explicitou os princípios de fixação para a grafia da língua portuguesa, fixada a data de 1 de Janeiro de 1946 para sua entrada em vigor. Entretanto, nunca parou a polémica sobre o acordo ortográfico durante meio século, por causa de divergências diversas.
Agora, os países lusófonos concordaram finalmente com a aplicação do novo acordo ortográfico da língua portuguesa, através de repetidas negociações. A entrada em vigor do novo acordo ortográfico corresponde às necessidades da época em que a tecnologia de informática teve um incrível desenvolvimento e a globalização tornou-se um entendimento comum de toda a humanidade. A nova ortografia da língua portuguesa dará mais facilidade aos contactos entre os seres humanos, nomeadamente no seio da CPLP, e também trará novas perspectivas para a mesma poder incrementar os intercâmbios em todas as áreas com o resto do mundo, inclusive a República Popular da China. Por causa da grande diferença das culturas e das estruturas da língua, a maior parte de chineses não conhecem muito bem o significado do termo “ortografia” na cultura ocidental. De facto, entretanto, a China também viveu por um longo período de reforma das regras da língua chinesa escrita de caracteres clássicos para caracteres simplificados em meados do século passado. Neste sentido, o Novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa tem o mesmo valor com o Projecto de Simplificação dos Caracteres da língua chinesa, aprovado na 23ª reunião plenária do Conselho de Estado em 28 de Janeiro de 1956. Porém, a caminhada da simplificação dos caracteres chineses não foi nada fácil. Depois de entrada em vigor do projecto de simplificação, o documento sofreu três vezes de actualização, até Maio de 1964 em que foram simplificados 2,238 caracteres chineses. Por outro lado, a di-
vulgação do projecto foi mais difícil nas regiões remotas carenciadas de condições pedagógicas de base. Por isso, a aplicação do Novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa poderá enfrentar as mesmas dificuldades, apesar de ser muito menos do que o caso da língua chinesa, que trouxe até hoje muitas polémicas em Hong Kong, Macau, Taiwan e mesmo na China Continental. Macau não tem vinculação com Portugal nem com outros países lusófonos, mas a Lei Básica da RAEM determina uma posição especial a Macau na política linguística. Segundo o Artigo no 9 da referida Lei, a língua portuguesa constitui uma das línguas oficiais da RAEM. Neste contexto, Macau pode não ser signatário do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, mas deve respeitar as estipulações do Novo Acordo, pois além de facilitar os contactos com os países da língua portuguesa, a aplicação do novo acordo em Macau demonstrará o estrito cumprimento da Lei Básica e a maior atenção à comunidade portuguesa. Sendo o português uma das línguas oficiais da RAEM, o governo de Macau deverá tomar uma posição explícita, ainda que não haja vínculo a Portugal nem aos países lusófonos. É lógico que Macau vai seguir a mesma política, apesar de passos lentos, pois até agora e pelo menos para várias dezenas de anos do futuro, a língua portuguesa foi, é e será uma língua jurídica e administrativa de influência na vida social de Macau. Como primeiro passo, as instituições de ensino da língua portuguesa têm que divulgar a nova ortografia e introduzi-lo nas aulas de língua portuguesa.
Como uma instituição que tem curso de língua portuguesa, nomeadamente com sua ESLT de mais de cem anos de história na formação de tradutores e intérpretes, o IPM sempre presta atenção às normas da língua de Camões. Para coordenar todos os trabalhos académicos e de cooperação entre a China e os países lusófonos, foi criada no ano passado a Comissão para Ensino e Investigação da Língua Portuguesa no IPM. Perante esta nova situação da língua portuguesa, a CEIP declara oficialmente ao público que o IPM apoiará sem reserva o Novo Acordo Ortográfico e adoptará medidas prontas para introduzir o novo acordo no ensino da língua portuguesa. O IPM apela a todas as instituições de ensino médio e superior e de administração pública ligadas à língua portuguesa da RAEM que adoptem medidas uniformizadas para respeitar o Novo Acordo Ortográfico, a fim de facilitar os contactos com o mundo lusófono, em benefício à cooperação e aos intercâmbios cultural, económico, comercial, jurídico e administrativo da China com os países da língua portuguesa via Macau. O facto também tem significado para cumprir a Lei Básica da RAEM e manter a continuação da política de Um País e Dois Sistemas. K Li Changsen _ Doutor de História e Professor Coordenador do Instituto Politécnico de Macau
Editorial
Os agrupamentos e a gestão da escola 7 Nas escolas produz-se uma inequívoca relação entre a contribuição dos docentes para a eficácia dessas instituições, e o “clima organizacional”, enquanto determinante do desenvolvimento e do eficiente desempenho profissional dos professores que nela trabalham. O trabalho do professor desenvolve-se numa comunidade educativa que dá sentido e ajuda a organizar o seu mundo interior, que possibilita a transferência dos saberes para as práticas educativas, e o enquadra dentro de um grupo profissional, cuja pertença é também a referência para a sua profissionalidade e para o seu empenhamento na multiplicidade de tarefas inerentes ao complexo acto de educar. Por isso mesmo, todos sabemos que uma boa parte da actividade docente se desenvolve dentro das paredes da escola, espaço em que se elaboram complexas redes de controlo, de estruturas hierárquicas de poder, que obrigam à reciprocidade de atitudes e de comportamentos, e que de-
terminam, significativamente, as escolhas e as opções de cada docente quanto às suas formas de ser, sentir e de agir. Por outro lado, nos últimos anos, a organização formal da escola tem sido constrangida pelas exigências do poder político e da sociedade civil, as quais visam que a autonomia se traduza quase sempre numa “realidade virtual”, já que se considera como adquirido que o Estado e a sociedade têm o direito e o dever de saber o que se faz na escola, elaborando para esse fim um indeterminado número de normativas apropriadas ao exercício desse controlo. Dentro da escola, o “crescimento” dos docentes desenvolvese, então, entre duas exigências: 1 - as endógenas, que “empurram” o professor para o desenvolvimento pessoal e profissional, que o motivam para a busca de soluções inovadoras e que determinam um desempenho gratificante quando alcançado o sucesso educativo dos seus alunos; 2 – e as exógenas, que constrangem o docente ao cum-
primento de rotinas, cada vez mais burocráticas, e que não motivam o desabrochar da renovação permanente e da inovação educativa. Esta estrutura organizacional, que cada vez mais se generaliza nas nossas escolas, mercê de políticas educativas meramente pontuais e de motivação puramente economicista, faz com que cada professor se concentre apenas no trabalho na sala de aula, em interacção com os seus alunos, sem tempo nem motivação para promover qualquer tipo de intercâmbio experimental com os seus colegas, os quais, por sua vez, reproduzem os mesmos comportamentos na sala ao lado. Nos tempos que correm, este é um grave obstáculo ao desenvolvimento profissional dos professores, sobretudo dos que se encontram em início de carreira, porque estes têm ainda da sua actividade profissional representações indefinidas, e até confusas, e para os quais a escola surge muitas vezes como um mundo caótico, no qual há que encontrar, necessariamente, um sentido e uma ordem.
O sentimento de partilha e de pertença a um grupo, o estabelecimento de mecanismos de colaboração ou, pelo contrário, a sua inibição, são factores decisivos para incrementar, ou não, o desenvolvimento pessoal e profissional dos docentes. Logo, a actual conjuntura de política educativa está a mutilar, irreparavelmente, o complexo acto de se “ser professor”, sobretudo quando não se proporcionam, ou se reduzem mesmo, as iniciativas que visam a autonomia, a participação nas decisões, a partilha das responsabilidades (designadamente quanto à possibilidade de assumirem diferentes cargos na estrutura organizacional) e, finalmente, a gestão participada dos curricula, dos métodos e dos recursos da escola. A tola e acreterial constituição dos agrupamentos, e dos mais recentes megas agrupamentos, fazem a jeito a quem quer ver os professores docilizados, as escolas domesticadas e o exercício de uma gestão corrente, distante, despersonalizada, sem comunicação em rede e,
sobretudo, não participada. Recolocar a escola como comunidade educativa, simultaneamente global e local, como entidade vinculativa da proximidade de todos os agentes educativos, formais e informais, como agência motivadora dos educadores (pais e professores) para o papel da formação integral na construção do futuro dos seus educandos, esse é, talvez, um dos maiores desafios que, no próximo ano lectivo, as escolas, os pais e os professores tenham que vir a enfrentar. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt
primeira coluna
Os mega silêncios 7 O próximo ano lectivo começa com 150 novas unidades de gestão em todo o país, as quais resultam da agregação de agrupamentos de escolas já existentes. Em muitos casos a dimensão dessas novas estruturas ultrapassa os três mil alunos, há mega agrupamentos que têm mais de quatro mil, e a generalidade tem mais que dois mil, os quais estão espalhados por diferentes edifícios e geograficamente afastados. A discussão em torno desta questão, que para o Ministério constitui um passo para a melhoria do ensino, ficou aquém das expectativas. As vozes representativas da classe docente que tantas vezes emanaram sábias opiniões sobre o futuro da educação no país calaramse nesta matéria. Um silêncio
que procurou passar entre os pingos de chuva, para que ninguém se molhasse e para que as expectativas de alguns compromissos futuros, alegadamente prometidos, possam ser concretizadas. Esta falta de diálogo, sobretudo junto da sociedade e da própria comunidade escolar, está a criar algum mau estar na escola portuguesa. Mas para quem está na escola é mais um instrumento para reduzir custos, para que mais docentes e não docentes fiquem com a sua situação profissional indefinida, e para que as gestões dessas unidades (as quais em vez de uma escola apenas ou do agrupamento de escolas inicial, reúnem um conjunto de estabelecimentos afastados no território e com projectos edu-
cativos diferentes) sejam ainda mais difíceis. Se um agrupamento com 1200 alunos já é difícil de gerir, imaginemos um com três mil divididos por diferentes escolas separadas geograficamente, nalguns casos a mais de uma dezena de quilómetros? Como em todos os sectores, também na educação a palavra de ordem é reduzir. Uma redução que se faz muitas vezes a régua e esquadro, sem se ter em conta a realidade concreta de cada região, sem se conhecer o terreno, e onde cada uma das estruturas que se situam abaixo da tutela tenta cumprir as orientações que lhe são confiadas, ultrapassando, nalguns casos os objectivos iniciais, demonstrando a quem manda que se pode fazer mais. Esta situação não é nova. Acon-
teceu no passado e acontecerá no futuro, independentemente de quem estiver a governar. Mas no presente surge acompanhada de estranhos silêncios, que num passado recente eram vozes constantes (umas vezes com razão, noutras não). Não sou, nem nunca fui defensor de ruídos de fundo, pelo que em muitas situações o silêncio pode ser a chave para a resolução de muitos problemas. Não me parece que seja este o caso. O Ministério da Educação fez o seu papel. Cumpriu aquilo a que se propôs. Fez o seu trabalho de casa e concluiu com aproveitamento este dossier, o qual no próximo ano será reaberto para a criação de mais uns quantos mega agrupamentos de escolas. Resta saber se, tal como neste final de ano lectivo, o mega silêncio dos se-
nhores da palavra dita e falada se vai ou não manter. Para mim, é me indiferente, o importante é que a escola pública funcione e saia reforçada, com respeito por todos os seus membros, e sem diálogos condicionados... K João Carrega _ carrega@rvj.pt
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Bocas do Galinheiro
Ridley Scott revisita Alien 7 Em 1979, Ridley Scott, um realizador inglês vindo da publicidade, e com uma longa-metragem apenas, “The Duellists”, de 1977, com Keith Carradine e Harvey Keitel nos papéis de dois oficiais napoleónicos que se vão bater em duelo, surpreendeu tudo e todos com uma obra que na época marcou a cinematografia de ficção científica. Estamos a falar de “Alien – O 8º Passageiro”, uma space opera: novela ou película de ficção científica que coloca o acento tónico na acção, na aventura no espaço sideral (formado a partir do termo horse opera que designava jocosamente os westerns) , no léxico da obra “50 ans de cinema américain” de Bertrand Tavernier e Jean-Pirre Coursodon, que deu o mote para uma série marcante de ficção científica de terror. A Scott se deve a cena marcante da saga: quando a tripulação da nave Nostromo de volta à terra após uma longa viagem é acordada do seu criogénico sono pelo computador da nave que respondeu a um suposto pedido de socorro, num desolador planeta onde chegam depara-se com um quarto cheio de estranhos ovos. Quando se aproxima para os examinar um deles rebenta e uma estranha e tentacular criatura alienígena prega-se literalmente na cara de Kane (John Hurt). Levado para a nave é posto em isolamento, e depois de alguns dias com a criatura alapada no rosto esta descola-se e morre. Mais tarde ainda, durante uma refeição Kane começa a sentir-se mal. Agarrada pelos camaradas o peito começa a latejar e a t shirt branca a ficar ensanguentada. De repente o seu peito literalmente rebenta e dele sai uma criatura, (momento icónico do cinema de terror) assim uma espécie de verme ou lombriga gigante, com dentes afiados e corpo viscoso. O
animal ergue-se ameaçador e gritos agudos, observa ao seu redor e com mais um grito estridente salta de dentro de Kane e desaparece por detrás dos painéis da nave. Kane estrebucha e morre. A criatura, um xenomorph, cresce para uma forma monstruosa e um a um vai dizimando os membros da tripulação até fichar apenas a tenente Ripley, Sigourney Weaver para o encontro final em que ela se consegue ver livre da besta. Afinal não viu. É ressuscitada anos depois por James Cameron em “Aliens: O Recontro Final”, de 1986, mais uma vez com a tenente Ripley numa missão que também não era de socorro, e em 1992 pela mão de David Fincher, de novo Ripley (Sigourney Weaver) em “Alien 3: A Desforra”, leva a nave de salvamento até um planeta prisão. Só que desta feita carrega o embrião de um alien, para
em 1997 surgir o quarto filme da saga dirigido por Jean-Pierre Jeunet, “Alien: O Regresso”, em que Ripley é clonada e uma rainha alien é extraída do seu corpo para serem estudadas as criaturas que carrega. Tudo se complica quando uma consegue escapar do laboratório. Claro está que todos os filmes terminam com um jogo do gato e do rato entre Ripley e as criaturas que, como acontece no género, teimam em reaparecer. Ainda houve, em 2004 “Alien vs Predador”, de Paul W. S. Anderson, com os predadores elevados a caçadores de aliens, cujos embriões se desenvolvem em humanos. Enfim uma saga de êxito graças à visão de Scott que, no estrito âmbito da ficção científica criaria a obra-prima do género “Blade Runner”, adaptando a novela de Philip K. Dick “Do Androids Dream of Electric Sheep?”.
Um misto de filme negro e o tema recorrente na ficção científica, a revolta da máquina contra o homem, diga-se o seu criador, em que o humano já duvida da sua natureza, interrogando-se se não será ele próprio um “replicant”. Afinal “who wants to live forever?”. Ora, será um pouco através da procura das origens de Alien que Scott revisita Blade Runner, em busca do princípio da vida na agora estreada precuela de Alien, “Prometheus”. Depois de descoberto um mapa alienígena que estabelece as relações de diversas civilizações ao longo de várias épocas da vida da Terra, a nave Prometheus e a sua equipa de cientistas é enviada aos confins do universo em busca da raça que lhes deu origem e onde descobrirão a resposta às questões mais importantes sobre a vida. Com Noomi Rapace, Michael Fassbender e Charlize Theron, o grupo de cientistas terá descoberto o grande segredo da criação da vida, mas depara-se também com a maior ameaça à sua extinção. Não vi ainda o filme mas pelos relatos o fim é de molde a que apareça uma sequela. Vamos esperar, porque Ridley Scott já tem em preparação um novo filme, “The Counselor”, com Michael Fassbender, Brad Pitt e Penelope Cruz, entre outros, para estrear em 2013. De um realizador que nos habituou a grandes obras, para além das já citadas, “Thelma e Louise”, um road movie inebriante, “A Lenda da Floresta” ou “Hannibal” e mesmo ”Chuva Negra”, uma incursão pelo universo Yakuza, ou “O Gladiador”, misturadas com alguns momentos menos bons, esperamos sempre o melhor. Até lá, e bons filmes! K Luís Dinis da Rosa _
Fado é Património Mundial e Imaterial da Cultura
Aldina Duarte – Uma Princesa Prometida 6 Nasceu e cresceu em Lisboa num bairro social de Chelas. Antes de ser cantora profissional trabalhou num Centro de Paralisia Cerebral. O seu contacto com o mundo das artes chega através de um grupo que conciliava a expressão musical com o teatro e que se chamava Valdez e as Piranhas Douradas, mas é quando grava Rua do Capelão para o filme Xavier de Manuel Mozos que se entrega definitivamente ao Fado. No Teatro da Comuna foi uma das criadoras das Noites de Fado. Naquela casa aperfeiçoa a arte de representar e declamar com o ator João Mota, atual diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. Também andou pelas casas de fado e pertenceu ao Clube do Fado, criado pelo guitarrista Mário Pacheco. Presa à musicalidade do fado tradicional, da sua discografia fazem parte Apenas o amor (2004), Crua (2006), Mulheres ao Espelho (2008) e Contos de Fado (2011).
024 /// JUNHO 2012
(*)
Pedro Mexia e os seus escritores de eleição, de Eurípedes a Tennessee Williams. “Em Aldina a vida é a sério, é carne, é alma, e é saudade – o inefável sentimento e atmosfera onde cabem desde a nostalgia ao amor primaveril, numa espécie de melancólico bem-estar” disse um dia o escritor e jornalista sueco Thomas Nydahl (autor de vários livros sobre Lisboa), citado pela própria cantora. Não podíamos terminar sem anotar a extrema atenção que a fadista dá às novas formas de comunicação. Aconselhamos uma visita à sua página no Facebook e, principalmente, o seu Blog à Portuguesa, uma autêntica viagem pelo mundo das expressões artísticas. Aldina Duarte, acima de tudo oiçam-na! (*) Princesa Prometida – Fado do álbum Mulheres ao Espelho. K Neste seu último trabalho há uma atenção ainda maior à qualidade poética. Contos do
Fado tem participação de Manuela de Freitas, José Mário Branco, Maria do Rosário Pereira,
J. Vasco _ H Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Memórias ficcionadas
Livre de Saneados «Atravessei os mares e os continentes, conheci outras línguas, outras gentes, (…) a minha volta é só formalidade.» (“Dois sonetos do difícil retorno”, Poemas, Sidónio Muralha)
7 Desde que tiveram a ousadia de afixar, no placard exterior da Associação, fotos e relatos do massacre de Wiryamu, abalando desse modo a paz podre em que o Instituto vivia desde a Crise de 69, que o Director V. Fortunatum procurava coarctar a actividade da AA, acantonando-a à “Secção de Folhas”; uma espécie de livraria (acanhada), gerida de forma displicente pelo Ricardi (finalista liquidatário do curso de Serviço Social), e onde se vendiam sebentas de leitura obrigatória (a variante universitária do «livro único»), principal fonte de receitas da Associação (para além das quotas de sócio e de outras miudezas como material de papelaria). V. Fortunatum convocara a Direcção da AA; coisa rara, pois “o coxo” – como o passaram a tratar quando um grave acidente de viação o pôs naquele estado – não era dado ao diálogo quanto mais à negociação.
– Quero comunicar-vos que, a partir de hoje, a música a passar na cantina, durante as refeições, não pode ter palavras; só instrumental e, de preferência, clássica. – Mas a responsabilidade por essa selecção é da “Sonora”… uma secção autónoma da Associação Académica – ainda tartamudeou Jonas Guevara. – E é tudo, meus senhores – levantou-se, amparado na bengala, e foi-lhes abrir a porta… de saída. “Reunião” curta sem direito a contraditório. O habitual naquele Director, um adverso convicto da liberdade e da democracia. Quando desciam a escadaria, de regresso às instalações da AA, Arcílio, incrédulo, desabafou: – Eh pá, isto quer dizer que se acabaram os Creedence Clearwater Revival?! Mas até na escolha da música aquele facho quer interferir! Nem na Rádio Universidade! – estação controlada, com rédea curta, pela Mocidade Portuguesa, e onde Arcílio tirocinara. Um ano depois o regime caía! A Revolução de Abril engendrou uma nova figura – o saneado. A “vassoura” democrática ia, desenfreada, “limpando” os da
situação, no aparelho de Estado, nas instituições de ensino, nas empresas,… O ISCSP[U], a Faculdade de Direito e a Faculdade de Letras, nessa saga de “poder popular de base”, que entretanto emergira um pouco por todo o lado, deram um forte contributo à correnteza de saneados; só do ISCSP[U] foram expulsos o director deposto V. Fortunatum e mais de duas dezenas de professores. A nova ordem era incompatível com a convivência daquela gente “reaccionária” e “do antigamente”. Por o clima político-social não lhes ser nada propício, muitos deles deram de frosque, para o estrangeiro. A maioria para o Brasil. Aí se tinha exilado Marcello C., o ex-primeiro. Por lá andaram, fazendo pela vida, enquanto o PREC seguia animado, revolucionário qb e contraditório em demasia. Mas como a “revolução permanente” só existe na literatura trotskista, a revolução dos cravos, ao meter-se por caminhos ínvios, tocou no fundo a 25 de Novembro. A partir daí, para uns, foi a acentuada marcha atrás, para outros, a consolidação da democracia formal, a dita normalização; para estes últimos, tal implicava
a reparação dos “excessos” do PREC. Os saneados, não tardaram a regressar da América do Sul. E de uma assentada, acabaram por receber do Estado-mãos-largas, os honorários de todos os meses em que foram proscritos. E assim, aqueles professores catedráticos e similares viram-se sem escola mas na posse de um importante capital financeiro para investir… naquilo que, praticamente, não existia em Portugal – o ensino superior particular. E aquela gente parda, como Gonçalves Proença, Soares Martinez ou V. Fortunatum, que sempre se opôs tenazmente à liberdade, escolhia agora essa nobre palavra para a primeira universidade privada – Universidade Livre; criada com o capital social de 20 mil escudos (!), em Março de 1979, por despacho de Sottomayor Cardia, outro Ministro da (nossa má) Educação (passou o resto da sua vida cívica a tentar “limpar-se” daqueles anos de terra queimada na 5 de Outubro). A Universidade Livre, nas instalações da Rua Victor Cordon, facturou bem, entre 1980 e 1985. Depois foram as guerras intestinas naquele panier
de crabes: em cada cisão saía uma universidade da cartola – a Universidade Lusíada, na Rua da Junqueira (na vizinhança do ISCSP, o que facilitava a vida aos turbo-professores, outra das figuras que este tipo de ensino viria a instituir), a Universidade Autónoma, a Universidade Moderna, a Universidade Independente e a Universidade Portucalense. Foi um fartar vilanagem, graças aos “cursos de papel-e-lápis” para uma clientela assegurada pela política de numerus clausus que, todos os anos, deixava à porta das universidades públicas milhares de candidatos.… Passados todos estes anos, da maior parte delas, ficaram as cinzas. K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt Este texto não está redigido segundo o designado novo Acordo Ortográfico _
CRÓNICA
Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Hoy quiero compartir contigo unas reflexiones sobre los principios de la Evaluación para el Aprendizaje (EpA), siguiendo el hilo de lo que venimos comentando en las últimas cartas. Son 10 los principios que se indican para que la EpA sea eficaz y eficiente. Algunos de ellos repiten ideas que ya hemos comentado o mencionado de pasada en cartas anteriores, pero, a pesar de eso, siempre es positivo volver a tomar contacto con ideas que nos pueden servir para mejorar día a día el proceso de enseñanza/aprendizaje en nuestra aula. El primer principio podría enunciarse así: La Evaluación para el Aprendizaje debería ser parte de la planificación eficaz de la docencia y el aprendizaje. Este principio choca contra nuestra mentalidad y nuestra práctica actual en relación con la evaluación. Para la mayoría de nosotros, la evaluación es una actuación “a término” de la unidad didáctica o del trimestre. Es decir, explicamos, damos ejemplos, construimos modelos, etc., que los estudiantes tienen que reproducir al final del “período de evaluación”. Pero ya hemos comentado, en
alguna ocasión, que esta mentalidad y esta práctica tienen que desaparecer de la actividad educativa. Ahora bien, sólo desaparecerán si quedan sustituidas por otra mentalidad y otra práctica que se centre en la consideración de la planificación de la evaluación como un aspecto nuclear del proceso de enseñanza/aprendizaje. Si la evaluación se convierte en aspecto nuclear, es decir, central, fundamental, del proceso de enseñanza/aprendizaje, entonces los profesores comienzan a programar sus actividades en torno a este proceso de evaluación, teniéndolo siempre como referencia a la hora de tomar decisiones acerca de qué (contenidos) incluir en el proceso de enseñanza aprendizaje y cómo (estrategias) desarrollar el proceso de enseñanza/aprendizaje para que resulte eficaz y eficiente. En alguna ocasión hemos comentado que los contenidos del proceso de enseñanza/aprendizaje tienen que ajustarse a lo que se entiende como “tarea auténtica”, es decir, un conjunto de actividades que arranca de la vida real, y, por tanto, ese conjunto de actividades está contextualizado en la vida real, aunque se realice entre las
cuatro paredes del aula. En alguna ocasión anterior comentamos que era necesario empezar a eliminar la dependencia que actualmente padecemos en relación con los libros de texto y que había que comenzar a obtener información directamente de la realidad que estamos viviendo. De no ser así, no creo que estemos preparando a nuestros alumnos para vivir en el mundo actual ni que estemos aportando lo que se merecen para que lleguen a ser profesionales de éxito en el futuro. Por lo que respecta a las estrategias, la actuación de los profesores debería ser capaz, en primer lugar, de proporcionar oportunidades para que tanto los alumnos como nosotros mismos obtengamos y utilicemos toda la información necesaria sobre el progreso de los alumnos hacia los objetivos del aprendizaje. En segundo lugar, nuestra actividad educativa tiene que ser flexible, de tal manera que pueda responder a las habilidades e ideas iniciales, así como a las ideas emergentes que vayan apareciendo a lo largo del proceso de enseñanza/aprendizaje en cada una de las unidades didácticas. Esto impli-
ca tener un sentido cabal de lo que significa la planificación (en lo que no insisto hoy porque ya hemos comentado hace algunos meses los aspectos más importantes de la planificación). En tercer lugar, nuestra actuación debe incluir estrategias para que los alumnos comprendan los objetivos que persiguen (sí, los objetivos que ellos persiguen; y, por tanto, tienen que conocerlos desde el primer momento, y, para ello, tienen que contribuir a su fijación y aceptarlos como propios, porque, de lo contrario, todo esto quedaría en una mera “entelequia”) y los criterios que se aplicarán en la evaluación de su trabajo. En relación con estos criterios, los profesores deberíamos comenzar a utilizar de manera generalizada lo que se conoce como “rúbricas” o matrices de valoración, que permitan y faciliten el proceso evaluador tanto por parte del profesor, como por parte de los compañeros de los alumnos, como por parte de los propios alumnos (auto-evaluación), como por parte de cualquier persona externa (comenzando por los padres de los alumnos, y continuando por los directivos del centro o cualquier persona que pueda
estar interesada en la valoración del progreso de los alumnos, etc.). Finalmente, nuestra actividad debe incluir un conjunto de estrategias de administración de feedback a nuestros alumnos, de tal manera que seamos capaces de “andamiar” adecuadamente su progreso y de hacerles asumir su propio desarrollo de una manera cada vez más consciente y eficaz. Como ves, son aspectos realmente nucleares sobre los que debería girar nuestra actuación educativa. El problema es que cada uno de ellos requeriría ser desarrollado y profundizado en un curso entero de formación y entrenamiento del profesorado. Pero, una vez más, no tenemos espacio en esta ocasión. Seguiremos comentando estos y otros aspectos el próximo mes. Hasta entonces, como siempre, salud y felicidad. K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com
JUNHO 2012 /// 025
Isabel Machado em entrevista
O Reino de Isabel... Machado
6 A jornalista Isabel Machado publicou o seu romance de estreia. Isabel I é um romance histórico sobre a rainha de Inglaterra e o seu médico português, Rodrigo Lopes. Isabel Machado foi pivot e jornalista da Televisão de Macau, durante 11 anos, viveu aí o período de transição de entrega do território sob administração portuguesa “o último momento de Portugal no Mundo”. Em Portugal foi o rosto do canal parlamento. Mas, agora a aposta é na escrita e já está a investigar para o próximo romance histórico.
uma profissão de sucesso?
O que determinou a escolha de Isabel I, uma rainha inglesa, para protagonista do romance de estreia? É uma figura que sempre me fascinou, desde o tempo da Faculdade de Letras. Tive uma cadeira de cultura inglesa, e, na altura, fiz um trabalho sobre o seu reinado, a questão religiosa. Perdi o trabalho, nunca mais pensei nisso. Mas, na verdade, logo no primeiro dia, na primeira reunião com a editora (Esfera dos Livros) pensei que queria uma mulher. Talvez por me identificar mais, ser mais fácil meter-me na cabeça de uma mulher. Isabel I foi um nome falado imediatamente. Não tinha pensado em nada antes, mas havia um fascínio sobre a monarca, a pessoa e o período histórico em causa. O facto de coincidir com uma parte da história de Portugal que é muito pouco conhecida e não se associa a Isabel I, a invasão espanhola, a perda da independência. A figura em si que e admirava imensamente e o período histórico em Portugal, deu-me a ideia de fazer este cruzamento das Histórias dos dois países. E, depois, com uma figura portuguesa que descobri que não conhecia. Que tipo de monarca, e que tipo de mulher, foi Isabel I? Isabel I foi uma monarca desconcertante. Foi uma mulher imprevisível. Muito astuta, manipuladora inteligente, culta, insegura. A maior surpresa ao longo da investigação, foi a sua insegurança, a incapacidade de tomar decisões. Quando achamos que ela é uma mulher que dá murros na mesa e corta a direito. Temos aquela ideia dela muito dura, que também era verdade. A infância e a adolescência marcam imenso as pessoas. No caso dela, não tenho a menor dúvida, que lhe moldou totalmente o carácter. O clima de medo que a rodeou até aos 25 anos, até ascender ao trono, até ao último minuto em que ela podia perder a vida. Ela era uma mulher
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medrosa, de alguma forma, por isso se rodeou de homens muito leais, e por isso, também, não casou. Preferiu não dividir nem o poder, nem o amor, devido à sua insegurança. No fundo, era uma pessoa muito carente, que concentrou tudo em si. Ela vai mudar completamente a História de Inglaterra. É muito importante a questão do reinado longo, é um reinado de 43 anos. Todas as reformas que foi implementando tiveram um tempo de ser digeridas. A longevidade é muito importante e o facto de ela ser uma mulher com necessidade de lealdades. Terá uma rede de conselheiros, ao longo de toda a vida, que vão cimentar uma Inglaterra que se vai impor em toda a Europa, e em todo o mundo. A grandeza de Inglaterra começa, para mim, no reinado de Isabel I. No romance, o papel dos Judeus portugueses no mundo e o seu exílio de Portugal é abordado através do médico português Rodrigo Lopes. Como é que descobriu Rodrigo Lopes? Descobri-o em documentos ingleses. Em Portugal, não há praticamente nada. Em arquivos judaicos há referências, apenas, mas não foi aí. Numa primeira fase, na Internet, a estudar a Invencível Armada, encontrei um documento que falava de informadores portugueses. Cheguei primeiro ao Heitor Nunes, outro português, que ponho como grande amigo de Rodrigo Lopes, porque eram contemporâneos. Mas, naturalmente, essa amizade é romanceada. Há muito da vida de Rodrigo Lopes que é romanceado. É preciso dizer isto, porque há muito poucos elementos sobre ele e o que há é muito negativo. Quando descobri este médico e com este sinal trágico, evidentemente, fui à procura
de mais. Só encontrei em Inglaterra livros e pessoas que sabiam quem ele era. Hoje, sabe-se que ele era totalmente inocente. Já na altura se desconfiava, a rainha sempre acreditou na sua inocência. Mas, não conseguiu salvá-lo. O Romance Histórico em Portugal tem muitos seguidores? Acho que tem, nos últimos anos. O romance Histórico, tal como a biografia são dois géneros que se encontram muito nos países anglosaxónicos. Mas, tinham pouca tradição em Portugal. Apesar de termos grandes nomes, - Alexandre Herculano, por exemplo. Nos anos setenta, oitenta, havia muito pouco. Depois, aparece o Fernando Campos, o Saramago, mas nem toda a gente lia. Com a difusão de romances, que eu acho positiva, isso mudou. Às vezes, as pessoas criticam excesso de livros, excesso de nomes. Tudo o que aparece é bom, porque leva as pessoas à leitura. Hoje, há muito mais leitores deste género literário, do que havia há vinte anos ou dez anos. O Miguel Sousa Tavares também contribuiu muito para aproximar as pessoas deste género, que era pouco conhecido em Portugal. Trabalhou como pivot e jornalista na Televisão de Macau. Que memórias guarda desse tempo? Uma memória muito emotiva, muito grata, pelo período histórico em si. Foi um período de transição. O último momento colonial, embora Macau não fosse uma colónia. Mas, foi o último momento de Portugal no mundo, digamos assim. Felizmente, muito diferente de todos os outros momentos de entrega de territórios, sob administração Portuguesa. Foi planeado com tempo, em
paz, é muito importante frisar isto. Estávamos a viver História todos os dias. Como jornalistas acompanhávamos o processo de Macau e o processo de Hong Kong. Inglaterra também teve o mesmo percurso que nós, entregou Hong Kong dois anos antes de Macau. Portanto, os dois impérios estiveram ali, lado a lado. Mas, temos uma postura muito diferente dos ingleses e em Macau e Hong Kong isso era muito visível. Foi uma das épocas mais felizes da minha vida, as minhas filhas nasceram lá. Fui para lá novinha, casei. Tenho lá muitos amigos, ainda hoje. Gosto muito da Ásia. É uma recordação muito boa. O escritor George Steiner afirmou que “Skakespeare, hoje estaria a escrever para a Televisão”. A literatura adapta-se bem ao audiovisual e à internet? A Literatura cada vez mais reflecte este mundo rápido do audiovisual. As pessoas procuram uma informação voraz e a literatura pode sofrer um bocadinho com isso. Acredito que a literatura vai prevalecer, o livro vai prevalecer, porque as pessoas precisam de alguma coisa que as puxe, alguma coisa até de físico. O livro agarra-nos fisicamente. Mas, acho que se vê muita influência dos novos tempos e da imagem na literatura. A literatura sempre foi um espelho da sociedade, pioneira das novas ideias, ao longo dos séculos, esteve sempre à frente dos grandes movimentos. Portanto, não pode estar alheada deste nosso mundo visual, rápido e voraz. Num país marcado, actualmente, pelo desemprego, ser escritor em Portugal ainda pode ser
É muito difícil. Alguns autores conseguem, certamente, mas, não a maioria. A maioria dos autores não é bestseller. Para já, nós somos poucos. Isso foi sempre um drama de Portugal, ao longo da história, o facto de sermos pouco numerosos. Portanto, há necessariamente menos leitores. Também há poucos leitores, mesmo tendo em conta o número da população. Dificilmente se vive da literatura em Portugal, como de qualquer arte. É penoso. A literatura exige muita dedicação. Quem pensar em enveredar por esta via, tem de ter um grande espírito de sacrifício, muita disciplina. Todos os dias temos de nos sentar e forçar a escrever. Essa é a minha experiência. Trabalho com prazos muito apertados e sou muito desorganizada. De segunda a domingo, obrigo-me a um número mínimo de páginas, são duas. Se não, acho que não era possível. Este é o ano de comemoração do Jubileu da rainha Isabel II de Inglaterra. Isabel II tem as características necessárias para, no futuro, ser protagonista de romances históricos? Tem. Para já, é mulher. É preciso ver que as mulheres são um manancial fabuloso para a escrita. Foram pouco conhecidas durante muitos séculos. Por isso, há tantos autores a escrever sobre o mundo feminino, até homens. Quando Isabel II morrer é um bocadinho o fim de uma era. Haverá muito interesse em estudar esta mulher que se mantém vertical ao longo desta transformação tremenda que sofreu o mundo, a Inglaterra e a sua própria família. Ela foi muito criticada e renasce agora neste Jubileu. A popularidade da família real inglesa está ao seu mais alto nível de sempre, 80 e tal por cento de popularidade. Esta rainha representa o que as pessoas procuram: a estabilidade, o sentido de dever, o sentido de missão, a entrega absoluta a um trabalho, a um povo. Esqueceu-se de si própria. É uma mulher que durante muitas décadas dificilmente percebemos. Sobretudo, nós, latinos, que somos muito emotivos, achávamos que ela era uma mulher muito fria. Penso que ela sofreu muito e teve de se calar bastante. Será uma fonte tremenda de inspiração. Não existe mais ninguém como ela no mundo, em nenhuma outra monarquia. Uma mulher que foi moldada noutras eras, que cresceu durante a segunda guerra, com um enorme espírito de sacrifício, ;
que qualquer monarca tem de ter. Mas, dificilmente se vai encontrar, nas novas gerações, uma pessoa assim. Haverá muitos romances históricos sobre Isabel II. Está a escrever algum livro, de momento? Estou a investigar e estou a escrever. Estou numa fase muito inicial e estou afundada em pesquisa. Faço pesquisa sozinha, que é uma coisa completamente louca. Mas, gosto de História e isso ajuda muito. É um romance Histórico? É um romance histórico. Estou a tentar não enlouquecer outra vez. Tinha jurado que ia pedir ajuda, mas, depois, há uma tentação. É diferente fazermos nós a pesquisa. É uma frase, um pequeno pormenor, que nos conduz por um caminho. A pesquisa e a escrita são simultâneas? Começo por uma fase apenas de pesquisa, não escrevo rigorosamente nada. Tenho de entrar na época, na personagem. É muito importante para mim. Gosto muito de desenvolver as personagens, porque me fascina a cabeça das pessoas, sempre me fascinou. Não gosto de pôr factos uns atrás dos outros. Gosto de parar e entrar bem dentro do personagem principal. No caso anterior eram duas: Isabel I e o Rodrigo. Era muito interessante ser uma mulher e um homem, um português, uma inglesa. A pesquisa - nunca abandona completamente - ainda só fiz um livro, não tenho experiência nenhuma. Quando estamos a escrever, seja remota a época, como a de Isabel I, ou menos remota, confrontamo-nos constantemente com a necessidade de coisas que não ficaram feitas na primeira parte da pesquisa, sejam pequenos pormenores, objectos do quotidiano. É sempre preciso confirmar datas. É curioso que os livros de história não dizem todos a mesma coisa, o que é outro problema. Até as datas, por vezes, não coincidem. O que é que um romance tem de ter para cativar o leitor? Tem de ter acção, obviamente, e tem de ter personagens fortes. A densidade psicológica é fundamental em qualquer romance, histórico ou não histórico. Personagens fortes são um condimento fundamental. K Eugénia Sousa _ Direitos Reservados H
gente e livros
Kathryn Stockett 7 «Hora após hora, na cozinha da Aibileen, ela lê aquilo que escreveu e eu bato à máquina, os pormenores engrossando, as caras dos bebés a tornarem-se perceptíveis. Ao princípio, fico desapontada por ser a Aibileen a fazer a maior parte do trabalho de escrita, e eu só rever. Porém, se a Elaine Stein gostar, escreverei as histórias das outras criadas e isso será trabalho mais do que suficiente. Se ela gostar… Dou por mim a repetir continuamente estas palavras na cabeça, esperando que assim seja. A escrita da Aibileen é clara e honesta. Digo-lhe. - Bem, pense para quem é que costumo escrever. – Ela ri-se. – Não se pode mentir a Deus.» In As Serviçais Kathryn Stockett nasceu em Jackson, Mississipi, em 1969. Formouse em Inglês e Escrita Criativa, na Universidade de Alabama. Aos 24 anos, troca o Sul dos Estados Unidos pela cidade de Nova Iorque. Durante nove anos trabalha na edição
de revistas e marketing e escreve o primeiro romance, As Serviçais (2009). Quando Kathryn dizia que era do Mississipi e se seguia o comentário “Ouvi dizer que aquilo lá é muito bonito” ela respondia “a minha cidade é a terceira do país em assassinatos relacionados com gangs. Mas, se lhe respondiam “Santo Deus, deves estar contente por já não estares lá” ela afirmava “ Que sabes tu? Aquilo lá é muito bonito.” O Mississipi era como uma mãe. “Eu tenho o direito de me
queixar tanto quanto me apetecer, mas Deus proteja a pessoa que diga uma má palavra acerca dela perto de mim, a não ser que também seja seu filho.”- diz. As Serviçais decorre nos anos 60 e aborda a vida das mulheres negras, que trabalhavam como empregadas domésticas e amas dos meninos brancos, no estado do Mississipi. O livro é uma homenagem a Demetrie, a empregada doméstica da autora. No final do livro a escritora explica o motivo que a levou a escrevê-lo. Ninguém na sua família tinha alguma vez perguntado a Demetrie “como era ser negra no Mississipi e trabalhar para a nossa família branca.” afirmou a escritora. Foi essa pergunta adiada que encontrou resposta no romance. “Desejei, durante muitos anos, ter sido suficientemente crescida e atenciosa para lhe fazer essa pergunta. Ela morreu quando eu tinha 16 anos. Passei anos a imaginar qual seria a resposta dela. Foi por isso que escrevi este livro” - diz. As Serviçais foi adaptado ao cinema por Tate Taylor, em 2011, e tem Emma Stone,
Octavia Spencer, Sissy Spacek e Viola Davis como actrizes. Em Portugal, o romance está editado pela Editora Saída de Emergência. Kathryn Stockett vive actualmente em Atlanta com o marido e a filha. As Serviçais. Vive-se o ano de 1962. Os movimentos pelos direitos civis começam a despertar nos Estados Unidos, mas, ainda estão muito longe dos Estados do Sul. Eugenia Skeeter, tem 22 anos, terminou o curso universitário e acaba de regressar ao Mississipi. Assina uma coluna sobre dicas domésticas no jornal local enquanto, em segredo, abraça um projecto clandestino e perigoso: escrever um livro sobre as mulheres negras do Mississipi que dedicaram as suas vidas a criar os filhos das mulheres brancas. Para que esse projecto se cumpra, Skeeter precisa da colaboração da sofrida Aibileen, que criou 17 crianças brancas, e de Minny, uma mulher sem papas na língua e muita dificuldade em manter os empregos. K Página coordenada por Eugénia Sousa _
edições
Novidades Literárias bras que os agentes publicitários usam para manipular as nossas mentes e dá respostas a perguntas tão inquietantes como: “Porque é que pegamos sempre no segundo jornal de uma pilha?”ou “porque andamos em círculos quando estamos ao telemóvel?”
7 D. Quixote. Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado. A pequena cidade baiana de Ilhéus é palco da história de amor entre a sensual Sertaneja Gabriela e o árabe Nacib. É nesta terra dominada pela brutalidade dos fazendeiros e dos seus jagunços, em que a produção de cacau possibilita o desenvolvimento económico, mas não das mentalidades, que o amor de Gabriela e Nacib vai desafiar as suas leis. 100 anos após o nascimento do mais famoso escritor brasileiro, a D. Quixote reedita a obra de Jorge Amado.
Bertrand. Brandwashed, de Martin Lindstrom. O autor que já trabalhou como guru de Marketing para empresas como a PepsiCo, a Disney a McDonalds e a Microsoft, revela os truques que as empresas recorrem para nos fazer consumir. O livro revela todas as mano-
Presença. Sapatos Italianos, de Henning Mankell. Fredrik Welin retirou-se do mundo há 12 anos. Numa ilha do Báltico, tem como única companhia um cão, a gata e a visita do carteiro. Mas, um dia o seu sossego acaba com a vinda de uma figura conhecida. A pessoa que vem perturbar o seu exílio é nada mais, nada menos, do que Harriet, a mulher que ele abandonou, sem qualquer explicação, há 40 anos atrás. Guerra&Paz. Lições de Perda Lições de Vida, de Michelle Reiss. A psicoterapeuta Michelle Reiss oferece aconselhamento e conforto aos leitores que enfrentam doenças graves e luto. A autora tornouse também conhecida por ser a terapeuta que acompanhou Randy Pausch, professor na Universidade de Mellon, nos EUA, que ao saber que sofria de cancro terminal deu A Última Aula. Um exercício extraordinário de coragem, dignidade e esperança que Pausch dedicou à esposa aos alunos e ao mundo.
Europa-América. Guia Essencial do Comportamento do Bebé, de Desmond Morris. O destacado autor de O Macaco Nu, junta neste livro os seus conhecimentos de Zoólogo e de observador do comportamento humano, para dar resposta a várias questões que se prendem com a mais notável de todas as formas de vida: o bebé humano.
Civilização. O Circo dos Sonhos, de Erin Morgenstern. Sem anúncio ou aviso, um misterioso circo chega à cidade. Chama-se O Circo dos Sonhos e só está aberto à noite. No interior das suas tendas, há um verdadeiro duelo de magia entre os jovens mágicos Célia e Marco. Treinados pelos seus mestres para serem os melhores, em breve, e contra a sua vontade, os dois vão viver a maior de todas as magias: o amor.
Assírio &Alvim. Poesia, de Daniel Faria. O livro reúne toda a poesia de Daniel Faria, dando a conhecer 13 poemas inéditos. A edição é de Vera Vouga, professora do poeta e conhecedora de todo o seu percurso poético. A obra é recomendada pelo Plano Nacional de Leitura a nível do Ensino Secundário – sugestões para leitura autónoma.
Porto Editora. Bar Flaubert, de Alexis Stamatis. Yannis Loukas, jornalista freelancer, aceita ajudar o pai, um prestigiado escritor, a compilar uma autobiografia. No arquivo pessoal da família, Yannis descobre o misterioso manuscrito intitulado Bar Flaubert. O manuscrito e o seu autor vão exercer um fascínio sobre o jornalista, que marcará a sua vida. «Alexis Stamatis é um do escritores mais talentosos da sua geração.» - Le Monde. K
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pela objectiva de j. vasco
música
Saltos Internacionais
Scissor Sisters - Magic hour 3 Os Scissor Sisters voltaram aos discos com “Magic hour”, o seu terceiro álbum de estúdio. A banda que parecia estar meio adormecida, conseguiu uma segunda vida com o sucesso do single “Fire with fire”, no ano de 2010. O primeiro avanço, o single “Only the horses” foi conhecido no passado mês de Abril, tendo correspondido às expectativas dos seus seguidores. Muito em breve vai começar a rodar nas rádios o segundo single “Baby come home”, que promete refrescar este Verão de 2012. Este novo trabalho conta com as participações de nomes bem credenciados como Calvin Harris, Pharrel Williams e Diplo. As novas composições são dominadas pela música de dança, numa abordagem bem conseguida entre o pop, o funk e o electro com os inconfundíveis vocais da banda. Os temas fortes deste disco, são os singles “Only the horses”, “Baby come home” e os temas “inevitable” e “Self control” Mais um álbum obrigatório para este Verão! K
Fun - Some nights
3 Decorreu entre 31 de maio e 3 de junho, no Hipódromo do Campo Grande, em Lisboa, mais uma edição da prova mais antiga de saltos da Península Ibérica e, seguramente, uma das mais prestigiadas. O destaque vai para as provas da Taça das Nações e para o Grande Prémio, ambas a apurar para os próximos Jogos Olímpicos, em Londres, para os quais já se encontram apurados o cavaleiro Gonçalo Carvalho e a cavaleira Luciana Diniz (após vitória no Concurso de Saltos Nível 5, montando Lennox e que se realizou em Wiesbaden, na Alemanha). Na Taça das nações, para além da Bélgica, equipa vencedora, e da Espanha (2º lugar), participaram ainda as formações de Itália, África do Sul, Chile, Portugal (6º lugar), Brasil, Irlanda, Suíça e Grã-Bretanha. A boa notícia veio do Grand Prix, com um prémio de 40 000€, que teve como vencedor o cavaleiro português Luís Sabino, atual campeão nacional, que se superiorizou a 48 cavaleiros, representantes de 10 países. K
3 Os Fun são um dos grupos do momento. Apenas com um tema, este trio de Nova Iorque conseguiu uma visibilidade fantástica em todo o mundo. A banda liderada pelo vocalista Nate Ruess, começou a sua carreira em 2008 e editou muito recentemente o seu segundo trabalho. O enorme sucesso do single “We are young”, que conta com a colaboração de Janelle Monáe, lançou à escala global este colectivo. O tema é um dos mais populares do momento e será provavelmente um dos singles de maior êxito do corrente ano. Já é conhecido o segundo single deste álbum, trata-se de “Some nights”, que foi editado na primeira semana deste mês de Junho. Este registo apresenta uma sonoridade que mistura pop, hip hop, indie e rock sempre envolvido numa dinâmica muito energética e rebelde. No que toca a destaques, os temas fortes são os singles, “We are young”, “Some nights” e as faixas “Why am i the one” e “All alright”. Os Fun são um nome a ter em conta nos próximos tempos… K Hugo Rafael _
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Prazeres da boa mesa
Torricado de Morcela com Ananás e Mel
3 Ingredientes p/ o torricado: 5 Fatias de Pão de P. Garcia (5mm) 50ml Azeite Virgem Extra B. Baixa DOP
No torricado tépido, dispor fatias de ananás mafridado e por cima colocar rodelas de morcela. Aplicar em cima da rúcula. Salpicar o conjunto com alguns rebentos de rúcula mais pequenos. Aplicar um cordão redução de vinho tinto. Decorar com os amores perfeitos. K
Ingredientes p/ ananás: 150gr Ananás dos Açores DOP 50gr Mel de Urzes 1 Laranja 5gr Flor de Sal 2gr Pimenta Preta Outros ingredientes: Redução de Tinto 10gr Amores Perfeitos Frescos 250gr Morcela de Sangue Vinagrette 50gr Rúcula Preparação: Grelhar ou torrar ligeiramente as fatias de pão de Penha Garcia com o azeite. Não deixar passar de em demasia sob pena de ficar exageradamente crocante.
028 /// JUNHO 2012
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Laminar finamente o ananás e marinar no mel, flor de sal, pimenta preta e sumo de laranja. Brasear a a morcela de sangue num sauté sem utilizar gordura. Escolher, lavar, desinfectar e centrifugar a rúcula.
Escolher, lavar, desinfectar e deixar secar em papel absorvente os amores perfeitos. Empratamento: Temperar a rúcula com flor de sal e vinagrete. Dispor em cama no centro do prato.
Mário Rui Ramos _ Executive Chef Ô Hotels and Resorts Monfortinho
Dot com
Flame – Um vírus que é espião 7 A Segurança Informática é um requisito fundamental para um funcionamento credível dos sistemas de informação. A “inteligência” associada às técnicas de ataques informáticos têm evoluído significativamente nos últimos anos e o malware é hoje usado como uma “ciberarma” poderosa para espionagem industrial (levada a cabo por utilizadores, grupos organizados, Países...). Em Maio do corrente ano, a agência de telecomunicações das Nações Unidas - União Internacional das Telecomunicações (UIT) descobriu a presença de código malicioso em vários sistemas informáticos do Médio Oriente, quando investigavam o roubo de dados informáticos a empresas petrolíferas do Irão. Após diagnóstico ao código, por parte da empresa Kaspersky, descobriu-se que se tratava do vírus informático Flame (Worm. Win32.Flame) e que este estava já operacional desde Agosto de 2010.
Número e localização de sistemas infetados pelo vírus Flame (fonte: Kaspersky) Este malware, considerado actualmente por vários especialistas informáticos como a ferramenta de espionagem mais complexa e sofisticada alguma vez criada, tem, por exemplo, a capacidade de capturar passwords,
capturar print-screens dos sistemas, capturar dados via Bluetooth, ligar microfones de PCs para proceder à gravação de conversas, copiar e-mails e conversas mantidas em chats e também de se autodestruir.
Há cerca de uma semana, o vírus – que está presente em mais de 400 computadores de empresas, instituições académicas e governamentais e computadores domésticos – começou a receber ordens de autodestruição, através
de vários centros de comando do Flame distribuídos por todo o mundo. Os génios que criaram o Flame esperam assim não deixar qualquer rasto digital. A empresa de segurança informática russa Kaspersky Labs fez, entretanto, saber que houve colaboração entre os criadores do Flame e do Stuxnet, tendo sido partilhado algum código malicioso. De recordar que o Stuxnet foi criado com o objectivo de atacar especificamente o sistema de controle industrial SCADA (Supervisory Control And Data Acquisition), desenvolvido pela empresa Siemens. O aparecimento do vírus Flame vem reforçar a ideia que a guerra entre países não terminou ainda e ela pode ter consequências imprevisíveis. Um país poderá assim controlar outro, mesmo sem a necessidade de ter soldados em campo de batalha... K Pedro Pinto _ Administrador e editor do site Pplware.com
press das coisas Campos de férias T Os campos de férias inclusivos do Banco de Informação de Pais para Pais, destinados a para crianças e jovens com e sem necessidades especiais estão de regresso. Mais uma vez, a Fundação Luís Figo irá tornar possível a crianças desfavorecidas o acesso a este Espaço IN Férias – Verão 2012, que decorrerá de 9 de Julho a 10 de Agosto, num novo espaço e com actividades recreativas e desportivas e programas de desenvolvimento de competências cognitivas, onde não faltará, certamente, muita animação! Estão já abertas as inscrições para este campo de férias destinado a crianças e jovens com idade entre os 6 e os 18 anos. O Espaço IN Férias – Verão 2012 realizar-se-á na Escola EB1 da Galiza, no Estoril, e tem um calendário de actividades diversificado, com idas à praia, aulas de surf, passeios no âmbito do Cascais Natura, entre outras. K
Alvim no InterRail T Para celebrar o 40º Aniversário do InterRail, a CP-Comboios de Publicidade
Portugal, em parceria com o apresentador Fernando Alvim, lançou o passatempo “Se dois é bom, três é o máximo! – o InterRail do Alvim”. Até 27 de Junho, os dois participantes que criarem o roteiro de viagem mais original ganharão um InterRail Global Flexi, de 5 dias em 10, e embarcarão nessa aventura, já no mês de Julho, acompanhados pelo próprio Fernando Alvim. K
10º Arouca Film Festival T Estão oficialmente abertas as inscrições para a décima edição do Arouca Film Festival! No ano em que se assinala o 10º aniversário do Festival, a inovação e a criatividade serão os seus eixos orientadores, estimular, apoiar, reconhecer e premiar novos projectos e produções cinematográficas independentes é a chave para o sucesso. Com uma competição internacional de curtas-metragens, o Arouca Film Festival assume-se com um dos eventos emergentes no panorama do cinema e das artes visuais. A festa do cinema que terá lugar em Arouca nos dias 14, 15 e 16 de Setembro. K
Nokia 808 PureView 3 A Nokia lançou o 808 PureView, um telemóvel com câmara de sensor de 41 Megapixéis. O PureView inclui um sensor com uma dimensão física 5 * superior aos sensores da maioria dos telemóveis, permitindo albergar 41 milhões de pixéis, reduzindo o ruído gerado nos sensores de menor dimensão. O aproveitamento do sensor feito com a tecnologia PureView, vai juntar vários pixéis num só criando uma espécie de “super pixéis”. O telemóvel disponibiliza opções de registos com resolução de 8, 5, 3 e 2 Megapixéis, permitindo assim usar uma verdadeira função de zoom de 3x (4x no vídeo Full HD), sem comprometer a resolução da imagem. A lente Carl Zeiss, com grande angular de 28mm, permite uma luminosidade única num telemóvel. O preço aproximado de 649,90 euros. K
Sony VAIO E15 3 A Sony juntou à gama VAIO E de computadores portáteis o modelo E15. O ecrã é de maior dimensão, tem resolução Plus Full HD de 1600x900 pixéis com formato 16:9. Um portátil criado a pensar numa utilização multimédia intensiva que recupera grande parte das características dos modelos já disponíveis nesta gama, mas com diagonais de ecrã alargados: 15,5” na versão VAIO E 15. O modelo inclui processador Intel Core i5, disco com 750GB e 6GB de memória RAM DDR3. O modelo com ecrã de 15,5” tem uma placa gráfica AMD Radeon HD 7650M, de 1GB. K
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Quatro rodas
Do “safety car” à “troika” c Uma das “personagens” mais desejadas e ao mesmo tempo mais odiadas pelos pilotos nos circuitos de velocidade é o conhecido “pace car” ou também apelidado de “safety car”. Para compreender a função deste veículo nada melhor que socorrermo-nos da definição que consta no ponto 2.9 do Código Desportivo Internacional da Federação Internacional do Automóvel, que refere: - O “safety car” poderá entrar em atividade, por decisão do Diretor de Prova, para: - Neutralizar a corrida, se os concorrentes ou oficiais se encontrarem em perigo físico imediato, em circunstâncias, que ainda assim, não justifiquem a paragem da corrida; - Dar a partida da corrida em circunstâncias excecionais (por ex.: mau tempo); - Orientar uma partida lançada; - Retomar uma corrida interrompida. Daquilo que frequentemente nos é dado ver, o “safety car” entra
para a pista quando há acidentes ou problemas de segurança, que dada a sua dimensão não justificam a paragem da corrida. Nestes casos, quando da sua entrada, o “safety car” deve posicionar-se logo à frente do veículo que comanda a corrida, marcando a partir daí um andamento lento, que todos os veículos devem adotar, até que fique resolvida a situação que originou a sua entrada. Claro que esta situação agrada aos que vão mais atrasados, pois permite um reagrupamento em pelotão compacto, mas não agrada aos comandantes da corrida, que veem assim desvanecer a vantagem que foram conquistando. Nas corridas americanas, onde a entrada do “safety car” é muito frequente, as equipas têm verdadeiros algoritmos sobre procedimentos a adotar, quando entra o “safety car”, de modo a verificar se é vantajoso que nesse período os competidores entrem na box para reabastecer ou trocar de pneus. Na fórmula 1 nem sempre existiu este instrumento de regulação
da corrida, e a sua introdução, foi mesmo patética, muito longe dos procedimentos científicos, que vemos nas corridas de hoje. A introdução do “safety car” foi decidida em 1973, depois dos acidentes de Clay Regazzoni em Kayalami e Roger Williamson en Zandvoort, ambos muito mal atendidos pelos serviços de emergência dos circuitos, culminando o último com a morte do piloto, devido à falta de assistência. Foi então que o ainda patrão da formula1, Bernie Ecclestone, decidiu comprar um Porsche 914 para esta função. Em setembro desse mesmo ano, na volta 33 do Grande Premio do Canadá, disputada no circuito de Mosport Park, aconteceu o que alguns apelidam de inesperada e inqualificável estreia deste veículo.
O asfalto tinha secado depois de uma chuva persistente nas primeiras voltas, começando então os pilotos a parar nas boxes, situação que coincidiu com o acidente entre Jody Scheckter e Françoise Cevert. Foi nessa altura que o “safety car” entrou em pista usando duas bandeiras amarelas presas na traseira. O carro era conduzido por Eppie Wietzes, piloto canadense acompanhado de Peter Macintosh da FOCA. Sem qualquer experiência nestas situações por parte dos seus ocupantes e por incapacidade do diretor de prova, não conseguiram colocar-se à frente do comandante da corrida, situação que piorou com as várias idas à box dos pilotos para trocar os pneus de chuva por seco. A confusão foi tal que a vitória foi atribuída a quem não devia. Reza a história que quem deveria ter vencido era o britânico Jackie Olivier, mas quem levou o troféu foi o norte-americano Peter Revson. Esta má experiência levou a novo interregno na utilização do “safety car” que reapareceu em 1993.
Desde 1996, a fabricante alemã Mercedes tornou-se oficialmente responsável por fornecer este veículo. Não posso terminar este texto, sem referir as semelhanças que encontro entre a função do “safety car”, com aquilo que nos está a fazer a chamada “troika” . Tal como numa pista, parece que o nosso país teve um acidente, entrando no nosso percurso uma “troika” para abrandar o nosso andamento (leiase economia), até que o acidente esteja resolvido. Espero, no entanto, que a “troika” não cause a confusão, que o “safety car” originou na sua estreia. Se as semelhanças forem tidas em conta, talvez nos safemos, pois desde que os alemães (leia-se a Mercedes), ficaram responsáveis pelo “safety car”, tudo tem corrido pelo melhor. K Paulo Almeida _
sector automóvel Lexus Hybrid Férias desportivas no IPG 3 Já é conhecida a nova geração do Lexus GS 450h. O novo modelo vem substituir a versão anterior de 2008, e pode ser seu por 63 mil 500 euros. O novo híbrido surge no mercado com duas versões, a saber Luxury e F Sport. Ao nível de motorizações este full hybrid, surge com motor de 3.5 V6 a gasolina e potência combinada de 345 cv. A novidade Lexus tem um consumo homologado de 6,1l/100 km. K
Smart com nova edição 3 Já é conhecida a edição especial do Smart fortwo. O novo modelo chama-se iceshine e estará disponível nas variantes coupé e cabrio no final do Verão. A má notícia é que não será comercializada em Portugal. Disponível em branco ou em azul Azure, será possível encomendá-la nas carroçarias coupé e cabrio e optar entre os motores a gasolina de 71 cv mhd e de 81 cv. K
Mini elogia Olimpíadas 3 A nova versão do Mini Rocketman Concept pretende homenagear os participantes nos Jogos Olímpicos de Londres, informou a marca. O concept Mini Rocketman foi alvo de um restyling e combina novas ideias para a mobilidade pessoal nas grandes cidades com traços clássicos e será apresentado no pavilhão da BMW na aldeia olímpica. O novo Mini apresenta um chassis spaceframe em plástico reforçado com fibra de carbono e oferece três lugares, mais um extra para deslocações curtas. Os retrovisores estão pintados em Porcelain White, tal como o puxador do portão traseiro e os contornos da grelha do radiador e dos faróis. As jantes de liga leve são de 18” e exibem zonas brancas com pormenores em vermelho. K
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T O Instituto Politécnico da Guarda vai promover, através do Gabinete de Formação Cultura e Desporto, mais uma edição de Férias Desportivas. Esta actividade é dirigida dos 6 aos 18 anos e decorrerá em quatro períodos: 2 a 6 de Julho, 9 a 13 de Julho, 16 a 20 de Julho e de 23 a 27 do mesmo mês. Outras informações complementares podem ser solicitadas através do email: gfcd@ipg.pt ou pelo telefone: 271 220 100. K
CET’s em Almeida T O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e o Agrupamento de Escolas de Almeida, celebraram um Protocolo de cooperação tendo em vista, entre outros, a lecionação, já no próximo ano letivo, de dois cursos de Especialização Tecnológica (CETs) na vila de Almeida.Assim, está previsto que sejam lecionados o curso de Gestão de Animação Turística e o curso de Técnicas de Gerontologia. Recorde-se que os CETs são uma formação pós-secundária não superior, que visa conferir qualificação profissional do nível 5. A estes cursos têm acesso, entre outros, os titulares de um curso de ensino secundário, os titulares de qualificação profissional de nível
4 e os alunos que, embora não o tenham concluído, tenham estado inscritos no 12º ano. K
Candidatura a bónus na Propina T Os estudantes que, no próximo ano lectivo, frequentem, pela primeira vez, os cursos de licenciatura do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) poderão ver reduzido o valor da sua propina. Para isso basta solicitarem ao IPG, através do e-mail: ipg.informacao@ipg.pt a ficha de candidatura a bónus na propina. O novo estudante terá direito a uma redução de 10% no valor da propina caso o Instituto Politécnico da Guarda seja a primeira opção de ingresso. O valor será descontado na última prestação da propina. K
Ensino Magazine apoia evento internacional
Portalegre debate lusofonia 6 A Escola Superior de Educação de Portalegre (ESE), em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (Brasil), promoveu, nos passados dias 11 e 12 de Junho, o Iº Congresso Internacional de Cultura Lusófona Contemporânea. A iniciativa, que teve o apoio do Ensino Magazine, contou com 100 congressistas, tendo sido apresentadas 90 comunicações. Para o director da ESE, Luís Cardoso, a iniciativa superou “as expectativas. Tivemos bastantes participantes, muitos oriundos de outros países, como do Brasil, os quais ficaram bastante satisfeitos com os trabalhos aqui realizados”. Luís Cardoso destacou também a presença da escritora Maria Teresa Horta, e do realizador do filme Florbela, o qual esteve acompanhado pela actriz Dalila Carmo, que interpreta o papel principal naquela película. O director da ESE diz que “a escola está já a pensar no próximo congresso. Foram aqui proferidas excelentes co-
municações com olhares muito diversificados. Para além disso, o Congresso teve uma parte cultural e de lazer importante, de onde se destacou uma visita ao nosso território, com especial destaque para as ruínas romanas e para Marvão”. O evento, de cariz internacional e subordinado ao tema “a mulher na literatura e outras artes”, pretendeu, segundo a organização, “ser um espaço de discussão e reflexão em torno das questões de género nas literaturas de expressão portuguesa contemporâneas, nomeadamente no que à autoria e às representações literárias do feminino diz respeito”. Para a ESE de Portalegre o congresso permitiu“partilhar experiências de leitura e resultados de investigação, dando a conhecer textos e autores contemporâneos da língua oficial portuguesa”. Além disso, assegura a organização, “permitiu identificar semelhanças e dissonâncias nas formas como essas representações da
O director da ESE, com o realizador e a actriz de Florbela
figura feminina se concretizam no interior dos textos”. O Congresso foi dividido em diversos subtemas, a saber: literatura e autoria feminina: vozes, percursos e modos de ver o mundo; texto, género e linguagem: as potenciais marcas no feminino; modalidades de escrita no feminino: diários ficcionais e narrativas estipo-
lares; representações da mulher na literatura de autoria masculina ou feminina; sujeitos textuais e construção de identidade feminina; identidade feminina e alteridade; e representações da mulher no cinema e outras artes. O Ensino Magazine apoia o evento e distribuirá aos participantes esta edição do jornal. K
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Evertis-Selenis em Portalegre
ESTG faz imagem 6 Andrea André, Lúcia Martins e Mariana Delgado, alunas 2º ano de Design e Comunicação da Escola Superior de Tecnologia de Portalegre, foram as vencedoras do concurso de criação de criação de um logotipo para a empresa EVERTIS – Selenis com sede em Portalegre, na Quinta de S. Vicente. O concurso foi realizado no âmbito da unidade curricular de Técnicas de Publicidade, sendo os prémio finais a adopção da
proposta de logótipo como opção de imagem corporativa e uma recompensa de 450 euros, além de amostras de PET e polímero para todos os concorrentes, bem como como certificados de participação. As apresentações das propostas contaram com a presença de Carlos Paiva e Ana Meira, representantes da Evertis - Selenis, Artur Romão e Albano Silva, director da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e Vice-Presidente do Instituto Politécnico de Portalegre. K
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Ensino Superior
Governo congela vagas
6 O Governo congelou o número de vagas para cursos do Ensino Superior para o próximo ano lectivo, que não vão aumentar em relação a 2011-2012, a menos que as instituições consigam provar a empregabilidade dum curso. O despacho que regulamenta a fixação das vagas para o Ensino Superior foi publicado na página da Direcção-geral de Ensino Superior (DGES) e determina que o número de vagas para cada universidade ou politécnico “não pode exceder a soma das vagas fixadas para essa instituição para o ano lectivo de 2011-2012”. A DGES poderá autorizar mais vagas em “situações particulares”: quando
as instituições consigam provar que os alunos de um determinado curso têm menos probabilidades de ir parar ao desemprego. O Governo recomenda às universidades e politécnicos que “redistribuam” as vagas que têm disponíveis para poderem aumentar o número de alunos nos cursos de “Ciências, Matemática, Informática e Engenharia”. Por outro lado, impõe às universidades e politécnicos que reduzam em pelo menos 20 por cento o número de vagas nos cursos de professor do ensino básico e educação de infância, onde identifica “excesso de oferta”. Devem também ser reduzidas as vagas nos mes-
Acreditação nos CPLP
Ministro português quer troca de alunos 6 Os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vão trocar informações sobre os sistemas de acreditação no ensino superior, para aumentar o intercâmbio de estudantes, disse, em Luanda, o ministro da Educação português, Nuno Crato. O governante, que falava à Lusa no final dos trabalhos da V Reunião Ministerial do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia da CPLP, a decorrer em Luanda, acrescentou que o objectivo é “criar progressivamente uma troca de informações sobre o que representam os graus de licenciatura, mestrado e doutoramento, que são em cada país atribuídos”. “Isto vai ser muito importante para nós conseguirmos perceber melhor como é que podem ser feitos os intercâmbios entre estudantes dos diversos países, como é que os nossos países podem beneficiar de uma cooperação”, adiantou. Nuno Crato destacou o intercâmbio que já existe em Portugal e no Brasil, que através do programa “Ciência Sem Fronteiras” vai permitir enviar “muitos estudantes” para Portugal.
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“Isso é muito importante para Portugal também e é um reconhecimento do grande nível das universidades portuguesas. O Brasil está mais interessado nos doutoramentos, porque nós temos em Portugal doutoramentos e programas de pós-graduação de elevada qualidade e é por isso que o Brasil está interessado em enviar-nos muitos dos seus estudantes”, frisou. No domínio da Ciência, Nuno Crato afirmou à Lusa que da reunião da CPLP saiu igualmente a decisão de trocar informações no acesso à informação científica. “Portugal tem tido um acesso à informação científica internacional organizado, através da B-On, que é uma biblioteca ‘online’, e nós estamos a trabalhar para que os países em conjunto partilhem alguns desses recursos e o acesso a uma série de bibliotecas internacionais ‘online’”, destacou. Nuno Crato disse ainda que Portugal está a criar um Centro da UNESCO para as Ciências Básicas e que, da reunião de Luanda, saiu o “empenho da CPLP em colaborar com Portugal na criação deste centro de excelência para as ciências básicas”. K
trados de habilitação profissional para a docência. Nos cursos de Medicina, a oferta em 2012-2013 deve ser igual à deste ano lectivo. No despacho, o executivo diz ainda às instituições de ensino superior que não devem ter no próximo ano lectivo mais cursos do que tiveram este ano, salvo um conjunto de excepções, como sejam cursos leccionados à distância. Publicidade
O Governo decidiu também que não serão financiadas novas admissões em cursos que neste ano lectivo tenham tido menos de 20 inscrições ou menos de 40 desde o ano lectivo de 2009-2010. O despacho impõe também que não podem ser abertos cursos com menos de 20 vagas, a não ser em cursos preparatórios de Artes, ou resultantes de protoco-
los internacionais, que não sejam financiados pelo Estado ou quando se prove a sua “especial relevância”, entre outras excepções. Para pedirem à DGES a apreciação do aumento de vagas num determinado curso, as instituições terão que provar primeiro que não têm vagas a libertar em cursos que não ficaram completamente preenchidos.
Para o cálculo da empregabilidade, devem usar como referência os números da Direcçãogeral de Estatística e Ciência, que registam o número de desempregados por curso inscritos nos centros de emprego. Deverão provar que “o nível de desemprego nesse curso é inferior ao nível médio de desemprego dos diplomados com um curso superior”. K