setembro 2012 Diretor Fundador João Ruivo
Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XV K No175 Distribuição Gratuita
ensino jovem Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS
universidade
João Queiroz recandidata-se à UBI C
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politécnico
Idanha paga propinas a alunos da ESGIN C
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Politécnico
Erasmus Buddy arranca em Leiria
www.ensino.eu Assinatura anual: 15 euros
Luís Nazaré, gestor e docente universitário
As culpas da academia na crise internacional C
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Esther mucznik, em entrevista
pOLITÉCNICO
Guarda faz noite para investigadores C
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No final de setembro
Templários invadem castelo da cidade
A história dos portugueses no holocausto Esther Mucznik é vice-presidente da Comunidade israelita de Lisboa (CIL) e fundadora da Associação Portuguesa de Estudos Judaicos. Em entrevista ao Ensino Magazine explica como foi a vida dos portugueses durante o holocausto.
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Luís Nazaré, economista
As culpas da academia na crise internacional 6 O docente acusa muitas escolas de economia e gestão de um «seguidismo acrítico» em relação aos conteúdos de cunho marcadamente liberal dos manuais de estudo. Luís Nazaré acrescenta que a mensagem que é difundida acaba por se reflectir posteriormente no comportamento dos estudantes no mercado de trabalho, por exacerbar o espírito individualista, o culto do curto prazo e o desenfreado embaratecimento dos factores produtivos. Li um artigo seu em que diz que este Governo «distribui malvadezas aos bochechos», aconselhando os políticos da maioria a lerem Maquiavel. Quer concretizar? O traço marcante da actual governação tem sido o cumprimento, mais do que canino, daquilo que foi acordado com a troika (ou a tríade, como lhe chamo) - e eu, deixe-me ressalvar, defendo que se deve respeitar o que foi contratualizado. Acontece que o Governo tem ido para além do que estava previsto por razões marcadamente ideológicas. Há um cunho ultra-liberal na acção governativa e isso tem feito com que as medidas fossem agravadas, com reflexos devastadores na economia nacional. O Governo insiste que o memorando de entendimento será cumprido, «custe o que custar». Os cortes nos subsídios de férias e de Natal, e a torrente de impostos, como o aumento do IVA, o IMI e a Lei das Ren-
das não terão o efeito contraproducente de distanciar, ainda mais, ricos e pobres? Nas alterações ao nível da Lei das Rendas e do IMI não sou crítico, porque havia uma situação estrutural que importava mudar, introduzindo mais flexibilidade, equilíbrio e justiça, especialmente no primeiro dossier, enquanto no caso do imposto sobre imóveis as suas regras de cálculo baseavam-se em indicadores serôdios. Fosse ou não à pala do acordo com a tríade, eu creio que ambos os processos teriam de ser corrigidos. O que eu verdadeiramente contesto é que este regime de austeridade intensifica a desproporção entre os rendimentos dos mais ricos e dos pobres. O índice de Gini, que é uma medida comummente aceite, está aí para o demonstrar. Na última década têm aumentado as desigualdades e o fosso entre ricos e pobres? Eu diria que nos últimos 25 anos esse fosso tem vindo a acentuar-se. Os ricos são mais ricos e os seus rendimentos têm vindo a acelerar, cavando assimetrias ainda mais profundas em comparação com as classes intermédias e os mais desfavorecidos. Portugal, no quadro europeu, é um dos países onde o indicador de Gini é mais acentuado. Perante um cenário que convida a uma atmosfera socialmente efervescente, fica
surpreendido por não se verificarem convulsões de rua, como se tem visto na Grécia e em Espanha? É um dado interessante constatar que as pessoas têm aceitado, de forma relativamente serena, o plano de austeridade. Posso avançar com uma leitura: mesmo quem não domina os conceitos económicos reconhece que o aumento do nível e da qualidade de vida foi feito à custa da sustentabilidade económica. Ou seja, vivemos acima das possibilidades, como foi reiteradamente afirmado. Foi uma tese muito martelada e acabou por entrar na cabeça das pessoas. Os portugueses estão a consciencializar-se que viveram numa espécie de ilusão económica? De alguma maneira, apesar de eu crer que é uma aspiração humana legítima atingir melhor qualidade de vida, ter acesso ao consumo e obter rendimentos mais elevados, ainda para mais no caso de Portugal em que somos dos países mais pobres da Europa Ocidental. Gastou-se excessivamente, o acesso ao crédito foi demasiado fácil – para o Estado, as empresas e as famílias – o que explica, em larga medida, o défice externo a que chegámos e as condições de endividamento com que nos confrontamos. Penso que deve apontar-se o dedo aos que nos emprestaram dinheiro, sem qualquer critério ou base de susten-
tação. Quando há uma relação desproporcionada, temos de nos perguntar quem é que a causou, quem é que publicitou e promoveu esse acesso fácil ao dinheiro? Quem beneficiou e quem é que não fez um trabalho de análise competente sobre o credit scoring? A resposta às suas perguntas é fácil, foram os bancos que emprestaram o dinheiro… Foram os bancos que emprestaram a quem muito pediu e quem emprestou aos bancos foi o mercado financeiro internacional. Portanto, toda a gente é co-responsável. Não há que iludir as questões. Critica o papel das agências de rating que acusa de terem desferido um ataque às economias da periferia da Europa, onde se inclui Portugal. Não querendo alimentar uma teoria da conspiração, pensa que na base da instabilidade está uma guerra do dólar face ao euro? Admito que existam laivos de confronto entre o dólar e o euro. O dólar é a moeda de refúgio internacional. Cerca de dois terços das reservas internacionais em moeda são feitas em dólar, um quarto em euros e o restante num pacote de quatro ou cinco outras moedas. E não é possível escamotear que em certa medida existe um confronto entre os Estados Unidos e a Europa. Nós somos aliados, mas somos rivais. Logo, o clima ;
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de briga e disputa não pode ser negligenciado.
uma transumância incompreensível entre os poderes públicos e privados, designadamente no que diz respeito à banca, onde se sucedem as idas e vindas, os registos opacos, a que nenhum governo norte-americano, seja democrata ou republicano, se tem furtado. Perante esta complacência, entidades como a Goldman Sachs sentem que podem dominar o mundo, manipular os indicadores, dominar mercados e controlá-los a seu bel-prazer. Tudo aquilo que está sujeito a cotações e onde os mercados financeiros intervêm na economia, a bem dizer em praticamente tudo nos dias de hoje, há uma mão que em lugar de servir para sustentar o financiamento da economia, pelo contrário, o que se procura é a obtenção de lucros fáceis e particulares. Seja à custa do que for, recorrendo a mecanismos de pura especulação.
Mas isso não é a única raiz do mal…. Não. Um dos problemas com que nos confrontamos é como fazer face ao domínio absolutamente excessivo e, por vezes, obsceno que o sistema financeiro, onde se incluem as agências de notação, tem exercido sobre a economia nacional. As agências de rating têm, a meu ver, tido um papel pernicioso, muito embora conveniente, ao sistema. Estas agências não tinham há uns anos atrás a importância de hoje porque os bancos dispunham dos seus próprios departamentos de análise e gabinetes económicos onde faziam as suas próprias notações, sem dependerem as agências de rating, como hoje acontece. Porque é que diz que as agências de rating têm um «papel conveniente ao sistema»? É muito conveniente especialmente para as instituições creditícias do mundo financeiro que em poucos segundos conseguem analisar o rating emitido pela agência de notação relativamente à entidade que solicita o empréstimo. Essa classificação era aceite sem crítica e de forma generalizada. Até que um dia descobriu-se que o demónio tinha saído da garrafa, ganhou vida própria, demonstrando interesses e motivações particulares, que estão longe de ser transparentes. Especialmente nos Estados Unidos, onde os casos são muito mais flagrantes que na Europa. Isto apesar de nos Estados Unidos existir uma regulação bastante exigente… Sem dúvida, mas nos Estados Unidos os casos vêm à tona mais rapidamente. Salta à vista a actuação incompetente, espúria, interessada e viciante que as agências de notação exibem em favor, muitas vezes, dos interesses particulares dos seus accionistas. Escreveu em 2008 um artigo chamado «as culpas da academia» onde atribui a matrizes educacionais o disseminar das teorias de agência e da essência do liberalismo determinista. Quer concretizar de que forma um centro de saber, como é a Universidade, pode veicular, de forma interessada, uma ideia à escala global? Vou procurar ser sintético na explicação. De uma forma geral, as faculdades de economia e de gestão têm acentuado, especialmente nos últimos 20 anos, um tipo de conteúdos monocolor. Dito de outro modo, os conteúdos e a carga política e ideológica não podem ser dissociados da economia. Essa confluência nos ditames da teoria neoclássica, quer ao nível macro, mezzo e micro económico, têm vindo a acentuar-se, o que faz com que hoje os conteúdos curriculares das faculdades de economia e gestão no mundo ocidental sejam muito semelhantes. As diferenças são mínimas. Está a referir-se a uma padronização excessiva? A economia é uma ciência social e, como tal, devia dar lugar a uma maior di-
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Em Setembro teremos novos regastes em perspectiva, o mais provável, em Espanha. A vaga especulativa tem como fito o desmantelar da Zona Euro?
versidade e a um maior sentido crítico e não a um seguidismo acrítico relativamente áquilo que os manuais, de cunho marcadamente liberal, difundem. Nesse aspecto a academia tem as suas culpas porque a mensagem que passa acaba por se reflectir no comportamento das pessoas. Um estudante que passe por uma escola de economia ou gestão padrão-tipo vem de lá impregnado de um conjunto de ideias e valores que o incentivam a exacerbar o seu comportamento individualista, o culto do curto-prazo e da procura desenfreada pelo embaratecimento dos factores produtivos. Não é de estranhar nas assimetrias entre os que têm mais e menos rendimentos, na clivagem social muito marcada que se verifica e na corrida ao sucesso como valor absoluto, em nome de um individualismo vincado. Como é que as universidades podem alterar esse paradigma? É preciso introduzir uma dimensão de análise social, espírito colectivo e solidário que tem falhado nos conteúdos que são ministrados nas escolas. Noutro artigo seu que repesquei no «Jornal de Negócios», denuncia a Goldman
Sachs e a JP Morgan por fazerem fortuna à custa das dívidas soberanas. Que interesses são esses, que permanecem ocultos da grande opinião pública? Os escândalos são sistemáticos, especialmente envolvendo essas duas entidades. Mas não são as únicas. Basta lembrar o escândalo recente que envolveu a viciação da taxa de referência interbancária europeia, a Libor e a Euribor, em que basicamente todos os bancos pactuaram, no seu próprio interesse, viciando as regras de mercado. É extensa a literatura recente sobre a Goldman Sachs, um banco de investimento por onde passaram os líderes das principais entidades financeiras de topo, caso de Mario Draghi e Christine Lagarde. O que é que este banco tem de especial? Quero recordar que a Goldman Sachs salvou-se da falência por via da intervenção de fundos públicos. Algo que não foi feito, por exemplo, com a Lehman Brothers. Sendo uma hidra beneficia de um qualquer estatuto protector por parte dos estados, nomeadamente por parte das administrações norte-americanas. Há de facto uma fluidez excessiva. Assistimos a
CARA DA NOTÍCIA 6 Na academia, nas empresas e no Benfica Luís Nazaré nasceu no Porto, em 1957, mas veio, ainda bebé, para a capital, onde reside. Gestor e economista de profissão, é professor universitário no ISEG, onde se licenciou e tirou mestrado em Gestão de Empresas. Apesar de «gostar muito de política», foi mesmo assessor de António Guterres para as áreas da indústria, comércio e turismo e é amigo próximo de José Sócrates, diz que o desempenho de cargos governativos não o atrai. Talvez por isso é conhecido nos ”mentideros” jornalísticos como o «eterno ministeriável» para governos do PS, partido de que é militante. «O meu espaço de vida é na academia, nas empresas e no Benfica», sintetiza. Ocupou diversos cargos de presidente em entidades com o prestígio da ANACOM e dos CTT, tendo pertencido à direcção da Associação de Defesa do Consumidor – Deco. Homem da confiança do presidente do Benfica, Nazaré é presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube da Luz, depois de ter sido presidente do Conselho Fiscal. É colunista regular do «Jornal de Negócios». Recebeu em 2006 a distinção de Grande Oficial da Ordem de Mérito. K
Não, não tem esse fim. Não creio que haja uma conspiração anti-europeia. O mercado de produtos derivados têm como propósito ganhar dinheiro, provocando instabilidade. Somente. E se o ganhar dinheiro passar pela destruição do euro, independentemente da moeda ou do sistema, fá-lo-ão, sem hesitações. É perfeitamente circunstancial o facto de o euro estar sob fogo neste momento. Amanhã pode ser à custa do dólar, do yen ou a libra. A Europa sem o euro e com menos um membro é um cenário que já esteve mais distante de acontecer? Já estivemos mais longe disso, mas algo me diz que o que é racional e do interesse de todos, acaba sempre por primar. Há muitos estudos que apontam que a Europa teria muito mais a perder do que a ganhar com a ruptura da Zona Euro. Portanto, isso pode ser uma força determinante para inverter o rumo dos acontecimentos porque, basicamente, se trata de um mal menor. Contudo, não é de descartar que a conjugação algo caótica do processo de decisão política em cada país (dependente das lógicas eleitoralistas e das pressões a que cada governo está sujeito por parte das suas opiniões públicas) e da turbulência nos mercados financeiros possa levar, talvez irracionalmente, a uma de três situações: uma saída organizada; uma saída desorganizada – menos provável; finalmente, há a incerteza de em caso de saída, se saem os pobres ou os ricos. Volto a repetir: espero que nenhum destes cenários ocorra. Se houver inteligência a Europa vai ultrapassar a crise actual, com sacrifícios e concessões que o norte terá de forçosamente de fazer ao sul. Disse que «esta Europa tem futuro, se não for o dos cobardes». Quer com isto dizer que o «velho continente» está a ser governado por líderes sem rasgo? É uma crítica aos líderes políticos e aos mecanismos de governação e decisão europeia. É preciso reforçar as instâncias europeias para a Europa caminhar numa ;
lógica mais unida e federal. Não há que ter receio de o referir. A solidariedade tem que seguir na mesma direcção que os mecanismos de coesão e com mecanismos federais que assegurem uma harmonização das práticas dos diferentes países da Zona Euro e da Europa, em geral, nomeadamente no que diz respeito à sua própria disciplina orçamental.
meados dos anos 80, admito que o FC Porto tem tido mérito, construiu boas equipas, tem demonstrado competitividade, o que explica boa parte dos títulos que conquistou, internamente e além-fronteiras. Tem acompanhado Luís Filipe Vieira nos órgãos sociais do clube nestes 9 anos que ele leva como presidente. Admite erros próprios de gestão?
Ao cimento económico chamado moeda única faltou um modelo federalista a sustentá-lo?
Para os mais esquecidos, importa não esquecer que o Benfica ainda não há muito tempo conheceu períodos de gestão muito tumultuosa e até danosa, com episódios e peripécias que fatalmente acabam por se repercutir no aspecto desportivo. Felizmente os sócios puseram cobro a essas situações e fizeram as escolhas certas em termos da liderança dos destinos do clube. O Benfica está bem entregue e a enveredar pelo rumo certo. Em termos desportivos nos últimos três anos fomos campeões uma vez e vice-campeões em duas ocasiões. Espero que o Benfica assuma um ciclo de vitórias consecutivas, partindo de uma correcta gestão dos recursos humanos e de uma eficiente máquina que alimenta o futebol profissional do clube. Estou certo que as vitórias aparecerão com mais frequência.
Sim, sim. Para termos mecanismos mais solidários, nomeadamente o papel do BCE e a sua intervenção em momentos de crise, é preciso haver em simultâneo regras e uma disciplina de coordenação económica e financeira de tipo federal. Espero que a Europa siga por aí, mas se a conjugação das influências se exerce de forma algo desordenada, nada nos garante que assim seja. É docente do ISEG, tendo como especialidade estratégia organizacional. É uma área fundamental nos dias que correm? O mais possível. O sucesso de uma organização e a sua competitividade passa muito pelo acerto nas escolhas estratégicas. Por mais eficiência produtiva que uma empresa demonstre ter ou gerar produtos capaz de afrontar a concorrência, se não possuir uma estratégia bem pensada ela nunca conseguirá ser bem sucedida. A engenharia é um dos cursos com menos problemas de empregabilidade. Pensa que a racionalização dos cursos chegou tarde demais? Penso que temos de reflectir sobre diversas variantes. Primeiro, estamos perante um pano de fundo em que o desemprego afecta sobremaneira o universo dos recémlicenciados. A crise económica não permite que se gerem os postos de trabalho desejáveis. Segundo, a natureza do curso que os jovens escolhem. Os de índole mais técnica têm, de uma forma geral, mais saídas para o mercado trabalho. Engenharias é um deles. Mas há outros. Houve durante muito tempo a ideia, e a economia acolhia todas estas aspirações, que qualquer que fosse o curso escolhido havia de existir uma colocação profissional. Portanto, muitos escolheram determinados cursos por terem aversão a áreas mais técnicas, onde há cargas de matemática, física, etc. Perante isto, foi natural a fuga para formações de outra natureza, no domínio artístico, social, humanísticos, etc. E o caos da procura a superar a oferta ficou à vista… Estas escolhas são legítimas, até porque é importante que um jovem persiga os seus sonhos e a sua vocação, mas não pode esquecer-se, quando escolhe o curso, que amanhã terá de encontrar um trabalho. Ou seja, não pode perder o sentido prático das coisas, por mais constrangedor que isto possa parecer. De há 15 anos a esta parte assistiu-se a uma corrida às ciências da comunicação, as relações internacionais, etc – áreas respeitabilíssimas mas que não
munem o jovem de competências específicas que sejam imediatamente integráveis e compatíveis com as necessidades do mercado de trabalho e das empresas. Não se pode estranhar que as mesas dos decisores estejam atafulhadas com CV de pessoas com estas formações. Um curso de Direito, por exemplo, confere mais versatilidade ao candidato? Certamente. O curso de Direito tem associado um grau de tecnicidade elevado e que se coaduna com as necessidades do mercado, o que não quer dizer que também não existam licenciados desempregados nesta área. Há outro factor, que não queria deixar de mencionar, que está relacionado com o prestígio das próprias faculdades. As instituições com níveis de exigência e desempenho mais altos são aquelas onde os estudantes conseguem mais facilmente colocação. Não é por acaso que no domínio das principais escolas de economia do país (caso do ISEG, do ISCTE, da Nova, Católica e Faculdades do Porto e Coimbra) a empregabilidade dos jovens saídos das licenciaturas ou dos mestrados é muito elevada. Pedem meças a qualquer escola internacional. Sei, até porque é o caso que conheço melhor, o ISEG tinha uma taxa de empregabilidade superior a 90 por cento. A massificação do acesso ao ensino superior fez aumentar o número da oferta privada. Os casos da Independente e das equivalências do ministro Relvas na Lusófona contribuem para desprestigiar os alunos que lá se formam? Bem vê que a capacidade de absorção das escolas públicas é limitada, muito devido aos critérios de exigência e selecção mais apertados que nem todos podem preencher. Por isso, é legitimo que nasça um mercado paralelo, que é o ensino universitário privado. Nada contra desde que observados critérios de exigência e padronização com
vista à formação das pessoas. Em certos países, por exemplo, nos Estados Unidos, o ensino privado tem uma qualidade melhor ou equivalente ao ensino público. Quanto a eventuais comportamentos desviantes, a universidade é que fica responsável por eles e terá de sofrer as consequências do facilitismo, deliberado ou inconsciente, na sua relação com o mercado. Está apreensivo com os cortes anunciados para o ensino superior e com o número de alunos que foram obrigados a renunciar à sua formação por incapacidade económica? Os estudantes têm sido obrigados a abandonar a faculdade, nomeadamente por falta de rendimentos para liquidar as suas propinas. É uma realidade terrível e um fenómeno preocupante, ainda para mais quando muitos deles têm capacidade e aproveitamento para obterem o seu diploma universitário. Revela bem o estado agudo a que o país chegou. É verdade que uma sociedade e um mercado de trabalho não se resumem a pessoas com diplomas universitários, mas é óbvio que aqueles que acumulam um conjunto de conhecimentos mais elevados tem mais condições para se revelarem profissionais aptos a integraremse no mercado de trabalho. Actualmente é presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica, depois de já ter sido presidente do Conselho Fiscal. Consegue encontrar explicações para o facto de o seu clube ter perdido a hegemonia futebolística, em termos de títulos, para o FC Porto? Eu identifico razões normais e razões anómalas. Destas últimas não vou falar, porque são do conhecimento público e geral. No restante, devo dizer que os ciclos de vitórias acontecem em todos os países, em Inglaterra, em itália, etc. Em Portugal verifica-se uma grande polarização entre Benfica e FC Porto, como acontece aqui ao lado, com o Real Madrid e o Barcelona. Desde
A marca Benfica é das mais reconhecidas do país nacional e internacionalmente. Em época de carestia financeira, como se conseguem gerir recursos com parcimónia e sem entrar em loucuras, contentando a massa adepta sedenta de vitórias? É um equilíbrio muito difícil. Os adeptos querem conquistas e para consegui-las é preciso contratar bons jogadores, necessariamente caros. Dantes os clubes tinham um acesso mais facilitado ao crédito, endividavam-se e acumulavam sucessivos défices de exploração, sempre compensados por entradas de dinheiro de diversas naturezas, sem cuidarem muito da sustentabilidade das suas contas. Trata-se de um fenómeno generalizado. Veja que até o Manchester United, que está cotado na bolsa de Wall Street, está longe de ter uma estrutura financeira saudável. Os direitos televisivos dos jogos do Benfica na Luz terminam para a SportTV, no final desta temporada. Está preparado em 2013/2014 para assistir aos jogos do seu clube noutro canal? Qualquer que seja a solução a Benfica SAD deve procurar obter o melhor encaixe financeiro. Os mecanismos do mercado televisivo não são transparentes e falta concorrência. Desenha-se, inclusive, uma concentração absoluta. O leque de escolhas deve ser alargado. O Benfica está atento a todas essas circunstâncias e não é parvo. Estamos cientes do valor que esta marca tem em Portugal e fora das nossas fronteiras. O clube não vai deixar transformar-se num simples joguete nas mãos das plataformas televisivas. K Nuno Dias da Silva _H Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _
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UBI
João Queiroz anuncia recandidatura
Eleições na UBI já mexem 6 O reitor da Universidade da Beira Interior (UBI), João Queiroz, disse que se vai recandidatar a um segundo mandato no cargo em 2013. João Queiroz afirmou que será “candidato a reitor no início do próximo ano, independentemente do resultado das eleições para o Conselho Geral” da universidade, que devem acontecer até final do ano. O Conselho Geral é um órgão com 29 membros e que é responsável pela eleição do reitor. O reitor da UBI justifica a recandidatura com a vontade de dar continuidade ao “projeto iniciado em 2009” e que se norteia por “uma maior ligação entre o ensino e a investigação, uma aposta na internacionalização, maior interação com a sociedade e maior eficiência e qualidade”. João Queiroz era presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI e foi eleito reitor da instituição a 6 de abril de 2009. Outros dois candidatos na altura não afastam a possibilidade de voltarem a concorrer em 2013: Manuel Santos Silva, anterior reitor, e António Fidalgo, professor catedrático de Ciências da Comunicação e diretor do Laboratório de Comunicação Online (LabCom). Sem afastar a possibilidade de uma candidatura, António Fidalgo disse à agência Lusa que está atualmente “a dinamizar uma lista para o Conselho Geral”.
João Queirós já anunciou a sua recandidatura
Santos Silva e António Fidalgo não fecham a porta Na lista, defende “a coesão da academia e autonomia das faculdades”, tal como explicado no blogue maisacademia.wordpress.com. À agência Lusa, Manuel Santos Silva também não afasta o
cenário de uma candidatura, mas referiu que “não é altura para se pensar no assunto: aquilo em que se deve pensar agora é na eleição do Conselho Geral”, concluiu.K
Investigação do Minho
Novos administradores para a Universidade
6 João Queiroz, reitor da Universidade da Beira Interior, deu posse aos dois novos membros da administração da academia no passado dia 3 de setembro. Os dois administradores vão estar agora em ligação à equipa reitoral e fazem parte de uma aposta de reforço de atividades que se vão implementar. Para o responsável máximo pela academia, os desafios que são colocados atualmente às universidades, “nomeadamente no setor da ação social”, levam a que “se tenha optado pela nomeação de um administrador para esta área”. João Queiroz sublinha que a UBI “vai avançar com um conjunto de novas ações que, como sempre, visam melhorar e ajudar os alunos da instituição”. Nesse sentido, a nomeação de uma pessoa dedicada à ação social é vista pela reitoria como uma forma de “reforçar estratégias” e continuar a trabalhar no apoio à comunidade ubiana. O Fundo de Apoio Social, cujo regulamento foi aprovado esta semana, as bolsas de apoio a estudantes e outras iniciativas são alguns dos exemplos do leque de atividades onde a UBI tem vindo a reforçar as suas competências. A estas juntam-se, em breve, diversas propostas para responder aos desafios que se têm vindo a colocar com os cenários nacionais económicos menos favoráveis. Roque Manuel de Carvalho Teixeira foi nomeado para administrador dos Serviços de Ação Social. É licenciado e mestre em Engenharia e Gestão Industrial pela Universida-
de do Minho, onde exercia atualmente o cargo de gestor de eventos e projetos do Departamento Desportivo e Cultural dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho. Com um percurso sempre ligado ao desporto e à ação social, foi administrador do Grupo Nobreza, entre novembro de 2008 e novembro de 2009, e assessor do secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do XVII Governo Constitucional, entre novembro de 2009 e junho de 2011. Já Carlos Manuel Esteves de Araújo é o administrador da UBI. Licenciado em Contabilidade e Administração pelo ISCAL, pós-graduado em Marketing Management pelo ISEG, tem várias formações nas áreas de direção de recursos humanos, estratégia, finanças, sistemas de gestão de qualidade, business analysis, entre outras. Exerceu funções de diretor geral, diretor financeiro, diretor de loja, diretor de compras, diretor de desenvolvimento e diretor comercial na SONAE, entre 1990 e 2000 e na Electroliber, entre 1982 e 1990. Queiroz adianta ainda que com a nomeação destes dois novos administradores julga “ter ido ao encontro das necessidades da UBI ao encontrar perfis que dão garantias de competência técnica nas áreas que encerram os maiores desafios da Universidade no futuro próximo, entre as quais se destacam os recursos humanos e as finanças no caso da UBI e o apoio e integração social no caso dos SASUBI”. K Eduardo Alves _
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Está bem Abelha 6 Ana Oliveira, investigadora do Departamento de Engenharia Biológica (DEB) da Universidade do Minho, está envolvida na criação de um produto inovador capaz de combater a loque americana, uma doença bacteriana que atinge as abelhas e provoca prejuízos económicos consideráveis no sector da apicultura. Esta situação obriga os cerca de 17 mil produtores do país a queimar as colmeias afetadas para erradicar a doença, prejudicando o crescimento da atividade, que só em 2011 rendeu cerca de 100 milhões de euros. O projeto de investigação está a ser desenvolvido em parceria com o engenheiro zootécnico Tia-
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go Moreira, que se dedica à apicultura na zona de Entre Douro e
Valdemar Rua Minho, a Federação Nacional de Apicultores e a Direção Geral de Veterinária. “Estamos a procurar uma forma de combater o flagelo não através de antibióticos, uma vez que de acordo com a legislação europeia não é permitida a sua presença no mel, mas utilizando vetores biológicos antimicrobianos, os bacteriófagos, que existem e são isolados do meio ambiente”, explica a doutorada em Engenharia Química e Biológica. O objetivo é que o produto à base de bacteriófagos possa ser aplicado pelos apicultores nas abelhas, o que poderá vir a ter resultados positivos na exportação e no consumo de mel. K
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Hidrologia e Climatologia Médica
UBI com pós graduação 6 A Universidade da Beira Interior acaba de criar uma pós graduação em Hidrologia e Climatologia Médica que se destaca por ser única no País. Este curso tem a duração de um ano letivo e decorrerá às sextas-feiras e sábados, no Centro de Formação Interação UBI Tecido Empresarial (Cfiute). O curso visa formar profissionais de várias áreas, através de uma aborda-
gem interdisciplinar como a saúde, a engenharia e a química. Pretende formar agentes de saúde capazes de assegurar a direção clínica nos estabelecimentos termais, além de qualificar recursos humanos capazes de assegurar a direção técnica, nomeadamente, a responsabilidade e a gestão dos recursos hidrominerais nos estabelecimentos termais e/ou em SPA. Outra das linhas visadas
pela pós-graduação é a da gestão de laboratórios termais e dos recursos hidrominerais de forma a manter a qualidade da água e consequentemente o bemestar dos utentes. “Aliando o vazio de formação nesta área a nível da região centro do País
que possui já algumas estâncias termais, nomeadamente Unhais da Serra, Manteigas, Cró, Fonte Santa, Águas, Touca, Monfortinho, entre outras, à realização de uma pós-graduação em hidrologia e climatologia médica, com um programa organizado em torno de um
conjunto de temas como termalismo, hidrogeologia, água e saúde pública, é um passo fundamental para complementar e melhorar os recursos existentes”, explicam os organizadores da formação. Responsáveis que esperam contribuir para a melhoria contínua
do setor termal, quer numa perspetiva clinica, quer de engenharia, quer da química. O curso terá início a 28 de setembro e as inscrições podem ser feitas através do sítio internet do Cfiute. K Eduardo Alves _
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UBI
Lusofonia em congresso
6 Juntar culturas, conhecimentos e identidades de vários países de expressão lusa é o objetivo primordial do congresso que terá lugar na Covilhã, no próximo mês de outubro e que vai versar sobre Portugal, Brasil e África. Dois dias dedicados às relações históricas e culturais destes povos. O evento, promovido pelo Departamento de Letras da academia, conta com o apoio de outros departamentos e estruturas da instituição e também entidades exteriores. Segundo a organização, esta iniciativa está subordinada ao tema “Relações Históricas, Literárias e Cinematográficas”, e tem lugar nos dias 24 e 25 de outubro, na Cinubiteca. A iniciativa acaba por ganhar ainda mais relevância uma vez que tem lugar na época em que se assinala o ano de Portugal no Brasil e o ano do Brasil em Portugal. Debater as ligações históricas que unem estes espaços geográficos e fortalecer o que têm em comum é outra das metas que a organização do evento pretende alcançar. O Departamento de Letras da Universidade da Beira Interior “fez confluir essas três áreas geográficas da lusofonia que são Portugal, o Brasil e os PALOP num congresso internacional que tivesse
por objeto de estudo as suas relações históricas, literárias e cinematográficas, dispondo no subtítulo do congresso, por ordem cronológica, formas de relacionamento cultural cuja base de intercâmbio foi e é a língua portuguesa”, acrescentam ainda os responsáveis por este evento. Este primeiro congresso internacional, para além das relações históricas e literárias que os espaços em análise partilham, irá ter um enfoque especial no que diz respeito á cultura e identidade cinematográfica de Portugal, Brasil e África. Para além da parceria entre o Departamento de Letras da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior, o curso de Cinema da mesma Faculdade, junta-se ainda o Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto e enquadra-se num conjunto de iniciativas que o Departamento de Letras da UBI tem concretizado ao nível da lusofonia, nomeadamente, o Congresso Internacional Relações Culturais Portugal-África, em junho de 2008; o Colóquio Internacional Portugal-Brasil, em outubro de 2009; e o II Congresso Internacional Relações Culturais Portugal-África, em outubro de 2010. K Eduardo Alves _
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Aveiro tem projeto
Património Imaterial
6 É, provavelmente, a síndrome que mais exige, física e emocionalmente, de quem cuida de pessoas por ela afetadas. Dá pelo nome de demência, degenera progressivamente as capacidades intelectuais e afeta cerca de 153 mil portugueses. E o número não pára de aumentar. Para melhorar a qualidade de vida dos doentes institucionalizados afetados pela síndrome, a Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro está em quatro lares para pessoas idosas do distrito de Aveiro a ensinar estratégias de estimulação multissensorial e motora a quem deles cuida. As ações abrangem cerca de 60 auxiliares dessas instituições, todas mulheres, que têm a cargo o dia-a-dia dos cuidados diretos
6 A Associação Portuguesa para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, de que são fundadores professores de diversas universidades portuguesas e especialistas neste domínio, foi criada no final de Julho, na Sociedade de Geografia de Lisboa. Entre os fundadores, contamse o sociólogo das religiões Moisés Espírito Santo (catedrático da Universidade Nova de Lisboa), João David Pinto Correia (do Centro de Tradições Populares Portuguesas da Universidade de Lisboa), Mário Vieira de Carvalho (ex-Secretário de Estado da Cultura e musicólo-
Minimizar a demência
aos doentes. A estimulação multissensorial e motora são formas de intervenção não farmacológica e inovadoras em Portugal (e um pouco por todo o mundo), que permitem retardar a progressão dos sintomas da demência. “A investigação na área diznos que as intervenções não
farmacológicas têm um espaço de intervenção muito produtivo junto desses doentes”, aponta Alda Marques. A coordenadora do projeto quer, por isso, ver “a estimulação multissensorial e motora, ao contrário do que hoje acontece no país, mais implementada na rotina destes utentes”. K
Universidade da Beira Interior
Receção ao caloiro já mexe 6 Ninja Kore e Os Azeitonas são dois dos nomes já conhecidos para a Receção 2012 da Universidade da Beira Interior. Nas próximas semanas, os responsáveis pela Associação Académica da Universidade da Beira Interior (Aaubi) vão anunciar os restantes cartaz do evento que decorre entre os dias 14 e 20 outubro. A tradicional Latada tem data marcada para 17 de outubro e este ano, para além do desfile de estudantes, os membros da associação vão ainda distribuir uma revista sobre o movimento associativo e as suas principais atividades, sobre a comunidade ubiana e toda a região. A publicação contará com o apoio da
Universidade da Beira Interior, de várias câmaras municipais da região e também de “um conjunto expressivo de empresas”. Pedro Bernardo sublinha que será uma forma de mostrar toda a dinâmica que se vive na Beira Interior e que é promovida pela academia. Para dia 20, dia da cidade, os membros da associação estão a preparar uma feira onde as empresas que se apresentem na referida revista podem mostrar os seus produtos. No que diz respeito ao programa da receção, a latada irá abrir os momentos musicais. Também já anunciado pela AAUBI está o concerto de Ninja Kore, esta é uma das bandas que vai atuar no dia 18 de outubro. Uma de-
cisão tomada depois de a crítica ter considerado esta “uma das bandas revelação ao ganharem o Optimus Live Act e serem considerados os ‘Prodigy Portugueses’, sublinham os membros da Aaubi. Quem também vai marcar presença no cartaz do evento são Os Azeitonas. “Esta é uma banda que nos últimos tempos tem vindo a somar fãs, tornando-se um fenómeno de popularidade da música portuguesa esgotando concertos e festivais, através de músicas como a mediática ‘Anda comigo ver os aviões’ ou ‘Quem és tu miúda’”, daí a escolha para subirem ao palco do evento no próximo dia 19 de outubro.K Eduardo Alves _
Ex-alunos do Minho inovam
Computadores anti-roubo
6 Uma aplicação criada por três bracarenses, dois deles licenciados pela Universidade do Minho, propõe uma solução de segurança informática inovadora. A ideia foi transformada num negócio pela própria empresa que estes dois jovens criaram quando ainda estavam a frequentar o curso de Engenharia Informática da academia minhota. Com base em simples necessidades do quotidiano, a Paradigma criou uma aplicação pensada para quem utiliza o computador em espaços públicos, que previne o seu furto com a ajuda do telemóvel.
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Na prática, o telemóvel vigia o PC nos momentos em que o seu utilizador tem de o deixar sozinho por alguns momentos: a aplicação gera um aviso instantâneo no telemóvel do utilizador quando alguém mexe ou opera no computador. O produto chama-se “Keep An Eye” (Debaixo de Olho) e é extremamente fácil de utilizar, explica Miguel Martins de Almeida, um dos fundadores da Paradigma. Adianta que “o interessante é o facto de funcionar com qualquer computador, sem ser necessária qualquer instalação nem configuração. Abrir um
site e apontar a câmara do telefone para o computador é a única coisa que é necessário fazer. A partir desse momento, tudo o que nele acontecer é instantaneamente alertado no telemóvel”, acrescentando que “mesmo o mais ínfimo movimento é identificado pelo Keep An Eye, tirando-se proveito dos sensores de movimento (acelerómetros) disponíveis nos computadores modernos”. A aplicação custa 0,79 euros e está disponível para iPhone e brevemente estará também disponível para a plataforma Android. K
Associação está criada go), Alexandre Parafita (professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), Luís Marques (antropólogo, eleito presidente da Direcção), Vítor Veríssimo Serrão (Universidade de Lisboa), Susana Sardo (Universidade de Aveiro), Luís Raposo (ex-Director do Museu Nacional de Arqueologia), Clara Saraiva (Universidade Nova de Lisboa), Mário Correia (etnomusicólogo), Amadeu Ferreira (professor da Universidade de Lisboa e especialista em língua mirandesa), Luís Oosterbeek (director do museu de Mação) e Paulo Raposo (professor do ISCTE), entre outros. K
Universidade Portucalense
Estágios garantidos 6 A Universidade Portucalense (UPT) acaba de celebrar uma parceria com o Grupo Onebiz, que vai assegurar, no decorrer do próximo ano letivo, estágios curriculares a 25% dos seus alunos do Mestrado em Gestão. De acordo com Luís Pacheco, diretor do ‘Departamento de Ciências Económicas e Empresariais’ (DCEE), esta colaboração reveste-se de particular importância, na medida em que vai possibilitar uma relação estreita entre a Universidade e o tecido empresarial. “Os estágios vão proporcionar
aos alunos o desempenho de funções nas várias vertentes em que se desenvolve a atividade da ONEBIZ, nomeadamente nas áreas do marketing, da prospeção de novas oportunidades ao nível da oferta de serviços, do financiamento das operações e das estratégias de internacionalização”, revela. O mesmo responsável revela que estão já em curso contactos com outras empresas com vista a garantir mais parcerias deste género, que considera serem uma solução privilegiada para a inserção dos recém-formados no mercado de trabalho. K
Biorrefinaria em Braga
Bolsas beNOVA
T O Departamento de Engenharia Biológica (DEB) da Universidade do Minho, em parceria com a spin-off Biotempo – Consultoria em Biotecnologia, desenvolveu uma tecnologia pioneira que permite a recuperação e valorização dos resíduos da indústria de lacticínios. Esta biorrefinaria transforma o soro do queijo em mais de uma dezena de produtos com valor acrescentado a serem utilizados em vários sectores de produção, desde a alimentação à saúde, passando pela cosmética. A biorrefinaria já está em fase de testes, estando prevista ainda para este ano a construção de uma unidade à escala industrial, situada no Brasil. K
T A Nova SBE, em conjunto com os seus Antigos Alunos, já tem em funcionamento o Programa de Bolsas beNOVA, uma iniciativa pioneira para garantir que atuais alunos da escola que enfrentem dificuldades financeiras possam continuar os seus estudos. O desafio foi originalmente lançado à Faculdade por três antigos alunos de uma das primeiras licenciaturas em Economia (1980) da Universidade Nova de Lisboa. Para Virgínia Lopes, Eduardo Marques Ferreira e José Portela, o que estava em causa era claro: evitar que a atual conjuntura económica se refletisse no abandono dos cursos por alunos com dificuldades financeiras. K
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ESECB
Hidroterapia
Congresso ibérico debate envelhecimento
Alunos fazem terapia 6 Várias dezenas de adultos e crianças participaram em aulas de hidroterapia, na Escola Superior de Saúde de Castelo Branco. As aulas foram ministradas no âmbito da unidade curricular de Terapia pelo Movimento IV – Hidroterapia. Para além das consultas e tratamentos efetuados, os alunos deram seguimento às atividades pioneiras iniciadas naquela unidade curricular com as classes para crianças “crescer com saúde”, e as classes para adultos “mexa-se com saúde,” na piscina do IPCB/ ESALD. No corrente ano letivo, os alunos, sob a tutela da professora Rute Crisóstomo, realizaram classes de hidroterapia para doentes com Doença Venosa Crónica, e sessões individuais de hidroterapia a adultos e crianças, com
6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco, através das suas escolas superiores de Educação e de Saúde, em conjunto com a Universidad da Extremadura, realiza de 18 a 19 de outubro, o VIII Congresso Internacional Luso-espanhol sobre “Envelhecimento positivo e
solidariedade intergeracional”. A iniciativa tem como objetivos contribuir para a caracterização do processo histórico do envelhecimento; refletir sobre a situação atual das pessoas idosas; e fomentar o encontro de especialistas e investigadores. K
Castelo Branco As aulas decorrem na escola de saúde diversos problemas de saúde, tais como, paralisia congénita do plexo braquial, paralisia cerebral, lesões do joelho, lombalgia, cervicalgia pós-cirúrgica, neuropatia periférica, esclerose múltipla, Acidente Vascular Cerebral, entre
outros. Aproximar as aulas do contexto real da prática de fisioterapia em hidroterapia, através do projeto Prestação de Serviços à Comunidade, é o grande objetivo destas ações. K
Mestrado por e-learning arranca no IPCB
6 O IPCB através da sua Escola Superior de Educação e em colaboração com Red de Universidades Lectoras, disponibiliza o curso de Mestrado/Pós Graduação em Gestão Empreendedora em Leitura e Escrita (Gestión Emprendedora en Lectura y Escritura). O curso destina-se à especialização de profissionais de várias áreas (humanidades,
ciências sociais, professores, gestores, animadores sociais, técnicos municipais) e incorpora conteúdos orientados para dar a conhecer os novos conhecimentos na área da gestão de atividades e eventos de leitura e escrita. O curso tem um funcionamento essencialmente online, através da utilização de uma plataforma de e-learning. K
IPCB
Avaliação escolar com mestrado
Mestrado em Castelo Branco
Acordo garante mérito 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco, através da Escola Superior de Tecnologia, assinou no dia 3 de setembro de 2012, um protocolo de colaboração com a CASEMA, empresa do sector da construção com vocação para soluções construtivas em madeira incorporando preocupações ambientais e de sustentabilidade, com sede em Porto de Mós, Leiria. O protocolo tem como principal finalidade o enquadramento e envolvimento da CASEMA com o curso de Mestrado em Construção Sustentável do IPCB/EST para o desenvolvimento de projetos de investigação aplicada contextualizados na temática da Sustenta-
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bilidade da Construção visando a promoção da melhoria dos seus processos produtivos, da modernização tecnológica, do desenvolvimento e caracterização de produtos e sistemas. No âmbito do protocolo de cooperação foram ainda formalizados os termos da atribuição de um Prémio de Mérito, no valor de 1.000 euros, por parte da CASEMA, a um aluno do curso de Mestrado em Construção Sustentável do IPCB/EST. Este Prémio estabelece assim um incentivo adicional aos candidatos à frequência do curso, estando já programado o envolvimento de outras empresas nesta iniciativa do IPCB.
O envolvimento da indústria no curso, numa altura de grande reajustamento do sector, comprova a importância que os empresários começam a dar às matérias da construção sustentável como veículo de melhoria dos seus produtos e soluções construtivas, estabelecendo as Instituições de Ensino Superior como parceiro. Este aspeto encontra-se aliás já vertido numa comunicação recente da Comissão Europeia sobre a competitividade do sector da construção e das suas empresas, que estabelece como metas da Comissão o aumento da formação e competências dos profissionais em matéria de construção sustentável. K
6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco, através da sua Escola Superior de Educação, vai abrir candidaturas ao mestrado em Supervisão e Avaliação Escolar que irão decorrer entre os dias 10 de setembro a 19 de outubro. O mestrado tem, entre outros objetivos, dar a conhecer teorias e modelos de supervisão pedagógica e das organizações educativas; perspetivar criticamente
processos de supervisão, observação e avaliação pedagógica e institucional; aperfeiçoar competências ao nível da implementação, inovação e avaliação curricular na área específica de ensino; desenvolver capacidades para conceber, implementar e avaliar projetos a diferentes níveis educativos; ou coordenar processos de autoavaliação da organização educativa. K
Estudantes de Erasmus
Leiria procura anfitriões IPL
Alunos recuperam TIC 6 Cinco estudantes do Curso de Especialização Tecnológica (CET) em Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos (IMRSI) do Instituto Politécnico de Leiria (IP Leiria) devolveram ao Colégio da Cruz da Areia / Colégio Conciliar da Maria Imaculada a componente tecnológica que em 2005 o levaram a ser denominado como Escola do Futuro. Em apenas três meses, tempo correspondente ao estágio em contexto de trabalho do curso, os alunos recuperaram toda a componente tecnológica do colégio, que serve uma comunidade de 800 pessoas, estudantes, docentes e não docentes, mostrando-se o seu diretor pedagógico, Jorge Cotovio, “profundamente reconhecido pelo excelente trabalho desenvolvido”.
Filipe Mota Pinto, diretor do CET em IMRSI, elogia o trabalho desenvolvido pelos estudantes, que reposiciona novamente o Colégio como escola tecnológica. “Os alunos trabalharam sobre toda a componente tecnológica da Escola, de redes, hardware e software: refizeram e reestruturaram por completo a rede wireless, adequaram e otimizaram o hardware e o software, configuraram toda a infraestrutura de suporte de toda a comunidade, disponibilizaram wireless a todas as instalações do Colégio, etc.”. Foram recuperados dezenas de computadores obsoletos ou desativados, colocada rede wireless em todos os espaços e será apresentada uma nova página na Internet, mais atrativa e funcional. K
Informação Médica
Mestrado em Leiria 6 A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria (ESTG) vai abrir, no próximo ano letivo, um novo mestrado em Gestão de Sistemas de Informação Médica, que se realiza em parceria com Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e funcionará em horário pós-laboral nas instalações da ESTG. Aos diplomados será concedido o grau académico de Mestre pelo Politécnico de Leiria e pela Universidade do Porto. Rui Rijo, docente da ESTG que liderou a equipa envolvida na elaboração da proposta de mestrado, destaca as oportunidades desta área ainda pouco exploraPublicidade
da e com altos índices de empregabilidade. “O mestrado em Gestão de Sistemas de Informação Médica é o único no País com este foco e surgiu como consequência do enorme sucesso da licenciatura em Informática para a Saúde do IP Leiria, ao nível da inovação de projetos desenvolvidos e de empregabilidade dos nossos diplomados que ronda os 100%. Estão a trabalhar na área, e quando não criam o próprio emprego, muitas vezes baseado em produtos desenvolvidos durante o curso, estão colocados em empresas e organizações de saúde de sucesso e muito reputadas”, afirma. K
6 “Queres ser um ErasmusBuddy?”, é o desafio lançado pelo Instituto Politécnico de Leiria (IP Leiria) aos seus estudantes, que assim poderão ser os novos anfitriões e receber os colegas de Erasmus que virão estudar para as escolas do Instituto a partir de setembro. A iniciativa é do Gabinete de Relações Internacionais do Instituto Politécnico de Leiria, que aguarda inscrições até 30 de setembro. O Programa Erasmus-Buddy, implementado em Leiria desde 2005, pretende apoiar os estudantes estrangeiros no seu primeiro contacto com o país, a cidade e a instituição. O buddy deverá falar inglês, castelhano ou outra língua de um dos países da União Europeia, e a sua missão será ajudar o estudante a integrar-se na instituição e na cidade durante os primeiros tempos. “Normalmente temos entre 20 a 30 buddies por ano, e cada um tem a seu cargo mais do que um estudante estrangeiro, o que tem sido suficiente porque nem todos os estudantes incoming solicitam buddies, que é um serviço por medida e voluntário”, explica Ana Cecília Boa-Ventura, do Gabinete de Mobilidade e Cooperação Internacional, responsável pelo Programa.
“Os nomes dos buddies são registados, e aqueles que efetivamente orientaram estudantes terão menção de trabalho voluntário no suplemento ao diploma”, refere. A ajuda de um buddy à integração de um estudante estrangeiro de Erasmus poderá passar pela realização de uma série de pequenas coisas como mostrar-lhe a Escola, ajudá-lo na procura de alojamento, apresentá-lo ao seu círculo de amigos, entre outras. Nuno Mangas, presidente do IP Leiria salienta que “este é um esforço de voluntariado que será certamente recompensado, já que se trata de uma aprendizagem mútua, em que os nossos estudantes terão a oportunidade de treinar uma outra língua e fazer novas amizades.
A aprendizagem de uma segunda ou terceira línguas é fundamental para aumentar as probabilidades de ser bem-sucedido no mercado de trabalho, e as experiências de mobilidade são uma mais-valia inestimável, que abre aos estudantes novas perspetivas e os torna mais empenhados, resilientes e autónomos”. Os estudantes que forem selecionados participam numa sessão de esclarecimento e receberão um e-mail com os contactos do seu buddy, de forma a poderem iniciar os contactos com estes novos colegas, comunicando através do Facebook da Mobilidade; na welcome session dos estudantes incoming, terão a oportunidade de interagir uns com os outros. K
Politécnico de Leiria
Summer school é um sucesso 6 A International Summer School on iOS Game Development organizada pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria juntou 60 estudantes e profissionais, nacionais e estrangeiros, para receber e aprofundar conhecimentos no desenvolvimento de jogos 2D e 3D para as plataformas móveis da Apple. Nuno Fonseca, responsável pela summer school, que decorreu de 24 a 28 de julho na ESTG, destaca a “experiência única e a bagagem que os participantes levaram desta semana de intenso trabalho”. Entre os 60 participantes estiveram alunos de diversas instituições de ensino superior, estrangeiras, como a Universidade de Viena ou o Imperial College of London, e nacionais, como as universidades de Aveiro, de Coimbra, Nova de Lisboa e Católica, Instituto Superior Técnico, ISCTE, Politécnico de Bragança, e alunos do Politécnico de Leiria, assim como profissionais de diversas empre-
sas nacionais, o que mostra bem a qualidade e abrangência desta summer school e da reputação que o IP Leiria já tem na área. Os participantes ficaram satisfeitos com a experiência, que abarcou praticamente todas as áreas relevantes do desenvolvimento de jogos iOS, e o feedback que temos é muito positivo. A equipa do Departamento de Engenharia Informática criou ainda para o iTunes U mais de oito horas de formação tutorial em ví-
deo sobre iOS e desenvolvimento de aplicações para iPhone e iPad, com mais de 50.000 downloads efetuados. Estes vídeos são gratuitos e podem ser acedidos através de qualquer aplicação iTunes. Colmatando a ausência de obras portuguesas sobre o assunto, aqueles docentes escreveram ainda o livro “Desenvolvimento em iOS (iPhone, iPad, iPod Touch)”, dando assim um importante contributo para o aumento de know-how nacional nesta área. K
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Politécnico de Portalegre
Melhores alunos pagam menos 6 Os melhores alunos que ingressem na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Portalegre, no próximo ano letivo, terão ao seu dispor a possibilidade de beneficiar de bolsas ao longo de todo o curso, atribuídas ao abrigo do projeto “Quero Estudar Melhor”, numa iniciativa conjunta do Jornal Expresso e da Prébuild, com a assessoria técnica da EGOR. O apoio será concedido aos alunos dos cursos de Administração de Publicidade e Marketing, Design de Comunicação e no de Design de Animação e Multimédia. O projecto de concessão de bolsas de estudo universitárias visa premiar o talento e o apro-
Joaquim Mourato, presidente do IPP
Cortes prejudicam politécnico de Portalegre 6 O presidente do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) alertou, no final de agosto,que os vencimentos dos funcionários e a oferta formativa da instituição estão em “risco”, na sequência da redução de verbas do Estado para o ensino superior. Em declarações à agência Lusa, Joaquim Mourato explicou que em 2013 o IPP vai “sofrer” um corte no financiamento de 5,6 por cento, superior em 2,4 pontos percentuais à média do corte de verbas para o ensino politécnico no país, que será de 3,2 por cento. “Sem um financiamento de fundos comunitários, como compensação à redução de verbas por parte do Orçamento do Estado [OE], está em causa o cumprimento do pagamento de remunerações e o regular funcionamento do instituto”, disse Joaquim Mourato, em declarações à agência Lusa. “O valor que nós recebemos mensalmente do duodécimo atribuído pelo Estado fica muito aquém. Cifra-se em cerca de 80 por cento das necessidades, só para financiar as remunerações. Os restantes 20 por cento temos tido outras fontes de financiamento”, explicou. Em 2012, a instituição já tinha sofrido um corte de 10 por cento, sendo cerca de 12 milhões o or-
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çamento previsto para o ano de 2013. O financiamento do OE é de 7, 3 milhões de euros, sendo o restante capital proveniente de receitas efetuadas através de fundos comunitários, serviços prestados e protocolos com outras instituições. Entre pessoal docente e não docente, o IPP conta com 370 funcionários, cerca de 2700 alunos divididos por quatro escolas, sendo a oferta formativa repartida por cursos de especialização tecnológica, licenciaturas e mestrados. Joaquim Mourato adiantou que existem também “grandes dificuldades” por parte dos estudantes para pagar as propinas, “temendo” o que poderá vir a acontecer em 2013 nesta área, uma vez que “muitos alunos” abandonaram os estudos em 2012 por esse mesmo motivo. O presidente do IPP revelou que já apresentou ao secretário de Estado do Ensino Superior, João Queiró, os problemas com que a instituição se debate, sublinhando ainda que alertou o governante para o facto da “impossibilidade” do instituto funcionar normalmente com os cortes do OE. “Dessa reunião ficou a possibilidade de termos uma compensação daquele corte [OE] por
via do Programa Operacional Potencial Humano [POPH], para financiamento de cursos de especialização tecnológica. Esperemos que isso venha a acontecer”, declarou. Os politécnicos acordaram, no início de agosto, com o Governo, maneiras de aumentarem receitas para fazer face aos cortes orçamentais, incluindo candidaturas a fundos europeus para projetos dos institutos, e a agilização da captação de estudantes estrangeiros. Em comunicado, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), João Sobrinho Teixeira, saudou o “clima de entendimento e diálogo” entre os politécnicos e a secretaria de Estado do Ensino Superior, depois de os institutos se terem queixado de estar em “situação de emergência” com cortes sucessivos nos seus orçamentos. Sobrinho Teixeira destacou que os politécnicos têm feito uma “gestão rigorosa” para conseguirem, “mesmo em clima de austeridade, manter o custo por estudante mais baixo do ensino superior”. Segundo o CCISP, os politécnicos recebem 31 por cento do financiamento estatal atribuído ao ensino superior, mas têm “37% do total de estudantes”. K
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veitamento escolar de jovens alunos do ensino secundário que se distingam pelo caráter exemplar dos seus métodos e processos de estudo, ambição e capacidade de trabalho, proporcionando-lhes as condições financeiras para prosseguirem os estudos universitários ao abrigo das condições expressas num regulamento. Estes cursos da ESTG foram considerados elegíveis para a atribuição de bolsas, de acordo com o critério dos promotores da iniciativa, em nome da competitividade da indústria nacional e do desejável incremento do setor transacionável da economia portuguesa. K
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28 de setembro
Noite dos Investigadores 6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) é uma das instituições que vai assinalar, no dia 28 de setembro, a “Noite Europeia dos Investigadores”, um evento anual comemorado por toda a Europa de forma a celebrar a ciência e dar a conhecer a atividade dos investigadores científicos, nas diferentes áreas. No corrente ano, o IPG está integrado no projeto nacional coordenado pela Ciência Viva Agência Nacional para a Cultura Cientifica e Tecnológica, o qual tem como principal objetivo aumentar o reconhecimento público dos investigadores nas suas diversas perspetivas e componentes, oferecendo, ao público em geral, a oportunidade de descobrir a “face humana” de ciência. Este contato será viabilizado
através de intercâmbios e discussões diretas com os investigadores, bem como proporcionando a reflexão sobre o impacto da pesquisa em suas vidas diárias. A sensibilização para este evento, por parte do Instituto Politécnico inclui algumas atividades prévias, nomeadamente visitas a escolas (24 e 25 de Setembro) e a um programa de avaliação desportiva, a realizar dia 22 de Setembro, na pista do Parque Polis, na Guarda. No dia 28 terá lugar, no IPG, uma conferência subordinada ao tema “Desporto e Ciência”, que terá como orador Taborda Barata (Presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior). Esta conferência decorrerá a partir das 16 horas. As inscrições são gratuitas (embora
obrigatórias) e podem ser feitas através do e-mail udigeral@ipg.p Nesse mesmo dia, entre as 17h30 e as 22 horas, decorrerá no Café Concerto do TMG uma atividade de speed dating, que conta com a colaboração do Teatro Municipal da Guarda. No local será disponibilizado um Mural da Ciência e o Desporto para apoio da atividade de speed dating, onde os participantes no evento podem expressar os seus pensamentos. Ao longo do speed dating, diferentes investigadores científicos, docentes do IPG, estarão disponíveis para rápidas conversas individuais ou em grupo, com a população em geral, de modo a explicarem o que fazem enquanto cientistas, bem como para responderem às questões que lhes forem colocadas. K
Guarda
Fórum sobre Toponímia 6 O Instituto Politécnico da Guarda realiza, no próximo dia 30 de outubro um Fórum sobre Toponímia. Com esta iniciativa o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) pretende contribuir para um melhor conhecimento da cidade, dos valores históricos, culturais, sociais, religiosos e políticos a ela associados através da toponímia. “É intenção do IPG incrementar um estudo/divulgação através de diversificadas e distintas perspetivas que, globalmente, propiciem uma Guarda da memória”, refere a Comissão executiva, para quem a toponímia se assume “como referência dos valores históricos, culturais de cada lugar e memória coletiva de factos, personalidades, tradições ou legados identitários”. Como é salientado, “se a toponímia tem uma importância inquestionável na delimitação de espaços, permite, por outro lado, apreender a matriz de um povo, a organização sócio geográfica, o desenho da malha urbana de épocas passadas, o conhecimenPublicidade
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IPG
Investigação no Centro 6 Matchmaking Research” é a designação do evento que vai decorrer no Instituto Politécnico da Guarda, no próximo dia 10 de outubro, no âmbito do projeto “Investigação no Centro”. Este projeto é desenvolvido pelo grupo de trabalho, na área de investigação científica, da Associação dos Institutos Politécnicos do Centro – Politécnica. O “Matchmaking Research”
tem, precisamente, o objetivo de promover parcerias em projetos de investigação científica entre os diferentes investigadores pertencentes às instituições que compõem a Politécnica. Qualquer informação adicional sobre esta iniciativa pode ser consultada no sítio do evento (http://www.ipg.pt/matchmakingresearch/) através do qual deverá ser feita a submissão das candidaturas. K
Paredes de Coura
Viana apoia festival
to e investigação de sítios históricos ou arqueológicos, o papel do povo na salvaguarda da atribuição de nomes que a tradição consolidou.” “A toponímia da Guarda e a construção da memória pública no século XX”, “ Fontes para o Estudo da Toponímia da Guarda”, “A mulher na toponímia da Guarda”, “Escritores na Toponímia
Guardense”, “Novas Tecnologias e Toponímia” são alguns dos temas a desenvolver neste Fórum. Os interessados em participar devem efetuar a sua inscrição (gratuita mas obrigatória) até 8 de Outubro. Mais informações em http://www.ipg.pt/toponimia/ Os trabalhos vão decorrer no auditório dos serviços centrais do Instituto Politécnico da Guarda. K
6 O Instituto Politécnico de Viana do Castelo continua parceiro tecnológico oficial do Festival de Paredes de Coura, tendo renovado a assinatura do protocolo através de Rui Teixeira, presidente do Politécnico, e de Filipe Lopes, em representação da Ritmos. No âmbito da celebração deste protocolo, e seguindo a sua vertente inovadora, foi ainda apresentado ao público um novo portal lançado pelo Politécnico de Viana, o “IPVC Multimédia”, um espaço que terá na sua essência a vocação multimédia e não só, já que “trará, ainda, a Sala de Imprensa on-line, uma área de Acesso Reservado aos profissionais da Comunicação Social, tendo por premissa oferecer aos jornalistas um conteúdo exclusivo, que poderá ser consultado com rapidez, fiabilidade e eficácia”, conforme adiantou Rui Teixeira. “O portal IPVC Multimédia disponibilizará aos seus visitantes e utilizadores a consulta
de fotografias, vídeos e registos áudio de eventos IPVC, bem como funcionalidades importantes como sejam os Feeds RSS das secções Galeria e Sala de Imprensa”, refere João Pereira, responsável pela coordenação deste novo projeto. “Este serviço permitirá aos profissionais da Comunicação Social acompanhar o lançamento de conteúdos neste portal, recebendo, de forma automática, e ao minuto, uma versão resumida de cada publicação”, esclarece ainda o responsável. A plataforma de acesso privilegiado à Comunicação Social, e concretamente através da Sala de Imprensa, permitirá “consultar notas de imprensa, em três idiomas, a saber, português, inglês e espanhol”, revela João Pereira, “revestindo esta inovadora solução tecnológica de uma dimensão nacional e internacional”, salienta tendo em consideração a imprensa estrangeira que fará a cobertura do Festival. K
Idanha-a-Nova apoia estudantes em várias vertentes
Idanha paga propinas a alunos da ESG 6 A Câmara de Idanha-a-Nova vai implementar, já neste ano letivo, um conjunto de medidas que visa apoiar financeiramente os alunos que venham estudar para a Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco, a qual está sedeada na vila raiana. A ajuda pode passar pelo apoio no pagamento de propinas, no alojamento nas residências, repúblicas e casas particulares, aquisição de material escolar, em estágios e em trabalho temporário. Armindo Jacinto, vice-presidente da autarquia, explica que “numa altura em que as famílias portuguesas atravessam grandes dificuldades económicas, não queremos que esse fator seja impeditivo de que os seus filhos possam continuar a estudar no ensino superior. Para se candidatarem àqueles apoios, os alunos que escolherem a Escola Superior de Gestão apenas “terão que se recensear em Idanha-a-Nova (um processo bastante simples) para poderem vir a usufruir de um conjunto de medidas que pretendem garantir melhores condições aos alunos”, justifica. As medidas de apoio abrangem todos os alunos recenseados no concelho. Desta forma, assegura aquele responsável, há todas as vantagens nos candidatos escolherem a Escola Superior de Gestão, a qual é uma referência nacional nas áreas que ministra. O vice-presidente da autarquia de Idanha-a-Nova, lembra que “a maioria dos candidatos ao ensino superior se encontra no litoral do país, pelo que ainda terão que suportar as portagens na A23, o que vem prejudicar as instituições de ensino superior do país. Com estas medidas criaremos condições para que mais estudantes possam ingressar na Escola Superior de Gestão, a qual tem parcerias com algumas das melhores universidades do mundo, como Berkeley, nos Estados Unidos, ou a Metropolitan University of Manchester”. As medidas lançadas pela Câmara de Idanha-a-Nova, e que serão aprovadas a curto prazo, estão divididas em quatro eixos, que Armindo Jacinto considera estratégicos e essenciais para apoiar os alunos. “No regulamento de apoio aos estratos sociais desfavorecidos iremos canalizar apoios financeiros para as propinas dos alunos”. O apoio ao pagamento das propinas terá em conta diferentes aspetos como o rendimento das famílias ou os encargos que elas têm com os estudos em Idanha-a-Nova (alojamento, li-
Sobrinho Teixeira, presidente do Ccisp
Armindo Jacinto, Vice-Presidente da Câmara de Idanha-a-Nova vros, alimentação etc). Outro dos objetivos imediatos da autarquia é a de analisar a situação dos alunos, que estando matriculados na escola, deixaram de prosseguir os seus estudos por razões económicas. Armindo Jacinto explica que as medidas de apoio estão a ser implementadas pela Câmara, mas envolvem a própria Escola Superior
de Gestão, empresários e personalidades diversas, que em conjunto formam uma comissão de acompanhamento. “Os alunos e as famílias interessadas em aderir este programa de apoio devem contatar a escola”, explica o vice-presidente da autarquia. Para além do apoio às propinas, será também dado apoio ao alojamento. “Para os alunos de famílias
com dificuldades e carenciadas vão ser disponibilizados imóveis na zona histórica da vila, os quais funcionarão como repúblicas de estudantes. A ideia é recuperar o património com o apoio dos estudantes, de forma a que o alojamento seja mais económico”, explica Armindo Jacinto. O autarca diz que estas medidas não vão influenciar o mercado
de aluguer de quartos na vila. No entender do autarca, este programa até poderá beneficiar esse mercado, já que “os alunos que alugam quartos na vila também podem usufruir destas medidas”. O apoio aos alunos que escolham a Escola Superior de Gestão do IPCB surge também na possibilidade dos estudantes poderem desenvolver algumas das suas atividades nas infraestruturas hoteleiras que a Câmara de Idanha-a-Nova possui, casos da Pousada de Monsanto e do Restaurante Sra. da Graça. “São espaços onde os alunos poderão aperfeiçoar as suas aptidões profissionais, sobre tudo nas áreas de hotelaria e turismo, para que quando entrarem no mercado de trabalho estarem mais aptos. Além disso, os alunos têm também a possibilidade de aí prestarem serviços e com eles obterem um rendimento extra que os ajudará na sua gestão económica”, explica Armindo Jacinto. O quarto eixo estratégico envolve os empresários da região. “O objetivo é encontrar formas de garantir aos estudantes da escola trabalhos temporários enquanto eles estão em Idanha-a-Nova”, refere. Armindo Jacinto dá o exemplo do Boom Festival, da restauração e hotelaria e até mesmo na agricultura, na produção de mirtilos. “O objetivo é que tenhamos uma bolsa de trabalho temporário destinado aos alunos da escola que estiverem interessados”, justifica. K
Os alunos da Escola Superior de Gestão podem usufruir de um conjunto de medidas de apoios
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Esther Mucznik, em entrevista
Portugueses no Holocausto
6 Esther Mucznik é vice-presidente da Comunidade israelita de Lisboa (CIL) e fundadora da Associação Portuguesa de Estudos Judaicos. Fundadora e presidente da Memoshoá – Associação Memória e Ensino do Holocausto – escreveu o livro Portugueses no Holocausto (Esfera dos Livros). Precisou de dois anos para pesquisar, escrever e dar resposta à questão do Holocausto, com a qual convive há muitos anos. Durante a II Guerra Mundial 6 milhões de judeus morreram nos campos de concentração nazis, alguns milhares eram portugueses. Na Holanda, 4 mil judeus de origem portuguesa reclamaram a sua nacionalidade junto de Portugal, sem que esta lhes fosse reconhecida. Só graças à vontade e coragem de diplomatas portugueses, como Aristides de Sousa Mendes, Sampaio Garrido, ou Alfredo Casanova muitos judeus foram salvos.
salvar pessoas, nomeadamente em Salónica, ou mesmo Amestardão, foi onde faltou um cônsul enérgico, com vontade de fazer o máximo para salvar. A presença de cônsules com alguma margem de manobra e com sensibilidade para o sofrimento dos que os rodeavam foi um factor muito importante, onde existiu, e muito importante, pela negativa, onde não existiu. Os homens do III Reich eram homens de educação e cultura superior. Por exemplo admiravam Nietzche, Jünger, Wagner. É mais inconcebível o Mal quando se esconde por detrás do Pensamento?
Portugueses no Holocausto – Histórias da vítimas dos campos de concentração, dos cônsules que salvaram vidas e dos resistentes que lutaram contra o nazismo. Quando é que surge a vontade de escrever este livro? Em primeiro lugar é um convite da Editora (N.E: Esfera dos Livros). Foi o que desencadeou concretamente a escrita do livro. Mas, a questão do Holocausto está comigo há dezenas de anos. O livro durou perto de dois anos a pesquisar e a escrever. Há muito tempo que estudo e trabalho essas questões. Quando digo trabalho, quero dizer, por exemplo, criei a Memoshoá - Associação Memória e Ensino do Holocausto –, com professores, nas Escolas Secundárias, precisamente no sentido de os apoiar no ensino do Holocausto. Tenho desenvolvido projectos com o Ministério da Educação, ao longo dos anos. É um tema que convive comigo há muito tempo. Em Portugueses no Holocausto pode lerse: «Para muitos milhares de pessoas – nunca saberemos o número exacto – que procuravam desesperadamente atravessar o Atlântico e fugir das sombras da Europa, Portugal era o porto para a liberdade, e na grande maioria dos casos para a vida.» A neutralidade de Portugal, declarada por Salazar, a 1 de Setembro de 1939, foi decisiva para Portugal ter sido esse porto de liberdade? Sim. As coisas não têm só uma face. Por um lado, Portugal apesar de ter limitado, na medida do possível, a entrada de muita gente, abriu as suas fronteiras e salvaram-se milhares e milhares de pessoas. Não sabemos quantas, há muitas estatísticas diferentes. Há quem fale de 100 mil, acho que isso é um exagero absurdo, mas passaram de facto, por aqui, várias dezenas de milhares. Para essas pessoas, Portugal foi a “porta para a vida”, não há dúvida absolutamente nenhuma. E nunca é demais falar disso. Ao longo destes anos, entrevistei muitos dos refugiados que por aqui passaram, alguns deles ficaram, e todos eles têm uma gratidão muito grande a Portugal, o que é completamente legítimo, compreensível e justificado. Para Portugal, a questão da neutralidade era uma questão absolutamente central. Portugal estava ligado à
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aliança com a Inglaterra mas, também tinha receio que a Alemanha invadisse a Península Ibérica. Portanto, mantinha-se uma política de estrita neutralidade, que acabou por permitir o salvamento de muita gente. E o outro lado? O outro lado foi o que me interessou mais, porque era o menos estudado. O que tinha acontecido com os descendentes dos portugueses, expulsos pela Inquisição no século XVI e XVII, e que se tinham implantado em Amesterdão, Salónica, Istambul, etc. Esse lado é mais sombrio. Essas pessoas, em grande parte, não foram salvas por Portugal, porque já não tinham papéis portugueses, apesar de se reclamarem portugueses. O caso de Amesterdão é muito claro. Tratava-se de uma comunidade organizada, que se chamou, e chama até hoje, comunidade judaica-portuguesa, que tinha um número de cerca de 4 mil pessoas, que estavam organizadas em torno da sua sinagoga portuguesa. As orações ainda eram em parte portuguesas e os nomes da esmagadora maioria eram portugueses. Essas pessoas apelaram, Portugal não lhes reconheceu a nacionalidade e acabaram por morrer em Auschwitz. Há os dois lados da questão, como em tudo na vida. O nome dos justos brilhará para sempre nos céus. O nome do cônsul português Aristides de Sousa Mendes surge de imediato.
Quem foram os outros justos portugueses que
salvaram Judeus do Nazismo? Enquanto nos gabinetes, em Portugal, o governo traçava a sua política a régua e esquadro, tinha objectivos políticos, e também económicos, muito claros; nos países ocupados por Hitler, os cônsules portugueses estavam confrontados directamente com a tragédia e desespero daqueles que apelavam a Portugal, e não só. Da parte de muitos desses cônsules há uma atitude de compaixão, solidariedade, tentativa de ajuda. É evidente que o caso de Sousa Mendes se destaca de todos os outros, porque é logo no início da guerra. Ele sabe que arrisca muitíssimo e toda a gente sabe depois o que lhe aconteceu, como foi punido, etc. Mas, há outros casos. No final da guerra, Sampaio Garrido e Teixeira Banquinho, em Budapeste. Dois diplomatas que actuam num ambiente mais favorável porque a Alemanha já perdeu a guerra e o regime português pensa na sua própria sobrevivência, portanto, tem uma atitude mais flexível. Mas, mesmo assim, eles fazem o que podem para salvar judeus e outras pessoas, que também eram perseguidas. Alfredo Casanova, em Génova e Agenore Magno, em Milão, também têm uma atitude muito importante e salvam muitas pessoas de origem portuguesa, e não só. Nos sítios onde não se puderam
É, claro. Uma das grandes lições muito amargas, talvez das mais amargas do Holocausto, é precisamente constatarmos que a cultura em si mesma, a educação, não são um antídoto contra a barbárie. A Conferência de Wannsee, em Janeiro de 1942, - aliás refiro isso no livro -, reúne ao mais alto nível todos os dirigentes das instituições Nazis, no sentido de passarem à prática e de estudarem as modalidades do extermínio, e dessas 15 pessoas - são só 15 homens, - oito têm doutoramentos. Quando vemos, por exemplo, o papel dos médicos, cientistas, enfermeiros, pessoas que fizeram o juramento de salvar vidas, que têm naturalmente uma educação superior, e, em princípio, também uma cultura, tiveram um papel absolutamente central no Holocausto. Logo naquela operação chamada de Eutanásia, em que decidiam quem “merecia” viver, sem manchar a “gloriosa raça ariana”. Eram eles quem seleccionavam à entrada dos campos quem devia viver e quem devia morrer; eram eles que faziam experiências absolutamente horrendas em seres humanos. É de facto como diz, uma perversão tão grande que é assustadora. O Holocausto aconteceu devido ao altíssimo grau de educação e de tecnologia que atingiu a Alemanha. Chegamos à conclusão que é uma virtualidade da nossa civilização cada vez mais desenvolvida, do ponto de vista científico e tecnológico. A ciência, a tecnologia e a própria cultura podem ser uma arma ao serviço do Mal. Visitou campos de concentração e fez projectos com o Ministério da Educação para criar a Memoshoá - Associação Memória e Ensino do Holocausto. É preciso educar para o Bem? Muito antes de pensar escrever o livro, visitei os campos de extermínio Treblinka, Majdanek, Auschwitz e outros. Quando penso que é importante lembrar o Holocausto e ensinar, não é exclusivamente a minha perspectiva, e a perspectiva da associação que criámos, ficarmos pelo passado. É procurármos, através do conhecimento do passado, conseguir detectar os sinais da tragédia, no presente e no futuro. Tentar aprender alguma coisa com o passado. Não tenho muitas ilusões sobre isso, não sou muito optimista nesse aspecto. Tentamos aprender com a História, mas, infelizmente, desde o Holocausto têm havido massacres, genocídios, etc. O estudo do Holocausto se quisermos e conseguirmos, permite-nos aprender com o passado. ;
Nas histórias dos sobreviventes que reuniu no seu livro há um sentimento partilhado por todos eles?
mento que todos partilham. O segundo, a grande aversão, horror, em relação ao Nazismo. Agora, há diferenças, por exemplo, os polacos nunca mais quiseram por os pés na Polónia, e até se recusaram a falar Polaco. Dou o caso dos meus pais, eles vieram antes da guerra. Sobretudo, do lado da minha mãe, vinham por razões de anti-semitismo. Ela nunca mais voltou à Polónia. No caso dos Alemães é diferente e é interessante vermos. Os judeus alemães eram os que mais amavam a cultura Alemã. E esse amor não morreu. O que ficou foi o ódio a Hitler, ao nazismo e a tudo isso. Os judeus alemães, entre o século XIX e a II Guerra Mundial, assimilaram, viveram, trabalharam e destacaram-se profundamente na cultura e na sociedade Alemã. É preciso dizer isso com toda a clareza. Aliás, os judeus franceses também. Mas, os judeus alemães, que foram as maiores vítimas, não estavam de maneira nenhuma preparados para o que lhes iria acontecer. Foi uma dor profunda e intensa que levou ao suicídio de alguns deles, nomeadamente Stefan Zweig, Valter Benjamin e muitos outros. Para eles, principalmente para os escritores, a pátria era a língua. Os judeus das diferentes origens têm comportamentos diferentes. Mas, há algo que os une em relação a Portugal, que é uma grande gratidão.
Primeiro, um sentimento de gratidão em relação a Portugal e à população portuguesa. No geral, a população portuguesa foi compassiva. Esse é o primeiro senti-
O Movimento da Resistência foi de extrema importância durante a II Guerra Mundial. Como foi o papel dos portugueses na Resistência?
Educar para o bem não é nada fácil. Mas, é esse o objectivo. Percebermos que todos temos uma escolha, somos livres dessa escolha. Uma das grandes lições do Holocausto foi como é irrisório dizer: “Eu obedeci a ordens.”. Muitos nazis fizeram-no, quando foram julgados nos Julgamentos de Nuremberga. Inclusivamente Eichemann (N.E: Figura Central do Holocausto) dizia: “Eu obedeci a ordens. Era um funcionário”. Nós somos seres humanos com uma liberdade de escolha entre o bem e o mal. Essa escolha nem sempre é fácil, admito. Mas, ao longo da História, houve sempre homens que souberam escolher. Temos essa liberdade e temos de assumir essa liberdade. Em Portugal ainda existem muitos preconceitos em relação aos Judeus? O estereótipo está subjacente. Mesmo que as pessoas não tenham consciência, na realidade ainda funciona. É tão antigo, enraizado ao longos dos séculos. Estamos a falar de dois mil anos de estereótipos, preconceitos, hostilidade. É uma coisa muito profunda. Hoje, vivemos numa situação de democracia, liberdade, e as pessoas aceitam melhor a diferença. No fundo, o grande problema da humanidade - em que todos nos incluímos - é a diferença. Os judeus sempre recusaram a assimilação. É uma das razões da sua sobrevivência, a sua vontade desesperada, ao longo dos séculos, de manter a sua religião no que isso implica, costumes, maneira de estar, etc. Hoje, convive-se bem. Não quero dizer, que de vez em quando, esses estereótipos não saltem à tona, de formas inesperadas. Do ponto de vista histórico, esta é a convivência mais pacífica e harmoniosa que se conheça. Mas, não podemos adormecer nunca “à sombra da bananeira”, como se costuma dizer. A liberdade é um processo, nunca acontece de uma vez por todas. Basta olhar para o judaísmo em Portugal. Em 1763, o Marquês de Pombal aboliu as diferenças entre cristãos novos e cristãos velhos ; em 1821, a abolição do Tribunal da Inquisição; em 1912, as comunidades não católicas são reconhecidas legalmente e a comunidade Israelita é reconhecida; em 2001, há a lei da liberdade religiosa. É um processo, com os seus altos e baixos, que nos conduz a uma situação de maior liberdade, nomeadamente, dentro do regime democrático.
Crianças refugiadas em Lisboa O professor Amzalak, que era o presidente da comunidade, foi várias vezes falar com Salazar, no sentido da abertura das fronteiras, provavelmente, poderia ter sido feito mais, também. Essa pergunta surge, porque tudo o que se fez no imenso oceano daqueles em que nada se pôde fazer é sempre um balanço muito insatisfatório. Pelos milhares que se salvaram, milhões foram mortos. Há sempre uma insatisfação atormentada quando se faz o balanço. É verdade não só para os judeus, não só para Portugal. É verdade para todos, inclusivamente para os próprios aliados. Em
finais de 42, princípios de 43, ao nível dos governos, das chancelarias, já se sabia o que se estava a passar e, no entanto, também não fizeram nada. Portugal não fica pior no retrato do que os outros países.
Infelizmente, acho que se conhece pouco. Tentei procurar, embora não fosse bem o foco central do livro, e encontrei nomes de portugueses. Os portugueses tiveram um papel mais importante do que se conhece e do que se pensa na Resistência, nos países ocupados pelo nazismo, onde estavam emigrados. O caso da França é o caso mais significativo. Pela análise, não muito aprofundada, aquela que pude fazer nos próprios campos de concentração, que me forneceram nomes, em documentos e livros que encontrei, penso que houve bastante portugueses, - não sei quantos - que participaram no Movimento Resistência francês. Através das Brigada Espanholas, havia muitos espanhóis refugiados da Guerra Civil de Espanha e que actuaram na Resistência francesa, em grupos estrangeiros. A Resistência Francesa tinha muitos grupos. Houve portugueses integrados nas fileiras francesas, portugueses integrados nas brigadas espanholas e portugueses nas brigadas de estrangeiros, de uma forma geral. Alguns deles surgem nos campos de concentração, alguns foram mortos. Quando se diz distinto desconhecido, foram mortos; quando se diz libertado é porque foram libertados e sobreviveram. É um estudo que seria muito interessante de se fazer. Não o fiz aprofundadamente, mas o suficiente para me aperceber que é um campo interessante e que contou com alguma força. K Eugénia Sousa _
No final do seu livro deixa-nos uma grande pergunta : “Podia ter-se feito mais?” É uma pergunta que nos atormenta. Não falo só dos judeus, falo em geral de Portugal e do mundo inteiro. É evidente que, os “ses” não existem na História, não vale a pena, sequer, estarmos a epilogar muito sobre isso. Comecei a estudar, há muitos anos, o que a comunidade e Portugal fez, porque era uma questão que me preocupava. Na nossa vida, o mais importante é podermos sempre olhar-nos ao espelho com a consciência relativamente tranquila - nunca estamos com a consciência completamente tranquila. Portugal podia ter feito mais, podia ter salvo os milhares de portugueses descendentes de judeus. A comunidade também devia ter feito mais. Teve um papel positivo e importante, mas podia ter investido mais.
Este texto não segue o novo acordo ortográfico_
Judeus refugiados à porta da cozinha económica da Comunidade Israelita de Lisboa, Travessa de Noronha, 1940
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Castelo Branco
Poliempreende
Nova Esart já está em construção
Concurso no Porto
6 A construção do novo bloco pedagógico da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco já está em curso e deverá estar concluída dentro de 420 dias. O custo da nova Esart é de cerca de cinco milhões de euros e tem o financiamento comunitário de 70%, sendo o restante pago pela autarquia, o que faz com que o Orçamento de Estado não tenha qualquer custo. De referir que o processo para a construção de instalações definitivas para a Esart data de 2000, estando aprovado pelo Ministério da Educação e Ciência. O presidente do IPCB destaca o papel importante da Câmara de Castelo Branco em todo este processo. “Tivemos um aliado importante, a câmara municipal, foi uma tarefa difícil. Conseguimos chegar a bom porto e a determinação continua a ser a mesma”, disse. Carlos Maia explica que a obra, avaliada em cinco milhões de euros, tem as “componentes
6 A eleição do projeto vencedor que representará o Politécnico do Porto no concurso nacional do Poliempreende decorreu no passado dia 27 de julho e contou com o apoio do IAPMEI e com o patrocínio de Alvim & Rocha, Banco Santander Totta, Bee Consulting, Index Talent e Sage Portugal. O NearTour é constituído por cinco promotores, todos pertencentes ao Grupo de Investigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão, um dos grupos de investigação do Instituto Superior de Engenharia do Porto. O NearTour surge na sequência de um projeto de desenvolvimento de uma parte do Oportonity, o Portal de Turismo da cidade do Porto. K
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comunitária e nacional garantidas, sendo esta última sido assegurada pela Câmara de Castelo Branco”. A Esart foi criada em 1997 e ocupa instalações provisórias na Escola Superior Agrária de Castelo Branco, tendo neste momento 744 alunos em sete cursos de licenciatura e cinco de mestrado. Para Carlos Maia, “a construção da escola será uma obra emblemática para a cidade e para a região. O novo bloco pedagógico vai garantir melhores condições
de ensino e mais prestação de serviços à comunidade a uma escola que apesar da sua idade tem um grande prestígio a nível nacional e internacional e que tem ganho diversos prémios não só em Portugal como no estrangeiro”, disse. Recorde-se que a construção da Escola Superior de Artes Aplicadas (Esart) chegou a estar em risco. Depois da componente nacional estar garantida pela câmara albicastrense, dos fundos comunitários assegurados e do Ministério
da Educação ter dado ordem para o lançamento do concurso público, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução contrária. O problema resumia-se ao facto da construção da Esart ainda não ter qualquer execução física, já que só há cerca de um mês o Ministério da Educação e Ciência deu luz verde para que o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) pudesse lançar a obra a concurso, o que acabou por acontecer. K
MyFarm.com
Politécnico de Beja apoia famílias 6 Cerca de 450 quilos de produtos hortícolas, como cebolas, tomates, cenouras, pepinos ou couves, cultivados no projeto inovador MyFarm. com, foram entregues às 201 famílias beneficiárias da Loja Social de Ferreira do Alentejo. Os produtos hortícolas foram oferecidos, na terça-feira, pela empresa Agrobeja, através do MyFarm.com, um projeto inspirado no jogo virtual ‘Farmville’, mas com resultados bem reais.
Trata-se de uma iniciativa do Instituto Politécnico de Beja (IPB) que permite gerir hortas reais através da Internet. Segundo a câmara municipal daquele concelho alentejano do distrito de Beja, os cerca de 450 quilos de legumes foram divididos por cabazes e disponibilizados às famílias carenciadas apoiadas pela Loja Social. Os participantes inscritos, sem necessidade de “mexer
na terra”, podem, depois, receber em casa os produtos que são produzidos. O projeto transpõe para a realidade a lógica do ‘Farmville’, no qual o jogador gere uma quinta, em que, por ser
virtual, nunca chega a provar o que produz. O MyFarm.com, pelo contrário, permite a uma pessoa, residente num meio urbano e sem “tempo ou paciência” para a hortifruticultura, ter
uma horta real gerida pela Internet. As hortas, explica o município de Ferreira do Alentejo, foram criadas no Centro Hortofrutícola do IPB, onde a empresa Agrobeja tem também
uma parcela de terreno para cultivar. Numa colheita anterior, esta empresa, com sede em Ferreira do Alentejo, já tinha doado cerca de 150 alfaces aos utentes da Loja Social. K
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Litígios de Consumo
Formação em Barcelos 6 O Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), em Barcelos, tem abertas as inscrições, até 15 de setembro, para um Curso de Pós-Graduação em Arbitragem de Litígios de Consumo. O curso, promovido pela Escola Superior de Gestão, inicia-se a 12 de outubro e terá a duração de 160 horas, sendo destinado, preferencialmente, a licenciados em Direito ou
Solicitadoria. O curso de Pós-Graduação em Arbitragem e Litígios de Consumo, com via profissionalizante, insere-se num contexto em que o consumo surge em constante evolução adaptado a uma sociedade, por um lado, naturalmente, mais consumista e, por outro, mais conhecedora dos seus direitos e zelosas dos seus interesses patrimoniais. K
Setúbal
Novo diretor na EST 6 Nuno Humberto Costa Pereira é o novo diretor da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, tendo tomado posse a 31 de julho. Doutorado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico, exerce as funções de docente na Escola Superior de Tecnologia de Setúbal do IPS desde 1994, tendo
sido Diretor do curso de Engenharia Mecânica-Térmica, Vice-Presidente do Departamento de Engenharia Mecânica, Coordenador do curso de Mestrado em Energia e Subdiretor da escola desde 2010. Recentemente assumiu o cargo de Diretor Interino, após a aposentação do anterior diretor. K
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Início do ano escolar
Quando o ordenado não chega para os livros 6 Pela primeira vez muitos portugueses enfrentam o início do ano escolar no desemprego e outros que, com trabalho, não receberam o habitual subsídio de férias. Para quem tem filhos em idade escolar, o regresso das férias é um autêntico quebra cabeças. As contas em vez de somar são de «sumir» e nalguns casos 700 euros não chegam para a aquisição de manuais escolares e o restante material necessário. Por exemplo dois filhos, um a estudar no 7º ano, e outro no 10º, são gastos só em livros cerca de 480 euros (230, no 7º ano + 250, no 10º). “Esse valor pode ser até superior, pois as editoras lançaram também outros conteúdos que podem ser adquiridos em separado”, refere Paula Ribeiro, da Livraria A Mar Arte. O preço desses conteúdos pode significar cerca de mais 100 euros. Grandes superfícies e as livrarias procuram fazer promoções. E se nos hipermercados os descontos podem ultrapassar os 10%, nas livrarias tenta dar-se uma atenção aos clientes. Paula Ribeiro explica que eles variam entre os 38 e os 50 euros (para os três livros do 1º ciclo), entre os 130 e os 150 euros (para os livros obrigatórios do 2º ciclo), entre os 190 e os 230 euros (para o 3º ciclo), entre os 200 e os 250 euros (para 10º e 11º anos) e os 130 euros (12º ano - aqui são menos livros).
Se aos 480 euros juntarmos os conteúdos extra, ficamos com a soma em 580 euros. A este valor teremos que acrescentar todo o restante material didático. É que cada um dos filhos necessita de cadernos, de canetas, lápis, borracha e mochilas. Para aquele material há várias opções. As grandes superfícies lançaram campanhas, onde surgem os kits escolares económicos, bem mais baratos que em anos anteriores. A partir de 4,42 euros é possível adquirir uma mochila, oito esferográficas, quatro lápis, tesoura, borrachas, estojo, dois tubos de cola e um apara lápis. A conta subirá, porque são necessários cadernos e um não chega para quem estuda a partir do 2º ciclo. Aí é conveniente ter um caderno para cada disciplina, pelo que há que multipli-
car o valor do caderno escolhido pelo número de disciplinas. Neste caso há cadernos desde cerca de 1 euro até aos 4 euros. É evidente que na entrada do novo ano letivo todas as contas são preciosas, mas muitas vezes cede-se à vontade dos filhos e em vez dos kits económicos a opção vai para outros materiais. As mochilas podem chegar aos 50 euros. O mesmo sucede com todo o restante material escolar que fora desses pacotes económicos apresentam preços mais elevados. Prosseguindo as contas da família com os dois filhos, e tendo em consideração que são pelo menos necessários em média 8 cadernos para cada um dos filhos, obtemos um total de mais 46 euros, aos quais se juntará ainda o valor dos lápis, canetas,
borrachas e todo o outro material indispensável, numa média de mais 10 euros. A soma vai, portanto, em 686 euros (580 euros de livros e conteúdos extra + 46 euros de cadernos +10 material diversos como canetas, borrachas etc + 50 euros das mochilas). É óbvio que é possível fazer uma redução neste orçamento se se optar exclusivamente pelo pacotes económicos (só aqui é possível poupar 30 ou mais euros nas duas mochilas/ troleys). Aquele valor médio pode ainda ser aumentado, caso sejam necessários noutros materiais didáticos, como uma gramática (12 euros) e os dicionários de língua estrangeira (a partir de 8 euros) e portuguesa (a partir de 5,31 euros), o que aumentará a conta para 711,31 euros. Em suma, aquela família, que possui dois filhos a estudar terá que desembolsar mais de 700 euros no início de setembro. O setor da informática deve ser tido em conta. Hoje em dia, muitos dos trabalhos escolares exigem pesquisas na internet e até uma apresentação mais evoluída do que os tradicionais manuscritos. Ter um computador em casa acaba por constituir uma necessidade e para muitas famílias o recurso ao crédito é uma opção. Por exemplo um computador portátil razoável poderá custar cerca de 400 euros. K
Educação
Ano letivo em Castelo Branco abre com projeto Escola+ 6 O Agrupamento Cidade de Castelo Branco abre o ano letivo com a implementação de um novo projeto, denominado Escola+, que se centra essencialmente na melhoria constante de um serviço público educativo de qualidade. O Escola+, apresentado ao Ministério da Educação e Ciência, visará rentabilizar alguns projetos que já vinham sendo desenvolvidos, agregando-lhe outros que,
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de forma inovadora, promovem condições facilitadoras da melhoria do sucesso escolar e educativo de todos os alunos que frequentam o Agrupamento. Assentará assim em quatro grandes eixos, nomeadamente a ligação da escola ao seu entorno (pais, autarquias, empresas,...); programas e atividades potenciadoras da formação dos alunos; promoção de atividades
de recuperação e enriquecimento escolar; e distinção do mérito de excelência dos alunos que mais se notabilizaram nas várias vertentes das atividades escolares. Esta distinção será extensiva aos membros da comunidade, pais e professores que, de forma empenhada, contribuam para a evolução do Agrupamento Escolas Cidade de Castelo Branco. O projeto será apresentado à
comunidade educativa na abertura do ano letivo, que será faseada. Assim, dia 3 de setembro tiveram inicio as atividades de Apoio à Família; dia 11 iniciam as atividades do Pré-Escolar; dia 14 será feira a receção aos alunos que já frequentavam o Agrupamento no ano letivo anterior (2º, 3º, 4º, 6º, 7º, 8º e 9º anos); e dia 17 a receção aos novos alunos (1º ano e 5º anos). K
Ciência Viva
Governo garante mais docentes 6 O ministro da Educação anunciou o reforço de professores a destacar para os 19 Centros de Ciência Viva nacionais e sublinhou a entrada em vigor de um programa especial denominado ‘Ciência na Escola’. No Centro de Ciência Viva de Constância - Parque de Astronomia, Nuno Crato o ministro disse que o Ministério da Educação vai “reforçar” o número de professores destacados para os 19 Centros de Ciência Viva do país. “Respondo positivamente a essa questão porque entendemos o destacamento de professores para centros de ciência e outros locais onde se divulga a ciência como uma oportunidade para desenvolver o ensino e os professores desenvolverem os seus conhecimentos e as suas práticas de divulgação científica, que, depois, levam para as escolas”, notou. Questionado acerca da redução do número de candidaturas ao ensino superior para o próximo ano letivo, Nuno Crato reconheceu que o mesmo “tem baixado um pouco nos últimos anos”, tendo observado faltar conhecer os números da segunda e terceira fases de inscrições para aferir com rigor. “A mensagem que quero passar é clara e vai no sentido de dizer que queremos mais jovens no ensino superior. Para isso, temos de melhorar o ensino básico e secundário, que têm aqui um grande papel, através de metas mais claras e mais rigorosas”, vincou. “Com uma formação melhor é mais fácil aos nossos jovens acederem ao ensino superior, sendo um passaporte para uma melhor remuneração”, observou Crato, tendo acrescentado que o atraso no pagamento de algumas bolsas, que “está regularizado ou estará dentro de poucos dias”, são “coisas que acontecem e que não queremos que se repitam”. K
Editorial
Como vai a avaliação? 7 Não vai: mais parece estar parada. Ciclicamente regressa-se ao mesmo ponto de partida. Parece que venceu o cansaço e já só se buscam iniciativas de remedeio para que todos os intervenientes sintam o dever cumprido. Mais uma vez reafirmamos que é pena. Nestas páginas já escrevemos que a avaliação de um professor não pode servir apenas para “fazer ver” burocrático-administrativo e, menos ainda, para filtragem na progressão da carreira e controle orçamental. Bem pelo contrário: A avaliação de um professor é uma actividade que se projecta no futuro. Conhecidos que forem os resultados da avaliação, tudo, ou quase tudo está por fazer. É com base nos dados recolhidos pelo avaliador e pelo avaliado que se traçam as grandes linhas de actuação que estão para vir. Ou seja, as actividades de melhoramento ou de alteração do desempenho do professor co-
meçam precisamente aí. Por isso mesmo, o resultado da avaliação deve ser encarado como um dado de presságio que, em contínua espiral de desenvolvimento, deve acompanhar toda a carreira do professor, adaptando-se às necessidades pressentidas em cada um dos diferentes estádios profissionais que ele atravessa. O processo de avaliação, assim entendido, terá que merecer uma aceitação indiscutível por parte de avaliadores e de avaliados e não pode estar sujeito a hipocrisias burocrático administrativas. Até porque o professor, em determinadas situações avaliador de si próprio, deve contribuir para que progressivamente sinta que é dispensável a ajuda externa dos seus supervisores, já que a avaliação deve encaminhá-lo para estádios de mestria, e para progressivos níveis de excelência, conferidos pelo auto-controle e pela auto-formação. Nestes contextos a classifica-
ção pode até ser um prescindível elemento da avaliação… Daí que se diga que o principal objectivo do supervisor é… tornar-se dispensável. Em Portugal continuamos a viver momentos de pura cegueira sobre esta matéria. Há quem entenda que a implementação séria de um modelo de avaliação dos professores é, prioritariamente, tarefa administrativa, resultando apenas de progressivos consensos gerados à mesa de negociações. E, de todo, não o é! Pelas implicações pessoais e profissionais que pode provocar, um modelo de avaliação de professores é coisa muitíssimo mais séria… Tem que contemplar a soma das actividades em que ele se desdobra e em que se envolve. Logo, deve apreciar o professor enquanto profissional, mas também como pessoa, como membro de uma comunidade, como técnico qualificado na arte de ensinar e como espe-
cialista das matérias que ensina. Portanto, requer a intervenção, desde logo dele próprio, mas também de outros agentes que sobre ele se pronunciam. E todos esses intervenientes do processo avaliativo, para que consigam alcançar o exercício pleno da sua missão, carecem de uma formação específica e especializada em supervisão e em observação de actos pedagógicos. Na sociedade do conhecimento e da informação, requerse também a montagem de uma rede de comunicações, em que a vídeo gravação e a observação à distância tenham lugar de destaque. Como tal, deve-se promover o recurso à hetero-observação, à autoscopia, à vídeo-conferência e à circulação de portefólios digitais, enquanto recursos, meios e produtos indispensáveis ao desenvolvimento de docentes que, diariamente, lidam com jovens da geração do facebook.
Um sistema destes também requer tempo para ser testado e validado, antes de ser generalizado. Impõe uma escolha criteriosa das escolas que irão constituir a amostra, bem como dos instrumentos e dos agentes que vão avaliar esse pré-teste. Obriga a uma escolha prudente dos futuros avaliadores, após se ter procedido ao estabelecimento de um perfil desses supervisores. Impõe a rápida formação dos professores e dos seus avaliadores… Isto é, a implementação de um tal sistema requer tempo e a afectação generosa de recursos humanos e financeiros. E, não me parece ser este o caminho escolhido por mais esta tutela. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _
primeira coluna
A justiça, o medo e a coragem
7 JUSTIÇA. Os alunos do ensino recorrente que queiram candidatarse ao ensino superior terão que realizar exames nacionais. A medida aprovada pelo Ministério da Educação vem colocar justiça e igualdade no acesso às universidades e politécnicos públicos. É que desde 2006 os estudantes do ensino recorrente não necessitavam de fazer exames nacionais para concorrer ao ensino superior, ficando em vantagem face aos alunos do ensino regular. O objectivo do Ministério foi o de criar igualdade de oportunidades já neste ano lectivo. Mas o facto de muitos alunos do ensino recorrente terem interposto recursos em tribunal (e nalguns casos os meios judi-
ciais deram-lhes razão) fez com que a tutela permitisse às instituições de ensino superior abrirem vagas adicionais destinadas aos alunos do ensino regular que vierem a ser prejudicados. A moralização do acesso ao ensino superior deve ser aplaudida em todos os aspectos. Numa outra perspectiva também a distribuição das vagas e dos cursos pelas instituições também deveria merecer a mesma coragem política. Só assim o país terá equidade territorial. MEDO. Milhares de professores com vínculo ao Estado ficaram com horário zero nas suas escolas. Muitos deles ensinaram nesses estabe-
lecimentos de ensino há mais de duas décadas e viram-se obrigados a procurar uma nova escola que os receba. As razões para a existência de horários zero são muitas, das quais se destacam a quebra da taxa de natalidade, o aumento do número de alunos por turma, a criação dos mega-agrupamentos, a reorganização curricular, o facto de muitos directores quererem ser mais papistas que o próprio ministro da Educação e, como não podia deixar de ser, a crise que o país atravessa (a qual volta a ser bode expiatório para tudo e mais alguma coisa). O medo e a incerteza instalouse na escola pública, aquela onde milhões de portugueses confiam os
seus filhos. A classe docente entra no novo ano lectivo com vontade de fazer mais e melhor, mas num clima de grande desalento e desconfiança. É que segundo o ministro da educação, o futuro vai encarregarse de reduzir ainda mais o número de professores. Noutro tempo, não muito longínquo, caía o carmo e a trindade. CORAGEM. É aquilo que se pede ao país. Um país sem dinheiro, onde a agonia de quem está no desemprego, se cruza com quem ainda com trabalho vê os seus rendimentos serem cortados. As famílias portuguesas, com filhos em idade escolar, arrancam o mês de Setem-
bro a fazer contas de «sumir». Em muitos casos 700 euros não são suficientes para a compra dos livros e do material escolar - na educação não há «genéricos». O crédito já teve melhores dias, o fiado só pode ser dado amanhã e a solidariedade é uma palavra que muitas vezes é confundida com caridade. Haja, pois coragem, que a situação assim o obriga. K João Carrega _ carrega@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _
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crónica salamanca
Universidad Multinacional 6 El término “multinacional” resulta para el lector de a pie un componente polisémico y con frecuencia preocupante. Si se aplica a la universidad es probable que la confusión se vea incrementada. El adjetivo multinacional nos habla de algo referido a varias o muchas naciones. Un equipo de fútbol compuesto por jugadores procedentes de diferentes países es un equipo multinacional. Un aula en que sus alumnos proceden de diferentes naciones y continentes es un aula multinacional, y si son varias hablamos de un centro educativo multinacional. Y así podríamos proponer numerosos ejemplos más. Multinacional, sin embargo, tiene cada vez más entre nosotros una caracterización de nombre, de sustantivo. Una multinacional es una empresa de grandes dimensiones, pero con presencia de producción y mercado en varios países, instalada en ellos de forma permanente, gozando a veces de cierta autonomía de gestión respecto a la sede central, generalmente ubicada en la nación de origen, aunque no siempre. La presencia de esas grandes empresas multinacionales en otros países tiene un explícito componente mercantil: vender más y más fácilmente los productos que ofrece al consumidor, ampliar su mercado cuanto más mejor. Es la mejor expresión del neocapitalismo más incisivo y competitivo, una especie de neoimperialismo económico,y desde luego que también científico e ideológico. Pero hablemos ahora de la universidad, que es lo que nos toca e interesa. ¿Qué se quiere decir al utilizar el concepto “universidad multinacional”? Porque la dimen-
sión de universalidad docente e investigadora, y el obligado carácter de apertura e internacionalidad han sido hasta hoy una de las señas de identidad de una buena y prestigiosa universidad. Lo más antagónico de universidad es cerrazón, es limitación de saberes y cultivo de ciencias, es pobreza de pensamiento libre y acotado, es localismo y provincianismo, es incluso el nacionalismo exacerbado, porque todas estas categorías se oponen a lo amplio y universal que forma parte de la esencia de toda universidad, desde su origen mismo en la Europa de la Edad Media. Una universidad mediocre es la cerrada, reducida en sus saberes y ciencias, localista, provinciana, nacionalista, no internacional. La historia de las mejores universidades nos confirma que ellas fueron ( o son) reconocidas cuando proponen amplitud de miras, ciencias y saberes, e internacionalidad en sus prácticas docentes e investigadores, entre profesores y estudiantes. La universidad multinacional goza de incondicionales adeptos, incluso de apóstoles de ese modelo. Por ejemplo, el conocido periodista argentino Andres Oppenheimer no cesa de argumentar a favor de esta especie de neocolonialismo ideológico y universitario cuando apuesta para América Latina por la vía de las universidades multinacionales de Estados Unidos. En su libro, “¡Basta de historias! La obsesión latinoamericana con el pasado y las 12 claves del futuro” (2010), va ofreciendo constantes comentarios sobre el avance de tales universidades multinacionales en varios países de Asia (Singapur, Corea del Sur o China), que a él le parecen modé-
licos en ese asunto, y lamenta mucho que los gobiernos de América Latina no sean receptivos ante tan gloriosa innovación, la universidad multinacional. Además de ello, por la apuesta que hacen los países asiáticos citados por el ingenierías en detrimento de los saberes humanísticos y ciencias sociales. La universidad multinacional es un hecho en todo el mundo. Podríamos entender que el ya conocido modelo de universidades multicampus, que emerge en varios países del mundo desde hace ya cincuenta años, y funciona con éxito, lo que hace es expandirse más allá de las fronteras nacionales, con el objeto de ampliar la oferta, y desde luego de abrir mercado, de captar más estudiantes de educación superior, más recursos, más matrículas, más éxito económico. Por ello parece muy lógico que algunas grandes y prestigiosas universidades privadas sean las principales promotoras y beneficiarias de este modelo de universidad multinacional. Universidades de Estados Unidos, Reino Unido y Australia “venden” títulos, diplomas, y el necesario prestigio en países emergentes que quieren ser competitivos, o instalan laboratorios menos costosos, de tal forma que en el año 2011 ya se han contabilizado 200 programas, o franquicias, de universidades multinacionales que están instaladas en 67 países de todo el mundo. Y parece que la tendencia no ha hecho más que comenzar a arraigar, con lo que el futuro en este asunto ahora es impredecible en cuanto a las magnitudes que pueda alcanzar en muy pocos años. Estas sucursales universitarias captan al cliente en situ, con lo que
Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt
van evitando que los estudiantes tengan que visitar la universidad de origen. Ello facilita que la obtención del diploma sea más barata, pero conlleva riesgos formativos evidentes, en la medida que limita la internacionalidad real de su formación y de la propia universidad expedidora, y dificulta la impregnación en origen del estilo de ser universitario en una universidad histórica y prestigiosa. Y lo más preocupante aun es, en nuestra opinión, esta reconversión en categorías neoimperialistas y culturales que ejercen estas universidades sucursalistas que adoptan un modelo empresarial y multinacional de forma casi siempre acrítica. Desde luego que no hay que estar cerrados a la posibilidad de que se instalen universidades de otros paises en otro determinado, pero convendría que los gobiernos impusieran determinadas condiciones de calidad en las actividades docentes e investigadoras que promuevan. En el caso de formación universitaria no vale aplicar sin más los criterios del mercado y la productividad, porque las instituciones de educación superior no son empresas, aunque algunos lo deseen así, y no tengan inconveniente en adoptar linealmente un modelo de universidad multinacional donde vean rentabilidad a la vista. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es
Universidad de Salamanca
Rector defiende Conocimiento 6 El rector de la Universidad de Salamanca, Daniel Hernández Ruipérez, defendió en sus palabras de bienvenida a los miembros del Consejo Directivo de la Organización de Estados Iberoamericanos para la Educación, la Ciencia y la Cultura (OEI) la creación del Espacio Iberoamericano del Conocimiento, que culmine en el año 2018, en Salamanca, y con una nueva Declaración inspirada en la Declaración de Bolonia, pero esta vez con su vista girada hacia Iberoamérica. El Consejo Directivo se ha reunido en el Paraninfo de las Es-
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cuelas Mayores de la institución académica en su encuentro anual. El mismo escenario acogerá mañana y pasado las Conferencias Iberoamericanas de Ministros de Educación y Cultura, preparatorias para la Cumbre Iberoamericana de Jefes de Estado y de Gobierno que tendrán lugar en Cádiz. A este encuentro, que se prolongará hasta el próximo día 7 de septiembre, está previsto que asistan los responsables del ramo de cerca de veinte países. En su comparecencia Daniel Hernández recordó la mención expresa en los estatutos de la Uni-
versidad de Salamanca de su “decidida vocación iberoamericana” y ser considerada como el “alma mater” de muchas de las universidades del continente americano. Al respecto de la próxima conmemoración VIII Centenario de la Universidad, a cuya efeméride se vincula la celebración de este Congreso de Ministros, el rector se refirió al 2018 como “un cumpleaños patrimonio de toda la comunidad iberoamericana” a la que agradeció su colaboración y ayuda para avanzar y convertirse hoy en “una de las instituciones de mayor prestigio en este territorio”. K
Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Eugénia Sousa Francisco Carrega Rogério Ribeiro Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco
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Bocas do Galinheiro
Sherlock Holmes em Madrid 7 Vi recentemente numa revista espanhola o anúncio da estreia próxima do último filme de José Luis Garci, “Holmes & Watson. Madrid Days”. A cinematografia europeia tem pouca divulgação entre nós. Tirando os filmes de um ou outro realizador consagrado, ou então os produzidos por Paulo Branco, um caso impar na produção europeia, a maioria passa despercebida por cá, excepcionando a exibição aos sábados à noite na sessão dupla da RTP 2. Exactamente. Essa que o Governo quer encerrar! Abrir parêntese: Assumimos a nossa incultura. Não conseguimos lá chegar. Mas um concurso do Malato ou da Furtado ou da Magalhães certamente que do ponto de vista do “serviço público”, seja lá o que isso for, terá muito mais valor que um filme, coisa menor, claro. Ddeve ser por isso que lhe chamam “7ª Arte”! Os concursos devem estar ao nível da dança, ou lá perto. Enfim, mais um insulto à inteligência dos espectadores. Fechar parêntese. Infelizmente a cinematografia espanhola está nesta linha, pelo que muito dificilmente esta fita passará comercialmente em Portugal. Ou até pode ser que seja uma excepção. Apesar de pouco divulgado em Portugal, José Luis Garci é um consagrado e oscarizado cineasta e cinéfilo espanhol. Aliás “conheço” José Luís Garci, não só dos seus filmes, confesso que poucos, mas essencialmente do seu programa que passou na TVE entre 1995 e 2005, “Qué grande es el cine!”. Uma animada tertúlia semanal com Garci e dois convidados, grandes cinéfilos, claro está, em que depois da apresentação do filme, eram depois repetidas e analisadas as cenas que cada um achava que mereciam ser destacadas e figurarem no rol das melhores do cinema. Dava gosto
ouvi-los, mas também perceber o quanto aqueles homens e mulheres sabem e gostam de cinema. Invariavelmente o programa terminava com a câmara a afastar-se do trio que continuava em animada charla sobre o filme que acabavam(os) de ver. O cinema é mesmo grande! Sobre este seu filme disse Garci que já o tinham pensado há 14 anos, ele e o coargumentista Eduardo Torres-Dulce e que podia ser bonito que o mcguffin fosse Jack, o Estripador, que fugira para Espanha. O resto é, segundo o próprio uma metáfora sobre a corrupção, a antecâmara dos horrores do século XX, está acima dos governos e dos indivíduos, é invisível e tem uma força enorme, e como sentencia Sherlock Holmes, há que investiga-la com o estomago e não com o coração, e o choque cultural entre a Inglaterra vitoriana de Holmes e Watson, e a Espanha do cozido do restaurante Lhardy e das conversas com o escritor Benito Péres Galdós e também das mulheres bonitas,
como o vai sentir na pele o dr. Watson. Elementar! Nascido em Madrid a 20 de Janeiro de 1944, José Luis Garci tem uma longa filmografia como realizador, com destaque para “Volver a empezar” (1982), Oscar para o melhor filme em língua estrangeira, a história dum poeta e Nobel que volta às suas Astúrias natal onde reencontra antigos companheiros a amores, com Antonio Ferrandis, Encarna Paso e José Bódalo, “El abuelo” (1998), à volta também dum regresso a Espanha de um ancião que depois da morte do filho pretende desvendar segredos familiares, igualmente nomeado para o Oscar de melhor filme em língua estrangeira, com uma grande interpretação do consagrado Fernando Fernán Gómez, que lhe valeu vários prémios de melhor actor e que conta no elenco com, entre outros, Rafael Alonso e Cayetana Guillén Cuervo, ou “Asignatura pendiente” (1977), que foca, de entre outros temas, a transição de Espanha para
a democracia, com José Sacristán, Fiorella Faltoyano, Antonio Gamero e Silvia Tortosa e “Ninette” (2005), com Carlos Hipólito, Elsa Pataky e Enrique Villén. É evidente que a grande veia cinéfila do realizador perpassa a sua filmografia, nomeadamente na sua faceta de documentarista com sentidas homenagens a Marilyn Monroe em “Mi Marilyn” (1975) a sua segunda obra cinematográfica, e a “Casablanca” e a Michael Curtiz o realizador de um dos seus filmes favoritos, e claro a Humphrey Bogart em “Casablanca revisitada” (1992), bem como no filme “Sesión continua” (1984), sobre dois amigos escritores ligados ao cinema: um escreve argumentos e o outro romances, que lhe valeu outra nomeação para o Oscar de melhor filme em língua estrangeira. É obra! P:S: Mais uma vez a morte veio empobrecer o cinema: a do realizador Tony Scott, de que bastaria lembrar “Top Gun – Ases Indomáveis” (1986) para se aquilatar do seu enorme êxito e de Tom Cruise, que repetiriam com “Dias de Tempestade”, (1990), mas que também fez outros bons filmes como “Romance à Queima Roupa” (1993), Homem em Fúria” (2004) e “Déjà Vu” (2006), uma morte que fica envolta em mistério pelas diferentes versões à volta do suicídio do realizador, mas que nada adiantam para a realidade do seu desaparecimento, e mais recente, a do actor Michael Clarke Duncan, grande em “The Green Mile” (À Espera de Um Milagre), de 1999, de longe o seu melhor papel, mas que também será lembrado pela sua passagem por “Armagedon” e ultimamente, por algumas séries televisivas. Até á próxima e bons filmes! K Luís Dinis da Rosa _
Fado é Património Mundial e Imaterial da Cultura
Anita Guerreiro cheira a Lisboa
7 Anita Guerreira é uma referência do fado de Lisboa mas hoje é acima de tudo uma mulher intérprete no mundo do espetáculo. Nasceu em Lisboa, no ano de 1936, num dos bairros mais típicos: a Mouraria. É lá, na coletividade do Sport Clube do Intendente, que se inicia nas canções. Anita Guerreiro, que canta regularmente no restaurante O Faia, em Lisboa, já lançou 5 álbuns: Tia Anica, Era um marinheiro, Chico marujo de Alfama, Lisboa Ribeirinha e 50 Anos de Teatro de Revista. Pode parecer pouco mas tal deve-se quer ao fato da fadista ter vivido parte da sua vida nos Estados Unidos da América, onde casou e teve dois filhos, quer ao motivo da sua desmultiplicação como intérprete em várias áreas. A fadista participou até hoje em mais de 30 peças de teatro de revista (estreou-se em 1955 na revista Ó Zé aperta o laço!), em dez telenovelas como, por exemplo Roseira Brava onde fazia o papel de Carminda, e em nove séries televisivas como Loja do Camilo, Os Batanetes ou Inspetor Max.
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Por isso se compreende a homenagem que lhe foi prestada em 2011 no Teatro Maria Vitória onde recebeu o prémio Máscaras de ouro do teatro, instituído pelo empresário Hélder Freire Costa, pelos serviços pres-
tados ao teatro e ao fado. E é exatamente o fado que aqui importa destacar. Ficou conhecida por inúmeros êxitos onde distinguimos Cheira a Lisboa, Fado da Sardinhada ou Hermínia de Lisboa.
Por altura da Festa de Homenagem dos 50 anos de carreira (onde recebeu a Medalha de mérito grau ouro, do município de Lisboa), Anita Guerreiro lembrou ao Correio da Manhã: “Cheguei a atuar em cima de uma camioneta, com dois focos de luz e nada mais. Nem microfones nem quaisquer condições acústicas.” Um tempo que já lá vai. Atualmente, confessa que gosta mais de ser atriz do que de cantar. “Não quer dizer que não goste de cantar e não me empenhe. Mas ser atriz satisfaz-me mais”. Não podemos terminar sem uma referência à importância que Anita Guerreiro dá às Marchas Populares de Lisboa participando inúmeras vezes como madrinha de vários bairros. Mas desde 2006 é a Madrinha dos Mercados e, todas as noites de 12 de junho lá está ela a descer a Avenida da Liberdade. É a madrinha que vai de carrinho, melhor, sentada num trono que desliza avenida abaixo dando-lhe uma certa aura de rainha da festa. K J. Vasco _ H
Memórias ficcionadas
Nicho de diversidades «Amar a nossa terra não é gostar do nosso quintal.» (Fernando Pessoa)
7 Foram onze anos a estudar e a conviver num mundo masculino e a reclamar por tal ser assim. Na primária e no liceu, Arcílio frequentou duas escolas… só de rapazes e poucas professoras. Eram tempos em que a co-educação só se sentia no interior do país porque, aí, as razões económicas impuseram-se à ideologia (oficial) da separação de sexos. Também essa seria uma das novidades na entrada na Universidade. Pela primeira vez, no seu percurso escolar, Arcílio tinha aulas mistas! As raparigas/mulheres da sua turma/curso (e havia-as de diferentes idades) eram assíduas, atentas, tiravam apontamentos, transmitiam-lhe as directivas dos professores, e nos exames eram preciosos ancoradouros de um saber que nele, por vezes, estava ausente. A falta de motivação em algumas matérias (Ronga, Sânscrito, Inglês), a leitura apressada das sebentas (as de Missionologia e Economia Agrária do Ultramar Português deixou-as a meio), e a ausência em muitas
aulas (Direito Aduaneiro, Linguística Geral) tornava-o vulnerável naquelas horas de aflição. Como não havia, à época, trabalhos de grupo em sala de aula, o convívio com as colegas fazia-se mais na cantina, na sala verde e, principalmente, nos recantos aprazíveis do jardim daquele encantador Palácio Burnay. Uma delas, a Teresa C., até tinha um Fiat 800, no qual cirandavam, em dias de gazeta, sempre em sobrelotação. – Podíamos ir ao Restelo – sugeria a condutora emancipada – descobri lá uma lojinha que grava, nas caixas de fósforos, o nome do namorado, em fundo vermelho. – Eh pá, com este sol, vamos antes ao Tamariz – contrapôs Arcílio, farto da monótona mansidão do seu Tejo e ávido do marulhar da praia. No entanto, o seu desejo não confessado, era rebolarse na areia com aquela flausina, arisca e rebelde, que ele andava a catrapiscar. Carro, na altura, era um luxo de poucos. Bustorff, Vinhas e a Mello, que frequentavam o curso de Serviço Social, iam para a escola em carrões pretos, com chauffeur fardado que o parava,
ostensivamente, em frente ao Instituto e saía presto para abrir a porta detrás à “menina”. Esse estatuto social não obstou a que RitaV. e MatildeM. integrassem os corpos directivos da AA; ali não havia sectarismos de classe. Outro ricaço, o P.Basto, que tinha tanto de ingénuo e bom rapaz como de surdo, vivia pertíssimo do Instituto, num casarão de dois andares, com imensos quartos encerrados porque só ele e a avó por lá deambulavam. A sua surdez fechava-o no mundo do estudo e na vontade férrea de ter boas notas. Esse ia a pé, evidentemente. Havia também os “meninos da Linha”, sempre muito compostinhos de fato-e-gravata (entre eles o S.Lara que iria a subsecretário de Estado da Cultura mas cuja passagem pelo Governo ficou manchada pelo veto a um dos livros do Nobel da literatura); esses apanhavam o comboio da Estoril-Sol (ainda autónoma da CP), saíam em Alcântara-Mar ou Belém, e tomavam um táxi. Mas a maior diversidade tinha a ver com as origens geográficas de cada um. De Trás-os-Montes (F.Seixo e muitos mais, a que não devia ser estranho o facto de o
Prof. Arianus ser natural do concelho de Macedo de Cavaleiros), das Beiras (J.Morenus, Eduarda e a trupe de Castelo Branco – Jonas Guevara, JotaC., Arrecadado Moreia), dos Algarves (F.Ramires), dos Arquipélagos (Amadeus, da Madeira, Becas e Ver[d/m]elho, dos Açores), de África (C.Faustus, Firmino e Maurice, de Angola, DaniloS., de Moçambique), da Ásia (J.Clementis, da Índia, Chen, de Macau), para além, naturalmente, dos alfacinhas (JocaL. e Lanterset) e dos suburbanos da “cintura industrial” (ÁlvaroM. e Arcílio). Havia gente de todo o lado, daqui, daquém e dalém mar… Aquela turma de Administração Ultramarina era, de facto, multicultural em sentido holístico, como diríamos hoje: a diversidade regional, geracional, étnica, social e de género eram bem marcantes. A língua e a nacionalidade os unia. O Instituto, ao invés do país, era um nicho de diversidades, numa altura em que Portugal, «multirracial e pluricontinental» (na propaganda), era ainda visto, na Europa, como paradigma do princípio napoleónico «um país, uma nação, uma língua».
Hoje, diz-se que a sociedade portuguesa é multicultural mas, no Ensino Superior, caminhamos em sentido inverso; não estamos longe do princípio “a cada grupo social a sua escola”: no politécnico os carenciados, na universidade os que têm posses, na U. Católica os mais ricos. Nas privadas entra-se se houver pecúlio familiar para tal (e quando não se teve média para uma pública). A pulverização das escolas superiores pelo território nacional, servindo “clientelas” locais, tornou-as bem mais homogéneas que no tempo em que o ensino superior era “elitista”. Sim, o Superior massificou-se… mas as escolas ficaram bem mais provincianas. K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt Este texto, por opção do autor, não segue o novo Acordo Ortográfico _
CRÓNICA
Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Aquí te traigo, hoy, algunas ideas sobre el cuarto principio de la Evaluación para el Aprendizaje: La Evaluación para el Aprendizaje debería ser considerada como una habilidad profesional clave de los profesores. Es evidente que quien no conoce algo no puede practicarlo. Lamentablemente, recuerdo que, en mi etapa de formación como profesor, nunca se me ofreció ninguna asignatura, o curso, o ciclo de conferencias, o ciclo formativo específico sobre la evaluación. Imagino que esto que me sucedió a mí les ha pasado a la mayoría de nuestros colegas, así como a la mayoría de los profesores más jóvenes que han venido recibiendo formación oficial en los centros universitarios de formación del profesorado. Espero no estar equivocado en estas cuestiones. Pero sí tengo la sospecha de que los profesores, actualmente, examinamos mucho y evaluamos poco. Me da la impresión de que “sabemos” exa-
minar (porque es lo que hicieron con nosotros a lo largo de nuestro proceso formativo) pero que no sabemos evaluar. La verdad es que evaluar no consiste en algo tan sencillo como “poner” un examen para que nuestros alumnos nos devuelvan los conocimientos que, se supone, les hemos dado. Evaluar es, al contrario, un proceso más complejo y más profundo, en el que tienen que tenerse en cuenta un conjunto de factores que se obvian cuando se dispone un examen para que los alumnos contesten unas cuantas preguntas más o menos cortas o largas. Evaluar supone una formación especializada que pueda dar respuesta positiva a una larga lista de preguntas. He aquí algunas que te propongo para tu reflexión (y la mía, evidentemente), sin ánimo de ser exhaustivo en la propuesta: 1.-A propósito de la planificación de la evaluación: ¿somos capaces –y nos sentimos capaces– de planificar la evaluación?, ¿disponemos de tiem-
po y recursos suficientes para realizar la planificación de la evaluación?, ¿somos capaces de reflexionar sobre nuestros errores en la planificación de evaluaciones anteriores?, ¿estamos al tanto de las técnicas de planificación que nos permitan ser más eficientes al respecto? 2.-En cuanto al aprendizaje de nuestros alumnos: ¿somos capaces de observar el aprendizaje de nuestros alumnos en nuestra labor educativa diaria, sin limitarnos a sancionar el aprendizaje mostrado por nuestros estudiantes en los momentos de los exámenes finales –de período de evaluación, trimestrales, semestrales, finales?, ¿somos capaces de valorar el aprendizaje de nuestros alumnos en función de sus competencias, y no en función de los conocimientos que creemos que les hemos transmitido?, ¿somos nosotros mismos competentes a la hora de evaluar las competencias de nuestros alumnos, sobre todo la competencia de aprender a aprender?, ¿somos capaces de analizar e interpretar la eviden-
cia de aprendizaje mostrada por nuestros alumnos? 3.-Por lo que se refiere a la realimentación (feedback) de nuestros alumnos: ¿practicamos de continuo la realimentación de nuestros alumnos a medida que van progresando en el desarrollo de sus habilidades y competencias?, ¿estamos al tanto, de manera continuada, de las necesidades de información –satisfechas mediante el andamiaje oportuno– de nuestros alumnos de tal manera que propiciemos su aprendizaje eficaz?, ¿utilizamos técnicas diferentes de feedback en función de las situaciones concretas y los recursos utilizados por nuestros alumnos? 4.-Por último, en relación con la auto-evaluación de nuestros alumnos: ¿hemos formado a nuestros alumnos en la tarea fundamental de su autoevaluación?, ¿confiamos adecuadamente en la capacidad de auto-evaluación de nuestros alumnos?, ¿disponemos de instrumentos objetivos que les permitan auto-evaluarse como
pueden ser las matrices de valoración o rúbricas? Me gustaría saber que todos los profesores responden positivamente a estas –y otras– cuestiones. En caso contrario, me gustaría que se volviesen a dar oportunidades a los profesores para formarse adecuadamente en este ámbito (al igual que en muchos otros pertenecientes al curriculum oculto, que no entran a formar parte de los planes de formación oficial de los profesores en los centros universitarios). Espero que el próximo curso que vamos a iniciar en breve nos ayude a mejorar día a día como profesores y como evaluadores eficaces y eficientes de nuestros alumnos. Hasta la próxima, como siempre, salud y felicidad. K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com
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Feira medieval em Castelo Branco no final de setembro
O regresso aos dias templários
3 A Feira Medieval de Castelo Branco “Dias Templários” realiza-se de 28 a 30 de setembro, no castelo da cidade. A organização está a cargo da Câmara de Castelo Branco, Junta de Freguesia, Associação Comercial e Industrial de Castelo Branco e Outrem - Associação de Defesa do Ambiente e Património. A RVJ – Editores, proprietária do Ensino Magazine apoia o evento. A inauguração está agendada para o dia 28, pelas 19H00, com a leitura da carta de abertura. Pelas 19H30 abrirá o mercado medieval, seguindo-se a atuação das Adufeiras da Usalbi (21H30). Ainda nessa noite realiza-se um treino de escudeiros e cavaleiros, um combate apeado (Grupo de Espadas Templário) e uma coreografia com danças e fogo. Uma das novidades deste ano diz respeito ao facto de toda a restauração ficar instalada no miradouro da cidade, funcionando até às duas da manhã. O evento inclui um mercado de artesãos, uma área de tormentos, o assalto ao castelo, espetáculos de rua, de fogo e de espadas, teatro ao ar livre e claro está uma área destinada à gastronomia da época. Previsto está também o transporte, a determinadas horas, para o Castelo. Garantidos estão já os grupos de animação CornaLusa (música medieval, que fará atuações também noutras áreas da zona histórica, como a Praça de Camões), Trilobite (disponibiliza burros, animação e gaiteiros), Váatão (leitura do foral, banha da cobra, frade e o louco), Diana Falco (falcoaria) e o Grupo de Espadas e Fogo da Outrem (espetáculos de espadas e fogo, sítio das tormentas, carroça da inquisição e mesa de armas). No dia 29, o mercado abre às 15H00. Ao longo do dia estão previstas várias atividades, como a leitura do foral de Castelo Branco, espetáculos de falcoaria, animação musical, banha da cobra, ou assalto ao Castelo. Outro dos momentos importantes será a realização do Capítulo Templário da Comenda de Castelo Branco, na Igreja de Santa Maria do Castelo. Finalmente, no dia 30, haverá animação musical, teatro de rua e será lida a carta de encerramento dos Dias Templários. O presidente da Câmara, Joaquim Morão, explica que o evento vai permitir promover um espaço de referência da cidade
Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _
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e ao mesmo tempo potenciar o turismo. “Fizemos uma grande recuperação na zona do castelo e queremos dar-lhe visibilidade”, disse. No ano passado o evento teve mais de 130 expositores, um número que poderá crescer este ano. No regulamento do certame, a organização explica que “a Feira Medieval de Castelo Branco - Viagem na História Medieval pretende ser um espaço de
animação e convívio cujo objetivo é dar a conhecer ao público, residente e visitante, características de um mercado medieval”. A organização explica que a possibilidade de “receber mercadores, artesãos, regatões e artificies de outrora num espaço nobre da cidade constitui um convite a uma viagem ao passado e à história da urbe albicastrense, num cenário onde se misturarão pregões, lutas e tormentos pró-
prias da Idade Média”. No ano passado o evento foi visitado por milhares de pessoas e o espaço tornou-se pequeno para acolher tanta gente. Por isso, nesta edição a parte da restauração ficará no miradouro. O evento tem os apoios da RVJ - Editores, do Instituto Português do Desporto e da Juventude, Reconquista, Ensino Magazine e do Ocreza - Centro de Investigação. K
gente e livros
Kingsley Amis O Bom Inverno T O romance O Bom Inverno, de João Tordo, foi seleccionado para o Prémio do Livro Europeu. Organizado pelo Espirit d`Europe, o Prémio tem um júri composto por jornalistas, de países da União Europeia, correspondentes em Bruxelas. O vencedor do Prémio será anunciado no dia 5 de Dezembro, em Bruxelas. O Bom Inverno está publicado em Portugal pela D.Quixote. K
palestra T A revista National Geographic Portugal promove uma palestra com Andrew Zolli, explorador emergente da National Geographic Society em 2005, no dia 15 de Setembro, das 09h30 às 11h00, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. A palestra decorre no âmbito da conferência Presente no Futuro, e abordará a evolução demográfica e tecnológica dos próximos séculos; bem como o conceito de resiliência adaptado aos sistemas. Explicará as razões de alguns sistemas se adaptarem bem à mudança, enquanto outros caem. K
Quercus Anima T A Quercus, Associação Nacional de Conservação da Natureza, vai realizar o encontro Quercus Anima, dos dias 21 a 23 de Setembro, na casa Shanti, em Mafra. Segundo a organização «o encontro pretende convergir recursos da Associação, estimular a partilha de saberes e ideias, a troca de bens, o convívio entre associados e a interacção com projectos inspiradores.» Mais informações em www. quercusanima.pt.la K Direitos Reservados H
7 «Dixon ficou à espera, planeando caretas. O seu olhar percorreu o gabinete pequeno e confortável, com o tapete à medida, as filas de livros descartados, os armários cheios de exames antigos e pastas sobre anteriores gerações de alunos, as janelas fechadas com vista para a parede iluminada pelo sol do laboratório de Física. Por trás da cabeça de Welch estava pendurado o horário do Departamento, desenhado pelo próprio Welch com cinco tintas de cores diferentes correspondentes aos cinco docentes. A visão do quadro pareceu desimpedir a mente de Dixon; pela primeira vez desde que tinha chegado à Universidade pareceu-lhe sentir um aborrecimento real, subjugante e orgástico, bem como o seu companheiro, ódio genuíno. Se Welch não dissesse nada nos próximos cinco segundos, faria qualquer coisa que o levaria a despedi-lo irremedivelmente - não seria uma das muitas coisas com que tantas vezes sonhara sentado na sala ao lado enquanto fingia que trabalhava. (...)» In A Sorte de Jim Romancista, poeta e crítico, considerado um dos grandes es-
e Everyday Drink (1983). A segunda esposa, a romancista Elisabeth Jane Howard, acabou por o convencer a aderir aos Alcóolicos Anónimos. Em 1986 é galardoado com o Booker Prize; em 1990 é investido Cavaleiro. Kingley Amis é pai do escritor Martin Amis. Em Portugal as obras A Sorte de Jim; A Viúva Grávida; Os Papéis de Rachel; e O Segundo Avião estão publicadas pela Editora Quetzal. O escritor morreu a 22 de Outubro de 1995, em Londres.
critores do pós-guerra, Kingsley Amis nasceu a 16 de Abril de 1922, em Londres. Estudou no St John`s College, Oxford, onde foi admitido em 1941. Militou no grupo Agry Young Men ( Jovens Revoltados). Completou o Serviço Militar no Royal Corps of Signals e participou na II Guerra Mundial. Publica a colectânea de poemas Bright November (1947). O primeiro romance, Lucky Jim, foi publicado em 1954. O protagonista do romance satírico A Sorte de Jim, o anti-herói Jim Dixon, haveria de reaparecer mais tarde no romance That Uncertain Feeling (1956).
Seguiram-se Take a Girl Like You (1960) e The Anti-Death League (1966). Enquanto jovem militou no partido comunista. Com o passar dos anos, foi adquirindo uma postura conservadora e de crítica dos costumes contemporâneos. Longe dos ideais da juventude, apoiou a presença dos Estados Unidos no Vietname e atacou o Conselho das Artes. O seu entusisamo pela bebida era considerado pelo próprio como um passatempo, chegando mesmo a dedicar algumas das suas obras ao álcool: On Drink (1972); How`s Your Glass (1984);
A Sorte de Jim. Jim Dixon é um professor de História Medieval, numa universidade inglesa, a tentar aguentar o emprego. Para tal, procura não desagradar ao professor Welch, o seu chefe de departamento, e à altiva e autoritária esposa deste. Num dos desapaixonantes eventos sociais promovido pelo chefe, conhece Christine. Só que Christine é a namorada de Bertand, o arrogante e insuportável filho do professor Welch. Entre o emprego e uma paixão arriscada, Jim vai avançando na corda bamba, à procura de um golpe de sorte. K Página coordenada por Eugénia Sousa _
edições
Novidades Literárias A I Guerra Mundial começa e o pai de Albert vende o cavalo ao exército. Como cavalo de guerra, Joey vai conhecer o que de melhor e pior a humanidade é capaz. Mas, Joey nunca vai desistir de procurar o caminho para casa e para a vida de Albert. O livro foi adaptado recentemente ao cinema, com a realização de Steven Spielberg. 7 ASA. Triângulo, de Pedro Garcia Rosado. Joel Franco, Rosa Custódio e Jaime Paixão foram colegas na Faculdade de Direito e, mais tarde, entraram os três na Polícia Judiciária. Agora o destino destes homens voltam a cruzar-se Joel trabalha na Secção de Homicídios; Jaime Paixão é adjunto do ministro da Justiça; e Rosa Custódio está à frente da equipa que terá de investigar o assassinato da namorada do primeiro-ministro.
Suma de Letras. Cavalo de Guerra, de Michael Morpurgo. Entre o jovem Albert e o seu cavalo Joey existe uma grande amizade.
Guerra&Paz. Ser Bom AlunoBora Lá? de Jorge Rio Cardoso. O projecto Ser Bom Aluno - Bora Lá? nasceu em 2008, com o objectivo de combater o insucesso escolar em Português. O autor é professor e coloca à disposição dos alunos portugueses um livro que os vai ensinar a construir um método de
estudo eficaz para conseguirem o sucesso escolar. O prefácio do livro é de Eduardo Marçal Grilo.
Marcador. Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, adaptado em prosa por João Barros, com ilustrações de André Letria. No século XV da nossa era, um povo de valentes marinheiros sonhava descobrir o caminho marítimo para a Índia. Comandadas por Vasco da Gama, quatro naus lançaram-se ao mar para uma grande aventura marítima. O livro destina-se ao público jovem e é recomendado pelo Plano Nacional de Leitura.
Educação Nacional. O Velho a Preto e Branco na Aldeia das Cores, texto de Pedro Bessa e ilustrações de Cláudia Rocha. Na aldeia das Cores tudo é vivo e resplandecente e os seus habitantes felizes. Jeremias é o único habitante da aldeia que vive num mundo a preto e branco e é descriminado pelos outros. Um dia, um acontecimento dramático na aldeia vai fazer com que os seus habitantes aprendam uma valiosa lição. Este livro é recomendado pelo Plano Nacional de Leitura. D. Quixote. À Procura de Sana, de Richard Zimler. Num encontro de escritores, na Austrália, Richard Zimler trava conhecimento com uma fascinante bailarina brasileira. No dia seguinte, ela comete um acto trágico, que leva o escritor a tentar reconstruir a sua história. O passado vai conduzi-lo ao Monte Carmelo, da década de 1950, onde uma jovem palestiana e uma jovem judia tecem laços de amizade. K
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pela objectiva de j. vasco
A ver passar “navios” 3 A meio do século passado era vulgar ver à volta do aeroporto de Lisboa grupos de portugueses a ver passar os aviões. Neste verão, em plena crise, sem subsídios de férias, milhares de portugueses dirigiram-se ao cais de Alcântara, em Lisboa, para ver passar navios, desta vez com excelentes motivos. Vem isto a propósito da Frota de Grandes Veleiros a Tall Ships Race 2012 que em julho passou por Lisboa. A Tall Ships Race é uma regata de grandes veleiros organizada todos os anos pela Sail Training International com o objetivo de promover a formação e o treino de mar bem como a convivência dos jovens participantes de todos os países envolvidos. Portugal participa desde o 1º ano em 1956. Tudo começou “quando em 1954, o Embaixador de Portugal em Londres – Dr. Pedro Theotónio Pereira – e um advogado inglês londrino – Bernard Morgan – incitaram à realização de uma regata que reunisse os grandes veleiros ainda existentes”. Daí para cá
Portugal esteve presente em mais 6 regatas. Este ano as embarcações partiram do porto de St. Malo, em França, a 8 de julho, com o Alto Patrocínio do Presidente da República. Entre 19 e 22 do mesmo mês passaram por Lisboa 49 veleiros. A regata terminou em Dublin, na Irlanda, a 26 de agosto e contou com a participação de 2000 jovens de 16 nacionalidades. Dos navios participantes destaco aqui o grande veleiro russo Mir (Paz), com 94,8 metros de comprimento, o britânico Lord Nelson, com mais de 50 metros e, entre os portugueses, o Sagres, o Creoula e a caravela Vera Cruz. O muito acarinhado Lord Nelson é um veleiro adaptado que permite a navegação de qualquer homem ou mulher independentemente da sua deficiência. Tem 8 cabines preparadas para receber utilizadores de cadeiras de rodas e espaços a bordos para serem utilizados por invisuais e portadores de deficiência auditiva. Com 23,8 metros de compri-
mento, um mastro de 18 metros de altura e 155 m2 de vela, a nossa caravela Vera Cruz, muito vocacionada para visitas escolares, lá esteve. Esta caravela foi construída no ano 2000 no estaleiro naval de Vila do Conde, no âmbito das comemorações oficiais do descobrimento do Brasil. O programa de Lisboa, para além do desfile dos veleiros participantes nas duas horas que antecederam a sua largada, contou ainda com um desfile dos tripulantes ao longo da rua Augusta, um concerto da Banda da Armada, para além da possibilidade das pessoas visitarem o interior dos veleiros. Esta iniciativa, que contou com a presença de largos milhares de pessoas, teve um retorno potencial mediático para o nosso país estimado em mais de 3,5 milhões de euros. No final, junto ao Padrão dos Descobrimentos, depois da passagem do último veleiro, um casal de professores reformados dizia-me: “Pronto, já está. Regressemos a Beja, estão as férias acabadas.” K
Prazeres da boa mesa
Pele de Sapo, Balsâmico e Presunto Estaladiço (10 pax) elevar a temperatura do azeite a 65ºC e deixar infundir a alfazema por 25 minutos. Empratamento: Aplicar a redução de balsâmico com um pincel; Dispor as bolas de melão; Guarnecer com as amoras, a alfazema, o azeite aromatizado e os crocantes de presunto. K Publicidade
3 Ingredientes p/ pele de sapo: 3kg Melão Pele de Sapo Ingredientes p/ Balsamico: 500ml Vinagre Balsâmico 50gr Açúcar Ingredientes p/ Presunto:
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20 uni Fatias de Presunto Serrano Outros Ingredientes: 10 uni Pés de Alfazema 20 uni Amoras q.b. Azeite de Alfazema Preparação: Para o pele de sapo: tirar à
colher (4 tamanhos) bolas de melão e reservar; Para o presunto: levar ao forno num tapete de silicone a 90ºc durante 2 horas até ficar bem crocante; Para o balsâmico: levar ao lume o balsâmico e o açúcar até reduzir e ficar xaroposo; Para o azeite de alfazema:
Mário Rui Ramos _ Executive Chef Ô Hotels and Resorts Monfortinho
DOT Com
A História das Redes Sociais 7 Hoje em dia as redes sociais são parte integrante da vida social do homem. São locais onde passamos grande parte do nosso tempo, que nos permitem comunicar com outros utilizadores, partilhar informações, aceder a vários conteúdos, manter-nos actualizados, e conhecer pessoas de qualquer canto do Mundo. Actualmente, quando nos referimos a Redes Sociais, associamos quase de imediato ao Facebook, mas a verdade é que antes da sua existência, muitas outras surgiram e que também tiveram a sua importância. Uma das primeiras redes sociais a surgir foi o IRC, tendo como cliente o conhecido mIRC. O IRC apareceu em 1988 e ainda se mantem nos dias de hoje. Apresentavase como várias salas de chat com vários temas de conversa, onde as pessoas conversam em grupo ou individual, podendo ainda transferir ficheiros entre si. Outra das pioneiras foi a SixDegrees. com, nascida em 1997. Esta rede social permitia que se criasse um perfil e se adicionassem amigos, o que cativou muitas pessoas a ligarem-se e enviarem mensagens entre si, o que se tornou num sucesso. A rede social direccionada para blogs, LiveJournal nasce também em 1999 e entre as datas de 1997-2001 as ferramentas sociais já suportavam várias combinações de perfis e uma articula-
ção pública com os amigos. 2003 foi um grande ano, onde as redes sociais se destacavam pelo perfil como imagem central e por serem destinadas a um determinado grupo demográfico. Nesse ano que surgiram o MySpace e
LastFM, dedicadas à música e bandas, e o LinkedIn, a rede social profissional. Em 2003 nasce uma das mais marcantes redes sociais, o Hi5 que permitiu muitos utilizadores terem contacto com outros de uma forma mais dinâmica e atraente.
press das coisas
música
Acer TravelMate B113
Alanis Morissette - Havoc and brights
3 O TravelMate B113 é o primeiro ultrabook da gama profissional que a Acer projeta a pensar numa sala de aula. O novo modelo vem equipado com o AcerClassroom Manager , um programa que possibilita ao professor instruir e interagir com os estudantes, durante a aula. Das características do portátil fazem parte: processadores Intel Core i3 e bateria de 6 células, com autonomia até sete horas; chassis com 21mm de espessura; e ecrã LCD LED com 11,6”, resolução máxima de 1366x768 pixéis. O disco tem capacidade a partir dos 500GB, memória RAM até 8GB e gráficos HD Intel 4000. O modelo dispõe de aplicação de administração Acer Office Manager e ferramentas de segurança Acer ProShield Manager; câmara Web HD, ligação Wi-Fi e Bluetooth 4.0. O preço aproximado é de 500 euros. K
Nikon Coolpix S800c 3 A Coolpix S800c, o novo modelo da Nikon quase a chegar à Europa, apresenta-se como uma alternativa ao uso do telemóvel como máquina fotográfica. A Nikon colocou numa câmara compacta características que podemos encontrar nos telemóveis, como ligação Wi-Fi e sistema operativo Android. O modelo tem um sensor com 16 Megapixéis, lente equivalente a uma 25-250mm (zoom óptico de 10x) com abertura a partir de f/2.3 e um ecrã OLED de 3,5”. A câmara vem equipada com jogos, acesso à Internet, utilização de apps e envio direto de fotos e vídeos para as redes sociais, possíveis devido à utilização do sistema operativo Android 2.3. A Coolpix só não permite fazer chamadas de voz. Os acabamentos podem ser em prateado, preto, vermelho ou branco. K
Em 2004 surgem redes já bem conhecidas, como o Flick, dedicada à fotografia e o Orkut maioritariamente utilizada pela população brasileira. O Youtube, dedicado a vídeos, tem o seu início em 2005, e este ano foi também marcado pelo surgimento da rede social que viria a ser a mais popular de todos os tempos: o Facebook. Esta rede social foi criada por um estudante da Universidade de Harvard e actualmente tem mais de 955 milhões de utilizadores em todo o mundo. O ano de 2006 fica marcado pelo aparecimento de outra grande rede social, o Twitter, uma espécie de microblogging onde os utilizadores se comunicam através de 240 caracteres de texto. Em meados de 2011 surgem dois nomes também sonantes na história das redes sociais. O Google Plus, a rede social da Google, e o Pinterest, caracterizado pela partilha de imagens No nosso país, os dados de um estudo da Marktest, indicam que praticamente todas as pessoas têm perfil numa rede social, sendo que 97% utiliza o Facebook, 42.7% interage no Hi5, e 35.8% prefere o Youtube. K Marisa Pinto _ Pplware.com
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3 Alanis Morissette acaba de editar o seu oitavo trabalho de estúdio, trata-se de “Havoc and brights”. A cantora Canadiana já ultrapassou as duas décadas de carreira, onde colecionou vários prémios Juno e Gramys, e vendeu perto de 72 milhões de álbuns. O primeiro avanço deste trabalho, o single “Guardian” foi editado no passado mês de maio e continua em destaque nas rádios, a nível nacional. Este novo registo aborda a nova fase da vida da Cantora após o nascimento do seu primeiro filho, sendo um trabalho muito pessoal onde a Alanis escreveu as letras dos novos temas. “Havoc and brights” mostra uma procura por um novo caminho sonoro, sem esquecer as raízes rock, com temas calmos à mistura com músicas mais fortes apoiadas pelos acordes das guitarras. Destaque para o single “Guardian” e os temas “Til you”,”Empathy” e “Lens”. K
Hallux feat Marcus – The house mix 3 Miguel Angelo aka Hallux Makenzo é um dos dj´s produtores de maior sucesso da atualidade em Portugal. Depois de vários anos a passar música nas cabines das principais pistas de dança nacionais, começou a produzir temas de dança na vertente mais comercial e convidou para mc o cantor brasileiro Marcus. O sucesso foi quase imediato com o tema “Makulele”, mas a primeira bomba foi a versão de “Bem gostosinho (Mulher solteira)”, um original de Doctor Silva que tornou-se num dos maiores sucessos da dance music produzida em Portugal. Depois seguiu-se um grande naipe de singles que colocaram Hallux com umas das maiores referencias a nível nacional da dance music. Temas como “Ai se eu te pego”,”Bará bará”,”Lê lê lê” ou “Eu quero tchu, eu quero tcha” têm feito as delícias do público nas pistas de dança em Portugal e no estrangeiro. Trata-se de versões de temas brasileiros com novos arranjos, batidas de dança e melodias bastante dançáveis. K Hugo Rafael _
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Quatro rodas
Sinalização Subliminar c Depois de duas edições com crónicas um pouco ásperas, relativamente a situações da nossa sociedade sobre as quais entendi pronunciar-me, volto, hoje, a comentar uma situação marcante, com a qual me deparei no meu dia-a-dia, mas, desta vez, bem mais aveludada. Conduzindo, pela nacional 224, perto de Oliveira de Azeméis, e tratando-se de uma viagem de trabalho, conduzia de forma eficaz, aproveitando todas as oportunidades da estrada para alcançar o limite da velocidade permitida. Deparo-me, então, com um veículo de passageiros, que seguia à minha frente, no mesmo sentido, mas em velocidade substancialmente mais lenta. O meu primeiro impulso foi ultrapassar a todo o custo o veículo, aguardando com alguma ansiedade que, no final do traço continuo, apare-
cesse uma reta sem veículos vindos de frente para poder efetuar a desejada ultrapassagem. Acontece que para aqueles lados, não é fácil ter em simultâneo as duas situações, ou seja, estrada sem traço contínuo e sem trânsito de frente. Não conseguindo efetuar, de imediato, a manobra comecei a
ficar algo agitado pela impossibilidade de ultrapassagem e preparava-me para levar um pouco mais perto do limite a próxima tentativa. Foi então, que me foquei um pouco melhor naquele meu “adversário” da estrada e pude observar bem a imagem, que o pequeno autocarro ostentava na sua trasei-
Depois da prova de Oleiros-Proença
Baja Idanha no final do mês 6 A Escuderia Castelo Branco e a Câmara de Idanha-a-Nova têm já preparado o rali de todo-o-terreno Baja TT Idanha-a-Nova, uma prova que conta para o Campeonato de Portugal de TT (em autos) e para os Campeonatos Nacional de TT e Europeu de motos e quads. Organizada pela Escuderia de Castelo Branco (ECB), esta prova terá lugar nos dias 28 e 29 de setembro, trazendo a terras raianas “a nata dos pilotos nacionais e europeus destas categorias, numa altura extremamente decisiva para as respetivas classificações, o que só contribui para elevar as expectativas que todos nós e o imenso público que sempre acompanha estas provas temos nesta realização”, como refere António Sequeira, o presidente da ECB. Para os automóveis, o percurso tem um total de 355 km, com uma super-especial na Senhora do Almortão, e para as motos e quads o percurso tem 277 km. Álvaro Rocha, presidente do município idanhense considera esta prova como uma enorme mais-valia para o concelho que dirige, na linha que tem sido seguida, quer desportiva quer culturalmente, de colocar Idanha-a-Nova no mapa das grandes realizações de eventos a nível nacional e internacional. Recorde-se que a Escuderia Castelo Branco já este mês realizou a baja TT Oleiros-Proença,
030 /// SETEMBRO 2012
ra. Era nada mais nada menos que a foto de uma criança com uma expressão tal, que me encheu de mensagens subliminares. De imediato, consciente ou inconscientemente, os meus níveis de ansiedade, diminuíram pois presumi que o autocarro estaria cheio de crianças e que qualquer manobra minha, mais arrojada, poderia provocar no motorista do autocarro uma reação que poderia não ter um final feliz. Muitas outras coisas me vieram à cabeça naqueles segundos, e ali mesmo, tomei a decisão de escrever sobre esta ideia de pintar os autocarros com temas, que provoquem sensações a quem conduz, na estrada, com a finalidade de baixar os níveis de ansiedade dos automobilistas. Voltando à minha viagem, poucos quilómetros depois, lá apareceu uma subida, com dupla faixa, que me permitiu efetuar a
manobra de ultrapassagem com perfeita tranquilidade e, ao meu acompanhante tirar a foto que ilustra a presente crónica. Por fim, peço-vos que observem, na foto, o contraste entre a imagem da criança, e a sinalização obrigatória do veículo, da qual só me dei conta após ver a foto. Não sei se já foi feito alguma coisa sobre este tema, mas talvez o futuro passe pelo envio de mensagens subliminares aos automobilistas, de forma a trazer maior tranquilidade às nossas estradas. Senhores psicólogos, investiguem e vamos inovar. K Paulo Almeida _
sector automóvel
Jaguar XFR
A Baja Idanha foi apresentada no início do mês
3 A Jaguar anunciou uma nova versão da sua berlinda XFR «Speed Pack», a qual está disponível, no nosso país, por mais 7 210 euros. Com um limite de velocidade de 280 km/h, o novo desportivo da marca britânica apresenta uma caixa automática de oito velocidades. K
Peugeot 208 GTi 3 A Peugeot anunciou que vai apresentar no Salão de Paris, no final deste mês, o novo 208 Gti. Esta versão desportiva surge mais baixo que a versão normal,10 mm mais largo à frente e 20 mm na traseira. Com um motor de 1.6 THP turbo a gasolina (já conhecido do RCZ e do Citroën DS3) com 200 cv e 275 Nm, vai dos 0-100 km/h em menos de 7 segundos. K Publicidade
Miguel Barbosa venceu a Baja Oleiros-Proença também pontuável para aqueles campeonatos, a qual também contou com a presença dos melhores pilotos nacionais. Nos automóveis, Miguel Barbosa saiu vencedor, usufruindo de uma pe-
nalização atribuída a Nuno Matos (que na estrada foi mais rápido). Nas motos venceu Mário Patrão, nos Quads a vitória sorriu a Roberto Borrego e nos buggys a Jorge Monteiro. K
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Ensino Superior
Ministério abre vagas adicionais para alunos prejudicados pelos candidatos do Recorrente
6 O Ministério da Educação e Ciência, através da Secretaria de Estado do Ensino Superior, decidiu autorizar a abertura de vagas adicionais que permitam a colocação dos candidatos que efetivamente tenham sido ultrapassados por outros que beneficiaram das regras antigas de acesso às universidades e politécnicos relativas a alunos provenientes do ensino recorrente. Com o intuito de corrigir uma flagrante e reiterada injustiça, o Governo aprovou o Decreto-Lei n.º 42/2012, de 22 de fevereiro, distinguindo claramente a situação dos alunos que pretendem apenas obter a certificação do ensino secundário da dos que visam o prosseguimento de estudos. O diploma produziu efeitos imediatos, procurando-se assim uma efetiva igualdade de oportunidades no acesso
ao ensino superior. Alguns alunos do ensino recorrente decidiram reagir judicialmente contra o referido decretolei. Em algumas situações o MEC foi absolvido e noutras o tribunal administrativo aceitou a pretensão dos alunos, com efeitos devolutivos, apesar do pedido do Ministério da Educação e Ciência para que os recursos que apresentou tivessem efeitos suspensivos. O Ministério da Educação e Ciência foi assim obrigado a admitir ao concurso nacional de acesso e ingresso no ensino superior público deste ano um conjunto de candidatos com base em regras que se encontram revogadas, aguardando ainda o resultado dos recursos interpostos. Foi assim decidido proceder à abertura de vagas adicionais que permitam aos candidatos ao ensino
acesso ao Ensino Superior
Alunos Recorrente têm que fazer exames 6 Os alunos que quiserem frequentar o ensino recorrente têm de ter mais de 16 anos e realizar exames nacionais, para se candidatar ao ensino superior, segundo a portaria publicada, no início de agosto em Diário da República. A portaria nº 242/2012, define as regras de organização e funcionamento dos cursos científico-humanísticos do ensino recorrente, assim como a forma de avaliação e certificação dos alunos. Este modelo é pensado para a formação de adultos, que pretendam conciliar o trabalho e vida pessoal com os estudos, mas também para os jovens com mais de 16 anos. A portaria define que, quem quiser ingressar no ensino superior, tem de realizar exames nacionais, pondo fim à polémica que
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estalou este ano, quando um grupo de alunos do ensino regular veio alertar para a desigualdade no acesso ao superior. Desde 2006 que os estudantes do recorrente não precisavam de fazer exames nacionais para concorrer ao ensino superior mas em janeiro, desde ano o Conselho de Ministros aprovou um diploma que veio obrigar todos os alunos a realizar exames para que concorressem em igualdade de circunstâncias. No entanto, um grupo de 211 alunos que estava no último ano do ensino recorrente contestou judicialmente a alteração e o Tribunal Administrativo de Circulo de Lisboa deu-lhes razão. O Ministério da Educação decidiu então recorrer dessa decisão, mas, até ao momento, ainda não houve resposta. K
superior a colocação imediata no par estabelecimento/ curso em que efetivamente seriam colocados na ausênPublicidade
cia das referidas sentenças, sem prejuízo, no entanto, da eventual recolocação ou não colocação dos autores das
ações, no caso de não lhes vir a ser concedida razão. As vagas adicionais, a abrir caso seja preenchida a totalidade
das vagas disponíveis, destinam-se exclusivamente aos candidatos não abrangidos por aquelas sentenças. K