Ensino Magazine nº 176

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outubro 2012 Diretor Fundador João Ruivo

Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XV K No176 Distribuição Gratuita

ensino jovem

Maria de belém Roseira, ex-ministra, em entrevista

Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS

“Falta de instrução condiciona a crítica”

universidade

UBI distingue Júlio Formoso C

www.ensino.eu Assinatura anual: 15 euros

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Suplemento

IPCB faz 32 anos

Maria de Belém Roseira, Ex-Ministra e atual deputada do PS considera, em entrevista, que sociedades menos instruídas têm cidadãos com menos capacidade crítica.

Entrevista

Áurea, a cantora que queria ser atriz

António Cotrim - Lusa H

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Autor do Blogue e Livro O alfaiate lisboeta

Retratos ao estilo de José Cabral

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José Cabral é o autor do blogue O Alfaiate Lisboeta, de um livro com o mesmo nome e da campanha fotográfica de promoção da capital, Lisboa Somos Nós. Os seus retratos já chegaram ao New York Magazine. A entrevista nas páginas 14 e 15 pub

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António Cotrim - Lusa H

Maria de Belém Roseira, deputada e ex-ministra

«Sociedades menos instruídas têm cidadãos menos críticos» 6 A sua carreira pública é um exemplo de sucesso em diversos quadrantes. Maria de Belém Roseira, que agora se lança na primeira aventura literária em solitário, elogia o talento e a inteligência do género feminino, mas defende que a sua participação, nomeadamente na esfera empresarial, é ainda muito reduzida. A ex-ministra debruça-se também sobre esse «problema estrutural gravíssimo» chamado qualificação e crítica a falta de estabilidade nas políticas de ensino e saúde. Muitos se interrogam sobre o motivo pelo qual só agora lança o seu primeiro livro. Quer explicar-nos a razão do timing? Este livro resulta de um convite da editora Esfera dos Livros e a explicação para escrever este livro tão tarde deve-se ao facto de não ser esta a minha actividade principal. Os cargos políticos que ocupei e ocupo e as múltiplas actividades em que estou envolvida, tiram-me espaço para concretizar um trabalho que carece de reflexão, tempo e maturação. Eu te-

nho colaborado imenso em alguns livros, prefaciado outros, escrevo artigos e contributos sobre temas mais diversos. Neste caso concreto, é meu, integralmente. Em «Mulheres Livres» escolheu 12 senhoras excelentíssimas, sendo duas delas portuguesas. Que critérios presidiram à formação desta espécie de “equipa de sonho”? Foram vários. Para começar, mulheres que se tivessem destacado em diferentes ramos de actividade pública, em particular no século XX. Da ciência, à política, passando pela literatura, a pintura, a filosofia, a dança, etc. Nós sabemos que temos muitas heroínas que vão permanecer anónimas, mas outras há que, pelo contexto e pela publicitação da sua actividade, acabaram por se tornar conhecidas um pouco por todo o mundo. A questão da nacionalidade foi tida em conta?

Sem dúvida, a vivência em diferentes espaços geográficos foi outro dos critérios envolvido. Da Europa, América do Norte e do Sul, sem esquecer o Oriente. No último caso, foi incluída Benazir Bhutto, a antiga primeira-ministra do Paquistão. Não foi esquecido o factor cultural e religioso e, para além disso, não menos importante, decidi escolher personalidades que já tivessem falecido. A única excepção é a Simone Veil, porque foi muito marcante em França na questão dos direitos das mulheres. Seria um desperdício não evocá-la.

para não aparecer, e creio que este livro pode servir para inspirar muitas pessoas a avançarem com o seu projecto de vida, independentemente dos constrangimentos que a sociedade, a família ou o meio em que vivem lhes possam levantar.

Júlio Machado Vaz, o conhecido sexólogo, disse na apresentação oficial deste seu trabalho que estamos perante um «livro de combate». Revê-se nesta análise?

As mulheres portugueses representadas no seu livro são Beatriz Ângelo, a primeira mulher a ter direito de voto e que recentemente viu o seu nome baptizar o novo Hospital de Loures, e Maria de Lourdes Pintassilgo, a primeira mulher a desempenhar o cargo de chefe de governo e que também foi candidata à Presidência da República. Pensa que os portugueses desconhecem as suas heroínas?

É de combate porque o exemplo que estas mulheres constituem habilita muito as outras a serem mais corajosamente assumidas, porque nem sempre as mulheres o são. Elas são educadas para se esconder, para se diminuir e

Os portugueses desconhecem muitas das suas heroínas e também muitos dos seus heróis. No caso do meu livro eu decidi abordar as histórias particulares das nossas heroínas, até pelo carácter tão particular de em ambas as situações o ;

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meio em que nasceram ter condicionado decisivamente os seus comportamentos futuros. Ambas têm um enquadramento político muito forte. Foi essa circunstância que moldou as suas personalidades de lutadoras? Creio que sim. Beatriz Ângelo nasce num meio de grande consciência política o que acaba por potenciar o seu alcance em termos de intervenção pública. É uma mulher republicana que encontra no seu marido um apoio e um companheiro de lutas. É com o desaparecimento do seu marido, muito precoce, que ela fica como chefe de família, algo verdadeiramente inédito. A legislação em vigor não distinguia se o chefe de família era homem ou mulher. Por defeito era sempre o homem, até porque, no início do século XX, as mulheres não eram autónomas do ponto de vista financeiro. O que é que faz de Beatriz Ângelo uma portuguesa de excepção? Ela foi pioneira em quase tudo. Foi também a primeira médica-cirurgiã no nosso país. No que diz respeito aos direitos da mulher ela invoca a lei para se inscrever nos cadernos eleitorais. Esta pretensão foi recusada. De imediato, recorre da decisão e, curiosamente, o juiz a quem foi distribuído o processo era pai de Ana Castro Osório, outra combatente pelos direitos das mulheres. O recurso foi deferido pelo magistrado e Beatriz Ângelo acaba por conseguir votar. Tratou-se de um marco com grandes repercussões na Europa, tendo recebido felicitações de outras mulheres que procuravam seguir o seu exemplo. A lei é mudada em Portugal, passando a permitir que as pessoas do sexo feminino participem no sufrágio. Este caso concreto passa a mensagem que vale a pena lutar pelos nossos direitos? Essa é uma mensagem, mas há outro ponto que eu gostaria de destacar: quando menos se espera, verificam-se retrocessos civilizacionais, não há nada garantido. Por isso é indispensável que não nos conformemos com aquilo que foram as conquistas conseguidas à conta de muito desconforto, incompreensão e coragem. Os direitos nunca estão definitivamente consolidados, como tal, creio que devemos estar permanentemente vigilantes, aprofundá-los e estimular uma consciência social para evitar que se ceda à tentação de retirar um direito que parece ser básico e inalienável. O que está a referir é que a sociedade resiste à mudança por entender estes combatentes pelos direitos civis como ameaças? Há sempre uma resistência relativamente a este movimento de progressão de aceitar os argumentos e as pretensões de pessoas mais estruturadas, mais capazes, mais autónomas e mais livres. Porque muitas vezes

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a liberdade dos outros põe em causa aquilo que é muito mais confortável que é dar ordens sem contestação. Na véspera desta nossa conversa, fezse história e atingiu-se mais um marco para as mulheres. Foi nomeada a primeira Procuradora-Geral da República mulher, Joana Marques Vidal, um ano depois de Assunção Esteves ter chegado ao lugar de Presidente da Assembleia da República. São sinais inequívocos de que as mulheres estão a impor-se pelos seus méritos? O problema do défice de presença das mulheres em cargos de relevo ainda não está ultrapassado. Simplesmente por se enfatizar que a nova PGR é mulher é sintoma de que o problema ainda se mantém. Mas constato que os avanços mais recentes são muito positivos. O caso da nomeação da nova Procuradora-Geral da

República é duplamente especial para mim porque tirei o curso de Direito em 1972, época em que não podia haver mulheres na magistratura, nem na carreira diplomática. 40 anos depois o cenário é completamente diferente. Já não é possível esconder que a inteligência, a cultura e as capacidades de uma mulher têm que ser postas ao serviço do bem comum. Dantes reservava-se as competências da mulher para o espaço privado. Elas estavam fechadas. Hoje a sociedade pode beneficiar dos seus talentos. Admite que num futuro não muito distante possamos ter um chefe de Estado mulher? É sempre possível. A democracia abriunos essa porta e proporciona espaços de afirmação das liberdades e dos direitos

CARA DA NOTÍCIA 6 Uma referência nos assuntos sociais Maria de Belém Roseira nasceu no Porto, a 28 de Julho de 1949. Foi ministra da Saúde e da Igualdade nos governos de António Guterres. Deputada do Partido Socialista (PS) em diversas legislaturas, sendo actualmente vice-presidente do grupo parlamentar socialista no Parlamento. No ano passado, foi eleita em congresso presidente do Partido Socialista, a primeira mulher a desempenhar o cargo. Jurista de formação, licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, desde cedo enveredou por uma carreira profissional no âmbito dos assuntos sociais e da saúde. Foi presidente da Assembleia Mundial da Organização Mundial de Saúde. Ocupa ainda os cargos de presidente da Assembleia-Geral da União das Misericórdias Portuguesas, da União das Mutualidades e da Irmandade de S. Roque e de membro da Direcção da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. É membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra e da assembleia de representantes de várias faculdades. Recebeu das mãos do Presidente da República a grã-cruz da Ordem de Cristo em reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na sua carreira pública. K

fundamentais. Para alem disso, como a questão da desigualdade de direitos em relação às mulheres prende-se com os direitos humanos e só as democracias permitem o seu aprofundamento, significa que temos o ambiente adequado para isso. Por falar em candidatas a Belém, Leonor Beleza, que também apresentou o seu livro, disse que a participação política e empresarial das mulheres é ainda «miserável». Subscreve? É baixíssima, sobretudo no meio empresarial. No panorama político a situação é diferente porque há uma obrigatoriedade das listas terem uma composição mais equilibrada. Sem essa regra estou em crer que o panorama seria desequilibrado. Nas empresas isso não existe. Nas empresas portuguesas, bem como noutros países da Europa, existe um número muito reduzido de mulheres ao nível dos mais altos cargos. A própria China tem uma média superior de participação de mulheres nos órgãos directivos de empresas, em comparação com Portugal, França ou a Inglaterra. A excepção reside nos países nórdicos, que começaram muito mais cedo esta batalha e impuseram regras de participação mais equilibradas. Tem havido progressos ao nível da igualdade de género, mas em oposição, a desigualdade económica e social acentuase a níveis preocupantes, podemos mesmo dizer insustentáveis. Como pessoa ;


intimamente ligada aos assuntos sociais teme que a busca do equilíbrio financeiro a todo o custo leve a um deslaçamento social?

no acesso à saúde por falta de dinheiro? Como se gere de forma racional um sistema que lida com emoções?

Esse é um dos maiores riscos. O desemprego é o mais preocupante, registando um ritmo de crescimento galopante. E tem um efeito desestruturador, a nível individual, familiar e socialmente, sem esquecer a parte económica, na medida em que o desempregado vai buscar à riqueza nacional uma parte para a qual, infelizmente, não contribuiu. Trata-se, pois, de uma tragédia sob todos os pontos de vista. Tem um problema acrescido que é o de agravar os problemas de saúde das pessoas. Sempre fomos dos países mais desiguais no seio da União Europeia, só que agora colocados perante programas muito centrados em objectivos globais, independentemente do seu impacto nas pessoas, entendido como um dano colateral – provoca um agravamento do fosso das desigualdades. Onde fica a sensibilidade social da política e dos políticos? A política existe para a construção do bem comum, não existe para o poder ser exercido pelo poder. O poder é conferido para minorar as dificuldades das condições de vida das pessoas e proporcionar o seu desenvolvimento. Daí que eu preconize que num mundo interrelacionado e globalizado o espaço europeu é fundamental que tenhamos com ele um diálogo político no sentido de adequar os programas de austeridade às condições especificas dos países. Os programas formatados da troika não ajudam… É evidente que programas idênticos para países com situações sociais muito distintas não podem dar os mesmos resultados. É essa formatação excessiva dos programas da troika, independentemente do tecido social aos quais se aplicam, que está a ser causadora de um ambiente terrível e com convulsões sociais que estão à vista. A insistência no mesmo tipo de receita pode acentuar o plano inclinado em que estamos? O sucesso destes programas mede-se pelos seus resultados. Se os resultados são maus porque não reequacionar o programa? Seria uma atitude inteligente. Mitigar a austeridade seria um mal menor? Eu não gosto do termo austeridade, prefiro o termo equilíbrio orçamental. Porque austeridade, em meu entender, tem um juízo moral e creio que não devemos fazer juízos morais sobre os outros porque desconhecemos as suas circunstâncias. Já o dizia o Confúcio que «não julga uns nem outros, a única coisa que faz é avaliar as circunstâncias». E quais são as nossas circunstâncias concretas? As circunstâncias de cada povo determinam a situação em que ele se encontra.

António Cotrim - Lusa H

Portugal tem problemas estruturais gravíssimos, designadamente ao nível da qualificação das pessoas, que não é culpa desta geração, é porventura responsabilidade de toda a nossa história centenária. Tirando o enorme esforço feito na I Republica, e que erigiu as duas universidades de Lisboa e Porto, os dirigentes não têm valorizado que é essencial investir na formação das pessoas. Esse é um problema só português? A Alemanha e a Inglaterra começaram esse esforço muito mais cedo, mas tiveram quem os liderasse de outra maneira, com outra visão estratégica e de longo prazo. Nós tivemos avanços e recuos, suportámos 48 anos de uma ditadura que considerava que pessoas instruídas eram um problema político. Isto para dizer que não podemos ser julgados por dramas estruturais que têm a sua origem num passado muito distante. Lamentavelmente ainda existem pais que não estão conscientes da importância do investimento na formação dos seus filhos. Há famílias com níveis de literacia muito baixos, reduzidas expectativas e diminuto grau de exigência relativamente aquilo que é o investimento e promoção da nossa capacitação. Sociedades menos instruídas têm cidadãos com menos capacidade crítica. O grande drama é esse, na medida em que afecta tudo o resto. De que modo condiciona o modo como nos comportamos e as rotinas do dia a dia? Condiciona a forma como nos relacionamos uns com os outros e a forma de estar no trabalho. O défice de instrução tem consequências na capacidade de organização, na produtividade, no gosto pelo cumprimento de regras, na pontualidade, no cumprimento de prazos, etc. A educação e a justiça são as maiores

O sistema de saúde tem que ser gerido com inteligência e sensibilidade. Assegurando que a pressão não rompa equilíbrios estabelecidos, não subverta a ordem das prioridades e que ganhe as pessoas para a justiça das medidas. Este é um sector em que é necessária uma grande concertação social, em especial junto dos utentes e dos profissionais de saúde. Importa não esquecer que a saúde depende muito da educação e das condições sociais, do comportamento das famílias, do ensino que a escola nos transmite, etc. O artigo 64.º da Constituição no n.º1 diz: «Todos têm direito à protecção na saúde e o dever de a defender e promover». E ensina-nos a experiência que defender e promover a saúde é mais fácil para as pessoas bem qualificadas do que para as pessoas pouco qualificadas, bem como é mais fácil para as pessoas com bons rendimentos do que para as pessoas com parcos rendimentos. Por isso, defendo que as políticas têm que ir ao encontro da protecção e sensibilização dos grupos mais vulneráveis. Infelizmente, vejo muito pouco esta preocupação.

pechas do sistema democrático? Creio que a educação está a fazer o seu caminho. Hoje temos muito mais gente no ensino, especialmente nas universidades, do que alguma vez tivemos. Temos as gerações mais jovens e mais capacitadas de sempre. O pior é que num cenário de crise não possuímos um tecido económico capaz de absorver quem sai das universidades. Quanto à justiça, devo dizer que é aquilo que faz com que um povo esteja de bem com ele próprio. E nós, nesse domínio, temos demasiadas angústias. Ambos os sectores têm problemas que levam muitos anos a resolver. É fácil destruir, mas construir é muito difícil. A sucessão vertiginosa de governos e titulares de pastas dificulta a adoção de políticas coerentes? A educação e a saúde são áreas cruciais onde é fundamental existir estabilidade política. E porquê? Porque os resultados medem-se a longo prazo e não de ano a ano. Portanto, se estamos sempre a mudar não é possível beber da avaliação dos resultados. Desde o 25 de Abril, quem entra num governo quer sempre desfazer o que construiu o seu antecessor, quando o que se deve fazer é ter a preocupação de manter as linhas essenciais para não haver convulsões que são desestabilizadoras. Isso reflecte-se, especialmente, nos sistemas de maiores dimensões, com reflexos sobre quem neles trabalha e sobre os seus destinatários. É preciso ter a consciência que quem desfaz o que estava feito, recomeça sempre um passo atrás do que o anterior deixou. Educar para a saúde é um ponto preponderante no mundo moderno. Será possível concretizar este objectivo quando as pessoas se confrontam com dificuldades

Ainda teme que estejamos no caminho do desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS)? O ministro da Saúde garante-me que está muito preocupado com a manutenção e desenvolvimento do SNS. Confio nos seus propósitos e tenho todo o gosto em contribuir, sempre que sou solicitada, nesta época em que a pressão para cortes é tão grande, que esses cortes sejam introduzidos de forma inteligente, racional, sensível e, sobretudo, num ambiente de grande diálogo. Até porque importa não descurar que a saúde é um instrumento estratégico para dinamizar a economia, na medida em que incorpora investigação, o mais alto valor acrescentado, etc. Nós podemos vender serviços de saúde em algumas áreas onde temos a excelência demonstrada. Temos, pelo menos, condições para isso. Foi presidente da primeira comissão de inquérito ao BPN, um dos processos mais gravosos para o erário público. É por escândalos destes que a opinião pública demonstra maior relutância em aceitar os sacrifícios? As pessoas sentem revolta e desmotivação porque vêem que estão a pagar à custa do seu esforço os erros de outros, muitos vezes os crimes de outros, que acabam por não ter o ressarcimento social devido. O caso do BPN perturba e incomoda muito as pessoas. Noutros países temos visto que indivíduos que cometeram crimes e usaram indevidamente o sistema financeiro foram julgados e condenados, enquanto por cá não aconteceu ainda nada. É isto que tem que mudar. K Nuno Dias da Silva _H Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

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Modtíssimo

Moda da UBI em grande

CRUP reuniu na UBI

Contra o fim das fundações 6 O Conselho Coordenador de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) vai solicitar ao Governo e à Assembleia da República a realização de um debate público sobre a eventual revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino superior (RJIES), disse à imprensa o presidente do CRUP, António Rendas. Aquele responsável falava aos jornalistas no final da reunião do Conselho a que preside, a qual se realizou dia 9 na Universidade da Beira Interior, na Covilhã. Para o presidente do CRUP “é prematura a revisão de uma Lei sem que se tenha feito uma avaliação dos aspetos positivos que dela resultam, como é o caso das fundações universitárias”. António Rendas diz que as universidades portuguesas vêem com “grande apreensão qualquer alteração a introduzir no referido

diploma, nomeadamente a possibilidade da cessação do modelo de universidade fundacional”. O presidente do CRUP considera que “as universidades têm sido responsáveis na gestão dos dinheiros públicos. Aquilo que queremos é manter a nossa atividade de ensino e investigação”. O presidente do CRUP lamentou ainda o facto “de sobre essa matéria o Conselho de Reitores nunca ter sido consultado” pelo Governo. Uma posição semelhante foi defendida pelos reitores das universidades do Porto (Marques dos Santos), Aveiro (Manuel Assunção) e ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa (Luis Reto). Os reitores recordam que “este regime ainda está em fase experimental” e que “resultou num acordo assinado com o Governo, que deu origem a um

Decreto Lei e a um contrato programa”. O reitor da Universidade do Porto diz que se “há alguém que não está a cumprir o programa estabelecido tem sido o Governo”. Marques dos Santos assegura que o “modelo deve funcionar em fase experimental de cinco anos [ainda só decorreram três anos] e só depois desse período é que deverá ser feita uma avaliação”. O Reitor da Universidade do Porto diz que “este é um modelo muito útil, que nos garante uma maior autonomia e uma capacidade de desburocratização muito grande”. No entender dos três reitores, o sucesso do modelo fundacional “está à vista, pois a três instituições viram os seus indicadores internacionais subirem”. K

6 Um dos mais importantes eventos de moda que trabalham na divulgação de novos talentos contou este ano com um grupo de estudantes da Universidade da Beira Interior. A academia marcou presença no vigésimo aniversário do Modtíssimo, através dos seus cursos de Design de Moda e Branding e Design de Moda. O único salão português de empresas do setor têxtil e vestuário foi um dos locais onde se mostrou o trabalho de Solange Fernandes, finalista do mestrado em Design de Moda, que decidiu viajar do Brasil para realizar os seus estudos na academia beirã e Paulo Martins finalista do mestrado em Branding e Design de Moda (UBI/ IADE). Os dois apresentaram várias propostas de sua autoria no decorrer do Fórum Jovens Criadores. Estes alunos desenvolveram os seus trabalhos tendo por base os tecidos de fabricantes nacionais da Arco Têxteis e Lurdes Sampaio. Sinais de reconhecimento, segundo os responsáveis pelas formações, na qualidade do trabalho e do ensino da UBI. Esta presença num dos mais restritos e importantes eventos do género foi também consequência da posição conseguida por estes dois alunos, entre os dez melhores estudantes no último concurso Portugal Fashion News da 19ª Edição do certame. Um concurso que este ano teve a presença das alunas Vera Vieira e Priscila Franco respetivamente do mestrado em Branding e Design de Moda e mestrado em Design de Moda. Ambas apresentaram um conjunto de trabalhos que desen-

volveram ao longo do ano nos laboratórios da UBI. As propostas foram apresentados durante o evento comemorativo dos vinte anos do Modtíssimo e com a presença de cerca de 800 pessoas associadas ao setor têxtil e vestuário. Para os responsáveis por estas formações, a presença num dos mais prestigiados eventos da moda portuguesa serve de marca distintiva ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido na academia beirã. As novas formações têm vindo a substituir os antigos saberes ligados à Engenharia Têxtil, “acabam por dar origem a recursos humanos qualificados reconhecidos por empresários, criados e demais parceiros”, apontam. Neste período de grande atividade na apresentação de novas coleções e realização de vários concursos e festivais, destaque também para a presença de estudantes da instituição no “Green Festival”, que decorreu no Centro de Congressos do Estoril. A convite da organização os alunos apresentaram trabalhos realizados nos laboratórios da UBI e associados ao conceito da sustentabilidade, para deste modo sensibilizar e informar o consumidor para a temática. João Barata, Catarina Lopes, Sílvia, Tânia Fareleiros, Cátia Saraiva, Edilaine Garcia, Carol Loss, Paulo Martins, Liliana Pina, Tânia Graça, entre outros alunos finalistas do mestrado de moda, apresentaram criações usando materiais reciclados, fibras naturais, reutilização de materiais, e conceitos alertando para os problemas da sociedade. K Eduardo Alves _

UBI

Enforce na Beira Interior 6 Um projeto inovador na área das energias renováveis vai conduzir à instalação de um ponto de carregamento de carros elétricos nas instalações da Universidade da Beira Interior. Este é apenas um dos vários projetos em curso entre a academia e a Enforce. Reforçar as ligações entre as duas entidades é o principal objetivo do mais recente protocolo firmado na UBI. Uma das mais recentes investigações que está a decorrer com estes dois parceiros passa pela instalação de uma estrutura de carregamento de automóveis elétricos. Os testes e contatos com esta inovação vão ser realizados em meio académico e contam com a presença de docentes e

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investigadores de UBI. Para o reitor da instituição de ensino universitário, a assinatura deste protocolo “é o concretizar de uma relação que tem vindo a existir entre ambas as entidades com a particularidade desta empresa representar um envolvimento muito forte entre

os interesses da universidade e também da própria entidade ao ter nos seus colaboradores, recursos humanos formados na nossa academia e continuar a desenvolver um vasto leque de trabalhos connosco”. K Eduardo Alves _

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Universidade de Aveiro

Universidade do Minho

Microsoft dá bolsa

Prémio para Moçambique

6 A Universidade de Aveiro (UA) e a Microsoft Portugal vão atribuir um prémio no valor de 2000 euros ao melhor candidato do ensino superior, admitido e inscrito no Mestrado Integrado em Engenharia de Computadores e Telemática do

Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) da academia de Aveiro. A distinção, intitulada Prémio Universitário Microsoft, faz parte do Protocolo de Cooperação assinado pelas duas instituições. K

Para mestrado

Madeira tem parceiro 6 A Innovnano, primeira fábrica de nanomateriais a nível nacional pertencente ao grupo CUF, é uma das entidades parceiras do novo Mestrado em Nanoquímica e Nanomateriais da Universidade da Madeira, o primeiro a nível mundial, informou a instituição. Com o intuito de apoiar e potenciar o desenvolvimento da investigação da nanotecnologia em Portugal, a Innovnano associa-se à Universidade da Madeira e ao Centro de Química da Madeira no novo Mestrado em Nanoquímica e Nanomateriais, acreditado pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior e pelo Instituto Inter-

nacional de Nanotecnologia. A partilha de experiência e o know-how de quase uma década, assente em processos de produção próprios e únicos a nível mundial, contribuirá para a qualidade da formação dos estudantes ao longo dos dois anos de mestrado, por parte da Innovnano. “A Innovnano reconhece importância de estabelecer parcerias com entidades do sistema científico e tecnológico nacional e internacional que desenvolvam e potenciem a competitividade de Portugal na área da nanotecnologia”, afirma André Albuquerque, CEO da Innovnano. K

Lisboa

UTL para séniores 6 Depois de dois anos letivos em que a ‘Universidade Sénior’ da Universidade Técnica de Lisboa (UTL) funcionou em regime experimental, o sucesso do programa, no qual participaram mais de 200 seniores entre os 50 e os 75 anos de idade, ditou a sua continuação num modelo estabilizado e de maior duração. A UTL vai abrir 40 vagas para o curso “Caminhos para Empreender” que se iniciará a 21 de novembro e com duração até ao dia 5 de junho de 2013. O estímulo de iniciativas de carácter Publicidade

de voluntariado é uma das fortes apostas do curso. Dirigido a pessoas com idade superior a 50 anos e com uma formação mínima correspondente ao Ensino Secundário, aposentados ou não, o curso está orientado para o incentivo de uma cultura empreendedora, procurando demonstrar que o empreendedorismo não tem limites relacionados com o ciclo biológico, e que o voluntariado na sociedade pode assumir um papel de relevo nas suas vidas. K

6 A Universidade do Minho e a organização não-governamental portuguesa Associação Karingana Wa Karingana acabam de atribuir, pela primeira vez, um prémio literário em Moçambique destinado a jovens pré-universitários, informou a universidade. A vencedora, Margarida Joaquim Francisco, vai receber uma bolsa de licenciatura na UMinho. O júri do “Prémio Literário Karingana Wa Karingana/Universidade do Minho” foi presidido pelo conceituado escritor Mia Couto e constituído por três individualidades moçambicanas e três portuguesas, tendo a deliberação sido por unanimidade. A iniciativa teve apoio do Ministério da Educação de Moçambique, da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação Carlos

Lloyd Braga e do Instituto Camões. O Prémio tem um valor monetário superior a 30.000 euros (engloba propinas, alojamento e mensalidade), o que o torna um dos maiores galardões literários criados em Portugal. Margarida Joaquim Francisco concorreu com o conto inédito “O sonho de Marília” e vai agora estudar Ciências da Comunicação na UMinho, em Braga, após ter

sido aluna na Escola Secundária Samora Moisés Machel, na Beira. O reitor da academia minhota, António M. Cunha, e o presidente da ONG promotora, Tiago Bastos, endereçam felicitações à vencedora, desejando-lhe “o melhor sucesso académico”, e agradecem ainda “de um modo especial” a disponibilidade do júri e da Fundação Calouste Gulbenkian nesta iniciativa de cooperação.K

Indústria cosmética

Coimbra faz teste pioneiro 6 Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências (CNC) e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu um teste pioneiro para a deteção do potencial alergénico cutâneo de químicos (avaliação da sensibilização cutânea), que permitirá reduzir significativamente os ensaios em animais na indústria de cosmética. A notícia foi avançada ao Ensino Magazine pela própria universidade. O teste inovador in vitro baseia-se na utilização de células de pele imortalizadas (linha celular) para avaliar, através da análise de diversos parâmetros, o potencial alergénico cutâneo de químicos antes da sua introdução no mercado, substituindo deste modo os respetivos testes em animais. Este projeto resulta de sucessivos estudos realizados ao longo dos últimos 6 anos, pelos investigadores Teresa Cruz Rosete, Bruno Neves e Susana Rosa. O teste, denominado Sensitiser Predictor, já distinguido com vários prémios nacionais e internacionais, além de «dar resposta à imposição legislativa da União Europeia no sentido de abolir a utilização de animais em testes de produtos da indústria de cosmética, é um método muito mais rápido do que os atuais que recorrem aos ensaios em animais (ratinhos), mais económico e

passível de ser usado em grande escala», explica a investigadora, Teresa Cruz Rosete. Com uma patente internacional em fase de avaliação, o projeto, também financiado pela Fundação para a Ciência e tecnologia (FCT), carece ainda da «validação do European Centre for the Validation of Alternative Methods – ECVAM, para que possa ser considerado teste de referência a nível da OCDE», observa a investigadora do grupo de Imunologia Celular e Oncobiologia do CNC e docente da Faculdade de Farmácia da UC. Apesar de forte pressão da União Europeia para se acabar com os ensaios em animais, a verdade é que ainda não existem testes alternativos para diversos

itens de toxicidade, nomeadamente sensibilização cutânea. Por isso, o Sensitiser Predictor poderá marcar «a mudança de paradigma na avaliação da toxicidade (ensaios toxicológicos) de compostos. A comunidade científica internacional está precisamente a apostar no desenvolvimento de métodos simples e rápidos, para substituir os testes em animais», conclui a investigadora. O grupo, único em Portugal a trabalhar no desenvolvimento de testes para avaliação da sensibilização cutânea – cujo processo de avaliação de toxicidade é muito complexo - pretende agora alargar o teste a outras áreas, nomeadamente a alergias respiratórias. K

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Férias divertidas

Geologia na UTAD 6 A visita às minas romanas de ouro de Três Minas foi uma das paragens da última atividade de Geologia no Verão, cujos objectivos são divulgar a geologia e os recursos geológicos da região e atrair pessoas para esta área científica. Mais uma vez, como vem acontecendo desde 1998, alguns docentes do Departamento de Geologia da UTAD, organizaram atividades no âmbito da Geologia no Verão incluídas no

Honoris Causa a Julio Formoso

UBI está mais forte 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) atribuiu o doutoramento Honoris Causa a Julio Fermoso Garcia, no passado dia 10 de outubro. A distinção foi feita durante a sessão solene de abertura do novo ano letivo. Uma cerimónia que o reitor da UBI, aproveitou para sublinhar o trabalho desenvolvido na universidade. Para além de elogiar Julio Formoso e de considerar um ato de justiça a atribuição do doutoramento Honoris Causa, o reitor da UBI destacou alguns dos objetivos alcançados pela universidade.”Para que ensinar seja hoje mais fácil, foram criadas e implementadas várias plataformas que permitem acelerar e simplificar muitas tarefas associadas ao trabalho dos docentes”, começou por referir João Queiroz, dando como exemplos “os processos académicos, que incluem, entre outros aspetos, programas, avaliações e pautas; o tratamento das candidaturas a cursos de mestrado e doutoramento; a organização dos processos de defesa de dissertações de mestrado; e a seriação dos estudantes de mobilidade”.

Mas “para que aprender seja hoje mais fácil”, o reitor da UBI adianta que também foram “criadas fichas de curso e de unidade curricular que clarificam, de antemão, os conteúdos, objetivos e competências a adquirir”. Nesse sentido diz que “foram também criadas plataformas que permitem a candidatura e matrícula em todos os cursos de 1º, 2º e 3º ciclo e simplifiquem o acesso a programas de mobilidade”. Num discurso muito objetivo, João Queiroz lembrou que “foi ainda alargado o leque de programas de mobilidade nacional e internacional, onde se inclui o recente Programa Ciência sem Fronteiras com o Brasil, país que tem vindo a assumir uma importância crescente na internacionalização da nossa Universidade”. De igual modo, foram disponibilizados recursos bibliográficos e equipamentos informáticos que “permitem concretizar o grande desiderato do Processo de Bolonha: o de uma aprendizagem centrada no estudante; e foram melhorados e ampliados os Ser-

viços de Ação Social e os seus instrumentos, com destaque para o novo Fundo de Apoio Social destinado a promover a solidariedade e a equidade social, bem como a redução do abandono escolar, contribuindo para o desenvolvimento intelectual e escolar de todos”. O reitor da UBI lembrou que “internamente foi concebida e implementada uma plataforma de gestão documental; foram criadas plataformas para o Gabinete de Qualidade e Comissões de Qualidade das Faculdades; foram melhoradas plataformas já existentes, como as relacionadas com os Serviços Académicos e a Divisão de Contabilidade; e foram realizadas inúmeras ações de formação com vista à aquisição de novas competências bem como à atualização e ao aprofundamento de conhecimentos profissionais”. João Queiroz considerou que “estamos, hoje mais Universidade do que nunca”, e recordou o processo eleitoral em curso, agradecendo a todos os membros do Conselho Geral. K

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UNIVERSIDADE DE ÉVORA

Prémio Best Educational Partner 6 A Universidade de Évora, através da sua Licenciatura em Turismo, foi galardoada pela Travelport Portugal com o prémio Best Educational Partner para o ensino superior. A entrega do prémio decorreu durante a Gala dos 20 anos da Travelport Portugal que teve lugar, no passado dia 11 de Outubro, no Casino Estoril. A Travelport Portugal promove um projecto educacional que visa formar docentes e estudantes no sistema Galileo GDS. A formação proporcionada por esta multinacional é essencial para formar actuais e futuros profissionais na área do

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turismo, especialmente nas Agências de Viagens. A Universidade de Évora é par-

ceira da Travelport Portugal desde 2004 onde utiliza, desde essa data, o software Galileo GDS. K

programa “Ciência no Verão” financiado pela Agência Nacional Ciência Viva. Assim, com nove atividades realizadas mais de uma centena de cidadãos ficaram a conhecer melhor a região e os acontecimentos do passado que modelaram as paisagens de hoje, como se formaram e extraíram os minérios ou como se formam as águas minerais, convivendo com a paixão e saber de geólogos. K


IPG promove

Noite dos Investigadores

Intensive Programme

Erasmus na Guarda 6 No Instituto Politécnico da Guarda decorreu, entre 1 e 12 de Outubro, o Intensive Programme Intercultural Education for Sustainability. Este programa foi organizado pelo IPG e University College Lilabaelt (Dinamarca). Participaram nesta atividade, no âmbito do Programa ERASMUS, 16 professores e 40 alunos oriundos da Bélgica, Dinamarca, Espanha, Holanda, Letónia, Lituânia, Portugal e Turquia.

O IES 2012 teve entre os seus principais objetivos, promover a definição conceptual da inclusão intercultural e sustentabilidade. O Director da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto/IPG, Carlos Reis, considerou que o “balanço é extremamente positivo” e por unanimidade foi decidido renovar este programa, sendo o Politécnico da Guarda, uma vez mais, indicado para a realização desta atividade. K

6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) foi uma das instituições que assinalou, no dia 28 de Setembro, a “Noite Europeia dos Investigadores”, um evento anual comemorado por toda a Europa de forma a celebrar a ciência e dar a conhecer a atividade dos investigadores científicos, nas diferentes áreas. No corrente ano, o IPG esteve integrado no projeto nacional coordenado pela Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Cientifica e Tecnológica, o qual tem como principal objetivo aumentar o reconhecimento público dos investigadores nas suas diversas perspetivas e componentes, oferecendo, ao público em geral, a oportunidade de descobrir a “face humana” de ciência. Este contato é viabilizado através de intercâmbios e discussões diretas com os investigadores, bem como proporcionando a reflexão sobre o impacto da pesquisa em suas vidas diárias. A sensibilização para este evento, por parte do Instituto Politécnico incluiu algumas atividades prévias, nomeadamente visitas a escolas (24

e 25 de Setembro) e a um programa de avaliação desportiva, realizado dia 22 de Setembro, na pista do Parque Polis, na Guarda. No dia 28 teve lugar, no IPG, uma conferência subordinada ao tema “Desporto e Ciência”, que teve como orador o Prof. Doutor Taborda Barata (Presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior). Nesse mesmo dia, entre as 17h30 e as 22 horas, decorreu no Café Concerto do TMG uma atividade de speed dating, que contou

com a colaboração do Teatro Municipal da Guarda. No local foi disponibilizado um Mural da Ciência e o Desporto para apoio da atividade de speed dating, onde os participantes no evento expressaram os seus pensamentos. Ao longo do speed dating, diferentes investigadores científicos, docentes do IPG, estiveram disponíveis para rápidas conversas individuais ou em grupo, com a população em geral, de modo a explicarem o que faziam enquanto cientistas. K

Europa

Formação creditada

Politécnico da Guarda

Nas ondas da rádio

6 O Instituto Politécnico da Guarda iniciou, este mês, um programa de rádio, designado IPGfm. Este programa, emitido semanalmente através da Rádio Altitude, pretende ser “um espaço de informação e divulgação das atividades e projetos da comunidade académica”. Por outro lado, o referido programa radiofónico quer ser “um ponto de encontro em torno de questões relativas à vivência estudantil, um canal de comunicação que funcionará como ma-

terialização de conhecimentos”. Como foi referido na primeira emissão, “IPGfm procurará ser um espaço aberto, dinâmico, progressivamente enriquecido pelas sugestões e contributos de todos os interessados, em consonância com a filosofia e perfil programa”. O programa, a disponibilizar em podcast, é emitido às quartas-feiras, pelas 19 horas, com repetição aos domingos, pelas 13 horas, na frequência da Radio Altitude (90.9 Mhz). K

6 A secção de Castelo Branco da Associação Nacional de Professores, através do Centro de Formação Leonardo Coimbra, vai oferecer uma formação única em termos nacionais, já em Novembro, que garante créditos para progressão na carreira, além da ligação ao programa Pestalozzi, do Conselho da Europa. A formação começará em Novembro e terá como formador o editor do Ensino Magazine e jornalista do Reconquista, Vitor Tomé, que acaba de concluir o módulo A da formação de formadores em Estrasburgo, no Conselho da Europa. “Já em 2010, com os mesmos parceiros, conseguimos formar 128 professores em Educação para os meios de comunicação. Esta formação, também gratuita, é um claro up-grade dessa formação, pois abordará o que há de mais recente em termos mundiais na área dos chamados social media, ou seja, redes sociais e outras redes on-line, bem como a sua relação com a educação”, afirma o formador. De acordo com Vitor Tomé, a formação deverá ser iniciada em Novembro e será sobretudo destinada a docentes de 2º e 3º Ciclo, embora não esteja vedada a docentes de 1º Ciclo e do Secundário. “O importante é que os docentes poderão ter

uma formação extra, numa área científica de referência no actual panorama da investigação mundial. A ideia é que possam desenvolver trabalho teórico e prático, além de verem o seu trabalho como parte integrante de uma publicação do Conselho da Europa, em 2014”, refere. A acção de formação decorre em regime pós-laboral, na secção de Castelo Branco da Associação Nacional de Professores, mas não ficará por aqui, pois tem uma outra edição, também gratuita, também em Novembro, que será destinada a alunos do 3º ano de Educação Básica da Escola Superior de Educação de Castelo Branco. “Era

fundamental envolver o Politécnico e a ESE numa formação desta dimensão. Os alunos que concluírem a formação com êxito terão um certificado que será uma maisvalia para o seu currículo”. Para o investigador, que neste momento é o único português a frequentar a formação no programa Pestalozzi, “gratuito não significa falta de qualidade”, mas sim “o interesse em partilhar informação com outros docentes, aprender com eles, ao mesmo tempo que se valoriza as entidades envolvidas”. K Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

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Nuno Crato afirma

Portugal precisa dos Politécnicos

CCISP assegura protocolo com politécnicos brasileiros

Politécnicos recebem estudantes financiados pelo Governo brasileiro 6 Os politécnicos portugueses vão receber 4.500 novos estudantes nos próximos três anos (com possibilidade de renovação), como resultado de um protocolo entre o Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos Portugueses (CCISP), o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica do Brasil (CONIF) e o Governo brasileiro (através da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que financiará estes estudantes, no âmbito do Programa Ciência Sem Fronteira. «Este é, seguramente, um grande motivo de orgulho para todos, já que estamos a tornar possível um intercâmbio de grandes dimensões que nos permite formar jovens vindos do Brasil aqui nas nossas escolas, numa iniciativa inédita e fundamental para ambos os países», sublinhou João Sobrinho Teixeira, presidente do CCISP, na assinatura deste acordo, que contou com o testemunho do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, na sessão de encerramento da 2.ª Conferência da Rede das Universidades de Ciências Aplicadas (UASnet). Nesta sessão houve ainda lugar para a assinatura de um memorando de entendimento entre o CCISP e o CONIF para reco-

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nhecimento mútuo de cursos de politécnicos portugueses e brasileiros, que é, segundo salienta Sobrinho Teixeira, fundamental para a mobilidade de profissionais (que assim podem exercer a sua atividade da mesma forma em ambos os países) e, como tal, para o crescimento de ambas as economias. Nuno Crato saudou as iniciativas, que referiu terem sido acompanhadas e apoiadas por completo pelo Ministério da Educação, e que «bem mostram o dinamismo dos institutos politécnicos portugueses». Em contactos recentes com o ministro da Educação e Ciência do Brasil, Aloísio Mercadante, o ministro português referiu a importância da cooperação entre os dois países no âmbito do ensino e investigação, aplicada na prática, com benefícios para ambos, cooperação que o CCISP e o CONIF estão agora a colocar na prática. Denio Rebello Arantes, presidente do CONIF, referiu-se a este protocolo como inédito, um grande investimento do Governo brasileiro que, assim, pode formar os seus estudantes com uma maior componente de internacionalização, tirando partido da grande qualidade dos politécnicos portugueses. «É um motivo de grande orgulho para nós, institutos brasileiros», salienta. Serão abrangidas pelo Pro-

grama Ciência Sem Fronteira as áreas dos cursos tecnológicos, licenciaturas e engenharias, e os primeiros estudantes abrangidos pelo protocolo deverão chegar a Portugal já em 2013, sendo que os programas de mobilidade deverão incluir um semestre letivo e três a quatro meses de estágio. A mediação do CCISP foi também fundamental para a assinatura de um terceiro memorando de entendimento, este entre a UASnet, o CONIF e o CCISP, para dar início ao trabalho conjunto entre as universidades de ciências aplicadas do Brasil e do resto da Europa. «Os institutos superiores politécnicos portugueses e o CCISP assumem-se, cada vez mais, como parceiros determinantes ao nível mais global e abrangente do ensino superior politécnico, uma vez que estabelecem a ponte entre as instituições dos restantes países da Europa, e as instituições dos países lusófonos, de África e do Brasil». Nuno Crato louvou o trabalho que vem sendo desenvolvido pelos politécnicos portugueses que são, como explicou, fundamentais para formar os profissionais que o País precisa para se desenvolver. São a capacidade profissionalizante, a investigação aplicada, a adequação ao mercado de trabalho e às necessidades

das empresas, que fazem dos politécnicos os formadores por excelência dos técnicos que o País necessita. O ministro da Educação e Ciência falou também na grande capacidade de internacionalização dos politécnicos, bem patente na Conferência da UASnet, e que é fundamental para o desenvolvimento do País, para trazer mais estudantes e profissionais para Portugal, e para proporcionar aos nossos estudantes e profissionais experiências “lá fora”. Sobrinho Teixeira, por seu lado, referiu que «a realização desta conferência em Portugal, que reúne instituições da Europa, América, África e Ásia, reflete o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelos politécnicos portugueses, representados na direção da UASnet pelo CCISP, da qualidade do seu ensino, da qualificação do seu corpo docente e da sua capacidade de internacionalização, e captação e alinhamento de sinergias de vários pontos do globo». A 2.ª Conferência da Rede de Universidades de Ciências Aplicadas / 2nd UASnet Conference, organizada em conjunto pela UASnet, pelo CCISP e pelo Instituto Politécnico de Bragança, decorreu entre 29 de setembro e 2 de outubro, no Instituto Politécnico de Bragança. K

6 «O país precisa de pessoas com conhecimentos técnicos que os institutos politécnicos podem fornecer», atestou Nuno Crato, ministro da Educação e Ciência na 2.ª Conferência da UASnet - Universities of Applied Sciences Network / Rede de Universidades de Ciências Aplicadas, que decorreu dias 1 e 2 de outubro em Bragança. O ministro da Educação realçou a importância do encontro, que é «muito importante para Portugal e para Bragança» e que «permitiu partilhar experiências, discutir os desafios do futuro, interagir com os nossos colegas de muitos sítios do mundo e procurar soluções para os desafios comuns». O encontro, organizado pela UASnet, pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) e pelo Instituto Politécnico de Bragança, reuniu universidades de ciências aplicadas (UCA) - conhecidas em Portugal como institutos politécnicos (IP) -, da Europa, América do Norte, América do Sul, África e Ásia, para debater o sistema de ensino de ciências aplicadas. Nuno Crato definiu uma prioridade para o ensino superior politécnico: captar mais população estudantil. «É bom para eles e é bom para o país e para a Europa», defendeu. Também a cooperação internacional é uma prioridade, pelo que o ministro defendeu «este é o caminho da ciência e da educação», referindo-se aos protocolos de cooperação assinados no evento, que permitirão a 4.500 estudantes brasileiros estudar nos próximos três anos nos IP de Portugal, e dando o exemplo do IP Bragança que tem 15% de estudantes internacionais, e que permitirão ainda o reconhecimento mútuo de cursos para mobilidade de profissionais já formados. O governante mostrou-se muito satisfeito com as parcerias que os IP portugueses estabelecem com as entidades regionais, além da qualidade dos profissionais, defendendo ainda parcerias com as escolas profissionais secundárias, pois «os IP têm aqui um papel único (…), vocês são um recurso único nesta área em Portugal». Nuno Crato terminou a sua intervenção dizendo-se disponível para trabalhar com os IP nestas e noutras questões estratégicas. João Sobrinho Teixeira, presidente do CCISP, defendeu a emergência das regiões na Europa e do seu desenvolvimento, referindo-se a uma «família europeia», mas também à escala mundial, onde a unidade de denominação assumiria um papel preponderante. K


50 estudantes participaram

Leiria ensina português a alunos de Erasmus

6 Cerca de 50 estudantes que iniciarão a sua experiência Erasmus em Portugal já este ano letivo participaram num Curso Intensivo de Português Erasmus do Instituto Politécnico de Leiria (IP Leiria). Os alunos provenientes de países como a Alemanha, Bélgica, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Hungria, Itália, Letónia, Lituânia, Polónia, República Checa e Turquia, para além de assistirem a aulas

teóricas e sessões temáticas, realizaram atividades formativas online, através de uma plataforma de ensino a distância, bem como visitas culturais ao património histórico, arquitetónico e natural da região de Leiria. O curso contemplou uma vertente cultural no sentido de dar a conhecer alguns dos aspetos importantes associados à geografia, gastronomia e tradições portuguesas. K

Mais de mil vagas

Politécnico de Leiria tem a maior oferta de Cet’s

6 O Instituto Politécnico de Leiria (IP Leiria) é a instituição de ensino superior com maior número de alunos inscritos em Cursos de Especialização Tecnológica (CET) no País, contando atualmente com um total de cerca de 1.500 alunos a frequentar os 32 CET da instituição. As inscrições para esta formação abrem já amanhã, dia 30 de agosto, até 30 de setembro, com uma oferta de 1104 vagas em 30 cursos distintos, que irão ser promovidos em Leiria, Caldas da Rainha, Peniche, Alcobaça, Avelar, Pombal e Rio Maior. No ranking nacional de instituições de ensino superior, referente ao ano letivo 2010/2011, o IP Leiria detinha a maioria de CET registados no País. Este é o resultado da aposta do IP leiria nesta tipo-

logia de formação, que permite a obtenção de uma qualificação profissional de nível V e o prosseguimento de estudos no ensino superior em condições vantajosas para os estudantes. O IP Leiria foi uma das primeiras instituições de ensino superior a ministrar este tipo de formação no país, tendo sido mesmo o primeiro instituto politécnico a fazê-lo. Os CET definem-se como formações póssecundárias, não superiores, que visam conferir qualificação profissional de Nível V. Para dinamizar e coordenar a sua oferta formativa nesta área, o instituto criou em 2004/2005 o FOR.CET – Centro de Formação para Cursos de Especialização Tecnológica, que nesse mesmo ano letivo registou 60 alunos inscritos, número que em apenas dois anos viria a aumentar para os 1131. K

Evento junta IP Leiria e escolas secundárias

Formação em debate 6 O Centro de Investigação em Políticas e Sistemas Educativos (CIPSE) e o Centro de Formação para os Cursos de Especialização Tecnológica (FOR. CET), do Instituto Politécnico de Leiria (IP Leiria), a Escola Profissional de Leiria e as escolas secundárias Afonso Lopes Vieira, Domingos Sequeira e Rodrigues Lobo, vão estar reunidos numa conferência que avaliará o papel que vem sendo desempenhado pelas ofertas formativas profissionalizantes, o seu contributo para a formação profissional de jovens e adultos, e a articulação com o mercado de trabalho. A conferência “Formações Profissionais e Inserção no Mercado de Trabalho” decorrerá no dia 19 de outubro, a partir das 09h00, no Auditório 2 da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do IP Leiria. Os profissionais reunidos nesta conferência promoverão uma reflexão alargada sobre a atual oferta formativa, nomeadamente os cursos profissionais, os cursos tecnológicos e os cursos de especialização tecnológica, fazendo um ponto de situação em termos nacionais e internacionais e analisando as potencialidades de evolução destas tipologias de formação.

Da mesma forma, debaterão a forma como estes diplomados fazem a sua transição para a vida ativa, e a sua integração no mercado de trabalho, apreciando experiências de diplomados e de empresas. Ao longo do dia, os profissionais convidados apresentarão comunicações sobre diversos temas relacionados com o ensino profissionalizante. Pela manhã intervirão David Santos, investigador do FOR.CET/CIPSE, e João Saltão, docente e especialista em ensino profissional, que falará sobre a formação profissional como uma opção para o futuro, a que se seguirá um painel de profissionais que apresentará o seu testemunho neste tipo de formação:

o empresário Mário Rodrigues, da EST – Empresa Serviços Técnicos; Teresa Luz responsável pelo gabinete de inserção na vida ativa da Escola Profissional de Leiria, e ainda Marco Heleno, diplomado do FOR.CET e atualmente designer interativo. A tarde terá início com uma série de comunicações livres, seguindo-se um debate sobre a Formação e Emprego, com a intervenção do empresário, líder da Iberomoldes, Joaquim Menezes, e do dirigente sindical da CGTP-IN Joaquim Dionísio. Gonçalo Xufre, presidente do conselho diretivo da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP), dará a perspetiva de futuro da formação profissionalizante. K

Aproveitamento garante acesso

Curso para maiores de 23

6 O Instituto Politécnico de Leiria (IP Leiria) ministra anualmente o Curso Preparatório M23 que permite aos participantes, independentemente de terem ou não o 12.º ano, e desde que tenham aproveitamento positivo no curso e assiduidade acima dos 75%, ter acesso direto ao ensino superior através do concurso especial de ingresso M23, sem precisar de realizar as provas de conhecimentos gerais e específicas. José Manuel Silva, vice-presidente do IP Leiria, salienta que «este curso tem tido um enorme sucesso, com cerca de 300 inscrições todos os anos, um aproveitamento positivo anual sempre acima dos 75%, e com médias anuais acima dos 13 valores». «Para quem não teve oportunidade de continuar a estudar, esta é uma excelente oportunidade de se preparar para o ingresso no ensino

superior, de forma muito consistente, com aulas regulares semanais enquadradas num plano de estudos muito completo», explica. Com caraterísticas únicas, o curso tem uma duração de seis meses (de outubro a março), e destina-se a preparar para as provas específicas de acesso, que poderão ser dispensadas com bom aproveitamento. O curso preparatório abrange todas as áreas das provas específicas M23, com docentes do ensino secundário, perfeitamente habilitados e enquadrados neste tipo de provas. Para quem tem o 12.º ano, precisará apenas de frequentar a área da prova que dá acesso ao curso superior que escolheu, entre Matemática, Economia, Desenho, Português, Biologia, História, Química, História da Cultura e Artes; para quem não completou o 12.º ano, além de

fazer essa área, terá de fazer também Cultura Geral. Todas as turmas, correspondentes a cada uma das disciplinas, e tantas quanto o número de alunos inscritos exigir, funcionam em horário pós-laboral, possibilitando a frequência do curso por pessoas já integradas no mercado de trabalho, que pretendam ingressar no ensino superior e melhorar as suas competências. Ao longo das cinco edições do Curso Preparatório M23, desde 2007, foram 1.443 os alunos inscritos, com uma percentagem de aproveitamento positivo acima dos 82%. As médias globais são também reveladoras do sucesso destes estudantes, que se situam acima dos 16 valores a disciplinas como a História e a Biologia, dos 15 valores a Português e Geografia, e dos 14 valores a Matemática, Economia e Cultura Geral. K

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Poliempreende

Viseu foi centro nacional

Programa Europeu de Avaliação de Escolas

Projeto web em Viseu 6 O Instituto Politécnico de Viseu (IPV), através da Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV), organizou a última reunião de trabalho de um projeto europeu inovador no âmbito da inspeção e avaliação de escolas que se estendeu no tempo durante dois anos, informou a instituição, em comunicado. O Projeto WBEE – Web Based e-inspection and e-performance aglutina 16 parceiros europeus de seis países (Áustria, Grécia, País de Gales, Portugal, Suécia e Turquia), e tem como entidade gestora a Inspeção Geral de Escolas do Ministério da Educação da Turquia, sendo a Escola Superior de Educação/Instituto Politécnico de Viseu um dos parceiros envolvidos e o representante nacional. O projeto, no domínio da transferência da inovação, é financiado pela União Europeia e consiste no estudo comparativo sobre a temá-

tica da inspeção e da avaliação das escolas a nível europeu, tendo como objetivo final a implementação de uma ferramenta para a inspeção de escolas na Turquia baseada numa plataforma electrónica de avaliação. O evento decorreu durante três dias (2, 3 e 4 de outubro) nas instalações do Politécnico de Viseu. O 1º dia foi reservado às diversas sessões de trabalho dos grupos constituídos pelos parceiros, que reuniram nos serviços centrais do Instituto para finalizarem os trabalhos iniciados há dois anos. O 2º dia, 3 de outubro, pretendeu abrir ao público em geral, e aos alunos da área em particular, o debate da temática da avaliação e da inspeção nas escolas. A Conferência “Avaliação de Escolas” decorreu na Aula Magna do IPV e contou com a presença de diversos especialistas nacionais e internacionais: Davut Olgun, coordenador do projeto WBEE,

Sakir Çinkir, Professor da Universidade de Ankara, Alexandre Ventura, um dos especialistas nacionais sobre avaliação e inspeção de escolas e antigo Secretário de Estado Adjunto e da Educação, Rosa Menezes Ferreira, da Inspeção de Educação e Ciência de Portugal, e Inês Campos, Presidente da CAP do Agrupamento de Escolas da Zona Urbana de Viseu. As comunicações permitiram aferir práticas e desafios no domínio da inspeção e avaliação das escolas em Portugal e na Europa. O último dia, 4 de outubro, foi reservado a mais uma sessão de trabalho, desta feita prática, demonstrativa da especificidade portuguesa, com a visita às escolas de Marzovelos e da Ribeira. O resultado deste trabalho culminará na criação e disponibilização das plataformas informáticas e da edição de um livro com as conclusões do estudo comparativo. K

Obra de Rogério Matias

Cálculo financeiro em manual

6 Acaba de ser publicada a 4ª edição da obra “Cálculo Financeiro. Teoria e Prática”, da autoria de Rogério Matias, docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viseu. Esta nova versão foi revista e atualizada em vários aspetos, a saber: renovação, ampliação e diversificação do conjunto de exercícios propostos; adoção de novas abordagens para algumas matérias, tendo em conta as dúvidas mais frequentes; inclusão de novos exemplos, gráficos e símbolos com vista a facilitar a compreensão de tópicos específicos da matéria e chamar a atenção para aspetos

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considerados especialmente importantes; atualização da referência a diplomas legais que entretanto foram introduzidos, alterados ou revogados; adoção do Novo Acordo

Ortográfico e da norma portuguesa para representação de números. A página de apoio na internet (www.calculofinanceiro.com) é uma extensão não só deste, como dos outros livros do autor. Esta página, com milhares de visualizações, tem constituído um forte apoio a alunos, não só portugueses, mas também de outros países, sobretudo PALOP, em especial graças ao fórum de esclarecimento de dúvidas e ao material de livre acesso que disponibiliza. As obras de Rogério Matias são atualmente comercializadas em Portugal, Angola, Moçambique, Brasil e Espanha. K

6 O Instituto Politécnico de Viseu (IPV) acolheu a “Semana do Empreendedorismo”, no âmbito do 9º Concurso Nacional Poliempreende, Projetos de Vocação Empresarial. Em nota de imprensa, o IPV revela que o empreendedorismo é uma aposta inequívoca dos institutos politécnicos portugueses, no intuito maior de incutir nos seus alunos e diplomados o espírito de iniciativa, a vontade de empreender que possa conduzir à criação da própria empresa e gerar postos de trabalho, explorando o caráter eminentemente prático e profissionalizante da sua formação. No intuito de desenvolver e

potenciar nos seus alunos o espírito empreendedor, os politécnicos criaram um concurso de projetos de vocação empresarial a que deram o nome de Poliempreende, destinado a um universo que compreende mais de 100.000 alunos e 7.000 docentes. Relembre-se que a coordenação nacional do Poliempreende é rotativa, estando a presente 9ª edição do concurso a cargo do Instituto Politécnico de Viseu. A “Semana do Empreendedorismo” decorreu em Viseu entre os dias 11 e 14 de setembro e contou com a participação de todos os vencedores da fase regional deste concurso em demanda da consagração nacional. K

Protocolo assinado

IPV acolhe brasileiros 6 Os Serviços Centrais do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) acolheram no dia 4 de outubro a sessão solene de assinatura de protocolos de cooperação com oito instituições de ensino superior do Brasil, nos domínios da formação, da investigação e da mobilidade e intercâmbio. De acordo com o IPV, os convénios celebrados visam estabelecer, desenvolver e reforçar os vínculos de cooperação; promover o intercâmbio técnico, científico e cultural para o desenvolvimento do conhecimento das

instituições e das comunidades em que estão inseridas. A realização de estágios e o intercâmbio de estudantes, mas também de professores, investigadores e funcionários, é um dos pontos aos quais as instituições envolvidas mais relevância concederam. A cooperação bilateral nos domínios da investigação, da cultura e da formação científica são outras áreas a desenvolver no âmbito deste protocolo, que visa instituir projetos e trabalhos de investigação de interesse comum. K


Reunião junta 60 investigadores

IPP em «action» 6 O Centro Interdisciplinar de Investigação e Inovação (C3i) e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Portalegre apoiaram, nos dias 19 e 20 de setembro, a realização de reuniões de trabalho no âmbito da Forest Energy Action (COST ACTION FP0902), nas quais participaram 60 investigadores de 25 países da União Europeia, do Canadá, Nova Zelândia, Rússia, Austrália e África do Sul. Este projeto, financiado pela União Europeia, é coordenado pela IrRADIARE Science for evolution®, Lda. e teve início em

outubro de 2009. O projeto tem como principal objetivo explorar as potencialidades da biomassa no contexto energético e homogeneizar práticas e terminologias ao nível europeu (contando, no entanto, com participações de investigadores de países nãoeuropeus). Uma ideia reforçada pelo Coordenador Institucional do C3i e investigador do projeto, Paulo Brito, e pelo diretor técnico da AREANATejo, Tiago Gaio, que salientaram a importância destas ações para a região e para o Instituto Politécnico de Portalegre. K

IPP recebe visita de reitores de institutos brasileiros

Portalegre acolhe Brasil 6 O Instituto Politécnico de Portalegre recebeu, no passado dia 3 de outubro, a visita dos reitores dos institutos federais brasileiros: Triângulo Mineiro, Goiano, Norte de Minas Gerais e Sul de Minas Gerais. Com esta ação procura-se estimular a cooperação e, em particular, a mobilidade de alunos. Em 2013, prevê-se que 1500 estudantes brasileiros realizem um período de estudos no ensino superior

politécnico português, viabilizado pelo Programa Ciência sem Fronteiras, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Brasil. Em nota enviada ao Ensino Magazine, o IPP revela que a visita dos reitores surgiu “após a participação, em Bragança, no 2º Encontro da UASnet (Universities of Applied Science network) e no âmbito do protocolo celebrado pelo Conselho Coordenador dos

Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) e o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), do Brasil”. Os responsáveis pelos institutos federais brasileiros foram divididos em várias comitivas, com um plano de visitas aos institutos politécnicos. A viagem da comitiva que visita o IPP também inclui uma deslocação ao IPBeja e ao IPSetúbal. K

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José Cabral

Ao Estilo de José Cabral 6 José Cabral é o autor do blogue O Alfaiate Lisboeta, de um livro com o mesmo nome e da campanha de promoção da capital, Lisboa Somos Nós. Os retratos que tira às pessoas, que encontra por acaso nas ruas já chegaram às páginas do The New York Magazine. Mas, é ter as suas fotografias a promover Lisboa, numa campanha institucional única fundamentada por um blogue, que é o seu maior motivo de orgulho. José Cabral retrata por email um projecto singular chamado O Alfaiate Lisboeta. O que o levou a criar um Blogue chamado O Alfaiate Lisboeta? As pessoas esquecem-se mas a blogosfera tem um contributo enorme para a livre expressão das pessoas. A blogosfera tornou possível que pessoas como eu – perfeitos anónimos – tivessem um espaço livre onde pudessem publicar os seus projectos, ideias, anseios ou o que quer que lhes passasse pela cabeça. Eu comecei o meu blogue em particular porque tinha ganas de iniciar um projecto criativo, estava cada vez mais saturado da minha vida profissional e, um dia, um amigo me mostrou uns poucos blogues internacionais onde os seus autores publicavam imagens de anónimos com quem se cruzava na rua por quem se sentiam inspirados visualmente.

José Cabral H

Tem um curso de Sociologia, foi bancário de profissão e diz que quando lhe ocorreu a ideia de retratar pessoas na rua, não percebia nada de fotografia. Mas, os seus retratos são muito bons. Quando é que começou a perceber de fotografia? Para lhe ser completamente franco eu continuo a achar que percebo muito pouco de fotografia. Simplesmente, com o tempo, fui-me apercebendo daquilo que era necessário fazer para que o resultado estético (mais que o técnico) das imagens que faço se aproximasse daquilo que eu pretendia. Ainda se lembra da primeira pessoa que fotografou na rua? Quem era e como estava vestida? Claro que sim! A primeira fotografia a ser publicada foi a de um grande amigo meu e a quem liguei a dizer “ Gonçalo, quero começar um blogue assim e assado mas, antes de ir para a rua fotografar estranhos, queria experimentá-lo com uma pessoa amiga”. Essa história está aliás assumida e narrada no blogue como demonstração do quão rudimentar e tosco é o meu trabalho. O blogue deu origem ao livro O Alfaiate Lisboeta (Oficina do Livro). É o estilo que o leva a querer fotografar pessoas, ou a escolha vai para além da roupa? O estilo é, de facto, o ponto de partida para eu abordar alguém na rua e lhe su-

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José Cabral (na foto em cima) mostra ao Ensino Magazine alguns dos seus trabalhos gerir uma fotografia. Mas sim, a concepção que tenho do meu trabalho é de que, precisamente, ele vai além da imagem estética da pessoa. Ou, pelo menos, que os seus pontos altos são precisamente quando isso acontece. No livro O Alfaiate Lisboeta pode ler-se «Tenho as paredes do meu quarto literalmente forradas com fotografias de viagens. E em todas elas há pessoas. Não tenho retratos de planícies verdes ou de monumentos imponentes. Pessoas, apenas pes-

soas.». De onde vem esse fascínio pelas pessoas? Desde sempre. Acho que sou um tipo orientado para as pessoas e, aparentemente, com a mudança radical de vida que foi deixar a minha vida de bancário para fazer o que quer que faça agora (até eu tenho dificuldade em explicar o que faço) passei a fazer aquilo que, objectivamente falando, mais sentido tem para uma pessoa com as minhas características.

Este ano criou a campanha Lisboa Somos Nós. Em que consistiu esse projecto? Basicamente dei-me conta, por via de feedback de estrangeiros que pareciam interpretar Lisboa a partir do meu trabalho, que o meu blogue era também ele um espelho da cidade. Agarrei em conteúdos do blogue (11 fotografias tiradas em pontos diferentes da cidade) e quis fazer sentir a todos os que vivem, trabalham e passam por Lisboa que é precisamente a sua vivência, ;


os seus sentimentos e a sua forma de agir que – tanto quanto o património histórico ou cultural – fazem de Lisboa a cidade que ela é hoje. E foi a melhor coisa que já experimentei na minha vida profissional. Assinar totalmente uma campanha (que eu próprio apresentei à CML) para fazer sentir às pessoas – lá está, as pessoas (risos) – que, de facto, o seu papel é maior do elas próprias imaginam.

junto faz daquela imagem a fotografia da minha vida (até à data). Qual é para si a melhor história por detrás de uma foto que tenha feito?

Pode dizer-se que O Alfaiate Lisboeta é também um livro de viagens pelas ruas das cidades...

Talvez a da mulher grávida semi-nua que fotografei numa praia em Maiorca. Acho que há um sentido bonito em ter uma mulher despojada de roupa numa publicação na qual, precisamente, se esperaria que a roupa fosse o centro das atenções. E, ainda assim, insistir que tudo aquilo tem sentido. Que tudo aquilo faz sentido.

Sim. Na prática como que descrevo os lugares através das pessoas que os percorrem.

Ter as suas fotografias publicadas no The New York Magazine é para si especial motivo de orgulho?

A capa do seu livro é o retrato de uma mulher jovem, com um vestido branco que mostra umas asas tatuadas nas costas. Chamou-lhe a fotografia da sua vida. Contenos a história dessa fotografia...

Sim claro. Mas ter as minhas fotografias a promover e a acrescentar valor à minha cidade na única campanha institucional em todo o mundo assinada por um blogue orgulham-me muito mais (risos).

Eu não tenho uma única tatuagem no corpo e, para lhe ser franco, é raro ver uma de que goste. Se alguém me fizesse uma descrição textual daquela mulher dificilmente me sentiria tentado a fotografála. E isso é o mais interessante que pode suceder a alguém como eu. É revolucionar a sua própria perspectiva e visão das coisas. Aquela mulher surpreendeu-me. E isso é marcante. Aparte disso a fotografia saiu melhor do que eu poderia imaginar. E tudo

Em criança sonhava em ser o quê? Futebolista, jornalista / comentador desportivo, arquitecto, geógrafo, viajante (e por aí a fora..). K Eugénia Sousa _ Este texto não segue o novo acordo ortográfico _

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Beja recebe Hungria

Foto Arquivo H

Politécnico de Beja

ANA atribui bolsa de estudo 6 A ANA Aeroportos vai atribuir onze bolsas de estudo para alunos carenciados, este ano letivo, informou o Instituto Politécnico de Beja. A empresa refere que “cultivar uma relação de proximidade com as comunidades envolventes dos aeroportos faz parte das suas Orientações Estratégicas para a Responsabilidade Social” e representa um “esforço” que passa por “promover a inclusão social, em particular através da educação”. As bol-

sas destinam-se a alunos do 12.º ano das escolas circundantes dos aeroportos, apoiandoos durante a frequência do 1.º ciclo de Bolonha e tem o valor de 3 mil euros anuais, pagos em 10 prestações mensais. Podem candidatar-se os alunos com média igual ou superior a 14 valores que residam numa freguesia limítrofe de um aeroporto da ANA que tenham frequentado o último ano do secundário numa escola pública sediada em concelho limí-

trofe a esses aeroportos. Os estudantes têm ainda que ter até 20 anos e ser economicamente carenciados, com um rendimento per capita do agregado familiar não superior ao salário mínimo nacional. A ANA vai atribuir três bolsas de estudo no Aeroporto de Lisboa, duas no Aeroporto do Porto e uma em Faro, Beja, Ponta Delgada, Horta, Santa Maria e Flores. Os interessados deverão candidatar-se até ao dia 31 de outubro. K

Politécnico do Porto

Prémio para Sales 6 A investigadora do Instituto Politécnico do Porto (IPP), Goreti Sales ganhou uma das bolsas do European Research Council, no valor de um milhão de euros, informou o IPP, através da sua Newsletter. Com uma duração de cinco anos, o Projeto 3Ps pretende criar dispositivos autónomos e portáteis para o diagnóstico precoce do cancro. Baseando-se numa ideia inovadora o 3Ps permitirá detetar indicadores de alerta para a instalação do cancro de modo análogo aos sistemas utilizados hoje no controlo da diabetes. Espera-se que o 3Ps facilite o acesso da comunidade em geral à monitorização destes sinais de alerta, a tempo de evitar a instalação da doença ou de minimizar as suas consequências. Vai ser um passo importante no diagnóstico precoce da

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doença oncológica, nomeadamente nas patologias com maior incidência a nível mundial: cancro da mama, cancro do colo do útero e cancro colo-retal. «O aparecimento de uma patologia como o cancro está associado à presença de algumas biomoléculas (bio marcadores) que circulam no organismo em baixas quantidades. A existência de um biossensor (dispositivo) capaz de detetar esses bio marcadores, de modo rápido, rigoroso e não invasivo, será extremamente importante para a dinamização do diagnóstico precoce da doença», explica Goreti Sales, coordenadora do Biomark - Sensor Research, unidade de investigação do ISEP. A conquista desta bolsa é um importante reconhecimento da investigação de ponta reali-

zada no ISEP, sendo que o European Research Council as dirige aos «melhores e mais criativos investigadores mundiais». Este ano, concorreram 4741 projetos. O Biomark - Sensor Research é uma unidade de investigação do ISEP que centra a sua atividade no desenvolvimento de biossensores, nos mais variados ramos de aplicação, desde a área alimentar ao ambiente e saúde. Criada em 2011, conta já com mais de 20 artigos publicados em diferentes revistas científicas internacionais. Para o projeto 3Ps, a equipa liderada por Goreti Sales é ainda composta por dois alunos de pósdoutoramento e dois alunos de doutoramento. A concretização prática deste estudo contará com a colaboração do IPO-Porto. K

T O IPBeja recebeu, no passado dia 9 de outubro, a visita de Péter Rácz (empresário agrícola, membro da Academia das Ciências Nacionais na Hungria e professor na Universidade de Debrecén). Os objetivos da visita passaram por conhecer o que no âmbito da hortofruticultura e da melhoria das plantas está a ser feito pelos centros experimentais da Escola Superior Agrária e de explorar as hipóteses de intercâmbio científico e comercial. Péter Rácz será recebido na ESA e visitará o Centro de Hortifruticultura, o Centro de Experimentação Agrícola e o Projeto Myfarm. No final da visita irá à Herdade do Monte Novo e Figueirinha a fim de tomar contato com a sua produção de azeites e vinhos. Esta visita insere-se no âmbito dos laços de cooperação internacional que une o IPBeja a várias entidades na Hungria. K

Setúbal recebe medalha T O Município de Setúbal atribuiu a Medalha de Honra da Cidade, na classe de ciências e tecnologia, ao Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), numa sessão solene comemorativa, que decorreu no passado sábado, dia 15 de setembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Na cerimónia a Câmara Municipal de Setúbal prestou homenagem a “todos os setubalenses e azeitonenses que por inerência da sua atividade profissional ou social têm promovido este Concelho a nível local, nacional ou internacionalmente”. A atribuição da medalha de honra da cidade em ouro ao Publicidade

IPS visou o reconhecimento público e gratidão da autarquia “pelo seu contributo e trabalho em prol do ensino e formação”. K

Torres debate formação T A Escola Superior de Educação de Torres Novas, em parceria com a Associação Nacional de Profissionais de Educação e Formação de Adultos (ANPEFA), promoveu, no dia 27 de setembro, no seu anfiteatro, um seminário intitulado: “Modelos de Educação de Formação de Adultos. Neste seminário expôs-se e discutiu-se o modelo da Educação e Formação de Adultos e refletiu-se criticamente sobre a Iniciativa Novas Oportunidades. K

ISPA atribui Honoris Causa T Por ocasião do seu cinquentenário, o ISPA atribuiu o título de Doutor Honoris Causa ao professor António Coimbra de Matos. A cerimónia teve lugar no dia 19 de setembro. Dono de um pensamento original e de uma espantosa capacidade de comunicar e interessar diferentes gerações de psicólogos, de quem foi professor, supervisor, psicoterapeuta e psicanalista, António Coimbra de Matos é, na atualidade, a mais incontornável figura da saúde mental em Portugal. António Coimbra de Matos é Psiquiatra, Pedopsiquiatra e Psicanalista. Foi Diretor do Centro de Saúde Mental Infantil de Lisboa, Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise, Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicossomática, Presidente da Direção do Colégio de Psiquiatria da Infância e da Adolescência da Ordem dos Médicos. Foi Professor Convidado na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa entre 1990 e 2001, altura da sua reforma. Foi, igualmente, Professor Convidado do ISPA entre 1990 e 2009, sendo atualmente membro do seu Conselho Consultivo. K


Lisboa

Estudantes do Técnico fazem mostra 5x5 6 O Núcleo de estudantes de Arquitectura do Instituto Superior Técnico (NucleAR) e seus docentes dão início ao ano lectivo 2012/13 com a exposição “5x5”, cinco projectos relativos a cada um dos cinco anos do curso de Arquitectura realizados no passado ano lectivo. Inaugurada no dia 24 de Setembro, a exposição conta com vinte e cinco trabalhos inéditos e diversificados, entre os quais maquetes, desenhos, textos e fotografias, sob a forma de conhecimento prático e teórico desenvolvidos ao longo do ano. Com o objectivo de proporcionar uma reflexão e debate sobre a

área de Arquitectura, o evento vai ser complementado por um ciclo de conferências, com participação de quatro nomes ilustres e bem sucedidos na área: Camilo Rebelo, Paula Santos, José Adrião e Manuel Salgado. Abordar a maneira como o arquitecto pode reflectir sobre a forma como o singular / colectivo, debruçar sobre as questões que envolvem o bom desenho de uma casa, conhecer a realidade da arquitectura contemporânea, foram alguns dos assuntos a retratar nas conferências. K Este texto não segue o novo acordo ortográfico _

Votações prosseguem a bom ritmo no site Magazine

Concurso de bandas a rasgar 6 As votações para o Concurso Nacional de Bandas de Garagem e Tunas Académicas continuam a decorrer até ao final de novembro. A iniciativa pretende promover, através de pequenos filmes de vídeo, a música interpretada por alunos, quer na forma de bandas (grupos musicais ou as chamadas bandas de garagem) quer de tunas académicas. A iniciativa é promovida pelo Ensino Magazine e a votação está a decorrer no portal www.ensino. eu, havendo já tunas e bandas com mais de 15 mil votos. O concurso tem como parceiros o Reconquista, a Futurália, a RVJ e a Edutopia. A concurso estão vídeos de bandas e tunas não só de Portugal como de outros países, como o Brasil. “Aquilo que pretendemos é divulgar a música efetuada pelos alunos. E essa promoção será feita através da elaboração de vídeos relativos à interpretação de um tema por parte das bandas de garagem ou tunas académicas, os quais serão postos à votação dos

leitores do Ensino Magazine, através do site www.ensino.eu “, revelam os responsáveis do jornal. A participação no concurso foi gratuita e todos os vídeos foram alojados no Youtube. A banda vencedora em cada categoria, receberá 500 euros e será tema de capa do suplemento Ensino Jovem. Para os responsáveis da publicação, “este é uma forma de ligar

a comunidade à escola, através da música, da arte e das novas tecnologias”. O Concurso é também a primeira grande iniciativa do novo portal de educação e juventude do País (www.ensino.eu ), o qual é atualizado diariamente e que segundo os seus responsáveis “se assume como um dos melhores do país no setor educativo”. K

Receção ao Caloiro em Castelo Branco

Voodoo e João Só presentes

ubi

Desporto para todos na Covilhã 6 As atividades de lazer, promovidas pelos Serviços de Ação Social da Universidade da Beira Interior, entraram em funcionamento no dia 1 de outubro e são dirigidas a toda a comunidade da UBI - estudantes, funcionários e docentes. Os utentes têm à disposição o ginásio (cardiofitness e

musculação) e as aulas de grupo (localizada, pilates, step e yoga) que decorrem na sala de exercício do pavilhão desportivo n.º 2, bem como a defesa pessoal urbana, que decorre na sala panorâmica. Todas as atividades são orientadas por profissionais devidamente credenciados. K

6 Já é conhecido o programa da receção ao caloiro 2012 da Federação Académica de Castelo Branco, a qual decorre de 23 a 27 de outubro, no pavilhão do Nercab. O primeiro dia será dedicado às tunas e para o dia 24 está preparada um noite de arromba com os grupos Voodoo Marmalade, A way to Disappear e o Dj Riverdeck. No dia 25 decorrerá o arraial académico com Zé Águas e o Dj Geada, para na sexta-feira subirem ao palco os Profetas do Submundo, os Dealema, e o Dj Myke Karizma. Finalmente no dia 27

João Só e os Abandonados são os cabeça de cartaz, numa noite

onde atuarão o grupo Paus e os Dj’s Stik Up e Lil’Pip. K

Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _

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crónica salamanca

Novatadas en la Universidad 6 Hace escasas semanas han comenzado los nuevos cursos académicos en nuestras universidades, con discursos a veces engolados, en ocasiones con ceremoniales de ascendencia medieval y eclesiástica, con los rituales del ciclo anual, reiterados de forma centenaria. Lo diferente es que desde hace pocos años todo ello se produce en un nuevo clima, dentro de una terrible crisis económica, institucional, y seguramente la más de fondo, de valores, como es posible que hace mucho tiempo no conoce la institución universitaria española (presupongo que el caso de referencia podría extenderse a otras europeas, principalmente del entorno latino y mediterráneo). Con todo, lo más destacado del inicio de la actividad lectiva es que llegan a las aulas miles de jóvenes después de las vacaciones, y entonces la universidad comienza a ser de nuevo universidad. Es decir, que los claustros, pasillos y despachos, anfiteatros, aulas y paraninfos, bibliotecas y laboratorios, carecían durante algunos meses de la presencia de quienes son el alma real de la universidad, desde los ya lejanos orígenes de esta centenaria institución, los estudiantes. En los ambientes académicos con frecuencia se insiste en la investigación de los profesores universitarios, en su producción científica, y lo aplaudimos en la medida que ello pueda significar impulsar el espíritu de creación e innovación del conocimiento, y su difusión posterior. Pero lo que realmente da a la universidad poso, y el estilo de establecimiento docente y formativo, es la relación entre profesores y estudiantes, entre maestros y discípulos. En las últimas semanas del mes de septiembre, es cierto, se incorporan casi en sincronía, en la Universidad de Salamanca por ejemplo, varios miles de estudiantes, una masa próxima a los cuarenta mil,

entre todas las titulaciones, ciclos y niveles. Un número superior a los cinco mil lo hace por primera vez, y se distribuye en diferentes facultades, escuelas, institutos de investigación y centros de estudio. La mayoría de ellos, al menos en esta universidad, procede de fuera de la ciudad, y suele vivir en pisos compartidos entre cuatro o cinco compañeros (o simplemente conocidos que se ponen de acuerdo por razones económicas), en residencias universitarias, en colegios mayores. Como consecuencia de esta presencia de miles de nuevos inquilinos, todos jóvenes para más señas, y con espacios de libertad personal por delante, los ambientes de la ciudad de Salamanca cambian de imagen de manera evidente. La ciudad se convierte en un reclamo bullicioso de espíritu juvenil, expresividad, ganas de diversión, cultivo de la sociabilidad en lugares propios, en marcos donde reina la alegría, el consumo de música y licores, se practica la picaresca, las relaciones sociales se afianzan, se construyen otras de tipo afectivo, donde las relaciones sexuales se admiten con relativa facilidad, dentro del estilo de la época y de los valores que han asumido los jóvenes antes, al margen y más allá de la universidad. Quien siendo joven estudió en Salamanca puede dar fe de todo esto, respetando la experiencia e individualidad de cada uno. Es verdad que Salamanca, ciudad universitaria prototípica en todo el mundo, como lo puedan ser de otra forma Oxford, Cambridge, Leyden, Bolonia, Coimbra, por mencionar algunas más, se erige en un reclamo añadido para los nuevos jóvenes estudiantes. La ciudad da juego a la formación y a la diversión, a la sociabilidad juvenil de los estudiantes, a la construcción de espacios propios de afirmación, diálogo y espíritu lúdico, y eso no es de ahora, a comienzos del siglo XXI.

La vida estudiantil de la Salamanca renacentista ha sido estudiada y valorada hace ya tiempo por autores como Luis Cortés, o Luis Enrique Rodríguez San Pedro, y buenos testimonios de ella quedan patentes en la literatura española del Siglo de Oro (las novelas Cervantes serían suficientes, pero son muchos más), emergiendo figuras como el tuno, el pícaro, con mil y una historias a las espaldas. Más cerca de nosotros, por ejemplo el prestigioso jurista de Puerto Rico, R. Garzaro, nos describe en su “Colegio Mayor” la vida estudiantil salmantina que él mismo conoció en los años cincuenta del siglo XX, ambientes de cafés y tertulias, de colegios mayores, de actividades culturales y musicales, de lo que significaba ser estudiante universitario en Salamanca hace unos sesenta años. Hoy han cambiado bastante las prácticas sociales, las dimensiones de la ciudad y de la universidad, pero se mantiene el fenómeno de llegada masiva de los estudiantes , en especial de los nuevos, a quienes se les llama “novatos” por parte de los “veteranos”, aquellos que han superado el trance del primer año de vida en la universidad, residiendo en pisos, residencias, colegios. En apariencia, y debiera ser así para disfrute de todos, la recepción jocosa a los nuevos inquilinos universitarios, que bien podríamos admitir como “novatada”, debiera producirse en una ambiente de alegría, pérdida de algunas inhibiciones, fomento de la sociabilidad para los más jóvenes y bisoños, algo con lo que podemos estar de acuerdo. Vendría a ser una especie de rito de iniciación simpático y juvenil a la vida universitaria. El problema se produce cuando la novatada se erige en un mecanismo de imposición por la fuerza, de forzar a los novatos a prácticas no asumidas e inmorales que exi-

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt

gen ser cumplidas por los llamados veteranos. Eso tiene muy poco de universitario, ninguna gracia, y mucho de cuartelero, carcelero y ambiente de internado represivo, que debe ser erradicado cuanto antes de las prácticas lúdicas y culturales de los universitarios. Algo de culpa de esas prácticas, y del arraigo alcanzado en ambientes juveniles, podemos encontrar en los modelos “universitarios” norteamericanos que tanto se nos pasa por la nariz en diferentes cadenas de televisión. Muchos de esos modelos juveniles, y sus prácticas sociales, importados de los USA, no son más que bazofia pura, incultura, miseria moral. Hace unas semanas dos flamantes estudiantes “veteranos” golpearon violentamente a un “novato” en las calles de la ciudad porque no se sometió a las prácticas de novatada que sus colegas de mayor veteranía querían imponerle. Ha sido una lamentable noticia de violencia, falta de convivencia y espíritu lúdico y universitario. Con muy buen criterio, los responsables de colegios y residencias de la universidad han cortado en seco, y han expulsado de las instalaciones universitarias salmantinas a estos dos violentos que querían tomarse la justicia por su mano. Novatadas sí, pero con gracia, estilo, educación, “buen rollo”, y sobre todo respeto hacia los estudiantes jóvenes que deseen (o no) participar en ese tipo de prácticas lúdicas, que también pueden resultar formativas (o no tanto en ocasiones). K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

Universidad de Salamanca

20 años de andadura 6 La Facultad de Traducción y Documentación de la Universidad de Salamanca celebra sus primeros 20 años de andadura (1992-2012) con un amplio programa de actividades que tendrán lugar del 15 al 19 de octubre. El rector, Daniel Hernández Ruipérez, asistirá al acto inaugural, que tendrá lugar el próximo lunes a las 12:30 horas. La conferencia de apertura, titulada “El libro y la edición en el nuevo paradigma digital”,

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será impartida por Afonso Furtado, uno de los máximos especialistas mundiales en sistemas de información digital, director de la biblioteca Gulbenkian de Lisboa y nombrado el año pasado por la revista “Times” el “Borges de la Red”. El programa se compone tanto de actos académicos como de talleres prácticos, como el titulado “¿Quién demonios escribe los manuales de instrucciones?”, y confe-

rencias destaca la presencia de la traductora de “Juego de tronos”, Cristina Macía. Todas las actividades están dirigidas no sólo a profesores, alumnos y personal administrativo de la Facultad, sino también a alumnos y profesores de otras Facultades, a toda la comunidad universitaria y el público en general. La entrada a todos los actos será libre hasta completar aforo. K

Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Eugénia Sousa Francisco Carrega Rogério Ribeiro Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco


Editorial

As Tic na primeira infância 7 O debate sobre o modo como as tecnologias da informação e da comunicação (Tic) podem influenciar, o modo de pensar, de trabalhar e de aprender, chegou às salas dos jardinsde-infância. Por isso, conviria realçar a publicação de uma interessante obra, dedicada aos educadores, e que pretende motivá-los para a utilização dos meios tecnológicos nas suas práticas educacionais, no parecer de que o contacto precoce das crianças com as Tic constitui uma das condições fundamentais para o sucesso na sociedade do conhecimento. Referimo-nos à edição bilingue (português e inglês) da obra “As Tic na Primeira Infância: Manual para Formadores”, elaborada por um conjunto de investigadores de ambos os países, que resultou do desenvolvimento do projecto “Kinderet – Tecnology Education in Early Childhood

Context”, e que, em Portugal, foi implementado a partir da Escola Superior de Educação de Beja, por uma equipa liderada por Vito Carioca. O livro apresenta-se-nos numa edição extremamente cuidada, de leitura acessível e cativante, e convence-nos já que se a aquisição de competências ao nível tecnológico se revela como uma das mais pertinentes peças na educação das crianças, porque estas se preparam para viver numa era do domínio multimédia, a boa aquisição dessas competências depende, em parte, da preparação dos seus educadores quanto à aplicação pedagógica das mesmas. Segundo os autores, tal como todas as crianças têm o direito a saber ler e escrever, todas elas têm o direito de se tornarem competentes na utilização das Tic, sendo que, para tal, necessitam de as ver utilizadas num

contexto com significado e com propósito real. Assim sendo, sublinham, pela voz dos mais autorizados investigadores, a utilização da Tic pode valorizar as oportunidades educativas para as crianças mais pequenas. Elas podem aplicar-se para estimular brincadeiras exploratórias, para promover a discussão, a criatividade, a resolução de problemas, a tomada de riscos e o pensamento flexível. No entanto, para que isto aconteça, os profissionais devem ter formação adequada e a adaptada ao trabalho neste nível etário. Nesta idade, e com a ajuda dos seus educadores, as crianças em contacto com as Tic aprendem a distinguir o que é realista e o que é impossível no mundo real, mas possível no mundo virtual. As crianças centram a sua atenção em diversos fenómenos e no controlo e domínio das funções dos

programas. Exploram tópicos novos, são criativas na pesquisa da informação na Internet, colocam questões e exprimem as suas reflexões e sentimentos. E, ao mesmo tempo, desenvolvem uma atitude crítica e capacidade de avaliação, tanto comparando a funcionalidade dos programas que utilizam, como o interesse e aplicabilidade dos conteúdos a que, através deles, acedem. Por todas estas razões este grupo de investigadores conclui que em todos os países europeus se deve fazer um esforço para que todas as crianças alcancem a literacia tecnológica. Para isso é necessário que existam estratégias dos governos no sentido a que se assista a uma renovação curricular que apoie a implementação das Tic nos ambientes de aprendizagem inicial. Segundo eles, todos os grupos de crianças do ensino pré-primário devem ter acesso

a computadores e a uma grande diversidade de software, nomeadamente programas educativos, informativos, mas também jogos e acesso à Internet. Assim, os jardins-de-infância devem proporcionar às crianças as experiências iniciais mais importantes para que possam compreender e, mais tarde, utilizar a tecnologia de forma adequada. As tecnologias permitem resolver problemas e criar soluções para muitas questões, mas também geram novas necessidades. Como a de ler esta obra de referência para a formação continuada dos educadores portugueses. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

primeira coluna

E a melhor escola é….

7 Afinal qual é a melhor escola? A pergunta surge anualmente quando são divulgados os resultados dos exames nacionais e, por conseguinte são elaborados os rankings amplamente reproduzidos na imprensa. Será melhor escola aquela que, num contexto escolar, social e económico adverso, localizada numa região deprimida ou num bairro problemático de uma qualquer cidade, consegue obter resultados escolares e sociais positivos, recuperando muitas vezes situações que pareciam impossíveis de ter solução? Ou será a escola inserida num cenário sócio

económico positivo, em que os pais dos alunos até têm possibilidade de pagar explicações aos seus filhos? A questão dos rankings das escolas, já o referi e volto a fazêlo, apresentadas da forma como o são, constituem um instrumento enganador para a opinião pública. Os rankings (e é bom que as escolas conheçam a sua realidade) devem constituir, isso sim, um instrumento de trabalho para as próprias escolas, agrupamentos e, porque não dizê-lo, para os mega agrupamentos. Um instrumento de reflexão e de análise

que deve ser visto à realidade de cada estabelecimento de ensino, do meio em que está inserido e da comunidade que serve. Acontece que ano após ano, a questão é tratada com a ligeireza de quem faz a soma de 1+1. É fácil ir aos resultados dos exames e escalonar as escolas cujos alunos obtêm melhores resultados nos exames. É uma análise simplista que esquece tudo aquilo que a escola representa, o espaço em que ela está inserida, a sua comunidade, os projetos educativos etc. Como se fosse justo, comparar os resultados de uma escola com uma comunidade educativa

sem problemas de maior, com uma outra que no seu seio até tem alunos oriundos de circos ou de outros espetáculos que andam de terra em terra e que fruto disso recorrem a aulas por computador, tendo mais dificuldade em ter tanto sucesso nos exames como outros alunos. Uma escola que, ainda assim, conseguiu criar condições para que esses alunos tivessem aproveitamento escolar. A conversa continua a ser a mesma. Todos os anos, mais ou menos por esta altura, os telejornais abrem o noticiário dizendo que a melhor escola é… O pior de tudo isto é que a informação

acaba por condicionar o pensamento de um povo já de si gasto com a desinformação política a que tem sido sujeito. A escola, os professores, os alunos, a comunidade educativa e todos nós merecíamos mais. Partilho a ideia de João Ruivo: a escola continua a ser a única instituição onde diariamente confiamos os nossos filhos. Mas afinal qual será a melhor escola? K João Carrega _ carrega@rvj.pt

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Bocas do Galinheiro

Turismo sénior na Europa 7 De há una anos a esta parte, Woody Allen vem-se dedicando a uma espécie de turismo cinematográfico. A coisa remonta a 2005 quando faz o primeiro filme em Londres: “Match Point”, com Jonathan Rhys-Meyers e Scarlett Johansson, a nova musa do realizador nova-iorquino, numa história de sucesso a todo o custo, engano e crime, com um final digno do cinema negro. Um filme não muito bem acolhido pela crítica, mas de que Allen se orgulha bastante. Normal. A falta de sintonia do realizador com os críticos, principalmente americanos, é histórica. Em Londres há-de reincidir com “Scoop” (2006), “O Sonho de Cassandra” (2007) e “Vais Conhecer o Homem dos Teus Sonhos” (2010). Pelo meio foi até Barcelona onde filmou “Vicky Cristina Barcelona” (2008), de novo com Scarlett Johansson e Rebecca Hall, reforçados por dois pesos pesados espanhóis: Penélope Cruz, que viria ganhar o Oscar de melhor secundária no papel da tempestuosa Maria Elena, a ex de Javier Bardem, um pintor com quem as duas amigas americanas se envolvem. Confuso? Claro que não, tratando-se de um filme de Woody Allen onde estas relações cruzadas são recorrentes. No ano seguinte voltou a casa para filmar “Tudo Pode Dar Certo”, com Larry David e Evan Rachel Wood, o que é ao mesmo tempo o regresso ao humor cáustico e corrosivo, mas aqui em versão frenética, muito ao estilo de Larry, o que se confirma na série que este manteve até há pouco tempo “Calma, Larry!”. O seguinte périplo europeu tem lugar em Paris, e “Meia-noite em Paris”, (2011) tornase mesmo o maior êxito comercial de Woody Allen nos Estados Unidos, valendo-lhe mesmo o Oscar para o melhor argumento original, numa aparente reconciliação com a crítica, mesmo a de referência, ou será o reconhecimento do seu cinema? Pouco interessa ao caso, uma vez que na minha opinião estamos perante um dos seus melhores filmes de sempre. Gil, Owen Wilson, um argumentista de Hollywood que se quer iniciar na escrita de

romances e a namorada, Inez, Rachel McAdams, estão de férias em Paris, à boleia de uma viagem de negócios do pai dela. As coisas, como seria de esperar começam a correr mal entre os dois, claro que adivinharam, com o aparecimento de outro na vida dela, mas também porque Gil se apaixona, não por outra, mas por Paris. E é numa das suas deambulações pela cidade que à meia-noite é convidado a entrar num misterioso táxi e que Marion Cotillard o levará à sua época, a uma Paris desaparecida dos anos 20, onde se cruza com Dali, Hemingway, Scott Fitzgerald e outros vultos das letras e das artes da época. Nestas idas e vindas ao passado o seu romance no presente vai-se deteriorando e é por via dos livros antigos e de um velho diário que reencontra o amor em Paris, à chuva, não nos anos 20, mas no presente, ou será no passado? em Gabrielle (Léa Seidoux), juntos pela devoção de ambos a Cole Porter. No começo do filme, e aquela quase passagem de slides de Paris, faz-nos desconfiar que vamos entrar naqueles enfadonhos

relatos de viagem no regresso do estrangeiro. Mas não. A coisa é mesmo a sério. Aliás não era a primeira vez que Allen filmava em Paris. Em “Toda a Gente Diz Que Te Amo” (1996), um musical, recria mesmo a dança de Gene Kelly e Leslie Caron nas margens do Sena de “Um Americano em Paris” (1951), de Vincente Minnelli, dançando com a sua ex, claro, Goldie Hawn, numa homenagem aos anos de ouro do musical americano. Coube agora a vez a Roma ser a estrela do último filme do director. “Para Roma, com Amor”, que nas últimas semanas passou em Castelo Branco, no circuito comercial, hélas, traz-nos um Woody Allen em grande forma, de volta ao écran e aos seus gags dos velhos tempos, com aquela dose q.b. de neurose, ansiedade e nervosismo, qual impressão digital dos seus personagens, mais uma vez bem acompanhado por um casting escolhido com maestria, o que quase sempre acontece nas suas fitas. De Roberto Benigni, um anónimo cidadão de repente se torna uma celebridade perseguido pelos paparazzi, que

diga-se apareceram pela primeira vez em “La Dolce Vita”, de Fellini, a Penélope Cruz, no papel de uma prostituta de luxo que por engano entra na vida do tímido e recém-casado Alessandro Tiberi, passando por Alec Baldwin que regressa a Roma por interposto Jesse Eisenberg, estudante de arquitectura, que se vê envolvido com a melhor amiga da namorada, apesar dos avisos de Baldwin, passando pelo tenor Fabio Armiliato, que no filme só consegue cantar no chuveiro o que nos conduz a algumas das cenas mais hilariantes através de mirabolantes encenações levadas a cabo pelo personagem de Woody Allen, uma vez que o homem para cantar tem que estar a tomar duche. Enfim, um regresso em grande, com certeza não no seu melhor filme, mas com uma genica e uma veia cómica inalteradas. Nascido a 1 de Dezembro de 1935 em New York, Allen Stewart Konigsberg, Woody Allen para o cinema, iniciou-se na escrita de gags para Earl Wilson e Ed Sullivan e para as emissões televisivas de Sid Caesar, Jack Paar e Gary Moore. Mais tarde passa a entertainer em salas da Greenwich Village. Em 1965 começa a publicar textos em revistas tão diferentes como a New Yorker e a Playboy. De guionista e dramaturgo a realizador foi um passo. Da sua longa filmografia de quase um filme por ano, títulos com “Annie Hall” (1977), Manhattan (1979), A Rosa Púrpura do Cairo (1985) ou Poderosa Afrodite (1994), para só citar estes, uma vez que já nos havíamos debruçado sobre a sua filmografia, seriam suficientes para voltarmos como então (apesar de nada original) a Bertrand Tavernier “depois de Cassavetes, a marginalização, aparentemente definitiva de Altman e a forçada, ainda que talvez passageira conversão à sensatez de Coppola, Allen é, agora, com Scorcese, um dos últimos autores originais do que foi o novo cinema norte americano depois de 1968”. Até à próxima, e bons filmes! K Luís Dinis da Rosa _

Fado é Património Mundial e Imaterial da Cultura

Morreu Luiz Goes

7 O Fado em geral e a canção de Coimbra em particular estão muito mais pobres. Nasceu em Coimbra em 1933 e morreu no passado mês de setembro, em Mafra, com 79 anos, este enorme vulto da Canção de Coimbra (também conhecida por Fado de Coimbra). Médico estomatologista de profissão, chegou à canção coimbrã por influência do seu tio, Armando Goes, gravando o primeiro disco ainda com 19 anos. Na década de 50 do século passado trabalhou com músicos como Carlos Paredes e António Portugal e, integrado no Coimbra Quintet grava o álbum Serenata de Coimbra, um dos discos portugueses mais vendidos de sempre. O secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, afirmou que Luiz Goes foi “um dos mais representativos intérpretes da canção de Coimbra”.

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OUTUBRO 2012

“A sua voz característica de barítono e a versatilidade com que abraçou diferentes estilos daquele género foram marcas distintivas de um percurso artístico pautado por uma vasta atividade como autor e intérprete”, escreve Francisco José Viegas.

Destacamos aqui a sua Balada do mar, É preciso acreditar, Meu irmão ou Homem só. Acreditamos que não partiu e de alguma maneira ficará sempre nos nossos ouvidos. Está na altura de revisitar a sua música, a maior homenagem que ainda lhe podemos fazer.

As fotos aqui presentes foram obtidas num dos seus últimos espetáculos, precisamente em 2010 nas Festas da Cidade de Lisboa. K J. Vasco _H


Os alunos com Necessidades Especiais

O alargamento da escolaridade 7 As consequências do alargamento da escolaridade obrigatória para os alunos com necessidades educativas especiais (NEE) tardou a ser equacionado pelos decisores políticos. Nas audições parlamentares que a Comissão de Educação Ciência e Cultura da Assembleia da República efetuou, este atraso foi repetidamente identificado como uma necessidade a que era preciso dar uma resposta atempada e afirmativa. A exclusão dos alunos que experimentam dificuldades no cumprimento das metas curriculares do ensino básico, nunca poderia ser uma solução: não poderíamos minguar a Educação a quem mais dela precisa. O princípio de partida é que os alunos com NEE têm tanto ou mais necessidade de frequentar os 12 anos de escolaridade do que todos os seus colegas que não têm NEE. (Seria como cuidar de uma planta com uma terapêutica de ausência total de água).

Ora, uma esmagadora percentagem dos alunos com NEE frequentam em Portugal a escola regular. Esta política de todos os alunos com e sem NEE - serem educados na escola regular estabelecendo relações pessoais, de aprendizagem e de entreajuda, é uma orientação internacional (referência ao artigo 24º da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência das Nações Unidas) que se tem procurado seguir no nosso país, ainda que com resultados desiguais. Se os alunos com NEE têm direito e proveito em frequentar doze anos de escolaridade e cumpriram nove na escola regular, pareceria estranho que os últimos três anos fossem passados fora da escola regular. Pareceria e parece, sobretudo quando se lê a portaria 275 –A / 2012 publicada a 11 de Setembro pelo Ministério da Educação e Ciência. Nesta portaria postula-se que os alunos que são portadores de

um Currículo Específico Individual, nos 3 anos antes da idade limite da escolaridade obrigatória, passam a ter um currículo de 25 horas semanais das quais só 5 horas são da responsabilidade dos docentes de Educação Especial das escolas regulares. Nestas cinco horas são lecionados conteúdos de Português, Matemática, 2ª Língua e Tecnologias da Informação e Comunicação. As restantes 20 horas são ministradas por técnicos e monitores dos Centros de Recursos para a Inclusão que asseguram as áreas de Desenvolvimento Pessoal, Social e Laboral, Desporto e Saúde, Organização do Mundo Laboral e Cidadania. Este deslocamento do eixo educativo da escola regular para os Centros de Recursos para a Inclusão levantam-nos três ordens de questões: 1. Se a escola regular assegurou a educação de jovens com NEE durante pelo menos nove anos,

porque é que ela deixa de estar capacitada para continuar a exercer a competência e o conhecimento que entretanto acumulou sobre estes casos? 2. Quando se retiram às escola áreas como “Desenvolvimento Pessoal, Social e Laboral”, “Desporto e Saúde” ou “Cidadania” isso será por se considerar que os alunos com NEE aprendem melhor estas áreas se estiverem com colegas com condições de deficiência, num meio segregado e mais restritivo que a escola regular? 3. Deixar à escola regular só os conteúdos de “Português” e “Matemática” - ainda por cima tão encolhidos de carga horária - passa uma mensagem clara: afinal as áreas estruturantes da última reforma curricular só são importantes para os alunos sem NEE! Com esta carga horária deixam de ter relevância “estruturante”. Outro aspeto ainda a considerar é que se passa a men-

sagem que a escola é para aprender conteúdos académicos (Português e Matemática) e que o Desenvolvimento, a Cidadania, o Desporto e Saúde (!) são áreas secundárias em termos educativos. Precisamos de pensar do ponto de vista da educação o alargamento da escolaridade para os alunos com NEE. Isto não pode significar a desvalorização da inclusão: pelo contrário é através da inclusão e da interação entre todos, que todos melhor se irão preparar para a vida pós escolar. K David Rodrigues _ Professor Universitário/Presidente da Associação Nacional de Docentes de Educação Especial

CRÓNICA

Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Ya estamos inmersos totalmente en el desarrollo del nuevo curso y centrados en el progreso de nuestros estudiantes. La tarea se presenta, como siempre, estimulante y retadora. Así es la tarea educativa. Esta tensión de progreso y de desafío de hacer cada vez mejor las cosas nos sigue manteniendo en nuestra reflexión sobre la Evaluación para el Aprendizaje, como proceso que se inserta en el curriculum de una manera tan “natural” como necesaria. Por eso, hoy te comentaré algo acerca del quinto principio que debe regir la Evaluación para el Aprendizaje, siguiendo el hilo de lo que hemos compartido últimamente, aunque dando un paso más en el sentido de la necesaria consideración de las características de nuestros alumnos, entre las que figuran de manera destacada las características emocionales. El quinto principio de la EpA dice así: La Evaluación para el Aprendizaje debería ser sensible y constructiva porque cualquier evaluación tiene un impacto emocional.

Empecemos por el final de la expresión. Creo que los profesores hemos perdido el sentido y la creencia de que cualquier evaluación tiene un fuerte impacto emocional. Por principio, todos los seres humanos creemos que, cuando nos comportamos, lo hacemos de la mejor manera posible que nos lleve a conseguir nuestros fines. El problema concreto radica en la “adaptación” del comportamiento a la consecución de los objetivos propuestos. Evidentemente, hay comportamientos erróneos que no conducen a las metas perseguidas. Hasta el momento presente, de manera mayoritaria, los profesores sancionamos esos comportamientos erróneos bajo el justificante de una necesaria “evaluación”. Creo que, en más de una ocasión, te he comentado mi oposición a la sanción como producto único y final de la evaluación. La razón es sencilla: la evaluación, en sí, no tendría por qué provocar impactos emocionales fuertes en los alumnos. Esa evaluación no cargada de fuertes impactos emocionales se conseguiría si hiciéramos una

evaluación de nuestros alumnos no-sancionadora, sino, más bien, cargada de oportunidades para el aprendizaje, el desarrollo de las competencias, y, en definitiva, la mejora como personas y como estudiantes. Estoy convencido de que, cuando los profesores se limitan a sancionar los comportamientos y resultados académicos de sus alumnos, a pesar de que crean que están evaluando, en realidad están dando a entender que no entienden nada de lo que es e implica el proceso de la evaluación. Si no fuera sancionadora y se integrase realmente en el proceso de enseñanza/aprendizaje durante el desarrollo normal del curriculum, la evaluación sería un componente más del aprendizaje ya que contribuiría a alimentar y mejorar la experiencia de los alumnos tanto de una manera general (en cuanto al enfoque de todas las disciplinas del curriculum) como de una manera particular (de manera específica, en relación con los dominios de conocimientos, aprendizajes y desarrollo de competencias en cada una de las

disciplinas del curriculum). En ese momento, cuando la evaluación sea un componente más (y principal) del aprendizaje, el impacto emocional, cuando tenga lugar, tendrá un sentido más bien positivo, ya que alimentará las expectativas de éxito, el optimismo y la satisfacción de los alumnos al comprobar de manera realista sus posibilidades de superar las dificultades. Además de la sanción, entendida erróneamente como evaluación, los profesores solemos cometer otro error que conviene erradicar de una manera total y definitiva: hemos acostumbrado a nuestros alumnos a ser evaluados no según el trabajo realizado, sino según la persona que realiza el trabajo. Cuando esto se produce, los comentarios, las anotaciones y las calificaciones de los profesores pueden ser un arma altamente destructiva de las actitudes de los estudiantes, y, en el fondo, de su personalidad, generando la famosa “indefensión aprendida” ante la realidad académica. Pero, en realidad, lo que nuestros alumnos necesitan no es un ataque a su personalidad, sino

todo lo contrario: un fortalecimiento de la confianza en sí mismos y una apuesta por su capacidad para afrontar con éxito cualquier reto que se les presente ahora o en el futuro. Ése es el secreto de la motivación auténtica. Si trabajamos para construir las posibilidades de éxito de nuestros alumnos, estamos haciendo la mejor labor que, como educadores, podríamos realizar, es decir, motivar profundamente a nuestros alumnos, lo que equivale a decir que estamos trabajando para que, desde su fortaleza psicológica, sean ellos mismos quienes se auto-motiven. En esto radican las posibilidades de éxito no sólo en su período de formación académica, sino también, más adelante, en su desarrollo como profesionales. Hasta la próxima, como siempre, salud y felicidad. K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com

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A cantora que queria ser atriz

A boa Áurea

3 Num ano de grandes feitos para Áurea, a cantora prepara-se para um inverno mais intimista, com um novo formato de concerto, com apenas cinco músicos. Além dela, na voz, sobem ao palco Elmano Coelho no saxofone, Miguel Casais na bateria, Elton Ribeiro no piano, Ricardo Ferreira na guitarra e Guilherme Marinho no baixo. O seu ainda curto percurso pela música ficou, desde já, marcado por um São Jorge esgotado. No concerto de apresentação do álbum um dueto com Elvis Presley, aprovado pela família do cantor e incluído no álbum “Viva Elvis”. Oito semanas consecutivas no primeiro lugar do Top Nacional de Vendas, feito inédito, por ser a primeira artista portuguesa a ter três nomeações para os Globos de Ouro. Em entrevista, concedida por e-mail, a cantora que frequentou o curso de teatro na Universidade de Évora , explica que cantar descalça é mesmo uma questão de conforto. A Áurea quis ser atriz, mas acabou por entrar no mundo da música. Como é que aconteceu essa mudança?

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Sim, o meu objetivo era terminar o curso na universidade de Évora e ser atriz, mas a vida apanhou-me de surpresa e os meus planos mudaram radicalmente, o Rui Ribeiro ouviu-me a cantar numa brincadeira entre amigos e gostou da minha voz, foi a partir daí que tudo começou a acontecer. E porque abandonou a ideia do teatro para passar à música? Porque descobri que a música me preenche como nenhuma outra profissão o faz, porque amo realmente aquilo que faço. Continuo a ter uma grande paixão pelo teatro, mas a minha maior prioridade é a música. Alguma vez pensou, em tão pouco tempo, chegar onde já está hoje? Não, tentava nem pensar no futuro. Aprendi com a minha curta vida que nunca se devem construir grandes expetativas porque tudo é imprevisível, sempre acreditei muito foi na qualidade e dedicação de toda a gente que faz este trabalho comigo.

A sua voz é um dom natural ou foi sendo trabalhada ao longo dos anos, no seio de uma família também ligada à música? A música sempre fez parte da minha vida, não de uma forma tão ativa mas sempre estive rodeada por ela, com os anos e o trabalho, eu própria e a minha voz fomos amadurecendo. Suponho que “Okay, alright” foi o seu primeiro grande sucesso, que depois foi introduzido em “Morangos com Açúcar”. Isso também contribuiu para catapultar a carreira da Áurea?

Não o fiz de todo para se tornar uma imagem de marca, é mesmo uma questão de conforto. O lançamento do seu primeiro trabalho conseguiu logo um êxito estrondoso. Foi uma surpresa, na altura? E a partir daí muita coisa mudou? Foi uma enorme surpresa, o que mudou? Conheci muitos sítios novos, pessoas muito interessantes e tenho aprendido bastante com os músicos e equipa que me rodeiam. O que é que o público pode esperar deste espetáculo?

Claro que sim, foi muito importante para mim e proporcionou-me um dos momentos que guardo com grande carinho na minha memória, a minha primeira atuação com banda no Pavilhão Atlântico.

Vamos mostrar ao público as músicas que fazem parte deste meu primeiro disco e algumas novas versões que incluímos no espetáculo, espero sinceramente que passem um bom bocadinho connosco e que se divirtam muito. K

O facto de cantar descalça, para além de se sentir mais cómoda, como diz, é uma imagem e marca?

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gente e livros

Tomas Tranströmer 7 Duas Cidades

Os Ciganos T Os Ciganos, o conto inédito de Sophia de Mello Breyner Andresen foi apresentado pela Porto Editora, no dia 16 de Outubro, na Livraria Bertrand, Chiado. O conto inacabado foi concluído pelo neto de Sophia, o jornalista Pedro Sousa Tavares. As ilustrações de Os Ciganos são de Danuta Wojciechowska. K

Prémio Nobel da Literatura em 2011, Tomas Gösta Tranströmer nasceu em Estocolmo, Suécia, a 15 de Abril de 1931. Fez os estudos Secundários na Escola Södra Latin. Formou-se em Psicologia, História da Literatura e História das Religiões. O primeiro livro “17 Poemas” foi publicado em 1954. Exerceu a profissão de psicólogo até 1990, trabalhando principalmente na reabilitação de jovens delinquentes. Tem mais de quinze livros publicados, a maior parte escritos em verso livre. Em Portugal, a sua obra está publicada pelas Edito-

«Duas cidades, uma em cada lado do estreito: uma, às escuras, ocupada pelo inimigo. Na outra brilham lâmpadas. A costa iluminada hipnotiza a sem luz. Nado, em transe, numa água escura que cintila. Ouve-se uma nota surda, de tuba. É a voz de um amigo a dizer: agarra a tua sepultura e sai daqui.» In 50 Poemas

ras Relógio d`Água e a Sextante. Em 1990, o escritor sofreu um Acidente Vascular Cerebral que lhe condicinou a fala e o movimento. Todavia, continuou a escrever e publicou várias obras nos últimos tempos, como por exemplo O Grande Enigma. Para além do Prémio Nobel, recebeu vários prémios como o Prémio Internacional Neustadt e do Fórum de Poesia Internacional. Actualmente, o escritor vive retirado na sua casa em Estocolmo. K Página coordenada por Eugénia Sousa _

edições

Novidades Literárias Prémio T Afonso Cruz é um dos 12 escritores vencedores do Prémio da União Europeia de Literatura 2012. O escritor venceu com o livro A Boneca de Kokoschka, chancela da Quetzal. O Prémio, no valor de 5 mil euros, visa distinguir jovens talentos, de vários países europeus, sendo os candidatos indicados por um Júri do seu país. O romance conta a história do pintor Oskar Kokoschka, que ao terminar a relação com Alma Mahler manda construir uma boneca de tamanho real com as características dela. K

Isto Não é um Conto T Isto Não é um Conto – Histórias de Violência Baseadas na Vida de Seis Mulheres é um livro concebido com o objectivo de ajudar mulheres vítimas de violência doméstica. Afonso Cruz, Alice Vieira, António Figueira, Karla Suárez, Maria Teresa Horta e Patrícia Reis escreveram e Pedro Vieira ilustrou, numa iniciativa da Bertrand Livreiros, Associação Link, Booktailors, Finepaper, Fundação Montepio e RPVP Design. Todas as contribuições foram Pro Bono e o produto de venda do livro reverte para mulheres vítimas de violência doméstica. K Direitos Reservados H

7 Guerra&Paz. A Terra Vista da Terra, de Seth Stevenson. O autor desafiou a namorada a deixar a cidade de Washington para empreenderem uma viagem de circum-navegação ao planeta. Todavia, a viagem teria de obedecer ao critério de nunca recorrerem ao avião. Na Austrália de carro, no Vietname de bicicleta , ou na Rússia de comboio, este é o diário de uma extraordinária viagem, sem nunca tirar os pés do chão.

BERTRAND. A Colónia do Diabo, de James Rollins. Quando centenas de corpos mumificados são encontrados nas Montanhas Rochosas, as atenções internacionais focam-se nesse lugar. A Comissão local da Herança Nativa Americana reivindica o espólio arqueológico e, no decorrer de uma manifestação, uma antropóloga é assassinada de forma violenta. As provas apontam para um grupo radical de nativos americanos e particularmente para Kai. Só Painter Crowe, o tio de Kai e director da Força Sigma, a vai poder ajudar.

SEXTANTE. Um Dia na Vida de Deníssovitch, de Aleksander Solje-

nístsin. Este foi o primeiro romance do escritor, que relata a vida dos prisioneiros políticos e a repressão estalinista, publicado na União Soviética. Embora envolto em polémica, a obra foi encarada como um sinal de abertura de Leste. Mas, o escritor viria a ser deportado do país, em 1974, após ser expulso da União de escritores. Com esta obra, a Editora inicia a publicação em Portugal das obras do autor, prémio Nobel da Literatura, em 1970.

aLFAGUARA. Hollywood, de Charles Bukowski. Ao ser convidado por Hollywood, o autor ficcionou a sua própria experiência como guionista para escrever o guião de um filme. Assumindo o alter ego de Henry Chinaski, um poeta e romancista com vocação para as mulheres e a bebida, o escritor satiriza o louco mundo de Hollywood e das suas estrelas de cinema. EUROPA AMÉRICA. O Ritual da Sombra, de Giacometti Ravenne. Em Roma, uma arquivista do Grande Oriente é assassinada segundo um ritual que evoca a morte de Hiram, o lendário fundador da Maçonaria. Um arqueólogo, em Jerusalém, sofre uma morte igual. Antoine Marcas comissário e mestre maçon e Jade Zewinski, são incumbidos de resolver os crimes relacionados com uma ir-

mandade nazi, antiga inimiga da Maçonaria.

CIVILIZAÇÃO. O Tempo dos Milagres, de Karen Thompson Walker. E se o movimento da rotação da terra estivesse a abrandar? Esta é a descoberta que os habitantes da Califórnia fazem num dia surpreendente. Apesar de algumas pessoas acreditarem no fim do mundo, a vida quotidiana tem de continuar. É Júlia, a enfrentar uma adolescência solitária, a testemunha dos efeitos desse fenómeno na comunidade e na própria família.

TEXTO. Eu Tenho um Sonho - Os Discursos que Mudaram a História, de Ferdie Addis. O autor reuniu neste livro cerca de 50 discursos que inspiraram gerações e mudaram o mundo. São exemplos: O Sermão da Montanha, de Jesus de Nazaré; Liberdade Perante o Medo, da líder Birmanesa Aung San Suu Kyi ;Eu Tenho um Sonho, de Martin Luther King; e O Discurso de Vitória, de Barak Obama.

ESFERA DOS LIVROS. Não nos Roubarão a Esperança, de Júlio Magalhães. Duarte e Pedro são dois irmãos separados pelos ideais políticos, a combater em lados opostos na guerra civil espanhola. Será num cenário de guerra que eles vão encontrar o amor. Duarte é feito prisioneiro pelos republicanos e acaba por se apaixonar pela sua carcereira; Pedro descobre que a amizade que sente por Jacinta, a jovem que em Portugal salvou da PVDE, se transformou em amor.

RELÓGIO D’ÁGUA. Contos Escolhidos, de Carson McCullers. A obra reúne 12 contos, nomedamente Sucker, o primeiro conto escrito aos 17 anos. Mais conhecida pelos romances que se inscrevem na tradição sulista da literatura norte-americana, McCullers também escreveu excelentes contos. Graham Greene e Tennessee Williams elogiaram o seu talento. A selecção destes contos é de Ana Teresa Pereira. K

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pela objectiva de j. vasco

música

Brasil em Portugal

No Doubt - Push and shove 3 A banda de Gwen Stefani está de volta com “Push and Shove”, após onze anos de pausa nas edições discográficas. O primeiro avanço deste álbum, o single “Settle down” foi editado a meio do passado Verão, e continua a ter bastante destaque nas rádios. Gwen Stefani colaborou na composição das novas músicas da sua banda, após ter tentado a sua sorte numa carreira a solo. Neste novo longa duração, a banda apresenta-se em grande forma, com uma grande dinâmica sonora. “Push and Shove“ mantém a matriz da sonoridade da banda, as novas canções estão dentro do território pop rock bastante energético. No que toca a destaques, os temas fortes são o fantástico single “Settle down” e as faixas “Looking hot”,Push and shove” e “Undercover” Valeu a pena esperar onze anos!!! K

Nelly Furtado - The spirit indestuctible

3 Começou no passado dia 21 de setembro o Ano do Brasil em Portugal (ao mesmo tempo que decorre no Brasil o ano de Portugal no Brasil). Até 10 de junho de 2013, por todo o país, inúmeras manifestações culturais nas áreas da música, escrita, dança, teatro, debates, etc... vão acontecer por todo o país. No primeiro fim de semana Ney Matogrosso e Monobloco abriram, no Terreiro do Paço, em Lisboa, as festividades (30 000 pessoas a assistir). No domingo foi a vez de Martinho da Vila, Carminho, Zeca Baleiro, Boss AC, Zé Ricardo e Paulo Gonzo darem seguimento. Para acompanhar as celebrações pode-se consultar o site http://www.anobrasilportugal.com.br/ brasil-portugal/. K J. Vasco _H

3 A Luso Canadiana Nelly Furtado acaba de editar o seu quinto álbum de estúdio, que recebeu o título de “The spirit indestuctible”. No passado mês de Maio foi conhecido “Big hoops (Bigger the better”, o primeiro single deste registo que não foi bem recebido, o tema não resultou como se esperava. Tudo mudou com o segundo single ”The Spirit indestuctible” que colocou de novo a cantora nos top´s mundiais de singles. Nelly Furtado assinou todos os novos temas, tendo convidado um interessante naipe de músicos para colaborar no seu novo disco. Assim, participaram no processo criativo nomes como, Tiesto, T.Smith, Da Genius, Mike Angelakos, entre outros. A sonoridade está na linha do anterior “Loose”, mantendo uma mistura de vários ritmos que vale a pena ouvir da primeira à ultima faixa! K Hugo Rafael _

Prazeres da boa mesa

Sopa de Figos secos com crocante de Presunto e pataniscas de Azeitona (10 pax)

3 Ingredientes p/ creme de figos: 1kg Figos secos 1lt Água 500gr Laranjas em sumo 80gr Manteiga 500ml Leite meio gordo 1gr Canela em pó 3uni Pimenta da Jamaica

lheradas do preparado em óleo quente. Empratamento: Guarnecer com a patanisca cortada ao meio e o crocante de presunto. Servir a sopa na mesa, podendo ser fria, tépida ou quente. K

Ingredientes p/ patanisca de azeitona: 25gr Farinha c/ Fermento 2uni Ovos 1/2uni Cebola picada 2cs Azeitonas às rodelas q.b. Sal e pimenta Outros ingredientes: 10uni Fatias de Presunto Serrano Preparação: Para o creme: demolhar os

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figos no sumo de laranja duas horas. Levar ao lume todos os ingredientes e depois de cozido, retificar os temperos, triturar e passar pelo chinês; Para o presunto: levar ao forno num tapete

de silicone a 90ºc durante 2 horas até ficar bem crocante; Para a patanisca: misturar os ovos com a farinha, juntar a cebola picada e as azeitonas. Temperar a seu gosto e fritar co-

Mário Rui Ramos _

Executive Chef Ô Hotels and Resorts Monfortinho


Visita empresarial decorre em novembro

Ensino Magazine em Moçambique 7 O Ensino Magazine vai participar numa visita empresarial a Moçambique, onde irá estreitar laços de cooperação com as principais instituições de ensino moçambicanas, casos da Universidade Eduardo Modlane e da Escola Portuguesa. A publicação, a mais importante editada em Portugal na área do ensino e educação, aceitou o desafio da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Castelo Branco, Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão (Acicb) que de 15 a 22 de novembro promove uma visita empresarial a Moçambique, a qual pretende estabelecer contatos com outros empresários, associações e estabelecimentos de ensino desse país. O objetivo é abrir portas a investimentos em Moçambique, permitindo às empresas apresentaremse a si e aos seus produtos e ainda de poderem apreciar a possibilidade de se relacionar, comercialmente, com empresas locais. A missão empresarial terá como participantes empresários sócios da Acicb, autarcas e representantes de outras entidades. Para o diretor da publicação, a visita insere-se na estratégia do Ensino Magazine de alargar a sua área de intervenção a outros mercados. João Carrega recorda que desde “há quatro anos que estamos a distribuir o Ensino Magazine

João Carrega, diretor do Ensino Magazine e Adelino Minhós, Presidente da ACICB nos Países de Língua Oficial Portuguesa, como é o caso de Moçambique”. João Carrega revela que no “Ensino Magazine sempre entendemos que a educação não tem fronteiras, e esta visita de trabalho demonstrará isso mesmo. Queremos estreitar relações com as instituições de ensino moçambicanas, como o temos feito com estabelecimentos de ensino de outros países”. O diretor do Ensino Magazine refere também que “hoje o Ensino Magazine é a publicação mais importante dedica-

da ao ensino e à educação editada em Portugal e distribuída não só no nosso país, como em Espanha e nos Palop’s”. Missão faz sentido O presidente da Acicb, Adelino Minhós, recorda que a missão empresarial “faz todo o sentido dadas as atuais circunstâncias nacionais e internacionais que obrigam os empresários a procurarem mercados alternativos e novas perspetivas de negócios”.

Para Adelino Minhós, “Moçambique é um país em franca recuperação e desenvolvimento, pelo que se trata de um território com enormes potencialidades de investimento e de exportação”. O presidente da Associação realça ainda o facto de este “ser um país com o qual inúmeros beirões mantêm apertados laços sentimentais. Por todas estas razões esta missão empresarial tem para nós empresários variados motivos de interesse”. Adelino Minhós chama, por isso, “a atenção do tecido empresarial para a importância desta iniciativa e para a necessidade dos empresários interessados em participar na mesma se inscreverem, atempadamente, para o que poderão contactar os serviços desta associação”. Para além da visita à Universidade Eduardo Mondlane e à Escola Portuguesa de Moçambique, é intenção da missão portuguesa reunir-se com a Confederação das Associações Económicas de Moçambique ou Associação Empresarial local (com o objetivo dos empresários visitantes poderem apresentar os respetivos catálogos e produtos), Governador da Província de Gaza e BCI (no qual haverá uma palestra sobre a economia do país e sobre as possibilidades de apoio a possíveis investimentos). K

Jornadas no Piaget

press das coisas Breitling – Navitimer Cosmonaute 3 No início dos anos 60 do século XX, os americanos procuraram um cronógrafo resistente e preciso, para acompanhar os primeiros voos espaciais tripulados. O Breiting Navitimer viria a ser o primeiro cronógrafo de pulso, em órbita, à volta da terra. Criado em 1952, o Navitimer foi o relógio de culto dos pilotos. Com a finalidade de celebrar os 50º aniversário do batismo espacial, surge agora, a edição limitada, Cosmonaute. Com o símbolo da missão aurora 7 gravado no fundo da caixa, está dotado de um novo calibre manufacturado Breitiling 02; e régua de cálculo circular. Para homenagear o cronógrafo de 1962, o novo modelo, tal como o seu antecessor, exibe as 24 horas e tem sistema de corda manual. K

Nikon – D600 3 A Nikon – D600 promete elevar a fotografia a outro patamar. Desde uma grande angular até à teleobjetiva, o FX com 24,3 megapixéis possibilita imagens incrivelmente detalhadas em toda a gama ISO alargada da câmara. O sistema de focagem automática oferece capacidade de reconhecimento precisa até -1 EV e compatibilidade com objetivas até uma abertura combinada de f/8. Para vídeo, o D-Movie Full HD de áreas múltiplas oferece toda a flexibilidade para transmitir filmes de qualidade. A resistência e a leveza também caracterizam esta Nikon. K

Supervisão e avaliação

6 As primeiras Jornadas de Supervisão, Avaliação e Gestão Escolar decorreram no Instituto Piaget, em Almada, com organização do investigador e professor universitário albicastrense João Ruivo. Durante o evento, a que assistiram mais de uma centena de professores e de educadores, procedeu-se a uma reflexão crítica sobre a produção científica nos campos da supervisão pedagógica, da avaliação da docência, da gestão escolar e das lideranças nas organizações educativas que integram o espaço europeu de educação. As comunicações de abertura estiveram a cargo dos professores João Couvaneiro, João Ruivo, António Carlos Soares e Sandra Rebelo, que analisaram os constrangimentos e desafios que hoje se colocam aos professores e às escolas, designadamente quanto ao papel da supervisão no desenvolvimento pessoal e profissional dos docentes e quanto ao papel da inteligência emocional na liderança e na gestão e administração escolar. João Ruivo apresentou, ainda, um estudo crítico quanto ao actual modelo de avaliação de desempenho dos professores e dos educadores e desenvolveu um modelo alternativo de recrutamento e de formação dos supervisores

que venham a agir no sistema educativo português. As Jornadas permitiram, ainda, divulgar os resultados de investigações já realizadas em Supervisão Pedagógica, Avaliação e Gestão Escolar na Escola Superior de Educação Jean Piaget de Almada e apresentar a mais recente obra de João Ruivo – O Desencanto dos Professores – numa edição da RVJ Editores. K

Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

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Quatro rodas

Fahrenheit 2000 c Ray Bradbury (1920-2012) escreveu em 1947 o livro que serviu de argumento ao filme Fahrenheit 451. Realizado em 1966 por François Truffaut, vi este filme (pela primeira vez) nos anos setenta e fiquei de tal modo arrebatado que passou a ser a minha película favorita juntamente com Blade Runner. Como singela homenagem a este escritor falecido há poucos dias, decidi começar a crónica invocando esta sua obra, que servirá de mote para lançar o tema de hoje, como habitualmente, ligado ao mundo do motor. Sendo um romance de ficção científica, a obra apresenta uma sociedade do futuro, onde todos os livros são proibidos. A personagem principal é um bombeiro cuja função não é apagar fogos, mas sim queimar livros para os erradicar da sociedade. Sem me deter em mais pormenores da magnífica história, tenho que explicar que o título do filme traduz a temperatura a que arde o papel dos livros, 451 graus na escala Fahrenheit que equivale a 233 graus centígrados. Gostaria muito de continuar a falar do Fahrenheit 451, mas não sou o crítico de cinema do Ensino Magazine e mesmo que o fosse, não conseguiria ser isento na análise desta obra.

Vamos então tentar encontrar algo em comum entre o Fahrenheit 451 e a crónica de hoje. Eram 15h30m do dia 19 de Julho, circulava eu calmamente pela A25 no sentido Oeste/Este, quando comecei a vislumbrar uma intensa fumarada. Passei pelas várias saídas de Viseu e como não encontrei qualquer sinalização nem autoridades, deduzi que o que via seria um incêndio ainda longe do meu percurso. Depois da saída de Viseu Este, a estrada apresenta uma acentuada descida, verifiquei então que o fumo se intensificara, mas tudo continuava tranquilo com o trânsito a fluir normalmente. No final da descida, existe uma ponte, depois da qual há uma curva cega à direita, pelo que não se vê todo o seu traçado. Entrei então nessa curva à direita e deparei-me com uma barreira de fumo que me impedia de ter visibilidade a mais de 20 metros… que fazer nesta situação? Pensei durante uns segundos e coloquei a hipótese de voltar para trás. Andar para trás implicaria, no entanto, circular em sentido inverso numa autoestrada, com alta probabilidade de acidente grave e culpa para

quem circula em sentido contrário. Entretanto, ficar parado deixou de ser opção, passados segundos, fiquei rodeado de fumo e chamas, quer à frente quer atrás do carro. Decidi-me então pela opção de seguir em frente, na esperança de rapidamente sair daquele inferno. À velocidade que a visibilidade me permitia, fui avançando até que encontrei a estrada bloqueada por um outro condutor, que se encontrava parado, assustado com as chamas. Naquele momento, o panorama era aterrador, chamas com mais de dez metros, que lambiam os carros num vai e vem como se de ondas do mar se tratasse, visibilidade de menos de dez metros, sem opção de voltar para trás e um veículo a bloquear a saída para a frente. Começava também a ouvir, o ensurdecedor ruído das chamas, que consumiam ferozmente a vegetação e cujos destroços inundavam o nosso caminho. Recordo-me de ter pensado, numa altura em que o calor começava a atingir valores insustentáveis, como vamos sair daqui? Uns segundos mais de reflexão e decidi começar a buzinar e a gesticular veementemente ao veículo da frente para o forçar a avançar. O outro condutor lá se decidiu e entre o vai e

vem das labaredas fomos conquistando cada metro do nosso caminho rumo à libertação. Foi tudo demasiado rápido, instintivo e acabou por correr bem para nós. Segundos depois, liguei para o 112 a pedir que fechassem a A25, passaram-me à GNR que ficou surpreendida com o meu aviso. Para não atrapalhar segui o meu caminho e mais à frente passei pelo nó de Mangualde verificando que o trânsito, no sentido contrário, já estava a ser retido, mas pelo que vi eram populares a tratar do assunto. Decidi não parar e continuar a viagem descomprimindo daquele momento de elevado stress. Sei que os incêndios de verão são muito difíceis de extinguir, sei que os bombeiros não podem estar em todo o lado e que em primeiro lugar estão as populações, mas também sei que as concessionárias, a quem enchemos os bolsos, devem ter um sistema de monitorização, que lhes permita dar-se conta destas e outras situações, e um plano de contingência que deve ser acionado para proteger a vida dos seus clientes. Tentei reclamar para o número de apoio ao cliente, mas a operadora disse-me que não recebia reclamações, fui então ao site da concessionária e não havendo qualquer endereço eletrónico, vi-me obrigado

a preencher um formulário online. Vou poupar-vos à fastidiosa e normativa resposta que recebi, deixando-vos apenas a última frase da mesma e a indicação de que nem sequer me perguntaram se sofrera prejuízos. Aqui está: “…certa (a concessionária) de ter procedido com toda a diligência que lhe poderia ser exigível…” Ora, estes senhores têm a lata de me dizer que procederam com toda a diligência exigível! Sabendo há horas que o incêndio deflagrava, não tiveram tempo de preparar uma intervenção que poupasse esta afronta aos condutores? Mas que grau de exigência é este? Fechar a estrada é assim tão difícil? Alguém fiscaliza estas incompetências? Tal como Fahrenheit 451, também esta situação foi um verdadeiro filme que poderia chamar-se Fahrenheit 2000, refletindo a temperatura a que arderia um veículo, e ao contrário do primeiro filme, que tem um final feliz, este último poderia ter um triste final. K Paulo Almeida _

sector automóvel

Castelo Branco

Skatepark a abrir

VW Golf integral 3 A VW ainda não tem definida a data para a entrada em Portugal para as novas motorizações do Golf. A sétima geração de um dos mais conhecidos modelos da marca alemã, surge equipada com três novos motores, a saber: 1.2 TSI BlueMotion de 105 cv, 1.4 TSI BlueMotion (na imagem inferior) na variante de 122 cv e de 140 cv (esta última, munida do sistema de desativação de cilindros), surgindo com a novidade da tração integral 4Motion. Estas novas versões têm a opção de ter caixa manual de seis velocidades ou automática DSG de dupla embraiagem de sete relações. K

Novo Mazda 6 SkyPhoto H

6 Castelo Branco tem desde o passado dia 5 de outubro, um dos melhores parque de desportos radicais do país. A nova estrutura ocupa uma área de nove mil metros quadrados no Parque Urbano de Castelo Branco, estando quatro mil dos quais dotados de 18 equipamentos, para a prática das modalidades de

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patins, skate e BMX. O novo espaço inclui ainda uma zona verde, percursos pedonais, uma área para merendas e estruturas de apoio, como instalações sanitárias. O parque foi inaugurado no passado dia 5 de outubro. Joaquim Morão, presidente da autarquia, apro-

veitou a ocasião para recordar que aquele “é mais um equipamento, dos muitos, com que a Câmara tem equipado a cidade”. Perante centenas de pessoas, na sua maioria jovens, Joaquim Morão destacou a importância do equipamento, o qual é classificado como um dos melhores do país. K

3 A Mazda acaba de anunciar o preço a partir do qual os novos Mazda 6 vão começar a ser comercializados no nosso país. A marca nipónica apresenta o modelo 6 mais moderno e atraente, nas opções de carroçaria, berlina e carrinha, com um motor 2.2D Skyactiv de 150 cv. A partir dos 34 mil 600 euros, um Mazda 6 pode ser seu, dependendo da versão escolhida: Essence, Evolve ou Excellence. K


Peça encontra-se em Castelo Branco e será aberta ao público

Museu de Nova Iorque destaca obra de Didier Faustino 6 O modelo da peça arquitetónica “Starway to heaven”, cuja estrutura original está situada em Castelo Branco, está em destaque no MoMA – Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Da autoria do arquiteto Didier Fiuza Faustino, a peça vai agora ser concluída e aberta ao público, sendo ainda requalificada a sua área envolvente. A estrutura em betão, que ainda hoje é tema de conversa dos albicastrenses, tem sido apresentada em todo o mundo por Didier Faustino e é uma referência internacional da arte moderna, tendo sido elaborada no âmbito do Prémio Tabaqueira de Arte Pública. O arquiteto esteve em Castelo Branco com os responsáveis da Tabaqueira para uma reunião de trabalho com o presidente da autarquia albicastrense, e vai agora elaborar um projeto para a zona envolvente à estrutura situada na Devesa. De igual modo irá definir a conclusão da obra, sobretudo no seu interior. Didier Faustino revela que “a peça conta uma história de ambiguidade, no sentido de se saber a quem pertence

o espaço público. A ideia passou por apresentar um extrato de uma situação banal, como uma escadaria de um prédio, e colocála como monumento no espaço público”. O arquiteto acrescenta a peça pretende ser um monumento dedicado aos seus utilizadores quem o irá visitar. O arquiteto afirma que a peça vai ser aberta ao público, após uma intervenção. “Esta estrutura foi desenhada há 10 anos. A ideia é utilizar cores quentes no seu interior, como o dourado, de modo a que haja um contraste entre o frio do betão (por fora) e o quente no seu interior”. Para além da abertura ao público, a peça terá uma explicação sobre aquilo que ela representa. De igual modo, diz, “os visitantes poderão ver a cidade de uma outra perpetiva”. O presidente da Câmara de Castelo Branco pretende ter o espaço e a estrutura aberta ao público a curto prazo. “Trata-se de uma obra de arte pública que foi oferecida a Castelo Branco pela Tabaqueira, a qual suportou os custos da obra. Acontece que a peça nunca foi terminada. O arquiteto e autor da estrutura esteve em Castelo Branco e agora iremos concluí-la até ao final do ano”, diz Joaquim Morão. Didier Faustino refere que esta é uma das suas principais obras. “Há três peças no mundo que são muito comentadas: uma que fiz para Veneza e que simboliza um contentor para transportar pessoas clandestinas; a de Castelo Branco – que questiona se o espaço público é ou não de todos; e uma outra que fiz para a China e que também está exposta (em modelo) no Museu de Nova Iorque, a qual simboliza um espaço publicitário vazio, em que já ninguém fala com ninguém”, diz. No entender de Didier Faustino, o modelo à escola e a fotografia patentes num dos melhores museus de arte moderna do mundo, revela que o tempo é um bom aliado nestas coisas da arte. “O tempo é um bom aliado dos projetos mais difíceis. A peça foi pensada de uma forma antecipatória de uma situação global, que fala de questões políticas, de partilha, de saber a quem é que pertence o espaço público. É esse o jogo da peça”, explica. K

O arquiteto Didier Fiuza com presidente da Câmara de C.Branco e o administrador da Tabaqueira Publicidade

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Intercâmbio

Publicidade

Santarém faz acordo com Marrocos 6 O Instituto Politécnico de Santarém e a Universidade Sidi Mohamed Bem Abdellah Fes (Marrocos), segundo o Programa de Acordo Cultural e Científico entre o Governo da República Portuguesa e o Governo do Reino de Marrocos, assinaram um acordo de cooperação ten-

do por missão a formação, ensino e pesquisa; o desenvolvimento de cooperação internacional em geral e Luso-Marroquina; beneficiar a comunidade académica e de pesquisa, assim como as suas cidades e regiões onde se integram. De acordo com esta

missão serão promovidos, em conjunto, programas de ensino ou investigação, o intercâmbio de estudantes, pessoal docente, administrativo e técnico, programas de pesquisa comuns e qualquer outro tipo de colaboração que possa ser útil à missão referida anteriormente. K

Guarda

Politécnicos debatem investigação 6 Matchmaking Research” foi a designação do evento que decorreu no Instituto Politécnico da Guarda, no passado dia 10 de Outubro, no âmbito do projeto “Investigação no Centro”. Este projeto é desenvolvido pelo grupo de trabalho, na área de investigação científica, da Associação dos Institutos Politécnicos do Centro – Politécnica. O “Matchmaking Research” tem, precisamente, o objetivo de promover parcerias em projetos de investigação científica entre os diferentes investigadores pertencentes às instituições que compõem a Politécnica.

Esta iniciativa registou uma significativa adesão e, no final, organização e participantes manifestaram a sua satisfação pela forma como decorreu o evento, sendo sublinhada a importância da promo-

ção e divulgação da investigação desenvolvida no seio dos politécnicos. Em simultâneo, decorreu na Guarda uma reunião da Politécnica- Associação dos Politécnicos do Centro. K

Instituto da Educação

Exames finais para mestrados 6 O presidente do Instituto da Educação defendeu a realização de exames no final das licenciaturas e dos mestrados, em vez das provas que vão ser feitas no final do primeiro e do segundo ciclos do ensino básico. Leandro Almeida, professor catedrático de Psicologia da Educação na Universidade do Minho, justifica a necessidade de aferir os conhecimentos no ensino su-

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perior, devido à “muita autonomia” de que beneficiam atualmente as universidades e os institutos politécnicos. “Noutros níveis mais básicos da escolaridade, é essencialmente uma avaliação contínua que nos interessa, é aquela que é capaz de ajudar a moldar o processo de aprendizagem”, disse o especialista à agência Lusa, à margem de um encontro realizado

hoje, em Lisboa, intitulado “A avaliação dos alunos”. De qualquer modo, acrescentou, no sistema de ensino português há espaço tanto para a avaliação final, como para a avaliação contínua, e é importante que tanto a sociedade como a família classifiquem os alunos e certifiquem as suas competências. K


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