Ensino Magazine Edição nº 246

Page 1

agosto 2018 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XXI K No246 Assinatura anual: 15 euros

ensino jovem

À Volta com as Voltas de Marco Chagas C

universidade

Maria Emília brederode dos santos, Presidente do CNE

UBI entre as melhores do mundo Évora e Macau fazem curso

A escola tem de trabalhar para o futuro

P6e7

politécnico

Robótica do IPCB junta alunos Leiria e Panamá juntos no saber Portalegre recebe Guiné-Bissau Guarda debate mistérios do lítio C

O Estado da educação visto à lupa pela palavra de Maria Emília Brederode dos Santos, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE) e uma das vozes mais autorizadas a falar sobre o ensino em Portugal.

P 10,13, 17 e 12

C P 26

Distribuição Gratuita

Volta a Portugal 2017 H

P 14-15

C

www.ensino.eu

Veríssimo Dias H

C

P2a4

AGOSTO 2018 /// 01


Maria Emília Brederode dos Santos, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE)

«A escola tem de trabalhar para o futuro» 6 O Estado da educação visto à lupa pela palavra de Maria Emília Brederode dos Santos, presidente do CNE e uma das vozes mais autorizadas a falar sobre o ensino em Portugal. Preside ao CNE desde novembro de 2017, um órgão independente, nomeado pela Assembleia da República. Quais são, em traços gerais, as principais funções deste organismo? É um órgão consultivo, constituído por 68 conselheiros, que se encontram em representação de inúmeros parceiros educativos: associações de estudantes, de pais, de professores, de associações científicas, de instituições de ensino superior, etc. O CNE debruça-se sobre determinados temas, relativamente aos quais o governo ou a Assembleia da República queiram legislar e, nesse sentido, pronuncia-se sobre essas medidas ou projetos que vão ser levadas a Plenário, procurando chegar a um consenso ou a um compromisso sobre essas iniciativas. E de que forma é que o CNE se pode manifestar? Nomeadamente, com pareceres e recomendações. No fundo, ajudar a que as medidas de política educativa sejam o mais bem trabalhadas, o mais debatidas e o mais consensuais possível. Esta é a missão principal do CNE. Para além disso o CNE também tem as suas próprias iniciativas, de reflexão e debate sobre os mais variados temas da educação. Quando os próprios conselheiros entendam que existem áreas que não estão a ser alvo de legislação, e que merecem uma atenção especial, o CNE faz recomendações, que seguem os mesmos trâmites dos pareceres, isto é, são objecto de um estudo técnico que fundamentará uma proposta de dois ou três relatores, essa proposta é debatida em comissão e sãolhe incorporadas alterações. Finalmente a proposta é levada a Plenário, debatida e votada. É possível chegar a um consenso com tantos conselheiros em representação de sensibilidades tão distintas? É certo que os interesses são diferentes, mas também podem ser comuns, veja-se o caso dos pais, estudantes, professores, diretores e funcionários de ;

02 /// AGOSTO 2018


uma escola. As medidas que vão ser legisladas devem ter em conta todos estes interesses e é neste ponto que o contraditório pode acrescentar valor à decisão final. Mas o CNE não emite os seus pareceres apenas com base nos interesses e sensibilidades, apoia-se em estudos, na investigação, na melhor evidência disponível. O relatório anual do Estado da Educação é uma das atividades mais emblemáticas do CNE. No último relatório critica os altos níveis de retenção. Como combater este problema? Existiu uma viragem muito grande na educação e que consistiu no deixar de pensar que o aluno é o único responsável pelas suas aprendizagens e passar a considerar que a escola é responsável pelo desempenho dos seus alunos. O problema da retenção é fácil de resolver, aliás, bastaria dizer que não há retenção. Até há escolas que já o fizeram! O problema não é esse, é conseguir que todos aprendam realmente. Essa é que é a dificuldade e a tarefa que compete às escolas. Para esse caminho tem de existir a tal diversidade de métodos, a mudança na organização na escola, etc. Está tudo em aberto. Temos de procurar as soluções para que todos os alunos aprendam sem ser necessário quaisquer retenções. Fala-se muito que este e aquele aluno tem «falta de bases»… Se não as tem, tem de passar a ter. Não se pode adiar o problema. Identificar o aluno que não tem bases e “chumbá-lo” não vai fazer com que ele passe a ter as tais bases. As reprovações de pouco servem se o aluno não tiver uma atenção especial por parte do sistema educativo em relação às suas reais necessidades. Diz que a cultura e o modelo escolar terão de se adaptar às necessidades da economia. Significa isto que o ensino atual não serve ou, pelo menos, está desenquadrado da realidade? O que eu quero dizer é que a escola tem de trabalhar para o futuro. Estamos a atravessar uma fase de profundas transformações, nomeadamente ao nível da tecnologia, mas não só. E é perante este contexto que a escola deve preparar-se atempada e adequadamente. E deixe-me sublinhar um aspeto: a escola não deve passivamente adaptar-se à economia, a escola e os cidadãos devem ser capazes de comandar a economia. Não quero a escola a reboque da economia, devemos antes exigir cidadãos aptos e ca-

pazes de fazerem opções políticas que orientem a economia e o desenvolvimento social. Pretende, de alguma forma, desdramatizar a inevitabilidade que o futuro será dominado pela tecnologia? Eu recuso um certo deslumbramento e uma deriva tecnológica. Mas não será preciso preparar muita gente para as novas tecnologias? É, sim senhor. Mas também é preciso preparar pessoas que sejam capazes de pensar um mundo em que as novas tecnologias vão ter um papel cada vez mais importante. Esta questão traz à colação a empregabilidade. Diploma-se, ainda, muito para o desemprego? Se for ver as estatísticas, há claramente menos desemprego entre as pessoas que têm formação superior. Mas discordo que a educação sirva apenas para a empregabilidade. Serve para refletir. Aprender é um prazer imenso e deve servir para preparar pessoas que gostem de se desenvolver intelectualmente ao longo da vida. Qual é a importância da emergência das novas competências, os chamados soft skills? Penso que todas as pessoas devem desenvolver um conjunto de competências no âmbito da socialização, reflexão e cidadania, em paralelo com a necessária qualificação técnica e especializada na área que seguirem. Defende currículos mais amplos, nomeadamente com a incursão nas artes e na educação para a cidadania. São lacunas dos atuais currículos? São lacunas dos currículos que herdámos, ultimamente. Veja que as artes estiveram presentes no 1.º ciclo e foram depois um pouco esquecidas com o ênfase que tem sido colocado na Matemática e na língua materna, o Português. O mesmo se passa com a educação para a cidadania, que mais recentemente tem sido retomada. Mas no fundo o que temos de combater são os currículos muito restritivos e muito orientados só para as áreas em que há testes internacionais. Porquê esse ênfase na Matemática e no Português? Primeiramente, porque é mais fácil avaliar essas áreas. Admito que o grau de subjetividade seja menor, relativamente, por exemplo, às artes ou à cidadania, mas não podemos deixar que os currículos se circunscrevam a essas áreas, fazendo com que a escola perca riqueza curricular. Há uma importância excessiva

Veríssimo Dias H

da Matemática e do Português, subalternizando outras áreas. Já viu melhor maneira de aprender a língua materna do que fazer teatro? E há outro aspeto que não pode ser esquecido que é a grande injustiça social. Repare que as pessoas com menos possibilidades económicas e menor herança cultural terão menos acesso às artes se a escola não desempenhar esse papel. Que balanço faz do projeto de flexibilidade curricular que entrou em vigor este ano letivo em 235 escolas? Ainda não disponho de dados que me permitam pronunciar-me sobre essa matéria, mas à partida parece-me positivo que haja um currículo comum a toda a gente e por outro lado que haja uma margem de liberdade para cada escola definir o seu próprio currículo. Falou há pouco que o modelo e a cultura da escola devem adaptar-se aos novos tempos. Quer isto dizer que as tradicio-

nais aulas expositivas também podem ter os dias contados? Eu adoro uma boa aula expositiva, e gosto de assistir a uma conferência bem feita, bem organizada e bem comunicada. O que não se pode é fazer isso o dia todo. Ninguém aguenta. Veja que até as TED Conferences têm, no máximo, 18 minutos. Ou seja, as aulas expositivas podem existir, mas em paralelo com uma grande variedade de outros métodos, porque também há uma grande variedade de formas de aprender. Quando foram introduzidas as aulas de 90 minutos, o objetivo era que as pessoas trabalhassem de outra maneira. Ou seja, aulas expositivas, sim, mas em paralelo com muitas outras formas de trabalhar e aprender. A escola ocupa os alunos o tempo suficiente ou em excesso? Uma vez que os programas estão muito sobrecarregados, existe a tendência por parte dos professores para darem aulas expositivas – que é o meio mais rápido para “dar” o programa

todo – e, por outro lado, os alunos que financeiramente podem, vão ter explicações para perceberem aquilo que não conseguiram perceber nas aulas. Mas a escola pública, que é para todos, não pode contar com explicações pagas, por fora. E não faz sentido “dar” o programa se os alunos não aprenderem! E depois, a vida não pode ser só a escola! E os famigerados trabalhos de casa (TPC)? Esse é um assunto muito polémico. Não estou contra os trabalhos de casa em absoluto. Devem ser pedidos com conta, peso e medida. E, acima de tudo, variados e interessantes para que os miúdos os possam fazer autonomamente em casa, ou que suscitem uma conversa e um diálogo com os pais. O CNE está a desenvolver um estudo que visa as chamadas “escolas resilientes”. Ou seja, estabelecimentos inseridos num contexto sócio-económico desfavorecido, cujos alunos obtêm um bom ;

AGOSTO 2018 /// 03


desempenho escolar. Já pode levantar a ponta do véu? Em Portugal e noutros países, há uma correlação muito forte entre o meio social de origem e o desempenho escolar. Isso foi posto em evidência nos Estados Unidos nos anos 60 e posteriormente em França, Inglaterra, etc. Essa tendência confirma-se em Portugal, mais até do que noutros países. Mas também sabemos que há escolas, as chamadas “escolas resilientes”, que conseguem ultrapassar esse determinismo social. O estudo que está a ser desenvolvido pretende saber como é que essas escolas conseguem ultrapassar esse determinismo. E que bom seria que estas conclusões fossem inspiradoras para outras escolas!. Para já, estamos a identificar as escolas a estudar e posteriormente, no terreno, faremos um trabalho que não é em extensão e a que posso chamar mais etnográfico. O determinismo social é culpa da escola? A nossa sociedade é muito desigual e a escola reproduz essa desigualdade. Não consegue, na maioria dos casos, vencê-la, mas é aí que entram as “escolas resilientes”. As que vencem esse determinismo. Defende que se devem abordar e trazer temas fraturantes para as escolas, sendo a educação para os media um desses pontos. Quer explicitar? Basicamente, o que eu digo é que é preciso interessar as pessoas pelas aprendizagens. O modelo de escola vigente em Portugal ainda assenta muito na ameaça da reprovação. Se queremos acabar com isso, temos de enveredar por outras maneiras para que as pessoas aprendam. E estou em crer que, à nossa volta, há tantas questões tão complexas e interessantes e a que os jovens apenas têm acesso superficialmente na TV ou nas redes sociais. Seria uma forma de os interessar a partir dessas temáticas e também para os preparar para uma tomada de posição sobre as mesmas. E que temas sugeria? As alterações climáticas, o desenvolvimento sustentável, as migrações, os refugiados… E também as «fake news». São temas muito interessantes e de grande atualidade, que dificilmente podem ser abordados, com a profundidade necessária, por um professor de uma qualquer disciplina. Isto obrigaria a um trabalho de projeto e a um envolvimento de vários professores. O que está a procurar trans-

04 /// AGOSTO 2018

As novas tecnologias e a aprendizagem é um tema que tem sido muito debatido. Como atingir o ponto de equilíbrio entre o que pode ser uma mais valia para aprender e uma distração para o estudo? É uma questão candente e complexa. Assistimos a uma quase viciação dos jovens por estes aparelhos eletrónicos. Não sou nem a favor, nem contra a utilização das tecnologias na escola. É preciso saber o que se pretende em concreto e depois utilizar os meios mais adequados. Mas é lógico que a escola deve promover uma reflexão sobre o assunto tendo em vista preparar os jovens para lidar com essa diversidade de dispositivos.

mitir é que para além de faltar debate e reflexão na escola, falta também alguma…filosofia? Também. A filosofia é muito importante nos conturbados tempos que vivemos. Uma das missões da educação é que as pessoas aprendam a pensar e, sem dúvida, que a filosofia é um instrumento importante para esse fim. A educação e a saúde foram das duas maiores conquistas da revolução de Abril. É na escola que pode estar o futuro do país? A educação foi e será sempre fundamental para o futuro de qualquer país. O nosso sistema educativo teve um progresso extraordinário desde o 25 de

Abril. Basta pensar na rede de jardins de infância, na taxa de analfabetismo, na frequência do ensino secundário e ensino superior, etc. A diferença é colossal. Já muito foi feito, mas continua a ser necessário investir na escola e mudar a escola, para procurar vencer o tal determinismo social de que há pouco falei. A educação é uma área muito vasta. Para além disso, entendo que é urgente e necessário investir na educação de adultos. Há cerca de 3 milhões e meio de portugueses que têm, no máximo, quatro anos de escolaridade. É preciso perceber que esta estatística tem efeitos diretos na própria escolaridade dos filhos.

O envelhecimento da classe docente é um problema? Não serei eu a considerar o envelhecimento um problema!!! Mas enfim, se há problema será na escola como em outra qualquer profissão! Devia haver um maior equilíbrio de gerações na classe docente, até para promover uma espécie de passagem de testemunho entre colegas. A paz social e a estabilidade nas escolas está ameaçada com o braço de ferro entre professores e Ministério da Educação, com reflexos no final do ano letivo e início do próximo. O ensino sai a perder? Não me quero pronunciar sobre essa questão, mas apenas digo que percebo os dois lados.

CARA DA NOTÍCIA Educação, pedagogia e inovação 6 Maria Emília Brederode dos Santos (1942) foi eleita Presidente do Conselho Nacional de Educação pela Assembleia da República, em novembro de 2017. Foi presidente do Instituto de Inovação Educacional do Ministério da Educação de 1997 a 2002 e representante do Ministério da Educação na Comissão Nacional para a Educação em matéria de Direitos Humanos (Comissão Nacional para a Celebração do 50.º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem e da Década das Nações Unidas para a Educação dos Direitos Humanos) de 1998 a 2004. Foi diretora pedagógica do programa televisivo e da revista «Rua Sésamo» (1987 a 1997) e autora do livro «Aprender com a TV», 1991 (Learning with TV, CTW, 1992). Foi presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Artística e de Educação pela Arte (2006 a 2008), da Comissão de Avaliação da Escola Superior de Educação pela Arte (1981 a 1982) e do Grupo Interministerial para o Ensino Artístico (1996). Foi membro da Comissão Instaladora da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal e presidente do seu Conselho Científico. Foi Presidente do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Setúbal, até novembro de 2017. É membro do Conselho de Opinião da RTP. É membro de várias Associações (como a Associação Portuguesa de Educação Permanente) e membro da direção da APGES (Global Platform for Syrian Students) e de grupos informais como o Grupo informal de Educação para a Literacia Mediática (GILM) e o grupo Inquietações Pedagógicas (blog, facebook e página do Jornal de Letras). É mestre em Análise Social da Educação pela Boston University, E.U.A, e licenciada em Ciências da Educação pelo Institut de Psychologie et des Sciences de l’Education da Universidade de Genebra (onde também leccionou) e pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. K

O CNE tem alguma iniciativa em preparação sobre esta matéria? Vamos ter um seminário em novembro sobre competências de literacia mediática que se devem desenvolver nos jovens tendo em conta as transformações tecnológicas em curso. Foi diretora pedagógica do programa «Rua Sésamo», que se iniciou em 1987, uma referência para a geração que hoje tem 30 anos. Que memórias guarda desse projeto tão marcante? Imensas e ótimas. Tenho vários episódios engraçados, mas gostaria de partilhar um que me marcou. Um dia a equipa de investigação, que eu dirigia, foi até um jardim de infância de uma zona degradada da Grande Lisboa, porque soubemos que alguns miúdos não gostavam de determinada personagem. Eles estavam todos a brincar, mas quando tocou a música da «Rua Sésamo» foram de imediato para um quartinho minúsculo e ficaram de olhos postos na televisão. Os mais pequenos, sentados ao colo dos mais velhos, repetiam o que ouviam ou respondiam às perguntas feitas no programa ou tentavam antecipar o que iria acontecer a seguir e os crescidos corrigiam-nos e conversavam com eles. Foi uma aula fantástica. Era, de facto, uma série educativa, que promovia boas práticas e deixou muitas saudades. Cada personagem encarnava uma mensagem e existiu sempre a preocupação de contrariar os estereótipos e mostrar como as pessoas podiam ser diferentes. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H

  




Seleção de teses de mestrado

Docente da UBI integra 6 Tiago Sequeira, docente do Departamento de Gestão e Economia da Universidade da Beira Interior, integra o júri que vai selecionar os melhores trabalhos de teses de mestrado realizados no País sobre a economia portuguesa, no âmbito da 9.ª Conferência ‘Desenvolvimento Económico Português no Espaço Europeu’, que o Banco de Portugal organiza a 19 novembro. O docente da UBI integra o júri com mais quatro professores de Economia, o qual será presidido por Rui Albuquerque, da Boston

University (EUA). A conferência do Banco de Portugal contará com uma sessão destinada à apresentação das cinco melhores teses de mestrado sobre a economia portuguesa, em tópicos de economia e finanças. Os trabalhos serão apresentados pelos seus autores, sendo que um grupo adicional de 10 a 15 teses será apresentado numa sessão de posters. A iniciativa resulta de uma parceria entre o Banco de Portugal e a Fundação Francisco Manuel dos Santos. K

Associação Americana de Urologia

Prémio à investigação para a UBI 6 O trabalho desenvolvido na Universidade da Beira Interior (UBI) sobre as vantagens do consumo do arando no tratamento de infeções urinárias acaba de ser premiado pela Sociedade Americana de Urologia. O artigo intitulado ‘Can Cranberries Contribute to Reduce the Incidence of Urinary Tract Infections? A Systematic Review with Meta-Analysis and Trial Sequential Analysis of Clinical Trials’ foi publicado na segunda melhor revista científica da área da Urologia, o Journal of Urology. O artigo é assinado por Ângelo Luís (Bolseiro de Pós-Doutora-

mento da Faculdade de Ciências da UBI), Fernanda Domingues (docente do Departamento de Química e investigadora do CICS - Centro de Investigação em Ciências da Saúde) e Luísa Pereira (docente do Departamento de Matemática e investigadora do CMA - Centro de Matemática e Aplicações). lo estudante de doutoramento da UBI, Pedro Humbert, acaba de vencer a final portuguesa da ClimateLaunchpad, a maior competição mundial de ideias de negócio com base em tecnologias ambientalmente sustentáveis ligadas ao clima. K

Covilhã

Mestrados acreditados na Universidade 6 Os mestrados em Ensino de Matemática e em Ensino de Física e Química no 3.º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário, ministrados na Universidade da Beira Interior, acabam de ser acreditados pela A3Es, pelo período máximo permitido. A acreditação permitirá manter a cooperação com as

Escolas do Ensino Básico e Secundário da região do Interior e dará também resposta aos candidatos que procurem o desafio pessoal de seguirem a carreira profissional de professores de Física e Química, dando o seu contributo à Sociedade em termos de formação de futuros profissionais e cidadãos. K

Publicidade

Valdemar Rua ADVOGADO

Av. Gen. Humberto Delgado, 70 - 1º Telefone: 272321782 - 6000 CASTELO BRANCO

Candidaturas já começaram

UBI com mais vagas e novo curso

6 A Universidade da Beira Interior (UBI) conta com 1307 vagas no atual Concurso Nacional de Acesso, mais 62 vagas que no ano passado, além de oferecer um novo curso de Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial (EGI). O novo curso visa o desenvolvimento competências multidisciplinares nos campos científico, tecnológico e de administração. Resulta da reabertura de uma oferta formativa sustentada na longa tradição da UBI na área científica, na qual já existem Mestrado e Doutoramento. A reabertura desta licenciatura dá também resposta às necessidades das empresas e do desenvolvimento do país. Os diplomados dos campos da engenharia e tecnologia são aqueles que têm maior procura por parte das empresas, nos últimos anos, fruto da aposta em novas iniciativas empresariais e na urgência da melhoria dos processos de produção. A oferta formativa da UBI para 2018 mantém, assim, uma das marcas suas distintivas: o compromisso com o desenvolvimento da comunidade, como salienta João Canavilhas, vice-reitor para o En-

sino, Internacionalização e Saídas Profissionais: “Faz parte da dinâmica da Universidade da Beira Interior a constante adaptação às necessidades da região e do país. Nessa perspetiva, abrimos o 1.º Ciclo em EGI, um curso que corresponde às solicitações do tecido empresarial e que é uma das escolhas prioritárias dos melhores alunos. Este curso registou em 2017 uma das médias de entrada mais altas do país e, na UBI, os 2.º e 3.º Ciclos em Engenharia e Gestão Industrial são os que registam maior procura”, refere.

No balanço global da oferta formativa para 2018/2019, o elemento da equipa reitoral com a pasta do Ensino chama a atenção do facto de a “UBI atingir o maior número de cursos e vagas da sua história no âmbito do CNA”, como resultado “do crescimento progressivo da instituição ao longo dos anos”. “Esta capacidade permitiu-nos agora aproveitar o aumento de 62 vagas que o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior nos disponibilizou, no âmbito da redistribuição realizada a nível nacional”, conclui João Canavilhas. K

Alunos do Secundário na UBI

Mais de metade ficará na Covilhã 6 Durante cinco dias, cerca de 120 estudantes do Ensino Secundário de todo o país tiveram na UBI uma primeira experiência com a realidade académica, no âmbito da Universidade de Verão, que decorreu, de 2 a 6 de julho, nas cinco faculdades da instituição. “Houve um grande envolvimento por parte das faculdades em mostrar que a UBI é uma universidade que está no caminho da excelência e isso ficou bem patente, quer ao nível das instalações, quer ao nível das atividades científicas desenvolvidas, que potenciaram e permitiram que estes jovens de todo o país pudessem absorver e tirar algumas dúvidas em relação àquilo que de bom se faz aqui na nossa universidade”, considera Eduardo Cavaco, coordenador da iniciativa. “Penso que mais de 50 por cento destes alunos vão optar pela UBI, até porque muitos também são da região. No início ainda havia algumas dúvidas por parte de alguns,

mas depois da experiência fantástica ao longo destes cinco dias muitos deles terminam esta semana a dizer que se vão candidatar à Universidade da Beira Interior”, refere o docente da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da UBI. O programa da Universidade de Verão englobou programas específicos em cada faculdade – que cada participante escolheu de acordo com as suas preferências – e ativi-

dades conjuntas para mostrar a cidade da Covilhã e a Serra da Estrela. Destinada aos alunos do 10.º, 11.º e 12.º, permite à população estudantil ter, em muitos casos, o primeiro contacto com uma universidade e conhecer áreas do saber que podem fazer parte do seu futuro, incentivando também o gosto pela ciência e a continuação dos estudos. K Rafael Mangana _

AGOSTO 2018 /// 05




 

Na área do radão

UBI dirige projeto

Eco Maratona Shell

6 O Laboratório de Estudos dos Efeitos do Radão, instalado no UBImedical, vai desenvolver uma parceria estratégica na área do Ensino Superior, designada ‘Train the trainees - Train future trainers in radiation protection and nuclear technology’, um projeto que resulta de uma candidatura ao programa ERASMUS +, que recebeu luz verde no final de junho. Dinamizado pelo LABEXPORAD, sob a coordenação de Sandra Soares, tem como objetivo principal é desenvolver uma “formação avançada internacional em tecnologia nuclear e proteção contra a radiação”, através do design de módulos de ensino à distância interativos e de módulos presenciais/ laboratoriais. Os atuais e futuros alunos de engenharia nuclear vão iniciar as suas carreiras num mundo de transição e irão desempenhar um papel importante como especialistas em proteção contra radiação, futuros formadores e professores, supervisores e/ou consultores em proteção contra radiações em todos os sectores. Assim, a iniciativa surge como uma plataforma estratégica para providenciar a necessá-

Aero@UBI em sexto

Ensino superior

Universidade da Beira interior

Entre as melhores do mundo 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) foi classificada como uma das melhores instituições de Ensino Superior a nível mundial em “Computer Sciences & Engineering”, de acordo com o Ranking de Xangai, um dos mais rigorosos e competitivos do planeta. O também designado Academic Ranking of World Universities (ARWU) já no ano passado tinha reconhecido a excelência da Engenharia da UBI, nomeadamente as áreas da Eletrotécnica, Eletromecânica e Eletrónica. Neste que é um dos rankings

6 A equipa Aero@UBI alcançou o 6.º lugar na Eco Maratona Shell deste ano, na categoria “Protótipos” (classe dos elétricos a bateria), na qual competiram 36 concorrentes provenientes de todo o mundo. O veículo desenvolvido pelos alunos do Mestrado Integrado em Engenharia Aeronáutica da Universidade da Beira Interior (UBI) percorreu 519 km com apenas 1 kWh de energia, tendo suplantado os 500/1kWh que tinha estabelecido como objetivo. A formação da UBI ficou ainda muito perto do 5.º classificado, que alcançou 535 km/kWh. A participação na prova, que decorreu em Londres, no último fim de semana, é a melhor de sempre das equipas do Departamento de Ciências Aeroespaciais (DCA), que, em 2017, já tinha ficado na 11.º posição. Miguel Silvestre, docente e presidente do DCA, que é também responsável pelo projeto, salienta que a Aero@UBI tem ainda o mérito de ter desenhado e construído integralmente o motor do veículo, ao contrário das equipas classificadas nos lugares acima”. A posição obti-

06 /// AGOSTO 2018

mais prestigiados do mundo, promovido por uma entidade independente, são analisados indicadores como a produção científica, a investigação, os artigos em revistas de grande impacto, as citações, a colaboração internacional e os prémios académicos. Apenas seis universidades portuguesas conseguiram entrar em “Computer Sciences & Engineering” para o top das 500 melhores do mundo no ano de 2018. A UBI ministra cursos de engenharia em múltiplas áreas: civil, aeronáutica, informática, eletrotécnia,

eletromecânica, e engenharia e gestão industrial. A qualidade da UBI tem sido reconhecida pelos vários rankings internacionais que a avaliam nas várias áreas. A presença contínua da Universidade nesses rankings é uma indicação clara do seu excelente nível de qualidade. A UBI é constituída pelas faculdades de Ciências Exactas; Sociais e Humanas; Artes e Letras, Ciências da Saúde e Engenharia. Um total de mais de 7.500 alunos frequenta atualmente a Universidade. K

ria aprendizagem e atualização através do desenho e implementação de um programa de formação na área nuclear que seja atrativo e adequado aos objetivos de desenvolvimento da sustentabilidade (ODS), orientados para a transição para um mundo futuro melhor até 2030. o projeto dará resposta às atuais e futuras necessidades de mercado do setor nuclear de engenheiros nucleares qualificados, tecnólogos, profissionais de proteção contra radiação e especialistas em proteção contra radiação. Por exemplo, até 2020, mais de 100 reatores nucleares estarão em fase de paralisação na Europa e a previsão é de que o número aumente 8% ao ano. Além da Universidade da Beira Interior (UBI), o projeto envolve mais sete instituições europeias de países como a Bélgica (Haute Ecole BruxellesBrabant e Universiteit Hasselt), Espanha (Universitat Politecnica de Valencia), Itália (Universita di Bologna), Alemanha (Hochschule Mannheim University of Applied Sciences), República Checa (Czech Technical University in Prague) e Grécia (Greek Atomic Energy Commission). K

Gabinete de apoio na UBI

da deu direito “a menção honrosa, um prémio financeiro de 400€ e o acesso garantido à edição de 2019 da Eco Maratona Shell”, acrescenta. No próximo ano a Aero@UBI fará a sua quinta participação, depois da estreia em 2014, que marcou o desenvolvimento do motor elétrico, que passou nas inspeções técnicas e de segurança; em 2015, foi alcan-

çado o 19.º lugar, com 331 km/kWh. Em 2017, classificou-se em 11.º lugar, com 372km/kWh, uma subida que resultou da apresentação de um novo veículo, aproveitando ao máximo o anterior. A equipa deste ano foi constituída por 20 elementos do Mestrado integrado em Engenharia Aeronáutica, de vários anos. K

6 O Gabinete de Acesso e o portal “Ser Ubiano” ajudam na escolha do curso e na formalização da candidatura. Os estudantes que, desde o dia 18 de julho, apresentam a candidatura ao Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) voltam a ter à disposição um Gabinete de Acesso na Universidade da Beira Interior, preparado para esclarecer dúvidas e ajudar na formalização da candidatura. Integrado na rede articulada pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), funciona no Gabinete de Internacionalização e Saídas Profissionais (junto aos Serviços Académicos, no polo principal da UBI). Está apto a colaborar em

todo o processo do CNAES, em aspetos como pedidos e validação de senhas ou informação sobre os diversos regimes e contingentes especiais. Os candidatos podem ainda obter informação sobre apoios sociais, como bolsas e residências, entre outras. O Gabinete de Acesso está disponível para apoio presencial nos horários 10h00 - 12h30 e 14h00 - 17h00, ou através dos telefones 275 242 014 / 275 242 061 / 275 329 138 e do e-mail acesso@ubi.pt. Aqueles que pretendem estudar na UBI podem consultar o portal online “SerUbiano”, uma ferramenta de apoio personalizado. K

www.ensino.eu


Universidade de Évora

Alunos ganham prémio internacional 6 Os alunos do Mestrado Integrado de Arquitetura da Universidade de Évora Joana Robalo, João Umbelino, Ana Ázar, António Lopes e Miguel Pedro, patrocinados pelo professor João Soares, ganharam o prémio para a Europa Ocidental com a proposta “Reaching The Light”. Segundo o promotor, o Prémio Internacional VELUX 2018 para Estudantes de Arquitetura pretende encorajar e desafiar os estudantes

de arquitetura a explorar o tema da luz do dia, e assim criar uma compreensão mais profunda dessa fonte específica e sempre relevante de energia, luz e vida. O prémio promove a excelência dos trabalhos e incentiva projetos que celebram o privilégio de ser aluno – com curiosidade e com a vontade de pensar “fora da caixa” – bem como a dimensão social, sociológica e ambiental da luz. K

Em Munique

Prémio Brigitte Gedek para Ricardo Assunção 6 Ricardo Assunção, bolseiro de pós-doutoramento no Departamento de Alimentação e Nutrição (DAN) do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, foi distinguido com o prémio “Brigitte Gedek – Science Award” atribuído pela “Society for Mycotoxin Research”, no âmbito do 40º Workshop de Micotoxinas, que decorreu, dia 12 de junho, em Munique (Alemanha). Atribuído de forma bianual desde o ano 2000, este prémio distingue contribuições científicas na área da micotoxicologia que se diferenciem pela qualidade excecional. Para a atribuição deste prémio foram tidos em conta os contributos alcançados por Ricardo Assunção na sua tese de doutoramento “Children exposure to multiple mycotoxins through food consumption: a holistic approach for risk assessment”, realizada no DAN, em colaboração com a Universidade de Évora e o Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM, Universidade de Aveiro). Este trabalho teve como principais objetivos caracterizar a exposição das crianças portuguesas (idade in-

ferior a 3 anos) a múltiplas micotoxinas através da alimentação e determinar a bioacessibilidade das micotoxinas nos alimentos habitualmente consumidos pelas crianças. Os resultados desta investigação reforçam a importância da implementação de uma abordagem holística para a avaliação de risco de mistura de micotoxinas, em especial quando envolvidas populações vulneráveis como as crianças. As potenciais consequências da exposição intestinal a micotoxinas deverão ser ponderadas principalmente no que respeita às implicações no desenvolvimento de doenças intestinais. O prémio “Brigitte Gedek – Science Award” conta com o apoio de Brigitte Gedek, professora aposentada de Bacteriologia e Micologia da Ludwig-Maximilians University of Munich, que esteve presente na cerimónia de entrega deste prémio. Este ano, para além do prémio atribuído a Ricardo Assunção, foi também distinguido o grupo de investigação de Ludwig Niessen da Technische Universität München(Alemanha). K

De Verão

Évora e Macau fazem curso 6 A Universidade de Évora e o Instituto de Formação Turística de Macau, realizaram, até ao passado dia 13 de julho, na Universidade de Évora, o curso Summer School 2018 - Tourism, Portuguese Language and Culture. A iniciativa teve como objetivo desenvolver o conhecimento da cultura portuguesa e a dinâmica turística regional. O curso contou com a participação de onze alunos de licenciatura deste Instituto, os quais participaram em diversas atividades especialmente desenvolvidas pela UÉ para esta Escola de Verão, dando assim a conhecer os vários aspetos do património e da cultura (tangível e intangível) da região Alentejo, para uma reflexão sobre a complexidade do turismo como expressão cultural. Para Miguel Oliveira, professor

de hotelaria no Instituto de Formação Turística de Macau, “tem sido uma experiência fantástica” e uma “excelente oportunidade” para que estes alunos tenham um contacto com outras realidades e “aprender e vivenciar uma cultura totalmente diferente das suas”, sublinha. Entre as várias atividades, os alunos visitaram o Centro de Ciência Viva de Estremoz revelando-se “bastante participativos” e “muito entusiasmados”. Erika, aluna que participou na Escola de Verão, considerou “absolutamente fascinante” poder estar em Évora, e confidencia ter sido o estilo de vida dos portugueses e a arquitetura das cidades o que mais a surpreendeu numa “excelente oportunidade de conhecer Portugal”. Quisemos “dar a conhecer o

que fazemos ao nível do ensino e da investigação em turismo” referiu Joana Lima, professora do Departamento de Sociologia da UÉ, considerando esta uma oportunidade de “colocar em perspetiva duas realidades turísticas totalmente diferentes”. Para a professora na área do turismo esta experiência é “muito enriquecedora” e abre portas para futuras colaborações na área da cultura, turismo e património entre as duas instituições de ensino superior. Recorde-se que Universidade de Évora tem vindo a participar no esforço de afirmação e consolidação da área de conhecimento em Turismo em Portugal através da formação, da investigação e da organização de eventos científicos e de apoio à comunidade. K

Erasmus Mundus

Europa renova com Évora 6 A União Europeia renovou por um período de 4 edições o mestrado Erasmus Mundus Archmat (Arqueologia e Ambiente) liderado pela Universidade de Évora. Nicola Schiavon, diretor do programa de mestrado, considerou esta renovação “um grande êxito” para a Universidade de Évora no âmbito da internacionalização, e o reconhecimento concedido pela União Europeia a um programa de estudos de “excelência internacional”. Com início marcado para setembro de 2018, o ERASMUS MUNDUS ARCHMAT é um mestrado em associação entre a Universidade de Évora, Aristotle University of Thessaloniki (AUTH) e University of Rome la Sapienza (UNIROMA1) com o objetivo de fornecer aos alunos os conhecimentos específicos, habilidades exigidas no campo de pesquisa da Arqueome-

tria, de forma a capacitá-los a realizar trabalhos científicos, a avaliar criticamente e integrar conhecimentos científicos e gerir de forma independente um projeto arqueológico a partir de todos os aspetos, ou seja, arqueológicos, científicos e de conservação. Destina-se nomeadamente a formar espe-

cialistas altamente especializados capazes de compreender e aplicar as metodologias científicas analíticas corretas para o estudo e conservação de materiais arqueológicos de natureza diferente e pertencentes a períodos e/ou culturas diferentes na História Europeia e Mediterrânica. K

AGOSTO 2018 /// 07


  

Rede CRUSOE

Reitor do minho eleito presidente Estratégia de Sustentabilidade na UTAD

Viaturas Elétricas já rolam 6 A Universidade de Trásos-Montes e Alto Douro (UTAD) acaba de adquirir duas viaturas elétricas, as quais vêm substituir duas viaturas com três décadas (uma a gasolina e outra a gasóleo), reduzindo assim o custo de funcionamento da frota automóvel, além da redução estimada de 14,4 ton CO2eq de emissões locais de gases com efeito de estufa.

A aquisição das viaturas resultou de uma candidatura à 1ªfase do Programa de Apoio à Mobilidade Elétrica na Administração Pública, inserida no Programa ECO. mob, que visa “melhorar a eficiência económica e desempenho ambiental das deslocações associadas à Administração Pública”, tendo sido obtido financiamento para a totalidade da despesa, incluindo o Imposto sobre o valor

acrescentado (IVA), pelo Fundo Ambiental. Neste âmbito, foi também financiada a aquisição e instalação de dois postos de carregamento de viaturas elétricas, que vão possibilitar o carregamento simultâneo de quatro viaturas. Integrados na rede mobi.e, estes postos de carregamento ficarão disponíveis para utilização por toda a Academia. K

6 O reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, acaba de ser eleito presidente da rede CRUSOE, a Conferência de Reitores das Universidades do Sudoeste da Europa, constituída por 23 universidades e politécnicos do Norte e Centro de Portugal, Galiza, Castela e Leão, Astúrias e Cantábria, englobando mais de 150 grupos de investigação e 240 mil estudantes. Criada como espaço de cooperação científica, tecnológica, educativa e cultural, a rede visa contribuir para o desenvolvimento territorial e a especialização inte-

ligente desta macrorregião. Tem ainda como objetivos promover atividades de investigação e inovação interinstitucional, constituir grupos de trabalho intersetoriais para consolidar espaços de colaboração, refletir e trabalhar na geração de projetos para a resolução de problemas estratégicos desta macrorregião, incrementar a disponibilidade de conhecimentos e a mobilidade de profissionais e desenvolver ações para promover a integração na União Europeia e a cooperação internacional para o desenvolvimento. K

A partir de 23 de julho

UBI recebe bicicletas elétricas

Alimentação noturna de grifos

Coimbra entre pioneiros 6 Um grupo de investigadores que é integrado por membros da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra registou, pela primeira vez no mundo, grifos (Gyps fulvus) a alimentarem-se de carcaças de gado durante a noite. Considerando que os abutres são aves necrófagas (alimentamse de carne em decomposição) diurnas, esta expansão incomum do nicho trófico desta espécie poderá ser uma resposta à escassez excecional de alimento, um fator já assinalado como causa de outros comportamentos atípicos em abutres, sugere o estudo publicado na revista Ecology, da Ecological Society of America. As fotos, captadas à noite atra-

08 /// AGOSTO 2018

vés de provas fotográficas, mostram vários grifos a alimentarem-se de carcaças de gado, que ali apareceram por acidente ou por doença, na Cordilheira Cantábrica, no Parque Natural Somiedo (Espanha). Esta é a primeira vez em todo o mundo que são registadas evidências gráficas deste comportamento. A equipa é ainda integrada por membros do Centre for Functional Ecology, do Institute for Game and Wildlife Research (IREC) e da Universidade Autónoma de Madrid (UAM). Patricia Mateo Tomás, do CFE que participou no trabalho científico, explica que “a escassez excecional de alimentos aumenta a competição entre os indivíduos. Esta competição intraespecífica pode aumentar quando os recursos favoritos, como

por exemplo carcaças grandes, são escassos. Assim, alguns indivíduos podem passar a alimentar-se à noite para evitar a competição e aumentar a sua possibilidade de acesso a animais mortos, expandindo o seu nicho trófico”. Esta expansão temporal do nicho trófico agora descrita, sublinha a investigadora, “não é de todo um comportamento comum nesta espécie uma vez que só foi registado em 2 das 93 (2%) carcaças monitorizadas entre 2011 e 2014. No entanto, a alimentação noturna junta-se a outros comportamentos inesperados já relatados para esta espécie, como ataques a gado ou alimentação em aterros, que também estão relacionados com uma escassez de alimentos”. K

6 Bicicletas elétricas já chegaram à Universidade As bicicletas elétricas que vão ser disponibilizadas à comunidade académica da UBI são apresentadas no dia 23 de julho, numa cerimónia onde marca presença o Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes.

As 100 bicicletas foram adquiridas no âmbito do Projeto U-BIKE Portugal e destinam-se a estudantes, docentes e colaboradores da UBI, para utilização (por períodos de longa duração) pela comunidade académica, com o intuito de criar hábitos regulares de utilização deste meio de transporte. K

Universidade Europeia

Aluno ganha ouro 6 O triatleta João Pereira, estudante da Universidade Europeia, conquistou a medalha de ouro no sprint dos Jogos do Mediterrâneo que decorrem em Tarragona, Espanha, com o tempo de 57.28 minutos. Com mais esta vitória alcançada pelo atleta que, no ano passado, também venceu três títulos europeus (dois por Portugal em sprint e na distância olímpica e um pelo Benfica

na vertente de equipas), a Universidade Europeia orgulha-se do seu programa de apoio às carreiras duais para atletas de alto rendimento. Este projeto permite à instituição continuar a receber estudantes atletas com carreiras muito competitivas e que, desta forma, conseguem conciliar o desafio universitário e académico com a competição desportiva ao mais alto nível. K


Investigação em Aveiro

Golfinho à beira da extinção 6 No primeiro semestre de 2018 foram registados 27 botos mortos na costa portuguesa. O número, que ultrapassa em muito os valores registados para o primeiro semestre dos anos anteriores, antevê um cenário catastrófico para a presença destes golfinhos em águas nacionais: podem desaparecer por completo em menos que 20 anos. O alerta é de uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro (UA) e da Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem (SPVS), que aponta a captura acidental em artes de pesca como a principal causa do declínio do boto em Portugal. Dos 27 botos mortos registados na costa entre janeiro e junho de 2018, 25 foram encontrados entre o Minho e a Nazaré. Destes, a grande maioria corresponde a arrojamentos entre a cidade do Porto e a vila da Nazaré. As marcas que alguns cadáveres apresentam – barbatana caudal amputada ou marcas lineares no corpo – indicam que os animais foram apanhados acidentalmente por redes de pesca. “Este valor já ultrapassa em muito os valores registados para o 1º semestre dos anos anteriores, desde que há registos”, aponta Catarina Eira, bióloga do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da UA e coordenadora do projeto LIFE MarPro (2011-2017), projeto co-financiado por fundos europeus dedicado à conservação de espécies marinhas portuguesas como o boto e o roaz. Se a população de boto na costa portuguesa estava já em declínio (com base em dados recolhidos até 2015 os biólogos estimam que a extinção do boto em Portugal deverá ocorrer nos próximos 20 anos), o cenário poderá ser ainda mais negro. Face ao número de arrojamentos registados em 2018, Catarina Eira diz ser “provável que um aumento na mortalidade venha a revelar um prazo de extinção ainda mais curto” para os botos nacionais.

Com uma população nacional abaixo dos 2000 indivíduos, em que menos de metade terá idade para se reproduzir, Catarina Eira aponta a zona entre o Porto e a Nazaré, onde um terço dos botos está concentrado, como a

mais preocupante para a conservação da espécie. Na origem das preocupações da bióloga estão as capturas acidentais nas várias artes de pesca, salientando-se no caso do boto a arte xávega e a pesca ilegal. K

Nic Davies H

Publicidade

Mérito Científico, Ciência 2018

João Guerreiro distinguido 6 João Guerreiro, professor catedrático e antigo reitor da Universidade do Algarve, acaba de ser distinguido com a ‘Medalha de Mérito Científico, Ciência 2018’, entregue pelo primeiro-ministro, António Costa, a 3 de julho, no encontro anual dos investigadores “Ciência 2018”, no Centro de Congressos de Lisboa. João Guerreiro é mestre em Ordenamento Rural e Ambiente e doutorado em Ciências Económicas. Foi reitor da Universidade do Algarve, presidente da Comissão de Coordenação da Região do Algarve, presidente do Programa Operacional do Algarve – PROA. Presidiu à Comissão Técnica Independente sobre os incêndios de 2017, nomeado pela Assembleia da República. Atualmente preside à Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES). As Medalhas de mérito científico destinam-se a galardoar as individualidades nacionais ou estrangeiras que, pelas elevadas qualidades profissionais e de cumprimento do dever, se tenham distinguido por valioso e excecional contributo para o desenvolvimento da ciência ou da cultura científica em Portugal. K

AGOSTO 2018 /// 09


Música

Alunos fazem ciência viva

Robótica em laboratório 6 O laboratório de robótica do Instituto Politécnico de Castelo Branco proporcionou, a 12 alunos de várias idades, a possibilidade de construirem o seu robô. Em nota enviada ao Ensino magazine, o IPCB refere que a atividade foi patrocinada pela iniciativa Ciência Viva que anualmente apoia instituições de ensino superior do país, para que possam receber nos seus laboratórios de investigação, alunos do ensino secundário durante, pelo menos, uma semana. Os organizadores da atividade no laboratório de Robótica do IPCB, o docente Paulo Gonçalves e o bolseiro de investigação Samuel Santos

(licenciado em Engenharia Industrial) atualmente a trabalhar no projeto EuroAGE, receberam alunos da Escola Básica Afonso de Paiva e da Escola Secundária Amato Lusitano, marcando também presença, no âmbito da iniciativa ‘começar cedo’, alunos do 3º ciclo. Refere a mesma nota que “todos os alunos gostaram bastante da iniciativa, chegando mesmo a demonstrar um empenho fora de série, não só na fase da construção do robô, como também na fase de o afinar mecanicamente”. Para além de construir o robô, foi necessário programar todas as tarefas que o mesmo deveria fazer.

Desde as mais simples, como mudar de direção, até às mais complexas, como controlar as suas reações em função da informação que constantemente era transmitida pelos sensores. Os alunos tiveram ainda oportunidade de programar o robô para ser telecomandado por telemóvel ou para possuir comportamento autónomo e desviar-se de obstáculos. Os alunos externos, maioritariamente do litoral do país, ficaram alojados nas residências feminina e masculina do IPCB. Puderam também interagir com os alunos franceses que se encontram a estagiar no Laboratório. K

Alunos da Esart ganham prata 6 Tiago Oliveira e Gabriel Oliveira, alunos da licenciatura em Música da Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco, conquistaram o 2º lugar no 19º Concurso Internacional Cidade do Fundão, na variante Música de Câmara com Guitarra. Em nota de imprensa, o Politécnico de Castelo Branco revela que Tiago Oliveira – Clarinete e Gabriel Oliveira – Guitarra Clássica forma-

ram recentemente o grupo de Música de Câmara “D’Oliveiratte Duo”, que agora lhes valeu um prémio neste novo domínio do Concurso Internacional Cidade do Fundão. O 19º Concurso Internacional Cidade do Fundão reuniu, este ano, 129 concorrentes oriundos de Portugal, Espanha, Holanda e Suíça. O Politécnico adianta que o 1º prémio desta variante não foi atribuído. K

Ensino superior

ESACB

Docente em Bruxelas

6 A docente da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Ofélia Anjos, participou na European Week of Bees and Pollinators no Parlamento Europeu, em Bruxelas. A Semana Europeia da Abelha e Polinização, que vai já na sua 7ª edição, foi organizada pelo deputado do Parlamento Europeu Michel Dantin, presidente do Grupo de Trabalho “Apicultura e Saúde das Abelhas”, Intergrupo Parlamentar sobre “Alterações Climáticas, Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável” e centrou-se no tema “Como a co-

010 /// AGOSTO 2018

munidade agrícola está mobilizada para proteger as abelhas”. Ofélia Anjos teve oportunidade de participar numa reunião onde foram discutidas e apresentadas propostas, com o objetivo de promover uma cadeia de apicultura sustentável, capaz de assegurar a sustentabilidade do valioso serviço de polinização para os ecossistemas, manutenção da biodiversidade, produção e segurança alimentar. A Semana Europeia da Abelha e Polinização reuniu deputados europeus, representantes das instituições da União Europeia, apicultores,

agricultores, cientistas, veterinários, fabricantes e organizações não governamentais ligados ao sector. Uma das principais conclusões da reunião baseou-se na necessidade da estreita cooperação, partilha de dados e conhecimento entre todos os intervenientes. Durante a Semana Europeia foi assinado, no Parlamento Europeu, o documento “Terms of reference for an EU Bee Partnership” firmando desta forma a importância desta cooperação, cabendo agora aos intervenientes a dinamização desta rede. K

IPCB ajuda candidatos 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco tem a funcionar entre 18 de julho e 7 de agosto o Gabinete de Acesso ao Ensino Superior. Aquele espaço está aberto a todos os que se pretendam candidatar ao ensino superior, de segunda a sexta-feira, das 9H30 às 12H30 e das 14H30 às 16H30, no edifício dos Serviços Centrais e da Presidência (Avenida Pedro Álvares Cabral – junto ao Hospital Amato Lusitano). Recorde-se que este ano, entre licenciaturas e cursos de técnicos superiores profissionais, o Instituto Politécnico de Castelo

Branco (IPCB) vai abrir 1532 vagas para novos alunos, sendo que a maior fatia (992, mais 44 que no ano passado) corresponde a licenciaturas e 540 aos chamados CTesp’s (Cursos Técnicos Superiores Profissionais). Às vagas de licenciatura disponíveis para o concurso nacional de acesso ao ensino superior poderão juntarse outras adicionais, como explica António Fernandes, presidente do Politécnico: “No ano passado tivemos 948 vagas disponíveis, mas tivemos 986 alunos colocados nas licenciaturas, resultantes das vagas adicionais”. K


Docente da ESTCB lança livro

IPCB e os doutoramentos

O uso do solo e dos transportes

No caminho certo

6 O livro “Integração de Usos do Solo e Transportes em Cidades de Média Dimensão” constitui uma obra de caráter técnico e científico, que resulta de um trabalho de investigação realizado em 4 cidades portuguesas (Castelo Branco, Faro, Santarém e Vila Real) por uma equipa coordenada por Rui Amaro Alves, docente da Escola Superior de Tecnologia do IPCB, e constituída por investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, da Universidade de Lisboa e da Universidade do Algarve, que foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. A temática do livro foca-se nas relações de interdependência entre a estrutura urbana, o desenho urbano, os usos do solo urbano e a mobilidade e os transportes urbanos naquelas 4 cidades. A obra apresenta as principais linhas de investigação desenvolvidas a nível

internacional e o nível de conhecimento que elas proporcionam, a metodologia desenvolvida neste projeto nas 4 cidades, os resultados alcançados e recomendações para as políticas urbanas nestas cidades. A obra encontra-se disponível para download no seguinte em https://goo.gl/Mh6kPq. K

6 António Fernandes, presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, diz que a aprovação em Conselho de Ministro do decreto-lei que altera o regime jurídico dos graus e diplomas do ensino superior e que abre a possibilidade das instituições de ensino superiores politécnicas poderem atribuir o grau de doutoramento, “é um bom sinal para as instituições de ensino politécnicas e também para a nossa. Mas também é exigente em termos de capacidade de investigação das instituições de ensino”. Em declarações ao Ensino magazine, o presidente do IPCB diz que a sua instituição “está no caminho certo, pois em outubro submetemos à FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) cinco unidades de investigação, as quais se juntam a uma outra já existente (Cernas Centro de Estudos em Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade – Pólo de Castelo Branco). No futuro será dessas unidades que se poderá pensar no desenvolvimento de cursos de doutoramento”. Recorde-se que o IPCB propôs à FCT a criação de cinco unidades de investigação, a saber: Desporto, Saúde e Exercício (SHERU); Interdisciplinar - Comunidades Envelhecidas Funcionais (Age.Comm); Serviços, Aplicações e Conteúdos Digitais (DiSAC); Qualidade de Vida no Mundo Rural (QRural); e Património, Educação e Cultura (CIPEC). Exigência parece ser a palavra de ordem do Governo que preten-

de acreditar os doutoramentos em universidades e politécnicos com regras muito rígidas, que dependerão da avaliação dos cursos e das instituições, nomeadamente da capacidade científica da instituição de ensino superior e não do subsistema em que esta se integra. Ou seja, terá que haver uma demonstração clara da investigação realizada e uma avaliação mínima de Muito Bom das unidades de investigação que lhes estão associadas. António Fernandes diz que “agora há um trabalho exigente por parte das instituições. O caminho está aberto, mas cada uma das instituições terá que fazer o seu percurso. Este é um trabalho que tem que ser feito com os coordenadores das unidades de investigação e que permitirá também a realização de parcerias com outras instituições politécnicas e universidades”.

Nesta matéria, o presidente do IPCB defende um “trabalho em rede” e através de consórcios. Facto que permitirá ter “massa crítica em determinadas áreas e tendo essa massa crítica podermos avançar para doutoramentos”. António Fernandes diz que esta possibilidade reforça a “imagem das instituições politécnicas no país. É uma prova da investigação e da formação realizada”. A aplicação destas novas regras e da possibilidade dos politécnicos atribuírem doutoramentos não é imediata e o Parlamento terá que se pronunciar, isto porque a Lei de Bases dos Sistema Educativo terá que ser alterada, o que só acontecerá com o voto favorável de dois terços do Parlamento. Também o RJIES – Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior terá que ser alterado. K

ESACB

Luísa Ferreira Nunes expõe em Florença 6 A docente da Escola Superior Agrária de Castelo Branco Luísa Ferreira Nunes realiza, de 27 de julho a 27 de agosto, uma exposição no Museu de História Natural - La Specola, em Florença (Itália). A mostra “Naturia Secreta” reúne um conjunto de ilustrações científicas de insetos exóticos e raros, os chamados “insetos-joia”, celebrando um dos grupos mais diversificado de organismos do planeta. A exposição aborda também a sua

ecologia e estatuto de conservação. Recorde-se que o Museu de História Natural da Universidade de Florença, mais conhecido como Museo La Specola, é considerado o museu científico público mais antigo da Europa. Entretanto, Luís Ferreira Nunes, inaugura, no dia 20 de julho, no Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior, a sua exposição de ilustrações em aguarela “Pássaros Cantores ou Passeriformes”. K

Castelo Branco

Crianças visitam agrária

6 Um grupo de alunos da Escola Afonso de Paiva de Castelo Branco visitou as instalações da Escola Superior Agrária de Castelo Branco. A iniciativa reuniu várias dezenas de crianças e jovens e esteve inserida num projeto de férias despor-

tivas, culturais, sociais e solidárias, denominadas “Férias com Estilo – Verão 2018”. Recorde-se que a Escola Superior Agrária de Castelo Branco é uma das maiores do país, possuindo valências em vários domínios,

estando inserida numa quinta com vários hectares, ministrando licenciaturas nas áreas da agronomia, biotecnologia alimentar, engenharia de Proteção Civil, Engenharia Veterinária e Produção de Alimentos e Nutrição Humana. K

AGOSTO 2018 /// 011


Fase regional do concurso Poliempreende

IPG em primeiro lugar

Testemunhos de estUdantes no IPGuarda

6 A equipa multidisciplinar do Politécnico da Guarda venceu a fase regional do Concurso Poliempreende. A equipa, composta pelo docente da UTC de Desporto e Expressões, Mário Costa, pelos alunos do terceiro ano da licenciatura em Desporto, Catarina Santos e Jorge Silva, e pelo docente da UTC de Informática José Fonseca, foi a que obteve melhor pontuação.

T”In ou Out”? - a experiência dos estudantes” foi o tema de uma tertúlia que decorreu, no dia 10 de Julho no Pequeno Auditório dos Serviços Centrais do Instituto Politécnico da Guarda. Tratou-se de uma iniciativa organizada pelo Gabinete de Apoio ao Estudante (GAE), através da qual se procurou saber a opinião de alunos estrangeiros e nacionais sobre o acolhimento no Politécnico, dificuldades e aspetos positivos. K

A escolha decorreu, no passado dia 6 de julho, durante a apresentação dos projetos finalistas da 15ª edição do concurso Poliempreende, fase regional. De recordar que este concurso tem como objetivo fomentar uma cultura empreendedora mediante a criação de uma ideia de negócio com vo-

cação empresarial que permita aos estudantes explorar possibilidades de criação do próprio emprego. Este projeto irá representar o Instituto Politécnico da Guarda na fase nacional do concurso que decorrerá entre 10 e 14 de setembro de 2018 no Instituto Politécnico de Portalegre. K

No Politécnico da Guarda

Lítio em conferência 6 “Os Recursos do lítio em Portugal” é o tema de um Euro-Workshop que terá no Instituto Polittécnico da Guarda de 20 a 22 de setembro. Com esta iniciativa pretende-se dar conhecer o importante papel que Portugal poderá ter na investigação e prospeção, bem como na eventual exploração de lítio à escala mundial. Entre os diversos temas a

abordar, destacam-se as principais ocorrências de lítio já conhecidas em Portugal, os aspetos legais associados a pedidos de atribuição de direitos de prospeção & pesquisa e de exploração. Falar-se-á ainda do papel das empresas de extração de minerais industriais, dos avanços tecnológicos relativos ao seu processamento mineral e metalúrgico e do impacto

ambiental relacionado com a sua prospeção e exploração. Os participantes terão a oportunidade de assistir a conferências e painéis, que envolverão oradores de reconhecido mérito. O programa das jornadas é aberto à apresentação de comunicações livres e posters. Os interessados podem obter mais informações em http://www.ipg. pt/3jornadaseducacao/ K

Até ao final de julho aceitam-se comunicações

Toponímia em Fórum 6 A próxima edição do Fórum sobre Toponímia decorre no próximo dia 26 de outubro, no Instituto Politécnico da Guarda. Esta iniciativa pretende evidenciar a toponímia como referência de valores históricos, culturais e memória coletiva de factos, personalidades, tradições ou legados identitários. Para a organização deste Fórum, de âmbito nacional, “o estudo e valorização da toponímia permitem, um melhor

012 /// AGOSTO 2018

conhecimento de cada aldeia, cada vila e cada cidade. Assim, o Instituto Politécnico da Guarda pretende contribuir para um

melhor conhecimento do País, dos valores históricos, culturais, sociais e políticos a ele associados”. Os interessados em apresentar comunicações devem efetuar a submissão dos seus trabalhos até ao final deste mês de Julho (http://www.ipg. pt/toponimia/comunicacoes. aspx) enquanto as pessoas interessadas em participar devem fazer a sua inscrição (gratuita mas obrigatória) até 25 de setembro. K

Diplomado na Guarda É selecionador de andebol TRicardo Vasconcelos, ex-aluno do Politécnico da Guarda (curso de Educação Física) é o novo selecionador de andebol da Grã-Bretanha. Natural de Penedono, Ricardo Vasconcelos desde cedo se interessou pelo andebol, até por influência do pai que treinou equipas da Associação de Andebol da Guarda. K

Gabinete de Acesso na Guarda TNo Instituto Politécnico da Guarda (IPG) está em funciona-

mento um Gabinete de Acesso ao Ensino Superior, para apoio aos candidatos do distrito. Este gabinete, instalado no edifício dos Serviços Centrais do IPG, tem por objetivo proporcionar apoio informativo aos estudantes candidatos ao ensino superior, integrando serviço de atendimento presencial (9h30/12h30 e 14h30/16h30). Recorde-se que a primeira fase de candidaturas ao ensino superior decorrerá de 18 de julho a 7 de agosto, enquanto a segunda fase terá lugar de 10 a 21 de setembro. K

III Jornadas de Educação no IPG TA Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda vai promover, nos dias 6 e 7 de novembro de 2018, as III Jornadas de Educação intituladas: “Desafios, Práticas e Reflexões”. Estas jornadas têm como objetivo fundamental criar um espaço de partilha de conhecimento em torno de temáticas relacionadas com a educação sexual ao longo da vida, a iniciação da leitura e da escrita, o Referencial de Educação para o desenvolvimento na formação inicial de educadores/ professores e os maus tratos em crianças e jovens. K


Com a China

Leiria reforça parceria 6 O Politécnico de Leiria teve a honra de receber a visita da delegação de Hebei, China, composta por representantes do Governo da Província e da respetiva Universidade. Na sequência dos contactos previamente estabelecidos, foi oficializada a parceria entre as duas instituições de ensino superior.

A assinatura do protocolo de cooperação académica e científica prevê, entre outras ações, o ensino do Português como língua estrangeira na China. O acordo estabelecido possibilita a mobilidade de estudantes e docentes com esta instituição, considerando ainda o alargamento de atividades a outras áreas de interesse comum. K

Protocolo assinado

Leiria e Panamá juntos 6 O Politécnico de Leiria e a Universidade Tecnológica do Panamá (UTP) assinaram, no dia 13 julho de 2018, um protocolo de cooperação internacional. O acordo formalizado resulta do trabalho conjunto que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos, através do programa Erasmus Mundus “Cruz del Sur” e do projeto “D2IN – Double Degrees para a Investigação, Inovação e In-

ternacionalização das Indústrias da Região de Leiria”, pretendendo ter um alcance estratégico global. Durante a cerimónia, realizada na sala de reuniões da reitoria da UTP, Hector Montemayor, reitor da Universidade Tecnológica do Panamá, enalteceu a importância da assinatura deste protocolo, que oferece amplas vantagens ao nível da organização de ações

comuns, nomeadamente: formação mais alargada e benefícios concretos para os estudantes das duas entidades de ensino; cursos de curto e longo prazo; intercâmbio e mobilidade de docentes e estudantes; dinamização de diversas atividades na área académica; e colaboração em projetos de investigação, conferências e seminários. K

Investigador do IPLeiria na International Society

Pedro Morouço eleito Politécnico de Leiria

Os heróis da tabuada 6 O Instituto Politécnico de Leiria promoveu, no passado mês de junho, o 1.º Campeonato Nacional Multipli, na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Politécnico de Leiria. Participam neste evento inédito, que motiva o desenvolvimento do pensamento lógico, crianças do 3º ao 6º ano do ensino básico, sendo que são esperados mais de 100 pequenos heróis do cálculo mental. «O campeonato baseia-se no jogo de cartas Multipli, um jogo de tabuada ao contrário, que se joga entre dois jogadores e é acompanhado por um árbitro, que permite treinar a multiplicação de uma forma divertida, ao mesmo tempo que leva os jogadores a raciocinar e a exercitar a memória, mas conta com um conjunto de

regras novas, que permitem criar novas dinâmicas», explica a organização. O Campeonato é uma organização dos docentes do Departamento de Matemática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e do Departamento de Matemática e Ciências da Natureza da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria, em parceria com a Alfiii, criadora do jogo Multipli, e conta com o apoio da Associação de Professores de Matemática e da Sociedade Portuguesa de Matemática. Os objetivos deste evento dedicado à multiplicação são «potenciar os conhecimentos relativos à tabuada, fomentar o interesse dos alunos pela Matemática, e estimular a componente lúdica ao longo do processo de ensino-aprendizagem». K

6 Pedro Morouço acaba de ser reeleito para o mandato de 2018/2020 da direção da International Society of Biomechanics in Sport. O docente e investigador do Politécnico de Leiria é o primeiro português a exercer o cargo, contribuindo para colocar Portugal nos lugares cimeiros da investigação mundial em biomecânica do desporto. O investigador foi reeleito depois de já ter exercido funções diretivas na sociedade entre 2016 e 2018, e viu agora a relevância do seu trabalho de investigação na área ser reconhecida pelos seus pares. Pedro Morouço é docente do departamento em Motricidade Humana e Linguagens Artísticas na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria, onde é coordenador do mestrado em Desporto e Saúde para Crianças e Jovens, e investigador, do Centro de Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto (CDRSP) do Politécnico de Leiria, onde é responsável pelo Grupo de Biofabricação. Tem participação em vários projetos nacionais e internacionais, sendo atualmente o investigador principal do projeto “2bio4cartilage - Programa de intervenção integrada para prevenção e tratamento de lesões de cartilagem”, e diretor científico do projeto de investiga-

ção “Print-on-organs: Engineering bioinks and processes for direct printing on organs”. A sua atividade de pesquisa concentra-se principalmente na engenharia de produtos e processos, com o objetivo de diminuir a distância entre o laboratório e as aplicações in vivo. É autor e coautor de três livros e mais de 200 trabalhos científicos, é membro do Conselho Consultivo em Engenharia Biomédica para a Cambridge Scholars Publishing, e membro editorial e revisor de inúmeras publicações. Ciente do papel da ciência para a conscientização da sociedade tem apostado na comunicação científica a públicos mais vastos, tendo já arrecadado dois prémios nos Concursos Nacionais de Comunicação Científica, e representado Portugal

no Famelab Olympics 2012 (Dublin). Venceu o concurso The Publishing Method da American Journal Experts em 2017, e foi ainda distinguido, pelos seus estudos em torno da performance em natação de alto nível, com o “Hans Gros New Investigator Award 2014”, e o “Hans Gros Emerging Researcher Award 2017”, sendo o primeiro português distinguido com este prémio que reconhece a excelência em investigação. Também em 2017 foi-lhe atribuído o Prémio Prestígio pelo Município de Leiria. Pedro Morouço é licenciado e mestre pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e doutorado em Ciências do Desporto pela Universidade da Beira Interior. É diretor na área de formação da Federação Portuguesa de Natação. K

AGOSTO 2018 /// 013


É o português com mais vitórias na Volta a Portugal em Bicicleta

As «Voltas» de Marco Chagas 6 Marco Chagas é sinónimo de ciclismo. O agora comentador da RTP, que venceu a Volta a Portugal em bicicleta por quatro vezes, perspetiva a 80ª edição da mais importante prova velocipédica do calendário nacional. A Volta a Portugal/Santander em bicicleta decorre entre 1 e 12 de agosto, com início em Setúbal e final em Fafe, com a novidade da prova passar pelo Alentejo e Algarve. Quais são as suas expetativas para a competição? Penso que será, como sempre, uma boa competição velocipédica, com a particularidade de, embora fugazmente, regressar ao Algarve, com a chegada a Albufeira. No dia seguinte estaremos já a partir de Beja, mas são conhecidas as limitações da organização de em pleno mês de agosto conseguir alojar toda a caravana da prova no Algarve. Estou em crer que a corrida será interessante, com um percurso duro e seletivo. Está ainda por ver como estará o tempo, pois caso o calor venha em força, será mais difícil para os ciclistas. Os estrangeiros, que têm dominado nos últimos anos, são os principais favoritos? Eu creio que sim. O vencedor da Volta pode perfeitamente ser estrangeiro, mas a correr numa equipa portuguesa. Os galegos David Blanco e Gustavo Veloso já venceram a prova por cinco e duas vezes, respetivamente. O ano passado não foi um galego que ganhou, mas sim o Raúl Alarcón. O Blanco já não corre, mas o Veloso e o Alarcón têm hipóteses de repetir o feito. Este ano Castelo Branco fica fora do itinerário da Volta. Que critérios estão base para a escolha de um percurso de uma grande prova como esta? As limitações para desenhar um percurso como o da Volta são muitas. São apenas 10 dias de prova, com um dia de descanso pelo meio, o que deixa poucas opções. Até creio que Castelo Branco estaria, um ano mais, interessada em acolher uma partida ou uma chegada da prova, mas não pode ser todos os anos, até porque a organização já é criticada por repetir o percurso da Volta. Obrigatório é passar na Serra da Estrela e no alto da Senhora da Graça, o que limita sempre as opções e

014 /// AGOSTO 2018

as suas características. O Rui já ganhou muito, mas tenho esperança que ainda o vejamos a ganhar mais.

este ano com a ida ao Algarve ainda mais difícil fica diversificar as localidades por onde passa a prova. Os critérios financeiros acabam por suplantar os desportivos na escolha de um percurso? Veja, por exemplo, na Volta a França é obrigatória a passagem pelos Alpes e pelos Pirinéus, mas ainda assim as cidades ou localidades que acolhem a partida ou chegada das etapas têm que dar uma contrapartida financeira à organização. Em Portugal não é muito diferente. Há sempre um conjunto de autarquias que disputa a Volta, então em ano de eleições a cobiça ainda é maior… No dia 4 de agosto corre-se a que se denominou como «Etapa Vida» e que passará por boa parte dos locais fustigados pelos incêndios do verão de 2017. Como é que o Marco, enquanto padrinho desta etapa, vai viver este dia que contará com a presença do Presidente da República? Trata-se de uma iniciativa

muito bonita e especial. A minha escolha para padrinho da etapa partiu do diretor da Volta, o Joaquim Gomes, que em Pedrógão Grande me lançou esse desafio e que, muito sensibilizado, aceitei de pronto. Tenho pena de não poder estar mais por dentro da etapa, mais próximo das pessoas e inclusive do próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mas as minhas obrigações profissionais com a RTP levam-me a que tenha que estar a comentar as incidências da prova a partir da cabine instalada na linha de meta, em Oliveira do Hospital. Espero, pelo menos, conseguir estar na partida, na Sertã. Venceu a Volta por quatro vezes e só recentemente o David Blanco o ultrapassou nesse registo. Consegue vislumbrar algum corredor português em atividade que o possa superar nessa marca? Não será provável. Nos últimos anos as vitórias portuguesas foram poucas. Tivemos o Ricardo Mestre e o Rui Vinhas,

que venceram, mas são situações pontuais, até porque estes dois ciclistas estão integrados na equipa W52-FC Porto e que tem outros candidatos ao triunfo muito fortes. Penso que temos de esperar por uma nova geração ou até já existente, mas que esteja na Volta. Quero lembrar que temos corredores magníficos, mas que nunca correram a prova. Estou a lembrar-me do Rui Costa e do Nélson Oliveira. Apostam numa carreira internacional, até vão muito novos para o estrangeiro, e depois dificilmente vêm correr a Portugal. Depois de ter sido campeão do mundo, de ter ganho várias etapas no Tour e de ter conquistado três voltas à Suiça, o Rui Costa passa por uma fase menos boa. Pensa que a sua carreira está em declínio? É preciso dizer que o Rui Costa já não vai para novo. Mas creio que está longe de estar em quebra nas suas faculdades. Ele é um corredor fantástico e o que acontece é que os seus adversários já vão conhecendo

CARA DA NOTÍCIA O senhor ciclismo 6 Marco Chagas nasceu em Pontével (Cartaxo), a 19 de novembro de 1956. Alcançou 74 vitórias na sua carreira, 22 das quais na Volta a Portugal, prova que correu em 14 ocasiões, tendo ganho nos anos 1982, 1983, 1985 e 1986. Em 1980, ajudou o lendário Joaquim Agostinho a conseguir o 5.º lugar na Volta a França, com as cores do Sporting. Depois de abandonar o selim, continuou a andar na estrada, mas desta feita dentro do automóvel, como diretor desportivo de várias equipas portuguesas. Desde 1987 é comentador residente da RTP na cobertura nomeadamente da Volta a Portugal e da Volta a França. K

Comparando o tempo em que era ciclista e os tempos atuais que principais diferenças encontra? Ao nível da mentalidade, por exemplo? Em termos de mentalidade do atleta não creio que tenha mudado o que quer que fosse. Quem vai para ciclista tem de ter uma mentalidade de entrega total e ciente que vai enfrentar uma modalidade muito exigente, física e psicologicamente. A entrega tem de ser diária e total para fazer o melhor possível na estrada. Tal como há 30 ou 40 anos, continua a ser assim. Quem não trabalha a sério, por muitas qualidades inatas que tenha, dificilmente terá sucesso. O ciclismo ainda é um desporto mal pago para a dureza da modalidade? De uma forma geral, sim. Os atletas desta modalidade são menos bem pagos do que mereceriam. Claro que há exceções. No estrangeiro há os que ganham milhões anualmente. Mas não são mais do que os dedos de uma mão. Em Portugal o cenário é completamente distinto. Ainda temos ciclistas que pagam para correr. Os chamados ditos profissionais que não recebem ou o pouco que recebem não é suficiente para as despesas que têm para competir, seja em material, em deslocações, em estágios, etc. O W52-FC Porto e o Sporting Tavira têm equipas no panorama nacional. Seria bom o Benfica juntar-se a esta luta nas estradas? O interesse dos patrocinadores podia aumentar? O ciclismo tem vivido à margem dos clubes. A modalidade nunca se sentiu prejudicada por esse afastamento. Contudo, eu veria com bons olhos se o Benfica também se quisesse juntar ao pelotão nacional. O que por vezes acontece é que os patrocinadores preferem ter as suas equipas com o nome próprio do que estar a associar-se a clubes, na medida em que a grandeza do clube acaba por ofuscar o nome do «sponsor». Está na memória de todos o caso da Sicasal, que teve ;


momentos de glória nas estradas portuguesas… Sim, eu fui diretor desportivo na Sicasal. Foi a melhor equipa portuguesa nos anos 90, com muitas vitórias em Portugal e diversas participações em provas no estrangeiro, nomeadamente em Espanha. O doping continua a ser uma sombra a pairar sobre a modalidade? Infelizmente, sim. Ainda existe muita gente que associa a modalidade ao doping. Eu costumo dizer que o ciclismo não é diferente das outras modalidades. Todas as modalidades tentam atingir o máximo de rendimento, dentro da legalidade, e o ciclismo não foge à regra. Mas quero dizer que, ao contrário do que as pessoas possam pensar, o ciclismo é uma das modalidades mais controladas. Foi pioneiro no controlo anti-doping, desde os anos 70 que o ciclismo é controlado. Foi preciso esperar muitos anos para que outras modalidades tivessem que passar por estes testes regulares. A confissão de Lance Armstrong, sete vezes vencedor da Volta a França, foi um balde de água fria para patrocinadores e adeptos… Costumo dizer que o caso

de Armstrong não é diferente de tantos outros. Ele viveu numa determinada época e “jogou” com o que era possível “jogar” nesse tempo. Quero recordar que Armstrong venceu o Tour por sete vezes consecutivas sem nunca ter um resultado positivo no controlo anti-doping. O que aconteceu é que posteriormente acabou por confessar que se dopava com regularidade.

É comentador residente da RTP desde 1987, nas voltas a Portugal, a França, campeonatos do mundo, Jogos Olímpicos, etc. É unanimemente considerado um dos comentadores de desporto que melhor comunica e transmite o seu saber após anos a pedalar. Qual é o segredo para esta empatia com o público? A minha ligação com a RTP começou antes dessa data, mas

de forma intermitente. Eu treinava em Alvalade e cheguei muitas vezes a dar um salto até aos estúdios da RTP, ali mesmo ao lado, no Lumiar, para comentar algumas provas. Mas foi desde 1987 que me tornei um comentador residente. A boa recetividade que os meus comentários têm junto dos telespetadores tem a ver com a minha forma de ser e a minha postura. Eu chamar-lheia um dom. Nunca fiz nenhuma

preparação especial para ser comentador. O que fiz, desde criança, foi devorar toda a informação sobre ciclismo através dos jornais, revistas, rádio, televisão e mais recentemente da internet. Mas naturalmente que fico contente com o reconhecimento do meu trabalho. K

  



Oleiros

Há festa no Pinhal! 6 Num ano em que a Volta a Portugal em Bicicleta/Santander se decidiu associar às regiões afetadas pelos incêndios florestais do ano passado, com uma etapa solidária, também a Feira do Pinhal, que decorre em Oleiros de 8 a 12 de agosto reduziu os custos com os espetáculos, alocando uma parte dessa verba (cerca de 80 mil euros) às juntas de freguesia “para implementar mecanismos de limpeza e construção, assim como de combate aos incêndios”. Isso mesmo referiu Paulo Urbano, vereador responsável por um certame que este ano ganhou também o selo ecológico “Eco-Evento”, numa parceria com a Valnor. Fernando Jorge, presidente da Câmara de Oleiros, refere que a decisão de “reduzir custos no programa da feira foi tomada pelo executivo e surge em virtude dos incêndios que o concelho viveu no ano passado”. O autarca lembrou, na conferência de imprensa de apresentação do evento, que enquanto as zonas afetadas pelos incêndios não tiverem as condições

básicas não podemos estar a gastar dinheiro. Paulo Urbano revela que “além da solidariedade, nesta edição iremos dar enfoque à sustentabilidade. Este é um certame que privilegia a floresta e as suas tradições. Assim iremos promover a interligação entre quem expõe (e produz) e quem nos visita”. A autarquia de Oleiros salienta também a gastronomia da região e a valorização do património, com a inauguração no dia 10, pelas 18H00, da Rota do Religioso.

A abertura da Feira do Pinhal está agendada para as 18H30 de 8 de agosto, com a atuação dos bombos do GAIO. Nesse dia haverá estátuas ao vivo no recinto da Feira, pelas 19H30, e à noite tem início o Festival de Artes da Beira Baixa (evento que decorrerá até sábado). Um dos espetáculos que estará em destaque é a atuação de FF com o Orfeão de Castelo Branco. A noite termina com Tiago Silva. A feira abrirá todos os dias às 18H00 e encerrará à meia noite. Na

quinta-feira haverá animação de rua e atuará a artista Rosinha, terminando a noite com o espetáculo de Miguel Agostinho. Sexta-feira realiza-se o IX Festival Internacional de Acordeão (21H00), seguindo-se as atuações de Bárbara Bandeira. Já no recinto de Festas de Santa Margarida vão atuar, a partir da meia noite e meia os Dj Ruben da Cruz e Alex G. No sábado encerra o Festival das Artes da Beira Baixa. O último dia do certame volta a apresentar um espetáculo de estátuas vivas.

A noite de domingo para segunda começa com um espetáculo piromusical, a cargo da Pirotecnia Oleirense, iniciando-se deste modo as comemorações do Dia do Concelho. Uma data assinalada com vários momentos, como a sessão solene com a atribuição de distinções honoríficas (Pinha de Mérito) a João Mateus (Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Oleiros), Padre António Neto (Centro de Dia de Estreito) e António Natário (Centro Social do Orvalho). Na cerimónia serão ainda assinados os protocolos de execução com associações do concelho. A apresentação do livro “Estudo da Endemia de Bócio no Concelho de Oleiros e Terras limítrofes”, da autoria de Fernando Dias de Carvalho, numa edição da RVJ Editores, é outro dos momentos importantes. Uma apresentação que decorrerá no salão nobre dos Paços do Concelho, pelas 15H00. À noite no recinto de festas de Santa Margarida atuarão Mário & Companhia, o grupo Sangre Ibérico e o DJ Shark. K

AGOSTO 2018 /// 015


Vice-campeões europeus do CanSat 2018

AATAE e o IPBragança lançam

Setúbal apoia equipa

Curso de Construção Civil

6 A equipa GSat, do Colégio Guadalupe, concelho do Seixal, acaba de regressar da final europeia do CanSat 2018, que decorreu na ilha de Santa Maria, Açores (de 27 de junho a 1 de julho), com uma medalha de prata na bagagem. A competição anual, promovida pela Agência Espacial Europeia, desafia os alunos do ensino secundário a construir microssatélites e este ano envolveu equipas representantes de 18 países da Europa, na maioria vencedores das respetivas competições nacionais, e mais uma convidada, vinda do Japão. Os alunos do Seixal, que já tinham conquistado o júri nacional com o seu cansat (literalmente, satélite em forma de lata), apostado em determinar a existência de vida noutros planetas e construído com o apoio do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), voltaram a merecer destaque, desta vez alcançando o segundo lugar (o primeiro coube à equipa da Irlanda) numa disputa que cresceu a nível geográfico e de exigência, envolvendo um total de 120 participantes. “Conseguimos representar o

6 A Associação dos Agentes Técnicos de Arquitetura e Engenharia (ATTAE) acaba de celebrar um protocolo com o Instituto Politécnico de Bragança, que prevê o lançamento do Curso Técnico Superior Profissional de Construção Civil já no ano letivo de 2018/2019. A formação visa oferecer uma solução de formação aos agentes técnicos de arquitetura e engenharia, respondendo às necessidades que decorrem da atualização das leis em relação às valências dos agentes técnicos de arquitetura e engenharia. “Desta forma os agentes podem fazer a reconversão da sua formação no tronco comum do curso superior, depois podem prosseguir para a licenciatura dentro da gestão da economia da

nosso colégio e o nosso país ao mais alto nível, tendo mostrado a toda a Europa que em Portugal existem alunos com muitas capacidades”, afirma, orgulhoso, o professor Dário Zabumba, que acompanhou os cinco jovens vice-campeões europeus, destacando o papel “determinante” do IPS nos resultados obtidos. O projeto surpreendeu o júri europeu pela complexidade de alguns elementos usados, nomeadamente uma antena de alinhamento automático com a posição do satélite, integralmente desenvolvida pela equipa e depois testada e calibrada com a ajuda dos professores Filipe Cardoso e Manuel Ferreira, da Esco-

la Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal). Da parte dos docentes da ESTSetúbal/IPS, ficou “o enorme gosto de ter apoiado esta equipa, o orgulho de ter contribuído para a sua vitória, mas sobretudo a confiança nos alunos e professores que temos”, como refere Filipe Cardoso, sublinhado a “excelência, empenho, método de trabalho, competência e dedicação” da equipa e manifestando toda a disponibilidade futura “para apoiar esta e outras iniciativas, independentemente dos resultados que venham a obter, sempre acreditando que não existem desafios que não possam ser superados”. K

Encontro Nacional

Viseu no Ciência 2018 6 O Instituto Politécnico de Viseu (IPV) marcou presença, de 2 a 4 de julho, no Encontro Ciência 2018, numa iniciativa da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Este é o maior encontro de ciência e tecnologia realizado em Portugal e contou com 3500 participantes, refletindo os principais temas e desafios que orientam a atividade da comunidade científica portuguesa. O evento teve como país convidado a África do Sul. No primeiro dia o IPV esteve representado pelo seu presidente, João Monney Paiva, e um grupo alargado de professores/investigadores da instituição. No âmbito da participação do Politécnico de Viseu

foram apresentadas três comunicações orais e dois pósteres, representativas dos projetos em curso no Instituto.

O evento teve 13 intervenções convidadas, 90 demonstrações, 565 comunicações orais e 690 pósteres, distribuídos por 92 sessões. K

Programa de Mentoria INCoDe.2030

Alunos do IPCA participam 6 Os alunos do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave estão a participar no Programa de Mentoria INCoDe.2030 para a Inclusão digital, o qual se destina a jovens interessados em transmitirem os seus conhecimentos, nomeadamente em TIC e digitais, junto das crianças e jovens com menos acesso ao mundo digital. A Iniciativa Interministerial INCoDe.2030 visa promover as competências digitais de uma diversidade populacional que, de alguma forma, tem menos acesso ao mundo digital, podendo isso significar um menor acesso a informação que hoje se torna essencial para uma maior participação e cidadania ativa. Esta iniciativa encontra-se organizada em 5 Eixos: Inclusão; Educação; Qualificação; Especialização e Investigação.

Publicidade

Rita Ruivo

Psicóloga Clínica (Novas Terapias)

Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)

Av. Maria da Conceição, 49 r/c B 2775-605 Carcavelos Telf.: 966 576 123 | E-Mail: psicologia@rvj.pt

016 /// AGOSTO 2018

construção. Neste curso temos a base para caminhar para uma formação, que contribua para que a associação se possa alicerçar no futuro”, explicou Craveiro Amaral, presidente da AATAE. O programa do curso inclui várias disciplinas, entre as quais qualidade e ambiente, medições, e orçamentos, gestão da construção e controlo orçamental ou projeto de construção. Isto porque Craveiro Amaral defende que os ATAEs têm um “papel fundamental na gestão e economia da construção, orçamento de uma obra e é importante ser-lhes dado esse reconhecimento”. O objetivo é que este curso seja lecionado em outros institutos politécnicos do país. Nesse sentido estão a ser realizadas várias reuniões com diversas entidades e a AATAE. K

A participação do IPCA enquadra-se no primeiro Eixo, Inclusão da INCoDe2030, que trabalha a inclusão digital de grupos específicos, nomeadamente pessoas sénior, crianças e jovens e minorias étnicas. Quatro estudantes responderam positivamente ao desafio e, já no presente mês de julho, vão ser mentores de jovens e crianças numa Comunidade Criativa para a Inclusão Digital do Concelho de Barcelos. Este Programa procura, a nível local, promover o trabalho em rede entre diferentes organizações e entidades, sendo que, o presente Programa de Mentoria envolve, para além do IPCA, com os mentores, a Câmara Municipal de Barcelos e o Centro Social, Cultural e Recreativo Abel Varzim, que garantirão, entre outros, os recursos logísticos do projeto. K


Portalegre

Alunos em Melilla 6 Sete alunos de marketing e quatro docentes da ESTG - IPPortalegre estiveramem Melilla, no primeiro de 3 cursos intensivos, relacionados com o Programa 3Economy Plus. Esta iniciativa juntou o Politécnico de Portalegre à Universidade

de Granada e à Universidade de Malta, para potenciar competências de Economia, Marketing e Turismo, numa base plurilinguística. Além dos módulos de aprendizagem, os alunos dos três países envolvidos terão acesso a estágios internacionais e intercâmbios. K

Visita aproxima lusofonia

Guiné-Bissau em Portalegre Energia e ambiente

Prémio para Portalegre 6 O trabalho “Programa de Limpeza Florestal e Produção de Energia” dos alunos do Instituto Politécnico de Portalegre, Francisco Simão, Guilherme Barreto e José Barandas, obteve uma menção honrosa na IV Edição da Academia GRACE. O projeto desenvolveu-se no Publicidade

contexto da Unidade Curricular de Empreendedorismo lecionada pela docente Fernanda Policarpo, do 3º ano da Licenciatura em Gestão da ESTG - IPPortalegre, e foi um dos 94 trabalhos apresentados a concurso por um alargado número de instituições de ensino superior. K

6 O embaixador da Guiné-Bissau em Portugal, Hélder Vaz Lopes, visitou na passada semana as instalações da BioBIP, no campus Politécnico. Hélder Vaz Lopes fez-se acompanhar por alguns elementos do

seu corpo diplomático, numa visita promovida pelo NERPOR-Núcleo Empresarial da Região de Portalegre/Associação Empresarial. Na visita à incubadora de empresas, o embaixador foi recebido por Albano Silva, presidente do

Politécnico de Portalegre, pelo vice-presidente Luís Loures, por Artur Romão, pró-presidente do Gabinete do Empreendedorismo e Emprego e Carlos Afonso pró-presidente para a Internacionalização do Politécnico. K

Poliempreende

Portalegre escolhe projeto 6 “Pedra Risca Limousine”, da autoria de João Amado, estudante de Agronomia da Escola Superior Agrária de Elvas do Instituto Politécnico de Portalegre, foi o projeto vencedor da edição deste ano do Poliempreende regional. Em nota informativa, é referido que este projeto irá representar o Politécnico de Portalegre no Concurso Nacional, a decorrer em setembro, precisamente em Portalegre. A escolha deste projeto foi feita no passado dia 5 de julho, nas instalações da BioBIP, em Portalegre. No júri presidido Luís Loures, vicepresidente do Politécnico de Portalegre estiveram ainda presentes Maria Luís Rodolfo, representante da Caixa Geral de Depósitos; Rui Perestrelo, do Núcleo Empresarial da Região de Portalegre – Associação Empresarial; João Realinho, em representação do Instituto do Emprego e Formação Profissional; Manuel Belo, da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo e Artur Romão, do Gabinete do Empreendedorismo e Emprego do Politécnico de Portalegre, unidade organizadora do concurso. Na segunda posição classificou-se o projeto “Home Vegetable Garden”, de Rita Ferreira e Cátia Bo-

nacho, estudantes de Agronomia da Escola Superior Agrária de Elvas; e na terceira posição o projeto AlenTrekk, de Rui Choças, estudante de Gestão de PME na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, e Patrícia Félix, diplomada em Assessoria de Administração pelo mesmo estabelecimento de ensino. O projeto vencedor é premiado com dois mil euros, o 2º classificado recebe 1500€ e serão entregues mil euros ao projeto que ficou em 3º lugar. Além dos prémios monetários, os três primeiros classificados recebem ainda três meses de incubação grátis na BioBIP. Recorde-se que o Poliempreende é um concurso nacional, promovido pela rede de instituições de ensino superior (institutos

politécnicos, escolas superiores não integradas e escolas politécnicas das universidades), que surgiu em 2003. Esta é uma iniciativa que visa, através de um concurso de ideias e de planos de negócios, avaliar e premiar projetos desenvolvidos e apresentados por alunos, diplomados ou docentes destas instituições, ou outras pessoas, desde que integrem equipas constituídas por estudantes e/ou diplomados. O objetivo é fomentar uma cultura empreendedora e que impulsione o desenvolvimento de competências por parte dos estudantes, estimulando o empreendedorismo e proporcionando saídas profissionais através da criação do próprio emprego. K

AGOSTO 2018 /// 017


018 /// AGOSTO 2018


Editorial

Tempos que exigem um impulso renovador 7 Por várias vezes, temos afirmado que a educação é, simultaneamente, um projecto de cultura, de humanização, e de solidariedade. O que exige uma grande abertura aos novos horizontes, às novas solicitações, às novas oportunidades, para que não sejam, mais tarde, oportunidades historicamente perdidas. É por isso que, para os educadores de qualquer nível de ensino, a mudança controlada deveria ser uma das formas de dar sentido à realidade do que fazem, clarificando a dimensão social e ética das suas práticas. As reformas dos sistemas educativos necessitam de profissionais que sejam capazes de aproveitar as condições optimizantes inerentes a todos os processos de inovação, potenciando as suas características específicas, através da identificação das funções e competên-

cias que esse impulso renovador lhes irá exigir. Mas, para que esse investimento pessoal e profissional resulte em eficiência organizacional, torna-se, a nosso ver, indispensável que se conjuguem cinco condições, ou objectivos básicos de intervenção: 1ª- Conceder aos educadores autonomia de decisão quanto à elaboração de projectos curriculares, a partir de um trabalho sistemático de indagação, partilhado com os seus colegas. 2ª- Prestar especial atenção à integração da diversidade dos formandos, num projecto de educação compreensiva, que atenda às características e necessidades individuais. 3ª- Manter um alto nível de preocupação quanto ao desenvolvimento de uma cultura de avaliação do trabalho individual e do funcionamento organizacional das escolas.

4ª- Associar a flexibilidade à evolução, face ao reconhecimento que os formadores detêm diferentes ritmos para atingirem os objectivos que os aproximem dos indicadores sociais da mudança. 5ª- Manter, finalmente, uma grande abertura às propostas e às expectativas de participação de todos os elementos da comunidade educativa, enquanto condição para promover a ruptura que conduz à renovação. À falta de poder e de controlo dos professores, no que respeita ao seu trabalho, transformando-os em simples executores de decisões tomadas por hierarquias distantes e sem rosto (a partir das quais as “ordens” se tornam impessoais e difusas, e em que as responsabilidades se diluem), temos chamado de desprofissionalização, a qual atribuímos a muitos factores, dos quais

salientamos: o cansaço físico e moral, a falta de reconhecimento social do seu papel, a falta de protecção perante o vandalismo e a violência com que acrescidas vezes se deparam nas escolas, a falta de recursos, os horários inadequados à sua função formadora, a escassa formação para gerir os novos programas, a pressão dos pais e outros agentes sociais, a intensificação da atribuição de novas tarefas e funções para as quais nem sempre se sentem preparados... Esta desprofissionalização, que alastra em boa parte dos sistemas educativos europeus, é uma das razões apontadas para a criação de um progressivo clima de erosão profissional entre os docentes, que atinge significativamente Portugal e uma boa parte dos países da Europa. Infelizmente, os tempos não

vão para optimismos. Razões alheias ao crescimento profissional dos professores, como o são as ancoradas na crise demográfica, ou nas medidas administrativas que diminuem, artificialmente, a necessidade de contratação de novos docentes, anunciam tempos de ruptura e contestação. A não ser que, atempadamente, se racionalizem os modos de agir, com a participação adulta dos principais actores deste novo palco educativo. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

Primeira coluna

A revolução digital 7 O Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, quer que, até 2030, 80 por cento dos portugueses tenham conhecimentos básicos de literacia digital. Neste momento, e de acordo com o responsável pela pasta da educação no nosso país, apenas 53% dos portugueses têm esses conhecimentos. Numa altura em que os dispositivos móveis foram proibidos na escolas francesas, Portugal parece querer dar um sinal importante de forma a não excluir ninguém desta importante revolução digital, e no modo como a informação chega às pessoas. Por isso, mais do que fingir que nada está a acontecer, importa formar, esclarecer, ensinar. As novas gerações são, como o investigador norte americano, Mark Prensky referiu, compostas por «nativos digitais». Por

jovens que cresceram no meio das novas tecnologias, que as usam no seu dia a dia, que as utilizam melhor que os seus pais e, em muitos casos, que os seus professores. Este novo modo de ver o mundo faz com que a escola tenha que olhar para ele de forma séria e profissional, com a certeza de que se assim o fizer vai formar pessoas mais qualificadas e capazes de abraçar novos desafios, contribuindo deste modo para que o próprio país esteja preparado para acolher diferentes projetos. Uma das questões que se coloca ao ensino, sobretudo ao ensino superior, é a necessidade de formar alunos para profissões que ainda não existem. São necessárias formações sólidas, objetivas, rigorosas, mas ao mesmo tempo de banda larga. Neste processo, a literacia digital

e a utilização dos dispositivos que lhe estão associados são fundamentais. Esta é uma questão que as próprias academias têm discutido e que no último Encontro Internacional de Reitores – Universia 2018, que reuniu mais de 700 responsáveis de universidades e politécnicos de todo o mundo, numa iniciativa do Grupo Santander, esteve em destaque. Há 500 anos atrás, a utilização dos livros também não foi vista como um bom método de aprendizagem. A prática era a memorização em vez da utilização e da consulta. Hoje, cinco séculos depois, a discussão parece contrariar o dia a dia de cada um. Todos nós utilizamos as novas tecnologias, em casa, no café, no trabalho. Mas no que respeita à escola, parece que são um bicho papão que em nada contribuem

para o ensino ou para a educação dos nossos alunos. Não quero com isto dizer que o mundo digital e o recurso a esses dispositivos vem resolver todos os problemas e que a sua aplicação é fácil. Nada disso. São recursos bem mais complexos do que o livro o era há 500 anos, que exigem formação, método, estratégia e regras. São poderosos e por isso reclamam cuidados redobrados, mas não devem ser afastados só porque dão trabalho ou porque são de difícil controle. Ou simplesmente com a célebre justificação do «eu acho que...». Importa, por isso, que nos preparemos para o futuro. Porque se o fizermos seremos um país com gente mais competente, com capacidade crítica, capaz de utilizar e aprender, sem medo, separando a verdade da mentira, o impor-

tante do acessório. Mas acima de tudo teremos um país capaz de responder de forma afirmativa aos desafios que o mundo digital já nos está a colocar e que uma grande parte da população não consegue compreender, mas, pior que isso, que pensa compreender. E esse é um grande problema, pois não basta ir à internet e ver o que lá está… K João Carrega _ carrega@rvj.pt

AGOSTO 2018 /// 019


CRÓnica

El espacio euro-latinoamericano de educacion superior 7 La exitosa experiencia universitaria que desde 1985 viven los países de la Unión Europea, a la que también se han adherido otros que conforman Europa, aunque fuera del grupo de los 27, llama la atención de otras regiones geopolíticas de Orienta y de América. Es evidente que nos referimos al Programa Erasmus, impulsado desde la Unión Europea para favorecer el intercambio de estudiantes y profesores procedentes de diferentes universidades, así como el reconocimiento mutuo de los estudios cursados en universidades distintas a la de procedencia del estudiante. Es sabido que un estudiante procedente de la Universidad de Hannover puede realizar estudios de un curso académico completo en una universidad como la de Salamanca, siempre que exista un pequeño documento previo de acuerdo entre las dos universidades y sus dos respectivas y correspondientes facultades, institutos o centros donde se imparta la docencia de una titulación concreta, sea la que fuere. Esto ha venido funcionando de forma aceptable desde hace ya años, aunque haya sido preciso ir incorporando ajustes progresivos. El impulso del denominado Espacio Europeo de Educación Superior, desde 2010 en adelante, hacia el fomento de intercambios docentes e investigadores entre miembros de los centenares de universidades y centros de educación superior de los países europeos solo ha hecho que confirmar la idoneidad del Programa Erasmus, que viene de mucho antes que la famosa Declaración de Bolonia, y todo lo que ha conllevado de zo-

zobra para nuestras universidades desde 2010 hasta hoy. Erasmus es una cosa y el Plan Bolonia es otra bien diferente. El Programa Erasmus, de cierto, ha permitido que circulemos muchos profesores por otras universidades europeas, y no sólo de paseo. Ello ha favorecido una mayor conciencia de pertenencia a un proyecto político y académico supranacional, ha invitado a comprender mejor el significado de Europa y aspirar a una ciudadanía europea, ha favorecido el flujo y el intercambio físico, real y académico de miles de estudiantes de países grandes y pequeños de nuestra fragmentada Europa, y tantos otros beneficios directos e indirectos de esta movilidad universitaria de investigadores, docentes, estudiantes de todas las especialidades. Es probable que todos aquellos que hemos participado del Programa Erasmus en alguna ocasión tengamos alguna queja, generalmente no sustantiva, que deba ser atendida para mejorar y cambiar lo que sea necesario y susceptible de ello. Pero a nadie he escuchado defender la demolición de un edificio académico y organizativo de la educación superior en Europa que se ha ido construyendo con solidez, aunque no sin dificultades. Esta experiencia académica y organizativa colectiva llama la atención de otros continentes y espacios geopolíticos, como es el caso de Latinoamérica, que aspira a integrarse en una dirección concreta a este Programa, aunque con la identidad propia que requiere la existencia de diferencias profundas en el modelo de ges-

tión universitaria. Desde hace ya algunos años diferentes organismos y fundaciones importantes con presencia y proyecto político y científico para Latinoamérica (Secretaria Iberoamericana de Educación, OEI, Fundación EULAC, Coimbra Group, por citar algunos de los más relevantes), junto a responsables de algunos gobiernos de países latinoamericanos vienen postulando la construcción de un Espacio Euro-Latinoamericano de Educación Superior, a partir de la experiencia europea. Es decir, fomentar el intercambio de profesores y estudiantes, y procurar alcanzar un grado elevado de reconocimiento de títulos académicos y sus respectivas estructuras universitarias. ¿Será esto posible dada la diversidad tan grande de instituciones y modelos de universidades existentes en Europa y América Latina? Porque ya no caben solamente programas de intercambio y reconocimiento bilateral entre países y universidades. Hablamos de un macroproyecto académico y universitario de dimensiones realmente extraordinarias, cargado de dificultades de calado muy profundo, que seguramente habrá que ir limando o eliminando, si realmente se quiere avanzar en este camino emprendido, aún con timidez. Hoy solamente mencionamos una dificultad severa. Nos referimos al número y tipología de las universidades europeas y latinoamericanas. Por ejemplo, el peso tan extraordinario que tienen en América las universidades privadas que se orientan al negocio en

Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt

sentido estricto, y no como servicio público. Y estamos hablando de un cupo de casi diez mil universidades y centros de educación superior desde Punta Arenas a México Norte. Pero estamos hablando, a la inversa, de un número mucho más reducido de universidades europeas, de claro peso público, con larga tradición, a veces de siglos, y con estatutos que apuestan por la función pública de la universidad, los valores de la democracia y los derechos humanos, y no buscan el objetivo del beneficio económico como prioridad. ¿Será posible construir un edificio de reconocimiento académico común partiendo de supuestos y objetivos tan dispares, y a veces antagónicos, como los que presentan dos cartografías universitarias tan distintas, mayoritariamente públicas o privadas-mercantiles? Existen otros problemas a resolver en este camino que se desea iniciar, nada fácil desde luego. Hablaremos en otro momento. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

José Xavier vence

020 /// AGOSTO 2018

do, o galardão visa reconhecer os esforços de cientistas, dentro da comunidade científica polar, e honrar aqueles que investiram tempo e energia para apoiar a comunidade de jovens cientistas polares. No processo de eleição do vencedor participam todos os comités nacionais da APECS, que indicam um cientista e mentor que tenha feito contribuições excecionais para o sucesso desta associação interna-

Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt

Prémio APECS vai para Coimbra

6 José Xavier, docente do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Ciências do Mar e Ambiente, venceu o prémio internacional “APECS International Mentorship Award 2018”. Instituído pela Association of Polar Early Career Scientists (APECS), que possui membros em mais de 60 países de todo o mun-

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98

Castelo Branco: Tiago Carvalho Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Designers André Antunes Carine Pires Guilherme Lemos Colaboradores: Agostinho Dias, Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Reis, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Artur Jorge, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Ribeiro, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Mota Saraiva, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Hugo Rafael, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Carlos Moura, José Carlos Reis, José Furtado, José Felgueiras, José Júlio Cruz, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Lídia Barata, Luís Biscaia, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Estatuto editorial em www.ensino.eu Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social)

cional de jovens cientistas polares. Para o cientista polar da UC (na foto com Anne Nielsen, presidente da APECS e Gerlis Fugmann, secretária-geral), este prémio “é um orgulho muito grande pois é

o reconhecimento da nova geração de jovens cientistas de todo o mundo, com o trabalho que temos desenvolvido com muitos países em prol da ciência e na formação de cientistas”. K

Assinantes: 15 Euros/Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco


Pedagogia (a)Crítica no Superior (XXXV)

AVALIAÇÃO DOCENTE e a montanha pariu um rato «reduzir a avaliação dum professor a uma mera empreitada administrativa» (O Desencanto dos Professores, João Ruivo, 2012: 27) 7 Acalentou a esperança de se reformar escapando a esse (esdrúxulo) processo de avaliação de pares. Mas a A3ES trocou-lhe as voltas. O relatório final de avaliação institucional impôs ao seu Instituto a obrigatoriedade de implementar, no prazo de um ano, entre outras medidas, um sistema de avaliação docente. Apesar de o RAD (regulamento de avaliação de desempenho) ter sido publicado em DR no início de 2013, só a inacção justifica o demorado impasse. A A3ES – especializada em sugar tempo aos professores (em infindáveis processos de auto-avaliação) e dinheiro às instituições de ensino superior (em certificação e acreditação de cursos) – é hoje, mais que o Ministério da tutela, o verdadeiro agente de transformação das escolas: quer da estrutura de licenciaturas e mestrados quer na própria (re)composição do corpo docente. As instituições superiores têm-se

mostrado, em regra, incapazes de vencer a inércia e a entropia. E acabam por ser as orientações exógenas – emanadas da A3ES e do Ministério – a marcarem a reorientação formativa. E assim, o Prof.S. e os colegas das diferentes escolas do Instituto, viram-se envolvidos num processo atípico que, de uma assentada, avaliava a actividade docente de 2004 a 2017. Em pouco mais de um mês, havia que preencher vários ficheiros Excel (nada friendlies) referentes aos últimos 14 anos de actividade profissional! Havia lá memória do que fora realizado! E documentos comprovativos, onde estavam? Quem não possuía skills de organização arquivista estava literalmente tramado. E, para mais, eram sobressaltados, dia-a-dia, com up-grades de ficheiros que o sector de Recursos Humanos despejava nos seus e-mails (16 foram as versões! a última das quais a chegar uma semana antes da entrega definitiva da documentação); o package incluía também umas FAQ (questões frequentes) relativas à operacionalização do RAD e que, no fim, somava 99 respostas de escla-

recimento a outras tantas perguntas (um verdadeiro draft do manual de instrução, útil para futuras edições). Os colegas mais cépticos iam deixando para o fim o preenchimento desses assustadores ficheiros pois davam-se conta que os ‘mais despachados’ passavam o tempo a recorrer ao «migrador», num processo em constante actualização e que parecia nunca mais acabar. É que os ficheiros mostravam ser um instrumento incapaz de abarcar a multiplicidade da actividade docente nas suas funções «técnico-científicas, pedagógicas, organizacionais e de relação com a envolvente». Coube depois à Comissão de Avaliação (CA) da escola «validar» o conteúdo dos respectivos ficheiros (da meia centena de professores que não optaram pela atribuição automática de 1 ponto por ano de serviço). O Prof.S. foi naquela CA o que teve de verificar mais ficheiros (10), cabendo-lhe ‘avaliar’ (!?) 5 colegas do departamento. Pautou-se pelo princípio da confiança. O Prof.S. constatou que aquela foi, talvez, uma das poucas vezes, senão a única, em que a Direcção do Instituto e das Escolas impôs os

critérios da hierarquia (categorias profissionais mais elevadas) e antiguidade (mais tempo na respectiva categoria), tanto para a composição da CA como para o seu Presidente. Nada de polémicas, discussões ou debate sobre perfis: tudo administrativo e… de nomeação. E sem contestação alguma! Concluído os procedimentos, e apesar dos apelos do ‘topo’ no sentido de uma desejável ‘curva normal’, o Excelente foi a classificação dominante, intercalado com um ou outro Muito Bom. Nada que não suceda quando se recorre a dispositivos de auto-avaliação e onde os ‘avaliadores’ o são apenas de nome, cabendo-lhes somente a tarefa administrativa de «validar». Não fazem juízos de valor, não assistem a aulas, não analisam livros ou artigos, não comentam coisa nenhuma… Este tipo de avaliação assenta numa lógica errónea, denunciada por José Maria Hernández Díaz (Universidade de Salamanca), nas páginas deste jornal (Janeiro 2018, p. 24): «ahora todo se mide, y cuantifica (no siempre bien) en el marco de una cultura académica de la pre-

tendida evaluación de la calidad del producto.» O mal-estar que há muito grassa nos professores do Básico e Secundário atinge igualmente o Superior; aí a carreira está há muito congelada e não se vislumbram melhorias salariais prometidas no OE2018 e nos discursos oficiais de «alteração do posicionamento remuneratório» em função dos resultados da avaliação docente. Infelizmente, a tão propalada «cultura da avaliação» só produz efeitos a montante: no acréscimo de trabalho administrativo e burocrático de cada um dos professores. O sistema, esse, fica na mesma e nos docentes acentua-se o desencantamento. K (Este texto não segue o AO90) Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt

Recursos endógenos

Portalegre valoriza 6 O primeiro seminário do Valoriza – Centro de Investigação para a Valorização de Recursos Endógenos decorreu, no passado dia 16 de julho, no Anfiteatro E1 do Campus Politécnico, em Portalegre. A iniciativa contou com a presença de mais de 40 investigadores e visou potenciar o estabelecimento de sinergias que possam contribuir, de forma decisiva,

para o aparecimento de novas ideias de projeto. Luís Loures, vice-presidente do Politécnico de Portalegre, referiu que “este conhecimento é crucial para potenciar a investigação focada no território, e que a mesma possibilitará o desenvolvimento de trabalhos de investigação conjuntos que a curto prazo contribuirão de forma significativa para a valorização da região”. K

De todo o país

UBI recebe treinadores 7 A UBI recebeu ao longo de três semanas o curso de treinadores de futsal para obtenção do Grau III, certificação que dá acesso à orientação de equipas da principal liga da modalidade, informou a instituição em comunicado. Estiveram na formação da responsabilidade da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que terminou ontem, dia 20 de julho, técnicos com experiência na I Di-

visão de seniores e em funções de coordenação do futsal jovem, provenientes de todo o país. As metas ficaram amplamente cumpridas, de acordo com a avaliação do diretor do organismo, Pedro Dias: “O curso correu muito bem. Foi um curso intensivo, que teve uma participação muito interessante da parte dos 22 técnicos que chegaram a esta etapa, sendo que o objetivo é qualificar os treinadores portugueses para

melhorarmos os processos de intervenção e de formação”. Para esse sucesso contribuíram as condições que a UBI colocou ao serviço da FPF. Desde a proximidade dos locais de alojamento e alimentação das estruturas desportivas – os pavilhões de Santo António – à qualidade dos equipamentos utilizados e aos conhecimentos científicos do Departamento de Ciências do Desporto (DCD). K

AGOSTO 2018 /// 021


Moçambique

Dia aberto na Mondlane 6 A Universidade Eduardo Mondlane (UEM), em Maputo, promoveu, no último mês, um Dia Aberto. A universidade, que tem um acordo de cooperação com o Ensino Magazine, abriu o Campus Universitário Principal à comunidade escolar O evento teve como objetivo apresentar os cursos e as atividades desenvolvidas nas Faculdades e Escolas da UEM, especialmente aos alunos das escolas secundárias das cidades de Maputo e Matola, empresas e parceiros. Entre as atividades, destacam-se: exposições e realiza-

De português

Macau entrega diplomas ção de pequenas experiências demostrativas pelos estudantes; visitas guiadas a algumas

unidades orgânicas da UEM; e testes de orientação vocacional e psicológica. K

6 A Escola Portuguesa de Macau (EPM) acaba de entregar os diplomas aos alunos que concluíram o Curso de Português como Língua Estrangeira lecionado na EPM. Esta ação formativa teve cerca

de 20 alunos e pretendeu garantir a aprendizagem da língua portuguesa. Na cerimónia de entrega dos diplomas estiveram presentes os formandos e a direção da escola. K

Moçambique

Escola faz festa

Universidade de Lúrio

Minho em Moçambique 6 Um grupo de alunos dos 3º e 4º anos da Universidade do Minho (Portugal) está a participar num projeto de cooperação na Universidade Lúrio. Durante um mês, os alunos estão a partilhar Publicidade

022 /// AGOSTO 2018

experiências de trabalho com os estudantes da Faculdade de Ciências de Saúde (FCS), da Universidade Lúrio (UniLúrio). Os referidos estudantes foram recebidos pela vice-reitora para

a Área Académica, Sónia Maciel, e por Leyani de Oliveria, diretora do Curso de Medicina, área para a qual os estudantes da Universidade do Minho se irão focar durante o intercâmbio, em Nampula. K

6 Docentes e não docentes da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) promoveram a festa de final do ano letivo 2017/2018. Entre sorrisos, abraços, conversa descontraída e lágrimas de emoção, o convívio decorreu com toda a pompa e circunstância. No “palco”, depois do almoço, houve exibição de dotes na dança e na música, de forma mímica, quer

a solo ou em grupo, enquanto os restantes convivas aplaudiam ou até gritavam, acompanhando com afeto os compassos. Outro marco da festa foi a despedida oficial de alguns docentes e não docentes da Escola, assinalada por abraços, fotografias e lágrimas de gratidão pelo companheirismo manifestado ao longo dos anos de permanência e convívio na Escola. K EPM-CELP _


edições

Novidades literárias 7

D.QUIXOTE.

O Samurai, de Shuzaku Endo. Partindo de factos históricos, Shuzaku Endo contanos a jornada de alguns dos primeiros japoneses a pisar solo europeu e o consequente choque de culturas. «O Samurai» é a recriação emocionante de uma viagem repleta de perigos e sofrimento. Mas mais do que uma ficção histórica sobre os primeiros contactos entre Oriente e Ocidente, esta obra apresenta uma profunda reflexão sobre fé, honra, ambição e resistência humana. É considerada um marco incontornável no romance japonês do século XX.

CASA DAS LETRAS. A Inglesa e o Marialva - Um Amor na Arena, de Clara Macedo Cabral. A protagonista é Ginnie Dennistoun, nome artístico Virginia Montsol, uma inglesa apaixonada por cavalos que chegou a Portugal nos anos 70 com o sonho de aprender a tourear. Inspirando-se numa história verídica, Clara Macedo Cabral narra a vida desta mulher que venceu todas as barreiras, viveu em segredo um grande romance com o toureiro que fora seu mestre e se tornou uma pequena celebridade no mundo fechado, elitista e masculino dos touros, arrebatando o público com a sua elegância e beleza.

LUA DE PAPEL. O Gene da Atlântida, de A.G. Riddle. Este thriller de culto vendeu mais de três milhões de exemplares em todo o mundo, dando origem a uma trilogia. Há 70 mil anos, a erupção de um supervulcão na Indonésia quase levou a raça humana à extinção. Sobrevivemos, mas nunca ninguém percebeu como. Os Immari, uma sociedade secreta de contornos maçónicos, guardam o segredo há dois mil anos. Até que, na costa da Antártida, a erosão de um iceberg revela um submarino nazi há muito desaparecido – acoplado a uma estrutura que não devia, nem podia, estar ali. Entretanto, num laboratório em Jacarta, a investigadora Dra. Kate Warner acompanha duas crianças que podem esconder a chave para a compreensão das origens da nossa espécie. K

gente e livros

Jorge Amado 7 Jorge Amado (1912-2001) foi um dos principais representantes da literatura brasileira modernista. A sua obra é marcada pelo regionalismo e pela denúncia social e foi agraciada com vários prémios literários, entre os quais o “Camões” (1995), o “Jabuti” (1959 e 1995) e o “Ministério da Cultura” (Brasil, 1997). Jorge Amado nasceu a 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, no sul do Estado da Bahia. Filho do fazendeiro de cacau João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado, foi com um ano de idade para Ilhéus, onde passou a infância. Frequentou o ensino secundário em Salvador e é nesse período que começa a trabalhar em jornais e a participar na vida literária, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes. Publicou seu primeiro romance, «O País do Carnaval», em 1931. Dois anos depois publicou seu segundo romance, «Cacau». Nesse ano

Folhapress H

casou-se com Matilde Garcia Rosa, com quem teve uma filha, e de quem se divorciaria mais tarde para casar, em 1945, com Zélia Gattai. Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, em 1935. Militante comunista, Jorge Amado chegou a exilar-se na Argentina e no Uruguai, nos anos 40, e em França e Praga, na década de 50.

Quando ainda nos anos 50 voltou ao Brasil, dedicou-se, a partir de então, inteiramente à literatura. «Gabriela Cravo e Canela» (1958), «Dona Flor e Seus Dois Maridos» (1966) e «Tieta do Agreste» (1977) são obras deste período. De acordo com a Fundação Casa de Jorge Amado, os livros do escritor brasileiro estão traduzidos em 49 idiomas, existindo também exemplares em braile e em formato de audiolivro. A obra literária de Jorge Amado conheceu ainda inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba em várias partes do Brasil. O escritor morreu em Salvador, no dia 6 de agosto de 2001. Foi cremado conforme seu desejo, e as suas cinzas foram enterradas no jardim da sua residência na Rua Alagoinhas, no dia em que completaria 89 anos. K Tiago Carvalho _

Edições RVJ Editores Monografia de Orca

Misericórdias de Idanha

7 “Orca – Monografia Histórica de uma Freguesia com um passado multimilenar” é o novo livro do investigador Joaquim Candeias da Silva. Com a chancela da RVJ Editores, o livro procura homenagear, “através de um marco perene e significativo, um povo que é o meu povo e gente que é também minha gente, porque herdeira de gentes que me fizeram gente”, como refere o autor. A edição tem o apoio da Junta de Freguesia da Orca e da Câmara do Fundão e será apresentada este verão. K

7 O investigador António Romeiro Carvalho acaba de trazer à estampa um livro sobre as Misericórdias no Concelho de Idanha-a-Nova. A obra tem a chancela da RVJ Editores e apresenta um estudo sobre aquelas entidades, fazendo uma comparação com misericórdias de concelhos vizinhos. O estudo foi feito em 2015 e 2016, com recurso à consulta de arquivos nacionais e das misericórdias, sendo que uma parte do trabalho foi feito na Torre do Tombo. Um excelente documento que surge ao público com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Idanha-a-Nova, e que será apresentado a curto prazo. K

Estudo da Endemia de Bócio 7 Entre 1963 e 66 os médicos Fernando Dias de Carvalho e José Lopes Dias realizaram um levantamento exaustivo sobre a endemia de bócio no concelho de Oleiros, promovendo posteriormente ações para combater a doença. Esse estudo surge agora editado em livro, numa edição com a chancela da RVJ Editores, e que tem o apoio do Município de Oleiros. A apresentação decorrerá no dia 13 de agosto, Dia do Concelho, no salão nobre dos Paços do Concelho. “A realidade vivida na primeira metade do século passado no que diz resspeito a esta doença, trouxe muitos problemas a estas populações aqui bem vincados, e que são um testemunho da saúde pública e da medicina curativa da época.

Ao respeitarmos o passado e nos apercebermos das suas deficiências termos o caminho aberto para um futuro de sucesso”, explica o também médico e presidente da autarquia de Oleiros, responsável pela nota de abertura. Também Dias de Carvalho, co-autor do estudo, recorda que “neste estudo, terminado em 1966, descrevemos, em pormenor, todo o conjunto de alterações físicas e psicológicas referidas, assim como as causas e a percentagem de população afetada pela Endemia, mas só cinco anos depois foi possível implementar a tratamento profilático, simples medida de Saúde Pública, de uma doença que há séculos torturava estas gentes”. K

AGOSTO 2018 /// 023


press das coisas

pela objetiva de j. vasco

Kahoot!

Amar em Sintra

3 Kahoot! é uma plataforma gratuita que permite criar jogos de perguntas e respostas no estilo de um questionário. Dispõe de um modo de competição (‘Quiz’) e outro que não inclui rankings nem pressupõe respostas certas (‘Survey’). Pode ainda iniciar um debate no modo ‘Discussion’. As aplicações vão desde a utilização em sala de aulas a divertidos jogos com os amigos. K

Amor Electro «#4» 3 É o regresso dos Amor Lectro aos discos, após um interregno de cinco anos. A sonoridade vai do cancioneiro popular português à elecrónica, passando pela synth-pop dos anos 80 ou o trip-hop britânico. Entre os temas destacam-se “Juntos somos mais fortes”, “Procura por mim”, “Vai dar confusão”, “Sei”, “A miúda do café” ou a revisitação de “Canção de embalar” de José Afonso. K

3 Passear por Sintra, do centro da vila até ao Palácio, comer um travesseiro e encontrar o amor à beira da estrada (pormenor da escultura de Luís Araújo). K

Prazere da boa mesa

Sopa fria de citrinos e nectarinas, ares de espumante com alecrim Encher o recipiente de servir com o preparado de citrinos. Aplicar a espuma e guarnecer com os crocantes e alguns cubinhos de nectarinas. Servir.

3Receita para 4 pessoas Ingredientes para: 100g de Laranja (1 Laranja) 100g de Limas (1 Lima) 150g de Limão (2 Limões) 200g de Nectarinas (2 Nectarinas) 2 C. de Sopa de Açúcar ou Mel 75g de Citronela (opcional) 400ml de Espumante Bruto 4 Folhas de Gelatina Incolor 2 Gotas de Óleo Essencial de Alecrim AROMAS DO VALADO 30g Açúcar em Pó 20 Folhas de Manjericão 350mg de Açafrão em Rama (10 estigmas) 2 Cápsulas de N2O Preparação: Para a espuma - Demolhar as folhas de gelatina. Derreter as folhas num pouco de espumante aquecido, adicionar ao espumante restante juntamente com as gotas de óleo essencial de alecrim. Colocar tudo

024 /// AGOSTO 2018

Apoio: Alunos das aulas práticas de cozinha (IPCB/ESGIN) Sérgio Rodrigues e alunos de fotografia (IPCB/ ESART) Helena Vinagre (Aromas do Valado)

Chef Mário Rui Ramos _ Chef Executivo

no sifão. Carregar 1 ou 2 cápsulas de N2O e reservar no frio. Para os crocantes - Laminar metade das limas e dos limões, e levar ao forno a 90ºC, polvilhados com açúcar em pó, até ficarem secos e crocantes. Para a sopa - Triturar as laranjas descascadas, o açúcar, a citronela, as nectarinas. Passar pelo passador fino. Reservar no frigorífico até ficar bem frio.

Publicidade


BOCAS do galinheiro

É verão, ninguém leva a mal 7 Vem aí o Verão e com ele os chamados blockbusters para animar a malta, ajudar a dizimar baldes de pipocas e umas colas. Uma receita infalível, a que não pode faltar o belo filme sobre catástrofes, ataques terroristas ou de um qualquer insecto ou animal insuspeito que se infiltre algures. Se tudo isto for acompanhado por uns gritinhos adolescentes, é brutal! Este ano a época abriu com “Arranha-Céus”, de Rawson Marshall Thurber, protagonizado pelo ex-lutador de Wrestling, Dwayne “The Rock” Johnson, uma montanha de músculos que enche a tela. Conhecido de outra saga, “Velocidade Furiosa”, desta vez o nosso homem vêse sozinho em Hong Kong no prédio mais alto e seguro do mundo, agora em chamas e ele foi injustamente culpado por isso. Ele é Will Ford, um antigo líder de uma equipa de resgate do FBI e veterano de guerra, que agora avalia a segurança de arranha-céus. Quando a polícia o quer deter para interrogatório, Will apenas encontra uma solução: fugir para poder encontrar os culpados, limpar o seu nome e descobrir uma forma de salvar a sua família que se encontra presa dentro do edifício, acima da linha de fogo. Lembra-nos alguma coisa? Eu diria que é uma versão com mais massa muscular por centímetro quadrado de “Die Hard”, dirigido em 1988 por John McTiernan, e que teve em Bruce Willis um dos protagonistas improváveis, o outro é Alan Rickman, o líder do bando de terroristas que assalta o arranha-céus. Willis, que na altura fazia-nos inveja ao lado de Cybill Shepherd na séria “Modelo e Detective”, deu neste filme o grande salto para o estrelato, com o seu personagem John McClane que voltaria à acção em “Assalto ao Aeroporto” (1990), dirigido por Renny Harlin, “Die Hard: A Vingança” (1995), novamente dirigido por John McTiernan, “Die Hard 4.0: Viver ou Morrer” (2007), com realização de Len Wiseman e

Glamurama H “Die Hard: Nunca é Bom Dia para Morrer” (2013), de John Moore. Uma saga que marcou uma nova abordagem do cinema de acção, imitado até à exaustão. Mas, como tudo tem um começo, esta nova onda de filmes de acção/catástrofe teve a sua origem nos anos 70 do século passado, desde logo com “Aeroporto” (1970), realizado por George Seaton e Henry Hathaway (este não creditado), adaptação de uma novela de Arthur Hailey, cheio de estrelas, como se tornou regra nestes filmes catástrofe, à semelhança dos grandes épicos, no caso Burt Lancaster, o piloto, a que lhe fizeram companhia no ar e em terra Dean Martin, Jacqueline Bisset, George Kennedy, Jean Seberg, para só mencionar estes, cujo mote era a existência de uma bomba no avião. O resto já se sabe, há os bons, os

maus e o herói improvável que dá cor à coisa. E de “Aeroportos” foram também uma mão cheia deles. As sequelas são outra das imagens de marca deste cinema, no caso dos aviões ainda deu para dar protagonismo ao Concorde, numa fita de 1979, realizada por David Lowel Rich, com Alain Delon e Robert Wagner, o homem que quer derrubar o avião. Nada de novo, portanto. Mas nem só por prédios altos e aviões o cinema se interessou. Os barcos também não escaparam em “A Aventura do Poseidon” (1972), de Ronald Neame, em que um transatlântico se vira e um grupo de passageiros tenta sobreviver ao desastre, aqui com Gene Hackman, Ernest Borgnine e Shelley Winters e em 1977 foi uma montanha russa alvo de ameaça do maluco de serviço que obviamente quer

um resgate para não mandar a geringonça pelos ares, num filme realizado por James Golstone, com George Segal, Richard Widmark e Henry Fonda. Mas, em 1974 Jonh Guillermin já tinha posto à prova Steve McQueen e Paul Newman em “A Torre do Inferno”. Adivinharam, é um arranha-céus de 135 andares e em chamas. Também por lá estão Faye Dunaway e Fred Astaire, porque era dia de festa. Mas, mesmo assim ainda houve tempo e lugar para a terra se agitar com uma magnitude inimaginável em “Terramoto” (1974), de Mark Robson, com Charlton Heston (protagonizou também “Aeroporto 75”), Ava Gardner e George Kennedy, um habitué no género. Como se conclui, estes filmes catástrofe não são novos, e os novos tendem a retomar os temas e as situações, como é o caso da recente saga “Speed”. Começou com “Speed – Perigo a Alta Velocidade” (1994), realizado por Jan de Bont, com Keanu Reeves e Sandra Bullock, bem acompanhados pelo construtor de bombas Dennis Hopper, seguiu-se o 2, “Perigo a Bordo” (1997), também realizado por de Bont, o autocarro deu lugar a um barco, e Keanu foi substituído por Jason Patrick e o mau é Willem Dafoe. E por aí adiante. A receita é simples, mas resulta há décadas, Verão após Verão. Se a isto juntarmos o facto de The Rock ser um dos actores mais bem pagos da actualidade, estará tudo dito. Claro que filmes como “Cassandra Crossing” (1976) de George Pan Cosmatos, “Deep Impact” (1998), de Mimi Leder ou mesmo “Titanic” (1997), o incontornável super êxito de James Cameron, também estão no rol. Mas, ficamos por aqui. Está aí a aparecer mais uma “Missão Impossível”. Não é sobre desastres naturais ou provocados, mas é dos blockbusters mais rentáveis. Talvez um dia tenha lugar nas Bocas. K È Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico

Luís Dinis da Rosa _

passatempo

Um café e um Ensino Magazine Este verão, o Ensino Magazine volta a marcar presença nas praias, praias fluviais, piscinas, festivais de música, pousadas de juventude e muitos outros espaços dedicados ao lazer. Envia-nos a tua fotografia com o teu Ensino Magazine, num desses locais, através do email ensino@rvj.pt ou pelo facebook do Ensino Magazine e habilita-te a ganhar prémios. Temos muitos chapéus, t-shirts e assinaturas para te oferecer. Boas leituras e boas férias!

AGOSTO 2018 /// 025


Agrupamento de Escolas Aquilino Ribeiro

A caminho das Nações Unidas 6 Um grupo de 38 pessoas (alunos do ensino secundário e professores do Agrupamento de Escolas Aquilino Ribeiro), vão participar, de 25 de julho a 2 de agosto, numa visita de estudo às Nações Unidas, em Nova Iorque. A visita surge integrada no Projeto Atlântico da Rede de Escolas Associadas da UNESCO, e vem ao encontro do compromisso de Educar para a Cidadania Global “dando Voz aos nossos Jovens na ONU”. De acordo com o programa, a comitiva portuguesa, cuja escola faz parte da Rede de Escolas Associadas da Unesco, terá oportunidade de visitar a Estátua da Liberdade, a Ilha da Foz do Rio Hudson, o Museu Nacional Amercian Indian, a Bringthon Beach (uma das praias mais famosas de Nova Iorque), a Catedral Dt. Patrick’s, o Museu de História Natural, a Freedom Tower, o Memorial de homenagem às vítimas do atentado de 11 de setembro, e claro está a sede das Nações Unidas. Recorde-se que as Nações Unidas têm como Secretário Geral o português

Alguns dos alunos que participam na viagem

António Guterres. Foi fundada em 1945 por 51 países e hoje conta com 189 membros, tendo como objetivos “manter a segurança e a paz mundial; promover os direitos humanos: auxiliar no

desenvolvimento económico e no progresso social; proteger o meio ambiente; prover ajuda humanitária em casos de fome, desastres naturais e conflitos armados.

A organização desta visita pertence à Escola EV 2-3/S Aquilino Ribeiro/Núcleo da Unesco/EMRC, e a iniciativa tem o apoio da Junta de Freguesia de Porto Salvo e da Câmara de Oeiras. K

Novo Duster – Melhor que nunca, mas acessível como sempre

O Duster era já um dos veículos em comercialização com melhor “value for money” e a nova versão veio ainda subir o nível. Está mais bonito exterior e interiormente e também com mais equipamento, como o cruise control, o ar condicionado automático, a assistência ao arranque em subida, etc. Os motores são os mesmos, os quais têm dado grande satisfação à Renault quer nos seus veículos, quer nos Dacia. Os preços continuam muito competitivos, entre os 14900 E e os 18400, para o gasolina 1.2TCe (125 cv) e entre os 19650 e os 23.900 para o diesel 1.5 DCi (110 cv). O Duster é um dos melhores Suv da sua classe. E também é um dos raros com uma versão todo-o-terreno (4x4) a um preço acessível. K

AS ESCOLHAS DE VALTER LEMOS 3 O novo Dacia Duster está finalmente à venda em Portugal. Devido à original e estúpida forma de categorização dos carros nas autoestradas (altura do veículo na perpendicular do eixo da frente), o novo Duster, ultrapassando 112cm nessa medida seria incluído na classe 2, o que significa quase o dobro do preço nas portagens. Assim a Renault (dona da Dacia) teve de fazer uma adaptação na suspensão da frente do Suv para que este pudesse ter altura para a sua inclusão na classe 1 (exceto para as versões de tração integral que incluirão a classe 2), o que atrasou a sua entrada em Portugal.

Benelli TRK 502 X Aventura à italiana 3 A Benelli apresentou em Portugal a nova TRK 502 X, uma clara evolução da sua touring TRK 502, com inúmeras melhorias realizadas. Agora a gama TRK surge com uma nova estética, de modo a que os seus utilizadores possam enfrentar novas aventuras. As jantes de raios em liga de alumínio, com 19” à frente e 17” atrás, projetadas para atender às necessidades dos motociclistas mais exigentes que queiram viajar sem fronteiras num mundo de aventura e emoção, são apenas alguns dos atributos da mais recente aposta da marca transalpina.

026 /// AGOSTO 2018

A potência máxima próxima dos 48cv (35kW) a 8.500 rpm e um binário de 45 Nm a 5.000 rpm debitados pelo potente motor de dois cilindros e 500cc são sinónimo de uma grande resposta em todas as condições. Disponível em três cores – branco, cinza ou vermelho – a nova Benelli TRK 502 X é comercializada pelo PVP de 6.480,00 euros, incluída na campanha de financiamento até 48 meses sem juros e sem entrada inicial, em vigor até 15 de setembro de 2018. A Benelli, marca italiana com grandes tradições, tem, nesta sua reaparição, vindo a apresentar modelos cada vez mais competitivos e com design muito apelativo, destacando-se, para além da TRK, a scrambler Leoncino 500 e a mais simples BN 302. K


A convite do Santander Universidades

120 estudantes participam na maior academia de inovação digital do mundo 6 Mais de 120 estudantes de 20 instituições de ensino superior nacionais, de norte a sul de Portugal, estão a participar na maior academia de inovação digital da Europa, a European Innovation Academy, que se realiza, em Cascais, entre 15 de julho e 3 de agosto, a convite do Santander Universidades. Marcos Soares Ribeiro, diretor-coordenador do Santander Universidades, afirma que “para nós, faz todo o sentido o apoio, pela segunda vez, à maior academia de inovação digital da Europa, a EIA, porque vai ao encontro daquilo em que acreditamos, ou seja, uma aposta clara na motivação do espírito empreendedor dos estudantes universitários portugueses”. “Queremos estar na linha da frente na construção de uma nova atitude empreendedora. Precisamos trazer para dentro das nossas organizações, colaboradores com competências em inovação e desenvolvimento de novas ideias, mas que possam ser concretizadas”, acrescenta. No total são 50 Bolsas atribuídas diretamente pelo Banco Santander, enquanto as restantes serão participadas pelas Instituições de Ensino Superior parceiras do Santander Universidades. A 2ª Edição da EIA acolhe no total 500 jovens de 75 países para testarem as suas ideias de negócio. Depois do sucesso do ano passado,

o evento é focado agora nas tecnologias relacionadas com a Robótica e a Inteligência Artificial. O programa de empreendedorismo da EIA tem a duração de 15 dias e conta com uma metodologia desenvolvida por representantes da Universidade de Berkeley, Universidade de Stanford e da Google. Trata-se da forma mais rápida, em todo o mundo, para se testar uma ideia de negócio, na medida em que no período de três sema-

nas os participantes seguem todos os passos para criarem a sua empresa – desde a ideia ao lançamento. Em Portugal, o Santander Universidades e a Câmara Municipal de Cascais são os principais parceiros da EIA. Destaque para a Universidade do Porto e o Instituto Superior Técnico: cada uma das instituições traz mais de 20 alunos para competirem diretamente com jovens de UC Berkeley e U Michigan, entre outras

instituições de grande prestígio internacional. Na iniciativa participam diversas instituições de ensino superior portuguesas, a saber: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa; Faculdade de Ciência e Tecnologia Universidade Nova de Lisboa; Instituto Politécnico de Beja; Instituto Politécnico do Cávado e do Ave; Instituto Politécnico da Guarda; Instituto Politécnico do Porto; Instituto Politécnico de Setúbal; Instituto Superior Técnico - Universidade de Lisboa; ISMAI - Instituto Superior da Maia; NOVA IMS - Universidade Nova de Lisboa;

NOVA SBE - Universidade Nova de Lisboa; Universidade dos Açores; Universidade Autónoma de Lisboa; Universidade de Coimbra; Universidade de Évora; Universidade Europeia; Universidade Lusíada; Universidade da Madeira; Universidade do Porto; Universidade de Trás-os-Montes e Alto-Douro. Em nota enviada ao Ensino Magazine, o Banco Santander Totta refere que, através do programa Santander Universidades, assume o compromisso de promover as melhores práticas na resposta aos desafios da sociedade portuguesa, sendo já uma referência a nível nacional no que diz respeito à promoção do Ensino Superior. Desde 2003 e no âmbito da sua Política de Envolvimento com a Comunidade, promove o apoio ao Conhecimento e Ensino Superior. O banco investe anualmente cerca de €7 milhões na área de Responsabilidade Social e Corporativa. O Banco Santander, a empresa que mais investe no apoio à educação no mundo (Relatório Varkey/ UNESCO – Fortune 500) mantém mais de 1.100 acordos de colaboração com universidades e instituições académicas de 21 países através do Santander Universidades e, através da rede Universia, agrupa mais de 1.300 instituições académicas ibero-americanas. K

Prémio Primus Inter Pares

João Ramadas é o vencedor 6 João Ramadas, licenciado em Gestão pelo ISCTE e com um mestrado da Católica, é o grande vencedor da 15ª edição do Prémio Primus Inter Pares, informou em nota enviada ao Ensino Magazine, o Santander Universidades. O Primus Inter Pares é um prémio de excelência, criado pelo Santander em Portugal e pelo jornal Expresso para distinguir os melhores estudantes das três áreas a concurso, concedendo-lhes acesso a uma formação académica complementar de grande prestígio. O objetivo do programa é valorizar o talento em Portugal e contribuir para o desenvolvimento de uma cultura de profissionalismo e de excelência na gestão de empresas.

Os vencedores foram anunciados, no início de julho, na gala do Primus Inter Pares, que teve lugar no Sud Lisboa, em Lisboa. Inês Cunha, com licenciatura em Economia e mestrado em Finanças da Nova, ficou em segundo lugar, e Inês Santos, licenciada em Gestão na Católica e com mestrado em Gestão na Nova, conquistou o terceiro lugar. Nuno Fonseca, da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, e Guilherme Coelho, da Universidade de Coimbra, com Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica, ficaram ambos em quarto lugar. Os três primeiros classificados destacaram-se entre 100 candidatos, após várias provas de seleção, sendo assim considerados os jovens

mais promissores do país nas áreas de Gestão de Empresas, Economia ou Engenharia. Terão agora a oportunidade privilegiada de frequentar um MBA numa Business School nacional ou internacional, beneficiando do pagamento dos custos de matrículas e de propinas. As instituições envolvidas são: o IESE, em Barcelona; o IE Business School, em Madrid; o Lisbon MBA (Universidade Católica e Universidade NOVA); o ISCTE; o ISEG; e a Porto Business School. Os 4º classificados recebem um curso de pós-graduação. O júri do Prémio é composto por Francisco Pinto Balsemão (presidente), António Vieira Monteiro (vicepresidente), Estela Barbot, Raquel Seabra e António Vitorino. K

AGOSTO 2018 /// 027


Universidades e politécnicos juntos em Angola

A importância de trabalhar em rede 6 Várias instituições de ensino superior portuguesas participaram, entre 18 e 20 de julho, no Lubango (Angola), no XXVIII Encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa. Uma iniciativa onde a Secretária de Estado do Ensino Superior em Portugal, Fernanda Rollo, reforçou a ideia de se trabalhar em rede. A governante considerou que “trabalhando em rede todos sabemos que o conjunto é muito mais do que a soma das partes”. No entender de Fernanda Rollo, ao trabalhar-se em rede, “amplia-se o potencial transformador constrói-se o espaço comum e a dimensão e seu papel em termos de impacto internacional cresce”. As declarações de Fernanda Rollo foram ao encontro daquilo que o Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos (CCISP) e as universidades portuguesas,

O CCISP e a UBI participaram no encontro

entre as quais a UBI, defendem. O espaço da lusofonia, onde o Ensino Magazine tem marcado presença, através de acordos

com diversas instituições de ensino dos países da Lusofonia (como acontece com as universidades Eduardo Mondlane e Lú-

rio - Moçambique, ou as Escolas Portuguesas de Moçambique e de Macau), com a distribuição física e digital da publicação, voltou a

reafirmar-se como um mundo de oportunidades para universidades e politécnicos. O encontro teve como tema “Património Histórico do Espaço Lusófono. Ciência, arte e Cultura”, e permitiu a troca de experiências, mas acima de tudo o reforço de contactos entre as diferentes instituições. Para o presidente da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), Orlando da Mata, importa e que este trabalho de cooperação prossiga. Na abertura do Encontro, aquele responsável garantiu que “a Associação vai continuar a trabalhar em prol da investigação científica incentivando acima de tudo a investigação de qualidade, pelo que incentivamos os investigadores do espaço lusófono ao trabalho árduo para assim termos a ciência em efetivo apoio a sociedade no nosso espaço”. K

Publicidade

DE RAZÕES PARA VIR MERGULHAR

PISCINA PRAIA

CASTELO BRANCO A

I

CASTELO BRANCO

HORÁRIO: 09H15 - 20H00

028 /// AGOSTO 2018

• Cerca de 4 mil m2 de espelho de água • WI-FI gratuito • 750 Lugares de Estacionamento • Campo de jogos em caixa de areia de praia • Restaurante e Bar • Atividades com animação para adultos e crianças


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.