Ensino Magazine Edição nº 197

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julho 2014 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XVII K No197 Distribuição Gratuita

www.ensino.eu suplemento

Assinatura anual: 15 euros

Francisco Louçã em entrevista

Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS

José Ceia H

“Ministério da Educação é um fazedor de terramotos” C

P2a4

Castelo Branco

Politécnico faz moda, câmaras dão bolsas C

Miguel Ângelo em entrevista

30 anos de canções que todos sabem cantar

P 8 e 12

UBI quer medidas do Governo

C

P5

Portalegre

Cidade amiga do aluno C

P 19

Facebook Oficial / Luís Sarmento H

Para atrair alunos

C

Guarda

Politécnico

Alunos do IPG premiados

Leiria distingue atletas C

pub

p 22

P 13

C

P 16 pub

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Francisco Louçã, economista

«Este Ministério da Educação é um fazedor de terramotos» 6 Afastado da política ativa, Francisco Louçã identifica os problemas que tornam Portugal um «país inviável»: da «desdemocratização do ensino», a uma «justiça de classe», passanPublicidade

do pelos riscos de sobrevivência do Serviço Nacional de Saúde, sem esquecer a instabilidade provocada pela crise do BES. É um dos autores de «Os

Burgueses», uma obra com mais de 500 páginas, que se dedica a dissecar as cerca de mil pessoas donas da maior parte do produto nacional bruto. É legítimo afirmar que são os poderes fáticos que

dominam Portugal? Todos os países são dominados por interesses económicos. A particularidade de Portugal é que o debate, desde o final do século XIX,

sobre a decadência e o atraso revelou uma estrutura em que o poder político, o Estado, formou a burguesia e a burguesia viveu de uma economia de renda. E estas características foram muito acentuadas no final do século XX e no início deste século em que nos encontramos, com as privatizações, o predomínio do setor financeiro, com as rendas garantidas, em que as Parcerias Público Privadas (PPP) são, porventura, os exemplos mais flagrantes. Admite que este é um livro incómodo? Este estudo ajuda a compreender porque querem tornar Portugal num país inviável. A inviabilidade do país resulta de uma democracia empobrecida que retira aos seus cidadãos a capacidade de decidir sobre si próprios e de organizar um espaço em que a melhoria da vida possa trazer um progresso social e humano. Trata-se de uma enorme concentração do poder económico – em cerca mil pessoas, o que corresponde a 0,01 por cento da população – que explica a forma como o conúbio entre o político e o económico foi gerindo o país e, em alguma medida, o caso do Banco Espírito Santo é o exemplo demonstrativo dessa evolução. Anteriormente escreveu vários outros livros, nomeadamente «Os donos de Portugal, «Os donos angolanos de Portugal», Portugal agrilhoado», «Isto é um assalto» e a «A Dívidadura», só para citar os mais emblemáticos. Significam que vivemos num simulacro de soberania? Esses livros procuram estudar uma parte importante da sociedade portuguesa, definindo como é que Portugal é governado, por quem, em nome de que interesses e com que vantagens. Essa é a chave para perceber a decadência de Portugal. Perceber que o fracasso do país reside na burguesia que nos governa

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e que se aproveita economicamente e financeiramente da nossa evolução. Este quadro dá-nos a ideia de que há uma perda de soberania. A União Europeia representou essa perda de soberania, o euro consagrou-a e a política de austeridade e da troika levou-a ao nível do protetorado. Até quando vamos permanecer nesta condição? Portugal é um protetorado agora e assim permanecerá daqui a 30 anos, quando em 2045 os fundos europeus ainda estiverem a verificar o pagamento dos juros e do capital e das condições de agiotagem sobre a economia portuguesa. O Banco Espírito Santo, o mais importante banco privado português, está numa situação de grande instabilidade devido a uma guerra familiar. Podemos estar na presença de um perigo sistémico? Há óbvios riscos sistémicos para o sistema financeiro português e não são propriamente no banco, mas no Grupo Espírito Santo (GES). Explico: O GES deve, no curto prazo, 2 mil milhões de euros, uma boa parte desse montante, cerca de metade, que tem que liquidar até à próxima semana, entrevista realizada a 7 de julho, mas provavelmente não conseguirá. Só se existir um reforço de capital que, para já, não parece possível. O banco bateu à porta do governo português, do governo angolano e do governo venezuelano, mas sem sucesso. Trata-se de uma dívida monstruosa no contexto da economia portuguesa o que faz com que o grupo esteja à beira da insolvência. O castelo de cartas que representa todo o esquema fraudulento montado nos empréstimos de uma empresa a outras e da gestão da holding duraria, segundo o contabilista do banco, de há 6 anos a esta parte. Como é possível esta ;


situação arrastar-se durante tanto tempo sem o alerta dos reguladores? Portugal tem um problema de regulação da gestão financeira em alguns casos com grande impacto sistémico, foi o caso no passado do BCP e do BPN, e hoje do BES, mas o problema mais sério reside no peso enorme de uma dívida externa que o setor financeiro é um dos grandes criadores. A resolução dos passivos bancários é uma forma de reduzir a divida externa, diminuindo a exposição aos credores externos, transformando créditos em capital, reestruturando o capital, etc. Em grande escala, Portugal tem de seguir esse caminho em todo o seu sistema financeiro para garantir a sua solvabilidade e proteção dos depositantes e para garantir que o sistema financeiro reduz o seu peso na dívida externa líquida de Portugal, que é gigantesca. Caso contrário, continuaremos um protetorado. A promiscuidade entre Estado e bancos, entre e política e os negócios tem estado latente nas últimas décadas com reflexos nas escolhas de ministros e nas escolhas de políticas. Como é possível conferir transparência ao exercício político com a manutenção deste status quo? Há factos incontornáveis. A própria publicidade do BES dizia que o banco em 145 anos tinha atravessado todos os regimes. O livro «Os Burgueses» investiga 776 governantes, que são todos os ex-ministros e ex-secretários de Estado, bem como os atuais ministros e secretários de Estado, nomeadamente as trajetórias profissionais de todos eles. O que se concluiu é que 1 em 3, ou vem ou vai, ou vem e vai, do sistema financeiro, com grande predomínio para o BES e para o BCP. O BES foi talvez o que teve uma ação mais estratégica e pensada, porque de Durão Barroso, que foi contratado quando estava na oposição, a Manuel Pinho, ministro da economia do governo Sócrates, encontra-se uma série de personalidades políticas que foram ou passaram a ser assessores, consultores ou administradores do banco. O próprio Miguel Frasquilho é um dos diretores do banco e acumulou durante muito tempo o cargo de deputado do PSD e diretor de um setor do BES. Mas há muitos outros. O importante para os bancos é jogar em vários tabuleiros, ao mesmo tempo, para ter um continuismo de proteção que acabou por trazer dividendos para o BES que ganhou a privatização da PT, esteve associado aos contratos dos submarinos, etc. Admite que este vai e vem permanente pode ter como contrapartida facilidades em termos de financiamento partidário?

nova administração do BES, constituída por Vítor Bento, João Moreira Rato e Paulo Mota Pinto, não será capaz de silenciar as especulações? Todos eles são próximos de Cavaco Silva ou próximos do PSD. Vítor Bento, um economista de direita e um economista tradicional, tem uma presença que vale por si próprio, com um trajeto independente do trajeto político. A propósito disso, o debate dos últimos dias ficou pouco realçado sobre a visão cética que Bento apresentou no livro chamado «Euro forte, Euro fraco», em que abordou a sua visão sobre a insustentabilidade das políticas económicas e os erros grotescos desta gestão do euro. PS e PSD, para além de se revezarem no poder, são o bloco central dos interesses à portuguesa? São dois partidos diferentes na sua base social, na sua estruturação política e com referências ideológicas diferentes. No governo, no entanto, têm sido partidos muito continuistas e o seu compromisso partilhado pelo Tratado Orçamental, pelas políticas de austeridade e com a troika, revela uma proximidade perigosíssima que o livro, «Os Burgueses», sublinha quando analisamos os percursos da ligação entre a economia e a política dos seus principais dirigentes.

Não há dados em Portugal que o permitam dizer. O financiamento partidário por empresas no nosso país é proibido, só podendo ser feito por pessoas individuais, até um determinado montante. Portanto, a haver seria totalmente ilegal, mas não há nenhuma evidência provada em tribunal de que assim tenha acontecido. O que é claro é que os meios explícitos de influência política pelo setor financeiro estão bem provados pelo facto de 1 em cada 3 governantes ser da banca.

Há uns anos falava-se muito dos perigos do capital espanhol na economia portuguesa e nos centros de decisão. Agora é a vez do capital angolano, nomeadamente através de familiares e homens da confiança do presidente José Eduardo dos Santos, ser o foco das críticas. Em que medida é que a sua presença em órgãos de comunicação social ou em bancos é perniciosa para a democracia e a economia em Portugal?

João Semedo, um dos coordenadores do Bloco de Esquerda, disse que o BES «é verde por fora e laranja por dentro». A anunciada

O capital angolano não é o que tem mais peso na economia portuguesa. Mas tem duas características que são únicas: em primeiro

lugar, é capital de Estado, dirigido pela plutocracia angolana, que se apropria do dinheiro do seu país. Em segundo lugar, tem investimentos estratégicos, não orientados por interesses empresariais, mas por interesses de influência política. É por isso que atua na finança – os angolanos são os principais acionistas privados do BPI, veremos como resulta a evolução do BES – na energia, sobretudo nos petróleos e, em particular, na comunicação social. O dois grupos económicos, que o presidente angolano controla, detêm participações maioritárias nos jornais «Sol», «i», «Diário de Notícias», «Jornal de Notícias», «O Jogo» e a rádio «TSF», entre outros. No «Correio da Manhã» têm uma participação minoritária. E chegaram, sem êxito, a tentar entrar na privatização da RTP.

sagem de que os portugueses viveram acima das suas possibilidades. A verdadeira história é mesmo assim?

Na prática o que é que isso significa?

Com o passar do tempo, ganha consistência a tese que a política de austeridade fracassou. Harald Schumman, um jornalista alemão que está em Portugal a desenvolver uma investigação sobre a presença da troika, disse em entrevista ao «Público» que «o verdadeiro objetivo dos planos de resgate foi salvar os bancos». Subscreve?

Quer dizer que, direta ou indiretamente, o regime angolano, que tem muito pouco respeito pela liberdade de expressão, possui uma grande capacidade de influência sobre a direção de jornais que são parte do pluralismo comunicacional em Portugal e parte da própria liberdade. Isto é, no fundo, uma restrição à democracia.

Foram os poderosos, e em particular o setor financeiro, que viveu acima das nossas possibilidades. E Portugal viveu abaixo das suas possibilidades, devido ao desaparecimento de investimento e ao aumento do desemprego. Basta ver os enfermeiros que vemos embarcar rumo a Inglaterra para procurar exercer a profissão para a qual estudaram. Há uma crise social gravíssima que resultou da forma como a burguesia governou e procurou aproveitar-se para destruir a economia e promover as suas rendas. Ou seja, promover o comodismo, em vez do trabalho.

Podem vir a acontecer. Até à data as evidências são mais indiretas do que propriamente diretas. Por exemplo, no caso das declarações do ministro Rui Machete a pedir desculpa, os jornais de capital angolano não trataram o assunto como os outros. No caso do escândalo do BES Angola, em que Álvaro Sobrinho, que é o dono do «Sol» e do «i», terá sido um dos grandes beneficiados do desaparecimento de quase 5 mil milhões de euros, o tratamento editorial foi distinto comparando vários jornais, quando estamos na presença de um escândalo financeiro gigantesco.

É uma das partes da história. A intervenção da troika na Irlanda, na Grécia e em Portugal foi para aumentar a dívida pública e para transferir a titularidade dessa dívida dos bancos privados para as instituições públicas, criando uma tutela política e obrigando a economia portuguesa a estar dependente do sistema bancário internacional. O objetivo final é o do empobrecimento, baixando salários, alterando as leis de trabalho, etc. Os dados falam por si. Quando chegou a troika a contratação coletiva abrangia 1 milhão e 200 mil trabalhadores, enquanto agora nem sequer atinge 250 mil trabalhadores. O propósito da troika não era outro que transformar o regime social. A troika conseguiu perversamente o seu objetivo, apenas falhando nos objetivos que tinha declarado.

Quando a troika entrou passou-se a men-

A dívida pública portuguesa bateu ;

Já identificou condicionalismos editorais gritantes?

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nos 132 por cento. O que fazer num país rodeado de dívidas por todos os lados, pública, bancária e externa?

a enorme durabilidade da austeridade pode redundar no prognóstico do Instituto Nacional de Estatística que dentro de 30 anos possamos passar a ter 6 milhões de habitantes, que era o que tínhamos nos primeiros anos do século XX. Nesse contexto, cidades com a Guarda, Covilhã, Évora ou Bragança tendem a desaparecer.

A dívida pública direta é insustentável, mas a dívida da banca, que não conta para a primeira por ser privada, é igualmente insustentável. Contudo, a dívida externa de Portugal é que é o problema, e gravíssimo. A ideia de resolver o problema da dívida através da austeridade falhou completamente. A dívida é agora ainda mais insustentável do que era há três anos. Por isso, a proposta de reestruturação da dívida é a única que deve ser encarada. Só entrando em choque com os credores e negociando a proteção de Portugal é que é possível recuperar investimento e emprego, e abater o peso gigantesco que a dívida tem para esta e para futuras gerações. A continuar assim, somos inviáveis.

PS e PSD, com a muleta do CDS, são os chamados partidos do arco do poder. Votos no PCP, no BE ou noutros independentes são vistos como votos de protesto. Na Grécia, o Syriza foi o partido mais votado nas europeias e o seu líder, Alexis Tsipras, disse acreditar que o país terá o seu primeiro governo de esquerda radical. Isso é utopia em Portugal? A situação grega e portuguesa é muito diferente. Lá, todos os partidos do bloco central fizeram parte do governo de austeridade e isso desgastou-os, levando o Partido Socialista de partido maioritário a ter hoje 4 ou 5 por cento. A esquerda surgiu como única alternativa e o Syriza interpretou este novo momento de forma magnífica e espero mesmo que seja o primeiro governo de esquerda na Europa. Em Portugal, apesar de o PS apoiar o Tratado Orçamental, aparece para boa parte do eleitorado como uma alternativa e é de presumir que ganhe as legislativas de 2015. A situação pode mudar, o PS está atualmente a dinamitar-se por dentro e veremos como a luta interna evoluiu. Certo é que um governo que prossiga a política de austeridade será tão mau ou pior do que o atual porque continuará «a cavar o buraco», parafraseando a metáfora de José Sócrates.

Os portugueses continuam a pagar o «enorme» aumento de impostos, mas o Estado Social e as contrapartidas do Estado são cada vez mais inexistentes. A justiça, a saúde e a educação são o espelho disso? O sistema de justiça sempre foi deficiente, com uma justiça de classe, com diferenças. O que temos agora são perdas de capacidade de acesso à justiça. Na saúde o caso é dramático. Gravamos esta entrevista precisamente na véspera de uma greve de 2 dias dos médicos que é um grito de alerta e sobrevivência para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) que está a atingir a sua incapacidade absoluta. E daqui a 10 anos será muito pior, com a não entrada de médicos jovens para o sistema. É preciso ter consciência que não teremos SNS se não o salvarmos agora. O que podemos perder mais se não agirmos a tempo? A tragédia do euro e da austeridade está a destruir a democracia. O aumento dos impostos tem servido para o Estado pagar juros dos seus empréstimos. Veja o seguinte: a austeridade é um corte sucessivo que destrói a capacidade democrática do Estado de retribuir aos impostos o serviço de qualidade que torna mais igual o país. Uma boa escola é uma condição da democracia, da mesma forma que um bom hospital público é uma condição da democracia, etc. É professor catedrático de Economia no ISEG. Como tem visto os problemas financeiros das universidades que reclamam milhões para pagar salários e despesas correntes, quando em paralelo se acentuam os cortes de investigação? Os reitores têm razão. Os cortes têm sido disparatados, tecnicamente incompetentes, violentos e diminuem a nossa capacidade de existir no mundo de hoje. Só que os problemas não são de agora. As razões economicistas e de “desdemocratização” do ensino há muito que afetam este setor. As universidades já sofreram cortes gigantescos no seu funcionamento, alterando inclusive o seu modo de financiamento. Eu quero aqui recordar que na Alemanha não se pagam propinas e o sistema universitário germânico não é pior do que o nosso. Em Portugal estamos a excluir muitos estudantes por razões económicas.

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É possível o cenário de uma esquerda unites educativos, a começar pelos alunos? O governo anuncia para este ano o fecho de mais 311 escolas do primeiro ciclo, especialmente nas zonas rurais. Segundo os seus estudos os últimos quatro ministros foram responsáveis pelo fecho de 6 mil estabelecimentos de ensino. Estes cortes vão hipotecar o futuro de muitas crianças e reforçar o afastamento que existe entre os grandes centros urbanos e o interior português? Estes cortes são um reflexo, uma consequência e uma causa da continuação da desertificação. Se numa aldeia onde residem 20 crianças não há uma escola, o incentivo para os casais jovens ali se manterem é nulo. Contudo, admito que uma escola com 6 crianças não tenha sentido pedagógico e não contribua para a socialização desejável das crianças. Não é possível ter uma escola em cada aldeia. Mas também não é possível cortar a eito, acentuando a desertificação e o desequilíbrio do meio rural face ao litoral, com inevitáveis consequências futuras. Distritos como Castelo Branco, Guarda, Bragança e até o Alentejo vão sofrer com o empobrecimento social e humano que vamos pagar. No seu programa «Tabu», na SIC-Notícias, mostrou uma fotografia, com escassos meses, em que o ministro da Educação acompanhava o Presidente da República numa visita à escola da aldeia de Esperança, em Arronches. Depois dessa grande festa, e até da promessa de um banco custear a recuperação da escola, esse estabelecimento vai ser encerrado. Este ato não revelou falta de respeito pelos agen-

Confesso que nem imagino o que vão pensar os pais, que agora vão ter de mandar as suas crianças para longe, para um centro educativo, que está por concluir. Esta é a face da irresponsabilidade do poder, de uma gestão caótica e perturbante. Qual é a criança que tem estabilidade e confiança perante uma situação destas? Este Ministério da Educação tem dado provas que é um fazedor de terramotos. Só este ministro é que tem culpas no cartório? Os erros não são só se agora, vêm de trás. Falta um projeto estratégico para a qualificação do ensino em Portugal, que vá desde o princípio da aprendizagem, das primeiras letras e das primeiras contas, até à investigação científica de topo. Um pequeno país, como o nosso, num contexto europeu só poderá existir se tiver alta densidade científica. Tem alguma receita mágica para reduzir o desemprego jovem? Uma economia cristalizada e sem investimento fecha a porta a uma renovação geracional. Quando conjugamos a enorme emigração jovem com o enorme desemprego jovem é que constatamos o que Portugal está a perder. Estamos a financiar o emprego na Alemanha e na Inglaterra, perdendo ao mesmo tempo capacidades e desertificando o país. A grande tragédia portuguesa é que

da? O que faz falta é dar um pequeno passo no sentido da Grécia, que está muito à nossa frente. O importante seria juntar um grande pólo de esquerda contra a austeridade e contra o Tratado Orçamental, desde que junte os principais partidos da esquerda, sem esquecer os movimentos sociais e os independentes. Se ganhar as primárias no PS, António Costa pode federar a esquerda? Não vejo nenhuma hipótese de uma federação da esquerda submetida à ideia de que o pacto orçamental deve ser cumprido. Se o PS continuar com a ideia que o tratado é a regra para Portugal essa política é inimiga. A esquerda não pode depender, nem ficar à espera que se opere um milagre no PS. A esquerda tem de ir por si só. Aliás, António Costa, que conheço bem e respeito, tem acrescentado aspetos muito perturbadores como a proposta de uma lei eleitoral que institui a batota que são os círculos uninominais. Estes círculos são o princípio da proteção dos mandantes da política portuguesa ao longo dos últimos 40 anos, para promoverem a corrupção e a batota eleitoral, excluindo administrativamente uma parte cada vez maior do eleitorado, por, neste caso PS e PSD, se sentirem ameaçados pela sua própria perda de votos. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H   

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Engenharia de Software

Altran desafia alunos 6 Adquirir noções de como se trabalha em ambiente empresarial é o objetivo dos responsáveis da disciplina Engenharia de Software, dos cursos Engenharia informática e Tecnologias e Sistemas de Informação da UBI, que contam com a parceira da Altran, à qual coube lançar aos alunos o desafio de produzir uma componente de um sistema para empresas de telecomunicações. Os melhores trabalhos foram premiados com diplomas, a 1 de junho. “A disciplina pretende colocar os alunos num contexto em que eles desenvolvem aptidões, participando em projetos o mais aproximados possível do que vão desempenhar na prática quando forem para uma empresa”, explica o docente João Paulo Fernandes. No início do semestre, a Altran

idealizou um projeto que desse aos estudantes experiência no negócio das telecomunicações. Uma das vantagens residiu na possibilidade de trabalhar com as mesmas tecnologias que são utilizadas num setor que é uma das saídas profissionais dos futuros licenciados. A empresa de novas tecnologias a operar no Fundão participou ainda na avaliação, que foi considerada positiva. “Ficamos surpreendidos pelo resultado final. São alunos de segundo ano e foi uma agradável surpresa como se empenharam nos entregáveis que nos remeteram”, explica Pedro Costa, Technical Leader da Altran, que esteve na UBI para a entrega dos diplomas. K

50 bolsas para estudar na UBI

utilizador. K

Rodolfo Pinto Silva _

Comité Olímpico com a UBI T A Universidade da Beira Interior oferece pela primeira vez cerca de 50 bolsas para estudantes que ingressem nas suas licenciaturas ou mestrado integrados. Estas bolsas têm um valor que varia entre os 1500 euros e o valor anual das propinas, podendo acumular com as bolsas de estudo oferecidas pelo Estado Português. São oferecidas por instituições e empresas da região, estando previsto que a divulgação das condições de candidatura e prazos ocorra em breve. A oferta social da UBI inclui sete residências com 815 camas, apartamentos, quatro cantinas e 11 bares com refeições ligeiras. Atualmente a UBI tem cerca de 2 mil estudantes bolseiros. K

Imagine Cup da Microsoft T Uma equipa de três investigadores da Universidade da Beira Interior (UBI) e um do ISCTE acaba de ser selecionada para a final mundial do Imagine Cup – Microsoft, com a apresentação do projeto Nuada, um protótipo de mão biónica que tem por objetivo melhorar a mobilidade da mão em pessoas que sofrem de dores e falta de força neste membro. Este projeto foi o vencedor no concurso em Portugal e será o representante da Europa Ocidental na fase final internacional. Desta equipa fazem parte, além de Filipe Quinaz (instrutor CISCO na UBI), Pedro Querido (programador), Pedro Quinaz (investigador) e Luciana Alegre (design industrial). O sistema pode ser conectado com um smartphone via Bluetooth com o objectivo de proporcionar serviços adicionais ao

T A Universidade da Beira Interior foi uma das nove instituições de ensino superior que acabam de assinar um protocolo de cooperação com o Comité Olímpico de Portugal (COP). A cerimónia decorreu na última sexta-feira, dia 27 de junho, em Lisboa. As instituições comprometem-se a cooperar com o COP no desenvolvimento das atividades do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Desportivo, que terá como missão a implementação de projetos e ações em diversos domínios da investigação científica, formação contínua e avaliação e controlo do treino na preparação olímpica e no alto rendimento desportivo. A UBI esteve representada no evento pelo presidente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Pedro Guedes de Carvalho. K

Filmes da UBI em alta T Três filmes realizados na licenciatura e no mestrado de Cinema da UBI estão em destaque nos festivais. Depois de “Sussurro” e “As Águas de Sua Mãe” terem estado em competição no FEST, em Espinho, de 24 de junho a 1 de julho, “O Homem que Remava o Barco”, que recentemente recebeu o Prémio do Público, no Gardunha Fest, vai participar no 22º Festival de Curtas de Vila do Conde. O festival decorre entre os dias 5 e 13 de julho. Trata-se de uma curta de fição baseada na lenda do Barqueiro da Beira Baixa e resulta do projeto de mestrado de Bruno Rosa, e foi selecionado para a secção Take One daquele festival. K

UBI pede apoio à Tutela

Atrair alunos é preciso 6 A necessidade de atrair alunos para a Universidade da Beira Interior (UBI) é uma das preocupações expressas pelos elementos do Conselho Geral da instituição, na sequência da reunião em que apreciaram o Relatório de Atividades de 2013. Os conselheiros entendem que a academia tem argumentos para esgrimir na hora de convencer os estudantes a escolherem a Covilhã e apelam para que sejam tomadas medidas a nível governamental. “O problema não existe apenas na UBI”, lembrou Paquete de Oliveira, presidente do Conselho Geral da UBI. “É uma dificuldade nacional” e, ainda que não tenham sido avançadas propostas concretas, “foi feita uma chamada de atenção geral à tutela e ao e do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), uma vez que é um problema das universidades portuguesas”. De acordo com números apresentados na reunião de sextafeira, dia 27, prevê-se que 150 mil alunos tenham terminado o Secundário e apenas um terço venha a concorrer ao Ensino Superior. Há, portanto, uma margem de manobra significativa para atrair estudantes para as universidades e politécnicos.

O relatório foi apresentado pelo Reitor da UBI Para esse trabalho a Universidade da Beira Interior conta com pelo menos duas vantagens, também apontadas durante o encontro, de acordo com Paquete de Oliveira. “É provavelmente a universidade portuguesa mais nacional. Isto é, as outras instituições estão tendencialmente a receber alunos da própria região, enquanto a UBI atrai pessoas de todo o país”, explica, acrescentado: “Um outro fator que beneficia a UBI é a circunstância de ter cerca de 720 camas nas suas residências”. Quanto ao Relatório de Ativi-

dades, apresentado por António Fidalgo e Mário Raposo, respetivamente reitor e vice-reitor, dá conta da vida da UBI num ano que teve a circunstância de assistir à transição de reitores. João Queiroz deu lugar ao atual. “A apreciação foi positiva”, referiu Paquete de Oliveira. “Destacase o trabalho realizado pela anterior reitoria no campo das ciências médicas, uma área considerada fulcral para a sustentabilidade de própria universidade, a sua credibilidade e acreditação no espetro universitário geral”, concluiu. K Rodolfo Pinto Silva _

Inovação em saúde

UBImedical com ideias 6 A procura de ideias inovadoras para serviços ligados à saúde passou pela Universidade da Beira Interior (UBI) a 27 de junho, numa colaboração entre as empresas Business Talent Enterprise Network (B’TEN), Whatever e PT, que deram corpo ao UBImedical – BlueStart Design Thinking, dedicado à apresentação de projetos na área da saúde e mobile, que possam ser desenvolvidos em parceria. Cinco grupos explicaram os seus projetos, antes de ouvirem as recomendações dos consultores. O objetivo é que alguns deles possam ser transformados em startups ou produtos e serviços para aplicação em empresas, pelo que o UBIMedical é visto “como uma infraestrutura preciosa que pode criar valor e emprego para a região da Cova da Beira e do País”, segundo Sérgio Lorga, representante da B’TEN. Depois da parceria estabe-

lecida com a UBI, a PT desempenhará um papel decisivo no aproveitamento de ideias que surjam nos laboratórios previstos no âmbito do protocolo assinado a 9 de junho. Um deles, o Medical Lab, ligado à saúde, poderá alimentar novas valências à paleta de serviços de empresa.

Um dos exemplos de projetos ligados à saúde desenvolvidos pela PT é a telemedicina, um projeto que começou na zona centro do País e que já está ser implementado no estrangeiro, nomeadamente em São Tomé e Príncipe e Brasil. K Rodolfo Pinto Silva _

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Real Fábrica de Panos

250 anos a urdir o futuro

6 “Foi um dos maiores investimentos públicos da história da Covilhã”, considera Elisa Pinheiro, antiga diretora do Museu de Lanifícios da UBI, instalado em parte da antiga Real Fábrica dos Panos, que assinala 250 anos da sua criação, por iniciativa do Marquês de Pombal. O edifício inclui ainda a Universidade e a Faculdade de Ciências da Saúde, para citar alguns exemplos referidos pela antiga responsável, recordando que a Real Fábrica também foi um espaço de aprendizagem: “Começou por ser uma escola para os industriais e para os trabalhadores e depois um dos primeiros cursos do Politécnico foi Engenharia Têxtil. Há aqui de facto um contínuo da história que liga no fundo o passado, o presente e espero que ligue o futuro da cidade”. Para recordar todos estes aspetos e assinalar os dois séculos e meio da criação da Fábrica de Panos, o Museu dos Lanifícios dedicou a tarde de 26 de Junho à efeméride. E ficou a conhecer-se aspetos gerais da construção, importância e história da unidade de produção, que acabou por ser o primeiro passo para a organização de uma atividade que já era relevante na região. “Até 1764 vingava ainda uma multidão de pequenas oficinas e um rol de infindas operações dispersas, tantas como as salas da fábrica a construir. Ao lançar a

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Real Fábrica de Panos sobre este caos, preparava-se o futuro. Particularmente preparava-se massa crítica, dir-se-ia atualmente. Entrava-se na concorrência, até internacional”, descreveu o atual diretor do Museu dos Lanifícios, António Santos Pereira. E terá sido a primeira instituição a desenhar as ligações numa zona do país que também daria origem à designação da UBI. “Adensa uma região que vinha de Pinhel a Castelo Branco, podendo-se aqui encontrar a matriz de uma Beira Interior”, sublinha o responsável. Na década de 1970 recebeu a instalação da Repartição e Tesouraria de Finanças da Fazenda Pública, até que em 1973 dá-se início a outra grande viragem. É neste ano que se funde o futuro da UBI – primeiro como Instituto Politécnico – com o da Real Fábrica de Panos e toda

uma história ligada à atividade que marca ainda a Covilhã: os têxteis. A ciência passa a ser um outro motor da cidade que ganha uma nova face urbana com o crescimento da Universidade. António Fidalgo, na sessão de abertura da cerimónia comemorativa, destacou uma das características mais visíveis da instituição que dirige: a recuperação das antigas fábricas, muitas delas próximas da Real, que hoje servem para “A UBI é um exemplo em Portugal de como um património que era industrial foi reconvertido em património de ensino superior”, disse o reitor da Universidade, recordando o passado de ruínas. “Eram fábricas que tinham ardido e eram restos desses material que aqui existiam. Com uma ação concertada, a todos os títulos notável, a UBI conseguiu recuperar esses edifícios”, explicou. K Rodolfo Pinto da Silva _

Doutoramento na UBI

O valor da embalagem 6 A forma como o tipo de embalagens influencia os públicos infantis é a grande linha da tese de doutoramento “Persuasão Visual. Percepção da embalagem de cereais pelos públicos infantis pré escolares”, defendida por Madalena Sena, na Universidade da Beira Interior, a 24 de Junho, uma investigação multidisciplinar em áreas como a comunicação, o marketing, a publicidade, o design gráfico e a psicologia da percepção. “A embalagem é um objecto completo e complexo que reúne duas grandes funções: conter o produto e anunciá-lo. Contudo, o facto de o produto estar contido no interior da embalagem, deixa de ser visível para os consumidores e portanto cabe à embalagem a dura tarefa de o anunciar”, explica a investigadora. Neste contexto, “são os elementos gráficos impressos na embalagem que cumprem a missão de comunicar o produto contido no seu interior, principalmente nos targets

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Alunas da UBI na Amazon

PT Inovação apoia

T O livro Polineuropatia Amiloidótica Familiar: Uma Abordagem Neuropsicológica, da autoria das alunas da licenciatura de Psicologia da Universidade da Beira Interior, Tânia Martins e Andreia Pereira, sob orientação de Luís Maia, acaba de ser publicado e editado pela Amazon. Com 146 páginas, escrita em português, resulta do estudo e investigação em Neuropsicologia e Polineuropatia Amiloidótica Familiar. A obra inclui uma revisão da literatura acerca da visão neuroanatómica do sistema nervoso e das suas funções, história da Neuropsicologia, métodos comummente utilizados, avaliação, intervenção e reabilitação neuropsicológica. K

T A PT Inovação e Sistemas acaba de aprovar a execução de um projeto que pretende determinar oportunidades de otimização do processo de teste de usabilidade e acessibilidade na prática em vigor na PT, o qual será desenvolvido pelo Grupo Release (Reliable and Secure Computation Group - Grupo de investigação do Departamento de Informática da UBI). Este é o terceiro projeto aprovado pela PT Inovação e Sistemas em dois anos. Os anteriores foram investigações nas áreas da privacidade e segurança na cloud e segurança de dispositivos móveis para transações “Machine to Machine” no contexto da internet das coisas. K

Aluno UBI vale ouro T Henrique Neiva, estudante do Doutoramento em Ciências do Desporto da Universidade da Beira Interior, voltou a conquistar medalhas de ouro no Campeonato Nacional Universitário de Natação de Piscina Longa, nos 50 e 100 metros bruços, a 22 de junho, no Complexo de Piscinas de Coimbra. “Desde que sou aluno da UBI tenho representado esta Universidade com orgulho e procurado alcançar os melhores resultados. Para além de serem uma forma de reconhecimento do trabalho realizado, tanto para mim como para as pessoas que trabalham diretamente comigo, são um prémio para toda a equipa presente nos campeonatos e para a AAUBI”, refere Henrique Neiva.K

Filmes UBI

de crianças que não sabem ainda ler”. O trabalho centrou-se na investigação em torno de marcas de cereais matinais. Madalena Sena procurou perceber quais os elementos mais persuasivos: se a cor, a marca, a imagem do produto ou as mascotes. O teste realizou-se recorrendo a uma amostra de 229 crianças do ensino préescolar português distribuídas por três grandes zonas geográficas do país (norte, centro e sul). As conclusões apontam para a

falta de fidelidade às marcas. Segundo Madalena Sena, “uma marca nova, pode pôr em causa essa fidelidade”, que pode depender da embalagem, uma vez que “as crianças em idade pré-escolar preferem cores de embalagem de acordo com as suas preferências cromáticas” e “nem sempre fazem associações directas de uma marca à sua mascote, que é mais persuasiva que a marca”. K Rodolfo Pinto da Silva _

T A marcar os 10 anos da licenciatura de Cinema na Universidade da Beira Interior, o curso acaba de criar o site Filmes UBI, que disponibiliza 100 filmes realizados pelos alunos de Cinema da UBI, trabalhos cinematográficos que resultam dos projetos de final de curso. No site encontra informações gerais sobre os filmes, ficha técnica, sinopse, trailer, prémios e exibições. Muitas destas curtas, médias e longas metragens foram filmadas na Covilhã e arredores e contam com atores conhecidos, permitindo reconhecer gentes e locais. K

Protocolo com Termas T A Universidade da Beira Interior, o Município de S. Pedro do Sul e a empresa municipal Termalistur acabam de assinar um protocolo de cooperação para a promoção de esforços conjuntos nos âmbitos da investigação, formação de recursos humanos e incubação de empresas. Em cada ano letivo, e sempre que possível, as partes irão definir um planos de trabalho para a realização de dissertações de mestrado e teses de doutoramento nas áreas enquadradas. No seguimento deste protocolo, o MSPS e a Termalistur facultarão estágios a finalistas dos cursos ministrados pela UBI, em número, áreas e períodos a designar, proporcionando, assim, a inserção de graduados e pós graduados no mercado de trabalho e beneficiando, por outro lado, de um contacto estreito com novos conhecimentos e métodos de gestão veiculados pelos mesmos. K

Doutoramentos com vagas T Já está definido o número de vagas para os novos doutoramentos em consórcio integrado pela UBI. Ciência Política terá 10 vagas, Design de Moda apresentará 20, Estudos de Comunicação: Tecnologia, Cultura e Sociedade disponibilizará 30 e Materiais e Processamento Avançados terá 25. As vagas são distribuídas pelas instituições de ensino superior pertencentes a cada consórcio. K


Células Estaminais Cancerígenas

Descoberta em Coimbra

Tratamento do cancro

Aveiro inova 6 Um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu um dispositivo para tornar mais eficientes os tratamentos de radioterapia contra o cancro e que, por isso, pretende revolucionar a forma e a qualidade com que estes são monitorizados. Trata-se de um dosímetro que permite aos médicos aplicar o tratamento radioterapêutico de forma mais eficiente nas células malignas, poupando ao mesmo tempo os tecidos saudáveis, na medida em que fornece informação em tempo real sobre a dose de radiação que está realmente a ser aplicada. O sistema desenvolvido no Departamento de Física (FIS) da UA utiliza sondas radio-sensíveis com um diâmetro inferior a um milí-

metro que, implantadas junto ao tumor ou mesmo no respetivo interior, permitem quantificar a dose de radiação absorvida. Através de um recetor eletrónico externo, que lê os sinais emitidos pelas sondas, os técnicos radioterapêuticos poderão ter controlo absoluto sobre a distribuição e a quantidade da dose entregue nas regiões a tratar, de modo a garantir que estas sejam efetivamente aquelas que foram calculadas e prescritas pelo médico. O trabalho de João Veloso, Filipe Castro e Luís Moutinho. investigadores da UA iniciou-se em 2010. Atualmente procuram financiamento para a realização de testes invitro simulando o ambiente clínico. Após essa fase pretende-se avançar para testes in-vivo. K

Cientista português mais citado

Nuno Peres, o físico 6 Nuno Peres, físico e professor catedrático da Escola de Ciências da Universidade do Minho, é o português cujas publicações científicas têm mais impacto a nível mundial. A confirmação é dada pela lista ISI Thomson Reuters Highly Cited Researchers 2014, que inclui apenas 3000 cientistas de todo o mundo, sendo três deles portugueses. Os artigos de Nuno Peres têm 13.839 citações, seguindo-se os do engenheiro Mário Figueiredo (Universidade de Lisboa) com 4622 e os do biólogo Miguel Araújo (Conselho Superior de Investigações Científicas, Espanha). A lista é elaborada pelo Institute for Scientific Information (ISI) Publicidade

6 Uma equipa internacional liderada por investigadores da Universidade de Coimbra e coordenado por Paulo Oliveira, descobriu como eliminar células estaminais cancerígenas através da manipulação da sua produção de energia. Estas células resistem aos tratamentos convencionais e podem proliferar e gerar novas células malignas, sendo responsáveis pela reincidência de vários tipos de cancros. O estudo, que acaba de ser publicado na prestigiada revista científica Cell Death and Differentiation, do grupo Nature, foi desenvolvido ao longo dos últimos seis anos por uma equipa internacional coordenada por investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, em parceria com as Universidades do Minnesota-Duluth e Mercer, nos EUA, com o objetivo de alterar e eli-

minar células estaminais cancerígenas através da manipulação da sua produção de energia. Financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo programa europeu FP7, através de uma bolsa Marie-Curie, a investiga-

ção centrou-se em identificar como é que os processos de geração de energia em células estaminais cancerígenas estão interligados com os fenómenos de diferenciação (transformação) celular e resistência a agentes anticancerígenos. K

Média-Arte Digital

Retiro Doutoral em Silves 6 O 2º Retiro Doutoral em Média-Arte Digital, organizado pela Universidade do Algarve e pela Universidade Aberta, em colaboração com a Câmara Municipal de Silves, decorre de 12 a 18 de julho, em Silves, sob o tema Poéticas Digitais em Al-Mut’amid - Inovação, Poesia, Inclusão, e constitui o momento alto do curso, onde alunos, docentes,

convidados e público em geral podem usufruir de um espaço comum de partilha de ideias, de análise de resultados e de desafios futuros. No decorrer do retiro terão lugar diversas atividades, tais como fóruns, seminários, tertúlias, workshops, momentos musicais e de poesia, realização de ações de intervenção artística e perfor-

mance, exposição de artefactos de média-arte digital, apresentação, discussão e avaliação de planos de tese, entre outras ações programadas para desfrutar em plenitude a cidade de Silves e envolver a história da cidade e do seu grande poeta Al Mut’amid, na produção artística e académica que irá ser realizada no retiro. K

nova reitora de évora quer

Afirmar a Universidade e a presença de investigadores nacionais tem muita relevância, pois é um critério usado para realizar rankings de instituições de ensino superior. Tem também um impacto excecional na carreira e no reconhecimento entre cientistas. K

6 A Reitora da Universidade de Évora, Ana Costa Freitas, quer afirmar a sua instituição como um dos principais motores de desenvolvimento da região, mas sublinha que o referido estabelecimento de ensino é universal. Para Ana Costa Freitas, a Universidade de Évora “nunca aceitará o repto de instituição regional”. Afirma que a “universidade é universal pelo acesso de que goza, sem fronteiras, a todo o conhecimento produzido no mundo. É universal pelo direito de utilizar esse conhecimento para produzir novo conhecimento e para desenvolver novas tecnologias e novas expressões artísticas”. A Reitora considera ainda que a universidade é universal por ser “um Pólo de atração das gen-

tes vindas de todos os azimutes, que aqui procuram a sua qualificação académica ou profissional”. Por outro lado, e de acordo com a dirigente, é universal pela “preparação que proporciona” a todos aqueles que passam pela instituição e “partem para todas as partes do mundo socializando com o conhecimento tecnológico, humanístico e cultural que receberam”. É por ser uma universidade para o Mundo que Ana Costa Freitas considera que a Universidade de Évora constitui uma mais-valia para a região Alentejo, onde atuará como “ um estímulo para a concentração empresarial” e como “um incomparável motor do desenvolvimento cultural”. K Ana Costa Freitas, reitora da UE

Noémi Marujo _

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distrito unido com o ipcb

Bolsas e estágios para alunos 6 Nove das 11 câmaras municipais do distrito assinaram um protocolo de cooperação com o Instituto Politécnico de Castelo Branco. No total vão ser pagas 80 bolsas, no valor de 840 euros cada, a alunos desses concelhos. As Câmaras de Castelo Branco, Covilhã, Fundão, Idanha-a-Nova, Proença-a-Nova, Oleiros, Vila Velha de Ródão, Penamacor e Belmonte assinaram um protocolo de cooperação com o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB). Um acordo que garante a atribuição por parte desses municípios de cerca de 80 bolsas de estudos a alunos desses concelhos, no valor de 840 euros (cada uma), já a partir do ano letivo 2014/15. Uma quantia que diz respeito à propina do 1º ano dos cursos de licenciatura. Além das bolsas, o protocolo abre a porta para a realização de estágios curriculares e para diplomados naqueles municípios. Com este acordo, nove dos 11 concelhos do distrito de Castelo Branco mostraram-se empenhados em cooperar com o Instituto Politécnico, fomentando também a qualificação da sua população e a fixação de pessoas na região. “Cada autarquia irá agora definir quais as áreas de formação prioritárias tendo em conta as necessidades dos concelhos”, disse o presidente do IPCB, Carlos Maia. O líder do Politécnico revela que houve por parte dos municípios uma grande abertura. “O IPCB reuniu-se com todos os presidentes de câmara do distrito e com todos os agrupamentos de escola”, explicou Carlos Maia, enquanto reforçava a ideia de que a “qualificação é o principal instrumento para se combaterem os problemas”. Neste processo, o responsável pelo IPCB sentiu também “que o Politécnico de Castelo Branco é um referencial de confiança”. Perante os autarcas presentes (na sessão formal da assinatura dos protocolos estiveram ausentes os municípios de Proença-a-Nova e Belmonte), Carlos Maia foi claro: “contem com o IPCB, peçam-nos mais!”. Luís Correia, presidente da Câmara de Castelo Branco, considera que com o acordo assinado “ficou demonstrada a importância do IPCB para a região, bem como o interesse de todos trabalharmos em rede”. O autarca albicastrense diz ter “a perspetiva de que é importante termos gente qualificada e formada aqui”. O presidente da Câmara de Castelo Branco destacou a colaboração que existe entre a autarquia e o Politécnico, dando como exemplos a “construção da Escola Superior de Artes Aplicadas ou, mais recen-

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temente, a Culturmoda. Estamos a construir com o IPCB muito do que é o desenvolvimento da região. Não vamos regatear esforços para o reforço do Politécnico”. A Câmara da Covilhã também se associou à iniciativa. Jorge Torrão, vereador da educação, em representação do presidente do município, lembrou que a sua autarquia “tem uma estratégia alargada, onde não cabem falsas divisões. É dentro deste espírito que nos associamos a quem está nas áreas do conhecimento”. Aquele responsável acrescentaria que “o IPCB é uma instituição credível, com estratégia para o futuro”. Da Cova da Beira, Paulo Fernandes, presidente da Câmara do Fundão, sublinhou “o valor simbólico de aqui estar quase todo o distrito. Se há entidades que podem promover a coesão territorial, aquelas que estão ligadas ao conhecimento têm um papel importante”. Paulo Fernandes falou na necessidade de

“vinculação de alunos ao território. Com as bolsas e os estágios damos um sinal à comunidade para que os estudantes e diplomados fiquem no nosso território”. Uma das autarquias que tem estado ligada ao Politécnico é Idanha-a-Nova. Armindo Jacinto, o seu presidente, destacou o trabalho desenvolvido por Carlos Maia junto dos municípios e do meio empresarial, para “que seja toda esta comunidade a contribuir para fortalecer o IPCB. Uma instituição que tem tido um papel importante no desenvolvimento da região”. O autarca lembrou que muitos dos presidentes de câmara no distrito foram “formados no Politécnico de Castelo Branco. No futuro os desafios do IPCB são muito grandes. Todos juntos temos a obrigação de tornar o Politécnico mais forte”. Fernando Jorge, presidente da Câmara de Oleiros, destacou “o trabalho de se terem junto todos

estes municípios”. Para o autarca “um povo sem cultura e sem formação é um povo pobre”. No entender de Fernando Jorge, “esta iniciativa pode dar uma grande ajuda aos nossos concelhos”. As artes e a floresta foram duas das áreas destacadas pelo autarca. “Nós é que temos que estar gratos ao IPCB”. Luís Pereira, presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, foi um dos autarcas que concluiu a licenciatura no IPCB (João Paulo Catarino, de Proença-a-Nova, Armindo Jacinto, de Idanha-a-Nova, e António Luís Beites, de Penamacor, são os outros presidentes diplomados pelo Politécnico). “Esta é a minha

casa. Quatro dos 11 presidentes de Câmara do Distrito estudaram aqui, o que atesta bem a importância do Politécnico”, disse. O autarca de Ródão lembrou que a cooperação com o IPCB “é uma estratégia que já vem de longe. Este protocolo é mais um instrumento para mantermos os jovens no território”. Finalmente, António Beites, presidente da Câmara de Penamacor, reiterou a ideia de que “trabalhar em conjunto, com o intermunicipalismo e com a educação, constitui uma mais valia para todos”. O autarca considera que essa é uma estratégia que vai dar os seus frutos. K


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Politécnico de Portalegre em Bruxelas

Reforçar financeiramente a oferta formativa 6 O vice-presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, Albano Silva, sublinhou, em Bruxelas, na Comissão Europeia, a importância “do IPP financeiramente reforçar a oferta formativa de cariz profissionalizante. Algo que se enquadra muito nos projetos que a União Europeia apoia”. Aquele responsável falava durante uma missão promovida pela Europe Direct do Alto Alentejo à Comissão Europeia e na qual o Ensino Magazine também participou. No entender de Albano Silva, “é importante que os institutos politécnicos do interior do país sejam contemplados, do ponto de vista orçamental, com uma parte da componente de desenvolvimento regional e não apenas com o que respeita à oferta formativa”. Algo que poderia ser feito através da relação que os institutos têm com as autarquias, empresas e comunidades. Albano Silva dá como exemplos os projetos de intervenção que pudessem vir a ser desenvolvidos. “Deveríamos encontrar formas de financiamento para esta componente, as quais não teriam que passar necessariamente pelo Ministério da Educação, mas por projetos financiados pela Europa, envolvendo as próprias Comissões de Desenvolvimento Regional”. Na missão à Comissão Europeia participaram as principais entidades do Alto Publicidade

Alentejo, marcando presença, entre outros, os presidentes de Câmara de Campo Maior (Ricardo Pinheiro), Ponte de Sôr (Hugo Hilário) e Gavião (José Pio), diretores de escola, e comunicação social. Albano Silva considera que os politécnicos têm um papel importante na oferta formativa profissionalizante. Em declarações à Imprensa, à margem das reuniões de trabalho que foram mantidas com responsáveis da Direção Geral da Educação e Cultura, Albano Silva apontou os cursos

técnicos de ensino superior profissional como importantes. “Fomos chamados pelo Ministério para ministrar esses cursos. Daí que tenha sentido arranjar alguma forma de encontrar fundos estruturais que aumentem o orçamento do Instituto Politécnico de Portalegre”. Para Albano Silva, o ensino profissionalizante é “uma forma dos politécnicos marcarem uma posição no Interior do país e de trabalhar para um designio nacional”. Este tipo de oferta vai avançar como projeto piloto já no novo ano letivo. O vice-presidente falou ainda “nos projetos de empreendedorismo e no trabalho que é desenvolvido no apoio a novas empresas e incubadoras. Os politécnicos também poderiam ter aqui uma ação importan-

te, sendo financiados para isso, no sentido de apoiar essas pessoas na construção do seu próprio emprego e de as colocarem em articulação umas com as outras”. E porque o Erasmus + foi tema de uma das reuniões de trabalho, Albano Silva destacou a importância da mobilidade internacional. “Também aqui poderíamos aumentar mais a mobilidade dos nossos estudantes e trazer alunos de fora para o Politécnico. Deveríamos ter mais apoio, para podermos receber um número maior de alunos estrangeiros. Muitas vezes queremos mais e é difícil. Neste momento temos alunos nossos em Macau, onde têm a estadia paga, e nós gostaríamos de poder fazer o mesmo com os estudantes de lá, mas não temos capacidade financeira para isso”. K

O grupo com o ministro dos Negócios Estrangeiros, em Bruxelas

Visita topo de gama 6 A visita de trabalho à Comissão Europeia promovida pelo Europe Direct do Alto Alentejo, sedeado no Instituto Politécnico de Portalegre, reuniu autarcas, docentes, empresários e jornalistas, numa jornada de trabalho que excedeu as expetativas. Com o programa cumprido à risca e muito bem organizado, os participantes debateram com técnicos superiores da Comissão Europeia (entre os quais Ricardo Ferreira, ex-docente do IPP), temas como “Iniciativa Emprego Jovem”, “Openning up Education”, “Erasmus +” e “Política Europeia para as PME’s”. O balanço da iniciativa foi bastante positivo e nem mesmo a greve dos controladores aéreos franceses, que atrasou o regresso a Portugal à hora marcada, tirou a boa disposição à comitiva. No final, ainda houve tempo para uma curta conversa com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, no aeroporto de Bruxelas. K

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José Ceia H

Castelo Branco

Culturmoda encantou a Praça 6 A Praça de Castelo Branco acolheu na passada quinta-feira a primeira edição da Culturmoda Castelo Branco. O desfile de moda encantou o muito público presente e demonstrou que a cultura e a arte se podem fazer em diferentes espaços. A iniciativa do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e da Câmara albicastrense, mostrou os

trabalhos dos alunos de mestrado da Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART) e da designer Helena Cardoso. Carlos Maia, presidente do IPCB, quer “tornar este evento como único na região. O Culturamoda é o sucessor do tradicional desfile de moda da Esart, e resultou da hipótese de lhe associarmos outro tipo de cultura, como a música da

guitarra portuguesa, por exemplo”. Além disso, prosseguiu, “este evento vem desmistificar a ideia de que a arte só se pode fazer em determinados espaços”. Já o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, lembrou que uma das estratégias da cidade “passa pela criatividade e pela cultura. A realização de um desfile com estas caraterísticas e que assenta no xisto enquan-

to elemento denominador vai ao encontro dessa mesma estratégia”. O autarca destaca também o facto do desfile ter decorrido na Praça de Castelo Branco, o “que também vai ao encontro dos produtos locais. Esta ligação também é uma aposta nossa. A realização deste evento também demonstra a consciência que temos da importância que o IPCB tem para a Região”. K

ESECB

João Serrano toma posse ESTCB

Robótica em alta 6 O Laboratório de Robótica e Equipamentos Inteligentes do Instituto Politécnico de Castelo Branco realizou a 10ª edição consecutiva do estágio “Construir Robôs Inteligentes”. Este ano decorreu na semana de 30 de junho a 4 de julho. O evento teve o apoio da Ciência Viva no âmbito do programa “Ocupação Científica de Jovens nas Férias”. Na edição deste ano o estágio foi bastante concorrido, ficando completo no

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segundo dia depois da abertura das inscrições. A Robótica tem vindo a crescer como área do saber e tem revelado um enorme sucesso na procura, associada aos Cursos de Engenharias do IPCB, em especial a Engenharia Industrial onde faz parte integrante do plano curricular. O objetivo do estágio foi o de introduzir a robótica aos alunos do ensino secundário, onde de

uma forma integrada são abordados conceitos de mecânica, elctrónica e informática, necessários ao desenvolvimento de robôs. A semana teve início com os estagiários a montarem os componentes mecânicos e electrónicos, acompanhados pelos docentes Pedro Torres e Paulo Gonçalves, e pelos alunos do CET de Automação e Manutenção Industrial: André Silva, Bernardo Lourenço e Rui Cordeiro. K

6 O novo diretor da Escola Superior de Educação de Castelo Branco, João Serrano, tomou posse no dia 9 de julho. O novo responsável pela ESE manifestou intenção de aprofundar o desenvolvimento estratégico da escola, através da cooperação e diálogo aberto com o IPCB, criação de uma relação de proximidade entre os órgãos de gestão e a comunidade educativa, assim como através da criação de sinergias institucionais e fortalecimento da relação com a comunidade. O novo diretor da ESE é doutor em Motricidade Humana, sendo professor adjunto no IPCB desde 1997, afeto à Unidade Técnico-científica de Ciências, Desporto e Artes. Durante a tomada de posse, o presidente do IPCB, Carlos Maia, re-

feriu que este é um momento de esperança, mostrando-se confiante e convicto que esta nova etapa irá contribuir para a concretização da estratégia da instituição, assente na cooperação e conciliação das especificidades de todas unidades orgânicas do IPCB. Carlos Maia referiu ainda que o momento passa pela reorganização da instituição no seu todo, no sentido de a adequar às exigências atuais, tornando-a mais forte e consistente, nomeadamente nos domínios da cooperação e transversalidade entre as várias áreas científicas e na reorganização das estruturas e dos serviços. Durante a cerimónia, foi também empossada a nova sub-diretora da ESECB, Fátima Regina, doutorada em Didática. K


IPL e Câmara juntos

Outstanding paper of the year

6 A Câmara de Leiria aprovou, por unanimidade, o acordo-programa a estabelecer com o Instituto Politécnico local para salvaguardar e valorizar o património no centro histórico e na área da reabilitação urbana da sede do concelho. De acordo com a autarquia liderada por Raul Castro, através deste acordo vão ser desenvolvidas atividades conjuntas entre as duas entidades, “nomeadamente ações de formação e divulgação sobre temas de interesse para técnicos, investidores, proprietários, habitantes e utilizadores” do centro histórico e da área de reabilitação urbana. “A Câmara e o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) apostam, também, no incentivo à participação das organizações técnico profissionais e ao apoio dos meios empresariais, industriais e imobiliários relacionados com a salvaguarda e valorização do património e reabilitação/regeneração urbana”, lê-se numa nota de imprensa do município. A Câmara adianta que “está, ainda, prevista a viabilização da realização de trabalhos técnicos com forte componente prática no 1.º e 2.º ciclos de estudos, teses

6 Ana Sofia Lopes, docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, acaba de receber o prémio de Outstanding Paper of the year 2013, atribuído pela publicação International Journal of Manpower. O artigo que lhe valeu o prémio foi elaborado em conjunto com Paulino Teixeira, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, e destacou-se pela sua inovação, rigor e qualidade de escrita. “A obtenção do prémio Outstanding paper of the year 2013 é o resultado do reconhecimento da qualidade e pertinência do artigo Productivity, Wages, and the Returns to Firm-Provided Training: Fair Shared Capitalism?, e como tal não poderia deixar de ser um motivo de orgulho”, refere Ana Sofia Lopes.

Valorizar centro histórico de mestrado de estudantes de 2.º ciclo e de trabalhos de doutoramento de estudantes do 3.º ciclo com parceria com o Politécnico de Leiria”. “Será garantido apoio técnico académico/científico preferencial do município e do IPL para eventuais parcerias e candidaturas a programas de investigação/investimento”, explica a autarquia, referindo que deste acordo faz igualmente parte a criação de documentos, projetos e outros trabalhos de parceria para aproximar o trabalho académico e técnico das necessidades do setor da reabilitação e regeneração urbana e imobiliária, tal como da gestão municipal da área em causa. Para a Câmara, fica, desta forma, garantido o conhecimento e informação adequados “para apoio à tomada de decisão nos assuntos de salvaguarda e valorização do património e reabilitação/regeneração urbana” do centro histórico e da área de reabilitação urbana, “tal como de novos e possíveis empreendimentos nestas zonas particularmente sensíveis e de interesse coletivo”. K

Docente de Leiria ganha

“Para além do aspeto motivacional, a obtenção deste prémio veio permitir a divulgação da investigação que tenho levado a cabo com o Professor Paulino Teixeira, tendo já sido contactada por diversas editoras solicitando publicações futuras”, acrescenta a docente. O artigo tem como objetivo

investigar a extensão em que os ganhos de produtividade, associados com a formação no local de trabalho, são compartilhados pelas empresas e pelos seus colaboradores. Outstanding paper of the year 2013 é o prémio atribuído por um grupo de editores da Emerald Group Publishing, composto por investigadores e empresários, ao artigo de investigação que mais se destacou durante o ano de 2013. “Este prémio é também uma grande responsabilidade, uma vez que, como melhor artigo do ano, será disponibilizado gratuitamente como sample article, ou seja, como representativo da qualidade das publicações do International Journal of Manpower”, conclui Ana Sofia Lopes. K

Caldas da Rainha

Light Curve em Veneza 6 Philip Cabau e Mário Caeiro, docentes da Escola Superior de Artes e Design (ESAD) das Caldas da Rainha, do Politécnico de Leiria, apresentam a instalação Light Curve, do artista italiano Alessandro Lupi, durante a 14.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza 2014, aberta ao público entre 7 de junho e 23 de novembro. A instalação, uma parceria portuguesa e italiana, estará exposta no Palazzo Bembo, integrada na exposição Time, Space, Existence. Light Curve faz parte de um projeto que Alessandro Lupi desenvolveu especificamente para uma exposição em Génova, em 2011, sobre um fragmento de

espaço. Esta instalação é liderada pelo Projecto Travessa da Ermida, que tem desenvolvido um programa de arte contemporânea desde 2008, e conta com o apoio da ESAD, bem como com a coordenação da Associação Cultural Palavrão. “Neste projeto a prática da arquitetura é entendida como curadoria do espaço. É esta a linha orientadora que mantém a ilusão. O trabalho de uma imaginação nómada encontra no Palazzo Bembo um lar efémero, um novo chão”, contam os artistas. “Neste fragmento de espaço testemunhamos o facto de que a luz muda tudo. A teatralidade é ativada por valores”, realçam. K

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Gala do Desporto 2014

Leiria distingue atletas 6 O Instituto Politécnico de Leiria homenageou os seus melhores estudantes atletas na Gala do Desporto SAS IPLeiria 2014, a 18 de junho, iniciativa que teve como finalidade reconhecer publicamente a prática desportiva, bem como os resultados alcançados pelos seus estudantes atletas durante o ano letivo 2013/2014. A Gala do Desporto contou com a presença de Nuno Mangas, presidente do IPLeiria, Miguel Jerónimo, administrador dos Serviços de Ação Social, diretores de escolas do IPLeiria, de Jorge Vieira, médico de Medicina Desportiva, dos treinadores, de presidentes das associações de estudantes e da presidente da Federação Académica do Desporto Universitário, Filipa Godinho. O prémio Atleta Revelação foi

atribuído por modalidade, e os vencedores foram Ana Teixeira e Carlos Simão, em andebol, Liliana Neves e Tiago Cruz, em atletismo, Diego Garcia, em futebol 11, Ângela Bernardino e Mário Pereira, em futsal. Seguiu-se a entrega do galardão de “Atleta do Ano” por modalidade, e foram vários os atletas distinguidos: Carlos Silva, em karting, João Rosa, em hóquei em patins, Paulo Bicho e Ana Correia, em futsal, Amílcar Franco, em futebol 11, Diogo Patrão, em bodyboard, Wilson Martins e Ana Patrícia Silva, em atletismo, Ivan Pedrosa e Mariama Sanó, em andebol. Foram também homenageados os Campeões Nacionais Universitários do IPLeiria que conquistaram vários títulos individualmente e coletivamente como, Daniela Cardoso, Tiago Marques, da modalidade atle-

tismo, Andrei Sandutã, da modalidade judo, Daniela Bastos, da modalidade karting, Bruno Vicente, da modalidade kickboxing, David Agostinho, da modalidade taekwondo, Tiago Marques, Tiago Cruz, Wilson Conniott, da modalidade atletismo na disciplina corta-mato, e todos os elementos da equipa de andebol feminino. João Ribeiro, atleta de andebol, e Lídia Aberto, praticante de atletismo, foram os Atletas do Ano IPLeiria – Masculino e Feminino, e o galardão Modalidade do Ano foi atribuído à equipa de andebol feminino; Marco Afra, treinador das equipas de andebol, recebeu o título de Treinador do Ano. No final da cerimónia foram ainda entregues os prémios do II Torneio Feminino Interescolas SAS IPLeiria. K

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Mestrados

IPBeja

Beja cresce 39 por cento

Aluna premiada

6 O Instituto Politécnico de Beja registou, no final da primeira fase, 96 candidaturas distribuídas pelos oito cursos de Mestrado, o que, por comparação com o ano letivo anterior, representa um crescimento de 39 por cento em termos de candidatos. Os números alcançados deixam antever um excelente resultado no final da segunda fase, que irá decorrer em setembro, pois, de acordo com a experiência dos anos anteriores, muitos dos potenciais interessados somente formalizam a sua candidatura após as férias de verão. A presidência do Instituto considera estes resultados muito positivos e fruto da estratégia de manutenção da oferta formativa de 2.º ciclo, numa lógica de fileira articulada com as ofertas formativas precedentes. Estrategicamente, tem existido a capacidade e a preocupação de planear essa articulação da oferta formativa de modo a oferecer aos estudantes do Instituto, de uma determinada área de educação e formação, um percurso formativo que se inicia num Curso de Especialização Tecnológica, passa por uma licenciatura e continua com natura-

6 Ana Rita da Silva Prazeres, ex-aluna de Engenharia do Ambiente do Instituto Politécnico de Beja e atual investigadora do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo, acaba de ser distinguida com uma menção Honrosa nos Prémios Nacionais APRH, atribuída à sua tese de Doutoramento Europeu, que terminou em outubro de 2013, Orientada por Maria de Fátima Nunes de Carvalho, do Departamento de Ciências e Tecnologias aplicadas do Politécnico de Beja, e por Francisco Javier Rivas Toledo, do Departamento de Engenharia Química e Química Física da Universidade da Extremadura. Esta distinção nacional devese ao desenvolvimento de tra-

balho de reconhecido mérito: 10 artigos científicos publicados, 8 em revistas de circulação internacional com arbitragem científica, 2 em revistas nacionais, uma patente intitulada Tratamento de Águas Residuais da Indústria de Queijo Mediante Processos em Série de Precipitação Química e Biodegradação Aeróbia, entre vários outros indicadores científicos O Prémio APRH é atribuído bienalmente e destina-se a trabalhos de investigação que contribuam de maneira significativa para o progresso dos conhecimentos técnicos e científicos em temas transversais ao setor da água e para a resolução dos problemas nacionais no domínio dos recursos Hídricos. K

CET no Instituto politécnico de beja

Ave: Propinas não aumentam

T O Instituto Politécnico de Beja tem a decorrer, até 28 de setembro, as candidaturas aos Cursos de Especialização Tecnológica (CET), nas áreas de Banca e Seguros; Culturas Regadas; Olivicultura e Viticultura; Projeto e Instalação de Redes Locais de Computadores, Psicogerontologia; Qualidade Ambiental; Segurança e Higiene Alimentar e Treino Desportivo de Jovens Atletas. Os CET, são formações pós-secundárias, não superiores que visam conferir qualificação profissional do nível 5. K

T O Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, em Barcelos, decidiu manter, no próximo ano letivo, o valor da propina de 780 euros para os estudantes de licenciatura. Uma decisão que acontece pelo quarto ano consecutivo e tem em conta a difícil situação das famílias portuguesas. A opção pelo não aumento das propinas foi tomada em reunião do Conselho Geral na sequência de uma proposta apresentada pelo presidente do IPCA, João Carvalho. “Não faz sentido aumentar propinas enquanto se mantiver a atual situação económica da grande maioria das famílias dos estudantes do ensino superior”, justificou. K

GICom - João Domingos H

lidade num curso de Pós-graduação, Pós-licenciatura e/ou Mestrado. Para além da manutenção da oferta formativa, o IPBeja tem igualmente procurado responder aos desafios da comunidade, nomeadamente com a transformação da Pós-graduação em Higiene e Segurança no Trabalho (em 2013/14) num mestrado (em 2014/15), numa

lógica de valorização desta oferta formativa. Da mesma forma, o Instituto respondeu ao desafio do Sinestecnopolo para a criação de uma nova Pós-Graduação em Turismo Industrial, a funcionar em sistema de B-Learning, com aulas presenciais em Sines, e cujas candidaturas são efetuadas diretamente junto do Sinestecnopolo. K

Politécnico de Viseu

1,4 milhões para Lamego 6 O Instituto Politécnico de Viseu acaba de assinar um protocolo com o Governo que visa melhorar as instalações científicas, pedagógicas e administrativas da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego, no âmbito de uma candidatura ao Programa Operacional Temático de Valorização do Território. A obra, no valor total de um milhão 375 mil euros, é comparticipada a 85 por cento e deverá estar concluída em junho do próximo ano, estando disponível para entrar em funcionamento em 2015/2016. A cerimónia protocolar de assinatura dos contratos realizou-se no Palácio das Laranjeiras, em Lisboa, e contou com a presença do secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, do secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, e do secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro Almeida. O IPV esteve representado pelo seu presidente, Fernando Sebastião, que assinou o protocolo, e pelo presidente da escola, Álvaro Bonito. A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego está atualmente a funcionar em dois edifícios situados no centro de Lamego, um per-

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Viana: Artistas procuram bolsas

tença do IPV e o outro subarrendado à Câmara Municipal de Lamego, dada a insuficiência de espaços físicos no edifício principal. Com este projeto de ampliação e requalificação do edifício principal da escola, a instituição pretende proporcionar melhores condições para nele serem lecionados todos os cursos que a Escola ministra, perspetivando-se que o segundo edifício deixe de ser necessário. Esta intervenção visa a construção de novas salas de aula, gabine-

tes de docentes, instalações para a associação de estudantes e outras infraestruturas de apoio administrativo e pedagógico, bem como o rearranjo das zonas exteriores, a recuperação das fachadas do edifício, a instalação de um posto de transformação de energia elétrica, a criação de condições de segurança contra incêndios e evacuação de emergência, e a melhoria das acessibilidades a utentes portadores de deficiência motora. K Joaquim Amaral _

Tomar ganha Skills Portugal T Wilson Barbeiro, aluno do curso de Design e Tecnologia das Artes Gráficas do Instituto Politécnico de Tomar, sagrou-se campeão nacional no Skills Portugal, na modalidade de impressão Offset. Está neste momento a receber formação para participar no EuroSkills, em Lille na França, no próximo mês de outubro, e está confiante de que pode vencer, à semelhança da experiência vivida em território nacional. K

T O Instituto Politécnico de Viana do Castelo recebeu 110 candidaturas a bolsas artísticas europeias do European Citizen Campus, “um número que ultrapassou largamente a expectativa inicial, uma vez que, para as 24 vagas abertas, registou-se um número muito superior de candidatos oriundos de todo o país e de várias universidades e politécnicos”, disse Joel Pereira, coordenador da Oficina Cultural, entidade do IPVC que coordenou o processo de candidaturas. Os resultados demonstram que este modelo de formação fez todo o sentido para os jovens portugueses, pois é sustentado numa parceria de várias entidades de ensino superior europeias, em que o IPVC se inclui. K


Curta duração

IPCB com novos cursos

Licenciatura

Santarém aposta nas redes sociais 6 Redes Sociais é a nova licenciatura que o Instituto Politécnico de Santarém vai apresentar já no próximo ano letivo. A proposta surge da Escola Superior de Gestão e Tecnologia

e é a primeira oferta formativa do género a ser ministrada em Portugal. A licenciatura terá 30 vagas e vai comportar unidades curriculares da Matemática à Escrita Criativa. K

Sines

24 horas de logística em Setúbal 6 A Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal (ESCE/IPS) participou nos dias 21 e 22 de junho, no Porto de Sines, na IX edição das “24H de Logística”, com três equipas de estudantes da Licenciatura em Gestão da Distribuição e da Logística. A iniciativa, organizada pela SFORI, procurou proporcionar aos participantes o contato com a realidade profissional na área da logística e da distribuição, apresentando-lhes atividades de

caráter experiencial e que colocam à prova as suas capacidades de gestão de tempo e stress, de liderança partilhada e situacional, de comunicação, de gestão de conflito e de gestão de equipas. O desafio “24H de Logística” materializa-se numa excelente oportunidade para os estudantes adquirirem e aprofundarem competências essenciais ao desempenho de funções na área da logística e distribuição, bem como para treinarem a sua aptidão de trabalho em grupo e de tomada de decisões. K

6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco vai abrir três cursos de ensino superior de curta duração, confirmou ao Ensino Magazine o seu presidente, Carlos Maia. Um dos cursos está diretamente relacionado com o Data Center da PT que está sedeado na Covilhã, tendo sido desenvolvido com o apoio dos técnicos. “Temos uma parceria com o Data Center pelo que para nós é estratégico apresentarmos este curso, até porque foi por eles solicitado”. Carlos Maia revela que os outros dois cursos estão relacionados com a área agrícola. Surge assim a oferta formativa em Biotecnologia de Plantas, uma área que o presidente do IPCB também considera importante, “tendo em conta a parceria que existe com a Câmara do Fundão, nesta área”, e em Veterinária e Produção Animal. “Estamos convictos que a agronomia vai voltar a ter alguma relevância no nosso país, pelo que esta oferta poderá ser importante para as licenciaturas em agronomia e enfermagem veterinária”, acrescenta. O presidente do IPCB adianta que este ano só

serão apresentados três cursos de curta duração, pois “foi o que ficou acordado no Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos”. A decisão do IPCB avançar com cursos de curta duração surge na sequência da tutela ter atendido às exigências dos politécnicos, e que passam pela diferenciação entre os Cursos de Especialização Tecnológica (CET’s) e os novos cursos, e por os CET’s no futuro, deixarem de ser uma porta de entrada para as licenciaturas, passando

a ser os novos cursos de «curta» duração a constituir essa porta de entrada. “Houve da parte do Secretário de Estado do Ensino Superior onde nos foi garantido que as questões que tinham sido levantadas iriam ser resolvidas”, explica Carlos Maia, presidente do IPCB. Outra das questões importantes diz respeito ao financiamento dessas ofertas formativas. “Em alguns casos estes cursos vão obrigar à contratação de pessoal docente. Estes cursos têm que ser financiados pelo Orçamento de

Estado, pois as instituições não podem estar sujeitas a que quando acabarem os fundos estruturais, não haja verbas para os compromissos assumidos. Uma questão que o Secretário de Estado disse ser solucionada a tempo dos cursos abrirem no ano letivo que se aproxima”. No que respeita a propinas, os novos cursos de técnicos superiores profissionais terão uma propina anual de 650 euros (neste momentos os CET’s, com uma menor duração, têm uma propina de 500 euros). K

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Concurso internacional

Alunos do IPG premiados

6 Dois alunos do Instituto Politécnico da Guarda foram premiados no âmbito do concurso internacional Glassberries, promovido pela empresa Barbosa & Almeida (BA). Pedro Sousa conquistou o segundo prémio deste concurso e Carlos Alexandre o segundo lugar na categoria “Escolha do Cliente”. A entrega de prémios teve lugar em Serralves (Porto), na passada semana. Apresentaram-se a concurso 125 candidaturas de instituições de ensino superior de Portugal, Espanha e Polónia.

O desafio que a BA apresentou aos candidatos era desenvolver uma garrafa de vodka. Com a atribuição dos Glassberries Design Awards 2014 esta empresa distinguiu as propostas mais criativas, escolhidas por um júri que integrou Mark Tluszcz, co-fundador e CEO da Mangrove, a par de responsáveis da BA Vidro, nomeadamente Slawomir Mikos, Diretor de Compras e Desenvolvimento da CEDC, Leszek Wojtan, Presidente do Conselho de Administração da Polmos Bielsko-Biala e Tiago Barquinha, CEO da Agência Mojobrands. K

Guarda

CET’s com candidaturas

III Simpósio Internacional em Seia

Inovação em Turismo 6 A Escola Superior de Turismo e Hotelaria (ESTH) do Instituto Politécnico da Guarda realiza, nos dias 11 e 12 de novembro de 2014, o III Simpósio Internacional em Inovação em Turismo e Hotelaria/ International Symposium on Innovation in Tourism and Hospitaliy (ISITH3). Este simpósio tem por objetivo debater e refletir as dinâmi-

cas associadas ao Turismo, à Hotelaria e à Restauração, em particular as orientações, estratégias, tecnologias e produtos/ serviços que – pelo seu carácter inovador, vantagens competitivas alcançadas, melhorias formativas ou novas lógicas – se constituem como processos valorativos destas áreas e fatores que fomentam iniciativas para

um profundo conhecimento das atuais tendências. A submissão dos resumos de trabalhos destinados a serem apresentados neste III Simpósio Internacional em Inovação em Turismo e Hotelaria deve ser feita até ao próximo dia 18 de julho. Os interessados podem obter mais informações em http:// www.esth.ipg.pt/isith. K

Seminário

A imprensa e suas raízes

6 No Instituto Politécnico da Guarda vai realizar-se no dia 6 de novembro de 2014 o Seminário “Imprensa Regional da Beira Interior: memórias e percursos”. “Esta iniciativa pretende ser o ponto de partida para um progressivo debate e investigação em torno da imprensa da nossa região, contribuindo para que não desapareça a memória e se continue a afirmar como uma valiosa fonte de informação sobre factos, épocas, realidades políticas, económicas e sociais”, como é explicado no sítio deste seminário, na internet. Por outro lado, é referido a propósito que a “região da Beira

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Interior tem um largo e rico historial de títulos de imprensa, aqui tendo nascido jornais cuja projeção ultrapassou as fronteiras desta zona e mesmo do país; conhecer melhor/divulgar os jornais, do passado e do presente,

publicados nesta região e incrementar o seu estudo nas vertentes que lhe estão associadas”. As inscrições para comunicações ou para participar devem ser feitas em http://www.ipg.pt/ sirbi/. K

6 No Instituto Politécnico da Guarda decorre até ao próximo dia 23 de julho a primeira fase do prazo de apresentação de candidaturas para o concurso de acesso a Cursos de Especialização Tecnológica (CET), para o ano letivo 2014/2015. Têm acesso aos CET ministrados pelo Instituto Politécnico da Guarda os titulares de um curso de ensino secundário ou de habilitação legalmente equivalente, conferente do nível 3 de qualificação; os estudantes que não tendo obtido aprovação em todas as disciplinas do 10º e 11º anos e tendo estado inscritos no 12º ano de um curso de ensino secundário ou de habilitação legalmente equivalente, não tenham concluído; os titulares de uma

qualificação profissional de nível 4; os indivíduos com idade igual ou superior a 23 anos a quem o IPG reconheça, com base na sua experiência, capacidades e competências para ingressarem no CET em questão e – entre outras condições de acesso – os titulares de cursos de ensino superior que pretendam a sua requalificação profissional. Os candidatos podem apresentar a candidatura a um ou mais CET ministrados pelo Instituto Politécnico da Guarda (até ao máximo de 3), devendo, no entanto, ser identificadas no boletim de candidatura. Os interessados podem consultar a oferta formativa, bem como obter mais informações, em www.ipg.pt. K

IPG

Fórum sobre Toponímia 6 O Instituto Politécnico da Guarda vai promover, a 30 de outubro de 2014, o III Fórum sobre Toponímia da Guarda. Como é sublinhado pela Comissão Organizadora “a toponímia assume-se como referência dos valores históricos, culturais de cada lugar e memória coletiva de factos, personalidades, tradições ou legados identitários” Deste modo, é intenção do IPG incrementar o estudo/divulgação através de diversificadas e distintas perspetivas que, globalmente, propiciem a Guarda da memória e um melhor conhecimento da toponímia, no distrito. Na nota informativa distribuída

a propósito, pode ler-se que “se a toponímia tem uma importância inquestionável na delimitação de espaços, permite, por outro lado, apreender a matriz de um povo, a organização sócio geográfica, o desenho da malha urbana de épocas passadas, o conhecimento e investigação de sítios históricos ou arqueológicos, o papel do povo na salvaguarda da atribuição de nomes que a tradição consolidou.” A submissão de comunicações deve ser feita até 12 de setembro; os interessados em participar devem efetuar a sua inscrição até 10 de outubro. Mais informações em http://www.ipg. pt/toponimia/. K

www.ensino.eu


Editorial

Quem deve gerir as nossas escolas? 7 A generalidade dos especialistas em políticas educativas têm vindo a considerar a gestão e administração escolar como uma área de profissionalidade com enorme futuro face às políticas de autonomia que se querem implementar no sistema educativo português e que são uma recomendação prioritária da União Europeia. Estaremos então perante um quadro conjuntural em que o reconhecimento de uma formação especializada nessa área das Ciências da Educação terá de ser considerada para o exercício de funções de gestão escolar, sejam elas de topo ou intermédias pelo que esta formação especializada se reveste de importância fundamental, podendo mesmo vir a constituir, dentro do estatuto da carreira docente, uma carreira in-

dependente de grande futuro. A mudança permanente da nossa sociedade exige a actualização permanente (pós graduações, especializações, mestrados…). A reconversão, pessoal e profissional vão estar na agenda de todos os actores educativos, já que a formação diversificada aumenta a capacidade de sobrevivência num sistema altamente concorrencial. Nos nossos dias, a tentativa de reorganização neoliberal da escola, em que os alunos são vistos como “clientes”, os professores como “colaboradores”, a aprendizagem como um “produto”, o sucesso académico como um indicador de “qualidade total”, o planeamento pedagógico como “acção de empreendedorismo”, a gestão escolar como “direcção corporativa” e os pais e a comu-

nidade como “stakeholders”, e o investimento como um “custo orçamental”, esta reorganização, dizíamos, tem destruído uma boa (e talvez a melhor) parte do edifício da escola pública, enquanto escola democrática, inclusiva e meritocrática. E os nossos gestores escolares têm de estar teoricamente preparados para enfrentar este desafio…. O pretenso ideal de fazer funcionar uma escola sem gestores formados e capazes, sem professores reflexivos, activos e motivados, sem custos e sem autonomia, foi experimentada por vários sistemas e conduziu sempre ao fracasso. Décadas de investigação científica provaram que todo o desinvestimento na profissão e a ausência de formação especializada sempre redundou num

atraso do desenvolvimento profissional dos docentes e, logo, à sua desactualização precoce. Se os professores e os educadores não investirem na sua actualização contínua, o seu futuro profissional pode vir a ser preocupante. Sobretudo porque isso acontece em pleno desenvolvimento da sociedade do conhecimento, da globalização, que também ela é partilha da inovação e do progresso. Acontece na escola onde os actuais alunos, apesar da sua natural diversidade, provêm de uma geração “digital”, e se revelam sujeitos activos e imprevisíveis quanto ao domínio das novas tecnologias e, sobretudo, quanto ao uso dos seus meios e conteúdos… Ou seja, numa escola que alberga uma geração em que o acompanhamento das actividades

Neste momento já há instituições a realizarem cursos grátis abertos, através da internet, cobrando apenas o certificado. A lógica de partilha e de acesso ao conhecimento pode permitir por exemplo que se uma determinada disciplina for planeada com base numa lógica de partilha aberta, esses conteúdos poderão servir milhares de alunos ao mesmo tempo em várias instituições. Qual a vantagem? Para além de evitar que os docentes repitam e preparem as suas aulas com conteúdos e conceitos que são iguais, podem maximizar esse tempo desenvolvendo outras atividades

com os alunos, os quais através dos recursos abertos já receberam a informação. É evidente que a questão foi aqui apresentada de uma forma muito simples, como se tudo fosse fácil. Não é. Mas importa referir que estamos a enfrentar uma das maiores procuras por educação e saber em todo o mundo. Em 2030, segundo a Comissão Europeia, haverá mais de 414 milhões de estudantes no ensino superior em todo o mundo. E muitos deles vão querer estar em Portugal e a tirar um curso a distância no MIT; ou em África e quererem frequentar um curso à distância de um

dos alunos dentro e, também, fora da sala de aula, e em que a formação parental, proporcionada por essa mesma escola se revelaria fundamental, ninguém se pode dar ao disparate de afirmar que existem recursos humanos e tecnológicos dispensáveis. Recursos humanos cuja formação especializada custou tempo, dinheiro e muito investimento em estruturas e equipamentos, e que não podem ser desperdiçados, num país que necessita ainda de muita educação e promoção cultural. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue a nova ortografia _

primeira coluna

Revolução digital 7 O tema não é novo, mas nunca como agora fará sentido ser debatido. A revolução digital chegou às escolas, às universidades e aos politécnicos. Com ela surge o recurso a dispositivos móveis como instrumentos de ensino, os conteúdos móveis ou a aprendizagem fora do espaço físico das instituições. Continua, no entanto, a faltar a capacidade da escola se adaptar, sobretudo no que respeita aos sistemas educativos. Uma adaptação, que a Direção Geral de Educação e Cultura da Comissão Europeia, diz que deve partir das próprias escolas, das câmaras municipais

e outras entidades. Esta revolução está longe de ser tranquila. Os alunos dominam, muitas vezes, melhor que os próprios professores as novas tecnologias. E muitos docentes, mesmo tendo os meios e recursos à disposição preferem não os utilizar, quer por dificuldade, quer por mentalidade. A questão é que o ensino está a mudar. A revolução digital veio para ficar e para mudar muitos paradigmas. Essa mesma revolução, que permite a utilização do dispositivos móveis em contexto educativo, possibilita também o acesso à chamada educação aberta.

click, em Portugal. Nem todo o futuro vai passar por aqui, mas uma parte significativa será assim registada. K João Carrega _ carrega@rvj.pt

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crónica salamanca

Parques Científicos, Humanidades e Investigacion 6 Todos los indicios observados con alguna objetividad y distancia, y sin apasionamiento, nos llevan a pensar que la universidad de esta segunda década del siglo XXI se encamina de forma alarmante hacia una deshumanización corrosiva en sus propuestas docentes e investigadoras. Pero no lo hace de manera mecánica, inocua o por casualidad, de ninguna manera. La universidad vive hoy su tiempo histórico, y tiene asignados desde los poderes fácticos, los políticos y económicos (de la banca principalmente), determinados oficios y atribuciones, como es el caso de la investigación. En otro momento, dentro del espacio de esta columna que nos reserva Ensino Magazine con amabilidad desde hace años, vamos a detenernos en valorar otras misiones universitarias como la formación de profesionales, la difusión de la cultura al máximo nivel o la proyección social y ciudadana de los miembros de la comunidad universitaria. Varias son las razones que hoy nos invitan a escribir sobre este problema que afecta de forma grave a la investigación universitaria, en apariencia tan generalista y lejano, y que algunos creen propio solamente de una exigua minoría de “científicos”, a veces autoproclamados así. Todas ellas son derivadas de situaciones y prácticas generadas en la vida cotidiana de nuestra institución en las últimas semanas. La instalación de empresas punteras en el parque científico de la Universidad de Salamanca nos parece una excelente noticia para la institución y para la ciudad y su entorno socioeconómico. En una reciente entrevista, el Vicerrector de Investigación y Transferencia Científica mostraba su satisfacción por la progresiva y continuada instalación Publicidade

de empresas, principalmente en el campo de la informática, aunque también otras spin-off procedentes de grupos de investigación competitivos. Hablaba ya de más de 300 profesionales, trabajadores de alto nivel muy especializados, formados en nuestra universidad, que a diario generan productos competitivos, y se erigen en la mejor expresión de lo que debe entenderse como transferencia de conocimiento. Sin duda que ello es un reflejo de lo que debe promover una universidad del siglo XXI si no quiere quedarse parcialmente muda y anclada en un pasado más o menos feliz y glorioso, pero sin referentes ni respuestas claras a las demandas del progreso económico y social. Otra noticia relacionada con la investigación en la universidad, y que nos parece preocupante, una vez más, es la resolución de la convocatoria de proyectos de investigación del Ministerio de Economía y Competitividad, que como en los últimos años deja la investigación en ciencias sociales, y sobre todo en humanidades, reducida a su mínima expresión. Esta política, de tan corta visión de la ciencia, pero de perversas consecuencias a medio plazo, acentúa los peligros y riesgos de olvido y ninguneo que en la investigación pública ya vienen padeciendo los asuntos del hombre y de la sociedad, a favor del nuevo becerro de oro, el eje vertebrador y excluyente de la ciencia y de la universidad en que los poderosos van convirtiendo las ciencias experimentales y la tecnología. Frente a la necesidad de armonizar las contribuciones de las diferentes ramas de conocimiento, que es lo que se desprende de un concepto razonable del mundo y del hombre, las prioridades se orientan hacia una consideración sectaria y desorientada de la tec-

nología y de la ciencia, con perjuicios excluyentes e irreversibles hacia la filosofía, la historia, y otras expresiones científicas y saberes específicos de los hombres. A ello se añade el constante bombardeo que recibimos de clasificaciones-rankings de universidades, de revistas científicas, de indicadores de producción de conocimiento, como el de Shanghai, por algunos considerado como emblemático (pero tan discutible, deshumanizado y cuestionado por otros). Conviene recordar que en ese modelo de clasificación de universidades solamente se contemplan los factores de investigación y transferencia de la ciencia que generan algunas ramas del conocimiento: química, física, matemáticas, economía, ingeniería, informática, medicina, biología, la agricultura, medio ambiente natural (no su dimensión humana), pero no otras. Aquí no cuenta absolutamente nada la calidad de la docencia, la proyección cultural de la universidad, el valor social que agrega a una sociedad. Por tanto, en ese tan discutible ranking chino de las mejores universidades del mundo solamente se valora la investigación, y solo un tipo de terminado de ella, en ciertos ramos del saber y la ciencia. Desde luego, han cambiado el sentido profundo de la universidad como establecimiento docente y formativo, tal como nació en la Europa medieval y se ha mantenido viva hasta nosotros. En ese modelo de clasificación de una pretendida universidad de éxito (podemos denominarla también universidad ideal, según los artífices del ranking) ni se mencionan campos como el derecho, la ciencia política, la sociología, la filosofía, la antropología, la psicología, la pedagogía, la lengua y literatura, la historia, la geografía, la traducción, las bellas artes, la formación de pro-

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redação, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef.: 272 324 645 Fax: 210 112 063 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Diretor Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Diretor João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt

fesores, el turismo, las bellas artes, la arqueología y otras expresiones subsidiarias de ellos. No se mencionan porque no se valoran, ni para ellos existen con valor científico. Ello significa que quienes gobiernan el mundo desconocen la superada polémica de la ciencia propia del ya lejano siglo XIX, que desprecian todo lo que no sea tangible y productivo en términos mensurables cuantificables y mercantiles, y que al fin han convertido el dios dineroproducto en el nuevo icono digno de ser venerado, e investigado, desplazando así la centralidad del hombre en el mundo. De ahí que la reclamación de los decanos de humanidades de nuestra universidad, hecha pública hace unos días en su favor, es expresión del problema que aquí exponemos, de la sensibilidad y preocupación que se vive en muchos sectores de las ciencias humanas bien representativos en nuestra institución universitaria (desde luego que en otras muchas españolas y europeas también), y de la ineludible necesidad de reorientar hacia el hombre las prioridades de una de las misiones principales de la universidad, como es la investigación. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Rogério Ribeiro Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, António Reis, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Eugénia Sousa, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras, Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora), Tiago Carvalho e Valter Lemos. Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (acionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco

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Projeto envolve IPP e autarquias

Portalegre amiga do estudante 6 O Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) acaba de apresentar o projeto “Cidades Amigas dos Estudantes”, o qual tem como parceiros as Câmaras de Portalegre e de Elvas. Esta aposta tem como objetivo unir um conjunto de parceiros regionais, para criar condições mais favoráveis para o acolhimento, a integração e o bem-estar dos estudantes do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP). O projeto foi apresentado pelos presidentes do IPP, Joaquim Mourato, e dos municípios de Portalegre, Adelaide Teixeira, e de Elvas, Nuno Mocinha. Em nota enviada ao Ensino Magazine, o IPP explica que esta “plataforma regional nasceu do entendimento que o ensino superior é importante para o desenvolvimento local. Facto que se comprova no estudo do Impacto Socioeconómico do Instituto Politécnico de Portalegre nos Concelhos de Portalegre e Elvas, apresentado em 2013, onde se conclui que a contribuição do IPP corresponde a 5,67% do PIB dos dois concelhos”. Por isso, Politécnico e autarquias consideram “a atração de jovens e a sua fixação na região determinante para contrariar o despovoamento que se vem acentuando, para entrar numa espiral de crescimento de emprego e de riqueza”.

O projeto está aberto a outros parceiros. Mas arrancou já com um conjunto de mais valias para quem quiser estudar no IPP. Assim, a Câmara de Portalegre compromete-se a criar o cartão “É Bom Estudar em Portalegre!”, através do qual os estudantes do IPP possam usufruir de descontos nas taxas de acesso e utilização (bilhetes, passes mensais ou outros) nos seguintes serviços e equipamentos do Município: piscinas municipais, estádios, campos de ténis, pistas de atletismo, pavilhão municipal, museus municipais, espetáculos no Centro de Artes do Espetáculo de Portalegre

e nos transportes públicos municipais. A Câmara de Portalegre prevê ainda o alargamento da concessão de bolsas de estudo e prémios de mérito a atribuir a estudantes do IPP; a implementação, nos serviços do Município, de estágios extracurriculares de curta duração para estudantes do IPP, com direito a alguma pequena contrapartida pecuniária; e a implementação de um Programa Municipal de Apoio ao Arrendamento Jovem. Por sua vez a Câmara Municipal de Elvas irá criar o cartão de estudante do Ensino Superior “Smart

Jovem”, através do qual os alunos do ensino superior local irão ter descontos em todos os bens e serviços municipais, bem como em lojas e/ou empresas aderentes a este serviço. Os descontos poderão chegar aos 50%. Serão também implementados, nos serviços do Município, de estágios extracurriculares de curta duração para estudantes do IPP. Outro dos parceiros da iniciativa é a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, a qual garantiu um acordo com o IPP para a prestação de cuidados médicos e educação para a saúde. Esta parceria tem como objetivo o desenvolvimento de ações de promoção da saúde (diagnóstico-intervençãoavaliação), no âmbito dos consumos nocivos, sexualidade e prevenção de fatores de risco. Joaquim Mourato lembrou ainda outras mais valias para se estudar no IPP: “não aumentámos o valor da propina. Continua a ser possível pagá-la de forma faseada, em oito prestações. Além disso, a partir do próximo ano letivo, os agregados familiares com dois ou mais alunos matriculados no IPP usufruem de apoio especial”. Outra das vantagens anunciadas diz respeito à diminuição nos custos de alojamento. Na apresentação do projeto, foi

também referido que “nas imediações da Escola Superior de Tecnologia e Gestão está a ser construído o Centro de Bioenergia: visa a criação de laboratórios de produção de energia e a instalação de uma incubadora de empresas de base tecnológica”. A acrescentar a tudo isto serão desenvolvidos os programas “IPP Amigo” (cujo objetivo é auxiliar os estudantes que, por algum motivo, não podem recorrer ao apoio social direto); “Gabinete de Empreendedorismo e Emprego” (com a missão de contribuir para a empregabilidade dos diplomados do IPP, fomentando o espírito empreendedor e o desenvolvimento de competências na área do empreendedorismo); “IPP Saúde” (realização de ações de vigilância e promoção da saúde: higiene oral, aconselhamento alimentar e apoio psicopedagógico); “IPP Lazer” (atividades desportivas e culturais dirigidas aos estudantes, que inclui ginástica de manutenção, futsal, workshops de culinária e oficina de Fotografia, entre outras); e “Mentorado” (para facilitar a integração dos novos alunos. Os mentores, alunos voluntários de anos mais avançados, participam no acolhimento aos alunos do 1º ano – mentorandos – que acompanham e apoiam, durante os primeiros meses). K

CRÓNICA

Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Hoy mis reflexiones pueden parecer, tal vez, un tanto radicales. Pero no importa, porque lo importante es lo que tenemos entre manos. Me explico. Cada vez estoy más convencido de que tenemos que ser capaces de “marcar la diferencia”. Como sabes, es éste un principio de marketing que avala el éxito de las empresas. Pero no deja de ser, asimismo, un principio educativo que avala el éxito de la acción pedagógica de los profesores. Y es que, creo, uno de los males y grandes peligros de nuestra profesión es la “rutinización” de nuestro proceder en relación con nuestros alumnos. Como también sabes, la “rutinización” es la base de la robotización. Por eso, creo que lo peor que puede sucedernos es seguir cayendo en la rutina del “a ver qué voy a hacer hoy” sin haber previsto nada con anterioridad. Cuando caemos en esto no somos más que robots disfrazados

de educadores, que basan toda su actuación en determinados “algoritmos” pedagógicos que, a la larga, son contraproducentes e, incluso, peligrosos. Tanto tú como yo, y la mayoría de los educadores, conocemos esos “algoritmos” pero nos resulta difícil renunciar a ellos, en la mayoría de las ocasiones, porque protegen nuestra comodidad y, a la larga, compensan nuestra falta de confianza en nosotros mismos como responsables del futuro de nuestros alumnos. Como sabes, siempre he sido crítico con los “trabajadores de la enseñanza”, a los que debemos diferenciar de los auténticos educadores, porque si algo caracteriza a dichos “trabajadores de la enseñanza” es su robotización en su acción pedagógica, lo que, a la larga, deriva en su alto grado de insatisfacción profesional que tiene implicaciones muy claras sobre los alumnos. Esa robotización, basada en una desafección emocional en relación con su ejercicio profesio-

nal, es la clave, a mi manera de ver, de gran parte del fracaso de nuestro sistema educativo (no es, obviamente, el único factor relevante, por supuesto). Cuando una/un educadora/or no se siente satisfecha/o con su ejercicio profesional y eso no repercute emocionalmente sobre su propia persona, podemos decir que nos encontramos ante una perspectiva “maligna”. Todos los profesores hemos sentido (y tenemos derecho a ello) la insatisfacción a que nos han conducido determinado grupo de alumnos, o determinadas acciones administrativas, o ciertas situaciones “anómalas” que no nos han permitido controlar, etc. Pero sabemos que el buen educador siente el problema “en sus entrañas”, es decir, le afecta emocionalmente, porque reconoce que, en ese momento, “algo se le ha escapado” y no puede controlarlo. Por eso, este educador hace autocrítica, revisa su actuación y, adoptando una postura pro-activa y creativa, trata de buscar salidas nuevas a los pro-

blemas viejos (que a todos, en un momento u otro nos han afectado). En mi carta anterior aparecían aspectos como el salario (siempre insuficiente) y la insatisfacción laboral. Si los profesores somos capaces de marcar la diferencia y nos sentimos auténticamente únicos, asumiremos que, más allá de la recompensa dineraria, se encuentra nuestra satisfacción personal por habernos sentido, precisamente, únicos y diferentes, y, por eso, marcando la diferencia. Esto tiene que ver, evidentemente, con algo que hemos comentado repetidas veces a lo largo de nuestro contacto epistolar de estas “cartas desde la ilusión”: nuestra actitud como profesores. Esa actitud tiene como base la generosidad de la entrega en nuestra labor educativa, a sabiendas que estamos educando hoy a los alumnos de hoy para su responsabilidad personal y profesional del mañana. Sólo la generosidad puede soportar las incertidumbres que genera esta perspectiva

de futuro y puede paliar nuestra incomodidad a la hora de realizar nuestras propuestas realmente creativas y de carácter auténticamente prospectivo mirando siempre al futuro. Espero que este descanso veraniego que ahora iniciamos nos sirva para “recomponer” nuestra actitud y cargar nuestras intenciones de auténtica generosidad que impregne nuestra acción educativa con nuestros alumnos. Hasta la próxima, como siempre, salud y felicidad. K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com

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Nuno Crato anunciou

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Avaliação de professores volta em breve 6 O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, defendeu a necessidade de apostar no processo de seleção e avaliação dos professores, pretendendo retomar “muito em breve” a Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC). “Em Portugal tomámos e estamos a tomar algumas medidas nesse sentido, no que se refere à entrada nos cursos de formação professores, ao que é ensinado nesses cursos e à Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades instituída - e que nós temos de retomar em breve”, disse à agência Lusa em Londres. O ministro falava à margem de uma cimeira de alto nível dedicada ao tema das Reformas na Educação, intitulada “Celebração, Ambição, Inspiração”, organizada pelo ministério da Educação britânico e pela Education Foundation, num painel com ministros e dirigentes de Espanha, Holanda, Polónia e China.

“Um tema comum a todos os países que aqui falaram é o reconhecimento de que a qualidade da docência e qualidade da formação inicial dos professores são fatores decisivos para melhoria do sistema de ensino”, afir-

mou no final à agência Lusa. Nuno Crato reivindicou alguns avanços neste sentido, mas reconheceu ser difícil implementar reformas num “sistema muito centralizado, muito dependente do Estado, onde os professores

Rita Ruivo

são funcionários públicos”. Um acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul (TCA) Sul datado de 24 de abril desbloqueou a realização da PACC ao revogar uma sentença anterior do Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal que impedia o MEC de realizar quaisquer atos conducentes à realização da Prova. O anúncio, em 2013, da realização da PACC desencadeou uma forte contestação dos professores, que fizeram manifestações, greve, boicotes e os sindicatos avançaram com 20 providências cautelas contra a prova. Prevista para todos os professores contratados com menos de cinco anos de serviço, a primeira fase da prova realizou-se a 18 de dezembro de 2013, mas cerca de 4.000 dos 13.500 docentes inscritos acabaram por não comparecer ao exame - por opção própria ou no âmbito da adesão aos protestos e boicotes que acompanharam a medida. K

Psicóloga Clínica (Novas Terapias) Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)

EspaçoPsi - Psicologia Clínica Av. Maria da Conceição, 49 r/c B 2775-605 Carcavelos Telf.: 966 576 123 E-Mail: psicologia@rvj.pt “Quantas vezes, para mudar a vida, precisamos da vida inteira. Pensamos tanto, tomamos balanço e hesitamos, depois voltamos ao princípio, tornamos a pensar e a pensar, deslocamo-nos nas calhas do tempo com um movimento circular (…). Outras vezes uma palavra é quanto basta.” José Saramago, “Jangada de Pedra”

O segredo de um sucesso

Domus Seguros faz 13 anos 6 Uma carteira de seguros a crescer em contra-ciclo com o País é uma das imagens de marca da Domus Seguro – Sociedade de Mediação de Seguros, que assinala 13 anos, de vida, agora sob a marca Fidelidade, na Quinta Dr. Beirão, em Castelo Branco. Paulo Vilela, de 42 anos, e Vitor Marques, de 45, são a cara da empresa que se instalou em Castelo Branco por opção e tem conseguido responder, ultrapassando até os objetivos a que se tem proposto anualmente. “O nosso sucesso passa sobretudo pela resposta rápida e adequada às necessidades de cada cliente”, referem, garantindo ainda que “há cada vez mais empresas e clientes individuais a reconhecerem o nosso trabalho, o que nos agrada bastante”, referem, na

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presença de Nuno Gonçalves, gerente do Centro de Mediadores de Castelo Branco. Detentores da única loja franchisada da maior seguradora nacional em Castelo Branco, os dois profissionais consideram o ano de 2014 muito produtivo, também porque a Fidelidade está a comercializar produtos úni-

cos no mercado, como é o caso da proteção do condutor, até 500 mil euros, “que colmata uma lacuna até agora existente no mercado”, mas também a cobertura de acidentes de trabalho “mesmo que o trabalhador vítima do acidente não estivesse a usar todo o equipamentos de defesa obrigatório

por lei”. Outra novidade é a poupança-auto, que permite ir poupando mensalmente e receber juros dessa poupança, a qual se destina ao pagamento anual do seguro, que se torna assim mais fácil, evitando por exemplo os custos de fracionamento de três em três ou de seis em seis meses”. Já recentemente, a Domus Seguro, através do sítio Internet da Fidelidade, oferece também um serviço inovador, ao permitir que os clientes possam fazer a simulação online do preço de qualquer produto que queiram adquirir. “Os clientes podem aceder, esclarecer dúvidas e saber preços, sem terem de se deslocar à loja. Prestamos assim um serviço personalizado online”, concluem. K

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Fundação Oriente

Macau oferece prémio 6 A Fundação Oriente em Macau vai voltar a atribuir este ano um prémio de artes plásticas no valor de cinco mil euros, que inclui um mês de residência artística em Portugal para artistas de Macau em início de carreira. O Prémio Fundação Oriente/ Artes Plásticas inclui as vertentes de pintura, escultura, fotografia, gravura, vídeo ou instalação e é destinado a jovens de Macau ou que tenham vivido nos últimos dois anos no território com idades compreendi-

das entre os 18 e 35 anos. As candidaturas ao prémio estão abertas até 26 de setembro, refere a instituição em comunicado. O primeiro prémio, no valor de 50 mil patacas (equivalente a cinco mil euros), é atribuído em duas modalidades, com 2.500 euros entregues ao vencedor quando forem conhecidos os premiados do concurso, e o restante valor pecuniário convertido em apoio para suportar uma residência artística de um mês em Portugal. K

Moçambique

Escola Portuguesa faz férias 6 A Escola Portuguesa de Moçambique e a SBM estão a promover, em conjunto, um programa de férias destinado a crianças com idades compreendidas entre os quatro e os 12 anos e a ser desenvolvido nas suas instalações. Teatro, culinária, cinema, artesanato, artes plásticas,

desporto e música são as atividades previstas. O programa decorre este mês, diariamente, nas instalações da Escola entre as 07H30 e as 17H00, podendo todos os encarregados de educação interessados inscrever os seus educandos sejam ou não alunos da EPM-CELP.. K

Orlando Quilambo, reitor da UEM

Mondlane é referência 6 O reitor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), de Moçambique, considera que a instituição que lidera é hoje uma referência nacional e internacional. O reitor falava durante a apresentação do relatório anual da universidade. “Ao reafirmarmos, na nossa nova visão e missão, o desafio de nos mantermos como tal, fazemo-lo conscientes de que a excelência é um alvo em movimento, quanto mais dele nos aproximamos mais se coloca no horizonte. A nossa intenção manifesta e nosso desafio permanente é continuar a granjear o respeito e prestígio que nos é reconhecido pela sociedade como a alma mater do ensino superior em Moçambique”, disse. No entender de Orlando Quilambo, a UEM foi e continuará a ser a universidade pioneira. “Aquela instituição que desbrava o terreno e abre os trilhos para que as demais possam seguir. A aprovação da nova visão e missão da UEM é disso um exemplo. Não faltam céticos.

Mas, como devem saber, explorar novos caminhos implica um certo nível de risco e incerteza. A ideia de sermos uma instituição empreendedora, proativa e pioneira em diferentes processos faz com que tenhamos que ser ousados, discrepantes com o lugar-comum e, portanto, inovadores e sonhadores”. O reitor acrescentaria “nós sonhamos com uma Universidade de referência nacional, regional e internacional cujos processos de

ensino-aprendizagem e extensão estão alicerçados na investigação. Acreditamos que essa Universidade não é possível apenas nos nossos sonhos, mas que pode ser materializada, com o apoio e a colaboração de todos e de cada um de nós”. Em 2013, inscreveram-se na Universidade 25.755 candidatos, o que representa um crescimento na ordem de 3% comparativamente ao ano anterior. K

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Miguel Ângelo em entrevista

30 anos de canções que todos sabem cantar

6 Miguel Ângelo está a comemorar este ano 30 anos de carreira com uma digressão que combina os seus grandes êxitos nos Delfins com as novas canções da carreira a solo. «Segundo», como o nome indica, é o álbum que sucede ao registo de estreia a solo. O single «Musa» já passa na rádios e o disco deverá ser editado em outubro. A tour «30 Anos Depois» combina novas canções com outras bem conhecidas do público em geral. É sinal do grande leque de sucessos dos Delfins? Tivemos a sorte de compor algumas canções que resistiram ao tempo. Há a ideia de que as canções pop são coisas passageiras, que duram um verão, mas afinal não. Temos as canções “Um Lugar ao Sol» que ainda no ano passado foi genérico de uma telenovela, «Aquele Inverno» que ainda passa muito nas rádios, «Nasce Selvagem», «Soltem os Prisioneiros», «Saber Amar», «A Cor Azul»… são uma série delas. Surgiram numa altura em que se calhar as pessoas estavam a precisar de um banho de otimismo. As canções de Delfins sempre foram muito positivas. Que significado atribui a estas três décadas de canções? Não sou saudosista, mas acho que aquelas coisas que persistem são para ser celebradas. E, como referi anteriormente, as canções de Delfins mantiveram-se. Não tive de desenterrar estas canções para as tocar nesta tour de 30 anos de carreira. São canções que têm continuado a passar na rádio,

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entrado em programas de televisão e aparecido até em jogos de karaoke. Estão sempre presentes. O que estou a fazer é celebrar essas canções. Mas também vou olhar para a frente e apresentar coisas novas, algumas delas ainda na fase de pré-produção do próximo álbum a solo, intitulado «Segundo». Está já definida a data de edição do novo trabalho discográfico? Será, em princípio, no fim do próximo mês de outubro, em data a anunciar. O single «Musa», primeiro tema de avanço, tem tido airplay nas rádios e muitas visualizações no YouTube. Está satisfeito com o ponto de partida do disco? Sim, foi o primeiro tema que resolvi divulgar, no dia do meu aniversário. Desde que comecei a carreira a solo, criei a tradição de realizar, nesse dia, uma ação especial. Este ano achei que devia avançar já com o primeiro tema do álbum «Segundo», através de uma aplicação para iPhone. Sendo uma música lenta, tinha algum receio da aceitação por parte das rádios e do público, mas acho que define um bocadinho o carácter do disco. Às vezes é preciso pensarmos também em termos artísticos, não só em termos comerciais. Nas rádios com que tenho falado, o feedback é muito bom. A sonoridade das novas canções segue a linha de «Musa»? Algumas, sim. Mas o álbum também tem, obviamente, temas mais rápidos e mais próximos da pop. Eu permiti-me, neste segundo

disco, explorar a harmonia e a melodia de uma outra forma, talvez mais temperada. Portanto o álbum terá alguns temas mais atmosféricos, que resultam muito bem em auditórios, mas a outra metade são temas que têm em vista os grandes concertos pop. Ao longo destas três décadas de carreira como tem observado a evolução da produção nacional? Ainda há pouco tempo estive num evento que proporcionou 26 concertos numa única noite em Lisboa, e foi incrível ver a explosão de criatividade. Era tanta gente a fazer música diferente, cantada em português e em inglês, mais pop ou menos pop, menos ou mais pesada. Podíamos pensar que o facto da indústria musical ter encolhido bastante provocaria um menor entusiasmo por parte dos miúdos, mas naquele evento estava lá tudo. Há muito mais diversidade do que havia no meu tempo. Outro aspeto é que há maior facilidade em divulgar as coisas devido às plataformas digitais, mas também há mais concorrência e maior dificuldade em fazer-se notar e, sobretudo, em aguentar uma carreira. A quebra de vendas de álbuns, ano após ano, tem dificultado a vida aos músicos. Não é fácil. A crise é para todos e mais ainda para uma classe que depende muito de espetáculos públicos, pagos por câmaras municipais e outras entidades locais, que têm orçamentos cada vez mais reduzidos. O espetáculo ao vivo é hoje o ganha-pão dos músicos e, portanto, tem sido complicado. O

álbum é hoje um investimento por parte dos músicos e das bandas, visto que uma vez que não se vendem CDs, as editoras não investem nisso. Por outro lado, essa situação faz com que os músicos tenham maior controlo artístico sobre o seu trabalho, são mais donos da sua arte. Ainda no que toca a álbuns, os Resistência, coletivo que teve um grande sucesso na década de 90, estão de volta ao estúdio. Como está a ser a experiência? Estão a ser momentos muito criativos. Um grupo que se junta 20 anos depois, podia ter perdido alguma da criatividade e energia, mas isso não aconteceu. Aliás, isso já se tinha passado nos concertos que demos no regresso aos palcos. Tivemos noites magníficas. Começámos a entrevista a falar das canções de Delfins que perduram no tempo, mas acontece o mesmo com canções de Heróis do Mar, Xutos & Pontapés, Trovante, Rádio Macau... E são essas canções que são celebradas em formato acústico pelos Resistência. Não estávamos a pensar em gravar discos, apenas em juntar-nos para fazer uma série de concertos. Entretanto começámos a experimentar coisas novas... e houve um conjunto de condições que se reuniram para voltarmos a entrar em estúdio. K Entrevista: Hugo Rafael _ Texto: Tiago Carvalho _ Facebook Oficial H


edições

Novidades literárias 7 SOIFER. Portugal Pós Troika – Economic Democracy?, coordenado por Jack Soifer. Este livro bilingue tem oito autores, de quatro países, especialistas em diversas áreas. Trata-se de um importante contributo na procura de uma saída para a crise em que vive Portugal. Prefaciado por Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas, e pelo professor catedrático Luís Mira Amaral, a obra contém reflexões de Armindo Palma Jacinto, Henrique Neto, Jack Soifer, John Wolf, Luís C. Silva, Stefan de Vylder, Viriato Soromenho-Marques e Francisco Bivar Weinholtz.

QUETZAL. Barba Ensopada de Sangue, de Daniel Galera. No quarto romance deste escritor brasileiro, um homem busca refúgio em Garopaba, cidade balnear de Santa Catarina, após a morte do pai. O protagonista afasta-se da relação conturbada com os outros membros da família e mergulha num isolamento geográfico e psicológico. Ao mesmo tempo, empreende a busca pela verdade no caso da morte do avô, o misterioso Gaudério, que teria sido assassinado, décadas antes, na mesma Garopaba. É com lacunas e peças aparentemente díspares que Daniel Galera constrói a sua narrativa, dotada de um sentido impecável de ritmo. Bertrand. A Lista da Morte, de Frederick Forsyth. No secreto coração de Washington, Estados Unidos, existe uma obscura unidade responsável pela “lista da morte”, um rol ultrassecreto de nomes mantido ao mais alto nível pelo governo norte-americano. Dele constam os nomes de homens e mulheres que podem pôr em risco a segurança do mundo. No cimo desta lista surge o Pregador, um radical islâmico cujos sermões inspiram os seguidores a matar alvos ocidentais de destaque. A tarefa de descobrir a identidade deste homem é entregue a um ex-fuzileiro americano, conhecido apenas como Batedor, tendo como única ajuda um «hacker» adolescente. D.QUIXOTE. A Solo, de William Boyd. Decorre o ano de 1969 e James Bond está prestes a agir a solo, tendo uma imprudente vingança como objetivo. Veterano de longa data dos serviços secretos, 007 é encarregue de pôr fim sozinho a uma guerra civil, numa pequena nação da África Ocidental, Zanzarim. Ajudado por uma bela cúmplice e boicotado pela milícia local, Bond passa por uma experiência marcante que o leva a ignorar as ordens de M. enquanto tenta levar a cabo a sua missão pessoal de justiça. Todavia, mesmo que Bond consiga a sua vingança, será perseguido a cada momento por um homem de duas faces. K

gente & livros

António Salvado 7 António Salvado é natural de Castelo Branco. Poeta, ensaísta, antologista (da poesia religiosa e da poesia de mulheres poetas portuguesas, etc), tradutor (principalmente de poetas espanhóis e latinoamericanos), organizador de edições de autores portugueses (João Roiz de Castelo Branco, Frei Luís de Sousa, Frei Manuel da Rocha, Luís Osório, entre outros escritores), diretor de publicações culturais (Folhas de Poesia, com Herberto Hélder, Estudos de Castelo Branco, Sirgo, Ideias - sup. do «Jornal do Fundão»). Poemas seus integram importantes antologias nacionais e estrangeiras, encontrando-se traduzido em espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, russo, japonês... Tem larga colaboração dispersa por jornais e revistas, e os seus ensaios e outras prosas (de diversas temáticas) estão reunidos em seis volumes (os editados até agora) sob o título de Leituras. De entre os muitos reconhecimentos que a sua obra (literária e cultural) tem mereci-

do, em Portugal e no estrangeiro, destacamse a Comenda da Ordem Militar de Santiago da Espada (da Presidência da República); Medalha de Mérito Cultural do Ministério

da Cultura de Portugal; Medalha de Ouro da Câmara Municipal de Castelo Branco; Prémio «Fernando Chinaglia» - Personalidade cultural - e Prémio Internacional de Poesia «Lyade de Almeida» pelo seu livro Outono (editado com tradução para espanhol de Alfredo Pérez Alencart e para japonês de An Oshiro, com ilustrações de Kousi Takenaka), ambos atribuídos pela União Brasileira de Escritores; «Huésped Distinguido», conferido pelo Ayuntamiento de Salamanca; ou Diploma de Reconhecimento da Asociación Universitaria de Posgrado. Licenciado em Letras pela Universidade Clássica de Lisboa, António Salvado é professor jubilado do Ensino Superior Politécnico. Ex-Director/Conservador do Museu Tavares Proença Júnior, é membro da antiga cátedra de poética «Fray Luis de Léon» da Universidade Pontifícia de Salamanca. Pertence ainda a várias instituições culturais, nacionais e estrangeiras. In “Um Extenso Continente”. K

José Amador Martin y Jacqueline Alencar H

Pré-apresentação decorreu em Espanha

Um Extenso Continente 7 A antologia de homenagem ao poeta albicastrense António Salvado, “Um Extenso Continente”, foi divulgada numa préapresentação na Universidade de Salamanca, no Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas. Editado pela RVJ - Editores o livro reúne um conjunto de poemas de 200 poetas de Portugal, Brasil, Espanha, América Latina e África. Com o alto patrocínio da Câmara de Castelo Branco, o livro coordenado por Maria do Sameiro Barroso, Maria de Lurdes Barata e Alfredo Perez de Alencart foi pré-apresentado durante a I Semana de la Poesia en la USAL, organizada em colaboração com a Associação de Antigos Alunos

e Amigos da Universidade de Salamanca. Durante a sessão vários poetas declamaram poemas, numa manifestação de apreço pela obra de António Salvado. Segundo apurámos, o livro terá um lançamento ibérico ainda este ano. Nesta obra o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, revela que “António Salvado e a sua poesia são do Mundo. E isso reflete-se nesta obra, com poesia selecionada de 200 autores, a esmagadora maioria dos quais do universo da lusofonia ou castelhano falantes. O reconhecimento da qualidade e da projeção da obra poética de António Salvado é um facto que enobrece e prestigia Castelo Branco, a cidade onde nasceu e

onde escolheu viver”. Luís Correia acrescenta: “ao longo da sua vida, António Salvado tem deixado a sua marca indelével em todos os que tiveram – e têm - o privilégio de com ele privar”. Também Joaquim Morão, ex-presidente da Câmara de Castelo Branco, destaca, num curto texto, a importância da obra de António Salvado. “Poucas coisas seriam mais apropriadas que o lançamento desta Antologia de Homenagem ao poeta António Salvado, ilustre albicastrense, autor de uma vasta obra literária, mas também com um percurso notável enquanto professor e enquanto diretor do Museu Francisco Tavares Proença Júnior”. K

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Prazeres da boa mesa

Recheio de Sapateira em Crocante de Fillo 3 Ingredientes (10 pax): 1 Sapateira com Ovas 1 Dente de Alho 1 C. S. de Azeite 2 C. S. Maionese 100g de Rúcula 100g de Raddichio 100g de Alface Romana 1 Cebola pequena 75g de Pickles 10 Folhas de Massa Fillo 150g de Manteiga 3 cl de CR&F Reserva 1 C. S. Salsa Picada Q.B. de Vinagrette Q.B. de Flor de Sal Q.B. de Malagueta Q.B. de Pimenta Preta de Moinho 2 Ovos Cozidos 10 Fatias de Pão de Penha Garcia Q.B. de Grão Seco Preparação:

Derreter a manteiga (sem deixar ferver). Separar a gordura do soro eliminando este último. Pincelar com a manteiga clarificada metade da folha de massa fillo. Dobrar. Pincelar novamente metade e voltar a dobrar. Colocar numa forminha antiaderente e encher com o grão. Levar ao forno a 180ºC até ficar dourado. Deixar arrefecer e retirar o grão (guardar o grão para outra situação deste género). Picar a cebola, o alho, os ovos, a malagueta e os pickles. Abrir a sapateira e retirar tudo o que é comestível. Misturar com os elementos anteriores. Juntar azeite, a CR&F e a maionese. Retificar os temperos. Escolher e lavar as alfaces. Cozer a sapateira 20ml por KG em água temperada com sal.

Depois de cozida arrefecer de imediato em água e gelo com sal.

Empratamento: Depois de todos os temperos retificados, colocar a forma de sapatei-

ra no centro dum prato, encher com o recheio de sapateira e completar com as alfaces e uma tostinha fina de pão de Penha Garcia. Pingar tudo com o vinagrette. Servir! K Chef Mário Rui Ramos _ Executive Chef Ô Hotels and Resorts Monfortinho

GEO-RUBRICA

Vale Mourão e a floresta no Centro de Ciência Viva 7 O concelho de Proença-aNova é palco de mais uma GeoRubrica que, este mês, sugere uma visita tão educativa como divertida! É mais uma proposta para descobrir o Geopark Naturtejo da Meseta Meridional. Neste território classificado sob auspícios da UNESCO há 600 milhões de anos de História da Terra à sua espera! SAÍDA DE CAMPO E Os segredos escondidos no Vale Mourão e a floresta no Centro de Ciência Viva Local: Vale Mourão (Sobral Fernando – Proença-a-Nova) e Centro de Ciência Viva da Floresta (Moitas - Proença-a-Nova) Duração: 5 horas Níveis de ensino: 1º, 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico, Ensino Secundário e Profissional Disciplinas: Estudo do Meio / Ciências Naturais / Biologia e Geologia/ Geologia + Educação Física Trilho pedestre: PR2 – Segredos de Vale Mourão (percorre-se cerca de 3 km) Publicidade

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A saída de campo: Alunos e Professores chegam a Sobral Fernando e percorrem o trilho “Segredos de Vale Mourão” até terem a melhor visão do geomonumento Portas de Vale Mourão, impressionante garganta escavada pelo rio Ocreza. No caminho identificam e analisam diversas dobras e falhas nos estratos formados outrora por areias e argilas depositadas no fundo marinho há quase 500 milhões de anos. No Centro de Ciência Viva da Floresta exploram interativamente esta temática, através de exposições, atividades experimentais, jogos e filmes. A próxima Geo-rubrica será dedicada à Saída de Campo F “Ao encontro de curiosas formas graníticas na Serra da Gardunha”, no concelho de Castelo Branco. Informação detalhada sobre cada uma das atividades em www.naturtejo.com e www.geonaturescola.com. A Geo-rubrica é promovida pela Naturtejo, EIM, em parceria com o PROVERE – Buy Nature e co-financiada pelo QREN, no âmbito do Programa Mais Centro e da União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

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Bocas do Galinheiro

O Capra Touch 7 Um dos filmes de que mais gosto é “Uma Noite Aconteceu”, de Frank Capra, vencedor em 1934 dos cinco maiores prémios da Academia: melhor filme, melhor realizador, melhor actor, Clark Gable, melhor actriz, Claudette Colbert, e melhor argumento (adaptação) para Robert Riskin. A história é simples: uma rica herdeira, Ellie Andrews, interpretada por Colbert, resolve fugir porque o pai é contra o seu casamento com um aviador, galã, playboy e caçador de fortunas, King Westley, no filme Jameson Thomas. Na fuga cruza-se com Peter Warner, Gable, um jornalista que acabara de ser despedido e que quando descobre a verdadeira identidade da jovem planeia escrever uma reportagem sobre ela. Mas, ironia do destino, ou não, acabam por se apaixonar. Mesmo assim Peter vende a prosa para se poder casar com Ellie que, pensando-se abandonada, telefona ao pai e volta para casa e para Jameson Thomas. À reviravolta final já lá vamos. Tudo parecia banal e linear. Só que por trás está o Capra “Touch”, com toda a sua riqueza de acontecimentos e peripécias que fazem deste filme um arquétipo da comédia, aqui e ali a lembrar os filmes de aventuras e o policial: movimento incessante, sensação de perigo, perseguições, recurso a estratagemas e falsas identidades e a grande importância e relevo dado aos exteriores e atmosferas noturnas que reforçam a ação do par em fuga. Um par que nos poderia ser antipático: um jornalista que se move por razões mercenárias na aju-

da à herdeira, esta aparentemente fútil e snob, tornam-se de repente em duas personagens simpáticas e por quem começamos a torcer. Para isso contribui decerto a riqueza da intriga e a espontaneidade dos actores. Com efeito tanto Clark Gable como Claudette Colbert estão soberbos, ao que não será alheia uma inteligente direção de atores por parte de Capra. São célebres as cenas de Gable a ensinar Colbert a fazer sopas com um donut, para não falar da “muralha de Jericó”, uma manta a separar as camas do quarto em que os dois dormiam fazendo-se passar por marido e mulher, cena tirada directamente da novela de Samuel Hopkins Adama, “Night Bus”, de onde o argumento foi adaptado, ou da lição dele sobre como pedir boleia. Aqui já era irreversível a nossa afeição por Ellie. Capra já a despira de todo o seu snobismo, fazendo-a vestir os pijamas de Peter, já a pusera numa bicha para tomar duche

e já a acordara “irritantemente alegre” como sublinhou Gable, já mais inseguro, em contraste com a arrogância dos primeiros planos. Ou seja, com a sua habitual habilidade, Capra já tratara de os tornar cidadãos comuns, como todo o bom americano que confiava no New Deal. Assim não admira que Claudette, apesar da posição incómoda em que se encontrava, escarranchada em cima de uma vedação, não levasse muito a sério esta nova lição de Gable e afirmasse que fazia melhor. E fez! Puxando, suave e provocatoriamente a saia para cima, obriga um incauto automobilista a uma travagem às quatro rodas, de que mais tarde se viria a arrepender. Estava dado o mote: Ellie tomava o controlo da situação. Agora era Peter que andava a reboque. A mordacidade de Capra é bem patente nesta cena, assim como o será na do casamento frustrado da herdeira com o caça fortunas. Sublime, Walter Connoly, enquanto acompanha

a filha ao altar vai-lhe contando a verdadeira versão dos factos, preparando o happy end que todos queremos e ele mais que ninguém: a nobreza de carácter de Peter surpreendera-o. Há aqui um toque de melodrama, como já perpassara na cena do miúdo em lágrimas face à mãe desmaiada por inanição, mas sobretudo de romantismo, pela descoberta e consumação do amor entre os dois protagonistas, eficazmente representado no plano final, quando numa cabana turística o toque do trompete assinala a queda da “muralha de Jericó” e o fim do filme, apagadas que foram as luzes do quarto. Enfim, toda a eficácia e talento de Capra num filme que marca a época de ouro da comédia americana. Nascido em 1897 em Itália, Frank R. Capra começou a sua carreira no cinema em 1922, altura em que era um engenheiro químico desempregado, com a direcção da produção independente da curta-metragem “Fultah Fischer’s Boarding House”. Nos anos seguintes fez de tudo um pouco: redator de legendas, montador, argumentista e inventor de gags, de que seriam célebres os que criou para Hal Roach e Mack Sennett, até que em 1926 começou a realizar filmes para Harry Langdon, um popular cómico do mudo, como “Atleta à Força” e “Calças Compridas”, até ser despedido em 1927 quando Langdon decidiu ser ele a realizar. Capra fica sem trabalho mas filma ainda para a First National “For The Love of Mike”, primeiro encontro com Claudette Colbert que se estreava neste filme. Em 1928 é contratado pela

Columbia, um dos três pequenos estúdios a par da United Artists e Universal, os cinco grandes eram a MGM, Paramount, Fox, Warner Brothers e RKO, onde fica até 1941 e onde realizará o melhor da sua obra. Dos 25 filmes para a futura major, nove fá-los nos primeiros doze meses de casa. É obra! Na Columbia torna-se conhecido como artífice de confiança de produções eficientes e rentáveis e de estilo indiferenciado, desde dramas de acção militar, como “Submarine”, “Flight” e “Dirigible”, histórico de jornais, como “The Power of Press” e melodramas de que se destacam “Ladies of Leisure” e “The Miracle Woman”, com Barbara Stanwick. Mas seria a comédia “Platinum Blonde”, de 1931 que marcaria a viragem na carreira do jovem realizador. Aí começou também a profícua associação com o argumentista Robert Riskin que se notabilizaria numa série de comédias de sucesso e como instrumentos e veículos do espírito do New Deal de Roosevelt, nas quais criariam o que ficou conhecido como a “Capriskin Formula”: o idealista individual contra a instituição corrupta. A primeira produção da dupla, “American Madness”, de 1932, introduz a assinatura da equipa no tema, e o herói idealista, um dedicado banqueiro, Walter Huston, pai de John, em luta contra homens de negócios sem escrúpulos. O reencontro com Riskin acontece exactamente com este “Uma Noite Aconteceu”, filme e realizadores como Capra que nos fazem gostar de cinema. Até à próxima e bons filmes! K Luís Dinis da Rosa _

pela objetiva de j. vasco

press das coisas

General D encerra Lisboa Mistura

Nikon D810

3 O Lisboa Mistura, festival de músicas do mundo integrado nas Festas de Cidade de Lisboa, encerrou com um concerto rap de General D + convidados. General D, precursor do rap em Portugal e nascido em Moçambique no ano de 1971, convidou muitos amigos para o seu concerto no Largo do Intendente. Por lá passaram, entre outros, Boss AC, Halloween, Sam e Valete, (na foto General D com Maimuna Jalles). Este encontro de músicas, com intérpretes de várias nacionalidades, e que ano após ano mais se afirma nas festas da cidade, decorreu entre o Largo do Intendente e o Castelo de São Jorge, contando com as presenças de Trilok Gurtu Band (Índia), Manu Dibango (Camarões), Fanfarai, (Argélia, Marrocos, França e Turquia), Bombino (Nigéria), Kazimoto (Alemanha), Jupiter & Okwess International (Congo) e General D + convidados. Nesta reportagem continuámos a contar com a presença de um grupo de alunos do curso vocacional de fotografia, pertencentes ao Agrupamento de Escolas Agualva Mira Sintra e que estão a realizar um estágio com o Ensino Magazine. K

3 A Nikon acaba de lançar a D810, uma nova solução topo de gama que promete entusiasmar os amantes da fotografia. A sucessora da D800 mantém o sensor de 36,3 MP, mas introduz o novo processador de imagem Expeed 4, que permitirá captar melhores imagens. A Nikon D810 ganha ainda um ISO máximo mais alto de 12.800 (que chega aos 51.200 ISO no modo expandido). Para filmes, a câmara capta vídeo a 1080p e 60fps. Tem preços a partir de € 3.300. K

juLho 2014 /// 025


Quatro rodas

Uma questão de igualdade ou de notoriedade? c Deutsche TourenwagenMeisterschaft…sabem o que é? Pois, deve ser mesmo ser um pouco difícil perceber de que se trata, com este nome nem eu lá chegaria de uma forma rápida. Acho no entanto que se falar em DTM os mais interessados no desporto automóvel depressa associam o nome ao campeonato alemão de turismos. O DTM é hoje uma marca bem conhecida em todo o mundo e talvez seja a competição de carros de turismo mais popular a nível internacional. A sua história começou na temporada de 1984, com carros muito semelhantes às suas versões de produção. O DTM teve entretanto um interregno de 3 temporadas mas regressou em 2000, com o novo “trendsetting concept”, ou seja alta tecnologia a custos razoáveis. Hoje, estas séries são consideradas o topo das corridas de carros de turismo e um

dos principais eventos desportivos da Europa. Neste momento o campeonato tem 3 marcas fortemente envolvidas, a Mercedes, a BMW e a Audi. Lembro-me de em anos anteriores, estarem também a Opel e a italiana Alfa Romeo. Mas, para além do conceito com que renasceu, qual será o segredo do seu inegável sucesso? Devido à integração do António Felix da Costa numa equipa de ponta da BMW, este ano tenho seguido todas a corridas. Nas duas primeiras jornadas o

domínio era repartido pela BMW e a Audi, verificando-se que a Mercedes andava com meio segundo de atraso, o que bastava para que os seus carros aparecessem sempre no último terço das grelhas. Apresentava-se assim um ano negro para a Mercedes, pois o regulamento não permite que se possam fazer evoluções dos modelos durante a época. O mesmo se passa na Fórmula um, onde o avanço tecnológico conseguido pelas equipas na chamada época do defeso, se mantêm para todo o ano, onde

as melhorias de desempenho, quase só são conseguidas através de afinações. Mas voltemos ao início da temporada DTM e ao atraso da Mercedes. À partida esta situação seria uma boa notícia para as outras marcas, mas aparentemente, não foi. Rapidamente se percebeu que, sem a Mercedes a lutar pelos lugares de topo, as audiências baixaram significativamente. Para resolver este problema, a administração do DTM, promoveu uma reunião com a BMW e Audi, acordando ambos em autorizar, a titulo excecional, a Mercedes a evoluir o seu carro para que a luta pela vitória fosse mais aberta. Ou seja, prescindiram do seu avanço tecnológico, e certamente de algumas vitórias, a bem do espetáculo, a bem das audiências. Assim ganham todos. Passa pois por decisões

como esta, o segredo do sucesso do DTM. Resta, para análise final, questionar se o DTM, muito em especial, e de uma forma geral o desporto motorizado de alto nível, é cada vez menos uma competição, e cada vez mais uma montra para dar notoriedade às marcas envolvidas. K Paulo Almeida _

setor automóvel Peugeot 108 a partir dos 11 700 euros

Audi A3 e-tron é um novo híbrido

3 O novo Peugeot 108 chega ao mercado português a 25 de julho. O sucessor do 107 surge com uma forte aposta em equipamento e na nova versão descapotável 108 Top. A versão de acesso 1.0 VTi com 68 cv arranca nos 11 700 euros. A versão com capota de lona Top inicia nos 12 900 euros. Para este lançamento do citadino, a marca francesa revela ambições “upmarket”, ao prescindir das versões de equipamento Access. K

Cactus já chegou a Portugal 3 A Citroën lançou, no passado mês de junho, o novo C4 Cactus em Portugal. Trata-se de um crossover de linhas irreverentes e com um interior muito peculiar, proposto a preços que começam nos 16 mil euros para versões a gasolina e 20 mil euros para versões diesel. O Cactus terá três níveis de equipamento: Live, Feel e Shine. Nesta fase de lançamento, a Citroën irá propor ainda duas séries especiais batizadas Silver e Moonlight. K Publicidade

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3 O híbrido da Audi chega a Portugal em novembro, com um preço ligeiramente acima dos 40 mil euros. No país estará apenas disponível na configuração Sportback, com cinco portas. O novo Audi A3 e-tron conjuga os préstimos de um motor a gasolina 1.4 TFSI turbo e um motor elétrico, num total de 204 cv. A marca anuncia consumos de 1,5 l/100 km e emissões de CO2 de 35 g/km, em modo híbrido. Em modo elétrico o Audi A3 e-tron atinge uma velocidade máxima de 130 km/h e uma autonomia máxima de 50 km. K


Politécnicos e Universidades alertam

Investigação está em risco

Comité Olímpico de Portugal

Honoris Causa na UTAD 6 A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro acaba de atribuir o grau de Doutor Honoris Causa ao Comité Olímpico de Portugal, pelos relevantes serviços prestados ao desporto e pela disseminação dos valores e ideais olímpicos na sociedade portuguesa. A cerimónia decorreu na Aula Magna, a 26 de junho. O reitor, António Fontainhas Fernandes, destacou o facto de “num tempo da rara exigência para a sociedade portuguesa, marcada por uma experiência difícil e reconhecidas dificuldades, importa sublinhar a atitude dos atletas olímpicos, o seu

sacrifício, patriotismo e inabalável espírito de missão”. O secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro que fez um público reconhecimento ao plano de orientação estratégica da UTAD como uma nova forma de pensar a Universidade em Portugal. Seguiu-se a intervenção do padrinho do doutorando Jorge Olímpio Bento, catedrático da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, que elogiou o papel do COP, bem como a figura do seu presidente, José Manuel Constantino, que representou a instituição neste ato. K

6 O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) considerou que os resultados da avaliação às unidades de investigação “colocam em causa o futuro dos centros”, que defende ser indispensáveis para o trabalho científico e o “desenvolvimento das regiões”. Num curto comunicado, o CCISP diz que os resultados “colocam em causa o futuro” das unidades de investigação, “indispensáveis ao cumprimento da missão das instituições e à prossecução do importante trabalho que desenvolvem em prol da ciência, do ensino superior e do desenvolvimento das regiões”. A nota do CCISP, que se reuniu no passado dia 10, no Algarve, surge depois de algumas instituições terem contestado a avaliação, apontando irregularidades. Os resultados em causa, divulgados em finais de junho pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, entidade pública que subsidia a investigação científica, referem-se à primeira fase da avaliação das unidades de investigação, incluindo laboratórios associados. De um total de 322 uni-

dades que se candidataram, em 2013, a fundos públicos, 71 não vão receber qualquer financiamento, uma vez que tiveram uma nota inferior a “bom”. As restantes - 251 - têm um financiamento base garantido, entre 5.000 e 400.000 euros anuais, sendo que 168 passaram à segunda fase, que termina em dezembro, podendo ter um financiamento estratégico suplementar, sem teto máximo fixado, se tiveram classificação superior a “bom”, ou seja, “excecional”, “excelente” ou “muito bom”. Algumas unidades lesadas, que prometeram recorrer à audiência prévia, têm criticado o processo de avaliação. Mas os protestos surgem também de outras instituições. A reitora da Universidade de Évora, Ana Maria Costa Freitas, apontou “bastantes discrepâncias na avaliação”, dando como exemplo “painéis com critérios nitidamente diferentes” e “resultados díspares e afirmações que, em alguns casos, são quase ofensivas para a Ciência em Portugal”. Seis centros de inves-

tigação ligados a esta universidade não passaram à segunda fase da avaliação, o que, para a reitora, significa “perda de financiamento plurianual”. Também , o coordenador do Centro de Linguística da Universidade do Porto, João Veloso, admitiu, em declarações mais alarmantes, à Lusa, que a unidade corre o risco de encerrar por falta de financiamento, ao perder, a partir de janeiro, os 50.000 euros anuais que recebia. João Veloso considera a avaliação atribuída “muito injusta, muito drástica e sobretudo muitíssimo mal fundamentada”, salientando que houve dois linguistas num painel de 16 elementos para avaliação da área de Humanidades. Por sua vez, os centros de investigação da Universidade de Coimbra manifestaram, igualmente, o receio do seu fim, com Constância Providência, coordenadora de uma das entidades lesadas, o Centro de Física, a evocar “argumentos errados” na avaliação. A Fundação para a Ciência e Tecnologia, garantiu um esclarecimento sobre o

assunto, em comunicado, indicou à Lusa que está em “diálogo constante” com as entidades envolvidas no processo de avaliação, “no sentido de ajudar a definir um programa estratégico que seja adequado para poderem melhorar a sua classificação no futuro”. O processo de avaliação já tinha sido criticado, em março, pelo Conselho de Laboratórios Associados, que agrupa 26 laboratórios, ao definir a Fundação Europeia para a Ciência, responsável pela seleção dos avaliadores, como “uma organização sem experiência na matéria, em graves dificuldades e em vias de extinção”. Em resposta, o presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, Miguel Seabra, disse, numa carta dirigida aos laboratórios, que a organização europeia, de “inquestionável reputação” para garantir “a necessária isenção e transparência no processo de avaliação” das unidades de investigação, estava em reestruturação, com vista à sua “especialização na organização e no apoio a exercícios internacionais de avaliação científica”. K

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UBI

Universidade ganha em Sidney 6 O grupo de investigação Next Generation Networks and Applications (NetGNA), do Departamento de Informática da Universidade da Beira Interior (UBI), acaba de ser premiado na IEEE Internacional Conference on Communications, que decorreu entre 10 e 14 de junho, em Sidney, Austrália, pela publicação do artigo “A Novel Cooperation Strategy for Mobile Health

Apllications” na revista IEEE Journal on Selected Areas in Communications (JSAC) e pela liderança de grupos de trabalho da IEEE Communications Society. O trabalho da equipa liderada pelo professor Joel Rodrigues foi distinguido pelos contributos significativos para o avanço do estado da arte na área das tecnologias da informação e comunicação para a saúde. K

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