Ensino Magazine Edição nº 223

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setembro 2016 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XIX K No223 Assinatura anual: 15 euros

suplemento

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Patrícia Matos, apresentadora do “Diário da Manhã”

Bom Dia, Portugal! Facebook Oficial H

Acorda todas as manhãs milhões de portugueses. Patrícia Matos é o rosto das 6h30 às 10 da manhã na TVI e na TVI 24. C

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Susana Torres, “mental coach”

Dicas para educar comportamentos Ensino Superior recebe 78 mil 250 novos alunos C

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Saltou do anonimato após o golo com que Eder deu a vitória a Portugal na final do Euro-2016. Chama-se Susana Torres e conta-nos o que faz um “mental coach” e muito mais. C

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Patrícia Matos, apresentadora do “Diário da Manhã”

Bom dia, Portugal! 6 Acorda todas as manhãs milhões de portugueses. Patrícia Matos é o rosto das 6h30 às 10 da manhã na TVI e na TVI 24. Como é ser o “desper-

tador” de milhares de portugueses? É fantástico! Adoro dizer “bom dia” e é maravilhoso pensar que as pessoas estão a acordar comigo,

a sentir o despertar do dia com o “Diário da manhã”, a informar-se connosco. É fantástico receber esse reconhecimento das pessoas na rua, nas redes sociais. E depois, é impagável sentir o dia a começar pelas nos-

sas mãos, o “Diário da Manhã” é o primeiro espaço de notícias da TVI e TVI24 e eu também vejo a redação a acordar! Qual é a rotina de trabalho e pessoal de um

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apresentador que entra no ar às 6h30? A rotina tem de ser isso mesmo, uma rotina. Este horário é muito exigente e obriga a grande disciplina sob pena de alguma coisa não correr tão bem. O despertador toca às 3h50 e às 4h30 estou na TVI. Depois, segue-se revisão de textos de pivô, conversa com a equipa sobre assuntos do dia, maquilhagem, cabelo e às 6h20 estou no estúdio. A partir daí é “non stop” até às 10h e tem mesmo de ser: trânsito, tempo, jornais, convidados, notícias de última hora, novos textos para ver, o ritmo é alucinante. Quando acaba, o ritmo abranda: mudo de roupa, como qualquer coisa e preparo as entrevistas que já temos marcadas para o dia seguinte, por norma sou eu quem faz isso. Ao meio dia, acabou a parte TVI. É hora de almoço com amigas, ginásio, ou algum assunto pessoal para tratar. À tarde posso ter algum período de formação e depois regresso a casa, descanso, relaxo um bocadinho e não posso fazer muito mais, está quase na hora de dormir! Mas esta rotina apenas existe nos meus pas-

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sos porque as notícias são imprevisíveis. Não há dois dias iguais e nunca sabemos o que vai acontecer. Pode surgir tudo, como já se passou: sismos, tsunamis, atentados, acidentes, crimes. E partir do momento em que surgem, entre as 6h30 e as 10h, tudo pode mesmo acontecer. Já apresentou boletins noticiosos ao fim de semana, à hora de almoço, em horário noturno e fixouse no “Diário da Manhã”. Como se tem adaptado ao fuso matutino e a esta espécie de mundo ao contrário? É um verdadeiro mundo ao contrário, sim. Mas adaptei toda a minha vida para este horário e, até agora, tem corrido bem! Já fiz um mestrado e em outubro vou começar um doutoramento. Na verdade, este horário permite aproveitar imenso o dia. Se se conseguir ter a tal disciplina acaba por ser fácil. Mas claro que é um sistema anti-natura: pouca gente vive a meio da noite, e eu acordo mesmo a meio da noite. A meio da semana sou obrigada a fazer uma sesta. Mas o “Diário da ;


Manhã” é o meu maior desafio na TVI. E estou absolutamente empenhada em fazê-lo vingar. Tem apenas 32 anos e já é um dos rostos da TVI. Aliás, em Portugal existem muitos pivôs bastante jovens ao contrário, por exemplo, da realidade nos Estados Unidos, em que os cabelos brancos predominam. Acha importante a mescla entre juventude e experiência? Os pivôs envelhecem, comem, choram! São pessoas absolutamente normais! Não podemos estar na mesma! Com as redações cada vez mais novas, o grande desafio é manter a memória. Sou absolutamente a favor. Não podemos crescer sem história, jamais. Temos de aproveitar esses activos que já testemunharam tantos momentos históricos, tantas situações irrepetíveis e sugar o que de melhor nos podem dar. E esses ajudarem os mais novos a crescer, a fazer melhor, a superar a sua prestação todos os dias. Só assim faz sentido. Durante anos a rádio mandou nas audiências da manhã. Ultimamente, a TV tem ganho fulgor, mas as redes sociais ainda são o veículo preferido para milhões se informarem. Quais são as vantagens e os perigos de estar informado com base nas redes sociais e nos comentários, uns parciais outros coléricos? São todos públicos diferentes. Hoje, as redes sociais são dos meios preferidos dos portugueses para se informarem. Há vários perigos: primeiro, a origem da informação, que pode ser fidedigna ou não e, depois, as partilhas e a velocidade a que tudo circula. Uma notícia, vídeo, post pode tornar-se viral em poucas horas, há vários exemplos disso e até muito recentes. Há relativamente pouco tempo surgiu o conceito do “jornalismo do cidadão” com o qual não concordo. Somos todos cidadãos mas não somos todos jornalistas nem temos a mesma capacidade de crítica e análise imediatas para perceber o que comunicar e de que forma o fazer e isso pode ser perigoso. Em televisão demora muito pouco tempo a destruir a imagem de alguém e nas redes sociais, arrisco, essa “eficácia” é ainda maior, não esqueçamos que uma vez na web, para sempre na web. Está na TVI desde 2007 e fundou o projeto TVI 24. Há alguns anos duvidava-se que houvesse espaço para um canal de infor-

mação 24 horas. Hoje existem quatro, todos no cabo, e com índices de audiência assinaláveis. Como explica este fenómeno? As pessoas têm necessidade de estar informadas em tempo real, cada vez mais. Isso acontece por vários motivos: curiosidade, necessidade e vontade. Todos os canais portugueses apresentam programações diferentes, ainda que se toquem em alguns momentos, como é o caso do futebol, fóruns, duração dos noticiários. A audiência que esses canais têm é a prova que há público para eles. Mas o imediato cativa muito a audiência e agora já não precisam esperar pelas 13 horas ou pelas 20 horas para saber o que se passa no mundo - a informação está à distância da vontade. Mas deixe-me dizer que há três canais de notícias, a RTP3, TVI24, SIC-Notícias. A CMTV é um canal generalista! Substituir Manuela Moura Guedes no “Jornal Nacional” de sexta-feira, no dia 4 de setembro de 2009, foi a sua prova de fogo profissional?

Foi um momento complicado por toda a situação. Mas foi uma prova superada, o “Jornal Nacional” desse dia foi o programa mais visto do ano de 2009. A expectativa era grande, mas podia ter desaparecido ao fim de uns minutos e não, ganhou do início ao fim. Havia uma grande expectativa e isso fez toda a diferença e foi isso também que tornou o desafio mais temível. Sim, foi a grande prova de fogo porque a redação da TVI não voltou a viver um momento com tanta carga profissional e emocional, nós somos pessoas e não conseguimos dissociar-nos da realidade. Estou grata a quem confiou em mim para o fazer, a quem ainda hoje considera que eu fui a escolha certa. Isso enche-me de orgulho. Testemunhou momentos de grande tensão durante uma manifestação ocorrida no Parlamento, em que chegou a ser atingida. Foi a prova de que ser jornalista é uma profissão de alto risco e de desgaste rápido? Este foi outro momento complicado… às vezes corremos estes riscos e estar na frente, informar,

implica isto tudo. Mesmo sendo em Portugal e durante uma marcha que estava a ser pacífica até então. Nem percebemos muito bem como aconteceu porque foi tudo muito rápido, a partir do momento em que fomos embrulhados no meio da multidão. Não podíamos nem queríamos fugir para lado nenhum. O desgaste é grande perante situações de risco, naturalmente. Só conseguimos sentir os verdadeiros efeitos depois, quando o nosso corpo começa a relaxar, após o pico de adrenalina. Mas os jornalistas vivem destas situações. E isto pode acontecer numa redação, num jogo de futebol, numa entrevista… a realidade é absolutamente imprevisível mas é isso que a torna apelativa, é isso que motiva o jornalista: não saber nunca o que vai encontrar, onde pode ir parar. Só temos de estar preparados para essas situações de modo a fazer o nosso trabalho com a máxima calma e profissionalismo e com o mínimo dano para nós, a experiência ajuda. O trabalho de pivô fê-la abandonar a faceta de repórter. Sente saudades de pegar no microfone

e ir ao terreno, ao encontro da notícia? Muitas! Mas eu não abandonei, isso nunca se abandona! Às vezes ainda vou, quando consigo “fugir” mas é verdade que é mais raro, estou a tempo inteiro no “Diário da Manhã”. A reportagem é a essência do jornalismo, é isso que nos faz crescer, que nos ensina, que nos move. É na rua, a sujar as botas que tudo faz sentido, pelo menos para mim. Fiz muitas reportagens, das mais diversas áreas (saúde, sociedade, economia), não fui sempre pivô, mas falta-me ainda fazer tudo. As pessoas são maravilhosas, sem elas não há mundo, não há história, não há nada. E elas não estão numa redação. Sou sempre muito feliz cada vez que pego no microfone e vou à procura da história. Qual a sua definição da profissão de jornalista no século XXI? Na base, o jornalista é sempre o mesmo, o objetivo da profissão nunca pode mudar, sob pena de se desvirtuar. O jornalista tem de procurar sempre a verdade, o ; SETEMBRO 2016 /// 03


talento e não houver qualquer esforço, mais cedo ou mais tarde, o que os sustenta termina. Por mais que se saiba, nunca chega. Nunca sabemos tudo, nunca estamos a par de tudo. Quanto mais informação estiver na nossa posse, mais facilmente gerimos todas as situações: as simples, as difíceis e as dramáticas. Mas sim, há também a ideia do sucesso fácil, que não é compatível com o cenário de que falei antes. Parece tudo fácil: “aparecer na televisão” é um sonho para muitas pessoas que trazem uma ideia errada deste mundo. Temos uma frase que explica tudo: televisão é ilusão! Têm essa ideia errada porque a construíram assim ou porque viram exemplos que o corroboravam. O erro está na base, na ideia inicial. Ao depararem-se com a realidade, difícil e combativa, desistem. Quem quer ser jornalista não pode desistir.

limite das explicações, as várias versões da história, com rigor. E é isso que tem de continuar a ser. Mas a sociedade hoje apresenta desafios que não existiam, por exemplo, há 20 anos ou até há 10, quando eu comecei. Hoje é preciso dominar mais assuntos, saber mais sobre tudo, e até estar disponível para aprender. O jornalista não pode parar a sua formação, não pode apenas alimentar-se da agenda diária, apesar de trabalhar com ela. O jornalista tem de saber o que outros fazem (cá dentro e lá fora), tem de procurar isso e não esperar que os assuntos venham ao seu encontro. E depois há as redes sociais que podem complicar o trabalho do jornalista devido à disponibilidade e até capacidade que é preciso ter para comunicar neste mundo tão específico. As linguagens nas várias plataformas são muito diferentes e o jornalista tem de entender, se lhe for dada essa tarefa e se assim também o quiser, que não pode comunicar na televisão da mesma forma que comunica no Facebook ou numa notícia de jornal.

Muitos licenciados em Jornalismo e Comunicação Social, fruto de um mercado cada vez mais exíguo e nas mãos de cada vez menos grupos económicos, viram o seu percurso desviado para áreas que nada têm a ver com este campo de atividade. Que mensagem deixaria para estas pessoas?

Queria ser professora de inglês, mas acabou por dar os primeiros passos na rádio com tenra idade, aos 12 anos, e depois num jornal regional, até que vai parar à TV. Pode-se dizer que o pequeno ecrã foi uma paixão tardia? A televisão foi uma paixão tardia mas fulminante! Toda a minha formação foi direcionada para a rádio mas o destino interveio. Sou profundamente apaixonada por aquilo que faço. A televisão é o meio mais completo, aquele que nos permite usar a imagem, o som e o grafismo ao máximo. Se o soubermos fazer, o resultado é tremendo. Hoje não me imagino a comunicar de outra maneira apesar de nunca imaginar fazer isto. Estou onde quero estar, faço aquilo que adoro e sei que sou uma privilegiada. André Vilas Boas disse, quando treinou o FC Porto, que estava na sua cadeira de sonho. O “Diário da Manhã” é a sua cadeira de sonho ou está nos seus horizontes ser o pivô do “Jornal Nacional”? Os jornalistas querem sempre apresentar jornais de referência e o “Jornal das 8” é um jornal de referência. Para já, estou no “Diário da Manhã”. Mudo quando a Direção de informação da TVI assim o entender. Tenho ambição, claro que sim, mas não tenho qualquer pressa, o caminho é

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que conta, sempre. A cadeira de pivô é sempre uma cadeira de sonho. Para mim também, mas é acima de tudo, um lugar de imensa responsabilidade, que tento honrar ao máximo todos os dias, de modo a ser merecedora da confiança que depositam em mim. Para além de jornalista é for-

madora e professora universitária. Do contacto que tem com os profissionais do amanhã, sente que há talentos em potência e que estão preparados e mentalizados para abraçar uma profissão exigente, que exige tempo e disponibilidade ou que muitos só se movem pelo fascínio da câmara e da fama?

Sinto que há várias coisas, é um misto. Há pessoas com imenso potencial e muita vontade, outras com igual vontade mas menos potencial. A grande diferença em tudo é o trabalho, a preparação, estar informado, dentro do meio e dos assuntos. Jornalismo é talento, sim, tem de ser mesmo. Se não houver é muito complicado mas se houver apenas

CARA DA NOTÍCIA 6 Pivô de manhã, à tarde e à noite Patrícia Matos, nascida no Tramagal, no Ribatejo, é jornalista da TVI desde 2007. Antes da televisão passou pelas rádios locais, por empresas de comunicação e organização de eventos. Em Queluz, começou na editoria de sociedade, integrou o projeto inicial da TVI24 onde apresentou as tardes de fim-de-semana e depois o horário noturno. Apresentou o «Jornal Nacional de 6ª» no dia 4 de setembro de 2009. Esteve no “Diário da Manhã” durante um ano, que deixou para abraçar o “Jornal da Uma” de fim-de-semana. Regressou pouco depois ao horário da manhã até à atualidade. No dia 7 de setembro de 2016, entrevistou no Vaticano, Ricardo Quaresma, campeão europeu de futebol, que entregou uma camisola ao Papa Francisco, durante a audiência semanal do Santo Padre. É licenciada em Jornalismo e Comunicação pela Escola Superior de Educação de Portalegre e tem uma pós-graduação em comunicação e marketing político pelo Instituto de Ciências Sociais e Políticas. É ainda formadora, nomeadamente no Cenjor. K

O Jornalismo é como outra área qualquer, Medicina, talvez: são muitos candidatos para poucos lugares. Não há uma forma simpática de encarar a realidade: está difícil, não há lugar para todos e cada vez há mais jornalistas sem trabalho. Eu sou otimista e apesar de todas as estatísticas me contrariarem continuo a acreditar que tudo é possível. Se houver esforço, espirito de sacrifício, muita dedicação, muita vontade, tudo é possível. Se eu consegui porque não hão-de outros conseguir também? Não desistir, nunca. Esta é a minha principal mensagem. Às vezes a vida resolve. Por vontade própria, eu nunca estaria na televisão e afinal… é aqui que sou feliz. Não devemos ser inflexíveis. É preciso olhar para todas as opções, ponderar as alternativas e nunca descartar a possibilidade de aprender, de crescer enquanto pessoa e profissional porque serão sempre as características individuais as mais diferenciadoras. O que nós somos ninguém pode ser e é por isso que somos tão necessários! K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H

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Curta metragem

UBI ganha no Porto

Inovação em Psicologia

Prémio para a UBI 6 Andreia Pereira, Fábio Monteiro e Hélio Cuve, estudantes do Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI) acabam de conquistar uma menção honrosa no Prémio de Inovação na Intervenção Psicológica 2016, ao qual candidataram uma aplicação tecnológica de treino de expressões faciais que permita ao utilizador compreender as emoções associadas a cada expressão, algo fundamental nos três públicos-alvo: pacientes com depressão, esquizofrenia ou vítimas de acidentes vasculares cerebrais. Estas três patologias são as que apresentam maior défice no reconhecimento de expressões faciais, pelo que a aplicação poderá contribuir para melhorar a comunicação entre o paciente e os profissionais de saúde, durante os processos terapêuticos. A aplicação pode ainda ser usada na formação de profissionais de vendas a compreenderem mais facilmente as necessidades dos clientes. O prémio, promovido pela

Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), foi atribuído em julho, culminando um processo que os três alunos iniciaram em abril. Depois do seu projeto ter sido considerado um dos 10 melhores apuraram-se para o Segundo Summer Camp da Academia OPP, onde viram o seu trabalho ser distinguido com um terceiro lugar a nível nacional. Este facto é apontado por Andreia Pereira, como um motivo de regozijo: “É um orgulho para nós sentir que todo o trabalho e investimento que demos a este projeto é valorizado e apreciado devido ao seu grande caráter científico e de grande potencial de negócio”, refere. Em cima da mesa está já a possibilidade desta ideia passar da teoria à prática, pois “já existem aplicações semelhantes a nível mundial, mas não existe nenhuma adaptada à língua portuguesa. O objetivo é então construí-la e depois exportá-la para o Brasil e para os países de língua portuguesa porque acreditamos que ela é uma mais-valia”, destaca. K

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6 A curta-metragem ‘A Paragem’, realizada por Maria João Almeida, estudante de Mestrado em Cinema da Universidade da Beira Interior (UBI), foi distinguida com uma menção honrosa, no NAU- Festival de Cinema e Artes de Expressão Ibérica, que decorreu no Porto, em julho. A autora considera que esta distinção é “um grande reconhecimento do trabalho feito, é também um grande incentivo para continuar a trabalhar em Cinema, já que se trata da minha primeira curta enquanto realizadora e depois por ter aspetos não muito comuns em cinema, nomeadamente é um plano fixo durante toda a curta-metragem”. O cenário da curta-metragem, que tem a duração de cerca de

quatro minutos, é composto por uma paragem de autocarro e por dois desconhecidos, sendo que “um dos personagens está ao telemóvel e está completamente desligado ou a querer-se desligar da pessoa que tem ao lado dele e portanto há ali uma interação

não visível entre aquele personagem e o telemóvel, que prefere isso a interagir com o outro interveniente da história”, explica. Quanto ao elenco, é constituído pelos atores Joana Almeida, Ricardo Barbosa e Flávio Pires. A Paragem foi produzida em ambiente académico, e por isso teve que seguir determinadas regras impostas pelo professor da disciplina, aspeto este que tal como refere Maria João Almeida, acabou por representar uma vantagem para a execução do trabalho final. Produzida no âmbito da unidade curricular de Realização Cinematográfica, orientada pelo docente Vasco Diogo, a curta-metragem será agora apresentada noutras competições. K Carla Sousa _

Direitos de propriedade intelectual

Universidade cria jogo 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) desenvolveu o jogo Hacker Fighter (Hfighter), para smartphones e tablets, que visa sensibilizar os mais jovens para a proteção dos direitos de propriedade intelectual. A aplicação encontra-se disponível para download gratuito na Google Play, através de Android, e na Apple Store, através de iOS. Num cenário que é constituído por cientistas, piratas e ilhas, os jogadores do Hacker Fighter são convidados a ajudar um grupo de cientistas a recuperar uma coleção de direitos de propriedade intelectual que lhes foi roubada. Para finalizarem esta missão com sucesso, os utilizadores devem resolver mini-jogos que estão relacionados com a temática de cada ilha e que permitem a passagem de nível. Têm ainda que solucionar questões sobre a propriedade intelectual, as quais conferem bónus. Este jogo resultou de uma candidatura da UBI “a um projeto financiado pelo European Union Intelectual Property Office (EUIPO), com a ideia de desenvolver alguma aplicação que alertasse fundamentalmente as pessoas mais jovens para a importância da proteção dos direitos de propriedade intelectual”, explica Mário Raposo, vice-reitor para a Área Financeira,

Recursos Humanos e Projetos. Segundo aquele responsável, a apropriação indevida de direitos de propriedade intelectual é uma problemática que “hoje em dia surge muito na medida em que com a disseminação fácil da informação através da net, o conhecimento está acessível a toda a gente e portanto é difícil por vezes os investigadores protegerem bem as suas ideias”. Algo que espera possa começar a ser alterado, também com a ajuda do jogo criado. A aplicação, refere o coordenador do projeto, é já uma aposta ganha, que tem vindo a suscitar o interesse de várias instituições nacionais e internacionais. “O projeto está a ter uma aceitação razoável e interessante na medida em que os autores principais, o docente Pedro Inácio e Ana Martinho, já foram convidados para ir

apresentar o jogo a vários sítios, nomeadamente à sede do Instituto Europeu de Patentes, em Espanha, e ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial, em Lisboa, e também têm andado nas escolas secundárias”, conta. Para além do desenvolvimento e disseminação do jogo, está também a ser elaborado um manual de direito de propriedade intelectual, que apenas aguarda a tradução em inglês. O projeto Hacker Fighter - Game-based approach to fight piracy and counterfeiting teve início em setembro de 2015 e termina em outubro do presente ano, sendo coordenado pelo vice-reitor, Mário Raposo, e integra elementos do Departamento de Informática e do Gabinete de Inovação e Desenvolvimento da UBI. K Carla Sousa _

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Prémio jovens investigadores em Espanha

Prémio para a Covilhã 6 Jorge dos Santos Gaspar. finalista do Mestrado em Economia da Universidade da Beira Interior (UBI), venceu o V Premio ASEPELT Jóvenes Investigadores - Premio Bernardo Pena 2016, com a sua investigação na área da Economia da Energia, apresentada no XXX Congreso Internacional de Economía Aplicada (ASEPELT 2016), que decorreu em Valencia, em julho. Intitulado “Energy-growth nexus and sustainable development in Europe: a panel approach”, o artigo foi desenvolvido em co-autoria com os docentes da UBI António Marques e José Alberto Fuinhas. Centra-se numa nova abordagem do consumo de energia e das suas consequências para o crescimento económico

e para o desenvolvimento sustentável dos países. “O júri destacou que era um trabalho muito interessante em termos de futuro, principalmente o desenvolvimento sustentável, que é algo que agora está muito

em voga devido à degradação dos recursos naturais na Terra e às alterações climáticas”, explica Jorge Gaspar. António Marques, orientador do trabalho, salienta que “a investigação em Economia da Energia na UBI tem granjeado visibilidade internacional, nomeadamente pela publicação nas mais prestigiadas revistas científicas da área”, pelo que “este prémio é importante para o curso de Economia e para a UBI por ser um reconhecimento adicional da acuidade da investigação realizada pela equipa de Economia da Energia, mas essencialmente por ser o reconhecimento da qualidade do trabalho realizado”, acrescenta. K Carla Sousa _

Prémio Novartis

UBI entre os melhores

6 A Universidade da Beira Interior esteve este ano representada na fase final do prémio Novartis Biotechnology Leadership Camp Portugal (Biocamp), tendo mesmo vencido o prémio de melhor grupo de trabalho, que foi formado por Tiago Santos, Telmo Gonçalves, Sofia Couto da Rocha e Vanessa Henriques. Além disso, de entre as mais de 100 candidaturas apresentadas ao BioCamp, Tiago Santos, que integra o Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS), foi um dos 15 selecionados para participar na fase de seleção a nível nacional. Esta escolha, realizada com base na avaliação curricular, para integrar a lista dos 15 melhores jovens talentos e ao prémio recebido confessa, visivelmente satisfeito, que significam o reconhecimento do trabalho que tem vindo a desenvolver. “O prémio de melhor grupo e o facto de estar no top 15 para mim foram uma vitória. Para além de ter sido selecionado, consegui mostrar que as minhas valências eram adequadas e que apesar de não ter sido escolhido para representar Portugal foi o reconhecimento Publicidade

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Universidade do Minho

Motor inovador com patente 6 Três investigadores da Escola de Engenharia da Universidade do Minho patentearam um motor capaz de obter rendimentos muito elevados, no qual o movimento do pistão é livre e aproveita extensivamente a energia que é perdida em motores convencionais. O projeto está a ser desenvolvido por Jorge Martins e Francisco Brito, professores do Departamento de Engenharia Mecânica, com a colaboração de Tiago Costa, aluno do doutoramento em Líderes para as Indústrias Tecnológicas do MIT-Portugal, e de Bernie Bon, um empresário americano entusiasta pelos motores. “Vimos a ideia inicial de Bernie num grupo do Linkedin, trocámos impressões e daí juntámo-nos ao projeto, introduzindo vários melhoramentos”, conta Jorge Martins. Dois investidores americanos apoiaram a divulgação do conceito em conferências e suportaram

o registo da patente nos Estados Unidos da América. Um terceiro elemento deve financiar em breve a produção do primeiro protótipo. “Participar neste concurso dá visibilidade ao projeto, à Universidade do Minho e à ciência portuguesa”, assinala Tiago Costa. O novo motor, denominado Hyper4 High Efficiency Engine, é mais leve e compacto, permitindo o desenho de um ciclo termodinâmico sobrexpandido, algo que Jorge Martins estuda há 15 anos. A maior eficiência está em redirecionar a energia desperdiçada num motor convencional, tanto em gases quentes de escape como no arrefecimento do radiador. Assim, este motor alia várias estratégias de aumento de rendimento, como combustão a volume constante, taxa de compressão variável, sobrexpansão e regeneração interna. K

Projetos multimédia

Aveiro assina com a Altice que estou no bom caminho para ser uma pessoa competitiva na área e conseguir progredir curricularmente”, admite. Ao longo de dois dias, os participantes no Biocamp assistiram a palestras e solucionaram problemas apresentados pelos elementos da Novartis. No caso concreto do grupo de Tiago Santos, expôs a ideia de conceber um dispositivo de controlo de diagnóstico para ser utilizado por pacientes com insuficiência cardíaca na comodida-

de do próprio lar, permitindo-lhes assim que “sempre que dessem nova entrada nas urgências tivessem já uma espécie de relatório que facilitasse aos médicos poderem fazer o acompanhamento mais personalizado”, explica. Esta solução vem responder ao problema colocado sobre a falta de acompanhamento e da existência de situações de diagnóstico errado vivenciadas por estes doentes em hospitais. K Carla Sousa _

6 Conceber, criar, prototipar e desenvolver projetos multimédia interativos em conjunto com a Altice Labs é um dos grandes objetivos do acordo estabelecido entre o Mestrado em Comunicação Multimédia da Universidade de Aveiro (UA) e a Altice Labs que, no contexto curricular do 1º ano letivo, pretende colocar os estudantes desta área em contato direto não só com os especialistas e os desafios de uma empresa de referência no ramo, como a proporem as soluções que, espera-se, farão parte do futuro projetado e criado na Altice Labs. “A Altice Labs [antiga PT Inovação] será o parceiro para a primeira edição do Mestrado com este modelo pedagógico, em articulação com o AlticeLabs@UA recentemente criado”, aponta Carlos Santos, diretor daquele mestrado. “A Altice Labs é um nosso parceiro de longa data e que contribuirá decididamente para enriquecer este processo” assegura o responsável.

A capacidade de colocar os alunos perante desafios do mundo real, trazidos pela visão da indústria, sublinha Carlos Santos, “é um dos aspetos mais importante desta colaboração”. Através da visão da Altice Labs para as principais áreas estratégicas do seu negócio, “os alunos serão desafiados a construir os seus projetos, cujo desenvolvimento será acompanhado pela Academia e pela Indústria”. Neste âmbito, a Altice Labs será também responsável pela organização de visitas guiadas aos seus laboratórios e de várias palestras a ter lugar na UA. K


Universidade de Évora

Quinta do Paço para fins turísticos Proteção do ambiente é prioridade

UTAD promove uso da bicicleta 6 A Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro vai disponibilizar à comunidade académica bicicletas, em regime de cedência temporária, na sua maioria elétricas, kits de segurança, locais de parqueamento e ações de sensibilização e de divulgação, visando uma utilização de longa duração por forma a criar hábitos de utilização deste modo de transporte. O projeto surge após uma candidatura ao projeto U-Bike Portugal, coordenado pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes, que visa adotar hábitos de mobilidade mais sustentáveis nas comunidades académicas. Além de promover estilos de vida

mais saudáveis, o projeto permitirá ainda “uma redução de despesa com transportes aos aderentes e uma reorganização do espaço disponível para o parque automóvel e para as bicicletas”, afirma Fontainhas Fernandes, reitor da UTAD. Amadeu Borges, pró-reitor da UTAD, acrescenta que a implementação do projeto vai permitir uma redução nas emissões de CO2, através da substituição efetiva de 210 automóveis, por 300 bicicletas (270 elétricas e 30 convencionais). Com esta meta será realizada uma transferência de um total de 672.000km, que seriam realizados com recurso ao automóvel. K

UTAD integra consórcio

Peixes com comida saudável 6 A Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD) está a colaborar num consórcio liderado pela empresa SPAROS Lda, em conjunto com outras instituições, no projeto ALISSA - Bases para uma alimentação saudável e sustentável para peixes de aquacultura, que pretende contribuir com novos conhecimentos e ferramentas práticas para uma alimentação mais saudável e sustentável para peixes de aquacultura. “Queremos dar resposta aos desafios que a aquacultura portuguesa e europeia enfrentam ao nível da concorrência externa e exigências dos seus consumidores em termos de qualidade, padrões ambientais e preços competitivos”, afirma Paulo Rema, investigador da UTAD e especialista em aquacultura. A alimentação constitui um dos

principais custos de uma piscicultura (20-50% do custo operacional). Assim sendo, as estratégias associadas ao fornecimento de alimento “devem obedecer a parâmetros rigorosos que permitam uma nutrição otimizada, um crescimento e estado de saúde ótimos dos peixes, sempre com impacto ambiental mínimo”, esclarece Luís Conceição, um dos responsáveis da empresa SPAROS, líder na área da nutrição de peixes. Deste projeto multidisciplinar fazem também parte a empresa A. Coelho e Castro Lda., a Universidade do Algarve, o Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto, o Instituto Biologia Molecular e Celular e a Universidade de Aveiro. O financiamento, de 1,2 milhões de euros, é do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. K

6 A Quinta do Paço de Valverde vai ser requalificada para fins turísticos. O memorando de entendimento com vista a essa intervenção foi assinado dia 25 de agosto, no Conventinho do Bom Jesus de Valverde (Colégio da Mitra), a Universidade de Évora (UÉ), o Turismo de Portugal I. P., a Direção Geral do Património Cultural, a Direção Regional de Cultura do Alentejo e a Direção Geral do Tesouro e Finanças. O acordo agora firmado insere-se no Programa de Valorização do Património “30 Imóveis, 30 Projectos de Investimento”. Este programa, recentemente lançado pelo Governo, tem por objetivo a requalificação de um conjunto de imóveis públicos através da realização de investimentos privados, destinados à exploração de atividades económicas, nomeadamente nas áreas da hotelaria, restauração, cultura ou outras formas de animação e de comércio. Ana Mendes Godinho, Secretária de Estado do Turismo, citada pela própria universidade na sua página oficial de facebook, realçou a beleza e o interesse patrimonial do edifício, um antigo convento dos Capuchos construído no início do séc. XVI, considerando-o como “uma jóia patrimonial, bem como toda a circundante em termos de património arquitetónico, que pode e deve ser recuperado”.

Na eventual cedência para exploração turística dos edifícios (Pátio Matos Rosa e Convento), Ana Costa Freitas, reitora da UÉ, salienta que a Universidade “não abdicará de uma utilização do imóvel, designadamente para o ensino e a investigação, durante e após a requalificação do mesmo”, adiantando ainda que a candidatura por parte da UÉ ao Programa Operacional Regional do Alentejo, para a requalificação dos jardins envolventes, “servirão não só a população, permitindo a fruição do espaço, como também os nossos Ensinos, nomeadamente em termos da História, Património, Turismo, Arquitectura e Arquitectura Paisagista ou Engenharia Rural”. Este conjunto de ações contribuirá assim para “o reconhecimento da Herdade da Mitra no seu todo”.

No final de cerimónia, Miguel Honrado, Secretário de Estado da Cultura, realçou que a presente iniciativa é um “esforço integrado entre o setor público e privado”, e uma nova forma de “consciencialização da sociedade civil ao modo como se olha e valoriza o património”, fator considerado “fundamental para o sucesso da mesma”, sublinha, e alerta para a necessidade de que o “património recuperado deva valorizar toda a identidade do edifício”, respeitando um conjunto de “regras muito específicas”, e sobretudo que “valorize a memória dos edifícios”. Recorde-se que a Quinta do Paço de Valverde integra o atual Colégio da Mitra da Universidade de Évora, onde é ministrada a formação relacionada com as áreas agrícola, pecuária e ambiental. K

40ª edição

Reunião Ibérica na Universidade de Évora 6 A 40ª Reunião Ibérica de Adsorção decorre de 5 a 7 de setembro em Évora. A iniciativa, já com 40 anos, assume-se como uma excelente oportunidade para partilhar conhecimentos científicos e promover colaborações entre investigadores de Espanha e Portugal e, também, de outros países. O programa científico inclui comunicações orais, comunicações em poster e duas Conferências Plenárias: Adsorption Deformation of Nanoporous Materials: from Single Crystals to Hierarchical Structures, proferida por Alexander Neimark, da universida-

U. Évora H

de de Rutgers de , New Jersey, Estados Unidos; e Zeolite-type Transition Metal and Lanthanide

Silicates Adsorbents, apresentada por João Rocha, da Universidade de Aveiro. K

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Universidade de Coimbra

Fusão explica a subida

Cafeína diminui medo

Lisboa no top 500

6 Um estudo, realizado em conjunto por cientistas do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra e do Massachusetts Institute of Technology (MIT), revelou que o consumo regular de doses moderadas de cafeína reduz a expressão do medo, abrindo portas para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas no controlo de fobias e depressão. A investigação, centrada na região da amígdala do cérebro - onde as memórias do medo são codificadas-, mostrou que a persistência da memória aversiva depende de uma anomalia na sinalização mediada pelos recetores A2A, atores envolvidos na comunicação do sistema nervoso central. Perante esta evidência, a equipa de investigadores do CNC e do MIT realizou um conjunto de experiências em ratinhos, expondo-os a situações negativas em contexto sensorial e espacial. Num segundo momento, os animais foram separados em dois grupos e submetidos novamente aos eventos causadores de aversão. A um dos grupos foi ad-

ministrado diariamente um análogo da cafeína que bloqueia os recetores A2A. Nos ratos que consumiam cafeína observou-se uma “diminuição progressiva da retenção da memória aversiva. Quando colocados no contexto causador do medo, os animais ajustaram o seu comportamento, ou seja, adquiriram uma adaptação positiva”, explica Rodrigo Cunha, coordenador do estudo, já aceite

para publicação na revista científica Neuropsychopharmacology. Os resultados desta investigação, financiada pelo Departamento de Defesa dos EUA, podem vir a ter um impacto clínico relevante no futuro: a partir daqui é possível desenhar e desenvolver fármacos para controlar fobias e traumas, evitando a evolução para a depressão, a doença com maior incidência no mundo ocidental. K

Cooperação territorial, investigação e ensino

Milhões para a UTAD 6 A Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro está envolvida em quatro novos projetos de investigação nas áreas da comercialização, a transferência de tecnologia, novas fontes de energia, agroalimentar e estímulo ao pensamento crítico. Dois são financiados por programas de cooperação territorial do espaço Sudoeste europeu, um pelo Programa de Atividades Conjuntas e um do Programa Erasmus+, sendo todos eles desenvolvidos em parceria com instituições públicas e privadas, nacionais e estrangeiras. O projeto SUDOE AgroSMARTcoop é dirigido às cooperativas agroalimentares e às empresas suas associadas. Visa a integração, competitividade e cresciPublicidade

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mento económico das empresas através da inovação organizacional, da comercialização inteligente dos seus produtos e do incentivo à criação de alianças e projetos que permitam uma cooperação vantajosa. Conta com um orçamento de cerca de um milhão e trezentos mil euros. O projeto Turbo-Sudoe insere-se nos setores estratégicos do Agroalimentar, Automóvel e Energia. Terá a duração de três anos, com início em julho último e um financiamento de mais de um milhão e duzentos mil euros. No âmbito do Programa de Atividades Conjuntas do Portugal 2020, foi aprovado o projeto UniRCell - Unitised regenerative fuel cell for efficient renewable energy supply: from materials to

device, inserido no domínio da Energia. É financiado com mais de dois milhões de euros e irá recorrer à utilização de hidrogénio como vetor energético, de modo a aumentar a utilização eficiente das fontes de energia renováveis. Finalmente, no âmbito do programa Europeu Erasmus+, a UTAD é líder do projeto CRITHINKEDU Pensamento Crítico nos Curricula do Ensino Superior, cujos objetivos principais são a troca de experiências entre as universidades parceiras e a promoção da ligação entre as instituições de ensino superior, o mercado de trabalho e a sociedade, procurando ir ao encontro dos desafios do século XXI, em particular no desenvolvimento de competências de pensamento crítico nos estudantes.K

6 A Universidade de Lisboa ocupa a posição 160 entre as 500 universidade mundiais que integram o “ranking de Shanghai” (ARWU 2016), pelo que a instituição é a 53ª na União Europeia e 62ª na região Europa, sendo que apenas nove dos 27 países da União Europeia possuem universidades mais bem classificadas do que a Universidade de Lisboa (Reino Unido, Dinamarca, França, Suécia, Alemanha, Finlândia, Bélgica, Holanda e Áustria). No quadro iberolatinoamericano a Universidade de Lisboa ocupa a 2ª posição, agora mais próxima da Universidade de São Paulo. A fusão da Universidade de Lisboa com a Universidade Técnica de Lisboa, em 2013, colocou a Universidade de Lisboa numa po-

sição sem precedente no contexto português. Historicamente as posições modestas anteriormente ocupadas foram em 2013 subitamente transformadas, quando agregando as duas universidades, na posição 242, hoje consolidada na posição 160, ou seja uma subida de 82 posições em apenas três anos. Nenhuma das três universidades portuguesas anteriormente constantes do ARWU desceu este ano, além de terem entrado mais duas universidades portuguesas (Minho e Aveiro). A posição das universidades portuguesas é agora a seguinte: Universidade de Lisboa na 160, Universidade do Porto na 323, Universidade do Minho na 463, Universidade de Aveiro na 467 Universidade de Coimbra na 477ª posição a nível mundial. K

lações Internacionais, na obtenção de vistos e restantes procedimentos de integração. K

Empreendedorismo Turístico

Europeia com Bolsas de Mérito T A Universidade Europeia vai atribuir Bolsas de Mérito aos melhores estudantes que, este ano letivo, ingressarem, pela primeira vez, no primeiro ano, com uma média de igual ou superior a 16 valores. Estes requisitos aplicam-se a todas as licenciaturas e mestrados da três escolas, possibilitando aos estudantes da Universidade Europeia, IADE e IPAM conservar a Bolsa de Mérito durante todo o seu percurso académico, desde que consigam manter a mesma média nos anos seguintes. K

Produção Agrícola T A Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro e a Universidade do Minho acabam de abrir as candidaturas à 3ª Edição do Programa Doutoral Internacional Cadeias de Produção Agrícola – da mesa ao campo (AgriChains), o qual permitirá conceder oito bolsas de doutoramento, financiadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. As candidaturas decorrem até 23 de setembro 2016 e o programa tem início previsto a 2 de novembro de 2016. Os doutorandos terão todo o apoio dos gabinetes das universidades, nomeadamente do Gabinete de Re-

T Make it Happen! é a nova pós-graduação em Empreendedorismo Turístico, numa iniciativa conjunta da Universidade de Trásos-Montes e Alto Douro (UTAD) e do Turismo de Portugal através da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro – Lamego, que visa desenvolver conhecimentos e competências na área da Inovação e Empreendedorismo no sector do Turismo. O curso será lecionado por docentes da UTAD e por convidados de outras instituições, incluindo profissionais da área do turismo, e funcionará às sextas-feiras e sábados. K

Malha estrutural de madeira: Minho inova T Os jardins da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho, em Guimarães, têm um novo ex-libris: a primeira malha estrutural de madeira de que há registo em Portugal. Esta estrutura baseia-se na deformação de uma grelha de madeira plana e na notável relação geometria-eficiência. Foi construída por estudantes da Escola de Engenharia da UMinho, no âmbito das suas teses de mestrado e doutoramento na área de Arquitetura e Engenharia Civil. A obra surgiu na sequência do workshop “Malhas Espaciais de Madeira”, organizado pelos professores Jorge Branco e Bruno Figueiredo, pelo arquiteto Jorge Fernandes e pelo aluno João Barroso. K


Música

Docente da Esart faz digressão europeia

Na ESACB

IPCB organiza Congresso Ibérico

6 A Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco acolhe de 15 a 17 de setembro o X Congresso Ibérico sobre Recursos Genéticos Animais, informa aquela instituição em comunicado. Este Congresso, de acordo com o mesmo, é organizado em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Recursos Genéticos Animais (SPREGA) e a Sociedade Espanhola para os Recursos Genéticos Animais (SERGA), realizando-se de dois em dois anos, alternadamente em Portugal e Espanha, e “constitui um fórum de discussão entre todos os que, a diferentes

níveis, trabalham na caracterização, conservação, melhoramento, promoção e utilização sustentável dos Recursos Genéticos Animais na Península Ibérica e no Mundo”. Ainda de acordo com a mesma informação chegada ao Ensino Magazine, “à semelhança dos congressos anteriores, serão realizadas apresentações orais ou em póster, trabalhos sobre a diversidade genética de raças, sua caracterização produtiva ou demográfica, bem como trabalhos relacionados com os programas de gestão, conservação, melhoramento e comercialização dos Recursos Genéticos Animais”. K

6 O compositor e docente nos cursos de música na Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Jaime Reis, realizará uma digressão europeia durante o mês de setembro, informou a instituição. A digressão incluirá apresentações, workshops e concertos em países como a Ucrânia, a Holanda, Portugal e República Checa, após a estreia em agosto, na Coreia do Sul, da obra para percussão “Sketch for Omniscience is a Collective - part IV”, pelo percussionista Nuno Aroso. A digressão teve início esta semana na Ucrânia, em Kiev, com um workshop, integrado no festival Kyiv Contemporary Music Days, numa parceria com o Festival Dias de Música Electroacústica. Durante este workshop, os estudantes selecionados, de origens como Israel, Estados Unidos da América, Reino Unido, Suécia, Rússia, Índia e Grécia, terão a oportunidade de ter aulas individuais com o compositor, bem

como de compor uma nova peça para ser apresentada no concerto final do workshop. Entre os dias 12 e 16 de setembro, o compositor viajará para Utrecht, Holanda, rumo ao ICMC - International Computer Music Conference, que decorrerá nas instalações da University of the Arts Utrecht. O ICMC tem sido o principal fórum internacional de apresentação das várias

investigações realizadas sobre a utilização de computadores em música. Jaime Reis irá ter duas apresentações: um concerto onde interpretará a sua peça ”Jeux de L’Espace” e uma conferência sobre novas dimensões na espacialização sonora. Nos dias 16 e 17 de setembro, decorrerá em Portugal o 4.º Fórum Internacional de Jovens Compositores, em Vila do Conde, organizado pela Miso Music. Jaime Reis participará neste encontro proferindo uma conferência sobre a sua obra “Sangue Inverso”, que será interpretada pelo Sond’Ar-te Electric Ensemble. Entre os dias 20 e 25, a viagem será para Praga, para o “The European Double Bass Congress – BASS2016 PRAGUE”, em conjunto com o Duo Contracello, que realizará um recital preenchido unicamente com compositores contemporâneos portugueses e espanhóis, e onde será estreada uma nova versão da sua obra “Fluxus, Drag”. K

Candidaturas abertas

Oleiros dá bolsas a alunos do IPCB Projetos Empresariais

CEI debate formas de financiamento

6 O CEI - Centro de Empresas Inovadoras realiza, nos dias 16 e 17 deste mês, nas suas instalações, um debate sobre formas alternativas de financiamento a projetos empresariais. A incubadora de empresas que funciona há três anos e que foi criada pela Câmara de Castelo Branco, vai abordar os chamados «Crowdfunding e Equity Crowdfunding», duas formas de financiamento que atingiram valores angariados em 2015 de 34 MM de dólares a nível mundial e 7 MM de euros no mercado europeu. O debate surge integrado na segunda edição do DISRU.PT. Em nota enviada ao nosso jornal, é explicado que os principais agentes e e plataformas de crowdfun-

ding e equity crowdfunding, tais como a SEEDRS e a PPL estarão em Castelo Branco na sexta-feira dia 16 para esclarecer todas as dúvidas e mitos que circulam à volta desta temática. Os mais relevantes casos de sucesso, tais como Agroop, eSolidar e Cacifos Solidários, partilham na 1ª pessoa a sua experiência e as suas campanhas. No sábado dia 17 os participantes terão acesso a workshops que darão as ferramentas para iniciar a construção de uma campanha de crowdfunding ou equity crowdfunding. O evento é gratuito e os participantes terão direito a assistir, no dia 16, ao concerto do grupo Capitão Fausto, no Cine Teatro Avenida. K

6 O gabinete de Ação Social da Câmara de Oleiros está a aceitar candidaturas para bolsas de estudo no ensino superior, até ao fim do mês de setembro, informou a autarquia em comunicado enviado à imprensa. O município revela que à semelhança do ano anterior, não há um limite de candidaturas aprovadas, pelo que a aprovação das mesmas apenas depende do cumprimento do regulamento. Existem dois tipos de bolsa apoiadas pelo Município. O primeiro destina-se aos estudantes com dificuldades económicas que frequentem ou pretendam frequentar o ensino superior podem habilitar-se a uma bolsa destinada à comparticipação dos encargos inerentes à sua frequência em qualquer estabelecimento de ensino superior do país. Para cumprir as condições de acesso, os estudantes têm ainda de ser residentes no concelho de Oleiros há pelo menos três anos e ter menos de 30 anos. Na segunda possibilidade e

devido ao protocolo mantido entre o Município e o IPCB (Instituto Politécnico de Castelo Branco), não são tidas em conta as condições financeiras do estudante. Assim sendo, qualquer aluno que tenha frequentado a Escola Padre António de Andrade e tenha residência no concelho de Oleiros há mais de dois anos, é elegível. Esta bolsa cobre o valor anual da propina em todas as escolas do IPCB.

O objetivo do Município, presidido por Fernando Jorge (na foto), é promover a igualdade de oportunidades de acesso ao ensino e incentivar os jovens a prosseguir os estudos para além do ensino secundário. O protocolo com o IPCB, pretende além dos objetivos acima descritos, que os alunos tenham a possibilidade de permanecer na nossa zona aproveitando as infraestruturas que o distrito dispõe. K

SETEMBRO 2016 /// 09


Congresso do Lobo

Especialistas na ESACB 6 O Congresso Ibérico do Lobo, que decorre na Escola Superior Agrária de Castelo Branco, entre 27 e 30 de outubro, assegurou a presença de três especialistas de topo mundial. Pela cidade vão passar John Shivik, do Serviço Florestal dos Estados Unidos da América e autor do livro “O Paradoxo do Predador (no original The Predator Paradox)”. No perfil que acompanha o livro, Shivik é apresentado como líder no desenvolvimento de técnicas não letais para gestão de predadores, trabalhando com as autoridades federais norte-americanas mas também dando apoio à gestão de carnívoros no continente europeu. Petter Wabakken é outro dos nomes confirmados. O professor

da Universidade de Hedmark, na Noruega, tem estudado a estrutura e dinâmicas dos predadores e o comportamento social dos lobos, entre outras espécies. A sua experiência foi reconhecida pela União Internacional para a Conservação da Natureza, na qual esteve como representante norueguês no grupo de especialista sobre o lobo. Outro nome confirmado pela organização para vir a Castelo Branco é o de Steve Redpath, da Universidade de Aberdeen. Redpath foi diretor do centro para o desenvolvimento sustentável da universidade britânica e ensina ciência da conservação. A organização do congresso sublinha que estes oradores são “especialistas de topo em ecologia e

conservação de grandes carnívoros, agregando enorme experiência na gestão de conflitos que ameaçam a conservação da biodiversidade”. A quarta edição do Congresso Ibérico do Lobo é uma organização do Grupo Lobo, em colaboração com várias entidades entre as quais Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, onde os trabalhos irão decorrer de 27 a 30 de outubro. O encontro está organizado em três sessões, “que pretendem abranger diferentes temáticas relacionadas com o conhecimento e conservação do lobo”, diz a organização em comunicado. São elas a dimensão biológica, gestão e conservação e, finalmente, a dimensão social. K

Empresa startup desenvolve

Rega inteligente na cidade 6 O Parque Urbano das Violetas, em Castelo Branco, acolheu o primeiro sistema inteligente de rega, tornando a cidade albicastrense como pioneira no país. O sistema, que recorre à energia solar, permite controlar à distância, através de um programa específico e com recurso à internet sem fios, todo o funcionamento da rega de jardins e espaços verdes, por aspersor, detetar avarias de forma mais célere, e impedir que a rega seja efetuada caso tenha chovido ou esteja a chover, pois também está equipado com um pluviómetro. Para colocar em prática esta visão ecológica e económica, que garante ainda wi fi gratuito para todos os utilizadores do Parque Urbano, a Câmara de Castelo Branco escolheu a empresa Allbesmart, uma startup instalada no Centro de Empresas Inovadoras de Castelo Branco (Cei), que também já tinha sido responsável pela implementação da rede wi-fi gratuita na Piscina Praia albicastrense, e que é constituída por docentes e diplomados da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco. “Estamos a desenvolver este projeto com uma empresa criada no CEi. Dizem que não temos empresas tecnológicas, mas aqui está um bom exemplo de como há inovação. Aquilo que desejo é que esta empresa possa caminhar para outras autarquias. Este é um incentivo que lhe estamos a fazer”, disse Luís Correia, presidente da Câmara albicastrense.

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Avaliação

Elvas com cursos acreditados por 6 anos 6 A Escola Superior Agrária de Elvas (ESAE) do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) viu recentemente os cursos de Agronomia, Enfermagem Veterinária, Equinicultura e mestrado em Agricultura Sustentável, receberem a acreditação por seis anos sem condições, o que corresponde à acreditação máxima, o que atesta a qualidade do ensino. A acreditação foi feita pela

Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES). Esta agência garante a qualidade do ensino superior em Portugal, através da avaliação e acreditação das instituições de ensino superior e dos seus ciclos de estudos, bem como no desempenho das funções inerentes à inserção de Portugal no sistema europeu de garantia da qualidade do ensino superior. K

Escola Agrária de Elvas

Docente ganha prémio ibérico

Para já o sistema está implementado no Parque Urbano das Violetas, onde a autarquia já tinha efetuado um forte investimento na instalação de um equipamento avançado de rega. Agora foi feito um upgrade ao sistema. Com um simples clique é possível controlar todos os 40 pontos de rega existentes, ao contrário do que sucedia, em que o funcionários da autarquia responsável pelo espaço tinha que percorrer os 40 pontos abrindo e fechando manualmente as regas. “Esta é uma gestão de rega inteligente que queremos ir estendendo a toda a cidade. Só neste local havia 40 pontos para ligar e desligar de forma física. Hoje com um simples tablet, telemóvel ou atrávés de um computador conseguimos fazer isso. Há mais eficiência e mais poupança de água. Nos dias em

que está a chover existe um sensor que bloqueia a rega”, começa por explicar Luís Correia, presidente da Câmara. Castelo Branco mais inteligente é uma das apostas que o autarca quer prosseguir. O sistema inteligente de rega é apenas uma dessas expressões que quer desenvolver em toda a cidade. “Estamos a apostar em espaços verdes, mas também na sustentabilidade”, assegura. Uma sustentabilidade que está assente não só na eficiência e eficácia, mas também na poupança de recursos, como é o caso da água e da energia. Todo o sistema funciona com energia solar, através da colocação de duas torres que também difundem o sinal de wi-fi, o que permite que todos os utilizadores do Parque Urbano das Violetas tenham internet gratuita. K

6 Pela primeira vez um doutorado de uma instituição de ensino superior portuguesa foi incluído nos premiados do mais importante prémio ibérico na área da fertilidade agrícola. João Paulo Mendes, professor na Escola Superior Agrária de Elvas do Instituto Politécnico de Portalegre, defendeu na Universidade de Évora em 2015 a tese “A sementeira direta e as culturas de cobertura no controlo da salinidade do solo em culturas regadas”, sob a orientação do professor Mário de Carvalho. Foi classificado com a nota máxima, condição necessária para poder concorrer a este importante prémio. O Grupo Fertiberia, que financia este prémio, produz produtos para usos agronómicos e industriais. Com sede em Madrid, este grupo é o mais importante neste setor em Espanha, tendo unidades de produção em Espanha, Marrocos e Portugal, apesar da sua atividade ser desenvolvida em diversos países da Europa, da América do Norte e do Sul e da África. O prémio Fertiberia para a melhor Tese Doutoral em Temas Agrícolas foi criado em 1996 em colaboração com o Colegio Oficial de Ingenieros Agrónomos de

Centro y Canarias. Este prémio distingue-se pela qualidade das teses apresentadas, tendo como principal objetivo o de promover a utilização racional e responsável dos recursos de modo a ser compatível com aplicação de critérios de desenvolvimento sustentável. Recentemente este prémio passou a ter uma dimensão ibérica. No dia 27 de julho teve lugar a 18º edição deste prémio na sede do Ministério da Agricultura em Madrid (que incluiu teses discutidas nos anos de 2014/2015). A entrega do prémio foi presidida pela Ministra da Agricultura de Espanha, Isabel Garcia Tejerina. Concorreram 18 teses e dessas foram selecionadas três: um primeiro prémio para Juan Carlos Sánchez (Universidade de Córdoba) e dois segundos prémios para João Paulo Mendes (Universidade de Évora) e Francisco Javier Llerena (Universidade da Extremadura). A Ministra ao referir-se à tese de João Paulo Mendes destacou o seu grande interesse pois disponibiliza informação sobre o efeito da qualidade da água de rega no solo e como aplicando as técnicas corretas se pode contribuir para garantir a sustentabilidade do regadio. K


Segurança sísmica dos edifícios

Porto e Leiria ganham prémio

6 Um grupo de investigadores e docentes do Politécnico de Leiria e da Universidade do Porto criaram um modelo de cálculo que simula o comportamento das paredes de alvenaria e o seu efeito nos edifícios existentes durante os sismos. “Esta ferramenta permite avaliar a segurança dos edifícios em situação de sismo, e é ainda um passo importante para a comunidade científica e técnica ter mais confiança nos resultados produzidos, influenciado assim o melhor dimensionamento dos novos edifícios”, explica Hugo Rodrigues, investigador do Politécnico de Leiria. O modelo desenvolvido já foi distinguido, vencendo recentemente o primeiro prémio no concurso internacional FRAMA 2015 International Benchmark / Blind Prediction Contest, entre dez equipas concorrentes de diversos países: Itália, Alemanha, Turquia, e EUA. Hugo Rodrigues esclarece ainda que “o desenvolvimento e validação de modelos de cálculo avançado permite ainda a realização de estudos detalhados, que servem para a definição de regras para aplicação do engenheiro no

Macaenses no Oeste T A Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Politécnico de Leiria recebeu 17 estudantes macaenses para o summer course internacional ‘Portugal Tourism – Heritage and Creativity’, centrado nas questões do património e da criatividade, na cultura, turismo, ciência. Os estudantes do Institute for Tourism Studies de Macau viveram uma experiência única, de 10 a 23 de julho, que envolveu conferências, workshops, aulas de surf, visitas ao património edificado e natural da zona, e visitas culturais em Óbidos, Peniche, Lisboa, Nazaré, Caldas da Rainha, entre outros locais. K

Novas pós-graduações em Leiria T A Escola Superior de Saú-

dia-a-dia de projeto, em particular na consideração dos efeitos das paredes de alvenaria de enchimento nestas situações que, por norma, são um elemento não estrutural, e por isso não são consideradas no cálculo”. O modelo numérico da estrutura de betão armado com painéis de alvenaria de enchimento foi desenvolvido pelos portugueses André Furtado, João Oliveira, Hugo Rodrigues, Humberto Varum e António Arêde, e conseguiu prever de forma muito satisfatória o seu comportamento quando sujeita a uma série de acelerogramas, reproduzidos em ensaios em mesa sísmica. A equipa vai receber o galardão do FRAMA em outubro, na Faculty of Civil Engineering/University of Osijek, na Croácia. Este concurso é financiado pela Croatian Science Foundation, e tem como objetivo obter a previsão do comportamento de uma estrutura porticada, representativa de um edifício de betão armado com paredes de alvenaria de enchimento, com recurso a modelos numéricos da resposta sísmica, para diferentes níveis de intensidade. K

de do Politécnico de Leiria (ESSLei/IPLeiria) vai abrir este ano duas novas pós-graduações em Ciências Aplicadas à Acupuntura, e em Nutrição Comunitária e Saúde Pública. As candidaturas podem ser efetuadas até 30 de setembro. Clarisse Louro, diretora da Escola, considera que a abertura desta oferta “é crucial, porque responde às solicitações e aos anseios dos profissionais na área, e às reais necessidades da sociedade e do mercado”. Em ambas as pós-graduações haverá a possibilidade de frequência de unidades curriculares isoladas. K

TeSP em Leiria T O Politécnico de Leiria colocou na primeira fase 858 estudantes nos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP), mais 13% que no ano passado. Globalmente, na primeira fase, foram preenchidas 82% das vagas disponíveis para os TeSP, tendo 15 cursos preenchido a totalidade das vagas disponíveis. A segunda fase de candidaturas decorre de 2 a 23 de setembro e terá 231 vagas disponíveis. K

Planeamento de cirurgias

Leiria apoia práticas

6 O Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto do Politécnico de Leiria desenvolveu soluções para o planeamento das intervenções cirúrgicas, que em breve poderão estar a ser utilizadas nas unidades hospitalares. O Centro cria de raiz as máquinas que fazem a impressão digital direta (tridimensional) do órgão ou conjunto de órgãos a intervencionar, para que os clínicos possam treinar e planear o procedimento previamente em modelos físicos multimaterial e multicores, nas dimensões reais do paciente. Paralelamente, as ferramentas e tecnologias de realidade

aumentada permitem, respetivamente, juntar dados imagiológicos, digitalizados e termográficos em realidade aumentada para uma abordagem integrada; e visualizar e interagir com uma imagem, para aprendizagem e/ou planeamento de procedimentos. Artur Mateus, subdiretor e investigador do Centro explica que “as tecnologias devem cada vez mais estar em utilização onde são precisas. As potencialidades da impressão digital direta na saúde são inúmeras, e os nossos investigadores têm-se dedicado a desenvolver soluções nesta área, em colaboração direta com clínicos, para que possamos, cada

vez mais, responder às necessidades reais dos profissionais de saúde, e também às necessidades dos utentes”. A fabricação aditiva permite a impressão direta, por camadas e em diversos materiais, de produtos finais, criando soluções rápidas e adaptadas às necessidades imediatas dos clientes, e permitindo adaptar desde logo, numa peça única, a parte funcional. Para já foram apresentadas ao Centro Hospitalar de Leiria (com o qual o Centro tem um protocolo de cooperação), Hospital de Santa Maria, Fundação Champalimaud, entre outras instituições ligadas à investigação e saúde. K

Leiria com mobilidade sustentável

220 bicicletas elétricas

6 O Politécnico de Leiria vai disponibilizar 220 bicicletas elétricas aos estudantes e colaboradores das suas escolas e centros de investigação, no âmbito da candidatura apresentada à operação U-Bike Portugal, realizada em consórcio com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes. O projeto pretende promover a mobilidade sustentável junto da comunidade académica, e envolve um investimento total de 660 mil euros, cofinanciado em 85% pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos. As 220 bicicletas serão distribuídas pelas diferentes Escolas e Infraestruturas Científicas, designadamente em Leiria, Marinha Grande, Caldas da Rainha e Peniche. A cedência das bicicletas aos utilizadores terá em conta períodos de longa duração (seis ou 12 meses). Quanto aos critérios de atribuição, será tido em conta o número de quilómetros percorridos por mês que cada um se compromete efetuar, o tipo de transporte normalmente utilizado nas deslocações

entre casa e escola/trabalho, e também se o utilizador é estudante ou colaborador do Politécnico de Leiria. “Este projeto encontra-se em linha com as iniciativas que o Politécnico de Leiria tem vindo a desenvolver junto das comunidades onde as suas escolas estão inseridas, com vista à promoção de uma cultura de mobilidade mais sustentável para as pessoas e para o ambiente”, explica Rui Pedrosa, vicepresidente do Politécnico de Leiria.

O projeto foi formalmente apoiado pelas autarquias, e está alinhado com os planos de mobilidade dos municípios onde estão localizadas a escolas e infraestruturas científicas do Politécnico de Leiria, nomeadamente os municípios de Leiria, Marinha Grande, Caldas da Rainha e Peniche. O projeto contou ainda o apoio estratégico dos municípios de Alcobaça e Óbidos, e com o apoio formal das agências regionais de energia, Enerdura e Oeste Sustentável. K

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78 mil 250 novos estudantes

Mais alunos no superior 6No ano letivo que agora começa vão entrar no ensino superior português 78 mil 250 novos estudantes, sendo que 70 mil 850 dizem respeito aos cursos de licenciatura e mestrado integrados, dos quais 46 mil e 700 alunos entram no sistema pelo concurso nacional de acesso nas suas três fases e os restantes pelos regimes especiais. A estes juntam-se os 7400 referentes aos cursos Técnicos Superiores Profissionais (TESP’s), os quais têm a duração de dois anos e garantem aos seus diplomados a continuidade de estudos para licenciatura. Todos juntos formam o tal contingente de 78 mil 250 novos estudantes. Os dados foram revelados pelo Ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, num encontro com jornalistas, onde também estiveram presentes a Secretária de Estado do Ensino Superior, Fernanda Rolo, o Diretor Geral do Ensino Superior, João Queirós, a diretora geral de estatísticas e da ciência, Luísa Loura, e os presidentes do Conselho de Reitores (CRUP), António Cunha, e do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Joaquim Mourato. Numa altura em que se assinalam 40 anos do regime geral de acesso ao ensino superior, a tutela optou por não divulgar apenas os dados referentes à 1ª fase da colocação de alunos nas universidades e politécnicos, mas também uma perspetiva de como irão ficar as instituições após a 2ª e 3ª fases do concurso nacional de acesso, os regimes especiais e os estudantes internacionais. “Os valores totais refletem uma visão integral do conjunto do processo de ingresso no ensino superior público, incluindo todos os regimes de acesso. O concurso nacional de acesso representa apenas cerca de 2/3 do conjunto dos estudantes que ingressam, anualmente, no ensino superior público”, explicou o ministro. Manuel Heitor referiu ainda que “concluída a primeira fase do 40.º concurso nacional de acesso, foram já admitidos no ensino superior público, através deste concurso, em 2016, 42 mil 958 novos estudantes, o que representa um acréscimo de 2,1% em relação à mesma fase do concurso de 2015”,

012 /// SETEMBRO 2016

Os dados foram apresentados pelo ministro do Ensino Superior e pelos presidentes do CRUP e CISP, bem como pelo diretores gerais

acrescentando que se estima que “o total de estudantes a admitir no ensino superior público através do concurso nacional de acesso (1.ª, 2.ª e 3.ª fases) atinja cerca de 46 mil e 700 estudantes, o que representa mais 6% em relação ao mesmo momento do concurso de 2015”. Além disso, refere o ministro, “estima-se que o total de estudantes a admitir no ensino superior público por outras vias de acesso atinja cerca de 24 mil 100 estudantes”. Já no que respeita aos TESP’s, tudo aponta para que este ano estejam a frequentar essa formação mais de 11 mil e 500 alunos. “A concretização da componente de formação em contexto de trabalho mobiliza 7283 empresas e organismos com capacidade para proporcionar estágio a cerca de 21 mil e 100 estudantes”, justificou Manuel Heitor. No que respeita aos resultados da 1ª fase em concreto verifica-se que concorreram ao concurso nacional de acesso (de 2016) 49 472 estudantes, o que representa um acréscimo de 2,5% em relação ao ano anterior (48271 em 2015). Nesta fase foram abertas 50688 vagas, tendo sobrado 8022 para a 2.ª fase. Foram já colocados 87% dos candidatos, tendo a taxa de ocupação das vagas sido de 84%. O ministro aproveitou ainda para fazer o retrato dos

alunos que terminam o ensino secundário e que prosseguem para o superior. “A maioria dos estudantes que completam o ensino secundário em cursos científico-humanísticos prosseguem estudos no ensino superior (84%), designadamente em cursos de licenciatura e integrados de mestrado, mas apenas 18% dos estudantes oriundos dos cursos profissionais e 55% dos estudantes oriundos dos cursos artísticos especializados encontram-se, no ano imediato, a adquirir uma nova qualificação em Portugal”. Os dados foram também comentados pelos presidentes o CRUP e do CCISP. António Cunha, do Conselho de Reitores, diz existir “uma evolução positiva em relação ao número de candidatos face ao ano anterior”. O também reitor da Universidade do Minho mostrou-se satisfeito com o modo como os dados foram apresentados, sublinhando que “há outras formas de entradas no ensino superior, para além do concurso nacional de acesso”. Já Joaquim Mourato, presidente do CCISP, destacou a trajetória de crescimento no número de alunos colocados, lembrando que ela é “fundamental para que Portugal se aproxime da meta a que se comprometeu em termos europeus”. O também presidente do Politécnico de Portalegre revelou que “os politécnicos revelam um crescimento de

3,9 por cento face ao ano anterior”, estando a crescer há três anos consecutivos, registando-se também um aumento no número de alunos que escolhem os politécnicos em primeira opção”. Joaquim Mourato sublinhou que “os dados demonstram que as instituições ficarão Publicidade

cheias”, referindo que “este é um ano atípico para os politécnicos que não irão receber os alunos dos seus CET’s, pois já não ministram esses cursos, nem dos TESP´s, que sendo de dois anos só no próximo ano terão diplomados para prosseguir para as licenciaturas”. K


Manuel Heitor, ministro do Ensino Superiores

“Os portugueses estão a estudar mais” 6O Ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, voltou a reiterar a ideia de que não há ensino superior a mais em Portugal. Num encontro que manteve com os jornalistas e onde o Ensino Magazine marcou presença, aquele responsável falou do que é necessário para trazer mais alunos para as universidades e politécnicos. Manuel Heitor lembrou que os “números deste ano demonstram que houve um aumento de 6 por cento no total de estudantes que vão ser colocados no concurso nacional de acesso. E esse facto deve-nos orgulhar, porque os portugueses estão a estudar mais. Mas quando nos comparamos com outros países europeus, sabemos que este aumento, positivo, tem que continuar. E é essa a nossa aposta para esta legislatura, no sentido de virmos a alargar a base social do ensino superior, conjuntamente com a qualidade progressiva e gradual desse ensino, o qual é reconhecido internacionalmente”. O ministro considera que são necessárias medidas para alargar a base social do ensino superior. “Estamos a aumentar o apoio social aos estudantes e reorientámos o programa + Superior para poder atrair mais jovens para instituições localizadas em zonas de baixa densidade populacional. Mas além disso é importante diversificar o tipo de ensino, de forma a que tenhamos o ensino superior mais associado às vontades e atitudes dos jovens, mas também às necessidades do mercado laboral”. Manuel Heitor fala do reforço do “ensino superior politécnico. Nos últimos meses foram disponibilizados cerca de 70 milhões de euros, dos quais 45 milhões destinam-se aos cursos de formações curtas (quer para equipamentos, quer para funcionamento) e 23 milhões de euros para apoio a atividades de investigação, sobretudo baseadas na prática no ensino politécnico. Só através da atividade sistemática de investigação e desenvolvimento poderemos melhor capacitar as instituições”. O ministro sublinhou também o “apoio contínuo e sistemático ao ensino universitário, envolvendo-o cada vez mais nas redes internacionais de ensino e investigação, pelo que foi aprovado um programa de estímulo ao emprego científico que vai certamente beneficiar as instituições, e rejuvenescer o seu corpo docente e de investigação”. Deste modo, assegura o ministro da tutela: “há três tipos de políticas públicas que têm vindo a ser implementadas e que passam por alargar a base do ensino supe-

rior, pelo reforço do topo do sistema com mais investigação e por diversificar o sistema através, sobretudo, do fortalecimento e da especialização do ensino superior politécnico”. O governante defende “um ensino superior cada vez mais inclusivo e socialmente responsável, capaz de integrar e acolher plenamente todos os que o procuram, nomeadamente cidadãos com necessidades educativas especiais, valorizando a diversidade e a multiculturalidade”. Aponta ainda como aposta “o estabelecimento de condições contratuais com as instituições de ensino superior, garantindo a necessária estabilidade no financiamento ao longo da legislatura”. Em resposta às questões dos jornalistas, Manuel Heitor voltou a reiterar o que já tinha referido ao Ensino Magazine, quando entrou em funções: “Não há instituições de ensino superior, nem cursos, a mais. O que temos é alunos, porventura, a menos. O que fizemos com esta divulgação dos resultados, foi apresentar não só os dados da 1ª fase de acesso ao ensino superior, mas providenciar os dados com estimativas de todo o acesso (três fases do concurso nacional e regimes especiais). E quando olhamos para todos os regimes de acesso, não há nenhuma instituição que fique abaixo das vagas abertas. Todas estão acima dos 100%. Isto é, têm mais estudantes do que as vagas que abriram”. O ministro destacou o trabalho significativo que “as instituições de ensino supe-

rior, politécnicas e universitárias, têm feito para atrair estudantes e a adaptarem-se

a um mercado de trabalho mais exigente, mas com mais capacidade de interação com as academias”. Manuel Heitor lembrou ainda que “hoje o ensino superior português cobre todas as áreas de intervenção”, explicando que cerca de 30% referem-se a ciências e tecnologias. “Mas temos uma grande base de formação nas ciências sociais e de humanidades, assim como nas ciências da vida e da natureza. Quando olhamos para o total da oferta do ensino superior e para as escolhas dos candidatos, verificamos que temos uma distribuição de áreas que é muito semelhante à média europeia. E é importante termos um sistema de ensino superior que permita ao estudante optar pelas suas próprias decisões. O mais importante é estudar. Acreditamos que o mercado de trabalho, que é cada vez mais dinâmico, valoriza progressivamente uma sociedade multidisciplinar com vontades e atitudes em diferentes áreas. As políticas públicas devem garantir e dar oportunidades aos jovens para estudarem aquilo que eles verdadeiramente acham que devem prosseguir”. K

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SETEMBRO 2016 /// 013


Susana Torres, “mental coach”

Dicas para educar comportamentos 6 Saltou do anonimato após o golo com que Eder deu a vitória a Portugal na final do Euro-2016. Chama-se Susana Torres e conta-nos o que faz um “mental coach” e muito mais.

que criámos, ao estilo de vida, etc. Era muito importante que conseguíssemos parar para refletir sobre o que está a acontecer na nossa vida. E o “coaching” pode dar uma ajuda. Tal como o GPS, se não definirmos a localização onde estamos, não conseguiremos chegar ao destino. Andamos meio perdidos porque não temos a direção e as coordenadas para chegar onde queremos. Não é por isso de estranhar que haja um crescimento de áreas como o Yoga, o mindfulness, etc.

De que maneira a sua vida mudou a partir da noite de 10 de julho de 2016? Mudou drasticamente. A minha vida tornou-se bastante mais agitada. Os “coach” normalmente estão nos bastidores e não aparecem. Mas o Eder quando pronunciou o nome da pessoa que o acompanhava fez mudar tudo. Foi impossível continuar no anonimato e começaram a chover perguntas e pedidos para explicar que tipo de trabalho é que eu desenvolvia.

Nos últimos anos as livrarias têm sido inundadas com os chamados livros de auto-ajuda, que tratam de temáticas como a comunicação, o falar em público, a ansiedade, o pânico, etc. Pode, de alguma forma, entender-se este livro como tal? Penso que sim, porque vivemos num ritmo de vida tão agitado, com múltiplos compromissos e altamente stressante, que há uma necessidade de procurar um escape e ajuda nos livros. Mas mais do que de auto-ajuda este livro é inspirador de comportamentos, tem uma história verídica e disponibiliza ferramentas. No fundo, a mensagem que eu e o Eder procurámos passar, foi que «tudo é possível, desde que acreditemos e façamos alguma coisa por isso». Este livro é o «clique» para esse passo em frente.

Qual é a diferença entre ser “mental coach” e psicólogo? São áreas de trabalho distintas e com dinâmicas e objetivos diferentes. A grande diferença é que os “coach” focam-se muito no presente e trabalham com o futuro e com objetivos. Ou seja, olham para a frente. Acham irrelevante o que está para trás, ou seja, o passado da pessoa, que pode ser os traumas de infância, etc. Por seu turno, o psicólogo assenta mais na terapia e na resolução de algum problema ou sintoma que a pessoa tem. Trabalhou durante ano e meio com o Eder. O que quer dizer com «trabalhar o processo»? Basicamente é trabalhar a pessoa no seu todo e ir a todas a áreas da nossa vida para melhorar a nossa performance. Focamo-nos num objetivo e no que precisamos de modificar para ficarmos mais aptos a atingir esse objetivo, principalmente despertando as pessoas para a utilização de recursos como a confiança, a determinação, etc. No caso do Eder o trabalho incidiu sobre o comportamento e o relacionamento dele no universo profissional e familiar, passando pelas rotinas da alimentação, de sono, etc. No âmbito do trabalho específico trabalhámos a alta performance, com especial enfoque na visão periférica, a concentração, o foco, a disponibilidade para o treino, etc. «Vai correr tudo bem. Vai correr lindamente». Esta é uma frase que, para além de dar título ao livro, o Eder dizia antes dos desafios para se auto-motivar e que a Susana tatuou na sua pele. É uma frase que pretende inspirar os outros? Foi uma frase que marca um momento e marca todo o percurso de um longo trabalho, com avanços e recuos. Por isso, decidimos adotá-la para dar título ao livro que começou a ser pensado em janeiro de 2016. É uma frase que nos dá muita esperança e que nos faz acreditar que com o nosso trabalho conseguimos atingir os objetivos a que nos propomos. O golo do Eder que deu o título europeu a Portugal foi o pretexto perfeito para lançar este livro? O livro seria sempre lançado, até porque

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Paulo Jorge Figueiredo H

Susana Torres com Eder, o heroí do Euro 2016

toda a história de vida do Eder é maravilhosa e inspiradora, e de muita resistência perante as vicissitudes da vida. Aliás, no início do ano comuniquei-lhe que queria publicar um livro com a história dele, para motivar outros atletas e as pessoas em geral. No início ele não viu com bons olhos a ideia. Mas depois de ter marcado o golo e dado a vitória a Portugal achámos conveniente, até dado o interesse de muitas editoras, revelar o trabalho que eu e ele fizemos. Aliás, antes do europeu começar o livro estava praticamente concluído, foi só mesmo atualizar com o momento do golo da final com a França. Com o empenho de muita gente, especialmente com o esforço de uma grande máquina editorial que é a Leya, foi possível terminar o livro em agosto, fazer o trabalho de impressão e lançá-lo nos últimos dias do mês. O Eder não foi o único atleta com quem trabalhou. Sei que tem experiências em Braga e em Guimarães… Trabalhei na época passada, entre outubro e janeiro, com os jogadores do Vitória de Guimarães. Eles estavam no 15.º lugar quando eu comecei e quando saí eles estavam num lugar europeu. Depois tive de ir três semanas para Londres e abandonei a equi-

pa. Na penúltima temporada acompanhei o Sporting de Braga na última jornada com o Setúbal e que terminou com uma vitória de 5-0 para os bracarenses. Para além de clubes de futebol e jogadores, também trabalha na área empresarial. Quem é que, no fundo, pode procurar os seus serviços? Neste momento, confesso que me procuram de todas as áreas e não consigo dar vazão a todos os pedidos. Desde o desporto, passando por pessoas com desafios na sua vida profissional, etc. Mas o meu “core” são os jogadores de futebol e as empresas. As empresas têm sempre o seu ponto forte nestes meses de setembro e outubro, porque é o momento escolhido para realizar as reuniões anuais. As outras pessoas que me procuram, mas que eu tenho de declinar por falta de disponibilidade, são encaminhadas para outros “coach”, que fazem o mesmo que eu faço e com igual competência. Diz que «o “coaching” é um GPS das pessoas». Acha que a sociedade em que vivemos está desfocada e descentrada do que é essencial? Sem dúvida, devido às próprias rotinas

A questão da fé foi muito destacada pelo selecionador Fernando Santos. Que papel pode ter a crença religiosa no processo de acreditar que tudo é possível? Eu entendo que quando existe algo numa dimensão superior – mas que nós até não dominamos – é uma componente muito importante e saudável. É o caso da religião e da fé, por exemplo. No meu contacto com os jogadores eu defendo que eles devem focar-se naquilo que controlam, mas considero igualmente importante que se acreditarmos que existe uma força superior a nós que pode influenciar de certa maneira, apelemos a isso. Mesmo que não controlemos, é importante o ato de acreditar em algo, seja Deus ou o que quer que seja e vai dar-nos essa força, vai fazer acontecer. Até porque, às vezes faltam-nos as forças e é importante ir buscar reservas e a religiosa é uma delas. A fé pode mesmo mover montanhas. Foquemo-nos agora na questão educativa. Como mãe de três crianças, como procura educar para o otimismo os seus filhos? Primeiro, tenho cuidado na linguagem que utilizo com eles, nomeadamente com palavras específicas, que limitam bastante e condicionam. Como por exemplo? Anulo por completo o uso da palavra «não». Quando eu digo «não abras a porta» ou «não feches a gaveta», o nosso subconsciente não percebe imediatamente o «não». Eu esforço-me por dizer em vez de «não abras a porta», «deixa a porta aberta». No domínio da linguística, outro aspeto que não uso com os meus filhos é o recurso à pala-


vra «tentar». Isto para reforçar a mensagem que «queremos» ou «não queremos fazer». «Tentar» não é nada e pressupõe que não vamos conseguir completar a tarefa e essa possibilidade é algo que nos limita. Por isso, elimino essa palavra da comunicação familiar. Finalmente, procuro ensinar pelo exemplo os meus filhos e é algo em que foco a minha atenção. O atual contexto escolar não é particularmente pacífico e vive com muita tensão e instabilidade. Na sua opinião, de que maneira é que esse panorama pode afetar os comportamentos dos mais jovens? Esse contexto de instabilidade de que fala no relacionamento entre alunos e professores começa, muitas vezes, em casa e no ambiente familiar que é transportado para a escola. Torna-se muito difícil gerir essa diversidade de comportamentos e que cada criança traz para a sala de aula. Deveria ser incluída, ao nível das escolas, a formação dos professores em técnicas de “coaching”. Quando trabalhamos o “coaching” atuamos muito no outro e ajudamos a desbloquear alguns comportamentos de forma a potenciar as qualidades e a autoridade do professor. E não é possível esquecer que existem semelhanças entre a relação entre jogador e treinador nos clubes e professor e alunos na escola. Nestes dois mundos é possível educar o comportamento. Portanto, quer dizer que a escola devia aprender com o que se faz no desporto para melhorar os resultados dos seus agentes? Num capítulo do livro explico a importância do encadeamento resultante do que pensamos, do estado emocional, do condicionamento do comportamento e de que forma é que isso dita os resultados. Por isso, preconizo que se os professores tiverem algumas ferramentas que lhes permitam identificar e influenciar positivamente alguns comportamentos das crianças, através do “coaching”, provavelmente terão o seu trabalho mais facilitado no relacionamento geral com a turma, onde coexistem mais de 20 alunos ao longo do ano letivo. É possível reintegrar estudantes que por vontade própria se auto-excluíram ou que foram rejeitados? Há casos paradigmáticos, por exemplo, o Michael Jordan que foi expulso da equipa de basket da escola e anos mais tarde converteu-se no melhor basquetebolista do mundo. Significa isto que nem sempre os miúdos que estão fora da norma e fora da regra sejam maus alunos. Porventura, basta um tratamento dife-

Andreia Pinho H

CARA DA NOTÍCIA O poder da mente

6 Susana Rodrigues Torres nasceu em Lisboa, em 1977. Depois de 14 anos a trabalhar no setor bancário, abraçou de alma e coração o ainda pouco explorado meio do “coach”, especializando-se em treino mental no desporto e desenvolvendo programas de “coaching” desportivo. Licenciada em Gestão Comercial e Contabilidade pela Universidade Fernando Pessoa, possui também o PAGB da Universidade Católica e a Formação Avançada de Liderança pela mesma instituição. Possui certificações internacionais na área do “Coaching” e da Programação Neurolinguística (PNL), e efetuou parte da sua aprendizagem diretamente com John Grinder, o co-fundador da PNL. Editou em agosto o seu primeiro livro chamado «Vai Correr Tudo Bem!», onde aborda a história pessoal e futebolística de Eder Lopes, o autor de um dos golos mais importantes da história do futebol português. K

rente para com eles e o êxito desse processo pode estar nas mãos do professor. O ano letivo está a iniciar-se um pouco por todo o país. Admite ser convidada para palestras ou outro tipo de interação com os alunos? Das inúmeras solicitações que me chegaram, recebi dois convites de universidades. Mas, para já, ainda estou a analisar. K Nuno Dias da Silva _

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SETEMBRO 2016 /// 015


IPGuarda

outubro

Polieempreende apura finalistas

6 O Instituto Politécnico da Guarda recebeu, no passado mês de julho, a fase regional do Concurso PIN – Poliempreende. Esta atividade, integrada no projeto PIN-Poli Entrepreneurship Innovation, contou com a participação de quatro projetos de equipas empreendedoras. As equipas foram compostas por estudantes e docentes das diferentes escolas superiores do IPG, orientados pelos tutores do Poliempreende nomeados pela Unidade de Desenvolvimento e Investigação (UDI)/IPG. O júri foi composto por representantes de diferentes entidades externas

(IAPMEI, ACG, NERGA) e um empresário que “efetuaram um conjunto de sugestões importantes aos projetos a concurso de modo a poderem ser aperfeiçoados e implementados no futuro”, como nos referiu Teresa Paiva, diretora da UDI/IPG. Em primeiro lugar ficou o projeto “Royal Roe” que incidiu na área da comercialização e distribuição alimentar; “Do Ginásio para a Cozinha” foi o projeto classificado em segundo lugar, relacionado com a área do desporto, saúde e gastronomia; o terceiro lugar foi atribuído ao projeto “Casa da Cultura”, idealizado no

Toponímia em debate na Guarda contexto da área social e cultural. “Salienta-se ainda a participação do projeto da área da saúde e farmácia, enaltecendo-se o empenho e persistência de todas as equipas de empreendedores que chegaram a esta fase do projeto, demonstrando, assim, a aprendizagem das competências empreendedoras adquiridas”, acrescentou Teresa Paiva a propósito da realização desta fase regional do referido concurso. O primeiro classificado representará o Politécnico da Guarda na fase nacional do concurso PINPoliempreende, que tem lugar neste mês de setembro. K

De Setúbal para a cidade mais alta de Portugal

Politécnico da Guarda, com certeza... 6 Diana Abegão, natural de Setúbal, é uma das muitas alunas que entrou no passado ano letivo para o Instituto Politécnico da Guarda (IPG). Uma opção de que não se arrepende pois, hoje, não se imaginava noutro lugar. “A minha ideia inicial não passava por vir para a Guarda, até porque nem se encontra perto da minha área de residência, no entanto, agradeço o desenrolar de acontecimentos que me levaram para esta cidade. Chamo-lhe um ‘feliz acaso’, pois não me imagino noutro lugar”, disse esta aluna do curso de Desporto lecionado na Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do IPG. “Escolhi o curso de Desporto porque é o curso que sempre teve mais a ver comigo e com esta licenciatura pretendo ajudar pessoas com problemas de saúde a perderem peso de forma saudável e equilibrada com atividade física, e recorrendo também à alimentação equilibrada (o grande inimigo da atualidade)”, acrescentou Diana Abegão. Do seu primeiro ano no Instituto Politécnico da Guarda faz um balanço positivo; um ano que, salienta, “foi marcado pela palavra ‘novo’. Foi tudo novo para mim: o meu rumo (longe de casa, família e amigos), a paisagem, as amizades, as ex-

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periências e aprendizagens. Tudo isso contribuiu para que eu crescesse um pouco mais a nível emocional… A inserção no meio académico e citadino foi, como nos disse, muito fácil. “Gosto bastante do ambiente académico. É descontraído, e é fácil a inserção, pois a grande maioria não é da Guarda e então estamos todos em igualdade de circunstâncias, isto é longe da família, amigos.” A isto acrescenta o facto de que a Guarda é “uma cidade pequena, logo acabamos por nos conhecer todos um pouco”. Esta aluna do Politécnico da Guarda cedo se rendeu aos encantos desta zona beirã que

considera uma região “com muito potencial, no entanto ainda com muito por explorar, um pouco derivado ao facto de ser uma região do Interior e por isso, com menos população”. Diana Abegão não hesita em afirmar que, apesar de vir para um novo ambiente, “a adaptação foi fácil, até porque as pessoas são bastante simpáticas e hospitaleiras, põem-nos à vontade com tudo sem problemas, mas já tinha uma ideia de que ia ser assim, porque segundo várias pessoas conhecidas ‘as pessoas do norte são muito mais hospitaleiras e prestáveis que as do sul”. Confesso que concordo’. Ainda assim, e por entre um largo sorriso, confessa que notou a diferença da temperatura, confrontando-a com a da sua zona. Para os candidatos ao ensino superior que queiram escolher o Politécnico da Guarda diz-lhes para não “terem receio de vir para um lugar novo, de explorar, de correr riscos, de conhecer pessoas novas. É uma experiência que seguramente não irão esquecer. Não se irão arrepender, assim como eu não me arrependo, sempre ouvi dizer que “quem corre por gosto não cansa” e é verdade, para ir a casa faço cerca de 350 quilómetros, aproximadamente”. Mas Diana Abegão lembra, convicta, que “se a jornada fosse fácil, não teria tanto gosto no

6 Incrementar o estudo/divulgação através de diversificadas e distintas perspetivas que, globalmente, propiciem a guarda da memória e um melhor conhecimento da toponímia, é o objetivo do V Fórum do Toponímia, a realizar no dia 28 de outubro, na Guarda.

Trata-se de uma iniciativa do Instituto Politécnico da Guarda que decorrerá no auditório dos Serviços Centrais, a partir das 9h30. A inscrição, neste Fórum, é gratuita (mas obrigatória) e deverá ser efetuada em http://www. ipg.pt/toponimia/. K

Inscrições abertas

IPG tem Centro de Avaliação de Português 6 No Instituto Politécnico da Guarda (IPG) está a funcionar um Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira. Este centro permite que os candidatos que desejam obter um diploma oficial de língua portuguesa possam realizar os seus exames no IPG, desde que previamente inscritos numa das épocas

disponibilizadas para a realização desse exame. Os candidatos devem efetuar a sua inscrição na página do CAPLE (www.caple-flul.pt), verificar as épocas de exames correspondentes ao grau do diploma que pretendem obter, indicar o centro onde realizará o exame, neste caso o Instituto Politécnico da Guarda. K

IPG

II Jornadas de Educação em outubro 6 A Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda vai promover, nos dias 26 e 27 de outubro as II Jornadas de Educação sob o tema “Desafios no 1.º CEB”. Estas jornadas têm como objetivo fundamental criar um espaço de partilha de conhecimento em torno de temáticas relacionadas com a aprendizagem da leitura e da escrita, a utilização das TIC e a inclusão, no contexto do 1.º Ciclo do Ensino Básico. O programa das jornadas é aberto à apresentação de comu-

nicações livres e posters. Para mais informações, consultar o sítio das jornadas, em http://www. ipg.pt/2jornadaseducacao. K

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Politécnico

IPCB

Docente da Agrária em evento internacional 6 O docente António Canatário Duarte, da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, participou no evento científico internacional 5th International ECOSUMMIT – Ecological Sustainability, Engineering Change, que decorreu em Montpellier (França), na data de 29 de agosto a 1 de setembro de 2016. O docente apresentou uma comunicação sob o tema Application of organic compost to reduce soil loss by water erosion, in the region of Alto Alentejo (Portugal), no âmbito do tópico do evento Serviços ambientais para preservação dos recursos naturais. Este evento foi organizado pelo INRA (Institute National de la Recherche Agricole), e pela Editora ELSEVIER, tendo contado

com a participação de cerca de mil e quinhentos investigadores de oitenta países. Foi ainda suportado por dezasseis revistas da ELSEVIER no âmbito da temática do evento. K

Santarém faz Summer Course

6 O Instituto Politécnico de Santarém, através da sua escola International School realiza de 7 a 16 de setembro, mais uma edição do IPSantarém Summer Course, o qual tem a duração de 30 horas de aulas, e que tem como público alvo os estudantes internacionais. A realização de novos módulos como a Língua e Cultura Portuguesa, Suporte Básico de Vida, Empreendedorismo, Fitness, Viticultura e Produção Animal, é a grande novidade da edição deste ano. De acordo com o programa curricular, esta oferta formativa, para além de garantir aos participantes competências e conhecimentos sobre as áreas de especialidade do IPSantarém, tem como finalidade promover a lín-

gua, a cultura portuguesa, o património cultural regional e a internacionalização da instituição. Na edição do ano passado, o curso contou com a participação de alunos oriundos da Holanda, Finlândia, Líbia, Brasil e Moçam-

bique. Mais informações podem ser obtidas na página de facebook do curso: (https://www.facebook. com/ipsantaremsummercourse) ou através do e-mail: international.school@ipsantarem.pt. K

Sistemas inteligentes

Politécnico do Porto coordena projeto

Medalha de mérito

Famalicão distingue docente de Viana 6 Alexandre Costa, docente da Escola Superior de Educação de Viana do Castelo, acaba de ser galardoado pelo Município de Vila Nova de Famalicão com a Medalha de Mérito Cultural. A cerimónia decorreu na Casa das Artes, e a condecoração foi atribuída por Paulo Cunha, presidente da Câmara a 9 de julho passado. Ar-

tista plástico, curador, músico e ativista cultural, Alexandre Costa é natural de Braga. Durante o seu percurso participou em exposições internacionais com autores como Javier Tudela, Tim Etchells, Edmund Francis, Martin Creed ou Tracey Emin, e simultaneamente participou em projetos com artistas emergentes. K

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6 Uma equipa de investigadores do Instituto Politécnico do Porto (P.Porto) está a coordenar o projeto EKRUCAmI – Europe-Korea Research on Ubiquitous Computing and Ambient Intelligence internacional o qual pretende desenvolver sistemas de ambientes inteligentes personalizados e adaptáveis ao ser humano e ao contexto, na área da saúde, agroalimentar e da tomada de decisão. O trabalho, coordenado pelo investigador do P. Porto, Carlos Ramos, pretende criar sistemas inteligentes cujos dispositivos, espalhados em vários locais, interagem com o ser humano, de “forma perspicaz e discreta”. Em declarações à Imprensa, Carlos Ramos afirmou que o planeamento sobre as decisões e ações a tomar, o aprender sobre o meio envolvente e os aspetos associados, a interação com o ser humano e o controlo da ação sobre o ambiente como outros dos fatores que caracterizam estes sistemas, que “não devem ser vistos como atividades isoladas, mas como um conjunto de atividades”. O investigador exemplifica: “Quando entramos em casa há uma divisão que acende as luzes. A primeira coisa que fazemos é desligá-las. No dia seguinte, mais ou menos a mesma hora, acontece

o mesmo. Se a partir da terceira vez isso se repetir, não podemos considerar que este seja um ambiente inteligente, visto que não teve capacidade de aprender com o utilizador”. Estes sistemas podem ser utilizados para acompanhar, por exemplo, idosos que vivem sozinhos e que necessitam de controlo, recolhendo informação através de sensores, permitindo detetar uma queda ou se estão parados no mesmo local muito tempo, entre outras situações. Quando estes ambientes inteligentes estão associados a um sistema de irrigação (setor agroalimentar), a sua atuação pode depender de fatores que são detetados por sensores de temperatura e de humidade, mas também podem usar a previsão do tempo, economizando,

desta forma, recursos. “A lógica do ambiente inteligente não é usar uma série de sensores e atuadores que substituam o ser humano, mas sim admitir que o ser humano existe, que está num determinado local, e que a tecnologia aí embutida vai interagir com o mesmo, de forma adaptada e contextualizada, mas não obstrutiva”, concluiu Carlos Ramos. No projeto estão também envolvidas a Universidade de Salamanca, em Espanha, a Universidade Nacional de Suncheon e a Universidade Católica de Daegu, ambas da Coreia do Sul. O EKRUCAmI, no qual participaram até à data cerca de 20 investigadores – que fizeram mobilidade em ambos os sentidos -, foi financiado, do lado europeu, pelo programa de I&D Europeu do 7º Programa-Quadro

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Politécnico De Beja

Nomeado para prémio 6 O Curso de Turismo do Instituto Politécnico de Beja está nomeado para o Prémio Instituição de Ensino Superior em Turismo powered by Travelport, do Publituris Portugal Travel Awards 2016. O prémio é atribuído diretamente pela Travelport tendo em conta os cursos de Turismo que melhor se enquadram com as necessidades do mercado de trabalho, preparação dos alunos, organização de congressos

200 bicicletas disponibilizadas

IPBeja a pedalar

6 O Instituto Politécnico de Beja vai disponibilizar 200 bicicletas (80 elétricas e 120 convencionais) a toda a comunidade académica, no âmbito da aprovação de uma candidatura apresentada à operação U-Bike Portugal, realizada em consórcio com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I.P. O projeto pretende promover, numa parceria com a Câmara Municipal de Beja, a mobilidade sustentável junto da comunidade académica, e envolve um investimento total de

353.776,12 euros, co-financiado em 85% pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos. O objetivo desta iniciativa é alterar os comportamentos relativos à forma de deslocação urbana, promovendo hábitos regulares de mobilidade mais sustentável. Procura-se, desta forma, aumentar o uso da bicicleta no seio da comunidade académica do IPBeja esperando que este tenha um efeito catalisador junto das comunidades locais na

Gestão integrada de informação mudança de hábitos a médio/ longo prazo. A equipa de trabalho do Politécnico de Beja responsável pelo projeto, por forma a avaliar o interesse do mesmo, elaborou um questionário à comunidade académica, para perceber a recetividade que esta iniciativa poderia ter, identificando, por um lado uma baixa utilização do modo ciclável nas suas deslocações e simultaneamente um interesse significativo na adesão ao projeto. K

24 Horas de Logística

Setúbal no pódio

6 Três equipas de estudantes da Escola Superior de Ciências Empresariais de Setúbal destacaram-se na 11ª edição das “24 Horas de Logística” ao alcançarem o terceiro, quinto e décimo lugar da classificação geral, numa competição dominada pela participação de empresas de renome como a SONAE, France Air Portugal ou a NOS. O concurso, que decorreu na Plataforma Logística do Porto de Leixões, “coloca os alunos à prova e dá-lhes a oportunidade de conhecer e interagir com a realidade empresarial”, adiantou João Tavares, porta-voz da equipa que alcançou o terceiro lugar do pódio. O estudante faz um balanço muito positivo da prova na qual predominou sempre o espírito de união entre as três equipas, pois “todos tínhamos o objetivo de representar da melhor forma a escola”.

safiam a capacidade de inovação, criatividade, comunicação e de gestão dos recursos humanos e da logística das equipas participantes, que em apenas 24 horas têm de tomar diferentes decisões. K

www.ensino.eu 018 /// SETEMBRO 2016

ISEC faz parceria 6 O Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) e a Stratbond Consulting – empresa de Consultoria em Gestão Estratégica, com sede em Coimbra, estabeleceram uma parceira para dinamizar a divulgação, o ensino e a implementação da metodologia Building Information Modelling (BIM) na Zona Centro. O BIM é uma metodologia de trabalho que tem por objetivo a gestão integrada da informação associada a um modelo virtual, acessível a todos os intervenientes no processo, nomeadamente donos de obra, técnicos de arquitetura, engenharia, construtores, promotores e utilizadores do edifício. As duas instituições estão a organizar o Seminário BIM CENTRO, a realizar-se no dia 3 de novembro de 2016, no auditório do ISEC. Entre outras ações, está igualmente a ser estruturada uma pós-graduação nesta área, com início previsto para o primeiro trimestre de 2017. O BIM surge como catalisador do novo paradigma de abordagem do trabalho relacionado com a indústria da AEC(o) – ArPublicidade

As 24 Horas de Logística, que decorreram nos dias 18 e 19 de junho, são organizadas anualmente pela SFORI (consultora na área da formação e promoção de eventos formativos) e de-

envolvendo organizações nacionais e internacionais do setor, intercâmbio com outros países, como os PALOP ou outros, casos da Jordânia e da China. Tem ainda em conta a atribuição de prémios internacionais a teses e trabalhos científicos de docentes e investigadores portugueses. Sendo de atribuição direta, este prémio é especial, não sendo sujeito à votação online do público. K

chitecture, Engineering, Construction and Owners, ao longo de todo o ciclo de vida de um edifício, desde a fase inicial de conceção, até à sua construção e manutenção. Este conceito inovador baseia-se na otimização de processos, que fomenta o trabalho colaborativo entre todos os intervenientes nos projetos e obras de arquitetura e engenharia, materializado por um processo tecnológico que garante trocas de informação a partir de um modelo tridimensional paramétrico. Tem, por isso, um impacto direto na redução de custos nas várias fases do ciclo de vida do edifício, tornando-o economicamente sustentável. K


Editorial

Aí estão os novos alunos 7 Ninguém ignora que a fonte da vitalidade e do crescimento do ensino superior nos países mais desenvolvidos da Europa se radica na busca de novos públicos. A procura de novos aprendentes tem encontrado justificação no princípio de que o ensino superior é um dos recursos fundamentais e não esgotáveis para promover o bem-estar, a segurança pessoal e social dos povos e das nações, no pressuposto de que o capital intelectual irá substituir o capital financeiro e o capital físico, tornando-se, por isso, a pedra angular para a prosperidade e o desenvolvimento. Interessa, pois, registar também a nossa convicção de que existem novos públicos que alimentam e se querem servir do ensino superior, de que existem milhares de cidadãos que se dirigem às instituições de ensino superior conscientes da necessidade da aprendizagem perma-

nente, já que a sociedade do conhecimento gera a desactualização permanente. Esses novos públicos são constituídos por adultos integrados na força do trabalho, que interiorizaram o princípio da aprendizagem ao longo da vida, procurando, por essa via, novos saberes que reforcem a qualidade do exercício da sua vida profissional, lhes abram novos caminhos profissionais, ou diferentes percursos no seu processo de crescimento pessoal. Muitos outros procuram as instituições de ensino superior numa idade ainda socialmente útil, mas em que os processos de reforma os encostaram à desocupação precoce, não compaginável com a vitalidade que ainda revelam. Incompreensivelmente, são as entidades privadas quem primeiro despertaram para esta realidade, enredando-se as instituições públicas em processos de discussão endogâmica que

certamente lhes permitem purificar, ao limite, a árvore, mas que as impedem de se lançar na exploração do manancial oferecido pela floresta. Claro que estes novos públicos obrigam a mudanças radicais nas rotinas organizacionais das instituições. Mudanças que abarcam sectores tão diferenciados quanto os que se reportam aos horários de funcionamento, ou ao atendimento e entendimento pessoal e personalizado dos novos alunos. Mudanças que envolvem a criação de bibliotecas virtuais, plataformas de ensino a distância ou a implementação de procedimentos de comunicação próximos do que poderíamos designar por “pedagogia digital”. Estes novos paradigmas encerram também a necessidade, inadiável, de exigir uma clarificação da designação das titulações e dos diplomas em vigor, assunto sobre o qual urge a busca de um consenso, pelo menos entre os

países que integram a Comunidade Europeia. Pior do que o enfrentar dessa situação, é o imobilismo das próprias instituições de ensino superior em aceitar estes novos desafios, em incorporar a mudança, em inflectir comportamentos que visem aproximar o investimento pessoal de quem aí trabalha das necessidades da sociedade do futuro. E também o atavismo dos governos que preferem deixar nas regras concorrenciais do mercado a sobrevivência das instituições, em vez de, num esforço conjunto, desenharem com essas instituições os novos percursos e o sentido da mudança. Designadamente, sobre a necessidade de compreender que se a última metade do século XX correspondeu à necessidade de expansão da rede do pré-escolar, as primeiras décadas do século XXI exigem um considerável alargamento da rede de apoio aos públicos seniores. Por isso nos interrogamos se

estamos preparados para o aparente caos que já nos rodeia e que nos obrigará a mudar uma boa parte das nossas representações sobre o que é um aluno do ensino superior e sobre os métodos e os processos de os formar. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

primeira coluna

Uma outra forma de olhar os números 7 Pela primeira vez a divulgação dos resultados da primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior foi acompanhada de uma estimativa futura sobre quantos novos alunos vão entrar nas universidades e politécnicos este ano. Um trabalho exaustivo desenvolvido pela Direção Geral de Ensino Superior, liderada por João Queirós, e que o ministro da tutela, Manuel Heitor, divulgou numa reunião com os jornalistas, em que também estivemos presentes. Este pequeno grande pormenor mudou o modo como os portugueses olharam este ano para as colocações e para as instituições de ensino no seu todo. No passado a grande preocupação da comunicação social era transmitir quais as instituições que ficaram com cursos sem alunos nesta primeira fase, aquelas que os preenche-

ram todos, e as que apresentaram melhores e piores médias na entrada. A perspetiva resumia-se à análise pura e dura do quadro de excel onde estão espelhadas as entradas desta primeira fase, a última nota de entrada, e as vagas sobrantes de cada curso. Tudo o resto, 2ª e 3ª fase, regimes especiais de entrada, e estudantes internacionais não eram tidos em conta, ficando a opinião pública com a ideia de que havia no país instituições de ensino superior a mais. O que o ministro Manuel Heitor veio dizer é que não é assim, que não há instituições a mais, há é porventura alunos a entrar no ensino superior a menos. Mas mais do que isso, o ministério procurou esclarecer, de uma vez por todas, que a entrada no ensino superior não se faz apenas na 1ª fase do Concurso Nacional de Acesso, que há ainda mais duas fa-

ses desse concurso, e que há outras formas para se entrar no ensino superior. Os dados anunciados revelam que todas as universidades e politécnicos terão mais alunos do que as vagas colocadas disponibilizadas no concurso nacional de acesso. Não significa isto que está tudo bem e que não há problemas. Eles existem desde logo pelo elevado número de estudantes que terminam o ensino secundário e não prosseguem estudos. São dezenas de milhares os que se encontram nessa situação. Só nos que concluem formações profissionais estamos a falar de 22 mil alunos por ano e que se acumulam anualmente. A isto junta-se a demografia e aquilo que ela já está a representar e que no futuro se acentuará. Reduzindo-se a base de “recrutamento” importa, a nível interno, fazer com que mais jovens que

concluem o ensino secundário entrem no ensino superior. Importa criar condições para que eles o consigam fazer, intervindo a vários níveis como a ação social, a diversidade ou a inclusão, para que todos os jovens possam estudar e qualificarem-se superiormente. Numa outra perspetiva, e que já está a ser feita pela generalidade das instituições, há que procurar estudantes internacionais. Como refere a Secretária de Estado do Ensino Superior, Fernanda Rolo, “o futuro discute-se com formação”. E uma formação superior garantirá melhores salários. Mas garantirá também mais massa crítica, mais capacidade de intervir e, mais importante ainda, mais competitividade no mundo do trabalho à escala global. É assim. Os velhos do restelo que pensam o contrário, estão enganados. O saber nunca fez mal a ninguém. Haja agora

coragem para o resto, porque apesar do aumento do número de alunos que este ano se candidataram ao ensino superior, ainda é pouco para um país que pretende cumprir as metas de qualificação com que se comprometeu com a Europa. K João Carrega _ carrega@rvj.pt

SETEMBRO 2016 /// 019


crónica salamanca

Universidades Tranversales 6 La elaboración y propuesta de una universidad transversal es uno de los conceptos más genuinamente universitarios, por la dimensión de universalidad que encierra. Ya sabemos que la condición de “universitas”, desde su origen, representa abrazo, ampliación, extensión, y nunca cerrazón y marcha en una sola dirección. Las primeras “universitates” de la Baja Edad Media (Bolonia, Paris, Oxford, Salamanca) se proponen como criterio de organización la recepción de muchas procedencias de estudiantes y profesores, de muchas corporaciones y universitates, en un entonces envidiable régimen de autonomía. Es cierto que eran pequeñas corporaciones, y con objetivos muy limitados. Pronto serán los emergentes estados nacionales los que consideren que la universidad podría convertirse en un instrumento formidable de poder, de formación de las élites dirigentes a su servicio. La construcción de los estados-nación va a llevar a las diversidades a una dependencia y polarización hacia su nación, y ya sabemos que todo nacionalismo es excluyente. Por tanto, ese concepto de universidad tiende con el tiempo a ser igualmente excluyente de los de fuera, de los que no pertenecen al sector social dominante, de los que piensan y creen de otra manera distinta a la “oficial”. Otro tipo de universidades nacieron desde la exclusión al adversario, por razones religiosas en su día, o polìticas también en otros casos. El ejemplo de la Alemania de los siglos XVI-XVII , donde se crean universidades protestantes (reforma) y enfrente las católicas (contrarreforma), nos parece paradigmático de lo que no de-

biera convertirse para nadie en modelo de universidad, que por principio debe defender la amplitud, la libertad, la universalidad. Al paso de los años y de los siglos han ido evolucionando los modelos de universidad en todo el mundo, pero persisten ciertas perversiones respecto al concepto originario de universidad. Por ello, todos sabemos, por ejemplo en España, que existen universidades “nacionalistas”, aun siendo públicas, universidades confesionales, y desde luego universidades privadas muy clasistas por el grado de selección económica que imponen a los estudiantes que desean estudiar en ellas. Ello es así en buena parte del mundo, en todos los continentes, salvo en las dictaduras estrictas, donde solo es posible una universidad estatalista y nacionalista. Si la transversalidad representa ante todo la idea de superar, de ir más allá, de abrir nuevos caminos, tales conceptos de universidades restringidas en realidad reniegan de ser universidades en sentido pleno. Pero por fortuna en muchos paises también crece un concepto rico de universidad transversal, que busca superar la restricción de un pais, de una confesión religiosa o la de los elevados costes de matrícula. Por esto crecen los programas académicos multiculturales, inclusivos, aconfesionales, de apoyo a estudiantes con discapacidad física, los sistemas de apoyo social a los estudiantes con precarias condiciones económicas, y muchos otros proyectos que procuran generar lazos de creciente relación internacional. El conocido programa Erasmus representa un avance sustancial en esta dirección, a pesar de los recortes y dificultades que en ocasiones

encuentran los beneficiarios del programa estrella europeo. En otros contextos internacionales la defensa de universidades que buscan trascender las pautas del modelo elitista de educación superior ha permitido que comiencen a llegar a la universidad a jóvenes estudiantes de etnias indígenas, de poblaciones negras, de sectores marginales. Una universidad en esencia debe ser transversal, abierta, receptora, y lo ha de ser en sus principios, y sobre todo en sus programas académicos, en el currículo, en la sensibilidad para acoger estudiantes y profesores de diferentes procedencias, lenguas, tradiciones religiosas y culturas. Cada universidad transversal debe ofrecer servicios de apoyo que incluyan a quienes se acercan, pero respeten sus identidades. Y lo ha de hacer también en actividades formativas complementarias de las carreras, impulsando una formación humanista y armónica, capaz de fomentar la ciudadanía mundial en un proceso permanente de sensibilización y apoyo a iniciativas con buenas prácticas transversales. Y ello vale para quienes estudian ingeniería, derecho, medicina, filología o ciencias de la educación, por citar algunas carreras, porque la función formadora de la universidad debe trascender la estricta y reducida formación técnica que reciben los estudiantes de una carrera concreta. Por ello nos parece de extraordinario valor formtivo el programa transversal que impulsa el Centro de Estudios Ibéricos ubicado en Guarda, en colaboración con las universidades de Coimbra y Salamanca. Una parte del mismo es el concurso denominado “fotografía sin fronteras”, que se organiza

Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata

todos los años, y que se expone en diferentes ambientes universitarios para sensibilizar a todos los agentes de una facultad, centro de investigación o servicio de una de nuestras universidades. Es un ejemplo visible de buenas prácticas de universidad transversal, que busca el encuentro y no la distancia ni la separación, ni mucho menos la percepción de un nacionalismo rancio. El catálogo que se edita es sencillamente precioso, y en él quedan inmortalizadas imágenes del mundo, cargadas de dolor, de afecto, solidaridad, en las que viven, vivimos los hombres y mujeres de nuestro tiempo. Paises, escenas de la vida cotidiana, caras llenas de las arrugas del trabajo y la explotación, espacios de alegría, niños de la guerra, deben formar parte de la formación profesional y humana de una persona que se forma en la universidad. De ahí el interés formativo que encierran estas actividades, y la senda que trazan hacia un tipo de universidad y de sociedad más solidaria y transversal. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

Publicidade “Quantas vezes, para mudar a vida, precisamos da vida inteira. Pensamos tanto, tomamos balanço e hesitamos, depois voltamos ao princípio, tornamos a pensar e a pensar, deslocamo-nos nas calhas do tempo com um movimento circular (…). Outras vezes uma palavra é quanto basta.”

José Saramago, “Jangada de Pedra”

Rita Ruivo

Psicóloga Clínica (Novas Terapias) Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)

020 /// SETEMBRO 2016

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98

EspaçoPsi - Psicologia Clínica Av. Maria da Conceição, 49 r/c B 2775-605 Carcavelos Telf.: 966 576 123 | E-Mail: psicologia@rvj.pt

Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Castelo Branco: Tiago Carvalho Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Sílvio Mendes Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Ernesto Candeias Martins, Eugénia Sousa, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rogério Ribeiro, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Assinantes: 15 Euros/Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco


‘Pedagogia (a)crítica no Superior’ (XV)

Relação aluno-professor: uma tipologia 7 «Aprendi muito com os meus mestres, mais com os meus companheiros e mais ainda com os meus alunos.» (Talmude) Mais um ano lectivo. O regresso às aulas, no ensino superior público, não trouxe novidades de monta. Os governos mudam, mas os orçamentos insistem na contenção. Consequência, investimento zero: o edifício não tinha tido intervenção alguma (lá voltaríamos ao ping ping das primeiras chuvas), não houvera up-grade no hardware informático, o corpo docente igual ao ano transacto (não há lugar para gente jovem no sistema), os sobreiros continuam a estiolar… De diferente só mesmo a leva de estudantes de 1º ano. Havia sempre alguma expectativa em relação às colocações de início de Setembro (se corressem bem nos vários cursos, seriam umas 180 caras novas). Mais que as suas fisionomias, a curiosidade prendiase com os seus perfis psicológico, cultural, cívico e de aprendizagem. O Prof.S. recordou-se então de uma série de tipologias de estudantes: cábulas - marrões (a mais

tradicional); futricas - caloiros veteranos - doutores (da bafienta Universidade de Coimbra de outras eras); marrões - bacanas - graxas - baldas (Machado Pais, Culturas Juvenis, 1993). Na sua já longa carreira, o Prof.S. (exemplo fidedigno de «professor reflexivo») tem observado, de forma crítica, a evolução do comportamento dos estudantes, apreciado reacções, ajuizado atitudes, avaliado condutas. Os tempos têm cambiado (e de que maneira) e os estudantes também. Apesar das ‘mudanças de espuma’ (muitas) e das ‘mudanças estruturais’ (poucas), havia condutas que se mantinham quase inalteráveis; continuava a fazer sentido o conceito que ele criara – Homo Scholaris. Tendo por base a sua experiência empírica, o Prof.S., encetou uma análise sistemática conducente à categorização, não da performance escolar ou dos clássicos ‘desenvolvimentos” (psicológico, cognitivo, moral, educacional…), mas dos comportamentos de alunos no seu relacionamento com o professor. E elaborou a tipologia dos quatro A’s: Fase 1 - Afrontar

Fase 2 - Aproximar Fase 3 - Apomadar Fase 4 - Apartar A fase 1 - Afrontar, coincide com o início das aulas; o estudante intervém muito, colocando perguntas (pretensamente difíceis), fazendo comentários (alegadamente pertinentes). Como não conhece o professor (nem a cultura escolar, no caso de ser caloiro), desafia-o (na sua tolerância), testa-o (no seu saber), para ver como ele reage. Em suma, vai puxando a corda… É a fase de estudo do ‘adversário’. Já na fase 2 - Aproximar, o aluno procura quebrar o distanciamento. Quando a aula acaba, fica para dar mais uma palavra ao professor, colocar-lhe uma dúvida, pedir um esclarecimento adicional; e no arrastar da conversa, acaba por o acompanhar até ao gabinete (mostrando assim aos colegas a ‘proximidade’ com o Prof.). Fora da sala de aula, sempre que se cruza com ele, cumprimenta-o efusivamente. Envia, com frequência, emails ao professor solicitando-lhe apoio. Esta é a etapa mais profícua do relacionamento. A fase 3 - Apomadar (termo

pedido de empréstimo a Ruben A., Páginas V, 2000: 116), equivalente na gíria estudantil ao ‘dar graxa’ ao professor. Nesta etapa, mais intensa no período das avaliações finais de semestre, mais que perguntas há elogios. Prontifica-se para tarefas ‘menores’ (ligar o computador e o data show da sala, entrar na moodle e, finalizada a aula, até se oferece para apagar o quadro, e levar o cavalete se for caso disso). Arranja pretextos constantes para demonstrar o seu «enorme interesse na matéria» e não cessa de perguntar isto e aquilo; enfim, quer mostrar que está sempre ‘presente’. Esta fase 4 - Apartar, inicia-se após a conclusão da uc. Depois do lançamento das notas, o que passou com classificação baixa entra rapidamente neste processo de afastamento que se vai acentuando até ao ‘desconhecimento’; ou seja, quando o docente se cruza com ele, nos corredores da escola, já nem se digna cumprimentá-lo (está seguro que ele não voltará a leccionar mais nenhuma uc do plano de estudos). O bom aluno escapa, com mais frequência, a esta etapa.

Obviamente, nem todos os estudantes passam por estas quatro fases com um só docente e num só semestre. Mas raros são aqueles que, durante o curso, não acabam por manifestar estes 4A’s. Ao professor cabe descodificar os comportamentos associados a cada fase e acomodar-se, mostrando poder de encaixe e fazendo sempre uso desse precioso auxiliar pedagógico – o ‘espelho’. Devolver a imagem aos estudantes é um bom caminho para a sua auto-regulação. K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt Este texto está redigido segundo a ‘antiga’ e identitária ortografia _

CRÓNICA

Cartas desde la ilusion 7 Querido amigo: Hemos vuelto a comenzar un nuevo curso, y, una vez más, tenemos motivos para celebrarlo con ilusión. ¿Por qué? Simplemente, porque creo que “algo” se empieza a mover en los sistemas educativos (no sólo en el de nuestro país, sino también en el de otros que, hasta ahora, permanecían como “callados” en el sentido de permanecer anclados en la tradición). En efecto, empezamos a contemplar que cada vez más centros educativos se apuntan a la idea de “matar la escuela” (¿recuerdas que hace ya algunos años -en concreto desde el año 2012- reflexionábamos sobre la necesidad de “matar la escuela”?). Esto se refleja en el reconocimiento de que “La escuela está cambiando. El modelo de tarima, pizarra y papel, con los alumnos dispuestos en fila escuchando en silencio lo que

dice el profesor, está dando paso a un aula un tanto caótica y llena de cachivaches tecnológicos en la que los críos participan todo el rato. El vídeo, la realidad virtual y los juegos digitales son los nuevos libros de texto y Twitter, la nueva sala de profesores. La clase magistral está siendo reemplazada por el design thinking, la flipped classroom y otros métodos en los que el estudiante aprende a su ritmo”. Estas realidades se recogen en el libro de Olga Casanova y Lourdes Bazarra titulado “La escuela ya no es un lugar”. No deja de ser un alivio y de resultar esperanzador que cada vez más educadores se centren en los alumnos, tratando de paliar y eliminar tanto el desinterés como la desmotivación que han abundado en el quehacer educativo de nuestros estudiantes (y, tal vez, en una parte de los profesores, anclados en las rutinas que les dan seguridad frente a la aceptación de lo que

“pueda venir” - lo que supone una mente abierta y una amplia dosis de seguridad y confianza en sí mismos-). También es un alivio y resulta esperanzador que cada vez haya más educadores que tratan de superar el “fracaso que expresa la ineficacia de un sistema basado en la clase magistral y en la repetición de conceptos que no quedan fijados”. Además, resulta esperanzador que comiencen los profesores a promover en sus alumnos habilidades de planificación de proyectos, comportándose ellos como simples “coaches” (¿recuerdas cuando reflexionábamos sobre la necesidad de que los profesores no “arrastrásemos el carro” de nuestros alumnos, sino que nos colocásemos “al lado”, acompañando y alentando su esfuerzo?), respetando su capacidad de previsión y proacción en función de su edad, sin tratar de adultizar prematuramente a los estudian-

tes. Para todo esto se necesita, evidentemente, la promoción del aprendizaje cooperativo entre los alumnos, donde la discusión de ideas, la participación de todos según sus gustos y aficiones, el reconocimiento de los diferentes puntos de vista y la aceptación de que las razones y razonamientos tienen sus límites y su propia vigencia sin caer en absolutismos absurdos, etc., sean realidades tan cotidianas como sencillas. Hasta el momento, sin embargo, aparecen dos objeciones que, a mi juicio, deben ser consideradas como importantes: la primera es que todo esto parece que está sucediendo más en la oferta educativa privada que en la pública; y la segunda es que, al parecer (puede ser lamentable, pero también cierto) no se encuentran suficientes profesores que asuman el reto de esta auténtica “revolución educativa” que tiene que aca-

bar imponiéndose pese a quien pese. Como hemos comentado en muchas ocasiones, esto supone en los profesores un cambio de actitud… que supone un trabajo de desarrollo personal día a día. No podemos renunciar a la ilusión y al optimismo, a la espera de que cada vez más profesores se unan a estas nuevas propuestas y realidades que, a la larga, son las que harán cambiar nuestro sistema educativo. K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com

SETEMBRO 2016 /// 021


UBI abraça lusofonia

Exames

Okamba vai mais longe

Alunos de Macau com melhores resultados

6 A Universidade da Beira Interior (UBI), em colaboração com o CIDB – Centro de Investigação e Desenvolvimento da Beira, vai alargar o Projeto Querer e Fazer – Okamba a outros dois países africanos, informou a instituição na sua página oficial. A iniciativa de cariz solidário e pedagógico, que começou em São Tomé e Príncipe com estudantes de cursos da Faculdade de Ciências da Saúde, abrangerá agora Angola e a Guiné-Bissau, estando aberta à participação de alunos de todas as áreas e de outras instituições de Ensino Superior nacional. O Okamba – cujas inscrições começaram segunda-feira, dia 5 de setembro e podem ser feitas online –, dá aos participantes a oportunidade de conhecer outras culturas e aplicar os seus conhecimentos no apoio ao desenvolvimento de comunidades de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Para a UBI, corporiza a ligação estreita que mantém com o espaço lusófono e que ultrapassa a área académica. Os estágios têm a duração de um mês – ou mais tempo se os alunos o desejarem – e são supervisionados por profissionais dos locais onde se deslocam. Em São Tomé e Príncipe, por exemplo, onde os estudantes são integrados em instituições do sistema de saúde, há um acompanhamento da parte de clínicos formados em Portugal e que estão inscritos na Ordem dos Médi-

cos de Portugal. Em Angola, o parceiro é o ISTM - Instituto Superior Técnico Militar, que definirá as áreas de conhecimento dos alunos que vão fazer parte do programa, enquanto na Guiné-Bissau os estudantes têm o desafio de colaborar em várias vertentes. O protocolo estabelecido recentemente com a Missão Franciscana de Cumura prevê a realização de tarefas nas áreas da saúde e educação. A Missão dispõe de maternidade, hospital, centro de saúde e uma escola com todos os níveis de ensino. Uma das várias ideias existentes passa pela realização de atividades onde se ensine o Português, num país onde impera o crioulo, como for-

ma de comunicação. De acordo com o também docente da Faculdade de Ciências da Saúde, “abrirá horizontes aos estudantes da Guiné-Bissau, que passam a ter conhecimento de uma língua global”. O Okamba poderá dinamizar a ida de quase uma centena de estudantes ao longo do próximo ano letivo. No caso de São Tomé e Príncipe são garantidos pela UBI o alojamento na casa agora remodelada (mediante um pagamento simbólico), o seguro e a garantia de deslocação para o local de estágio. No caso de Angola e Guiné-Bissau, também, a alimentação. Os estudantes têm de custear a viagem e, se não forem estudantes das UBI, acresce o pagamento do seguro. K

6 Os alunos do 9º ano da Escola Portuguesa de Macau (EPM) tiveram um aproveitamento superior à média portuguesa, nos exames nacionais. Os dados foram divulgados pelo jornal Ponto Final onde Pedro Pisco, professor de matemática do estabelecimento, referiu que “na nossa escola a média a Português situa-se nos 63,3 por cento enquanto que a média nacional foi de 57. Mas a novidade foi mesmo no exame de matemática, a média foi de 74 por cento contra à média nacional, que foi de 47. Os resultados foram muito bons em comparação com Portugal e naturalmente que os alunos estavam extremamente contentes”. Já em relação aos alunos finalistas, do 12º ano, “em quase todas as disciplinas houve um acréscimo, ou seja, subiram as classificações deste ano lectivo face às do ano anterior”, confirmou o professor. K

Moçambique

Mondlane recorda Samora 6 Em celebração dos 30 anos do desaparecimento físico de Samora Machel, primeiro estadista moçambicano, a Universidade Eduardo Mondlane, através do Centro de Estudos Africanos (CEA) em parceria com o Centro de Documentação Samora Machel (CDSM) e o Instituto Superior de Artes e Cultura (ISArC), levam à cabo um movimento de debate, reflexão e re-significação de noções e princípios que nortearam a construção da primeira república. O lançamento do movimento foi feito no início deste mês em Maputo e integrou um simpósio que juntou personalidades de diversas áreas do saber. O movimento propõe-se a contribuir de forma proactiva e agregadora, no reencantamento de uma consciência colectiva de pertença a um território comum, Moçambique, com ampla comunhão de valores e princípios, a meio de um rico e complexo mosaico de diversidade étnica, cultural, política e ideológica assim como contribuir na institucionalização desses valores nas políticas, estratégias, programas e planos de desenvolvimento socioeconómico e humano no país. Discursando na ocasião, o Ministro da Ciência e Tenologia, Ensino Superior e

022 /// SETEMBRO 2016

Moçambique

Escola Portuguesa faz revista número 100

Técnico Profissional, Jorge Nhambiu, disse que, num contexto distinto e de desafios próprios de um novo tempo, a discussão dos conceitos (Pátria, Identidade Nacional e Cidadania) tem um grande significado que se pode traduzir na obrigatoriedade de reconhecer que “partilhamos um passado histórico mas também uma comunidade de destino” e “nós moçambicanos, integrantes de um rico mosaico étnicocultural, devemos ser arquitetos do nosso futuro”.

Por seu turno, o Reitor da UEM, Orlando Quilambo, referiu que a instituição que dirige abraça esta iniciativa porque “acreditamos na mortalidade do corpo, mas e muito fortemente na imortalidade das obras e do legado do presidente Samora Machel em particular”, acrescentando que figuras como Samora Machel representam “uma fonte de inspiração para cada um de nós e sobretudo para as novas gerações, algumas delas carentes de valores de família e cidadania”. K

6 A Escola Portuguesa de Moçambique (EPM-CELP) acaba de publicar a edição n.º 100 da revista “O Pátio”. Criada em 2003, a revista apresenta a atividade da escola e outros temas relacionados com o mundo educativo e cultural. Nesta edição é publicada uma entrevista com o historiador e escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho. São também abordados temas da atualidade local e internacional, a união de esforços da EPM-CELP e do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano na promoção do livro e da leitura em escolas do sistema de ensino moçambicano, e uma a reportagem sobre o primeiro Seminário de Educação Inclusiva organizado pela Escola são. K


gente e livros

edições

Novidades literárias 7 TOP SELLER. Confesso, de Colleen Hoover. A obra foi muito aclamada pelo público e conquistou, inclusive, o 1º lugar do Goodreads Choice Awards de 2015 na categoria de Melhor Romance. Auburn Reed tem toda a sua vida planeada. Até que um dia entra num estúdio de arte e conhece Owen Gentry, o enigmático artista dono do estúdio. Auburn sente, de súbito, que algo muda dentro dela e decide deixar-se levar pelo coração. Owen, contudo, guarda segredos que não quer ver revelados.

MARCA D OR . Como Não Errar, de Jordan Ellenberg. O autor, Jordan Ellenberg, usa a matemática para responder a várias perguntas, tais como: Com quanto tempo de antecedência devemos chegar ao aeroporto? Porque é que os pais altos têm filhos mais baixos? Como se ganham umas eleições ou a lotaria? Qual é a probabilidade de termos cancro? Se é verdade que a matemática que aprendemos na escola pode parecer um conjunto aborrecido de regras que não se devem questionar, este livro mostra-nos como essa visão é limitada.

BERTRAND. A Ordem Oculta, de Brad Thor. Escondida na sombra, a organização mais secreta da América atua sem prestar quaisquer contas aos americanos. Mas agora esta organização, com um poder incomensurável, acaba de ficar fora de controlo, e o futuro da nação está em perigo. Quando os cinco candidatos a liderar esta agência desaparecem, Scot Harvath, agente de contraterrorismo, é chamado a Washington para liderar a perseguição mais feroz alguma vez levada a cabo em solo americano. PACTOR. Práticas de Intervenção na Violência e no Crime, de Ana Isabel Sani e Sónia Caridade. O livro congrega as principais práticas de intervenção para fazer face a diferentes fenómenos de violência e/ou crime. Coordenado por duas destacadas investigadoras portuguesas, é uma ferramenta especialmente útil para estudantes do ensino superior, bem como profissionais e técnicos de diferentes áreas ligadas a estas temáticas. K

Lucia Berlin

7 Quando Lucia Berlin faleceu aos 68 anos, em 2004, era uma quase desconhecida nas letras americanas. O reconhecimento universal chegaria anos depois da sua morte, em 2015, com a edição da coleção de contos “Manual Para Mulheres de Limpeza”, que reúne o melhor da sua obra. O sucesso foi imediato e valeu à escritora natural de Juneau, Alasca, comparações com escritores como Raymond Carver, Richard Yates, Marcel Proust e Chekov. Rapidamente o livro tornou-se num ‘bestseller’ e, em poucas semanas, superou as vendas combinadas da restante obra. Considerado melhor livro do ano pelos jornais The New York Times e The Guardian, o livro, editado a título póstumo, foi também considerado “o segredo mais bem guardado da literatura americana”. “Com um estilo muito próprio, Lucia Berlin faz eco da sua própria experiência - tão rica quanto turbulenta - e cria verdadeiros milagres a partir da vida de todos os dias. As suas histórias são pedaços de vidas convulsas. Histórias de mulheres como ela: mulheres que riem, choram, amam, bebem, vivem

luciaberlin.com H

e sobrevivem”, descreve a editora responsável pela edição portuguesa (Alfaguara). “Manual para mulheres de limpeza”

reúne 43 das 77 histórias que Lucia Berlin escreveu ao longo da sua vida. Começou a escrever relativamente tarde, encorajada e, ocasionalmente, sob tutela do poeta Ed Dorn. Embora nunca tivesse tido sucesso comercial, a sua influência fazia-se sentir na comunidade literária americana, originando comparações com alguns dos “mestres” do conto. Lucia Berlin teve vários trabalhos ao longo da vida, por vezes refletidos nas suas histórias, e ensinou escrita criativa na Universidade do Colorado, entre 1994 e 2000, quando se reforma por razões de saúde. Afetada por vários problemas, incluindo escoliose, tem dificuldade em respirar sem auxílio de oxigénio. Algum tempo depois, élhe detetado um cancro. Morreu em 2004, no seu aniversário, em Los Angeles, para onde se tinha mudado para estar mais próxima dos filhos. A edição de uma seleção dos seus melhores contos, em 2015, revela o seu trabalho às massas e coloca Lucia Berlin entre as grandes escritoras norte-americanas. K Tiago Carvalho _

Edição RVJ - Editores

Livro dos Enxidros conta histórias de outros tempos 7 A Igreja da Misericórdia de São Vicente da Beira encheu-se por completo para a apresentação do livro Dos Enxidros aos casais: histórias e gentes de S. Vicente da Beira”. Uma obra que conta «estórias» de outros tempos e que como os autores referiram fará parte da história da freguesia. Coordenado por José Teodoro Prata, docente de história na Escola Cidade de Castelo Branco e investigador, o livro tem a chancela da RVJ Editores e veio a lume graças ao apoio da Câmara de Castelo Branco e da Freguesia de São Vicente da Beira, revertendo as vendas para o Lar da Santa Casa da Misericórdia daquela freguesia. A apresentação constituiu mais um momento importante para a cultura da freguesia e surge depois do presidente da Câmara, Luís Correia, ter anunciado a criação de um Núcleo Museológico naquela freguesia, o qual integrará a rede de museus do concelho albicastrense. Na cerimónia os autores José Teodoro Prata, Ernesto Hipólito, Francisco Barroso, Luzita Candeias, José Barroso, José Manuel dos Santos, José Miguel Teodoro, Margarida Gramunha, M.L. Ferreira e Sebastião Baldaque, leram excertos das histórias apresentadas no livro, as quais foram inicialmente publicadas no blogue de José Teodoro Prata. A obra teve a particularidade de en-

volver professores e alunos do 2º ciclo de escolaridade do Agrupamento de Escolas de Alcains e S. Vicente da Beira, o que permitiu às crianças produzirem alguns desenhos, os quais surgem num caderno especial, impresso a cores, dentro do próprio livro. A importância do livro para São Vicente da Beira foi bem vincada pelo presidente da Freguesia, Vitor Louro e pelo coordenador da obra. Já Fernando Raposo, verea-

dor da cultura, sublinhou a política cultural da Câmara de Castelo Branco que passa também por apoiar a edição deste tipo de obras. O autarca aproveitou a ocasião para frisar o trabalho que o município tem feito no domínio da cultura, quer através da Cultura Vibra que tem promovido um extenso conjunto de iniciativas culturais no concelho, quer no apoio que tem sido prestado na dinamização do setor cultural nas suas mais variadas vertentes. K

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pela objetiva de j. vasco

press das coisas Clã «O Melhor dos Clã» 3 O disco reúne vinte canções dos Clã, escolhidas de entre as muitas excelentes composições do grupo português. «O Melhor dos Clã» revisita um trajeto memorável, 20 anos depois de «Lusoqualquercoisa», primeiro disco do grupo, editado em 1996. K

Lente macro Sony 3 A Sony apresenta uma nova lente full-frame para o seu sistema de câmaras E-mount ɑ: a lente macro FE 50mm F2.8. É ideal para cenários e retratos ou fotografias macro, oferece uma distância de focagem mínima de 0,16 mm e um enquadramento mais amplo para a captação de mais fundo. K

Lisboa na rua, em setembro 7 De 25 de agosto a 1 de outubro Lisboa é um bom sítio para visitar. A EGEAC, empresa municipal da câmara local, promove uma série de espetáculos de entrada livre, um pouco por toda a cidade. Do fado ao jazz, passando pelo cinema, música sinfónica, vídeo arte, debates e muito mais, em lugares emblemáticos como a Praça do Comércio, o Largo de São Carlos, as Ruínas do Carmo ou o Museu do Chiado, por exemplo. Tudo até ao dia 1 de outubro, quando será celebrado o Dia Mundial da Música. No dia 25 de agosto estivemos na abertura, com a orquestra belga FES – FLAT EART SOCIETY, no Jardim do Arco do Cego, onde se deu o pontapé de saída do já tradicional festival A Arte da Big Band (na foto). K

Prazeres da boa mesa

Sabores de Romaria 3 INGREDIENTES P/ OVINHOS VERDES 10 un Ovo de Codorniz 2 gr Salsa picada 3 ml Vinagre V. Branco 3 gr Alho seco 10 gr Cebola picada q.b. Sal, pimenta, farinha e ovo INGREDIENTES P/ PASTELINHO (RECHEIO) 15 gr Alho seco 25 gr Cebola 40 gr Alho francês 10 gr Manteiga 450 gr Pombo 2 gr Tomilho 50 ml Vinho Branco q.b. Sal, pimenta e louro INGREDIENTES P/ SALADA DE FEIJÃO FRADE 300 gr Feijão frade cozido 20 gr Cebola Picada q.b. Vinagrette q.b. Flor de Sal e pimenta 2 gr Salsa picada 3 gr Alho seco INGREDIENTES P/ PASTELINHO (MASSA) 40 gr Manteiga/banha 60 gr Água 170 gr Farinha s/ fermento q.b. Sal

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INGREDIENTES P/ SARDINHA 2 un Sardinhas 1 un Clara de ovo 100 gr Pão ralado fresco q.b. Ervas secas 2 gr Alho picado OUTROS INGREDIENTES (FINALIZAÇÃO) q.b. Azeite p/ fritar q.b. Rucula/Canonigos q.b. Vinagrette q.b. Flor de sal Preparação: Para os ovos verdes: cozer os ovos de codorniz por 4 minutos. Arrefecer e descascar. Retirar as gemas cozidas e misturar com a salsa, a cebola, o alho, o

vinagre e restantes temperos. Rechear os ovos e passar por farinha e ovo batido. Fritar. Para a massa tenra: misturar a manteiga com a farinha e adicionar água e sal. Trabalhar até ficar uma bola. Deixar descansar. Tender. Para o recheio do pastel: estufar o pombo limpo com os ingredientes mencionados. Depois de cozido e macio, desfiar o pombo e juntar ao estufado. Deixar reduzir se necessário. Pode ser necessário adicionar mais líquido durante a cozedura inicial. Deixar arrefecer e aplicar este aparelho nos pastéis. Para a sardinha: filetar a sardinha e temperar com sal e alho. Passar pela clara de ovo e pela mistura

de pão fresco e ervas como de um panado tradicional se tratasse. Para a salada de fradinhos: misturar todos os elementos. Retificar os temperos. Empratar: Fritar os ovos, os pastéis e os filetes de sardinha. Dispor a salada de fradinhos e

em cima guarnecer com um pedaço de sardinha. Apicar os canónigos frescos ou a rúcula frita. Terminar com um cordão de vinagrete e flor de sal. Servir tépido. K Mário Rui Ramos _ (Chef Executivo)


Bocas do galinheiro

O penoso regresso de Ben-Hur 7 O grande flop deste Verão, é garantidamente a nova versão de Ben-Hur, uma adaptação moderna da obra de Lewis Wallace, um general sulista que depois da Guerra da Secessão decidiu escrever esta história situada na época em que Jesus andava pela Terra, pela mão do realizador cazaque Timur Bekmambetov, radicado nos Estados Unidos. Uma história sobre Judah Ben-Hur e Messala Severus, agora irmãos adoptivos, e o acabar de uma amizade que vai empurrar o primeiro para as galeras, como escravo, e o regresso para a vingança, consumada na já célebre corrida de quadrigas. Para além do parentesco que une os dois protagonistas e o destaque dado à figura de Jesus, o que não acontecia nas adaptações anteriores, a corrida no circo romano, igualmente filmada na Cinecittá, e a batalha naval, serão os momentos comuns às anteriores versões, principalmente a de William Wyler, de 1959, a que conheço, porque a anterior, de Fred Niblo (1925), ainda no tempo do cinema mudo, nunca tive oportunidade de ver. Vencedor do 11 Oscares da Academia, o remake de Wyler, foi um marco na época em que os grandes estúdios apostavam em obras monumentais, aproveitando o cinemascope, muitas delas sobre temática histórico-religiosa e com cenas inolvidáveis, como a da corrida de quadrigas, com três meses de rodagem, milhares de figurantes, tudo na Cinecittá em Roma, curiosamente com a participação de Sergio Leone em algumas cenas, filmadas pelas segundas unidades. Nascido em Mulhouse, agora França, em 1902, educado em

Direitos Reservados H

Lausanne, William Wyler foi para a América em 1922 a convite de Carl Laemmle, seu parente, fundador e um dos patrões da Universal, major onde o jovem Wyler se inicia no cinema. Primeiro como assistente de produção na versão de “Ben-Hur”, de 1925. Depois, a partir de 1926, na realização de várias curtas-metragens, a que se seguem vários westerns e outros filmes sem grande história, até que tem dois encontros que se revelariam fundamentais na sua carreira: Bette Davis e Gregg Toland. Com a primeira,

faz alguns dos seus melhores filmes. Com o operador de câmara, entre 1936 e 1946, compõe o seu melhor período, com dois dos seus três Oscar para o melhor filme, “Mr. Miniver” e “The Best Years of Our Lives”. Depois da prematura morte de Toland, em 1948, com apenas 44 anos, foi um Wyler mais “soft” que conhecemos, apesar de ainda nos ter dado alguns bons filmes, que culminaram nesta super oscarizada versão de “Ben-Hur” de 1959, altura em que a sua carreira começa a decair, tendo terminado

a sua actividade em 69 com “The Liberation of L. B. Jones”, um ano depois de “Funny Girl”, o seu último grande êxito. Porém, um dos esquecidos, e talvez dos melhores filmes de William Wyler, é sem dúvida “Wuthering Heights” (O Monte dos Vendavais, 1939), adaptação do romance de Emily Broontë, onde sobressai desde logo a atmosfera vitoriana, de extrema rigidez e rigor, que a fotografia a preto e branco de Toland, a par das interpretações de Merle Oberon, a australiana tem aqui o seu primeiro grande papel, e do irrepreensível Lawrence Olivier. Dois grandes actores, mas também um grande director de actores. Wyler sempre soube pôr os seus actores a viverem as suas histórias, levando-os à transfiguração. Outra das áreas por onde Wyler se aventurou foi a do filme negro. E, neste campo três filmes se destacam: “Dead End” (Ruas de Nova Iorque,1937), “Detective Story” (História de Um Detective, 1951) e “Desperate Hours” (Horas de Desespero, 1955), curiosamente todos baseados em obras teatrais, o que de certa forma se reflecte nos cenários, de uma economia espacial extrema, mas que ajudam a criar um ambiente claustrofóbico, muito comum neste cinema, a que Wyler, mestre do melodrama, associa um discurso social. Na “História de Um Detective” destaque para a interpretação de Kirk Douglas no papel do “violento” detective James McLeod, enquanto nos outros dois o gangster de serviço é Humphrey Bogart, com vinte anos de distância. Aliás “Horas de Desespero” seria a penúltima interpretação do actor antes de

morrer. No melodrama teremos que destacar o incontornável ‘The Best Years of Our Lives’ (Os Melhores Anos da Nossa Vida, 1946), produto da associação de Wyler com Samuel Goldwyn, talvez o melhor das suas carreiras. Galardoado com o Oscar para o melhor filme e para o melhor realizador, entre os oito que conquistou, é baseado na novela “Glory For Me”, de Mackinlay Kantor, sobre a problemática da readaptação dos ex-combatentes à vida civil, escrito para o cinema por Robert E. Sherwood, outro dos Oscar, que constrói com mestria o regresso de três desmobilizados. Uma inteligente incursão na vida da América do pós-guerra. Numa cuidada realização, mais uma vez com a fotografia de Gregg Toland, Wyler tem aqui o seu melhor filme, ao qual emprestou grande emoção e humanidade, que fazem dele uma obra de referência, mais uma, na história do cinema. Não sendo uma estrela de primeira grandeza, William Wyler assinou notáveis filmes nos vários géneros que abordou. Podíamos ainda falar de “Jezebel” (1938), de “The Letter” (1940), de “Little Foxes” (1941) ou de “The Heiress” (1949), todos com Bette Davis, para a justeza de lembrar um dos (muitos) realizadores injustamente esquecidos. Mas para a posteridade ficará esse “BenHur”, durante anos o recordista do estatuetas douradas arrecadadas, igualado por “Titanic” e “O Senhor dos Anéis”. Sintomático! Até à próxima e bons filmes!K Luís Dinis da Rosa _ Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _

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Reunião realizada em Leiria

Politécnicos reclamam doutoramentos 6Os presidentes e vice-presidentes de 12 institutos politécnicos e os presidentes dos seus conselhos gerais reuniramse, no dia 9 de setembro, no Politécnico de Leiria, para debater algumas questões relacionadas com o ensino superior, nomeadamente a possibilidade dos politécnicos virem a ministrar doutoramentos. Em nota enviada ao Ensino Magazine é explicado que foram analisadas questões relacionadas com a capacidade legal para a concessão do grau de doutor pelos Politécnicos; Estatuto Jurídico de Politécnico e Universidade; e a designação das instituições. A reunião pretendeu envolver neste processo os presidentes dos conselhos gerais das instituições, e teve em conta “a evolução dos politécnicos, designadamente a induzida pelo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior e que essa evolução é particularmente notória na qualificação do corpo docente

e na capacidade instalada”. Os intervenientes nesta reunião de trabalho consideram ser necessária a criação de “instrumentos que permitam um novo desenvolvimento do ensino su-

perior politécnico e do serviço que presta ao país”. A atribuição do grau de doutor por parte dos politécnicos é um objetivo que aquelas instituições pretendem ver alcançado,

depois de numa primeira fase o ministro da tutela, Manuel Heitor ter aberto essa possibilidade, numa perspetiva de doutoramentos profissionalizantes. Na mesma nota é referido

que “os Presidentes dos Conselhos Gerais irão levar estas questões a discussão nos respetivos Conselhos Gerais, tendo em vista a realização de uma nova reunião”. K

Novidades do setor automóvel Volkswagen lidera as vendas na Europa

Suzuki Ignis vai ter versão híbrida

3 A Volkswagen continuou a liderar as vendas na Europa, no primeiro semestre de 2016, com um crescimento de 0,7%, totalizando 909 470 unidades. Segue-se a Renault que tornou-se na segunda marca mais vendida no “velho continente”, ultrapassando a Ford. A marca francesa cresceu 15% face a igual período do ano passado, alcançando 595 316 unidades vendidas. Apesar da troca de posições, a Ford cresceu 5%, atingindo as 565 879 unidades. K

3 A Suzuki anunciou que vai apresentar o novo Ignis com as especificações para o mercado europeu na próxima edição do Salão de Paris, evento que abre a 1 de outubro. A gama de motores ainda não é conhecida, mas deverá existir uma versão 1.2 Dualjet e uma derivação híbrida desse motor. O Ignis terá um peso a rondar os 900 kg. O lançamento deverá acontecer no início de 2017. K

Volvo XC90 com versão Excellence 3 O Volvo XC90 terá uma versão Excellence, mais luxuosa, anunciou a marca. Os preços começam a partir do 127 517 euros. O novo SUV sueco terá quatro bancos individuais (dois à frente e dois atrás), com apoios de cabeça reforçados e função de massagem. Destaque ainda para um frigorífico traseiro, duas mesas rebatíveis, dois copos de cristal e apoios de copos iluminados com função de aquecimento e arrefecimento. K

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Politécnico de Castelo Branco

Alunos internacionais pagam menos buir para a questão dos vistos de entrada em Portugal. “Todos temos que trabalhar para que os constrangimentos da vinda de estudantes sejam ultrapassados. Aquilo que poder fazer, fá-lo-ei. Mas o problema

está relacionado com as autoridades portuguesas e com os vistos das entradas em Portugal. Nós percebemos que as exigências decorrem da integração de Portugal num espaço mais vasto, a União Europeia.

Mas sempre com boa vontade, até porque Cabo Verde faz parte da CPLP e além disso tem um acordo de parceria especial com a União Europeia, faremos todos os possíveis para ultrapassar essas questões”. K

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6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) decidiu baixar o valor anual da propina do estudante internacional de 2100 euros para 1100 euros, disse ao Ensino Magazine o presidente da instituição, Carlos Maia. A proposta foi aprovada no último Conselho Geral. Na mesma reunião do Conselho Geral, o Politécnico manteve o valor das propinas para a licenciatura em 840 euros, para os mestrados em 990 euros e para os Tesp’s em 500 euros. A redução em mil euros da propina dos estudantes internacionais é vista pelo presidente do Politécnico como uma forma de “aumentar a captação de alunos de outros países, os quais têm procurado o IPCB, têm manifestado vontade de vir estudar para cá mas devido a dificuldades financeiras têm vindo a adiar a concretização desse objetivo”. Carlos Maia explica que “ingressaram no ano letivo anterior (2015/16) no IPCB 32 alunos ao abrigo do estatuto de estudante internacional, maioritariamente oriundos de Cabo Verde, Moçambique, Angola e Brasil, prevendo-se que esse número possa aumentar no ano letivo de 2016/17”. A expetativa é elevada, sobretudo no que respeita a alunos vindos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palops). Isso mesmo ficou espelhado durante a visita que o Presidente da República de Cabo Verde fez a Castelo Branco. Na altura, Carlos Maia mostrou disponibilidade em colaborar com as entidades dos dois países no sentido do Politécnico poder receber mais alunos cabo-verdianos. “Neste momento estudam no IPCB 62 alunos de Cabo Verde. Na visita que fiz a Cabo Verde senti a vontade de muitos jovens virem estudar para aqui. Pelo que lhe pedi para desbloquear alguns constrangimentos sobretudo na atribuição de vistos, para que o sonho destes jovens possa ser concretizado. Estamos totalmente disponíveis para receber alunos de Cabo Verde, sobretudo estudantes do secundário, mas também para colaborar com a recém-criada Universidade de Cabo Verde. Hoje há muitos diplomados pelo IPCB que são altos quadros em Cabo Verde”, disse na altura o presidente do IPCB. Na mesma ocasião o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Fonseca, mostrou-se empenhado em poder contri-

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