outubro 2019 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XXI K No260 Assinatura anual: 15 euros
suplemento universidade
UBI estuda benefícios da cereja
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politécnico
Leiria pedala 100 mil quilómetros IPG pronto para receber empresas IPSetúbal assinala 40 anos Moldávia visita Portalegre IPCoimbra aposta na especialização C
Distribuição Gratuita
maria de fátima bonifácio, historiadora
Docentes de Évora ganham prémios C
www.ensino.eu
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‘A escola não tem de ser divertida, mas sim exigente’ Inimiga do politicamente correto, a historiadora Maria de Fátima Bonifácio faz o diagnóstico do país no que ao ensino, aos partidos políticos, à justiça e à corrupção diz respeito. C P2 a 4
pedro sousa, coordenador no canal 11
‘O vídeo-árbitro trouxe verdade e justiça ao futebol’ C
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Maria de Fátima Bonifácio, historiadora
‘A escola não tem de ser divertida, mas deve ser exigente’ 6 Inimiga do politicamente correto, a historiadora Maria de Fátima Bonifácio faz o diagnóstico do país no que ao ensino, aos partidos políticos, à justiça e à corrupção diz respeito, sem esquecer um olhar sobre duas personalidades que inquietam o mundo: Trump e Bolsonaro.
partido do Salvini, em Itália, é populista. Mas é preciso definir o que é o populismo: em sentido rigoroso, é a legitimação da mentira como arma de propaganda e intervenção política. Qual é o motivo para Portugal permanecer, de alguma forma, resguardado? Eu explico-lhe: somos um país atrasado e o PCP é o partido mais anacrónico e reacionário do mundo inteiro – aliás, já só existe em Portugal. O Bloco não é populista, é radical e canaliza muito da pulsão populista que podia haver numa audiência de um partido verdadeiramente populista. Sobre o futuro, je ne sais rien.
Diz que o politicamente correto é uma invenção da esquerda e que esta domina a comunicação social. São armas que dificultam o retorno da direita ao poder? Dificultam a recuperação da direita, ao mesmo tempo que reforçam a esquerda. O politicamente correto é originariamente uma invenção da esquerda bem pensante – e não nasceu na esquerda portuguesa, nasceu lá fora, até porque nós somos bons a macaquear as modas que correm no exterior. Simplesmente, o politicamente correto acabou, também, por se apoderar de quem escreve, à direita. Eu vejo pessoas da direita escrever subordinadas a um código do politicamente correto, que originariamente é uma invenção da esquerda. Ou seja, a dominância do politicamente correto é apenas uma das manifestações da hegemonia intelectual que a esquerda conseguiu alcançar. A direita não corre o risco de perder autenticidade? Perde autenticidade, identidade e capacidade de afirmação. É péssimo para a direita, evidentemente. A direita é vítima daquilo a que chama a «radical reconfiguração do espaço político ideológico português». Quer explicar melhor? Essa reconfiguração tradu-
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ziu--se no desaparecimento de um bloco central, que funcionava ora com uma coligação PS/ PSD e CDS, ou funcionava com a dominância de uma destas forças partidárias. O que acontece é que atualmente temos um espetro político completamente diferente e estilhaçado. O caráter previsível, permanente e simples do sistema político a que estávamos habituados acabou completamente com a emergência do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista, enquanto forças cooperantes com o governo PS. O Partido Socialista teve sempre no seu interior uma ala radical que ganhou muito mais força com a crise de 2007, 2008 e 2009 e que se prolongou para o executivo de Passos Coelho. Não tenho provas, mas a impressão com que fiquei nestes anos de “geringonça” e mesmo nos anos do governo de coligação PSD/CDS é que o PS estava literalmente “infiltrado” por gente do BE que veio engrossar
e dar mais dinâmica à ala radical que sempre esteve no ADN dos socialistas. A estratégia de ganhar votos ao centro ainda resulta? Isso acabou. Porque está muito mais polarizado. Funciona um bocado o “catch all party”. Estamos a gravar esta entrevista antes das eleições de 6 de outubro. Mas como seria um eventual governo socialista, sem maioria, com membros do Bloco de Esquerda? A ambição principal do BE seria capturar o Estado e fazer deste o transformador da sociedade. Se o Bloco participasse no governo seria um executivo ainda mais estatista do que este é empenhado em usar o Estado como aparelho de controle e transformação controlada da sociedade. Uma coisa era certa: podíamos contar com uma carga fiscal elevadíssima. Aliás, a Mariana Mortágua disse algo do género: temos de perder a ver-
gonha e ir aos que têm dinheiro acumulado. Está tudo dito. O PAN reforça a sua presença no Parlamento. Como vê este fenómeno? Eu acho o PAN uma anedota. Sem consistência nenhuma, nem estratégia. Querem um serviço nacional de saúde para os cães e gatos. E eu a pagar com os meus impostos, não é? Adoro animais, mas só peço que quem os tem que os tratem bem e os levem ao veterinário. O PAN mais não é do que um partido que vive à espera de ir pendurado no PS num próximo governo… Portugal ainda está mais ou menos imune aos fenómenos populistas que vão emergindo um pouco por toda a Europa? Em Portugal temos uns arremedos de populismos e não penso que possam ir muito além disso. Mas na Europa o cenário é diferente. O Podemos em Espanha é populista, o Chega em Portugal é populista, o
Marcelo Rebelo de Sousa é o Presidente da República de que Portugal precisa no atual contexto? Claramente que sim, Marcelo é o Presidente da República que Portugal precisa no atual contexto político. Creio que muito se lhe deve a estabilidade da “geringonça”. Em vez de tentar sabotá-la e acometer contra um facto consumado, Marcelo decidiu, inteligentemente, apoiá-la dentro do possível: If you can’t beat them, join them. Fala muito? Intervém demais? Talvez, mas a verdade é que nem por isso deixou de preservar a sua figura num patamar bem acima da algaraviada dos partidos e da politiquice quotidiana. Ou seja, apesar das selfies, Marcelo mantém-se solidamente como uma referência de última instância, que é o que um Presidente da República deve ser. O calculismo é caraterística de qualquer político que queira ser reeleito. Consegue identificar algum político da história recente do país por ter apresentado um projeto consistente e de futuro? Até agora não vislumbrei nenhuma visão para o futuro do país. Nestes últimos anos, o que se fez foi repor rendimentos, repor pensões, repor isto, aquilo e aqueloutro e o país ficou no osso. As ferrovias estão no osso, os transportes estão no osso, o serviço nacional de saúde está no osso, a educação está ;
«Fora da circunstância» é o título do seu último livro, que reúne crónicas publicadas e inéditas. Ser visceralmente contra o politicamente correto é, por assim dizer, a sua marca de água? Eu sempre fui contra o politicamente correto. Não é de hoje. Na minha opinião, o politicamente correto é uma maneira de policiar e censurar a liberdade de expressão de cada um.
; no osso. Tudo o que é infraestrutural foi desprezado em favor de uma política de curtíssimo prazo, que privilegia dar às pessoas um pouco mais de dinheiro, mas que, sobretudo, pretende dar-lhes otimismo e crédito. Como se tem visto, já andamos naquela dança dos cartões de crédito, como andávamos em 2006 ou 2007, no tempo das vacas gordas, e creio mesmo que a dívida privada já excede a dívida pública. Este discurso estupidamente otimista dos governos acaba por induzir comportamentos que acabam sempre por se pagar, mais tarde ou mais cedo. O único interesse que norteia Costa é ficar no poder, custe o que custasse, o que interessa ao país é de somenos e uma nota de pé de página. A história ainda fará justiça a Pedro Passos Coelho por Portugal ter saído de forma limpa do resgaste da troika? Penso que a história ainda lhe fará justiça. Como dizia o Vítor Direito, «é preciso que se faça aquilo que tem de ser feito». E Passos Coelho fez. Herdou um país falido do PS de Sócrates e depois cumpriu o programa da troika. Aliás, este governo devia acender uma velinha a Passos Coelho por lhe ter legado uma saída limpa do resgate e com o restabelecimento de alguma dignidade e respeito do país além-fronteiras. Nos últimos anos praticamente deixámos de ouvir falar de desígnios nacio-
nais. Ter o défice zero é um bom objetivo ou uma visão tecnocrata? Nós não podemos ter um défice alto, porque a nossa dívida pública é uma chaga que ultrapassa os 120 por cento do PIB, o que é uma brutalidade, quando o ideal seria 60 ou 65 por cento. O défice tem de ser financiado com crédito e quanto maior for, mais juros, e entramos num círculo vicioso. Mas o que me parece é que a insistência num défice zero é uma manobra de propaganda e um capricho, não só para impressionar cá dentro, como também lá fora. E, não podemos esquecer, é a coroa de glória de Mário Centeno. Diz no seu livro que desde o século XIX que ouve falar mal dos partidos e que daqui a 10 anos não vamos ter partidos como temos hoje. O que antecipa? Essa é uma one million dollar question. Mas sei que partidos com a estrutura que atualmente têm e com a forma como participam no espaço público, nas arruadas, etc, estão seriamente ameaçados. Este sistema partidário está a sofrer uma corrosão há bastante tempo, nomeadamente a partir do momento em que simples adeptos dos partidos – não necessariamente filiados – participam na eleição para os vários cargos dos partidos, desde o secretário-geral até ao porteiro da sede. Isto significa que o voto de um simpatizante vale o mesmo de um militante que faz trabalho político, paga
as suas quotas, etc. A indistinção entre militante e vagamente simpatizante é um princípio de dissolução dos partidos. As diretas não tiveram o condão de abrir mais os partidos ao exterior? Abriram-se mais, mas para pior. Se pensam que é por aí que se salvam, estão redondamente enganados. A aparente abertura, mais não é do que perda de coesão e disciplina partidária. Por isso, repito: daqui a 10 anos, os partidos, tal qual os conhecemos hoje, não vão existir. O modo de recrutamento de quadros para os partidos, muitos deles nas juventudes partidárias, devia ser reformulado? As chamadas “jotas” são alfobres formatados para virem a ser agentes partidários igualzinhos aos que temos – e que são maus. É tudo uma teia de arranjinhos, interesses e combinações de quem se chega à frente e atinge o poder. Não percebo a razão de ser das juventudes partidárias. Aliás, não me lembro de nenhuma dessas estruturas ter produzido um pensamento digno desse nome sobre o país. Um estudo recente estima que o custo anual da corrupção para o nosso país é de 18 mil milhões de euros. Estamos perante um pecado endémico? Não acho que os portugueses sejam mais corruptos do que outros povos ou seja algo que está no nosso ADN, o problema é que o bolo é pequeno para
repartir por tanta gente. E há outras questões: temos instituições mais fracas e temos leis que são feitas pelos deputados com a única intenção de se protegerem a si próprios e que são leis de um garantismo absolutamente excessivo e inédito, sem paralelo em qualquer país europeu civilizado. As leis estão feitas para dificultar a justiça. Só algum peixe miúdo é apanhado, o peixe graúdo fica à margem porque o sistema legal está feito para eles não serem apanhados. A «Operação Marquês» ainda não chegou a julgamento… Não acredito que chegue a haver julgamento e muito menos que Sócrates seja condenado. Isto diz tudo sobre o país em que vivemos. Julgo saber que na Holanda, na Inglaterra ou na Alemanha, as pessoas não são mais puras ou moralmente mais impolutas do que os portugueses, o que acontece é que há instituições muito mais severas e eficazes na repressão dessa universal tendência para a corrupção. Afirma, sem subterfúgios, que a educação é o maior falhanço da democracia. A raiz do problema está na massificação? Primeiro ponto: é um bem centenas de milhares de pessoas terem acesso à instrução. A massificação não é um mal, mas produz consequências. E pude testá-las empiricamente nos quase 30 anos de docência: a massificação atingiu ;
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; não só os alunos, mas também os professores. Licenciei muita gente que não tem aptidões para ser professor de liceu. O grau de exigência baixou brutalmente, caso contrário chumbava toda a gente. Eu comecei a dar aulas em 1980 e nessa altura tinha sempre 14, 15 ou 16 alunos muito bons. E os maus eram comparados com os médios de hoje. Nos anos 90 o nível piorou muito.
gerou petições contra e a favor. Salazar ainda é um fantasma que assombra a democracia? Não se pode apagar o salazarismo da nossa história como fazemos com uma conta errada num quadro de lousa onde se escreve a giz. Os soviéticos eram peritos nisso. Salazar e o salazarismo marcaram 50 anos da História de Portugal. Eu não acho que um Estado democrático deva pagar um museu que homenageie um ditador. Com os meus impostos, não! Mas se numa terra, seja em Santa Comba Dão ou noutra qualquer, a autarquia e os habitantes estiverem dispostos a desembolsar o dinheiro necessário para erguer o museu, porque não? Desde que não seja com o dinheiro público. A Rússia está cheia de estatuas do Estaline que foi tão ou mais carniceiro do que o Hitler.
Como explica essa degradação da qualidade? Registou-se um deslaçamento e uma complacência extraordinária perante o mau desempenho e qualidade dos alunos. No fundo, enveredou-se pelo facilitismo. E esses alunos que se licenciaram vão dar aulas quando não têm formação suficiente para o fazer. E isso passa para os alunos. Que quota parte de responsabilidades tem a tutela, neste caso o Ministério da Educação e os governantes que por lá passaram? Muitas. A começar por teorias pedagógicas absolutamente idiotas: por exemplo, ir para a escola para aprender a aprender, o importante é saber pensar, etc. Mas onde está a matéria prima para pensar? Acho que a escola demitiu-se de ensinar e tem sofrido vários experimentalismos desde o 25 de abril. Andámos a brincar com o presente e o futuro das pessoas. Hoje em dia ninguém chumba, qualquer dia não há exames. Mas o que é isto? A escola transformou-se numa espécie de kindergarden. A escola não tem - como alguns pretendem - de ser divertida, tem de ensinar e ser exigente. Por seu turno, o Ministério da Educação está recheado de funcionários, que supostamente são professores, que nunca deram aulas e que estão ali a inventar fichas e questionários para chatear os docentes e lhes tirar o tempo necessário para a preparação das aulas. Conheço professores de liceu que gastam mais tempo a preencher fichas do que a preparar aulas. Isto é uma aberração. No artigo «Admirável Universidade Nova!» escreve que «fazer currículo tornou-se a primeira prioridade de qualquer investigador». É crítica desta obsessão estatística? O que acontece é que quem está na investigação ou no ensino universitário não tem tempo para estudar ou aprender, só tem tempo para aviar o mesmo “paper” em cinco sítios diferentes para fazer currículo. Vi muitos currículos em que a mesma conferência é mencionada ter sido apresentada em quatro ou cinco cidades diferentes. É uma falta de vergonha. As avaliações são puramente quantitativas e isso obriga, quem lá está, a apresentar serviço, mesmo que seja repetido. Hoje ninguém pode passar um mês a ler o Weber. Não pode. Não tem tempo. Não sei se sabe, mas hoje em dia um artigo publicado numa revista científica vale mais do que um livro que resulte de uma árdua investigação de dois ou três anos. Isto é completamente desmotivador. Nesse mesmo artigo, de 2006, escre-
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ve que «pretende-se fazer da universidade uma mera escola de formação profissional e sujeitar o que lá se ensina e aprende às solicitações do mercado e das empresas». Este lado prático das universidades não é positivo? Em «The closing of the american mind», o filósofo Allan Bloom escreveu sobre a degradação do estudo das humanidades nas universidades americanas e termina o livro com a seguinte frase: «se a universidade não serve para ensinar os alunos a ler Virgílio em Latim, então não sei para o que serve». A universidade não tem de ser, prioritariamente, uma formadora de profissionais. Quero recordar
que o ex-primeiro ministro e ex-ministro das finanças britânico, Gordon Brown, era doutorado em História. O que está a acontecer diante dos nossos olhos é a destruição do ensino das humanidades, o que é uma indução de pobreza mental, espiritual e intelectual lamentável. Os professores no liceu são obrigados a adaptar-se a um clima de facilitismo total que impede o ensino sério, rigoroso e aprofundado de qualquer disciplina. A escola, tal como a vida, não pode ser uma paródia constante. É feita de tudo. O Centro Interpretativo do Estado Novo, também chamado Museu Salazar,
CARA DA NOTÍCIA 6 Especialista em História Contemporânea de Portugal Maria de Fátima Bonifácio nasceu em 1948, doutorou-se (1990) e agregou-se (1997) em História Contemporânea de Portugal na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde foi docente de 1980 a 2006, e reformou-se em 2012 como investigadora-coordenadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Colaboradora em diversos órgãos de comunicação social, como por exemplo, o jornal «Público», o jornal digital «Observador» e a revista «Atlântico», é autora de várias obras, entre as quais «Seis estudos sobre o liberalismo português», «Apologia da história política», «D. Maria II», «A Monarquia Constitucional – 1807-1910», «Memórias do Duque de Palmela», «Um homem singular – Biografia política de Rodrigo da Fonseca Magalhães» e «António Barreto – Política e pensamento.»
A degradação do espaço público é uma evidência, com a emergência das redes sociais e das fake news. Em que medida é que as democracias ocidentais podem estar ameaçadas? As massas estão apenas interessadas em consumir e o consumismo é o maior valor dos nossos dias. O consumo tornou-se na única paixão contemporânea universal. Passar os domingos a ver as montras no Colombo, a comprar isto ou aquilo. Perante este quadro, ninguém quer saber da liberdade, para nada, porque a maior parte das pessoas não sabe o que fazer com ela. Não lhes é útil. Para ir passear ao shopping não é preciso liberdade, já no tempo do Salazar as ruas eram livres para se passear. Para mim, em abstrato, a liberdade individual é o valor supremo, embora não absoluto, porque, por vezes, entra em choque com outros valores, igualmente estimáveis e necessários. O que existe verdadeiramente é a paixão pela igualdade, já que a paixão pela liberdade penso que só os britânicos é que a têm. Apesar de não concordar com Trump e Bolsonaro, compreende que o povo americano e brasileiro, respetivamente, os tenha eleito democraticamente. É um sinal dos tempos? Um pouco por toda a parte há uma coisa chamada establishment que tem um dialeto próprio, muito mentiroso, aliás. Os que não fazem parte dele, sentem-se excluídos, abandonados pelo poder e entregues a si próprios. E quando aparece alguém, mesmo sendo grosseiro, boçal e politicamente incorreto, a falarlhes numa linguagem que eles percebem e sobre os seus anseios, acabo por compreender que as pessoas lhes confiem o seu voto. É isto que explica que os eleitores se revejam neste perfil de políticos fora da caixa e que também eles foram deixados fora da caixa pelos poderes estabelecidos. Trump é muito carroceiro, malcriado e simplista, bastante instável até, mas mesmo assim acho que Bolsonaro é muito mais primitivo. Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H
Criação de aplicação para Android
Docente da UBI participa com a Google 6 A loja Google Play acaba de disponibilizar a aplicação YAKE, cujo desenvolvimento contou com a participação de Célia Nunes, docente do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade da Beira Interior (UBI). A aplicação que permite obter as palavras-chave de um texto em função da sua relevância. Após submeter os textos na aplicação, a YAKE devolve-os ao utilizador anotados, com uma nuvem de palavras ou uma lista das palavras-chave ordenadas por relevância. É descrita como “fácil de usar” e capaz de funcionar “para a maioria das línguas” e vocacionada para ser utilizada
por académicos ou profissionais. Esta aplicação resulta do trabalho de uma equipa de investigação que, em 2018, ganhou o prémio Best Short Paper Award na área da recuperação de informação (Information Retrieval), no domínio da Ciência dos Computadores, na 40th International Conference on Information Retrieval, que decorreu em Grenoble, França. O primeiro autor do texto ‘A Text Feature Based Automatic Keyword Extraction Method for Single Documents’ é um antigo aluno da licenciatura em Matemática e Informática e do Mestrado em Engenharia Informática da UBI, Ricardo Campos. K
Tourism Explorers
Final nacional decorre na Covilhã 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) é uma das entidades envolvidas na terceira edição do concurso Tourism Explorers, cuja final nacional se realiza na Covilhã, a 24 de outubro, no auditório do Parkurbis, a partir das 14 horas. O Tourism Explorers é o maior programa nacional de criação e aceleração de startups na área do turismo, que visa apoiar ideias e melhorar negócios neste âmbito, promovendo o empreendedorismo, o trabalho em rede e a discussão de projetos, fomentando assim o potencial de crescimento turístico em Portugal. Em 2018, a plataforma ARTIST, desenvolvida por Pedro Pereira,
diplomado em Engenharia Informática pela UBI, foi a grande vencedora do concurso. O projeto contou com o apoio da UBI e do Parkurbis, tendo como formadores/facilitadores Pedro Serrão e Daniela Marta. A ferramenta propunha ajudar a promover e dinamizar espaços, de forma imersiva e inovadora, através de tecnologias de realidade aumentada, geolocalização e gamificação. A final nacional consistirá na apresentação dos negócios na área de turismo das equipas vencedoras a nível local, por forma a apurar a equipa vencedora a nível nacional. A sessão é aberta à comunidade, que está convidada a estar presente. K
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Investigação do CICS-UBI
A cereja e a saúde 6 A equipa liderada pelas investigadoras do Centro de investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (CICS-UBI), Ana Paula Duarte e Sílvia Socorro, identificou novos benefícios da cereja para a saúde, nomeadamente, as suas ações sobre as células de cancro da próstata. Os resultados, publicados na revista científica Nutrition and Cancer, mostraram que extratos de cereja têm capacidade de alterar o comportamento das células tumorais, com efeitos positivos no controlo da sua sobrevivência e metabolismo. O estudo, realizado em modelos celulares in vitro, utilizou extratos de cereja obtidos a partir da variedade Saco, e continuou trabalhos anteriores do grupo de Ana Paula Duarte, publicados nas revistas SN Applied Sciences, ACS Omega, e European Food Research
and Technology, os quais demonstraram que a cereja típica da região do Fundão é particularmente rica em compostos com atividade antioxidante, tais como antocianinas, quercetina e melatonina. Por esse motivo, a variante selecionada para utilização neste último trabalho no cancro da próstata, o qual contou com o apoio da Câmara Municipal do Fundão. Este incentivo permitiu a aquisição de reagentes de laboratórios diversos e a contratação de uma bolseira, tal como consta na secção de agradecimentos do artigo recentemente publicado. Diferentes modelos celulares de cancro da próstata humano foram expostos a diferentes concentrações de extratos de cereja, tendo-se verificado que apresentaram diminuição da taxa de crescimento e aumento da morte celular por apoptose, ao mesmo tempo que a sua capacidade de
utilização de glicose estava suprimida. Demonstrou-se assim uma alargada ação das cerejas sobre aquilo que são considerados os “marcos” (do inglês “hallmarks”) das células tumorais, ou seja, a sua exacerbada capacidade de crescimento, a resistência à morte celular, e a preferência de utilização do metabolismo da glicose como fonte de energia. Este é o primeiro estudo a mostrar um tão amplo espectro da ação da das cerejas sobre células tumorais, o que, no caso do cancro da próstata, pode ser benéfico na prevenção e como eventual coadjuvante para controlar a progressão da doença. Mais estudos serão necessários para se estabelecer em definitivo uma relação causa-efeito entre consumo de cerejas e prevenção do cancro, mas os vastos benefícios e as excelentes propriedades deste fruto são inquestionáveis. K
Na UBI, a 31 de outubro
Schouten profere última aula 6 Maria Johanna Schouten, professora Associada com Agregação aposentada do Departamento de Sociologia da Universidade da Beira Interior (UBI), profere a sua última aula, a 31 de outubro, no Anfiteatro 7.21 da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UBI, pelas 14h30. A aula promovida pelo Departamento de Sociologia, tem como título ‘Distância e Aproximação: as Ciências Sociais e a sua abordagem de outras culturas’, e centrase nas caraterísticas essenciais da antropologia e da sociologia e o papel destes perante algumas problemáticas atuais, nomeadamente o encontro entre culturas.
Maria Johanna Schouten iniciou funções na UBI em 1987 e, desde então, lecionou disciplinas da área das Ciências Sociais em
cursos de várias faculdades. Doutorada em Ciências Sociais e Culturais na VU University, de Amesterdão, Holanda, e agregada em Sociologia pela Universidade da Beira Interior, tem desenvolvido investigação e docência na área dos estudos sobre o género, sociologia e antropologia da saúde, sociologia do tempo, antropologia e história. Para José Carlos Venâncio, Professor Catedrático do referido Departamento, o momento em apreço será “de afirmação e de agradecimento à Professora Johanna pela sua dedicada prestação e empenho ao Departamento, Faculdade e Universidade”. K
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Melhor Poster
UBI vence em Praga 6 O poster ‘Factors influencing postural balance in hemodialysis patient’s’, da autoria de Rui Luís, José Domingues (estudantes do Mestrado em Ciências do Desporto da UBI), Daniel Marinho e Henrique Neiva (docentes de Ciências do Desporto), foi escolhido como Melhor Poster na 48th EDTNA/ERCA International Conference, realizada em Praga, de 14 a 17 de setembro. Para Daniel Marinho, “este prémio é um sinal de que a parceria entre a área das Ciências do Desporto e a área das Ciências da Saúde deve ser cada vez mais
UBI e quatro politécnicos reunidos
Cooperação em estudo 6 A procura de novas formas de cooperação entre serviços e a partilha de experiências foi o mote para uma reunião de trabalho realizada na Universidade da Beira Interior entre a UBI e os politécnicos de Castelo Branco, Guarda, Viseu e Setúbal. O encontro juntou o reitor, presidentes e vice-presidentes das instituições e permitiu também que os responsáveis pelos diferentes serviços analisassem aspetos relacionados com sistemas de organização, de informação e informáticos. António Fernandes, presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, classificou a reunião como positiva, lembrando que “o conhecimento entre os principais atores poderá trazer proveitos”. Aquele responsável falava numa conferência de imprensa informal que juntou, na reitoria da UBI, os responsáveis pelas instituições. “Chegámos à conclusão que há
algo que podemos partilhar no futuro. A reunião de hoje serviu para fazer esse primeiro diagnóstico”, disse António Fernandes. António Fidalgo, reitor da UBI e anfitrião do encontro, referiu que a iniciativa “permitiu o conhecimento, entre administradores, responsáveis dos serviços de informática e de serviços académicos. Deste modo, estão criadas as condições para a troca de experiências”, de forma a que possa existir um benefício de boas práticas entre todos. E se ao nível dos serviços este pode ser um passo importante, numa outra perspetiva, a UBI e o IPCB já têm colaborações concretas. “Temos um acordo com o Politécnico que permite o intercâmbio de docentes. E este protocolo que temos com Castelo Branco gostaríamos de o estender a outras instituições. Sem qualquer dificuldade, um docente da UBI vai ao Politécni-
co de Castelo Branco dar aulas e vice-versa”, explica António Fidalgo, para depois acrescentar: “estamos muito satisfeitos por isso”. António Fidalgo fala também no Centro Clínico Académico das Beiras que envolve “as quatro instituições de ensino superior (UBI, IPCB, IPGuarda e IPViseu) e os respetivos hospitais. Temos dado passos importantes e esse centro poderá avançar até mesmo para uma associação”. Na mesma conferência, João Monney Paiva, presidente do Instituto Politécnico de Viseu, sublinhou a ideia de que “hoje em dia, é muito mais importante olhar para aquilo que existe em comum, porque os desafios obrigam a essa junção de esforços”. Também Pedro Ferreira, vice-presidente do Politécnico de Setúbal, mostrou disponibilidade em ouvir e partilhar ideias. K
UBI ganha na Bielorrússia
06 /// OUTUBRO 2019
Comissão de Ética da UBI
José Martinez reconduzido 6 José Martinez acaba de ser reconduzido como presidente da Comissão de Ética da Universidade da Beira Interior (CE-UBI). O professor Jubilado da Faculdade de Ciências da Saúde foi eleito para os próximos dois anos, na reunião realizada no dia 24 de setembro. Na mesma ocasião, Ana Leonor Santos, docente da Faculdade de Artes e Letras, assumiu a vice-presidência da CE-UBI e foi dada posse aos Membros Externos Cooptados, indicados por cinco ordens profissionais. São eles José Pires Manso (Ordem dos Economistas), Lídia Videira (Ordem dos Enfermeiros), Manuel Sant’Ana (Ordem dos Vete-
rinários), Miguel Ricou (Ordem dos Psicólogos) e Ricardo Brazete (Ordem dos Advogados). A Comissão de Ética é um órgão consultivo independente que tem como atribuição a análise de questões no âmbito das atividades desenvolvidas pela UBI, seguindo padrões de ética. Entre as principais atividades desenvolvidas recentemente estão a organização do Fórum sobre Fraude Académica e a criação do Código de Integridade que estabelece os princípios, valores e deveres práticos regentes das atitudes e conduta de seus docentes, investigadores, pessoal não docente e estudantes. K
UBI
Santander atribui bolsas
Arquitetura
6 Andreia Garcia, docente do Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura, foi premiada na VIII Bienal Internacional de Jovens Arquitetos de Minsk, na Bielorrússia, ao ver reconhecido o projeto ‘Prudêncio Studio’, que foi considerado o melhor candidato ao Prémio Leonardo Award 2019. O Leonardo Award é promovido pela associação de arquitetos da Bielorrússia, com o apoio do governo deste país do Leste europeu. Analisa projetos de candidatos com idade inferior a 40 anos.
incentivada, procurando melhorar os programas de intervenção atualmente existentes”. O docente e investigador do Departamento de Ciências do Desporto enaltece a parceria existente com a empresa Fresenius Medical Care Portugal/NephroCare Portugal pela “oportunidade que os estudantes e investigadores têm de se associar e de intervir nesta área”, possibilitada pela entrada da UBI na rede do Programa de Exercício Físico em Doentes Renais, agora alargado a mais e diferentes parceiros institucionais. K
Andreia Garcia, docente de Projeto, unidade curricular do 1.º ano do Mestrado Integrado em Arquitetura, é também finalista do reconhecido prémio internacional BigMat 2019, cujo vencedor será conhecido dia 22 de novembro na cidade francesa de Bordéus. O BigMat – International Architecture Award é dirigido a arquitetos de sete países europeus (Bélgica, República Checa, Eslováquia, França, Itália, Portugal e Espanha), e cujas obras tenham sido construídas nos referidos territórios. K
6 A Universidade da Beira Interior (UBI) tem aberto concurso para atribuição das Bolsas de Incentivo ao Doutoramento (BID) UBI-Santander Totta, que abrangem as suas cinco faculdades, decorrendo o período de candidatura até 18 de novembro. Podem candidatar-se os esPublicidade
tudantes que estejam matriculados nos cursos de 3.º Ciclo/Doutoramentos da UBI, portugueses ou estrangeiros, inclusive os que iniciam os estudos no atual ano letivo. Estas bolsas destinam-se prioritariamente a apoiar os trabalhos de investigação dos estudantes que pretendam realizar o doutoramento na UBI. K
Concurso Born from Knowledge
Docente de Évora premiada
prémio santander e casa américa latina
Investigador de Évora vence prémio científico 6 Luís Fialho, investigador da Cátedra Energias Renováveis da Universidade de Évora (UÉ), venceu o Prémio Científico Mário Quartin Graça 2019, na categoria de Tecnologias e Ciências Naturais, com a tese que defendeu na Universidade de Évora, propondo uma nova abordagem para resolver o problema do armazenamento da energia fotovoltaica. “A tese passou por pegar numa tecnologia inovadora de armazenamento de energia – as baterias de fluxo de vanádio” onde é armazenada energia, e aplicá-las a edifícios de serviços, a indústrias e mesmo em centrais fotovoltaicas”, explicou, ao site da própria universidade, Luís Fialho, doutorado em Engenharia Mecatrónica e Energia, que propôs uma nova forma de armazenar energia solar. O investigador explicou que a vantagem deste método “é que neste momento a tecnologia dominante do armazenamento de energia, baseia-se em baterias de iões de lítio, como as que temos nos nossos telemóveis e computadores, só que em tamanho gigante”. “O grande problema que temos e com que todos os utilizadores se deparam relativamente a essas baterias é a degradação que elas têm com o tempo: se fizermos muitos ciclos de carga-descarga acabam por ter um tempo de vida de alguns anos apenas”, sublinha. Luís Fialho explica ainda que “para aumentarmos a penetração dessas energias renováveis na nossa sociedade, vamos ter de ter armazenamento
de baixo custo e são este tipo de soluções que vão permitir chegar aí”, pelo que a visibilidade que este prémio traz a estas questões desenvolvidas na sua investigação é uma grande mais-valia. O júri foi constituído por: Arlindo Oliveira, presidente do Instituto Superior Técnico; João Proença, professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto; Pedro Cardim, professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; João Paulo Velez, diretor de Comunicação e Marketing Corporativo do Santander Portugal; e Manuela Júdice, secretária-geral da Casa da América Latina. Na área da Contabilidade, Marcello Angotti, investigador da Universidade Federal do Rio de Janeiro e, nas Humanidades, Camila Marchioro, da Universidade Federal do Paraná, em colaboração com a Universidade do Porto e a Nova de Lisboa, foram outros investigadores distinguidos com o Prémio Científico Mário Quartin Graça, uma parceria entre o Banco Santander e a Casa da América Latina, que celebra este ano a sua 10ª edição, que tem por objetivo promover o mérito das teses de doutoramento que resultam da colaboração entre universidades de Portugal e da América Latina. Os três investigadores, selecionados entre 90 candidaturas a concurso, recebem individualmente um prémio no valor de 5.000 euros, entregues no mês de dezembro, numa cerimónia a decorrer em data e local a anunciar. K
6 Inês Secca Ruivo, professora no Departamento de Arte Visuais e Design da Escola de Artes da Universidade de Évora, e Cátia Bailão Silva, alumna da UÉ, receberam o primeiro prémio na categoria de Materiais e Tecnologias Avançadas de Produção com o produto NAUTILUS, um sistema de abrigo transportável com capacidade de recolha, aproveitamento e conversão de humidade em água potável. O projeto Nautilus, desenvolvido no contexto do Mestrado em Design da Universidade de Évora, e em processo de patente nacional e europeia desde 2017, consiste num abrigo de emergência, montável e desmontável em quatro passos simples, que conta com a incorporação de um novo material com propriedades hidrófilas e hidrófugas que permite a coleta, recuperação e conversão de névoa em água, bem como o seu armazenamento, tratamento e transporte para posterior consumo. A Universidade de Évora, através do GAITEC, concorreu à edição de 2019 desta iniciativa, que recebeu um total de 30 ideias de
negócio em quatro categorias: Saúde e Bem-Estar; Turismo, Indústrias Culturais e Criativas; Recursos Naturais, Ambiente e Alterações Climáticas; e Materiais e Tecnologias Avançadas de Produção. Os concorrentes das regiões Centro e Alentejo participaram num programa de imersão, nos dias 19 e 25 de setembro, que serviu para aperfeiçoarem o desenvolvimento das ideias e o seu modelo de negócio. Na final do concurso, no dia 10 de outubro, no IPMAIA, as equipas apresen-
taram os seus projetos diante de um júri especialista em cada uma das categorias. No período da tarde teve lugar uma sessão pública com as ideias finalistas (duas por categoria) e anunciados os vencedores, que serão premiados com o acesso direto a um programa de aceleração em ciência e tecnologia com a duração de três meses. O Born from Knowledge (BfK) é um programa promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, através da Agência Nacional de Inovação, S.A. (ANI), no âmbito do SIAC – Iniciativa de Transferência de Conhecimento, cofinanciada pelo COMPETE 2020 através do Portugal 2020 e do FEDER. Este programa recebe anualmente projetos submetidos pelas Instituições de Ensino Superior parceiras, incentivando e apoiando o trabalho que desenvolvem. Anualmente promovem o concurso de ideias BfK, com uma final nacional das melhores ideias de negócio de estudantes e investigadores de Instituições de Ensino Superior (IES) portuguesas. K
Praça reuniu investigadores
Ciência da UÉ no Giraldo 6 Évora recebeu pela primeira vez a Noite Europeia dos Investigadores (NEI), que se realizou no dia 27 de setembro, com uma mostra científica organizada pela Universidade de Évora (UÉ) em plena Praça do Giraldo, local emblemático da cidade Património Mundial da Humanidade. Na página oficial da universidade, António Candeias, vice-reitor para a Investigação e Desenvolvimento da Universidade de Évora, mostrou-se “muito satisfeito” por esta iniciativa decorrer em Évora, considerando a NEI “um projeto fantástico” por potenciar “dinâmicas muito interessantes entre a população, os cientistas e os jovens investigadores”. Aquele responsável espera agora que Universidade de Évora continue envolvido neste projeto europeu de divulgação de ciência e regresse com novas edições na NEI para Évora. O Programa, com aproximadamente 40 atividades, na sua maioria interativas, nas áreas da
arqueologia, química, geologia, biologia, história, paleontologia, entre outras, contemplou ainda a projeção de documentários, uma exposição sobre os resíduos plásticos, intitulada “Plastoceno: a era do plástico”, uma exposição de fotografia de Jerónimo Coelho, “A loja de dentro para fora” e visitas guiadas orientadas por cientistas. Para além da Loja dos Sonhos, uma biblioteca itinerante da Câmara Municipal de Évora, junta-
ram-se à iniciativa a fábrica da Embraer e o Instituto de Emprego e Formação Profissional de Évora. Coordenada pela Universidade de Évora, em parceria com a Câmara Municipal de Évora, a NEI enquadrou-se no projeto “Ciência na Cidade”, que levou à população da cidade e aos muitos turistas presentes uma mostra científica organizada pelos diversos Centros de Investigação da academia alentejana. K
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800 painéis solares e substituição de 7500 luminárias LED
UTAD é mais eficiente 6 A Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD) assinou um contrato com a SunEnergy, especialista em soluções de produção de energia elétrica a partir do sol, para a instalação de 800 painéis fotovoltaicos para autoconsumo, bem como para a substituição de cerca de 7.500 luminárias pouco eficientes por iluminação LED, o que permitirá uma melhoria significativa da eficiência energética dos vários edifícios da universidade e das suas residências. O contrato resulta de um concurso público no qual a SunEnergy apresentou a proposta mais competitiva. A instalação destes 800 painéis solares fotovoltaicos para produção de energia elétrica a partir do sol, consumida pelos vários edifícios da UTAD, permitirá à Universidade poupar, apenas no primeiro ano, cerca de 40 mil euros, bem como evitar a emissão de 150 toneladas de CO2 por ano. “O setor público em geral e as universidades em particular têm grandes consumos de energia e muito regulares, pelo
Ambiente
Aveiro dá árvores a alunos que este tipo de sistemas de autoconsumo permite-lhes obter poupanças significativas na sua fatura energética” , afirma Raul Santos, diretor-geral da Sunenergy. “Graças às poupanças económicas e à possibilidade de produzir a sua própria energia, há cada vez mais instituições, empresas e particulares a adotarem soluções baseadas na energia solar”, conclui. Para Amadeu Borges, pró-reitor da UTAD, “com esta solução, vamos melhorar a nossa eficiência energética, ter soluções ambientalmente responsáveis e ter
significativas poupanças económicas que podem ser canalizadas para melhorar ainda mais a qualidade do nosso ensino”. A SunEnergy tem já experiência a fazer instalações em instituições de ensino, tendo projetos, por exemplo na Escola Superior de Enfermagem do Porto ou no Instituto Politécnico da Guarda. No que toca à experiência com o Estado, a Sun Energy tem igualmente projetos, em especial no poder local, nomeadamente na Câmara Municipal da Figueira da Foz e na Câmara Municipal de Oliveira do Bairro. K
Futsal Universitário
Braga candidata a Mundial 6 A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) e os Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM), em conjunto com a Federação Académica do Desporto Universitário (FADU), acabam de apresentar uma candidatura à organização do Campeonato Mundial Universitário de Futsal de 2022 e 2024. A candidatura surge no âmbito da estratégia de dinamização da competição desportiva universitária através da organização de grandes eventos internacionais. O futsal é uma das modalidades com maior tradição na Universidade do Minho (UMinho) e com maior implementação em Portugal, com uma grande ligação entre a vertente universitária e a vertente federada. Para Carlos Videira, diretor do Departamento de Desporto e Cultura dos SASUM, “esta candidatura pretende contribuir para o desenvolvimento da relação entre o desporto universitário e o desporto federado, envolven-
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do a comunidade local e toda a família do futsal nacional. Tanto a UMinho como a FADU têm uma relação muito próxima com a Federação Portuguesa de Futebol, numa lógica de partilha contínua de recursos, instalações e conhecimento, que será um fator essencial para o sucesso desta candidatura”. A UMinho já organizou dois campeonatos mundiais univer-
sitários de futsal, em 1998 e em 2012, sendo que o último campeonato europeu universitário da modalidade se realizou no passado mês de julho, em Braga. Foi nessa ocasião, aquando da cerimónia de encerramento, que o Ministro da Educação entregou a Medalha de Honra ao Mérito Desportivo à UMinho pelos serviços prestados em prol do desporto nacional. K
6 A Universidade de Aveiro acaba de distribuir duas mil árvores entre os seus estudantes, os quais irão cuidar delas até fevereiro de 2020, altura em que as irão plantar em zonas desflorestadas. As árvores foram entregues a 2 de outubro, no Campus da Academia de Aveiro, naquele que é o ponto de partida de um dos maiores projetos universitários de reflorestação em Portugal. Pelo segundo ano consecutivo, a iniciativa Plantar o Futuro quer fazer dos estudantes padrinhos e madrinhas de carvalhos-alvarinhos, de amieiros, de freixos, de salgueiros ou de choupos, todas árvores autóctones da floresta portuguesa. Sob o mote ‘Se cada um de nós plantar uma árvore, um dia teremos uma floresta’, depois de entregues
as árvores ficam ao cuidado dos estudantes até fevereiro, altura que serão utilizadas na reflorestação de áreas do Município de Estarreja. Organizada pelo Grupo para a Sustentabilidade da UA, pela associação Agora Aveiro e pela Câmara Municipal de Estarreja, a iniciativa quer dar o exemplo na defesa e promoção da floresta autóctone e do seu valor na mitigação das alterações climáticas, resiliência contra incêndios, regulação e melhoria do clima e conservação da biodiversidade. O projeto pretende mudar o papel dos jovens na defesa da Natureza, desde a ocasião em que adotam as pequenas árvores até ao momento em que, pelas suas próprias mãos, as plantarão em zonas desflorestadas. K
Preservação de bactérias probióticas
Coimbra com soluções 6 Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra (FCTUC) está a desenvolver e a testar uma nova estratégia de preservação de bactérias lácticas ou bactérias do ácido láctico (BAL), por combinação de métodos de encapsulação com a incorporação de compostos com propriedades prebióticas, especificamente fruto-oligossacáridos (FOS) e galacto-oligossacáridos (GOS). A preservação da qualidade das estirpes de BAL com esses atributos é uma questão central nos processos de produção industrial dos chamados alimentos funcionais, em que se inscrevem, razão pela qual a comunidade científica procura novos métodos para aumentar o tempo e a qualidade de conservação desses microrganismos. A abordagem foi desenvolvida no âmbito do projeto internacional Preserving bacteria with oligosaccharides and eco-friendly processes (PREMIUM), financiado pela
União Europeia, que visa desenvolver estratégias de preservação de BAL, desde a escala laboratorial até à industrial, sustentáveis do ponto de vista económico e amigas do ambiente. O projeto, iniciado há dois anos, junta vários centros de investigação e indústria de cinco países (Argentina, Espanha, França, Portugal e Reino Unido). Com os testes realizados em laboratório a revelarem-se promissores, em breve a metodologia vai ser experimentada à escala pré-industrial numa empresa de Granada (Espanha), como declara o coordenador, Pedro Simões: “A nível laboratorial, o essencial do protocolo de encapsulação está estabelecido. Testámos diversas formulações, combinando diferentes polímeros com três estirpes de BAL, e verificámos que a deposição de duas camadas poliméricas é, muito provavelmente, o melhor compromisso tendo em conta, por um lado, a eficácia do método, e, por outro, a sua desejável aplicação à escala industrial”. K
Até 9 de dezembro
É a única universidade parceira em infraestuturas
Prémio literário com candidaturas abertas
Évora reforça Europa
6 O Prémio Literário Vergílio Ferreira 2020, atribuído pela Universidade de Évora (UÉ), tem as candidaturas abertas até ao dia 9 de dezembro de 2019, informou a instituição universitária. Instituído pela UÉ em 1997, para homenagear o escritor que lhe dá o nome, o prémio destina-se a galardoar anualmente o conjunto da obra literária de um autor de língua portuguesa relevante no âmbito da narrativa e/ ou ensaio. As propostas de candidatura devem ser oriundas de universidades em que se desenvolvam estudos de literaturas e/ ou de culturas lusófonas ou de instituições culturais relevantes nesses âmbitos. A candidatura deve ser fundamentada com a apresentação do autor e respetiva obra literária. As propostas podem ser enviadas para a UÉ em suporte papel, dirigidas ao presidente do júri, ou em suporte digital (premiovergilioferreira@uevora.
pt). Em suporte papel, deverá ser remetida por via postal para: Presidente do Júri do Prémio Virgílio Ferreira 2020; Prof. Doutor Antonio Sáez Delgado; Escola de Ciências Sociais; Universidade de Évora; Largo dos Colegiais n.º 2; 7004-516 Évora; Portugal. Tal como nas edições anteriores, a cerimónia de entrega do galardão está agendada para 1 de março, data em que se assinala o aniversário da morte do escritor Vergílio Ferreira (19161996), patrono do prémio e autor de “Aparição”. Na edição referente a 2020, o júri, presidido pelo professor da Universidade de Évora António Sáez Delgado, integra também os docentes universitários Cláudia do Amparo Afonso Teixeira, (UÉ), Ana Paula Arnaut (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra), Pedro Serra (Facultad de Filología da Universidad de Salamanca) e Anabela Mota Ribeiro (crítica literária). K
Alumna da UÉ distinguida
Prémio Nuno Teotónio para Andreia Martins 6 A investigação de Andreia Jorge Martins desenvolvida no âmbito do Mestrado em Arquitetura da Escola de Artes da Universidade de Évora (UÉ) com o título “A habitação temporária no Barrocal do Douro - Picote, 1953-1957”, foi distinguida com o Prémio Nuno Teotónio Pereira, promovido pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbanana Área (IHRU), na Temática Habitação e Modelos de Habitar, Variante Dissertação de Mestrado. A cerimónia de entrega das distinções do Prémio Nuno Teotónio Pereira decorreu no dia 26 de setembro de 2019 no Museu da Água, em Lisboa, com um
discurso de estímulo à investigação académica no âmbito da reabilitação, e da habitação em particular, pela Secretária de Estado da Habitação, a arquitecta Ana Pinho. Distinguida com 19 valores, a dissertação de mestrado de Andreia Jorge Martins, defendida em julho de 2018, intitulada “A habitação temporária no Barrocal do Douro - Picote, 1953-1957” foi orientada por Sofia Aleixo, docente do Departamento de Arquitetura da Escola de Artes da UÉ e pelo professor arquiteto João Rodeia; na qualidade de arguente esteve o professor e arquitecto António Baptista Coelho. K
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6 A Universidade de Évora (UÉ) é a única instituição portuguesa parceira em três Infraestruturas Europeias de Investigação, em Ciências do Património, Ecossistemas e Astrofísica, aprovadas no âmbito do Programa Europeu Horizonte 2020 com um financiamento global na ordem dos 14 milhões de Euros, distribuído por 87 instituições parceiras. Isso mesmo é referido no seu jornal on line. À frente das equipas de investigação portuguesas das Infraestruturas AQUACOSM-plus IPERION HS, e ACTRIS estão os cientistas Miguel Araújo, António Candeias e Daniele Bortoli, respetivamente. Como pode ser conservada a biodiversidade face aos desafios atuais e futuros? Do Mediterrâneo ao Ártico, AQUACOSM-plus estuda cenários de mudanças climáticas. É com base na informação recolhida em mesocosmos, pequenas réplicas do ambiente que, em condições controladas, permitem caracterizar os ecossistemas, das bactérias aos vertebrados, que a equipa de investigação da Cátedra “Rui Nabeiro” em Biodiversidade, pertencente ao Instituto para a Agricultura, Ambiente e Desenvol-
vimento no Mediterrâneo (MED) se propõe realizar testes de cenário para as mudanças climáticas, posicionando-se na linha da frente da investigação em alterações climáticas nos ecossistemas aquáticos, desde o Mediterrâneo ao Ártico. Com a entrada nesta infraestrutura europeia de investigação, a UÉ passa a integrar uma das principais infraestruturas de mesocosmos da Europa, a AQUACOSM-plus - Network of Leading Ecosystem Scale Experimental AQUAtic MesoCOSM Facilities Connecting Rivers, Lakes, Estuaries and Oceans in Europe and beyond-, sendo a equipa da UÉ a única parceira portuguesa no consórcio liderado pela alemã
FVB - Forschungsverbund Berlin EV, que conta com 30 parceiros do meio académico e empresarial, em 16 países. Este é um reforço desta linha de investigação que dá continuidade às atividades da Rede Ibérica de Lagoa, instalada em 2014, com um total de 192 mesocosmos, distribuídos por 2 localizações em Portugal e 4 em Espanha, pretendendo-se, com esta distribuição geográfica em diferentes ambientes (semi-árido, mediterrâneo, temperado e alpino), fornecer informação sobre os efeitos das mudanças climáticas, biogeografia, interações bióticas, biodiversidade e processos ecossistémicos em vários gradientes. K
Universidade de Évora
O património pela arte 6 O workshop Interdisciplinar “Drawing Heritage(s)” da Universidade de Évora reuniu académicos, investigadores e estudantes de diversas áreas do conhecimento. A iniciativa decorreu no dia 28 de setembro, e contribuiu para a construção de pontes entre diferentes campos da ciência, entre os quais as artes, a antropologia, a arqueologia, as paisagens culturais e a história ambiental. Esta partilha interdisciplinar contribuiu para a introdução de novas questões que se colocam à comunidade científica, desenvolvendo-se em torno de duas sessões temáticas: “On drawing and landscape: phenomenological perspectives” e “Between experience and epresentation, heritage and landscape”, respetivamente. O Cromeleque dos Almendres, monumento megalítico considerado o mais importante da Península Ibérica e um dos mais importantes da Europa do seu tipo, quer pelas dimensões quer
pelo estado de conservação, foi o cenário escolhido para encerrar este evento, oferecendo aos participantes a possibilidade não apenas de conhecer este monumento mas sobretudo de o registar em desenho. O evento decorreu no âmbito do programa doutoral HERITAS — Estudos de Património, enquadrado no projeto de doutoramento
de Nevena Tatovic “Hearing Holy Landscapes: Heritage of Silence – Intangibility between Nature and Culture” (FCT - HERITAS PD/ BI/142867/2018), com o suporte da Cátedra UNESCO em Património Imaterial e Saber-Fazer Tradicional: Patrimónios Interligados, CIDEHUS e CHAIA da UÉ, organizado por Nevena Tatovic, Shajjad Hossain e Monalisa Maharjan. K
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Projeto coordenado pelo editor do Ensino Magazine
Academia digital avança 6 Uma equipa de investigadores do Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade Autónoma de Lisboa iniciou este mês as atividades do projeto ‘Academia de Cidadania Digital’, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e coordenado pelo investigador Vitor Tomé, que é também editor do Ensino Magazine. A ‘Academia de Cidadania Digital’ tem a duração de três anos e prevê um investimento global da ordem dos 100 mil euros, sendo parceiros da Autónoma a União de Freguesias de Ramada e Caneças (UFRC) e o Agrupamento de Escolas de Caneças, no concelho de Odivelas. O projeto visa medir os efeitos de uma metodologia de intervenção no desenvolvimento de competências sociais e emocionais de crianças de Préescolar e de 1º Ciclo. Para isso, assume uma lógica de investigação-ação num contexto comunitário, gerando continuidades entre os contextos de aprendizagem formal e informal. Ao nível do terreno, que será caracterizado pela equipa de investigadores, estão previstas ati-
vidades de STEAM (acrónimo anglófono para Ciência, Tecnologia, Engenharia Artes e Matemática), num espaço denominado Makers, a criar, bem como atividades de Literacia dos Media e da Informação, entre elas a conceção, produção e realização de noticiários em suporte vídeo, além da disponibilização de conteúdos online. “Trata-se de uma oportunidade única, pois apostamos no Pré-escolar e no 1º Ciclo, seguindo orientações e modelos
internacionais, adaptados às características específicas da comunidade”, refere Vitor Tomé, que forma equipa com os investigadores Paula Lopes, Bruno Reis e Carlos Pedro Dias. O coordenador refere ainda que “os resultados e as práticas desenvolvidas devem contribuir, depois, para replicar o projeto noutras escolas, portuguesas, e não só, já que contamos com a colaboração de vários investigadores europeus e americanos”. K
Gestão Hoteleira
Europeia com curso renovado 6 A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior acaba de aprovar, por seis anos, a renovada Licenciatura em Gestão Hoteleira da Universidade Europeia, que procedeu a alterações no sentido de adequar a sua oferta às necessidades dos estudantes e do sector tendo em conta a crescente competitividade na atividade hoteleira. Orientada para as metodologias de projet based learning prevê 480h de estágio ou de projeto. Com início no primeiro ano, o estágio repete-se nos anos subsequentes e permite orientar o estudante para o mercado. O plano de estudos está mais orientado para a experiência, pelo que foram incluídas unidades curriculares como Sistema de Gestão de propriedades
hoteleiras, Marketing Virtual e Gestão de Eventos, e uma grande diversidade de conteúdos que permitem aos estudantes desenvolverem competências e aplicar os seus conhecimentos nas áreas de gestão, marketing, comercial e vendas aplicadas ao setor hoteleiro. A Licenciatura em Gestão Hoteleira da Universidade Europeia apresenta múltiplas parcerias com entidades do sector ao nível nacional e internacional bem como uma taxa de empregabilidade de 97,3 %, de acordo com dados Infocursos 2019. As saídas profissionais incluem os cargos de Gestor de Alojamento, Gestor de Catering, Gestor de Eventos, Gestor/Director Hoteleiro bem como Gestor de Hostels e Alojamentos locais. K
Na Antártida
Microplásticos em pinguins 6 Uma equipa de investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra (FCTUC) encontrou, pela primeira vez, microplásticos em pinguins da Antártida, confirmando que este tipo de poluição já entrou na cadeia alimentar marinha. Ao analisarem a dieta de pinguins gentoo Pygocelis papua, observaram que 20% das 80 amostras de fezes das aves continham microplásticos (partículas de plástico menores que 5mm de comprimento) de diversas tipologias, formas e cores, o que indica uma grande variedade de possíveis fontes destes microplásticos. A poluição marinha por plásticos é reconhecidamente uma ameaça aos oceanos em todo o mundo, mas só recentemente tem havido um aumento do esforço científico sobre microplásticos. Em zonas mais remotas do planeta, como a Antártida, esperava-se que a presença de
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Prejudicam ambiente e saúde
Aveiro estuda queimadas
microplásticos fosse muito reduzida, embora estudos recentes já tenham encontrado microplásticos em sedimentos e nas águas do Oceano Antártico. Para Filipa Bessa, autora principal do artigo publicado na Nature, “é alarmante que microplásticos já tenham chegado à Antártida. O nosso estudo é o primeiro a registar microplásticos em pinguins e na cadeia alimentar marinha Antártica”. A investigadora reforça que “a variedade
de microplásticos encontrados nos pinguins poderá indicar diferentes fontes de poluição, indiciando uma difícil solução para este problema”. Por seu lado, José Xavier, autor sénior do artigo, afirma que “este estudo vem na altura certa, pois os microplásticos podem causar efeitos tóxicos nos animais marinhos e nada se sabe sobre o que eles poderão provocar nos animais da região Antártica”. K
6 As queimadas de resíduos agrícolas prejudicam a qualidade do ar, contribuindo para o aquecimento global, e são um perigo para a saúde pública. As conclusões são de um estudo da Universidade de Aveiro (UA) que, pela primeira vez, estudou em Portugal as consequências para o ambiente e para a saúde do fumo das queimadas ao ar livre provenientes dos restos das podas de árvores. “As queimadas possuem um efeito significativo na qualidade do ar a nível local e regional,
contribuindo para algumas das excedências aos valores limites impostos na legislação”, aponta Célia Alves, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, uma das unidades de investigação da UA. O estudo refere ainda que “a influência no clima representa também um dos impactos das queimas de resíduos agrícolas, devido à emissão de gases com efeito de estufa e a sua consequente contribuição para o aquecimento global”. K
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Projeto U-Bike
Leiria pedala 100 mil Km
IPLeiria
20 anos de ESTM 6 A Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM) do Politécnico de Leiria assinalou, a 18 de outubro, 20 anos de existência. O evento permitiu distinguir estudantes diplomados das primeiras licenciaturas da ESTM, professores e personalidades ligadas à Escola, que têm contribuído para a afirmar como player de excelência na sua área. “Foi precisamente no dia 18 de outubro de 1999 que a ESTM lecionou a sua primeira aula, na altura para 77 estudantes, que hoje se transformaram em mais
de 1.500 que vivem, estudam e investigam em Peniche sob a chancela do Politécnico de Leiria”, destaca Paulo Almeida, diretor da Escola. “Hoje a ESTM oferece formação em duas grandes áreas do conhecimento, as Ciências do Turismo, e as Ciências e Tecnologias do Mar, com um leque de cursos que promovem a empregabilidade - num total de 08 TeSP, 09 licenciaturas e 09 mestrados -, ministrados em estreita simbiose com a investigação aplicada e o mercado de trabalho”, refere. K
6 As bicicletas elétricas do Politécnico de Leiria já percorreram 100.000 quilómetros, evitando a emissão de cerca de 17.000 quilos de dióxido de carbono na atmosfera, em Leiria, Marinha Grande, Peniche e Caldas da Rainha. O projeto U-Bike já serviu, desde junho de 2018, 382 utilizadores, entre estudantes, professores, investigadores e técnicos do Politécnico de Leiria, nos seus diversos campi. “Este é para nós um marco muito relevante, porque mostra que a aposta do Politécnico de Leiria em disponibilizar meios de mobilidade ambientalmente responsáveis e sustentáveis foi uma excelente medida. A adesão da comunidade académica tem sido muito positiva, e isso é evidenciado com o alcançar desta meta pouco mais de um ano depois do projeto U-Bike atribuir as primei-
ras bicicletas”, considera Rui Pedrosa, presidente da instituição. Com o projeto U-Bike o Politécnico de Leiria pretende sensibilizar a comunidade para a utilização de meios de transporte mais sustentáveis, reduzindo o impacto dos veículos motorizados nas ci-
dades onde se localiza, e nos seus diversos campi, além de motivar a adoção de hábitos de vida mais saudáveis. Atualmente circulam no âmbito deste projeto 183 bicicletas elétricas em Leiria, Marinha Grande, Caldas da Rainha e Peniche. K
IPleiria
Inovação social 6 O Hackathon 100% IN do Politécnico de Leiria promove o desenvolvimento de propostas de inovação social, com dimensões tecnológicas e criativas para a inclusão integral de estudantes com necessidades educativas especiais (ENEE) na Instituição, a partir da apresentação de respostas a três desafios colocados aos participantes desta maratona de 24 horas. Sob o mote “Desafia-te a ser mais inclusivo” a maratona criativa Hackathon 100% IN decorreu entre os dias 30 de setembro e 1 de outubro. O Hackathon integra um conjunto de medidas do projeto “Politécnico de Leiria 100% In”, que
tem vindo a ser desenvolvido desde outubro de 2018, em parceria com o Instituto Padre António Vieira (IPAV). Este projeto é um programa-piloto que se traduz na capacidade de encontrar novas soluções para necessidades não resolvidas destes estudantes, contornando obstáculos tradicionais como a falta de recursos, as limitações impostas pela burocracia ou outras variáveis externas à própria instituição. Para poder responder a estes objetivos pretende-se simplificar procedimentos administrativos, atribuir um Gestor de Caso a cada estudante, criar uma rede de Buddies 100%, entre outras iniciativas. K
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BrightStart
Leiria e Deloite juntos 6 A Deloitte e o Politécnico de Leiria assinalaram, no dia 27 de setembro, o arranque do BrightStart, um programa de aceleração de competências na área das Tecnologias Informáticas. A sessão contou com a presença do secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira. A aposta da Deloitte na região de Leiria, através do programa BrightStart, representa uma inovação pedagógica disruptiva, ao criar oportunidades de formação com um processo de ensino-aprendizagem mais ativo e promotor de empregabilidade para estes jovens estudantes, proporcionando-lhes a resolução de casos reais em contexto empresarial, no universo tecnológico da rede global da empresa.
O BrightStart no Politécnico de Leiria começou no início deste ano letivo, com uma turma de 21 alunos, e terá a duração de cinco anos, durante os quais os estudantes completam um Curso Técnico Superior Profissional (TeSP) em Tecnologias Informáticas, podem prosseguir para a licenciatura em Engenharia Informática, tendo simultaneamente uma experiência profissional. “O Politécnico de Leiria tem hoje mais de 1.500 estudantes na área das TICE, numa estratégia de investimento estrutural suportada no ensino, nos projetos de investigação e na partilha e valorização de conhecimento. Esta colaboração com a Deloitte insere-se neste contexto altamente diferenciador por múltiplas razões, mas principalmente porque
visa a formação de profissionais do presente e de profissionais do futuro”, afirma Rui Pedrosa, presidente do Politécnico de Leiria, partilhando ainda a expectativa de que este projeto “marque a nossa instituição e inspire outras iniciativas que valorizam e reconhecem a qualidade do Politécnico de Leiria e a empregabilidade qualificada dos nossos diplomados”. Por sua vez, Paulo Pessanha, sócio da Deloitte, destaca que “estamos empenhados no futuro destes jovens, preparando-os para o mercado de trabalho do futuro, e, em igual medida, empenhados no contributo que queremos dar ao país na capacitação de recursos humanos altamente qualificados e especializados”.K
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III Jornadas de Fotografia da Guarda decorreram no IPG
Formar e partilhar 6 As III Jornadas de Fotografia da Guarda decorreram, nesta cidade, nos dias 12 e 13 de outubro, organizadas pelo Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e Fotoclube da Guarda (FCG). Como foi referido, no final das jornadas, “este é um evento consolidado e que, uma vez mais, comprovou o grande interesse pela fotografia, nas suas várias vertentes, o desejo em conhecer as novidades tecnológicas e em conhecer ou partilhar experiências”. Estas Jornadas pretenderam evidenciar o papel da fotografia na sociedade contemporânea, divulgar trabalhos fotográficos incidentes sobre várias áreas, proporcionar um debate entre fotógrafos de vários níveis e todos quantos se dedicam à fotografia. “Esse diálogo tem sido conseguido, como foi possível verificar nestas três edições, sempre com uma plateia atenta e expressiva ao nível do número de presenças”, referiu a Comissão Organizadora que disse “estar consciente quanto às expetativas criadas para o futuro. Há que melhorar progressivamente e responder aos interesses dos participantes, sempre orientados pelos objetivos principais das jornadas. Para o espanhol Victorino García Calderón, um dos conferencistas das Jornadas, “foram dois dias de convivência e participação fotográfica, com uma organização excelente. Às enriquecedoras intervenções juntou-se o bom humor e um intercâmbio de interessantíssimas experiências fotográficas de todos os participantes, tanto dos palestrantes como do público”. O programa incluiu, no período da manhã de dia 12 de outubro,
Joaquim Brigas reafirma
IPG pronto para receber mais empresas
a apresentação de comunicações subordinadas aos temas “Paisagens de Memória” (Vítor Freitas) e “Fotografía y compromiso en el mundo de hoy” (Victorino García Calderón), seguidas de uma apresentação sobre “Novidades Tecnológicas” no campo da fotografia. Ainda durante a manhã de sábado, foi inaugurada a exposição de fotografia “Imagem e Território”, ato que antecedeu a palestra “Natureza Portuguesa by Olympus”, pelo fotógrafo Luís Quinta. O período da tarde abriu com a apresentação do trabalho “Quinta do Monte - Projeto de Artes
Plásticas e Multimédia, Fotografia documental” (Anne Amaral) a que se seguiu a intervenção de Leonel de Castro e a exibição de “Os Trabalhos e os Dias”, “Hollywood” e “Almas”. O programa do primeiro dia terminou com a palestra “Alfredo Cunha, 50 anos a fotografar, o que mudou na fotografia?” (por Alfredo Cunha). No domingo, 13 de outubro, decorreu durante a manhã um passeio fotográfico na zona de Videmonte (Guarda) tendo terminado as jornadas com um almoço convívio na aldeia dos Trinta. K
Politécnico da Guarda
Saúde em congresso 6 O I Congresso sobre Gestão e Inovação em Saúde Escolar realiza-se na Escola Superior de Saúde (ESS) do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), nos próximos dias 25 e 26 de outubro. Este congresso, organizado pela ESS e coordenação do curso de mestrado em Enfermagem Comunitária, tem como objetivos fundamentais facilitar o conhecimento e intercâmbio internacional de experiências entre agentes do espectro da Saúde Escolar;
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divulgar modelos de intervenção em Saúde Escolar e promover a partilha e reflexão de práticas em Saúde Escolar. Por outro lado, pretende também divulgar, maioritariamente, projetos desenvolvidos no âmbito da Saúde Escolar em Portugal e em Cabo Verde, bem como retratar a realidade da Saúde na Região Autónoma da Madeira e do Açores, e promover a partilha de experiências relevantes em diferentes Unida-
des de Cuidados na Comunidade (UCC) portuguesas. O Congresso contará com um vasto leque de palestrantes, oriundos de diferentes organismos nacionais e internacionais, de entre Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) portuguesas, de profissionais da ULS da Guarda, do Ministério da Educação de Cabo Verde, do Governo Regional da Madeira e dos Açores e da Ordem dos Enfermeiros. K
6 O presidente do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), Joaquim Brigas, afirmou que “só a educação e o conhecimento serão capazes de produzir um crescimento económico sustentável na região da Guarda”. O presidente do IPG falava na sessão de abertura da conferência “Inovação como estímulo para o desenvolvimento da Região Centro”, que decorreu no dia 1 de outubro no auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPG. A conferência foi organizada pelo Jornal Económico e pela Altice Portugal, no âmbito do ciclo “Portugal Inteiro”. Para Joaquim Brigas, “é necessário que o impacto social do conhecimento, quer nas pessoas, quer em regiões como a da Guarda, seja reconhecido e potenciado”. E prosseguiu: “O IPG é, como todos sabem, e não é exagerado dizê-lo, um apóstolo da ligação do ensino superior às empresas. Pretendemos estreitar as ligações do IPG ao tecido económico local. E estamos fortemente empenhados em contribuir para o desenPublicidade
volvimento dos territórios desta região.” O presidente do IPG disse ainda que a instituição que dirige está pronta para investigar e inovar, bem como para fazer os estudos necessários que “vão ao encontro das necessidades reais do tecido empresarial e da região”. Na sua intervenção, Joaquim Brigas posicionou o IPG para prestar cada vez mais serviços às empresas: “Estamos prontos para certificar cientificamente a investigação e o desenvolvimento que as empresas iniciam, muitas vezes, com grande inspiração. Contem connosco, em resumo, para trabalhar com todos e para ajudar a desenvolver o Portugal interior e o Portugal inteiro”, finalizou. Do programa da conferência sobre “Inovação como estímulo para o desenvolvimento da Região Centro” constavam temas como “Revitalização do desenvolvimento económico da Região Centro”, “A importância da imprensa regional”, “O valor da inovação no interior” e “Tecido Empresarial e Digitalização”. K
Abertura do ano académico e 40.º aniversário do IPS
O papel do Politécnico em Setúbal 2,5 toneladas de lixo removidas do Sado
IPS com Bandeira Verde Eco-Escolas 6 Cerca de 2,5 toneladas de lixo foram retiradas da zona industrial da Mitrena, no final de setembro, após uma ação de limpeza das margens do Estuário do Sado realizada pelos estudantes recém-chegados ao Instituto Politécnico de Setúbal (IPS). A operação de voluntariado voltou a integrar o programa de acolhimento aos novos estudantes do IPS, mobilizando um total de 600 jovens, divididos em 12 equipas de trabalho, que se distribuíram por várias das zonas consideradas críticas na margem norte do Estuário do Sado. Entre os resíduos recolhidos destacam-se 520 embalagens plásticas de sal fino, usado pelos mariscadores para a apanha do lingueirão. No total, serão recuperados para reciclagem 527 quilos de vidro e 229,5 de plástico. Uma praxe diferente, aposta do IPS e da sua Associação Académica, que deixará marcas positivas no património natural de Setúbal, ao impedir que estes quase 2 500 quilos de lixo, largado à beira rio, pudessem contaminar as pradarias marinhas do Sado, grande bandeira da cooperativa Ocean Alive, com quem o IPS repete a parceria nesta iniciativa. A ação de sensibilização ambiental contou também com os apoios da Câmara Municipal de Setúbal, Junta de Freguesia do Sado, Transportes Luísa Todi e Lidl. K
6 O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) continua firme na sua missão de ser “um motor de desenvolvimento regional” e desafia os atuais e futuros parceiros no território para o trabalho conjunto de “construção de uma região mais competitiva, mais coesa e mais inclusiva”. Esta foi uma das mensagens deixadas pelo presidente do IPS, Pedro Dominguinhos, a 7 de outubro, diante de um Fórum Municipal Luísa Todi que se encheu para assinalar a abertura de um novo ano académico e celebrar a passagem dos 40 anos da instituição de ensino superior. Nesta cerimónia o Ensino Magazine atribuiu uma bolsa de mérito académico a um dos seus melhores alunos (Sérgio Sousa, com a média 15,81, do curso de Comunicação Social), e recebeu do presidente do IPS a escultura alusiva aos 40 anos da instituição. Aquele responsável manifestou o seu “orgulho pelo caminho trilhado”, cujo resultado se espelha nos “muitos milhares de jovens e menos jovens que concretizaram o sonho de serem mais qualificados, podendo aspirar a uma vida melhor, com mais oportunidades”. E lembrou que “atrair mais estudantes” para o ensino superior, independentemente do seu ponto de partida, é um dos grandes desafios que o IPS tem em mãos, em nome de um “país que se quer desenvolvido e do século XXI”. “Recebemos este ano cerca de 2400 novos estudantes, o valor mais elevado desta década”, sublinhou, destacando em particular o aumento dos titulares de Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP) que ingressaram em licenciaturas, para defender que não são aceitáveis “políticas completamente ultrapassadas que pretendem confinar determinado tipo de pessoas a determinado tipo de qualificações”. Tianjin na festa Além da entrega de medalha e prémios, como reconhecimento público a trabalhadores docentes e não docentes, estudantes, estudantes e diplomados, o dia comemorativo contemplou também a atribuição de distinções honoríficas à Câmara do Barreiro, reconhecida como Instituição Benemérita pela cedência do terreno para a instalação d a Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, e à Escola Vocacional de
anos, e igualmente como “plataforma de comunicação para o ensino vocacional português e chinês, que se possa traduzir na cooperação entre escolas e empresas de ambos os países”. No final da tarde, os 40 anos do IPS foram ainda lembrados através do livro ‘Instituto Politécnico de Setúbal – 40 anos com a região’, apresentado pelo docente Albérico Afonso, e do hino ‘Foi por ti’, original composto por Carlos Barreto Xavier (música) e João Mendonza (letra), do projeto de pop-lírico Passione.
Mecânica e Eletricidade de Tianjin, por Mérito Científico e Tecnológico. Na ocasião, Gao Baocan, em representação da comitiva de
Tianjin, exaltou a Oficina Lu Ban como “símbolo da longa amizade entre Portugal e a China”, cujas relações diplomáticas se estabeleceram, precisamente, há 40
Prémio Carreira alumni IPS O Prémio Carreira alumni IPS 2019, que visa distinguir os diplomados mais bem-sucedidos no seu percurso profissional, foi entregue a Flávio Guerreiro, natural da região de Setúbal que se formou em Gestão da Distribuição e Logística pela Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE/IPS), o primeiro curso de licenciatura a surgir em Portugal nesta área do saber. Com 15 anos de carreira profissional, o agora country manager da LPR – La Palette Rouge Ibérica, empresa multinacional de logística, subiu ao palco para enumerar os valores que recebeu e guardou ao longo dos quatro anos de formação no IPS. “Mudei como pessoa, saí mais capaz. Para tal, muito contribuiu o corpo docente e a aprendizagem de valores como dedicação, empenho, sacrifício e o foco nas relações interpessoais. Nas organizações, as pessoas são o fator principal”, destacou Flávio Guerreiro.K
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Assembleia Municipal aprova moção
Politécnicos da Guarda e Bragança
Idanha unida pela ESGIN
Inovação com Altice
6 A Assembleia Municipal de Idanha-a-Nova aprovou por unanimidade uma Moção que questiona quanto à eventual perda da sede em Idanha-a-Nova da Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco (ESGIN), bem como a uma redução de autonomia e atividade letiva da referida Escola. Em nota enviada ao Ensino Magazine, a autarquia de Idanhaa-Nova, alude ao facto do Instituto Politécnico de Castelo Branco estar a “proceder a uma reorganização científica/pedagógica interna”. Na nota enviada ao nosso jornal, a Câmara de Idanha-a-Nova refere que “esta moção foi também apresentada pela Câmara Municipal de Idanha-a-Nova ao Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB), constituído pelos 6 presidentes das câmaras municipais que integram a CIMBB, que se pronunciaram maioritariamente favoráveis à continuidade da sede da ESGIN em Idanha, nas atuais condições”. No mesmo documento, a autarquia revela que “na moção é
6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai participar em dois projetos do Plano de Inovação da Altice Labs, ambos com a duração prevista de seis meses. O Politécnico da Guarda e o Politécnico de Bragança são os parceiros nestes dois projetos, sendo o tema a cibersegurança das redes e equipamentos GPON e Wi-Fi desenvolvidos pela Altice
reconhecido o desempenho e a procura muito positivos da ESGIN, que podem ser comprovados pelo acréscimo de mais 20% de novos alunos nacionais e pelo crescimento para o dobro de novos alunos internacionais, ou seja, ingressaram na ESGIN mais de 200 novos estudantes só neste ano letivo”. E acrescenta: “o prestígio que a ESGIN tem hoje faz desta instituição uma referência na região e no país, por isso tem merecido os maiores elogios públicos por
Labs; enquanto um dos projetos se focará na segurança da rede de operador, outro irá focar-se na segurança da rede doméstica do cliente. Na recente reunão de kick off, realizada em Aveiro, participaram os professores e alunos (do Politécnico da Guarda e do Politécnico de Bragança) que irão trabalhar nos projetos. K
parte das principais entidades do Ensino Superior em Portugal, da sociedade civil, do tecido empresarial, do Poder Local e do Governo da República Portuguesa. Neste contexto, vai ser remetida a moção em Defesa da ESGIN para o Sr. Presidente do IPCB e para Sua. Exa. o Sr. Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no sentido de solicitar um compromisso claro sobre a continuidade e funcionamento da ESGIN, com a sua sede em Idanha-a-Nova e a não redução da atividade
Serviços centrais
Exposição em Portalegre
Grande Guerra
6 Os Serviços Centrais do Politécnico de Portalegre têm patente, até ao final do mês de outubro, a exposição de aguarelas;Com as folhas que me deste; da autoria de Bruno Metelo. Anteriormente, por este espaço passou a exposição de fotografia “ESTG 4x5”, com trabalhos de Alice WR, Filipe Canário, José Vicente, Luís Vintém e Manuel Falcão Malzbender, membros da Agência Calipo. Os fotógrafos escolheram o
Os bravos de S. Vicente
Guarda
6 O livro “Os Combatentes de S. Vicente da Beira na Grande Guerra”, da autoria de Maria Libânia Ferreira e José Teodoro Prata, acaba de ser apresentado no auditório da Universidade Sénior Albicastrense, pelo professor e investigador universitário, João Ruivo. O antigo vice-presidente do Politécnico de Castelo Branco e atual diretor da ETEPA, sublinhou a importância do livro e aquilo que ele representa para futuras
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investigações. O livro, apoiado pela Câmara de Castelo Branco, é um documento histórico que fala sobre as oito dezenas de jovens militares naturais de S. Vicente da Beira que participaram naquele que foi um dos conflitos mais devastadores. Quem foram, como e em que condições combateram e viveram, como regressaram, são algumas questões que os autores procuraram dar resposta.
Nesta obra, que tem a chancela da RVJ Editores, José Teodoro Prata e Libânia Ferreira explicam também como os jornais de Castelo Branco, Covilhã e Portalegre, caraterizavam os anos de 1914-18, dando o exemplo da impreparação do nosso exército para uma guerra diferente (na Europa, as trincheiras, o frio e os gases; em África, a guerrilha alemã e o clima tropical), entre outros aspetos como a censura sobre os assuntos da guerra, re-
edifício da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e sua envolvente para explorar as possibilidades da fotografia de grande formato. Esta exposição marcou o início de um novo ciclo de vida para o edifício da ESTG que, no segundo semestre letivo, passou também a acolher todas as atividades da Escola Superior de Saúde. O espaço de exposições pode ser visitado de segunda a sextafeira, das 9h às 17h30, na Praça do Município. K
Concerto no IPG 6 No âmbito do programa Música e Ciência, a Orquestra Metropolitana de Lisboa realizou no Instituto Politécnico da Guarda (IPG), no passado dia 22 de outubro, um Concerto/Conferência. O Programa “Música e Ciência” é um projeto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em parceria com a
AMEC|Metropolitana. O programa desta iniciativa integrou uma conferência por Carlos Fiolhais, intitulada “De Carl Philipp Bach a Joseph Haydan: muda a Música e muda a Ciência”. O Concerto/Conferência decorreu no Auditório dos Serviços Centrais do IPG. K
PORTALEGRE
Adral e IPP juntos 6 O Instituto Politécnico de Portalegre e a ADRAL – Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo acabam de assinar um protocolo com vista à realização conjunta de atividades de natureza científica, académica, técnica e de divulgação da região Alentejo. Este protocolo resulta da dinâmica de ambas instituições e de um trabalho concertado que pretende e justifica maior proximidade entre os diferentes atores regionais.
A atração ao território de empresas, investimento e a fixação de pessoas, bem como a sua qualificação assumem particular relevância no trabalho a realizar. O acordo prevê a partilha de recursos por parte das entidades signatárias. Na sequência do estabelecimento deste protocolo, é expectável que o Instituto Politécnico de Portalegre passe a ser acionista da ADRAL, à semelhança das restantes IES do Alentejo. K
Conferência internacional
Politécnico de Portalegre
Sampaio da Nóvoa abre ano 6 A sessão de abertura oficial do ano letivo do Politécnico de Portalegre ficou marcada pela palestra de António Sampaio da Nóvoa, embaixador de Portugal na UNESCO e antigo reitor da Universidade de Lisboa, sobre o tema “Ensino superior: para quê?”. Na cerimónia, realizada a 1 de outubro, Albano Silva, presidente do IPPortalegre, lembrou que “o Politécnico de Portalegre e a nossa região têm a dimensão que têm. Temos dificuldades que os grandes centros cosmopolitas de
Lisboa e do Porto não têm. Mas temos, até pela nossa dimensão e qualidade de vida, um melhor conhecimento uns dos outros e uma maior preocupação uns com os outros. Conhecemo-nos pelo nome. (…) contem sempre com uma porta aberta para dialogar, ajudar, incluir e encaminhar”. Albano Silva lembrou ainda à comunidade académica que “os profissionais desta casa trabalham todos os dias para que eles sejam cidadãos cultos e qualificados e tenham experiências de
ensino e de investigação cada vez mais ligadas ao tecido socioeconómico da região e à sua futura profissão. Mas fundamentalmente que sejam pessoas felizes, autónomas, exigentes, críticas e livres, capazes de contribuir para redimensionar do ponto de vista produtivo a nossa região, e capazes de contribuir para construir um Portugal mais desenvolvido e socialmente mais equilibrado e justo”. A sessão de boas vindas terminou com um sunset party. K
Politécnico
Portalegre em Oslo
Moldávia visita Portalegre
6 O Instituto Politécnico de Portalegre esteve, no passado dia 25 de setembro, em Oslo a participar na Conferência Internacional “Breaking the Barriers in a Circular Economy”. Luis Loures foi um dos dez portugueses selecionados pela Secretaria Geral do Ministério do Ambiente para participar na Conferência Internacional “Breaking the Barriers in a Circular Economy”, com o financiamento do programa EEAGRANTS. O Programa Ambiente EEAGRANTS tem por objetivo estimular a cooperação duradoura entre a Islândia, o Liechtenstein, a Noruega e Portugal, incentivando projetos de parceria, em particular nas seguintes áreas chave: redução do uso dos materiais e dos recursos; manutenção pelo maior tempo possível do valor dos produtos,
6 O embaixador da Moldávia em Portugal visitou o Politécnico de Portalegre, a 24 de setembro, no âmbito da estratégia da embaixada para conhecer o território e estabelecer contactos com as forças vivas locais. O diplomata foi recebido pelo presidente do Politécnico, administradores e direção das Escolas, nos Serviços Centrais. Dumitru Socolan visitou também o Campus Politécnico e a BioBIP, tendo demonstrado particular interesse no trabalho desenvolvido na área das energias renováveis. O objetivo destas visitas é criar pontes entre municípios, empresas e instituições de ensino superior portuguesas e moldavas. Na sequência do encon-
materiais e recursos; minimização da geração de resíduos; substituição dos recursos não renováveis por biomassa; proteção dos oceanos e do solo; soluções para redução dos resíduos e de lixo marinho; prevenção de novas formas de poluição e desenvolvimento de materiais biodegradáveis e de bioplásticos. Este encontro/congresso inseriu-se nas iniciativas do Fundo de Relações Bilaterais, entre o Operador do Programa Ambiente e o seu Parceiro, Innovation Norway, cujos objetivos gerais se enquadram dentro das temáticas de investigação e desenvolvimento do Laboratório Circular do Alentejo, uma infraestrutura do Politécnico de Portalegre, centrada nas questões da economia circular. K
tro, o Politécnico de Portalegre já iniciou conversações com IES congéneres da Moldávia, com
vista ao desenvolvimento de projetos de mobilidade, investigação e inovação. K
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Prémio nacional Poliempreende
Santarém vence 6 O Instituto Politécnico de Santarém foi distinguido com o Prémio Nacional de Inovação na Final da 16º edição do Poliempreende, o concurso nacional de empreendedorismo e inovação que decorreu no Instituto Politécnico de Tomar. O galardão, no valor de 2.500 euros, foi atribuído ao E-Portefolios, um projeto de Tecnologias de apoio à seleção, formação e integração de Recursos Humanos com Deficiências Intelectuais e de Desenvolvimento (DID), apresentado pelos docentes Maria Barbas e Pedro Matos, da Escola Superior de Educação. Este projeto foi criado com o objetivo de se tornar em breve uma spin-off, colocando ao serviço das empresas um conjunto de ferramentas, metodologias e competências que as apoiarão no cumprimento da Lei 4/2019,
I Encontro Alumni do IPCA
de 10 de janeiro, que estabelece o sistema de quotas de emprego para pessoas com deficiência com um grau de incapacidade igual ou superior a 60 %. O Poliempreende é uma iniciativa da rede de Institutos Politécnicos que existe desde 2003 e visa, através de um Concurso de Ideias, avaliar e premiar projetos de voca-
ção empresarial pensados e apresentados por alunos, diplomados ou docentes destas instituições. Tem uma fase regional, cuja sessão de júri decorreu em junho passado, e, depois, uma Final Nacional, na qual participam os vencedores de cada Instituição. A final nacional desta edição contou com a apresentação de 22 Projetos. K
350 Alumnis presentes 6 Cerca de 350 antigos alunos do Instituto Politécnico do Cávado e Ave marcaram presença no I Encontro ALUMNI, realizado a 12 de outubro, no âmbito das comemorações dos 25 anos da instituição, a qual já formou mais de 6000 alumni. “Estar aqui hoje neste encontro ALUMNI representa estar mais próximos de um stakeholder fundamental na vida do IPCA e nas relações com a sociedade” referiu a presidente da instituição, Maria José Fernandes, que considera fundamental estreitar as relações com os diplomados e trazê-los para a comunidade.
O presidente do Concelho Geral do IPCA, Pedro Fraga, apelou aos alumnis presentes à responsabilidade enquanto embaixadores: “Esta Instituição deu-vos um conjunto de ferramentas que vos é útil nas vossas vidas. Vocês são embaixadores desta casa. Nunca perguntem o que o IPCA pode fazer por vocês, perguntem o que podem fazer pelo IPCA. Por onde passarem, dignifiquem o nome da vossa instituição”. A abertura do encontro contou com a presença dos Grupos Académicos do IPCA, durante o evento a atuação de Sílvia Nazário e a fechar o encontro o humor do
Alterações climáticas
ESTG de Viseu
Bandeira Verde garantida 6 A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu (ESTGV) acaba de ser distinguida com a Bandeira Verde do programa EcoEscolas, um galardão que resulta do trabalho da comunidade escolar, envolvendo estudantes do curso de Engenharia do Ambiente e de outros cursos, docentes e discentes da ESTGV. A Bandeira Verde foi conquistada pelo cumprimento de uma metodologia que envolveu diversas etapas. Foi constituído um Conselho Eco-Escolas envolvendo a comunidade da ESTGV, outras escolas do concelho de Viseu, o Município de Viseu e outros parceiros institucionais locais. Foi realizada uma auditoria ambiental ao edifício e espaços exteriores. A partir desta foi estabelecido um plano de ação, que obedeceu a uma monitoriza-
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ção e avaliação sistemática. Ao longo do ano letivo 2018/2019 decorreram diversas ações de sensibilização para a defesa do ambiente e para a sustentabilidade junto da comunidade escolar e da comunidade local, incluindo palestras de divulgação, debates, seminários técnico-científicos, escrita de artigos em jornais, ações de rua, jogos, concursos, entre outros. Um dos pontos altos do programa foi o envolvimento na
Green Week Viseu, evento que resultou de uma parceria entre o Município de Viseu e o Politécnico de Viseu, através do Departamento de Ambiente da ESTGV. A Green Week é um evento internacional anual que decorre em diferentes cidades Europeias, visando informar e esclarecer as pessoas sobre os problemas ambientais, procurando transformar os cidadãos em participantes ativos na proteção e preservação do meio ambiente. K
Agrária de Coimbra coopera 6 A Escola Superior Agrária de Coimbra é um dos membros do Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Sector Agroflorestal (CNCACSA), formalmente constituído dia 11 de setembro, em Elvas. O Centro tem como missão a Inovação, o Desenvolvimento e a Investigação para identificar a descrição dos cenários climáticos no país, avaliação da capacidade de resposta e da vulnerabilidade das alterações climáticas e para avaliar medidas de mitigação e adaptação perante a necessidade de garantir a sustentabilidade da agricultura e floresta portuguesa, nas vertentes produtivas, ambientais e sociais. Visa ainda contribuir para que Portugal atinja o objetivo de neutralidade carbónica até 2050, num contexto de uma transição justa e coesa, que valorize o ter-
ritório, crie riqueza, promova o emprego e contribua para elevar os padrões de qualidade de vida no país, competindo-lhe ainda a disseminação de informação sobre as medidas de mitigação e adaptação desenvolvidas e avaliadas, para que as mesmas cheguem com maior facilidade a todos os agentes do sector agroflorestal. Para o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que marcou presença na sessão de abertura do evento, Manuel Heitor, “este Centro de Competências é uma resposta clara de Portugal ao apelo da OCDE para a implementação de um processo de inovação institucional, com novos arranjos colaborativos entre entidades públicas e privadas, para um verdadeiro compromisso entre as questões económicas e ambientais”. K
Politécnico de Coimbra
Inovar e especializar com os olhos no futuro
6 O Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) está empenhado em apostar na diferenciação. Jorge Conde, o seu presidente, em entrevista ao Ensino Magazine, realizada dias antes de serem conhecidos os resultados da 3ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao ensino superior, aponta o caminho que a instituição deve seguir. A marca Coimbra, enquanto cidade académica, é um trunfo que politécnico e universidade devem saber potenciar. O presidente do IPC fala também da investigação, da relação que está a ser criada com a Universidade nesta área e da força que o Politécnico de Coimbra tem na área da mobilidade. Qual é o balanço que faz da entrada de novos alunos no Instituto Politécnico de Coimbra? É um balanço positivo. Nas duas primeiras fases preenchemos 90 por cento das nossas vagas. Ficaram 200 vagas para a terceira fase e para os outros concursos, pelo que o balanço é bastante positivo. Nós preenchemos quatro das nossas escolas quase exclusivamente pelo Concurso Nacional de Acesso. As duas escolas que não têm essa predominância são a Escola Superior Agrária – pois o ensino agrário está muito ligado ao concurso local e através dos CTESP, e a Escola de Oliveira do Hospital, que padece do mal do interior do país. Mas os resultados foram muito positivos. A nossa história demonstra que o Politécnico de Coimbra preenche mais de 100% das vagas, depois do Concurso Nacional de Acesso, dos Concursos Locais, Concursos Especiais, dos alunos internacionais e dos CTESPs. O que gostaríamos era de ter os 100 por cento pelo Concurso Nacional de Acesso e ter mais 20% pelas outras vias. Mas isso hoje não é fácil, e nós temos a particularidade de estarmos encostados a uma das mais prestigiadas universidades do país. Nós temos 11 mil alunos, oito mil dos quais estão deslocados. Focou o facto de estar no mesmo território que a Universidade de Coimbra, como é que o Politécnico gere essa relação? Isso pode ser vantajoso pelo facto de Coimbra ter uma identidade académica muito forte? Sim, a marca é muito importante e Coimbra é uma marca forte. Mas já foi mais, porque hoje não é a principal marca académica em Portugal. Isso está relacionado com a densidade populacional. A nossa cidade tem 150 mil habitantes e compete com duas grandes metrópoles – uma com 10 vezes mais habitantes e outra com 20 vezes mais pessoas, o que não é fácil. Contudo, e respondendo à sua pergunta, a marca Coimbra, criada pela Universidade, é-nos vantajosa e devemos perceber isso. Quanto mais forte for a Universidade, mais nome dará à cidade e ao Politécnico de Coimbra, como interessará à Universidade que o Politécnico seja forte para não estragar essa marca. Temos procurado ter um bom relacionamento com a universidade, no sentido de nos podermos ajudar mutuamente. Para além de haver 100 investigadores do Politécnico em centros de investigação da Universidade de Coimbra, existem já alguns centros partilhados.
que quando saírem os primeiros diplomados está na altura de repensarmos essa oferta formativa. Isto porque demoramos dois anos a preparar e acreditar um curso e mais três anos a formar os primeiros alunos. E estamos a falar de ciclos curtos. As instituições que não tiverem a capacidade de se atualizar e modernizar a ritmos de cinco anos vão morrer. Nós estamos a fazer esse trabalho, para perceber o que deixará de fazer sentido daqui a cinco anos e o que fará sentido criar daqui a cinco anos. Para isso, teremos que mudar e fazer coisas diferentes em muitas áreas.
Isso pode abrir caminho a ciclos de estudo em comum? Acredito que sim. A relação com a Universidade é suficientemente boa para conseguirmos conviver com as dificuldades e oportunidades que se nos colocam. Estamos a falar sobretudo de mestrados e doutoramentos. Há condicionantes e esperamos que a nova legislação venha resolver algumas questões, como os mestrados integrados – que é suposto terminarem –, e a atribuição de doutoramentos pelos politécnicos. Estamos a posicionarmos para não sermos um polo concorrente. Há grupos científicos a trabalhar – pois estas questões não dependem do bom relacionamento entre o presidente do Politécnico com o reitor –, para que possam desenvolver-se mestrados titulados pelas duas instituições. Já em relação aos doutoramentos, trata-se de uma questão que ainda não foi conversada, mas começámos a trabalhar naquilo que é importante, nomeadamente os centros de investigação. Um dos centros da Universidade já tem um polo no Politécnico, e estamos a trabalhar num outro para que seja apresentado na Fundação para a Ciência e a Tecnologia pelas duas instituições. Há alguma área no Politécnico de Coimbra que já tenha robustez científica para avançar para essas formações avançadas? Se amanhã pudéssemos enviar para a Agência de Avaliação e Acreditação um doutoramento, ele seria na área da agricultura ou floresta. A nossa Escola Agrária é a maior do país, uma das mais antigas e tem a capacidade instalada, um número de doutorados perto dos 100 por cento, e uma grande dinâmica na investigação científica para iniciar um doutoramento amanhã, se essa questão se colocasse. Mas há outras áreas, como as ciências económicas, onde a Escola se está a preparar para ter capacidade para atribuir doutoramentos, ou a saúde e as engenharias. E depois na Escola de Educação, onde temos várias áreas científicas como a educação, a comunicação, o turismo, as artes ou a gerontologia, há a probabilidade tremenda de fazermos uma coisa inédita. A título de exemplo, nesta escola lançámos a
primeira licenciatura em Gastronomia, que tem tido um sucesso muito grande em Portugal e no Brasil. Fomos mesmo desafiados pela Secretária de Estado do Turismo e pelo diretor do Turismo de Portugal, a duplicar a capacidade de captar alunos. Se tivéssemos laboratórios e cozinha disponíveis teríamos capacidade para fazer essa duplicação. Depreendo das suas palavras que a área do turismo e da gastronomia pode ser um aspeto para a diferenciação do Politécnico de Coimbra? Nós crescemos em muitas áreas, mas com exceção de nichos de mercado como a gastronomia, não temos uma fator que leve as pessoas a olhar para um determinado assunto e a identificá-lo com o Politécnico de Coimbra. A maioria dos outros assuntos é transversal a todas as instituições de ensino superior. Acredito que no futuro as instituições de ensino superior não se irão separar por politécnicos ou universidades, mas sim por aspetos muito específicos. E quando queremos estudar um determinado assunto vamos escolher aquele politécnico ou aquela universidade porque são referência nessa área. Temos que caminhar para aí. Isso obriga a versatilidade por parte dos recursos humanos… Obriga fundamentalmente a uma abertura de espírito muito grande e que as pessoas percebam que temos que fazer coisas diferentes. Estamos no ponto zero desse trabalho, que passa por olhar para as 60 licenciaturas e tentar perceber se estamos a fazer os cursos certos. O importante é percebermos que os alunos que entraram este ano para o 1º ciclo do ensino básico não vão fazer nenhum dos cursos que temos hoje. Daqui a 10 ou 11 anos, quando chegarem ao ensino superior terão, certamente, muitos cursos disponíveis que ainda hoje existem, como medicina, direito ou arquitetura, mas muitos dos cursos profissionalizantes não vão existir. O problema é que desde que nós percebemos uma necessidade até que o curso venha a ser implementado há um tempo significativo e verificamos
Referiu que a maioria dos alunos do Politécnico de Coimbra vem de outros pontos do país. A nível de alojamento a cidade consegue dar resposta às necessidades? Consegue, pois tem uma indústria ligada ao setor do alojamento forte e que já vem de há muitos anos. Agora, no que respeita à oferta que as próprias instituições têm disponível, no caso do nosso Politécnico, ela não é suficiente. Temos um número reduzido de camas distribuídas por seis blocos residenciais e vamos aumentar em cerca de 20 camas esse número. Além disso, estamos à espera da aprovação para a recuperação de um edifício para criarmos mais 140 camas. Mas Coimbra consegue dar uma resposta muito positiva. Em Oliveira do Hospital sentimos o problema do alojamento, pois a cidade tem dificuldade em dar resposta às necessidades que decorrem da dimensão que a escola atingiu. Mudando de assunto. Ao nível da internacionalização, que projeto tem desenvolvido o Politécnico de Coimbra? Estamos envolvidos num conjunto de projetos ligados ao Erasmus Mundus. Neste momento temos dois ciclos de licenciatura europeus e estamos a tentar acompanhar todas as oportunidades que vão surgindo na rede Erasmus e similares. Aquilo que nos continua a faltar é ter mais parceiros transfronteiriços e europeus que nos permitam ir buscar mais financiamentos. Numa outra perspetiva, temos uma mobilidade altíssima no âmbito do Programa Erasmus. No Erasmus Centro as nossas mobilidades representam cerca de 35 a 40 por cento do consórcio. Porém, precisamos de acrescentar algo mais na investigação e na mobilidade para fora de Europa. Temos percorrido algum caminho, fazemos parte de algumas redes ibero-americanas, sendo que na rede que integra todas as universidades ibero-americanas da área da saúde somos responsáveis pela realização do próximo Congresso, em 2021. Será a primeira vez que estas universidades se vão reunir em Portugal. No que respeita aos alunos internacionais fizemos uma aposta diferente da maioria das instituições. Não somos competitivos do ponto de vista do preço. Começámos por cobrar quatro mil euros de propinas para esses estudantes. Atualmente as propinas variam entre os 1500 e os três mil euros. Por isso, não temos muitos alunos internacionais. Temos 800 alunos estrangeiros e com o estatuto internacional teremos cerca de 400 alunos. K OUTUBRO 2019 /// 017
A reitores de Angola e Moçambique
UBI atribui Honoris Causa 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) vai atribuir doutoramentos Honoris Causa a Orlando António Quilambo, reitor da Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique), e Orlando Manuel José Fernandes da Mata, reitor da Universidade Mandume Ya Ndemufayo (Angola). A decisão foi aprovada por unanimidade, em reunião do Senado, a 10 de outubro, após proposta do reitor da UBI, António Fidalgo, justificada com “a relevância de ambos na promoção da formação de quadros altamente qualificados em cada um dos seus Países e, de modo geral, nos Países Lusófonos”. Os dois Doutoramentos Honoris Causa serão outorgados no segundo semestre do atual ano letivo, em cerimónia a decorrer na UBI. Orlando António Quilambo é reitor da Universidade Eduardo Mondlane desde 2011, depois de ter desempenhado funções como vice-reitor, diretor científico e diretor da Faculdade de Ciências. Doutorado em Ciências Naturais pela Universidade de Gröningen, na Holanda, tem ainda formação em áreas da gestão universitária. Está envolvido em organismos internacionais dedicados à educação e formação, destacando-se a Associação das Universidades Africanas (é presidente da entidade e vice-presidente do seu Conselho de Administração), a Associação do Ensino à Distância dos Países de Língua Portuguesa (vice-presiden-
Escola Portuguesa
Falar de ciência em Macau Orlando Kilambo, reitor da Universidade Eduardo Mondlane
te) e a Associação das Universidades da Língua Portuguesa (membro do Conselho Fiscal). Orlando Manuel José Fernandes da Mata, reitor da Universidade Mandume Ya Ndemufayo desde 2015, foi reitor da Universidade Agostinho Neto, também em Angola. É engenheiro agrónomo, mestre em Agro-Química pela Universidade Martin Luther-Halle/Wittenberg, da antiga República Democrática da Alemanha (RD) e doutorado em Nutrição Vegetal, pelo Instituto de Agronomia Tropical da Universidade de Leipzig (República Federal
da Alemanha). Preside atualmente à Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), da qual a UBI faz parte. Em Angola, é membro fundador e presidente do Conselho de Reitores das Universidades Angolanas (Cruang). Orlando da Mata integrou também o Governo de Angola, no cargo de vice-ministro da Ciência e Tecnologia, e foi o representante daquele país no Comité Consultivo Multidisciplinar de Ciência e Tecnologia da SADC da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação. K
Moçambique
Lúrio melhora competências 6 A Universidade Lúrio realizou uma formação sobre “Competências Pedagógicas”, “Inovação Pedagógica” e “Competências Transversais”. A iniciativa decorreu em dois momentos, no polo da universidade em Pemba, e depois no Campus Universitário de Marrere, tendo como objetivo incutir nos docentes as novas abordagens sobre Didácticas do Ensino Superior. Francisco Noa, reitor da Universidade Lúrio (UniLúrio), recordou que estas formações são uma prática constante na instituição. Na sua opinião, delas dependem “a excelência do ensino que não só é marcante, como também é visível ao nível da primeira In-
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stituição do Ensino Superior sedeada no norte do país”. O reitor acrescentou que “com esta atividade pretendemos eliminar o mito de que o docente universitário não necessita de
capacitação. (…) As capacitações servem para aprender a limar as nossas lacunas e alavancar a capacidade individual, porque a atividade de transmitir conhecimento, é uma arte”. K
6 A Escola Portuguesa de Macau acolheu uma palestra sobre ciência, ministrada pelo geólogo do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e diretor executivo do Centro de
Ciência Viva do Lousal, Álvaro Pinto. A iniciativa concretizou-se devido ao empenho da docente Ágata Alveirinho. Na palestra foram abordados, entre outros assuntos, os recursos energéticos e minerais. K
Moçambique
Escola unida pelo ambiente 6 O grupo de alunos ativistas da Escola Portuguesa de Moçambique-CELP, Unidos Pelo Ambiente (UPA), desafiou, no Auditório Carlos Paredes, os colegas do ensino secundário a lutarem pela defesa do planeta, reduzindo o uso do plástico e o consumo de carne, comportamentos cujos efeitos têm ceifado a vida de animais marinhos e provocado efeitos nocivos ao ambiente. O movimento quer os estudantes associados a uma campanha ambientalista e de alimentação equilibrada para transformar
o mundo num lugar melhor. Entre questões e reivindicações, a plateia partilhou experiências e soluções referentes a esta Escola. Ou seja, para muitos é preciso “encarar o problema como pessoal, contribuir para o fim das palhinhas plásticas e outros materiais maleáveis, criar correntes de sensibilização, através da mudança de comportamentos, e ajudar e ensinar os mais novos”, atitudes e comportamentos que podem fazer a diferença. K EPM-CELP _
Editorial
Ano novo, vida nova? 7 Com o início de mais um ano escolar, no ensino superior recomeçam as rotinas académicas, os desafios da aprendizagem, os roteiros da camaradagem, a construção de percursos de vida. Porém, as escolas e as comunidades em que estas estão inseridas são instituições complexas que comportam grandes sonhos, mas também muitas e profundas desilusões. Ao rigor e exigência que se pretende imprimir nos ciclos de formação e ao estimulante ambiente académico que ajuda a desenvolver, juntam-se, algumas vezes, infelizes práticas de praxes, que os currículos ocultos motivam, e que se materializam através do apelo a irresponsáveis rituais de iniciação que, por sua vez, tendem a transformar-se em tradições mais ou menos institucionalizadas.
Sejamos directos: nestas matérias não vale a pena utilizar o agastado e hipócrita argumento de crítica ao papel e desempenho social das novas gerações, sobretudo quando as tentam comparar com as gerações que as precederam. Por maioria de razões, mais vale contestar o produto, ou o resultado educativo da nossa acção que condenou ao desencanto tantos jovens que só queriam ter o mesmo direito à partilha de um pedaço da felicidade que nos coube. O mal não são os outros, somos nós. Partilhámos o sonho e a utopia, desejámos construir um homem novo, uma sociedade mais justa e igualitária, até fizemos (dizem) uma revolução. E, pelo caminho, fomos semeando, entre as nossas contradições e desilusões, a semente da anomia, da não participação na construção do caminho
comum, do desinteresse social por uma comunidade que, afinal, não revelou interesse e, por vezes, nem lhes interessa. Conhecemos o perigo das generalizações precipitadas. Mas vale a pena o esforço de reflexão e de diálogo que nos interrogue sobre o nosso papel de educadores e sobre a relação e o conhecimento que temos das gerações que estamos a formar. Sobre os valores que lhes transmitimos, mesmo quando sabemos que sobretudo as famílias também lhes negam a transmissão desses valores. Sobre as condutas que observamos, com olhar distanciado. Sobre a barreira de afectividade que a ciência e o ensino dessa ciência construíram entre uns e os outros. Se reconhecermos que, no ensino superior, professores e alunos se encontram, enquanto adultos, numa parceria de mútuas aprendizagens, então temos
também que admitir que talvez seja dentro das paredes dessas instituições que se devem centrar os nossos esforços e as nossas vontades de construirmos o tal homem novo, não na modelagem do que somos, ou do que desejaríamos ter sido, mas antes à imagem e semelhança daqueles que estão em condições de o poder ser. É um esforço de renovação, mas também um imperativo da razão que nos recoloca o problema da formação pessoal e da formação em aptidões pedagógicas dos docentes do ensino superior, formações que devem conduzir ao encorajamento de uma busca constante de inovação, quer nos curricula, quer nos métodos de ensino, quer no conhecimento e reforço dos processos de aprendizagem. Numa sociedade que tende a universalizar-se, num mercado as-
sumidamente global, seria estranho se as nossas escolas ficassem prisioneiras de ritos e ritmos que mais lembram os tempos do obscurantismo, do que as novas eras de mentes abertas que procuram permanentemente a inovação. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico
Primeira coluna
A procura pelo único 7 A rede de ensino superior em Portugal apresenta, no seu todo, realidades diferentes de dimensão, estrutura, coesão e capacitação. As estratégias pelo espaço e pela captação de alunos, dos melhores alunos, variam de instituição para instituição, numa altura em que é preciso qualificar mais gente, tornando o país competitivo internacionalmente, mas em que há menos pessoas disponíveis para formar. Segundo a Pordata (Base de Dados Portugal Contemporâneo), Portugal tinha, em 2018, cerca de 510 mil crianças, com idades entre os 10 e os 14 anos, e mais de 552 mil jovens com idades entre os 15 e os 19 anos. Entre os 5 e os 9 anos os valores descem para 466 mil crianças e até aos quatro anos para pouco mais de 430 mil. Significa isto que somos menos e
seremos menos. Na faixa etária dos 15 aos 19 anos, que é aquela em que se inserem os alunos que poderão prosseguir estudos no ensino superior, houve uma diminuição de 110 mil e 500 jovens entre 2001 e 2018. Perante estes dados, a equação entre qualificar o país, garantir coesão territorial, através da rede de ensino superior, e garantir o funcionamento dessa mesma rede, coloca-se de uma forma efetiva. Por um lado, há uma tendência clara de termos menos candidatos, no futuro, ao ensino superior. Por outro, continua a existir uma elevada percentagem de alunos que após a conclusão do ensino obrigatório, seja pela via regular seja pela profissional, não prosseguem estudos para o ensino superior. A situação é mais grave no interior
do país, mas se nada for feito, os problemas depressa chegarão às zonas do país com mais população. Os números são os números. E não são bons. Mesmo que os portugueses decidam, agora, ter mais filhos, só dentro de 17 ou 18 anos é que o impacto chegará ao ensino superior. Por isso, a aposta nos estudantes internacionais e estrangeiros tem merecido a atenção de muitas universidades e politécnicos. O mundo da lusofonia é vasto e capaz de responder, o que também obrigará a adaptações por parte das academias no modo de ensinar. Mas há outro fator que me parece importante e que pode ser âncora para as universidades e politécnicos, o qual permitirá captar outros estudantes que procurem formações únicas e exclusivas. Falo
da especialização, de formações com elevada qualidade que ainda não existem, com os melhores docentes e especialistas nacionais e internacionais, em áreas específicas. Esta especialização não deve, contudo, descurar as outras ofertas, mas permitirá ser diferenciadora de cada uma das instituições. Permitirá captar os melhores alunos, à escala global, que se interessem por uma determinada área. As instituições de ensino superior, em Portugal e no mundo, estão a formar gente para profissões que ainda não existem. É um desafio enorme e exigente. Ser-se único (ou um dos únicos) numa determinada oferta será exigente. Obriga a reflexões da academia, abertura de espírito de todos, mesmo daqueles cuja aposentação esteja ali ao virar
da esquina, porque a experiência e saberes acumulados são fundamentais. Obriga também a ouvir a sociedade no seu todo e no mundo. Obriga a rapidez no pensamento e na concretização, de forma contínua, porque aquilo que hoje é inovador, amanhã está obsoleto. K João Carrega _ carrega@rvj.pt
www.ensino.eu OUTUBRO 2019 /// 019
Crónica
Escuela rural, sindicalismo y universidad en la partida de Miguel Grande 7 En la vida nos encontramos con personalidades fuertes, capaces de conjugar de forma poliédrica varias e importantes actividades profesionales, combinadas además con un sólido compromiso social con algunas de ellas, o todas en diferentes momentos. La universidad es en este espacio periodístico de aparición mensual, que es Ensino Magazine , el tema principal que nos ocupa e interesa ahora para comentar una trayectoria ejemplar. Desde la universidad podemos observar y analizar conductas personales y formas de abordar el estudio de algún campo de especial interés para el estudio. Por ejemplo, si nos fijamos en la escuela rural, hemos de admitir que no es un tema que haya sido uno de los preferentes para ser abordado entre los investigadores de la pedagogía. Sin duda la escuela rural era la hermana pobre de la escuela primaria, porque también lo ha sido de modo secular la gestión pública de todo aquello que afecta a lo rural. La universidad ha permanecido durante mucho tiempo alejada de los problemas atraviesan la condición rural, incluida la educación pública de sus habitantes, de sus niños en concreto. Había que contemplar una apuesta por el mundo rural. Cuando Miguel Grande se acerca a la docencia universitaria atendiendo a la formación práctica de los futuros maestros tiene muy presente la condición rural de muchas escuelas que acogerán estudiantes de magisterio. Cuando decide hace ya Publicidade
algunos años iniciar una investigación doctoral, lo hace con la previsión y el compromiso de una experiencia de vida anterior previa y directamente vinculada a la escuela rural. Por ello dedicó su investigación al nivel de la formación profesional, sector con que se encontraba muy identificado desde el inicio de sus trabajos profesionales en los Colegios Familiares Rurales a finales de los años 1970. Fue una investigación doctoral muy exitosa que tuvimos el placer intelectual de acompañar. Desde su condición de maestro siempre tuvo presente que la prioridad de su dedicación profesional pasaba de forma preferente por la escuela rural, tema al que dedicó horas infinitas, días y años, jornadas de formación, debates, artículos de prensa como los que publica dentro de Equipo Escuela, artículos en revistas dirigidas a los profesores (Cuadernos de Pedagogía, Colaboración) y algunas especializadas (Historia de la Educación, por ejemplo). De esa manera llegó a ser considerado en España, desde hace años, como una autoridad en todo lo que se relacionaba con la escuela rural y el desarrollo campesino. Incluso conviene recordar que algunas de las transformaciones organizativas oficiales operadas de la escuela rural, como los Centros Rurales Agrupados, adoptados por el Ministerio de Educación como modalidad organizativa diferenciada, para la escuela rural, se deben en buena medida a la acción permanente de defensa y propuesta de mejora de este
profesor, que tiene inoculada en su médula vital la escuela rural. Otra de sus vertientes sociales y profesionales que nos place comentar es la sindical, y en particular la referida a la Universidad de Salamanca. Fue siempre consciente Miguel Grande de la importancia de pensar respuestas colectivas organizadas para defender los derechos e intereses de los profesores, en particular los de los más jóvenes y más necesitados de apoyo. Por esto consideró que la respuesta sindical en defensa de los maestros era obligada, incluso en la lejana etapa presindical, antes de la libertad de sindicación de los docentes, que se consigue en España en 1977. Por ello fue también impulsor decidido de la militancia sindical en la Universidad de Salamanca, donde desarrolló una completa y exitosa actividad organizativa del Sindicato de Trabajadores de la Enseñanza (STEs) durante muchos años, partiendo en este caso de la nada organizativa. El compromiso sindical y su apuesta por la escuela le condujeron durante 18 años (2000-2018), hasta su jubilación, a formar parte de la Comisión Permanente del Consejo Escolar de Castilla y León, órgano de representación social y también de orientación y debate sobre las directrices de la política educativa de esta Comunidad Autónoma de España. Su comprensión articulada del conjunto de estructuras que conforman el sistema educativo, y la selección comprometida de dos de sus elementos de mayor proyección social (escuela rural y
Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt Castelo Branco: Tiago Carvalho Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk
sindicalismo de clase en la universidad), nos llevan a tener que considerar a Miguel Grande como un referente obligado de muchos de los avances logrados en la sociedad próxima que nos entorna desde dos vectores en apariencia distantes, la escuela rural y el compromiso sindical en la universidad. Se nos fue un líder ejemplar antes de tiempo, después de una dolorosa enfermedad hoy todavía irremediable cuando aparece. Pero después de su partida hace pocas semanas nos queda el aliento firme de su decidido compromiso por la justicia, los derechos de los más débiles, y la apuesta por una sociedad más digna. Tuve la oportunidad de conversar con él muy pocos días antes de su partida, y me quedo con una conversación cargada de optimismo transformador, destilando muchas ideas y proyectos de búsqueda compartida, de soluciones utópicas y realistas a un tiempo. K José Maria Hernández Díaz _ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es
Edição RVJ - Editores, Lda. Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Designers André Antunes Carine Pires Guilherme Lemos Colaboradores: Agostinho Dias, Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Reis, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Artur Jorge, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Ribeiro, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Mota Saraiva, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Hugo Rafael, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Carlos Moura, José Carlos Reis, José Furtado, José Felgueiras, José Júlio Cruz, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Lídia Barata, Luís Biscaia, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Estatuto editorial em www.ensino.eu Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Assinantes: 15 Euros/Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco
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Aprender, enseñar y evaluar en la era digital
Buenas prácticas sobre evaluación en la escuela 7 Uno de los procedimientos que entendemos a propósito para ir modificando una de las prácticas tradicionales de la escuela, como es la de la evaluación reproductora, sancionadora y muy escasamente formativa, es el de la Evaluación basada en Buenas Prácticas. Buenas prácticas, que desarrollan los docentes y deben promover con más empeño, en el clima de desarrollo y evolución que necesita la escuela de hoy. La noción de “Buena Práctica” va mucho más allá de lo que puede ser una práctica profesional considerada como buena por sus autores. Y posee unos rasgos característicos que hacen de ella algo más preciso y bastante más próximo a un concepto científico. Las buenas prácticas -best practices en lenguaje anglosajónserían las actividades y conductas de los profesores y las escuelas que rinden buenos o excelentes resultados, suficientes para ser reconocidas como innovaciones,
entendiendo que buenas prácticas e innovación son conceptos muy próximos. En resumen podemos decir que unas buenas prácticas, aplicadas a un tema concreto, consistirían en una aproximación, con frecuencia innovadora, que ha sido previamente experimentada y evaluada y de las que se presumen unos resultados exitosos. En educación, una buena práctica es una iniciativa, una política o un modelo de actuación de éxito que mejora los procesos escolares y los resultados educativos de los alumnos. El Programa MOST de la UNESCO, concebido para vincular las comunidades de ciencias sociales y humanas con el propósito de producir y sistematizar conocimiento, promover intercambios y experiencias entre diversos actores, así como fomentar el desarrollo de métodos apropiados de gestión de las transformaciones sociales, ha especificado cuáles
son los rasgos que caracterizan a una buena práctica. De acuerdo con este documento, una Buena Práctica ha de ser: - Innovadora, en cuanto desarrolle soluciones nuevas o creativas - Efectiva, si demuestra un impacto positivo y tangible sobre la mejora - Sostenible, si por sus exigencias sociales, económicas y medioambientales puede mantenerse en el tiempo y producir efectos duraderos - Replicable, en la medida que sirva como modelo para desarrollar políticas, iniciativas y actuaciones en otros lugares Sólo en tales condiciones una “práctica buena”, en nuestro caso sobre la evaluación educativa, se convierte en una “buena práctica”, es decir, en la expresión de un conocimiento profesional o experto, empíricamente válido, formulado de modo que sea transferible y, por tanto, de potencial
utilidad para la correspondiente comunidad. Dicho esto, las buenas prácticas evaluadoras de parte de los docentes tratarían de compartir aquellas actividades, experiencias o modelos de evaluación que, a juicio de sus actores, hayan ofrecido buenos resultados en el contexto en el que se hayan utilizado, faciliten el aprendizaje; mejore los resultados de un proceso, respondan a una experiencia documentada y experimentada, aplique métodos innovadores y sea extrapolable a otros contextos En todo caso, el carácter innovador de una buena práctica evaluadora se completa con su efectividad. Por ello, la innovación en evaluación debe ser más que la mera producción de novedad; debe dar muestra de su replicabilidad. Así lo entendemos y esa es la razón de incluirlas en el marco de un concepto de evaluación que colabore en el aprendizaje de docentes y discentes y motive a otros en la
evolución necesaria y colaborativa de profesores y escuelas. Cada vez son más las instituciones educativas en las que las buenas prácticas se recogen en documentos públicos como base de su evaluación y en los que de una forma precisa se incluyen los aspectos relativos a la docencia en general y a la evaluación en particular. K Florentino Blázquez Entonado _ Profesor Emérito. Coordinador del Programa de Mayores de la Universidad de Extremadura
Encontro de poetas iberoamericanos
Poesia portuguesa em destaque na Universidade de Salamanca 6 A poesia de António Salvado e de Gonçalo Salvado esteve em destaque no XXII Encontro de Poetas Iberoamericanos, que decorreu de 14 a 17 de outubro, na Universidade de Salamanca, que este ano foi realizado em homenagem a São João da Cruz. O último livro de António Salvado, Sirgo IV, foi apresentado no Centro de Estudos Brasileiros daquela universidade, numa sessão que teve casa cheia, e onde o editor da obra, João Carrega, destacou a sua importância, mas mais do que isso, a dimensão da poesia de António Salvado, um dos “poetas portugueses com mais livros editados” e que é reconhecido não só em Portugal, mas também na comunidade internacional, tendo livros traduzidos em vários idiomas, inclusivamente em japonês. Também Alfredo Alencart, docente da Universidade de Sala-
manca, destacou essa dimensão, lendo um dos poemas do livro, editado pela RVJ Editores. De resto, o professor universitário elogiou a forma como “as autarquias de Castelo Branco têm apoiado a cultura”, destacando “o prémio internacional de poesia com o nome de Antó-
nio Salvado”. Outro dos livros em destaque neste encontro internacional foi o Cântico dos Cânticos, de Gonçalo Salvado, editado pela RVJ Editores, e que foi apresentado numa aula de Português aos alunos. Com a sala cheia, falou-se a obra do poeta portu-
guês, tendo o livro sido apresentado por Maria João Fernandes. O livro, que apresenta desenhos de João Cutileiro, tem a particularidade de ter sido publicado em versão bilingue (português e hebraico), tendo esse facto sido destacado pelo editor da obra, João Carrega.
Na ocasião, foi também apresentado uma outra versão, em formato garrafa, que surge em versão bilingue (português-italiano), tendo sido declamados poemas nas duas línguas. Interveio, a este propósito, Ricardo Paulouro (A23), editor desta versão. K
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Pedro Sousa, coordenador de conteúdos do canal 11
«Com o VAR, o futebol ganhou em verdade e justiça» 6 Apresenta “Futebol Total” no canal que quer fazer diferente da concorrência. Pedro Sousa afirma que atrair os jovens para a prática desportiva é o principal objetivo do 11.
O canal é da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) – uma organização que respira saúde financeira – e recebeu, ao nível das instalações, o financiamento da UEFA. Este contexto favorável faz com que as audiências não sejam uma preocupação prioritária? Ninguém trabalha para aquecer. Vemos as audiências todos os dias e sabemos os conteúdos que temos de melhorar em função daquilo que as pessoas gostam de ver. Estreámos o canal a 1 de agosto por coincidir com o início da época futebolística, mas é sabido que esse mês é por tradição o de menor consumo televisivo para todos os canais que estão no mercado. Mas, permita-me que insista, a frase chave é a seguinte: isto é um caminho. Não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona.
Apresenta «Futebol Total», de segunda a quarta-feira. Este programa representa uma nova filosofia de debater sobre futebol? Não é nova, mas é a filosofia deste canal, os princípios que presidiram à sua criação e aquilo que queremos fazer, que é necessariamente diferente. Muitos dos profissionais que vieram para o canal 11 já faziam televisão e queriam experimentar coisas diferentes. Mas o mas importante não é saber se fazemos melhor ou pior, o importante é que fazemos diferente e que há caminho para fazer diferente. A abordagem que é feita pretende um futebol em estado mais puro? Para mim, futebol é futebol. Mas reconheço que tentamos falar de aspetos que estão diretamente relacionados com o jogo, com os jogadores, com os treinadores e menos com os aspetos laterais que nada têm a ver com o futebol e que se relacionam mais com a justiça, a política, etc. O painel de comentadores é composto por ex-jogadores, treinadores e jornalistas. Qual o critério para a seleção? Temos uma bolsa de 11 ou 12 elementos e todas as noites vamos rodando. A intenção era que o painel fosse o mais homogéneo possível, mas que também tivesse gente desconhecida do público. Ou seja, que não tendo um passado de visibilidade, têm um passado ligado ao futebol e isso para nós é muito importante. Também temos figuras reconhecidas na opinião publica, casos do João Marcelino, que foi diretor do «Record», do «Diário de Notícias» e do «Correio da Manhã» – e que considero um dos jornalistas mais destacados da vida democrática portuguesa – do próprio Toni, do Maniche ou do António Carraça. Qual a razão para o programa ser transmitido apenas três vezes por semana? Entendemos, aquando do desenho da grelha que fizemos da programação, que era este formato que fazia sentido, mas no futuro logo se verá. Em televisão as coisas evoluem muito rapidamente. Mas para já os dias escolhidos foram a segunda-feira, por ser o dia de rescaldo do fim de semana futebolístico, e a terça e a quarta-feira porque há quase sempre jogos da Liga dos Campeões ou das seleções nacionais. Os programas da concorrência, nomeadamente à segunda-feira, em que é pro-
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movida a guerra dialética, têm os dias contados ou vieram para ficar? Não acho nada que tenham os dias contados. Basta, aliás, olhar para as audiências. Faz lembrar quando as pessoas publicamente juravam não ouvir o Marco Paulo, mas era o que vendia mais discos. Não sei se esta é a melhor analogia, mas penso que dá para contextualizar a resposta à sua pergunta. Estou em crer que há caminho para todos. Admito que a segunda-feira seja um dia mais difícil para nós, mas também acho que é um grande desafio e há uma janela de oportunidade. Porquê? Na medida em que estamos a fazer di-
ferente e a concorrência está num registo completamente distinto do nosso. É frequente ver em cafés ou restaurantes os televisores sintonizados no canal 11. Sente essa boa aceitação de um canal apenas com dois meses de vida? Sentimos isso, cada vez mais. Mas não nos sentimos pressionados para que o feed back seja logo muito grande. Isto é um processo que é lento e leva tempo. No momento em que falamos (NDR: 18 horas), estamos a transmitir um jogo de futsal entre seleções femininas, que é algo impossível ver noutros canais, o que não deixa de ser surpreendente para todos os que nos sintonizam. E há publico para estes conteúdos, porque as pessoas gostam.
CARA DA NOTÍCIA 6 Um dos melhores narradores da sua geração Enquanto prepara o seu «Futebol Total», Pedro Sousa recebe-nos na Cidade do Futebol, em Oeiras, o quartel-general da FPF e das seleções nacionais, precisamente no dia em que se cumprem dois meses do início das emissões do 11. Durante 23 anos foi jornalista e responsável da editoria de desporto da Rádio Renascença, após o abandono de Ribeiro Cristóvão. Para além de apresentar o mítico programa «Bola Branca», fez centenas de relatos de jogos nacionais e internacionais. Em 2011 deixa o jornalismo e assume o cargo de diretor de comunicação do Sporting Clube de Portugal, durante a presidência de Godinho Lopes, tendo sido afastado aquando da chegada de Bruno de Carvalho. Mais recentemente foi comentador de futebol na TVI e TVI 24 e colaborou com a Sport TV na narração de jogos. Pedro Sousa é o coordenador de conteúdos da televisão da FPF, onde apresenta, de segunda a quarta-feira, às 22 horas, o programa «Futebol Total» e realiza, pontualmente, a narração de algumas partidas transmitidas pelo canal.
O acompanhamento das seleções nacionais (em futebol e futsal) é um ponto forte ou não fosse o canal da FPF? Não sei se as pessoas têm a noção do seguinte: há 25 seleções nacionais. Não temos possibilidade de transmitir os jogos da seleção principal porque estão vendidos ao canal público em sinal aberto e porque têm de estar na TDT. Sobram 24. Por isso, há muito futebol para transmitir, só de seleções. Homens, mulheres, meninos e meninas. E precisamente porque este canal se fez para que existissem mais praticantes, nomeadamente de futebol. Quero destacar o sucesso da Liga Revelação, que é uma das âncoras deste canal e que já vai no segundo ano, e veja-se os jogadores e treinadores que já alcançaram os escalões principais ou que já emigraram. A este propósito, temos também a obrigação de mostrar os portugueses que andam pelo mundo. E sempre que há essa oportunidade mostramos partidas de jogadores ou treinadores portugueses. O caso do Flamengo do Jorge Jesus, o Olympiakos do Pedro Martins, o Almeria do Pedro Emanuel, e por aí adiante. Esteve mais de duas décadas na Rádio Renascença onde narrou centenas de jogos. É uma paixão que ainda se mantém? A narração de jogos nasceu para mim ainda eu era muito miúdo, nem pensava em ser jornalista. Eu deixei de ser jornalista em 2011. Abandonei a narração na rádio há 8 ou 9 anos e nunca mais fiz nenhum jogo e não quero fazer. Não quero arrastar-me e quero que as pessoas fiquem com a última impressão do meu trabalho. Narrar jogos na rádio é muito exigente do ponto de vista físico – embora não pareça. Foi um capítulo encerrado. Mas na televisão continuarei a fazê-lo, até porque é algo que me dá gozo. Se na rádio ou na televisão, um
cego disser que consegue “ver” um jogo com a minha narração, sinto-me realizado. Desde junho apresenta uma rubrica na também recente rádio Observador, que se chama «Vamos à bola». Como foi este seu regresso às “ondas do éter”? São dois ou três minutos diários sobre a atualidade futebolística. Foi um convite feito por pessoas de quem sou amigo e identifico-me com este projeto que, tal como o 11, também é novo. E como também existem vasos comunicantes entre a rádio e a televisão por serem serviços complementares, achei que seria uma boa oportunidade. Falemos agora da introdução das novas tecnologias no futebol. Com o VAR, o futebol ganhou em pragmatismo e em verdade desportiva o que perdeu em emoção? O que é que é emoção? É terminar um jogo e sentir que houve um erro grave com influência no resultado? É emoção para quem ganha ou para quem perde? O futebol ganhou em verdade e em justiça. Tudo o que seja para salvaguardar a verdade é bem vindo. Serei sempre um acérrimo defensor das novas tecnologias, como já era no râguebi, na NBA ou no futebol americano. Como acontece com o crescimento de uma criança, o VAR está a dar os primeiros passos. Há algumas semanas o canal 11 e a FPF lançaram um movimento chamado «Deixa Jogar», para fomentar o fair play dentro e fora das quatro linhas. Como explica o grande impacto alcançado pela campanha? A campanha é fabulosa e chamou a atenção das pessoas, tendo sido bastante partilhada por todos os órgãos de comunicação social. E teve êxito porque se dirige a promover bons valores e as boas práticas, o fair play e erradicar algumas mensagens e comportamentos que não se coadunam. Nesse sentido, acho que a campanha faz parte de todos, mas agora cabe-nos a todos dar o exemplo. O 11 pretende ter uma relação próxima com as escolas? Sempre. Desde o primeiro dia do lançamento do canal que as escolas e os miúdos foram muito importantes para o 11. Pelos relvados da Cidade do Futebol, paredes-meias com as instalações do 11, passaram centenas de miúdos. Temos feito muitas reportagens envolvendo escolas e até sobre o comportamento dos pais quando estão a assistir aos jogos dos filhos, etc. E assim vamos continuar, porque não podemos perder praticantes no futebol. Queremos ganhá-los. Vivemos numa época em que a atração pelos jogos de computador, os telemóveis e o YouTube concorre diretamente com a prática desportiva. Os meninos e as meninas têm de continuar a ter o mesmo gosto pela prática desportiva e pelo treino. Por isso, o canal 11 está aqui por eles, pelos jovens. Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H
gente e livros
Pedro Mexia 7 Pedro Mexia é um poeta, cronista e crítico literário português. Nasceu em 1972 na cidade de Lisboa, filho do escritor João Bigotte Chorão e de Maria José de Magalhães Mexia. Licenciado em Direito pela Universidade Católica, Pedro Mexia tem ainda um mestrado em Estudos Americanos, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Esse percurso contribuiu para ter colaborado como cronista e crítico literário nos jornais Diário de Notícias e Público. Escreve atualmente no Expresso, desde 2011. Desde 2016 exerce também funções de consultor para a cultura da Casa Civil do Presidente da República, um reconhecimento para o seu trabalho na área da literatura e da cultura em geral. A poesia é uma das suas paixões. Publicou os livros de poesia “Duplo Império” (ed. autor, 1999), “Em Memória” (Gótica, 2000), “Avalanche” (Quasi, 2001), “Eliot e Outras Observações” (Gótica, 2003), “Vida Oculta” (Relógio D’Água, 2004), “Senhor Fantasma” (Oceanos, 2007), “Menos por Menos - Poemas Escolhidos” (D. Quixote, 2011), “Uma Vez Que Tudo se Perdeu” (Tinta-da-China, 2015) e “Poemas Escolhidos” (Tinta-daChina, 2018). Até à data, editou também sete coletâneas de crónicas: “Primeira Pessoa” (Casa das Letras, 2006), “Nada de Melancolia” (Tinta-da-China, 2008), “As Vidas
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dos Outros” (TDC, 2010), “O Mundo dos Vivos” (TDC, 2012), “Cinemateca” (TDC, 2013), “Biblioteca” (TDC, 2015) e “Lá Fora” (TDC, 2018). Pedro Mexia publicou ainda diários e escreveu letras de canções e libretos de ópera, designadamente para a ópera “Canção do Bandido” de Nuno CôrteReal, galardoada em 2019 com o Prémio Autores na categoria Melhor Trabalho de Música Erudita Com Carlos Vaz Marques, João Miguel Tavares e Ricardo Araújo Pereira,
Pedro Mexia integra o painel do popular programa Governo Sombra, transmitido na TSF (desde 2008) e na TVI24 (desde 2012). É coautor, com Inês Meneses, de PBX, um programa da rádio Radar e podcast do Expresso. Em 2015 foi condecorado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, ordem honorífica atribuída por motivo de mérito literário, científico ou artístico. K Tiago Carvalho _
edições
Novidades literárias 7 D. QUIXOTE. Perseguidos, de Arne Dahl. É o segundo volume da nova série do galardoado autor sueco Arne Dahl protagonizada pelo inspetor Sam Berger e por Molly Blom, agente do Serviço de Segurança. Este thriller nórdico leva-nos até à gélida tundra na Suécia rural, e deixa-nos em suspenso da primeira à última linha. Tudo começa quando uma agente da Polícia de Estocolmo recebe uma misteriosa carta e percebe de imediato que a missiva revela dois factos: foi escrita num estado de grande desespero e refere pormenores de um caso de homicídio que só o assassino pode conhecer. Contacta então o ex-inspetor da Polícia de Estocolmo, Sam Berger, que intenta com a colega Molly Blom encontrar o autor da carta. Mas há quem esteja empenhado em evitar a todo o custo que eles consigam esse propósito.
LUA DE PAPEL. Os Órfãos de Brooklyn, de Jonathan Lethem. Desconcertante e comovente, esta obra recebeu um dos mais prestigiados prémios literários dos EUA (NBCA) e o mais importante prémio de literatura policial (Gold Dagger). Cimentou a reputação de Jonathan Lethem como autor especialista em subverter e recriar géneros literários. Adaptado agora ao cinema, o livro mete-nos a viver na cabeça de Lionel Essrog, e não é fácil. Ele sofre da síndrome de Tourette, não controla as palavras. Quando se enerva saem-lhe frases sem sentido, palavrões, berros. Órfão desde pequeno, viveu num lar para crianças abandonadas, até ao dia em que um gangster de Brooklyn o foi buscar - e a mais três rapazes. Numa Brooklyn povoada de máfias italianas e japonesas, Lionel navega perdido.
FCA. Gestão Moderna de Projetos – Melhores Técnicas e Práticas, de António Miguel. Trata-se da 8ª edição desta obra, atualizada com os últimos standards e incluindo agora a norma ISO. O livro oferece uma abordagem integrada da moderna gestão de projetos e apresenta e desenvolve as metodologias, técnicas e ferramentas consideradas atualmente como as melhores práticas do mercado. Destina-se a todos os estudantes, académicos, investigadores e profissionais de gestão de projetos, independentemente da indústria ou setor de atividade em que trabalhem, bem como a todos aqueles que queiram preparar-se, de forma intensiva, para os exames de certificação CAPM, PMP e PgMPSM do PMI ou para os exames de certificação da IPMA. K
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pela objetiva de j. vasco
press das coisas Relógio de Desporto 3 O Suunto Spartan Sport Wrist HR Baro é um atrativo relógio multidesporto com GPS integrado. É ideal para caminhadas porque possui uma altitude e bússola barométricas precisas graças à tecnologia FusedAltiTM, que o ajudará a manter-se no rumo. Este relógio tem um ecrã táctil a cores e pode submergir até 100 metros. O Spartan WHR Belt é projetado para ser um acessório útil para treino e competição em corridas, ciclismo e desportos ao ar livre. K
Avanteatro 7 O primeiro fim de semana de setembro é sempre um enorme ponto de encontro naquele que é o festival com maior volume e diversidade cultural existente em Portugal. Da música à gastronomia, do folclore às artes plásticas, do desporto à ciência, da feira do livro ao parque das crianças, e muito, mesmo muito mais. Tudo na Festa do Avante, na Atalaia, no Seixal. Este ano realço o Avanteatro, espaço sempre com excelentes espetáculos de teatro, música, dança e debates. Lá estive “À espera de Beckett ou quaquaquaqua”, com encenação de Jorge Louraço e Estêvão Antunes, Mário Coutinho, Óscar Silva e Pedro Diogo como atores. Trata-se de uma peça que é uma excelente homenagem ao Ribeirinho (1911 – 1984) que transitou do palco do Teatro Trindade e que recria parte das três montagens da peça À Espera de Godot (1959 e 1969 no continente, e em 1973 em Angola). A peça anda por aí, se puderem apanhem-na. K
Mão Morta – “No Fim Era o Frio” 3 “No Fim Era o Frio” é o novo álbum dos bracarenses Mão Morta. Gravado por Ruca Lacerda no Largo Recording Studios e masterizado por Frederico Cristiano no Mechanical Heart Mastering, em Braga, apresenta 11 temas. Nas palavras de Adolfo Luxúria Canibal, vocalista dos Mão Morta, este álbum, que surge com um livro de 16 páginas, consiste numa narrativa distópica onde conceitos como aquecimento global ou subida das águas do mar servem de cenário para um questionar e decompor de diferentes paradigmas do quotidiano. K
Prazeres da boa mesa
Supremo de frango do campo com boletos e alecrim 3Ingredientes: 200g de Cogumelos Cèpes frescos (Boletus edulis) ou 50g desidratados 4 Supremos de Frango do Campo 100g de Pão de Véspera 350g de Batatas (7 batatas médias) 2 Gotas de Óleo Essencial de Alecrim AROMAS DO VALADO 2 Ovos 100g de Cebola (1 cebola grande) 250ml de Natas 300g de Courgette 35g de Alho (6 dentes de alho) 3 C de Sopa de Azeite 1 C. de Chá de Pimentão de La Vera 1 Folha de Louro Q.b. de Sal Q.b. de Pimenta Preta de Moinho 1 Pé de Tomilho
Preparação: Refogar em azeite o alho e a cebola. Juntar os cogumelos limpos e picados. Adicionar o pão demolhado e o óleo essencial de alecrim. Temperar com sal, pimenta e tomilho; deixar arrefecer. Limpar e abrir os supremos. Temperar e rechear com a miga de cogumelos. Fechar e corar numa frigideira; levar ao forno para terminar. Lavar as batatas e descascar. Cortar em rodelas finas. Temperar com tomilho, alho picado, sal e pimenta. Dispor num tabuleiro de forno
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Chefe Mário Rui Ramos _ Executive Chef
e cobrir com a mistura de natas e dos ovos. Levar ao forno a 160ªC até dourar. Temperar a courgette cortada em rodelas finas e saltear em azeite e alho. Retificar os temperos. Cortar porções da batata gratinada e servir com os supremos e a courgette. Já se encontram máquinas que fazem o movimento do pil pil. A junção dos pimentos nesta receita consagrada é uma união do País Basco com a Extremadura espanhola. K
Alunos das aulas práticas de cozinha (IPCB/ESGIN) Sérgio Rodrigues e alunos de fotografia (IPCB/ESART) Helena Vinagre (Aromas do Valado)
BOCAS do galinheiro
New York, New York 7 Finalmente, este Verão fui a Nova Iorque. A expectativa era enorme. Há anos que desejava visitar a tão celebrada cidade que nunca dorme. Bem vistas as coisas, já a “conhecia”, dos filmes de Martin Scorsese, ele que como poucos soube filmar a sua cidade, como em “Por Um Fio” (Bringing Out The Dead,1999), adaptação do romance autobiográfico de um paramédico, interpretado por Nicolas Cage, uma película entre “Taxi Driver” (1976) e “Nova Iorque Fora de Horas” (1985). Um filme alucinante, como alucinantes são as noites de N.Y., onde convivem a miséria e a exuberância, a solidão e, claro, o sofrimento. Para isso o lugar ideal para tudo observar é, segundo o autor, a ambulância de Cage, ele sim por um fio, até encontrar o seu anjo redentor, Patricia Arquete. Três “city movies” em que alguns dos seus movimentos de câmara, brutais, às vezes, longos e mansos, outras, são autênticos hinos ao cinema, sobretudo da forma como ele nos leva a ver a sua New York, New York, que deu título ao seu famoso musical de 1977, com Robert De Niro e Liza Minnelli. Mas não só. A NY de Woody Allen não é menos cativante. Associar Nova Iorque a Woody Allen é instintivo. A grande maioria dos seus filmes são filmados na cidade, com destaque para esse fabuloso “Manhattan” (1979), serviço a la carte dos seus heróis, Marx, o Groucho, claro, Willie Mays, o jogador de baseball, Louis Armstrong, ou não fosse Woody Allen um terrível amador/praticante de Jazz, Marlon Brando, Frank Sinatra e, tinha que ser, Igmar Bergman. Mas, acima de tudo, é uma visita guiada ao roteiro cultural da cidade: do Metropolitan Museum of Art, onde se destaca o templo de Dendur, museu recriado para o célebre roubo de um Monet em “The Thomas Crowm Affair” (1999), de John McTiernan, ao Solomon R. Guggenheim Museum, ambos em Central Park, omnipresente nos filmes de Allen, como em mais não sei quantos filmados na cidade, passando pela 5ª Avenida, Park Avenue e por aí adiante. Aliás a ligação do realizador à cidade é notória em “Bullets Over Broadway” (1994), “Manhattan Murder Mystery” (1993), “Broadway Danny Rose” (1983), bem como “New York Stories” (1989), onde dirigiu o episódio “Oedipus Wrecks”. Com estreia marcada para este ano, a nova fita de Allen é mais uma
Imdd H passagem por Manhattan em “Um Dia de Chuva em Nova Iorque” (A Rainy Day In New York,2019), com Timothée Chalamet e Elle Fanning. Mas se estes dois me ensinaram Nova Iorque, a primeira grande vista da cidade tive-a com “Um Dia em Nova Iorque” (On The Town, 1949), de Gene Kelly e Stanley Donen. Um filme que marca de forma indelével o nascimento do musical moderno. “Um Dia em Nova Iorque” narra a história de três marinheiros da U.S. Navy, Gene Kelly (Gabey), Frank Sinatra (Chip) e Jules Munshin (Ozzie) que têm 24 horas de folga. Assim, partem à descoberta da grande cidade e passam as paredes do estúdio para penetrarem no cenário real da cidade, uma das inovações deste filme
foi exactamente ter como cenário a rua, até aí os musicais eram todos de estúdio, cantando alegremente o excelente tema “New York, New York” a wonderful town, uma euforia, como prelúdio para uma excitante festa. Das docas de Nova Iorque, à Rockefeller Plaza, ao terraço do Empire State Building, e rematado em plena rua com os seis protagonistas, os marinheiros e respectivas “conquistas”, caminhando e saboreando o final de uma noite (e o começo de um novo dia) inesquecível. O icónico Empire State Building, ficou célebre alguns anos antes, em 1933, quando em “King Kong”, de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, o gigante gorila roubado à selva tem um épico duelo com uma esquadrilha de Curtiss F8C-5/ O2C-1 Helldiver.
Podia continuar lembrando filmes como “As Docas de Nova Iorque”, de Josef von Sternberg, ou o mais recente “John Wick 3 –Parabellum” (2019), de Chad Stahelski, localizado entre outros, na New York Public Library e no Grand Central Terminal, “Nova Iorque 1997”, de John Carpenter, com Manhattan transformada numa prisão de alta segurança, e por aí adiante. Falar só destes, soube-me a pouco, tal como os dias que ali passei. Para já, porque falta pouco, fico à espera do novo Woody Allen. Até à próxima e bons filmes! K
È Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico
Luís Dinis da Rosa _
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Rita Ruivo
Psicóloga Clínica (Novas Terapias)
Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)
Av. Maria da Conceição, 49 r/c B 2775-605 Carcavelos Telf.: 966 576 123 | E-Mail: psicologia@rvj.pt
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Escola Secundária de Loulé
Escola Associada da UNESCO adere ao Programa Educativo GEA – Terra Mãe 6 A Escola Secundária de Loulé é membro da rede de escolas associadas da UNESCO desde 2012. No âmbito do seu plano anual de atividades tem desenvolvido várias atividades relacionadas com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Este ano letivo não será exceção e uma equipa de alunos está já a preparar a sua participação no Concurso Escolar «Territórios UNESCO e as Alterações Climáticas», que está inserido nas atividades de divulgação e implementação do ODS 13 «Ação contra a mudança global do clima» da Agenda 203. Este concurso está integrado no Programa Educativo GEA – Terra Mãe visa dinamizar temáticas na área das Geociências, junto das comunidades escolares, inserido nos objetivos gerais do Programa Internacional de Geociências (IGCP) e do Programa Internacional de Geociências e Geoparques da UNESCO (IGGP). Os municípios de Loulé, Silves e Albufeira encontram-se presentemente a traba-
de desenvolvimento sustentável. Na base da candidatura estiveram as descobertas de fósseis no geossítio da Penina, em Loulé, de grupos de animais já extintos, que habitaram o Algarve há mais de 200 milhões de anos: o Metoposaurus algarvensis, um anfíbio; um fitossauro, réptil semiaquático semelhante a um crocodilo; e um placodonte, réptil aquático parecido com uma tartaruga. Outro importante geossítio do Geoparque Algarvensis é a mina subterrânea de sal-gema de Loulé. O trabalho que está a ser desenvolvido pelos alunos, aborda a possível utilização daquela mina para armazenamento subterrâneo de dióxido de carbono e o seu consequente contributo para a mitigação das alterações climáticas. K lhar na preparação da candidatura do Geoparque Algarvensis a Geoparque Mundial
da UNESCO que inclui um notável património geológico, associado a uma estratégia
Helder Pereira _ Coordenador projeto Escola Associada da UNESCO
condutor quer para o passageiro. O painel de instrumentos inclui um
mostrador analógico para a velocidade e um digital integrado com relógio, indicação da mudança engrenada, temperatura exterior, total de quilómetros e dois parciais e indicação do descanso aberto. Ao lado, temos outro mostrador analógico para as rotações e por baixo, dois mais pequenos, um para o nível de combustível e outro para a bússola. O motor é um monocilíndrico de 411 cc, refrigerado a ar e com 24,5 cv de potência. Estes números não impressionam, mas garantem afinal um andamento bem mais interessante do que aparentam e um consumo inferior a 4l/100Km, o que permite uma excelente autonomia de perto de 400 Km. Os travões de disco à frente e atrás e com ABS, são, ainda assim, o aspeto que poderá ser melhorado em potência e tato. A Himalayan é, sem dúvida, uma moto para todo o serviço, humilde, mas competente, segura e económica e que já começa a ganhar fama de “indestrutível”. Por 4600 euros (ou 5200 na versão Adventurer com malas) não é possível adquirir qualquer outra moto semelhante no mercado, colocando-se as eventuais concorrentes, pelo menos mil euros acima. K
AS ESCOLHAS DE VALTER LEMOS Himalayan Para todos os caminhos 3 A Royal Enfield é, como já referimos em artigo anterior, um dos maiores fabricantes de motos do mundo. De origem inglesa é hoje uma marca sediada na Índia. Os seus modelos têm design retro e a maior parte da sua produção respeita a motos de média cilindrada. Os modelos mais recentes são as naked Continental GT e Interceptor com motor de 650 cc e com um design clássico muito semelhante às Triumph. O seu outro modelo mais recente á a Himalayan, que se insere no segmento das “trail” ou motos de aventura. Estas são motos que se deslocam em todos os pisos, permitindo tanto uma confortável viagem de estrada como uma aventura por montes e serras em caminhos e trilhos de terra. A Himalayan, tal como o seu nome indica, é uma moto feita para atravessar montanhas e todo o tipo de caminhos e terrenos. A estética é simples, humilde e discreta, mas, robusta e de grande equilíbrio e sóbria beleza. O baixo peso (190 Kg) e a menor altura do banco (80 cm), em comparação com as outras adventure do mercado, permitem o acesso a pessoas de estatura mais baixa e tornam a condução
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mais fácil e com elevado nível de confiança. O assento também é bom quer para o
No Porto
Santander cria bolsas de alojamento 6 O Santander criou um programa de bolsas para facilitar o acesso dos estudantes do Ensino Superior a residências universitárias. O projeto-piloto funciona, este ano letivo, na cidade do Porto, e segundo informação enviada ao Ensino magazine pelo Banco, pode vir a ser alargado a outras cidades após avaliação e cumprimento dos objetivos definidos. O lançamento destas bolsas – Bolsas Santander +Perto – pretende colmatar a falta de alojamentos disponíveis e a preços acessíveis para quem estuda nas Universidades e Politécnicos portugueses, sobretudo nos grandes centros urbanos. Para a atribuição das bolsas, é dada maior preponderância aos estudantes em condições socioeconómicas mais desfavorecidas, valorizando ainda os critérios de meritocracia e distância geográfica. No Porto, o Santander celebrou uma parceria com a Residência Livensa Living Porto Campus, para a atribuição de 40 bolsas, correspondentes a 40 camas em quarto duplo, e que serão comparticipadas por cada aluno por 100€ por mês. K
Santander
O mais sustentável do mundo 6 O Banco Santander foi reconhecido como o banco mais sustentável do mundo depois da publicação do Dow Jones Sustainability Index (DJSI) 2019. Este índice, de referência de âmbito internacional, coloca pela primeira vez o Santander no topo a nível global e líder na Europa pelo segundo ano consecutivo, depois de avaliar o comportamento sustentável do Grupo nas dimensões económica, meioambiental e social. O Banco alcançou uma pontuação total de 86 pontos em 100, atingindo a nota máxima (100) em diversas áreas avaliadas, como estratégia fiscal, proteção da privacidade, informação do meio-ambiente, cidade corporativa e filantropia, e inclusão financeira. Durante os últimos 19 anos o Banco Santander fez parte do índice DJSI. Apenas 25 instituições financeiras foram incluídas no ranking mundial de 2018 de um total de 175 avaliadas. O Santander é um dos líderes mundiais no financiamento de projetos sustentáveis, depois de ter mobilizado cerca de 50.000 milhões de euros entre 2015 e 2018. K
Investigação colaborativa
PlaTiNa ganha prémio 6 O grande vencedor da 12ª Edição do Prémio de Investigação Colaborativa Santander/Nova de Lisboa 2018/2019 é o projeto “PlaTiNa – Plataformas de baixo custo à base de nano-heteroestruturas de TiO2/ WO3 para aplicar em fotocatálise”, informou o Banco Santander em comunicado. A equipa responsável é constituída pela investigadora Ana Pimentel, do CENIMAT/I3N, da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da NOVA de Lisboa, em colaboração com a investigadora Vanessa Jorge Pereira, do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB) – IBET, também da NOVA. Este projeto investiga a forma como se poderá combater a presença de produtos farmacêuticos e de pesticidas nas águas residuais e subterrâneas, assim como na água potável, indicados pela União Europeia como poluentes de tratamento prioritários, devido à sua alta toxicidade. As principais preocupações são com os analgésicos, antibióticos e antiepiléticos, que se mostraram resistentes aos tratamentos de água residuais. Durante o estudo, as investigadoras irão trabalhar com nanoestruturas de óxido de titânio e de tungsténio, que serão colocadas em superfícies de vidro ou poliméricas, sendo posteriormente expostas à
presença dos compostos a degradar, sob radiação solar. Segundo Ana Pimentel, “a intenção é perceber a eficácia destes tratamentos na remoção de poluentes químicos como, por exemplo, os antibióticos, porque mesmo quando presentes na água em concentrações muito baixas podem contribuir para o aparecimento de resistências”. Como lembra a investigadora Vanessa Jorge Pereira, “neste momento no mundo há 800 milhões de pessoas que ainda não têm um abastecimento de água seguro e daí a importância de se proceder a este estudo, uma vez que a colaboração vai permitir testar materiais que já são usados normalmente, agora em novos poluentes das águas”.
O Prémio foi entregue na Reitoria da NOVA de Lisboa, pelo presidente do Conselho de Administração do Banco Santander Portugal, António Vieira Monteiro, e pelo reitor da NOVA, João Sàágua, durante o segundo Encontro de Ciência da instituição, o NOVA Science Day 2019, apoiado pelo Santander. O evento contou também com a presença do Ministro para a Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor; do Comissário Europeu responsável pela Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas; do presidente do Conselho Europeu de Investigação, Jean-Pierre Bourguignon; e da vice-reitora responsável pela Área de Investigação, Elvira Fortunato, entre outras individualidades.
O Prémio de Investigação Colaborativa Santander/NOVA de Lisboa, no valor de 25.000 euros, visa distinguir projetos desenvolvidos por investigadores juniores da NOVA e que envolvam, pelo menos, duas unidades orgânicas da Universidade. O prémio, de periodicidade anual, contemplou já projetos de investigação no âmbito das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Vida e Ciências Exatas e Engenharias. O Santander, através do programa Santander Universidades, assume o compromisso de promover as melhores práticas na resposta aos desafios da sociedade portuguesa, sendo já uma referência a nível nacional no que diz respeito à promoção do Ensino Superior, colaborando atualmente com 50 instituições do Ensino Superior. O Banco investe anualmente mais de €7 milhões na área de Responsabilidade Social e Corporativa. O Banco Santander, a empresa que mais investe no apoio à educação no mundo (Relatório Varkey/ UNESCO–Fortune 500), mantém mais de 1.200 acordos de colaboração com universidades e instituições académicas de 21 países através do Santander Universidades e, através da rede Universia, agrupa mais de 1.300 instituições académicas iberoamericanas. K
Santander associa-se
Juntos pelo clima 6 Depois do lançamento dos Princípios de Banca Responsável ontem, o Santander juntou-se a outros 30 bancos signatários dos Princípios para anunciar um Compromisso Coletivo de Ação pelo Clima. Em comunicado, o banco refere que o “objetivo é dar passos tangíveis na implementação do compromisso assumido, para alinhar o seu negócio de acordo com os desafios climáticos internacionais”. O Compromisso Coletivo de Ação Climática estabelece ações concretas, sujeitas a prazos específicos para os bancos envolvidos, de forma a aumentar sua contribuição para a luta contra as alterações climáticas e alinhar a sua estratégia aos objetivos do Acordo de Paris sobre o clima. Entre as ações destacam-se, as seguintes:
- Alinhar as suas carteiras de crédito, para que reflitam uma economia de baixo carbono, resistente a alterações climáticas, e necessária para limitar o aquecimento global a um nível substancial de menos de dois graus, com a meta de chegar aos 1,5 graus celsius.
- Adotar medidas concretas, em menos de um ano desde a assinatura deste compromisso, e utilizar os seus produtos, serviços e relação com os clientes para facilitar a transição económica necessária para alcançar a neutralidade climática. - Assumir publicamente a res-
ponsabilidade pelo seu impacto no clima e do seu progresso no cumprimento destes objetivos. Ana Botín, presidente do Banco Santander, mostrou-se orgulhosa por o Banco “ser um dos fundadores signatários dos Princípios de Banca Responsável das Nações Unidas, e de integrarmos o Compromisso Coletivo de Ação pelo Clima para ajudar a alcançar os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris. Todas as empresas, governos e indivíduos têm a obrigação de contribuir para superar os desafios globais lançados hoje, e o clima é um dos mais importantes. Se queremos ter um impacto duradouro nas comunidades e no meio ambiente, cada entidade financeira deve unir-se ao nosso esforço comum para mobilizar os recursos do setor financeiro”. K
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Ensino Superior e Educação
Manuel Heitor e Brandão Rodrigues mantêm-se como ministros 6 Manuel Heitor e Tiago Brandão Rodrigues vão manter-se, no novo Governo, como ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; e da Educação. Desta forma, o Primeiro Ministro, António Costa, está apostado em dar continuidade às políticas adotadas na última legislatura. Até ao fecho da nossa edição, ainda não eram conhecidos os nomes dos secretários de Estado para aqueles dois ministérios. Para o novo Governo foram escolhidos os seguintes nomes: Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital - Pedro Siza Vieira; Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros - Augusto Santos Silva; Ministra de Estado e da Presidência - Mariana Vieira da Silva;
Ministro de Estado e das Finanças - Mário Centeno; Ministro da Defesa Nacional João Gomes Cravinho; Ministro da Administração Interna - Eduardo Cabrita; Ministra da Justiça - Francisca
Van Dunen; Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública - Alexandra Leitão; Ministro do Planeamento - Nelson de Souza; Ministra da Cultura - Graça Publicidade
CIMBB apresentou documentário
Beira Baixa em filme 6 A Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB) acaba de apresentar um documentário efetuado sobre esta zona do país no passado dia 12 de outubro. A exibição do referido trabalho teve lugar na Fábrica da Criatividade em Castelo Branco, perante uma plateia de autarcas, jornalistas e bloguers. Hélder Henriques, secretário executivo da CIMBB, frisou que o documentário irá ter apresentações nos seis concelhos que a compõem e destacou o facto de “este trabalho ter sido efetuado com base na relação do território com algumas atividades aqui desenvolvidas” “Das Pedras Fez-se Terra – Histórias da Beira Baixa” é um documentário com argumento e realização de Madalena Boto e produzido pela Lx Filmes.
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A partir do testemunho de cientistas, naturalistas e residentes, tal como foi apresentado no passado sábado, “o filme guia os espetadores numa viagem de descoberta pela Beira Baixa, através de histórias de superação e resistência”. O produtor Luís Correia, presente nesta apresentação, realçou que “a ideia passa por promover a Beira Baixa através de pequenas histórias e da sua relação com a paisagem e o território”. “O trabalho prolongou-se no tempo e procurou sempre destacar a relação das pessoas com a terra, numa ideia de superação e resiliência”. O documentário irá ser transmitido na RTP a curto prazo e mostra algumas das particularidades da Beira Baixa. K
Fonseca; Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - Manuel Heitor; Ministro da Educação - Tiago Brandão Rodrigues; Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social - Ana
Mendes Godinho; Ministro da Saúde - Marta Temido; Ministro do Ambiente e da Ação Climática - João Pedro Matos Fernandes; Ministro das Infraestruturas e da Habitação - Pedro Nuno Santos; Ministra da Coesão Territorial Ana Abrunhosa; Ministra da Agricultura - Maria do Céu Albuquerque; Ministro do Mar- Ricardo Serrão Santos; Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares - Duarte Cordeiro; Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro - Tiago Antunes; Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros - André Moz Caldas. K