Ensino Magazine Edição nº 196

junho 2014 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XVII K No196 Distribuição Gratuita

www.ensino.eu suplemento

João Proença em entrevista

Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico.

Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS

Universidade

UBI e PT unidas em centro de investigação C

Assinatura anual: 15 euros

P6

“Os ricos conseguem fugir sempre aos impostos” C

P3a5

Tiago Bettencourt em Entrevista

“Há uma geração que não equaciona pagar para ouvir música” C

P 22

politécnico de leiria

IPL vence na robótica C

P 11

politécnico

Mobilidade na Guarda C

P 12

Portalegre

IPP com propinas baixas C

P 15

Um segundo amor na vida de Rita Redshoes C

Ensino Jovem pub

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C

p 19

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02 /// junho 2014

João Proença, ex-secretário geral da UGT

“O tratado orçamental é uma ‘bíblia’ para os pobres” 6 Fez do consenso e do diálogo a sua imagem de marca ao longo das quase duas décadas que liderou a central sindical. João Proença em discurso direto.

mas existe uma supervisão permanente dos nossos credores.

No dia em que falamos, 6 de junho, celebra-se o “Dia da Libertação dos Impostos”.

Ou seja, a partir de hoje é que começamos a ganhar para nós…

17 de maio de 2014, o dia em que terminou oficialmente o programa de assistência financeira a Portugal, foi comparado, por muitos, ao 1.º de Dezembro de 1640, o dia da restauração. O espírito da troika ainda permanece por cá?

Se calhar essa data já está desatualizada, porque o Governo continua a aumentar os impostos e outros estão na calha.

O Governo tentou revestir de um grande simbolismo essa data, capitalizando o momento em termos eleitorais, visto que as europeias se realizaram a 25 maio. Continuamos é sem saber quando é que a troika vai embora. O Governo continua a assumir compromissos com a troika que o povo ignora e desconhecemos que outros acordos vão ser firmados com vista ao futuro com a União Europeia, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Para além disso, Portugal integra uma União Europeia que tem sido fiel à austeridade cega e generalizada que tem sido fortemente criticada tanto pelas forças de esquerda, como pelos sindicatos.

O nosso Estado está viciado em impostos?

O problema é que os impostos não se traduzem em benefícios e contrapartidas para a população. Para que é que eles servem? Têm efeito redistributivo?

Eu lembro-me que a senhora Margaret Thatcher quis destruir o serviço nacional de saúde e os ingleses recusaram. Há uns anos, num país nórdico, um partido conservador concorreu a um ato eleitoral prometendo diminuir a carga fiscal, mas em simultâneo diminuir o nível de Estado social. Sabe o que aconteceu? Perdeu as eleições.

O que o Governo PSD/CDS tem feito neste domínio manifesta-se na forma como foi paralisada a administração pública em áreas essenciais, a injustiça fiscal aumentou, etc. No outro dia li um estudo que apontava que o principal país exportador de Moçambique era a Holanda…

Ou seja, temos austeridade para lavar e durar?

Este quadro de medidas só vai agravar a situação do desemprego em toda a União Europeia, que continuará a ser afetada de forma generalizada. Veja que até os alemães não escapam a uma política de restrições salariais, mas beneficiam de taxas de juro mais baixas.

Isto é a perversão de um mecanismo que se vira contra os países mais fracos a braços com uma lógica de empobrecimento que não dá mostras de ser invertida.

E porquê?

Porque as SGPS portuguesas estão sediadas na Holanda para fugir aos impostos. Os ricos conseguem sempre arranjar mecanismos para fugir aos impostos, mas o mesmo não acontece com a classe média.

Diz que o lema deste Governo é «quero, posso e mando». A insensibilidade social é a principal caraterística dos nossos governantes?

Este executivo adotou uma política que revela que quis ser mais troikista que a troika. Achou que podia fazer rapidamente o ajustamento e depois de o fazer podia beneficiar de condições propícias ao crescimento económico. Mas não foi isso que aconteceu. Pior, não percebeu que isso não jogava com a política que estava a ser seguida em termos europeus.

A austeridade secou tudo à volta?

A ultra-austeridade conduziu a um decréscimo brutal do produto económico e retrocedemos muitos anos. Tudo em nome de ajustar o défice a uma velocidade muito superior à da Espanha e da França, por exemplo. E que resultados tiramos em ser excelentes discípulos da Alemanha? Eles estão à vista de todos.

O Estado social português está sob ameaça?

O Tratado Orçamental não vai tornar a disciplina das contas públicas um dogma inatacável?

Eu sempre disse que em paralelo com o Tratado Orçamental devia existir uma política com dimensão económica e social, definindo metas concretas. Simplesmente estas dimensões conheceram o peso que foi dado à vertente orçamental e monetária. O Tratado Orçamental é, sobretudo, uma “bíblia” para os pobres e não uma “bíblia” para os ricos.

Os mais fortes, os mais ricos, e falamos sempre em primeira análise da Alemanha, a ditarem as leis…

Repare, os alemães estão a fazer dumping com o euro. Se eles tivessem moeda própria, de acordo com as regras da economia, a moeda deles estaria altamente avaliada, como o

escudo seria desvalorizado. No fundo, falta equilibrar no espaço europeu políticas restritivas e políticas de crescimento, acabando com a lógica vigente de cada país jogar com as suas políticas. E depois há dois pesos e duas medidas. Veja que ninguém respeita o Pacto de Estabilidade e Crescimento de maneira cega e os primeiros a darem o exemplo são os franceses, os espanhóis e os italianos.

Nós, respeitamos, obedientemente.

A saída limpa ou «à irlandesa» não serve de consolo?

Não foi minimamente «à irlandesa». Portugal está sujeito a constrangimentos que ainda se ignoram, grosso modo, nomeadamente no que diz respeito aos compromissos assumidos com as entidades europeias na eventualidade de algo correr mal. Portugal continua a ser um país sob vigilância. A troika já não nos visitará de 3 em 3 meses,

Completamente. Existem problemas muito sérios na educação, na saúde, na justiça e até na segurança social. Apesar dos sacrifícios brutais feitos pelos portugueses a prestação de serviços do Estado não é, nem de longe nem de perto, comparável ao esforço dispendido pelos contribuintes. E ainda por cima a carga fiscal incide sobretudo sobre os rendimentos de trabalho (pensões e salários), enquanto os rendimentos de capital permanecem à margem. Isto é injusto.

A reforma de Estado prometida pelo vice-primeiro ministro Paulo Portas foi uma bandeira desde o início da legislatura, mas continua por cumprir. Amputou-se em vez de reformar?

A propalada reforma é um total “bluff”. O que se assiste é à destruição do Estado e ao corte nos locais e nos atores errados (Estado social, trabalhadores da administração ;

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pública e pensionistas). Em vez de se criar um clima de mobilização e motivação nos trabalhadores da administração pública, criou-se um clima de intimidação e ameaça permanente. Para além disso, o Estado não está a gerir melhor a administração pública em matéria de poupanças. Só se corta, em vez de se implementar uma melhor gestão e tudo se faz para promover a fuga de quadros e garantir a partidarização das chefias. Isto já para não falar do recurso abusivo aos consultores externos, criando uma administração pública paralela desnecessária.

Tem uma vasta experiência sindical. Esteve 17 anos e alguns meses como secretário geral da UGT, mas no total foram três décadas de vivência nos sindicatos e na Concertação Social. Qual é o papel dos sindicatos nas sociedades modernas, de mera contestação ou de construção?

Não há uma democracia política sem um movimento sindical forte, mas também sem um movimento patronal forte.

A UGT e a CGTP têm seguido rumos diferentes e marcado distâncias nas suas intervenções. As duas centrais sindicais ganhariam em estar mais concertadas?

Diz-se que este Governo é o mais ideológico em muitos anos, com um forte pendor liberal. O que é que um governo socialista faria diferente?

No caso concreto da reforma da administração pública posso dizer-lhe que a prioridade seria garantir a estabilidade de funcionamento em áreas centrais. Por outro lado, terá de haver uma maior responsabilização de quadros dirigentes e, sobretudo, aproximar a administração pública das populações. Encerrar serviços no interior é uma política inaceitável. Finalmente, por a funcionar melhor a administração publica. E é possível. Há desperdícios brutais.

Acha que existem funcionários públicos a mais?

Pelo contrário. Acho que há a menos, nomeadamente em alguns serviços. Só que nos próximos anos não será possível encetar uma politica de aumento de trabalhadores.

A destruição tem sido imensa. Veja que na educação, uma área central, registou-se uma forte desmobilização. E quando falamos de educação é o básico, o secundário, mas também as universidades e todos os campos que se relacionam com a ciência e investigação. Destruiu-se toda a área da inovação, e a qualificação profissional do secundário – uma conquista do governo anterior - foi esquecida, etc. No fundo abandonou-se uma política educativa que vinha a ser seguida e que na minha opinião tinha os seus méritos. Também aqui o problema é mais de políticas do que falta de verbas.

Por que é que entende que certos cortes no Estado são mais imorais do que inconstitucionais?

O Governo tem usado e abusado das medidas inconstitucionais para aplicar na administração pública, mas há exemplos de completa imoralidade na gestão que eu gostaria de denunciar. A ADSE, o sistema privado de proteção na saúde aos trabalhadores da administração pública, está a ser super financiado para combater o défice. Exige-se 3,5% aos trabalhadores, quando é sabido que 2,5% era suficiente para garantir o equilíbrio financeiro do sistema.

O canalizar de 0.25% do aumento do IVA para a sustentabilidade do sistema de segurança social é uma medida necessária?

Não me diz nada e cheira-me a fraude.

Recordo-me que num Governo de Cavaco Silva 50 por cento do aumento do IVA foi para financiar o regime contributivo. Isso é diferente.

Hoje, na discussão deste regime o que está

04 /// junho 2014

A CGTP sempre teve uma posição ideológica contra o diálogo social tripartido. Por isso, quando a Concertação Social foi criada em 1984 a CGTP recusou pertencer, só acabando por fazê-lo três anos mais tarde. A CGTP nunca assinou um acordo daqueles que eu qualifico de difíceis. Um acordo obriga a cedências mútuas e é de soma positiva quando aquilo que se ganha é mais do que aquilo que se perde. em cima da mesa é se o regime for só financiado por trabalhadores- empregadores estamos a penalizar a produção nacional face aos bens importados.

dois países, vivem de facilidades fiscais e ao nível europeu qualquer alteração de grande envergadura requer uma unanimidade em Bruxelas.

Os países europeus não se podiam entender sobre uma eventual harmonização fiscal?

Como comenta a medida de alinhar os salários à produtividade?

Participei durante a década de 80 em vários grupos de trabalho criados para darem pareceres sobre as medidas previstas em termos fiscais e uma era como financiar o sistema de segurança social. Falhou tudo. Nunca houve entendimento. Uma harmonização fiscal, por mais mínima que fosse, na Europa, seria fundamental. Era necessário combater o dumping fiscal nas empresas, criando uma taxa social mínima para evitar a fuga aos impostos. Mas é difícil. O Luxemburgo e a Áustria, só para citar

A produtividade tem que ser tida em conta nas negociações salariais. Mas a política de rendimentos tem de ser discutida considerando outros fatores, nomeadamente a redistribuição justa da riqueza que estiver a ser criada por uma empresa. Por isso, defendo que os aumentos de salários são uma parte fulcral da política de rendimentos que deve ser objeto de acordos bipartidos ou tripartidos por via da negociação coletiva, mas nunca de imposição por nenhum Governo e muito menos com efeito retroativo.

CARA DA NOTÍCIA 6 Professor, investigador e sindicalista João Proença nasceu em Inguias, Belmonte, a 29 de julho de 1947.

Formou-se em Engenharia Química, em 1970, no Instituto Superior Técnico, onde continuou como assistente, leccionando aulas teóricas e práticas nos Cursos de Engenharia Química, Metalúrgica e Mecânica. Foi investigador auxiliar do extinto Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (INETI).

Fez Investigação em Metalurgia Física no Laboratório de Física e Engenharia Nucleares, tendosido eleito pelos trabalhadores para o Conselho Diretivo, em 1975. Foi coordenador do Secretariado de Informação do Plano Estratégico Nacional, membro do grupo que elaborou o Plano de Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Nacional e Chefe de Gabinete de quatro membros do Governo (1976-1978).

Como sindicalista, participou nas lutas pela liberdade sindical, sendo fundador do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), de que foi secretário geral desde a fundação até 2003. Na UGT desempenhou diversos cargos: responsável pelo gabinete técnico, secretário nacional, secretário executivo, vice-secretário geral e, desde 1995, secretário geral, cargo que deixou o ano transato.

Em representação sindical foi membro da Concertação Social e do Conselho Económico e Social desde a sua criação.

Na área internacional foi membro do Comité Económico e Social da União Europeia (1986-1989). Foi, igualmente, membro do Conselho de Administração do Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional, vice-presidente (1991-2003) e presidente (2003-2007) da Federação Internacional das Associações de Educação de Trabalhadores.

Foi condecorado com o Grau de Oficial da Ordem de Mérito Agrícola e Industrial e com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito.

Presentemente, é consultor do AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) e membro do secretariado nacional do Partido Socialista. Foi também deputado à Assembleia da República, de 1987 a 1995. K

Pelo o que me diz, é mais o que separa as centrais sindicais do que o que as une…

Considero fundamental que as centrais sindicais prossigam a unidade na ação. Nem sempre é possível a nível europeu este objetivo, mas tem sido em Espanha, na Itália e na Holanda. Em Portugal, a posição ideológica da CGTP, nomeadamente em Concertação Social, tem impedido ir mais longe em certos dossiês. A CGTP usa a concertação como um palco para a contestação em vez de usar o palco para o diálogo e a negociação.

Devido à multiplicação das paralisações, o efeito da greve banalizou-se?

Não estou de acordo. Os países do norte da Europa são de muito diálogo e poucas paralisações. Já no sul há mais greves, sendo que Portugal é o país com menor número de greves, se compararmos com a Itália, a Espanha, a Grécia e a própria França. Por cá os efeitos são mais visíveis nos setores dos transportes porque penalizam mais fortemente a população. E repare que Portugal tem algo que não acontece muito noutros países, que é a salvaguarda dos serviços mínimos.

Mas estou em crer que o caminho certo seria fomentar o diálogo com as empresas públicas de transportes, que usam e abusam de uma política de «quero, posso e mando». É definido como um homem de consensos. Fica chocado quando a atividade política se transforma numa «arena de gladiadores»?

Criou-se uma atividade política com um elevado grau de conflitualidade e os acordos são muito mal vistos e desvalorizados, quer fora quer dentro do âmbito parlamentar. Falta uma cultura política de acordos em Portugal. Mas digo-lhe que quando não há entendimento a culpa é normalmente mais de quem governa do que da oposição, isto apesar de eu admitir que os acordos políticos à esquerda têm sido bastante dificultados. As maiorias absolutas também costumam ser autoritárias na ação e impeditivas em áreas que careciam de medidas ;

que deviam ser prolongadas para além da legislatura. No fundo, devia preservar-se uma lógica de continuidade e estabilidade de políticas em áreas centrais como a justiça, a educação e na segurança social, etc.

Infelizmente, este Governo tem sido o campeão da ausência de diálogo.

Acho que a nível nacional devia ser seguido o bom exemplo do Poder Local em que devido à proximidade com as populações os consensos são mais frequentes.

Na Beira Interior existe o setor têxtil, agrícola e veterinário, por exemplo. No Alentejo pode pretender-se atrair pólos industriais e laboratórios estatais, por exemplo. No fundo, criar uma política própria para o setor universitário. É preciso não esquecer que as universidades do interior são fatores cruciais em termos de desenvolvimento do interior porque é uma maneira de os quadros ali formados permanecerem na região.

Será preciso um milagre para fazer a economia crescer até aos 3 por cento?

O desemprego tem baixado paulatinamente. São sinais encorajadores?

A economia todos os dias cria e destrói centenas ou milhares de postos de trabalho.

As economias não estão paradas, mas falta crescer o mínimo suficiente, não diria 3 por cento, talvez 1 ou 2 por cento. E falta promover o investimento, claro. O problema que permanece é que a única política de emprego que existe passa por empurrar os jovens para a emigração. O que vai existindo de emprego por cá é trabalho precário, mal remunerado e muitas vezes exigindo um alto nível de qualificação. E o dramático é coexistir um desemprego muito elevado e uma população ativa a diminuir de forma acelerada, o que põe em causa o sistema de segurança social. K

O desemprego só não é maior devido à manipulação dos dados da formação e por causa das pessoas que são empurradas para a emigração. O IEFP usa e abusa de falsas formações, nomeadamente de ações de curta duração para retirar as pessoas das estatísticas do desemprego. É gastar dinheiro mal gasto. Sejamos frontais. Por mais manipulações que haja, com uma economia que cresce residualmente não é possível criar postos de trabalho.

Que políticas defende para fixar jovens no país?

Lançaram-se alguns programas para combater o desemprego jovem, mas sem sucesso.

Faltou consequência nas políticas e falhou-se o objetivo de empregar de forma sustentada os jovens licenciados, a partir do momento em que o Estado deixou de ser o grande recrutador dos recém-diplomados.

Muitos cursos de ensino superior encerraram ou vão encerrar. As fracas garantias de empregabilidade dos universitários é um grave problema por resolver?

A empregabilidade não pode ser o critério único para o Estado financiar cursos

superiores e mantê-los nas universidades.

Eu defendo que as universidades apostem na internacionalização e no diálogo entre si.

Acompanhei de perto o diálogo que ocorre entre a Universidade da Beira Interior e a Universidade de Évora para encontrarem áreas de especialização, sem competirem entre si nos territórios em que se inserem.

Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H

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Setor tecnológico

Associação Portuguesa da Qualidade

UBI e PT unidas

6 A Universidade da Beira Interior (UBI) e a Portugal Telecom (PT) acabam de assinar o protocolo no âmbito do qual é criado o Centro de Investigação e Competências que vai trabalhar as áreas de Cloud Computing e saúde, na vertente das Tecnologias de Informação. O acordo foi rubricado a 9 de junho, entre o reitor António Fidalgo e Zeinal Bava, presidente executivo da empresa.

Em setembro, o primeiro dos quatro laboratórios previstos no projeto deverá estar já a funcionar, no âmbito de uma cooperação que é vista como o caminho a trilhar entre universidades e o mundo empresarial. Uma ideia modelo, também porque surge numa zona do Interior, que abraça assim uma via de desenvolvimento a partir da aposta nas novas tecnologias. Dois aspectos destacados pelos membros do Governo representados na cerimónia, Miguel Poiares Maduro, ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, e Nuno Crato, ministro da Educação e Ciência.

O Anfiteatro das Sessões Solenes da UBI esteve praticamente cheio para assistir a um momento que o reitor da UBI reputou de muito importante para a instituição.

Coube a Zeinal Bava descrever os contornos da parceria. Vão surgir quatro laboratórios: Cloud Computing, Saúde, Certificação Profissional e de Teste de Software. Locais onde serão investigadas e desenvolvidas tecnologias ou afinados métodos de trabalho nestas áreas, além da formação de profissionais. O presi-

dente da PT destacou duas linhas de intervenção: o desenvolvimento de soluções para a área de saúde, respondendo à questão de “como é que podemos utilizar a tecnologia para criar aplicativos que melhorem a qualidade de saúde” e aquilo que se relaciona com a “digitalização de processos e virtualização, que é o que nós chamamos a cloud”.

Este aspecto liga-se intimamente ao Data Center da Portugal Telecom, em funcionamento desde o último trimestre do ano passado.

“A PT investiu 90 milhões de euros num mega centro de dados aqui na Covilhã. É uma caixa forte digital e agora com esta colaboração com a UBI vamos poder alavancar todo o conhecimento e toda a qualidade de engenheiros formados nesta universidade para nos apoiar no projeto que fizemos aqui”, acrescentou Zeinal Bava.

O protocolo aciona todo um trabalho que “responde aos desafios que a digitalização da informação, nas mais variadas formas, coloca

Encontro na Covilhã

não apenas às universidades e às empresas, mas à própria sociedade”, disse António Fidalgo, durante o discurso. E por falar em desafios, a UBI está preparada para enfrentar este, como se depreende das palavras do responsável: “Temos um Departamento de Informática qualificado, ambicioso e desejoso de agarrar os maiores desafios.

Mas temos também dentro da UBI o modelo matricial que envolve os demais departamentos e centros de investigação da universidade, para materializar um projeto de tamanha envergadura”.

A parceria com a PT pode ainda resultar na captação de estudantes brasileiros para a UBI. Zeinal Bava, que é simultaneamente presidente da brasileira Oi, manifestou a vontade de colaborar e financiar a formação de estudantes do país sulamericano nas universidades portuguesas, com a UBI a poder beneficiar dessa estratégia. K Rodolfo Pinto da Silva _

Bioengenharia

Vem aí novo mestrado 6 Cinco anos depois da criação da licenciatura em Bioengenharia, o Departamento de Informática da Universidade da Beira Interior (UBI) avança com o mestrado na mesma área, que visa permitir aos alunos continuarem na UBI os estudos do segundo ciclo e melhorar a investigação que se faz na instituição.

“Temos instalações e docentes preparados. Por isso, faz todo o sentido avançar para o segundo ciclo”, explica Luís Alexandre, presidente do Departamento de Informática.

Estas condições foram valorizadas pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) ao ponto do curso que abre com 30 vagas em 2014/2015 ter sido aprovado por cinco anos, sem qualquer restrição. Um dos motivos para esta creditação residiu no plano curricular apresentado, que surge com al-

06 06 /// junho 2014

6 A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior foi o local escolhido para a realização do V Encontro Nacional de Investigadores de Qualidade e o III Workshop de Qualidade em Saúde, que decorreu a 6 de junho e onde cerca de seis dezenas de participantes analisaram investigações e modelos de abordagem.

“Quais as motivações para a certificação?” foi um das questões levantadas pelos participantes do Encontro, a que Luís Lourenço, docente da UBI e elemento da Comissão Organizadora, dá resposta: “Debateram-se situações como quando determinadas organizações apontam para a certificação apenas por questões externas, porque há um cliente

que exige, quando, de facto, o que deve existir é a necessidade interna de mudar e melhorar a qualidade e não ter um selo de certificação, só por ter”.

O docente aponta em especial o sector público. “Na minha opinião há uma desvalorização. E há melhorias que podem ser introduzidas a todos os níveis, se houver uma abordagem de qualidade”, refere, acrescentando que esta ideia devia complementar outras mais salientadas, como é o caso da inovação. “A inovação é importante, mas também é o fazer bem. A ligação inovação/ qualidade, que é muitas vezes esquecida em Portugal, é muito importante”, acrescenta. K Rodolfo Pinto da Silva _

Pós-graduação remunerada

Novidade na UBI 6 Captar e formar futuros técnicos especializados na área de Tecnologias de Informação e Serviços Cloud para o Pólo Tecnológico do Grupo PT é o objetivo da nova pós-graduação da Universidade da Beira Interior, denominada ICT for Cloud & Datacenter, que terá a duração de 11 meses. O curso tem início em setembro e terminará em julho de 2015. As inscrições decorrem até ao próximo dia 4 de julho de 2014.

O plano curricular desta formação apresenta fatores distintivos, nomeadamente por envolver experiências laborais nas três entidades envolvidas.

Cerca de 40% do plano curricular é constituído por aulas e o

resto da formação será realizada em regime laboral de estágio remunerado para todos os alunos. Para além da PT, o consórcio integra ainda a Syone, uma empresa tecnológica dedicada a projetos de otimização de sistemas e negócios.

Devido ao número significativo de candidaturas esperadas para esta formação e pela necessidade de uma ligação direta à estrutura da PT, numa primeira fase serão selecionados aproximadamente 80 candidatos que participarão nos testes de seleção, 40 dos quais vão passar à fase de entrevista. Destes, apenas 15 serão escolhidos para participar na formação. K

Real Fábrica de Panos da Covilhã

250 anos de vida

gumas novidades relativamente aos que já existem no país.

“Temos um curso inovador que tem uma parte curricular comum e depois permite a escolha de três perfis. O aluno poderá seguir para Bioengenharia Clínica, Informática

Biomédica ou Instrumentação, Automação e Controlo, uma área que não nos podíamos esquecer, porque existem essas competências na universidade”, refere Isabel Gouveia. K Rodolfo Pinto da Silva _

6 O Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior comemora os 250 anos do edifício onde está instalado o primeiro dos seus três núcleos, a Real Fábrica de Panos, com porta aberta para a Avenida Marquês de Ávila e Bolama, na Covilhã, encimada pelo brasão da monarquia portuguesa e constituído fundamentalmente pelo espólio de uma das tinturarias mais avançadas na Europa do seu tempo.

Assim, no próximo dia 26 de junho, data da fundação da Real Fábrica de Panos, a partir das 15 horas, serão proferidas duas conferências sobre a História da Indústria Portuguesa, uma pelo especialista da matéria, José Amado Mendes, e outra, pela anterior diretora do Museu de Lanifícios, Elisa Pinheiro, e será lançado o livro de António Garcia Borges, que reúne uma coleção de fotografias das fábricas covilhanenses. K

Aprender a promover cidades

UBI dá curso 6 Cruzar marketing e cidades foi o objetivo do Curso de Verão City Marketing que, ao longo de três dias, debateu um tema que colocou as localidades como um produto que podem ser alvo de uma estratégia que deve ser trabalhada.

Organizado pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e o Departamento de Gestão e Economia da Universidade da Beira Interior (UBI), o evento extravasou as portas da instituição, promovendo a reflexão em Belmonte e no Fundão.

“Associa-se o marketing ao produto e às empresas tradicionais, mas temos que ver que hoje, mais do que nunca, as cidades são vistas também como um produto. Portanto, tem que ser promocionado e trabalhado”, defendeu Susana Garrido, docente da UBI. Helena Alves partilha desta posição e lembra que não basta às cidades terem apenas aquilo que se possa considerar

uma beleza natural ou edificada. “Precisam de um trabalho por detrás de tudo isso”, disse a também docente do Departamento, na abertura do curso, que pretendeu “ter um conjunto de trocas de experiências, de boas práticas”.

Para isso, a organização promoveu um encontro destinado a autarquias, investigadores, estudantes e público em geral, dentro de um tema que tem sido trabalhado pelo Departamento, como lembra Helena Alves. “Já nos é caro há alguns anos. Tivemos pós-graduações em marketing territorial e de eventos e produtos turísticos”, refere.

As portuguesas Lisboa e Viseu e as espanholas Valência e Leon foram algumas cidades cujo trabalho de marketing foi analisado, juntamente com uma intervenção sobre casos do Canadá. K Rodolfo Pinto da Silva _

Medalha de Ouro

Fundão distingue UBI

6 A Universidade da Beira Interior (UBI) foi uma das duas entidades que este ano o concelho do Fundão distinguiu durante as comemorações dos 267 anos do município. A instituição foi reconhecida pelo trabalho realizado em prol do ensino, investigação, inovação e cultura com a Medalha de Ouro da Cidade do Fundão.

“Estamos intimamente ligados a este centro de saber que possui na sua designação a expressão Beira Interior”, explicou Paulo Fernandes. O presidente da autarquia sublinhou que “a prosperidade do Fundão, sobretudo no atual contexto, depende em muito da aproximação aos centros de conhecimento” e, dirigindo-se a António Fidalgo, pediu ao reitor da UBI que “considere o Fundão como uma sala aberta da universidade”, que apelidou de “nossa”.

O reitor da UBI manifestou vontade de ajudar a desenvolver a região e o concelho. Além de agradecer a Medalha de Ouro, disse que o Fundão pode contar com a UBI para

colaborar nos projetos “de construção de uma sociedade mais justa e fraterna, de uma economia forte e criadora de emprego e uma vida cultural pujante”.

Paulo Fernandes definiu mais tarde as áreas onde esta parceira pode ser efetivada. O presidente da Câmara do Fundão referiu “o centro de formação avançado, direcionado para qualificação e conversão de profissionais nas áreas hoje fulcrais

Informação criminal

Glassberries Design Awards

6 Uma aluna de mestrado da Universidade do Minho acaba de criar um serviço pioneiro de partilha de informação criminal. A plataforma, intitulada MapsCrime, permite ao cidadão aceder e registar online as ocorrências de furto e roubo e, ainda, possíveis locais para reaver objetos subtraídos. Há 400 mil vítimas de assaltos em Portugal por ano e um terço dos casos não é denunciado às autoridades. A autora do MapsCrime, Laura Jota, quer ajudar a reduzir e controlar este problema social a médio/longo prazo.

“Os cidadãos em geral recusam a burocracia e a espera de uma hora na esquadra para denunciar o furto da mala ou do autorrádio. Com o MapsCrime, a ocorrência é registada fácil e rapidamente, pelo computador ou smartphone, ajudando também outras pessoas e os agentes da lei”, explica Laura Jota.

A criminóloga nota o “crescente interesse” da sociedade no projeto, que inclui ainda dicas preventivas e os métodos da dinâmica criminal. “Se parte da população aderir, será ótimo para combater os chamados pequenos crimes”, insiste.

Laura Jota já reuniu com

6 Luís Gomes e Cristiano Narciso, alunos do curso de Design Industrial da Universidade da Beira Interior, acabam de receber o 1º prémio do Júri BA dos Glassberries Design Awards, promovido pela empresa europeia BA Vidro. A UBI esteve também em destaque com a atribuição do 1º Prémio do Júri Clientes Vodka ao aluno de mestrado em Design Multimédia, Daniel Bacelar.

Em concurso estiveram 125 candidaturas de sete instituições de ensino superior de Portugal, da Espanha e da Polónia. A entrega dos Glassberries, inspired

by BA, decorreu ontem, dia 5 de junho, na Biblioteca de Serralves, cidade do Porto.

O trabalho dos alunos vencedores do 1º prémio do Júri BA dos Glassberries Design Awards esteve incluído no Projeto de 3º ano do curso de Design Industrial e teve a

Inovação no Minho

o presidente da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), que acarinhou o projeto, além do Ministério da Administração Interna e outras entidades públicas. “Gostava de levar o serviço aos postos da PSP e GNR, para aumentar e melhorar a divulgação, utilizando este meio privilegiado.

Não quero de forma alguma substituir o excelente papel dos órgãos de polícia criminal, mas contribuir com esta ferramenta multiplataforma de georreferenciação (web/app android) para o bem comum, parauma comunidade mais informada e segura”, realça. O site oficial é www.mapscrime. com. K

para este território”.

A pós-graduação em Gestão de Serviços Partilhados, que arrancou em março deste ano, é um exemplo de formação desenvolvida pelas duas entidades, mas que Paulo Fernandes quer ampliar: “Queremos reforçar junto da UBI vários programas e projetos que permitam aumentar os índices de competitividade e atratividade desta região”. K Rodolfo Pinto da Silva _

Alunos da UBI vencem

orientação dos Professores Afonso Borges e Ernesto Vilar.

Com este galardão, os alunos ganharam, entre outros prémios, um estágio remunerado de três meses e um iPad Air. Para o director da licenciatura de Design Indus-

trial, Abílio Silva, “estes resultados destacam a qualidade do ensino ministrado, o plano de estudos que congrega arte e tecnologia, o corpo docente multidisciplinar e a cooperação com empresas nas disciplinas de projecto final de curso”. K

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Novidade na Aberta

Pagamentos virtuais 6 A Universidade Aberta já tem em funcionamento um terminal de pagamentos automático virtual que permite a qualquer aluno candidatar-se, matricular-se, inscrever-se em unidades curriculares, adquirir produtos e serviços na plataforma da universidade, como em qualquer loja online, sem necessidade de deslocações físicas a agências bancárias ou a caixas automáticas.

O TPA virtual é um serviço

CRUP REÚNE EM ÉVORA

Madeira

Ano letivo em risco 6 O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) reuniu, no passado dia 17 de junho, na Universidade de Évora para discutir as implicações das recentes decisões do Tribunal Constitucional para o ensino superior.

Num comunicado à imprensa, o CRUP refere que “o Governo iniciou recentemente um processo de revisão da fórmula de financiamento do ensino superior, processo que corresponde a uma

pretensão há muito reivindicada pelo CRUP, mas que se afigura como totalmente inconsequente neste contexto de evidente insuficiência da dotação global”. Por isso, o CRUP decidiu suspender “a sua participação nesse processo até haver uma clarificação da dotação orçamental para o corrente ano, a qual deverá servir de base à preparação do orçamento de 2015”.

O CRUP considera que “a

Nanotecnologias na Índia existência de universidades competentes e competitivas numa escala global é um dos pilares essenciais para o desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento, capaz de responder aos desafios do futuro”. Assim afirmou, no comunicado à imprensa, que “asfixiar, na autonomia e no financiamento, as universidades portuguesas compromete irremediavelmente esse desígnio nacional”. K

Com gigante alimentar europeu

Utad investiga a sério 6 Uma das maiores empresas da Europa na produção de saladas e atual líder de mercado holandesa, a Vezet BV, visitou este mês o Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), na procura de soluções inovadoras para alguns problemas, incluindo uma das questões mais fulcrais da indústria: como aumentar a validade dos frutos e vegetais cortados, através de processos naturais, sem produtos químicos.

“Queremos garantir que o consumidor tem acesso a um produto fresco, com todos os benefícios e nutrientes, por mais Publicidade

08 /// junho 2014

tempo. Temos como objetivo melhorar, de forma contínua, a qualidade das nossas saladas e, para isso, temos de estar um passo à frente da produção”, explica um dos responsáveis do Departamento de Investigação e Desenvolvimento (I&D) da empresa, Francisco Gonçalves.

Os responsáveis da Vezet BV pretendem ainda que os investigadores apontem novos usos à água utilizada na lavagem dos produtos hortícolas e conhecer os estudos desenvolvidos pelo centro que poderão dar frutos na realidade empresarial, entre outros. “É precisamente esta a postura do CITAB: desenvolver investigação aplicada, que dê resposta a

online de pagamentos seguros por cartão de crédito (Visa e MasterCard), consonante com a missão da UAb - A Universidade Pública Portuguesa de Ensino a Distância (EaD) e elearning - de inovar no serviço prestado, e de abrir cada vez mais ao mundo, sem barreiras geográficas, o acesso aos seus cursos (licenciaturas, pós-graduações, mestrados, doutoramentos e cursos em Aprendizagem ao Longo da Vida). K

problemas concretos da indústria e das empresas agroalimentares”, frisa o investigador Alfredo Aires. “Nesse sentido, poderemos fazer estudos de raiz para a Vezet BV, assim como assessoria técnica, que inclui, por exemplo, a definição dos tipos de embalagem e das condições de conservação ideais para cada produto”, acrescenta.

Para Francisco Gonçalves, o facto de o CITAB ter colaborado com dezenas de empresas nacionais e internacionais, nos últimos quatro anos, foi também determinante para a escolha “consensual” da empresa que o convidou a trocar Portugal pela Holanda, há cerca de três anos. K

6 Uma delegação do Centro de Química da Madeira (CQM), liderada pelo coordenador, João Rodrigues, a investigadora Rosa Perestrelo e as estudantes de doutoramento em Química, Rita Castro e Mara Gonçalves, deslocou-se no final de Maio a Nova Deli, Índia, para participar no 1st International Conference on Emerging Trends of Nanotechnology in Drug Discovery.

Organizado pelo Colégio Sri Venkateswara e do Departamento de Bioquímica da Universidade de Deli, em associação com o Centro de Química da Madeira (CQM), unidade de investigação da Universidade da Madeira, esta primeira coorganização do CQM no estrangeiro, reuniu os responsáveis de diversos Cen-

tros de investigação, diretores de cursos de graduação, pósgraduação, estudantes de doutoramento e membros do corpo docente e investigadores, numa plataforma comum para discutir as várias áreas interdisciplinares emergentes da nanociência e das nanotecnologias.

A nanotecnologia compreende a manipulação dos materiais à escala nano (10-9 m) e está a ser utilizada em produtos como cosméticos e protetores solares.

Uma das áreas em que a nanotecnologia pode vir a proporcionar grandes benefícios para a sociedade é na área médica, encontrando-se em desenvolvimento avançado sistemas à escala nano para a entrega de fármacos e genes. K

Algarve

Cursos de Verão 6 A Universidade do Algarve vai realizar, de 30 de junho a 04 de julho e de 07 a 11 de julho, cursos de verão em diversas áreas de estudo. Destinados aos jovens do ensino secundário (a partir dos 16 anos), os cerca de 20 cursos têm como principal objetivo promover o gosto pelas diversas áreas de ensino e

investigação e ajudar no processo de escolha vocacional do seu percurso escolar no ensino superior. A iniciativa possibilita ainda a vivência da realidade académica dos campi e o contacto com alunos e docentes da universidade, proporcionando, assim, uma experiência diferente e única a todos os participantes. K

Escola de artes do IPCB

Nova Esart é topo de gama

6 As novas instalações da Escola Superior de Artes Aplicadas (Esart) vão começar a funcionar já em setembro. As obras estão concluídas e a mudança começará a ser feita ainda este mês. Recentemente os presidentes do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), Carlos Maia, e da Câmara albicastrense, Luís Correia, mostraram a nova casa e destacaram a importância que a sua construção tem para o Politécnico e para a cidade.

Situadas no Campus da Talagueira, as novas instalações da Esart constituem um exemplo de perseverança por parte do IPCB e da própria cidade. “Este é um momento importante para a história da instituição”, começou por referir Carlos Maia, durante a visita guiada às instalações. “A concretização desta obra, que poucos acreditavam ser possível, demonstra que somos tão capazes de atingir os nossos objetivos como quem está no litoral, embora tenhamos que trabalhar o dobro”.

dos os prazos e sempre demos todos os esclarecimentos e respostas que nos foram solicitados”, disse.

Carlos Maia prossegue: “Em 2011, com a mudança de Governo tivemos que começar tudo do zero. Ouvi coisas aberrantes.

Havia quem não soubesse que a Esart já existia! Mas passados 15 anos, a escola está concluída e faz parte do Campus da Talagueira. Demonstrámos que temos a mesma capacidade daqueles que estão perto dos poderes de decisão”.

O presidente do IPCB recordou ainda o apoio da Câmara de Castelo Branco neste processo. “Não falo apenas na construção das novas instalações da Esart, nas quais a autarquia assegurou a componente nacional do financiamento, mas também do apoio que nos está a prestar na requalificação de toda a zona envolvente às escolas superiores de Saúde e de Artes Aplicadas”.

Carlos Maia lembrou que a construção da escola teve zero por cento de derrapagem financeira, elogiando o gabinete técnico do próprio instituto. E acrescentou: “sinto-me muito satisfeito com estas novas instalações. A Esart tem condições para prosseguir o seu trabalho que nestes 15 anos de vida tem sido reconhecido nacional e internacionalmente”.

A terminar, o presidente do Politécnico criticou “as assimetrias que existem entre o litoral e o interior. Algo que, hoje, é mais acentuado. Mas continuaremos a lutar pela defesa da nossa região e dos nossos cidadãos”. K

diretor da Esart, explica que a determinada altura “deixou de se acreditar na construção destas instalações”. Para aquele responsável, “é muito importante que a escola tenha um edifício que reúna as condições pedagógicas e específicas. Os

nossos cursos exigem isso”.

O diretor da Esart recordou também que a Esart está a “concorrer com outros mercados que não são apenas Lisboa e Porto, mas que são também espanhóis.

“Queremos captar alunos em Espanha”, disse. K

O presidente do IPCB recordou as muitas dificuldades que teve que ultrapassar neste processo que teve início em 1999, com o Campus da Talagueira, o qual englobava um bloco central, a Escola Superior de Saúde (Esald) e a Escola Superior de Artes Aplicadas. “Pediram-nos que dividíssemos este projeto em sete etapas. Em 2005 foinos autorizada a construção da Esald, que ficou pronta em 2008. Em 2009 solicitaram-nos uma revisão do projeto da Esart. Sempre cumprimos to-

Câmara destaca

Indústrias criativas

6 A construção da nova Esart foi destacada por Luís Correia, presidente da Câmara de Castelo Branco. “Se há momentos que são felizes nas nossas vidas, este é um deles. Esta é uma magnífica estrutura para a escola e para a cidade. A Esart já soube ocupar o seu espaço, com credibilidade e qualidade, pelo que merece muito estas instalações.

Em boa hora a Câmara, através do seu anterior presidente, Joaquim Morão, se empenhou nesta construção”.

No entender de Luís Correia, “a Esart com estas instalações terá mais um fator de atratividade para novos alunos”. O autarca sublinha que a escola se “integra na estratégia que a autarquia tem na área das indústrias criativas. Tenho a certeza que esta parceria com o Politécnico vai continuar neste setor.

No próximo quadro comunitário de apoio teremos muito trabalho para fazer”.

Luís Correia recordou ainda que a região “tem um excelente instituto politécnico e temos excelentes condições para que

o IPCB tenha o seu papel no desenvolvimento económico”.

O autarca alertou, no entanto, para as dificuldades “que sentimos no interior do país. E esta é uma prova que apesar de termos instalações e ensino superior de excelência continuamos

a ter dificuldades em relação a instituições do litoral”. Para o presidente da Câmara, este alerta faz todo o sentido, “pois se não houver sensibilidade [no país], no futuro teremos muitas dificuldades”.

Já José Filomeno Raimundo,

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Projeto envolveu 200 alunos

Escola de Robótica na EST 6 O projeto Escola de Robótica, desenvolvido a partir da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco pelos docentes Paulo Gonçalves e Pedro Torres, envolveu durante o último ano letivo cerca de 200 alunos do ensino secundário e profissional de todo o distrito.

Os dois responsáveis mostram-se satisfeitos com este projeto, que através de uma plataforma na internet e de tutoriais, permitiu a alunos e professores desenvolverem os seus próprios robôs, quer nas disciplinas quer em clubes de robótica.

“O projeto foi desenvolvido no âmbito da Ciência Viva”, começam por referir. A ideia é que possa ter continuidade e que seja alargado a todo o país.

Na Escola de Robótica a equipa de Paulo Gonçalves e Pedro Torres construíram as ferramentas de raiz e disponibilizaram-nas na página de internet do projeto. “As aplicações mais básicas estão disponíveis para

Novo diretor

João Serrano ganha na ESECB

6 O docente João Serrano acaba de ser eleito diretor da Escola Superior de Educação de Castelo Branco.

Nas eleições realizadas no passado dia 13, a Assembleia de Representantes elegeu João Serrano com 9 votos, contra seis da diretora em funções, Cristina Pereira.

Também no Conselho Científico da escola houve alterações, passando agora a ser presidido por Valter Lemos, ex-secretário de Estado da Educação e ex-presidente do próprio Instituto Politécnico de Castelo Branco. A Assembleia de Representantes é agora presidida por Fátima Paixão. K colocar os robôs a andar sozinhos ou pelo sistema android, através de telemóvel, o que tem entusiasmado os alunos”, referem.

O projeto abrangeu escolas básicas, secundárias e profissionais de Castelo Branco (Nuno Álvares, Cida-

de de Castelo Branco, Faria Vasconcelos, João Roíz, e Amato Lusitano), Sertã, Fundão, Covilhã e Vila Velha de Ródão. O balanço é, no entender dos dois docentes, “positivo”, tendo havido mesmo formação ministrada junto dos professores. K

No 66º aniversário

Escola de Saúde distingue diretores 6 A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do Instituto Politécnico de Castelo Branco acaba de distinguir os seus antigos diretores. A iniciativa surgiu integrada no 66º aniversário da instituição.

Os homenageados foram por ordem cronológica: José Lopes Dias (maio de 1948 a 1973); Ismael Martins (julho de 1982 a abril

Candidaturas abertas

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Mestrados é no IPCB 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco tem abertas as candidaturas aos ciclos de estudos conducentes ao grau de mestre, cursos de pós-graduação e cursos de especialização tecnológica.

As candidaturas a mestrados e pós-graduações decorrerão até 11 de julho, enquanto que as

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candidaturas a cursos de especialização tecnológica decorrerão até 12 de setembro.

Para o próximo ano letivo, o IPCB tem prevista a abertura de 21 cursos de mestrado, 5 pós-graduações e 20 cursos de especialização tecnológica, nas diversas áreas científicas lecionadas nas suas seis escolas superiores. Esta ofer-

ta formativa é complementar aos 32 cursos de licenciatura que funcionarão no próximo ano letivo.

As candidaturas deverão ser realizadas on-line, encontrandose todas as informações e formulário de candidatura na página do Instituto Politécnico de Castelo Branco na Internet em www.ipcb.pt. K

de 1999); Ana Maria Malva Vaz (julho de 1999 a outubro de 2002); Carlos Maia (de janeiro de 2003 a setembro de 2009) e Preto Ribeiro (outubro 2002 – janeiro 2003 e setembro 2009 – junho 2010).

Estiveram presentes antigos professores da escola, bem como funcionários já aposentados, atuais professores, colaboradores e alguns estudantes. K

Na ESTG de Leiria

“Mat-Oeste 2014” em julho 6 A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria (ESTGL) recebe a sétima edição do “Mat-Oeste: Matemática na Região Oeste”, no próximo dia 11 de julho, com o tema Matemática na Natureza. Dirigido a professores de todos os níveis de ensino e ao público em geral, o evento é realizado pelo departamento de Matemática da escola que, nesta edição, está associado ao projeto Matemática do Planeta Terra, da responsabilidade da Comissão Nacional da Unesco.

“Esta iniciativa desempenha um papel de extrema importância enquanto meio de divulgação científica, de discussão e de partilha de ideias e experiências nas mais variadas vertentes da Matemática”, explica Fernando Sebastião, docente da ESTG e membro da organização. “Por outro lado, é encarado como um evento cultural na cidade e na Região Oeste, estabelecendo a ponte com o projeto Matemática do Planeta Terra e como veículo de informação pública sobre o papel essencial das ciências matemáticas para enfrentar os desafios do planeta Terra”.

Os professores Jorge Picado, da Universidade de Coimbra, Paulo de Castro Aguiar, da Universidade do Porto e Ricardo Severino, da Universidade do Minho, são os oradores convidados que irão partilhar os seus conhecimentos e experiências com todos os presentes. A importância da matemática na estrutura das conchas marinhas, nos fenómenos naturais complexos e na evolução das plantas são alguns dos temas abordados.

Esta edição conta ainda com ações de formação contínua de professores, acreditadas pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua. Durante o evento serão entregues os prémios aos vencedores do Prémio Pedro Matos, um concurso nacional de matemática, que se destina a alunos do ensino secundário, e cujo objetivo é fomentar a criatividade e o interesse pela matemática e suas aplicações, bem como despontar novos jovens talentos. K Publicidade

Valdemar Rua ADVOGADO Av. Gen. Humberto Delgado, 70 - 1º Telefone: 272321782 - 6000 CASTELO BRANCO

Festival Nacional de Robótica

IPL campeão nacional 6 Um grupo de estudantes de Engenharia Eletrotécnica da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria (IPLeiria) é o novo campeão nacional, na prova sénior de condução autónoma, da 14ª edição do Festival Nacional de Robótica, que decorreu no passado mês de maio, em Espinho. Durante o desafio, no qual um robô móvel percorre um trajeto ao longo de uma pista fechada, a equipa Steel Seeker, do IPLeiria, conquistou o melhor tempo entre as equipas em competição.

“Esta participação insere-se no trabalho desenvolvido até ao momento, no âmbito da tese de mestrado em Engenharia Eletrotécnica do estudante Bruno Neto, com a colaboração e apoio do Clube de Robótica”, refere Hugo Costelha, docente na ESTG. “Com o prosseguimento da tese esperamos obter melhores resultados e procurar renovar o título na próxima edição do Festival Nacional de Robótica”, acrescenta.

A equipa vencedora, constituída por cinco estudantes do mestrado e licenciatura de Engenharia Eletrotécnica, Bruno Neto, David Ferreira, Humberto Ferreira, André Santos e José Matias, foi orientada por Hugo Costelha e Carlos Neves, professores da ESTG. Defrontaram seis equipas representantes do Instituto Superior Técnico, do Instituto Politécnico de Castelo Branco, da Universidade de Aveiro, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e da Universidade de Trásos-Montes e Alto Douro.

O Festival Nacional de Robótica realiza-se desde 2001 e tem como objetivo promover a ciência e a tecnologia junto dos jovens do ensino básico, secundário e superior através de competições de robôs. Esta edição foi uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Robótica com organização da Escola Profissional de Espinho e do Externato Oliveira Martins. K

Relação do IPLeiria com a Indústria

Bolsas e inovação em Leiria

6 Sete empresas da região de Leiria asseguram as novas bolsas de estudo IPL + Indústria 201415, anunciadas a 4 de junho, no II Encontro IPLeiria-Indústria, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria (ESTGL). Bollinghaus Steel, Bourbon Automative Plastics, Incentea, Martos, Moldes RP, TJ Moldes e Vipex, são as empresas que apostam no financiamento das bolsas de estudo, protocoladas pelo IPLeiria, a Associação Empresarial da Região de Leiria (Nerlei) e Associação Nacional da Indústria de Moldes (Cefamol) durante o Encontro.

As bolsas visam premiar o mérito escolar dos estudantes que se matriculam pela primeira vez nos cursos de licenciatura e são definidas anualmente. Este ano serão atribuídas duas bolsas no curso de Engenharia Mecânica e no curso de Engenharia e Gestão Industrial. Engenharia Eletrotécnica, Engenharia Informática e Gestão são os cursos que contarão com uma bolsa de estudo IPL+Indústria.

Após uma visita aos vários laboratórios da ESTG, Pedro Martinho, diretor da escola, divulgou o balanço do protocolo de cooperação. O acordo, assinado em julho

de 2013, promove a formação em contexto empresarial, a disseminação do conhecimento e tecnologia, e ações de responsabilidade social conjuntas, no sentido de beneficiar estudantes, docentes e empresas, aproximando a academia à realidade industrial.

Em setembro de 2013 a Nerlei

e a Cefamol divulgaram um formulário de manifestação de interesse junto das respetivas empresas associadas. Numa primeira fase foram registadas 15 empresas interessadas e numa segunda etapa, 26. Mais de 200 estudantes visitaram 12 empresas, foram realizadas 40 propostas de

estágios extracurriculares de verão em 2014. 56 propostas de trabalho vão ser apresentadas a estudantes finalistas de licenciatura e 47 propostas de trabalhos e projetos de investigação a estudantes de mestrado. Durante este ano letivo foram organizados vários seminários e aulas abertas no IPLeiria com o envolvimento de empresas ligadas às instituições protocoladas, foram realizadas visitas aos laboratórios disponíveis na ESTG e foram muitas as reuniões concretizadas entre empresários e docentes do IPLeiria. No total, foram criados 22 postos de trabalho para recém diplomados e são 19 as ofertas que vão integrar a bolsa de emprego do IPLeiria.

João Paulo Marques, vice-presidente do IPLeiria, agradeceu a todas as empresas que investiram nas bolsas de estudo e destacou três vertentes destes novos incentivos: permitem premiar o mérito dos alunos do ensino secundário, atrair mais jovens para a área das engenharias, fundamentais para o desenvolvimento do país, e divulgar a região de Leiria. João Paulo Marques lançou o desafio de envolver mais empresas e englobar mais áreas de formação. K

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Instituto Politécnico da Guarda

Informática por 5 anos

Cooperação com Escola francesa

Guarda apoia mobilidade

6 Uma delegação da Escola Superior de Economia e Técnicas de Construção, de França, esteve, recentemente, no Instituto Politécnico da Guarda (IPG). Jean Pierre Hougas, um dos elementos, comentou que o IPG “é um grande Instituto” e a ECOTEC, em Paris, “está interessada em desenvolver parcerias com esta instituição”.

Essa cooperação, como adiantou, pode concretizar-se através da mobilidade de estudantes e professores. “A parceria entre as duas instituições tem grandes possibilidades de desenvolvimentos futuros; se Portugal precisa da formação que é ministrada na nossa Escola, nós também temos muito a ganhar com

esta parceria, nomeadamente com o Politécnico da Guarda.”

Pedro Cardão, vice-presidente do IPG, fez um “balanço positivo” no final da reunião realizada nos Serviços Centrais do Politécnico, sobre esta parceria com a ECOTEC, “escola especializada na área da economia da construção, funcionando com uma profunda ligação às empresas.

Ou seja, o aluno quando entra na escola tem a formação teórica, naturalmente, mas também tem uma formação logo na empresa, a partir do primeiro ano”.

Com esta cooperação, e segundo o vice-presidente do IPG, “abrem-se novas perspetivas de mobilidade, quer para o pessoal

docente, quer para alunos – eventualmente para estágios. Relativamente aos docentes vai ser estudada a possibilidade de os professores da área de engenharia civil poderem ir lecionar alguns módulos à ECOTEC, bem como virem ao IPG docentes dessa escola francesa.”

Pedro Cardão, depois de lembrar que o Instituto Politécnico da Guarda tem já várias parcerias na área da engenharia civil, com várias instituições estrangeiras, salientou que neste caso concreto é “com uma escola que tem um ensino de alternância, em Portugal ainda não explorado, de onde poderá resultar uma boa perspetiva para o nosso curso de engenharia civil”. K

Universidade de Kielce

Polónia aposta no IPG 6 Ewa Wlodarczyh, coordenadora institucional ERASMUS na Kielce University of Technology, da Polónia, visitou recentemente o Politécnico da Guarda. Aquela docente polaca reuniu com o vice-presidente do IPG, Pedro Cardão, e com os coordenadores institucionais e académicos, no âmbito do referido programa de mobilidade, tendo visitado as duas escolas superiores localizadas no campus do Instituto Politécnico da Guarda.

O objetivo desta visita, como nos referiu, teve a ver com a necessidade de conhecer e reforçar os contactos com os coordenadores Erasmus das escolas do IPG. Ewa Wlodarczyh considerou que foi importante o encontro realizado com o vice-presidente, com o subdiretor da ESTG e os restantes coordenadores, destacando ainda o contacto feito junto do Gabinete de Mobilidade e Cooperação do IPG, onde obteve informações so-

012 /// junho 2014

6 A Escola Superior de Tecnologia e Gestão tem mais um curso acreditado pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. No seguimento da análise do processo de avaliação/acreditação do ciclo de estudos em Engenharia Informática, este curso mereceu a acreditação pelo período máximo, ou seja por cinco anos.

A diretora da ESTG, Clara Silveira, manifestou a sua satisfação pelo resultado deste processo de avaliação, destacando que “significa o reconhecimento pela qualidade ministrada, pelo esforço dos docentes e do pessoal não docente”.

Na sua opinião, esta acreditação “implica uma maior responsabilidade, no sentido de desenvolvermos uma melhoria contínua da nossa qualidade, do nosso ensino, melhorarmos os novos projetos que vamos desenvolver e aprofundar a ligação às empresas.”

O presidente do Politécnico da Guarda, Constantino Rei, consi-

Guarda

Robô que é bombeiro 6 O Instituto Politécnico da Guarda vai promover, no próximo dia 5 de Julho, mais uma edição do concurso Robô Bombeiro.

Trata-se de um concurso de robótica que põe à prova pequenos robôs móveis e autónomos com a missão de encontrar e apagar um incêndio, simulado por uma vela,

bre alunos polacos – que estão a estudar no Politécnico da Guarda – envolvidos no programa Erasmus.

Por outro lado, manifestou ainda a sua satisfação pela visita feita ao Laboratório de Engenharia Civil da Escola Superior de

Tecnologia e Gestão. Nesta escola fez uma apresentação sobre a sua universidade, através da qual pretendeu incentivar a mobilidade dos estudantes do Politécnico da Guarda para a Kielce University of Technology. K

derou que isto representa a concretização dos objetivos “sempre procurados desde o início: afirmar o IPG pela qualidade. Quando vemos que a acreditação é concedida por um período de cinco anos, é o reconhecimento externo, neste caso pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, de que o curso reúne todas as condições para poder funcionar e que tem qualidade mais do que suficiente, pois esta acreditação é pelo período máximo que pode ser conseguida”.

Segundo Constantino Rei, “isto dá todas as garantias aos agentes externos, aos alunos, à sociedade em geral de que, de facto, o curso de engenharia informática tem todas as condições para formar bons profissionais”. O Presidente do IPG realçou, ainda, “que não é apenas este curso de engenharia informática que recebeu esta acreditação, por um período tão alargado, mas também outros”. K

num modelo de uma casa formado por corredores e quartos.

De referir que, à semelhança dos anos anteriores, as atividades do Robô Bombeiro vão ter lugar no Pavilhão Municipal de São Miguel, na Guarda. Os interessados podem obter mais informações em http:// robobombeiro.ipg.pt. K

junho 2014 /// 013

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Residência mista

Gerir catástrofes em Beja 6 A Residência Mista de Estudantes II do Instituto Politécnico de Beja organizou uma ação demonstrativa e pedagógica a 12 de junho, que teve como objetivo consciencializar a comunidade académica e os colaboradores para situações de riscos coletivos em caso de catástrofe ou acidente grave.

Denominada Maslow 2014, a iniciativa as-

sociou a comunidade educativa e consistiu na realização de exercícios, à escala real, melhorando a capacidade de desenvolver procedimentos da gestão da emergência em trâmites escolares com impacto social, treinando também para procedimentos de alarme e alerta, de evacuação e reunião, bem como de encaminhamento. K

Inscrições abertas IPBeja H

Bibliotecas escolares

Encontro em Beja 6 Ler e Formar Leitores no século XXI – leitura e inclusão é o tema do II Encontro de Bibliotecas Escolares do Alentejo, que decorrerá, a 3 e 4 de julho, no auditório dos Serviços Comuns do Instituto Politécnico de Beja.

São destinatários privilegiados professores bibliotecários e equipas das bibliotecas escolares, órgãos de gestão e de coordenação pedagógica das escolas, professores/ educadores, técnicos das áreas da educação e cultura, pais, encarregados de educação e comunidade em geral.

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014 /// junho 2014

O evento conta com a organização da Coordenação Interconcelhia da Rede de Bibliotecas Escolares, do Instituto Politécnico de Beja e da Câmara Municipal de Beja - Biblioteca Municipal de Beja José Saramago.

Tem por objetivos analisar o contributo das bibliotecas e da formação leitora para o exercício de uma cidadania mais consciente, crítica e responsável, assim como evidenciar o papel educativo e formativo das bibliotecas e da leitura no contexto da organização, estratégias e objetivos curriculares das escolas e da melhoria das aprendizagens. K

Mestrados em Beja 6 As inscrições em cursos de mestrado e pós-graduações no Instituto Politécnico de Beja estão abertas até 30 de junho. Os mestrados são ministrados em áreas como Agronomia, Engenharia Alimentar, Engenharia do Ambiente, Atividade Física e Saúde Escolar, Educação Especial – área de especialização em Domínio Cognitivo e Motor, Psicogerontologia Comunitária, Engenharia de Segurança Informática e Segurança e Higiene no Trabalho. Decorrem também candidaturas à pós-graduação em Turismo Industrial, a decorrer em Sines, e estão previstas outras, em áreas como Animação e Gestão Cultural, Animação e Património, Contabilidade e Finanças e em Direito dos Contratos Públicos e Privados. K Publicidade

IPBeja H

Câmara atribui

Ouro para Portalegre 6 O Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) foi distinguido com a medalha de Mérito Municipal Grau Ouro, pela Câmara de Portalegre, numa sessão que assinalou o dia da cidade. Os serviços e a importância do IPP para a região e o distrito alentejano foram tidos em conta nesta atribuição.

Recorde-se que um estudo académico que mediu a influência do IPP na região, revelou que “o Politécnico tem um impacto de quase 10% da população ativa, e mais de quatro euros de retorno por cada euro que vem do Orçamento de Estado”.

Este estudo levou mesmo o presidente do IPP, Joaquim Mourato a referir ao Ensino Magazine que “cada vez que nós ouvimos dizer que vem menos dinheiro do Orçamento de Estado para o nosso instituto, teremos que multiplicar essa diminuição por quatro, e obtemos o valor que teremos a menos

na economia local”. O presidente do IPP dá o exemplo: “quando vem menos um milhão de euros do Orçamento de Estado para o Politécnico, significa que são menos quatro milhões de euros que vão ser distribuídos na economia local”.

Com o mesmo título foram distinguidos o árbitro de futebol Paulo Batista e os cidadãos Teresa Saporitti Machado, Alfredo Nunes e Florindo Madeira.

Já a medalha de Mérito Municipal Grau Prata foi atribuída ao Centro Popular de Trabalhadores de São Cristóvão, Centro Vicentino da Serra e à associação TEGUA. Na sessão solene evocativa da elevação de Portalegre a cidade, foram ainda agraciados, com a medalha de Bons Serviços Grau Ouro, os funcionários municipais José Armindo, António José Carita Castelo, Silvestre Belacorça e Maria Martinha Vicente. K

Portalegre

IPP com propinas baixas 6 O Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) decidiu manter o valor das propinas pelo terceiro ano consecutivo, atendendo à situação que o país atravessa e às “dificuldades” financeiras das famílias dos estudantes, revelou o presidente da instituição, Joaquim Mourato.

“A redução do rendimento disponível de cada agregado familiar e o aumento do desemprego têm sido também a causa do abandono escolar e da não inscrição

de muitos estudantes”, justificou o presidente do IPP, Joaquim Mourato, em declarações à agência Lusa.

Nesse sentido, o Conselho Geral do IPP decidiu manter o valor das propinas, no próximo ano letivo, e considerar o seu pagamento de forma “mais suave” para as famílias, com prestações mensais.

O IPP decidiu ainda “introduzir” o valor da propina para o mínimo quando um agregado familiar possua

mais do que um dos seus elementos inscritos.

“O primeiro paga a propina normal (900 euros) e o segundo e mais familiares pagam apenas a propina mínima (cerca de 500 euros)”, explicou.

Com esta medida, o IPP espera “manter e melhorar” as condições do pagamento, uma situação que a instituição considera “muito importante” hoje em dia.

“Nós queremos que, antes que comece o ano

letivo, todos os agregados familiares tenham também esta medida como incentivo para virem, renovar a inscrição em muitos casos, e que seja aplicada ao maior número de casos possível”, disse.

Com cerca de 2.500 alunos, o IPP é formado por quatro escolas: Escola Superior de Educação, Escola Superior de Enfermagem, Escola Superior de Tecnologia e Gestão e a Escola Superior Agrária de Elvas. K

Publicidade IPSantarém - Escola Agrária de Santarém H

Santarém

Agrária produz vinho 6 A Escola Superior Agrária de Santarém (ESAS/Instituto Politécnico de Santarém) apresentou o Polinómio, vinho que produz no âmbito de um projeto que visa permitir aos alunos que “aprendam fazendo”.

Com 10 hectares de vinha, depois do aumento com castas brancas (Arinto, Chardonnay e Sauvignon Blanc, que se juntaram à Fernão Pires), e dotada de uma adega, a ESAS proporciona aos alunos a possibilidade de contactarem de perto com todo o ciclo vegetativo da planta e com todo o processo de produção do vinho, disse à Lusa a enóloga

e professora Helena Mira.

Com uma produção anual de cerca de 13.000 litros, o vinho da ESAS tem vindo a ser vendido a granel, passando agora a ser comercializado em “Bag in Box” (embalagem que permite servir o vinho ao copo) e, assim que obtiver certificação da Comissão Vitivinícola Regional Tejo, em garrafas.

“Este é um parto que durou vários anos. Acho que podemos sentir-nos orgulhosos”, afirmou a enóloga. Além do vinho, a ESAS produz azeite e, num projeto empresarial desenvolvido por um antigo aluno, queijos. K

junho 2014 /// 015

América Latina

Ensino Magazine no México

6 O Ensino Magazine esteve presente no México, no âmbito da missão empresarial portuguesa, tendo sido estabelecido uma parceria informal com o projeto Cepa Gratia, liderado pela empresária Daniela Torres, e que tem por objetivo dar a conhecer vinhos de vários países em sessões onde a cultura está sempre presente.

O objetivo é educar para o consumo (num país que é o maior consumidor de coca cola do mundo), mas também dar a conhecer novos vinhos de diferentes países, como é o caso de Portugal.

O projeto “Diario de la Vid” acompanha as estações do ano e pretende desenvolver diferentes encontros culturais, podendo mesmo vir a ter o apoio da Embaixada Portuguesa no México.

A presença do diretor do Ensino Magazine, João Carrega, esteve inserida na missão empresarial promovida àquele país pela InovCluster, com sede em Castelo Branco, e surgiu no âmbito da Alimentaria, uma das maiores feiras dedicadas à alimentação da américa latina, a qual contou com um forte apoio da Câmara de Castelo Branco.

A missão empresarial ao México foi chefiada pelo próprio vice-presi-

Taiwan International Student Design

Aluna de Leiria distinguida 6 Eneida Tavares, estudante do 2º ano do Mestrado de Design de Produto da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR), do Instituto Politécnico de Leiria, foi distinguida na Taiwan International Student Design Competition 2013. O trabalho da estudante, sob a orientação do professor Sérgio Gonçalves, foi escolhido entre 802 trabalhos para a seleção final, na categoria de Product Design.

A criação Other phones foi finalista na edição de 2013, cujo tema principal era Sights and Sounds, que incentivava os participantes a sentir e explorar o mundo de forma sensorial, originando assim ideias mais criativas. Product Design, Visual Design, Digital Animation e Brand Specified foram as categorias a concurso que totalizaram 3800 candidaturas, de 553 escolas, localizadas em 37 países. K

Superior de Tecnologia de Abrantes

dente da Câmara de Castelo Branco, Arnaldo Brás, o que demonstra a forte aposta que a autarquia está a fazer neste setor. Além da presença no México, também a feira Alimentec, na Colômbia, foi visitada por um grupo de empresários liderado pela diretora do InovCluster, Cláudia Soares.

Luís Correia, presidente da Câmara albicastrense (que apoiou as empresas do concelho nesta participação), explica que os empresários “regressaram satisfeitos das duas feiras. Ficaram a conhecer melhor aqueles mercados e garantiram

contactos com entidades e produtores que agora devem ser trabalhados. Por isso, acreditamos que esta foi uma iniciativa positiva”.

A posição de Luís Correia é partilhada pelos empresários albicastrenses. De Castelo Branco viajaram para o México as empresas Maria Dias e Queijaria Almeida, às quais se juntaram a Beira Salgados, o Clube de Produtores do Fundão, as Caves Campelo, Quinta da Lixa, e Casa Agrícola Rui Batel. Na Colômbia estiveram as empresas AlbiSabores, Dayana e Quinta da Arrancada. K

O Olhar de Diogo Allen 6 Diogo Allen, aluno do curso de Vídeo e Cinema Documental do Instituto Politécnico de Tomar, foi o grande vencedor do prémio Primeiro Olhar 2014, com o filme Lazareto, filmado em Abrantes, no seio de um lugar habitado pela comunidade cigana. O filme apresenta um registo de espaços diversos, que vão sendo trabalhados por este talentoso jovem realizador.

Este é um prémio desejado há muito, sendo que a concurso estiveram as produções das

principais escolas do país, numa competição intensa. Trata-se da primeira vez que um aluno da ESTA-IPT vence esta competição, seguindo-se à menção honrosa que Pedro Almeida obteve no ano passado.

A melhoria dos meios de produção do curso e a candidatura aos apoios do Instituto de Cinema e Audiovisual abrem ainda melhores perspetivas para o desenvolvimento de projetos como estes. A internacionalização é o passo a seguir. K

memorialismo e apresenta-se-nos como uma obra difícil de contornar pelos investigadores da educação.

Ali está retratada toda a sociedade e a escola de um tempo em que as liberdades e a cidadania pouco valiam, onde o peso de uma

guerra colonial esmagava as jovens gerações, onde o currículo formal transmitia a ideologia dominante e o poder discricionário das pequenas autoridades e do Estado, onde a escola perpetuava as desigualdades sociais e onde o grupo de pares e o currículo oculto mantinham um papel determinante na formação do carácter dos jovens que haveriam de ajudar a fazer uma revolução.

Luís Souta dirige-se, claramente, à escola pública, onde trabalha a maioria dos nossos professores. A escola em que também é preciso que os docentes tenham tempo para ensinar e os alunos encontrem momentos para aprender.

Por tudo isso, as páginas que o autor nos revela na obra Fa(r)do Escolar, enquanto experiência única, porque pessoal e intransmissível, são também uma enorme lição de esperança e de educação para o futuro: porque relevam a capacidade e a possibilidade de sobrevivência e de resistência às adversidades que muitas vezes a vida coloca no caminho dos docentes, para que as vejam como um desafio, a superar. K

Politécnico de Setúbal

Souta lança novo livro

6 Integrado no 9º Encontro com Professores Escritores, Luís Souta, docente da ESE de Setúbal, lançou, no espaço desse Instituto Politécnico, a sua nova obra, Fa(r) do Escolar, numa cuidada edição das Edições ExLibris.

A apresentação do livro esteve a cargo de João Ruivo (que também o prefaciou) e de Agostinho Reis Monteiro, que relevaram o trabalho académico de Luís Souta e a importância da publicação no domínio das Ciências da Educação.

Luís Souta, migrante geográfico (natural de Belmonte) e académico, professor e investigador de primeira água, é homem da geração do Maio de 68, com tudo o que isso representa. No prefácio, João Ruivo realça que os seus textos, plasmados neste livro, pretensamente evocativos da memória da sua infância e juventude durante a ditadura de Salazar e Caetano, são muito mais do que isso. São textos com um profundo contexto e sentido ideológico, de crítica a um país e a uma escola elitistas, onde os retratos da pobreza, da seletivi-

016 /// junho 2014

dade, do autoritarismo arbitrário e do medo afloram em cada uma das suas narrativas, sempre com uma linguagem desprendida, simples, acessível, e fortemente motivadora da leitura e do leitor.

Há quem talvez lhes chamasse

relatos de “Histórias de Vida”, que os investigadores da sociologia e da história da educação por vezes privilegiam através da utilização do “método biográfico”. E, aqui, nesse restrito sentido académico, o livro de Luís Souta trespassa as portas do

Editorial

O poder simbólico dos professores 7 Com o lento passar do tempo e da memória colectiva, gerações após gerações os professores ajudaram a elaborar a imagem social de uma profissão de dádiva absoluta e incontestável entrega.

O poder simbólico da actividade docente leva a que os professores sintam sobre os seus ombros a utópica tarefa de mudar, para melhor, o mundo; de traçar os novos caminhos do futuro e de preparar todos e cada um para que aí, nesse desconhecido vindouro, venham a ser cidadãos de corpo inteiro e, simultaneamente, mulheres e homens felizes. É obra!

Ao mesmo tempo que a humanidade construiu uma sociedade altamente dependente de tecnologias dominadoras, transferiu da religião para a escola a ingénua crença de que o professor, por si só, pode miraculosamente desenvolver os eleitos, incluir os excluídos, saciar os insatisfeitos, motivar os desalentados e devolvê-los à sociedade, sãos e salvos, com certificação de qualidade

e garantia perpétua de actualização permanente.

O emergir da sociedade do conhecimento acentuou muitas assimetrias sociais. Cada vez é maior o fosso entre os que tudo têm e os que lutam para ter algum; entre os que participam e os que são marginalizados e impedidos de cooperar; entre os que protagonizam e os que se limitam a aplaudir; entre os literatos dos múltiplos códigos e os que nem têm acesso à informação.

E é este mundo de desigualdades que exige à escola e ao professor a tarefa alquimista de homogeneizar as diferenças.

Os professores podem e estão habituados a fazer muito e bem.

Têm sido os líderes das forças de sinergia que mantêm os sistemas sociais e económicos em equilíbrio dinâmico. São eles que, no silêncio de cada dia, e sem invocar méritos desnecessários, evitam que muitas famílias se disfuncionalizem, que as sociedades se desagreguem, que os estados se desestruturem, que as religiões se corroam.

Mas não podem fazer tudo.

Melhor diríamos: é injusto que se lhes peça que façam ainda mais.

Particularmente quando quem o solicita sabe, melhor que ninguém, que se falseia quando se tenta culpabilizar a escola e os professores pelos mais variados incumprimentos imputáveis à sistemática incompetência dos ministros, do demissionismo e laxismo das famílias, da sociedade e do próprio Estado tutelar. É bom que se repita: os professores, por mais que se deseje, infelizmente não têm esse poder extraordinário. Dizemos infelizmente porque, se por feitiço o tivessem, nunca tamanho domínio estaria em tão boas e competentes mãos.

E é precisamente porque nunca foram tocados por qualquer força sobrenatural que os professores, como qualquer outro profissional, também estão sujeitos à erosão das suas competências; que, como qualquer técnico altamente qualificado, eles também necessitam de actualização permanente. E é por

isso mesmo que os docentes reclamam uma avaliação justa do seu esforço profissional.

Todas as escolas preparam impreparados. Até as que formam professores. Sempre foi assim e, daí, nunca veio mal ao mundo. É a sequência e a consequência da evolução dialéctica das sociedades e das mentalidades.

Por isso, centrar a discussão no excesso de escolas e de professores, como se tal fosse estigma exclusivo desta classe e justificasse as perversas iniciativas ministeriais de despedimentos colectivos, traduz uma inqualificável atitude de desprezo da tutela pela verdade e pela busca de soluções credíveis e partilhadas.

Admitir que a escola pode resolver todos os problemas e contradições da sociedade, resulta em transformá-la em vítima evidente do seu próprio progresso.

Os docentes não podem solucionar a totalidade dos problemas com que se confrontam as sociedades contemporâneas, sobretudo se não

tiverem o incondicional apoio do Estado, das famílias e das instituições sociais que envolvem a comunidade escolar.

Os professores não têm o poder de operar prodígios. São profissionais, de corpo inteiro e altamente qualificados.

A nossa sociedade não se pode dar ao luxo de os deixar, parados, no desemprego, mesmo que encapotado.

No estádio de desenvolvimento de Portugal, face aos seus parceiros europeus, é preciso que se diga e repita todos os dias que não temos professores e escolas a mais.

Por tudo isso, por favor não os obriguem a ser mais do que são, ou nunca serão o que o futuro lhes exige que venham a ser. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue a nova ortografia _

primeira coluna

Internacionalizar a educação 7 Desde a primeira hora que o Ensino Magazine partilha e pratica a ideia de que o ensino não tem fronteiras. O mundo global e competitivo veio darnos razão nesta matéria e as lições dessa globalidade e competição são muitas. Tomemos o exemplo dos programas de mobilidade internacional de estudantes, docentes e funcionários, mas também aqueles que até permitem estágios em empresas no estrangeiro para os diplomados portugueses, ou ainda as estratégias de cooperação entre as instituições de ensino portuguesas com outras de países de diferentes continentes.

A qualificação dos ativos é

uma das maiores riquezas que um país pode querer alcançar.

A partilha de conhecimento pode apoiar a concretização desse objetivo. São conhecidas as dificuldades das instituições de ensino superior portuguesas, cuja qualidade dos cursos ministrados é reconhecida pela Agência de Avaliação e Acreditação. O mercado internacional é hoje visto como uma oportunidade para o estabelecimento de parcerias, para a captação de alunos estrangeiros (recentemente foi aprovado o estatuto do aluno internacional), ou para a exportação de conhecimento.

Hoje são muitas as universidades e politécnicos com

acordos importantes junto de instituições de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palop’s), da américa latina – com particular incidência com o Brasil, México e Colômbia, ou com a Ásia, onde a China assume um papel importante (a visita do Presidente da República Portuguesa àquele país veio reforçar isso mesmo).

O Ensino Magazine tem sabido acompanhar toda esta dinâmica. Em Portugal chega a todas as escolas básicas, secundárias e aos estabelecimentos de ensino superior portugueses, com uma distribuição gratuita que nos meses de verão chega também às praias, piscinas, festivais de músi-

ca, postos de juventude, hotéis e parques de campismo. Numa altura em que as famílias e os jovens têm que escolher o seu futuro, o Ensino Magazine é uma das ferramentas utilizadas para os apoiar nessa decisão.

Em Espanha, chegamos às universidades localizadas na raia, nos Palop’s estamos presentes nas escolas e universidades (com protocolos já assinados com a Universidade Eduardo Mondlane e Escola Portuguesa de Maputo), e na América Latina aproximámo-nos ao México (só a Universidade da Cidade do México tem meio milhão de alunos). É esta diversidade que queremos manter e implementar. O

Ensino Magazine é também por isso uma publicação do mundo, sem fronteiras, produzida a pensar nos nossos leitores que mensalmente leem a edição impressa e que diariamente consultam o nosso portal na internet, em www.ensino.eu. A todos votos de boas leituras. K João Carrega _ carrega@rvj.pt

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junho 2014 /// 017

crónica salamanca

Intelectuales y Vida Pública en la Hora Presente 6 Dos circunstancias del día nos invitan a pensar sobre el peso y posición de los intelectuales (casi por extensión, universitarios de relevancia reconocida) en la vida pública y sus problemas: con sus graves crisis económicas y sociales, desajustes, denuncias de corrupción de muchos políticos, terribles dramas derivados de procesos migratorios nunca bien atendidos, incautaciones de viviendas por las entidades financieras a familias humildes incapaces de atender los pagos hipotecarios, fuerte disminución de los fondos destinados a investigación, agresión permanente a la universidad y la escuela pública (además de la sanidad, prestaciones y servicios sociales de los trabajadores), agresión frontal al principio de la justicia universal y otros muchos asuntos que bien podrían llenar varias páginas, en su pura enumeración.

La primera de las situaciones tiene que ver con la celebración de las elecciones al Parlamento de la Unión Europea. La segunda nos remite a Italia y a uno de los pensadores que mejores análisis y propuestas formuló en su día sobre el papel de los intelectuales en la vida pública, Gramsci.

Los resultados tan desiguales que han ofrecido las elecciones al Parlamento Europeo en los diferentes paises, casi siempre explicables desde los contextos particulares más que desde la política de la Unión Europea (en desafecto permanente por la imagen distante , fria y burocrática que transmite a los ciudadanos), invitan a reflexionar sobre muchos posibles asuntos y conductas. Una de ellas tiene que ver con el compromiso (o la ausencia del mismo) que Publicidade

vienen adoptando diferentes intelectuales hacia las políticas caseras y hacia las de Bruselas, que tanto dolor y desafecto vienen suscitando a la mayoría de los ciudadanos, y desde luego a las políticas de la ciencia y a las posibilidades de avance de la educación superior.

El programa tan neoliberal que en materia social, educativa y científica viene implantando la Comisión Europea, los burócratas impasibles de Bruselas, además de la afrenta permanente de perfil neocapitalista y de un liberalismo duro en políticas agrarias y medioambientales, apenas empieza a ser contestado por los intelectuales. Da la impresión de que muchos andan vendidos al sistema neoliberal que propugna hoy la Unión Europea , se conforman al mismo, y renuncian a aquella vieja demanda modernizadora que representaba hace años Europa, en especial para los países mediterráneos, para la Europa del Sur. No obstante, algunos intelectuales activos de nuestro presente, como por ejemplo Santos Juliá, prestigioso historiador emérito, hace pocos días escribía un memorable artículo que titulaba “España era el problema, Europa la solución”. Allí deja constancia de la conocida tesis de Ortega y Gasset, de hace aproximadamente un siglo, quien defendía que modernizar España pasaba por adscribirse a Europa. Pero S. Juliá continúa reflexionando sobre el miserable presente modernizador de la Europa actual, y de la miseria social , científica y cultural en que está convirtiendo los pueblos de Europa una política neoliberal de la actual Comisión Europea y el Banco Central Europeo.

Europa sigue siendo una aspiración para muchos ciudadanos

(las posiciones más reaccionarias dicen que no, claro está), defensores de los grandes valores de la igual, justicia, libertad, pero es cierto que muchos intelectuales parecen haberse olvidado de estas incuestionables pero imprescindibles señas europeas de identidad. El ascenso de partidos ultra conservadores y filonazis de varios países debiera representar un revulsivo para intelectuales conformistas y condescendientes con este tipo de poder complaciente con el desprecio a ideales originarios de la Unión Europea.

El intelectual de ninguna forma puede permanecer al margen del compromiso con los graves problemas que se plantea y vive la sociedad que está en su entorno. De ello también ha escrito con brillantez el sociólogo francés Pierre Bourdieu hace pocos años.

Al filo de esta circunstancia, próximamente va a celebrarse en la Facultad de Educación de nuestra Universidad el Congreso Internacional Iberoamericano, VI Conversaciones Pedagógicas de Salamanca, precisamente sobre “Influencias italianas en la educación española e iberoamericana”. Entre otras muchas temáticas que han aflorado rescatamos aquí la presencia y significado histórico de Antonio Gramsci, uno de los teóricos más brillantes del marxismo contemporáneo, quien hace años escribió páginas muy lúcidas sobre el papel de los intelectuales en la política italiana y europea, también iberoamericana. Frente al concepto entonces clásico y tradicional de la clase trabajadora (hoy anacrónico, sin duda), Gramsci se erige en uno de los primeros defensores del protagonismo y presencia de los intelectuales, los trabajadores de

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redação, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef.: 272 324 645 Fax: 210 112 063 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Diretor Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Diretor João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt

la inteligencia en los procesos de construcción de una sociedad más culta, solidaria y socialista.

Lo que significaba, como la historia posterior ha demostrado en muchos países impulsores de democracia y solidaridad, que estudiantes, profesores, académicos e intelectuales debían encontrar un espacio adecuado de expresión de sus intereses, para compartirlos con el conjunto de la clase trabajadoras. ¿Gramsci tiene alguna actualidad entre nosotros? Seguramente sí, una vez comprobado el acomodo que vive la clase política (con la anuencia de ciertos académicos, economistas y catedráticos de tono ideológico monocorde), y estaría muy bien difundir algunas de sus posiciones, con la ingenua pretensión de que pudieran erigirse en revulsivo e interlocución de propuestas mucho más lúcidas y solidarias que las que hoy circulan por Europa, tan sometida de nuevo al yugo alemán, ahora por otras vías diferentes a las que utilizaba en la primera mitad del siglo XX, que por fortuna fracasaron. Se impone la bandera de la libertad real y la justicia solidaria. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael.

Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Rogério Ribeiro Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, António Reis, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Eugénia Sousa, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras, Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora), Tiago Carvalho e Valter Lemos.

Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (acionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco

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Um Projeto de Formação de Professores para o Património Cultural Subaquático

O Mar é o maior museu do mundo 6 O Centro de Formação Dr. Rui Grácio e a Comissão Nacional da Unesco desenvolvem, de momento, um projeto de formação de professores dedicado à divulgação e aplicação do Kit Educativo - Património Cultural Subaquático da UNESCO. Desenvolvimento de Estratégias Lúdico-Pedagógicas para a Preservação do Património Cultural Subaquático O projeto teve início em fevereiro de 2014, realizando sessões de formação com vários especialistas e implementando projetos pedagógicos em várias escolas de Lagos, Vila do Bispo, Mexilhoeira, Portimão e Albufeira.

Foi criada uma plataforma de e-learning, através da qual os professores podem aceder a toda a documentação científica e pedagógica do projecto, participar em fóruns de discussão, propor temas de reflexão e partilhar materiais educativos. Foram convidados a participar, nesta plataforma, os professores de uma escola de Cidade Velha (Cabo Verde), pertencente à rede de escolas associadas da Unesco.

Projetos Pedagógicos Salientamos a criatividade dos projetos pedagógicos implemen-

Facebook - CFAERuiGracio H

tados nas escolas, em diferentes disciplinas: História, Geografia, Português, Educação Visual, Educação Tecnológica, Matemática e Ciências da Natureza, Biologia e Geologia, 1.º ciclo e Educação Especial: - O Mar, o Mundo – Criação de uma canção colectiva; História colectiva com uma mascote do PCS; - Dominó “O Mar é o Maior Museu do Mundo” – Construção de um jogo didáctico de dominó, com reciclagem de materiais, envolvendo imagens e conceitos do Património Cultural Subaquático; - Os Mares da minha Cidade - Instalação artística (dança, ex-

pressão dramática, audiovisual); - Os Cavaleiros do Mar - Dramatização com vista à sensibilização da comunidade educativa sobre a defesa do PCS; - Os Piratii – Pinturas de polvos guerreiros multicolores, com defesas em cada um dos oito braços, guardiões do Património Cultural e Natural Subaquático, que invadem as paredes da escola e se reproduzem em serigrafia, t-shirts e outros materiais; - Mural sobre Lagos emersa e submersa – Execução de uma pintura mural colectiva, na escola; - Clube da Natureza e Aventura descobre o PCS – Atividades de

mergulho com alunos e exploração do PCS em Lagos; - Era uma vez uma Caravela que adormeceu no fundo do Mar – Elaboração de um livro tridimensional interativo, com desenhos e textos sobre a história de uma caravela quinhentista – da vida a bordo ao naufrágio; - A Biodiversidade no Cenário do Património Cultural Subaquático Local – Exploração da biodiversidade em barcos afundados; Exploração do PCS na Baleeira (Sagres); Construção de jogos pedagógicos e PowerPoint de sensibilização; - Os Segredos do Mar na Literatura e no Património – Construção de jogos didácticos, exploração de lendas, contos, “Os Lusíadas” e outros textos, em articulação com o PCS; - Sombras de Liberdade – Produção de um teatro de sombras chinesas sobre Direitos Humanos, abordando o naufrágio de uma embarcação na Rota dos Escravos; - Náutica e Naufrágios dos Descobrimentos Portugueses – Estudo das embarcações e construção de modelos de barcos; exploração do naufrágio de Bartolomeu Dias e o Cabo das Tormentas; Criação de PowerPoints e jogos pedagógicos;

- Se os Fantasmas Falassem…

– Redacção coletiva de um conto fantástico, dando expressão a várias personagens que são fantasmas de uma caravela naufragada; - Jogo de Envelopes do Património Cultural Subaquático – Construção de um jogo de pergunta/resposta com imagens, colagens, pintura sobre fotografia, a partir de pesquisas e leituras do KIT Educativo sobre PCS da Unesco; - O Património natural e cultural subaquático na Ria de Alvor – Projecto pedagógico de pesquisa sobre o património.

Disseminação Está prevista a realização de um seminário final em Lagos e na Cidade Velha, no próximo ano lectivo, para disseminação das experiências pedagógicas e de formação de professores, uma organização conjunta do Centro de Formação Rui Grácio, da Comissão Nacional da Unesco e de outros parceiros institucionais de Portugal e Cabo-Verde. K Ana Cristina Madeira _ (Centro de Formação Rui Grácio, Lagos) Site: http://centroruigracio.esjd.pt/ Facebook: https://www.facebook.com/ CFAERuiGracio

CRÓNICA

Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Continuando con las reflexiones de mi carta anterior, en que señalaba que otro de los hitos del debate de la figura y papel del docente es el problema del salario de los profesores.

Creo que tenemos que partir de una realidad tan “intangible” como digna de la más alta consideración: el salario de los profesores nunca será suficiente.

No lo digo por demagogia, sino por convencimiento pleno.

A los profesores nunca se les pagará suficientemente su dedicación y contribución al desarrollo y al futuro de todos los alumnos que reciben su influencia y su actividad educadora a lo largo de su vida profesional. Una de las razones que avala esto es que, el educador auténtico, nunca se “desenchufa” de la preocupación por sus alumnos, tanto cuando está actuando directamente con ellos como cuando no los tiene físicamente presentes, porque los tiene emocional y cognitivamente

presente en todos los momentos de su vida.

Creo que no hay ninguna otra profesión en la que el profesional vive única, exclusiva y continuamente para el objeto de su intervención. Posiblemente no sea éste el caso de algunos empresarios, que también están durante todo su tiempo en “dedicación exclusiva”. Pero la diferencia entre el educador y el empresario es suficientemente clara: mientras el educador vive y piensa para los otros, es decir, desde una perspectiva altruista, el empresario vive y piensa para sí mismo, o sea, desde una perspectiva egocéntrica; mientras el educador sabe que en su profesión nunca se hará rico (ni le importa) porque dedica todos sus esfuerzos a promover el desarrollo de sus alumnos, el empresario busca única y exclusivamente hacerse rico, aun a costa de las personas a las que ha contratado.

Como bien sabemos, el altruismo no es pagado con dinero.

No habría dinero suficiente en el mundo para pagar los servicios de los educadores. Pero, en realidad, ésa es la riqueza que buscan y disfrutan los profesores.

Por eso, si hay alguna profesión limítrofe con la utopía, ésa es, sin duda, la profesión de educador.

Yo diría más aún, concretando esta idea de la utopía: no se puede ser buen educador si no se está en “permanente estado de utopía”.

De hecho, los grandes educadores (recuerda los que más te gusten, desde Comenius hasta Paulo Freire, pasando por todos aquellos que hicieron propuestas estructuradas hace más de medio siglo –la nueva escuela, la escuela activa, etc.-, e incluso los fundadores de las Órdenes Religiosas dedicadas prioritariamente a la educación) fueron personas “integradas” en la utopía. Tan es así que sus sucesores, por regla general, no consiguieron mantener las ideas de aquellos que admiraron simplemente porque,

a mi entender, no participaron de su espíritu de utopía.

Me preguntarás: ¿y los profesores de los países que tienen altas puntuaciones en el informe PISA están “integrados” en la utopía?

Más allá de la validez de las conclusiones del informe PISA, que yo no voy a cuestionar, hay un hecho relevante: creo que en esos países se impulsa la figura del “profesor”, lo que, por sí solo, supone una integración de la utopía en la mentalidad de su sociedad, porque el rol del profesorado no difiere, en realidad, entre los países, pues es universal; lo que difiere es el tratamiento que cada país da o reconoce al rol de sus profesores. Eso es lo que, a mi entender, marca la diferencia.

Perdona si mi discurso y mi reflexión se ha vuelto, esta vez, más “filosófico” que de costumbre. Pero quiero que entiendas que hay muchas personas, entre las que me incluyo, que siempre

son, o han/hemos sido, utópicos en nuestros planteamientos acerca de la educación. Es un convencimiento que siempre hemos tenido, aunque no hayamos logrado, la mayoría de las veces (por no decir nunca), que se escucharan nuestras propuestas que siempre han surgido de nuestra lectura de las necesidades reales de nuestros alumnos.

Por hoy basta. Gracias por tu comprensión.

Hasta la próxima, como siempre, salud y felicidad. K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com

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Ministério lança portal

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Escolhe aqui o teu curso 6 O Portal Infocursos, uma plataforma eletrónica destinada a ajudar os alunos na escolha do curso superior depois de terminado o ensino secundário, está disponível desde o passado dia 19 de junho, anunciou o Ministério da Educação.

“Trata-se de uma plataforma online, desenvolvida pela Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência e pela Direção Geral do Ensino Superior, que permite aos candidatos ao ensino superior, e ao público em geral terem acesso a informação relevante para escolherem melhor a formação”, afirma o Ministério da Educação e Ciência (MEC).

O portal reúne informação sobre todos os cursos

Rita Ruivo

Psicóloga Clínica (Novas Terapias) Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)

EspaçoPsi - Psicologia Clínica de licenciatura e mestrado integrado ministrados em Portugal e registados na Direção-Geral do Ensino Superior até 31 de dezembro de 2013.

A plataforma apresenta dados caracterizadores de cada curso em termos do concurso nacional de acesso ao ensino superior e reúne, de forma gráfica “e fácil de interpretar”, vários indicadores estatísticos, en-

tre os quais se destacam a distribuição dos estudantes consoante as vias de ingresso no curso, o percentil médio dos estudantes à entrada do curso, em termos de notas nas provas de ingresso, as taxas de abandono, transferência e continuidade dos alunos no curso um ano após a sua primeira matrícula.

“Mostra também a distribuição dos alunos por

sexo e idades, a distribuição das classificações finais à saída do curso e a relação entre o número de inscritos como desempregados nos centros de emprego, com base nos registos no Instituto do Emprego e Formação Profissional, e o número de diplomados, curso a curso, entre outros parâmetros”, adiantou o MEC, em comunicado. K

Cidade de Castelo Branco

Escola nos 10 anos do Rock in Rio 6 A Escola Cidade de Castelo Branco, do Agrupamento de Escolas Nuno Álvares, participou, no passado dia 31 de maio, nas comemorações dos 10 anos de Rock in Rio em Portugal.

A participação naquele que é um dos maiores festivais de música do mundo, resulta do facto da escola albicastrense ter ganho, em 2010, o concurso Rock in Rio Escola Solar.

Nos 10 anos do festival, a organização decidiu convidar a Escola Cidade de Castelo Branco, como reconhecimento do trabalho

desenvolvido. O projecto vencedor foi desenvolvido no Clube de Ciências pela

docente Florinda Batista, e teve como parceiros a Câmara Municipal de Cas-

Av. Maria da Conceição, 49 r/c B 2775-605 Carcavelos Telf.: 966 576 123 E-Mail: psicologia@rvj.pt “Quantas vezes, para mudar a vida, precisamos da vida inteira. Pensamos tanto, tomamos balanço e hesitamos, depois voltamos ao princípio, tornamos a pensar e a pensar, deslocamo-nos nas calhas do tempo com um movimento circular (…). Outras vezes uma palavra é quanto basta.”

José Saramago, “Jangada de Pedra”

telo Branco, o semanário Reconquista, jornal Ensino Magazine, RVJ – Editores e a Edutopia.

O projecto permitiu a instalação, por parte do Rock in Rio - Escola Solar de vários painéis solares naquela escola. Nos 10 anos do Rock in Rio, a Escola Cidade de Castelo Branco foi representada pelos docentes Florinda Batista, Alda Sanches, Teresa Condeixa, António Conceição, Saúde Machado, António Mateus, Amália Moreira, Cecília Missa, João Paulo Leitão e Manuela Rua. K

Agr. Tomaz Ribeiro, Tondela

Projeto com logótipo 6 O logótipo para o projeto “Renascer das Cinzas”, vencedor do Prémio Escolar Montepio 2013, já está escolhido, após a conclusão de um concurso em que participaram 79 concorrentes entre alunos, professores e assistentes operacionais do Agrupamento de Escolas Tomaz Ribeiro, de Tondela.

O projeto encontra-se

020 /// junho 2014

em fase de implementação e envolve todas as escolas do agrupamento, tendo como objetivo contribuir

para o planeamento do território e a recuperação do coberto vegetal e da floresta, em consequência da destruição do grande incêndio ocorrido na Serra do Caramulo, no último verão.

Entre as propostas apresentadas foram escolhidos, por unanimidade, os três vencedores: 1.º João Paulo Lemos da Fonseca, 2.º Va-

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nessa Sofia Pereira Bandeira, 12.º F e 3.º Catarina Santos Rodrigues, 11.º G. O júri decidiu atribuir três menções honrosas a três trabalhos de grupo: Mariana Viegas, Mariana Gomes e Lúcia Marques do 6.º D; Mariana Santos e Inês Ferreira do 6.º A; Beatriz Viana, Filipa Anau e Lara Fernandes do 6.º A. K

De 4 a 6 de julho em Castelo Branco

Xutos & Pontapés na Bienal 6 A IV edição de Bienal do Azeite vai juntar em Castelo Branco mais de 70 mil pessoas.

Nos três dias do evento estarão presentes produtores de todo o país. O grupo Xutos & Pontapés atuará dia 5 de julho.

O certame reúne as cinco regiões portuguesas de Denominação de Origem Protegida. Para além da componente mais relacionada com o setor (através da realização de provas comentadas e de conferências), o certame tem associados uma área de venda de produtos locais, atividades desportivas e claro está muita animação.

Um dos motivos de atração será a atuação do grupo Xutos & Pontapés, que está a assinalar os 35 anos de carreira e que dará um concerto (gratuito) no anfiteatro natural da Devesa. Um dia antes será feito um arraial popular, também no mesmo local, e durante os dias da feira haverá uma presença constante do grupo de teatro Chapitô.

Luís Correia, presidente da Câmara de Castelo Branco, explica que a “Bienal se integra na estratégia que a autarquia está a implementar para o setor agroalimentar e de promoção dos produtos locais”.

A Bienal será inaugurada pelo secretário de Estado da Alimentação e de Investigação

Facebook Oficial Xutos & Pontapés H

Agroalimentar, Nuno Vieira de Brito. Uma presença destacada por Luís Correia. “Temos trabalhado muito naquilo que é a nossa estratégia para este setor, pelo que a sua presença é importante”, disse. O autarca reforçou a importância do Centro Tecnológico Agroalimentar, criado pela Câmara de Castelo Branco, o qual “tem sido importante para apoiar os produtores e para promover a inovação”.

O InovCluster e a Central Meleira são outras estruturas sublinhadas pelo presidente, as quais fazem parte da estratégia que está a ser seguida. Luís Correia adianta que o importante “é abrirmos avenidas para que os nossos produtores possam desenvolver-se. Tem sido uma forte aposta nesta área e há muitos produtores que estão a aproveitar aquilo que temos feito”.

A edição deste ano da Bienal do Azeite surge numa altura em que pela primeira vez, desde os anos 60, Portugal foi autossuficiente na produção de azeite, com as 76,2 mil toneladas produzidas na campanha de 2013/14. Um facto que o presidente da Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI), João Pereira, considera histórico. K

Feira medieval juntou milhares de pessoas

Espírito templário no castelo 6 Os Dias Templários de Castelo Branco levaram, entre 12 e 15 de junho, várias dezenas de milhares de pessoas ao castelo da cidade. A iniciativa veio, no entender do presidente da Câmara, Luís Correia, “reforçar a imagem de Castelo Branco enquanto cidade templária”.

Castelo Branco foi durante cerca de 100 anos a capital templária em Portugal e esse espírito esteve bem presente na feira medieval.

Com muita animação, mercado de artesãos, espetáculos de teatro, fogo, música, falcoaria e um assalto ao castelo (repetido em duas noites), a feira Dias Templários de Castelo Branco voltou a assumir-se como um dos principais eventos que decorrem anualmente na cidade, recebendo visitantes de todo o país e também de Espanha. E para facilitar a ida até ao castelo, houve transportes gratuitos a partir do centro da cidade.

A iniciativa, à semelhança de anos anteriores teve a organização da Câmara de Castelo Branco, ACICB - Associação Empresarial da Beira Baixa, Outrem - Associação de Defesa do Am-

biente e Património e da Junta de Freguesia, tendo contado com os apoios do Instituto da Juventude, RVJ - Editores, Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa e Serviços Municipaliza-

dos de Castelo Branco.

A própria Comenda Templária de Castelo Branco também se associou ao evento, com a realização de um colóquio na Igreja de Santa Maria do Castelo, sobre

a importância dos templários na região. Para além do muito público, marcaram presença as Comendas das Idanhas e de Castelo Novo, bem como um elemento do Grande Priorado. K

junho 2014 /// 021

Tiago Bettencourt em entrevista

De volta ao princípio 6 Foi há cerca de 10 anos que Tiago Bettencourt e os Toranja surpreenderam o panorama musical português com a sua primeira aventura em estúdio. Hoje uma das principais figuras da canção em Portugal, o músico de 34 anos acaba de lançar novo álbum a solo.

Regressa com «Do Princípio» e pede que o ouçamos como se fosse a primeira vez.

Decidiu chamar ao novo álbum «Do Princípio». Como surgiu o título?

«Do Princípio» é uma expressão que não me sai da cabeça desde que gravei um álbum chamado «Tiago na Toca e Os Poetas» [em 2011]. Nesse álbum a Dalila Carmo declama um poema de António Ramos Rosa, mas teve de o gravar duas vezes.

Entre a primeira vez e a segunda vez, ela dizia «do princípio» e eu apercebi-me da beleza dessa expressão. Quando alguém usa a expressão «do princípio», a pessoa que a ouve faz reset. Era o nome indicado para o primeiro álbum de originais a seguir ao «Acústico» [editado em 2012], onde tínhamos tocado versões acústicas do melhor destes 10 anos de carreira.

O novo trabalho apresenta algumas diferenças no que toca à produção. O Tiago fez todo o trabalho de composição, mas assina também a produção do registo.

Sim, acabei por produzir o álbum. Foi uma aventura onde tive de colocar em

022 /// junho 2014

prática todos os conhecimentos que tenho vindo a adquirir durante estes anos de discos e de colaborações. No entanto, não foi um trabalho que tenha feito sozinho. Tenho muita gente que trabalha comigo, desde a minha banda ao Artur David, que gravou e misturou o álbum, e ao meu agente.

São pessoas em quem confio e a quem fui pedindo sempre opinião e direção, embora a decisão final fosse minha.

De salientar neste trabalho a participação de vários convidados especiais. Como surgiram as colaborações?

Os convidados surgiram da maneira mais natural possível. Em «Sol de Março», onde participa o Mário Laginha, estávamos a ensaiar a música e eu percebi que, a certa altura, tinha de entrar um piano que levasse a canção até ao fim. O arranjo de piano tinha de ter muita personalidade e a primeira pessoa de que me lembrei foi o Mário Laginha. Ele aceitou o convite e fez um take maravilhoso de improviso. A participação do [maestro brasileiro] Jaques Morelenbaum foi ideia do meu agente, João Pedro Ruela, que considerou que o tema-título precisava de uma orquestração. O Jaques Morelenbaum aceitou e enviou-nos a música com uma orquestração magnífica gravada no Rio de Janeiro. Quanto ao Fred Ferreira, que é baterista dos Buraka Som Sistema e um dos compositores dos Orelha Negra, já o co-

nheço há muitos anos. Fazia todo o sentido convidá-lo para participar. Foi em três músicas: «Morena», «Maria» e «Ameaça».

Outro dos músicos convidados é Kid Gomez, na componente eletrónica. O Tiago quis explorar as mais recentes tecnologias?

Sim, o Kid Gomez faz atualmente parte da banda. Nestes últimos anos tenho comprado uns gadgetzinhos e comecei a tentar perceber um bocadinho do processo da música eletrónica, que é completamente diferente daquele que normalmente uso. É um processo muito mais cerebral, acho que nunca vou enveredar por aí a 100%.

Mas tem soluções muito práticas para conseguirmos atingir determinados sons. Por isso, sobretudo na pós-produção, usámos a componente eletrónica com a ajuda do Kid Gomez nos loops e samples e ainda do Daniel Lima nos teclados e nos sintetizadores. Para nos ajudar a recriar o disco ao vivo, convidámos o Kid Gomez para se juntar a nós nos concertos.

«Do Princípio» acaba de chegar às lojas, mas antes foram lançados dois singles, «Aquilo Que Eu Não Fiz» e «Morena». Está satisfeito com a reação a esse dois temas e o airplay alcançado nas rádios?

Estou. Acho que têm sido muito acarinhados, tanto um single com o outro. São dois temas muito diferentes, por isso, tem

sido muito engraçado ver a abertura das pessoas para aceitarem o que vier. No texto de lançamento do álbum escrevi sobre isso. Pedi que me ouvissem como se fosse a primeira vez. É bom perceber que as pessoas que me ouvem aceitam uma música como o «Aquilo Que Eu Não Fiz» e aceitam uma música como o «Morena», entendendo a razão de eu falar de duas coisas completamente diferentes no mesmo álbum.

Este disco atingiu o top do iTunes. É outro facto que o deixa satisfeito?

Sim. Para ser honesto, atingir o top do iTunes não requer um grande número de vendas. Aliás, quando soube os números fiquei um bocado desiludido, porque realmente as pessoas deixaram de comprar discos. Optam pelos downloads gratuitos. Há pouca consciência de que o artista precisa que os álbuns sejam vendidos, no fundo para poder gravar novos trabalhos. Fico muito contente por estar no top, mas o top não quer dizer que andamos a vender milhões de discos. A Internet trouxe coisas muito boas, ao permitir que uma pessoa ouça a minha música em qualquer lugar do mundo, mas por outro lado veio trazer esta displicência. É quase insultuosa a ideia de pagar para ouvir música. Há uma geração que nem sequer equaciona isso. ;

No que se refere a serviços de streaming como o Spotify, considera que essas plataformas compensam financeiramente os artistas?

Não tenho a noção se em termos financeiros resulta. Sei que é uma solução que o mercado está a tentar abraçar e a tentar perceber de que maneira pode compensar a gigantesca crise discográfica, que existe há muito mais tempo do que a crise financeira. Ainda está tudo num período de experiência. Sei que há muita gente, como o Tom Yorke dos Radiohead, que é assumidamente contra o Spotify porque não paga direitos suficientes. Eu não estou muito por dentro do assunto, mas acho que é uma plataforma muito útil, pelo menos para mim como ouvinte. Posso ouvir a música que quero e, quando gosto dela, compro os álbuns. Gosto de sentir o trabalho que o artista dedicou a toda a parte gráfica.

Regressando ao «Do Principio», e comparando-o aos discos anteriores, que diferenças pode apontar no seu trabalho como compositor?

Só consigo apontar diferenças objetivas.

Não tenho distância para perceber o que tenho de diferente, ou seja, o que uma pessoa que me acompanha ouve de diferente neste álbum. Posso dizer o que o processo foi um bocadinho diferente do habitual, no sentido em que a pós-produção teve a tal fase de trabalho mais cerebral em termos eletrónicos. Mexemos mais nos sons e nos efeitos. Sinto também que a minha maneira de escrever está um bocadinho mais direta.

O resto terão de ser as pessoas que conhecem o meu trabalho a dizer o resto.

Depois do início com os Toranja, surgiu a aventura a solo e acompanhado de grupos como os Mantha. Passada cerca de uma década de carreira, está satisfeito com os objetivos alcançados?

Acho que sim. Tive uma sorte engraçada.

Vejo muita gente da minha idade a lançar agora os primeiros álbuns, já muito bem construídos. E começo a aperceber-me que toda a minha evolução foi pública. Quando lancei o meu primeiro álbum não sabia nada de nada. Fazia umas músicas muito inocentes e tive a sorte das pessoas gostarem, o que me deu a oportunidade de gravar mais álbuns. Por isso, acho muito engraçado ter tido a oportunidade de registar toda a minha evolução na música. Sinto-me um sortudo por estar na posição em que estou. Tenho a agradecer às pessoas que me ouvem.

Nos próximos tempos, andará por Portugal a apresentar o novo álbum. Está com muita vontade de o mostrar ao vivo e a cores?

Sim. O maior prazer que temos enquanto músicos é poder partilhar ao vivo um novo trabalho. Por isso, vamos esperar que haja muitos concertos. Só o futuro o dirá. Para já, tem havido uma reação muito positiva ao álbum. K Entrevista: Hugo Rafael _ Texto: Tiago Carvalho _ Direitos Reservados H

gente e livros

Edmond Rostand 7 «Roxane: E parece…nas frases hesitais. Porquê?

Cyrano: (falando a meia voz, como Christian): É que anoitece e tacteiam no escuro até ao vosso ouvido.

Roxane: Dificuldades assim as minhas não têm tido.

Cyrano: Acham logo o caminho? Oh! Isso é evidente, pois ao meu coração chegam directamente; tendes pequena a orelha, eu, grande o coração, e as vossas a descer bem mais depressa vão! As minhas a subir, senhora, levam mais!

Roxane: De subirem melhor agora dão sinais.

Cyrano: Pois ginástica assim no hábito as ajude!

Roxane: Deveras eu vos falo aqui desta altitude!

Cyrano: E havíeis de matar-me, acaso dessa altura no meu peito caísse uma palavra dura!»

In Cyrano de Bergerac Edmond Eugène Alexis Rostand, poeta e dramaturgo francês, mais conhecido pela obra Cyrano de Bergerac, nasceu a 1 de Abril de 1868 em Marselha e morreu em Paris, 2 de Dezembro de 1918. Proveniente de uma família provençal culta e abastada, Edmond era descendente do perfeito de Marselha, Alexis Rostand Joseph (1769-1854) e filho do economista Eugéne Rostand.

Formado em Direito em Paris, Edmond Rostand nunca exerceu a profissão. Frequentador dos serões literários foi aí que conheceu o grande amor da sua vida, a poetisa Rosemonde Etiennette Gérard, também escritora e autora do livro “As Flautas”, com quem casou em 1890. Viveu 22 anos em Luchan, onde escreveu as primeiras obras. Em 1888 escreve O Livro Vermelho. Seguem-se as obras Os Dois Pierrôs (1893) e Os Românticos (1894), este último encenado pela comédie- Fraçaise.

A estreia da peça Cyrano de Bergerac (1897), no Theatre de la Porte-Saint- Martin foi um sucesso que tornou o seu autor conhecido do público. A comédia heroica em cinco actos é inspirada na vida do poeta e Filósofo Cyrano de Bergerac, - personalidade forte e controversa que questionava as personalidades intelectuais da sua época - alcança uma glória imediata. Com 33 anos, Edmond Rostand é nomeado para a Academia Francesa tornando-se assim o

seu mais jovem membro.

O Romantismo das suas obras vai recuperar o drama em verso. Algumas delas, como por exemplo La Samaritaine ou La princeses Loitaine, são escritas de propósito para Sarah Bernhardt, a maior actriz da época Após vários anos retirado para tratar uma doença pulmonar, regressa aos palcos em 1910 com a peça Chantecler, a história de um galo que acreditava que era o seu cantar que fazia nascer o dia.

Os críticos não lhe perdoaram por as obras que se seguiram a Cyrano de Bergerac não estarem à altura desta. A Última Noite de Don Juan foi a última peça de Rostand mas ficou incompleta.

A peça estreou postumamente em Paris, em 1918.

Cyrano de Bergerac. Cyrano de Bergerac, herói romântico de inquestionável nobreza e caracter incorruptível, é o protagonista de uma das mais galantes e sensíveis histórias de amor de todos os tempos. Exímio espadachim e escritor de talento, bate-se pela espada e pela pluma derrotando os que ousam fazer alusões ao seu enorme nariz. Apaixonado pela prima Roxane, ao saber que esta gosta de Christian, um cadete gascão, retira as suas pretensões à mão da prima e vai ajudá-lo a conquistar Roxane. São as palavras de Cyrano que lançam Roxane nos braços de Christian e levantam a questão: afinal quem é o amor da vida de Roxane?

Eugénia Sousa _ Este texto não segue a nova ortografia _

edições

Novidades Literárias do Amor em Português, o escritor traz-nos 12 histórias de amor e transgressão, onde o conceito de culpa está sempre presente. Recria lendas e histórias de Portugal como a de Pedro e Inês, Leonor Teles e o Conde de Andeiro, Camilo Castelo Branco e Ana Plácido ou António Nobre e Alberta de Oliveira.

O prefácio do livro é de Agustina Bessa Luís.

7 Editorial Presença. Estranhos Rebeldes, de Christian Caryl. O jornalista Christian Caryl defende que 1979 foi o ano que mudou o mundo e determinou o nascimento do século XXI. Muitos foram os acontecimentos que sustentam essa tese: a revolução Iraniana que marcou a emergência do Islão como força política; a Jihad Afegã; a peregrinação à Polónia do Papa João Paulo II e o início da queda do regime comunista; a vitória de Margaret Tatcher na Inglaterra; e o lançamento das reformas económicas na China, desenham um novo panorama no mundo.

«Um livro que pelo seu rigor e clareza nos ajuda realmente a reflectir» The New York Review of Books.

Dom Quixote. O Triunfo do Amor Português, de Mário Cláudio. Numa celebração

BIZÂNCIO. Brasil, Michael Palin. Brasil é a emergente potência mundial que fascina pela sua grandeza, diversidade cultural, ambiental e religiosa.

As metrópoles cheias de população e tribos indígenas que na Amazónia lutam para conseguir sobreviver; os bairros ricos e as favelas; a organização de grandes eventos desportivos, como o Mundial de Futebol 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, e os consequentes protestos na rua por falta de condições por parte das populações.

Michael Palin já publicou vários livros de viagens e é conhecido por ser um dos elementos do famoso grupo de comédia inglês Monthy Python.

Porto Editora. O Menino de Deus, de João Carlos da Costa. O João Carlos é um menino autista que para surpresa de todos comunica recorrendo à escrita. Fá-lo com papel, lápis e a ajuda da mãe que lhe segura o braço.

Num relato emocionante na primeira pessoa ele dá a conhecer o que sente alguém que vive com autismo mas ainda assim consegue transmitir mensagens de amor e esperança.

«Sinto que tenho de dizer ao mundo que, na verdade, os olhos veem, os ouvidos ouvem e o coração sente.»

GRADIVA. Os Estados Unidos e a Crise do Poder Mundial, de Zbigniew Brzeizinski. «O mundo actual enfrenta uma crise de poder, provocada pela deslocação drástica do centro de gravidade do Ocidente para o Oriente, pelo despertar político dinâmico dos povos mundiais e pela deterioração do desempenho dos Estados Unidos tanto nacional como internacionalmente. Com o seu conhecimento ímpar em matéria de política externa, Zbigniew Brzezinski apresenta um plano estratégico para um século XXI pacífico.» K junho 2014 /// 023

Prazeres da boa mesa

Bacalhau de Cura Tradicional Portuguesa ETG Cozido a Baixa Temperatura 3Ingred. p/ o Bolinho de Choc.

(10 pax): 10 Lombos de Bacalhau C. Tradicional 1 Garrafa Vinho Monocasta Baga 1 Molho de Coentros 30 Mini Tomates Cacho 5 Dentes de Alho 1 Cebola Roxa Q.B. de Flor de Sal Q.B. de Pimenta Preta de Moinho 150 g de Manteiga 1 L de Azeite do Ribatejo DOP 1 C. Sob. de Vinagre 1 Latas de Grão Cozido 2 Tomates Chucha Preparação: Aparar os lombinhos de bacalhau e marinar 2 horas com o vinho de casta BAGA, 35 dentes de alho laminados, pimenta e

picado, o tomate chucha sem sementes em concassé e a cebola roxa em cubinhos. Juntar azeite, pimenta, flor de sal e um golpe de vinagre. Rectificar os temperos. Reservar.

Levar o bacalhau ao lume a 70ºC com a marinada e o restante azeite (o bacalhau deverá ficar completamente submerso). Depois de cozido, retirar o bacalhau, triturar o líquido com coentros e a manteiga. Passar pelo chinês de malha fina. Voltar a submergir os lombinhos no molho até à altura de servir.

Lavar e saltear em azeite e alho os mini tomatinhos cacho. um fio de azeite.

Esmagar muito bem o grão de 1 lata. Passar pelo passador

e misturar a outra lata de grão, mas inteiro. Juntar os coentros picados, 1 dente de alho bem

Empratamento: Depois de todos os temperos rectificados, colocar grão

em duas texturas no centro do prato, dispor em cima deste 1 lombinho de bacalhau. Aplicar uma colherada de molho, finalizar com três tomatinhos salteados e com o crocante de pão caseiro. K Chef Mário Rui Ramos _ Executive Chef Ô Hotels and Resorts Monfortinho

GEO-RUBRICA

O Monumento Natural das Portas de Ródão 7 A Geo-Rubrica viaja este mês até Vila Velha de Ródão, onde alunos e professores poderão visitar e usufruir do magnífico património geológico do concelho. Esta é mais uma saída de campo ideal para descobrir o Geopark Naturtejo da Meseta Meridional, território que integra as Redes Europeia e Global de Geoparques sob os auspícios da UNESCO.

paisagem, desde há cerca de 500 milhões de anos. Pelo caminho os viajantes ouvem falar da presença humana nestas margens, atestada pelos inúmeros achados arqueológicos.

Observam ainda vestígios das Trilobites (Cruziana), seres marinhos extintos há 250 milhões de anos, que viveram por ali quando a área estava coberta por mar.

Finalmente, atravessam aquela porta natural colossal e a seguir, na margem esquerda do rio, vislumbram o Conhal do Arneiro, antiga exploração mineira de ouro. Os vestígios de ocupação humana do Vale do Tejo podem ser observados na Sala de Arqueologia e no CIART, em Vila Velha de Ródão. Visitam ainda os dois troncos fósseis na CACTEJO.

SAÍDA DE CAMPO D O Monumento Natural das Portas de Ródão e os Troncos Fósseis de Vila Velha de Ródão Local: Monumento Natural das Portas de Ródão (Vila Velha de Ródão e Nisa), Centro de Interpretação da Arte Rupestre do Vale do Tejo (CIART) - Sala de Arqueologia e Troncos Fósseis no Jardim da CACTEJO (Vila Velha de Ródão) Duração: 3 horas (5 horas se incluir desportos de natureza opcionais) Níveis de ensino: 1º, 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico, Ensino Secundário e Profissional Disciplinas: Estudo do Meio /Biologia e Geologia /Geologia + Educação Física; Ciências Naturais + História + Educação Física Percurso de barco: Duração de 45 minutos com partida e

024 /// junho 2014

chegada no Cais de Vila Velha de Ródão Desportos de natureza opcionais: “Campo Aventura” (pontes de cordas, torre de rapel e tiro com arco); canoagem

junto ao cais; passeio equestre A saída de campo: Alunos e professores chegam ao cais de Vila Velha de Ródão e entram nos barcos para visitar o

Monumento Natural das Portas de Ródão. As duas imponentes muralhas quartzíticas atravessadas pelo Tejo são habitadas por numerosas famílias de grifos. Analisam a evolução da

A próxima Geo-rubrica será dedicada à Saída de Campo E “Os segredos escondidos no Vale Mourão e a floresta no Centro de Ciência Viva”, que tem como cenário o concelho de Proençaa-Nova. Informação detalhada sobre cada uma das atividades em www.naturtejo.com e www. geonaturescola.com .

A Geo-rubrica é promovida pela Naturtejo, EIM, em parceria com o PROVERE – Buy Nature e co-financiada pelo QREN, no âmbito do Programa Mais Centro e da União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

K

Bocas do Galinheiro

70 anos depois do dia D 7 Comemoraram-se este mês os 70 anos do “Dia D”, o desembarque aliado nas costas de França, a 6 de junho de 1944. Para uns uma opção decisiva para o fim da II Guerra Mundial na Europa, para outros um derramamento supérfluo de sangue e desperdício de vidas de milhares de soldados aliados, uma carnificina desnecessária, quando o fim da Alemanha de Hitler na altura já era inevitável, depois do desgaste na frente russa, aliado à incapacidade da indústria de guerra em responder às necessidades de material, principalmente na sequência dos bombardeamentos aliados que fustigaram os grandes centros industriais do país, muitos deles irremediavelmente inoperacionais.

Para Estaline a operação Overlord aconteceu tarde demais, tão pouco era já necessária. Porém, para os aliados e principalmente para o cinema, esse dia mais longo marca efectivamente o início da libertação da Europa. Mais uma vez a entrada dos americanos em força na guerra foi determinante na Europa. Não admira pois que tenha sido das bandas dos EUA que a produção cinematográfica sobre o conflito e também sobre o Dia D.

Dos muitos filmes sobre o conflito, e sobre aquele dia em particular, um dos últimos grandes épicos sobre a II Guerra Mundial e

dos filmes mais abrangentes sobre o desembarque aliado na Normandia é sem dúvida “O Dia Mais Longo”, de 1962. Produzido por Darryl F. Zanuck, utiliza o ponto de vista das várias forças em combate, num estilo documental, dirigido pelo britânico Ken Annakin, por Andrew Marton que filma os exteriores americanos e por Bernard Wicki que se encarrega das cenas alemãs. A par disso conta com um naipe alargado das estrelas da época onde se podem contar John Wayne, Robert Mitchum, Henry Fonda, Robert Ryan, Rod Steiger, Richard Burton e Curt Jurgens, entre outros. O filme pretende fazer um retrato fiel dessas longas horas das tropas aliadas, fustigadas pela metralha da férrea defensiva alemã entrincheirada nas escarpas e armada com forte artilharia, até conseguirem neutralizar as baterias defensivas e avançarem então no terreno. Aí a coisa já foi diferente. Sem aviação à altura, com os panzers de Rommel a contra atacarem tardiamente, reduzindo drasticamente a capacidade de defesa dos alemães que depressa foram derrotados.

Mais de três décadas depois, 1998, Steven Spielberg com “O Resgate do Soldado Ryan” dá-nos uma das mais espectaculares sequências de guerra ao filmar o desembarque na “Omaha Beach” como nunca ha-

via sido feito. São 25 minutos de antologia no cinema bélico, a que não são alheios o génio do director de fotografia, Januz Kaminski. Depois é o estilo melodramático-patriótico do realizador a comandar o resto da fita. Nos antípodas de Spielberg está Samuel Fuller com o fabuloso “The Big red One” (O Sargento da Força 1), de 1980, em que se celebram os sobreviventes. Fuller quis mostrar a sua divisão no sangrento desembarque e o avanço forçado (porque senão morre-se), em que não há lugar para a emoção normal, mas para o humor duro dos G.I., para a sua frieza, mas também para a sua honestidade. Não lhe interessaram os soldados que morreram, nem os que receberam cartas das mulheres, ou das mães, mas estampou tudo no rosto de Lee Marvin, com o seu ar de ser o pai daqueles rapazes. Que já eram poucos.

Já na progressão, temos “Patton”, realizado em 1970 por Frankelin J. Schaffner, sobre a controversa figura do general George S. Patton e da sua legendária divisão de tanques, da Tunísia às Ardenas, mas também do anti-comunista que, nomeado comandante militar da Baviera quando a guerra termina, se demite por causa do seu antagonismo com os russos e, noutro registo “Doze Indomáveis Patifes” (1967), de Robert Aldrich, um dos

clássicos dos filmes de acção, uma missão suicida protagonizada por presos, o que era comum, também aqui comandados por um major duro como nenhum, outra vez Lee Marvin, aniquilar altas patentes nazis num castelo em Rennes.

Na frente oriental, onde Hitler enfrentou o seu antes aliado, Estaline, o exército vermelho e o sacrifício de milhões de russos levaram a melhor sobre a Wehrmacht (estima-se que mais de 80% das baixas alemãs aconteceram nesta frente), culminando com a entrada em Berlim, a retirada dos alemães do Cáucaso é contada por Sam Peckinpah no seu único filme sobre o conflito, “Cross of Iron” (A Grande Batalha, 1977).

Em 2009 Quentin Tarantino dános a sua visão do conflito através de um grupo de soldados judeus americanos, com o tenente Brad Pitt à frente, que na França ocupada têm como objectivo assassinar altas patentes do regime nazi, onde eventualmente se incluiria o próprio füher, o que como se sabe não veio

pela objetiva de j. vasco

press das coisas

Lisboa marcha

ASUS Vivo PC

a acontecer, em “Sacanas sem Lei” (Inglourious Basterds), filme que valeu a Christoph Waltz o Óscar para melhor actor secundário no papel de um desconcertante oficial nazi que, no fim, é surpreendido pelos “Basterds”.

Por fim uma última referência ao recente “The Monuments Men” (Os Caçadores de Tesouros, 2014), sobre uma equipa de peritos a quem foi pedido que salvassem o maior número possível de obras de arte, uma vez que se sabia da ordem de Hitler de terra queimada, para que fossem destruídas todas as obras saqueadas caso ele morresse. É sobre este grupo heterogéneo que incide a fita que George Cloney, realiza e protagoniza. Está longe de ser um grande filme, mas é uma obra competente e uma justa homenagem àquele grupo de heróis, até agora anónimo, ou quase, que lograram resgatar um legado artístico inestimável.

Até à próxima e bons filmes. K Luís Dinis da Rosa _

3 O ASUS Vivo PC é como um Mini PC poderoso que pode levar na mala e ligar a qualquer TV via HDMI. Com ligações Wi-Fi e USB 3.0, processador Intel Core i5-3337U, 4 GB de RAM expansíveís até 16 GB e disco de 1 TB 7200rpm (SATA 6GB/s), o utilizador pode aceder a qualquer conteúdo de forma fácil. O ASUS Vivo PC está disponível por € 360. K

Soundmatters Dash7

3 O mês de junho é o das Festas de Lisboa, onde as Marchas Populares têm lugar de destaque. As Marchas de hoje já têm muito pouco a ver com as dos tempos de origem, muito ligadas à propaganda do regime salazarista. Atualmente mantêm uma forte mobilização bairrista (por vezes excessiva), mas são sobretudo um momento de festa associado ao Santo António, com alguma atração turística.

Este ano o tema foi “Peregrinação” de Fernão Mendes Pinto, cantando “Lisboa de Fernão” e, como habitualmente, participaram 20 marchas na competição. Alfama foi a vencedora, seguida de Alcântara (melhor coreografia) e do Bairro Alto. Antes de descer a Avenida da Liberdade as marchas apresentaram-se ao público no Pavilhão MEO Arena. Na foto a marcha de Carnide, classificada em 7º lugar.

Nesta reportagem continuámos a contar com a presença de um grupo de alunos do curso vocacional de fotografia, pertencentes ao Agrupamento de Escolas Agualva Mira Sintra e que estão a realizar um estágio com o Ensino Magazine. K

3 As colunas portáteis Bluetooth da Soundmatters são uma ótima solução para levar a música para qualquer lado. As Dash7 proporcionam música durante as suas 12 horas de autonomia e, com apenas 201g e 18mm, cabem em qualquer bolso. Estão disponíveis em 4 cores e podem ser adquiridas na loja da Soundmatters por cerca de € 199. K

junho 2014 /// 025

Quatro rodas

Os fornecedores de borracha c Goodyear, Bridgestone, Michelin, Pirelli, Dunlop, Firestone, Continental, Englebert e Avon, são marcas, algumas mais outras menos conhecidas, que nas últimas décadas estiveram associadas à competição automóvel.

A saber, terão sido as únicas marcas a fornecer pneus às equipas de Fórmula 1. Desde os primórdios da modalidade onde os fabricantes eram encarados apenas como mais um “supplier”, até aos dias de hoje, a tecnologias dos pneumáticos evoluiu de tal forma que a substituição de um jogo de pneus, uma volta antes ou depois do adversário, pode ditar a vitória ou a derrorra.

Em tempos havia mais que uma marca a fornecer pneus às equipas, mas as diferenças de comportamento dos pneus de circuito para circuito, de piso seco para molhado, eram tão

grandes, que por vezes parecia que estávamos a assistir a um campeonato de pneus e não a um campeonato de pilotos e construtores.

Assim os dirigentes, decidiram, que fosse apenas uma marca a fornecer pneus para que as vitórias não tivessem, como fator decisivo a marca de pneus.

Apesar da grande importância que ainda hoje tem para uma corrida, a questão coloca-

se agora em perceber o comportamento dos pneus, para uma devida programação dos “pit stop”. Com o mesmo tipo de pneus já não se pode justificar uma derrota.

Nos últimos anos (nas corridas em seco), os “teams” têm à sua disposição dois tipos de pneus, em quantidades limitadas, que devem gerir desde os treinos até à corrida, e na corrida, é obrigatório usarem os dois tipos. A partir daqui, são

os simuladores virtuais, a traçar estratégias. Será que vão iniciar a corrida, com os pneus macios ou com os mais duros?

O pneu macio pode dar vantagem no início, mas como os carros têm os depósitos cheios, pode haver mais desgaste, logo menos voltas com os pneus a top. São estas “contas” que os “teams” têm de fazer, claro que com muito mais variáveis, como a temperatura, tipo de piso, número de curvas para a esquerda e para a direita, velocidade em curva e por aí fora.

Para a história fica no entanto a notoriedade que algumas marcas conseguiram ao longo destes anos. Curiosamente, sendo a Fórmula 1 um campeonato que maioritariamente se disputou no continente europeu, é uma marca americana a dominar o ranking das vitórias, seguida de uma japonesa, só depois aparecendo as marcas

setor automóvel

europeias que, em conjunto, não chegam nem perto ao número de vitórias conseguidas pelo gigante americano, agora retirado desta modalidade.

De toda esta evolução, temos que registar que muitos dos conceitos técnicos “inventados” nesta competição, são transferidos para os pneus que usamos nos nossos veículos do dia-a-dia, cujo desempenho a nível da segurança, tem evoluído de uma formam exponencial, por isso, não se esqueça de que os pneus são um fator muito importante para uma condução segura. K Paulo Almeida _

Kia lança nova Carens

Novo Toyota Yaris chega em setembro 3 A nova geração da Carens já está disponível em Portugal. O preço é um dos grandes atrativos do monovolume da Kia. Arranca nos 26.581 euros, valor que inclui um desconto de 3000 euros em vigor até ao final de junho, mas que segundo a Kia deverá ser prolongado, pelo menos, até ao final do verão.

Com formas robustas e dinâmicas, seguindo a atual linguagem de estilo da Kia, a nova Carens distinguese por uma linha de tejadilho de curva acentuada, ao melhor estilo coupé. K

3 As pré-vendas do renovado Toyota Yaris em Portugal começam em meados de julho, com a gama a ficar completa em setembro, com preços e motores idênticos aos atuais. O novo Yaris mantém os motores a gasolina 1.0, 1.33, 1.4 Diesel – em versões mais eficientes – e a variante híbrida. O modelo segue alguns elementos estéticos do irmão mais pequeno Aygo.

Partindo de uma plataforma modificada, o renovado utilitário passa a contar com melhor comportamento e suspensão mais confortável. No interior, há também um trabalho mais aprimorado. K

Volkswagen apresenta Golf Sportsvan 3 A Volkswagen acaba de lançar o novo elemento da gama Golf.

Chama-se Golf Sportsvan e é o substituto do Golf Plus, o monovolume da gama Golf na sétima geração. O novo modelo recorre à plataforma modular MQB, conta com 500 litros de espaço na bagageira, mais 14 cm de comprimento que antecessor, e já está disponível em Portugal.

Os preços começam nos 31 mil euros para o 1.6 TDi, enquanto que o 2.0 TDi de 150cv está disponível por 38.200 euros. K Publicidade

026 /// junho 2014

ESE de Viseu

Jornadas de Comunicação 6 “Nós da Comunicação” foi o tema das Jornadas do Curso de Comunicação Social da Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV), que decorreram de 27 de maio a 11 de junho. A iniciativa contou com a presença de personalidades como Pedro Coelho, jornalista da SIC e professor da Universidade Nova de Lisboa, que falou sobre A Formação Académica para o Jornalismo do Século XXI, e

Otelo Saraiva de Carvalho e Diamantino Gertrudes da Silva, presentes nos Diálogos com Abril.

Os dias 27 e 28 de maio foram direcionados para a comunidade académica da ESEV. O dia 27 consignou o Festival de Filmes em Língua Estrangeira, com

a exibição dos filmes Intouchables e The Truman Show, uma organização da Área Disciplinar de Línguas Estrangeiras, a cargo das professoras Ana Maria Costa e Véronique Delplancq.

O evento decorreu no Auditório da Escola Superior de Educação de Viseu.

O dia 28 foi reservado para uma “Friends’ Party” (Lanche caritativo) e sessão de Karaoke, uma organização das áreas disciplinares de Línguas Estrangeiras e Ciências Sociais, com coordenação das professoras Ana Maria Costa, Véronique Delplancq, Ivone Ferreira e Teresa Antas

de Barros, em estreita ligação com a Associação de Estudantes da ESEV. A organização tem assinatura da Área Disciplinar de Ciências Sociais, Curso de Comunicação Social e Associação de Estudantes. K Joaquim Amaral _

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Jogos Digitais

IPCA com o Minho

6 O Centro de Investigação de Jogos Digitais do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave acaba de assinar um protocolo de cooperação e parceria científica com o Centro de Investigação em Psicologia da Universidade do Minho, que visa o desenvolvimento de atividade científica conjunta em domínios de interface entre os denominados Jogos Sérios e a Psicologia, podendo envolver estudantes de ambas as instituições e de todos os ciclos a elas afetos.

Este compromisso inclui já duas adendas que corres-

pondem às primeiras iniciativas concretas em que haverá cooperação. A primeira diz respeito ao projeto de investigação Changing Moods, que visa o desenvolvimento de novas tecnologias para a regulação emocional nas perturbações do humor (ansiedade e depressão).

A segunda adenda visa envolver o Centro no Hipatiamat, um projeto da Escola de Psicologia da Universidade do Minho focado na investigação de aplicações hipermédia destinadas a promover o sucesso dos alunos dos 2º e 3º ciclos na disciplina de Matemática. K

Portalegre

ESE debate infância

6 O primeiro Encontro de Literatura Infantil e Educação teve lugar na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre no dia 26 de maio de 2014. O evento contou com a organização da Área Científica de Língua e Literatura Portuguesas e do programa constou uma Conferência Plenária, proferida pelo do-

cente Rui Marques Veloso (ESE de Coimbra) sobre o tema “Literatura Infantil – fruição e compreensão leitora na Educação Pré-escolar”.

Para além da referida conferência o encontro contou com dois painéis onde participaram profissionais de outras escolas superiores do país, bem como de mestrandas da ESEP. K

junho 2014 /// 027

Ciências Forenses

Duarte Nuno ganha prémio mundial teve na comunidade forense internacional”.

Foi com “enorme surpresa e profunda emoção” que o investigador recebeu a notícia. “Considero que o mérito não é apenas meu, mas também dos que me acompanharam, e continuam a acompanhar, nesta missão complexa e, em certos conPublicidade

6 Duarte Nuno Vieira, professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC), é o vencedor do Prémio Douglas Lucas Medal 2014, o mais relevante e prestigiado prémio mundial no âmbito da Medicina Legal e Ciências Forenses, que é atribuído de três em três anos.

Na atribuição do prémio a Duarte Nuno Vieira, o júri, que deliberou por unanimi-

dade, sublinhou “o valioso trabalho desenvolvido pelo galardoado em diversos domínios das ciências forenses, e muito particularmente no âmbito da Patologia e Clínica Forenses, especialmente na defesa dos Direitos Humanos, bem como na organização de serviços médico-legais e forenses em vários países do mundo, e o forte impacto que o trabalho que concretizou até hoje

Mundial de Pontes de Esparguete

UBI bate recorde 6 A equipa da Universidade da Beira Interior acaba de superar o recorde nacional de carga no Concurso Mundial de Pontes de Esparguete (World Championship in Spaghetti Bridge Building), que decorreu a 30 de maio na Universidade de Óbuda, Budapeste, na Hungria.

Marco Canário ganhou o direito a participar na competição ao ter vencido o Concurso “Humberto Santos” de Pontes de Esparguete da Universidade da Beira Interior, em 2013, com um novo recorde, cerca de 146 kg. Com a experiência ganha pela participação nos anos anteriores,

028 /// junho 2014

e face às características do regulamento da prova internacional (ponte ou suporte com um vão de 1000 mm e com um peso máximo de 1 kg), desenvolveu, em conjunto com o docente Pedro Gaspar, uma nova estrutura da ponte, que suportou 161 Kg. A competição integrou pontes que suportaram cargas até 436 kg. O 1º prémio foi obtido pela ponte desenvolvida pela equipa da Universidade Técnica de Cluj-Napoca (Roménia).

Todavia, o recorde mundial não foi atingido. A ponte desenvolvida pela equipa da UBI ficou posicionada a meio da tabela. K

textos, dolorosa. Uma missão que se destina a ajudar aqueles que arrastam consigo os traumas de uma existência marcada pelo infortúnio e pelo sofrimento, por vezes com o cheiro da morte colado ao corpo. Dedico-o a eles e a todos os peritos médico-legais que, às vezes em condições muito difíceis, dão

diariamente o melhor que sabem e podem para ajudarem a sociedade e a justiça, não desistindo deste mundo que nos coube. Dedico-o sobretudo à minha família que tem sido elemento incondicional de apoio e compreensão e que tem constituído porto seguro de abrigo», realça Duarte Nuno Vieira.

A distinção, a mais alta que se pode receber no domínio das ciências forenses, vai ser entregue durante o 20th World Meeting of the International Association of Forensic Sciences (IAFS), que decorrerá em Seoul, na Coreia do Sul, no próximo mês de outubro. K