dezembro 2016 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XVIII K No226 Distribuição Gratuita
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hélio loureiro em entrevista
Richard Zimler, escritor
Um americano na nação lusitana C
P2a4
António sampaio da nóvoa
O modelo atual da escola está a chegar ao fim C Car Service
A arte de cozinhar no centro das emoções Hélio Loureiro é um dos chefs portugueses de referência. Nesta entrevista fala das Estrelas Michelin, da alimentação nas cantinas escolares, na convivência com os craques da seleção de futebol e como será a sua noite de Natal. C
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Presidente da República visita IPcb e ubi
P 26
Marcelo conquista academias
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Richard Zimler, escritor
Os neoliberais não compreendem a diferença entre educação e treino 6 É um americano em Portugal com opiniões contundentes sobre o sistema educativo e a literatura que se faz na atualidade, Publicidade
sem nunca perder de vista o novo inquilino da Casa Branca.
nas eleições americanas. Ficou surpreendido com a vitória de Donald Trump?
Votou em Hillary Clinton
Fiquei, mas não tão
surpreendido como muitos jornalistas e comentadores. Tinha um pressentimento de desastre há uns meses atrás, porque a campanha
eleitoral não estava a correr bem para a candidata democrata. As críticas sobre a frieza e a rigidez dela, demasiado ligada ao sistema, a Wall Street e aos lóbis, faziam temer o pior e acabou por confirmar-se. Fiquei chocado, desorientado e triste. A visão da América proposta por Trump não se enquadra na visão de um país de compaixão, de solidariedade, de emigração e multicultural. Trump é um demagogo com um discurso primário em relação aos outros povos e etnias. Isso mete muito medo. O que esteve na origem da vitória republicana? A classe média americana tem sido muito penalizada pelo sistema económico-financeiro nos últimos 50 anos, especialmente ao nível do poder de compra. O fosso entre ricos e pobres aumentou nas últimas décadas, desde a presidência de Reagan. Há 45 milhões de americanos que estão a viver abaixo do limiar da pobreza. Isso explica como é que eles se sentem minados pelo sistema económico e financeiro. Eles não têm confiança alguma nos partidos democrático e republicano. Hillary é vista quase como o inimigo e representa uma força que se esquece deles, exceto nas campanhas eleitorais. Os republicanos são piores, mas Trump passou a mensagem, através de uma forma muito primária, que era o candidato alternativo. O que não é verdade, visto que ele é multimilionário, herdou uma fortuna e está completamente dentro do sistema. «Fazer da América grande outra vez» foi o slogan de Trump. O que transmite esta mensagem? Ele procurou recuar no tempo até à campanha de Reagan nos anos 70. Antes disso a América viveu um
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momento de introspeção e de culpa após a guerra do Vietname. Reagan passou uma mensagem de tornar a América grande outra vez e agora Trump recuperoua. Os americanos caem sempre na conversa que a América é o melhor país do mundo. O discurso de vitória moderado e apaziguador pode indiciar que há um Trump candidato e um Trump presidente? Não sabemos. Importa saber quem é o verdadeiro Donald Trump. Acho que nem ele sabe, porque ele vive do espetáculo e usa uma máscara em público. Tenho a certeza que ele é um homem primário e ignorante que só está interessado na fama e no dinheiro. Em Nova Iorque ficou conhecido por construir prédios gigantescos e nacionalmente saltou do anonimato por participar num reality show. Ele vai ter de aprender uma linguagem mais diplomática, mais sensata e mais calma. Mas como exerce um cargo poderoso, pelo menos internamente, vai poder fazer muitas mudanças, a começar pela escolha de um juiz para o Tribunal Supremo norte-americano, um órgão de soberania que tem uma influência sobre a vida quotidiana dos americanos que os europeus não compreendem. Será alguém super conservador, religioso e fundamentalista. Ou seja, todo o rumo do país pode mudar em termos judiciais porque o Supremo analisa a constitucionalidade de todas as leis estaduais. Leis sobre o aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, uso da marijuana para fins médicos, etc. Está apreensivo com o ideário de Trump? Bastante. Uma das propostas mais preocupantes passa por baixar o nível ;
máximo de impostos pago pelas grandes empresas, que neste momento é de 35 por cento. Se Trump baixar até 15 por cento, onde é que ele vai compensar essa perda de receita para o Orçamento do Estado? Só pode ir à classe média e cortar programas sociais, educação, saúde e cultura, porque o gigantesco orçamento de defesa é intocável nos Estados Unidos. Para além disso as previsíveis decisões nos acordos mundiais sobre o clima é outro aspeto preocupante. E acredita que o muro vai mesmo para a frente? Trump tem uma mentalidade de tirano e prova-o quando diz que vai construir o muro e os mexicanos é que vão pagar. Mas não acredito que isso vá acontecer, o que pode ser um problema para os eleitores da Califórnia, Novo México, Texas e Arizona que votaram Trump por receio à emigração. Vão chamá-lo de traidor e Trump não terá argumentos, porque o Senado e a Casa dos Representantes são controlados pelo mesmo partido. Atribui este desfecho às falhas no sistema de educação. Que América é esta que elege Obama em 2008 e depois elege
Trump, em 2016? A educação é a chave para tudo e para evitar que no futuro se volte a eleger outro demagogo. A única solução é educar, educar e educar. Senão veja: é fascinante estabelecer uma ligação entre o nível de educação dos votantes e a sua escolha para presidente. O Massachusetts é o estado mais «educado», ou seja, 38 por cento dos habitantes daquele estado completaram uma licenciatura. É um nível bastante alto para a realidade americana. Hillary Clinton ganhou folgadamente este estado. Pelo contrário, Missisipi, Alabama e Arkansas são estados com menos educação, em que cerca de 19 por cento têm um grau de educação superior. E estes são os estados em que Trump ganhou. E porque é que existe esta assimetria entre estados? Tem a ver com a história americana e com os próprios estados. Porque em grande parte deles, os estados e os municípios podem determinar o orçamento para as escolas públicas. Estas escolas, localizadas em zonas urbanas pobres ou zonas rurais pobres, não têm comparação com uma escola pública numa zona abastada, com
gente rica, classe média alta, com professores de qualidade, ginásios, courts de ténis, campos de basquetebol, programas extracurriculares, clube de francês, etc. E isto faz toda a diferença na hora de decidir e de votar. Nos Estados Unidos, os municípios podem determinar os curricula da própria escola. Ou seja, no Kansas, no Nebraska, o município que recusa falar de evolução na escola vai dar criacionismo também. Uma escola que não quer que os livros de Mark Twain, Philipe Roth ou Richard Zimler, sejam utilizados nas aulas de inglês vai limitar o acesso a estes autores. Isto é um drama nos Estados Unidos. Muitos caloiros destes estados mais atrasados chegam às universidades sem qualquer preparação, sobretudo na ciência, e muitos deles nunca ouviram falar da teoria da evolução. Trump disse no Nevada: «amo as pessoas com um nível de educação baixo». Este é o público alvo do presidente eleito? Os europeus não compreendem o seguinte: a palavra intelectual nos EUA tem uma conotação negativa. Noam Chomsky, por exemplo, como é intelectual acham que vive na sua torre de marfim e que não tem qualquer ligação à realidade das pes-
soas. E há outro fenómeno típico dos EUA: as pessoas orgulham-se de ser ignorantes, especialmente as que vivem nas zonas rurais. O produto cultural americano da atualidade é dirigido, quase totalmente, aos adolescentes e aos adultos que pensam como adolescentes. Por isso, as comédias idiotas ou os filmes de ação com efeitos especiais são os que alcançam maiores audiências. E nos livros passa-se o mesmo. Não critico o Harry Potter, até porque nunca li, mas são livros destinados a adolescentes. O fenómeno de os adultos lerem esses livros é sintomático da sua falta de maturidade. Querem continuar a ser adolescentes. E o discurso de Trump foi construído para obter o voto daquela gente. Ele fala como se fosse o Capitão América. Critica as práticas neoliberalistas no domínio da educação por insistirem no treino em vez da educação. Quer detalhar esta sua perspetiva? Desde os gregos havia a tradição de formar as pessoas para que estas participassem como cidadãos ativos na nossa sociedade e na vida pública. Os neoliberais chegam e quererem destruir dois mil anos de história europeia e da herança da civilização grega, defendendo que a educação ;
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Portugal ainda há editoras da velha guarda que são leais, mas são já uma raridade. Felizmente os meus livros vendem bem.
apenas treina para a repetição de determinadas competências. Os neoliberais, incluindo os políticos do PSD, não compreendem a diferença entre educação e treino. Treinar é educar é a teoria que o PSD tentou convencer os pais, os filhos, os reitores e os professores. Eu rejeito este erro gigante que tem repercussões económicas. Quem está treinado para fazer algo muito específico, em pouco tempo fica ultrapassado, devido ao avançado tecnológico. Daí os problemas no setor têxtil em Portugal, por exemplo. Temos de educar pessoas com educação básica em matemática, ciência, língua portuguesa, inglês, etc, para que possam ter flexibilidade, para poderem vir a ter opções profissionais na vida.
Foi justa a atribuição do Prémio Nobel da Literatura a Bob Dylan? Acho que sim. O prémio Nobel raramente reflete a qualidade da escrita, da mesma forma que os Óscares de Hollywood nem sempre refletem o melhor filme. É impossível dizer quem é o melhor escritor. É completamente subjetivo avaliar William Faulkner, Charles Dickens, Jane Austen e dizer que um é melhor do que o outro. Uma comissão de peritos na Suécia não tem a capacidade de avaliar um livro escrito por um chinês, japonês, português, etc. As escolhas são feitas por razões geográficas, políticas, estilo de escrita, influência, etc. E pouco tem a ver com qualidade. Os critérios de atribuição do prémio Nobel da Paz são igualmente duvidosos. Quero recordar que Henry Kissinger foi galardoado com esta distinção depois de planear a guerra do Vietname e matar 2 milhões de vietnamitas. A partir daí deixei de acreditar nestes prémios. Eventualmente só no âmbito da ciência os prémios são justos e sérios.
Foi professor em Portugal. Que balanço faz da sua experiência? Notei como diferença que em Portugal os alunos são passivos, querem apenas receber a informação debitada pelo professor. O contrário do que acontece nos Estados Unidos, em que os alunos estão mentalizados para participar, exprimir a opinião e questionar o professor. Tentei anos a fio arrancar opiniões e dúvidas. Não foi fácil, mas é possível se começarmos a educar e a estimular reações desde muito cedo, desde os 4,5,6,7 anos. E é o que procuro fazer nos meus livros infantis, encorajando-os a não ter medo de exprimir a sua opinião, em desafiar, em sonhar, etc. Basicamente, e voltando à questão anterior, foi o que o PSD tentou fazer quando foi governo: abafar os sonhos dos jovens portugueses. Nem imagina o efeito destrutivo que isso tem na mente de um adolescente de 15 anos. Está em Portugal há 26 anos e já tem nacionalidade portuguesa. O que é que lhe continua a fazer confusão na nossa maneira de ser? Quando cá cheguei percebi que o português não pensa como o americano sobre todos os temas: a vida, a morte, a amizade, a política, a vida privada, etc. Levou-me muito tempo a perceber o que os portugueses pensam sobre a pontualidade ou a falta dela. Cá, a pontualidade é relativa. Mas agora pouca coisa me faz confusão. Confesso que não compreendo, por exemplo, porque é que os portugueses gostam de Paulo Portas e do CDS. Não vejo nem autenticidade, nem honestidade, nem mensagem, no partido e no homem. Para mim é um mistério. Veio para Portugal por amor, onde se casou com o cientista e atual deputado, Alexandre Quintanilha. Disse que não pode haver democracia real sem igualdade. Acha que com o seu ato contribuiu para consolidar esse objetivo? Sim. Ainda há um caminho a percorrer. Mas Portugal fez um progresso espetacular. Dou os meus sinceros parabéns a todos os portugueses. Quando cheguei cá o Porto era uma cidade fechada e sem noção do que se passava no exterior. Hoje, o Porto é uma cidade aberta e com grande dinamismo. O português, de uma forma geral, fez um progresso mental fantástico nos últimos anos praticamente sem paralelo com outros
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«O evangelho segundo Lázaro» é o seu último livro. Deu-lhe prazer pelo trabalho exaustivo de investigação que teve de desenvolver?
povos. Quando eu aterrei em Portugal, na década de 90, era quase um tabu falar de homossexualidadade. Os homossexuais e as lésbicas estavam no armário. Hoje, especialmente nos jovens de Lisboa e Porto esse é praticamente um não assunto. Continuo a trabalhar para tornar a orientação sexual um não assunto, da mesma forma que se tem olhos azuis ou castanhos, é apenas uma característica da pessoa.
editorial foi «Meia noite, ou o princípio do mundo», nos Estados Unidos. Um romance que decorre no Porto, no século XIX, demorou três anos e meio a escrever, foi muito ambicioso e dei tudo. Fui alvo de uma crítica impiedosa por parte de um jornal de São Francisco que teve grande efeito em mim e nas vendas.
Sobre a sua carreira de escritor, foi recusado por vinte e tal editoras, até que teve um livro de grande êxito e desde então nunca mais parou. Alguma vez esteve à beira de desistir?
Escrever para mim é uma paixão, não é um passatempo. Só fico realizado se escrever exatamente o que eu quero. As pressões continuam a aumentar todos os anos, porque já não há editoras que publicam só para ter o prazer de publicar um excelente romance. Não há lealdade no mundo editorial hoje em dia. Por via disto, muitos autores nos Estados Unidos e na Inglaterra publicam os seus próprios livros. Basta um fracasso editorial para as editoras se afastarem. Em
Sempre quis escrever um livro que me desse prazer e satisfação. Quando estou a escrever nunca penso nas vendas e no editor, mas sim em escrever uma obra maravilhosa. A minha primeira grande deceção
A ditadura das vendas não o condiciona?
CARA DA NOTÍCIA 6 Um escritor traduzido em 23 línguas Richard Zimler nasceu em Roslyn Heights, em Nova Iorque, a 1 de Janeiro de 1956. Fez um bacharelato em Religião Comparada na Duke University e um mestrado em Jornalismo na Stanford University. Trabalhou como jornalista durante oito anos, principalmente na região de São Francisco. Em 1990 foi viver para o Porto, onde lecionou Jornalismo, primeiro na Escola Superior de Jornalismo e depois na Universidade do Porto. Tem atualmente dupla nacionalidade, americana e portuguesa. Desde 1996, publicou dez romances, uma coletânea de contos e quatro livros para crianças. «O último cabalista de Lisboa», «Os anagramas de Varsóvia» e «A sentinela», são alguns dos livros mais aclamados. «O evangelho segundo Lázaro» é a sua última proposta, com a chancela da Porto Editora. A sua obra encontra-se traduzida para 23 línguas. K
Eu adoro pesquisar períodos da história longínqua. Dá-me gozo pessoal mergulhar na história. Faço sempre descobertas, pequenas e grandes, que mudam a minha visão sobre as coisas e dão-me a possibilidade de criar um universo paralelo, realista e convincente. Neste livro, fiz pequenas descobertas, como os temperos na alimentação, o cruzamento de culturas, etc. A grande descoberta foi saber que em Jerusalém, há 2 mil anos, já havia uma sociedade multicultural, onde existiam romanos, gregos, judeus, fenícios. Uma mistura de gente. Quanto tempo demorou a pesquisa? Demorou entre um ano e meio e dois anos. Costumo encomendar livros sobre a vida quotidiana, sobre mitologia grega, judaica, romana, sobre o Novo Testamento, sobre comida, roupa da época, uso de língua, etc. E anoto tudo o que pode vir a ser objeto de entrar no livro. A internet também pode dar uma ajuda, principalmente quando se pretende, rapidamente, saber uma data. A formação que tenho em Religião Comparada foi muito importante para me dar a confiança para entrar neste ambicioso projeto. Qual é a mensagem genérica que pretendeu passar? A mensagem que procurei deixar nesta história entre Jesus e Lázaro, dois amigos de infância, é que podemos perder a fé em muita coisa, mas nunca nas pessoas que amamos. K Nuno Dias da Silva _ Porto Editora H
Presidente da República elogia UBI
Marcelo atento ao Superior 6 O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou a Universidade da Beira Interior, mostrando-se surpreendido com o que encontrou na Faculdade de Ciências da Saúde. “Fico surpreendido, vai para além das minhas expetativas, em termos de peso regional e nacional, massa critica de estudantes, em qualidade de ensino e investigação, e ligação à comunidade, no lançamento de novas pistas”, disse durante a visita efetuada no passado dia 5. O Chefe de Estado lembrou que se assistiu “hoje ao lançamento de novas tecnologias ao serviço da saúde. Para uma universidade tão jovem, aquilo que já fez e o que promete fazer é excecional”. Marcelo Rebelo de Sousa falaria ainda da questão do subfinanciamento no ensino superior, lembrando que é um problema que Marcelo Rebelo de Sousa pretende ver resolvido até 2021. De resto, o Presidente da República mostrou-se sensibilizado relativamente à situação financeira da UBI. “Infelizmente isso é o que se passa em muitas instituições do Ensino Superior, que têm de encontrar receitas próprias, e têm que ter muita criatividade para encontrar receitas próprias porque aquilo que vem de transferência do orçamento de Estado fica aquém de um núcleo duro básico de despesas que é preciso satisfazer”, lembrou Marcelo Rebelo de Sousa. “É uma situação muito difícil. Eu espero que, com o crescimento, seja possível nos próximos anos ter mais disponibilidades para o Ensino Superior em Portugal. Espero que sim, que isso venha a acontecer e espero que eu consiga ver isso de forma mais clara até ao
final do meu mandato, até 2021”, reforçou. O Presidente da República vai agora reunir-se com o Conselho de Reitores e considera que tem havido um esforço por parte de todos os agentes envolvidos para melhorar a situação. De visita às instalações da FCS, Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou ainda para deixar rasgados elogios à UBI. “Esta universidade, cada vez que tenho contato com ela - e já tive outros anteriores, até já vim cá fazer uma intervenção fico surpreendido, porque vai para além das minhas espectativas. E vai para
além das minhas espectativas em termos de peso regional e peso nacional, em termos de massa crítica de estudantes, em qualidade de ensino, em qualidade de investigação, em ligação à comunidade, em lançamento de novas pistas”, sublinhou o chefe de Estado. “Ainda hoje aqui assistimos à utilização de novas tecnologias ao serviço da saúde e do estudo na área das Ciências da Saúde. Portanto, para uma universidade tão jovem, aquilo que já fez e aquilo que promete fazer é excecional. E o Presidente da República também isso agradece
em nome de todos os portugueses, porque isso é bom, obviamente para esta região, mas também para Portugal”, reforçou Marcelo Rebelo de Sousa. O reitor da UBI mostrouse “muito satisfeito” com os elogios deixados pelo Presidente da República. António Fidalgo - que explicou ter sido o próprio Marcelo Rebelo de Sousa a sugerir a visita à FCS - considerou a presença do chefe de Estado “um motivo de celebração”. O responsável máximo da UBI lembrou que a visita serviu, também, para “mostrar o tipo de ensino que a Faculdade
de Ciências da Saúde disponibiliza, tanto na área da Medicina como na área das Ciências Farmacêuticas”. Relativamente à situação financeira, António Fidalgo reforçou que “há um compromisso pela parte do ministro de ir melhorando a questão do financiamento. Agora, o caso da Universidade da Beira Interior é um dos casos mais graves, mais gritantes de subfinanciamento. Há instituições que não estão tão subfinanciadas como outras e nós, Universidade da Beira Interior, até pela situação em que nos encontramos, somos a mais subfinancia-
da do país”, considerou. De resto, o reitor da UBI lembra a importância da presença do Presidente da República, “na medida em que ele pode sensibilizar o Governo para este subfinanciamento”. Quanto ao futuro, António Fidalgo mostrou-se esperançado. “Esperemos que no próximo ano, e através de outras formas de financiamento, a Universidade da Beira Interior possa ser contemplada além do Orçamento Geral de Estado”, reforçou. K Rafael Mangana _ Presidencia da República H
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Jovem Empreendedor
UpHill vence Prémio 6 A UpHill, uma empresa que funciona no espaço na incubadora de empresas UBIMedical, na Covilhã, foi a vencedora deste ano do Prémio do Jovem Empreendedor, organizado pela Associação de Jovens Empresários (ANJE) e cujo júri destacou os recursos tecnológicos inovadores desenvolvidos pela empresa no campo da saúde. Fundada na Covilhã, em 2015, surgiu com base na convicção de que a tecnologia “podia e pode ajudar os sistemas de saúde a ser melhores e a prestar cuidados de ainda melhor qualidade e com mais segurança para os doentes”, como explica Eduardo Freire Rodrigues. O ex-aluno da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa é um dos cofundadores da UpHill, juntamente com Luís Patrão (CEO da empresa) e Duarte Sequeira, ambos diplomados pela Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior.
De acordo com o CEO, Luís Patrão, “as propostas começaram a chover no dia em que recebemos o prémio, literalmente alguns minutos a seguir, e daí para cá temos tido muitos emails, muitos telefonemas e certamente temos muita vontade de continuar com estes contatos para o projeto chegar mais longe”, assegura. Por agora, “apenas conversas de corredor”, mas “já tínhamos como cliente o maior grupo de saúde privado de Portugal - a Luz Saúde -, que esteve lá connosco, e já tivemos também alguns convites de hospitais públicos e privados que querem ser pioneiros para testar estas sessões que nós estamos a promover em termos de software”. A UpHill tem como proposta de negócio a gestão da aprendizagem, certificação e performance dos profissionais de saúde nos hospitais, com recurso a quatro soluções SaaS (Software as a Ser-
vice). O sistema UpSim permite às unidades hospitalares analisar a performance médica, aumentar o grau de eficiência terapêutica e melhorar os resultados clínicos. Quanto aos profissionais de saúde, obtêm feedback sobre a sua atividade e integram detalhados programas de aprendizagem individuais e coletivos. Por fim, os pacientes beneficiam de maiores índices de qualidade e segurança nos cuidados de saúde. A empresa vai agora receber 20 mil euros do prémio, um financiamento de 50 mil euros concedido pela Caixa Capital, sociedade gestora de fundos de capital de risco do grupo CGD, e ainda 10 mil euros de um pack de serviços de apoio ao desenvolvimento do negócio. Fica ainda automaticamente selecionada para a final do Caixa Empreender Award, onde estão em jogo 100 mil euros. K Rafael Mangana _
Ponte esparguete
Massa aguenta 73,9 Kg 6 José Cardoso é o vencedor deste ano do Concurso “Humberto Santos” de Pontes de Esparguete (CPE 2016), na categoria “Resistência”. O aluno de Mestrado em Engenharia Aeronáutica da UBI construiu uma ponte que suportou uma carga de 73,9 kg, a melhor desta edição da competição que é organizada há 16 anos. Em segundo ficou Samuel Almeida, do Mestrado em Engenharia Eletromecânica, cuja ponte resistiu até aos 64,6 kg. O terceiro lugar foi para outro estudante de Engenharia Aeronáutica, mas do 1.º Ciclo. Diogo Marto apresentou a ponte feita de esparguete e cola que suportou o peso de 48,2 kg. Na categoria “Estética”, a análise das características estéticas e arquitetónicas das pontes a concurso foi realizada por um júri de docentes do Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura (DECA), que atribuiu a vitória a Bruno Lopes, de Engenharia e Gestão Industrial (2º ciclo). Diogo Marto, terceiro em “Resistência”, alcançou o segundo posto, nesta secção. O terceiro lugar foi atribuído a duas pontes, que ficaram empatadas. Foram elas as apresentadas por Hélder Martins (Eng. Aeronáutica, Mestrado Integrado), e pela equipa de Daniela Morgado, João Tomás, Beatriz Abrantes, Ca-
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tarina Marques, elementos da Academia Júnior de Ciências da UBI, alunos da Escola de Gouveia. Na competição que teve lugar na Faculdade de Engenharia, na tarde de quarta-feira, dia 30 de novembro, estiveram a concurso 38 pontes, demonstrando uma vez mais o interesse e forte adesão da comunidade estudantil ao evento organizado pelo Departamento de Engenharia Eletromecânica. Outra nota de destaque desta 16.ª edição é a participação de seis pontes projetadas por alunos do Ensino Secundário que integram a Academia Júnior de Ciências, uma iniciativa da UBI que envolve alguns dos melhores estudantes das escolas da região. Adicionalmente foi incluída a concurso a categoria de “Torres”.
A equipa vencedora, com a designação de “António”, conseguiu construir em 70 minutos uma torre estável com 4,22 metros de altura. Faziam parte da formação Martim Aguiar, Daniel Cardoso e Luís Paredes, do Mestrado em Engenharia Eletromecânica. Em segundo, com uma altura de dois metros, classificou-se equipa feminina “Glue Leaders”, constituía por Ana Rita Paiva Lourenço, Diana Carvalho Rodrigues e Nadejda Licova, estudandes do Mestrado Integrado em Engenharia Aeronáutica. O terceiro posto foi para alunos da Escola Secundária do Fundão, com a marca de 0,98 metros. Com a designação de equipa Three Builders, estiveram no concurso Abílio José Soares Dias, Guilherme Almeida Gomes, Rodrigo Miguel Martins de Jesus. K
Jornalismo e dispositivos móveis
Novo debate na UBI 6 Numa época em que os dispositivos móveis atingem taxas de penetração próximas dos 100 por cento nos países ocidentais, e o jornalismo atravessa um período difícil de adaptação às novas tecnologias, o incentivo à investigação no campo de interseção destas duas áreas foi um dos objetivos centrais do congresso Jornalismo e Dispositivos Móveis (JDM), que decorreu a 22 e 23 de novembro, no Auditório da Parada da Universidade da Beira Interior. Durante o evento foi dada especial relevância ao futuro do jornalismo e à necessidade de se explorar melhor a ubiquidade característica dos dispositivos móveis. A sessão de abertura teve como título “Jornalismo Ubíquo” e foi proferida por Ramón Salaverría, diretor do Center for Internet Studies and Digital Life e professor de jornalismo da Universidade de Navarra. Aquele académico defende que o jornalismo ubíquo consiste em criar e oferecer conteúdos informativos multissensoriais, produzidos conjuntamente por jornalistas, usuários e sensores que se espalham de acordo com o padrão de consumo de cada indivíduo. Na sessão de encerramento, Eduardo Pellanda, coordenador do laboratório Ubilab e professor da Famecos-PUCRS, voltou ao tema ao falar sobre “O que a ubiquidade nos ensinou?” afirmando que todas as tecnologias
foram reinventadas nos últimos dez anos, sendo que muitas delas ainda não foram absorvidas na sua plenitude. Pellanda defende que com a mobilidade a nossa forma de pensar é mais fragmentada, olhando para o crescimento de uma nova internet, a internet das coisas. A tarde do dia 22 trouxe a experiência prática das vantagens e desafios da utilização das novas ferramentas tecnológicas disponíveis através de profissionais da área. Alexandre Brito, subdiretor de Informação da RTP; Diogo Queiroz Andrade, diretor adjunto do jornal Público; Rui Ferreira, diretor-editorial do projeto Future Behind; e Pedro Monteiro, do grupo Impresa, formaram a mesa de jornalistas. O evento incluiu ainda cinco mesas de comunicações científicas onde um leque internacional de investigadores explorou diferentes objetos de estudo inseridos em quatro grandes temas definidos pela organização. “Formas de distribuição de conteúdos para dispositivos móveis”, “Modelos de negócio para o jornalismo móvel”, “Novas linguagens e novos formatos jornalísticos” e “Os dispositivos móveis como ferramentas de produção” foram os temas abordados nas 26 comunicações científicas. K Francisco Nascimento e José Machado dos Santos _ Facebook UBI H
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Docente do IADE presente Laboratório Santander de Geotecnia T A Universidade de Coimbra inaugurou, a 11 de novembro, o Laboratório Santander da Faculdade de Ciências e Tecnologia, o qual está integrado no Departamento de Ciências da Terra da Faculdade e dedicar-se-á a atividades pedagógicas e de investigação em Geotecnia, Geofísica e Tratamento de Minérios. O novo espaço irá permitir preparar amostras e realizar atividades experimentais integradas nos mestrados em Geociências e em Engenharia Geológica e de Minas, e na investigação científica do doutoramento em Geologia do Departamento de Ciências da Terra. Está também capacitado para efetuar prestação de serviços à comunidade, com a elaboração de relatórios e pareceres para empresas, instituições e particulares. K
T José Luís Neto, docente do IADE, escola da Universidade Europeia, é um dos artistas cujo trabalho integra a mostra Visualidade & Visão - Arte Portuguesa na Coleção Berardo II que está patente no Museu Coleção Berardo até 31 de dezembro. A exposição, que encerra o ciclo dedicado a criadores portugueses, tem curadoria de Pedro Lapa e contempla ainda obras de Helena Almeida, Pedro Cabrita Reis, Rui Chafes, Pedro Barateiro, José Barrias, Miguel Palma, Ângela Ferreira e Joaquim Bravo. A mostra concilia a perspetiva de diferentes autores que recorrem à pintura, escultura, vídeo-instalação e fotografia para revelarem outras visões sobre o mundo, fora dos regimes da visualidade predefinidos. No projeto fotográfico Classic 111, José Luís Neto prescindiu da câmara para produzir as próprias imagens através da manipulação voluntária e involuntária dos efeitos visuais da gelatina e dos sais de prata. K
Algarve no top
O cientista mais citado T O físico da Universidade do Minho Nuno Peres é o cientista radicado em Portugal cujas publicações científicas têm mais impacto mundial, o que sucede pelo terceiro ano consecutivo. A confirmação é dada pela lista “ISI Thomson Reuters Highly Cited Researchers 2016”, que inclui apenas 3000 cientistas de todo o mundo. Os artigos de Nuno Peres têm 18.793 citações nos últimos dez anos, sendo cada artigo citado em média 241 vezes. Seguem-se Mário Figueiredo (Universidade de Lisboa) com 6898 citações, Isabel Ferreira e Lilian Barros (ambas do Instituto Politécnico de Bragança), respetivamente com 5333 e 2955, e Delfim Torres (Universidade de Aveiro) com 2197. A lista tem ainda o biólogo Miguel Araújo, com 17.507 citações, que não está radicado em Portugal, mas mantém ligação à Universidade de Évora. K
TKarl Magnus-Petterson, investigador e coordenador do Centro de Investigação em Biomedicina da Universidade do Algarve, foi nomeado pela Thomson Reuters como um dos autores mais citados no ano de 2016. O trabalho do investigador, no campo da neurociência, é, assim, identificado, a nível internacional, como um dos mais valiosos e significantes nesta área. Tendo em conta que, até ao momento, muito poucos investigadores foram agraciados com esta distinção, Karl Magnus-Petterson gozará vitaliciamente do estatuto de “investigador altamente citado”, uma das maiores distinções atribuídas pela agência de comunicação canadiana. K
Prémio Victor de Sá entregue T O Conselho Cultural da Universidade do Minho atribuiu o Prémio Victor de Sá de História Contemporânea 2016 ao investigador Márcio Barbosa, pela obra “Novo Estado Marcelista (19291974)”. A atribuição do galardão e a apresentação do trabalho vencedor decorre a 13 de dezembro, em Braga, no âmbito de um colóquio comemorativo dos 25 anos do Prémio. Este é o galardão mais prestigiado na área a nível nacional. K
Presidente da República felicita investigador
Rei de Espanha entrega prémio 6 O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou o investigador português Miguel Araújo, vencedor do prémio Rey Jaime I de Proteção do Meio Ambiente. A entrega do prémio decorreu, em Espanha, numa sessão que contou com a presença do Rei de Espanha, Filipe VI. Para o Chefe de Estado português, “a investigação científica portuguesa acaba de ser valorizada pela atribuição ao investigador Miguel Araújo, da Universidade de Évora, do prémio Rey Jaime I de Proteção do Meio Ambiente”. Miguel Araújo é investigador coordenador do Conselho Superior de Investigação Científica de
Espanha e investigador convidado na Universidade de Évora, onde, além de liderar um grupo do CIBIO, é titular da Cátedra Rui Nabeiro – Biodiversidade. “Este é um reconhecimento, não só para mim, mas também para os meus alunos e colaboradores. É uma honra e um forte incentivo para continuar a investigar as conexões entre o sistema climático e o sistema biológico e as implicações que estas conexões podem vir a ter para o futuro da vida no planeta”, disse o investigador, citado pelo Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos. Trata-se do primeiro investi-
gador não-espanhol a quem foi atribuído este galardão, na sua 28ª edição. Além da ligação à Universidade de Évora, este cientista português é investigador coordenador do Conselho Superior de Investigação Científica de Espanha e é autor de inúmeros estudos científicos e já recebeu diversos prémios internacionais. O Presidente da República destaca a “importância do trabalho científico nesta área dos modelos de previsão das mudanças na biodiversidade, no tempo e no espaço, num contexto de crescente preocupação internacional com os efeitos negativos das alterações climáticas”. K
Universidade de Évora
Janelas curriculares apresentadas em livro 6 O livro “Janelas Curriculares de Educação Popular na Universidade de Évora: para um conhecimento académico mais humanista e solidário”, da autoria de Bravo Nico e Lurdes Pratas Nico, acaba de se apresentado na Sala de Docentes do Colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora. A obra resulta de um projeto científico e pedagógico promovido pela Universidade Popular Túlio Espanca da Universidade de Évora e financiado pela Fundação “Calouste Gulbenkian, no âmbito do programa Gulbenkian Qualifi-
cação das Novas Gerações/Projetos de desenvolvimento do Ensi-
no Superior/Projetos Inovadores no Domínio Educativo. K
DEZEMBRO 2016 /// 07
Computação Gráfica
UTAD com projeto inovador
6 Telmo Adão, investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), acaba de desenvolver uma metodologia de modelação 3D com foco na produção expedita de modelos virtuais de edifícios, incluindo exteriores circunscritos por formas arbitrárias e interiores formados por polígonos convexos. O projeto foi desenvolvido em colaboração com os docentes e investigadores Luís Magalhães, da Universidade do Minho, e Emanuel Peres, da UTAD. Como resultado da tese de doutoramento em informática, foi desenvolvida uma metodologia, em conjunto com uma aplicação, que permite “criar edifícios virtuais com polígonos de delimitação arbitrários e com divisões interiores circunscritas por um número parametrizável de paredes, para permitir alterar a forma de um quarto, por exemplo” explica Telmo Adão. Na base da regulação desta metodologia está uma ontologia (modelo de dados que representa um conjunto de conceitos dentro de um domínio) desenvolvida a pensar na extensão da geração a vários estilos como contemporâ-
neo, romano, grego, etc. Adicionalmente, foi delineado e implementado um processo para a geração de edifícios em massa, para preencher cenários virtuais. Nos métodos de modelação procedimental existentes, o normal nos trabalhos da área é a abordagem aos edifícios com plantas compostas por retângulos. “Diversos edifícios cujas plantas são compostas por diversas formas, que não só as baseadas em retângulos, casos do Complexo da Música de Paloma, (Nantes, France); Casa da Música (Porto, Portugal); entre outros, encontram-se fora do raio de alcance da modelação procedimental que, atualmente, se encontra despida de técnicas para a reprodução digital deste tipo de estruturas, de forma expedita,” acrescenta o investigador.
O problema torna-se particularmente relevante na questão do património cultural severamente danificado (ruínas), que obriga a que os investigadores e profissionais na área da história e da arqueologia recorram a processos morosos e mão-de-obra especializada para poderem propor as suas hipóteses acerca de como seriam os edifícios compostos por plantas naquelas condições morfológicas, na época em que foram construídos. “O modelador resultante não é a cura para todos os males, mas representa um avanço efetivo na área, abrindo caminho para que, no futuro, se possa realizar a geração ou reprodução digital de edifícios completos, com plantas descritas por formas arbitrárias e com bom grau de similaridade relativamente ao real”, conclui. K
Universidade do Aveiro é parceira
Bosch investe 19 milhões 6 A Bosch Termotecnologia e a Universidade de Aveiro acabam de assinar um acordo para desenvolver o projeto Smart Green Home, que terá um investimento de 18,8 milhões de euros até 2019, tendo a cerimónia contado com o Primeiro-Ministro, António Costa, e o Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral. Os governantes inauguraram ainda o novo edifício de Investigação e Desenvolvimento (I&D), construído para receber mais pessoas para a equipa de I&D que dará suporte ao Smart Green Home. Cerca de 150 novos colaboradores altamente qualificados serão contratados para o projeto, o que vai permitir o desenvolvimento de soluções inovadoras para ambiente doméstico, com
uma perceção de conforto melhorada, associada a uma maior sustentabilidade e menor impacto ambiental. Para o reitor da Universidade de Aveiro, Manuel António Assunção, “estamos perante um projeto que vem confirmar a importância que a Universidade de Aveiro atribui à cooperação com o tecido empresarial, colocando o conhecimento nela gerado ao serviço das empresas e da economia do país. É uma iniciativa exemplar de cooperação universidade-empresa abrangente, envolvendo investigadores nas áreas de TICE, Energia, Ambiente e Materiais, que desenvolverão investigação multidisciplinar em colaboração com Bosch, visando o desenvolvimento de produtos inovadores”. K
Universidade de Coimbra
Biotecnologia triplica fundos
6 O Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (UC) conquistou três projetos europeus que trazem para Portugal 380 mil euros para investigação em fígado, cancro e nano-segurança. O investigador Paulo Oliveira vai liderar um consórcio internacional ‘mtFOIEGRAS’, o segundo desde o recente projeto, também Europeu, ‘FOIEGRAS’, para investigar o Síndrome do Fígado Gordo Não-Alcoólico, numa perspetiva de desenvolvimento de ferramentas não-invasivas e rápidas para um diagnóstico mais preciso. As ferramentas são baseadas em alterações metabólicas, nomeadamente ao nível da produção de energia da célula hepática. Este problema afeta entre 6 e 37% da população mundial e poderá ser uma “assassina silenciosa” porque os sintomas evidenciam-se em fases tardias, quando se apresenta incurável, contribuindo para o aumento do risco de diabetes, cirrose hepática e cancro. A doença é atualmente diagnosticada através da biopsia do fígado, um procedimento invasivo, arriscado e caro.
08 /// DEZEMBRO 2016
Jovem Cientista
Ex-aluno da UMinho vence prémio
O investigador João Nuno Moreira, do CNC e Faculdade de Farmácia, coordena o consórcio ‘NanoDoxer’ que visa testar em modelos animais uma estratégia terapêutica, com sucesso já demonstrado a nível in vitro, de combate ao cancro da mama triplo negativo e o neuroblastoma que não possuem atualmente terapias específicas. A estratégica tem como alvo uma proteína (nucleolina) que se encontra presente nas células estaminais cancerígenas e que permite avaliar a sua “agressividade tumoral”. A proteína será aborda-
da através de uma combinação de fármacos transportados por uma nanopartícula para reduzir o impacto do tumor e a sua recorrência. A investigadora Olga Borges participa no projeto ‘GoNanoBioMat’, coordenado pelo Empa Swiss Laboratory of Materials Science and Technology, Suíça, que irá desenvolver nanomateriais, com função transportadora de fármacos (por exemplo, vacinas), através da implementação do conceito “safeby-design”, garantindo a sua segurança na utilização clínica e a avaliação do risco toxicológico.K
6 Pedro Costa, doutorado em Engenharia Biomédica pela Universidade do Minho, foi recentemente galardoado em Winston-Salem, nos EUA, pelo seu trabalho na biofabricação de órgãos e tecidos humanos. O Prémio de Jovem Cientista foi atribuído pela Sociedade Internacional para a Biofabricação, numa conferência anual que juntou cerca de 400 especialistas de todo o mundo. Aquele prémio internacional visa destacar o trabalho desenvolvido por jovens cientistas nesta área. “Este galardão deixou-me extremamente orgulhoso e ainda mais entusiasmado para continuar a apostar em novas ideias e a trabalhar intensivamente. Nos últimos anos tive a sorte de conhecer profissionais extraordinários que generosamente se dispuseram a ajudar-me, como no Grupo 3B’s da UMinho, berço da minha carreira científica”, afirma o vize-
lense de 34 anos, agora investigador da Universidade de Utrecht, na Holanda. Pedro Costa tem vindo a trabalhar principalmente no desenvolvimento de modelos de tecidos humanos, também chamados “tecidos-em-chips” ou “órgãosem-chips”. Trata-se da reprodução “simplificada” de tecidos e órgãos como o fígado, o rim, o osso, a cartilagem, entre outros. Os modelos, incorporados em pequenos dispositivos (chips), poderão vir a ser usados na descoberta de fármacos, substituindo os estudos efetuados em animais. “Podem ser expostos a grandes variedades de moléculas, com o objetivo de identificar os tratamentos mais eficazes no combate a variadas doenças que afetam drasticamente a qualidade de vida de milhões de pessoas no mundo, tais como doenças do foro cardiovascular, musculosquelético ou cancro”, realça. K
Presidente aceita desafio de Carlos Maia
Marcelo pode dar aulas no IPCB 6 O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, classifica como crucial o ensino superior. “Aquilo que faz andar as sociedades é o seu dinamismo social, e isso depende da juventude, da educação, da formação e da inovação”, começou por referir em resposta às questões colocadas pelo Ensino Magazine, durante a visita que efetuou à Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Marcelo Rebelo de Sousa considera que “os institutos politécnicos são um instrumento fundamental de educação, formação e inovação. E, portanto, se isso acontece em todo o país, no interior, como em Castelo Branco, têm um valor reforçado”. O Presidente da República falava ao nosso jornal no decorrer da visita à ESART, onde Carlos Maia, presidente do Politécnico albicastrense, lhe lançou o desafio de poder dar aulas no IPCB. “Já aceitei esse desafio e deixei isso escrito para que não haja dúvidas. Daqui a quatro anos, três meses e alguns dias estarei disponível para vir cá dar algumas aulas. Temos é que ver qual a matéria, pois tem que se ajustar à minha carreira de professor”. Na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco, Marcelo Rebelo de Sousa ouviu música clássica, moderna e tradicional. “Quando se fala de inovação pensa-se no papel das artes. Tivemos oportunidade de aqui vivenciar a música. E a música é altamente formativa e é um instrumento de mudança social. Nesse sentido podermos ver aqui centenas de jovens, com os melhores professores, e mostrando uma excelente qualidade como tivemos oportunidade de testemunhar é muito importante para o país”. Foi neste ambiente formal, mas ao mesmo tempo informal, que Marcelo
Rebelo de Sousa lamentou não ter tido formação musical. “Uma das lacunas que eu posso apontar à educação que tive foi não ter desenvolvido mais a educação musical. Foi uma pena. Tinha algum talento para o piano que herdei da minha mãe”, disse o Chefe de Estado, momentos antes de observar trabalhos desenvolvidos pelos alunos na área do design e da moda, ao longo de uma visita guiada e comentada. Marcelo Rebelo de Sousa espalhou simpatia e afetos, mostrando-se sempre disponível para tirar fotografias com estudantes e a restante comunidade académica. Nalgumas ocasiões ele próprio perguntou: “então vamos tirar uma selfie?!!”. E ninguém se fez rogado, pois poder tirar uma fotografia com o Presidente da República não acontece todos os dias… Marcelo seguiu depois para a inauguração do Museu da Seda da APPACDM de Castelo Branco, um investimento da Câmara albicastrense e para a fábrica Dielmar, em Alcains. K
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Manuel Heitor, ministro do ensino superior
Ensino politécnico tem de chegar a todos 6 “É fundamental alargar o ensino politécnico a todos os portugueses”, salientou Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), na cerimónia que assinalou o Dia do Politécnico de Portalegre, e em que tomou posse Nuno Mangas, presidente do Politécnico de Leiria, como presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), e que decorreu a 25 de novembro, em Portalegre. Manuel Heitor enalteceu o serviço público desempenhado pelo anterior presidente do CCISP, e pelo atual, por ter aceitado este desafio, e o seu reconhecimento pela afirmação e crescimento do Conselho e dos politécnicos no ensino superior português. “A mobilização de 70 milhões de euros para os politécnicos muito dependeu do esforço do CCISP”, salientou Manuel Heitor, reconhecendo o esforço de todos os envolvidos na promoção do ensino superior, e de “coesão territorial”, coesão esta que, na opinião do ministro, “deve assentar naturalmente numa diversidade nas instituições, e não uma cópia, em todo o sistema, entre as universidades e os politécnicos”. O ministro falava depois de ouvir Joaquim Mourato, que como presidente cessante do CCISP, disse ter sido “uma honra servir o ensino superior politécnico, em Portugal e além-fronteiras, na presidência do CCISP. Fico grato a todos por esta oportunidade que me concederam. Apesar do esforço o retorno foi enorme”. Já enquanto presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, Joaquim Mourato lembrou que “pelo terceiro ano consecutivo o IPP registou um crescimento do número de novos estudantes no CNA. Captou mais estudantes internacionais e alargou a oferta de cursos de Técnicos
Superiores Profissionais. Deu sequência à oferta em parceria. Iniciámos a atividade letiva do mestrado em enfermagem
com mais 4 IES (Beja, Castelo Branco, Évora e Setúbal). Colaboramos com o IP Setúbal num CTeSP em Ponte de Sor e
submetemos mais uma proposta de criação de um curso de mestrado em parceria com a Universidade de Évora e os Politécnicos de Beja e de Setúbal. Esta é uma prática que se vem consolidando e que reforça a sustentabilidade e a qualidade da nossa oferta formativa”, disse. Naquela que terá sido a sua última sessão solene do Dia do IPP enquanto presidente da instituição, Joaquim Mourato sublinhou que “a atividade do Núcleo de Formação Contínua e do Centro de Línguas e Culturas, na formação de curta duração, com cerca de 500 formandos ao longo do ano. Estes resultados são animadores mas ainda não são suficientes. Precisamos de continuar a recuperar o número de estudantes, melhorando a atratividade do Instituto, dentro e fora de Portugal, e apostando forte num plano de combate ao abandono escolar”. O presidente do IPP reforçou o esforço que tem sido feito na qualificação do corpo docente, o qual “está mais qualificado que nunca. Se em 2009 o IPP contava apenas com 12% dos docentes com doutoramento, hoje dois em cada três tem o grau de doutor ou o título de especialista”. Num discurso que associou às funções que assumiu, Nuno Mangas salientou “a gratidão e reconhecimento” pelo trabalho realizado por Joaquim Mourato à frente do CCISP, e a presença dos membros deste Conselho na cerimónia, assegurando empenho nas funções que agora assume. Falando sobre o ensino superior politécnico atual, Nuno Mangas, explicou que “a realidade é que, hoje, frequentam as instituições públicas de ensino superior politécnico cerca de 110.000 estudantes em cursos de licenciatura, mestrado e TeSP, e já foram diplomados mais de meio milhão de estudantes”. K
Bolsa de mérito
Ensino Magazine entrega prémio 6 O Ensino Magazine entregou uma bolsa de mérito à melhor aluna do Instituto Politécnico de Portalegre, na área da gerontologia (mestrado). Cláudia Paixão, teve a média de 18,45 valores e viu premiado o seu esforço com este prémio. João Carrega, diretor da publicação, considera que este é um prémio “no qual todos os estudantes se devem reconhecer, pois pretende homenagear todos os que pelo seu esforço concluem as suas formações”. A entrega deste prémio faz parte da vertente social do Ensino Magazine, com o objetivo de premiar os melhores alunos
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das instituições parceiras da publicação. Este ano foram ou serão entregues bolsas a estudantes das universidades da Beira Interior e de Évora, e dos politécnicos de Castelo Branco, Portalegre, Guarda, Leiria e Santarém. Nesta cerimónia foram ainda entregues os prémios aos melhores alunos do primeiro ano, patrocinados pela Caixa Geral de Depósitos, e aos melhores alunos diplomados: os prémios “Delta Cafés”, “Câmara Municipal de Portalegre”, “Cidade de Elvas”, “Alain Afflelou-Portalegre” e “Dr. Francisco Tomatas”. K
25 anos de ensino superior em Idanha-a-Nova
A ousadia de criar e inovar 6 Os 25 anos do ensino superior em Idanha-a-Nova foram assinalados, no passado dia 6, na vila raiana, numa sessão solene que pretendeu recordar a abertura do polo da então Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco (com o polo a abrir antes da própria escola sede na cidade albicastrense). Na altura eram presidentes da Câmara de Idanha-aNova, Joaquim Morão, e do Instituto Politécnico, Virgílio Pinto de Andrade. Na sessão solene, Carlos Maia, presidente da instituição anunciou a criação do Master Executive em Gestão de Unidades de Turismo em Espaço Rural a iniciar no 2º semestre do presente ano letivo e promovido, em consórcio, entre a ESGIN, a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Instituto Politécnico do Porto e a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, em colaboração com a Federação Portuguesa de Turismo Rural, a Turihab - Associação do Turismo de Habitação (Solares de Portugal e Casas de Campo) e a Câmara Municipal de Idanha-aNova. “Pretende-se formar profissionais com elevados níveis de competência e especialização e requalificar os profissionais que já se encontram do setor. O segundo objetivo é dar seguimento à assinatura do Acordo de Parceria Estratégica entre as Instituições Publicas do Ensino Superior Politécnico com cursos de Turismo, que teve lugar em 14 de novembro de 2016”. O presidente do IPCB deixou também uma mensagem de esperança aos estudantes. “Com o aumento dos índices de desemprego em Portugal assistiu-se à crescente desvalorização social do ensino superior, com muitas famílias a considerar que o investimento na qualificação não constitui uma mais-valia nem uma vantagem competitiva para ingressar no mercado de trabalho. Mas tal como nos outros países da OCDE, também em Portugal a titularidade de um curso superior reduz o risco de desemprego e aumenta a remuneração auferida. Segundo a OCDE o salário médio dos trabalhadores licenciados em Portugal é cerca de 80% superior ao dos trabalhadores com o ensino secundário. O retorno da educação superior está entre os mais altos da OCDE. Também é conhecida a relação entre os graus de qualificação da população e os níveis de crescimento económico. A qualificação dos cidadãos é a única forma de aumentar a produtividade, a atratividade e a competitividade. Um dos bem mais preciosos de que um país dispõe é o acesso dos cidadãos a qualificação superior. O défice de qualificação dos cidadãos será sempre mais lesivo e penalizador para qualquer país do que qualquer défice orçamental”. A história da abertura do ensino superior em Idanha-a-Nova foi contada num filme, e num livro, editado pela RVJ Editores, onde os intervenientes explicam na primeira pessoa como tudo se passou. Armindo Jacinto, presidente da Câmara raiana, diz nesse mesmo livro que“é inegável que a Escola teve um impacto muito positivo a vários níveis. Antes de mais trouxe talento para o território, não só ao nível do corpo docente e discente, mas
também por via da cooperação com outras instituições de ensino superior e diferentes áreas de investigação. Na sua face mais visível, a oferta educativa e a qualidade que é reconhecida à ESGIN também traz, todos os anos, estudantes de todo o país e alémfronteiras. Esse fenómeno tem sido um ativo de enorme relevância para a qualificação social, cultural e empresarial de Idanha-aNova. Mas também os Idanhenses e o meio empresarial têm sabido tirar partido da proximidade ao Ensino Superior. A própria Câmara Municipal tem hoje, nos seus quadros, um número significativo de diplomados pela ESGIN que são uma mais-valia em diversas áreas de intervenção”. Já na cerimónia, Armindo Jacinto destacaria a importância que o município está a
dar à educação “desde o berçário até à universidade sénior. Aquilo que pretendemos é um nível de educação de excelência, de forma a que possamos atrair e fixar população. E esta exigência é transversal a todos os níveis de ensino”. Por sua vez, Ana Rita Garcia, atual diretora da escola, lembrou que “nos últimos anos as licenciaturas e o mestrado foram avaliados pela A3ES. Foram acreditadas, duas novas licenciaturas: Administração Pública e Gestão Autárquica e Gestão Comercial. Apostou-se no ensino pós-laboral das licenciaturas em Solicitadoria e Gestão Hoteleira. Criaram-se os Cursos de Especialização Tecnológica em: Organização e Gestão de Eventos; Serviços Jurídicos; Gestão Hoteleira de Restauração e Bebidas. De-
senvolveram-se os Cursos Superiores Profissionais em Gestão de PME, Restauração de Bebidas, Gestão e Produção de Cozinha, Serviços Jurídicos, Organização e Gestão de Eventos e de Comércio Eletrónico. Apostouse na formação pós-graduada: Fiscalidade e Contabilidade, Insolvência e Recuperação de Empresas, Gestão de Negócios (ensino a distância), Master Executive em Gestão de Unidades de Turismo em Espaço Rural. Realizaram-se cursos breves de preparação para o exame de Admissão à Ordem dos Contabilistas Certificados. Estabeleceram-se vários protocolos com ordens profissionais: OCC, Câmara dos Solicitadores, Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal; com instituições de ensino superior portuguesas e estrangeiras”. Na cerimónia recordaram-se os anteriores presidentes do Politécnico, Virgílio Pinto de Andrade, Valter Lemos e Ana Maria Vaz, e os anteriores autarcas Joaquim Morão, Francisco Batista e Álvaro Rocha. Joaquim Morão responsável pela instalação do ensino superior em Idanha-a-Nova, lembraria, no livro, que “há 25 anos atrás quando, enquanto presidente da Câmara de Idanhaa-Nova, fui propor ao presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Professor Doutor Virgílio Pinto de Andrade, a criação de um polo da então Escola Superior de Tecnologia e Gestão para Idanha-a-Nova, houve surpresa e poucos acreditaram que a escola seria uma realidade. Mas foi. Nunca desistimos de ultrapassar os obstáculos, fossem eles quais fossem. E foram muitos. A nossa determinação fez com que o polo da Escola fosse criado em Idanha-a-Nova, numa vila do interior do país, quando todas as outras instituições de ensino superior se localizavam em cidades ou em localidades muito maiores que Idanha-a-Nova. A abertura do polo da Escola foi, por isso, um caso único no país, que ganhou singularidade por ter começado a funcionar antes da abertura da própria escola em Castelo Branco”. A sessão solene teve ainda a intervenção da coordenadora da Unidade de Missão para o Interior, Helena Freitas. No decorrer da cerimónia foram distinguidos os responsáveis pelo aparecimento e desenvolvimento do ensino superior em Idanha-a-Nova e foi inaugurada a galeria dos diretores. K
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VII Gala
Leiria capital da inclusão 6 Para o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o trabalho de Leiria põe a cidade no centro do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, o que eleva Leiria a «capital do País no estímulo e promoção da inclusão das pessoas com deficiência». Vieira da Silva falava na VII Gala da Inclusão, que decorreu no dia 3 de dezembro, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, e que celebra a igualdade na diferença, e distingue os casos de sucesso na aplicação de boas práticas na inclusão de pessoas com deficiência. O ministro congratulou-se por o ato de incluir já não se fazer numa lógica caritativa, de assistencialismo, mas sim numa lógica de afirmação de direitos. “Porque inclusão é isso, afirmar direitos sociais, e Leiria é uma cidade que combate a intolerância”, disse o responsável alertando que no entanto ainda há muito caminho a percorrer. Um caminho “tão amplo quanto o que já percorremos nesta área», para «garantir equidade”, revelou, adiantando que tem três grandes preocupações: “mobilizar a comunidade para incluir as pessoas com deficiência; proteger e afirmar o direito à proteção social das pessoas com deficiência; e promover a
autonomia”. Vieira da Silva deixou ainda uma palavra de apreço “às muitas instituições sociais que trabalham todos os dias em prol das pessoas com deficiência”. Nuno Mangas, presidente do Politécnico de Leiria, contou o caminho percorrido pela instituição em matéria de inclusão, que começou há muitos anos, “quando começámos a receber estudantes com algum tipo de deficiência ou necessidades educativas especiais, a precisar de resposta”. “É um trabalho de anos, de que a Gala da Inclusão é um dos pontos mais visíveis, porque urgia colo-
car a temática da inclusão junto da opinião pública”, acrescentou, concluindo que “a Gala da Inclusão não serve só para a assinalar o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, serve para reconhecer as pessoas e instituições que se distinguem pelas boas práticas na área da inclusão, e também para fazer a entrega simbólica de brinquedos da campanha ‘Mil Brinquedos Mil Sorrisos’, que faz a diferença na vida de muitas crianças”. O presidente do Politécnico de Leiria lembrou que o caminho já vai longo nesta matéria, e que o IPLeiria tem a sorte de estar incluído num território que também tem a preocupação de esbater diferenças. “Somos proativos para ser mais inclusivo em todas as áreas”, assegurou. Célia Sousa, coordenadora do Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Politécnico de Leiria, salientou o trabalho do Politécnico de Leiria na área da inclusão, de há muitos anos, que o consagra como uma instituição de referência nacional e internacional. Célia Sousa destacou ainda os sete anos da Gala, “a trabalhar para que se olhe o outro de modo diferente, para que se aceite o outro sem reservas”. K
Hospitality Challenge
Leiria em primeiro 6 José Fernandes, estudante da licenciatura em Gestão Turística e Hoteleira da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Politécnico de Leiria, conquistou o primeiro lugar no desafio ‘Hospitality Challenge’, uma competição nacional inovadora dirigida aos estudantes do ensino superior das áreas de Hotelaria e Turismo. Com este galardão, a equipa vencedora (composta por José Fernandes da ESTM/IPLeiria, Hélder Palma, da
Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, e Inês Arribança, da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve) irá representar Portugal, em março de 2017, no ‘Global Young Hoteliers Summit’, uma prova internacional que reúne os melhores estudantes da área hoteleira e do turismo, na École Hôtelière de Lausanne, na Suíça. “Estamos muito orgulhosos por
Secretária de Estado apadrinha campanha
Brinquedos para os Açores 6 Ana Sofia Antunes, secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, apadrinha a campanha solidária do Politécnico de Leiria, ‘Mil Brinquedos, Mil Sorrisos’, que anualmente recolhe e adapta brinquedos para crianças com necessidades especiais, por iguais oportunidades de brincar. Os brinquedos que o Politécnico de Leiria recolheu este ano vão ser entregues às Equipas Locais de Intervenção Precoce dos Açores. Desde 2007, o Politécnico de Leiria já entregou brinquedos a 230 instituições de três continentes. Há nove anos que os estudantes e docentes do Politécnico de Leiria recolhem e adaptam, ao longo do ano letivo e de forma voluntária, brinquedos com sistema eletrónico simples (funcionamento a pilhas, on-off), que entregam a associações, para que crianças com necessidades especiais possam deles usufruir. A iniciativa
‘Mil brinquedos, mil sorrisos’ partiu do Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Politécnico de Leiria, em colaboração com o Departamento de Engenharia Eletrotécnica da ESTG, e conta com o apoio de todas as Escolas do Politécnico de Leiria, assim como da sociedade civil, na recolha de brinquedos, que, segundo Célia Sousa, “dão, muitas vezes pela primeira vez, a experiência de brincar com brinquedos eletrónicos, a crianças com dificuldades de mobilidade, por exemplo”. Todos os brinquedos recolhidos são entregues a associações. Para Ana Sofia Antunes, a associação do Governo a esta iniciativa deveu-se à necessidade de “dar dimensão nacional àquilo que já é feito em Leiria”, em matéria de inclusão. Para a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, “Leiria tem dado cartas” nesta vertente. K
Dia Mundial dos Direitos Humanos este prémio, que é um reconhecimento da formação de qualidade que ministramos na nossa Escola e no Politécnico de Leiria”, salienta Paulo Almeida, diretor da ESTM. “A oportunidade de representar Portugal na Suíça entre os melhores do ensino superior do mundo hoteleiro e do turismo é excelente para enriquecer o currículo dos nossos estudantes e abrirá com certeza muitas portas no seu futuro profissional”, remata o professor. K
Portalegre celebra 6 A Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Portalegre assinala o Dia Mundial dos Direitos Humanos, celebrado a 10 de dezembro, com um evento de uma semana subordinado ao tema ‘Age hoje pelos Direitos Humanos de alguém’, com início a 5 de dezembro. A iniciativa, organizada pelo docente Eduardo Marques e pelos
alunos do Curso de Serviço Social, inclui vários eventos, como uma visita guiada à Casa dos Direitos Humanos (5 de dezembro), uma tertúlia-debate sobre as veias abertas dos Direitos Humanos (6 de dezembro), uma maratona de cartas pelos Direitos Humanos e várias iniciativas de promoção da Educação para os Direitos Humanos (8 de dezembro). K
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Boas Festas
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Atelier Digital da Google
Setúbal é pioneiro 6 O Instituto Politécnico de Setúbal recebeu, a 5 de dezembro, a apresentação do projeto da Google Atelier Digital em Portugal, uma plataforma que visa auxiliar na formação dos jovens em competências digitais, dotando-os das ferramentas necessárias para aproveitarem as oportunidades da digitalização da economia e contribuir para fomentar o empreendedorismo em Portugal. Numa primeira fase os cursos são online. A partir de janeiro de 2017 decorrem também em regime presencial, sendo o Politécnico de Setúbal, o Politécnico de Leiria e a Universidade de Aveiro, as primeiras instituições a receberem estas sessões de formação gratuita para a comunidade académica e interna, bem como para a comunidade envolvente e para todas as pessoas com ou sem grau académico, empregados ou desempregados. O projeto Atelier Digital tem como parceiros o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) e a SIC Esperança. Na sessão de lançamento, a Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino
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Superior, Maria Fernanda Rollo, referiu que este projeto reveste-se de elevada pertinência uma vez que “a literacia digital, a aprendizagem de código e, em geral, a aquisição de competências digitais, contribui para aumentar a participação dos cidadãos no inexorável mundo digital”. Salientou, ainda, que “o Governo está muito empenhado em criar condições para a aquisição de competências digitais, tendo a noção muito clara de que estamos a falar num universo muito amplo a que é preciso dar resposta e as nossas Universidades, mas em particular os Institutos Politécnicos têm uma consciência muito clara nesse sentido e estão a fazê-lo em todo o território nacional”. Para o presidente do Politécnico de Setúbal, Pedro Dominguinhos, “este projeto é extremamente relevante porque permite complementar as competências dos nossos estudantes, acrescentando a este fator algo que para nós é crucial que é a possibilidade dos diplomados poderem complementar a sua formação através deste atelier com o desenvolvimento de competências digitais”. K
Politécnico de Beja
Clube de Leitura avança 6 O Instituto Politécnico de Beja iniciou, a 29 de novembro, as sessões semanais do Clube de Leitura, iniciativa da Biblioteca do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) e da Rede Internacional de Universidades Leitoras (RIUL). O grande objetivo do Clube de Leitura é o de dar a conhecer obras e autores em encontros semanais, com uma partilha que extravasa o âmbito meramente literário, pois simultaneamente pretende-se incrementar o sentido de comunidade entre os seus diferentes membros (alunos, funcionários docentes e não docentes) na partilha das suas experiências de leitura e fomentar o debate e a reflexão sobre as mais variedades temáticas, que sejam do
interesse do grupo. A promoção da leitura, enquanto fator de desenvolvimento individual e social, é a motivação geral que orienta as estratégias e o programa desta iniciativa, pretendendo a equipa dinamizadora que ele não se esgote na literatura mas sim, que esta seja a ponte e o estímulo para a ligação com outras áreas como a própria ciência e as artes. O clube que não se destina exclusivamente a quem já tem o gosto pela leitura, mas sim um clube aberto a quem quer participar. Estes momentos são momentos de aprendizagem que nos permitem explorar, conhecer, ver diferente, transformar ideias e criar valor individual e em grupo. K
Politécnico de Beja
Conselho Geral toma posse 6 Os novos elementos do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Beja tomaram posse a 23 de novembro, numa cerimónia presidida pelo presidente cessante, João Paulo Ramôa. Após este ato, aquele órgão é agora formado pelos investigadores Manuel Patanita, António Ribeiro, Antó-
nia Macedo, Olga Amaral, Luís Murta, José da Encarnação, Vitor Figueira, Luís Cesário, Paulo de Almeida, Maria Tareco e Rogério Ferreira. Os estudantes são representados por Catarina Batista, Joaquim Lopes e Ester Augusto Caetano. Maria da Piedade Júlio representa o pessoal não docente. K
Prémio Organismo Público 2016
Escola do Barreiro vence 6 A Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, do Politécnico de Setúbal, venceu o Prémio Organismo Público 2016, uma distinção que reconhece o edifício público mais acessível e que é atribuída pela Vem Vencer - Associação de Apoio a Crianças, Idosos e Pessoas com Deficiência. O prémio foi entregue ao diretor da instituição, Pedro Ferreira, na II Gala da Diferença, que teve lugar no dia 3 de dezembro, no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro. Para Pedro Ferreira “ser premiado como o edifício público mais acessível pela Vem Vencer, associação muito preocupada e atenta a estas mesmas questões, é para a Escola Superior de Tecnologia do Barreiro um orgulho e demonstra a qualidade de um espaço e serviço que é disponibilizado à comunidade e que poucas populações se podem orgulhar de ter.” 014 /// DEZEMBRO 2016
Esta Gala é promovida pela Vem Vencer, uma Organização Não Governamental de Pessoas com Deficiência, sediada no Barreiro, que intervém socialmente junto de pessoas que apresentam debilidade física e dificuldades económicas, no sentido de integrá-las na sociedade. Com esta entrega de prémios de mérito, a Associação procura promover e divulgar as boas-práticas existentes ao nível de pessoas com deficiência, individualidades da comunidade e instituições públicas e privadas, no que diz respeito à inclusão na sociedade de pessoas com deficiência. O edifício da ESTBarreiro/IPS, distinguido em 2009 com o Prémio Internacional de Arquitetura pelo Chicago Athenaeum: Museum of Architecture and Design volta agora ser reconhecido, desta vez, por uma instituição da comunidade. K
Na ESE de Castelo Branco
O futuro da educação e da escola em debate Aniversário no ipcb
Agrária faz 33 anos 6 A Escola Superior Agrária de Castelo Branco assinalou, no passado dia 5 de dezembro, o seu 33º aniversário. A iniciativa integrou uma sessão solene que decorreu no auditório daquela escola, onde marcaram
presença o presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Carlos Maia, que realçou o papel da escola na região e no país; do seu diretor, Celestino Almeida, e de muitos docentes, funcionários e alunos. K
“Mãos que Leem”
IPL cria biblioteca braille 6 O Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Politécnico de Leiria (CRID) vai criar uma biblioteca em braille, que ficará situada na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais. A biblioteca, com o mote “Mãos que leem” será única no país, pela particularidade de integrar obras de vários géneros, e conta com o apoio do Lions Clube de Leiria. A biblioteca será dotada com novos títulos mensalmente. Célia Sousa, coordenadora do CRID, explica que “queremos disponibilizar um espaço em braille que englobe não só obras técnicas, que é o que geralmente acontece – incluídas numa biblioteca “normal” -, mas também romances e outras obras, para que a comunidade cega possa ter uma verdadeira biblioteca, diversificada e com opções para todos os gostos e necessidades”. “Queremos fazer a diferença, não só para que a população em geral se ponha no lugar da pessoa com deficiência, mas essencialmente para que este público possa ter aces-
so às mesmas opções culturais que a restante população”. A professora e investigadora da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria conta que “imprimir em braille é muito dispendioso, pelo que contar com o apoio do Lions Clube de Leiria é essencial para a prossecução deste projeto, porque além dos recursos humanos e das competências necessárias à adaptação do livro, há outros custos, nomeadamente o papel e impressores específicos. Este será com certeza um dos impedimentos para a editoras editarem obras em braille, o que condiciona muito as opções das pessoas cegas”. O CRID, com o imprescindível apoio do Lions Clube de Leiria, compromete-se a adaptar pelo menos uma obra por mês, para integrar a biblioteca, sendo que de momento já tem prontos para impressão 23 títulos. Até ao final do ano de 2017, o CRID espera ter 35 obras disponíveis na biblioteca. K
6 O seminário Gerir a Escola e a Educação para o Futuro, decorreu no passado dia 7 de dezembro, na Escola Superior de Educação de Castelo Branco, tendo sido orientado por João Ruivo, professor e investigador. A iniciativa decorreu no âmbito das atividades desenvolvidas pela Comissão Científica do Curso de Especialização Pós-graduada em Administração Escolar e contou com a presença de alunos dos cursos de mestrado, de pós-graduação e de especialização daquela escola superior e de docentes dos agrupamentos de escolas da região. Na sua apresentação, João Ruivo abordou os principais dilemas com que se confronta a escola dos nossos dias e perspetivou a evolução que deve ocorrer, na próxima década, nas escolas portuguesas e no desenvolvimento da carreira docente. Em debate estiveram temas como: a incorporação das novas tecnologias da informação e da comunicação na escola; a adaptação dos edifícios escolares à escola digital; a necessidade de desenhar uma carreira docente baseada na diversidade de competências exigidas aos professores; a utilização da in-
teligência emocional nas lideranças escolares e a urgência na erradicação das lideranças
tóxicas que contaminam a cultura organizacional de muitos agrupamentos. K
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Hélio Loureiro, chef
«Cozinhar é uma manifestação de afeto e amor» 6 Hélio Loureiro é um dos chefs portugueses de referência. Uma entrevista onde se fala das Estrelas Michelin, da alimentação nas cantinas escolares, na convivência com os craques da seleção de futebol e como será a sua noite de Natal. Os restaurantes portugueses já têm 26 estrelas Michelin. Pode-se dizer que a cozinha e os cozinheiros nacionais estão na moda? A cozinha portuguesa conseguiu, finalmente, ter projeção internacional. As estrelas Michelin distinguem a qualidade dos nossos chefs. Estes galardões não distinguem propriamente a cozinha portuguesa mais tradicional, que continua a não ter um reconhecimento tão notório, mas permanece em crescendo. Por isso, creio que importa diferenciar a cozinha tradicional portuguesa, ou seja, aquilo que é a nossa cultura gastronómica e com raízes ancestrais, da chamada cozinha de autor, a que é distinguida pelas estrelas Michelin. Tem bases da cozinha portuguesa e fazem dela alta cozinha. É um pouco como a moda, em que temos o prêtà-porter, os trajes tradicionais portugueses e, finalmente, a alta costura. Portugal está na moda e isso faz projetar as nossas tradições e a nossa cultura. O forte impulso turístico dos últimos anos, especialmente em cidades como Lisboa e Porto, foi importante? Está nos estudos já desenvolvidos que quando um turista nos visita aquilo que vem em primeiro lugar na lista de preferências são as pessoas e logo a seguir a gastronomia. E quando se fala em gastronomia, lembramo-nos logo dos nossos doces. Nada mais errado. Um estrangeiro não gosta dos nossos doces tradicionais. É muito raro um inglês ou um alemão apreciar um pudim abade de Priscos ou ovos moles, por exemplo. Por terem açúcar em excesso. Eles apreciam, verdadeiramente, é a frescura e o sabor dos Publicidade
nossos produtos, seja o peixe, a fruta, as verduras, etc. No fundo, a qualidade. Como vê o fenómeno dos chefs internacionais convertidos em pop stars, por exemplo, o Jamie OIiver ou o Anthony Bourdain? Finalmente, a gastronomia passou a ser reconhecida como cultura. Depois as pessoas deixaram de ter aquilo que era uma tradição familiar de passagem de receituário para ter alguém que aparece na televisão com receitas. E há um aspeto novo, que é a culinária e a gastronomia ligadas aos valores da saúde e do bem estar. A mediatização destes chefs deve-se também à projeção dos programas de TV em que eles
participam e da vontade que as pessoas têm em voltar às origens e preservar o valor de estar em família ou com amigos, que foi desvalorizado durante muito tempo. Apresentou um programa de TV durante vários anos. Qual o segredo para o sucesso? Os programas de culinária na TV são entretenimento, mas transmitem conhecimento às pessoas. A cozinha passou a estar outra vez no centro da atividade doméstica. A crise levou a uma reflexão generalizada sobre o que queremos para as nossas vidas e o que queremos evidenciar, se a compra por impulso, o ir jantar ou almoçar fora para não ter trabalho, etc. Mas as refeições em casa para estarmos com os outros penso que têm sido recuperadas. Como diz um personagem do livro de Mia Couto, «O fio de missangas», «cozinhar não é um serviço, é uma forma diferente de amar os outros.» Não posso estar mais de acordo. Cozinhar é uma manifestação de afeto e de amor. Uma mãe ou um pai que se levanta cedo num domingo ou dia feriado para cozinhar para a família inteira está a demonstrar amor pelos seus. Eu próprio quando estou na cozinha de um restaurante, tento sempre colocar uma dose de afeto nas refeições que confeciono. É a diferença, por exemplo, de comer uma refeição rápida numa estação de serviço, em que não existe sensibilidade ou afeto. É servir, apenas. Como vê esta tendência para uma alimentação mais saudável e a emergência de novas tendências como os vegan ou os vegetarianos?
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Quanto mais informação há, mais vontade as pessoas têm de experimentar coisas novas. Por exemplo, o vegan é uma forma de cozinhar e um modo de estar no mundo. Hoje também surgem muitas modas, como as dietas do paleolítico ou ligadas à proteína, em detrimento dos hidratos de carbono, etc. As tendências têm muito que ver com a nossa filosofia perante o mundo e os valores que partilhamos. As notícias que a comunicação social veicula, por exemplo, os efeitos cancerígenos dos alimentos processados, são responsáveis por estas novas tendências? Pode parecer duro ouvir, mas da forma como a nossa civilização se organiza, se de repente a indústria agro-alimentar deixasse de ter esses tipos de produtos nós passávamos fome. É impossível pensarmos que no mundo ideal seriamos alimentados de forma tradicional ou biológica. O que é necessário é valorizar, cada vez mais, o valor da terra e tentarmos ser o menos invasivos possível. Como? Reduzindo o consumo da proteína animal – só precisamos de 50 gramas por dia – e diminuindo a quantidade de alimentos que ingerimos por dia. É preciso parar para pensar e reconhecer que ao ingerir os alimentos processados estamos a prejudicar o nosso organismo e o planeta Terra. Mas também há fenómenos de intolerância alimentar simplesmente porque sim. Simplesmente por serem modas. Veja o caso da rejeição à lactose, que já se tornou um mito, baseandose em teorias sem prova científica. As pessoas devem evitar produtos com lactose só se forem intolerantes.
A questão da biodiversidade e da preservação ecológica é cada vez mais relevante? Deve ser. Mas há um longo caminho a percorrer. Veja que atualmente comemos peixes que viajam mais do que nós, o que é completamente errado. Quando devíamos era comer produtos locais, com uma alimentação baseada no que está ao nosso redor, no fundo, para diminuir a pegada ecológica. Há um fenómeno interessante, pelo menos em Lisboa, com as hortas e as hortinhas a despontarem… A alimentação deve basear-se na biodiversidade e na sazonalidade, que temos vindo a esquecer. Comemos uvas e laranjas no verão, melão no inverno. Ou seja, andamos desfasados em relação à natureza, o que do ponto de vista nutricional não é correto. Sobre as hortas e as hortinhas, sobretudo nas cidades, temos de ter em consideração os metais pesados que existem nessas hortas urbanas. Uma horta junto à Segunda Circular pode ser um perigo para a saúde, porque os solos e a estrutura ambiental estão contaminados. Cozinha é trabalho, arte ou imaginação? A inspiração, seja para o que for, vem sempre do trabalho. A inspiração é tempo, observação e trabalho. É disto que nasce a criatividade e faz que a partir de uma batata a transformemos num puré e a seguir juntamos trufas. É aqui que reside a base do que é hoje a cozinha de autor.
A ceia do chef
O que não pode faltar na sua mesa de Natal?
Sei que começou a ganhar o gosto pela cozinha com 6 ou 7 anos. Que recordações tem desse período? Venho de uma família do Porto em que a cozinha sempre esteve muito presente e o convívio à mesa sempre foi fundamental. A minha mãe era enfermeira e fazia turnos. Tínhamos uma empregada que adiantava o jantar, mas muitas vezes o meu pai também fazia e comecei a achar graça ajudar nesta atividade doméstica. Assim nasce o meu gosto pela cozinha. Em 1976 surge a revis-
ta «Tele Culinária», do chef Silva, com quem mantive uma relação muito estreita. O meu pai comprava a revista e eu passava os dias seguintes a experimentar as receitas que lá vinham. Foi a minha primeira escola e que me motivou e ajudou a seguir esta carreira. Terminei o liceu, entrei para a escola de hotelaria e segui o meu rumo, até hoje. Posso perguntar ao chef qual é o seu prato favorito? Eu tanto gosto de sardinhas como de ca
6 É impossível desligar a mensagem espiritual das tradições gastronómicas. Antes de mais, Jesus Cristo está no centro de tudo. Não podemos esquecer o sentido cristão do Natal e que não pode ser negado. O mais importante do Natal é a renovação da nossa espiritualidade e o cultivar do estarmos juntos, porque esse é o ensinamento de Jesus Cristo. Os presentes são secundários. Na minha família há muitos anos que acabamos com a troca de presentes. No que diz respeito às tradições gastronómicas devemos mantê-las. Quando estamos a comer o bacalhau cozido com todos estamos a recordar as memórias que vivemos e os nossos antepassados que, de alguma forma, também estão a partilhar este momento connosco, mesmo já tendo falecido. Os doces de Natal são imprescindíveis e são o aroma da quadra. Cheira-nos sempre a canela, a leite creme queimado, a limão, a laranja, a mel. É este ambiente que transforma as casas no Natal. K
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Neste Natal as Feijadinhas estão de volta.
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que sabe como ninguém a importância de uma alimentação saudável para um bom desempenho. Quem quer chegar ao topo tem de fazer sacrifícios a todos os níveis, a começar pela alimentação. O Cristiano Ronaldo gosta de comer e o prato favorito dele é bacalhau à brás, feito pela mãe, claro.
viar. Mas depende do momento, é como a música, há dias em que apetece ouvir jazz e outros em que apetece ouvir música clássica. Uma coisa que não gosto muito são nabos. Não me sabem bem, mas se me puserem à frente eu como, por uma questão de educação. Mas em termos de pratos tradicionais posso confessar que sou um apaixonado por cozido à portuguesa, adoro tripas à moda do Porto, mas também gosto de uma francesinha, gosto de bacalhau. Uma vez perguntaram se eu morresse amanhã qual seria a minha última ceia: teriam de ser vários pratos, porque um não me iria satisfizer, mas a companhia, que não pode ser dissociada da comida, também seria muito importante. Como é sabido a dieta mediterrânica valoriza o convívio e o prazer de estar à mesa. Ninguém se lembra de uma refeição comida sozinha. Como vê o futuro desta nova geração de chefs de cozinha? Têm beneficiado de uma boa formação? É muito importante que haja formação, e ela existe, como formação de base. O que eu defendo é que as escolas de hotelaria têm que se abrir mais às pessoas externas à sua existência. Um pouco como acontece nos Estados Unidos ou na Alemanha, em que os chefs de cozinha, reconhecidos e conhecidos fora dos seus ambientes, são chamados às escolas para masterclasses ou aulas especiais de formação. Não podemos ter nas escolas pessoas que nunca tiveram outra atividade que não fosse na hotelaria. Um chef que ganhe 5 ou 6 mil euros não vai para uma escola hoteleira lecionar para ganhar 1 ou 2 mil euros. É, por isso, normal que na carreira do ensino não estejam os melhores. Seria preciso inverter esta situação e não apenas no turismo. As universidades deviam ir buscar ao exterior mais pessoas com conhecimento prático. A qualidade da alimentação das cantinas nas escolas é a mais indicada para jovens e crianças? Acompanho muito a alimentação escolar e hospitalar, porque sou consultor de uma empresa que fornece 700 mil refeições por dia, nomeadamente para esses estabelecimentos. O primeiro aspeto a considerar é o preço. É impossível qualquer empresa fornecer uma refeição por 90 cêntimos. Alguma coisa tem que falhar. É muito pouco o que o Estado dá para a alimentação escolar e este é logo um fator inibidor da variedade e da qualidade alimentar. Por muito boa vontade, é impossível servir numa cantina pescada fresca. O preço não o permite. Mas a segurança alimentar está garantida? Completamente. A segurança alimentar e a forma como a comida é cozinhada estão asseguradas. A diversidade também existe, porque normalmente todas as cantinas têm cinco semanas de comida diferente. O que é impossível é pretender que comamos nas cantinas como comemos em casa. A alimentação escolar nunca vai ser a continuidade da sala de jantar de casa. Primeiro pelo preço, depois pelas quantidades. Agora posso garantir que a alimentação escolar nutricionalmente está correta, ou seja, a ementa completa está equilibrada, e a higiene e segurança alimentares estão garantidas. A questão de fundo tem a ver com o ambiente
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e o espaço em que se consome a comida. É muito diferente comer um caldo verde num ambiente hoteleiro, decorado a preceito, do que comer um caldo verde ou um bacalhau em ambiente de cantina, com luzes brancas, sem janelas, muito barulho. Nada daquilo nos vai saber bem. Como foram os 20 anos que esteve na Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a conviver em estágios com sucessivas gerações de craques? Eu comecei no FC Porto e foi nesse clube que se começou a olhar para a alimentação dos atletas de alta competição de uma forma mais sustentada e a adaptar as suas refeições ao seu calendário desportivo. Na seleção desenvolvi um trabalho de três anos de pesquisa antes do mundial da Coreia/Japão, de 2002, para comparar a alimentação de várias seleções de futebol na Europa e de basquetebol nos Estados Unidos. É evidente que os hidratos de carbono são essenciais,
as carnes brancas e os peixes são de fácil digestão, mas não podemos esquecer a nossa tradição culinária. Não é possível alimentar o corpo, sem alimentar o espírito. Houve sempre um grande cuidado na seleção e no FC Porto de manter o equilíbrio entre uma refeição saudável, que salvaguardasse o conforto de casa. É importante assegurar que os atletas «comam» memórias. Comer um caldo verde na Rússia ou no Japão projeta-nos para uma infância, para o ambiente de casa, para as origens. Por isso, nos produtos que levávamos para jogos fora de Portugal e para os estágios havia sempre uma preocupação de levar os chamados produtos da saudade: o bacalhau, os enchidos, os queijos, etc. Os craques da seleção são bons de boca? São. Nunca encontrei nenhum jogador que fosse complicado. Nem mesmo as estrelas. O Luís Figo, o Fernando Couto, o Rui Costa, o Cristiano Ronaldo, são pessoas simples e educadas que fazem parte desta geração
CARA DA NOTÍCIA A cozinhar para os craques 6 Hélio Loureiro é uma figura incontornável do panorama gastronómico nacional. Iniciou-se na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto, no Núcleo Escolar de Vidago. Integrou e chefiou diversas unidades hoteleiras de cinco estrelas, como o Meridien e o Porto Palácio, no Porto, a Quinta do Lago, no Algarve. A sua atividade como chef estendeu-se, também, à área desportiva, na qual desempenhou funções de chefe de cozinha do Futebol Clube do Porto. De 1996 a 2016 foi o responsável gastronómico da Selecção Portuguesa de Futebol. Promoveu festivais gastronómicos em todo o mundo e integrou júris de vários concursos nacionais e internacionais. Apresentou durante sete anos consecutivos, «Gostos e sabores», na RTP-N, o programa de televisão no âmbito da culinária que esteve mais tempo em antena. Das dezenas de distinções que recebeu, talvez a mais importante tenha sido a eleição como chef do ano 2003, pela Academia Gastronómica Portuguesa. K
É um monárquico por convicção. Portugal seria um país melhor se fosse governado por um Rei? A OCDE diz que sete dos 12 países mais desenvolvidos do mundo são monarquias. Os países mais progressistas e democratas do mundo são monarquias. Isso é um facto evidente. Portugal, na sua base, é um país monárquico. Veja a repercussão da recente viagem dos reis de Espanha a Portugal ou da visita da Rainha Isabel II de Inglaterra há uns anos atrás. Algo incomparável mesmo com a visita de um presidente dos Estados Unidos. Isto relaciona-se com a nossa tradição, a nossa cultura e as nossas memórias. O Rei representa a estabilidade democrática e a estabilidade institucional da tradição e da moral, por isso, está sempre acima de qualquer interesse económico e político. Não tem que ser partidário. Tem é de ser agregador. Os fenómenos extremistas que se multiplicam pelo mundo devem-se à falta de liderança e à existência de dirigentes separadores, em vez de serem agregadores. Veja o que se passou nos EUA com a vitória de Trump, que está longe de ser agregador, tendo dividido o país em dois. Em Portugal, na liderança de Cavaco Silva existiam dois blocos bem definidos, uns pró e outros anti Presidente. Marcelo Rebelo de Sousa não está a fazer o papel de Rei informal? Marcelo tem a vantagem de vir de uma família ligada ao Estado e foi educado a lidar com o povo e a ser conciliador. Não há escolas para presidentes da República, mas educa-se a ser Rei. Que papel está reservado ao Duque de Bragança? Os portugueses conhecem-no mal. Muito por culpa de uma comunicação social e de um status quo que é deliberadamente a favor da República e que silencia tudo o que está ligado à monarquia, exceto quando pretendem colar o Senhor D. Duarte às páginas das revistas cor de rosa, quando um monarca não é para essas publicações. Nestes 106 anos de regime houve praticamente um apagão do que é a monarquia. As pessoas desconhecem, pelos fatores que atrás mencionei, a preparação do Senhor D. Duarte para o cargo de Rei. Ele consegue falar de vários temas com sabedoria, bom senso e em tom conciliador. Por exemplo, conheço poucos portugueses que saibam tanto sobre a Lusofonia. Como Rei dos portugueses que ele é devia ser uma figura de Estado como se fosse um embaixador de Portugal pelo mundo. As pessoas esquecem-se do trabalho feito anos a fio, contra tudo e contra todos, pelo Senhor D. Duarte em prol da causa timorense. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H
Politécnico do Porto
viseu
Alimentação equilibrada 6 Os Serviços de Ação Social do Politécnico de Viseu promoveram, em parceria com a empresa Medimarco, um evento de sensibilização para uma alimentação equilibrada denominado ‘Acompanhamento Nutricional’. A iniciativa, composta pela
realização de workshops e rastreios alimentares, partiu da preocupação com o bem-estar e com uma alimentação equilibrada por parte dos estudantes do IPV e decorreu a 17 de novembro, em Viseu, e no dia 30 do mesmo mês, em Lamego. K
viseu
ESTG Voluntária 6 A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego (ESTGL) do Politécnico de Viseu (IPV) organizou o Simpósio Ibérico de Voluntariado, a 22 de novembro, no Teatro Ribeiro Conceição, subordinado à temática “Estratégias de valorização, reconhecimento e proteção do voluntariado”. Foram objetivos desta iniciativa criar um espaço de reflexão, debate e esclarecimento sobre o
voluntariado, difundir o voluntariado como exercício de cidadania ativa e envolvimento consistente de todos para a prossecução de bem-estar social, divulgar boas práticas de voluntariado para potenciar a sua replicação e a realização de projetos de voluntariado, incentivar a participação da sociedade civil no desenvolvimento de atividades e serviços ligados ao setor da cultura e ciência. K
santarém
Dupla titulação 6 Os alunos do Instituto Politécnico de Santarém vão poder obter um grau de ensino superior simultaneamente no Brasil e em Portugal, devido às relações de intercâmbio entre ambos os países. O acordo que permite esta dupla titulação foi assinado a 24 de novembro, na Casa do Brasil de Santarém, entre o Instituto e o UNIS – Centro Universitário do Sul de Minas. O Instituto dá um passo à frente no seu próprio processo de internacionalização, aprofundando esta cooperação ao assinar um Convénio específico para
a implementação do processo de dupla titulação dos seus cursos, nas áreas de desporto e saúde. Esta modalidade permite aos estudantes dos cursos em causa a realização de um período de estudos na instituição parceira, obtendo um diploma de ambas as entidades de formação académica. Assim, os alunos que o façam vão passar a obter um grau de ensino superior simultaneamente nos dois países, estando habilitados a exercer a respetiva profissão quer em Portugal, quer no Brasil. K
Alunos melhoram inglês 6 O Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP) e a International House Porto desenvolveram um acordo de colaboração que permitirá oferecer condições especiais a todos os estudantes do Instituto Politécnico do Porto na obtenção de um certificado Cambridge English: Preliminary, First e Advanced, qualificações aceites por universidades e organizações em todo o mundo como prova das competências linguísticas necessárias para trabalhar ou estudar em inglês ao mais alto nível. “Muitos alunos portugueses têm um excelente nível de conhecimento de inglês, mas por vezes têm dificuldade em utilizar a língua em contextos reais” explica Luísa Geão, especialista para Portugal do Cambridge English Language Assessment. “Os exames Cambridge English são desenvolvidos especificamente para assegurar que os alunos têm as
competências necessárias para comunicar com sucesso em inglês escrito e falado e aplicar melhor o que sabem. É por esse motivo que são aceites por mais de 20 000 departamentos governamentais, empresas e organizações educativas em todo o mundo. Acima de tudo, o que o Cambridge English fornece é confiança para comunicar em Inglês”. A partir de agora, o ISCAP será um Centro Univer-
sitário Colaborador Cambridge English, realizando testes nas suas próprias instalações sob a supervisão da International House Porto, parceira estratégica do Cambridge English. “A International House tem um excelente historial na oferta de um serviço da mais alta qualidade aos candidatos que realizam os exames Cambridge English. A sua administração obedece a normas de segurança ex-
tremamente exigentes, para que a fiabilidade dos resultados esteja garantida” explica Luísa Geão. A International House Porto orgulha-se desta iniciativa: “É uma mais-valia para os alunos do IPP, a possibilidade de realizar no ISCAP os tão prestigiados exames Cambridge English, cada vez mais imprescindíveis”, afirma Luísa Novais Machado, Centre Exams Manager. K
Rio Maior
Desporto faz 19 anos de vida
6 A Escola Superior de Desporto de Rio Maior (ESDRM), do Instituto Politécnico de Santarém, comemoram o seu XIX Aniversário a 5 de dezembro, no auditório da escola. O programa de aniversário começou com a atuação da Bagatuna e Sal&Tuna, tunas masculina e feminina. De seguida iniciou-se a sessão solene com o diretor da ESDRM, João Moutão, com a presidente da associação de estudantes, Diana Silva, o presidente da assembleia de escola, Luís Gonzaga, a presi-
dente da Câmara Municipal de Rio Maior, Isaura Morais e o presidente do IPSantarém, Jorge Justino. A ação central deste aniversário assentou na conferência “Da Crescente Profissionalização no Desporto à
(Des)Necessidade de Regulação da Profissão”, uma questão que tem vindo a ser muito comentada nesta área e que foi apresentada pelo exSecretário de Estado do Desporto e da Juventude e docente da ESDRM, Alexandre Mestre. Após a conferência, seguiu-se a assinatura do protocolo institucional Diabetes em Movimento Rio Maior com as entidades envolvidas neste projeto de promoção da saúde e a carta de com-
promisso - Residência de Estudantes, fulcral importância para o bem-estar dos atuais e futuros alunos da escola. Foi entregue uma lembrança aos funcionários pelos 10 e 15 anos de serviço, os certificados de melhores alunos de licenciatura e mestrado, bem como o prémio José Pedro Inês Canadas para o melhor aluno da escola. Decorreu ainda uma homenagem a Silvino Sequeira, figura do desporto em Rio Maior, com a atribuição do seu nome ao auditório da ESDRM. K
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Politécnico da Guarda
Ministro empenhado no geoparque 6 O Ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor quer que a Serra da Estrela se transforme num espaço de “investigação e de conhecimento”. O governante falava durante o aniversário do Politécnico da Guarda, que decorreu no passado dia 6 de dezembro. “Este é um processo que vem sendo feito com o esforço de muitos de vocês e que começou com uma candidatura à UNESCO. E nós aqui estamos para trabalhar convosco com grande proximidade no sentido de trazer mais conhecimento e diversidade às atividades aqui desenvolvidas”, disse Manuel Heitor, referindo-se ao processo apresentado na UNESCO para a criação de um geoparque na Serra da Estrela, num desafio que foi lançado pelo Politécnico da Guarda aos municípios que coabitam naquele território. Durante a cerimónia o ministro voltou a reafirmar a ideia de que não há instituições de ensino superior a mais, mas sim estudantes a menos, pelo que é necessário o país fazer um esforço para que mais alunos que concluam o secundário, sobretudo das vias profissionais, possam prosseguir estudos no ensino superior. Na cerimónia que permitiu ao Politécnico da Guarda rubricar vários protocolos de colaboração, entre os quais com a Câmara de Seia, Estabelecimento Prisional da Guarda e com o Banco Santander Totta, Constantino Rei, presidente da instituição destacou também o empenho da tutela para a criação do geoparque na Serra da Estrela, num desafio lançado há cerca de dois meses. “Daí até chegarmos ao debate e a um projeto bem mais vasto e ambicioso da Estrela - Uma Montanha de Conhecimento foi um inesperado e rápido passo. A sua inserção no PNCT, em concreto na medida N.º 3.26, denominada — Rede de investigação em ecossistemas de montanha, é a prova que há vontade e crença nas nossas capacidades”, disse. Na sua intervenção, Constantino Rei, lembrou ainda os seis projetos com que o Politécnico da Guarda concorreu ao programa de Investigação. “Foi difícil escolher 6 e deixar de fora mais de uma vintena de outras propostas. Projetos que representam cerca de 900 Publicidade
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mil euros, que envolvem mais de 30 docentes e investigadores deste Instituto, e parcerias com mais de 3 dezenas de empresas e instituições, para além do envolvimento de alunos. A estes há ainda a acrescentar a presença de docentes do IPG em mais 9 projetos liderados por outros IP´s, como o IPB, IPV, IPCB, UA e o IPT”. Já no que respeita às vagas colocadas no
Ensino Magazine entregou prémio ao melhor aluno 6 O Ensino Magazine entregou uma bolsa de mérito a um dos melhores alunos do Instituto Politécnico da Guarda. Paulo Silva, da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto, do curso de Comunicação Multimédia, foi o estudante premiado com uma bolsa monetária. A entrega decorreu durante a sessão solene do aniversário do IPG, onde também foram distinguidos alunos com os prémios do Banco Santander Totta, João Lopes (Clube Escape Livre) e Poliempreende K
concurso nacional de acesso (CNA), Constantino Rei foi crítico. “O CNA deste ano, e em particular a aprovação de vagas e novos cursos revelou sinais preocupantes de algum afrouxamento no controle das vagas e da oferta formativa. Já não reivindico, porque sei que tal não é viável no curto prazo, a redução de vagas no litoral e grandes centros urbanos de forma a potenciar uma maior taxa de ocupação
das vagas nas Instituições de Ensino Superior do interior”, referiu, para depois acrescentar: “foi com extrema preocupação que constatámos a abertura, no presente ano letivo, de mais um curso na área da restauração, (Gastronomia) na Escola Superior de Educação do IP de Coimbra. Os números são ilustrativos e dispensam grandes comentários: havia 2 cursos (Restauração e Catering) na zona centro: no IP Leiria e na ESTH do IPG. Historicamente, a procura tem vindo a diminuir, sendo que a oferta já era maior que a procura, como revela a análise de colocações nos últimos anos. O resultado da abertura do curso em Coimbra é revelador: na 1ª fase do CNA, Coimbra ocupou todas as vagas (20), no IPL foram ocupadas 14 das 25 vagas e no IPG foram ocupadas apenas 5 das mesmas 25 vagas. Se o critério for o de dar resposta à procura em cada região, então podemos preparar-nos para um futuro bem mais sombrio. Os nºs revelam que a capacidade instalada na região era suficiente, e que esta decisão apenas provocou um ineficiente uso dos recursos disponíveis, ao deixar recursos ociosos num lado, para investir, ou seja gastar mais, noutros locais”. O presidente do IPG foi também crítico ao programa + superior. “Não parece que ele esteja a contribuir para este objetivo, urgindo pois repensá-lo. De facto, o programa tal como está formatado, representa um prémio, dado à posteriori, para os alunos beneficiários e não propriamente um incentivo para a mobilidade”. Constantino Rei destacou também o protocolo com a Câmara de Seia, que permitirá a abertura de uma residência de estudantes, com o apoio da autarquia. “Só juntos e em conjunto podemos ultrapassar as dificuldades. Posso assegurar que, para o IPG, e face a este apoio, não está em causa nenhum acréscimo significativo da despesa pública: apenas necessitaremos de efetuar pequenas intervenções de manutenção e algum equipamento, nomeadamente para a cozinha e sala de estudo/convívio”, justificou o presidente do IPG solicitando ao Ministro para que o processo não se arraste e possa ser uma realidade. K
IPG
Profissões do Desporto em debate 6 O Seminário de Pedagogia do Desporto intitulado “Profissões do Desporto e Formação” vai decorrer no dia 6 de janeiro de 2017, pelas 10 horas, no auditório dos Serviços Centrais do IPG. A iniciativa é uma organização conjunta da Sociedade Científica de Pedagogia do Desporto, e da Escola Superior de Educação e Comunicação e Desporto do IPG. Do programa, constam 4 conferências a serem apresentadas: A Formação de Treinadores: Do
Conhecimento à Competência, por Rui Resende e A Formação dos Técnicos de Exercício Físico, por João Pimentel e José Costa. Da parte da tarde serão apresentadas as restantes comunicações: O Desporto Adaptado em Portugal: Uma proposta para a sua transformação, por Nuno Pimenta e Metodologia TOCOF: Uma proposta pedagógica para a iniciação do jogo de futebol, proferida por Válter Pinheiro. K
Castelo Branco
APPACDM nos jogos adaptados 6 A APPACDM de Castelo Branco participou, nos dias 24 e 25 de novembro, na Covilhã, nos 4os Jogos Adaptados da Cova da Beira -Special Olympics. A organização foi da responsabilidade da APPACDM da Covilhã em colaboração com o Special Olympics Portugal, e participaram cerca de 200 atletas e técnicos de 12 instituições de diversas zonas do país. Neste evento, que contou com o apoio da Câmara da Municipal Covilhã, Universidade da Beira Interior e co-financiamento do INR, os atletas competiram nas modalidades de Natação, Ténis de Mesa, Basquetebol e Judo (demonstração).
No torneio de Ténis de Mesa, onde estavam inscritas 25 atletas, Jorge Mendes e João Gomes venceram os seus respetivos grupos, enquanto que Noel Gonçalves e Miguel Rapoula obtiveram brilhantes 3º lugares. Destaque ainda para Micael Justiça que obteve um 4º lugar. Já na natação Rafaela Louro conseguiu alcançar o 1º lugar nas provas de 25m costas e 50m livres (nível 2), enquanto a atleta Anabela Antunes ficou em 4º (nível 2) nas provas de 25m costas e livres. Destaque ainda para o atleta Miguel Rapoula que nos 50m e 100m livres (nível 3) alcançou o 1º lugar em ambas as provas. K
Politécnico da Guarda
Livro áudio para quem não vê 6 O Instituto Politécnico da Guarda, através do grupo de investigadores composto por Carla Ravasco, Filipa Teixeira, Simone dos Prazeres e João Leitão, acabam de apresentar um livro áudio. Um projeto inovador que segundo os autores procura “dar resposta a crianças com necessidades educativas especiais, neste caso invisuais e amblíopes, que estando impedidos de ler, não têm acesso a muitas das obras que fazem parte do imaginário das crianças da mesma idade”. Estranhões e Bizarrocos Um livro, duas formas diferentes de o imaginar, é o nome desta obra que se insere num projeto de responsabilidade social e animação social. No fundo os seus autores deram corpo a um áudio livro, baseado na obra do Plano Nacional de Leitura, de José Eduardo Agualusa com ilustrações de Henrique Cayattee editada pela D. Quixote. “Procurou-se com este projeto dar resposta a necessidades sociais, que nem sempre pelas mais diversas razões encontram na sociedade, que se pretende inclusiva, uma resposta eficaz”,
refere João Leitão. Para a elaboração do áudio livro foi efetuado um casting para a vozes junto da comunidade académica. Foi então criada uma equipa de locução composta Ana Batista, Ana Cláudia Ferreira, Ângela Pires, Verónica Nunes e Vicente Albuquerque, “que permitiu momentos de aprendizagem informal e formal extremamente ricos. Trabalharam-se desde as questões de dicção, autoconfiança e de solidariedade entre alunos de diversas escolas e cursos e a comunidade”, explica João Leitão. A obra foi gravada nos Estúdios do Instituto Politécnico da Guarda, com o apoio técnico do Instituto, Carlos Caldeira, o que permitiu uma melhoria muito significativa da qualidade de som, fator determinante para este projeto. Mas se o som estava resolvido, faltava a capa. “Mais uma vez na comunidade conseguiu-se encontrar a solução, numa primeira fase com a colaboração da Diana Guedes (invisual) que depois da história lhe ter sido lida, elaborou a ilustração do áudio
livro que posteriormente foi colocado em relevo à semelhança do Braille. Já numa segunda fase a Ana Guedes (irmã da Diana), colaborou na transcrição da ficha técnica para Braille. Deste modo, conseguiu-se elaborar a capa final deste livro. Estas duas colaboradoras são invisuais, e que por essa razão este projeto só teve a ganhar com as suas colaborações que enriqueceram todo o trabalho, revelando-se num processo que foi fonte de aprendizagem, para todos nós”. João Leitão revela que “além desta capa, foi ainda desenvolvido um protótipo, uma outra capa em madeira executada em 3D pelo FabLab do Instituto Politécnico da Guarda, que teve o apoio técnico de Joaquim Abreu, Joaquim Coelho e Miguel Lourenço”. Aquele investigador diz que o livro está “disponível a toda a comunidade. A data para esta apresentação é em tudo simbólica, uma vez que esta produção do áudio livro Estranhões e Bizarrocos destina-se a um público infanto juvenil com necessidades especiais”. K
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Boas Festas
DEZEMBRO 2016 /// 021
Escola Portuguesa
Macau faz festa de Natal 6 A Escola Portuguesa de Macau realizou a tradicional festa de Natal, numa iniciativa que juntou 230 crianças em palco. O evento emocionou pais, familiares, professores, amigos que assistiram à peça “Nas Asas do Arco-Íris” . Para além dos alunos, a Escola Portuguesa de Macau destaca o trabalho efetuado pelos docentes Ana
EPM H
Carreiro e Henrique Caetano, destacando o trabalho colaborativo para a realização das atividades. K
Moçambique
Presidente elogia Reitor 6 O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, enalteceu o trabalho realizado pelo reitor da Universidade Eduardo Mondlane desde 2011, o que permitiu o crescimento e a afirmação académica e científica desta instituição ao nível nacional e internacional. Falando na cerimónia em que conferiu posse a Orlando Quilambo, para o segundo mandato, Filipe Nyusi afirmou que este soube honrar com o compromisso e correspondeu às expetativas de liderar a mais antiga e mais prestigiada instituição de ensino superior em Moçambique, com a qual o En-
sino Magazine tem um protocolo de parceria. “Volvido este período queremos saudar o trabalho desenvolvido pelo Magnífico Reitor na concretização daquela missão, pois a UEM tem registado um enorme crescimento. Esta saudação é extensiva a sua equipa, que tem prestado necessário apoio nesta nobre e dignificante missão”, disse o Presidente da República. “A missão que tem para os próximos cinco anos passa por transformar a UEM num laboratório de soluções para os problemas dos moçambicanos. Estamos convencidos que com a mesma dedicação, humildade e
capacidade de diálogo, espírito de inclusão e tolerância que sempre o caracterizou, saberá conduzir os destinos da Universidade Eduardo Mondlane para os patamares que todos nós almejamos”, acrescentou. A recondução de Orlando Quilambo ao cardo de reitor segue a proposta do Conselho Universitário, na sequência da sua vitória no processo de seleção interno. Na mesma cerimónia tomaram posse também o novo reitor da Universidade Pedagógica, Jorge Ferrão, a Ministra da Educação, Conceita Sortane e o ViceMinistro dos Recursos Minerais e Energia, Augusto Fernando. K
Universidade Federal do Piauí
UBI assina com o Brasil 6 A Universidade da Beira Interior estabeleceu mais uma parceria com uma universidade brasileira. Trata-se da Universidade Federal do Piauí e o acordo prevê que alunos portugueses e brasileiros de Comunicação estudem nas duas instituições, ao nível do Mestrado e Doutoramento, ficando com a chamada dupla titulação, que certifica o respetivo ciclo de estudos em ambos os países. “Este acordo enquadra-se na estratégia que temos vindo a seguir de alargar os acordos com instituições internacionais e, neste caso, instituições brasileiras. São acordos de dupla titulação, ou seja, isto vai permitir que estudantes portugueses que façam um período no Brasil e estudantes brasileiros que façam um período na UBI, acabem por ter um diploma da universidade brasileira, que é
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reconhecido em todo o Brasil, e um diploma português, que é reconhecido em toda a Europa”, explica o vice-reitor da UBI para o Ensino, Internacionalização e Saídas Profissionais. “Temos vindo a escolher universidades de vários locais do Brasil, e nesta zona em particular do Piaui não tínhamos ainda nenhuma universidade, portanto, realizámos agora este acordo com esta universidade, que é também uma universidade pública daquela região”, refere João Canavilhas. De resto, o acordo agora rubricado entrará em vigor já no próximo semestre, sendo que este prevê seis meses de permanência no outro país, no caso do Mestrado, e de um ano, no caso do Doutoramento. “Vamos sair daqui com esse acordo já feito para que quando implantemos o Doutoramento no
Piaui já tenhamos essa facilidade de podermos ter esse trânsito duplo, tanto de alunos daqui como de lá, de poder ter esse contacto, esse convénio facilitado”, refere a Superintendente de Comunicação Social da Universidade Federal do Piaui e professorado programa de Pós-Graduação em Comunicação daquela instituição. Jacqueline Lima lembra que “o mais importante, hoje em dia, é que possamos dialogar entre universidades, porque a língua tem que ser um facilitador para que o oceano não possa dividir Portugal e o Brasil, ele tem que ser uma ponte. Portugal já está presente em várias universidades brasileiras, e o contrário também o que mais oiço são vozes brasileiras e isso é muito importante, estamos a inverter caminhos”, considera. K
EPM - CELP H
Moçambique
Escola Portuguesa celebra inclusão 6 A Escola Portuguesa de Moçambique assinalou, no início deste mês, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. A iniciativa integrou uma festa e um espetáculo, feito de mil e uma artes e com participação dos alunos da educação especial da Escola integrados nas respetivas turmas. Poesia, dança, música, depoimentos de encarregados de educação e professores, e a visualização de um filme preencheram o dia que faz da inclusão edu-
cativa uma via de dois sentidos: dar e receber sem preconceito. O evento foi organizado pelo Núcleo de Educação Especial da EPM-CELP com a colaboração dos grupos disciplinares de Educação Musical e de Educação Visual e Tecnológica, da Terapia da Fala, da Biblioteca Escolar José Craveirinha e do projeto “Mabuko Ya Hina”, no qual está integrada a Escola Comunitária Maxaquene D. K EPM - CELP _
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Rita Ruivo
Psicóloga Clínica (Novas Terapias) Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)
EspaçoPsi - Psicologia Clínica Av. Maria da Conceição, 49 r/c B 2775-605 Carcavelos Telf.: 966 576 123 E-Mail: psicologia@rvj.pt “Quantas vezes, para mudar a vida, precisamos da vida inteira. Pensamos tanto, tomamos balanço e hesitamos, depois voltamos ao princípio, tornamos a pensar e a pensar, deslocamo-nos nas calhas do tempo com um movimento circular (…). Outras vezes uma plavra é quanto basta.” José Saramago, “Jangada de Pedra”
Editorial
Para quem é a escola? 7 Para quem é a escola? É para os jovens, as crianças e os pais que todos os dias a procuram; para a população adulta que quer saber mais; para os desajustados que desejam ser reconvertidos; para os arrependidos que cobiçam reiniciar um novo ciclo da sua vida; para os que não tiveram oportunidade (porque a vida também sabe ser madrasta) e agora buscam o alimento do sucesso; para a sociedade e para o Estado que já não sabem (e não podem…) viver sem ela e é também para os professores e educadores que são a alma, o sal e o sangue de que se faz o diaa-dia dessa grande construção colectiva. A Escola é uma organização muito complexa… É paixão e movimento perpétuo. É atracção e remorso. É liberdade e prisão de sentimentos contraditórios. É mescla de angústias e espontâneas euforias. É confluência e
rejeição. É orgulho e acanhamento. É todos e ninguém. É nome e chamamento. É hoje um dar e amanhã um rogar. É promoção e igualdade. É mérito e inveja. É jogo e trabalho. É esforço, suor e emancipação. É convicção e espontaneidade. É responsabilidade e comprometimento com todos os futuros. É passado e é presente. É a chave que abre todas as portas das oportunidades perdidas. É acolhimento, aconchego, colo e terapia. É a estrada do êxito, mas também um percurso inacabado, que nos obriga a voltar lá sempre, num fluxo de eterno retorno. Porém, também acontece muitas vezes ser o pião das nicas, o bombo da festa, o bode expiatório, sempre e quando a certos políticos dá o jeito, ou lhes apetece. Sobre a Escola, há políticos que aprenderam a mentir: sabem que ainda não foi inventada qualquer instituição que a possa subs-
tituir. Sabem ainda que os professores são os grandes construtores de todos os amanhãs. E, por isso, têm medo. Medo, porque a Escola é das poucas organizações que todos os políticos conhecem bem. Habituaram-se a observá-la por dentro, desde a mais tenra idade. E, por essa razão, sabem-lhe o poder e a fatalidade de não ser dispensável, silenciável, transferível, aposentável, exonerável ou extinguível. Então, dizíamos, têm medo e, sobre ela, mentem. Mentem sobre a Escola e sobre os professores. Cada vez lhes exigem mais e dizem que fazem menos. E não é verdade. Em relação à Escola e aos professores, a toda a hora o Estado, a sociedade e as famílias se descartam e para aí passam cada vez mais responsabilidades que não são capazes (ou por comodismo não querem…) assumir. Hoje, a Escola obriga-se a prevenir a toxicodependência, a educar para
a cidadania, a formar para o empreendedorismo, a promover uma cultura ecológica e de defesa do meio ambiente, a motivar para a prevenção rodoviária, a transmitir princípios de educação sexual, a desenvolver hábitos alimentares saudáveis, a prevenir a Sida e outras doenças sexualmente transmissíveis, a utilizar as novas tecnologias da comunicação e da informação, a combater a violência, o racismo e o belicismo, a reconhecer as vantagens do multiculturalismo, a impregnar os jovens de valores socialmente relevantes, a prepará-los para enfrentarem com sucesso a globalização e a sociedade do conhecimento, e sabe-se lá mais o quê… Acham pouco? Então tentem fazer mais e melhor… E, sobretudo, não coloquem a auto-estima dos professores abaixo dos tornozelos. É que não há Escola contra a Escola. Não há progresso que se trilhe contra os profissionais da
educação. Não há políticas educativas sérias a gosto de birras e conjunturas que alimentam os egos pessoais de alguns políticos. E não há medidas que tenham futuro se não galvanizarem na sua aplicação os principais agentes das mudanças educativas: os educadores e os professores. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _
primeira coluna
O mundo digital e a escola 7 As novas tecnologias fazem parte das nossas vidas e a escola, que hoje ensina os chamados «nativos digitais», deve adaptar-se a isso mesmo sob pena de falhar para aquilo a que está destinada. O debate não é novo, mas o medo da mudança tem-se sobreposto à necessidade da mudança. À necessidade de utilizar esses meios como um verdadeiro instrumento de ensino. No dia a dia ninguém consegue viver sem os dispositivos móveis, sem o acesso ao digital. Numa mesa com amigos, em meia hora, quase todos acedem ao seu smartphone. No café acontece o mesmo. Em todo o lado é assim. A sociedade muda. E na escola? Na
escola é proibida a sua utilização. Porquê? Porque distrai, porque não é assim que se ensina. Porque é lei. E a lei manda. Nunca como hoje esta discussão esteve tão em cima da mesa. António Nóvoa, professor catedrático da Universidade de Lisboa, onde foi reitor, recorda que já há 500 anos, aquando do aparecimento do livro, o debate era parecido. O ensino consistia na memorização, e a introdução do livro iria prejudicar a aprendizagem pois prejudicava essa memorização. Não era bom poder-se ter acesso ao conhecimento abrindo o livro e consultando-o. Hoje o debate não é sobre o livro, mas sobre as novas
tecnologias. Sobre a sua utilização ou não na escola, sobre como vai ser a nova escola. E a nova escola vai ter que integrar as novas tecnologias, os dispositivos móveis. Alunos e docentes vão ter que conviver com essa nova realidade de aprender e ensinar. O medo da mudança faz parte do ser humano, mas a ousadia transforma o mundo. Certamente que não é com o estalar dos dedos que tudo isto muda. Mas a rapidez com que o mundo digital se move é bem superior à que há 500 anos aconteceu com o livro. Tudo muda, dia a dia, hora a hora. Um smartphone faz tudo, menos tostas mistas. Tira fotografias, faz vídeos,
acede à internet, guia-nos pelas estradas, permite-nos comunicar por vídeo, traz-nos conhecimento. E o melhor de tudo é que até dá para telefonar! Mas afinal não era essa a missão dos telemóveis? Telefonar. Era mas já não é. É tudo o resto. São os chats, os sms, etc. Será que temos que viver um mundo fora e outro dentro da escola? Tudo evolui. Acontece que hoje atingimos uma velocidade cruzeiro muito elevada. E a escola não deve ficar para trás. Não é com decretos que tudo se muda (embora se os dispositivos móveis fossem aceites na escola seria mais fácil), a sociedade, os alunos, os docentes vão encarregar-
se de transformar a escola. Com ponderação, exigência, inovação. Porque não há como fugir à realidade. E a realidade é esta. Está aí e muda muito depressa. K João Carrega _ carrega@rvj.pt
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DEZEMBRO 2016 /// 023
Edições RVJ Editores
40 anos de poder local 6 A RVJ Editores acaba de editar o livro “40 anos Poder Local Democrático em Proença-a-Nova, uma obra propriedade daquela autarquia do pinhal, que teve a coordenação António Gil Dias, e que retrata os 40 anos do poder local naquele concelho, com uma apresentação clara e objetiva da evolução que o concelho teve. Uma obra com encadernação de capa dura, impressa a cores na sua totalidade que marca o Con-
Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98
celho de Proença-a-Nova. O livro está dividido por vários capítulos, desde as infraestruturas, à educação, passando pelos serviços públicos, atividades económicas, urbanismo, desporto, cultura, turismo e lazer, bem como o período de 1976 a 2016, onde são apresentados os eleitos. Há ainda um capítulo dedicado aos testemunhos. Uma excelente obra para memória futura. K
Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt
Ensino superior em Idanha-a-Nova 6 25 anos de ensino superior em Idanha-a-Nova acaba de ser editado pela RVJ Editores, com o alto patrícino do Instituto Politécnico de Castelo Branco e da Câmara de Idanha-a-Nova. Com a coordenação de Ana Rita Garcia e Sara Brito Filipe, o livro percorre a história da criação do ensino superior naquela vila raiana, primeiro com o polo da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPCB, e depois
COORDENAÇÃO:
ANA RITA GARCIA SARA BRITO FILIPE
com a criação da Escola Superior de Gestão. O livro apresenta testemunhos de quem foi responsável pelo aparecimento da escola como o presidente do IPCB na altura, Virgilio Pinto de Andrade, do presidente da Câmara de Idanha na época, Joaquim Morão, bem como dos sucessores, casos de Valter Lemos, Ana Maria Vaz e Carlos Maia (como presidentes do Politécnico), Francisco Batista, Álvaro Rocha e Armindo Jacinto
(como presidentes da Câmara de Idanha-a-Nova), dos seus diretores (Domingos Rijo, Armando Ramalho, João Ruivo, António Pinto e Ana Rita Garcia) e de ex-alunos que hoje ocupam cargos de destaque em diferentes empresas nacionais. É também um livro de memória futura, sobre a criação de um estabelecimento de ensino superior numa vila do interior do país.
024 /// DEZEMBRO 2016
Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista
Secretariado Francisco Carrega Sílvio Mendes
Aldeia de Natal em Oledo e Mercadinho na vila
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Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata
Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda.
17 a 24 de dezembro no concelho de idanha-a-nova
6 O município de Idanha-aNova vai organizar várias iniciativas onde poderá vivenciar toda a magia do Natal. Nos dias 17 e 18 de dezembro, está de volta a Aldeia Natal de Oledo, no concelho idanhense. Será um fim de semana de encenações natalícias, espetáculos musicais e circenses, tradições bem portuguesas e muita animação. Mas há mais. De 21 e 24 de dezembro, é a vez da vila de Idanha organizar o seu evento natalício. O Mercadinho de Natal
Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt
Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt
dá ainda mais sabor aos produtos tradicionais com muita alegria e atividades para toda a família. Música, ateliers e divertimentos para crianças, rastreios e a alegria contagiante do Pai Natal são bons motivos para fazer as compras em Idanha-a-Nova, Cidade Criativa da Música da UNESCO. Mas, como a tradição ainda é o que era, um pouco por todas as aldeias e vilas históricas do concelho, não faltam tradições populares. Há muito enraizadas, estas tradições vão aconchegar as populações nesta quadra festiva. K
Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco
“Pedagogia (a)crítica no Superior” (XVIII)
Do CTeSP ao doutoramento 7 «o professor universitário é uma espécie de fóssil, um bruto que estacou, firme como rocha, nos conhecimentos enfardelados, à pressa, para o exame de doutoramento.» (Vergílio Ferreira, O Caminho Fica Longe) Este ano, o Prof.S. viu a carga horária aumentar nos CTeSP (que acrónimo mais desconchavado, verdadeiramente impronunciável!) leccionando duas turmas de 1º ano dos ditos cursos técnicos superiores profissionais. A criação (polémica) destes cursos, ‘recuperando’ a ideia do «ensino superior de curta duração» (como era denominado em 1977), teve a ver com dois objectivos estratégicos dos últimos Governos: (i) aumentar, num ápice, o número de jovens no ensino superior melhorando os nossos baixos índices de formação nesse nível de ensino (a Estratégia Europa 2020 exige que, pelo menos, 40% de adultos entre os 30 e 34 anos tenham completado o ensino superior ou equivalente); e, ao mesmo tempo, (ii) salvar as instituições politécnicas do colapso (em especial as do interior) por falta de candidatos
no concurso geral de acesso (bem notório na 1ª fase de colocações). A rede do nosso Sistema de Ensino Superior (SES) encontra-se profundamente dissimétrica e, mais grave ainda, sofre de ‘abastecimento’ a montante: (1) a demografia do país, uma das mais envelhecidas do mundo, é preocupante (em 2015, os saldos natural e migratório continuaram negativos: 23.011 e 10.481 respectivamente); (2) as quebras no ensino secundário são escandalosas, como o revela um recente estudo da DGEEC, em especial da parte dos alunos que frequentam os cursos profissionais (dos 22.845 que o terminaram só 16% se matricularam no superior!) Muitos institutos politécnicos (seguindo a lógica da tutela) enveredaram por este tipo de formação curta (dois anos com o 4º semestre dedicado em exclusivo ao estágio) pensando que iriam acolher ‘clientes’ dessas populações mas, neste ano lectivo, os matriculados nos CTeSP rondam os 7400. Estes cursos sofrem de um triplo ‘pecado original’: a) não conferem grau (podia-se ter recuperado a denominação ‘bacharelato’) e são percepcionados como uma
via transitória (para a licenciatura) e não terminal (entrada no mercado de trabalho); b) facilitação no acesso, ao possibilitar a matrícula a alunos sem o 12º ano concluído (as últimas alterações legais apontam para um acréscimo de exigência na entrada); c) acentuou, e de que maneira, a diferenciação entre universidade e politécnico. A Declaração de Bolonha, de 1999, pretendeu «uniformizar o sistema de ensino superior» no espaço comum europeu. Ficar cada vez mais igual aos outros era na época (como hoje) um objectivo central, também no domínio educativo. Tal documento provocaria um enorme abanão em toda a estrutura do SES. Os quatro graus académicos – bacharel, licenciado, mestre e doutor (depois de, em 1986, ter acabado com o ensino médio, a LBSE, na segunda revisão em 2005, enterrara de vez o bacharelato) – passaram a ser organizados em dois ciclos. Assistiu-se então a uma azáfama de reengenharia curricular e a generalidade dos cursos encolheu em anos (na prática, o bacharelato transformou-se em licenciatura com a redução de cinco para três anos), aligeirou-
se a formação e a exigência (mestrados houve realizados num único ano incluindo a elaboração já não da tese mas de um ‘relatório de estágio’). O então ministro da educação Augusto Santos Silva (de volta, agora como nº 2 do Governo) justificou as mudanças «pela necessidade que Portugal tem de generalizar o acesso a mestrados e doutoramentos como uma qualificação natural» (DN, 26/4/01, p. 23). E assim, os Presidentes dos Conselhos Gerais e dos Institutos Politécnicos – depois dos balões de ensaio do Instituto Universitário de Viseu (que chegou a originar o ‘dia de luto’, em 14 de Março 2001) e da ‘Universidade Politécnica’ que o IP de Castelo Branco chegou a propor – preparamse agora para o duplo embate, aproveitando o (débil) contexto da ‘geringonça’: reivindicam a possibilidade de outorgar o grau de doutor e reclamam a denominação ‘atractiva’ (University of Applied Science), livrando-se, de vez, dessa excludente designação (Politécnico) que tem, segundo eles, limitado o crescimento e a concorrência, em pé de igualdade, com o outro subsector do ensino superior. A
sequência lógica desta pretensão, de acordo com o divertido Inimigo Público (9/12/16, p. 4) é óbvia: «Tunas académicas dos politécnicos que exigem chamar-se ‘universidades’ querem passar-se a chamar-se ‘orquestras sinfónicas’». Não queimem etapas! A história de vida das escolas politécnicas não tem mais de três décadas; ou seja, vai ainda na meninice institucional, em particular nos domínios da investigação, produção editorial e internacionalização. K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt (Este texto está redigido segundo a “antiga” e identitária ortografia) _
CRÓNICA
Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo:
Hoy tenemos que volver a comentar, como sucede cada año, los resultados del informe PISA. Es cierto que es un sistema de evaluación. Y no cabe duda que la educación tiene que ser evaluada. Sin embargo (siempre existe un “pero”) no se pueden obviar las reticencias que acompañan al sistema de evaluación de la OCDE tal como está establecido en la actualidad. Hay demasiadas cosas que se obvian tratando de establecer “igualdad” donde no la hay ni la puede haber. No voy a entrar en los detalles de las desigualdades que no elimina el sistema de evaluación de la OCDE. Pero sí quiero volver a insistir, aunque sólo sea para ti y para mí, en la necesidad de centrarnos en lo importante. No cabe duda que los resultados son importantes, pero sigo pensando que hay otras cosas más importantes que los resultados. Y esas “cosas” tienen que ver más con la emocionalidad y la
vivencia psico-social de las personas que con los resultados en unas pruebas académicas (más o menos objetivas, dependiendo de quien las juzgue en cada lugar y momento). Es evidente que existe una falacia vinculada al ejercicio de la evaluación: “evaluemos aquello que resulte relativamente fácil evaluar (es decir, lo que directamente se puede observar o medir)”. A mi entender, el informe PISA está muy en consonancia con esta falacia. Se evalúan comprensión lectora, conocimientos científicos, habilidad matemática… y se olvida que toda valoración de resultados debería tener en cuenta los procesos y, cómo no, el “ambiente” en que se producen y desarrollan cada uno de los procesos que conducen a los resultados observables. ¡Pero es más fácil evaluar lo observable -directamente observable- que lo no observable -no directamente observable-! Pienso que es algo paralelo a lo que ha sucedido, hasta el presente, con el progreso científico: se constatan determinadas realidades (direc-
tamente observable) pero no se “hurga” en el proceso que lleva a producir esas determinadas realidades (no directamente observable). A mi juicio, ésta es la razón por la que no se produce la innovación científica al ritmo que todos desearíamos. En el proceso educativo sucede algo similar: evaluamos y decidimos “cómo estamos” en relación con lo que se evalúa… Pero, ¿quién “le hinca el diente” a la realidad para determinar lo que realmente nos lleva al estado actual? La solución que se ha arbitrado hasta ahora ha sido siempre la misma: reformar, reformar lo reformado, volver a reformar y reformar lo reformado (LOGSE, LOMCE… y todo lo que venga después) sin detenernos a diseñar un sistema que realmente merezca la pena y llegue a ser fructífero. Y esto ¿por qué resulta así? Sencillamente, opino, porque, o no interesa (a la clase política dirigente) o no se es capaz de encontrar el “sistema” que realmente llegue a destruir el actual “sistema” y promueva lo que realmente necesita el ámbito educativo. A mi
manera de entender (y lo hemos comentado en muchas ocasiones), lo que realmente necesita el sistema educativo es “ganas de hacer” y “libertad para realizar”. Los profesores (profesionales gracias a un título) sabemos lo que debemos hacer. El gran problema es que los sistemas educativos actuales, tal como se diseñan y se mantienen, no son capaces de aceptar esta realidad y no son capaces de dejar que los profesionales de la educación pongan en marcha su visión de las cosas. Pero, ¡ojo!, nunca debería ser una visión “particular”, sino una visión colectiva, ya que los profesores forman parte de un equipo (que se realiza y desarrolla en un centro) en la que los controles se establecen desde dentro y para dentro, respetando la diversidad de opiniones y de perspectivas, en un intento continuado de encontrar el camino adecuado para los alumnos gracias al diálogo y a compartir las buenas prácticas y experiencias de todos y cada uno de los componentes del equipo. El problema es que el Estado (cualquier Es-
tado) sea capaz de aceptar esto y diseñar una ley de educación que respete estos principios y no caiga en el tópico de siempre de querer arbitrar lo que deben saber, pensar, ejecutar, conocer y sentir los alumnos sin tener en cuenta su idiosincrasia y su bagaje socio-cultural. Me despido hoy deseándote unas felices fiestas de Navidad. Hasta la próxima, como siempre, ¡salud y felicidad! K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com
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António Sampaio da Nóvoa
«A escola do futuro» 7 A escola do futuro será muito diferente da atual que já tem o modelo de 150 anos, o qual está a chegar ao fim. A ideia, de António Sampaio da Nóvoa, foi sublinhada no passado dia 7, na Escola Superior de Educação de Castelo Branco, no âmbito de um colóquio promovido pela Associação HiscultEduca, sobre “Faria de Vasconcelos nos meandros da educação integral e da escola nova: do passado ao futuro”. No entender deste investigador, ex-reitor da Universidade de Lisboa, “a mudança da escola acontece no tempo de vida da geração que hoje está nas universidades. Vão ser os jovens que estão nas universidades que vão estar na transição da escola”. À margem da conferência, António Nóvoa abordou esta questão com o Ensino Magazine, numa conversa curta mas objetiva, o professor catedrático da Universidade de Lisboa explicou a sua convicção relativamente à escola e àquilo que ela pode mudar. Referiu que vão ser os jovens que estão nas universidades que vão fazer a transição para uma nova escola. Como é que os jovens podem mudar a escola? A pergunta é muito interessante. A minha hipótese de reflexão é que pela primeira vez na história vão ser os jovens a mudar a escola. Ou seja ela não vai mudar nem por políticas educativas, nem por decretos, nem por leis, nem por teorias pedagógicas. Vai mudar pelos jo-
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vens, no sentido em que os jovens hoje pensam de maneira diferente de nós, têm uma relação com o conhecimento muito diferente – é claro que estamos a falar da revolução digital, da revolução do conhecimento, da conetividade. Isto introduz maneiras de utilização do cérebro e do conhecimento diferentes. E essa diferença vai exigir uma escola diferente. Michel Serres, um filósofo francês, escreveu um livro chamado “Polegarzinha” - a geração que pensa com a ponta dos dedos, onde ele diz que só houve três revoluções: a primeira foi quando inventámos a escrita. E isso mudou tudo. Mudou a na nossa relação, a nossa relação com o conhecimento, com a memória, na nossa utilização do cérebro. A segunda foi a revolução do livro, há 500 anos, com Gutemberg. E a terceira grande revolução é hoje, e está a mudar. Esta mudança vai ter que ser trazida para dentro da escola, ou a escola vai perder sentido. Estamos numa fase de grande transição do ponto de vista da escola e dos modelos escolares. Isso obriga a que também os docentes se adaptem a novas realidades. Muitas vezes os alunos, sobre alguns assuntos, sabem mais que o professor? Sabem coisas diferentes neste caos que é a internet e a «nuvem». Muitas vezes os alunos sabem coisas muito complicadas e não sabem as mais básicas. Às vezes sabem coisas muito abstratas.
Ou seja, às vezes parece que isto está ao contrário. Aquela linearidade do conhecimento, do mais simples para o mais complexo, do mais concreto para o mais abstrato. Tudo isso está posto em causa, porque a profusão de conhecimentos e a maneira como os jovens se relacionam com os conhecimentos é totalmente diferente. O professor vai ter um papel importantíssimo no futuro, mas que é diferente. Não terá um papel de dar aulas, de mero transmissor de conhecimento, mas de alguém que trabalha o conhecimento com os alunos. E o conhecimento é sempre o essencial, é a matéria-prima da educação. Mas uma coisa é transmitir o conhecimento a partir de uma sebenta numa aula, outra é trabalhá-lo com os alunos, colocá-los em grupo, dar-lhe temas para estudarem e para pesquisarem, ir construindo com eles. Falo de uma aprendizagem individual, mas também de pequenos grupos. Uma aprendizagem com aulas, de vez em quando, que serão importantes para sistematizar o conhecimento. Pois, aula atrás de aula e atrás de aula é uma coisa que não tem sentido. As crianças e os jovens precisam de outra coisa e os professores têm que se adaptar. E é nessa perspetiva que entra a questão do ensino superior? É, porque é impossível formar professores para esta escola que queremos, nos modelos pedagógicos atuais
no ensino superior e nas universidades, os quais são fechados, tradicionais, em que não se respira, em que os alunos são tratados como gente que não sabe nada, quando muitas vezes eles têm acesso ao conhecimento muito superior ao dos professores pela sua facilidade no domínio do digital. Isto é um potencial que deve ser aproveitado. E o professor deve ser capaz de aproveitar esse potencial para depois dar sequência a esse conhecimento. Isso vai obrigar a que escola se abra às novas tecnologias e que os alunos as possam usar? O nosso dia a dia está dominado por isso. Faz parte da vida. Faz parte da escola. Dizem: mas isso é um elemento de distração. Mas pode não ser. Pode ser um instrumento de trabalho, de aprendizagem, de conhecimento. Perguntar se as novas tecnologias têm ou não lugar dentro da escola, é quase uma pergunta que se chegou a fazer há 500 anos atrás, se os livros deveriam entrar na escola ou não. Na altura o ensino era de memorização, e naquela altura diziam que o livro os iria distrair, pois precisavam de memorizar. Que tinha lá as informações e que se podia ir consultar quando se quisesse, pelo que o melhor era o livro não entrar no ensino. Ou seja tudo isto não faz sentido. O digital faz parte da vida. Ele tem que ser utilizado. É um potencial impressionante. K
Novidades literárias 7 DOM QUIFim XOTE. O da Aventura, de Graham Greene. A relação amorosa do romancista Maurice Bendrix com Sarah Miles inicia-se nos tempos turbulentos do Blitz, em Londres. Mas, um dia, sem explicação, Sarah termina abruptamente a ligação entre ambos. Parecia impossível que pudesse existir um rival no coração de Sarah, mas mesmo assim, dois anos depois, levado por um ciúme e uma dor obsessivos, Bendrix contrata um detetive privado para descobrir a verdade.
OFICINA DO LIVRO. Vamos comer!, de Pedro Jorge. O famoso concorrente do MasterChef Júnior revela segredos para os mais pequenos se tornarem ótimos cozinheiros. Neste livro vão encontrar receitas muito simples, que podem fazer sozinhos ou com a ajuda dos pais. E outras um pouco mais complicadas, em que se podem aventurar quando tiverem mais experiência.
TOP
SELLER.
As Desaparecidas, de Megan Miranda. Foi há dez anos que Nicolette Farrell abandonou a sua cidade natal. Após o misterioso desaparecimento da sua melhor amiga, Corinne, abandonou tudo: pai, irmão, namorado, toda uma vida. Agora, o destino trouxe-a de volta... Nicolette vê-se obrigada a regressar ao seu passado para cuidar do pai doente. Abrem-se feridas antigas há muito dormentes e um novo desaparecimento vai precipitar acontecimentos perturbadores.
BERTRAND. O Labirinto dos Ossos, de James Rollins. Nas remotas montanhas da Croácia, um arqueólogo faz uma estranha descoberta: uma capela católica subterrânea, escondida há séculos, onde se encontram os ossos de uma mulher do Neandertal. Nessas mesmas grutas, pinturas rupestres contam a história de uma imensa batalha entre tribos neandertais e umas figuras obscuras e sinistras. Quem será esse misterioso inimigo? K
gente & livros
José Eduardo Agualusa
7 «Um dia um homem sábio morreu. No reino dos céus encontrou-se face a face com o Senhor Deus. Este perguntou-lhe: “Tu, que és sábio e viveste inúmeros anos, diz-me o que aprendeste de realmente importante.” Respondeu o homem sábio: “Uma só coisa aprendi de realmente importante: a ignorar os mestres.” O Senhor Deus olhou-o num demorado silêncio. Depois voltou-lhe as costas e foi-se embora. Aquele que tem ouvidos que ouça!» In «A Educação Sentimental dos Pássaros» José Eduardo Agualusa [Alves da Cunha] nasceu no Huambo, Angola, em 1960. Estudou Silvicultura e Agronomia em Lisboa, Portugal. Os seus livros estão traduzidos em 25 idiomas. Entre os seus principais romances, destaque para “A Conjura” (1989), “Estação das Chuvas” (1996), “Nação Crioula” (1998), “Um Estranho em Goa” (2000), “O Ano em que Zumbi Tomou o Rio” (2002), “O Vendedor de Passados” (2004), “As Mulheres do Meu Pai” (2007), “Barroco Tropical” (2009), “Milagrário Pessoal” (2010), “Teoria Geral do Esquecimento” (2012) e “A Rainha Ginga” (2014), além vários livros de contos. Também escreveu várias peças de teatro: “Geração W”, “Aquela Mulher”, “Chovem amores na Rua do Matador” e “A Caixa Preta”, estas duas últimas juntamente com Mia Couto. José Eduardo Agualusa beneficiou de três
bolsas de criação literária: a primeira, concedida pelo Centro Nacional de Cultura em 1997 para escrever “Nação Crioula”, a segunda em 2000, concedida pela Fundação Oriente, que lhe permitiu visitar Goa durante 3 meses e recolher elementos para escrever “Um estranho em Goa” e a terceira em 2001, concedida pela instituição alemã Deutscher Akademischer Austauschdienst. Esta bolsa permitiu a Agualusa viver um ano em Berlim, e foi lá que escreveu “O Ano em que Zumbi Tomou o Rio”. No início de 2009 a convite da Fundação
Holandesa para a Literatura, passou dois meses em Amsterdão, na Residência para Escritores, onde acabou de escrever o romance “Barroco Tropical” Escreve crónicas para o jornal brasileiro O Globo, a revista LER e o portal Rede Angola. Na RDP África foi realizador de “A Hora das Cigarras”, um programa de música e textos africanos. É membro da União dos Escritores Angolanos. K Tiago Carvalho _
UMA IMAGEM POR MÊS
1º De Dezembro em Lisboa 7 O Ensino Magazine apoia o Curso Profissional de Fotografia da Escola Secundária Matias Aires, situada na Agualva, concelho de Sintra, através da divulgação de uma fotografia por mês, construída no âmbito dos estágios profissionais dos alunos deste curso. K
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press das coisas
pela objetiva de j. vasco
Portátil Lenovo Ideapad 3 O computador portátil Lenovo Miix 510 12isk-176 é um dispositivo híbrido extremamente elegante e poderoso que pode ser utilizado como computador portátil ou como tablet. O ecrã tátil pode ser programado para reagir à mais firme pressão ou ao mais leve toque, integrando tecnologia multitoque de até 10 pontos de contacto. Inclui caneta Active Pen para maior precisão e conforto de utilização. Preço: 799,99 euros K
Gisela João «Nua» 3 «Nua» sucede ao aclamado disco de estreia de Gisela João. Os fados surgem nus, sem arranjos nem artifícios de produção. Cantam-se palavras de alguns poetas da atualidade, visitam-se temas clássicos e tradicionais. Gisela João está acompanhada de Ricardo Parreira na Guitarra Portuguesa, Nelson Aleixo na Viola de Fado, Francisco Gaspar na Viola Baixo e Frederico Pereira na Produção e Direção Musical. K
IGREJA DE SÃO DOMINGOS 3 Em Lisboa fica uma das igrejas mais bonitas, cheia de marcas da história. Construída no séc. XIII por ordem do rei D. Sancho II, a igreja que fez parte do Convento de São Domingos, foi profundamente afetada pelo terramoto de 1531, que levou o edifício a ser reconstruído em 1536. Já no séc. XX, em 1959, o edifício é sujeito a um violento incêndio, com destruição da maior parte da estrutura e do importantíssimo património interior, cujas marcas do desastre ainda são hoje visíveis. Pelas piores razões, a Igreja de São Domingos está ainda associada ao Massacre de Lisboa (1506) onde foram, pela população local, torturados e assassinados mais de 4000 judeus, com o início dos tumultos a acontecerem no interior do templo. K
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Prazeres da boa mesa
Um Cheirinho de Natal… As Filhós em Mil Folhas (25 pax): 200g de Medronhos 50g de Açúcar 1 Laranja em Zeste 25g de Manteiga 750 ml de Garraf. do Comendador
3RECEITA Ingredientes p/ as Filhós (25 pax): 3 Cháv. Café de Azeite 2 Cháv. Café de Aguardente 1 Cháv. Café de ANIS SECO DÓMÚZ 3 Cháv. Café de Leite 3 Cháv. Café de Sumo de Laranja 3 Ovos 1 Kg de Farinha Q.B. de Sal Preparação da Filhós: Misturar todos os ingredientes até ficar uma massa homogénea. Deixar descansar por 30 minutos. Esticar, cortar e fritar em azeite. Ingredientes Gelado de ANIS DÓMÚZ (25 pax): 1,5 L de Leite 1,5 L de Natas 600g de Gemas 600g de Açúcar 150g de ANIS MEL DAMAS DÓMÚZ 60g de Estabilizante Pre. do Gelado de ANIS DÓMÚZ: Ferver o leite e as natas. Misturar aos restantes ingredientes. Deixar arrefecer completamente e levar à máquina de gelados até
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Preparação para os Medronhos: Derreter o açúcar na RESERVA DO COMENDADOR com a manteiga. Adicionar a zeste de Laranja, por fim os medronhos.
ficar cremoso e sólido.
restantes natas batidas.
Ingredientes Mousse de Queijo (25 pax): 180g de Natas 1 Vagem de Baunilha 6 Folhas de Gelatina 120g de Açúcar em Pó 600g de Queijo Neutro 440g de Natas
Ingredientes para os Medronhos
Preparação da Mousse de Queijo: Levar as 1ªs natas ao lume com a baunilha e o açúcar em pó até ferver. Adicionar a gelatina demolhada. Juntar ao queijo e envolver as
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Empratamento: Num prato fazer camadas de filhós e de mousse de queijo. Aplicar um cordão de molho de medronhos e dióspiro. Finalizar
com o gelado. K Chef Mário Rui Ramos _ Chef Executivo
Bocas do galinheiro
Um cinéfilo Feliz Natal
DisneyTM H
faz ver a James Stewart quão bom é viver e que ainda pode tornar aquele Natal o melhor da sua vida e dos que o rodeiam. Um milagre dá sempre jeito. Depois, depois há um sem número de filmes em que o tema é recorrente. Um deles é “How The Grinch Stole Christmas”, 2000, de Ron Howard, sobre a popular personagem criado por Dr. Seuss, o monstro verde, personificado por Jim Carrey, a quem a alegria dos habitantes da cidade pelo Natal o intrigava e que ao chegar a Whoville para dar a sua visão pessoal do Natal, conhece a pequena Cindy Lou Who, com algumas dúvidas sobre o acontecimento. Noutro registo “Santa Claus: The Movie”, 1985, de Jeannot Szwarc, com Dudley Moore, um dos muitos Santa Claus movies, alguns tão estapafúrdios como “Santa Claus Conquers the Martians”, 1964, de Nicholas Webster, e “Sozinho em Casa”, de Chris Columbus, 1990, ou como uma família que vai passar o Natal a Pa-
ris se pode esquecer de um filho em casa, o puto gostou da aventura e quis repetir noutro Natal, fita exaustivamente repetida nos nossos pequenos écrans. Agora que o Trump foi eleito, se calhar temos que gramar com os dois. Ou não, vamos ver. Natal diferente é também o de Jack no “O Estranho Mundo de Jack”, um filme de animação realizado por Tim Burton em 1993, em que rapta o Pai Natal e transforma os brinquedos em pequenos monstros. Um verdadeiro pesadelo antes do Natal. Pesadelo é também o que passa Arnold Schwarzenneger em “Jingle All The Way”, 1996, de Brian Levant, à procura dum há muito esgotado boneco Turbo Man, na véspera de Natal, que havia prometido ao filho. Um dos filmes para a época, mas com pouca graça. Mas se quisermos apostar no filão da animação, não há série que não tenha o seu episódio natalício. Aí a escolha é quase infinita, de Charlie Brown que já em
1965, desgostoso com o consumismo da quadra, quer conhecer verdadeiramente o significado do Natal!, a “Mickey’s Once Upon a Christmas”. Sendo caso disso, bons filmes, Feliz Natal e Bom Ano Novo! P.S.: Morreu Alberto Seixas Santos, no passado dia 10. Nome maior do Cinema Novo Português, membro do Centro Português de Cinema, a nossa “fábrica” de bom cinema do princípio dos anos 70 do século passado, ainda em ditadura, até depois do 25 de Abril de 1974. Da geração cineclubista, estreia o seu primeiro filme, e o mais marcante da sua filmografia, em 1975 “Brandos Costumes”, cuja produção já se iniciara há alguns anos. Mais uma perda para o cinema português e mais um de uma geração marcante, que nos deixa. K Luís Dinis da Rosa _
Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _
7 Com mais ou menos luzinhas, o Natal está aí. Depois das “inaugurações” das iluminações de norte a sul, ficamos à espera dos filmes alusivos à quadra que soem passar nas televisões. Já não é a primeira vez que abordamos o tema, mas, confesso, é irresistível. Primeiro porque ultimamente não se fazem muitos filmes de Natal. Ele é o filão dos super-heróis, com a Marvel à cabeça, a invadirem tudo o que é sala de cinema, os tempos são de acção, não de contemplação e não se vislumbra nenhum super qualquer coisa animado de espírito natalício, ou lá perto. Eles estão cá mesmo para salvar a humanidade, seja lá do que for, preciso mesmo é aniquilar os maus. Mesmo assim ainda dei conta de um filme de Natal este ano. Ainda não passou por cá, nem sabemos tão pouco se virá, mas para memória futura aqui vai: “Almost Christmas” (2016), de David E. Talbert, sobre uma família disfuncional que se reúne para o primeiro Natal depois da morte da mãe, com Kimberly Elise e Danny Glover. Mais uma comédia sobre o tema, com algum drama à mistura, como é bom de ver. Ficamos à espera que as televisões voltem à carga, e, pela enésima vez, passem os filmes do costume. Ultimamente a camisola amarela tem ido para “O Amor Acontece” (Love Actually, 2003), de Richard Curtis, uma comédia romântica made in England. Mas, é sabido, os filmes à volta do Natal são um filão, bem aproveitado pelas televisões, é claro, mas do qual podemos extrair um bem nutrido lote de boas películas. Desde logo versões do intemporal “Conto de Natal” de Charles Dickens, da fiel “Scrooge”, de Henry Edwards, de 1935, com Sir Seymour Hicks como Scrooge, à também britânica de Ronald Neame, de 1972, em que o velho avarento é Albert Finney, acolitado por um fantasmagórico Sir Alec Guiness, passando pela notável “The Muppet Christmas Carol”, de 1992, com um muito humano Michael Caine como Scrooge. Se a história de Dickens é um hino ao espírito natalício, que dizer do filme de Frank Capra, “Do Céu Caiu Uma Estrela” (It’s a Wonderful Life, 1946), seguramente o filme mais passado no Natal pela televisões, e não sou eu que o digo, em que o anjo Clarence, já com 293 anos, mas ainda sem asas, para as ganhar
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unesco
Concurso para a Rede de Escolas
7 A Comissão Nacional da UNESCO definiu o tema HUMANIDADES para a 8ª edição do Concurso para a Rede de Escolas Associadas da UNESCO 2016/17, destinado aos alunos das escolas da CPLP do ensino secundário da Rede das Escolas Associadas da UNESCO. Este concurso é coorganizado com o Conselho Internacional para a Filosofia e as Ciências Humanas. O concurso é organizado, considerando: - A necessidade de um repensar global acerca do papel e âmbito das humanidades na sequência das mudanças globais que se aceleraram nos últimos anos, pretendendo-se que este tema contribua para o debate e para a convergência de amplas abordagens escolares e culturais com vista a diminuir o hiato existente entre a sociedade, as políticas educativas e de investigação; - A importante contribuição das humanidades para o estabelecimento de novos valores humanos, em tempos de crescente globalização, que exigem maior conectividade, cooperação, equidade e convergência entre os povos, face a novos desafios económicos, financeiros, e sociais e ambientais, num quadro de reforçada diversidade cultural; - A importância de construir pontes entre os pensamentos globais e as ações locais; - A sua posterior promoção e divulgação junto das escolas de outros países.
O concurso encontra-se estruturado em seis temas principais: • Como os homens interagem nos territórios perante as mudanças ambientais? • Como são construídas as identidades e as relações interculturais? • Qual o significado do património cultural – âmbito, função e significado? • Como se estruturam as dinâmicas de fronteiras e as migrações e como elas interagem com as migrações humanas? • História, memória e política – como as memórias e a história interagem? • Quais as novas funções das humanidades na nossa sociedade, na relação com as outras ciências e esferas de conhe-
cimento e ação, em particular no quadro dos avanços tecnológicos e digitais? Destinatários: Instituições do ensino secundário da Rede das escolas associadas da UNESCO, com jovens até aos 18 anos, ou outras escolas e agrupamentos de escolas que decidam encetar um processo de candidatura à Rede. O concurso contempla a seguinte categoria e tema: Ensino Secundário. Apresentação dos trabalhos: São aceites 6 trabalhos por escola; devem ser inéditos; nos domínios da produção escrita, desenho, pastel, pintura e fotografia. Serão também considerados os trabalhos das escolas que entretanto submetam a sua
candidatura a escola associada da UNESCO; • Os textos não devem ultrapassar uma folha A4; • As fotos devem ser inéditas, impressas em papel fotográfico e montadas em suporte de cartolina preta, e devem ser numeradas. Critérios de avaliação: • Qualidade da ideia apresentada; • Capacidade de expressão; • Originalidade e criatividade da composição gráfica; • Exploração plástica dos materiais; • Adequação ao objetivo do concurso. Condições de inscrição: Os trabalhos concorrentes serão enviados para o Gabinete de Relações Internacionais do Instituto Politécnico de Tomar – Estrada da Serra, 2300-313 Tomar, com a respetiva ficha de inscrição que também deverá ser remetida para o e-mail fatima.claudino@mne.pt Prazo de entrega dos trabalhos: 1 de março de 2017 Prémios: De entre outros, o trabalho vencedor do concurso será apresentado na Conferência Mundial das Humanidades, em Liège, entre 6 e 12 de agosto de 2017 Entrega pública dos Prémios em cerimónia a organizar para o efeito, em data e local a designar. Informação complementar fatima.claudino@mne.pt ou 21 394 6623. K Fátima Claudino _ Comissão Nacional da UNESCO
sector automóvel Novo Fiesta em 2017 3 A Ford anunciou a nova geração do Ford Fiesta. A partir do verão de 2017, o utilitário será comercializado em quatro variantes: Titanium, ST-Line (o mais desportivo), Vignale (o mais luxuoso) e o crossover Active. Nas novidades destaque vai para o interior mais ergonómico, ecrã tátil de 8 polegadas, sistema de infotainment Sync 3 e sistema de som Bang & Olufsen Play. K
Audi A5 já disponível 3 O Audi A5 Coupé chegou em novembro. A versão Sportback estará disponível em fevereiro e em abril chega a variante Cabrio. A gama A5 divide-se em três níveis de equipamento: base, Sport e Design. Os preços arrancam nos 47 840 euros, para o motor 2.0 TDI com 190 cv. O nível Sport custa desde 50 590 euros. K
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Dacia Sandero em janeiro 3 O lançamento do renovado Sandero, do Sandero Stepway e Logan MCV será em janeiro de 2017, anunciou a Dacia. A marca dá uma nova imagem a um carro conhecido por ter dos preços mais baixos do mercado. Uma nova face dianteira, novos parachoques e novos farolins são destaques no exterior. Por dentro, a Dacia introduziu mais espaço para arrumação e volante de quatro raios. O novo motor 1.0 SCe, atmosférico, com 73 cv, estará disponível a partir de 8 490 euros. K
Castelo Branco
Natal com mercado e feira popular 6 A Associação Comercial e Empresarial da Beira Baixa (ACICB), em parceria com a Câmara de Castelo Branco, estão a promover ao longo deste mês, um conjunto de atividades que prometem animar a cidade e potenciar as compras no comércio de proximidade. Uma das novidades deste ano é a abertura de uma pequena feira popular, com diversos carrocéis e carrinhos de choque. O espaço de diversão surge localizado no centro cívico, perto do tradicional mercado de Natal, o qual se realiza numa tenda gigante situada junto ao antigo Quartel de Cavalaria (nas Docas). A acrescentar a estas duas atividades, pela cidade andará a carrinha «pão de forma» da ACICB a dinamizar o comércio de proximidade. Há ainda insufláveis, arruadas com grupos de música locais, e a presença do Pai Natal, com duendes e personagens em «Andas» para interagirem com as pessoas. Luís Correia, presidente da Câ-
ACICB H
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mara de Castelo Branco, recorda que “nos últimos três anos temos
promovido, em conjunto com a ACICB, um conjunto de atividades no
centro da cidade, as quais pretendem dinamizar a cidade”. O autarca sublinha a importância do mercado de Natal, que decorrerá em dois momentos (de 8 a 11 de dezembro, e de 16 a 18 de dezembro) e que funcionará entre as 17H00 e as 24H00 nas sextas-feiras, entre as 10H00 e as 24H00, nos sábados, e entre as 10H00 e as 20H00 nos domingos. “Vamos ter mais um ano com um Natal feliz. Hoje ligámos a iluminação de Natal, e queremos que os albicastrenses possam viver esta época da melhor maneira”, disse Luís Correia. Adelino Minhós, presidente da
ACICB, agradeceu a confiança que a Câmara “tem depositado na Associação para esta e para outras atividades”. Aquele responsável referiu que o Mercado de Natal contará com 50 expositores de produtos locais e regionais, lembrando que “esta é também uma oportunidade para os pequenos negócios, podendo ser o embrião para outras atividades”. No entender de Adelino Minhós, estas “atividades vão dinamizar o centro da cidade, com animação que promete puxar pelo espírito natalício e para as compras no comércio tradicional”. K
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publicação marca presença
Magazine na Futurália 6 O Ensino Magazine volta a marcar presença na Futurália 2017, a maior feira de oferta educativa, formação e empregabilidade, que decorrerá em Lisboa, na FIL -Parque das nações, de 29 de março a 1 de abril do próximo ano. O Ensino Magazine surge associado ao evento como parceiro da organização, estando neste momento a preparar um conjunto de atividades que ali irá realizar. A
presença do Ensino Magazine na Futurália faz parte da estratégia da mais importante publicação portuguesa dedicada à educação, juventude e cultura, e que é distribuída no nosso país, em Espanha, Palop’s e Macau. O Ensino Magazine vai dedicar as edições de janeiro, fevereiro e março à Futurália, com dossiês específicos, de promoção às ofertas formativas das instituições. K
Prémio Sophia Estudante
Filmes da UBI nomeados 6 Quatro estudantes da Licenciatura de Cinema da Universidade da Beira Interior (UBI) estão nomeados para o Prémio Sophia Estudante, pelo que os seus filmes vão agora ser exibidos no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a 7 de dezembro, juntamente com os restantes 26 nomeados, escolhidos entre os 88 projetos candidatados. A competição é organizada pela Academia Portuguesa de Cinema (APC). Roberto Santos, Mariana Rodrigues, Miguel Pinto e Francisco Morais são realizadores dos três filmes nomeados para aquele que é considerado um dos mais importantes galardões Publicidade
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para futuros cineastas. Estão a concurso, nesta terceira edição, quatro categorias, caso de Animação, Experimental, Documentário e Ficção, com os filmes produzidos na UBI presentes em duas. À secção Experimental concorrem os trabalhos ‘Moving Like Waves’, realizado por Mariana Rodrigues, como Projeto Final de Licenciatura, e ‘Incrediblue’, trabalho de Roberto Santos, criado no âmbito da Unidade Curricular Géneros Cinematográficos II. ‘Intromissão’ é um filme conjunto de Miguel Pinto e Francisco Morais, que foi produzido para a Unidade Curricular de Cinema II. K
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