janeiro 2017 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XIX K No227 Assinatura anual: 15 euros
www.ensino.eu
Suplemento
comemorações do xx aniversário do ensino magazine
universidade
UBI abre unidade de Farmacovigilância
Distribuição Gratuita
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universidade
Prémio Vergílio Ferreira para Teolinda Gersão P 9
Sem fronteiras nem tabus
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politécnico
IPCB avalia redes móveis C
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politécnico
Leiria brilha na América C
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Eduardo paz ferreira
O que leva os jovens a ir para o escutismo? C
ensino jovem
Ensino é decisivo para uma imagem de seriedade e decência C
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Design | Comunicação | Edição Av. do Brasil, N. 4 R/C - 6000-909 Castelo Branco Tel:. 272324645 Tel:. 965315233 | 933526683 JANEIRO 2017 /// Fax:. 210112063 | rvj@rvj.pt | www.rvj.pt
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Eduardo Paz Ferreira, professor catedrático
«O ensino é decisivo para transmitir uma imagem de seriedade e decência» 6 Eduardo Paz Ferreira, uma voz ouvida e respeitada nos tempos que correm, faz a radiografia das várias faces da sociedade desigual, injusta e à procura Publicidade
da decência perdida, onde impera o «salve-se quem puder». «Por uma sociedade decente» é o seu último
contributo cívico para uma sociedade melhor. Que manifestações é que o afligem mais na nossa sociedade? Antes de mais, deixe-
me agradecer a oportunidade que tenho em falar para um jornal com estas características, como as do «Ensino Magazine». Consi-
dero que a educação e o ensino são vias fundamentais para a construção de uma sociedade decente. Sobre a pergunta concreta que me faz, confesso que é difícil apontar uma, porque as manifestações dessa decadência e falta de decência são imensas. Mas peguemos, em primeiro lugar, no problema da desigualdade. Dou-lhe um exemplo, a senhora Christine Lagarde, presidente do FMI, declarava numa entrevista que as 85 pessoas mais ricas do mundo têm uma riqueza igual a metade da população mundial. Trata-se de uma verdadeira monstruosidade que nos deixa sem palavras. São as desigualdades que mais o impressionam? As desigualdades são uma face bem visível da sociedade não decente. Se admitirmos que em grande medida a crise que se desencadeou em 2007/2008 teve a ver com a desigualdade e com a forma como pessoas com poucos recursos foram induzidas a consumir mais do que podiam e particularmente, nos Estados Unidos, com o subprime, em que foram aliciadas a comprar casas que não tinham possibilidades de pagar, pensaríamos que teriam sido tomadas as medidas necessárias para corrigir ou atenuar as desigualdades. Pelo contrário, o que se tem verificado é que a desigualdade tende a crescer e é hoje maior do que era antes da crise. Os programas de austeridade em Portugal e noutros países, assistidos pela chamada troika, tiveram efeitos francamente negativos quanto ao sacrifício que foi exigido. Um estudo recente do professor Farinha Rodrigues demonstra, claramente, que o maior sacrifício foi exigido às classes mais pobres. Mas a desigualdade não é a única face da sociedade
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pouco decente… Que outros aspetos realça? A falta de mobilidade social é outra face da sociedade pouco decente. Vivemos numa sociedade muito estratificada, assim foi tradicionalmente, mas com o 25 de abril julgavase aberto o caminho para o chamado «elevador social» que permitiria que as pessoas tivessem acesso a oportunidades, independentemente das suas origens, mais ou menos humildes. Infelizmente, o que temos assistido é um recompor das estruturas tradicionais e um fechar desta sociedade que se tinha aberto. E qual o papel do Estado perante esta situação? O Estado está confinado a uma certa inação, parecendo ter-se demitido de procurar corrigir os aspetos mais flagrantes da falta de decência, procurando reduzir ao mínimo o seu papel, e mesmo áreas onde tradicionalmente o seu papel era forte, têm sido cedidas a privados. Ao nível das relações humanas vivemos uma situação bastante penosa. Eu costumo dizer que o Direito está em crise, mas vivemos, essencialmente, uma crise das boas maneiras. E não estamos a falar de qualquer trivialidade, mas em algo mais amplo, ou seja, um código de conduta ético entre as várias pessoas numa sociedade, uma espécie de rede de afinidades que é garantida sem sequer ser necessária a intervenção do Direito. Passamos a viver de um modo completamente individualista, passamos à frente das pessoas, não agradecemos a quem nos dá passagem, etc. São pequenos gestos do quotidiano que tornam a vida bastante mais desagradável. Mas bem mais desagradável é o tratamento ;
impiedoso dado aos refugiados, por exemplo. Esta crise de decência é política, moral ou de ânimo? É uma crise essencialmente de política, partindo da premissa que todos os comportamentos e gestos que se praticam nas sociedades quotidianas são políticos. Não são só os políticos a fazerem política, os cidadãos comuns também a fazem, designadamente quando escolhemos os políticos que mais tarde acabam por ser o alvo das nossas queixas. Uma sociedade reconstrói-se com novos valores e novos atores? Essa é a grande questão: como tornar democratas quando não os há, como criar cidadãos decentes quando não existem. Insisto que, porventura, o ensino é decisivo para transmitir uma imagem de seriedade e decência para aqueles que vão chegar à idade adulta. É que chegamos a um ponto em que já se chegou à conclusão que ou passamos a conduzir-nos por regras diferentes ou as coisas vão correr muito mal. A vitória de Trump é apenas um sinal do desapego que os cidadãos vão sentido pela classe política. Os políticos afastaram-se das preocupações e anseios dos cidadãos. Creio que o socialismo democrático tem fortes responsabilidades nesta viragem, ao fazer uma evolução completamente incom-
preensível depois da queda do muro de Berlim, quase de culpa pelos crimes dos regimes totalitários soviéticos, procurando distanciar-se de qualquer solução próxima do socialismo ou coletivas. E emerge com vigor a vertente neoliberalista… Sim, especialmente a partir de Tony Blair e da sua Terceira Via. Ficou disponível um terreno vazio que está a ser aproveitado de forma muito inteligente pela extrema direita e pelas forças xenófobas e nacionalistas. É preciso exigir dos políticos uma nova atitude e da própria sociedade civil que se constitua, cada vez, mais como uma força de opinião. Os problemas são muito grandes: por exemplo, o controlo da informação. A comunicação social está nas mãos de poucos grupos que obedecem a orientações políticas muito semelhantes e que são detidos por capitais, por vezes, de origem duvidosa. É claro que a elite que está no poder segue uma ideia que o ditador Oliveira Salazar expressou quando criou o Secretariado Nacional de Propaganda que é: aquilo que não for publicado, não existe. Por isso é que muito do noticiário que devia ser transmitido para as pessoas, não aparece. Abundam os programas para distrair o povo, o chamado pão e circo? A programação da televisiva generalis-
ta está repleta de reality shows, concursos mais ou menos estúpidos e debates sobre futebol, um fenómeno que atingiu uma dimensão insuportável. Pelo menos às segundas-feiras à noite os três canais de notícias, ditos de elite, estão preenchidos com esta última temática. Deve ser um caso raro no mundo. Este caldo cultural anestesia o cidadão comum? Entendo que sim. As televisões justificam que esta é a programação que o povo quer. É um argumento fácil e recorrente. Mas o povo tem alternativas para escolher outros modelos? Não sou contra a TV com componente recreativa e ligeira, mas é preciso conjugar com o apelo ao debate, à inteligência, etc… Quando se abriu a TV à iniciativa privada a programação iniciou uma corrida desenfreada rumo ao grau zero, ao lixo. Os canais passaram a imitar-se uns aos outros. A própria RTP1 também anda num nível muito baixo. Com grande mágoa minha, digo que a televisão em Portugal antes do 25 de abril era melhor do que a atual. O controlo político era fortíssimo, mas era possível encontrar intelectuais como Vitorino Nemésio, David Mourão Ferreira, Natália Correia, havia transmissões de ópera, teatro, as próprias séries eram de excelência. Hoje temos telenovelas em catadupa, todas orientadas para as pessoas não pensarem e assimilarem umas histórias mais ou menos inverosímeis.
Fala-se dos poderes fáticos ou não eleitos que mandam no mundo, como é o caso da Maçonaria, Opus Dei ou da Goldman Sachs, só para dar alguns exemplos. Os poderes ocultos põem e dispõem? Eu tenho a ideia que, por vezes, há algum exagero sobre o debate em torno do Opus Dei e da Maçonaria, relativamente aos poderes que lhes são atribuídos. Há uma tendência um pouco conspirativa das pessoas para encontrar forças ocultas. É algo que «vende» bem. Agora que a riqueza financeira atua de forma articulada e global, ditando as suas próprias regras, parece-me evidente. E há outro poder que tem sido subestimado, que é o poder dos economistas e dos técnicos. Antes quem tomava as decisões eram os políticos, com base nos seus assessores económicos ou jurídicos. Hoje em dia temos uma série de cargos que são reservados para economistas, técnicos – que se considera terem a pureza dos anjos e estarem isentos de vícios – e outras entidades independentes (como por exemplo, o nosso Conselho Nacional das Finanças, que é um organismo motivadíssimo ideologicamente). Os economistas na primeira campanha de Bill Clinton lançaram um slogan que ficou célere («É a economia, estúpido») que parece ter sido decisivo para a sua eleição, mas deixou um rasto terrível na sociedade. A economia, por si só, não pode mandar. ;
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A economia manda mais do que devia?
Uma das especialidades do seu escritório de advogados é o Direito Fiscal. Como avalia o ato da empresa Jerónimo Martins, que mudou a sua sede fiscal para a Holanda?
Há uma ordenação definida por regras económicas irrefutáveis e não por decisões políticas, como deveria ser. A economia comanda a política. Há uma mensagem fantástica do Papa Francisco que quando foi convidado para ir à reunião da alta finança, em Davos, na Suiça, mandou uma carta a desejar uma boa semana de trabalho e que aproveitassem para discutir como pôr as finanças ao serviço da política e não o contrário.
Bem sei que business is business, mas é preciso ressalvar que os lucros são gerados em Portugal e à custa do dinheiro dos consumidores portugueses. Considero um ato que é o desmentido da existência de uma União Económica e Monetária. Se esta existisse verdadeiramente é lógico que os impostos seriam iguais em todos os estados. Não se compreende como se permite que certos estados mantenham sistemas fiscais especialmente atraentes e que muitas vezes são objeto de negociações que os tornam ainda mais atraentes, como sucedeu no Luxemburgo, mais recentemente com a condenação da Apple por causa da Irlanda, etc. Mas há mais casos em Portugal. A EDP, enquanto empresa pública, pagava impostos muito importantes ao Estado e uma vez privatizada deixou praticamente de pagar impostos em Portugal, passando a fazê-lo na Holanda. Isto significa que a poupança fiscal que a EDP consegue por esta via provavelmente já pagou o preço da compra.
Este ano foi reposto o feriado do 1º de dezembro, o Dia da Restauração. Os interesses nacionais cada vez mais na mão de estrangeiros, sobretudo na banca, na energia e noutros setores, deviam relançar o debate sobre a soberania? Vejo com o maior desgosto e perplexidade este estado de coisas. Estou muito longe de ser um nacionalista e sempre achei que a abertura internacional era um aspeto positivo, mas o país tem de ter várias áreas de atividade em mãos nacionais, estatais ou privadas, mas com possibilidade de controlo dos portugueses. Quando passamos o sistema financeiro na sua quase totalidade para o exterior estamos a criar uma enorme vulnerabilidade e a deixar a economia nacional extremamente indefesa. Acontece que muitos dos adquirentes do sistema financeiro português são entidades um pouco estranhas. A experiência de um grupo chinês na Fidelidade está longe de ser boa. Há candidatos à compra do Novo Banco que são um fundo de investimento norte-americano. Creio, por outro lado, que se devia acabar com uma das regras absurdas que a União Económica e Monetária comporta, que é a regra da independência do Banco Central e da proibição do Banco Central de funcionar como emprestador do último recurso.
Apoiou Sampaio da Nóvoa nas últimas presidenciais. Recentemente acusou Marcelo Rebelo de Sousa de «extravasar os poderes constitucionais». Como está a ver esta nova forma de fazer política do inquilino de Belém?
A banca portuguesa chegou a este ponto devido à falta de supervisão do banco central? Sim. Chegamos a esta situação devido à completa falha de supervisão. O Banco de Portugal, a certa altura, passou a preocupar-se somente com as políticas macroeconómicas, tornou-se uma espécie de grande gabinete de estudos e descurou os problemas da supervisão. Isto não se passou apenas em Portugal, mas em muitos outros países. Mais uma vez, o que é que andaram os economistas a fazer e como saíram impunes disto? Foi até 31 de julho administrador não executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Os últimos meses abalaram a imagem no banco público? O que me impressiona mais na CGD, para além dos deploráveis episódios em torno das entregas das declarações de rendimentos, é que aquilo que parece querer fazer-se com a CGD é transformá-la num banco privado de titularidade pública, Ou seja, afastar a Caixa das funções de banco de serviço público, passando a reger-se por uma lógica puramente financeira que vai contribuir ainda mais para a deserti-
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ficação do país, com o anunciado encerramento de agências, etc. Um banco não pode dar prejuízo, mas um banco público existe, justamente, para defender os mais desfavorecidos. Nesse sentido, uma CGD que se orienta apenas para a disputa de nichos de mercado com outros bancos, esquecendo os seus clientes, não me interessa como banco público. Eu quero um banco público ao serviço dos interesses da economia nacional e particularmente dos pequenos empresários, etc. A CGD tem sido feudo dos dois maiores partidos que vão revezando os seus homens confiança na cúpula administrativa? Há muitas pessoas ligadas aos partidos, mas deve-se procurar uma explicação mais ampla e geral, que é a grande promiscuidade entre a política e os meios económicos. Se atentar no caso das privatizações vai reparar que a generalidade dos gestores públicos continuaram nos bancos ou noutras empresas públicas quando estes foram privatizados. O que sucedeu?
Empresas que davam grandes prejuízos enquanto eram públicas, passaram a dar grande lucro quando passaram a privadas. Gostaria que me explicassem como é que os mesmos senhores conseguiram resultados tão diferentes em situações que não eram fundamentalmente distintas? E também gostaria de saber porque é que o Banco CTT – uma antiquíssima aspiração dos Correios, empresa pública, que nunca foi aceite – assim que é feita a privatização da empresa é dada autorização para a abertura do banco. Este é apenas mais um exemplo de favorecimento do setor privado e de desvalorização do setor público, que considero extremamente perigoso. Política e negócios continuam a manter relações perigosas? A questão central é que é preciso separar a política dos negócios. Durante a ditadura uma das críticas típicas da oposição democrática ao regime era que os ministros saíam todos para empresas quando abandonavam o governo. Era verdade, mas hoje em dia ainda saem mais.
Quero lembrar que quando foi candidato à Câmara de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa fez de taxista, mergulhou no Tejo, etc. Na altura todos se riram e acharam caricatural. Mas então ele não tinha os anos de televisão que o tornaram numa figura consensual. Hoje em dia se ele mergulhar no Tejo é um fenómeno de popularidade, se andar de táxi Lisboa pára para ver o taxista Marcelo, etc. O que se passou é que a opinião pública claudicou perante a política espetáculo. Sobre a forma como ele exerce o mandato creio que está a fazer uma interpretação muito própria do que são os poderes presidenciais, intervindo claramente em áreas do governo, pronunciando-se sobre todos os assuntos. Preocupa-o que os últimos líderes políticos tenham vindo praticamente todos da televisão? Isso não se passa apenas na política. Na minha própria Ordem, a dos advogados, vários bastonários foram eleitos porque iam muito à televisão. Relembro os nomes de José Miguel Júdice, Marinho e Pinto, Rogério Alves. Quem não tem essa proteção, explícita ou implícita, da televisão tem mais dificuldades em chegar mais longe. Esta ideia começou no Brasil quando o dono da TV Globo, Roberto Marinho, garantiu que podia fazer e desfazer presidentes. Em Portugal, lamentavelmente temos uma Entidade Reguladora da Comunicação Social que pouco ou nada faz e que tinha por obrigação impor um espaço de equilíbrio. Falemos agora da educação. A vaga ;
de jovens que emigraram para trabalhar no estrangeiro é consequência da falta de oportunidades no seu país? É uma geração que é vítima da fraqueza do poder político, da dificuldade de criação de alternativas, etc. Penso totalmente ao contrário do anterior governo, que funcionou numa lógica de separar gerações e de pôr todo contra todos, público contra privado, interior contra litoral, etc. É preciso inverter esta situação, mas o facto de estes jovens irem para o estrangeiro também apresenta o reverso da medalha de lhes permitir ter uma abertura exterior e uma mundivisão muito ampla, o que é positivo. Os que regressarem virão mais fortes? Os que vierem sim, mas creio que muito dificilmente regressarão porque vão encontrar melhores condições, a todos os níveis, lá fora. Eles saíram de Portugal muito preparados, por isso puderam sair. Não esqueça que Portugal tem um conjunto de instituições de ensino superior de elevadíssima qualidade. Por exemplo, dou-lhe o exemplo do Instituto Superior Técnico que forma dos melhores engenheiros em vários cursos de ponta. Ou de Medicina e Enfermagem. Não é por acaso que os estrangeiros veem buscar estes jovens. Com a vantagem que passam a ter uma mão de obra super qualificada que lhes saiu de graça, porque o investimento na educação foi todo feito pelo Estado português. Enquanto não existir um franco desenvolvimento em Portugal não estou a ver qual será o apelo em termos de carreiras para estes jovens regressarem ao país que os viu nascer. Diz que esta geração perdeu as referências da geração de 45. A que se refere? Da ideia básica de solidariedade, que todos estamos por todos. Hoje em dia impera o salve-se quem puder. A vitória de Trump foi para si um murro no estômago? Significou para mim o acontecimento mais dramático e mais traumático a que assisti. Pode levar-nos a uma situação semelhante aos anos 30 do século passado, com a certeza de uma coisa: no século passado a Europa tinha uma esperança exterior que se chamava Estados Unidos da América e agora deixa de ter. Se na Europa se abater uma onda fascista, o «velho continente» não poderá contar com a América. Depois, temo muito o que se vá passar com as minorias étnicas e os emigrantes. Não foi por acaso que houve logo a ameaça da deportação maciça de emigrantes. Vai-se viver muito mal na América. Os meus amigos que vivem por lá estão em pânico, económico e político, com o que se vai passar. Penso que podemos estar na iminência de assistir a uma séria mudança no mundo. Ao contrário de alguns analistas, não acredito num “novo” Trump, diferente da campanha eleitoral, assim que assumir funções na Casa Branca. Trump vai ter a tentação de governar os Estados Unidos como gere as suas empresas?
Donald Trump tem demonstrado uma incultura política e impreparação total. Penso que terá, efetivamente, a tentação de gerir os negócios públicos como um assunto privado, o que será trágico. A Rússia e os EUA vão quebrar o gelo da guerra fria porque Putin e Trump são gémeos separados à nascença? Não sei. Trump, para além de defender uma lógica de hostilização à mundialização, terá tendência a seguir uma política isolacionista dos EUA e é por isso que Putin gosta tanto dele. Se o presidente russo decidir avançar para a Ucrânia ou outros territórios não haverá oposição de Washington. O desconhecimento geográfico de Trump é muito grande. Aproveitando o fim do mandato de Obama estamos a viver um momento trágico na Síria, com as tropas de Assad a cometerem barbaridades sem nome. Preside ao Instituto Europeu da Faculdade de Direito da Universidade Lisboa. Considera que o projeto europeu está em cacos? Deixe-me dizer que fui um crítico acérrimo da senhora Merkel nos últimos
anos, mas o governo de Berlim teve nos últimos meses atitudes que importa sublinhar, como foi o caso do comportamento perante os refugiados e muito recentemente, após a eleição de Trump, a melhor reação que eu escutei foi precisamente a da chanceler germânica. Mas há áreas em que Berlim falha e que são preocupantes se a Alemanha mantiver o rigor e a ortodoxia económica. Continuo a achar que há todas as razões para mantermos os ideais europeus, mas esta União, tal como existe, está muito próxima da morte. E ainda por cima viu desvanecer a Europa dos valores e perdeu identidade, aumentando as brigas e os conflitos. A Europa respirou de alívio com a derrota do candidato da extrema direita na Áustria, mas Renzi, tal como Cameron, saiu derrotado do referendo que ele promoveu. Depois do brexit teremos uma saída à italiana do euro? Bem, o problema é que a Europa não consegue encontrar respostas globais e, por isso, vive de crise em crise e de ameaça em ameaça, respirando umas vezes de alívio, outras não. Não há, de momento, indicações de que a Itália se encaminhe
CARA DA NOTÍCIA 6 Um crítico feroz da troika A Intervenção cívica é a causa que o move, traduzindo-se na organização de frequentes conferências com personalidades nacional e internacionalmente sonantes e no lançamento de livros sobre temas pertinentes. «Por uma sociedade decente», «Europa: reforma ou declínio», «A austeridade cura? A austeridade mata» e «Da Europa de Schuman à não Europa de Merkel», são algumas das suas mais recentes edições. Mas foram as suas intervenções públicas e nos órgãos de comunicação social sobre os anos de austeridade decretados pela troika, a crise bancária, o drama dos refugiados ou a vitória de Trump que notabilizaram este professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, nascido a 6 de maio de 1953, em Ponta Delgada, nos Açores. É ainda presidente do Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal (IDEFF) e do Instituto Europeu. É sócio fundador da Eduardo Paz Ferreira, Sociedade de Advogados. K
nesse sentido, mas um impasse político e o agravamento do sistema financeiro poderão levar a tal. Disse que o Papa Francisco é o único líder global que vale a pena seguir. Que outros atos o inspiram no Santo Padre? A posição dele perante os refugiados foi exemplar. As pessoas podem já não se lembrar bem, mas pouco depois da sua entronização o Papa Francisco foi à ilha de Lampedusa para «chorar os mortos que ninguém chora», como ele sublinhou. Para além disso, toda a sua ação quotidiana e produção teológica, como a encíclica “Laudato Si”, como na carta pastoral da alegria do Evangelho, representam uma conceção teórica muito profunda de crítica ao neoliberalismo e de afirmação de valores muito importantes. «A vida humana não pode ser descartável», é uma frase da sua autoria e que espelha bem o tempo em que vivemos. Para finalizar, uma pergunta sobre o terrorismo. O atentado no dia 19 de dezembro, num mercado de Natal de Berlim, reivindicado pelo ISIS, voltou a semear o pânico numa das principais cidades europeias. Depois, às primeiras horas do novo ano, outro massacre em Istambul. As sociedades ocidentais terão de se habituar a conviver com esta chaga durante quanto tempo? Tem toda a razão em falar de chaga a este propósito. Aquilo que é necessário é aprofundar a segurança, mas retirando o capital de queixa que atira tantos jovens para o radicalismo. Por outro lado, as sociedades não podem manifestar medo. Têm de viver como sempre fizeram. Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H
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Ex-aluno de Cinema selecionado
Melhorar o futuro dos idosos
UBI no Festival de Berlim 6 Luís Campos, formado em Cinema pela Universidade da Beira Interior, foi um dos 250 selecionados, entre 3000 candidatos, para participar na edição 2017 do Berlinale Talents, um dos mais importantes eventos dentro do Festival de Cinema de Berlim, que decorre de 9 a 19 de fevereiro. “Tinha esperanças de ser selecionado, mas é uma competição altíssima e este é um grande voto de confiança que o festival faz ao nosso trabalho”, afirma Luís Campos, que participa assim num evento que inclui workshops, sessões de grupo, masterclasses, sessões da indústria e um contacto privilegiado com todas as atividades do festival. Reuniões com distribuidores, agentes de vendas, produtores e o visionamento de “muitos filmes” são outras das mais-valias da cimeira. Para além do ex-aluno da UBI, participa no evento apenas mais um português, Mário Patrocínio, da Bro Cinema. “Ali vamos poder partilhar ideias com pessoas muito experientes e renomadas no meio e receber conselhos”, sublinha Luís Campos. A atestar a importância do Berlinale Talents está o facto de, no ano passado, uma das mentoras ter sido a atriz norte-americana Meryl Streep.
O evento é aberto a jovens cineastas de todo o mundo, que submetem uma candidatura com o currículo e um excerto de algo filmado recentemente. “Fui selecionado com base nesse meu currículo, nas imagens que submeti e nas intenções que tenho de participação na cimeira”, explica Luís Campos, para quem esta oportunidade “reforça a confiança pelo que tenho feito, faz-nos ter ‘certezas’ de que estamos a trilhar o caminho correto e, acima de tudo, motivanos para o que queremos ainda vir a fazer”. Numa fase de estreia da sua mais recente curta-metragem e em fase de financiamento de uma longa-metragem, Luís Campos reforça a importância da seleção para o Berlinale Talents. “Para além do prestígio que representa para
o currículo, mesmo ao nível da longa-metragem, o financiamento poderá ficar mais facilitado. Assim espero”. O ex-aluno da UBI fez parte da primeira turma da licenciatura em Cinema, em 2003, tendo completado a sua formação na instituição, com o mestrado em 2008. Desde então tem apostado numa carreira no estrangeiro, tendo passado por Barcelona e Londres, antes de se fixar em 2012 em Amesterdão, onde é docente de Cinema na SAE Institute Amsterdam. Paralelamente, tem vindo a participar em vários projetos cinematográficos em países como a Bélgica, Brasil, Estados Unidos ou Índia, fruto da criação em 2014 de uma empresa da área do Cinema K Rafael Mangana _
Medicina na UBI
Tecnologia de ponta no ensino 6 A mesa anatómica da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), a primeira a ser utilizada na Península Ibérica e que facilita o ensino da Anatomia e da Imagiologia, chegou à Universidade da Beira Interior (UBI) em 2015 e, desde então, tem contribuído para fortalecer a componente inovadora que está associada ao ensino da Medicina. Um ano após a sua aquisição, este exemplo das várias tecnologias que estão ao serviço do ensino da Medicina da UBI revelouse uma mais-valia para os seus utilizadores, que incluem também alunos de outros cursos da área da saúde e de Ciências do Desporto. A sua utilidade levou mesmo à criação de uma equipa de trabalho, coordenada pelo docente Eduardo Cavaco, que está encarregue de estudar outras formas de aplicação da ferramenta. Para o coordenador deste grupo de trabalho, a mesa anatómica “tem sido uma mais-valia no ensino das unidades curriculares dos primeiros anos de Medicina e não só, pois também é utilizado nas Ciências Farmacêuticas, Ciên-
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cias do Desporto e noutros cursos da Universidade”. Eduardo Cavaco acrescenta ainda que a conjugação das novas tecnologias com todas as infraestruturas existentes na FCS “fazem com que haja um ensino diferenciador”. A mesa anatómica é um instrumento que permite a visualização anatómica 3D de imagens reais, criadas a partir de Tomografia Computorizada (TC) e de Ressonância Magnética (RM). Assim sendo, através de um monitor multitouch, os alunos podem percorrer um cadáver virtual e dissecá-lo a três dimensões. Além disso, o utensílio,
que combina a tecnologia médica com a ciência computacional avançada, possibilita ainda a reconstrução a 3D de partes do corpo humano que estão lesionadas e que necessitam de uma cirurgia. “É possível recolher, diretamente do hospital, a tomografia computorizada de alguém que fraturou um membro e depois fazer uma reconstrução a 3D. Assim, podemos ter todos os ângulos possíveis e até estudar uma possível intervenção cirúrgica, facilitando a sua concreta visualização tridimensionalmente”, refere. K Carla Sousa _
Conferência na Faculdade da Saúde 6 Preparar o futuro e expor os desafios individuais e sociais que o envelhecimento enfrenta foram os objetivos da Conferência que se realizou na Faculdade de Ciências da Saúde, da UBI, a 6 de janeiro, a qual contou com a presença de Constança Paúl, professora catedrática do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto e investigadora do Center for Health Technology and Services Research, que proferiu a palestra sobre envelhecimento. Dos vários tópicos relacionados com os problemas das populações mais envelhecidas, a investigadora destacou a importância da aprendizagem ao longo da vida e da aposta em políticas de prevenção da doença, da conservação das capacidades cognitivas dos mais idosos e do desenvolvimento da sua autonomia. Constança Paúl apresentou ainda o atual modelo da Organização Mundial de Saúde sobre envelhecimento saudável, esta-
belecendo uma comparação com o anterior denominado envelhecimento ativo. Em seu entender, as perspetivas futuras devem incluir o “melhoramento da qualidade de vida dos idosos”. Refere que “a população vai tendo outras exigências e necessidades” e que “ainda há muito a fazer”. A palestra inseriu-se no I Ciclo de Conferências sobre Envelhecimento na Beira Interior, uma das atividades desenvolvidas pelo Consórcio Idade Mais, associação que junta as três instituições de ensino superior da região (Universidade da Beira Interior, Instituto Politécnico de Castelo Branco e Instituto Politécnico da Guarda) e tenciona promover projetos de investigação e intervenção para um envelhecimento bem-sucedido. No evento estiveram presentes professores e dinamizadores de projetos ligados a pessoas idosas. K Bruna Queirós e Catarina Diamantino _
Cibersegurança na Covilhã
Quanto aos restantes órgãos da associação estudantil, a Mesa da Assembleia Geral será presidida por Tiago Afonso, estudante do Doutoramento em Economia, e o Conselho Fiscal por Joana Rodrigues, do Mestrado em Bioengenharia. K
TO Departamento de Informática da Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior estabeleceu com um protocolo com a empresa Quidgest, na área da segurança de sistemas e redes. Esta parceria decorre do trabalho que tem sido desenvolvido na UBI em projetos com a orientação do docente Pedro Inácio. A celebração oficial do protocolo teve lugar no final de dezembro de 2016, tendo ficado estabelecida a incorporação de funcionalidades no gerador de aplicações Genio, o recrutamento de futuros engenheiros de sistemas, bem como o desenvolvimento de parcerias que aproveitem fundos europeus. K
AAUBI toma posse T Os órgãos sociais da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) tomam posse a 16 de janeiro, no Anfiteatro das Sessões Solenes (Polo I). Raquel Bento, estudante do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, vai liderar a direção durante o ano de 2017.
Hidrologia e Climatologia TA Universidade da Beira Interior tem aberta, até 31 de janeiro, a primeira fase do período de candidaturas à Pós-graduação em Hidrologia e Climatologia, que é única no país. O curso, a ministrar em b-learning com a duração de um ano, terá início a 24 de fevereiro. Com esta proposta, pretende-se capacitar profissionais do setor do termalismo, através de uma abordagem inter e multidisciplinar em áreas como a medicina, engenharia e química hidrológica ambiental. K
Farmacovigilância
UBI abre unidade Associação de Técnicos de Natação
Docente da UBI preside 6 O docente do Departamento de Ciências do Desporto da Universidade da Beira Interior (UBI), Aldo Costa, é, desde o passado dia 14 de janeiro, o novo presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Natação (APTN) para o quadriénio 2016/2020. Sob o lema “Por APTN maior e melhor”, a lista encabeçada por Aldo Costa foi a única a submeter-se a sufrágio realizado em Vila Real, tendo acolhido 14 votos a favor, não se tendo registado qualquer voto contra ou abstenção. A proposta de trabalho de Aldo Costa “visa honrar o passado, prestigiar o presente, e sobretudo garantir a relevância futura da APTN nas dimensões corporativa e institucional junto dos sócios e das demais organizações desportivas nacionais e internacionais”. De resto, o docente da UBI considera que o principal desafio que se coloca à Associação passa “pela criação de valor aos sócios através da promoção e dissemina-
ção de boas-práticas e da investigação científica aplicadas à natação nas suas diferentes vertentes, às atividades aquáticas nos vários âmbitos de atuação e à gestão desportiva aplicada às atividades aquáticas”. Por outro lado, sublinha, “a APTN pretende contribuir ativamente para o desenvolvimento e fomento da natação portuguesa, priorizando a promoção e a caracterização da literacia aquática da população, em particular das crianças”. Os novos corpos sociais da Associação Portuguesa de Técnicos de Natação integram também Pedro Guedes de Carvalho, docente da UBI, que passa a presidir ao Conselho Fiscal e Disciplinar. Ainda da UBI, a estudante do 3º. Ciclo/Doutoramento em Ciências do Desporto, Tânia Mira, como relatora daquele Conselho. Aldo Costa sucede no cargo a Pedro Mortágua Soares que passa a líder da Mesa da Assembleia Geral. K
Shanghai Ranking
Desporto da UBI no top 100 6 O Departamento de Ciências do Desporto da Universidade Beira Interior está entre os 100 melhores do mundo, e é o terceiro em Portugal, nesta área, de acordo com o Shanghai Ranking, onde aparece listado pela primeira vez. A avaliação teve em conta os artigos publicados na base do ISI Web of Knowledge, qualidade e número de citações dos próprios artigos, a publicação em revistas ou jornais científicos do Top 25 desta área e as colaborações internacionais, que estiveram em análise a partir da coautoria. A entrada no ranking promovido pelo Academic Ranking of World Universities “é muitíssimo importante”, salienta Kelly o’Hara, a presidente do Departamento de
Ciências do Desporto, pois “dá uma imagem do Departamento como um polo de investigação, uma meta que já se atingiu e que se deve procurar ter mais e ter melhor”, porque começamos a ter áreas de grande capacidade. O Departamento de Ciências do Desporto integra a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e ministra a Licenciatura em Ciências do Desporto (1.º Ciclo), os mestrados em Ciências do Desporto e Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (2.º Ciclo) e Doutoramento em Ciências do Desporto (3.º Ciclo). É uma das entidades de Ensino Superior que fundaram o Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD). K
6 A Unidade de Farmacovigilância da Beira Interior foi inaugurada, no dia 12 de janeiro, e funcionará na Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da UBI, contando com seis docentes daquela Faculdade na sua coordenação. A unidade, que vai abranger uma população que ronda as 735 mil pessoas dos distritos de Castelo Branco, Guarda e Viseu, envolvendo cerca de 8 mil profissionais de saúde, tem como principal missão medir o grau de eficácia dos medicamentos na população. A Unidade é coordenada por Ana Paula Duarte, docente da FCS, e conta ainda com os docentes, Luís Taborda Barata, Luiza Granadeiro, Maria Assunção Vaz Patto, Jorge Luís Santos e Gilberto Alves. O Sistema de Farmacovigilância vai tratar as informações provenientes das unidades de saúde regionais de Castelo Branco, Guarda e Viseu. Estes três distritos abrangem cerca de 735 mil pessoas, que corres-
ponde a cerca de 7 por cento da população nacional. Os cerca de 8 mil profissionais de saúde destas unidades (5,76 por cento do total nacional), vão colaborar com a equipa neste sistema, que vai medir o grau de eficácia dos medicamentos na população. Presente na cerimónia, o Secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, reforçou o pa-
pel da Unidade: “Estamos numa área particularmente sensível para os portugueses que é a utilização do medicamentos, o problema está quando o consumo é excessivo ou inadequado, e para isso esta unidade vai permitir avaliar com rigor todas as situações em que há reações adversas dos doentes à toma dos medicamentos desde que seja devidamente reportada”. K
Com o apoio do Ensino Magazine
Regional Helix é em junho 6 A Universidade da Beira Interior acolhe, de 21 a 23 de junho, a conferência internacional Regional HELIX - International Conference on Innovation, Entrepreneurship and Technology Transfer. A iniciativa, que vai para a sua segunda edição tem o apoio do Ensino Magazine e assume-se como uma das mais importantes no contexto internacional. Até 8 de maio, os interessados em participar no evento devem remeter os seus trabalhos, obrigatoriamente originais e que não tenham sido enviados a outras conferências ou jornais científicos em simultâneo. Estão também abertas as
inscrições para a participação na Conferência Internacional que vai refletir sobre o aparecimento de novos modelos de negócios baseados na inovação,
nas redes de cooperação e na valorização dos recursos endógenos que contribuam para o desenvolvimento de economias e regiões. K
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Na reparação de carapaça de cágado
UTAD usa impressão 3D
6 Um cágado de 23 anos de idade, vítima de acidente rodoviário do qual resultou uma fratura parcial na carapaça, foi sujeito a uma intervenção cirúrgica de reconstrução no Hospital Veterinário da Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro, tendo-lhe sido colocado um implante de proteção impresso em 3D. “O animal atropelado fez uma fratura na carapaça com necrose do tecido ósseo que acabou por deixar um defeito longo e que vai precisar de pelo menos dois anos para regenerar o tecido” explica Roberto Sargo, médico do Hospital Veterinário da UTAD e responsável pela intervenção cirúrgica. Este tipo de defeito apresenta geralmente um período de cicatrização longo, impedindo o animal de ter acesso à água, e também ao seu comportamento normal de alimentação e higiene. Com vista a acelerar o regresso do animal a uma vida “normal”, foi idealizada uma forma de encerrar a carapaça sem atrasar o processo de cicatrização da mesma. Perante as dificuldades pers-
petivadas no uso de técnicas médico-cirúrgicas convencionais foi pensada uma abordagem clínica inovadora. A partir de uma tomografia computadorizada do animal, exame imagiológico bidimensional e do software criado pela start-up NewMedTech, foi concebido um modelo tridimensional. “Conseguimos produzir um pequeno protótipo impresso, recorrendo à tecnologia de impressão 3D que se adaptou completamente a todas as curvaturas da carapaça. Este permitiu que a selássemos de forma hermética, através da aplicação de uma resina adaptável aos contornos das duas peças e também à temperatura ambiente”, esclarece João Pedro Bordelo, doutorando na UTAD e respon-
sável pelo desenvolvimento da tecnologia. O animal precisa agora de seis meses a um ano para ter uma película rígida o suficiente, e também impermeável, para o implante agora colocado poder ser retirado e este voltar a fazer uma vida normal. “Como se trata de uma cirurgia complexa, no que toca à técnica cirúrgica, pensámos em aportar valor acrescentado à mesma, através da tecnologia de impressão 3D que nos possibilitou a obtenção do protótipo físico da região anatómica a intervencionar, proporcionando teste de alguns procedimentos cirúrgicos, sempre com vista à redução do risco cirúrgico implícito e duração do período anestésico”, salienta Roberto Sargo do HVUTAD. K
Melhor doutoramento do mundo
UMinho dá cartas em alvenaria
6 Susana Moreira, ex-aluna da Universidade do Minho, foi distinguida com o prémio ‘Melhor Dissertação de Doutoramento’, atribuído pela associação norteamericana The Masonry Society, a principal organização mundial dedicada à ciência e arte da alvenaria. É a primeira cientista portuguesa a receber este galardão em mais de 20 anos de existência da The Masonry Society. A distinção destaca a contribuição de jovens investigadores no domínio da construção em alvenaria - assentamento de blocos, pedras ou tijolos através de argamassa. “Para além de representar uma grande conquista pessoal, o prémio contribui para o reconhecimento internacional da qualidade da investigação desenvolvida na UMinho, em particular no Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Estruturas de Engenharia”, diz Susana Moreira, de 31 anos. O galardão deve-se ao trabalho ‘Seismic retrofit of masonry-to-timber connections in historical constructions’, sob orientação de Luís
Ramos e Daniel Oliveira, professores da Escola de Engenharia da UMinho. Aborda de forma pioneira o comportamento sísmico da ligação entre as paredes de alvenaria e os pavimentos de madeira em edifícios antigos construídos principalmente durante o século XIX e o início do século XX. No âmbito da tese de doutoramento foram desenvolvidos protótipos de reforço de ligações, testados em laboratório de forma a propor métodos de dimensionamento para engenheiros projetistas. “A investigação foi motivada pela necessidade de diminuir a vulnerabilidade sísmica de construções antigas de alvenaria e, também, por se ter verificado que ligações débeis podem afetar a estrutura de monumentos históricos e comprometer a sua segurança”, realça Susana Moreira, atualmente professora da Pontifícia Universidade Católica do Perú, país conhecido pela sua elevada atividade sísmica. A médio prazo, estas soluções poderão ser aplicadas em Portugal. K
Nova geração de robôs para a indústria
Coimbra na Europa
6 A partir do próximo mês de fevereiro, as empresas Thales Alenia Space, indústria aeroespacial de produção de satélites, e Renault, do setor automóvel, vão testar um protótipo do ColRobot, um robô de última geração que está a ser desenvolvido por um consórcio europeu do qual faz parte uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Com um orçamento global de mais de quatro milhões de euros, financiados pela União Europeia através do Programa Horizon 2020, o consórcio é liderado pela École Nationale Supérieure d’Arts et Métiers – ENSAM ParisTech, em França, e reúne 11 parceiros de universidades, centros tecnológicos e empresas. A equipa da Universidade de Coimbra, liderada por Pedro Neto, é responsável pela interação homem-robô, promovendo a colaboração e partilha de tarefas entre humanos e robôs. O investigador explica que o grande objetivo do Collaborative Robotics for Assembly and Kitting in Smart Manufacturing (ColRobot) passa pelo “desenvolvimento de robôs colaborativos que
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Escolas de Design da Europa
IADE entre as 50 melhores possam trabalhar lado-a-lado com os humanos. Pretende-se que os humanos possam interagir com estes robôs colaborativos da mesma maneira como interagem uns com os outros, de uma forma intuitiva, por exemplo usando gestos. Assim, exploramos o melhor dos humanos e das máquinas, ou seja, as capacidades cognitivas e de coordenação dos humanos, e a capacidade das máquinas de produzir trabalho monótono e preciso”. Atualmente, sublinha Pedro Neto, “os robôs existentes nas nossas indústrias trabalham dentro de
jaulas, sem interagirem com os humanos”. Por isso, nota, “o ColRobot significa uma mudança de paradigma, em que os robôs colaboram com os seres humanos, tirando o melhor de cada parceiro”.K
6 O IADE, escola da Universidade Europeia pioneira no ensino de Design em Portugal, está pelo terceiro ano consecutivo entre as 50 melhores escolas de Design da Europa, segundo a conceituada revista italiana Domus, que elabora uma lista em que constam nomes como o Politecnico di Milano (Milão) ou The Royal College of Art (Londres). A publicação destaca a aposta na inovação e investigação por parte da escola da Universidade Europeia e o facto de ser a instituição que mais alunos forma em Portugal em Design, com uma
taxa de empregabilidade de 91 por cento. Ao longo dos 47 anos de existência, têm passado pelo IADE alguns dos nomes mais sonantes das indústrias criativas do mercado nacional, como Nini Andrade Silva, Isilda Pelicano, Carlos Ramos ou Carlos Coelho. O reconhecimento contínuo do contributo e notoriedade do IADE tem atraído cada vez mais estudantes internacionais, com cerca de 14 por cento do total de alunos a ser de nacionalidade estrangeira. Destaca ainda a procura significativa de alunos internacionais no Doutoramento em Design. K
Prémio de Investigação IIFA 2016
Sheila distinguida 6 Sheila Palomares Alarcón foi distinguida pelo IIFA com o Prémio de Investigação 2016. A estudante de Doutoramento em História na Universidade de Évora investiga os “Usos e reusos da arquitetura industrial no Sul da Península Ibérica: um estudo comparativo”. A estudante, em nota citada pelo Gabinete de Comunicação da Universidade, considera a distinção “muito gratificante” e “implica um incentivo para continuar a trabalhar, no meu caso, numa investigação com uma perspetiva multidisciplinar porque sou uma arquiteta que está a fazer um doutoramento em História. O Prémio é um estímulo para continuar a publicar e divulgar os meus resultados da atividade de investigação científica”. O projeto de investigação distinguido tem como objeto de estudo o património industrial agroalimentar e os seus reusos a partir de alguns exemplos do Alentejo e do Algarve e comparando-os com a situação andaluza, considerando o período de tempo em que ainda funcionavam como industria activa e o seu uso atual. (s.XIX-XX). A estudante lembra que a indústria agroalimentar no Sul de
Portugal tem como matérias-primas predominantes a moagem, o azeite, e o vinho que formam a trilogia mediterrânea, e existem pontos em comum de carácter cultural, económico e industrial entre o Sul de Portugal e o Sul de Espanha por semelhanças territoriais, por linguagem e por rotas de comércio compartilhadas em muitos destes produtos. Com esta investigação a estudante pretende analisar os reusos do património industrial nos dois países e realizar uma visão crítica das reabilitações que serão estudadas. K
Prémio Vergílio Ferreira
Teolinda Gersão ganha prémio 6 O Prémio Vergílio Ferreira 2017 foi atribuído à escritora Teolinda Gersão. Este galardão, promovido pela Universidade de Évora, incide sobre o conjunto da obra de um autor que se tenha distinguido nos domínios da ficção ou do ensaio. Na edição com mais candidaturas desde que foi criado o Prémio, em 1997, apresentadas por instituições de Portugal, Espanha, Itália, EUA e Colômbia, o júri decidiu atribuir este ano o prémio a Teolinda Gersão, tendo ficado escrito em ata que “o Prémio Vergílio Ferreira 2017 foi atribuído à escritora Teolinda Gersão pela alta qualidade da arte narrativa expressa nos vários géneros de ficção clássica, em particular o romance e o conto, num percurso que adquire especial relevo pela
Fnac H
independência da escritora relativamente a todas as modas ou tendências que, de alguma forma, condicionam os caminhos da literatura contemporânea”. A cerimónia de entrega do
Prémio acontece no dia de 1 março, data em que se assinala a morte do escritor, contando com as habituais intervenções da premiada, do júri e da reitora da Universidade de Évora. K
Assembleia Smart Cities
Évora preside 6 A Universidade de Évora assume a presidência da assembleia geral o recentemente criado Cluster Smart Cities Portugal. Esta estrutura atua de forma coletiva entre empresas, centros de conhecimento e inovação em matéria de cidades inteligentes.
A entidade tenta agora ter o reconhecimento do Governo como parceiro privilegiado para o fomento da inovação urbana e para a internacionalização de um sector que desenvolve, produz e põe em prática soluções para a área das cidades inteligentes. K
Universidade da Madeira
Eleições marcadas 6 As candidaturas para o cargo de reitor da Universidade da Madeira decorrem de 16 de janeiro a 14 de fevereiro, sendo elegíveis professores e investigadores da instituição ou de outras instituições, nacionais ou estrangeiras, de ensino universitário ou de investigação, em exercício efetivo de funções. A audição pública dos candidatos será presidida pelo presidente do Conselho Geral, Francisco Fernandes, e terá lugar no auditório do Colégio dos Jesuítas, no dia 20 de fevereiro. A decisão foi tomada na mais
recente reunião do Conselho Geral da Universidade da Madeira, na qual foi ainda decidido atribuir um voto de louvor a Francisco Costa, presidente cessante daquele órgão. Os conselheiros expressaram a sua gratidão e reconhecimento pela forma como Francisco Costa conduziu, durante dois mandatos, o Conselho Geral, “reconhecendo que a sua presidência foi sempre pautada por grande equilíbrio, lhaneza e elevada sabedoria, dignificando este órgão de governo e a própria Universidade da Madeira”. K
Acordo
Évora assina com Viana 6 A Universidade de Évora assinou, no passado dia 13, um protocolo de colaboração com Município de Viana do Alentejo, numa cerimónia integrada nas comemorações do 119º aniversário da Restauração deste concelho. De acordo com a Universidade de Évora, “este acordo vem reforçar a cooperação já existente entre a Universidade e este município alentejano, nomeadamente com a organização do Festival “Pedreira dos Sons”, através da integração de diversas iniciativas
culturais e artísticas, tendo em consideração as áreas temáticas do referido festival. Uma das novidades previstas no acordo é o “Concerto de Ano Novo”, que anualmente irá ter lugar em Viana do Alentejo, pelo Departamento de Música da Escola de Artes, deixando ainda em aberto a possibilidade de eventuais parcerias de cariz artístico-cultural, desenvolvidas nas áreas científicas da Escola de Artes desta Universidade, nomeadamente pelos Departamentos de Arquitectura, Artes Cénicas; Artes
Visuais e Design e Música. Recorde-se que a “Pedreira dos Sons” surgiu no âmbito do projeto “Saber dos Sons” que teve início em abril de 2011 com a colaboração do maestro Christopher Bochmann. Este festival de música clássica, que decorre habitualmente no mês de maio, tem como palco uma pedreira de mármore desativada, situada junto à estrada entre Viana do Alentejo e Vila Nova da Baronia e que durante três dias transforma-se numa sala de concertos ao ar livre. K
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International Video Pitch Competition
IPCB adere à rede 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) é a primeira instituição de ensino superior portuguesa a associar-se à rede internacional que promove o concurso de promoção do empreendedorismo de génese académica “International Video Pitch Competition”, informou em comunicado a instituição. A iniciativa conta com a participação de diversas instituições internacionais, como a Ohio University (EUA), Swansea University (Reino Unido), ou a Aarhus University (Dinamarca). O IPCB explica que a participação neste desafio, destinado exclusivamente a estudantes, implica a realização de um video pitch, com a duração máxima de dois minutos, onde os participantes efetuam a apresentação de
um projeto de negócio, complementado com uma página com a informação mais relevante sobre o mesmo. As participações são avaliadas por um painel internacional de investidores e profissionais de negócios. O concurso terá duas fases, uma regional gerida no quadro do IPCB e outra, a fase final, a que concorrem os dois primeiros classificados de cada uma das instituições de ensino superior
participantes. Os prémios são de 750 e 250 dólares para o primeiro e segundo classificados, respetivamente. Os vencedores terão também acesso a serviços de consultoria profissional e a potenciais investidores, que ajudarão na concretização dos projetos. As candidaturas para a fase local encontram-se já a decorrer, terminando a 20 de março de 2017. K
Edições RVJ-Editores
Ensino dos jesuítas em livro 6 “Ensino dos Jesuítas - Colégio de São Fiel 1863-1910” é o título do livro que no passado dia 22 de dezembro, foi apresentado na Biblioteca de Castelo Branco. A obra que tem a chancela da RVJ - Editores, surge a público pela mão da Associação HiscultEduca com o alto patrocínio da Câmara de Castelo Branco. O livro coordenado pelos investigadores Ernesto Candeias Martins e Luís Costa, da Escola Superior de Educação de Castelo Branco, reúne um conjunto de importantes artigos de José Manuel Martins Lopes (diretor do Colégio das Caldinhas), Teresa da Fonseca Rosa (Instituto de Educação, Universidade de Lisboa), Francisco Malta Romeiras (Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, da Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa), Luís Costa (Associação HiscultEduca) Maria Adelaide Neto Salvado (Associação HiscultEduca) e Ernesto Candeias Martins (Associação HiscultEduca). Ernesto Candeias Martins destacou precisamente o “trabalho coletivo da obra”, lembrando os contributos que o Colégio de São Fiel e os Jesuítas deram “à história da educação em Portugal”. O também docente do Instituto Politécnico de Castelo Branco deu como exemplos “o conceito de classe
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e de turma, a revisão semanal da matéria”, ou a introdução da educação física, com a “ginástica pedagógica, e a disciplina e comportamento”. O investigador da Universidade de Lisboa, Justino Magalhães, responsável pela apresentação da obra, lembrou que “São Fiel é uma implantação muito próxima do que foi a escola nova, pois grande parte dos princípios da escola nova estavam em São Fiel”, num enquadramento rural, mas próximo de Castelo Branco. A apresentação contou ainda com as presenças de Fernando Raposo, vereador da cultura da Câmara de Castelo Branco, António Fernandes, vice-presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, e João Carrega, diretor da RVJ Editores. O autarca destacou o apoio
que a autarquia tem prestado à cultura. Em resposta ao desafio lançado pelo presidente da Junta de Freguesia de Louriçal do Campo, Pedro João Serra, de se poder criar um espaço museológico na freguesia com espólio do próprio Colégio, mostrou disponibilidade em se poder contactar o ministério da Justiça, proprietário do Colégio. António Fernandes sublinhou o triângulo existente entre a Câmara de Castelo Branco, a academia, através do IPCB, e a comunicação, algo que também foi destacado por Justino Magalhães. Já João Carrega frisou o facto da cidade albicastrense ser aquela no interior do país que mais livros tem editado, fruto da capacidade dos autores, das editoras, como a RVJ - Editores, e do forte apoio que a autarquia tem dado a esta matéria. K
Saúde
Ética em debate 6 A Comissão de Ética (CE) da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias (ESALD) do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), em parceria com a Rede Nacional de Comissões de Ética (RedÉtica) e as Comissões de Ética do Instituto Politécnico de Portalegre, da Universidade da Beira Interior e as Comissões de Ética para a Saúde das Unidades Locais de Saúde de Castelo Branco, Guarda e Norte Alentejano, realizaram no dia 12 de janeiro, no Auditório da Escola Superior de Tecnologia do IPCB, em Castelo Branco, o Seminário de outono/inverno da RedÉtica, cujo tema é: “Ética e Vulnerabilidade Humana no Cuidar”. A iniciativa assumiu-se como um espaço de reflexão sobre o cuidar e sobre a vulnerabilidade
humana, a procura de um tempo e de uma reflexão para a ética assistencial, onde se identificam três áreas que merecem atenção: a adolescência, os cuidados paliativos e os cuidados continuados. Do seminário destacaram-se duas conferências proferidas por duas especialistas que muito têm contribuído para o seu engrandecimento pelo seu cuidado trabalho académico e público, Maria do Céu Patrão Neves e Lucília Nunes. O evento reuniu, pela primeira vez, entidades governamentais da Saúde e da Educação, representadas pelo Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo e pela Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo. K
Cães de pastoreio
Agrária faz prova 6 A Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, numa organização conjunta com a APUCAP - Associação Portuguesa de Utilizadores de Cães Pastores, realizou a 13 e 14 de janeiro a I Prova de Cães de Pastoreio da ESACB.
O evento, que integrou a IV Prova do Campeonato Nacional de Cães de Pastoreio, incluiu a realização, no dia 13 de janeiro, do workshop “Utilização de Cães de Pastoreio” e, no dia 14, das provas de pastoreio na Barragem da ESACB. K
Castelo Branco
Proside cria academia no CEi 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e a empresa Proside acabam de celebrar um protocolo de cooperação, o qual permitirá potenciar a Academia e o Centro de Competências que aquela empresa está a criar no Centro de Empresas Inovadoras de Castelo Branco [estrutura criada pela Câmara albicastrense]. O objetivo deste acordo, para além do desenvolvimento de ações de formação, de investigação e inovação, passa por possibilitar aos jovens da Escola Superior de Tecnologia, na área da engenharia informática, integrarem nesse centro. O acordo é visto pelo presidente do Politécnico, Carlos Maia, como “o ponto de partida para algo mais forte. Queremos que vá para o terreno e que seja dinâmico”. No entender de Carlos Maia o protocolo “insere-se naquilo que tem sido a prática do IPCB, temos licenciados e engenheiros em lugares de destaque em empresas nacionais e internacionais”. Neste momento a empresa, que já tem parcerias internacionais com a Microsoft e a Samsung, está a trabalhar com alguns docentes da Escola Superior de Saúde para desenvolver um software na área da saúde para prevenir erros na medicação dos doentes. “Estamos a desenvolver um projeto em co-produção com o IPCB no
A assinatura decorreu no IPCB âmbito do Portugal 2020. Somos uma empresa de software, pelo que queremos ir buscar outros profissionais de excelência para a nossa equipa”, diz Paulo Alves, o albicastrense que é o diretor da Proside. Aquele responsável adianta que é propósito da Proside “aproximar-se cada vez mais das academias, como o IPCB, parti-
lhando a nossa experiência no mercado”. Paulo Alves considera que há uma forte motivação em “desenvolver uma academia no CEi - Centro de Empresas Inovadoras. Para isso precisamos de instituições como o IPCB e de engenheiros de software. Temos oportunidades de projetos nacionais e internacionais. Queremos
trazer mais oportunidades aos jovens. É uma ambição nossa termos connosco 50 engenheiros locais para criar um grande centro de competências locais”. O centro já está a funcionar no CEi e pretende assumir-se “como uma academia com os jovens locais, que estará sempre disponível em acolhê-los, incubandoos em contexto empresarial e dando-lhes formação. Neste momento estamos a trabalhar com a Microsoft e a Samsung pelo que iremos também trazer essa tecnologia para o centro”. Paulo Alves adianta que o “centro de competências está a dar os primeiros passos. Estamos no CEi e queremos a ajuda do IPCB para que os jovens venham para o nosso centro”. O empresário adianta ainda “que temos já vários programas a decorrer. A primeira formação termina em fevereiro, iniciando-se depois outra. São programas de três meses em que os jovens podem mostrar as suas capacidades”. Na sessão de assinatura do acordo também a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) marcou presença. João Ferreira, em representação da instituição, destacou “o esforço que a empresa tem vindo a fazer na sua internacionalização”. K
IPCB avalia rede móvel
Cidade tem boa onda 6 Em Castelo Branco a qualidade da rede móvel é boa. Esta é a principal conclusão de um estudo desenvolvido pela Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco, através dos alunos finalistas da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e das Telecomunicações, Diogo Pereira, Michel Fernandes e Pedro Mendes. O estudo, supervisionado pelo docente Paulo Marques, foi efetuado em 20 pontos diferentes da cidade. “A cidade, no geral, tem boa cobertura móvel em relação à média nacional, estimada nos 13 Mbit/s”, explica o professor da escola, citado numa nota de imprensa enviada pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco. Paulo Marques acrescenta que “as redes WiFi, públicas ou privadas, permitem o acesso local à internet através de um ponto de acesso (hotspot). No entanto, é a rede móvel, com as suas antenas localizadas em pontos altos, que garantem cobertura quando nos deslocamos ao longo da cidade com os nossos smartphones”. Na mesma nota é explicado que “as três operadoras garantem cobertura 4G na malha urbana e na zona industrial, mas com
desempenhos variáveis”. Revela ainda o mesmo estudo que “numa cidade de média dimensão como Castelo Branco, o desempenho da rede móvel pode variar bastante em função da localização do telemóvel”, acrescentando que em “Castelo Branco há um conjunto de 18 antenas de telemóveis”.
Agora, diz Paulo Marques, “o próximo passo será alargar este estudo às zonas rurais do concelho, locais onde, regra geral, existe uma menor disponibilidade de redes comparativamente aos centros urbanos, diferença essa que merece ser estudada”. Para a realização deste estudo, foram
usados três telemóveis Samsung Galaxy S7, com cartões de dados dos operadores MEO, NOS e Vodafone. Os parâmetros da ligação à internet foram medidos através das aplicações Speedtest e Network Cell Info, disponíveis no Google Play. A nota do IPCB recorda que “os três operadores móveis, MEO, NOS e Vodafone, iniciaram em 2012 o investimento na tecnologia 4G através da instalação de novas estações base e antenas LTE. Em 2014 começou o investimento na versão mais avançada do 4G, designada por LTE-Advanced”. A importância deste tipo de estudos reflete-se numa garantia para o consumidor, já que normalmente associado ao investimento tecnológico e inovador das operadores surgem campanhas de marketing agressivas que evidenciam velocidades de acesso à internet mais rápidas aos melhores preços. A própria ANACOM, entidade reguladora do setor, tem efetuado “estudos da qualidade da rede móvel. Os dados são apresentados em termos de média nacional e normalmente a diferença que separa os três operadores é reduzida”, revela a mesma nota. K
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Escola Superior de Saúde de Viseu
Empreendedorismo
Saber Envelhecer em debate 6 O auditório da Escola Superior de Saúde de Viseu acolhe, no próximo dia 2 de fevereiro, uma nova edição do simpósio ‘Saber Envelhecer…Um desafio emergente’, com o objetivo de aprofundar conhecimentos, promover reflexões, debates e partilha de conhecimentos nas áreas da gerontologia e geriatria. O direito e os idosos, Cuidar os muito idosos, Café Memória: projeto, O idoso no serviço de urgência, Emergência: traumatismo em idosos, Constrangimento no atendimento aos idosos, Apresentação de novas “ajudas técnicas”, Doença gastrenterológica no idoso, Gestão das neces-
Beja ganha prémio Ernest & Young sidades e cuidados nos últimos dias, Preservação da dignidade do idoso institucionalizado, Musicoterapia e Risoterapia, são os temas das comunicações em debate. O seminário é uma organização do corpo docente e discente do 4º Curso de Pós-Graduação em Gerontologia e Geriatria da instituição e tem como destinatários os alunos e funcionários do IPV, ex-alunos desta pós-graduação, profissionais da área e público em geral. As inscrições decorrem até 31 de janeiro. K Joaquim Amaral _
Seminário
6 Artur Ataíde, licenciado em Engenharia Informática pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Beja e atual aluno do Mestrado em Engenharia de Segurança Informática, foi o vencedor do concurso de empreendedorismo “TECH YOUR LIFE” da Ernest &
Young. A ideia que permitiu ganhar um prémio de 5.000 euros, mais coaching EY, consiste na Apibeton (apibeton.com), uma aplicação que permite a geolocalização e monitorização dirigida para empresas no ramo do transporte e produção de betão pronto. K
Look, Listen & Feel – VII Edição
IPBeja com efeitos visuais 6 A oitava edição do evento ‘Look, Listen & Feel’, sob o tema “Animação 2D/3D e Efeitos Visuais”, vai decorrer a 17 de janeiro, no Instituto Politécnico de Beja. A iniciativa é organizada no âmbito da Unidade Curricular de Marketing e Publicidade (3º ano), lecionada por Ana Paula Figueira, do curso de Educação e Comunicação Multimédia. A Mesa Redonda será composta por António Paisana (freelancer
na área da ilustração, animação 3D e pós-produção), Miguel Braga (empresa Bang Bang Animation) e Micael Lança (docente no IPBeja de impressão 3D). O evento decorre no Auditório dos Serviços Comuns do Instituto Politécnico de Beja, das 14 às 18 horas. Haverá também a exposição de fotografia ‘Metamorfose’, patente na Galeria AoLado, de 17 a 21 de janeiro de 2017. K
Politécnico de Beja debate currículo 6 A Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico Beja (IPBeja) recebeu, no passado dia 15 de dezembro, um Seminário sobre “A importância do currículo no processo de recrutamento”. Quais os tópicos padrão que um currículo deve conter? Qual a estrutura que um currículo deve seguir? Devo adaptar o currículo à vaga a que me candidato? Quais as expectativas de um recrutador ao receber o currículo de um candidato? O que é que um recrutador procura num currículo? Estes são alguns dos tópicos que motivaram o Seminário, realizado no âmbito da unidade curricular de Gestão de Recursos Humanos, ministrada pela professora Elsa Barbosa no curso de Gestão de Empresas. Estas e outras questões foram abordadas no decurso do Seminário pelos seus vários oradores, que procuraram proporcionar aos participantes uma visão destas temáticas sob um prisma público e privado. A sessão de abertura ficou a
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Santa Casa Challenge
Universidade de Coimbra vence categoria
cargo do diretor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, que salientou a importância da temática, pois existem muitas dúvidas acerca da elaboração do currículo, que se levantam no momento do envio de uma candidatura. Entre os oradores, estiveram Elsa Barbosa, que centrou a sua comunicação na estrutura que o currículo deve seguir, Vitor Paixão, diretor dos Serviços de Recursos Humanos, na Unidade
Local de Saúde do Baixo Alentejo, Carolina Silvestre, responsável Jurídica e de Recursos Humanos na empresa Vale da Rosa Sociedade Agrícola, e Carina Campos, da direção de Gestão de Talentos, na Talenter™ Store de Beja. Houve ainda espaço para um momento de debate. Com esta iniciativa pretendeu-se reforçar o posicionamento do IPBeja na ligação com a sociedade, através da valorização do conhecimento. K
6 O projeto Tech4SocialChange, liderado por Jorge Sá Silva, docente e investigador do Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, foi o vencedor da categoria “economia social” no concurso de inovação social digital “Santa Casa Challenge”, promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O Tech4SocialChange “propõe a criação de um Laboratório de Investigação Social baseado na Web que permite tirar partido de soluções de baixo custo da Internet das Coisas para a resolução de vários problemas sociais”, explica Jorge Sá Silva, sendo “um
elo de ligação entre os problemas sociais e um conjunto de recursos humanos de base académica que dispõe da capacidade e vontade para os resolver”. O prémio, no valor de cinco mil euros, significa “não só um incentivo muito importante para o grupo de investigação, mas assume principal importância pelo reconhecimento que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa atribui ao Tech4SocialChange. Por outro lado, a participação ativa da SCML neste projeto vai permitir aproximar organizações sociais e a comunidade académica na criação de soluções inovadoras para problemas sociais”, conclui Jorge Sá Silva. K
Software 3D áudio Sound Particles
Leiria brilha em Los Angeles
Brinquedos para crianças com necessidades
Leiria cria novos interruptores 6 Estudantes e docentes da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Leiria (ESTG) criaram dois novos interruptores para brinquedos adaptados, para serem usados no âmbito da campanha ‘Mil Brinquedos, Mil Sorrisos’, uma iniciativa pioneira que o Politécnico de Leiria dinamiza desde 2007. Os estudantes Wilson Conniott e Marcos Soares, e os docentes Hugo Gomes e Nuno Vieira Lopes, desenvolveram em conjunto os novos botões, com e sem fios, para serem usados nos brinquedos adaptados no Politécnico de Leiria, e que permitem a crianças com necessidades especiais brincar. O sistema com fios é um interruptor de proximidade, tam-
bém sensível ao toque, mais simples, barato e funcional que o anteriormente desenvolvido no Departamento de Engenharia Eletrotécnica. Já o sistema sem fios é constituído por um módulo emissor (com sensor de proximidade) e por um módulo recetor conectado a um ou mais brinquedos. O módulo emissor poderá ser substituído por um dispositivo móvel com sistema operativo Android, utilizando um aplicativo que aciona os brinquedos através de toque no ecrã ou sensor de proximidade. A equipa desenvolveu os novos interruptores no projeto “B2A: Botões para Brinquedos Adaptados”, no âmbito da unidade curricular de Projeto, e o trabalho visa ser um contributo mais técnico e útil para a campanha ‘Mil Brinquedos, Mil Sorrisos’. K
Festival de Cinema no México
Aluno de Leiria selecionado 6 Celso Rosa, diplomado em Som e Imagem da Escola Superior de Artes e Design do Politécnico de Leiria (ESAD.CR), foi selecionado para participar no 7.º Festival Internacional de Cinema da Universidad Nacional Autónoma de México (FICUNAM7), que decorre na Cidade do México de 22 a 28 de fevereiro. O estudante representará o Politécnico de Leiria no encontro Aciertos: International Film School Meeting, com o filme ‘Curriculum Vitae 01 (te faruru?)’. “Um último dia passado pelos dois. A barragem providenciou essa proteção para o que viria a seguir…” é a sinopse do filme. ‘Te faruru’ é o título de uma gravura de Gauguin, parte integrante da sua série Noa Noa e que significa
‘Aqui fazemos amor’ em taitiano. Celso Rosa, natural do Barreiro, tem 24 anos e é licenciado em Som e Imagem. Concluiu em 2013 o curso de Técnico de Audiovisuais na Escola Profissional de Artes e Desporto, onde adquiriu técnicas prevalentes no ramo do cinema e de produção de eventos cinematográficos. Ao longo do percurso no ensino superior realizou quatro filmes. K
6 O software 3D áudio Sound Particles, desenvolvido por Nuno Fonseca, docente do Politécnico de Leiria, é um dos cinco nomeados pela Cinema Audio Society, para o prémio “Outstanding Product” na área de pós-produção. Os vencedores das sete categorias que distinguem o desempenho excepcional na área da mistura de som durante o ano 2016, serão conhecidos no próximo dia 18 de fevereiro, na 53.ª gala anual dos prémios da Cinema Audio Society, em Los Angeles, nos Estados Unidos da América. «Estou muito orgulhoso com esta nomeação, especialmente vinda da comunidade de profissionais de som de Hollywood. É fantástico ver o nosso trabalho a receber este tipo de reconhecimento”, revela Nuno Fonseca. O Sound Particles, vocacionado para profissionais de som nas áreas do entretenimento (cinema, televisão, videojogos, realidade virtual, etc.), utiliza sistemas de partículas de forma a criar facilmente milhares de sons em simultâneo, dando origem a efeitos sonoros de elevada com-
plexidade, e em pouco tempo. O software do docente do Politécnico de Leiria já se encontra a ser utilizado nos grandes estúdios de Hollywood – Skywalker Sound (Disney), Universal, Warner Bros, Fox, Sony, Paramount, Pinewood e Park Road. Com capacidade para lidar com milhares de sons em simultâneo, esta nova tecnologia é especialmente vocacionada para grandes produções cinematográficas, tendo já sido utilizada em filmes como o remake do
“Poltergeist”, “The Forest”, “The Walk”, “Steve Jobs”, “Batman V Super-Homem”, “Tartarugas Ninja Heróis Mutantes: O Romper Das Sombras”, “O Dia da Independência: Nova Ameaça”, “As Caça-Fantasmas”, “Os Sete Magníficos”, entre outros. “Com esta nova tecnologia, o computador consegue criar e gerir milhares de sons em simultâneo, conseguindo um resultado muito mais realista e com muito menos trabalho”, explica Nuno Fonseca. Nuno Fonseca é coordenador da licenciatura em Jogos Digitais e Multimédia do Politécnico de Leiria e professor no departamento de Engenharia Informática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Leiria. É professor convidado da Escola Superior de Música de Lisboa, membro do “Technical Committee on Sound for Digital Cinema & Television” da Audio Engineering Society, e membro da Society of Motion Pictures & Television Engineers. Recentemente criou a startup “Sound Particles”, atualmente a funcionar na Incubadora D. Dinis, em Leiria. K
Bolsas ‘IPL Indústria’
Alunos visitam empresas 6 Os 27 estudantes do Politécnico de Leiria, distinguidos com as bolsas de estudo ‘IPL Indústria’ 2016/2017, visitam as 21 empresas que apoiaram estes prémios no âmbito do protocolo estabelecido entre o IPLeiria, a Associação Empresarial da Região de Leiria (NERLEI) e a Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL). As visitas às empresas decorrem entre os dias 16 e 31 de janeiro e serão acompanhadas pelos parceiros do projeto e professores dos cursos. “Este reconhecimento e esta envolvência das empresas, que tem vindo a ser cada vez maior, aproxima a academia ao tecido empresarial da região. Estudantes e professores passam a relacionar-se de uma forma mais profícua com as empresas, conhecendo as suas áreas de atuação, os desafios que enfrentam e a sua dinâmica empresarial”, refere Pedro Martinho, diretor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria.
As bolsas de estudo, cujo valor suportará os custos de uma propina anual fixada, são concedidas aos estudantes que ingressam com melhor média nos cursos selecionados pelas empresas. Para o ano letivo de 2016/2017, os cursos selecionados foram: Engenharia Mecânica, Engenharia Informática, Engenharia e Gestão Industrial, Engenharia Automóvel, Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, Contabilidade e Finanças, Design Industrial e Marketing.
Seis novas empresas juntam-se este ano letivo ao projeto: Geocam, Lubrigaz, MD Moldes, Stream Consulting, Socem e Grupo LN. Renovam o seu apoio as empresas Bollinghaus Steel, Bourbon Automotive Plastics, Incentea, Moldes RP, TJ Moldes, Vipex, BPN - Comércio de Peças para Camiões, Lda., Caixa de Crédito de Leiria, GECO, EST - Empresa de Serviços Técnicos, S.A., La Redoute, Moldoeste, Planimolde, P.M.M. e Ribermold. K JANEIRO 2017 /// 013
Desporto universitário
Santarém volta ao pódio 6 Carolina Matos, aluna do Politécnico de Santarém, ganhou a medalha de ouro nos 50 metros bruços no Campeonato Nacional Universitário de Natação – Piscina Curta, que decorreu no complexo do Sport Algés e Dafundo, uma jornada muito competitiva, com a participação de mais de 180 atletas. O Politécnico, que se fez representar por sete nadadores, voltou assim ao pódio, mas não ficou por aqui. Flávio Bárbara conquistou a medalha de prata em 50 metros livres, tal como Carlos Pedrosa o fez na prova de 100 metros mariposa, juntamente com o colega Dmytro Martynenko que conseguiu a medalha de bronze na mesma categoria. Depois de anteriores sucessos
Mutilação genital feminina
Leiria em projeto europeu em modalidades como o Ténis, Atletismo, Futsal, Triatlo e Taekwondo, o IPSantarém subiu na mais recente edição dos Campeonatos Universitários de Natação quatro vezes ao
pódio. Esta foi a terceira vez que o IPSantarém participou nos Campeonatos Universitários de Natação e na totalidade já soma 7 medalhas/ prémios nesta competição. K
Escola Superior de Tecnologia
Setúbal faz concurso 6 A Escola Superior de Tecnologia de Setúbal do Instituto Politécnico de Setúbal promove o ONcontrol, um concurso regional para jovens do ensino secundário e profissional que pretende contribuir para um maior conhecimento das áreas da tecnologia, permitindo que os participantes alarguem o leque de opções no momento de escolher a continuação dos seus estudos a nível superior. As inscrições decorrem até 31 de janeiro. Os jovens são incentivados a desenvolver sistemas de controlo baseados na tecnologia Arduino, plataforma eletrónica open-source, de prototipagem baseada em hardware e software flexíveis e fáceis de usar. O Arduino pode ler sensores, controlar os mais variados equipamentos ou objetos, como iluminação, sistemas de aquecimento, carros telecomandados, processando a informação e controlando desta forma os dispositivos ou o ambiente da forma pretendida, bastando para isso programá-lo através do computador. A cada escola participante no concurso será fornecido um kit Publicidade
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base com o qual os alunos poderão desenvolver o projeto. Sendo o número de kits limitado, as escolas serão selecionadas por ordem de inscrição com vista à atribuição dos mesmos. O Concurso ONcontrol vai ao encontro dos objetivos de formação dos alunos do ensino secundário e profissional, visando a realização de projetos de natureza interdisciplinar e transdisciplinar, estimulando aspetos como o desenvolvimento de me-
todologias de projeto, a promoção de competências no exercício de uma cidadania ativa e o espírito crítico e criativo. Por outro lado, o concurso aposta também na valorização das escolas e dos seus docentes, contribuindo para as metas fixadas no seu Projeto Educativo e permitindo o enriquecimento de dimensões como a atividade científico-pedagógica, a participação na vida da escola e a relação com a comunidade educativa. K
6 Mais de 80 estudantes da Escola Superior de Saúde de Leiria (ESSLei) participaram na formação em combate e prevenção da mutilação genital feminina, no âmbito do projeto pioneiro internacional para prevenir e combater a mutilação genital feminina: Multi Sectorial Academic Programme to Prevent and Combat Female Genital Mutilation, que a Escola Superior de Saúde de Leiria integra. “Este curso, para estudantes de licenciatura em Enfermagem e mestrado em Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica, tem como objetivo conferir competências de ordem científica, social e técnica, para que estes profissionais e futuros profissionais possam reconhecer casos de mutilação genital feminina, possam trabalhar com estas doentes e com as suas famílias, para por um lado ajudar estas mulheres a viver com este drama, e por outro trabalhar no sentido da prevenção de futuros cortes genitais, às suas filhas ou familiares”, explica Carolina Henriques, subdiretora da Escola Superior de Saúde do IPLeiria. O programa europeu preten-
de promover a sensibilização, os conhecimentos e as competências dos futuros profissionais em contacto com as possíveis vítimas de mutilação genital feminina, e a formação que os estudantes da ESSLei frequentaram é comum a outras instituições de ensino superior europeu. Integram este projeto internacional entidades de Espanha, Itália, Bélgica e Portugal: a Universidade Rey Juan Carlos, promotora e responsável; o Observatorio para la Igualdad de Género; a Fundación Wassu-UAB (Universidade Autónoma de Barcelona); a Università Roma Tre; a Fondazione Angelo Celli per una cultura della salute; a Vrij Universiteit Brussel, e em Portugal, além da ESSLei/IPLeiria, o Centro de Estudos Internacionais-IUL. O objetivo do programa é que se promova uma abordagem integral e multissetorial para prevenir e combater a mutilação genital feminina, através do treino, capacitação e desenvolvimento de competências junto de estudantes, docentes e profissionais nos países envolvidos. K
Competição Interescolar
De Setúbal a Bruxelas 6 A Escola Superior de Educação de Setúbal está a apoiar, em Portugal, a edição de 2017 da Competição Interescolar do Consumer Classroom, subordinada ao tema ‘Consumidores Inteligentes de Energia’, que decorre em toda a União Europeia de 10 de outubro de 2016 a 17 de março de 2017 e cujo primeiro prémio é uma viagem a Bruxelas. A competição destina-se a todos os estudantes dos 12 aos 18 anos que frequentam a esco-
la secundária e aos seus professores, independentemente das disciplinas, desde a Biologia à Economia, incluindo Clubes Escolares. Para além da edição do concurso de 2016, esta plataforma disponibiliza gratuitamente, online, diversas ferramentas em várias línguas com o objetivo de ajudar os professores a formar jovens consumidores informados e capazes de decidir, bem como de agir de forma consciente e responsável. K
Ensino Magazine marca presença
“Futurália” debate os desafios e as exigências da indústria 4.0 6 “Aprender, trabalhar e competir” face aos desafios que a emergência da Indústria 4.0 coloca às empresas, economias e sociedades, e particularmente a Portugal, constitui a problemática central da conferência internacional do “Fórum Futurália 2020”, numa altura em que a Futurália celebra a sua 10ª edição, no dia 31 de março. Antecipar os desafios e as exigências que se colocam a nível da Educação, do Emprego e da Juventude é um exercício que se impõe, face à abrangência e profundidade das mudanças de caráter tecnológico, económico e social que estão a emergir e que vão moldar os contornos da 4ª Revolução Industrial. Na verdade, assiste-se à emergência de um novo paradigma sustentado na indústria 4.0 (ou 4ª revolução industrial) e na transição energética, com profundas implicações a nível tecnológico, económico e social que alteram profundamente o tempo e o modo como aprendemos, trabalhamos e competimos. A 4ª revolução industrial é portadora de muitas oportunidades a nível do emprego e dos negócios. Mas, a par des-
te potencial criador e inovador, em termos de intensidade poderá ser rápida, disruptiva e destrutiva. Tudo depende da capacidade proactiva dos agentes económicos, socias e políticos para antecipar e enfrentar os desafios que se colocam. A pressão sobre os sistemas de educação e formação e sobre o emprego far-se-ão sentir profundamente. A aprendizagem terá uma
componente tecnológica bastante mais acentuada e o modo como se aprende alterarse-á substantivamente. Colocam-se novas exigências em relação ao acesso ao emprego, em particular por parte da juventude e, igualmente, requisitos mais elevados quanto ao patamar de qualificações e competências, alterando-se os perfis profissionais subjacentes ao universo do trabalho.
Novas profissões (por ex: engenheiro de indústrias renováveis; profissionais de supercomputação; engenharia de robótica; mecânico de carros elétricos ou autónomos; especialista em IoT; programador de inteligência artificial; especialista em próteses e implantes eletrónicos; etc.) estão a emergir. A digitalização generalizada da economia é incontornável, alterando-se o tempo e modo como as empresas competem. Exige-se mais agilidade e flexibilidade, novos modelos de negócio assentes na NET para a afirmação em cadeias globais de valor (CGV). O “trabalho 4.0” vai ser mais interconectado, mais digital e mais flexível. Este Fórum aberto a todas as partes interessadas, adota um modelo que passa por desenvolver trabalho prévio em workshops especializados antes do dia oficial do Fórum, 31 de março. Os contributos dos workshops temáticos serão partilhados e debatidos no dia 31 de março nos diferentes painéis. K André Magrinho _ Membro do Conselho Estratégico da Futurália
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ESMAD
Porto em imagens 6 A Biblioteca do Politécnico do Porto tem patente, no seu 3º andar, uma exposição de retratos de artistas ESMAD. A iniciativa está aberta ao público até ao dia 8 de março Os retratos foram executados pelos estudantes do 2º ano de TCM na UC de Fotografia 2. Na nota informativa partilhada na sua página de Internet, o Politécnico do Porto explica que “o exercício de retrato pressupõe numa primeira fase fotografar no espaço de trabalho do artista, refletindo a arquitetura, as
Filipa Torrão H
ferramentas e a luz do local. Numa segunda fase a pessoa desloca-se ao estúdio para um retrato mais neutralizado e formal. Ao estudante é solicitado a execução de um ensaio de retrato que permita a aplicação prática de técnicas e conceitos relacionados com iluminação, de modo a que as fotografias resultantes possam enquadrarse num ensaio editorial que valorize a imagem da pessoa fotografada, permitindo simultaneamente a aprendizagem do processo fotográfico”. K
Nova imagem
Andante com P.Porto 6 A nova imagem dos títulos Andante foi desenhada por uma diplomada do Politécnico do Porto. O trabalho vencedor pertence a Marion Mazer, licenciada em Tecnologia da Comunicação Multimédia pelo Politécnico do Porto. Os dois novos cartões mostram padrões típicos portugueses, fazendo lembrar azulejos, que evoluem para linhas curvas que exprimem movimento. O cartão azul substitui o atual cartão de papel, para viagens ocasionais, enquanto que o cartão cinzento ocupa o lugar do Publicidade
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cartão de plástico, para assinaturas mensais. “É uma imagem que fala
alto, mas não berra”, foi como Marion descreveu o seu trabalho. K
Joel Marques H
Viseu
Científico da ESE toma posse 6 Fernando Sebastião, presidente do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), acaba de dar posse ao novo Conselho Técnico-Científico da Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV), para os próximos dois anos. Composto por um máximo de vinte cinco membros, o Conselho contribui para uma correta adequação à gestão científica e pedagógica das orientações estratégicas da Escola. O CTC é o órgão representativo das questões científicas da ESEV e as suas deliberações são vinculativas. Funciona em Plenário em Comissão Permanente, Comissões Especializadas e nas Comissões Científicas dos Departamentos. O novo Conselho Técnico-Científico da Escola Superior de Educação de Viseu é composto pelos docentes: Abel Figueiredo, Alberto Cartagena, Ana Paula Cardoso, Anabela Novais, Antonino Pereira, Belmiro Rego, Emília Martins, Esperança Jales Ribeiro, Filomena Sobral, Francisco Mendes, Isabel Aires de Matos, João Nunes,
João Paulo Balula, Jorge Fraga, José Luís Menezes, José Manuel Pereira, Cristina Azevedo Gomes, Dalila Rodrigues, Isabel Abrantes, Maria João Amante, Teresa Antas de Barros, Nídia Morais, Paula Rodrigues, Sara Felizardo e Susana Fidalgo. PEDAGÓGICO Entretanto, foi também dada posse à nova presidente do Conselho Pedagógico da Escola Superior de Educação de Viseu, Esperança Jales Ribeiro. A cerimónia decorreu na sala do Conselho Geral do edifício dos Serviços Centrais do IPV. K
Qualifica debate uso de novas tecnologias
Magazine marca presença na Exponor 6 O uso adequado das novas tecnologias é o grande enfoque da edição deste ano da Qualifica, uma das maiores Feira de Educação, Formação, Juventude e Emprego do país, que se realiza na Exponor de 16 a 17 de março. O Ensino Magazine volta a marcar presença no certame, como media partner, e com um stand a partir do qual serão distribuídos exemplares das suas edições de janeiro e de fevereiro a todos os visitantes. O evento pretende orientar os jovens para as oportunidades de emprego e formação e dá também especial destaque a projetos educativos inovadores, designadamente através da iniciativa “Escola de Excelência”. Em nota de imprensa, a direção da feira explica que a Qualifica “reúne num só espaço as propostas educativas mais inovadoras, traça caminhos para a (re) orientação profissional e congrega ofertas de emprego nos mais diversos setores da economia”. “Find your balance” é o mote da edição deste ano, onde o ponto de equilíbrio entre os benefícios do meio digital e os comportamentos excessivamente viciantes vai estar em destaque, com conselhos de especialistas para um uso equilibrado e adequado das tecnologias A Qualifica cumpre assim a sua missão de ajudar os jovens a traçarem um rumo para a sua vida futura, mantendo-os conectados à rede, mas também focados no mundo real e, muito particularmente, nas oportunidades de qualificação que também necessitam de ou-
em todas as áreas, fazendo-o de uma forma lúdica e distendida, desenhando estratégias de emprego e formação. Uma série de atividades paralelas estão também programadas, nomeadamente seminários e conferências com alguns dos maiores especialistas em ensino. Também, e à semelhança das anteriores edições da Qualifica, não faltarão workshops práticos, jogos multimédia e tradicionais, atividades desportivas, passatempos, peças de teatro, concertos e desfiles. Na edição de 2016, mais de trinta mil pessoas passaram pelo recinto da Exponor ao longo dos quatro dias desta feira de ensino e profissões, entre crianças, adolescentes, jovens, encarregados de educação e profissionais ligados aos universos da formação, do ensino e do mercado de trabalho. K tro tipo de competências que estão para lá do uso constante das funcionalidades digitais. “Escola de excelência” é uma das iniciativas que vai com certeza marcar esta X edição da feira, recriando no recinto uma sala de aula, onde as escolas com programas curriculares diferenciados irão fazer demonstrações práticas de como funcionam os trabalhos letivos nos seus estabelecimentos de ensino, partilhando com professores e alunos de outras escolas o seu projeto educativo. Durante quatro dias, esta feira concentrará na Exponor uma vasta oferta
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ESE Portalegre
Cinema em livro Pelo CCISP
Joaquim Mourato distinguido 6 O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) agraciou o seu expresidente Joaquim Mourato com um louvor, tendo destacado o seu trabalho de excelência enquanto responsável máximo do CCISP. O Conselho destaca o importante contributo de Joaquim Mourato para “a afirmação dos Politécnicos e Escolas Superiores não integradas, numa perspetiva de elevação do prestígio deste subsistema de ensino e de reconhecimento da qualidade das suas instituições pelos pares que cooperam com o CCISP, no âmbito do desenvolvimento das regiões e do País”. Recorde-se que Joaquim Mourato, atual Presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, exerceu
dois mandatos como presidente do CCISP, tendo iniciado as suas funções em janeiro de 2013 e terminado o exercício do cargo em novembro 2016. De referir que o CCISP, que elegeu o presidente do Politécnico de Leiria, Nuno Mangas, para seu novo líder, também elegeu, no início de dezembro Pedro Dominguinhos, presidente do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), para seu vice-presidente. Para o presidente do IPS esta eleição “representa uma honra pela confiança demonstrada pelos membros do CCISP e espero que, no exercício das funções na equipa liderada por Nuno Mangas, possa contribuir para a afirmação cada vez mais relevante do sistema politécnico junto da sociedade”.
6 O diretor da Escola Superior de Educação de Portalegre, Luís Miguel Cardoso, acaba de lançar o seu livro “Literatura e Cinema: Vergílio Ferreira e o Espaço Indízivel”, com a chancela da Edições 70.
Pedro Dominguinhos é presidente do IPS desde abril de 2014, tendo desempenhado até essa data o cargo de vice-presidente, com responsabilidade pelos pelouros da inovação, I&D e empreendedorismo, gestão financeira e inserção na vida ativa. Conta também com um percurso de 18 anos ao serviço do IPS, durante os quais desempenhou diferentes cargos de gestão, direção e investigação, para além da docência. É professor coordenador na Escola Superior de Ciências Empresariais do IPS, da qual foi presidente do Conselho Diretivo entre 2007 e 2009, membro do grupo de trabalho para modernização e valorização do ensino politécnico e membro do Conselho Nacional de Educação. K
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A iniciativa decorreu no auditório da Escola e contou com as presenças de Lauro António e Abílio Hernandez Cardoso, este último docente na Universidade de Coimbra. K
Concurso por um bairro melhor
Laço amarelo em Portalegre 6 O Instituto Politécnico de Portalegre candidatou o projeto Laço Amarelo ao concurso “por um Bairro Melhor”, promovido pela EDP, SIC Esperança e Visão. O projeto pretende avaliar e intervir junto da população idosa residente na zona histórica da cidade de Portalegre e terá um horizonte plurianual. Tem como principais objetivos avaliar a solidão, a depressão e a perceção de felicidade entre idosos e contribuir numa vertente interventiva para a (re)construção de redes sociais de apoio. De acordo com a memória descritiva, o projeto está articulado com o Programa Apoio 65 da Polícia de Segurança Pública e com o Departamento de Ação Social do Município de Portalegre. O Laço Amarelo envolve estudantes e docentes na vertente avaliativa e interventiva, em especial dos domínios social e da saúde e visa a proximidade com as pessoas mais vulneráveis. Assim, na vertente avaliativa pretendese avaliar o estado mental (como des-
piste), a depressão, a solidão, e de uma forma gradual ao longo do projeto, a qualidade de vida dos idosos; Procurar compreender a relação entre solidão, depressão e qualidade de vida nos idosos; Verificar se o meio onde o idoso reside, influen-
cia o sentimento de solidão, depressão e qualidade de vida; Avaliar a influência de algumas variáveis sociodemográficas, como a ocupação dos tempos livres e o agregado familiar, na perceção da solidão, da depressão e da qualidade de vida; e
verificar se a implementação de um programa de educação para a saúde produz alterações ao nível da perceção da solidão, da depressão e da qualidade de vida dos idosos participantes; Pretende ainda “avaliar a satisfação dos idosos face ao programa; e perceber a importância deste tipo de intervenção,quer pela opinião dos idosos, quer pelos resultados obtidos em cada uma das escalas de avaliação nos vários momentos de avaliação”. Já na vertente interventiva tem por objetivos “verificar se a implementação de um programa de educação para a saúde produz alterações ao nível da perceção da solidão, da depressão e da qualidade de vida dos participantes; Perceber a importância deste tipo de intervenção,quer pela opinião dos idosos, quer pelos resultados obtidos em cada uma das escalas de avaliação nos vários momentos de avaliação; e estimular a (re)construção de redes sociais entre idosos”. K
Centro de Recursos para a Inclusão Digital de Leiria
Seis mil visitas em dez anos 6 Em dez anos, o Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Politécnico de Leiria já recebeu 6.071 visitas, de entidades portuguesas e estrangeiras, como modelo de boas práticas na inclusão. Os números foram apresentados por Célia Sousa, coordenadora do Centro, e constituem “um dos dados mais visíveis e que revelam que o Politécnico de Leiria é uma referência na área da inclusão, detendo um know-how único, e acima de tudo, trabalho feito, a favor da sociedade, que encontramos em poucos locais no mundo”. A investigadora e docente na área da inclusão falava a propósito da comemoração dos dez anos do CRID, que numa década já apoiou diretamente quase 700 pessoas com necessidades especiais. “O CRID veio colmatar uma falha ao nível do diagnóstico, avaliação e inclusão das pessoas com deficiência. Não havia nenhuma entidade no país, não privada, que o fizesse, e muitas vezes os pais não sabiam se o que as entidades privadas lhes queriam vender era o software e hardware adequado a deficiência do seu filho - e a verdade é que muitas vezes a oferta nem sequer respondia às efetivas necessidades individuais. E assim nasceu o CRID, para fazer avaliação e diagnóstico, mas também formação e investigação, sempre com um papel ativo na sociedade, a servir a comunidade – não nos fechamos dentro de portas, nem faria sentido”, refere Célia Sousa. O Centro tem por missão facilitar a participação de cidadãos com necessidades especiais na sociedade de informação e conhecimento – além da assessoria que tem prestado tanto a entidades públicas como
privadas, e além do trabalho de acompanhamento individual, formação e investigação, com trabalho efetivo e palpável não só na inclusão das pessoas com deficiência, mas também no esforço de sensibilização da população e entidades, trabalhando para uma sociedade mais inclusiva. Em dez anos apoiou diretamente 674 pessoas, e avaliou 525 – crianças, jovens e adultos, portugueses e estrangeiros, contribuindo para a formação de cerca de 10 mil jovens que frequentaram o Politécnico de Leiria na última década. Editou e coeditou livros infantis inclusivos, colmatando uma lacuna grave em Portugal de oferta de livros para crianças com necessidades especiais, que podem ser lidos por todas as crianças. Editou ainda dois manuais de
sensibilização sobre comunicação aumentativa e tecnologias de apoio, mas também jogos digitais inclusivos. E continua a desenvolver a iniciativa pioneira de recolha de brinquedos para adaptação e entrega a crianças com necessidades especiais, a campanha ‘Mil Brinquedos, Mil Sorrisos’, que já entregou 5000 brinquedos, a 231 instituições de três continentes. Na cerimónia que assinalou os dez anos de trabalho do CRID, Célia Sousa destacou a equipa “empenhada, com muita força de vontade, muita garra”, e o apoio da comunidade académica do Politécnico de Leiria, e dos parceiros da instituição, que contribuem de forma muito ativa para que os muitos projetos do CRID na área da inclusão se concretizem. K JANEIRO 2017 /// 019
portalegre
IPP cria Hortas Pedagógicas 6 O Instituto Politécnico de Portalegre acaba de criar uma horta pedagógica na área envolvente à Escola Superior de Saúde. A iniciativa foi concebida e promovida no contexto do Projeto de Alimentação Saudável nas Escolas do Concelho de Portalegre, numa perspetiva de rentabilizar o seu potencial educativo no sentido de proporcionar uma mais completa e eficiente educação alimentar das crianças e jovens do concelho. Pretendese, pois, que a Horta Pedagógica se constitua como um importante recurso educativo que proporcione às crianças e jovens oportunidades para a compreensão da origem dos alimentos, a observação do seu desenvolvimento e dos processos de produção, bem como, o conhecimento dos alimentos hortícolas e da respetiva sazonalidade. Aquele espaço tem por missão ajudar a mudar as atitudes e os comportamentos em relação aos hábitos alimentares de todas as crianças e jovens das escolas do concelho de Portalegre, possibilitando um melhor conhecimento sobre os alimentos, a sua influência na saúde, e em simultâneo sensibilizar as respetivas famílias, de forma a maximizar a sustentabilidade das mudanças
Serviços centrais
Exposição em Portalegre 6 ‘À procura da aura na penumbra - a preto e branco nos anos 80’ é o tema da exposição de fotografia, de João Löbe, que estará
patente nos Serviços Centrais do Politécnico de Portalegre até 2 de março. A inauguração da exposição teve lugar a 18 de janeiro. K
IPP H
propostas. Além disso, proporciona visitas às crianças e jovens, para compreenderem a origem dos alimentos, poderem observar o seu crescimento e os vários
processos de produção. Permite-lhes executar as seguintes atividades: regar, semear e plantar os vários produtos hortícolas de acordo com a sua sazonalidade. K
Eficiência energética e sustentabilidade
Galp organiza concurso 6 A Galp acaba de desafiar as escolas portuguesas a sensibilizar as crianças e os jovens para a importância da eficiência energética no consumo de energia e sustentabilidade, com enfoque em temas como fontes de energia, mobilidade sustentável, pegada energética e profissões ligadas à energia. Para este ano letivo 2016/2017, a Missão UP tem como objetivo garantir uma maior orientação e acompanhamento do trabalho nas escolas. As escolas que aderirem ao projeto vão receber um ‘Selo Escola Aderente’ e um ‘Guião de Atividades’ com os temas principais abordados no âmbito do projeto.
As 400 primeiras escolas que comprovarem a realização de, pelo menos, uma atividade do guião, terão direito a receber na sua escola uma “Visita Missão UP”, facultada por colaboradores da Galp. Esta visita formativa tem prevista uma mini-aula sobre os principais temas do projeto e esclarecimento de eventuais dúvidas. Adicionalmente, as 5 primeiras escolas a reportarem de forma completa o desenvolvimento de cinco atividades associadas a diferentes temas propostos no Guião de Atividades da Missão UP, receberão uma Visita Especial Missão UP, com atividades lúdicas e muita animação.
Já a Missão POWER UP, que se encontra na sua terceira edição, lança este ano letivo o desafio aos jovens de serem professores por um dia, dando uma aula de energia aos seus colegas mais novos sobre os vários temas do projeto. Estas aulas terão como destinatários os alunos do 1.º ciclo. As primeiras 150 escolas inscritas na plataforma recebem uma Visita Missão POWER UP, que tem como objetivo fazer um acompanhamento da fase inicial do projeto em conjunto com as equipas criadas: analisar o diagnóstico previamente preenchido e ajudar a programar as ações que serão desenvolvidas pelas equipas. K
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Secundária Infanta Dona Maria
Prémio após estágio em Coimbra 6 Anaísa Simões e Mariana Monteiro, alunas da Secundária Infanta Dona Maria, em Coimbra, foram as vencedoras do Prémio ATG - All Time GABBAs (Graduate Program in Areas of Basic and Applied Biology), atribuído pela Associação ATG, em conjunto com a Ciência Viva Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica. Este galardão distinguiu o trabalho intitulado ‘Caraterização da regeneração pós-incêndio da vegetação da Serra da Estrela’, realizado pelas estudantes no âmbito de um estágio no Centro de Ecologia Funcional
da Universidade de Coimbra. Orientadas pelo investigador Bruno Moreira, as alunas realizaram saídas de campo e trabalho experimental em laboratório com o objetivo de conhecer e caraterizar a resposta da vegetação da Serra da Estrela a um incêndio. Concluíram que a vegetação nestes ecossistemas recupera rapidamente e que o fogo pode ter um papel crucial na regeneração vegetal, catalisando, por exemplo, a germinação de sementes dormentes, proporcionando em última instância um aumento da biodiversidade. K
Alcoolímetro inovador
Con el VI Premio ‘José Manuel Esteve’
UTAD apresenta protótipo
Hernández Díaz galardonado
6 A Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD) acaba de criar um dispositivo eletrónico que, ligado a um telemóvel, permitirá aos automobilistas conhecerem, na hora, a sua taxa de alcoolemia. O condutor apenas terá de soprar para um sensor ligado por Bluetooth a um Smartphone, dotado de uma aplicação que lhe dará tal indicação. O trabalho, desenvolvido no Departamento de Engenharias da UTAD, no âmbito do mestrado em engenharia eletrotécnica e de computadores, foi realizado por Ana Patrícia Queirós Gomes, sob
a orientação dos investigadores Lio Fidalgo Gonçalves e Raul Morais dos Santos. Apresenta um alcoolímetro smartwatch wearable complementado por uma aplicação móvel que possibilita a rápida e fácil estimativa da taxa de alcoolemia por analogia à quantidade de álcool detetado na respiração. O sistema final mostrou resultados bastante consistentes e proporcionais, cuja precisão foi confirmada através da sua comparação com o aparelho atualmente utilizado pelo comando da Polícia de Segurança Pública de Vila Real. K
Prigogine Gold Medal
Cientista da UC distinguido 6 João Carlos Marques, professor Catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, é o primeiro cientista português a ser laureado com o prestigiado prémio internacional Prigogine Gold Medal, atribuído pela Universidade de Siena e pelo Wessex Institute of Technology. Criado em 2004 em honra da memória de Ilya Prigogine, químico russo naturalizado belga, Prémio Nobel da Química em 1977, devido ao seu trabalho em Termodinâmica que lançou as bases da moderna investigação em teoria dos sistemas ecológicos, o Prigogine Gold Medal é atribuído anualmente a cientistas internacionalmente reconhecidos como líderes na área da Ecologia de Sistemas que, na sua investigação, utilizem os princípios da Termodinâmica dos Processos Irreversíveis em desenvolvimentos teóricos. João Carlos Marques confessa, “sem falsas modéstias, que não estava à espera. Julgo que
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o prémio me terá sido atribuído, sobretudo, pelo trabalho desenvolvido durante a segunda metade da década de 1990 e primeira metade da década de 2000, em que foquei muito a minha atenção sobre a compreensão do funcionamento dos sistemas ecológicos à luz dos conceitos da termodinâmica dos processos irreversíveis. Colaborei e desenvolvi então investigação em ecologia teórica com alguns dos anteriores laureados o que, devo dizer, exerceu profunda influência sobre o meu próprio pensamento científico”. K
6 El catedrático de Teoría e Historia de la Educación de la Universidad de Salamanca, José María Hernández Díaz, ha sido galardonado con el VI Premio “José Manuel Esteve”. Esta condecoración, otorgada por la Facultad de Ciencias de la Educación de la Universidad de Málaga, reconoce la calidad académica y la relevancia de su artículo “El discurso pedagógico en la fiesta de la ciencia en la universidad deseada: España 1900-1936”. Como ha reconocido el jurado de este premio, presidido por la decana de la Facultad malagueña Rosario Gutiérrez Pérez, el artículo científico del catedrático “está muy bien documentado y tiene un alto grado de profundidad y de análisis reflexivo y crítico”. El texto está recogido en el volumen 34 de la revista “Historia de la Educación (páginas 103 a 138), publicada por el Estudio salmantino. En el mismo, el catedrático Hernández Díaz realiza un extenso repaso a las distintas temáticas abordadas en los discursos inaugurales de los cursos académicos de las universidades españolas, en el primer tercio del siglo XX. A través del análisis de estas disertaciones en la conocida como “Fiesta de la Ciencia”, se puede comprender
el proceso de modernización de los estudios estatales, en un proceso claramente influido por entidades como la Institución de Libre Enseñanza de Giner de los Ríos. Esta “universidad deseada” en los textos analizados supondría un contrapunto a una docencia anquilosada en los métodos decimonónicos. Como curiosidad, Hernández Díaz trató de una forma similar el tema de los discursos inaugurales en el suyo propio, celebrado en la institución académica salmantina el pasado septiembre. El Premio “José Manuel Esteve” surge en la Facultad de Ciencias de la Educación de la
Universidad de Málaga en honor de uno de sus profesores más emblemáticos, José Manuel Esteve Zarazaga. Esteve, pedagogo y catedrático homólogo de Hernández Díaz, destacó en su desempeño profesional como un excelente investigador de la función docente y la figura del profesor. Tras su deceso en 2010, la Facultad entrega este homenaje de forma anual. En la actualidad es uno de los reconocimientos “de más prestigio” en esta disciplina, en palabras de José María Hernández Díaz, que reconoce estar “muy satisfecho” de recibir un galardón de estas características. K
UBI
ACT assinala 100 anos 6 A Faculdade de Engenharia da UBI acolheu na passada quarta-feira, dia 11 de janeiro, a cerimónia que assinalou os 100 anos da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e, simultaneamente, os 83 anos da Inspeção do Trabalho na Covilhã. A relevância da ACT na regulação das relações do trabalho em Portugal foi uma das principais ideias retiradas do debate. Presente no evento, o diretorgeral vincou que “a atividade da inspeção de trabalho passa por controlar aquilo que os legisladores, a cada momento, vão introduzindo neste sector”. Pedro Pimenta Braz defendeu que este é um “trabalho necessário, mas muitas vezes não é suficiente”. De resto, “as pessoas muitas vezes perguntam se em função de determinados problemas podem ou não ser feitas mais inspeções.
Nós temos a nossa quota parte de responsabilidade, mas a sociedade funciona como um todo e cabe também a todos os outros atores do mundo do trabalho - como o Estado e às suas instituições, aos ci-
dadãos, aos sindicatos e associações empregadoras - trabalharem em conjunto. Agora, não tenho dúvidas que se trata de uma missão fundamental e incontornável”. K Rafael Mangana _
JANEIRO 2017 /// 021
Moçambique
Presidente dá posse 6 O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, acaba de empossar, em Maputo, os novos vice-reitores para a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Armindo Daniel Tiago (para a Administração e Recursos, em substituição de Ângelo Macuácua), e Amália Alexandre Uamusse, como vice-reitora Académica, em substituição de Ana Mondjana. Segundo o Chefe de Estado, a tomada de posse destes novos dirigentes acontece num momento delicado para o ensino superior onde o binómio quantidade/qualidade ainda não se compensam. Uma situação que, na óptica do Presidente, obriga a uma reflexão sobre as responsabilidades das instituições de ensino superior em Moçambique. Filipe Nyusi reiterou a necessidade de mudanças profundas no ensino superior que concorram para a melhoria da gestão, de modo a viabilizar o crescimento qualitativo e quantitativo do ensino superior. “Cada uma das instituições do ensino superior deve definir claramente o seu papel e a sua contribuição no processo de desenvolvimento da sociedade
EPM - CELP H
Aniversário
Escola pela paz
moçambicana”, frisou. Para o Presidente, passados 41 anos de independência o país não pode continuar a depender largamente de consultores externos nas áreas científicas e tecnológicas. Nesse sentido, recomendou aos empossados a consolidarem a instituição nas acções inerentes ao ensino, investigação e extensão focalizando na agricultura, tecnologia, infraestrutura e turismo, sectores da economia do país definidos como prioritários no presente quinquénio. Após o acto solene de to-
mada de posse, os empossados reconheceram os desafios que lhes aguardam pela frente. A nova vice-reitora Académica disse que a nova função exige muito trabalho, empenho e dedicação mas conta com o apoio de todos para cumprir com êxito a missão que lhe foi incumbida. Já o novo vice-reitor para a Administração e Recursos da UEM, Armindo Tiago, diz que no cargo que agora ocupa pretende priorizar o trabalho em equipa, identificando as pessoas certas para os lugares certos, sem deixar de aprender com outros. K
Escola Portuguesa
Macau brilha no PISA 6 A Escola Portuguesa de Macau (EPM) obteve classificações acima da média (tanto de Portugal como de Macau) nos exames do último Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), promovido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). A notícia foi avançada pelo jornal Ponto Final, que é publicado naquele território. Segundo aquela publicação, os alunos da Escola Portuguesa de Macau “conseguiram superar com à vontade as médias gerais das escolas dos países e economias avaliados nas três vertentes analisadas: literacia científica, leitura e matemática”. Diz o mesmo jornal que “a notação dos alunos da EPM foi melhor que a obtida pelos estudantes de Portugal (também acima da média) e até mesmo de Macau,
sionadores da festa que começou de manhã e terminou ao final da tarde. Aos mais pequenos não faltaram espaços de animação infantil. Para os mais graúdos e nos intervalos musicais, oportunidades muito diversificadas para descobrir os encantos dos artefactos artesanais em exposição permanente, bem como visitar exposições ou a feira do livro. K
Secretária de Estado em visita
Portugal em Cabo verde 6 A secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo, visitou este mês Cabo Verde onde efetuou encontros com as autoridades locais, tendo participado numa conferência sobre “Conhecimento em Português”. Segundo informação da Embaixada de Portugal em Cabo Verde, Maria Fernanda Rollo, teve agendados encontros com a ministra da Educação, Família e Inclusão Social de Cabo Verde, Maritza Rosabal, e com a equipa de reitores da Universidade de Cabo Verde (UNI-CV), além de visitas à
Casa da Ciência da UNI-CV e ao Museu do Tarrafal. No âmbito da visita, esteve prevista a realização de uma palestra subordinada ao tema “Conhecimento em Português”, durante a qual a secretária de Estado fará uma intervenção sobre “Ciência Aberta - Partilhar Conhecimento, Consolidar a Democracia”. “Valorizar o potencial da língua portuguesa enquanto língua de ciência e como ferramenta chave para ampliar e democratizar o acesso ao conhecimento”, é outra das metas da iniciativa. K
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Rita Ruivo
Psicóloga Clínica (Novas Terapias) Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)
que estiveram, no seu conjunto, entre as melhores do mundo no PISA 2015, ao obterem entre os 72 países e regiões avaliados, o terceiro lugar em matemática, o sexto em literacia científica e o 12.º em leitura”. Na literacia científica, a EPM obteve 541 valores (a média de
Macau foi de 529; a de Portugal, 501; e a da OCDE, 493). No capítulo da leitura, a EPM obteve 533 valores (Macau: 509; Portugal: 498; OCDE: 493). E a melhor pontuação foi obtida a matemática, com 556 valores para a EPM (Macau: 544; Portugal: 492; OCDE: 490), conclui a mesma publicação.
www.ensino.eu 022 /// JANEIRO 2017
6 O 17º aniversário da Escola Portuguesa de Moçambique (EPM-CELP) foi assinalado com um conjunto de atividades que culminaram, no último mês de novembro, com um festa que juntou largas centenas de alunos e encarregados de educação, professores e funcionários. O Entendimento Global foi o tema dominante. A música e a dança foram os grandes impul-
EspaçoPsi - Psicologia Clínica Av. Maria da Conceição, 49 r/c B 2775-605 Carcavelos Telf.: 966 576 123 E-Mail: psicologia@rvj.pt “Quantas vezes, para mudar a vida, precisamos da vida inteira. Pensamos tanto, tomamos balanço e hesitamos, depois voltamos ao princípio, tornamos a pensar e a pensar, deslocamo-nos nas calhas do tempo com um movimento circular (…). Outras vezes uma palavra é quanto basta.” José Saramago, “Jangada de Pedra”
Editorial
Por uma escola de qualidade 7 Em toda a União Europeia se revelam evoluções significativas quanto ao conteúdo a dar ao termo “qualidade em educação” ou “qualidade da Escola”. Quase todos os sistemas educativos tentam desenvolver procedimentos de qualidade, promover a melhoria contínua de formação do seu corpo docente, fazer com que a educação e a formação sejam permanentes, isto é, ao longo da vida, bem com requalificar os gastos públicos com a educação, através de uma relação mais positiva entre custos e eficácia. Este debate que se generalizou no seio dos sistemas educativos europeus, tem vindo a colocar no centro da controvérsia a evolução desejada para a educação e a formação, já que estes temas emergem da necessidade de promover,
definir, avaliar e manter a qualidade da escola pública. Porém, e infelizmente, quase sempre as propostas de mudança que nos são sugeridas têm uma base meramente economicista (muito em voga nestes tristes tempos de neoliberalismo desenfreado) e em nada ajudam a escola e os educadores a cumprir o seu pacto de missão para com a sociedade. A procura dessa qualidade tem sido vista, nos primeiros anos da educação básica, como a tentativa de imprimir um novo ênfase à aquisição e controlo de competências básicas, em particular referentes a três disciplinas fundamentais: a leitura, a escrita e o cálculo. Por outro lado, tenta-se, nesse nível, generalizar a aprendizagem de uma língua estrangeira e incentivar
a iniciação às tecnologias da informação. Neste espírito, dentro e fora do sistema educativo institucional, professores e formadores desenvolvem experiências muito inovadoras e que podem resultar em saltos qualitativos significativos na educação formal. Também para os adultos se desenvolvem acções inovadoras como as realizadas pelas Universidades Seniores ou da Terceira Idade, ou mesmo a Outdoor Education, desenvolvida entre os Britânicos na segunda metade dos anos noventa do passado século. No essencial, todas estas inovações propõem exercícios, ou práticas, que transformam os procedimentos e conteúdos da formação contínua tradicional, buscando muito mais a adaptação e reformulação de com-
portamentos num mundo em mudança exponencial, mais do que a aquisição de conhecimentos abstractos e desligados do quotidiano em que têm que aprender a viver essas crianças e esses adultos. Todas estas experiências põem em evidência que, no seio dos velhos sistemas educativos europeus, ainda existe uma capacidade criativa real entre os professores e os educadores, os quais só esperam condições de tranquilidade profissional para os generalizar às suas práticas educativas. Há entre professores e educadores mais forças de mudança do que de imobilismo e de estagnação. As primeiras são incomensuravelmente mais fortes, e delas depende o futuro educativo dos nossos jovens.
Mas não é criando artificiais quadros de crise e afrontando o profissionalismo docente que a suposta qualidade total chegará às nossas escolas. Que bem saibamos, não nos ocorre que se possam traçar cenários de futuro com o desencanto dos principais protagonistas da viagem. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _
primeira coluna
Os desafios redobrados do nosso Magazine 7 Entramos em 2017 com desafios redobrados. Em fevereiro o seu Ensino Magazine faz 19 anos e inicia um conjunto de iniciativas que pretende comemorar o 20º aniversário, as quais terminarão em 2018. Sempre nos assumimos como uma publicação sem fronteiras, que pretende ligar a escola à comunidade, as escolas entre si, e as academias aos seus vários mundos. Traçámos uma linha editorial clara, de informar com rigor e seriedade, reconhecida pelos nossos exigentes leitores (um público heterogéneo – dos 13 aos mais de 90 anos -, diversificado – alunos, professores, profissionais não docentes, famílias e comunidade de um modo geral), pelos nossos parceiros e anunciantes. Muito poderíamos escrever sobre o percurso do Ensino Magazine. Um projeto inovador em Portugal que paulatinamente foi conquistando o seu espaço, ultrapassou fronteiras e chega a vários continentes. O propósito continua o mesmo de sempre. O Ensino Magazine cresceu em número de páginas, em rubricas, teve um filho, o Ensino Magazine Jovem – suplemento mensal dedicado à faixa etária entre os 13 e os 17 anos, lançou o principal portal de
educação do país, onde já desenvolveu dois concursos internacionais on line, e tem sabido criar dossiês específicos dedicados a outros temas. Mas o Ensino Magazine é também um espaço reflexivo, com opinião, e que edição a edição publica entrevistas de fundo com diferentes atores da vida pública portuguesa e da comunidade lusófona. Entrevistas que deram já lugar a dois livros “Políticos e Políticas da Educação” e “Políticas Educativas em Portugal”, os quais contam a história da educação no nosso país, entre 1998 e 2013. Neste percurso há um conjunto de aspetos que importa sublinhar e que tornam o Ensino Magazine na principal publicação do género editada no nosso país: - Estabelecimento de parcerias com instituições de ensino superior portuguesas e estrangeiras. - Atribuição de bolsas de mérito monetárias aos melhores alunos das instituições de ensino superior nossas parceiras. Já atribuímos mais de 100 bolsas; - Protocolo de cooperação com a UNESCO, que tornou o Ensino Magazine parceiro da Rede de Escolas Associadas da UNESCO; - Acordo com a AIP, tornando o
Ensino Magazine parceiro da organização da Futurália – feira dedicada à educação e juventude, que anualmente se realiza em Lisboa, no Parque das Nações, e que é uma das maiores do país. Além de um amplo stand, distribuímos gratuitamente a nossa publicação e promovemos diversas atividades, como a apresentação livros, exposições e até combates teatrais templários; - Acordo com a AEP, que transformou o Ensino Magazine em parceiro da organização da Qualifica, outro dos grandes certames nacionais dedicados à educação e juventude, que se realiza anualmente na Exponor. Tal como na Futurália, há mais de 15 anos que ali marcamos presença, com um expositor, distribuição gratuita do Ensino Magazine e com muitas atividades; - Acordo com a IFEMA – Feria Internacional de Madrid, que nos tornou parceiros de duas das maiores feiras da Península Ibérica dedicadas ao ensino, a AULA e a SIMO Educación, onde tal como nas portuguesas, marcamos presença com um stand e colaboradores, distribuindo o Ensino Magazine de forma gratuita a todos os visitantes;
- Protocolo de parceria com a Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique (desde 2012); - Acordo de cooperação com a Escola Portuguesa de Moçambique (desde 2012); - Protocolo de cooperação com a Escola Portuguesa de Macau (2014); - Estabelecimento de acordo com a organização Cepa Gratia, do México (2014); - Participação na Feira Internacional de Educação de Moçambique, em 2015; - Participação no Encontro Internacional de Reitores em Maputo, 2015; - Acordos com diferentes escolas de ensino superior, secundário e profissional, que permitem o reforço da nossa distribuição e o acolhimento de estagiários, para estágios curriculares; A estes junta-se naturalmente a ousadia da RVJ Editores em aceitar o desafio lançado por João Ruivo para se criar a primeira publicação do género em Portugal. Somos daqueles que gostamos de bons desafios. E assim, com pouco mais de 20 anos de idade, eu o Vitor e o Rui, lançámos, com o João Ruivo, o seu Ensino Magazine, desafiando ainda o Vitor Serra,
administrador do Reconquista, a ser nosso parceiro, o que muito nos honrou. Para assinalar a entrada no ano 20, iremos realizar um conjunto de atividades em todo o país. Entre 27 de janeiro e 11 de fevereiro teremos uma exposição sobre todo este percurso e que inclui também as imagens vencedoras do Concurso Internacional de Fotografia, no Forum Castelo Branco. Exposição essa que irá percorrer Portugal, de forma itinerante. Promoveremos também conferências e outras atividades. Porque o Ensino Magazine é de todos, o convite aqui fica com votos de boas leituras. K João Carrega _ carrega@rvj.pt
JANEIRO 2017 /// 023
CRÓNICA SALAMANCA
Depurar práticas corruptas en la Universidad 7 Nos referimos aquí a las universidades públicas, pues las privadas merecen otra interpretación, aunque en ellas también se observen situaciones y prácticas indeseables desde el punto de vista científico y ético, y puede que con más frecuencia. Profesores universitarios corruptos y sinvergüenzas los ha habido desde que tenemos memoria histórica. No olvidemos que , por ejemplo, Alfonso X el Sabio, cuando a mediados del siglo XIII escribió en las Siete Partidas algunas normas sobre el naciente Estudio de Salamanca , ya advertía de sanción a aquellos catedráticos que no asistiesen a las aulas de forma regular, o se inventaran excusas para no explicar el programa completo. La historia universitaria de todo el mundo daría muchas páginas de anécdotas y situaciones truculentas, odiosas, llenas de corrupción. Recientemente hemos conocido por la prensa algunas actuaciones de profesores universitarios que invitan a la denuncia y a la reflexión a un tiempo. Una es la de quien es aún rector de la Universidad Juan Carlos I de Madrid, centro público, Fernando Suárez, catedrático de Derecho, quien ha sido denunciado por varios colegas de haber plagiado numerosos artículos y partes importantes de libros de otros autores, sin citar, sin modificar, o con nimias variantes. Todo está confirmado en la comunidad científica, no es ninguna opinión, acusación falsa o noticia de prensa amarilla. Este profesor, desde hace muchos años, ha venido copiando, plagiando, aprovechandose del trabajo de otros colegas en beneficio particular. Es obvio que aquí se produce el agravante de estar ante la principal figura en el gobierno Publicidade
de una universidad, que debería convertirse de facto en el primer referente de ejemplaridad para su comunidad universitaria. Mal ejemplo ha dado, malísimo ejemplo continúa ofreciendo a sus decanos, profesores, estudiantes, a todos. No ha dimitido aunque se han alzado por doquier muchas voces que lo reclaman con vehemencia, porque es una situación éticamente muy reprobable. No tiene vergüenza, y así se lo han echado a la cara en muchas partes. El plagio en la actividad académica universitaria es una práctica que debe ser corregida y perseguida, entre estudiantes y entre profesores e investigadores. Hay que tener siempre previstas las alarmas para denunciar a los corruptos y depurar la vida académica de indeseables que se aprovechan del trabajo ajeno en cualquier oportunidad, para medrar y situarse por encima de los compañeros de trabajo o adversarios en un concurso o confrontación académica. Hace ya algunos años, en esta misma columna, hemos denunciado situaciones equivalentes, por ejemplo de alguien que había copiado de forma literal artículos de internet y los había publicado con su propio nombre, no siendo el autor intelectual. Este personaje, también profesor universitario, llegó a ocupar un cargo importante en una Comunidad Autónoma de España. También son frecuentes los intentos de publicar de forma irregular en revistas científicas, y quienes tenemos algunas responsabilidades editoriales en el campo de las revistas tenemos que andar con cien ojos y sistemas de control para no vernos sorprendidos por irregularidades de esta clase. Solo en el último año hemos detectado tres de ellas, de carácter grave. Otra noticia, de muy diferen-
te signo, pero que tiene que ver con la vida universitaria, nos invita a la reflexión y a la denuncia. Nos referimos a las situaciones de acoso sexual que se producen en aulas y despachos universitarios. Es menos frecuente de lo que pueda pensarse, porque la sensibilidad pública, y la libertad de denuncia son cada día más explícitas, para permitir que estas prácticas puedan tener continuidad. Lo sucedido recientemente es que se ha hecho pública la condena a siete años de cárcel para el catedrático de Educación Física de la Universidad de Sevilla, Santiago Romero, por haber acosado y abusado de diferentes formas de varias profesoras de la Facultad de Educación de aquélla universidad. El tema se ha resuelto en la vía administrativa y en la penal, pero durante años han sido varias las profesoras que han padecido la situación, y muchos los compañeros y estudiantes que han vivido actitudes y situaciones de muy baja ejemplaridad, por la presión que ejercía en su entorno este personaje. Conocemos también rectores de universidad que han debido dimitir acusados de violencia de género y malas prácticas de gobierno. Sabemos de la práctica corrupta de funcionarios universitarios que contratan servicios a empresas y se quedan con un porcentaje. Conocemos a colegas que se aprovechan con descaro del trabajo original de un becario o ayudante, a quien obligan a incorporar el nombre de este investigador senior, por haber sido director de tesis o de proyecto, o simplemente director de Departamento o Decano. Es el viejo derecho de pernada de rancias raíces medievales. Y no vale decir que en universidades de USA se actúa así, lo cual es lamentablemente cier-
Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt
to, porque aquellas universidades y centros de investigación están tan llenos de malicia y corrupción como los que más. Hechos como estos podrían comentarse de forma abundante, porque forman parte de la naturaleza humana, en aquello que no ha sido mejorado por la educación y los valores de convivencia y libertad. Es lo que de forma parecida ocurre en tantos otros colectivos: médicos, juristas, arquitectos, economistas, políticos, funcionarios de todo orden y condición, y tantos más. Pero no vale aceptar la situación como irremediable, llegando a indicar que siempre fue así y siempre lo será por los siglos de los siglos. No debemos aceptar ese sometimiento a la corrupción, sino buscar sistemas de gestión democráticos y luminosos, de transparencia y denuncia, mecanismos administrativos y jurídicos que generen prácticas positivas de gestión y eviten rincones oscuros en los que se puedan cometer este tipo de tropelías y otros desafueros. La corrupción debe ser arrinconada, y si fuera posible depurada y eliminada de la vida de la universidad pública. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es
Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Sílvio Mendes Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco
024 /// JANEIRO 2017
‘Pedagogia (a)crítica no Superior’ (XIX)
Bolonha, o embuste 7 «não te pergunto se tens um curso; pergunto-te se sabes?» (Mário Dionísio, O quê? Professor?!, 2015:125) O Prof.S. ia-se preparando para o fim do longo ciclo de trabalho no ensino superior (mais de trinta anos). Deixou de se candidatar aos órgãos (via-os progressivamente esvaziados de poder, uns ‘ornamentos democráticos’ numa gestão centralizadora). Foi abandonando cargos e coordenações (que, na verdade, nunca foram muitos). E arrumando, paulatinamente, toda aquela ‘tralha’ que atafulhava o mobiliário (com assinatura, de prestigiado arquitecto, mas não muito funcional) do ‘seu’ gabinete (partilhado com dois colegas, de bom trato, e cordial amizade); por ali, e na arrecadação adjacente, proliferava a ‘literatura cinzenta’, pretensamente arrumada, em dossiês que enchiam prateleiras várias. Tinha imposto, a si mesmo, que estes dois últimos anos de serviço seriam mais focados na actividade reflexiva que na acção académica. A escrita ocu-
paria mais o seu tempo, agora liberto da burocracia académica e da desgastante coordenação departamental. Numa dessas tardes dedicadas a ‘pôr ordem nos papéis’, pegou numa pasta com uma lombada já descolorida – ‘Processo de Bolonha’. Não resistiu em abri-la. Mais de uma dúzia de anos tinha passado sobre a maioria daqueles textos. Ali estava um tema que merecia balanço e reflexão. Convictos e cépticos esgrimiram argumentos. Muito se discutiu. Bastante se publicou. Mas o debate esteve sempre inquinado pelas ‘directivas’ que impunham a criação do «espaço europeu do ensino superior» em 2010. No arranque do processo, os bacharelatos pareciam resistir à extinção, ficando-se na versão anglo-saxónica de bachelor; para aí apontavam, explicitamente, os relatórios de três coordenadores (do ‘grupo dos 23’ nomeados pela então ministra do MCIES) das áreas científicas de ‘Ciências Humanas’, ‘Ciências Políticas e Relações Internacionais’ e ‘Formação de Professores’. Outros seis, mais
preocupados com a defesa da língua lusa, defendiam o bacharelato como grau para o 1º ciclo de estudos. Os adeptos de uma duração mais longa, entre 4 e 5 anos, optavam pela licenciatura – Desporto, Direito, Enfermagem – enquanto que para os cursos de Medicina propunham o grau de mestre. A opção pela licenciatura e pelos três anos viria a impor-se. A Declaração de Bolonha conduziu-nos a «uma acéfala uniformização de currículos e graus académicos» (Santana Castilho, 2002). Os acérrimos seguidores do ‘espírito’ de Bolonha (as lideranças pedagógicas militantes que ‘adequaram’ e/ou ‘reestruturaram’ os planos de estudo) tentaram convencer-nos que o ‘paradigma’ da formação mudara. Não, o que se alterou foi apenas a ‘medida’: em vez de horas lectivas e anos escolares passou a falar-se em ECTS (European Credit Transfer System). O resto era ideologia, retórica, muita crença e alguma esperança na generalização de certos dispositivos de trabalho (pretensamente activos e autónomos) que se foram
esvaindo ao longo dos últimos anos. O tempo de maturação é uma variável fundamental nos processos de aprendizagem. E Bolonha foi em sentido contrário: privilegiou as formações curtas (e de banda larga!), a estrutura modular impôs-se, as disciplinas anuais tornaram-se excepção, reduziu-se o ensino presencial, incentivou-se o e-learning («não precisa de ir todos os dias à faculdade, recorra ao tele-estudo» é o slogan para cativar candidatos avessos ao esforço e à ‘seca’ das aulas), sobrevalorizaram-se as tutorias apontando-as como alternativa pedagógica. Mas foram os próprios ‘convictos de Bolonha’ a reconhecer o óbvio: «Se tivermos formações mais curtas, significa menor quantidade de conhecimentos. [O]s alunos possuirão menos conhecimentos, mas terão muito mais capacidade de usá-los para fazer frente à vida real.» (Pedro Lourtie, 2006). Como é que se pode ser mais competente com menos conhecimentos?! Para os que se afirmam tão preocupados com a empregabilidade e a competitividade, o
ensino superior não tem prestado um bom serviço à economia, pois dá aos empregadores ‘gato por lebre’. A ‘agenda escondida’ de Bolonha era a concretização do pensamento neo-liberal, bem sintetizada na expressão de Rui Namorado Rosa (2003): «o termo utilizado para descrever o processo de Bolonha seria o cenário ‘business as usual’». Por arrasto, assistimos à desqualificação e esvaziamento dos graus (licenciatura e mestrado, em particular). K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt (Este texto está redigido segundo a “antiga” e identitária ortografia) _
CRÓNICA
Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: En mi primera carta de este año, ya olvidadas las vacaciones de Navidad, quiero hacer contigo una reflexión que, aunque parezca pesimista, debería interpretarse como optimista, como un soplo de esperanza. Seguimos preocupados, la mayoría de los educadores, por el hecho de que no se producen avances claros y duraderos en lo que toca a la acción educativa. No sé si calificar la situación como de “impasse” o como de mero “apoltronamiento” en la realidad cotidiana que vivimos. Frente a esta realidad lánguida que estamos viviendo, aparecen, no obstante, algunos movimientos de determinados profesores y centros que avalan aquello de que “la excepción confirma la regla”. Hay, en efecto, pequeños movimientos y algunas realizaciones que rompen la rutina y la languidez que vivimos la mayoría. El problema es que, a mi juicio, si conocemos que esto sucede y sucede de una manera puntual promovido por personas y cen-
tros que sí creen en lo que hacen, ¿por qué la mayoría de los educadores no creemos en el sistema educativo ni creemos en lo que hacemos día a día? Tal vez sea ésta la clave: no creemos en lo que hacemos. Y, dado que no creemos, no asumimos que podemos conseguir que nuestra acción educadora sea relevante para todos los alumnos y para la sociedad en que vivimos. Creo que estamos demasiado “aplastados” por el hecho de que la educación (en concreto la universitaria, como episodio final del proceso) no forma los profesionales que busca, desea y requiere la sociedad. Y eso nos mantiene apartados del reto, del desafío, de la búsqueda de nuevas formas de actuar educativamente. Sabemos que existen otras maneras de hacer las cosas, evidentemente, pero no somos capaces de poner en marcha el cambio. Seguimos apegados al libro de texto, a las constricciones espacio-temporales, a los exámenes basados en repetición memorística de aquello que exigimos que nuestros
alumnos “aprendan” (no es cierto que lo aprenden, sino que simplemente lo memorizan), y, en consecuencia, seguimos promoviendo las jornadas maratonianas anteriores al día del examen para “estudiar” (tendríamos que decir memorizar y, sin duda, escasamente comprender) los contenidos sobre los que vamos a basar nuestros exámenes; seguimos considerando las asignaturas como “compartimentos estancos” que los alumnos tienen que “absorber” memorísticamente sin dar la menor opción a la metodología, al análisis de las situaciones problemáticas con la consiguiente búsqueda de soluciones, a la valoración de los mejores recursos para conseguir unas metas, a la puesta en común y discusión de las soluciones propuestas por cada grupo de alumnos… Creo, en definitiva, que es hora ya de que pasemos a hacer acciones educativas significativas (para nuestros alumnos, para nosotros como profesores, para el futuro de nuestros educandos y para la
sociedad en general) dejando de lado definitivamente las acciones repetitivas que nos impiden poner en marcha nuestra creatividad y nuestra capacidad de demostrar a la sociedad que realmente somos profesores y educadores que merecemos la pena. Una vez más insisto: es cuestión de actitud. La actitud nos llevará a mirar al futuro con optimismo, a superar todas nuestras debilidades, a reconocer nuestros errores y convertir nuestra práctica educativa en un conjunto de fortalezas que nos permita afrontar la educación de nuestros alumnos como lo que realmente es: un reto, un gran desafío, del que tenemos (porque podemos) que salir airosos. No podemos dejarnos amedrentar por las amenazas que nos hacen sentir “minusválidos” para la práctica educativa. Necesitamos “revivir” nuestra acción educadora desde la confianza en nosotros mismos y desde la confianza en que nuestros alumnos responderán adecuadamente a los retos que les planteemos.
¿Recuerdas cuando hablábamos de “matar la escuela”? Sigo pensando que es lo correcto: matar la escuela y, a la vez, revivir nosotros como educadores, amparándonos en nuestra actitud, nuestra confianza en nosotros mismos y en nuestro saber hacer. Somos capaces de ello y, si nos lo proponemos, nada ni nadie nos lo podrá impedir. Hasta la próxima, como siempre, ¡salud y felicidad! K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com
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José Carlos Beato dirige fábrica da filha de José Eduardo dos Santos
Sai uma cerveja com sabor a Angola! 7 Chama-se José Carlos Beato. É português, natural de Castelo Branco, e é o diretor executivo da Sociedade de Distribuição de Bebidas de Angola (Sodiba), a nova empresa de Isabel dos Santos, empresária e filha do chefe de Estado angolano, e de Sindika Dokolo, o seu marido. Formado no Instituto Superior Técnico, José Carlos Beato está há seis anos naquele país africano, e diz que “este é um projeto que acontece uma vez na vida”. O investimento ronda os 141 milhões de euros e a Sodiba está produzir e distribuir a cerveja Sagres, e vai lançar uma nova, a Luandina. No futuro virão também as águas engarrafadas, refrigerantes, polpas e concentrados, bem como bebidas espirituosas, entre outras. Depois de ter desempenhado funções, durante dois anos, na empresa angolana de capitais portugueses, Refriango, também do setor de bebidas, e de ter estado na Angonabeiro (Delta) três anos e meio, José Carlos Beato diz “ter recebido uma proposta do grupo angolano para o desenvolvimento de um novo projeto, que passava pela implementação da fábrica de cerveja e pela sua gestão. Na Delta, o meu projeto estava a chegar ao fim de ciclo. Tinha a hipótese de vir para Portugal e continuar ligado ao Grupo Nabeiro, mas surgiu esta proposta e decidi abraçá-la”. Ainda assim, José Carlos Beato não esquece o trabalho desenvolvido na Angonabeiro. “O grupo está em Angola desde 1999/2000. Vendia 7 milhões de dólares por ano, quando saí faturava 50 milhões. Passámos a estar no dia a dia dos angolanos. Quisemos democratizar o consumo do café, com a Delta Q. Mostrámos que o café tem propriedades Publicidade
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positivas. E conseguimos diversificar os produtos, com o azeite, os vinhos, as águas e os chás, também do mesmo grupo”. Neste processo foram também envolvidas algumas figuras públicas como o cantor angolano Anselmo Ralph. Num curto espaço de tempo, a Sodiba ganhou dimensão e a fábrica foi concluída. “Em maio éramos seis pessoas, hoje somos 200. Foi preciso montar toda a parte industrial, coordenar essa instalação, e assumir toda a gestão, não só da empresa, mas também de capacitar as equipas de colaboradores. Nesse sentido tivemos 150 jovens em formação, fomos buscar quadros qualificados fora de Angola e tivemos 15 jovens a qualificarem-se na Central de Cervejas, em Portugal”. A formação dos profissionais da Sodiba é uma das apostas. “O objetivo é que
daqui a dois ou três anos nós possamos sair e a fábrica continuar a trabalhar com esta equipa”, diz José Carlos Beato. Aos 46 anos, José Carlos Beato, que em Portugal também já tinha trabalhado no setor das bebidas (grupo Unicer) e na Ambar, tem pela frente um dos mais importantes desafios profissionais. A nova fábrica está equipada com tecnologia de ponta alemã e ocupa um complexo com cerca de 40 hectares, a 55 quilómetros de Luanda. “É a fábrica mais evoluída de África. Envolve duas linhas de enchimento, uma com capacidade para 50.000 garrafas por hora e outra linha para o enchimento de latas com a mesma capacidade”, assegura o albicastrense. E se para já a aposta é o fabrico da cerveja Sagres, no futuro vai surgir a Luandina. “Será nossa primeira produção nacional, com um ADN 100% angolano. Estou em crer que a mesma estará ao nível do exigente consumidor angolano”, disse José Carlos Beato. K
Novidades literárias 7 TOP SELLER. O Carrasco do Medo, de Chris Carter. A Unidade Especial de Homicídios da Polícia de Los Angeles depara-se com um cenário aterrador quando é enviada a uma pequena igreja da cidade. O padre foi decapitado, o seu corpo dilacerado, e no seu peito lê-se ainda o número 3 desenhado a sangue. O detetive Robert Hunter e o seu parceiro tentam desvendar o crime à medida que mais corpos e crimes são revelados e o pavor espalha-se por toda a cidade.
EDIÇÕES ALECRIM. Palavras sem Cicatrizes - Poemas de e para Filipa Barata, de Filipa Barata e outros. Quase 100 páginas de poesia escritas por Filipa Barata (1981-2014) e por amigos que quiseram homenagear a autora. A poesia de Filipa Barata ocupa a primeira metade da obra que é complementada com poemas e memórias de 17 outros autores: Daniel Abrunheiro, Ernesto Rodrigues, Fernando Grade, Graça Pires, Isabel Mendes Ferreira, João de Sousa Teixeira, José do Carmo Francisco, Manuel Barata, Manuel Vaz, Marta López Vilar (Espanha), Ribeiro Farinha, Rui Sousa, Ruy Ventura, Valentim Gil, Vera Lúcia Oliveira (Brasil), Victor Oliveira Mateus e Vítor Cunha Morais.
D .Q U I XOTE . Polícia, de Jo Nesbo. Há um assassino à solta nas ruas de Oslo. Mas não é um assassino qualquer. É um criminoso que seleciona cuidadosamente as suas vítimas: polícias envolvidos em anteriores investigações de crimes que nunca foram solucionados. A Brigada Anticrime precisa urgentemente de Harry Hole, mas será que o carismático inspetor sobreviveu aos dramáticos acontecimentos de «O Fantasma»?
FCA. Desenvolvimento Ágil de Software - Guia Prático, de Tiago Palhoto. Nesta obra, de cariz essencialmente prático e baseada na experiência do autor, demonstra-se como aplicar as práticas mais recomendadas para o desenvolvimento ágil de software. Técnicas e frameworks como Scrum, eXtreme Programming (XP), Disciplined Agile Development e IBM® Rational Unified Process (RUP®), entre outras, são cuidadosamente reunidas e adaptadas de forma a oferecer uma única metodologia integrada que cobre todo o ciclo de desenvolvimento de um sistema de informação. K
gente & livros
Mário Quintana «Poeminho do Contra Todos esses que aí estão Atravancando meu caminho, Eles passarão… Eu passarinho!»
7 Mário Quintana (1906-1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro, considerado um dos maiores poetas de língua portuguesa do século XX. Nasceu na cidade de Alegrete (Rio Grande do Sul) no dia 30 de julho de 1906, filho de Celso de Oliveira Quintana, farmacêutico, e de Virgínia de Miranda Quintana. Iniciou os seus estudos na escola do português António Cabral Beirão, em Alegrete, onde conclui o curso primário. Desde cedo começou mostrar interesse pela escrita. Em 1919 mudou-se para Porto Alegre, onde estudou, em regime de internato, no Colégio Militar. Nessa altura começou a produzir os seus primeiros trabalhos, que são publicados numa revista do Colégio. Motivos de saúde levam Quintana a deixar o Colégio Militar, em 1924, empregando-se na livraria O Globo, onde permanece durante três meses, regressando depois a Alegrete. Na sua cidade natal trabalha na farmácia da família. Em 1926 perde a mãe, e no ano seguinte, o pai. Nessa mesma época é premiado no concurso do jornal Diário de Notícias de Porto Alegre com o conto “A Sétima Passagem”. Mário Quintana começa então a trabalhar
como tradutor na redação do jornal O Estado do Rio Grande, em 1929. Um ano depois a Revista Globo e o Correio do Povo publicam os versos do poeta. Nesse mesmo ano, Quintana partiu para o Rio de Janeiro, onde entrou como voluntário para o 7º batalhão de Caçadores de Porto Alegre, mas seis meses depois retorna a Porto Alegre e reinicia seu trabalho no jornal. Em 1934, a Editora Globo publica o livro “Palavras e Sangue”, obra de Giovanni Papini traduzida por Mário Quintana. O poeta também traduziu autores como Voltaire, Virginia Woolf, Maupassant e Proust. Em 1936, Mário Quintana vai trabalhar para a
Livraria do Globo. Os seus textos são publicados na revista Ibirapuitan. Em 1951, publica “Espelho Mágico”. Em 1940, Quintana é indicado para a Academia Brasileira de Letras. Nesse mesmo ano publica o livro de poemas “A Rua dos Cataventos”, que viria a ser usado como livro escolar. Em 1966 publica “Antologia Poética” e é saudado pela Academia Brasileira e Letras. Em 1980 recebe o prémio Machado de Assis pela obra total e, em 1981, recebe o Prémio Jabuti de Personalidade Literária do Ano. K
Tiago Carvalho _
Edições RVJ – Editores
Rua dos Ferreiros seguido de tempo de poesia 7 Maria Adelaide Fontainhas acaba de escrever o seu segundo livro, num misto de prosa e poesia, sobre a rua onde nasceu e cresceu. “Rua dos Ferreiros seguido de Tempo de Poesia” é um exercício bem conseguido onde a autora nos leva aos tempos da sua infância e juventude, onde descreve de forma pormenorizada os habitantes e as profissões daquela que foi uma das artérias mais movimentadas de Castelo Branco. Com edição da RVJ Editores, o livro vem a público com o apoio da Câmara de Castelo Branco. Como explica Maria de Lurdes Barata, no prefácio da obra, “a Rua dos Ferreiros apresenta-se como uma sequência descritiva de casas e pessoas num percurso que aviva o tempo passado de que o presente guarda ecos que este passeio faz ouvir. O itinerário que seguimos, guiados por Maria Adelaide Fontainhas, conduz-nos a um envolvimento nesse tempo, reconstituindo uma vida quotidiana que já não é a do presente. Estamos perante um documento que
é um referencial da Rua dos Ferreiros que teve uma vida muito própria, pelas pessoas que a habitaram, actores dum movimento do dia a dia social com a implicação de costumes, sentimentos, emoções, nesse contexto peculiar”. Aluna da Universidade Sénior Albicastrense, Maria Adelaide Fontainhas nasceu a 23 de outubro de 1930 em Castelo Branco. Desde tenra idade manifestou gosto pela leitura e o seu sonho era ser estudante em Coimbra. As dificuldades não a deixaram seguir estudos e ficou com a quarta-classe, tendo feito mais tarde o sexto ano de escolaridade. Com dez anos foi aprendiz da arte da costura, que praticou ao longo da vida: fez centenas de vestidos de noiva, muito trabalhou, mas no final de cada dia arranjava sempre tempo para ler e escrever. Aplicou a sua arte de costura no Hospital Amato Lusitano, para o qual foi contratada. Agora aposentada, diz que os seus escritos vão saindo lentamente da gaveta. K
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pela objetiva de j. vasco
Este mês fomos ao MAAT
Sul da Língua
3 Aconteceu no dia do 21º aniversário da discoteca B.Leza. Um espetáculo organizado por Ana Sofia Paiva, que reuniu a palavra, lusófona, trazida por vários contadores de estórias tradicionais a saber: Regina Correia, Costa Neto, André Gago, Miguel Sermão, Tâmara Bezerra, Maria Adelina Amorim, Adriano Reis, Marco Santos (percussionista) e a própria Ana Sofia Paiva. Foi uma noite mágica que uma sala cheia soube escutar sem se cansar de aplaudir. SUL DA LÍNGUA regressa em março. Na foto André Gago e Ana Sofia Paiva K
MAAT – Museu de Arte Arquitetura e Tecnologia, em Lisboa 7 O Ensino Magazine apoia o Curso Profissional de Fotografia da Escola Secundária Matias Aires, situada na Agualva, concelho de Sintra, através da divulgação de uma fotografia por mês, construída no âmbito dos estágios profissionais dos alunos deste curso. K
press das coisas Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento
MixEvolution 4026
3 O álbum de um dos mais tradicionais e antigos ranchos de cante alentejano, o Rancho dos Cantadores de Aldeia Nova de São Bento, é editado dois anos depois do Cante ser considerado pela UNESCO Património Mundial e Imaterial da Humanidade. O grupo recebe vários convidados especiais: Luísa Sobral, António Zambujo, Miguel Araújo, Jorge Benvinda e Pedro Mestre. K
3 MixEvolution 4026 é um robot de cozinha multifunções (coze, tritura, pica gelo e amassa). De acordo com a marca tem potência máxima com rotações baixas. Dispõe de 12 velocidades e função turbo. Apresenta-se como uma boa solução para as suas necessidades culinárias. Preço: 401,90 euros. K
Prazeres da boa mesa
Bacalhau de cura amarela cozido a baixa temperatura em garrafeira
3RECEITA Ingredientes (5 pax): 5 Lombos de Bacalhau C. Amarela 750 ml de Garrafeira do Comendador 0,1 Kg Molho de Coentros 15 Mini Tomates Cacho 2 Dentes de Alho 1/2 Cebola Roxa Q.B. de Flor de Sal Q.B. de Pimenta Preta de Moinho 1 Clara de Ovo 2 Ovos Cozidos 1/2 l de Azeite Virgem Alentejano 1 C. Sob. de Vinagre 300 g Grão Cozido 1 Pé de Tomilho 2 Tomates Chucha
Preparação: Aparar os lombinhos de bacalhau e marinar 2 horas com o Garrafeira do Comendador, 1 dente de alho laminado, pimenta e um fio de azeite.
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Esmagar metade do grão. Passar pelo passador e misturar o restante grão, mas inteiro. Juntar os coentros picados, 1 dente de alho bem picadinho, o tomate chucha sem sementes em concassé e a cebola roxa em cubinhos. Juntar azeite, pimenta, flor de sal e um golpe de vinagre. Rectificar os temperos. Reservar. Levar o bacalhau ao lume a 64ºC com a marinada e o restante azeite (o bacalhau deverá ficar completamente submerso). De-
pois de cozido, retirar o bacalhau, Publicidade
triturar o líquido com coentros. Passar pelo chinês de malha fina. Voltar a submergir os lombinhos no molho até à altura de servir. Adicionar uma clara batida em castelo ao caldo de cozedura. Lavar e saltear em azeite e alho os mini tomatinhos cacho. Picar os ovos cozidos. Empratamento: Depois de todos os temperos rectificados, colocar grão em duas texturas no centro do prato, dispor em cima deste 1 lombinho de bacalhau. Aplicar uma colherada de ovo picado, finalizar com três tomatinhos salteados e a espuma do caldo de cozedura. K
Chef Mário Rui Ramos _ Chef Executivo
cinema
executada pelo notável pianista Martial Solal, num estilo de jazz. Teve êxito apesar de uma estreia modesta mas devido também ao grande apoio da imprensa, consolidando o movimento denominado “Nouvelle Vague”. François Truffaut, a propósito do filme disse ser o que mais gosta dos filmes de Godard. É o mais triste. Como diria Louis Aragon, “intensa, intensa, intensa”. Ganhou o prémio Jean Vigo. Com efeito é herdeira directa de L’Atalante. O filme de Vigo termina com Jean Dasté e Dita Parlo que se abraçam no quarto. Efectivamente, naquela noite geraram um filho: o Belmondo de “A bout de souflle”. Críticos houve que apontaram a Godard (durante mais de trinta anos dirigiu mais de 50 fitas) a utilização de uma liberdade narrativa excessiva, fazendo cortes de maneira anárquica, rompendo a sintaxe cinematográfica tradicional, com uma caótica planificação e cenas muito curtas. “O Acossado” narra as relações entre um pequeno larápio francês, Michel Poiccard, aliás Laszlo Kovacs (Jean-Paul Belmondo) e uma aspirante a periodista norte americana, Patricia Franchini (Jean Seberg) que vende o “New York Herald Tribune”, num constante vai e vem pelas ruas de Paris. Destaque-se as longas sequências entre eles, em especial aquela em que Patricia chega ao hotel, depois de passar a noite com outro, para se encontrar com Poiccard que na sua cama utiliza um falar insolente, bem na tradição de Chandler/Hammett/Spilane, conversa de duro, depois brincam, ela lê uma frase da novela de William Faulkner “Palmeiras Bravas”, e acabam por fazer amor,
tudo dentro de uma narração, repita-se como um filme negro, pois comserva o essencial do classicismo do estilo. É evidente que “O Acossado” é também uma homenagem ao cineasta Jean-Pierre Melville que dirigiu alguns policiais de origem francesa e dos quais já amplamente aqui abordamos, que participa no papel de Parvuleco e obviamente do cinema norte americano e às suas películas “The harder they fall” (1956), de Mark Robson e “Westhound” (1959) de Budd Boetticher. Numa reviravolta também ela clássica, não só Patricia Franchini denuncia o seu amante à polícia, como um passeante,
vivido pelo próprio Godard, reconhece Michael por uma fotografia no diário “France Soir”, o que origina a sua morte: ao tentar fugir à polícia é abatido em plena rua. Um final completamente diferente da história de Truffaut, que disse que Godard escolheu um final violento “porque ele era mais triste que eu. Quando fez este filme estava realmente desesperado e sentia a necessidade de filmar a morte”, acrescentando porém que “gostei muito do final e do resultado da película”. (Na história de Truffaut o filme terminava com Michel passeando pela rua e à medida que passava as pessoas iam olhando, como se fosse uma
estrela, porque a sua fotografia estava na primeira página dos vespertinos) Este filme influenciou muitos daqueles que trabalham no cinema. Hollywood sempre atenta, através do cineasta Jim McBride realiza uma curiosa versão norte americana “Breathless” (O Último Fôlego, 1983), com Richard Gere e que serviu de trampolim para o lançamento de Valerie Kaprisky. Como filme será lembrado por ser uma adaptação da história de Truffaut e do argumento de Godard. Bem, e pela Kaprisky. Até à próxima e bons filmes! K Luís Dinis da Rosa _ com Joaquim Cabeças _
Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _
7 Em 1959 o general De Gaulle forma um novo governo e escolhe para ministro da Cultura o escritor André Malraux (A Condição Humana, Quando os Robles se Abatem, memórias com e sobre De Gaulle), antigo combatente na China e Indochina, com as tropas comunistas, na Guerra Civil de Espanha, ao lado dos republicanos e na Resistência, foi ministro da Informação do governo provisório em 1945, e da Cultura de 1958 a 1969. Entre as suas primeiras medidas neste cargo destaca-se uma lei para ajuda ao cinema que, resumindo, atribuía automaticamente um subsídio às películas dirigidas por um estreante, em suma, um subsídio às primeiras obras. Esta lei, cujo objectivo era o de reanimar uma indústria que tardava a arrancar no pós guerra, porque refém de um grupo de realizadores de uma certa idade, mas que, apesar de tudo, as filmagens decorriam em estúdios, com base em sólidos guiões escritos por competentes profissionais. Porém, com este diploma, entre os finais dos anos cinquenta e princípios dos sessenta, iniciam-se na sétima arte mais de cem realizadores, cujos resultados são muito discutíveis. O melhor exemplo de películas originais, ao abrigo desta nova lei é “A bout de souffle” (O Acossado, 1959), filme rodado com um orçamento muito baixo (45 milhões de francos antigos), sem guião, apenas com páginas escritas dia após dia por Godard, sobre uma história original de François Truffaut, com uma técnica documental baseada na improvisação, inspirada pelo filme negro norte-americano, com equipa reduzida e cenários de interiores e exteriores naturais, servidos por uma banda sonora
H naomepoupee.wordpress.com
O Acossado, de Godard
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unesco
Nova agenda para o desenvolvimento
7 A Escola Secundária com 3º CEB do Pinhal Novo é uma Escola Associada da UNESCO e está a implementar um projeto de ação que tem como finalidade, contribuir para a nova agenda para o desenvolvimento a nível global, a qual apresenta como metas a atingir até 2030, em termos genéricos, a paz universal, a liberdade, a erradicação da pobreza e o desenvolvimento sustentável, numa perspetiva de igualdade e direito entre e para todos os homens. Das atividades programadas e já realizadas, salientamos as duas conferências sobre sustentabilidade e a comemoração do Dia Mundial dos Direitos Humanos, data em que oficialmente foi criado na Escola, o Núcleo de Direitos Humanos ao Serviço da Humanidade. Na primeira conferência sobre sustentabilidade, realizada no dia 30 de setembro, estiveram presentes cerca de 300 alunos; que puderam reflectir sobre algumas temáticas relacionadas com a sustentabilidade, por exemplo, com o conceito de permacultura, com a importância da construção de hortas urbanas, entre outras temáticas. Na comemoração do Dia Mundial do Direitos Humanos, no âmbito da disciplina de História, os alunos dos 7º, 8º e 10º anos de escolaridade, realizaram trabalhos e maquetes mostrando, numa perspetiva histórica, a evolução do conceito dos direitos Humanos ao longo dos tempos, desde a antiga Grécia, passando pelo Império Romano e chegando aos nossos dias.
Na área da Humanidades foram debatidos, no âmbito das disciplinas de Português, Inglês e Francês, os Direitos enunciados na Declaração Universal dos Direitos Humanos e produzidas mandalas divulgando-os. Esta atividade envolveu alunos dos diferentes níveis de escolaridade. Na disciplina de Português, as mandalas produzidas, estabeleciam um paralelismo entre a obra do Padre António Vieira e os Direitos que constam na Declaração Universal. A situação dos refugiados e os seus direitos, foi um dos temas mais abordados pelos alunos, nomeadamente os alunos de Geografia, através da publicação de
imagens e produção de pequenos filmes. Todos os trabalhos foram expostos, numa mostra coletiva, no átrio da escola. Na Conferência: Direitos Humanos e Voluntariado, realizada no dia 10 de dezembro, estiveram presentes representantes da comunidade local e da comunidade educativa, num total de cerca de 250 pessoas. Durante a Conferência foram debatidos assuntos relacionados com o Voluntariado e com os Direitos Humanos, por exemplo, a criação de um Estado da Palestina e a situação do povo Sahauri. Esta actividade contou com a intervenção direta dos alunos os quais formam responsáveis por alguns “happenings” que
ocorreram ao longo da conferência. Ainda no âmbito da discussão e reflexão sobre Voluntariado e os Direitos Humanos, os alunos estiveram envolvidos, em parceria com outras instituições e organizações, na recolha de bens alimentares, roupa e brinquedos para doentes santomenses internados ou em tratamento no nosso país. Na segunda conferência sobre sustentabilidade, realizada nos dias 6 e 7 de janeiro, os alunos apresentaram trabalhos e moderaram a conferência. A conferência “Conversas com a Serra e o Mar” foi dividida em duas partes, no primeiro dia, os temas em análise estiveram focados na Serra da Arrábida e áreas envolventes, bem como nas sua riqueza cultural e ambiental e nas potencialidades turísticas. No segundo dia o foco dos trabalhos direcionou-se para a problemática das alterações climáticas numa perspetiva local e global, com destaque para as consequências e para a adoção de comportamentos que permitam minimizá-las, promovendo o desenvolvimento sustentável da região e do mundo. Através das artes, fotografia e desenho, descobrirmos ainda a riqueza florística e faunística da ilha do Príncipe. Todas as atividades já implementadas contaram com a participação e envolvimento da comunidade educativa, parceiros e colaboradores e podem ser lidas no site do projeto:www.espinhalnovo.org/cais. K Fátima Claudino _ Comissão Nacional da UNESCO
sector automóvel Mercedes GLA renovado 3 A Mercedes-Benz renovou a gama GLA, disponível em abril, com várias alterações no design do modelo. Os ajustes estéticos vão desde o para-choques, ao redesenho da grelha e jantes diferentes, havendo também faróis em LED opcionais. Outras renovações são a nova opção intermédia a gasolina, o GLA220, equipada com um motor 2.0 de quatro cilindros a debitar 184 cv, exclusivamente com tração integral. K
Audi SQ5 chega em junho 3 A Audi apresentou, em Detroit, nos Estados Unidos, uma versão mais desportiva do seu SUV SQ5. O novo modelo, disponível em junho, traz tração integral e terá uma capacidade de aceleração de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos, com uma média de consumo de consumos de 8,3 l/100 km. Entre outras novidades, o novo Audi SQ5 apresenta uma imagem exterior mais desportiva e conta com suspensão pneumática S e um diferencial que facilita as manobras de “drift”. K
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“Pão de Forma” com versão elétrica 3 O clássico “Pão de Forma”, minivan da Volkswagen, vai ter uma versão elétrica. O protótipo I.D. Buzz foi exibido em Detroit e, embora só deva avançar para produção em 2022, foi uma das sensações da feira automóvel. O modelo elétrico recorre a uma nova plataforma modular específica para elétricos, a MEB, e anuncia uma autonomia para percorrer até 600 km. K
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