junho 2018
Dossier dedicado ao Encontro Internacional de Reitores Universia 2018 Produção RVJ - Editores
DOSSIER
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ENCONTRO INTERNACIONAL DE REITORES
Pensar o futuro e preparar os líderes de amanhã 6 O Encontro Internacional de Reitores Universia 2018 juntou, em Salamanca, entre 21 e 22 de maio, 700 reitores de 26 países, em representação de cerca de 10 milhões de alunos. Durante dois dias a cidade espanhola, cuja sua principal universidade está a assinalar 800 anos (a iniciativa foi integrada nas comemorações), assumiu-se como a capital do ensino superior no mundo. No evento, promovido com o forte apoio do Banco Santander, marcaram ainda presença o Rei de Espanha, Filipe VI, o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, o então Presidente do Governo Espanhol, Mariano Rajoy, a presi-
dente da Universia e do Grupo Santander, Ana Botín, o presidente do Santander Totta, António Vieira Monteiro, entre outras personalidades. Acima de tudo, o Encontro permitiu olhar para o futuro, refletir sobre as novas tendências no ensino, de como a universidade se deve posicionar perante a sociedade, os seus docentes e alunos. De como a formação deve ser feita, pois como referiu ao Ensino Magazine António Vieira Monteiro, o que se trata é de preparar o trabalho para aqueles que amanhã vão governar o mundo. Os desafios apresentados foram muitos. Marcelo Rebelo de Sousa falou da necessi-
dade de se ter uma universidade 4.0 e a trabalhar em rede, Filipe VI considera que as instituições de ensino superior precisam de reformas, aludindo aos novos desafios digitais. Ana Botín sublinhou a ideia de que o ensino universitário deve aspirar a gerar uma excelência inclusiva. A própria Declaração de Salamanca aponta no sentido da concretização daqueles desafios, referindo que a universidade deve: “flexibilizar e aplicar métodos educativos inovadores; criar alianças, cursos e certificações com empresas de diferentes setores; promover ofertas formativas híbridas e programas de formação e atualização
no local de trabalho, no âmbito de uma formação adaptada às necessidades do aluno e que se prolonga ao longo da vida; e apresentar novos títulos, sobretudo relacionados com as ciências da computação, a inteligência artificial, a ciência dos dados e a tecnologia”. São todas estas reflexões que procuramos apresentar neste suplemento que o Ensino Magazine dedica ao evento, comungando na ideia que nos acompanha desde o nosso número zero: a educação não tem fronteiras. K João Carrega _
UNIVERSIA 2018
Marcelo e Filipe VI defendem universidade na era digital 6 O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Rei de Espanha, Filipe VI, destacaram, na sessão de abertura do Encontro Internacional de Reitores, a importância das instituições de ensino superior na era digital e aquilo que esta nova realidade pode significar. O Chefe de Estado Português considera que não “há educação sem coesão” e que “onde não há coesão, há populismos, xenofobia e demagogia”, pelo que na sua perspetiva ao estar-se a trabalhar para a educação está-se a trabalhar para a coesão. Marcelo Rebelo de Sousa criticou as universidades fechadas sobre si próprias, e lembrou que a universidade deve ser 4.0. Não só na perspetiva de usar o digital, mas também de o compreender e de trabalhar em rede, de forma nacional, transcontinental e mundial. O Presidente da República lembrou que “estamos a formar alunos para um mundo em que a constante é a mudança”. Por isso, defende que as universidades sejam capazes de antecipar os desafios, “com investigação em rede, com novos métodos, com políticas públicas de consenso de regime. Educar não é tarefa de um Governo, dos partidos ou dos sindicatos. É algo universal”, referiu. Já Filipe VI sublinhou que a “universidade é uma instituição que tem a capacidade de nos levar para horizontes mais amplos, que permite que as refor-
REITOR DA UNIVERSIDAD SALAMANCA
Ricardo Ortega
O Rei de Espanha e o Presidente português abriram o Encontro Internacional de Reitores
mas se façam a tempo, que amadureçam e se consolidem”. O Monarca lembraria que “é necessário reivindicar e defender a importância e o prestígio da universidade e garantir-lhe todo o apoio necessário para que no século XXI possa seguir desenvolvendo um papel pioneiro no ensino, na investigação e na transferência de conhecimento à sociedade. Mas este papel exige reformas e atualizações”, disse, dando como exemplo a era digital, que “obriga a reorientar a visão da educação no ensino superior. Necessitamos de novas ideias que permitam ofe-
recer soluções sólidas para o presente e para o futuro”. O Rei de Espanha terminaria o seu discurso com a mesma ideia de partilha com que Marcelo Rebelo de Sousa abordou a questão de trabalhar em rede. “Devemos fazer isso (a procura de novas ideias e de novas soluções) sendo mais proativos que reativos, criando espaços de cooperação. Porque a universidade é sinónimo de universalidade e num mundo digital é importante, mais que nunca, abrir as fronteiras do conhecimento e partilhar experiências (...)”. K
Qual a importância deste encontro? Estamos muito felizes por estarmos acompanhados por todas estas universidades, no âmbito dos 800 anos da raiz universitária ibérica e ibero-americana (…) A universidade está na vanguarda, temos o melhor do futuro, que são os jovens estudantes. São eles que fazem o futuro. Poderemos preparar os alunos para profissões que vão aparecer no futuro, mas que ainda não se sabem quais são, com empatia, colaboração, capacidade de trabalhar em equipa, disciplina, esforço e curiosidade. Neste encontro gostaria de destacar o Banco Santander que é a empresa que mais investe em educação, em todo o mundo, e que teve neste encontro, que patrocinou, uma excelente organização. K
ANA BOTÍN, PRESIDENTE DA UNIVERSIA E DO GRUPO SANTANDER
O poder da educação 6 A presidente da Universia e do Banco Santander, Ana Botín, considera que “a educação não é tudo, mas é quase tudo. A educação transforma-nos: pessoalmente, emocionalmente, culturalmente e, claro, economicamente”. A responsável máxima pelo Banco Santander falava na sessão de abertura do IV Encontro Internacional de Reitores, no dia 21 de maio, em Salamanca, Espanha. Para concretizar esta sua ideia, Ana Botín apresentou três reflexões, a saber: “a educação é a base para construir sociedades mais inclusivas, prósperas e resilientes; a relação entre professor e aluno é cada vez mais mediada pela tecnologia, colocando o aluno no centro da nossa atividade; a revolução digital é um poderoso motor de mudança económica, social, política e cultural; e a importância da universidade para promover o crescimento pessoal e a mobilidade social” Para Ana Botín, “as nossas universidades ensinam que o conhecimento, a ciência
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e a experiência humana não têm fronteiras. Temos de ver a universidade como parte da resposta para formar cidadãos globais, evitando visões localistas e endogâmicas, que nos afastam da cooperação internacional”.
REITOR DA UNIVERSIDADE DO PORTO
Feyo de Azevedo Perante o auditório do Centro de Congressos de Salamanca, que foi pequeno para acolher os participantes, e sob a atenção do Rei de Espanha, Filipe VI, e do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, a presidente do Banco Santander lembrou ainda que “devemos promover uma educação superior aberta que promova valores universais, tolerância e inclusão social”, com “uma educação humanista, interdisciplinar e multidisciplinar” e uma “Universidade que seja uma fonte de inovação, de pensamento crítico e de consciência social”. A terminar, realçou que “o sistema universitário deve aspirar a gerar excelência. Uma excelência que deve ser inclusiva e contribuir para o interesse geral e para a igualdade”. Já na sessão de encerramento, Ana Botín destacou o poder transformador da tecnologia e mostrou-se como “firme defensora da inovação e do progresso tecnológico e, na mesma medida, do crescimento sustentável e inclusivo”. K
Como é que as universidades podem mudar o paradigma do ensino aprendizagem? Temos que ensinar os estudantes a aprender. Os professores são a base de tudo isto e têm que por o seu conhecimento ao dispor dos alunos. O que acontece é que os meios para disponibilizar essa informação mudaram radicalmente. E se os docentes não se adaptarem, falham nessa transmissão de conhecimento. E os professores estão disponíveis para isso, embora se lhes exija muito, quer em investigação, quer na relação com as empresas etc. No passado os professores preparavam as suas aulas e não se preocupavam mais com isso. Hoje não é assim, a dinâmica da evolução do conhecimento e da forma de interagir com os alunos faz com que os professores tenham de investir muito tempo na sua formação. E os alunos de hoje como são? Não são em nada piores que os alunos do passado. Estão habituados a ter muita informação disponível. K
EM 2017 FORAM INVESTIDOS 7 MILHÕES DE EUROS
Santander mantém apoio ao ensino superior 6 O presidente do Banco Santander Totta, António Vieira Monteiro, sublinhou, à margem do Encontro Internacional de Reitores, que decorreu entre os dias 21 e 22 de maio, em Salamanca, que o apoio às instituições de ensino superior por parte do banco é para continuar. “Essa é uma aposta para continuar”, referiu. Aquele responsável falava ao Ensino Magazine durante o Encontro Internacional de Reitores. “O apoio às universidades foi sempre o ponto fundamental da responsabilidade social do Banco Santander, quer ao nível global do grupo, quer de cada país. Em Portugal, no ano passado, investimos sete milhões de euros nesse apoio, que se traduziu em prémios, mecenato e bolsas para o estrangeiro, Erasmus e para a América Latina”, justificou. O discurso de Marcelo Rebelo de Sousa foi também destacado pelo presidente do Santander Totta. “A sua presença foi muito importante. Deixou uma lição perfeita a toda a gente, da forma como deve ser visto o ensino superior e a sua importância”.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o Presidente do Santander Totta
António Vieira Monteiro classificou este encontro como “muito importante, pois juntamos nesta iniciativa reitores de todas as universidades ibero-americanas, portuguesas, chinesas ou inglesas”. O presidente do Santander Totta acrescenta: “este é o quarto encontro e todos eles aprofundaram o trabalho realizado nas universidades. No Rio de Janeiro foi feita uma carta educativa que foi entregue aos diversos chefes do governo para o desenvolvimento universitário. Daqui vão sair conclusões que também vão ser entregues para que os vários governos possam saber o que a comunidade universidade pensa sobre a preparação das gerações futuras”. No entender do presidente do Banco Santander Totta, “é importante pensar que sem elites não há futuro. Aquilo que estamos aqui a fazer é preparar o trabalho para preparar aqueles que amanhã vão governar o mundo. Não sabemos quem são e isso não interessa. Sabemos é que no meio de todos esses estudantes vão surgir alguns que irão ter essa responsabilidade”. K
EM JANTAR DEBATE
Reitores e presidentes discutem futuro 6 Os reitores e os presidentes dos institutos politécnicos portugueses presentes no Encontro discutiram, num jantar debate promovido pelo Santander Totta e pelo Santander Universidades Portugal, o ensino superior e os desafios com que as instituições e os seus diplomados têm pela frente. Desde logo os doutorados, pessoas altamente qualificados que no entender dos responsáveis das instituições portuguesas devem estar nas empresas. A coesão territorial foi outro dos temas em cima da mesa, com Fontainhas Fernandes, presidente do Conselho de Reitores e reitor da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora e Sobrinho Teixeira, presidente do Politécnico de Bragança, a abordarem a questão e a sublinharem a importância dos alunos para o interior do país, bem como a diferenciação. Também António Fidalgo, reitor da UBI, falou dessa questão. Para o presidente do Santander Totta, António Vieira Monteiro, a sessão “foi a demonstração de que as universidades e os politécnicos estão vivos”, acrescentando que o Santander é o “banco das universidades”. O debate moderado pelo jornalista Manuel Carvalho (Público) e
Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora, participou no jantar debate realizado em Salamanca, onde participaram reitores e presidentes de universidades e politécnicos portugueses promovido pelo Santander Totta
no qual o Ensino Magazine também participou, abordou ainda questão da transferência de conhecimento para as empresas, e realizou-se à margem do Encontro Internacional de Reitores Universia 2018, reunindo 75 por cento dos responsáveis das instituições de ensino superior portuguesas. O reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, aproveitou a ocasião para criticar a política de emprego científico que vigora no nosso país, que embora tenha aspetos positivos, “atrasa a implementação dos doutorados nas empresas”. Seguindo a mesma linha, João
Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra, defendeu que “não faz
sentido” o Estado aspirar a ser o grande empregador da ciência, até porque “jamais terá recursos para empregar todos os doutorados”. O reitor de Coimbra criticou ainda o modo como os projetos são executados, que impedem muitas vezes a contratualização de investigadores. “Quando queremos ser competitivos em termos globais estes pequenos detalhes criam enormes dificuldades. Sinto-me preso a um conjunto de regras horríveis, a um processo legislativo aleatório feito por gente que não sabe o que está a fazer. Isto é desesperante”, disse. Num debate interessante e informal, Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora, considerou que, apesar de ser essencial que as universidades persistam na missão de formar pessoas, neste momento
estão “a formar mais gente do que o país é capaz de empregar”. É aqui que a reitora encontra a justificação para a recente política de emprego científico, procurando fazer do Estado a solução para o problema. Já no entender de Arlindo Oliveira, presidente do Instituto Superior Técnico, “o emprego científico está a dar o estímulo errado”. na sua perspetiva “os doutores têm que perceber que têm que ser parte do setor produtivo, que não vão para as empresas escrever artigos”. O debate trouxe à mesa a questão “Como é que num país com tantos doutorados e com empresas com tanta necessidade deles as coisas não ligam?”. A pergunta foi feita por Daniel Traça, diretor da Nova School of Business and Economics. K
O Santander Universidades Portugal e a comunicação social portuguesa que acompanhou o Encontro de Reitores
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Reitores de universidades, Presidentes de politécnicos portugueses e responsáveis pelo Santander Totta e pelo Santander Universidades no Encontro Internacional de Reitores
ENCONTRO INTERNACIONAL DE REITORES DA UNIVERSIA 2018
Declaração de Salamanca 6 O Ensino Magazine acompanhou o IV Encontro Internacional de Reitores da Universia. Uma iniciativa que representou cerca de 10 milhões de alunos de todo o mundo e que permitiu discutir e analisar o ensino superior, o seu futuro e os desafios que universidades e politécnicos têm pela frente. No final foi publicada a Declaração de Salamanca, que aqui reproduzimos na íntegra, como documento conclusivo do encontro: “O IV Encontro Internacional de Reitores da Universia, realizado em 21 e 22 de maio de 2018 em Salamanca no 8.º centenário da sua Universidade e com o slogan Universidade, Sociedade e Futuro, permitiu a mais de 700 reitores e representantes académicos de 26 países refletirem juntos na Universidade do século XXI num momento de profunda mudança e o seu papel fundamental no desenvolvimento social. Durante dois dias, os participantes puderam participar em 13 mesas de debate sobre temas estratégicos, como formação e aprendizagem, perante o impacto da transformação digital, transferência de conhecimento e P&D&I no horizonte de 2030, promovendo Empreendedorismo ou a empregabilidade de graduados universitários, entre outros tópicos, e demonstrou a grande responsabilidade que as universidades têm nesse contexto. O efeito da revolução tecnológica já está aqui e muitos setores estão a sentir o seu impacto. O Ensino Superior não é a exceção e as diversas tendências tecnológicas e sociais têm o potencial de transformar o modelo educacional e operacional das universidades. Os debates que ocorreram em Salamanca em 2018 apontam algumas ações e programas especialmente relevantes para as universidades, tais como: flexibilizar e aplicar métodos educativos inovadores e repensar os processos organizacionais, administrativos e de sustentabilidade; criar alianças, cursos e certificações com empresas de diferentes setores; modelos de certificação novos e alternativos e integração com plataformas globais; ofertas formativas híbridas e programas de formação
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e atualização no local de trabalho, no âmbito de uma formação adaptada às necessidades do aluno e que se prolonga ao longo da vida; novos títulos, em especial títulos relacionados com as ciências da computação, a inteligência artificial, a ciência dos dados e a tecnologia; e maior ênfase na educação humanística, bem como nas competências transversais dos alunos. As universidades são sinónimo histórico de geração de conhecimento e pilares essenciais e insubstituíveis do progresso científico. A investigação e a formação de investigadores devem continuar a ser uma das marcas da Universidade. No entanto, a maneira de fazer investigação mudou e as universidades devem adaptar-se a ela. Por um lado, existem outros órgãos, públicos e privados, que são hoje agentes ativos na investigação. A universidade deve interagir e colaborar com eles. Por outro lado, a sociedade deve perceber, tanto a nível local e regional em que a Universidade está inserida, como a nível global, e numa realidade em que o conhecimento não tem fronteiras, que a investigação das universidades aporta valor. Ou seja, utiliza os seus recursos e a sua autonomia para o estudo, em liberdade e a serviço dos interesses gerais, dos problemas que afetam e preocupam a sociedade. A Universidade deve fazer um esforço para informar e explicar o que faz, porquê e para quê. Para tal, a investigação deve ser aberta, participativa e colaborativa, o que requer a revisão dos paradigmas de financiamento e avaliação de universidades e investigadores. Por fim, a investigação deve ser interdisciplinar e abranger todas as áreas, dando especial atenção a um equilíbrio harmonioso e sustentável entre os avanços tecnológicos e científicos, especialmente os mais disruptivos e os valores humanos. Os debates realizados sobre a contribuição das universidades para o desenvolvimento social e territorial revelam a existência de profundas desigualdades nas nossas sociedades. As universidades refletem essas desigualda-
des e não podem eliminá-las por si só, mas podem e devem ser uma parte importante da sua solução, sendo exemplos de equidade e diversidade e atuando como agentes transformadores do sistema económico e social. Para isso, precisam de fortalecer as colaborações com diferentes setores da sociedade, incluindo, entre outros, a iniciativa privada, as comunidades locais, os meios de comunicação, a classe política e as organizações não-governamentais, bem como outras universidades. Devem também fazer uma reflexão estratégica perante os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, no marco de uma política universitária de cooperação social, que deve necessariamente incluir aspetos de acesso, equidade, internacionalização e espírito inovador e empreendedor. Consequentemente, a autorreflexão é essencial, a busca constante de boas práticas e novas ideias, e a disposição de se adaptar e mudar, para continuar a contribuir de forma contundente para o desenvolvimento social e territorial. Em conclusão, um contexto de mudança acelerada e constante, que coloca à nossa sociedade do conhecimento desafios transcendentais, como o crescimento equitativo e sustentável, requer uma Universidade que seja capaz não apenas de se adaptar, mas de liderar a mudança. Isso requer configurar a própria estratégia institucional para cumprir um papel relevante na construção de um futuro melhor, tanto para as comunidades em que está inserida como para a sociedade como um todo, sendo as alianças entre universidades e a colaboração com outros agentes decisivas, com o objetivo comum de melhorar a qualidade de vida das pessoas. O desenvolvimento de uma cidadania crítica, ética e capaz é e continuará a ser tarefa insubstituível da Universidade; a criação, transmissão e transferência de conhecimento que permita enfrentar os desafios supracitados; e defender o papel da educação como instrumento decisivo para o futuro dos povos e territórios”. K
UNIVERSIDADE DE S. PAULO
Marco António Zago As universidades estão a apanhar o comboio da evolução tecnológica? Estão. Uma das questões que afeta as universidades diz respeito à formação e qualificação dos docentes e à avaliação da aprendizagem. Isso aplica-se a todas as formas de ensino e, agora, também ao mundo digital. Por outro lado, a introdução dos meios digitais muda muito a organização da universidade para ensinar, fazendo com que espaços tradicionais como as bibliotecas tenham uma função nova. Em muitas universidades, a biblioteca é uma peça central na educação, onde os estudantes compartilham conhecimento entre si e com os professores. São espaços de estudo, de colaboração e de interação, ao contrário do que acontecia no passado em que um investigador se sentava para ler, com calma, um artigo cientifico. K
Ensino Magazine presente no Encontro