setembro 2017 Dossier dedicado à Universidade da Beira Interior
Produção :RVJ - Editores
www.ensino.eu DOSSIER
UBI quer que a cidade seja um campus universitário
A Universidade da Beira Interior deve atingir, a médio prazo, os 10 mil alunos. Essa é a perspetiva do reitor da instituição, António Fidalgo, que quer transformar a Covilhã num verdadeiro campus universitário. C P II E III
HABITAÇÃO
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
UBI relança site para alojamento
Universidade António Fidalgo ganha 3 novos apresenta os desafios da UBI projetos C
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ENTREVISTA
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A MÉDIO PRAZO E COM ESTUDANTES ESTRANGEIROS
UBI pode chegar aos 10 mil alunos 6 António Fidalgo está a iniciar o seu segundo mandato enquanto reitor da Universidade da Beira Interior. Em entrevista ao Ensino Magazine explica quais são as suas prioridades e lembra que a Covilhã poderá tornar-se numa cidade «campus» universitária. A médio prazo, o reitor da instituição diz que a UBI pode chegar aos 10 mil alunos. Está a iniciar o seu segundo mandato como reitor da Universidade da Beira Interior. Qual o balanço que faz dos últimos quatro anos? Invertemos uma situação de perda de estudantes, que resultou da crise que afetou o país e que se repercutiu na procura da universidade, que perdeu cerca de mil alunos. Neste momento recuperámos esse número, ultrapassámos a fasquia dos sete mil alunos e desses mil são estrangeiros. Temos aumentado progressivamente o número de alunos internacionais e estrangeiros – de países que falam a língua portuguesa-, ao nível do 1º ciclo, mas também nos segundo e terceiro ciclos. Quando tomou posse para o seu primeiro mandato um dos aspetos que focou foi a falta de gente no interior. A estratégia foi captar alunos noutros locais e países? Isso foi reconhecer a realidade. Os dados que temos é que a frequência do ensino básico e secundário tem uma diminuição progressiva. Primeiro tivemos o fecho de 50% das escolas de ensino básico em Portugal, e neste momento os alunos estão a baixar no terceiro ciclo do ensino básico e no ensino secundário. Nós estamos a prepararmo-nos para fazer face a essa situação. UBI H
Está a partir para o segundo mandato, quais são as prioridades? São várias. A primeira é a sustentabilidade, que passa por continuar este esforço da captação de alunos internacionais, por aumentar a população universitária dentro da Covilhã, procurando fazer com que esse aumento corresponda à criação de uma cidade «campus» universitária. Esse foi o repto que fiz no último aniversário da UBI, como um recado à cidade e às forças políticas, para que assumam de vez a Covilhã como uma cidade «campus» universitária. E até onde pode crescer a UBI em termos de alunos? Pode chegar aos 10 mil alunos. Nós temos capacidades físicas edificadas para dar um ensino de qualidade a esse número de alunos. Será uma meta que não será atingida neste meu mandato. Mas quando chegarmos a esse número, metade ou mais de metade dos alunos serão estrangeiros. Além da sustentabilidade, que ou-
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António Fidalgo, reitor da UBI, diz que a Covilhã deve tornar-se numa cidade «campus» universitária tras prioridades tem a UBI? Como segundo aspeto destacaria a necessidade de se encontrar um orçamento justo para a UBI. Isso é absolutamente necessário para que a universidade possa prosseguir nesta senda de qualidade e de afirmação e de progressiva presença na região e na sociedade do interior do país. Outra prioridade passa pela responsabilidade social. Vamos dar um enfoque especial a esta componente, criando mesmo um pelouro para essa área. Falou da questão do financiamento. Este ano a UBI decidiu não apresentar o orçamento à tutela. Que motivos levaram à tomada de posição? A proposta que a tutela nos enviou foi da ordem 24 milhões e 800 mil euros. Um valor que fica cerca de 1,5 milhões de euros abaixo das necessidades da UBI. Obedecendo à Lei, que impede qualquer instituição de sobreorçamen-
tar receitas, entendemos que não havia condições para apresentar o orçamento. Portanto a UBi está a cumprir a Lei? Estamos a cumprir a Lei e as regras contabilísticas. Agora vai ter que negociar com o Ministério? Eu tive oportunidade de comunicar à tutela a impossibilidade da UBI submeter o seu orçamento. Solicitei à Comissão de Educação e Ciência para debater o assunto. E quando é que esta questão poderá ficar ultrapassada? Quando o Parlamento retomar os seus trabalhos e, mais tardar, quando houver a discussão na especialidade do Orçamento de Estado. Há pouco falou no desejo da Covilhã se tornar uma cidade «campus» univer-
sitária. Sente que a cidade está preparada para responder a esse desafio? Está. A questão crucial que aqui temos é a oferta residencial. A maior parte dos alunos que temos está deslocada. Uma das nossas grandes vantagens competitivas é o custo de vida e o clima que se vive aqui, onde os alunos podem viver 24 horas por dia a universidade, pois ela está sempre aberta. Essa foi uma das suas primeiras apostas, ter a UBI aberta 24 horas por dia… Foi e felizmente o retorno foi excelente. A aposta que se fez na biblioteca central, e que agora estamos a estender a toda a universidade, foi muito importante. Hoje temos uma cidade mais movimentada e uma comunidade vibrante dentro da universidade. Numa outra perspectiva, a UBI tem dinamizado os seus espaços e isso deve-se também à parceria com os priva-
dos. Neste momento temos cinco bares concessionados a duas empresas diferentes, e isso resultará num melhor serviço prestado aos estudantes. Sem esse apoio não poderíamos ter a universidade a «bombar» as 24 horas do dia. O professor já foi eleito para este novo mandato por um novo Conselho Geral. Como é que o carateriza? Eu fui eleito pelo mesmo número de votos que na primeira eleição, pelo que me sinto bastante confortável com a confiança que o Conselho Geral me depositou. O anterior Conselho teve como presidente uma grande figura, o professor Paquete de Oliveira, que entretanto faleceu; e o novo tem a presidi-lo o professor Ferreira Gomes, reconhecido académico que foi secretário de Estado do Ensino Superior. O Conselho Geral é um importante instrumento de reforço da posição da universidade. A composição deste Conselho abrange várias áreas… 50 por cento dos membros cooptados são ex-alunos da UBI. Além de académicos, temos empresários, membros da sociedade civil ou da comunicação social. A ligação da UBI às empresas é fundamental para o seu desenvolvimento? É fundamentalíssima. A colaboração com as empresas tem sido feita na UBI, através dos estágios dos alunos, nas parcerias de investigação e na resposta aos concursos para fundos comunitários. Ao nível da oferta formativa, vão surgir novidades para este ano? Gostaria de salientar a criação de um doutoramento em «Media Arts», que surge na sequência do investimento que a universidade tem feito, desde há duas décadas, nas componentes artística e mediática. A A3ES acreditou pelo período máximo esse curso. Mudando de assunto, a relação entre a Reitoria e a Associação Académica é positiva? Tem sido muito positiva. Ao nível desportivo temos vindo a conquistar troféus, mesmo a nível internacional. Mas também noutros setores. O facto da Associação de estudantes ocupar o centro da cidade, faz com que tenha uma grande dinâmica e procura. K
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UBI abre portal do alojamento 6 Numa altura em que se aproxima o início do ano letivo e a chegada de novos estudantes à cidade da Covilhã, a Universidade da Beira Interior (UBI) mantém em atividade o portal criado para ajudar os membros da academia a encontrar alojamento. A página apresenta anúncios que são publicados e/ou atuali-
zados pelos promotores dos espaços disponíveis para arrendar, facilitando a consulta da oferta existente em qualquer altura do ano. Para tornar a procura mais eficaz, Alojamento.ubi.pt inclui um conjunto de filtros que permitem selecionar categorias como o local mais adequado às
necessidades de quem procura (a proximidade de uma determinada faculdade, por exemplo), a tipologia da habitação e o custo do espaço, entre outros. Todos os restantes aspetos da relação entre promotores e os arrendatários são depois da responsabilidade dos mesmos. Este site foi lançado pela UBI
em 2016, com o objetivo de contribuir para a melhor instalação dos seus estudantes, dando a conhecer algumas opções de alojamento no mercado de arrendamento, que são complementares às sete residências universitárias dos Serviços de Ação Social, onde existem mais de 800 camas. Site Alojamento:www. ubi.pt/Sites/alojamento/pt/ K
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Universidade ganha mais três projetos 6 A Universidade da Beira Interior acaba de receber a aprovação de três projetos no âmbito do Programa POSEUR. Com um valor global de 750 mil euros, os projetos visam melhorar a eficiência energética e serão aplicados em equipamentos e obras a realizar nos edifícios da Biblioteca Central e nas faculdades de Engenharia, Ciências e Artes e Letras. De acordo com o vice-reitor responsável pelas instalações, Mário Raposo, “estas intervenções enquadram-se no plano de
manutenção dos edifícios da UBI que com o passar dos anos vão precisar cada vez mais deste tipo de investimentos”. Por outro lado, “a UBI demonstra o seu empenho em contribuir para a estratégia nacional da politica energética, em linha com as metas comunitárias, de atingir uma redução significativa do consumo de energia primária”, diz ainda Mário Raposo. A UBI aguarda também a aprovação de outros dois projetos na área da eficiência energética. K
TOMADA DE POSSE
Nova equipa reitoral entra em funções 6 A próxima equipa reitoral da Universidade da Beira Interior (UBI) vai manter a maioria dos elementos que acompanharam o reitor António Fidalgo durante o primeiro mandato. A tomada de posse decorreu a 7 de setembro, no Grande Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde. Mário Lino Barata Raposo, Professor Catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (Departamento de Gestão e Economia), vai manter-se na equipa com a pasta da Área Financeira. Mário Raposo é investigador do NECE - Research Center in Business Sciences e dirigiu nos últimos quatro anos o CFIUTE - Centro de Formação Interação UBI Tecido Empresarial e o Gabinete de Inovação e Desenvolvimento. Foi ainda membro do Conselho de Gestão. Na Vice-Reitoria para a Área de Investigação mantém-se Paulo Rodrigues Lima Vargas Moniz, Professor Catedrático da Faculdade de Ciências. João Manuel Messias Canavilhas, da Faculdade de Artes e Letras, continua como Vice-Reitor para o Ensino, Internacionalização e Saídas Profissionais. O Professor
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Associado do Departamento de Comunicação e Artes e investigador do LabCom.IFP - Comunicação Filosofia e Humanidades, mantém-se como responsável pelo GISP - Gabinete Internacionalização e Saídas Profissionais e o mantém o lugar no Conselho de Gestão. O Professor Auxiliar com Agregação José Carlos Páscoa Marques, da Faculdade de Engenharia, será o Vice-Reitor para a Área de Projetos, função que ocupava na anterior equipa, mas enquanto
Pró-Reitor. Ana Catarina dos Santos Carapito, da Faculdade de Ciências, é um dos novos nomes da equipa reitoral, substituindo Isabel Maria Romano da Cunha como Pró-Reitora para a Qualidade. É Professora Auxiliar e Presidente do Departamento de Matemática. Manuel Carlos Loureiro Lemos é reconduzido no cargo de Pró-Reitor para a Articulação da Universidade com a Comunidade na Área da Saúde. O Professor Associado da Fa-
culdade de Ciências da Saúde (Departamento de Ciências Médicas) é investigador do CICS - Centro de Investigação em Ciências da Saúde e diretor do UBIMedical. No próximo mandato, uma das apostas da UBI é a Responsabilidade Social, para a qual foi criada uma Pró-Reitoria específica, que será dirigida por Anabela do Rosário Leitão Dinis, Professora Auxiliar da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. K
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