outubro 2018 Dossier dedicado ao Instituto Politécnico de Castelo Branco
www.ensino.eu
DOSSIER
38º ANIVERSÁRIO ASSINALADO DIA 29 DE OUTUBRO
IPCB com projeção nacional e internacional
Publicidade
ENTREVISTA
COOPERAÇÃO
Presidente do IPCB define objetivos para a instituição
Autarcas destacam papel do politécnico
C
P IV E V
OUTUBRO 2018 ///
C
P VII
ESCOLA SUPERIOR DE GESTÃO
Sara Brito Filipe é a nova diretora 7 Sara Brito Filipe, que nos últimos oito anos desempenhou as funções de sub-diretora da Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco, foi eleita como diretora daquela escola, no passado dia 9 de outubro. Sara Brito substitui no cargo Ana Rita Garcia, e terá como sub-diretor João Renato Sebastião. Em declarações ao Ensino Magazine, a nova diretora revela que a sua candidatura resultou “de uma profunda reflexão e ponderação, de vontade pessoal e elevado compromisso institucional, fruto de um processo partilhado com a comunidade académica e com as instituições do concelho de Idanha-a-Nova”. A tomada de posse decorrerá no dia 5 de novembro, na Escola Superior de Gestão. Sara Brito considera que a “ESGIN estará preparada para enfrentar os desafios que se avizinham e que são enormes. Sabemos todos o impacto da sua prePublicidade
sença, em particular na região em que está inserida, seja a nível educativo, social, económico ou cultural”. Sara Brito considera que “a ESGIN, enquanto instituição de ensino superior, é uma referência no panorama regional e nacional. Construiu uma história e uma identidade própria”. A nova diretora é dou-
torada em Marketing e em Gestão Comercial, e fez parte de órgãos de gestão organizacional, científica e pedagógica. Na escola, foi presidente do Conselho Técnico-Científico, vice-presidente do Conselho Pedagógico e membro do Conselho de Representantes. Nos últimos oito anos foi sub-diretora da escola. K
CONFERÊNCIA
IPCB e Santander debatem desafios do rio Tejo 7 Inserido na iniciativa “Conferências do Politécnico/Banco Santander Totta”, realizou-se no dia 10 de outubro, no auditório Comenius dos Serviços Centrais e da Presidência do Instituto Politécnico de Castelo Branco, uma conferência subordinada ao tema “Rio Tejo: Desafios e Oportunidades”, proferida por António Carmona Rodrigues. A iniciativa serviu, sobretudo, para se debater os problemas e as oportunidades que o Rio Tejo traz ao país. Carmona Rodrigues foi presidente da Câmara de Lisboa e Ministro das Obras públicas. K
II
/// OUTUBRO 2018
CENTRO DE CIÊNCIA, TRADIÇÃO E CULTURA
Unesco e IPCB fazem acordo 6 A Comissão Nacional da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), através do seu vice-presidente, Lobo Mesquita, e o Instituto Politécnico de Castelo Branco, representado pelo seu presidente, António Fernandes, assinaram dia 17 de setembro, um protocolo de cooperação que resultou na criação de um Clube Unesco na instituição. O desafio partiu do Centro de Ciência, Tradição e Cultura do instituto albicastrense, que assim viu reconhecido o trabalho desenvolvido. Lobo Mesquita mostrou-se satisfeito com a assinatura do acordo, lembrando que “Portugal está fortemente empenhado na Unesco, instituição que tem um prestígio global importante. Mas é fundamental que essa presença se faça nas instituições”. Aquele responsável sublinhou o facto da região de Castelo Branco fazer já parte do Geopark Naturtejo e da Rede de Cidade Criativas (através de Idanha-aNova), ambas com a chancela da Unesco. Ainda ao nível da educação, a publicação Ensino Magazine, que tem a sua sede em Castelo Branco e que tem uma distribuição nacional e internacional, faz também parte da Rede de Escolas Associadas da Unesco. António Fernandes, presidente do IPCB, considera importante o acordo agora assi-
nado, classificando o momento como muito feliz para a instituição. “Este protocolo resulta do trabalho feito e que agora foi validado pela Unesco”. O responsável da instituição albicastrense classificou o trabalho das docentes que fazem parte do Centro de Ciência, Tradição e Cultura como “notável. Foi com entusiasmo que recebi a notícia que viria a ser considerado um Clube Unesco. As instituições devem ter
um papel de dinamizar as regiões em que se inserem, e o IPCB estará disponível para apoiar este trabalho”. Por sua vez, o presidente da autarquia, Luís Correia, considera que “a Unesco é uma instituição que nos ajuda e ajudará as nossas instituições. A Câmara de Castelo Branco há muito que defende a cultura e as tradições, as quais constituem uma aposta forte da nossa parte. E estes
centros podem contribuir para isso”. Luís Correia destacou ainda a parceria entre as instituições. “Temos tido a capacidade de diálogo com o Politécnico. Contém com a Câmara para desenvolvermos projetos que nos valorizem a todos nós. Este é um caminho que não dá resultados no curto prazo, mas certamente que este protocolo trará vantagens para todos”. Este protocolo tem por base três objetivos, a saber: pesquisar aspetos relacionados com as nossas tradições e a nossa cultura, recorrendo a uma grande diversidade de fontes; construir materiais e recursos didáticos que permitam levar as pessoas a conhecer, estudar e valorizar a cultura e as tradições portuguesas e divulgar os materiais, recursos e conhecimentos em novos contextos para maior difusão e valorização das nossas tradições e da nossa cultura. O protocolo estabelece ainda que para atingir os objetivos, o centro “continuará a desenvolver um conjunto diversificado de abordagens metodológicas: pesquisas bibliográficas, trabalhos de campo, trabalhos experimentais, debates, workshops, seminários, visitas de estudo, cursos, publicação de livros, gestão de um site e de uma página de facebook, entrevistas, concursos, organização de eventos e participação em congressos”. K
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
João Serrano toma posse como diretor 6 João Serrano, que nos últimos quatro anos liderou os destinos da Escola Superior de Educação de Castelo Branco (ESE), acaba de tomar posse para o seu segundo mandato. Na cerimónia, o diretor da instituição deu posse também à sua subdiretora, Fátima Regina, e anunciou a continuidade de Sónia Balau como assessora da direção, mantendo assim toda a equipa que o acompanhou no primeiro mandato. Para o diretor da ESE, a “escola deve ser inovadora com a oferta de cursos estruturantes”. No discurso de tomada de posse, falou em sinergias para tornar mais fortes as unidades de investigação do Instituto Politécnico de Castelo Branco, destacando também o reforço com toda a envolvente da escola e a criação de dinâmicas de internacionalização nos espaços ibérico, lusófono e ibero-americano. Um dos aspetos que no seu entender urge resolver diz respeito ao corpo docente, nomeadamente “à sua renovação e à progressão na carreira”. Falando para um auditório composto por docentes e alunos, o diretor da ESE lembrou que “o desenvolvimento de uma unidade orgânica, como a Escola Superior de Educação, deve ter uma estratégia conjunta com o Politécnico, autarquias, parceiros sociais e forças vivas da região”. João Serrano recordou também a sua gestão dos últimos quatro anos de dire-
ção, “os quais foram assentes numa gestão solidária e não centralista”, agradecendo por isso a todos os que com ele colaboraram. António Fernandes, presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, elogiou os trabalhos da Escola nos últimos quatro anos, que “foi de sucesso. Os resultados obtidos pela ESE podem encher de orgulho a direção da escola. Com exceção de Ensino Básico (na fase da candidaturas ao ensino superior) conseguiram praticamente o pleno nos outros cursos”. Também no caso dos cursos técnicos superiores profissionais, o presidente do Politécnico destacou a boa
performance da Escola Superior de Educação, com quatro cursos validados e que irão funcionar este ano. O presidente do IPCB considerou que a sustentabilidade financeira da instituição é uma prioridade nesta primeira fase do seu mandato: “Queremos tornar o IPCB mais saudável, pois cerca de 95% do orçamento destina-se a vencimentos. Queremos consolidar o Politécnico e depois avançar para o resto”. António Fernandes sublinhou ainda que o IPCB tem “recursos humanos altamente qualificados, com muitos doutorados”. O presidente do Politécnico destacaria ainda as taxas de colocação de novos alunos, ex-
plicando que cerca de “50% dos novos estudantes que nos procuram fazem-nos por outras vias que não o Concurso Nacional de Acesso”. A sessão contou também com a presença do presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia. O autarca encerrou a sessão, destacando o trabalho efetuado por João Serrano nos últimos quatro anos. “O nosso relacionamento foi pautado por lealdade, sentido institucional e disponibilidade. Desta forma conseguimos construir mais e melhor. Mesmo nas dificuldades, houve sempre uma boa relação com a ESE e a Câmara estará sempre disponível para ser um parceiro”. Luís Correia elogiou os diplomados pela escola e aquilo que eles têm contribuído para o desenvolvimento do concelho. “Hoje nas associações há recursos humanos formados nesta escola (…) o que lhes permite dar um salto qualitativo”. O autarca explicou ainda a questão da Câmara de não dar apoio à antiga equipa de futebol sénior do IPCB: “Expliquei, olhos nos olhos, essa questão. Havia um acordo com as outras associações e coletividades, onde ficou definido que apenas uma teria uma equipa sénior, mas nunca regateámos o diálogo”. Luís Correia terminou reafirmando que a ESE e o IPCB podem contar “com uma colaboração frontal e cordial da Câmara de Castelo Branco”. K
OUTUBRO 2018 /// III
POLITÉCNICO ASSINALA 38 ANOS
IPCB com projeção nacional e internacional 6 O Insituto Politécnico de Castelo Branco está a assinalar 38 anos de vida. António Fernandes, o presidente da instituição, diz que o IPCB “tem um imenso capital humano que nos dá projeção regional, nacional e internacional”. Em entrevista, o responsável máximo pela instituição fala em grandes desafios que passam pela sustentabilidade demográfica e orçamental, e pelo ajuste de escala. Este ano a instituição acolheu 1532 novos alunos tendo em conta todas as ofertas formativas. António Fernandes, na sua primeira grande entrevista após ter sido eleito presidente do IPCB, fala também da captação de alunos internacionais, da investigação no Politécnico e da possibilidade de virem a ser criados doutoramentos. Quase quatro décadas depois de ter sido criado, que desafios se colocam ao Instituto Politécnico de Castelo Branco? O desafio principal de hoje é o mesmo de sempre: adaptar e concretizar a sua missão aos novos estímulos resultantes de alterações de contexto. Mas encaro com confiança os desafios. Em grande parte, pelo imenso capital humano que o IPCB dispõe e que nos dá projeção regional, nacional e internacional. Com visão e estratégia, teremos que ser capazes de saber aproveitar os desafios que se colocam ao nível do ensino, da investigação, da prestação de serviços bem como no quadro das artes, da cultura, do desporto, da tecnologia ou do pensamento. De forma mais objetiva diria que os desafios são aqueles que identifiquei e que referi no Programa de Ação que apresentei ao Conselho Geral: Sustentabilidade demográfica. A tendência de redução demográfica da região centro, e particularmente no interior da região, é absolutamente preocupante e terá consequências muito relevantes relativamente ao número de estudantes que ingressarão no ensino superior; Sustentabilidade orçamental. A instituição terá que melhorar ao nível da utilização de recur-
IV
/// OUTUBRO 2018
António Fernandes, presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco
sos e reduzir a percentagem do orçamento total em despesas com pessoal; Ajuste de escala, conjugando horários e turmas que vise melhorar níveis de eficiência, designadamente no que se refere à carga horária de docentes e recursos técnicos usados. Este ano houve uma redução de cerca de três mil alunos na fase nacional de acesso ao ensino superior. Uma redução que coincidiu com o aumento de 5% nas vagas das instituições de ensino superior. Que balanço faz do comportamento do IPCB no que respeita à captação de novos alunos? Faço um balanço muito positivo. Concluídas todas as fases de candidatura ao ensino superior para o ano letivo de 2018/19, entraram no Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) nos cursos de licenciatura 1015 alunos (mais 29 que o ano letivo anterior). 532 provenientes do concurso nacional de acesso, 50 do concurso local e 433 vindos de outros regimes. Pelo sexto ano consecutivo ve-
rificamos um aumento do número de alunos que ingressam no IPCB. Relativamente aos estudantes internacionais, tivemos um aumento muito significativo, no presente ano letivo, ao matricularem-se 228 estudantes (mais 78 estudantes que o ano letivo anterior). No que respeita às outras ofertas formativas, matricularam-se no presente ano letivo nos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP) 304 novos alunos (mais 72 que o ano letivo passado) e nas Pós-graduações e Mestrados 212, estando ainda a decorrer uma fase de candidaturas. Considerando todas as ofertas formativas, entraram no IPCB no presente ano letivo 1532, mais 52 que no ano passado, onde ingressaram no IPCB 1479 novos alunos. A estes juntam-se os alunos dos cursos de ensino a distância... Sim, é verdade. Temos as pós-graduações em Sistemas de Informação Geográfica (13 admitidos); Proteção Civil (24 admiti-
dos + 12 admitidos condicionalmente); e Gestão de Negócios (19 admitidos + 12 admitidos condicionalmente). O que se verifica é que o Concurso Nacional de Acesso tem vindo a perder importância para a entrada de jovens no ensino superior… A nível nacional cera de 1/3 dos estudantes ingressaram no ensino superior por regimes de ingresso que não o Concurso Nacional de Acesso (CNA). Esta questão foi aliás vincada pelo Senhor Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. No IPCB cerca de metade dos estudantes ingressaram este ano por via do CNA e outra metade por outros regimes de ingresso. Não me parece que haja qualquer problema com este aspeto. Temos imensos casos de sucesso de diplomados do IPCB que ingressaram por outra via que não o CNA e que são excelentes quadros de empresas e instituições tanto a nível regional como nacional. A abertura dos CTESP’s, apesar das dúvidas iniciais aquan-
do da sua criação, está a ser positiva para o IPCB? Relativamente ao número de estudantes está a ser muito positiva. Do ano passado para este ano letivo tivemos um aumento de 72 estudantes. São formações interessantes do ponto de vista da resposta às necessidades de técnicos com que as organizações atualmente se deparam. É uma formação mais curta, mais especifica e que possibilita ainda o ingresso no ensino superior. Reitero que temos imensos casos de sucesso de diplomados do IPCB que ingressaram por outra via que não o CNA. Muitos dos estudantes dos CTeSP estão a ingressar nas licenciaturas do IPCB. A diminuição do número de alunos nos ensinos básico e secundário pressupõe que haja menos candidatos no futuro para o ensino superior. Este é um problema demográfico. Mas depois há o outro, pois muitos dos jovens que terminam o secundário ou o ensino profissional não querem seguir estudos.
Se a questão demográfica não se resolve de um ano para o outro, considera haver condições para convencer os jovens que estudar compensa? A questão demográfica é de facto algo muito preocupante para todo o país. E é um problema com que a nossa instituição se depara. O número de jovens com 18 anos vai decrescer em Portugal a uma taxa média de 1% ao ano. Nas previsões para a Região Centro, a taxa de variação média anual dos jovens com 18 anos será da ordem dos 2,5%. Isto é absolutamente dramático. Em trinta anos teremos, na região centro, o número de jovens com 18 anos reduzidos a cerca de metade. Mantenho alguma esperança em que no curto prazo o país vai deixar de desperdiçar cerca de 2/3 dos jovens que terminam o ensino secundário ou o ensino profissional e não ingressam no ensino superior. Considero que é uma questão absolutamente crucial para Portugal, que temos que melhorar e que presentemente não contribui para a sociedade desenvolvida que queremos e merecemos ser. A captação de alunos estrangeiros é outra das soluções que as instituições de ensino superior procuram. O IPCB tem vindo a aumentar o número desses alunos? Qual é a expetativa, ou o objetivo, no curto-médio prazo? Este ano aumentámos o número de estudantes internacionais. Temos mais 78 estudantes que no ano passado. A cidade e a região deverão, na minha opinião, valorizar a vinda destes estudantes e apoiar a sua integração. Temos alguns casos sinalizados de estudantes com dificuldade de arranjar alojamento em castelo branco. Com as nossas residências temos ajudado na medida do possível. O facto do IPCB estar sedeado em Castelo Branco e ter também uma escola em Idanha-a-Nova, é um fator de atratividade para os alunos estrangeiros, que assim podem estudar num ambiente seguro, acolhedor e mais económico que nas grandes cidades? Considero que sim. É incomparável o custo de vida com uma grande cidade. A questão da segurança é outro fator também muito valorizado pelos estudantes e pelas entidades internacionais parceiras do IPCB. Recentemente foi aprovada legislação que permitirá aos politécnicos atribuir o grau de doutoramento. O IPCB está posicionado para poder avançar nalguma área quando isso for possível? Os doutoramentos deixam de estar dependentes do subsistema a que pertence a Instituição de Ensino Superior. Deixa de ser um impedimento legal e passa a depender de um conjunto de critérios objetivos que são iguais para universidades e politécnicos. Um dos critérios é as IES demonstrarem que produzem ciência na área em que querem abrir essa formação e as unidades de investigação associadas têm de ter a classificação mínima de Muito Bom na avaliação da FCT. É um trabalho exigente que tem que ser feito, mas que demora o
seu tempo. A organização em consórcios, trabalhando em rede e aproveitando o que existe de melhor em cada instituição de ensino superior parece-me uma boa opção. O IPCB está naturalmente disponível para o fazer. É nessa perspetiva que irão funcionar as unidades de investigação? Sem dúvida. O IPCB possui atualmente 6 Unidades de Investigação e Desenvolvimento (UID). Sou de opinião que, especialmente no ensino superior politécnico, as práticas de ensino e aprendizagem devem focar-se nas profissões e terem suporte nas atividades de investigação. Esta evolução do IPCB para um nível organizacional científico e tecnológico que estimula os valores intrínsecos das atividades de investigação terá forte impacto na Instituição permitindo a criação de grupos fortes de investigação que diferenciam a instituição em termos de oferta formativa. Referiu, recentemente, que uma das primeiras prioridades do seu mandato é equilibrar financeiramente a instituição. De que forma isso poderá ser feito? Quanto à questão financeira, teremos que apostar em políticas concretas de aumento de receitas, designadamente através de projetos com enquadramento em fundos nacionais e europeus. Simultaneamente adotar um modelo de governação e gestão assente em critérios objetivos, transparentes e bem comunicados a toda a comunidade. Este ano foram definidos critérios para as renovações de contrato e novas contratações que foram comunicados objetivamente aos diretores. Juntamente com os diretores das escolas, tentámos melhorar a
coordenação de horários e turmas que vise melhorar níveis de eficiência, designadamente no que se refere à carga horária de docentes e recursos técnicos usados. Decidimos ainda avançar com algumas medidas gestionárias. Uma medida que tomámos este ano foi decidir só abrir 2ª fase de candidaturas nos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP) onde se verificou um número mínimo de estudantes colocados/matriculados na 1ª fase de forma que o funcionamento dos cursos oferecesse garantias mínimas de viabilidade. É um exemplo do ajuste de escala que teremos que fazer na nossa instituição. Da parte do OE deveria haver uma fórmula que atribuísse o valor justo às instituições de ensino superior, tendo em conta também aquilo que elas representam para as regiões em que estão inseridas? Defendo um modelo de financiamento que inclua, para além do número de alunos, indicadores de eficiência pedagógica e científica, de gestão, de empregabilidade dos diplomados, de internacionalização e de análise do impacto da atividade das IES na economia local e regional. E ao nível das unidades orgânicas, está prevista uma reorganização? De que forma isso pode vir a ser concretizado? O assunto da reorganização do IPCB merece ampla discussão. Sinto inclusivamente que as pessoas têm vontade de participar nesse processo de reconstrução. A designação das Escolas, as formações ministradas, a complementaridade entre Escolas e as diferenças existentes relativamente à faixa etária
do corpo docente, às necessidades de contratação, ao número de alunos, à atratividade dos cursos, são, entre outros, assuntos que exigem debate. Em alguns casos o eventual reequilíbrio poderá contribuir para a melhoria dos níveis de eficiência institucional. De facto, as áreas de formação são cada vez mais complementares e é cada vez mais difícil encontrar limites à atuação de cada Escola. Acresce que o conhecimento se constrói com base na pluridisciplinaridade das áreas, onde se podem cruzar tecnologias com ciências sociais, artes com humanidades, saúde com desporto, turismo com desporto, saúde com ciências da vida, ou outras áreas e outras ligações. Por outro lado, permite que mais facilmente e com menos burocracia o estudante possa levar a cabo percursos individualizados de formação. Neste contexto é oportuna uma reflexão sobre as sinergias resultantes de possíveis associações com vista ao aumento da eficácia (no que concerne a percursos formativos mais consistentes) e da eficiência (no que diz respeito a uma melhor utilização de recursos). Evidentemente que sobre esta matéria o Conselho Geral do IPCB terá uma relevância fundamental e decisória em todo o processo. É importante referir que os estatutos do IPCB se encontram em vigor e só podem ser alterados pelo Conselho Geral e por decisão de dois terços dos membros do conselho geral em exercício efetivo de funções (números 2 a 4 do artigo 68.º da Lei n.º 62/2007, de 10 de setembro). A reflexão pode sempre ser feita e podem ser analisados vários cenários, mas a formalização cabe ao Conselho Geral do IPCB. Ao presidente do IPCB caberá promover a reflexão. K
OUTUBRO 2018 ///
V
INOVAÇÃO
Harpa a laser na EST 7 Miguel Henriques Fernandes, aluno de Engenharia Eletrotécnica e das Telecomunicações da Escola Superior de Tecnologia do IPCB e teclista numa banda, acaba de criar uma harpa laser. O novo instrumento resulta do trabalho de final de curso e tem em conta a paixão que sempre teve pela música eletrónica e sintetizadores. Neste momento, a harpa laser está em fase de protótipo, e será progressivamente melhorada e integrada num projeto empresarial a desenvolver no CEI – Centro de Empresas Inovadoras de Castelo Branco. Citado em nota de imprensa do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Miguel Fernandes explica que “este projeto, orientado pelo docente Rogério Dionísio, permitiu-me elaborar um dispositivo que pudesse representar competências, temáticas e conhecimentos adquiridos ao longo do processo de apren-
dizagem na ESTCB, bem como ser articulado e complementado com os meus conhecimentos e experiência no meio musical, e assim permitir a sua integração e teste com instrumentos musicais no âmbito da música eletrónica.” A inovadora harpa faz com que “interrompendo um ou mais feixes óticos da harpa laser, um músico pode produzir sons”. O dispositivo desenvolvido é um controlador MIDI
laser que por si só não produz som, sendo necessário ligá-lo a dispositivos geradores de som, compatíveis com o protocolo MIDI, tais como sintetizadores hardware, samplers, ou ainda plugins num computador. A harpa laser permite polifonia desde que o equipamento a ela ligado seja um equipamento polifónico. Permite ainda selecionar escalas diferentes, e graças a uma fita de LEDs incorporada na estrutura, associar uma cor a uma escala musical ou a um conjunto de notas. O IPCB adianta que o vídeo publicado no Youtube com uma demonstração do uso da harpa laser, conta já com mais de 2450 visualizações e com tendência a aumentar. A harpa laser ganhou ainda mais destaque quando MatrixSynth, um website internacional dedicado a tudo o que é sintetizador e música eletrónica, partilhou o vídeo do aluno. K
45 JOVENS NA ESE
Alunos chineses no IPCB 7 Pelo segundo ano consecutivo o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) acolhe um grupo de alunos chineses, provenientes do Instituto Politécnico de Macau, ao abrigo de um protocolo de cooperação entre as duas instituições. No total são 45 os estudantes chineses que já se encontram na cidade e que integram duas turmas distintas, a saber: uma do 2.ª ano da licenciatura em Ensino da Língua Chinesa como Língua Estrangeira e outra da licenciatura em Português. António Fernandes, presidente do IPCB, explica, em nota enviada ao nosso jornal, que “a vinda destes estudantes enquadra-se na estratégia de internacionalização
VI
/// OUTUBRO 2018
do IPCB, abrindo-se as portas da instituição a grupos de estudantes que chegam ao IPCB num contexto de parceria com uma Instituição de Ensino Superior internacional”. No entender do presidente do Politécnico, “é importante realçar a qualidade do corpo docente da Escola Superior de Educação assim como a formação ministrada, validada pelo reconhecimento que o Instituto Politécnico de Macau faz da nossa Instituição”. O politécnico albicastrense adianta que o acordo entre as duas instituições tem como objetivo a realização conjunta daqueles dois cursos de licenciatura, com o objetivo de permitir aos alunos a imersão
linguística e cultural na língua e cultura portuguesas. Para além disso, pretende-se que os alunos chineses adquiram conhecimentos que permitam que os últimos anos do curso sejam ministrados em língua portuguesa. Para a concretização desta atividade letiva, o Politécnico de Castelo Branco diz contar com o apoio da Câmara de Castelo Branco, ao nível do alojamento dos dois docentes do Instituto Politécnico de Macau que acompanham os alunos durante a sua permanência em Castelo Branco, até julho de 2019. Na mesma nota é referido que “os alunos ficam alojados nas residências de estudantes do IPCB”. K
BRASIL VISITA IPCB T A reitora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre (Brasil), Rosana dos Santos, esteve em setembro em Castelo Branco numa visita ao Instituto Politécnico. Aquela responsável veio acompanhada por vários dirigentes da instituição, entre os quais a responsável pelas Relações Internacionais, Maria Freire da Costa. Este instituto é uma instituição pública brasileira de ensino superior e técnico, com sede em Rio Branco. K
to no período compreendido entre as 8h00 e as 16h00, para a realização de rastreios da patologia da carótida. No dia 29 de outubro, será o laboratório de electrocardiologia que estará disponível, entre as 11h00 e as 22h00, para a realização de eletrocardiogramas para o rastreio de arritmias auriculares e avaliação da pressão arterial e para o rastreio da hipertensão arterial. K
DOCENTE É VICE-PRESIDENTE
T A Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco organizou no dia 13 um workshop sobre o tema “Iniciação ao mundo dos drones com a ajuda do Tello”, informou a instituição em nota enviada à imprensa. A formação incluiu uma componente prática de voo e operação e uma parte teórica que incluiu conceitos, história do desenvolvimento dos drones, segurança, legislação e teoria do voo. K
T Marco Domingues, docente da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco, foi recentemente eleito vice-presidente da Confederação Portuguesa para a Economia Social – CPES. A CPES é a maior organização social e económica do País que conta com nove entidades fundadoras, representando, quase na sua plenitude, o universo das entidades da Economia Social Portuguesa, pretendendo ser um parceiro fundamental junto do Estado na implementação e desenvolvimento de politicas públicas no âmbito da economia social. K
ESALD ASSINALA AVC
MAFALDA NA MODALISBOA
T A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias e a licenciatura em Fisiologia Clínica do IPCB, vão assinalar o Dia Mundial do AVC (Acidente Vascular Cerebral), através da disponibilização à comunidade da realização de exames fundamentais na prevenção e rastreio de alguns fatores que podem estar diretamente associados ao AVC. Nesse sentido, no dia 23 de outubro, o laboratório de ultrassonografia vascular da ESALD-IPCB estará em funcionamen-
T Mafalda Fialho, aluna recém-diplomada da licenciatura em Design de Moda e Têxtil da Escola Superior de Artes Aplicadas do IPCB, participou como ilustradora na plataforma Workstation, na ModaLisboa. A plataforma Workstation foi originalmente criada para desafiar fotógrafos a registar e expor a sua perspetiva visual de tudo o que acontece durante a Lisboa Fashion Week, tendo obtido bastante sucesso.K
DRONES EM WORKSHOP
Publicidade
ARMINDO JACINTO
LUÍS CORREIA, PRESIDENTE DA CÂMARA DE CASTELO BRANCO
IPCB representa muito para a região e para o país
Cidade académica e inovadora
7 O presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, classifica o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) “como uma instituição que se tem afirmado na região e que tem a sua influência para além do distrito de Castelo Branco”. Como já referiu, por diversas vezes, ao Ensino Magazine, “através da sua Escola Superior de Gestão, sedeada em Idanha-a-Nova, tem sido fundamental para o nosso concelho. Não só pela economia direta que representa, mas também pelos quadros que forma”. Armindo Jacinto recorda “os desafios que o município tem lançado ao Politécnico, como o Geo Hotel de Monsanto, ou em temáti-
cas como o turismo rural e a gastronomia”. A relação entre a autarquia e o IPCB não é nova e “já vem desde os tempos em que Joaquim Morão foi presidente desta câmara. É uma relação que tem sido fundamental, e que faz dela um instrumento competitivo para que mais
pessoas decidam viver em Idanha-a-Nova e decidam vir para cá estudar”. Armindo Jacinto diz que “o importante é que o Politécnico continue a primar pela qualidade, pois esse é o factor decisivo para que mais alunos venham para Idanha-a-Nova e para Castelo Branco”. K
6 O presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, considera que o Instituto Politécnico de Castelo Branco é uma “instituição importante para a região e para o país, pelo que a autarquia albicastrense estará sempre disponível, dentro das suas possibilidades, em ser sua parceira. É importante para todos que o IPCB seja imbuído daquilo que é a estratégia de desenvolvimento da região”. O autarca adianta que “a Câmara de Castelo Branco contará sempre com o IPCB para concretizar projetos, nas diversas áreas, da economia à cultura, passando pelas artes”. Falando aos alunos do IPCB, Luís Correia sublinha que “Castelo Branco é uma cidade com todas as condições para o apoio aos estudantes que aqui escolheram tirar os seus cursos”.
O presidente da Câmara fala nas infraestruturas que a cidade possui, que a tornam única do ponto de vista académico, como as desportivas e de lazer, mas também educativas, de cultura e de empreendedorismo. “Esta é uma cidade excelente para se estudar, para se viver e para se investir. E por isso criámos condições positivas para fixar estudantes que saem
do IPCB, permitindo-lhes que desenvolvam ideias de negócio ou outros projetos. Dou como exemplo o Centro de Empresas Inovadoras, a Fábrica da Criatividade, o Centro de Apoio Tecnológico ao Agro Alimentar, o InovCluster ou a Zona Industrial”. Por outro lado, diz, Castelo Branco é uma cidade segura e com muita qualidade de vida. K
Publicidade
OUTUBRO 2018 /// VII
VIII
/// OUTUBRO 2018