janeiro 2018
Dossier dedicado ao Instituto Politécnico da Guarda Produção RVJ - Editores
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CONSTAntino rei, presidente do instituto politécnico da guarda em entrevista
Centro de excelência do setor automóvel nasce na Guarda 6 O Instituto Politécnico da Guarda assinalou mais um aniversário com os olhos postos no futuro. Constantino Rei, o seu presidente, aproveitou a ocasião para anunciar o embrião de um centro de excelência ligado ao setor automóvel. Em entrevista ao Ensino Magazine, aquele responsável fala desse e de outros objetivos da instituição e destaca ainda a apresentação, à UNESCO, da criação do geoparque da Serra da Estrela, a qual resultou de um desafio feito pelo IPG às autarquias da região. Durante o aniversário do IPG foi anunciada a intenção de se criar na Guarda um centro de investigação para a indústria automóvel. Que passos já foram dados e de que forma é que esse centro pode ser diferenciado para o IPG e para a região? Esta aposta surgiu de muitos contactos e de termos auscultado o cluster mais
importante da região, o qual tem muitas empresas ligadas a esse setor. Um dos problemas que fomos ouvindo está relacionado com o recrutamento de quadros especializados. Desses contactos, em que também esteve envolvido o presidente da Câmara da Guarda, verificámos a dificuldade que as empresas têm para contratar, por exemplo, engenheiros mecânicos. Ou seja há uma grande carência de quadros. Aquilo que definimos como prioridade, nesta primeira fase, e que poderá avançar de uma forma mais rápida, foi o Instituto Politécnico da Guarda montar um curso de técnico superior profissional (TESP) organizado com as empresas. Isto é, uma formação que procura dar resposta às necessidades das empresas. Numa fase posterior, poderemos vir a dar resposta a outras necessidades, recuperando, por exemplo, a licenciatura em engenharia mecânica que o Politécnico da Guarda já teve.
Esse TESP pode avançar no próximo ano letivo? Sim, esse é o objetivo. Até ao final de janeiro iremos apresentar a proposta à Direção Geral de Ensino Superior para abrir esse curso em 2018. Para além dos TESP’s e da licenciatura, esse centro poderá desenvolver também formações específicas de curta duração? Hoje em dia nestas indústrias os desafios são muitos. Por exemplo, na área da soldadura a laser. Não há qualquer formação nessa área em Portugal. As empresas queixam-se que têm que enviar os seus colaboradores e técnicos para o estrangeiro para se qualificarem. Este exemplo é extensível a outras áreas. Por isso, temos que investir também em tecnologias, em processos e em estratégias de formação mais avançadas do que o tradicional. Esta ideia é partilhada pela autarquia da Guarda, e desta forma surgiu a aposta de, a
partir do Politécnico, se poder desenvolver um centro de excelência para a indústria automóvel, que é também um laboratório prático de suporte para apoio a todas estas empresas. Isto permitirá também alavancar outros projetos na área da investigação, desenvolvendo novos métodos e processos. O desejável é que, em conjunto com a Câmara, pudéssemos ter aqui um centro de excelência e de investigação nesta área e para todo o país. A localização do Centro será no Politécnico ou noutra estrutura? Neste momento isso não está definido. O Politécnico tem recursos técnicos, o que não significa que não se tenha que fazer algumas atualizações no que respeita a equipamentos, pois possuímos laboratórios de engenharia mecânica, eletrotecnia, robótica e CAD. Espaços e laboratórios existem. Se se chegar à conclusão que o melhor local para acolher esse centro é o Politécnico, JANEIRO 2018 ///