Suplemento - Ensino Magazine Edição nº 247

Page 1

setembro 2018 Dossier dedicado à Universidade da Beira Interior

Produção :RVJ - Editores

www.ensino.eu dossier

UBI está entre as melhores do mundo

A Universidade da Beira Interior está entre as melhores do mundo em rankings internacionais. António Fidalgo, reitor da instituição, explica as apostas que têm sido feitas pela Universidade. C p II e III

Encontro Internacional na UBI

Prémio Nobel da Física esteve na Covilhã John Michael Kosterlitz, prémio Nobel da Física, participou na FÍSICA 2018 – 21ª Conferência Nacional de Física e 28.º Encontro Ibérico para o Ensino da Física, deixando mensagens importantes. A iniciativa ultrapassou as expetativas e colocou a UBI como uma universidade de referência na investigação.

C

p III

SETEMBRO 2018 ///


António Fidalgo, Reitor da Universidade da Beira Interior

UBI entre as melhores do mundo 6 A Universidade da Beira Interior está entre as melhores do mundo em rankings internacionais. António Fidalgo, reitor da instituição, fala de uma cultura de responsabilidade e de qualidade. Em entrevista ao Ensino Magazine aborda a questão da demografia e destaca a captação de alunos estrangeiros por parte da instituição. A UBI é uma universidade cosmopolita que privilegia o estudo e a investigação. Proporciona aos seus alunos um ambiente académico dinâmico, mas ao mesmo tempo acolhedor. A UBI está entre as melhores do mundo em rankings internacionais, como o de Xangai. Como é possível, estando no interior do país, a universidade aparecer nesses estudos? É fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido desde o seu início. A UBI caracterizou-se sempre mais pelo ser do que pelo parecer. Mas há uma altura em que trabalhando no ser vai aparecer a obra feita. A UBI foi das universidades que levou mais tempo a construir-se, mas fê-lo de uma maneira muito sadia, apostando na qualidade, trazendo professores das universidades de Lisboa e Coimbra, mas também do leste europeu (no início dos anos 90), numa medida, na altura muito criticada, mas que nos trouxe solidez e internacionalização muito fortes. Sempre apostámos numa solidez científica muito grande e estamos a colher os frutos desse trabalho. Outro aspeto muito importante foi a refundação da universidade com a criação da Faculdade de Ciências da Saúde, nomeadamente com o curso de medicina. Já o referiu , mais que uma vez, a UBI é uma universidade de estudo… Os alunos vêm aqui para estudar e nós privilegiamos isso, criando um ambiente de estudo muito grande. Foi todo este clima que recebeu o reconhecimento dos jovens. Somos uma universidade que tem vindo sempre a crescer. A aposta no campus do estudo e da investigação faz com que a UBI apareça em vários rankings.

UBI H

Noutras ocasiões referiu que gostaria de ver a cidade mais cosmopolita por culpa da universidade. Isso está a acontecer? Está. O que tem sucedido além da universidade, a atração de pessoas, o investimento que tem havido na construção e na reconstrução da zona histórica da cidade com atenção aos jovens, tem potenciado isso. Temos 1100 alunos estrangeiros e queremos crescer. O que é um facto é que temos projetado a UBI, fruto de várias circunstâncias, nomeadamente a qualidade da universidade, o ambiente académico que se vive, com a nossa biblioteca aberta todos os dias 24H/dia, a qualidade de vida da cidade e a segurança que existe.

ço lusófono é possível captar estudantes noutros países? Sim. Nós temos alunos de cerca de 40 nacionalidades. Nalguns casos poderemos reforçar essa presença. Quando em 2013 apostámos na captação de alunos no Brasil, a UBI tinha apenas uma mão cheia de estudantes brasileiros. Hoje são cerca de meio milhar. Além disso, continuamos com uma ligação muito forte a universidades públicas angolanas (o governo angolano escolheu a UBI como parceiro estratégico), mas também com instituições privadas. Estamos, neste momento a reenviar para Angola 100 mestres. A UBI é conhecida em Angola como uma universidade onde se estuda e onde se tem sucesso quando se estuda. Neste momento não recebendo bolseiros do estado angolano, recebemos alunos cujas próprias famílias suportam os custos da formação.

superior do interior do país… O aumento de 5% é um presente problemático. Repare que o número de candidatos diminuiu em 5,6%. Isso vai fazer com que as taxas de colocação vão ser muito menores no interior do país. Mas acredito que com o reconhecimento da UBI, com o ambiente que temos criado, vamos alcançar uma boa taxa de colocações. Temos aqui três cursos muito apetecidos, que são medicina, engenharia aeronáutica e cinema. A UBI hoje já não desconhecida nos grandes centros. Na captação de alunos o elemento fundamental é a experiência de quem por cá passou. E a universidade está numa boa fase. Há muito boa vivência académica, e a cidade é muito atrativa para alunos que estejam nos grandes centros. Aqui tudo demora apenas minutos, não temos engarrafamentos.

A vinda de mais alunos internacionais continua a ser uma aposta. Além do espa-

Este ano a tutela permitiu o aumento de 5% das vagas nas instituições do ensino

Daí a aposta nos antigos alunos? Sim. E isso está a resultar, temos tido muitos encontros, reforçando o lema “uma

II

/// SETEMBRO 2018

vez ubiano sempre ubiano”. Numa outra perspetiva, hoje já recebemos alunos filhos de antigos alunos. Tudo isto é objeto de grande satisfação, vemos que a casa é reconhecida e amada. Ao nível da oferta formativa, este ano vão arrancar com um nova licenciatura? Sim, vamos avançar com a Engenharia da Gestão Industrial. É uma engenharia muito procurada e na qual nós temos uma grande tradição. Quando em 2004 houve uma crise de falta de alunos para as engenharias fechámos o primeiro ciclo de formação, mas mantivemos os outros, sendo que o mestrado é o de maior procura em primeira opção. Agora voltámos a abrir a licenciatura. Uma das questões por que o professor se tem batido está relacionada com o modo como o Estado financia as instituições de ensino superior público. É uma questão que se mantém por resolver?


É uma questão que se tem agravado. A UBI, fruto das reposições salariais que é obrigada a fazer (fazemos – e bem – a avaliação desde 2004 para que as pessoas façam a sua progressão profissional), em julho pagou todas as reposições desde janeiro – obviamente que sem retroativos pois a Lei também o impede impede –, pelo que isso terá um peso maior no nosso orçamento do próximo ano. O que lamento é que não haja uma fórmula de financiamento das instituições, que é o básico dos básicos. É inadmissível que um estudante em Lisboa ou no Porto tenha um financiamento do Orçamento de Estado superior ao da Universidade da Beira Interior. Nunca houve abertura para se solucionar esta questão? Houve abertura quando a fórmula que foi publicada em finais de 2015 atribuía à UBI um acréscimo de 25% no Orçamento de Estado. Infelizmente, a nova tutela disse que a aplicação da fórmula só ocorreria quando houvesse mais meios disponíveis do OE para o ensino superior. E passados quatro anos verificamos que isso não aconteceu. Tudo isto foi agravado devido à questão da austeridade, com as reposições salariais (que não foram compensadas com o OE). Mudando de assunto. A UBI foi uma das instituições que aderiu às bicicletas elétricas... A UBI soube fazer muito bem o concurso e chegámos ao final com a sua execução completa, recebendo 100 bicicletas. Agora está nas mãos da autarquia criar as vias para as bicicletas, nomeadamente a ligação pela estrada do sineiro à faculdade de Ciências Sociais e Humanas. A ecologia é também uma imagem que se associa à marca UBI? Isto é muito importante, pois está também relacionada com a emissão de carbono. Nós estamos a viver um paradigma que nos força a repensar hábitos e formas de vida. A aposta nestes meios é fundamental, e a universidade está a dar um contributo importante. Tenho pena que as normas impeçam que as bicicletas possam ser partilhadas por toda a comunidade, pois as regras do projeto obrigam que cada bicicleta esteja ligada apenas a uma pessoa. Aquilo que pretendíamos era a sua partilha. K

  



Física 2018 ultrapassou as expectativas

Prémio Nobel na UBI 6 “Um encontro que superou todas as expetativas”. É desta forma que Sandra Soares, docente do Departamento de Física da Universidade da Beira Interior (UBI), avalia o FÍSICA 2018 – 21ª Conferência Nacional de Física e 28.º Encontro Ibérico para o Ensino da Física. Aquele que foi um dos maiores eventos ibéricos daquela área científica dos últimos anos reuniu mais de duas centenas de participantes, entre os dias 29 de agosto e 1 de setembro. Na lista de convidados, estava o Prémio Nobel da Física de 2016, John Michael Kosterlitz.

“O feedback que tivemos da parte dos participantes diz-nos que o evento cumpriu todos os objetivos e foi extraordinário”, salienta a docente da UBI, que fez parte da organização do evento que é uma iniciativa bienal da Sociedade Portuguesa de Física (SPF) e da Real Sociedade Espanhola de Física, integrando este ano a UBI, e o apoio de várias instituições de Ensino Superior e de investigação nacionais. “Tivemos sala cheia para ouvir Kosterlitz e, na globalidade, quem esteve connosco, elogiou

as instalações, o programa e os temas”, ainda segundo a docente e investigadora da Faculdade de Ciências da UBI. Ao longo dos quatro dias em que durou a Conferência e o Encontro, “respirou-se Física”, tendo sido abordados todos os temas que são alvo da atenção e estudo por parte da SPF. O programa incluiu sessões plenárias, comunicações orais e workshops, estes de cariz mais prático, que “permitem aos professores dos Ensinos Básico e Secundários terem mais conhecimentos para aplicarem nas suas

aulas”, explica Sandra Soares. “Em termos gerais, serve para os professores ficarem mais animados e motivados para as suas vidas profissionais”, conclui Sandra Soares, lembrando que estes encontros “acabam por fortalecer a ligação entre a SPF e a Real Sociedade Espanhola”. O Física 2018 realizou-se no ano em que se comemoram os 40 anos desde a realização da 1.ª Conferência Nacional de Física, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em fevereiro de 1978. Esta foi a segunda vez em que a UBI recebeu o evento. K

Design de Moda na UBI

Doutoramento pioneiro 6 A necessidade de incentivar o espírito empreendedor durante a formação inicial no Ensino Superior, mas também após a conclusão da licenciatura, é uma das conclusões da primeira tese de Doutoramento em Design de Moda desenvolvida em Portugal e defendida, por Clara Fernandes, na Universidade da Beira Interior (UBI). No âmbito da realização da tese foi desenvolvida uma plataforma online que visa favorecer o contacto entre os profissionais da indústria Têxtil e do Vestuário (ITV) e especialistas da área dos negócios. “O objetivo é dar resposta às necessidades realçadas pelos estudantes inquiridos, mas também pelos profissionais e criadores da área entrevistados no decorrer do

trabalho. A criação desta plataforma, ainda que numa versão beta, é o primeiro passo dado no sentido de aplicar os resultados obtidos e assim contribuir, ainda que de forma modesta, para o desenvolvimento do empreendedorismo

na área do Design de Moda”, explica Clara Fernandes. Uma das mais-valias do Doutoramento, cuja prova decorreu em julho, será o contributo para a evolução do sector, através da aplicação de uma filosofia que

permita criar mais-valias para os profissionais e o tecido empresarial. “O perfil do designer de Moda empreendedor é algo que a indústria deve procurar, porque este é capaz de tornar um problema em oportunidade de negócio, como também trabalhar de forma criativa, inovadora e sempre procurando a criação de valor; características que são indispensáveis para vencer numa indústria cada vez mais competitiva”, acrescenta. Intitulada “The Fashion Designer Entrepeneur: Skills and Solutions to create a Fasion-related Business”, a tese teve orientação da docente do Departamento de Ciência e Tecnologia Têxteis, Madalena Pereira, e coorientação de Maria José Madeira, do Departamento de Gestão e Economia. K

SETEMBRO 2018 /// III


Ensino Superior na qualidade de vida

UBI coordena estudo nacional 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) é a entidade coordenadora de um estudo nacional ‘U-Value – O impacto das Instituições de Ensino Superior na qualidade de vida das suas regiões’, centrado no impacto que as Instituições de Ensino Superior (IES) têm na qualidade de vida das regiões onde se inserem. O projeto vai analisar a influência em termos qualitativos e quantitativos, bem como a eficiência das IES na transformação de fundos públicos, fundos próprios e diferentes tipos

de capital humano, social e organizacional com influência na qualidade de vida das populações do seu território de influência. “Os resultados do trabalho vão contribuir para a definição de novas políticas de Ensino Superior, ao identificar as principais variáveis e os diferentes tipos de efeitos que podem ser induzidos pelas IES, no que se refere ao desenvolvimento sustentável das regiões e, por consequência, do país”, explica Helena Alves, investigadora principal do U-Value.

Treinadores de basquetebol

UBI recebe curso 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) foi o local escolhido para um curso de formação de 42 técnicos de basquetebol, organizado pela Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), com o objetivo de atribuir o Grau II de treinador. A iniciativa decorreu de 23 de agosto a 2 de setembro. Os formandos podem agora treinar equipas de seniores e todos os escalões de formação, exceto a Liga Masculina e Feminina e Proliga. O curso decorreu no âmbito de uma parceria existente entre a UBI e a FPB, que, além deste tipo de iniciativas, permite a participação das seleções nacionais em estágios e torneios internacionais. No que se refere a ações como a que está a decorrer, a FPB considera que a UBI tem condições ótimas para

os formadores e os treinadores candidatos ao Título Profissional de Treinador de Desporto (TPTD) de Grau II. “A UBI tem a nível nacional, no nosso entendimento, as melhores instalações para cursos em regime de internato e formação intensiva”, de acordo com o elemento da FPB, Jorge Fernandes. A Federação Portuguesa de Basquetebol é o segundo organismo de âmbito nacional a escolher a UBI este ano para a preparação de técnicos das suas modalidades. Em julho, a Federação Portuguesa de Futebol escolheu a UBI e as instalações do Departamento de Ciências do Desporto para realizar o curso de treinadores de futsal de Grau III, certificação que dá acesso à orientação de equipas da principal liga da modalidade. K

Pela A3ES

Filosofia acreditada 6 A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) acaba de acreditar o Mestrado que a UBI oferece em Ensino de Filosofia no Ensino Secundário por seis anos, período máximo previsto por lei. A decisão da A3ES é um “resultado importante”, como refere José Domingues, diretor do Mestrado, depois de dois balanços que foram aproveitados para elaborar um plano de desenvolvimento do ensino

IV

/// SETEMBRO 2018

da filosofia da Universidade da Beira Interior (UBI) que compreende as direções de investigação, publicação, parcerias e formação. Ao longo do curso os estudantes têm oportunidade de fazer uma abordagem do trabalho didático específico da filosofia, relacionando-o com os novos desafios pedagógicos e deontológicos dos professores e com as repercussões das novas tecnologias sobre a escola e a educação. K

Entre as missões do estudo está o “desenvolvimento de instrumentos de medição e de monitorização dos efeitos das instituições”, fornecendo-lhes “informações e instrumentos que lhes permitirão avaliar até que ponto estão a responder de forma Publicidade

eficiente às necessidades dos seus stakeholders, bem como revelar quais as formas mais eficazes de o fazer”, acrescenta. Além de Helena Alves, integram a equipa do projeto Mário Raposo, João Leitão e Marta Alves, todos docen-

tes e investigadores da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UBI. O desenvolvimento do U-Value contará com o apoio do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior (dinamizado pelas universidades de Aveiro e do Porto) e o Insti-

tuto de Educação (Universidade de Lisboa). Com início previsto para 1 de outubro e uma vigência de três anos, o trabalho recebeu um financiamento superior a 232 mil euros, da parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). K


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.