janeiro 2019
Dossier dedicado ao Instituto Politécnico da Guarda Produção RVJ - Editores
www.ensino.eu
dossier
joaquim brigas, presidente do Politécnico da guarda
IPG espaço de conhecimento aberto à inovação 6 Joaquim Brigas é o novo presidente do Instituto Politécnico da Guarda. Em entrevista ao Ensino Magazine fala das suas prioridades, daqueles que são os seus pilares enquanto linhas de atuação. Aborda também a questão de uma possível residência para estudantes e considera que a alteração de nome de politécnicos para universidades politécnicas faz sentido. As respostas, enviadas na volta do correio, aqui ficam. Na sua tomada de posse falou em três pilares para o desenvolvimento do IPG (as pessoas, a comunicação e a sociedade). Qual a importância de cada um, e porquê a escolhas destas três linhas de orientação? Considero que estes três pilares são fulcrais, no atual contexto, para a evolução do Politécnico da Guarda. Docentes e não docentes fortemente motivados e apoiados na sua formação profissional fazem toda a diferença. As
pessoas são a causa e a consequência de qualquer instituição; são o seu ativo mais valioso e, assim, devemos investir nelas. Neste sentido, procuraremos assegurar as melhores condições de trabalho com vista ao investimento na qualificação do pessoal, apoiando o acesso à formação profissional e à atualização de conhecimentos, mediante, e dentro das possibilidades, a adequação das cargas letivas e o apoio a iniciativas de natureza pedagógica, científica e cultural que promovam sinergias internas e externas. Iremos criar, por outro lado, condições para reforçar competências, nomeadamente no domínio de línguas estrangeiras, de forma a incrementar a oferta e o acesso de alunos de países estrangeiros. A investigação faz parte desta estratégia? Na área da investigação temos projetada criação de um Gabinete de Apoio à Gestão integral de projetos e contratos de
I&D, com vista a estimular as linhas de investigação existentes e apoiar novas linhas de interesse estratégico, para a sociedade e para o IPG, potenciando novas formas de colaboração com o tecido empresarial, social e cultural. É nossa intenção apoiarmos a investigação aplicada, divulgando os resultados de investigação de excelência, como forma de reconhecimento; procuraremos reforçar e estabelecer novas parcerias estratégicas com Centros de Investigação de referência. Permita-me que sublinhe o quanto para nós é importante a realização profissional de docentes e não docentes, pelo que importa reconhecer o mérito do seu trabalho, respeitando sempre os princípios da igualdade de oportunidades e dos valores do pluralismo.
mos o dever de lhes proporcionar um ensino de qualidade, alicerçado nos melhores recursos didáticos e tecnológicos e com professores muito qualificados. Pretendemos dar-lhe um maio apoio ao nível da na inserção no mercado de trabalho, através da criação de um gabinete específico para o efeito. É também nossa preocupação, como referi na minha tomada de posse, garantir aos estudantes equidade no acesso aos vários apoios sociais pelo que iremos trabalhar no sentido de aumentar o número de quartos em residências. Apoiaremos ainda projetos que visem novos incentivos sociais, de forma a travar o abandono escolar, por insuficiência económica. Queremos um Instituto mais atrativo, mais acolhedor, mais solidário.
E em relação aos estudantes, o que deve sre feito? No que concerne aos nossos alunos te-
A comunicação é outro dos pilares... Outra linha de ação passa pela estratégia comunicacional. Queremos imple- ;
; mentar uma melhor comunicação pois ela é fundamental para o sucesso da nossa instituição. A forma como comunicamos e a forma como interagimos têm influência e impacto direto na qualidade dos serviços que oferecemos. A comunicação é indispensável para darmos a conhecer e promover boas práticas e o que de melhor se faz no Instituto Politécnico da Guarda. Para isso, implementaremos uma cultura de identidade e unidade no IPG, de modo a revigorarmos a sua imagem pública. Um terceiro eixo passa pela articulação com a sociedade. Queremos reafirmar o IPG como uma instituição da sociedade e para a sociedade. Na sua perspetiva que desafios se colocam neste momento ao IPG? Aumentar o número de alunos, proporcionar melhores condições de estudo, alojamento; modernizar equipamentos, interagir mais com a sociedade, reafirmar o Politécnico da Guarda como instituição de referência, internacionalizar ainda mais o IPG; ampliar parcerias Queremos que esta instituição seja um centro de atividades mais atrativo, mais humano, mais inclusivo. Ao nível da oferta formativa, considera que deve ser feito algum ajustamento? Temos alguns projetos que vamos desenvolver; começaremos por apostar no reforço, adequação e criação da oferta formativa — por medida, Cursos Técnicos Superiores Profissionais, Licenciaturas, Formação pós-graduada e Contínua, não esquecendo nunca as necessidades da região. Para este efeito, não poderemos deixar de ouvir as autarquias, o tecido empresarial, social e cultural do distrito. O Politécnico da Guarda é um espaço de conhecimento aberto, dotado de meios e recursos humanos qualificados, capaz de responder aos desafios da atualidade. Nesse sentido, desenvolveremos um vasto conjunto de soluções e metodologias de formação à distância, cada vez mais procurada por instituições e profissionais com necessidades de formação, mas que estão restringidos a nível de tempo e deslocação. Com todas estas medidas, esperamos incrementar o número de alunos. O Ministro Manuel Heitor já referiu que os custos de curta duração para pessoas já diplomadas são algo que as instituições de ensino superior deverão ter em conta. O IPG está atento a essa situação? Com certeza que estamos. Essa é, aliás, uma via de crescimento do Politécnico da Guarda em termos de alunos e, em simultâneo, enquadra-se na desejada ligação do IPG com a sociedade, pois responderemos às necessidades formativas desses diplomados de uma forma mais célere e num contexto, objetivo de proximidade, sempre atento às necessidades dos tecidos empresarial, social e cultural. Estamos já a trabalhar, juntamente com os novos diretores das Escolas Superiores que integram o IPG para equacionarmos as necessidades formativas desses diplomados e implementarmos essa formação.
II
/// JANEIRO 2019
Joaquim Brigas, presidente do instituto Politécnico da Guarda
E no que respeita a formações pósgraduadas, novos mestrados, e futuramente doutoramentos? A formação pós-graduada, conferente ou não de grau, é uma vias para dar resposta a necessidades concretas das instituições e empresas, por um lado e a procura de públicos específicos por outro lado.
vilegiemos os oriundos do Brasil, dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, não esquecendo, os da vizinha Espanha! Contudo, é nossa intenção reforçar parcerias com instituições congéneres estrangeiras, dando sequência a anteriores ações e rentabilizando os contactos já existentes, seja em território europeu, seja em países da américa latina.
A ligação do IPG ao tecido empresarial e à comunidade da região de que forma pode ser reforçada? Desde logo pela adequação de alguma oferta formativa às necessidades locais e regionais, ao incremento da cooperação institucional com autarquias, empresas, coletividades; por uma estratégia de colocação de alunos estagiários nas empresas e serviços aqui localizados; pela colaboração dos nossos docentes e quadros técnicos em iniciativas conjuntas, úteis para a região, inovadoras. Mas lembro que também as empresas e serviços têm de se aproximar mais do IPG e tomar a iniciativa, quando se justificar, de apresentar ideias, carências, propostas.
Ao nível da investigação, está em perspetiva a criação de algum centro de investigação no IPG ou em parceria com outras instituições? Vamos apostar e apoiar a investigação aplicada ou aplicável, com parcerias estratégicas, com centros de investigação de renome.
A internacionalização é uma das áreas que as instituições de ensino perseguem. De que forma ela deve ser feita e a que níveis, no IPG? Estamos também conscientes que a internacionalização é um caminho a prosseguir; por isso, reiteramos aqui o nosso compromisso na captação de estudantes internacionais. Serão todos bem-vindos, ainda que pri-
O Ensino Politécnico está a assinalar 40 anos em Portugal. Como é que avalia o contributo desse subsistema na qualificação do país, e no caso concreto do IPG na região em que está inserido? O IPG tem tido um papel fundamental no desenvolvimento da Guarda e da região, mas há muito mais a ser feito. Estamos dispostos em continuar a dar o nosso contributo, para o desenvolvimento sustentável da região, em estreita colaboração com outros atores deste processo. Recentemente lançou a ideia de transformar uma pousada de juventude numa residência para estudantes. De que forma isso poderá ser concretizado? Seria a solução para aumentar o número de camas para quem escolhe estudar na Guarda? Como afirmei há dias, na posse nos
novos diretores, esperamos que 2019 traga mais dinâmica formativa e, consequentemente, novos públicos e mais estudantes para o IPG. Para isso temos que reunir melhores condições para a sua inserção na comunidade académica e na comunidade local. A recuperação da Pousada de Juventude da Guarda, uma iniciativa do Governo, é um projeto que gostaríamos de ver concretizado o mais depressa possível. Em nossa opinião, a instalação de alojamento académico naquele edifício só tem vantagens pela proximidade com a outra Residência e com a Cantina II do IPG, e possibilitando a existência, praticamente no centro da cidade, de uma sala de estudo a funcionar vinte e quatro horas por dia; uma sala que poderá ser destinada a alunos de todas as escolas. Trata-se de um equipamento que faz falta na Guarda e cuja criação integra o plano de ação que queremos também desenvolver. Uma última questão, como avalia a possibilidade dos Politécnicos serem classificados como Universidades Politécnicas ou de Ciências Aplicadas? A designação de universidades politécnicas parece-me mais consensual nas discussões que tem havido do RJIES e é, por exemplo, o modelo que existe também na vizinha Espanha. K
Instituto Politécnico da Guarda
IPG faz estudo sobre seleções de futebol 6 A escolha de futebolistas para as seleções jovens portuguesas encontra-se fortemente influenciada pelo mês do seu nascimento, de acordo com um estudo efetuado por estudantes da licenciatura em Desporto do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) Os resultados deste trabalho académico indicam uma forte tendência para os futebolistas nascidos no primeiro semestre do ano dominarem as convocatórias para as seleções jovens, especialmente entre os 15 e 19 anos. Por exemplo, na seleção de sub16 verifica-se que 88% dos atletas selecionados para os torneios oficiais que tiveram lugar durante 2018 nasceram num dos meses correspondentes ao primeiro semestre do ano, sendo que apenas 12% nasceram no segundo semestre. Questionado se isto significa que os atletas nascidos no primeiro semestre são especialmente talentosos, Pedro Esteves (docente do IPG), coordenador deste projeto de investigação, referiu que “o efeito da idade relativa tem sido detetado em diversas modalidades e níveis competitivos sendo que a explicação para uma maior representatividade dos atletas nascidos nos primeiros meses do ano prendese com a vantagem temporal associada a um maior desenvolvimento antropométrico (ex: altura, peso), físico (ex: força, velocidade), entre outros.” Exemplificando, Pedro Esteves acrescentou que “um atleta nascido a 3 de janeiro face a um outro nascido a 20 de dezembro possui um avanço temporal de praticamente um ano. Este fenómeno é especialmente crítico durante a fase da adolescência onde os ritmos de desenvolvimento “corporal” são especialmente variáveis para atletas da mesma idade, que acabam por competir no mesmo escalão. Importa realçar que esta é uma vantagem temporária já que após a adolescência os níveis diferenciados de desenvolvimento tendem a ser esbatidos.” Instado a pronunciar-se sobre as consequências práticas poderão advir deste efeito de idade relativa, o referido investigador assinalou que “em primeiro lugar, os atletas com avanço no processo de desenvolvimento podem estar a ser
erroneamente identificados pelos treinadores como mais talentosos quando, na verdade, esta vantagem tende a ser temporária. Por outro lado, se estes atletas mais desenvolvidos forem consistentemente selecionados para as seleções pode-se criar um ciclo difícil de reverter dado que estes terão acesso a mais e melhores contextos de prática (ex: condições de treino, qualidade dos treinadores, experiências competitivas) que reforçam a sua vantagem face aos atletas com desenvolvimento mais “atrasado”. Isso não significa que os atletas nascidos no segundo semestre do ano fiquem irremediavelmente afastados das oportunidades de recrutamento; contudo, terão pela frente um grande desafio para superar os constrangimentos atrás mencionados. Importa assim questionar, quantos talentos poderão estar a passar entre os “dedos” dos agentes responsáveis pelo recrutamento” Relativamente ao impacto deste estudo pode no processo de seleção de atletas com talento, Pedro Esteve disse que “os resultados por encontrados sugerem que o efeito de idade relativa nas seleções nacionais de futebol masculino parece diminuir a partir dos 19 anos, o que deverá merecer da parte dos investigadores, bem como dos responsáveis federativos, uma reflexão em tornos dos fatores que poderão contribuir para esta situação. Provavelmente, nestas idades, os atletas nascidos no segundo semestre do ano, pela combinação de características intrínsecas e de oportunidades de desenvolvimento externas conseguem superar a desvantagem acumulada e penetrar na rede de recrutamento”. O Presidente do Instituto Politécnico da Guarda, Joaquim Brigas, comentou que este estudo “é mais uma prova, objetiva, da investigação que é feita no IPG, e neste caso vertente na área do desporto”. Congratulando-se com a realização deste trabalho, Joaquim Brigas evidenciou o “prestígio do curso de Desporto do IPG, a qualidade do ensino ministrado e o alto nível do corpo docente”. O estudo científico que suporta estes resultados será apresentado no congresso CIDESD2019, a 1 e 2 de fevereiro. K
Politécnico da Guarda tem completa a equipa diretiva
Vices tomam posse 6 No Instituto Politécnico da Guarda (IPG) decorreu dia 15 de Janeiro a cerimónia de tomada de posse do novo vicepresidente, da diretora da Unidade de Investigação e Desenvolvimento do Interior (UDI), dos diretores e subdiretores das Escolas Superiores que integram o IPG. O novo vice-presidente é Manuel Salgado e Rute Abreu é a nova responsável pela Unidade de Investigação e Desenvolvimento do Interior (UDI). No cargo de diretor da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto (ESECD) foi empossado Rui Manuel Formoso e como subdiretora Natalina Casanova. António Ribeiro Martins é o novo diretor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) e Manuela Natário a subdiretora. Como diretor da Escola Superior de Turismo e Hotelaria (ESTH) foi empossado o José Alexandre Martins que tem como subdiretor Ricardo Guerra. Paula Cristina Pissarra dirige agora a Escola Superior de Saúde (ESS) que tem Hermínia Barbosa como nova subdiretora. O Presidente do IPG, Joaquim Brigas, afirmou na sessão da tomada de posse destes novos dirigentes que os próximos quatro anos vão ser “um espaço temporal onde iremos reforçar o compromisso de honrar a mis-
são do Instituto Politécnico da Guarda e dos seus valores”, um princípio que, como recordou, foi definido na sua tomada de posse como presidente desta instituição de ensino superior. “Uma instituição que pretendemos centro de atividades mais atrativo, mais humano, mais inclusivo, com mais alunos e mais interventivo na sociedade”. Acrescentou Joaquim Brigas, no decorrer na sua intervenção. Para o Presidente do IPG, e com a entrada num novo ciclo estratégico, vão ser implementadas três linhas de ação “que passam: pelas pessoas, pela comunicação e pela sociedade; certos de que o importante papel do Politécnico da Guarda no desenvolvimento social, económico e cultural pode e deve ser ampliado, numa desejada envolvência com instituições e empresas.” Joaquim Brigas reiterou, neste sessão, o seu empenho em “reafirmar o Politécnico da Guarda como uma instituição da sociedade e para a sociedade”, referindo depois que o IPG vai contar “com novos e valiosos contributos de docentes que são sobejamente conhecidos e aceitaram o meu desafio para, em conjunto, operacionalizarmos essa reafirmação”. O Presidente do IPG afirmou que “são imensos os desafios
que enfrentamos, alguns emergentes e que vamos começar a desenvolver a curto prazo, tais como reforçar e adequar a oferta formativa ao nível dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais, Licenciaturas e da Formação pós-graduada. Esperamos que este novo ano traga mais dinâmica formativa e, consequentemente, novos públicos e mais estudantes para o IPG. Para isso temos que reunir melhores condições para a sua inserção na comunidade académica e na comunidade local”. Joaquim Brigas aludiu ainda, no seu discurso, à recuperação da Pousada de Juventude da Guarda, “uma iniciativa do Governo, um projeto que pretendemos concretizado o mais depressa possível; a instalação de alojamento académico neste edifício só tem vantagens pela proximidade com a outra residência e com a cantina II e possibilita a existência, no centro da cidade, de uma sala de estudo a funcionar vinte e quatro horas por dia, destinada a alunos de todas as escolas.” O Presidente do Politécnico considerou que se trata de “um equipamento que faz falta na Guarda e cuja criação integra o plano de ação que queremos também desenvolver com a equipa que hoje toma posse.”K
JANEIRO 2019 /// III
IV
/// JANEIRO 2019