setembro 2019 Dossier dedicado à Universidade da Beira Interior
Produção :RVJ - Editores
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UBI 24 horas por dia em academia cosmopolita
A Universidade da Beira Interior continua a transformar a região, em particular a cidade da Covilhã. A academia foi das poucas que cresceu em número de alunos na última década, continuando a surgir em lugares de destaque nos rankings internacionais. António Fidalgo, o seu reitor, explica porquê. SETEMBRO 2019 ///
António Fidalgo, Reitor da Universidade da Beira Interior
UBI 24 horas por dia, em academia cosmopolita 6 A Universidade da Beira Interior ultrapassou já a fasquia dos 7500 alunos. A abraçar a cidade da Covilhã, a instituição está mais cosmopolita e tem provocado um forte dinamismo no setor imobiliário, no que respeita à abertura de novos alojamentos para alunos e docentes. Nos últimos 10 anos foi a única instituição universitária do interior do país que cresceu em número de alunos. António Fidalgo, reitor da instituição, mostra-se satisfeito com os resultados obtidos, com o facto da UBI surgir nos rankings internacionais, e da sua instituição ter tornado a Covilhã numa cidade académica, 24 horas por dia. A UBI nos últimos anos foi das poucas universidades que subiu em número de alunos. A que é que isso se deve? É um facto. Claro que como todas as outras instituições, nos anos da crise, tivemos uma redução, mas nos outros conseguimos crescer de uma forma consistente. Também nos alunos estrangeiros crescemos, apostando em alunos inscritos nos cursos de graus de universidade. Hoje, a UBI conta com mais de 7500 alunos e, a curto prazo, não ficaremos longe dos 8000, o que faz de nós a maior instituição de ensino superior do interior do país. Conseguimos fazer da Covilhã - e isso também se deve à autarquia - uma cidade Campus, com quatro bibliotecas universitárias abertas 24 horas por dia e durante todo o ano, o que mudou muito o ambiente da Covilhã. E hoje a cidade é muito procurada pelo ambiente académico. Para além disso, concecionámos os bares, o que nos permite fazer uma melhor oferta, ocupando a universidade com o ensino e investigação. E estes resultados, estando no interior, obtêm-se como? As pessoas é que fazem a diferença. Aqui o aluno é tratado de forma personalizada. Não é mais um número. Aqui somos uma verdadeira comunidade académica e esse espírito está cada vez mais imbuído nos funcionários, docentes e professores. O sentir de ser ubiano é cada vez mais forte. Os antigos alunos têm merecido uma atenção especial por parte da UBI… Temos um gabinete dedicado aos antigos alunos. Todos os anos realizamos vários eventos virados para eles. O próprio Conselho Geral tem, entre os seus membros externos, antigos alunos. O que verificamos é que há uma vinculação forte entre a UBI e os seus antigos estudantes, os quais também já cá têm a estudar os seus filhos.
II
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UBI H
Até onde pode chegar a UBI em termos de número de alunos? Tudo depende de vários factores. Há uma redução no número de alunos no ensino secundário. Sabemos que vamos perder alunos do secundário, mas compensamos isso de duas formas: captando-os noutras zonas e pelo ambiente académico existente na UBI, que oferece condições únicas; e abrindonos ao espaço internacional. Em todo o mundo, o ensino superior é visto como uma atividade económica importante. Portugal tem condições, e a Covilhã em particular, tem condições únicas, pela segurança, pelo modo como recebemos pessoas estrangeiras, e pela dimensão da língua portuguesa. E neste último fa-
tor, verificamos que existe nesses países uma necessidade enormíssima de qualificação de quadros, sejam professores, engenheiros ou médicos. E nós sempre defendemos alargar mercados, que passam muito pelos países de língua portuguesa. Neste momento estamos a alargar também a nossa intervenção à América Latina e à China. Uma das questões que se coloca quando falamos da vinda de alunos, portugueses ou estrangeiros, diz respeito ao alojamento. A UBI e a cidade garantem resposta às necessidades? A UBI é uma das instituições de ensino superior com a maior taxa de camas e residências, acima dos 10 por cento.
Para além disso, a cidade e a sua iniciativa privada têm dado uma resposta extraordinária. A atividade económica em torno desta questão é elevado e tem tido uma grande dinâmica. Em termos internacionais, a UBI tem aparecido em diferentes rankings… Os rankings também são feitos pela procura que nós temos e pela internacionalização. A internacionalização é uma marca da universidade. E essas classificações nos diferentes rankings são o reconhecimento da qualidade da UBI, o que nos dá conforto, orgulho, aumenta a consciência de identidade e nos ajuda a criar este ambiente que é a chave do sucesso.
O professor sempre defendeu uma universidade e uma cidade cosmopolita. Isso já está a acontecer? Cada vez mais. Os comités de avaliação que vêm à UBI ficam admirados com o grau de cosmopolitismo que atingimos. No dia da Universidade referiu que a UBi está bem de ânimo mas mal de orçamento. Como é que está a questão do financiamento por parte do Estado? Cada vez mais escandalosa. Se virmos o nível das receitas próprias, mais do que muitas vezes o número de alunos (pois há instituições que continuam a contabilizar os alunos que abandonam) verificamos que o valor que entra na UBi pelas propinas dos alunos suplanta o das suas congéneres. O número real de alunos é medido pelo valor que aparece associado às receitas de propinas e aí notam-se diferenças para outras instituições. Por outro lado, com a diminuição do valor das propinas dos alunos internacionais, por decisão da Assembleia da República, não estamos a ver a reposição da diferença em Orçamento de Estado. Tem esperança que isso seja ultrapassado na próxima legislatura? Tenho. Tem que haver uma fórmula de financiamento. Neste momento o desnível entre as instituições é grande. Por outro lado, e numa outra perspetiva, é inadmissível que um aluno do ensino secundário custe mais ao Estado que um do ensino superior. É dos poucos casos do mundo! O sistema está subfinanciado, mas dentro desse subfinanciamento há diferenças escandalosas, em que universidades como nós, que temos despesas de aquecimento e deslocação, recebemos menos que as universidades de Lisboa ou Porto. Em termos de oferta formativa, que novidades apresenta a UBI para este ano? Vamos ter uma licenciatura em Matemática. Estamos com alguma expetativa. Isto demonstra também alguma robustez da Universidade. Vamos ter o curso a funcionar nos três níveis, licenciatura, mestrado e doutoramento e temos um centro de investigação em matemática muito bem classificado. K
Prémios aos melhores candidatos
UBI reforça apoios sociais 6 ‘Quem se esforçou não pode ficar de fora’ é a mensagem que a Universidade da Beira Interior (UBI) dirige a todos os estudantes que, depois de concluírem o Ensino Secundário, não prosseguem os estudos por razões financeiras. À semelhança do que tem feito nos últimos anos, a academia reforçou com novos apoios a campanha ‘Não Desistas - Aposta em ti’ e prepara-se para auxiliar os candidatos a encontrar ajuda financeira para que possam apostar numa formação académica. Este ano aumentam os apoios do Programa de Excelência +UBI. Continua a ser atribuído um prémio no valor da propina anual aos estudantes colocados na Universidade através do CNAES, em primeira opção e com nota de
candidatura igual ou superior a 18 valores. Já para os colocados no novo curso de “Matemática e Aplicações” há benefícios que podem isentar o pagamento de propinas durante os três anos do curso, mediante as condições definidas pelo programa. O conjunto de vantagens atri-
buídas a candidatos de formações específicas inclui ainda o Mestrado Integrado em Engenharia Civil. As Bolsas Santander Futuro vão isentar do pagamento de propinas os três alunos com melhor média de entrada neste curso, durante um ano. Quem não for abrangido pelo
Programa +UBI poderá beneficiar de apoios exclusivos atribuídos por diversas entidades, no âmbito de protocolos estabelecidos pela UBI. São disso exemplo as bolsas de autarquias e outras entidades. As bolsas do Estado são um apoio importante para minimizar os custos de frequentar a UBI. Existem as bolsas de Ação Social e o Programa +Superior, criado para as instituições de zonas com menor densidade demográfica. Depois de cinco anos de funcionamento deste incentivo, que este ano atinge os 1.700 euros anuais, verifica-se que a UBI é a instituição de Ensino Superior do país que teve o maior número de estudantes apoiados. As candidaturas são feitas na página da Internet da DGES, até 15 de novembro. K
Prémio Jovem Universitário de Ourém
Diplomada da UBI vence 6 Ana Carolina Ferreira Reis, diplomada em Arquitetura pela Universidade da Beira Interior (UBI), é a vencedora do Prémio Jovem Universitário de Ourém 2019, atribuído pela Câmara Municipal daquele concelho à dissertação intitulada ‘Memória de um lugar. Projeto de reabilitação para a valorização do Castelo de Ourém’, apresentada na UBI, em 2018, como trabalho final do curso de Mestrado Integrado. Com orientação do docente Jorge Eduardo Ramos Jular e coorientação de Miriam Ruiz Iñigo, o trabalho de Ana Reis
Câmara Municipal de Ourém H
lança ideias para a promoção e dinamização cultural e turística do interior do Castelo e zona
envolvente. “Pretende-se ainda dar-lhe o devido reconhecimento que caiu em desuso e ainda
assim ser um contributo para recuperação da malha urbana onde está inserido”, de acordo com o texto da dissertação. Ana Reis, natural de Ourém, recebeu o Prémio na segundafeira, dia 5 de agosto, tendo sido entregue pelo presidente da Câmara Municipal de Ourém, Luís Miguel Albuquerque. O Prémio visa promover e divulgar trabalhos académicos relacionados com o concelho, tendo destacado, desta vez, uma dissertação sobre o Monumento Nacional que é um ex-libris do município situado no distrito de Santarém. K
Projeto Remedia.Lab
Outono debate jornalismo de proximidade 6 O jornalismo de proximidade e o ecossistema digital são os temas centrais da Local Media Fal(l) School que o projeto Remedia.Lab organiza entre os dias 19 e 21 de setembro, na Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior (FAL-UBI), sob o tema ‘Media locais, regionais, comunitários e de proximidade. A iniciativa contará com momentos de formação e sessões de apresentação de estudos académicos realizados em instituições do ensino superior e unidades de investigação portuguesas e estrangeiras. Para ambas as mo-
dalidades – estudos académicos e trabalhos jornalísticos – decorreu uma chamada de trabalhos até 31 de agosto. “Esta é uma escola de outono em torno dos media hiperlocais, locais, regionais, comunitários e de proximidade, que pretende, num ambiente de convívio e informal, proceder a uma abordagem ao papel do jornalismo de proximidade no novo ecossistema digital”, descreve João Carlos Correia, investigador responsável pelo Remedia.Lab - Laboratório e Incubadora de Media Regionais. O projeto está sediado no LabCom.IFP, unidade
de investigação localizada precisamente na FAL-UBI. A data da iniciativa coincide com a primeira semana do ano letivo 2019/2020 e ainda com o Festival da Cherovia, que decorrerá de 18 a 22 de setembro, no centro histórico da Covilhã. De acordo com João Carlos Correia, “a dinâmica da Local Media Fal(l) School foi pensada para girar em torno do Festival”. Os participantes – académicos, jornalistas e estudantes – “vão ser desafiados a realizar reportagens multimédia sobre o evento e recorrendo a dispositivos móveis”, refere o também docente do De-
partamento de Comunicação e Artes. Desta forma, vão experimentar formas diferentes de trabalhar jornalisticamente um evento que se realiza regularmente, dedicado a um produto que faz parte da identidade agrícola da região. A iniciativa surge com a perspetiva de se tornar “um evento regular, que surge a partir da FALUBI e que se estende à cidade, concelho e região”, refere ainda o responsável pelo Remedia.Lab. A estreia da Local Media Fal(l) Shool acontece no ano letivo 2019/2020, simbolicamente marcado pelas comemorações do 20.º aniversário da FAL-UBI. K
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Engenharia Civil
UBI dá benefícios aos melhores colocados
6 Os melhores colocados no Mestrado Integrado em Engenharia Civil da Universidade da Beira Interior (UBI), no Concurso Nacional de Acesso 2019, vão beneficiar de um incentivo no primeiro ano do curso, nomeadamente as Bolsas Santander Futuro, que contemplam, com a isenção de um ano de propinas, os três alunos com a média de entrada mais alta. Este é mais um benefí-
UBI
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Gestão e desporto com acreditação por 6 anos 6 A Licenciatura em Gestão da Universidade da Beira Interior acaba de ser acreditada pelo período máximo de seis anos, depois da análise feita pela A3ES – Agência de Acreditação e Avaliação do Ensino Superior. As condições globais em que funciona o curso do Departamento de Gestão e Economia (DGE) receberam aprovação da Agência, que destacou como pontos fortes a qualidade do corpo docente, com uma elevada percentagem de professores doutorados. A Comissão Externa de Avaliação destaca ainda a procura muito elevada do curso por parte dos estudantes. Nos últimos três anos, os estudantes que escolheram esta formação da Universidade da Beira Interior (UBI) excederam as vagas disponibilizadas. Ciências do Desporto A Licenciatura em Ciên-
cias do Desporto da Universidade da Beira Interior também está acreditada por seis anos, o período máximo previsto para os cursos superiores em Portugal, após a A3ES - Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior ter reconhecido a qualidade científica dos docentes e o empenho no ensino e aprendizagem, como uma das imagens de marca do curso que integra a oferta formativa do Departamento de Ciências do Desporto (DCD). A A3ES destaca que o corpo docente “é qualificado e apresenta uma produção científica de qualidade”, mostrando um compromisso “efetivo de todos os docentes com o ciclo de estudos, patente também na valorização e satisfação que os alunos apontam sobre a frequência do curso e o envolvimento dos seus professores”. K
Gestão de Unidades de Saúde
Ordem aprova mestres 6 O 2.º Ciclo/Mestrado em Gestão de Unidades de Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI) obteve o reconhecimento pela Ordem dos Médicos que faculta aos profissionais médicos que obtenham o respetivo grau a ‘Competência em Gestão dos Serviços de Saúde’. Anabela Almeida, diretora do Curso, refere que recebeu com “enorme” satisfação a comunicação da Direção da Competência em Gestão dos Serviços de Saú-
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equipados e modernos. Além do conhecimento nas áreas clássicas e fundamentais da Engenharia Civil, a UBI tem já provas dadas nas novas tendências e preocupações ambientais, relacionadas com a construção sustentável e reutilização de materiais. Como resultado deste trabalho foi premiada em 2018 no âmbito do projeto Eco2Blocks, desenvolvido
cio concedido pela UBI para quem opta por áreas tecnológicas com elevado grau de inovação, cuja procura pelo mercado de trabalho está a crescer em Portugal e no estrangeiro tem aumentado. O Mestrado Integrado está devidamente acreditado pela A3ES – Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior e sustentado num corpo docente qualificado e instalações/laboratórios bem
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de. “Este foi um processo iniciado há algum tempo, mas este desfecho compensou todos os esforços da equipa envolvida, que juntou docentes e investigadores do Departamento de Gestão e Economia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e da Faculdade de Ciências da Saúde”, salienta a responsável pelo Curso. O Mestrado em Gestão de Unidades de Saúde entrou em funcionamento no ano letivo 1998/1999. K
pelo docente e investigador João Castro Gomes e pelo aluno Pedro Humbert, que propõe a utilização de resíduos industriais na produção de materiais para a construção, diminuindo a utilização de recursos naturais e absorvendo dióxido de carbono. Uma proposta com um elevado grau de inovação que venceu o concurso internacional ClimateLaunchpad e Prémio Manuel António da Mota. K