maio 2016 Suplemento Comercial dedicado à Universidade da Beira Interior
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UBI faz aposta UBI aprofunda Erasmus nos alunos relações com da Covilhã recebe prémio internacionais Angola C
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António Fidalgo fala dos 30 anos da universidade
UBI, robusta, faz forte aposta nos alunos internacionais 6 A Universidade da Beira Interior está a assinalar os seus 30 anos de existência. Um percurso que a tornou robusta e uma forte marca do ensino superior em Portugal, herdando uma história passada das origens do ensino superior na cidade da Covilhã. Hoje, três décadas depois, a UBI respira força e olha para o futuro abraçando a internacionalização, numa aposta clara na lusofonia, mas também noutros mercados. António Fidalgo, reitor da instituição, mostra-se satisfeito com o caminho trilhado pela universidade, e num futuro próximo quer que 1/3 ou 1/4 dos alunos seja estrangeiros.
demos, para que a UBI seja cada vez mais uma universidade cosmopolita. Relativamente ao financiamento das instituições de ensino superior por parte do Orçamento de Estado. Continuam as dificuldades?
Durante as comemorações dos 30 anos da UBI disse, no seu discurso, que no futuro 1/4 ou 1/3 dos alunos da instituição deveriam ser estrangeiros. Isso é uma meta para quantos anos? Para três ou quatro anos. Isto porque começa o inverno demográfico, ou seja o decréscimo da natalidade vai sentir-se nas universidades nessa altura. E as universidades, pela sua natureza, devem estar abertas ao mundo. Hoje em dia o mercado de ensino superior é global. Muitos jovens circulam por todo o mundo à procura de um local de estudo privilegiado. As universidades portuguesas estavam muito fechadas em si. Neste momento estamos em condições de entrar nesse mercado global. E temos condições ímpares para ter sucesso. Existem 250 milhões de falantes de língua portuguesa e isso é uma vantagem competitiva enorme. Temos 240 milhões de falantes no hemisfério sul, onde há muita carência de formação superior de qualidade, e que pode ser encontrada em Portugal a preços muito competitivos. A aposta será o mercado lusófono? Será o mercado internacional com especial incidência no mercado de língua portuguesa. E nessa matéria a UBI tem já acordos importantes? A maior fatia de alunos internacionais é do Brasil. Mas temos vindo a assistir a um crescimento progressivo de alunos lusófonos. Este ano onde se notou um maior crescimento foi em alunos angolanos, porque houve da parte das autoridades desse país empenho em colocar na UBI alunos bolseiros do estado angolano. As informações que recebemos é que essa aposta vai continuar na formação de quadros. O facto de muitos alunos estrangeiros concluírem os seus estudos na UBI também pode provocar um efeito de bola de neve junto das comunidades desses países, po-
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António Fidalgo, reitor da Universidade da Beira Interior
dendo captar novos alunos, sendo eles verdadeiros embaixadores da Universidade... Sem dúvida. Sentimos isso com Cabo Verde, em que o ministro da economia é um ubiano. Recentemente recebemos um email sobre a vinda do Presidente da República de Cabo Verde à região e percebemos que a assessora para os assuntos sociais foi aluna da UBI. Pelo que essa ligação dos antigos alunos à universidade é muito importante. Nós temos cultivado isso. Sempre que nos deslocamos a outros países fazemos promovemos encontros com antigos alunos. É esta dinamização que procuramos fazer, pois amanhã estes alunos terão outras funções. Além disso, se tivermos aqui dois mil alunos estrangeiros, também os pais, as famílias e os amigos virão até esta região, que oferece condições ímpares de segurança, mais qualidade de vida, pelo que essas pessoas posteriormente também vão investir aqui. Há um acompanhamento, por parte da UBI, dos seus antigos alunos (nacionais e estrangeiros). Sabem onde eles estão? Criámos o gabinete dos antigos alunos, montámos uma base de dados, que está a ser trabalhada. Toda e qualquer iniciativa promovida por antigos alunos é trabalhada nesse gabinete, o qual vai ter um espaço de muita visibilidade no Serra Shopping.
30 anos depois, como é que avalia o percurso da UBI? São 42 anos de ensino superior na Covilhã. Nestes 30 anos conseguiu-se uma instituição muito robusta em todos os aspetos, desde os pedagógicos e científicos, mas também de organização e de agilidade. A UBI é uma universidade muito consolidada, capaz de responder aos novos desafios. Não está tão dependente de iniciativas do poder central, depende dela própria e tem capacidade de encetar iniciativas com vista a reforçar o seu corpo de alunos. Ao nível da oferta formativa, há algum curso que desejasse para a UBI? A UBI tem uma oferta muito vasta e completa. Agora se me dissesse se gostaria de ter aqui um curso de direito, eu diria que sim. Algo que poderá ser possível no médio-longo prazo. E ao nível das pós-graduações? O que verificamos é que elas têm uma forte atratividade, sobretudo de estudantes brasileiros e do norte de África. Temos recebido alunos desses países para se doutorarem na UBI. Temos alunos de 28 países, o que foge ao paradigma da língua portuguesa. A universidade está a atrair estudantes de fora de Portugal. E é isso que preten-
Continua a haver e agravar-se o subfinanciamento do ensino superior, algo que a tutela já reconheceu. Enquanto nos países ditos desenvolvidos um terço do dinheiro que se gasta em educação destina-se ao ensino superior, em Portugal está abaixo dos 20 por cento. Portugal deve ser dos poucos países do mundo em que um aluno do ensino superior é mais barato que um estudante do ensino secundário. Isto obviamente pesa muito sobre o sistema. A UBI é das universidades portuguesas mais subfinanciadas. Temos uma suborçamentação de um milhão e 800 mil euros, que temos que suprir através de projetos e de receitas próprias. No ano passado terminámos com um saldo positivo, mas isso deve-se aos investimentos que tínhamos feito em 2014, que foram na ordem dos quatro milhões de euros, e que regressaram em 2015. Os saldos são fundamentais para o investimento, pois permitem-nos concorrer a projetos nacionais e europeus. Eles são o oxigénio das instituições, pois só com eles podemos concorrer e executar projetos. É um dinheiro que se rentabiliza. Se não tivermos saldos não o podemos fazer. E a força da UBI é a aplicação correta dos saldos. Há universidades que optaram pelo modelo fundacional. É possível isso acontecer na UBI? É desejável? No modelo inicial apenas algumas universidades aderiram a esse modelo. Agora há mais duas. Ou seja, nós não vemos as universidades que escolheram esse modelo a querer desistir dele, vimos é um movimento para esse regime. As universidades do interior têm uma realidade diferente, pois não têm tantas receitas próprias como as do litoral. No momento em que todas as do litoral passarem a fundacionais, a UBI terá que pensar nessa hipótese. Uma das apostas da universidade foi o UbiMedical. Está a ser ganha? O UbiMedical está a cumprir aquilo que foi pensado. Temos oito laboratórios da universidade ali instalados. Temos empresas incubadas de sucesso a funcionar. Está a ganhar dinâmica e estou ciente que vai conseguir uma atividade significativa de interface da universidade com a sociedade, numa lógica de transferência de conhecimento. K
universidade
UBI com saldo positivo em 2015 6 Universidade da Beira Interior apresentou um saldo global positivo de 30 mil euros em 2015, de acordo com as contas que foram aprovadas, por unanimidade, em Conselho Geral, a 29 de abril. O vice-presidente do Conselho Geral, Joaquim Lima, enfatiza as “contas positivas, apesar do contexto nacional ditado às universidades pelo orçamento de estado que efetivamente continua ainda a seguir a linha que foi iniciada na altura da Troika e, portanto, hoje as universidades trabalham com menos dinheiro relativamente a antes do período Troika, mas a UBI tem sabido dar resposta positiva e as contas de 2015 traduzem essa realidade”, destaca. Ainda sobre a questão financeira, Mário Raposo, vice-reitor
da UBI para a Área Financeira e Projetos lembra que, apesar do resultado obtido ter sido “ótimo”, o Orçamento de Estado “não chega sequer para pagar salários”. E revela que a UBI “está a fazer um grande esforço ao nível da contenção” e que “os recursos humanos são menos do que deveriam ser”. O vice-reitor salienta a “necessidade de haver uma fórmula que se aplique a todas as universidades. O que nós pedimos é que o financiamento seja com base numa fórmula que nos permita de facto gerir a situação de um modo igual às outras universidades. Estamos a falar de uma questão de desigualdade de tratamentos”, refere Mário Raposo.K Rafael Mangana _
Fórum de Jovens Angolanos
UBI aprofunda relações com Angola 6 Cerca de 200 estudantes que frequentam o Ensino Superior em Portugal participaram no Fórum de Estudantes Angolanos, que decorreu na Universidade da Beira Interior (UBI), a 14 de maio, uma instituição que tem Angola como um dos países prioritários em termos de relações académicas. “Os angolanos são sempre bem acolhidos. É uma disposição da academia, de toda a equipa reitoral, de todos os funcionários desta casa e de todos os vossos colegas. Gos-
tamos de os ter cá e queremos que sejam muitos mais. Sejam bem-vindos e contem sempre com a UBI nas vossas iniciativas”, afirmou o reitor, António Fidalgo, na sessão de abertura. António Fidalgo dirigia-se aos estudantes do país africano no dia em que regressou de uma visita àquele país. A comitiva da UBI reuniu com o ministro do Ensino Superior de Angola, Adão do Nascimento, com o secretário de Estado da Educação, Narciso Benedito e o General Jaime Vilinga, diretor-
geral do Instituto Superior Técnico Militar (ISTM), instituição parceira da UBI. Os encontros que reforçaram as relações da UBI com instituições angolanas, agora que está a terminar o ano letivo que trouxe para a Covilhã os primeiros estudantes através de bolsas concedidas pelo Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE), além de um outro acordo que estabelece a formação de elementos do ISTM através da Universidade da Beira Interior. K
Erasmus Student Network
Covilhã recebe prémio
UBI
Luís Lourenço reeleito Provedor do estudante 6 Luís Lourenço acaba de ser reeleito Provedor do Estudante da Universidade da Beira Interior (UBI), sendo o escolhido entre cinco nomes apresentados na reunião do Conselho Geral, a 29 de abril. O docente da UBI ocupou esta função nos últimos dois anos e vai assim cumprir mais um mandato, depois de ter sido reeleito com 22 votos, dos 27 possíveis. O Provedor agora reeleito considera que o trabalho desenvolvido nos últimos dois anos “foi globalmente positivo” e vai procurar “dar continuidade a esse traba-
lho, no sentido de dar resposta e encontrar soluções necessárias para aquilo que são as reclamações e os problemas, além de prevenir outros que possam vir a acontecer”. Luís António Nunes Lourenço licenciou-se em Gestão de Empresas no Instituto Universitário da Beira Interior (IUBI) em 1979/83. Fez mestrado e doutoramento em Gestão Industrial na Universidade de Clemson (EUA). É docente do Ensino Superior desde 1983, ano em que iniciou funções de assistente no IUBI. Atualmente é Professor Associado. K
6 A Erasmus Student Network (ESN) Covilhã, organismo de apoio a alunos estrangeiros, acaba de receber um prémio internacional, na categoria de vídeo e num universo de 500, com um trabalho acerca da temática do terrorismo. O prémio foi atribuído durante a reunião anual, realizada na Polónia, de 7 a 10 de abril, na qual mais de 800 estudantes representaram 50 instituições de Ensino Superior de 38 países, para discutir o futuro da organização. Portugal destacou-se entre os vencedores dos ESN STARawards, que distinguem o que de melhor se fez no ano letivo 2015/2016, em 17 categorias, tais como projetos, atividades, campanhas, vídeos, secções e países. No primeiro lugar da categoria
de vídeos ficou a secção da Madeira, seguida então pela secção da Covilhã, com um vídeo feito por alunos Erasmus da UBI sobre o terrorismo. O presidente da ESN Covilhã, Pedro Santos, esclarece que “o vídeo foi inspirado nos
ataques terroristas ocorridos na Europa. Houve muitas secções que espalharam posts pelo Facebook sobre o assunto, mas nós quisemos ser diferentes”, refere. K Rafael Mangana _
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Ao melhor aluno de comunicação
Ensino Magazine atribui prémio
Facebook Oficial H
Licenciado pela UBI
João Lino campeão no Dubai
6 João Lino, 31 anos, licenciado em Ciências do Desporto pela Universidade da Beira Interior, integra a equipa técnica de Rui Guimarães que, ao serviço do Al Ahli, do Dubai, conquistou o título de campeão dos Emirados Árabes Unidos e, ao campeonato, juntou a conquista da Taça daquele país. Foi para o Dubai porque, tanto a nível pessoal como profissional, sentiu ser uma oportunidade importante para o seu crescimento, tendo a seu cargo o treino dos guarda-redes e a
estatística, numa equipa de um campeonato em “clara evolução, pois tem condições financeiras e estruturais para isso”, afirma. Passou também pelas equipas da AAUBI, Sporting da Covilhã e Desportiva do Fundão, fez mestrado na Universidade de Coimbra e tem um currículo que inclui a liderança de equipas técnicas, treino guarda-redes, trabalho nas áreas do scouting, estatística, audiovisuais, comunicação exterior e controle dos indicies físicos. K
Na UBI
Médicos recebem bata branca 6 Os 130 estudantes do terceiro ano do curso de Medicina da Universidade da Beira Interior (UBI) começam uma nova etapa na sua formação, transitando de uma fase mais teórica, para uma outra eminentemente prática e de contacto direto com o ambiente clínico. O momento foi assinalado com a Cerimónia da Bata Branca, a 22 de abril, na Faculdade de Ciências da Saúde (FCS). Os futuros médicos foram alertados para a importância da ética e do humanismo na profissão que escolheram exercer para a vida. “Ao entrarem nesta nova fase das vossas vidas, ao vestirem essas vossas batas brancas terão de assumir todo um compromisso com essa imensa dimensão humana da comunicação com o doente, nos seus aspetos psicológicos, éticos, antropológicos, sociológicos, entre outros. Terão de assumir que irão
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rir, chorar, ter esperança e desesperar interiormente no fluxo dessa comunicação”, afirmou o presidente da Faculdade de Ciências da Saúde, Luís Taborda Barata. A visão humanista foi destacada pelo diretor do curso de Medicina, Miguel Castelo Branco, pois a principal função de um médico “é olhar e cuidar das pessoas, não tratar das doenças, mas tratar dos doentes e daquilo que eles sofrem, portanto a humanidade, na qual tanto apostamos, é uma base essencial da formação de um médico”. António Fidalgo, reitor da Universidade da Beira Interior (UBI), admite que o “primeiro dever de qualquer médico é ter a melhor formação científica para exercer aquilo que vai fazer e nesse ponto é semelhante a todos os outros profissionais que a universidade forma”. K Carla Sousa _
6 O Ensino Magazine atribuiu uma bolsa de mérito ao melhor melhor aluno do curso de licenciatura em ciências da comunicação da Universidade da Beira Interior, Emídio Rodrigues. A entrega do prémio foi feita durante a sessão solene dos 30 anos da UBI, pelo diretor do Ensino Magazine, João Carrega. Para aquele responsável a atribuição de bolsas de mé-
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rito aos melhores alunos é “uma responsabilidade social que a nossa publicação tem assumido, como forma de reconhecer o mérito e o esforço dos alunos no seu percurso académico”. Para além da UBI, este ano, o Ensino Magazine irá atribuir bolsas de mérito aos melhores alunos da Universidade de Évora e dos politécnicos de Castelo Branco, Leiria, Guarda e Portalegre. K