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PROPAGANDA QUE GERA CONVERSÃO
Para serem assertivos, os anúncios on-line e em veículos tradicionais de mídia exigem planejamento. Especialistas mostram como pequenos empreendedores podem investir e gerar bons resultados
Propaganda é a alma do negócio. A frase é antiga, mas seu sentido permanece. Enquanto as grandes marcas e redes investem muito dinheiro em propaganda, para os pequenos e médios varejistas o assunto ainda gera incertezas, principalmente depois do advento das redes sociais e da possibilidade de utilizá-las como canal gratuito de divulgação. A área da propaganda é complexa, portanto não basta apostar somente nos canais mais baratos ou gratuitos sem antes ter um bom planejamento e conhecer as maneiras de obter alcance e visibilidade. O sócio-diretor da FM Consultoria, escritor e professor da área de planejamento e branding, Felipe Morais, é enfático ao afirmar: “Uma empresa que não investe em mídia está errando muito, porque você precisa se destacar no mercado, as pessoas precisam saber que sua loja existe”.
O consultor do Sebrae Fernando (Nando) Andrade, CEO da Agência OCV e fundador do podcast “Comunicando e Andando”, dá o caminho para os varejistas que pretendem investir, mas têm dúvidas sobre como iniciar um planejamento de comunicação:
“Tudo começa pelo cuidado com a marca”, diz ele. Isso envolve ter uma identidade visual caprichada, que passa credibilidade. O segundo ponto é saber quem é seu público-alvo, para direcionar os investimentos aos canais mais acessados por esse público. “Sabendo quem é o seu cliente, é possível investir mais em determinada rede social, sem deixar de lado outras mídias, mas focando naquela que você sabe que é a preferida do seu público”, esclarece o consultor. Se o foco, por exemplo, é falar coma geração Z, o TikTok não pode ser esquecido. Pesquisa da Her Campus Media, empresa de mídia e marketing voltada à geração Z, mostra que o TikTok é o mecanismo de busca preferido de 74% dos jovens dessa geração e que a rede influencia a decisão de compra: 72% informaram ter comprado algum produto após vê-lo no TikTok.
O passo seguinte é definir um valor para investir na propaganda. Mesmo a divulgação nas redes sociais requer investimento financeiro, ainda que não seja alto, para que o anúncio não fique “escondido”: “Hoje há possibilidade de anúncios iniciais de R$ 10 por dia, que começam a impactar as pessoas de interesse e com o tempo é possível tracionar, investir um pouco mais”, ensina. Outro aspecto indispensável é achar uma métrica para avaliar os resultados. A importância de um conteúdo bem trabalhado, humanizado, é também fundamental, destaca Nando.
Em relação ao uso das redes sociais para propaganda, Felipe Morais reconhece que elas são “superimportantes”, porque mais de 120 milhões de pessoas são usuárias das redes sociais no Brasil. Mas ele ressalta que “ninguém quer ver anúncios no seu feed o tempo todo, então é preciso pensar em estratégias que gerem conversão”. O conteúdo tem de mostrar o diferencial da marca e apresentar ao consumidor que solução a empresa oferece para ele. Morais concorda que para investir de forma assertiva é importante contar com um profissional de planejamento e saber que o retorno é um processo lento, que exige consistência.
Os especialistas recomendam não apostar apenas nas redes sociais. Vale investir em anúncios pagos no Google, a plataforma de busca mais usada no mundo. Nando destaca que não é simples conhecer e saber como melhor aproveitar todas as formas possíveis de anunciar em rede de pesquisas e links patrocinados, mas – segundo ele – o básico é fácil e rende bons resultados. “No Google, o empresário está investindo quando a pessoa vai até ele, ou seja, as pessoas estão procurando determinado produto e a loja só vai ter custo se a pessoa clicar e for até o site da empresa. Então, o investimento só ocorre quando o Google leva para o destino”, ensina. “Esse clique às vezes custa só 20, 50 centavos”, complementa. O Sebrae disponibiliza um curso gratuito sobre este tema, que pode ser feito por WhatsApp ou Telegram (acesse o link no QR Code informado no quadro). Outra iniciativa do Sebrae para ajudar o pequeno empresário a desbravar as possibilidades da publicidade on-line é a série de artigos Google no varejo, que mostra o funcionamento de várias ferramentas do Google (veja os respectivos QR Codes para acesso aos artigos).
Sabendo quem é o seu cliente, é possível investir mais em determinada rede social, sem deixar de lado outras mídias, mas focando naquela que você sabe que é a preferida do seu público.
Fernando (Nando) Andrade, consultor do Sebrae, CEO da Agência OCV e fundador do podcast “Comunicando e Andando”
Mídia Tradicional
Os veículos tradicionais de comunicação e publicidade, como o rádio, o carro de som, a placa de rua, o jornal de bairro, também merecem atenção dos lojistas. Nando entende que a mídia tradicional não morreu e não pode ser menosprezada. “Esses veículos se reinventam e, com isso, surgem muitas oportunidades. Não deixe de analisar o que faz sentido na sua região”, recomenda. Ele acrescenta que jornais e rádio perderam muita verba de publicidade para o digital, então estão “sedentos” por anunciantes.
Para Felipe Morais, os canais tradicionais são complementares aos digitais, e como geralmente não há verba para anunciar num conjunto muito amplo é o planejamento que vai ajudar a definir para onde vai o investimento, lembrando-se que é fundamental priorizar os canais preferidos do público que se quer atingir.
Ninguém quer ver anúncios no seu feed o tempo todo, então é preciso pensar em estratégias que gerem conversão.
Felipe Morais , sócio-diretor da FM Consultoria, escritor e professor da área de planejamento e branding