Ano 8 N0 41 R$ 4,50
Natal
OS SEGREDOS DE UMA FESTA INESQUECÍVEL CINCO ESTILOS DE PINHEIROS PARA VOCÊ SE INSPIRAR
PUNTA DEL ESTE: VIDA DE REI NO HOTEL MANTRA ÁFRICA DO SUL: UMA LUXUOSA EXPEDIÇÃO À SAVANA
n ota
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natal tem que ser
e d i to r
Feliz!
a musiquinha que animava a propaganda de uma loja, nos idos anos 80, sempre me vem à cabeça nesta época do ano. “natal tem que ser assim; alegria em todos os corações. natal tem que ser feliz, muitas festas, muitas emoções...” esse jingle coloca a gente num compromisso e tanto, hein? ainda mais em tempos bicudos como os que vivemos aqui no Brasil. Mas a verdade é que no natal todos nós queremos uma trégua das preocupações, do estresse, das tristezas. Para a maioria das pessoas, a receita de um natal feliz é até bem simples: família reunida, um jantar gostoso, presentes para alegrar as crianças, afeto, aconchego, boas conversas, tranqüilidade e a sensação de estar celebrando com alegria uma data muito especial. a estilo Zaffari de dezembro quer dar uma ajuda para tornar mais alegre e mais festivo o natal de todos os nossos leitores. Por isso, nesta edição o ingrediente predominante é o carinho. Mobilizamos um monte de gente pra nos ajudar a montar a bela revista que você tem em mãos. Marcelo, renato, Letícia, Lis, Patrícia, Luis Henrique, Zuca, Vivi, Paula. eles foram espetaculares. Graças à dedicação dessa turma, o natal da estilo Zaffari tem uma dose enorme de carinho e emoção, expressa em três matérias especiais: Sabor, Casa e Perfil. a festa de natal diferente, inspirada e deliciosa que você vai conferir a partir da página 36 demandou um grande esforço de trabalho. Madrugada adentro, nossa “trindade natalina” (Letícia remião, Marcelo Gonçalves e renato Bing) fez surgir uma festa linda, que dá vontade de copiar e fazer igualzinha em casa. depois, novamente contando com o empenho de gente muito bacana, encomendamos cinco estilos de pinheiros de natal. recebemos cinco belíssimas árvores, assinadas por Zuca Feijó, Luis Henrique e Lisiane roehe, Vivi Gil, Lis Fonseca e Patrícia Bernardon. as idéias, a criatividade e os materiais utilizados por eles deram origem a propostas absolutamente diferentes entre si, mas todas elas encantadoras. escolha a sua preferida a partir da página 50. Finaliza esta edição uma entrevista com o queridíssimo Luis Fernando Verissimo (superlativos com ele nunca são excesso, rimas também não), registrada nas letras sensíveis da Paula taitelbaum. Verissimo puxou pela memória e conta pra nós como eram os natais da sua infância. Mas a estilo de dezembro tem também as viagens de que nossos leitores tanto gostam e que sempre elogiam. escolhemos um destino especial, diferente, digno da última edição do ano: África do Sul. a incansável Cris Berger foi até lá e nos trouxe fotos lindas e ótimos relatos de suas aventuras em meio à bicharada das savanas. neste número nos concentramos nos safaris no Kruger Park – maior reserva sul-africana – e nos inacreditáveis hotéis que existem por lá. É só pra deixar você “com gosto de quero mais”, porque nas próximas edições teremos muito mais África... tomara que você goste de tudo o que preparamos e que a estilo Zaffari inspire o seu final de ano. Foi maravilhoso ter você como leitor neste glorioso 2006! Boas Festas e até 2007!
oS editoreS
Correio estilo imperdível
orgulho gaúCho Prezada Milene e equipe: Há anos sou leitora da revista Estilo. E, a cada edição, sinto grande satisfação em explorar seu conteúdo. As matérias são atuais e adequadas ao nosso cotidiano. Mas o que sempre me espanta é estarem tão bem encaixadas na nossa realidade “porto-alegrense”. Como toda gaúcha que se preze, o orgulho vem à tona, quando constato que, aqui, na nossa terra, há mil opções de lazer, entretenimento e cultura. Por que não saborear uma cerveja especial no DaDo? Produto nosso, fabricado aqui. Essa e outras são reportagens que me tocam fundo. Por isso sugiro: quem sabe aumentar o número de edições, passando a mensal, mantendo, é claro, sempre um texto daqui? Um grande abraço, aline maria Bogoni porto alegre/rs
Oba, Alice, quantos elogios maravilhosos! Ficamos muito felizes em saber que as matérias com sotaque gaúcho estão agradando ao pessoal da terra. É verdade, temos por aqui inúmeras belezas, muitas atrações culturais, uma diversidade de opções de lazer. A Estilo Zaffari nunca deixa de abordar e valorizar os assuntos locais, mas sem perder de vista tudo o que o mundo tem de interessante. Ah, seria bom mesmo se a revista se tornasse mensal... Quem sabe transformamos essa idéia em um projeto? Um grande abraço e obrigada!
estilo fundamental Prezada Milene, bom dia. Parabenizamos a Estilo Zaffari pela qualidade na escolha das matérias, dos colunistas e pelas imagens, tudo traduzido pelo próprio título: é uma revista que tem o seu estilo, o que é fundamental. Atenciosamente, daniel Comunelo rodrigues porto alegre/rs
Cara Milene: Adoro a revista Estilo Zaffari. Estou há quatro anos morando em Osório, e sempre que vou a Porto Alegre passo no Zaffari para comprar, entre outras coisas, a minha revista. Este ano não tive sorte. Nas duas vezes que passei no Zaffari não encontrei a revista. Gostaria de receber, se possível, as edições nº. 39 e 40 pelo correio. Posso acertar o pagamento antecipado ou na retirada, como for mais viável. Só vou a POA novamente em meados de dezembro e receio não encontrar mais a nº. 40 à disposição. Certa da sua atenção. Muito obrigada, Abraços Cristiane martins osório/rs
Puxa, que pena que você não encontrou as revistas, Cristiane! É que essas últimas edições têm mesmo se esgotado rapidamente. Bem, vamos providenciar o envio das revistas pra você, sem problema. A Pamela, responsável pelo Atendimento ao Leitor, vai entrar em contato para combinar os procedimentos, ok? Obrigada por prestigiar a Estilo Zaffari e não deixe de ser essa leitora fiel! Faremos o possível para que você não perca mais nenhuma edição! Um abraço!
leitor paulistano Olá, Milene. Moro em São Paulo, capital, e aqui não há nenhuma loja Zaffari (ao menos não na minha região). Não existe nenhuma forma de eu receber a revista? Obrigado. fáBio Cermesi - são paulo/sp
Fabio, nossa equipe de Atendimento ao Leitor vai entrar em contato com você para encontrar uma solução, ok? Temos leitores espalhados em diversas regiões do país e até no exterior, e sempre encontramos maneiras de enviar a revista. De qualquer modo, queremos contar a você uma ótima novidade: em breve, o Zaffari vai estar em São Paulo! Aguarde notícias!
números atrasados Olá, meu nome é Fátima Antochevis e eu gostaria de saber onde e como posso conseguir números atrasados da revista Estilo Zaffari. Também gostaria de saber se os números atrasados podem ser enviados por correio, pois moro no interior do estado. Grata desde já. fátima antoChevis - rs
Oi, Fátima, tudo bem? É possível, sim, remetermos via correio as edições da Estilo que você não tem. Antes, porém, precisamos saber quais são essas edições, pois não temos mais exemplares disponíveis de vários números. Uma alternativa interessante é entrar em contato com outros leitores da revista, através da comunidade da Estilo Zaffari no Orkut. Lá o pessoal costuma organizar trocas entre leitores, aproveitando que alguns têm repetidos os exemplares que faltam para outros. O endereço da comunidade é: http://www.orkut. com Community.aspx?cmm=14246214. De qualquer modo, a Pamela, que cuida do Atendimento ao Leitor, vai entrar em contato com você para ver o que podemos fazer, ok? Um abraço.
o suCesso da antártida Querida Milene: MUITO OBRIGADA pela lindíssima reportagem na revista Estilo Zaffari! Já recebi muitos e-mails de amigos e família elogiando a revista, o papel, as fotos e o texto, que ficou fantástico! Obrigada pelas tuas lindas palavras na nota do editor! Espero que para ti também tenha sido um sucesso ter uma matéria tão diferente e fascinante! Um grande abraço Zelfa silva antarCtiCa expeditions Buenos aires, argentina
Í N D I C E 15
Cesta Básica
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Casa: Pinheiros
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O Sabor e o Saber
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Lugar: Mantra
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Coluna: Gauchismos
Natal! Dicas e receitas para montar uma festa inesquecível! Inpire-se.
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Ă FRICA DO SUL: MAGIA, AVENTURA, NATUREZA E CHARME 24
Simplesmente
Verissimo Espie uma conversa deliciosa entre Luis Fernando Verissimo e Paula Taitelbaum
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Cotidiano M a r t h a
M e d e i r o s
Natal outra vez
No meio do caminho, perdemos o espírito natalino Então é Natal. As lojas lotam, o mês é curto para tanto encontro agendado, as estradas ficam mais perigosas, o balanço emocional é inevitável e as pessoas tornam-se um pouco mais ansiosas do que o normal: o que dar de presente? O que comer? O que vestir? Uma amiga me escreveu um e-mail reclamando do corre-corre e do consumismo típico desta época e finalizou dizendo: “Pensar que o próximo será só daqui a um ano é a melhor parte da história”. Concordei no ato. Inúmeras coisas não se fazem mais como antigamente, e o Natal encabeça a lista. Nascimento de Cristo? Ninguém toca no assunto. O 25 de dezembro – na verdade, 24, dia da festa – virou mais uma data promocional, a mais importante delas, e dá-lhe criança pedindo presentes caríssimos diretamente para os pais e pulando a parte da cartinha para o Papai Noel, que vem a ser aquele senhor sentado a tarde inteira no shopping, coitado. Por que não colocam o Papai Noel recepcionando as crianças num parque, numa igreja? Por que ele não chega mais de helicóptero no meio de um estádio de futebol? Havia uma certa carga de emoção, ele vinha do céu, e a garotada humilde – e a nem tão humilde – curtia, eu lembro. Agora o 12
Estilo Zaffari
shopping virou o reino encantado do Natal, o único ponto de encontro com o velhinho. Ok, ao menos tem ar-condicionado. O espírito, que deveria ser de fraternidade, paz, união e religiosidade, transformou-se em outra coisa: stress. Se você adora esses dias que precedem o Natal, está em tremenda vantagem em relação aos demais mortais: sinal de que você conseguiu vencer a guerra de nervos e cultivar um lado ainda infantil e sonhador. É praticamente um extraterrestre entre nós. Um Natal diferente, charmoso? É o que este número da Estilo Zaffari propõe – aleluia! É também o que me prometo todo santo ano, mas chega na hora H, o vício da repetição se impõe. O cardápio é o mesmo, os abraços são os mesmos, os presentes idênticos, e a árvore, bonitinha, é a mesmíssima. Só nós não somos mais os mesmos. Perdemos alguma coisa no meio do caminho: o tal espírito de Natal, que, no meu caso, se manifesta em todos os outros dias e meses do ano, menos quando deveria. Martha Medeiros é esCritora
Cesta básica FOTO: CRISTIANO SANT’ANNA
NESTA SEÇÃO VOCÊ ENCONTRA DICAS E SUGESTÕES PARA CURTIR O DIA-A-DIA E SE DIVERTIR DE VERDADE: MÚSICA, CINEMA, LUGARES, OBJETOS ESPECIAIS, COMIDINHAS, PASSEIOS, COMPRAS. BOM PROVEITO!
BELEZA RESGATADA O centro de Porto Alegre está muito mais bonito. A Casa Cor Rio Grande do Sul promoveu a revitalização do prédio da Confeitaria Rocco – localizado na esquina das ruas Riachuelo e Dr. Flores – e ali instalou sua edição especial de 15 anos. Iniciativa conjunta da Prefeitura de Porto Alegre, da Secretaria Municipal da Cultura e da Companhia Zaffari, a restauração trouxe de volta a seus momentos de esplendor um dos mais belos prédios da cidade. A imponente edificação de 1,560 mil m2 começou a ser erguida em 1910 a mando do italiano Nicolau Rocco (1861-1932). A fábrica de doces e confeitaria Rocco foi um dos importantes pontos de acontecimentos políticos, culturais e sociais da cidade no século XX e funcionou até a década de 70. O prédio foi tombado em 1997 mas estava extremamente deteriorado. Após a exposição da Casa Cor 2006 – que funcionou entre 20 de outubro e 26 de novembro – , essa bela jóia arquitetônica volta a enfeitar e enobrecer o centro da capital gaúcha.
ANA CAROLINA BOLSSON, JORNALISTA
Estilo Zaffari
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Cesta básica
FOTO: MARCELO RUSCHEL/DIVULGAÇÃO
O LUGAR DE CAROL
MILENE LEAL, JORNALISTA
NOVO DREXLER “Doze segundos de escuridão que se vê do alto-mar, de nada serve ao navegante que não sabe esperar. Não é a luz o que importa de verdade”. O trecho da canção “12 Segundos de Oscuridad”, que dá título ao mais recente álbum de Jorge Drexler, traduz a proposta do compositor uruguaio ao longo de sua carreira. Com música do gaúcho Vitor Ramil, ele cita o farol do Cabo Polonio, no sudeste do Uruguai, para ensinar que o tempo entre um facho de luz e o outro pode parecer demorado para os impacientes, mas fundamental para o entendimento da vida. A música é um chamado à tranqüilidade e ao respeito aos ciclos da vida. Aumente o volume e não se surpreenda ao trancar a respiração para acompanhar o fim vagaroso. Não duvide se apaixonar... À venda na Livraria Cultura.
A.C.B., JORNALISTA
FOTO: CRISTIANO SANT’ANNA
Depois de emplacar anos de muito sucesso com o pequeno bistrô Allspice, em Canela, a chef Carol Heckmann levou suas caçarolas, seu sorriso e suas fabulosas receitas para um novo – e belíssimo – endereço. Carol agora comanda o bistrô O Lugar, instalado em meio à natureza exuberante do condomínio O Bosque, em Gramado. Projetado com a supervisão da chef, o restaurante já surgiu como um dos mais agradáveis points de gastronomia da serra gaúcha. Amplas áreas envidraçadas trazem o verde para junto das mesas. E os pratos elaborados por Carol conduzem os clientes ao céu... Sempre que você quiser viver essa deliciosa experiência, suba a serra e dirija-se ao condomínio O Bosque (Rua Prefeito Waldemar Frederico Weber, 1815 – Gramado)
Cesta básica BIFE DE CORDEIRO COM CONFIT DE LIMÃO E ORÉGANO UM GIGOT (PERNIL) DE CORDEIRO (PEQUENO) 4 LIMÕES; 1 MAÇO DE ORÉGANO; AZEITE DE OLIVA; SAL; PIMENTA EM GRÃOS; 2 ABOBRINHAS ITALIANAS (ZUQUINI) ; 2 TOMATES; 3 BERINJELAS; 3 PIMENTÕES VERMELHOS
Modo de fazer o Confit de Limão: fure os limões inteiros com um garfo, coloque em uma panela com agua, 1 folha de louro, sal grosso, 1 colherada de azeite de oliva. Leve ao fogo e cosinhe até que estejam moles. Quando estiverem cosidos deixe esfriar e tire a polpa e toda a parte branca com uma faca, até que fique somente a pele. Corte em pedaços pequenos. Para fazer o bife de Corde Cordeiiro: Em um dos lados coloque os pedaços de confit de limão, folhas de orégano pimenta e sal. Cosinhe em uma chapa de ferro bem quente, primeiro do lado que tem o confit de limão, sem mexer e sem misturar, até que o confit de limão esteja bem tostado e o orégano dourado. Vire com uma espátula grande e cosinhe o outro lado por mais 4 minutos. Corte as berinjelas e as abobrinhas em lâminas finas e toste em uma figideira de ferro. Toste os pimentões diretamente no fogo, tire a pele e as sementes e corte em tiras grossas. Corte os tomates ao meio e toste com azeite de oliva. Não mexa as verduras para evitar que soltem água e se quebrem. Sirva em um prato o bife de cordeiro com as verduras tostadas, previamente salteadas com pimenta e azeite de oliva. Rendimento: 4 porções. RECEITA PREPARADA PELO CHEF FRANCIS MALLMANN NO MESA DE CINEMA DE OUTUBRO DE 2006. FILME EXIBIDO: A GRANDE NOITE
FOTO: CRIS BERGER
Modo de fazer: Limpe o gigot de cordeiro, retire a gordura. Corte pedaços de 250 gramas e bata até que tenha uma grossura de 5 cm aproximadamente.
DA TELA PARA A MESA Comer um filme pode parecer uma brincadeira, quando muito, uma metáfora... No projeto Mesa de Cinema é pura realidade. Há dois anos, o evento vem movimentando a Serra Gaúcha, inicialmente em São Francisco de Paula e agora em Gramado, no confortável hotel Casa da Montanha. A façanha é trazer as iguarias da tela para a mesa. Para tanto, renomados chefs de cozinha aliam seu talento na interpretação dos cardápios de filmes em que a gastronomia é mais do que pretexto, é o mote condutor da trama. Jorge Nascimento, Aires Scavone, Philippe Remondeau, Helena Rizzo, Carlos Roussos, Claude Troisgros, João Leme, Francis Mallmann (chef que assina a receita publicada nesta página; foto acima) e Emmanuel Bassoleil inspiraram-se nas receitas das tramas de Uma receita para a Máfia, Simplesmente Martha, Chocolate, Como Água para Chocolate, O Tempero da Vida, Vatel, Sideways, A Grande Noite e A Festa de Babette. Quase como mágica, uma experiência de muitos prazeres. Mais chefs, mais filmes, mais delícias... Aguarde as novidade de 2007. Informações no site: www.mesadecinema.com.br
REJANE MARTINS, JORNALISTA
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PLAYA, PARRILLA Y SOL Os sabores de Punta del Este já aterrissaram em Porto Alegre. Não, não é um novo restaurante de comida uruguaia que abre na capital gaúcha, mas sim a chegada do guia oficial de restaurantes associados à Corporación Gastronómia de Punta del Este, que marca a abertura da temporada de veraneio 2006/2007 do balneário uruguaio. O guia é bem editado e tem mais de 50 opções de renomados estabelecimentos gastronômicos, com fotos, detalhes, mapas e comentários em espanhol e em inglês sobre os locais citados. Com ilustração de capa do artista uruguaio Carlos Paez Vilaró, está disponível gratuitamente no Consulado do Uruguai em Porto Alegre e em alguns hotéis de Punta del Este. Antes de partir, providencie o seu, e tenha a certeza de bons momentos à mesa durante o veraneio.
A.C.B, JORNALISTA
BARISTA CAMPEÃO Beduíno é o nome do drink aqui ao lado, um saboroso mix de café expresso, creme de leite, geléia de damasco e essência de baunilha. Ele foi servido aos jurados do II Campeonato Regional de Baristas e ajudou seu criador, Tiago Mello, a levar para casa o título de melhor barista. Durante o evento, o jovem Tiago mostrou sua apurada técnica de extração de expressos e vaporização de leite, usando o blend de cafés especiais Cafeeiro. Porto Alegre sediou o campeonato no mês de outubro e reuniu os principais nomes nacionais do segmento. Quem quiser experimentar o Beduíno pode passar na loja 103 do Mercado Público. E se você quiser aprender os truques de Tiago, inscreva-se em um dos cursos ministrados por ele. Informações no fone (51) 3346.9550
MILENE LEAL, JORNALISTA FOTOS: CRISTIANO SANT’ANNA
Consumo T e T ê
paC h e C O
O fim dO anO Ou O nOSSO fim? Será possível manter o mínimo de saúde mental?
Este já é um assunto recorrente da minha coluna. Todo fim de ano me vejo praticamente obrigada a escrever sobre isso. Acredito que não há ser humano, mais ou menos normal, que consiga escapar da insanidade que se instala quando presenciamos a montagem do primeiro pinheirinho com luzinha – espécie um dia nativa das regiões montanhosas e que hoje é mais encontrada nos ambientes refrigerados dos shopping centers. Diante da neurose provocada pelos pacotes, amigos-secretos, amigos-explícitos, planejamentos de férias, viagens de última hora, reuniões de trabalho, festinhas da empresa, calor, trânsito, despedida da escola das crianças, me ocorreram alguns questionamentos. Será possível manter o mínimo de saúde mental? Poderemos contribuir para salvar as futuras gerações? Conseguiremos desembarcar em 2007 sem estar descabelados, arfantes ou falidos? Minha lista de sugestões/desejos: 1. Peru morre de véspera e você também está correndo este risco ao sair pela rua a comprar presentes um dia antes. Planeje-se. 2. Se pra você Natal é uma pilha de pacotes embaixo da árvore, pelo menos faça com que os pacotes tenham o mínimo de beleza e originalidade: experimente fazer os pacotes você mesmo. 3. Fazer os próprios pacotes pode acabar virando uma terapia anticonsumista. Dá tanto trabalho que você não vai querer fazer muitos. 4. Odiar fazer pacotes também pode ser um item da
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lista de neuroses. Nestes casos, simplesmente terceirize. 5. Festinhas de empresa: é supersimples. Apenas pegue uma virose no dia. 6. Não adianta se frustrar, por mais que você coloque fitas de veludo vermelhas na decoração, a meteorologia garante que o verão continua e que, definitivamente, não vai nevar. 7. Sempre existe a alternativa de você levar a família para o Pólo Norte. 8. Evite os pinheirinhos-mutantes. Aqueles que não dão flores nem frutos. Só dão presentes. 9. Respeito ao próximo. Abane-se, carregue um ventiladorzinho de bolso, não saia de casa, faça qualquer coisa, mas não vá para a rua reclamar do calor. 10. Aos que pensam que Natal é mais uma data promocional, como o dia das Mães, dos Pais, das Crianças, da Sogra, do Avô, da Avó, do Amigo: desapeguem. 11. Aos que não conseguem achar graça naquele monte de criança correndo em volta da mesa, se acotovelando pelos presentes ou destruindo o presépio: mais apego, por favor. 12. Não importa aonde você vá. Vá de lotação. 13. Deixe o cappuccino na Padre Chagas para o mês de janeiro. E se atire na piscina. 14. Ir ao Natal Luz pelo menos uma vez na vida é obrigatório. Mais de uma vez, ei, ninguém te contou que Papai Noel não existe? TeTê paCheCO é publiCiTária
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Ă frica magia aventura natureza charme TEXTOS
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FOTOS
C R I S
B E R G E R
O VIVER NA SUA NATUREZA BRUTA É INTENSO E BELO... ASSIM COMO AS TERRAS DO CONTINENTE AFRICANO, ONDE PREVALECEM AS VOZES DOS BIG FIVE, TIME FORMADO PELOS ANIMAIS MAIS PODEROSOS DA SELVA – LEOPARDO, LEÃO, ELEFANTE, RINOCERONTE E BÚFALO. NO CORAÇÃO DA SAVANA SUL-AFRICANA O SOL COLORE O CÉU DE VERMELHO AO ENTARDECER. E A NOITE ACORDA OS PREDADORES PARA O RITUAL DA CAÇA. NO INCRÍVEL KRUGER NATIONAL PARK SOMOS VOYERS DO ESPETÁCULO DA VIDA. UMA AVENTURA INIGUALÁVEL.
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PARA APRECIAR O ESPETÁCULO DOS ANIMAIS É PRECISO ACORDAR CEDO. E CONTAR COM A SORTE É dada a largada O dia amanhece cedo no continente africano quando se tem uma selva a desvendar. Às cinco horas da manhã, batidas na porta avisam que é hora de despertar. Haja coragem para deixar o confortável e aquecido chalé rumo às manhãs gélidas da savana. A primeira parte do café da manhã é servida em uma sala ao ar livre e ajuda a despertar os sentidos. A segunda será no meio da selva e uma terceira estará à disposição para quem voltar ao hotel com fome de leão. Reunidos os hóspedes, a conversa toda gira em torno do que foi visto no último safári e do que se espera ver no seguinte. Os idiomas variam – conversas paralelas revelam a nacionalidade dos aventureiros. Ingleses, franceses e italianos são maioria. A grande questão que a todos
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mobiliza é sempre a mesma: avistaremos os leões? Sempre que os felinos somem das vistas dos aventureiros, começam as apostas: alguma caça espetacular deve têlos atraído para o outro lado do parque. E isso os manterá devidamente ocupados por dias... A platéia reclama, afinal, é o Rei da Selva o animal mais desejado pelos visitantes. Todos querem ver os leões, mas nem todos conseguem. É uma questão de sorte. Quando o relógio marca seis da manhã é dada a largada para o primeiro safári do dia. Motores ligados, máquinas em punho, binóculos na mochila. O sol desponta timidamente entre as árvores como a pedir licença para chegar. A caçada está prestes a começar e o coração bate mais forte. Estará o vento a favor? O que se terá para contar no regresso ao acampamento? Quantas
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OS SAFÁRIS SÃO CAÇADAS FOTOGRÁFICAS. A GRAÇA
espécies conseguiremos admirar? Cada safári abre espaço para novas emoções e novas chances de se deparar com animais selvagens vivendo em seu hábitat natural. Na captura do rei da selva Em meio a 65 mil hectares de vida selvagem, na região sul do Kruger National Park, está uma das mais antigas e maiores reservas ecológicas privadas do mundo: o Sabi Sand Wildtuin. Destino onde a veemência da selva chama para uma caçada pacífica. A grande missão aqui é capturar os big five com a câmera fotográfica. O safári parece quase brincadeira, mas não é e exige bastante respeito. Fotógrafos profissionais, aspirantes e mesmo quem é amador tem que se controlar e obedecer a algumas regras: jamais ficar de pé nem sair de den-
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tro do Land Rover aberto, não falar alto e manter o bom humor – a selva não é circo. Há vezes em que muito se vê. Outras nem tanto. O nome safári fotográfico já sugere que o verbo fotografar é uma ação constante nas expedições à savana. Mesmo que a profissão fotógrafo não conste em seu curriculum, vale a pena investir em um equipamento mais completo, com zoom e talvez até um tripé. Elefantes e rinocerontes passam perto dos veículos – estes são mais fáceis de capturar. Os felinos não se aproximam tanto e é possível que você os encontre dormindo. Quando não estão caçando eles dormem para guardar energia para a caça: lei da sobrevivência. Entre um bocejo e outro dos leões é a hora de apertar o gatilho da sua câmera.
ESTÁ EM DESCOBRIR ONDE ESTÃO OS ANIMAIS
Câmbio: ranger na escuta Os Land Rover são abertos e dirigidos pelos rangers (guias especializados com vasto conhecimento sobre a vida na selva) com o suporte dos trackers, que ficam sentados na frente do carro e ajudam a procurar os big fives. É estimulante escutar aquele barulhinho de rádio. Uma espécie de: “câmbio, ranger na escuta, acabo de ver girafas”. A comunicação é freqüente. A equipe passa informações sobre pegadas, rastros, sons e comportamentos que indiquem a proximidade de predadores. Quando encontramos uma leoa foi assim: um ranger comunicou ao outro e depois de meia hora todos estavam em volta dela – a uma distância regulamentar. E a segurança? (Você deve estar se perguntando.) Em cem anos, nunca houve um caso de ataque dos ani-
mais a humanos no Kruger Parque. A explicação é muito simples: a caça é proibida. Por isso, o homem não é visto pelos bichos como predador, eles não se sentem intimidados nem inseguros frente à presença humana. No DNA dos animais não há registro de embate com predadores humanos. Ou seja: não estamos no cardápio e não causamos perigo. Luxo na selva africana O Sabi Sabi Game Lodges é um acampamento de luxo no meio do coração da selva africana, a 200 quilômetros de Moçambique e 500 de Johannesburg. Ele é discreto. Se relaciona com a atmosfera da selva sem correr o mínimo risco de agredi-la. Dizem, inclusive, que alguns animais circulam durante a noite pelos arredores.
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O SABI SABI GAME LODGES É UM ACAMPAMENTO DE LUXO NO CORAÇÃO DA SELVA AFRICANA No lugar de barracas, há chalés. Todos bem decorados no estilo africano contemporâneo. Cada um tem sua varanda privativa, um chuveiro com vista para a savana, banheira, cosméticos exclusivos e salinha de leitura. O Sabi Sabi compreende três lodges: Little Bush Camp, Bush Lodge e Earth Lodge. A diferença entre eles vai do preço a detalhes na decoração. O Earth é de arrancar suspiros e zerar a conta bancária. O Bush é agradável, irresistível e oferece uma excelente relação custo/benefício. Todos os dias acontecem dois safáris: os diurnos e os noturnos, no começo da manhã e no final da tarde. A escolha do horário está diretamente ligada ao fato de os animais escolherem o dia para dormir e a noite para caçar. Amanheceres e entardeceres aumentam as chances
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de vê-los. Cada um com a duração de três horas. Como as temperaturas despencam de um turno para o outro, a prudência manda andar com um casaco para o frio. Fazer um safári fotográfico é tão estimulante quanto escalar uma montanha na Patagônia ou mergulhar na Polinésia Francesa. Agora, fazê-lo com conforto é duplamente melhor. Nos Land Rovers um cobertor e bolsa de água quente esperam cada passageiro. Agrados à la Sabi Sabi e muito bem-vindos, pois faz frio! Hora do recreio Além de ser maravilhoso avistar os animais durante os safáris, há outro momento bem estimulante do passeio: a hora do recreio. Em uma área segura, o Land Rover estaciona e se revela um restaurante-bar. Especial-
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CONFORTO, CHARME E VINHOS AFRICANOS ESPERAM OS HÓSPEDES DOS TRÊS LODGES mente ao entardecer este momento é muito agradável. Imagine admirar um crepúsculo na África saboreando um tinto com frutas secas. Delicioso. Hora do jantar: dentro do espírito da selva os manjares noturnos acontecem ao ar livre. Para esquentar, uma fogueira no meio da área reservada para as refeições. As mesas se acomodam ao redor do fogo, há aquecedores por todos os cantos e cobertores nas cadeiras. Para iluminar, lampiões e estrelas. O frio é apenas um pretexto para aguçar o paladar e receber estes agrados. Os mesmos companheiros do safári têm seus lugares reservados na mesa do jantar. Sotaques se divertem entre cálices de pinotage – clássico tinto produzido em Cape Town – enquanto uma verdadeira torre de babel se forma no meio da comunicação. Os rangers fazem
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parte da confraria de cada mesa e contam histórias curiosas sobre o mundo animal. Marco Tonoli, sul-africano com alma de viajante, é um bom contador de casos que começam na savana e seguem mundo afora. Os jantares podem se encerrar com espetáculo de dança africana. Sempre é uma surpresa o que se vai encontrar dentro e fora da savana. Mas há uma certeza: que imensa sorte é estar em solo sul-africano e poder contemplar as cores saturadas e a vida selvagem dos animais, ainda mais desfrutando dos serviços cinco estrelas do Sabi Sabi. Curiosidades sul-africanas A África do Sul está perto do Brasil – oito horas de avião saindo de São Paulo até Johannesburg. O mesmo
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ALÉM DOS ANIMAIS SELVAGENS, AS SAVANAS ABRIGAM CENÁRIOS BELÍSSIMOS tempo de um vôo entre a capital paulista e Miami. Apesar disso, parece estar distante, pois ainda não foi devidamente descoberta. Estatísticas mostram que o turismo vem crescendo expressivamente em terras sul-africanas. Claro que a Copa de 2010 fará o país explodir na mídia de todo o planeta. Afinal, é lá que será sediado o espetáculo esportivo mais importante do mundo. Para entender a África do Sul comece imaginando um país colonizado por ingleses. Agora coloque esta pátria com sotaque britânico dentro do continente africano. Adicione uma beleza natural rara. Acrescente um povo amável e muito educado. Pronto, surge uma terra que carrega muito da essência afro em suas tradições, cultura e comportamento, sem dispensar o chá das cinco. Uma mistura exótica e atraente.
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Festa
natal! receita para uma Festa inesquecível:
comidinhas deliciosas, bebida gelada, Família reunida, amigos queridos, luz de velas, boa música, aFeto, carinho, alegria. montamos uma Festa linda, para inspirar a sua!
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Festa Levantem as mãos aqueles que conseguem chegar à noite de 24 de dezembro desestressados, tranqüilos, com a cabeça boa, frescos e orvalhados, prontos para curtir uma linda noite de festa! Se você levantou a sua mão, parabéns! Ou é uma pessoa muito zen ou desenvolveu um mecanismo supereficiente para manter afastadas as neuroses e o estresse que costumam acometer a todos nós quando o final de ano se aproxima. Você merece mesmo a admiração de todos os outros cidadãos, que literalmente “desembarcam” na festa de Natal carregando zilhões de preocupações com o trabalho, com a lista de presentes (será que não esqueci de alguém?), com o parente querido que mora longe, com a comida e a bebida da ceia, etc., etc., etc. E quem é que consegue aproveitar uma festa desse jeito? Xô, estresse! Pois foi pensando em resgatar o sentido original do Natal (a confraternização, a união, o compartilhar e celebrar) que a Estilo Zaffari resolveu organizar uma festa diferente. Linda e aconchegante como deveria ser toda festa de Natal, mas prática, descontraída e moderna para rimar com o ritmo de vida que levamos. Já imaginou uma festa em casa, reunindo todo mundo que você ama, com tudo lindo e organizado, mil coisinhas deliciosas para comer e, o melhor, sem que ninguém tenha que servir, sem que ninguém precise trabalhar na hora da festa? Já pensou uma festa em que todos, sem exceção, estão liberados para sentar com calma, conversar, degustar os quitutes preparados pela família e simplesmente se divertir? Pois foi essa a festa que a Estilo Zaffari preparou para inspirar você, com o auxílio precioso de dois grandes mestres: o chef Marcelo Gonçalves e o arquiteto Renato Bing. Unindo seus talentos e demonstrando um espírito absolutamente natalino, Marcelo e Renato criaram a maravilhosa festa que você vê nas fotos destas páginas. Ambiente gostoso, acolhedor, luz de velas e lamparinas, mesas arrumadas
natal tem que ter aFeto, aconchego, alto-astral. o estresse que Fique de Fora! 38
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Festa
com objetos que fazem parte da história da família, iguarias especiais, superapetitosas, alto-astral, o prazer de estar com as pessoas que a gente ama. Não parece divino? O segredo da festa Para organizar uma festa assim, o segredo é juntar muito carinho, dedicação, vontade de receber as pessoas e adotar um truque que faz toda a diferença: as comidinhas você prepara com antecedência e deixa prontas, já servidas em porções individuais. Usar potinhos, taças e colheres é moderno (as festas mais chiques e badaladas estão adotando esse recurso) e muito prático. A mesa fica montada e linda, e você ainda pode ousar usando bandejas que estavam guardadas há anos, inventar novas utilidades para potes e vasos, colocar flores e velas espalhadas, enfim, usar sua criatividade e ser espontânea. Use as idéias de Renato Bing, que preparou para a nossa festa um cenário tão lindo que deu pena de desmontar após as fotos... O resultado vai encantar seus convidados e tornar a noite mais agradável para todos. Na festa da Estilo Zaffari, entradas, salgados, doces e até um drink especial foram caprichosamente arrumados em copinhos, tacinhas, potinhos ou servidos em bocados individuais. Eliminamos aquela função de cortar a carne, fatiar a torta, servir a salada. Talheres? Só alguns indispensáveis garfos e colherinhas. Mas nada que possa forçar os convidados a procurar uma cadeira para acomodar o prato no colo. A idéia é que todos possam degustar as delícias da festa enquanto conversam, tudo na maior descontração e tranqüilidade. Nossa festa foi um sucesso, tudo estava delicioso e o tempo passou voando. A fórmula que escolhemos provou ser uma ótima alternativa para quem comemora o Natal em casa, não abre mão de receber a família e os amigos mas quer também aproveitar a noite de 24 de dezembro, curtir o Natal. Use essas idéias e Feliz Natal pra você!
comidinhas deliciosas e Fáceis de servir garantem o sucesso da Festa de natal Estilo Zaffari
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Festa a seguir, veja as receitas de alguns dos quitutes preparados pelo cheF marcelo gonçalves. são pratos saborosos e especiais, perFeitos para uma noite de celebração, mas também práticos e até Fáceis de Fazer. use as dicas do marcelo e invente também outras delícias para agradar a seus convidados. o importante é Fazer tudo com muito carinho.
drink de abacaxi, manjericão e espumante um abacaxi Firme e não muito doce; 1 maço pequeno de manjericão; ½ garraFa de espumante brut de média qualidade; açúcar a gosto; água mineral gelada
Modo de fazer: Processe metade do abacaxi descascado, aparas e talo com um pouco de água, açúcar e metade do maço de manjericão. Coe e reserve. Corte o restante do abacaxi em cubinhos pequenos. Corte em tirinhas bem finas o manjericão. Junte tudo em uma jarra. Junte o vinho, espere baixar a espuma e sirva bem gelado.
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Festa
palitinhos de queijo e canapés variados as entradas são lindas e apetitosas
palitos de queijo
dicas para os canapés
1 kg de massa Folhada pronta; 2 ovos inteiros ligeiramente bati-
contraste cremes e mousses mais leves com bases crocantes como torradinhas , biscoitos ou Folhados.
dos; 200 g de queijo parmesão de boa qualidade ralado Fino.
Modo de fazer: Abra a massa até chegar a 5 mm de espessura e corte faixas de 15 cm. Corte tirinhas de 5 mm de largura e alongue-as, rolando e torcendo sobre uma mesa polvilhada com farinha comum. Passe no ovo, no parmesão e asse sobre superfície antiaderente em forno médio previamente aquecido. Sirva bem crocante.
passe a manteiga no pão Fresco quando quiser canapés macios e mais úmidos. estes canapés podem ser preparados com antecedência, mas conserve-os sob reFrigeração e hermeticamente Fechados. Faça um estudo do conjunto de canapés para que tenham Formas, texturas, cores e sabores variados. o sabor é o principal, mas preocupe-se também com o eFeito estético. experimente novas combinações. tente a simplicidade.
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Festa saladinhas deliciosas e um suculento carré de cordeiro pra comer com a mão!
carré de cordeiro 2 conjuntos de carré de cordeiro livres de gorduras
molho 1 litro de caldo de cordeiro (Feito das carcaças assadas e cozidas até desmanchar, coado e desengordurado) ou caldo de
e com os ossos raspados; alho esmagado (a gosto);
carne de sua preFerência; 6 colheres (sopa) de vinagre balsâmico;
sal e pimenta preta (a gosto); azeite de oliva para dourar o carré
200 ml de vinho tinto; 1 ramo de alecrim; sal e pimenta preta; 1
Modo de fazer o carré: Tempere o carré com alho, sal e pimenta preta. Doure bem com azeite de oliva em frigideira bem quente, cuidando para dourar de todos os lados. Leve ao forno por 10 minutos. Separe os carrés (individualizando as porções) e sirva com o molho quente. Rendimento: 4 porções.
colher (sopa) de amido de milho diluído em água Fria
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Modo de fazer o molho: Junte o caldo, o vinagre balsâmico e o vinho tinto e cozinhe até reduzir à metade. Mergulhe o ramo de alecrim no molho por mais ou menos 10 minutos. Encorpe com o amido de milho. Acerte sal e pimenta preta e coe em peneira bem fina.
Festa
cores e Formas natalinas: na hora das sobremesas, o visual é de arrasar! tacinhas de ganache e Framboesas ganache 300 g de leite uht; 150 g de leite; 75 g de açúcar; 50 g de glicose; 400 g de chocolate bem picado; 150 g de manteiga
Modo de fazer: Ferva a nata, o leite, a glicose e o açúcar. Fora do fogo, junte o chocolate em três vezes, sem incorporar ar. Deixe esfriar e junte a manteiga.
biscuit de cacau 80 g de cacau; 300g de açúcar cristal 200 g de gemas; 290 g de claras
Modo de fazer: Bata as claras por 5 minutos, juntando metade do açúcar quando branquear. Junte a outra metade do açúcar quando as claras estiverem firmes e bata por mais alguns minutos. Junte na batedeira as gemas, somente para misturar. Acrescente o cacau, misturando levemente com uma escumadeira. Coloque sobre papel-manteiga usando manga de confeiteiro equipada com bico liso. Asse em forno a 170°C por 20 minutos.
Framboesas 250 g de Framboesas inteiras 250 g de coulis de Framboesas (Fruta processada com açúcar e coadas)
montagem das tacinhas
Coloque a ganache no fundo (1º terço) da tacinha, sobreponha um disco do biscuit (ele isola os elementos de consistências diferentes e agrega textura e sabor). Coloque as framboesas inteiras e cubra com o coulis (2º terço). Decore com macarons comprados prontos ou qualquer elemento crocante de sua preferência. Polvilhe com açúcar de confeiteiro. Sirva imediatamente.
dicas para o croquembouche (torre de bombinhas) recheie somente choux (bombinhas) que estejam muito bem assadas. elas não podem estar úmidas por dentro nem assadas em excesso, pois Ficam quebradiças. coloque o recheio no último momento (antes da montagem da torre). teste o caramelo quase escuro (150 a 165°c) em um prato Frio e somente comece a montar o croquembouche (bombinhas montadas em Forma de cone) se ele estiver bem crocante, quebradiço quando mordido. se ele colar no dente, cozinhe mais até que Fique crocante ou comece tudo de novo. vale a pena. preste bem atenção às condições do local de trabalho. calor e umidade podem Fazer descolar o conjunto durante a montagem ou mesmo depois de pronto.
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Ser & Vestir R o b e R ta
G e R h a R d t
ViSual de feSta
Neste período intenso de festas, é comum sair do trabalho e ir direto para a balada. E a moda permite que se ajuste o tom da comemoração com a roupa que você já está vestindo. Bastam pequenos detalhes. É importante observar o horário do evento. Se for em plena luz do dia ou um coquetel no final da tarde, abuse de roupas em tons claros e tecidos naturais. O terno pode ficar informal se você tirar a gravata e, em caso de calor, também o paletó, desde que a camisa esteja em bom estado. E nos acessórios, use cinto e sapato na cor do couro natural para descontrair. Blazer é o curinga ideal para a dobradinha imbatível: jeans e camisa. É um look considerado clássico e fácil para enfrentar qualquer balada que dispense a gravata. Neste caso, ouse na camisa, que pode ter cores e estampas inusitadas, valorizando seu estilo. Lembre-se: todo o look prático merece um toque de ousadia. Se a festa for à noite e informal, vale investir no visual cosmopolita – um costume e camisas em cores de tons escuros. O terno pode ter um corte arrojado e os acessórios devem ser elegantes. Mesmo que o convite não peça, você pode dar um ar conservador e abusar de um visual clássico, mas atualizado, claro! Pequenos detalhes, grandes diferenças!
dicaS a dobRadinha chique e fácil jeanS e blazeR pode SeR acompanhada poR t-ShiRtS em Vez de camiSaS. elaS deVem eStaR impecáVeiS, com acabamento peRfeito, pRincipalmente na Gola. aS coReS foRteS, como o VeRmelho e o VeRde, deixam o look SofiSticado. aRRemate com mocaSSim, bem ao eStilo italiano. em ocaSiõeS feStiVaS, que diSpenSam a GRaVata, o jeanS pode SeR uSado deSde que tenha a laVaGem eScuRa e tRadicional. jeanS RaSGadoS, cheioS de detalheS, aSSim como aS laVaGenS exóticaS eStão ficando cada Vez maiS out. na euRopa, chique é o modelo SupeR-tRadicional e eScuRo. Se Você pReciSa de um teRno noVo paRa aS feStaS, inViSta no melhoR que pudeR, poiS aS peçaS de excelente qualidade poSSibilitam maiS tempo de uSo e podem fazeR noVoS lookS com o que Você já tem no GuaRda-Roupa. eVite teRnoS de tecidoS cujaS tRamaS tenham bRilho.
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qualidade é eSSencial
Quando você observa uma roupa ou acessório é importante analisar a excelência do produto nos mínimos detalhes. Sim: seja exigente! Por isso, escolha o momento adequado para fazer compras e evite comprar por impulso. Prefira voltar para casa de mãos vazias a cheia de sacolas com coisas sem sentido. O problema é que anda complicado encontrar a qualidade que merecemos. A exigência está diretamente relacionada ao olhar atento a detalhes que muitas vezes a indústria e o comércio da moda esquecem de nos oferecer. Talvez porque muita consumidoras tenham o lamentável hábito de aceitar artigos de qualidade e acabamento duvidosos; sem falar nas terríveis cópias... É o velho erro de achar que basta parecer para ser... E neste mundo das aparências, até as marcas de luxo, que possuem qualidade indiscutível, sofrem! Há muita gente que confunde o princípio básico da elegância internacional: você não é a grife! Assim, a qualidade precisa existir no produto e também na consciência e na cultura de quem escolhe e consome. E lembre: tudo o que você decidir vestir merece seu toque pessoal. Portanto, deixe a magia única que brota da sua alma ser o verdadeiro tom do seu estilo! Sim... É a sua alma que dá o toque sutil e fundamental que nenhuma marca ou dinheiro no mundo é capaz de comprar!
dicaS inViSta na calça leGGinG! ela é a SenSação do momento. pRática paRa eSte peRíodo de féRiaS. cai bem com oS cuRtíSSimoS VeStidoS e malhaS de VolumeS e RecoRteS ouSadoS. aRRemate o look com um bom Salto anabela, paRa deixaR a Silhueta alonGada. abuSe doS maiôS de tecidoS metalizadoS e pantalonaS de cRepe de Seda paRa oS finaiS de taRde na beiRa da pRaia ou piScina. Se eSfRiaR, baSta incluiR uma chique paSchimina. a moda pRaia eStá SofiSticada.
RobeRta GeRhaRdt é conSultoRa de moda e eStilo e compoRtamento
aS paSSaRelaS da euRopa já definiRam a pRincipal tendência paRa 2007: o eStilo cláSSico. muita alfaiataRia, peçaS com poucoS detalheS, acabamento impecáVel, RoupaS eStRutuRadaS e chiquéRRimaS. idéia de deSpoluição total também na moda!
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Casa
DUENDES, BORBOLETAS E LUZES CONSTRÓEM UMA ATMOSFERA DE FANTASIA, UM NATAL DE SONHO
Pinheiro Mágico
Um Natal de sonho, em que os principais personagens são os simpáticos duendes que auxiliam o Papai-Noel e lindas borboletas cintilantes que acompanham a distribuição dos presentes. A MR Decorações criou um pinheiro que resgata a fantasia e a magia do Natal. Enfeites cuidadosamente escolhidos dão vida a essa árvore encantadora, que nos remete à tradição no Natal mas também revela modernidade: as cores escolhidas, vermelho, roxo e dourado fazem uma combinação ousada e de muito impacto. Luis Henrique e Lisiane Roehe, os irmãos que assinam este pinheiro, mesclaram com bom gosto enfeites de acabamento requintado e outros mais rústicos. Bolas de cipó pintadas de dourado se misturam a bolas vermelhas cobertas de glitter, uma fita de seda indiana faz par com uma fita de cipó natural. As borboletas são feitas de penas de pássaros e cobertas de brilhos. Os duendes têm em suas roupinhas as cores que predominam no pinheiro: roxo e vermelho. O pinheiro da MR Decorações é luminoso, festivo, mágico.
Casa
UM NATAL DOCE, PARA SER COMPARTILHADO. O LINDO PINHEIRO É A SOBREMESA DA FESTA
Pinheiro de Açúcar Especialista em sugarcraft – técnica americana de confeitar bolos e doces – Lis Fonseca sempre cria coisas especiais para o Natal. Seus bolinhos, muffins e trufas decorados com motivos natalinos freqüentam as casas de muitos gaúchos na noite de Natal. Este ano, a pedido da Estilo Zaffari, Lis criou um pinheiro comestível. Uma pilha de bolos redondos de diferentes diâmetros dá a forma básica ao pinheiro (uma espécie de cone). Mas é a arte de Lis que faz com que essa pilha de bolos se transforme em um encantador pinheiro de Natal. Um grande babado de sugarcraft verde compõe a base sobre a qual ela aplica delicados enfeites típicos, todos elaborados com a mesma massa de açúcar e delicadamente pintados. São anjos, bonecos de neve, estrelas, folhas, botas, bengalas, ursos e bolas de Natal, bem ao estilo das árvores que enchiam nossos olhos na infância. Mas a surpresa vem no final: o pinheiro é um delicioso bolo, com recheio de leite condensado e damasco. Já imaginou comer o pinheiro como sobremesa da ceia de Natal?
Casa
DELICADOS SÍMBOLOS DE FELICIDADE, UNIÃO, BEM-VIVER: UM PINHEIRO FEITO DE AFETO
Pinheiro da União O prazer em reunir pessoas queridas originou o Pinheiro de Patrícia Bernardon. A proposta era de uma árvore artesanal, familiar e mimosa, que lembrasse a união do Natal. Patrícia idealizou peças de um aparelho de chá como enfeites. Em cada elemento, uma simbologia. As colheres significam o ato de compartilhar; o açucareiro, a necessidade de adoçarmos nossas vidas; as xícaras, a prosperidade e o ato de servir; e os bules, a união da família, quando se une para dividir. A artesã Regina Jóris desenvolveu o conjunto em Papel Machê e realizou o acabamento em Folk Arte. A idéia do pinheiro surgiu no início do ano, permitindo mais tempo para a elaboração de cada detalhe. Ao mirá-lo pronto e exposto com 1,80 cm em seu atelier-loja, Patrícia viu o sonho concretizado. "Fazer a árvore nos levou pra dentro de um livro de histórias, como se estivéssemos ilustrando um livro infantil. Ela é única", descreve Patrícia. Esta é a real beleza do pinheiro: ele é uma doce receita de como devemos levar a vida.
Casa
UM PINHEIRO MODERNO, ESTILOSO, CRIATIVO, PARA UM NATAL DIFERENTE E REQUINTADO
Pinheiro Fashion
A estilista Vivi Gil usou as matérias-primas do seu dia-a-dia para confecionar este pinheiro de “alta-costura”, sob encomenda para a Estilo Zaffari. Com tecido nobre (um tafetá) e fitas, ela criou um pinheiro balonê, inspirado nas mais atuais tendências de moda. O resultado é surpreendente, inusitado e perfeito para quem deseja montar uma árvore de Natal diferente, despida dos tradicionais enfeites e vestida de criatividade. Para montar o pinheiro, Vivi utilizou os seguintes materiais: 6 metros de tafetá verde-esmeralda com 1,5 m de largura; 1,5 m de organza cristal púrpura; 1 metro de organza cristal verde-esmeralda, 1 metro de tela com lurex e uma estrutura de madeira ou plástico de 70 centímetros. O pinheiro ficou fofo e brilhante, ideal para uma festa de Natal moderna, mas que não-abre mão do requinte. Vivi Gil sugere o melhor uso para sua árvore: “Use como centro de mesa na ceia de Natal e coloque em volta muito champanhe!!!”
Casa
ORQUÍDEAS, FIBRAS NATURAIS E UMA GRANDE IDÉIA. A SIMPLICIDADE FAZ UM BELÍSSIMO NATAL
Pinheiro Natural A usual subversão de regras e padrões norteou Zuca Feijó na criação deste belo pinheiro. Proprietária de uma loja de flores em Porto Alegre e reconhecida pela originalidade de suas criações, Zuca não abriu mão da simplicidade para expressar seu desejo para 2007: mais paz no mundo! Com base nesta idéia, utilizou como esqueleto três bolas de tamanhos decrescentes feitas com lâminas de taquara. Os elementos fazem alusão ao globo terrestre e às bolas natalinas. Orquídeas brancas enfeitam a "árvore" e têm seus galhos enrolados ao redor dos globos. Um cesto de 60 cm de altura serve de base. "Todos os materiais são leves, bem brasileiros e joviais. Eles traduzem a idéia central do pinheiro, que é a simplicidade. Isso é o que é a nossa floricultura, o que somos e o que queremos passar", resume Zuca. Até o Natal, a árvore natural permanecerá na vitrine da loja. Entre os cuidados diários, estão borrifadas de água em todas as flores, que seguirão para o cultivo após o desmonte. Já o desejo de paz permanecerá. Tudo muito simples, em paz, bem natural.
O sabor e o saber F e r n a n d O
lO k s c h i n
Pimenta adrenalina à mesa
O comércio fez mais por melhorar o mundo do que as idéias, crenças, ideologias e conhecimentos. Ao trocar mercadorias, trocam-se pontos de vista, entendimento. Comerciantes aplacaram mais ânimos e salvaram mais vidas do que políticos, religiosos e intelectuais. O comércio também fez por moldar o mundo, e as primeiras mercadorias foram as especiarias: cravo, canela, gengibre, açafrão e, principalmente, a pimenta. Vegetais exóticos e raros, de muito preço e pouco peso, não há qualquer equivalente à fascinação que as especiarias exerceram no passado, quando transcendendo a culinária, envolviam saúde, sexo, religião, poder e classe social. Para o europeu, eram a materialização do desejo, produtos literalmente fabulosos de terras míticas, até mesmo do Paraíso – e Éden quer dizer ‘delícia’ em hebraico. O cravo viria de uma ilha de seres de ‘rosto tal escudo de couro e cabelo tal crina de cavalo’, a canela apanhada em redes no Nilo que a trazia do Paraíso, a pimenta era preta e enrugada graças ao fogo usado para afastar as serpentes aladas que a guardavam. O inacreditável da narrativa de Marco Pólo não era a abundância da pimenta na China – ‘uma cidade consome mais do que toda a Europa’ –, mas a forma bem natural como era obtida: ‘simples cultivo, tal videiras’. Colombo definia suas viagens como ‘levar Cristo e trazer especiaria’. Vasco da Gama, Fernão de Magalhães, Colombo e Cabral eram mercadores. Um dos principais pratos japoneses é o tempura, herança da palavra tão pronunciada pelos portugueses, primeiros europeus a desembarcar na ilha: ‘tempero’. Os portugueses foram pioneiros na navegação ao Oriente em busca da ‘ilha das especiarias’ e a América foi chamada de Índias Ocidentais, porque a Índia, região mais condimentada do mundo, é o berço da pimenta. As especiarias condimentaram o progresso da Itália, Holanda, Inglaterra, Portugal e Espanha e aqueceram a navegação, astronomia e cartografia. Foi pilhagem de especiarias, o destempero do comércio, que deu ao inglês Francis Drake o imponente título de ‘Ladrão-mestre do Mundo Desconhecido’.
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Estilo Zaffari
Afim a especial, espelho e espetáculo, especiaria vem do L. specere, ‘olhar’, é ‘onde o olho se detém’, algo bom de ver. O costume francês de, julgada uma causa, presentear o juiz com pimenta, cunhou a expressão ‘pagamento em espécie’. De valor universal, às vezes contata grão a grão, a pimenta foi moeda corrente para impostos, aluguéis, multas e dotes. O clero francês exigia dos judeus ‘impostos de Natal’ em pimenta pelo privilégio de escolas e cemitérios e, ainda em 1937, a rainha Vitória recebia alguns aluguéis em pimenta. Havia pimenta no nariz da múmia de Ramses II. As formas de conservação das carnes são semelhantes e a pimenta preta fazia parte dos ritos de mumificação – condimento pode significar ‘tempero’, ‘conserva’ e ‘agente embalsamador’. No II milênio A. C. a pimenta já tinha viajado da Índia ao Egito e daí a Grécia e Roma. O grego usava mais o medicamento que o condimento: pimenta com mel em ‘distúrbios femininos’ e, como ainda é tradição, cravo com pimenta em dentes cariados. Pimenta nas hemorróidas dos outros não era refresco, mas remédio: males anos-retais eram tratados com supositórios de pimenta. Especiarias tinham até o superpoder de “deixar o menor membro esplêndido”! Já Roma preferia o cozinheiro ao médico, o condimento ao medicamento. No ‘Re coquinaria’, Apicus carrega na pimenta em 350 das 468 receitas, mais que o sal ou o azeite. Metade das importações romanas do oriente eram de pimenta, excedendo em peso a de elefantes e seus treinadores. Os ‘5 luxos essenciais’ do Império eram a seda da China, o marfim da África, o incenso da Arábia, o âmbar da Alemanha e – único alimento – a pimenta da Índia. Com as legiões militares espalhando-se pela Europa e África, a cozinha romana tornou-se a primeira cozinha internacional, difundindo assim o uso da pimenta. Na festividade romana da Saturnalia, o Dies Natalis Dolis Invicti, ‘nascimento do sol invencível’’, celebrado na mesma data e com muitas características do nosso Natal, a pimenta era um dos presentes favoritos. No tradicional bolo natalino alemão, o pfefferkuchen, bolo de pimenta, há ecos deste passado.
steak au POivre cOrte dOis biFes de Filé. cOlOque 3 cOlheres de Pimenta em sacO de PlásticO. amasse grOsseiramente cOm rOlO. salgue e cOmPrima a Pimenta nOs biFes. Frite numa mistura de manteiga e óleO. só vire uma vez Para que dOure bem. retire e mantenha em PratO quente e cObertO. derrame 3 cOlheres de cOnhaque na sObra da Fritura. Flambe, rasPe e misture O FundO da Panela, Ferva mais. POde incluir um POucO de caldO de carne. POnha 2 cOlheres de nata Fresca e O sucO da carne. devOlva Os biFes aqueça e sirva cOm arrOz.
O sabor e o saber saF e r n a n d O
lO k s c h i n
Plínio lamentava a sangria dos cofres “em algo que não pode reivindicar ser fruto ou semente”. A compra de pimenta era tanta que arqueólogos encontram muitas moedas romanas em solo indiano. Há quem afirme que tal descapitalização foi tão importante como as invasões bárbaras para o fim de Roma Imperial. Gostos são contagiosos, e os vencedores de Roma renderam-se à pimenta: tanto Alarico, chefe dos godos, como Átila, rei dos hunos, exigiram resgates em ouro, prata e pimenta. Desde a queda de Roma até o desembarque português em Calicut, os árabes monopolizaram o trânsito de especiarias – primeiro grande atrito entre cristãos e mouros. Maomé, ex-condutor de camelos, não só casou com uma viúva que enriquecera com caravanas de especiarias, como, segundo al-Gazali, ao queixar-se de dificuldades em satisfazer nove esposas, recebeu do arcanjo Gabriel a receita de harisa, pasta de carne com pimenta. A comida indiana honra o fato de ser a origem da pimenta. Nas montanhas de Kerala, sudeste da Índia, espécies nativas da melhor qualidade crescem nos troncos das mangueiras. Os hindus levaram brotos até as costas da África e Ásia. Aclimataram-se nas Ilhas Molucas (Malásia), avidamente disputadas pelos europeus. Carlos V da Espanha (1522) propôs a João III de Portugal abrir mão das ilhas em troca do Brasil, o que foi recusado. Os portugueses mantiveram a posse das ilhas por financiar as bodas de Carlos V na melhor festa e pior negócio da história espanhola. Na época, o saco de pimenta comprado por 2 ducados na origem chegava a Londres com um preço mil vezes maior. Daí o adjetivo alemão pfeffersack (saco de pimenta), ‘muito rico’, e a expressão francesa cher comme poivre, ‘caro como pimenta’. Se o estivador tinha o bolso costurado para não ‘embolsar’ os preciosos grãos, o mercador encheu tanto o bolso que ficou impossível aos reis governarem sem seu capital. Foram estes lucros que patrocinaram o luxo e a arte do renascimento italiano. A pimenta preta é resultado do cozimento, secagem e fermentação dos frutos verdes, a branca é a semente intacta do fruto maduro deixado de molho até que se decomponha e caia. O sabor picante e aroma madeirado do grão se deteriora com a luz ou fervura, daí o moer logo antes de usar e o usar logo antes de servir. Os primeiros cultivos de pimenta preta no Brasil foram decepcionantes, e a expressão ‘pimenta do reino’ invoca a procedência via Portugal. Nosso índio usava pimenta vermelha pilada em peixes e em papas que chamavam de mingau, e a
comida baiana traz a herança pungente da malagueta africana, o grão do paraíso. O tempero pode ter surgido mais para tirar do que dar sabor: mascarar sinais de conservação ou deterioração do alimento. O princípio ativo da pimenta é a piperina, produzida pela planta para afastar predadores: bactérias, fungos e pássaros. As respostas naturais à pimenta são de aversão: ardência, lacrimejamento, coriza e espirros. Diz-se que os melhores gostos são ojerizas conquistadas... Na pimenta há um tenso balanço entre prazer e dor, atração e repulsão. No gosto pelo condimentado ocorre o que os psicólogos chamam de ‘endorfina do risco controlado’, tal a resposta prazerosa aos esportes radicais que terminam bem. Pimenta é pura adrenalina. A pimenta afasta, é usada como repelente de insetos e de pessoas (sprays para defesa pessoal), e aproxima, óleo de pimenta é um dos constituintes da fragrância do Opium, perfume de Saint Laurent. Já São Francisco temperava a comida com cinzas: pior sabor, menor prazer, menor o pecado da gula. A pimenta é o contrário da cinza, realça o sabor e o prazer do alimento. A mesa é a pré-cama, os universos dos prazeres se misturam e a sensualidade de Gabriela é definida como ‘cravo e canela’. Vemos as ‘Spice Girls’ e ouvimos os ‘Red Hot Chili Peppers’. Um comentário sexual pode ser apimentado ou picante; quente pode definir a excitação da pimenta ou do sexo. Pimenta foi inclusive corretivo educacional para bocas desbocadas. Talvez não seja coincidência que o primeiro manual sexual tenha a mesma origem que a pimenta: o Kama Sutra recomenda pimenta na glande numa forma quase culinária, ‘borrife antes de servir’... Para Alexandre Dumas, as faculdades mentais também eram excitadas pela pimenta, os gastrônomos, pagãos e cristãos, eram os mais criativos. Da Vinci, Tintoretto, Veronese, Rafael e Ticiano seriam inspirados pela especiaria. A partir do séc. XIX a importância sócio-econômica das especiarias diminuiu, progressivamente substituídas por outras mercadorias: chá, café, tabaco e petróleo. Em 1833, Carême, publicou o L’art de Cuisine, estabelecendo as fundações da cozinha moderna: o alimento com o sabor que a natureza lhe deu, o tempero como mero coadjuvante. De fato, não se usa mais tanta pimenta como antigamente, daí este texto menor e não esplêndido. FernandO lOkschin é médicO e gOurmet fernando@vanet.com.br
Bom conselho p o r
M a lu
C o e l h o
as fatias de nosso teMpo “Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi indivíduo genial. Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí vem o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente.” Drummond Do meu tempo fatiado, espero com ansiedade o dezembro, pedaço de tempo cheio de esperança, luminosidade, abraços e desejos de renovação. Na verdade, lá em casa, na minha infância, a coisa mais importante era a Missa do Galo e a Chegada do Papai Noel. Eu amava a “bagunça” do Natal, enfeites por toda a casa, as crianças se empurrando para ver os presentes escondidos, a correria, os doces e a luz milagrosa que vinha do Presépio. A fé, a crença na esperança de um novo ano novinho em folha. Página em branco para escrever coisas novas. Hoje em dia nos esquecemos, às vezes, desses momentos simples, mas que marcam nossas vidas para sempre. Por isso, precisamos deixar nossas crianças acreditarem em Papai Noel e não enxergá-lo apenas como propaganda de refrigerante ou promoção de lâmpadas coloridas. Claro que, a despeito de tudo, vamos, mais uma vez, fazer a “lista” dos presentes, da Ceia e de tudo que envolve a data. Mas é bom listar também aquelas pessoas que não conhecemos, mas sabemos que existem, nas instituições, nos albergues, nas ruas, e até em frente às nossas casas... Porque dividir a “fatia” de Natal fará a festa muito melhor...
uM feliz natal pra voCê e pra todos nós! 68
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Lugar
O Mantra de Punta
TODO ANO É A MESMA HISTÓRIA. A PARTIR DO DIA 26 DE DEZEMBRO, A PACATA ESTRADA QUE UNE OS MUNICÍPIOS RIO GRANDE E CHUÍ SE VÊ SUBITAMENTE MOVIMENTADA. PASSADAS AS COMEMORAÇÕES NATALINAS, INÚMEROS CARROS COM PLACAS DE PORTO ALEGRE E DE OUTRAS CIDADES GAÚCHAS TOMAM O RUMO DO SUL, TODOS VISANDO A UM MESMO DESTINO: PUNTA DEL ESTE. PARECE ATÉ MOVIMENTO MIGRATÓRIO. OU UM MANTRA, QUE SE REPETE INDEFINIDAMENTE...
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PUNTA É LINDA, AGITADA E MUITO SEDUTORA Ir a Punta para o réveillon já é uma mania dos gaúchos. No dia 2 de janeiro, a maioria do pessoal pega novamente a estrada, de volta pra casa. Não sem antes fazer um pit-stop nas free-shops do lado uruguaio do Chuí, é claro... Ali, na caótica avenida que concentra o comércio, os gaúchos se encontram, desejam “Feliz Ano Novo” uns aos outros, trocam relatos de viagem e dicas de compras. É, eu sei, nada poderia ser mais provinciano... Mas, mesmo assim, é uma delícia! E quem foi uma vez acaba voltando no ano seguinte. Esse destino tem mel... Por que Punta? Não é difícil explicar o magnetismo de Punta del Este. Ainda mais para a gauchada, que não vê incômodo em percorrer de carro mais de 700 quilômetros (a partir de Porto Alegre), já que a estrada até Punta é de uma tranqüilidade única. Depois de Rio Grande, são retas e mais retas, pouquíssimo trânsito, uma pasmaceira que até dá sono. Mas Punta atrai gente do mundo inteiro. E é difícil alguém sair decepcionado, já que esse lugar tem uma incrível capacidade de agradar aos gostos mais dissonantes. Urbanóides e praianos, gente de hábitos diurnos e corujas, despojados e afetados, milionários e remediados, crianças e adultos, mauricinhos e neo-hipongas. Todo mundo se diverte.
Punta del Este é uma cidade linda. A geografia ajuda muito, sem dúvida. Mas a aparência de bem-cuidada, aquele “lustro”, a limpeza e a infra-estrutura (tanto a funcional como a de lazer) a tornam imbatível como destino praiano. Sem contar o clima cosmopolita, moderno e cool da cidade. Despojamento e requinte em uma combinação primorosa. O maravilhoso Mantra Em setembro, com a nobre missão de preparar uma reportagem para a Estilo Zaffari, pegamos a estrada rumo a Punta. Nessa época, não há o delicioso burburinho da alta temporada, o desfile de gente bonita pelas ruas, o agito dos restaurantes e bares da moda, as praias cheias. Mas uma verdadeira recompensa nos esperava em Punta: o Mantra. Endereço dos mais charmosos da cidade, o hotel, spa e cassino Mantra ostenta na fachada as cinco estrelas que distinguem os melhores hotéis do mundo. Nos três dias em que estivemos por lá, foi possível comprovar que o Mantra faz por merecer as suas estrelinhas e a inclusão na rede The Leading Hotels of the World, uma verdadeira grife do segmento de hotelaria. A começar pelo atendimento, cuidadoso e discreto, reforçado pelo padrão uruguaio de gentileza.
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MANTRA: ESTILO, CONFORTO E SERVIÇO NOTA 10 Fiel à sua proposta de modernidade, o Mantra aposta em uma ambientação que combina requinte e despojamento. A decoração é contemporânea, dá destaque a objetos e móveis de design, com grande predomínio do branco, do areia, dos tons suaves em tecidos, revestimentos, carpetes, paredes. Os ambientes são amplos, têm somente os móveis necessários – poucos e bons – e grandes telas reproduzindo cenas praianas. Nos quartos e suítes, o conforto é total. Camas amplas, lençóis de puro algodão, móveis em madeira com detalhes em rádica, couro e metal. Poltronas brancas que convidam ao relax e, nas sacadas, espreguiçadeiras. Os banheiros são espaçosos, de mármore branco, bem-equipados e abastecidos com produtos do spa do hotel. La Barra O Mantra está instalado em uma das regiões mais valorizadas de Punta: La Barra. Distante 15 km do centro da cidade, a Barra assumiu, especialmente nas últimas temporadas, o título de point da moçada. E é lá também que estão as casas mais modernas de Punta del Este, em meio ao bosque ou de frente para as lindas praias. Na Barra, aliás, não faltam opções de praia, cada uma com suas peculiaridades e atrativos. Manantiales é a 74 Estilo Zaffari
mais próxima do Mantra. Você pode ir a pé, passeando entre as belas casas, mas o hotel também oferece transporte. Montoya é o cantinho direito de Manantiales, junto ao hotel Esturión de Montoya e a um parador que oferece conforto, música lounge, drinks. Mais adiante fica Bikini, a praia das beldades e, sobretudo, dos brasileiros. Quase uma filial da plataforma de Atlântida. A Barra concentra os melhores restaurantes de cada temporada, bares, antiquários, lojas de moda, acessórios, objetos de decoração, velas. Um comércio charmoso, que ferve nos finais de tarde e noites do verão. Vida de rei O Balance Spa do Mantra é um mundo à parte. Passados alguns meses da nossa estada no hotel, ainda sonho com a sala das banheiras de hidromassagem... Ou com a sensacional massagem a seis mãos. Sim! Três pessoas se encarregam simultaneamente de promover o distensionamento de cada centímetro do seu corpo. Imperdível. Em todos os ambientes do spa você encontra à sua disposição, para auxiliar no relax, matar a sede e saciar o estômago, água gelada com limão e maçãs suculentas. Além de belas instalações, o Balance Spa tem uma variedade enorme de tratamentos estéticos, oito tipos
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VIDA DE REI NO BALANCE SPA. VOCÊ MERECE. de massagens, hidroterapias, rituais indianos de relaxamento, yoga, pilates, sauna, uma sala de fitness poderosa, piscina térmica... ufa! Para aproveitar tudo o que o spa oferece você teria que ficar lá por umas duas semanas. O que não seria má idéia, de jeito algum.
O MANTRA DE CRIS BERGER BIEN VENIDOS AO RESORT SPA CASSINO MANTRA. MANTRA, QUE EM SÂNSCRITO SIGNIFICA MAN (MENTE) E TRA (ALAVANCA) É UM NOME BASTANTE ADEQUADO PARA ESTE IRRESISTÍVEL REDUTO DE PRAZER. SÃO OS MANTRAS ENERGIAS SONORAS, ENTOADAS COMO ORAÇÕES. O NOME QUA-
Comer, comer... e jogar! O café da manhã é uma delícia, com todas aquelas especialidades uruguaias que fazem a gente abandonar a dieta. Eles são imbatíveis nos laticínios, folhados, media lunas e no dulce de leche, ingrediente de nove entre dez receitas. O restaurante Zafferano, que fica à beira da piscina do hotel, se dedica a uma criativa cozinha mediterrânea. Outras opções de gastronomia estão disponíveis no shopping center anexo e no Cassino. Ah, o Mantra tem isso também: um Cassino supercharmoso. Você pode se desplugar do mundo no Spa e depois, cheio de boas energias, tentar a sorte no Cassino. A vida no Mantra pode ser agitada e glamourosa, ou tranqüila e simples. Ou tudo isso junto, você decide. Estar em Punta, e ainda por cima no Mantra, é sempre um imenso prazer.
LIFICA BEM O ESTADO DE ESPÍRITO DO RESORT. CLÁSSICO COM UM CLIMA DE PRAIA. ELEGANTE E SUAVE. O ATENDIMENTO ACOMPANHA O PADRÃO THE LEADING HOTELS OF THE WORLD. EM CADA QUARTO, UMA SACADA VOLTADA PARA O JARDIM REPLETO DE PINHEIROS. NO JARDIM, UMA PISCINA QUASE OLÍMPICA, CONTORNADA POR ESPREGUIÇADEIRAS. A ALGUNS PASSOS, O RESTAURANTE ZAFFERANO, COM SUAS GRANDES JANELAS DE VIDRO LEVANDO OS OLHOS PARA UM PASSEIO NO JARDIM. PERTO DALI, O BALANCE SPA MAIS COMPLETO DO URUGUAI, COM 1.500 METROS QUADRADOS DE BELAS INSTALAÇÕES. DENTRO DO COMPLEXO MANTRA EXISTEM TAMBÉM SALAS DE CINEMA E DE CONFERÊNCIA, CASSINO EM ESTILO EUROPEU, WINE BAR E UM PEQUENO SHOPPING CENTER. OS MANTRAS DE PUNTA DEL ESTE SÓ NOS FAZEM QUERER VOLTAR...
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Lugar 15 COISAS IMPERDÍVEIS EM PUNTA DEL ESTE: PÔR-DO-SOL NA PONTINHA DA PENÍNSULA (LEVE O CHIMARRÃO...). O SORVETE DE DULCE DE LECHE GRANIZADO DA FREDDO. É O MELHOR DO MUNDO! ALUGAR BICICLETAS E PASSEAR PELO BOSQUE E PELAS RAMBLAS. TOMAR UM CLERICOT NO PARADOR DE JOSÉ INÁCIO NA HORA DO PÔR-DO-SOL. REUNIÃO DE GENTE BONITA, ALTO-ASTRAL, BOA MÚSICA E UM VISUAL MARAVILHOSO. CAMINHADA MATUTINA EM TORNO DA PENÍNSULA. A PARTIR DAS 10H30, 11H, NUNCA ANTES DISSO! BOM PARA ENCONTRAR OS CONHECIDOS... CHURROS DO MANOLO. A LOJINHA FICA EM UMA DAS TRAVESSAS DA GORLERO E O POVO FAZ FILA PARA COMPRAR OS CHURROS. TOSTADO DE QUEIJO E PRESUNTO OU TOSTADO NAPOLITANO (GRATINADO COM QUEIJO E TOMATE) DA CONFEITARIA LES DELICES. UMA TARDE NO SPA DO HOTEL MANTRA. A SALA DAS BANHEIRAS DE HIDRO É UM ARRASO E AS MASSAGENS SÃO EXCELENTES. BARRA: PASSEIO NAS LOJINHAS À TARDE E JANTAR EM UM DOS VÁRIOS RESTAURANTES LEGAIS DA REGIÃO. RECOMENDAMOS: BABY GOUDA, POSTA DEL CANGREJO, 900, PIZZARIA NO ME OLVIDES. SEM CONTAR AS NOVIDADES QUE INAUGURAM A CADA TEMPORADA. PEGAR PRAIA JUNTO AO PARADOR DO ESTURIÓN DE MONTOJA. O PARADOR É CHIQUE, TEM UM RESTAURANTE BADALADO E A PRAIA É SUPERGOSTOSA. TOMAR UMA CERVEJA URUGUAIA (PATRÍCIA OU PILSEN) BEM GELADA E COMER LULAS À PROVENÇAL NO DECK DA MARINA. VÁRIOS RESTAURANTES E BARES TÊM MESINHAS NO DECK, JUNTO À PRAIA. JANTAR NO PARADOR LA HUELLA, EM JOSÉ INÁCIO. BRINCAR NAS SLOT MACHINES DO CASSINO DO CONRAD NA MADRUGADA. COM POUCOS DÓLARES VOCÊ JÁ SE DIVERTE. PERCORRER A GORLERO, PRINCIPAL RUA DE COMÉRCIO DE PUNTA DEL ESTE, DE CIMA ABAIXO, NO FINAL DE TARDE OU À NOITE. ESSE PROGRAMA É VELHO, MAS ETERNO. DORMIR ÀS 5 DA MANHÃ, ACORDAR AO MEIO-DIA, IR PARA A PRAIA ÀS TRÊS DA TARDE, ALMOÇAR À TARDINHA, JANTAR À UMA DA MANHÃ. NADA PODE SER MELHOR DO QUE A SUBVERSÃO DE HORÁRIOS QUE DOMINA PUNTA DEL ESTE.
QUEM VOA GOL LINHAS AÉREAS – WWW.VOEGOL.COM.BR – 0300 7892121 QUEM LEVA MAKTOUR TURISMO VIAGENS E TURISMO – WWW.MAKTOUR.COM.BR – 51 3311 7600 ONDE FICAR MANTRA WWW.LHW.COM (0-800)-14-18-19 TOLL FREE CRIS BERGER VIAJOU A CONVITE DE THE LEADINGS HOTELS OF THE WORLD.
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(con)vivências R u z a
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ElogioS quE matam Cuidado! Sinceridade e criatividade podem ser fatais No final do ano, ficamos todos mais sensíveis, mais dadivosos – efeitos da proximidade do Natal e das festas de confraternização. Até os arrogantes começam a ver mais gente do que de costume ao seu redor, tais como porteiros, copeiras, garçons, manobristas, seguranças... Que bom! Ao menos uma vez ao ano, surge a chance de se rever esse comportamento tão antigo que é negar cumprimentos a quem está servindo. Mas eu queria mesmo era falar sobre o fenômeno exatamente contrário, o do elogio desastrado, aquele cheio de boa intenção, porém fatal. Ai, como a gente dá bola fora! Eu, particularmente, tenho uma galeria de experiências desconcertantes, e quero me desculpar em público por tudo que já aconteceu e que ainda vai acontecer. Quem nunca deu um fora, levante a mão. Quem se considera o rei ou a rainha do vexame, entre na fila atrás de mim. Fim de ano, então, nossa! Haja repertório! Vêm aí as festas de empresa, os parentes que chegam em férias... O espumante rola solto e solta a língua também! Chegou a hora do grande festival de besteiras. Sabe aquela prima fofinha, que estava grávida? Não vá perguntar para quando é o nenê porque ele já pode ter nascido. E aquela tia, que troca de marido todos os anos, não vá abraçar o garotão que está ao lado dela, dizendo: “Primo, como tu cresceste!” E, por favor, para as mulheres a partir dos 45 anos, evite galanteios bem-humorados tipo: “inteirona”, “ainda dá um caldo”, “o segredo é o formol”, etc. Olha, tudo isso faz a gente imaginar que exista uma confraria, uma associação ou seita secreta se ocupando da contagem regressiva das mulheres rumo à decadência. Quem faz esse
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tipo de comentário parece um membro-fiscal da tal confraria, fazendo o levantamento das avarias da nossa carcaça. Soa como se fosse um mau agouro. Ah, e existe uma palavrinha maldita, proscrita, que jamais deve ser pronunciada na frente (nem nas costas) de uma mulher: con-ser-va-da. Ah, não! Reserve esse adjetivo para igrejas, estátuas e antigüidades. Quer elogiá-la? Diga apenas: “Tu estás linda!” ou “Como tu estás bem!”. Todos os demais complementos são arriscados. A essas alturas, nem é preciso dizer que as expressões “como tu engordaste!” ou “como tu emagreceste!” estão fora de questão. Nem variações carinhosas, tipo: “tu deste uma engordadinha, né?” ou “ai, tu estás tão magrinha!”. Afinal, o que temos a ver com isso? E, por outro lado, a resposta nunca será: – Puxa, é mesmo, não tenho espelho em casa! Ainda bem que te encontrei, senão jamais me daria conta! – Ou: – Desculpa aí, foi mal... Prometo estar em forma na próxima vez que nos encontrarmos. Sabe o que é mais curioso? As pessoas que tomam a liberdade de fazer observações sobre o peso das outras nunca estão no peso ideal. Eu adoro encontrar amigos e conhecer gente nova. Porém, a cada encontro, atingimos um escore de acertos e outro de erros. Deixar de dar um fora de vez em quando é praticamente impossível, mas pretendo evoluir na arte do convívio. E até lá, por favor, me agüentem. Ruza amon é joRnaliSta
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Simplesmente
Verissimo P O R
PAU L A
TA I T E L BA U M
F OTO S
C E L S O
C H I T TO L I N A
ELE É PAI DO PEDRO, DA MARIANA, DA FERNANDA E DE TODA A FAMÍLIA BRASIL. É O MARIDO DA LÚCIA, O IRMÃO DA CLARISSA E O FILHO DO ÉRICO E DA MAFALDA. ELE É O MAIS LIDO DO BRASIL E, DIZEM, O MAIS CALADO. AMANTE DO COLORADO, DO JAZZ, DE PORTO ALEGRE E DE PARIS. E DE NOVA YORQUE TAMBÉM. ELE JÁ ACREDITOU EM PAPAI NOEL E, SE TIVESSE NETOS, SE VESTIRIA DE UM. ENTRE GANHAR MEIAS E VINHOS, PREFERE COM CERTEZA A SEGUNDA OPÇÃO DE PRESENTE. ELE ADORA PRATO CHEIO E CASA REPLETA. ESTÁ COM LIVRO NOVO NA PRAÇA E, QUANDO A GENTE CONVERSA COM ELE, PARECE QUE NUNCA TEM PRESSA. ELE É SIMPLESMENTE O LUIS FERNANDO. O QUE FAZ TODA A DIFERENÇA, É QUE ELE É VERISSIMO.
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TU JÁ ACREDITASTE EM PAPAI NOEL?
Sim, acreditei, sim. Até o dia em que vi o Papai Noel trocando de roupa na cozinha da minha casa. Eu reconheci ele, era um cara que fazia reclame na rua, o Bataclan... Então daí parei de acreditar.
QUANTOS ANOS TU TINHAS?
Eu devia ter uns 4 ou 5, não lembro bem.
E COM TEUS FILHOS, TU INCENTIVASTE ESSA CRENÇA NO PAPAI NOEL? Falava que era o Papai Noel que ia trazer os presentes, mas essa coisa de encenar com Papai Noel, dele aparecer na noite de Natal, não.
QUER DIZER QUE TU NUNCA TE VESTISTE DE PAPAI NOEL? Não, não...
MAS APOSTO QUE TU TE VESTIRIAS PROS TEUS NETOS... Ah, pelos meus netos eu faria qualquer coisa.
QUAL O PRESENTE MAIS BACANA QUE TU LEMBRAS DE TER RECEBIDO?
O que ficou na minha memória foi uma bola de futebol, a primeira de verdade, de couro, cor de couro mesmo. É uma coisa que eu me lembro sempre, essa bola de futebol. Eu devia ter uns 5 ou 6 anos.
E ADULTO, TEVE ALGUM PRESENTE ESPECIAL?
Ah, sabe como é que é, depois de um tempo a gente passa a ganhar meias, chinelo... Também livro e vinho... Livro e vinho sempre é bom. Mas tem a fase das meias... Depois a das meias de lã...
E TU LEMBRAS DO PRESENTE MAIS MARCANTE QUE JÁ DESTES PRA ALGUÉM?
(pensa um pouco) Não, não lembro... Já dei muito livro e muito vinho também.
E PRAS CRIANÇAS?
Ah, por exemplo, tem muita viagem. Uma vez nós fomos passar o Natal nos Estados Unidos, foi um Natal de cinema com neve.
ELES ERAM PEQUENOS?
Eram, foi a primeira vez que eles foram conosco, mas fora isso eu não lembro nada, não.
DEPOIS DE UM TEMPO A GENTE PASSA A GANHAR MEIA E CHINELO
Perfil TU GOSTAS MAIS DE DAR OU DE RECEBER PRESENTES? De receber (sorri, maroto).
TEVE ALGUMA TRAVESSURA DE INFÂNCIA QUE TU PENSASTES: ACHO QUE EU NÃO VOU GANHAR PRESENTE NESSE NATAL...
Não, acho que eu sempre mereci ganhar presente... (risos gerais).
TU GOSTAS DESSES RITUAIS DE NATAL?
É uma reunião de família, no caso, um pretexto pra reunir as famílias, fazer uma coisa em casa. Então nós sempre fazemos árvore, mesmo fora do país, mesmo que seja uma arvorezinha pequena. A minha mãe era religiosa, mas o pai nunca deu muita importância pra religião e tal. Mesmo assim, Natal sempre foi uma data que a gente festejou.
E A CEIA DE NATAL? TEM ALGO QUE NÃO PODE FALTAR, NÃO IMPORTA O LUGAR DO MUNDO EM QUE VOCÊS ESTEJAM?
Além da árvore, também a comida, o peru. Uma das boas lembranças que eu tenho do Natal era o sarrabulho do peru. Principalmente no dia seguinte que fica melhor ainda.
E A ENTREGA DOS PRESENTES? TAMBÉM TEM RITUAL DE LER OS NOMES, ENTREGAR?
Sim, sim, a gente faz isso. E tinha uma época que era sempre o mesmo grupo que vinha passar o Natal aqui em casa. Era o Maurício Rosemblat, a esposa e os filhos e depois os netos. E isso se repetia todos os anos. E parte desse ritual de amizade era a distribuição dos presentes. Pegar o presente, ler o nome de quem iria receber... Faz parte do encanto.
TEM ALGUÉM QUE TU GOSTARIAS QUE APARECESSE DE SURPRESA NESSE NATAL? QUE TE FARIA FELIZ?
Todos os amigos me fazem feliz. Esse ano, infelizmente, a minha irmã, a Clarissa, não poderá vir pro Natal, mas ela vem no Ano Novo.
VOCÊS GOSTAM DE RECEBER OS AMIGOS?
Eu sempre digo que o meu ideal seria encher a casa de amigos e daí eu ir pro meu quarto (risos). Eu gosto de receber, e o melhor é que eu não preciso fazer nada, a Lúcia se encarrega de tudo. Eu sou um anti-social social.
UMA DAS BOAS LEMBRANÇAS É O SARRABULHO DO PERU, PRINCIPALMENTE NO DIA SEGUINTE
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EXISTE ALGUMA COISA QUE TE FAZ PERDER A CALMA?
Muita coisa me irrita, prepotência, por exemplo. Mas eu não sou de reagir. Ao contrário da Lúcia... A Lúcia é que briga pela família.
QUAL A ÚLTIMA VEZ QUE TU LEMBRAS DE TER RIDO MUITO, DE TER DADO MUITA RISADA?
A última vez que eu ri muito foi com um programa de televisão dos Estados Unidos que aparecia o Mel Brooks fazendo o papel de um tio judeu, engraçadíssimo... Foi numa dessas séries de TV. Teve um filme francês também que dei gargalhadas no cinema, tinha uns cavaleiros medievais que vão pro futuro...
E O QUE TE EMOCIONA?
Genericamente, qualquer manifestação de solidariedade me emociona.
EXISTE ALGUMA PRIMEIRA FRASE DE UM LIVRO QUE SEMPRE SURJA NA TUA CABEÇA?
Eu lembro mais da primeira cena de filmes. Como a primeira cena de Janela Indiscreta do Hitchcock que, com uma tomada panorâmica, ele conta todos os antecedentes: que o cara é um fotógrafo, que teve um acidente... É genial.
TU ÉS MUITO OBSERVADOR? DAQUELES QUE FICA ESCUTANDO AS CONVERSAS ALHEIAS DISCRETAMENTE?
Acho que acontece, sim, mas não é com más intenções, de usar num texto e tal. Mas acho que eu sou bastante observador, sim. Já que eu não falo muito, eu observo.
É CHATO FICAR OUVINDO O TEMPO INTEIRO “O LUIS FERNANDO NÃO FALA MUITO”?
A gente não poder se comunicar com os outros sempre prejudica, né? Mas eu meio que me resignei, com quase 70 anos, acho que eu não vou mudar. Mas é uma coisa que eu gostaria de não ser. De não ser tão tímido assim, de ter mais comunicação com os outros, mas o que eu vou fazer, eu sou assim.
E NESSE NATAL, TEM ALGUM PRESENTE ESPECIAL QUE TU GOSTARIAS DE GANHAR, ALÉM DE MEIAS?
Olha, talvez uma bola de futebol... Pra posar com ela na frente das câmeras...
GOSTARIA DE NÃO SER TÃO TÍMIDO, MAS O QUE VOU FAZER, EU SOU ASSIM
Assim, ó... Lu í s
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PoesiA de muLher
Justa homenagem às talentosas autoras gaúchas Esta terra sulina tem apresentado ao mundo várias poetas mulheres. Para não deixar dúvida, o primeiro livro de autoria de um nativo do Rio Grande do Sul foi escrito por uma mulher, Delfina Benigna da Cunha, no ano de 1834. Depois apareceram Rita Barém de Melo, Amália dos Passos Figueiroa e Luciana de Abreu, entre outras que foram conversando como que entre si, mas em público, na terra dos cavaleiros, das fronteiras, das guerras. O século passado (ainda é difícil chamá-lo assim, mas a gente precisa acostumar, porque não tem volta) deu à luz Lila Ripoll, comunista que nunca perdeu a ternura, Lara de Lemos, por sinal também militante política nos anos 60, e outras. Das que estrearam há tempos e estão na ativa total, há Lya Luft e Maria Carpi. E da geração mais nova há duas talentosas colaboradoras desta revista, Martha Medeiros e Paula Taitelbaum. E foi a Paula que lançou uma coleção de seus poemas, reunindo seus três livros anteriores e alguns textos inéditos, tudo debaixo de um nome que não poderia ser mais sugestivo: Ménage à trois (L&PM), que literalmente significa apenas um encontra a três mas que se consagrou como a designação, bem, o leitor sabe de quê. No caso da Paula, é um encontro dos três livros, que sendo diferentes guardam uma profunda semelhança: mais radicalmente que outras poetas mulheres, ela encara por assim dizer de peito aberto os temas e questões do sexo e temas conexos, que vão dos meandros afetivos aos comportamentos. No primeiro livro há poemas mais singelos, mais espontâneos na captação do encontro amoroso, com um otimismo ingênuo às vezes repassado das eternas perguntas ditadas pela insegurança da paixão:
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Jura que tudo isso é verdade? Jura mesmo que essa é a tua vontade? Jura de pé junto? Ei, olha pra mim, não muda de assunto. Homem olha pouco para mulher que fala, que pergunta, que expõe dúvidas, e a poeta diz isso nesse português coloquial que qualquer um entende, porque experimentou, de algum dos lados do encontro amoroso. Já no segundo livro aparece com bastante força a dureza da frustração, mais que da dúvida, como num poema de apenas duas linhas: Te repartir Me deixa em pedaços. O terceiro livro tem a maturidade da poeta e da mulher que virou mãe – experiência que é rigorosamente incomunicável aos homens, mas que a poesia pode insinuar, como na abertura de um dos poemas, em frase que eu, pai recente, admiro, invejo e mal consigo compartilhar, quando a Paula aproveita o relato da gravidez para juntar o eu e o infinito, que se torna presente numa criatura nova: Ela se mexe dentro de mim como parte do meu eu do meu céu. (...) Ela é parte de mim meu começo sem fim meu pingo de gente quente diferente e igual. (...) Ela repara e é rara e é Clara e é minha. Saúde pra Clara, saúde pra Paula, mulheres que vivem na poesia. Luís Augusto Fischer, ProFessor de LiterAturA e escritor