Revista epav 2013

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Visitas de Estudo

Campeonatos Equestres

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Secção de Informação e Comunicação

Jornadas Técnicas

epadrv.com(e)

08 Gabinete PTE

14 Gabinete de Inserção Profissional

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Clube de Desporto Escolar

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Entrevista

Editorial

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Secção de Saúde e Ambiente

Secção de Eventos, Visitas e Protocolos

índice

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editorial por Fernando Santos (Diretor)

De Vagos para o mundo … com autonomia

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o presente ano letivo, 2012/2013, a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos (EPADRV) mais uma vez ousou empreender, inovar e ir mais longe. Neste último aspeto, a EPADRV continuou e reforçou os estágios internacionais em diferentes países da Europa e inovou nas visitas de estudos transnacionais. Estivemos em Paris, no Salon du Cheval, com o Curso de Técnico de Gestão Equina; em Bordéus com o Curso de Técnico de Produção Agrária; em Madrid com as turmas dos 11º e 12º anos do Curso de Técnico de Restauração variante Cozinha / Pastelaria e Restaurante / Bar e em Sevilha com os alunos do Curso de Técnico de Energias Renováveis. Estas visitas proporcionaram aos formadores e formandos experiências profissionais inesquecíveis e irrepetíveis. Continuamos a associar a uma sólida

formação no “saber ser” o “saber fazer”, com rigor, exigência e qualidade, para responder às mutações sociais e do tecido empresarial regional e nacional. Nos cursos de Educação e Formação de Jovens criamos condições para que dezenas de jovens adquirissem competências em diferentes áreas e perspetivamos um futuro menos sombrio e mais risonho. Nos Cursos Profissionais juntamos a uma sólida formação teórica uma, não menos exigente, formação prática, ao longo de 3 anos, que tem tido uma aceitação muito assinalável pelo tecido empresarial. Nos Cursos de Especialização Tecnológica alargamos horizontes e conhecimentos num curso pós-secundário, Cuidados Veterinários, que poderá contribuir para uma valorização de muitos jovens e, logicamente, para novas aptidões e competências profissionais.

Foi um ano em que a Escola foi submetida a um processo de Avaliação Externa, numa conjuntura de incertezas e indefinições que em nada contribuíram para o seu projeto educativo e para uma verdadeira autonomia. Esta passa por, nas vertentes administrativa, financeira e contratual, a Escola, dada a sua especificidade, a sua missão e o seu projeto educativo, ver concretizado estes desejos para poder crescer e fazer mais e melhor. Por último uma palavra a todos aqueles que não se resignaram e que estiveram de corpo e

alma com este projeto, como verdadeiros profissionais, verdadeiros condutores de homens e mulheres, numa missão nada fácil e cada vez mais difícil e exigente. Quanto ao próximo ano letivo vamos continuar a melhorar as infraestruturas produtivas e formativas da escola, esperando uma autonomia plena que nos permita dar o salto qualitativo e quantitativo que há anos ambicionamos.


viagens

na tua terra por Margarida Barreiros e Fátima Laouini

A EPADRV, em função dos cursos existentes na escola, Visita à Feira Internacional de Turismo - Madrid 30 de janeiro a 3 de fevereiro aposta nas visitas de estudo, nacionais e internacionais, 11º e 12º anos de Técnico de Restauração com o objetivo de promover o contacto dos alunos com realidades concretas, de acordo com o seu programa de estudos, quer dentro quer fora do país. visita de estudo começou edifício do antigo Egito transfeDe acordo com o Plano Anual de Atividades da Escola, por uma primeira para- rido para Espanha em 1968. Os ao longo do ano letivo 2012/2013 foram realizadas gem no Centro de Arte dois últimos dias da viagem fovárias visitas de estudo ao estrangeiro. Moderna Reina Sofia, onde ti- ram inteiramente dedicados à

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Salon du Cheval / Paris

1 a 9 de dezembro de 2012 2º CEF Tratamento e Desbaste de Equinos e 11º Gestão Equina

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Salon du Cheval é o maior certame equestre de França que inclui, entre outros, o famoso concurso de obstáculos, Gucci Masters. Os alunos em questão estiveram presentes nesse certame onde puderam assistir ao Gucci Masters Paris, ao Campeonato do Mundo do Cavalo Árabe, à Taça de Atrelagem de Paris, às Competições de Amazonas e à Competição de Volteio, entre outras atividades. Houve ainda tempo para conhecer alguns monumentos mais emblemáticos de Paris, como o

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Museu do Louvre, a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, entre outros. A aventura cultural continuou fora de Paris, com a visita ao Palácio de Versalhes, que maravilhou os visitantes com toda a sumptuosidade característica do absolutismo francês. No regresso ainda houve a possibilidade de se visitar o Centro Hípico de Jardy, um complexo lúdico-desportivo, onde foi possível assistir a um espetáculo equestre com cavalos lusitanos. No regresso, uma paragem em Limoges para visitar uma Escola Profissional Agrícola, possível parceira da EPADRV.

veram oportunidade de apreciar as coleções de grandes figuras da arte do séc. XX. Obras de Picasso, Salvador Dali, Francis Bacon, entre outros, extasiaram os participantes. Uma visita ao estádio Santigo Barnabéu era quase “obrigatória”. Seguiu-se uma visita ao Templo de Debot,

visita da Feira Internacional de Turismo (FITUR), certame que se realiza anualmente desde 1980. Aqui se encontram exposições ligadas ao setor turístico de todo o mundo, bem como conferências e workshops, painéis de peritos e atividades direcionadas para a competitividade deste setor.


À descoberta da França Rural

E Viagem ao centro das energias Lisboa, Moura, Amareleja e Sevilha 4, 5 e 6 de fevereiro 2013 12º ano de Energias Renováveis e 11º ano de Manutenção Industrial

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sta enérgica viagem iniciou-se com uma primeira paragem em Lisboa e culminando em Sevilha (Espanha). A visita começou pelo Museu da Eletricidade/ central Tejo em Lisboa, onde foram abordados vários temas entre os quais a história da eletricidade e a produção de energia térmica. Seguiram para Moura onde visitaram a lógica E.M, um Centro de Investigação na Área das Energias Renováveis. Fez-se uma visita guiada pelos vários espaços do Centro, visita muito elucidativa quer para alunos quer para professores. Visitou-se, de seguida, a fábrica solar MFS-Fabrico e Comércio de Painéis Solares, Lda. onde

os alunos puderam acompanhar, teoricamente, o processo de fabrico de painéis solares. Deslocaram-se ainda à Amareleja para uma visita à Central Fotovolcaica, onde alunos e professores observaram de perto a dimensão e utilização dos painéis solares na criação de energia. No último dia rumaram a Espanha para uma visita à Central Abengoa e à sua Torre Solar, na região de Sevilha, em Sanlúcar de la Mayor. Nesta Central foi possível fazer a observação de como a radiação solar é concentrada num ponto de uma torre, através de espelhos heliostáticos que depois irão produzir energia.

7 a 13 de abril de 2013 12º ano Técnico de Produção Agrária

sta turma visitou escolas agrícolas e explorações agropecuárias da região de Aquitaine. A 1ª escola de acolhimento foi o Liceu de Ensino Profissional Agrícola de Pau, que integra uma exploração de bovinos de leite, destinada à realização de investigação na área da nutrição animal, bem como de bovinos de carne (raça autóctone Blonde D’Aquitaine). Durante a semana, outros estabelecimentos de ensino foram visitados, entre eles o Lycée

des Métiers de La Montagne, situado em Oloron, onde foi possível visitar uma exploração com cerca de 450 ovelhas de raça autóctone basco-bernaise, bem como unidades de fabrico de queijo de ovelha e de extração de mel. Também o Liceu de Fazanis mereceu a visita dos nossos alunos devido à sua especialização na produção hortícola e plantas ornamentais de interior e exterior. O Liceu Nérac, dedicado ao ensino da equitação, também foi visitado.

Em jeito de conclusão, a EPADRV tem, pois, incrementado estas iniciativas como complemento de aquisição de conhecimentos, numa abordagem que poderíamos chamar da teoria à prática e, ao mesmo tempo, envolvendo uma vertente lúdica e interpessoal em que todos os intervenientes desenvolvem laços de interajuda e solidariedade. epadrv revista 2012|13 | 5


por Valdemar Silva

Um ano para não esquecer O ano letivo de 2012-2013 ficará indelevelmente marcado na cronologia da EPADRV pela vitalidade do Polo de Formação Equestre que não abdica de lutar e dar visibilidade a uma arte subestimada em Portugal, apesar da sua longa tradição. O Campeonato Equestre foi o evento mais relevante pela regularidade e pela adesão.

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arte equestre, com longos pergaminhos em Portugal, vive dias difíceis e muitas vezes é remetida para um limbo pelo nosso sistema comunicacional e formativo, apenas conhecido e apreciado por um escol reduzido de entendidos e aficionados. O público em geral ignora o mundo dos cavalos, aquilo que se faz de mais positivo e vibrante e a sua visibilidade evanescente acontece no contexto das touradas ou quando algum cavaleiro se notabiliza numa competição internacional, como os Jogos Olímpicos. A par disso, é o vazio quase total.

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A EPADRV afigura-se como um oásis nesta ecologia comunicacional e formativa num país que abdicou da sua tradição. O seu Centro Hípico, qualificado com 4 estrelas pela Federação Equestre Portuguesa e pelo Instituto do Desporto de Portugal, o seu Polo de Formação Equestre com a sua equipa de técnicos credenciados, com os seus alunos do CEF de Tratamento e Desbaste de Equinos e do Profissional de Técnico de Gestão Equina, dos cursos livres e de hipoterapia, os seus visitantes que quase todos os dias calcorreiam os seus paddoks, boxes, picadeiros e pis-

tas são motivo de orgulho para a EPADRV. Conscientes de todo este potencial, de que é importante não baixar os braços na defesa da arte equestre e com o objetivo de proporcionar aos seus formandos experiências de competição onde ponham à prova os conhecimentos e competências que vão adquirindo

ao longo da sua formação, o Diretor e a equipa de formadores decidiram organizar o I Campeonato Equestre da EPADRV, que decorreu ao longo de todo o ano letivo em 6 jornadas, premiando a destreza e a regularidade dos seus participantes. Foi um projeto ambicioso que exigiu uma grande capacidade


logística e organizativa, com condicionantes que transcendem o voluntarismo dos promotores, como as condições meteorológicas adversas, mas que se saldou por um grande sucesso. É insofismavelmente um evento que ficará nos anais da cronologia da EPADRV e, juntamente com a visita ao Salon du Cheval (ver texto p.4), será recordado por quem o vivenciou de perto e por toda a comunidade educativa como um dos momentos mais marcantes de um polo que respira energia e vitalidade. Foram seis fins de semana que mobilizaram a escola e deram ainda mais visibilidade a um dos mais emblemáticos espaços da EPADRV. A primeira jornada ocorreu nos dias 27 e 28 de outubro de 2012 e a última já no final do ano letivo, mais precisamente no fim de semana de 11 e 12 de maio de 2013. O campeonato contou com provas de Dressage preliminar e elementar e provas de

saltos de obstáculos a 50 cm, 80 cm, 1,00cm, e 1,10 cm de altura, com participantes com idades compreendidas entre os 6 e 30 anos. Em cada prova os jovens cavaleiros tinham de demonstrar a sua desenvoltura na lida do cavalo avaliada por um júri com experiência em provas nacionais e internacionais, presidido por Mário Pimentel, técnico a lecionar na EPADRV. Não é a primeira vez que a nossa escola organiza uma Poule Equestre com características similares, mas com esta dimensão e logística é realmente inovador. O professor João Martins, técnico responsável pelo Polo de Formação Equestre e coordenador deste projeto, afirmou que “o objetivo desta iniciativa é proporcionar experiências de competição para os futuros técnicos de Gestão Equina e igualmente para os alunos externos que frequentam aulas no polo equestre da EPADRV”. O mesmo docente, diretor do Curso Profissional de Técncico

de Gestão Equina, quando interpelado sobre o balanço após da segunda jornada foi perentório em afirmar que “superou as nossas expectativas, quer ao nível do número de inscrições (mais de oitenta) quer da performance técnica da maioria dos participantes. É com este tipo de iniciativas que visam potenciar os recursos humanos e materiais da EPADRV, como o Centro Hípico, os professores e técnicos, que se proporcionam aos seus alunos e à comunidade local e regional experiências enriquecedoras e competitivas, imprescindíveis para a sua formação”. Acrescentou, ainda

que “o Centro Hípico desenvolve um trabalho diversificado direcionado para a comunidade escolar e local que engloba aulas de equitação para crianças e adultos, passeios de charrete e de cavalo, sessões de hipoterapia e equitação terapêutica”.

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epadrv.com(e)

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erguntará o curioso leitor o que significa este título. Passo pois a expli-

car. Empenhada em abrir-se a novos desafios e horizontes, a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos, embrenhada nos bosques do empreendedorismo, meteu mãos à obra e elaborou um projeto que designou por “.COMe”, conciliando diferentes temáticas aos sabores gastronómicos made in EPADRV. A primeira manifestação deste projeto aconteceu a 14 de dezembro – Fados.COMe. A EPADRV abriu as suas portas à comunidade exterior e aqueceu o ambiente do Polo de Restauração ao som do Fado, esse cântico tão português e cheio de saudade que, intercalado com o degustar de pratos quentes e bem temperados, emocionou, não as pedras da calçada, mas sim o público presente. Às vozes de Mariana Oliveira, Fernando

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por Sofia Marta

Neto, José Lima, António Machado, à guitarra de Armindo Fernandes e viola de Jorge Sena, juntaram-se os cheiros e os sabores de uma equipa, formada por professores e alunos, que deliciaram todos os que ousaram sair à rua, numa fria e chuvosa noite de inverno, com um jantar gourmet. A 8 de março, aconteceu a segunda etapa deste projeto – Poesia.COMe. Sob a temática do Mar, o Polo de Restauração voltou a abrir as suas portas para assistir à declamação/dramatização de poemas de autores consagrados e originais de alunos e professores da EPADRV pela “prata da casa”, atuação que levou o público ao rubro. Este momento foi uma pequena amostra do que futuramente será a Antologia Poética da nossa escola. Aliou-se a poesia, a boa comida, a boa disposição a uma performance musical levada a cabo por Débora Rodrigues e Ângela Maria, acompanhadas ao pia-

no por Ernesto Leite, após a apresentação da antologia de Fernando Pessoa, Os Mensageiros, por Samuel Lopes. No dia 24 de maio, e como forma de dar por concluído o presente ano letivo, deu-se a terceira manifestação deste projeto – Com(n)vida.COMe. Tendo por base a temática da saúde, a EPADRV convidou todos os amantes (e não só!) de uma vida saudável para um jantar concerto. A comunidade exterior respondeu positivamente a este novo apelo e o Polo de Restauração esgotou a lotação. Sa-

bores ricos em vitaminas e a voz fabulosa de Tiago Ribeiro, finalista do programa da SIC “Portugal Tem Talento”, contagiaram todos os presentes que se uniram em coro para cantarem, a uma só voz, músicas de todos os tempos. A sala ganhou vida e o público ficou com a sensação de que “soube a pouco”. Espero que o leitor tenha ficado “com água na boca” desejando que para o ano HajaMais.COMe, a fim de calcorrear os caminhos da nossa escola e saborear a gastronomia “epavense”.


O Saber As Tecnologias O Empreendedorismo por Augusta Vieira

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omo é apanágio nesta Escola, todos os anos se realizam as Jornadas Técnicas, que são um meio de aquisição e transmissão de conhecimentos entre os protagonistas. Nestas jornadas que decorreram nos dias 22 e 23 de abril no Auditório da EPADRV foi visível a presença do saber, com palestrantes que trouxeram até aos alunos muitos dos seus saberes sobre a microbiologia alimentar, a gestão dos recursos florestais, as energias renováveis, a automação industrial, o turismo em Portugal e na região. A abordagem às novas tecnologias foi outra aposta ganha nestas jornadas, com intervenções que trouxeram à comunidade escolar temas de aposta certa no futuro. E como o futuro é da

responsabilidade de todos, o empreendedorismo foi um dos temas pertinentes que foi abordado nestas Jornadas, incentivando a que todos nós tivessemos um pouco de empreendedores, a fim de modificar a letargia latente na maioria das pessoas, que esperam que alguém faça alguma coisa por e para si. Nos testemunhos que recebemos de professores e alunos podemos ressaltar algumas palavras-chave que definem o sucesso das Jornadas: “Enriquecimento“; ”conhecimento“; “saber transmitido“; “ponte entre os conhecimentos adquiridos na escola e o mundo do trabalho “. Pelo que observamos e ouvimos, valeu a pena e para o ano cá estaremos de novo.

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Secção de Informação e Comunicação por Valdemar Silva

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oordenar toda a informação e assegurar um bom fluxo de comunicação entre os vários setores da EPADRV não se afigurou tarefa fácil numa escola com grande dinâmica e onde praticamente todos os dias havia atividades e projetos a funcionar. Por outro lado, hoje em dia qualquer empresa ou instituição precisa inelutavelmente de dar visibilidade às suas iniciativas e projetos, sob pena de pôr em causa a sua existência e a sua missão. Glosando a célebre máxima cartesiana “Penso logo existo”, dir-se-ia no dealbar do século XXI, “Apareço logo existo”.

Toda a equipa desta secção trabalhou arduamente para projetar uma imagem de dinamismo, inovação e individualidade que espelhasse a realidade da nossa escola, destacando, sem mistificações, o que de mais positivo nela ia acontecendo. A parte mais significativa do trabalho prendeu-se com a publicação regular de notícias para a imprensa local e regional nomeadamente no Diário de Aveiro e no jornal O Ponto, para além da atualização permanente do site e redes sociais da Escola num trabalho colaborativo com a secção do Plano Tecnológico da Educação (PTE).

Percebendo como funciona o atual sistema comunicacional, o Diretor da EPADRV sentiu necessidade de criar uma secção que funcionasse como uma espécie de agência da comunicação da escola, a qual designou de Secção de Informação e Comunicação (SIC).

No caso concreto do Diário de Aveiro a SIC manteve a publicação quinzenal da rubrica “Folha Persistente”, dando conta dos eventos que nesse lapso de tempo se destacavam e que refletiam o que de mais relevante decorria na EPADRV, fossem elas visitas de

estudo, nacionais/internacionais, jornadas, campeonatos, feiras, eventos, espetáculos ou palestras. Durante este ano letivo surgiu a ideia de criarmos um projeto multimédia cuja designação foi EpadrvTv, que produziu um conjunto de filmes envolvendo a comunidade educativa, cujo objetivo fundamental foi servir de porta de entrada para quem não conhece a escola e divulgar os cursos que

cá se ministram. Apesar da equipa ser constituída por professores sem especiais qualificações na área da comunicação, com exceção dos técnicos do PTE, a SIC procurou imprimir a tudo que produziu uma marca de profissionalismo e qualidade, quer se tratasse da redação de textos, quer da produção de materiais multimédia.

Equipa: Teresa Esteves, Helena Abrantes, Liliana Simões, Fátima 10 | epadrv revista 2012|13

Laouini, Valdemar Silva


Secção de eventos, protocolos e visitas por Sofia Marta

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r puro, agricultura biológica e animais engraçados! Estes podiam ser os atributos de uma local paradisíaco, mas não. São elementos que fazem parte daquilo que pode encontrar quando entra na Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos. E foi de facto aquilo que todos os que nos visitaram puderam desfrutar. Ao longo deste ano letivo, a nossa escola recebeu visitas de outras escolas do concelho e de outros concelhos, assim como de uma escola francesa, potenciando as diferentes valências que compõem esta escola profissional. Crianças e jovens de diversas idades puderam ver de perto o trabalho dinamizado pelos alunos dos vários cursos e realizar algumas das tarefas relacionadas com a agricultura. O contacto com a terra, com os animais, sobretudo com os cavalos, e com o ar livre fizeram as delícias de centenas de visi-

tantes que partiram cansados, mas de sorriso nos lábios. Mas a escola é também um expoente de talentos, que foram evidenciados em vários eventos. A participação em certames como a FRILAC, a Agrovouga, a ExpoTraquinas, a Expoflorestal ou a Qualifica 2013 mostrou o talento e a competência dos nossos alunos nas diferentes áreas práticas que exercitam ao longo da sua formação. Também ficou provada a eficácia dos nossos formandos em eventos relacionados com a vertente de hotelaria, como por exemplo, na Vaga de Ouro ou nos jantares do projeto .COMe. Esta exibição de talentos teve o seu ponto culminante com a participação no concurso Escolíadas 2013, que permitiu arrecadar o prémio de Melhor Dança. O espaço escolar encheu-se de balões, risos e correrias com a comemoração de diversos aniversários, que conciliaram a

diversão e a pedagogia numa mistura mágica de felicidade, visível no rosto dos aniversariantes. Parceira de caminhada, a escola deu continuidade a protocolos existentes em anos anteriores, nomeadamente, com a Santa Casa da Misericórdia de Vagos, Cerci Mira e ATL Santa Catarina. A hipoterapia, o passeio a cavalo ou de charrete, a sementeira, a plantação, a colheita ou a alimentação dos animais foram algumas das atividades dinamizadas com este grupos numa aliança entre o lúdico e o pedagógico. Porém, tudo isto não seria possível sem o auxílio daqueles que são os verdadeiros “heróis” desta escola, os alunos e os professores/formadores. O destaque vai para os alunos de Turismo Ambiental e Rural (os atenciosos guias), de Gestão Equina (os cavaleiros bem dispostos), de Produção Agrária (os simpáticos agricultores)

e de Restauração (os mestres da culinária) e para os professores Ana Martins, João Pedro Margarido, Lúcia Marciel, Leopoldina Aires, Luís Cerqueira, João Martins, Mário Pimentel, Fernando Ribeiro, Nuno Oliveira, Edson Martins, Udine Peixe, Nohelia Cunha, Ivo Menezes, Ana Madalena, Dina Ribau, Ricardo Nunes, entre outros que de várias formas auxiliaram esta missão. Resumindo, esta é a função da Secção de Eventos, Protocolos e Visitas que visa potenciar e promover a escola internamente e na comunidade exterior. Uma missão complexa e exaustiva - levar o nome da escola para fora das suas portas – mas que dá frutos: o sorriso, a curiosidade, a perplexidade e a satisfação de quem nos visita e nos conhece, nos diferentes saberes e sabores que fazem desta escola uma escola diferente!

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Secção de saúde e ambiente por Sílvia Ramalheira

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Secção de Saúde e Ambiente tem os seus objetivos definidos na área pedagógico-didática do Projeto Educativo da Escola e Regulamento Interno. Os objetivos principais são: - contribuir para a proteção do meio ambiente, para o equilíbrio ecológico e para a preservação do património; - proporcionar aos alunos experiências que favoreçam e seu desenvolvimento sócioafetivo, criando neles atitudes positivas e hábitos de vida saudável. De forma geral, a secção tem como objetivo contribuir para a formação integral dos jovens, tendo em consideração o facto de a escola se encontrar completamente inserida num espaço privilegiado em termos ambientais e o facto de uma grande parte dos alu-

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nos da escola desenvolver o seu trabalho em contacto com a natureza, nomeadamente, na área da Agricultura, Jardinagem, Energias Renováveis ou Equinos. Por outro lado, uma escola enquanto entidade participante e grandemente responsável pela formação dos alunos tem o dever de contribuir para o bem-estar destes jovens a um nível mais específico, nomeadamente, na área da saúde. Acresce o facto de um grande número de alunos ter a sua família fora da área de residência da escola, o que confere aos educadores uma responsabilidade acrescida no que respeita à promoção da saúde. Assim, a secção desenvolveu as seguintes atividades ao longo do ano:

Na área do ambiente: - Comemoração do Dia Mundial Do Animal, através da exposição de cartazes sobre os Direitos dos Animais e deveres a ter com os animais domésticos e selvagens; - Comemoração do Dia Mundial da Árvore, atividade projetada e realizada em articulação com as disciplinas de Infraestruturas Básicas e Paisagísticas e Instalações de Jardins e Relvados, onde toda a comunidade educativa pôde visionar um documentário da National Geographic com o título “Os seis graus que podem mudar o mundo”; depois, os participantes visitaram a espiral de ervas construída na escola e ouviram uma explicação sobre esta espiral, finalizando com a participação na construção do novo pomar de citrinos da escola, plantando

uma árvore; - Convite feito ao Departamento do Biologia da Universidade de Aveiro para uma palestra a ter lugar nas Jornadas Técnicas para os alunos de Restauração, sobre “Plantas aromáticas e medicinais”. Na área da Saúde: - Comemoração do Dia Mundial do Não Fumador, onde várias turmas recolheram informações e imagens relativas ao consumo do tabaco que foram afixadas por toda a escola nas portas das salas de aula; -Palestra para os alunos sobre “Violência no namoro e Buylling”, convite aceite pela Associação de Apoio à Vítima de Coimbra onde os alunos tomaram conhecimento de forma mais específica destas formas de violência, dos mecanismos de superação e ins-


tituições de apoio; - Exibição para toda a comunidade educativa da peça teatral “Deixemos o sexo em paz”, peça da autoria do Nobel da Literatura Dario Fo e encenada pela Companhia Teatral Maria Paulos, atriz proveniente do Parque Mayer, peça esta recomendada por diversas Associações de Pais e Encarregados de Educação com plena integração no projeto de Educação Sexual nas escolas; -Desenvolvimento de uma formação na área da sexualidade e dirigida aos alunos do décimo ano, com a duração de três semanas, cuja formação foi dinamizada por uma enfermeira e uma médica, do Centro de Saúde de Vagos; -Convite ao músico Tiago Ribeiro, finalista do programa televisivo “Portugal Tem Talento” para duas atividades: . para os alunos: miniconcerto com conversa integrada, sobre o uso de droga e a trágica experiência familiar do músico (morte do pai toxicodependente aquando da adolescência do cantor); . para toda a comunidade: jantar-concerto no polo de restauração da escola, sob o nome “Com(n)Vida. come” como forma não só de celebrar a vida e o não consumo

de drogas, como também como forma de assinalar o final do ano letivo. - Prestou-se apoio, de acordo com o previsto no Regulamento Interno, aos alunos que queriam marcar consultas ou necessitavam de Cartões de Utente, de forma a poderem usufruir de cuidados de Saúde no Centro de Saúde de Vagos. Articulando a área da saúde e do ambiente, a secção promoveu: - Uma campanha de recolha de Natal, onde se distribuíram bens alimentares e roupa pelas famílias carenciadas da escola, assinalando a época com a construção de uma árvore de Natal com caixas de ovos de papel. Na sequência da extinção do Instituto de Prevenção de Toxicodependência, estabeleceram-se contactos e fez-se uma reunião com o Centro de Respostas Integradas de Aveiro, no sentido de planificar, para o próximo ano letivo, um trabalho sistematizado de prevenção da toxicodependência, perto dos alunos de maior risco. Em articulação com o Diretor da escola, no início do ano, traçou-se um plano que definia, essencialmente, um método de trabalho que pas-

sava por realizar atividades que causassem impacto junto dos alunos e que tivessem a visibilidade necessária para a transmissão das mensagens desejadas.

sionador do mesmo. À vossa saúde!

Enquanto Coordenadora da secção, creio que atingimos os objetivos desejados. Os alunos lembrar-se-ão, com certeza, da ida ao teatro “Deixemos o sexo em paz”, do Dia da Árvore ou da vinda de Tiago Ribeiro, por exemplo, e das mensagens que estas atividades pretendiam transmitir. Julgamos, portanto, que os objetivos foram cumpridos. Resta o agradecimento a toda a equipa da secção que trabalhou sempre de forma articulada e num ótimo ambiente e cooperação, ao Diretor desta escola, pelo apoio, inovação e otimismo que contribuiu de forma decisiva para o sucesso do trabalho desenvolvido e, finalmente, aos colegas e alunos que participaram nestas atividades de forma tão positiva e que, por isso, deram vida a este projeto, contribuindo para uma vida saudável na escola, porque o reconhecimento que nos foi manifestado ao longo deste trabalho, foi o grande impul-

Equipa Ana Martins Carlos Santos Susie Cavadas Valter Vieira

Coordenadora Sílvia Ramalheira epadrv revista 2012|13 | 13


por Valdemar Silva e Liliana Simões

O verbo na boca de Miguel Condesso flui afável e eloquente. Prefere ser apresentado apenas pelo seu nome, sem títulos, nem reverências. Engenheiro mecânico de formação, nos últimos anos tem-se dedicado ao coaching e ao empreendedorismo criativo. Criou uma start up com sede na incubadora de empresas da Universidade de Aveiro. Adjetiva a sua mundividência de “disruptiva” e afirma que a sua missão é desconstruir ideias feitas e combater atavismos enraizados na mentalidade portuguesa. Aproveitamos a palestra que proferiu nas Jornadas Técnicas da EPADRV para esclarecer e aprofundar algumas questões que aflorou na sessão, assim como para comentar a atualidade política e económica do país. Como gosta de ser apresentado: como engenheiro, formador ou empresário? Pelo nome, Miguel Condesso. Gosto do meu nome, gosto da sonoridade do Miguel e orgulha-me a tradição familiar do Condesso. Compreendo que existem ambientes e momentos em que as outras etiquetas podem ser facilitadoras da comunicação e interação, nestes casos uso a que mais se adequa, a da for14 | epadrv revista 2012|13

mação, a da atividade, ou outras. Se me perguntar qual a minha forma de me apresentar preferida, eu diria, Miguel Condesso, Engenheiro de formação, Criativo de profissão e Empreendedor por missão. Neste momento a sua atividade profissional centra-se em quê? Na criação de empresas? Na formação? Centra-se nas pessoas e no de-

senvolvimento de ideias, projetos e produtos. Tecnologia e engenharia de pessoas para pessoas. Mas como o meu foco está nas pessoas, o que faço profissionalmente abrange várias áreas do conhecimento, a engenharia, os sistemas energéticos sustentáveis, o desenvolvimento pessoal, o Coaching, a criatividade, a comunicação. Estas áreas focadas sempre nas pessoas, traduzem-se em produtos ou serviços inovadores, como desenvolvimento de produto, consultoria especializada, design e comunicação criativa. Nos nossos dias banalizou-se o termo "empreendedorismo", usado para tudo e para nada? O que é para si ser empreendedor? É verdade, fez-se de algo sério um sound-bite de mercado, como se fosse uma solução universal que tudo faz e tudo salva. Mas não deve este fenómeno subtrair o valor do empreendedorismo e do empreendedor, seja ele empresarial ou social. Para mim ser empreendedor é uma questão de atitude, atitude que leva à ação, isto tendo por base motivações positivas e geradoras de proveitos e de sustentabilidade. Podemos dominar uma tecnologia ou uma área de conheci-

mento, mas sem uma atitude positiva e que motive à ação, nada vai acontecer além de nós, não vamos produzir uma mudança positiva, não vamos fazer acontecer algo maior do que nós próprios. E esse sentimento de fazer profissionalmente o que acreditamos, motivados em fazer a diferença, está presente nos empreendedores. Mas já as gerações anteriores eram empreendedoras, mas com motivações diferentes e

“Ser empreendedor e criativo deve estar na agenda do dia, deve ser ensinado e promovido” dentro de outros paradigmas. Cada individuo detém um potencial de empreendedorismo, se o desenvolve ou não é outra questão. Voltamos à motivação e atitude. Mas acredito que se “legenda” como sendo empreendedorismo essa atitude de fazer acontecer algo positivo, arriscando a agir, e tal faz sentido no paradigma atual da nossa sociedade. Até acredito que o próximo sound-bite vai ser o da criatividade.


Reparem, num cenário em que tudo muda muito rápido, que coisas que nem conhecemos e longínquas nos afetam no nosso dia-a-dia, temos de estar abertos à mudança, temos até de ambicionar ser os agentes de mudança. Ser empreendedor e criativo já não é uma escolha ou uma coisa só para eleitos, deve estar na agenda do dia, deve ser ensinada e promovida, assim estaremos mais preparados para agir perante o que não conhecemos e que nos aparece no caminho da nossa vida. Num discurso há cerca de 2 anos, o nosso atual 1º ministro causou muita polémica ao dividir, sub-repticiamente, os portugueses em piegas e empreendedores. Que comentário tem a estas declarações? Eu diria 3 coisas.

A primeira é que trabalho de forma apaixonada a área da comunicação e sei a importância de comunicar bem e, neste caso, tal não aconteceu. A segunda é que culturalmente e em ambientes desfavoráveis temos tendência de passar do maravilhoso “fado canção” para um “fado de vida”. É necessário formar e promover princípios de positivismo, dotar as pessoas de auto-conhecimento, de processos que potencializem as soluções e não os problemas, mas este tem de acontecer através de um trabalho sério, longo e consistente, apoiado em sistemas de educação e justiça sérios. Confundir a ausência destas ferramentas e capacidades com pieguice é errado. A terceira é muito bom quando vemos e conhecemos pessoas que detendo as competências

anteriores, entre outras, resolvem agir, arriscando, motivadas por fazer algo positivo e que aporte valor. Esses são bons exemplos, honestos, de empreendedorismo. Seja empreendedorismo empresarial na criação da própria empresa numa visão de necessidade de auto-emprego ou num projeto maior, de desenvolvimento tecnológico, ou seja, empreendedorismo social, em que o proveito é o de criar impacto social positivo resolvendo de forma criativa os novos problemas sociais. Se as pessoas com missão e que aceitam o risco como parte do processo de crescimento são chamadas de empreendedores, então nós precisamos de pessoas com missão que nos inspirem a desenhar o nosso próprio caminho, criando um país de empreendedores. Realço que podemos colecionar grandes e vastos exemplos de sucesso de pessoas, tecno-

“(...) é muito bom quando pessoas que detendo as competências resolvem agir, arriscando, motivadas por fazer algo positivo “

logia e marcas portuguesas. A pergunta é, e nós também queremos fazer a diferença? E se sim, existe um ambiente favorável para que isso aconteça? Se não existe esse ambiente favorável, o que cada um de nós está disposto a fazer para criar uma mudança positiva? Sabemos que está envolvido em projetos de parceria com algumas escolas secundárias. Que tipo de intervenção tem feito e qual a recetividade do público escolar? Defini uma missão nesta área, a de “inquietar” as mentes dos nossos jovens com o objetivo de os colocar no centro da ação e no papel de protagonistas dos “filmes” das suas vidas, usando a criatividade e criando personagens que fossem muito além do formador ou do engenheiro, ou do ensinar como se faz. Várias vezes o “surfista da vida” ou o “astronauta com os pés na terra” permitiram metáforas e interações únicas e de grande impacto positivo num público desde do 7º ano até aos universitários e sempre com grande aceitação. Isto num modelo de workshop, palestras ou de aulas pro-bono, pois acredito que dessa forma estou alinhado com a minha missão de vida. Depois aceitei um desafio fanepadrv revista 2012|13 | 15


tástico profissional de um projeto nas escolas públicas do Porto, o projeto Educação para os valores, onde dei aulas a turmas do 9º ano, sendo a minha temática o Empreendedorismo e a Inovação Social, onde o “astronauta” marcou uma presença inspiradora, realçando a importância dos sonhos e dos objetivos de cada um e do empenho e competências necessários para os concretizar. Aqui tive a oportunidade de integrar realidades e universos sociais opostos, a título de exemplo, uma experiência fantástica com uma turma de surdos profundos. Esta possibilidade de incluir em vez de segregar e de investir em vez de acompanhar faz-me acreditar no potencial ilimitado do ser humano, mas obriga-nos a um trabalho árduo e consistente se queremos ver a mu-

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dança positiva acontecer. Hoje dou bastante importância à área da inovação e empreendedorismo social, estando a criar o primeiro Centro de Inovação Social à escala metropolitana, com a Área Metropolitana do Porto e os seus 16 municípios. Sabemos que neste momento tem uma empresa sediada na incubadora de empresas da Universidade de Aveiro. Para que serve uma start-up e qual o produto que está a desenvolver? Vão-me permitir uma pequena história, a firStep nasceu de uma pós-graduação em Eficiência Energética e Energias Renováveis na UA, nasceu da minha vontade inequívoca de não querer fazer mais do mesmo e da capacidade de construir uma equipa com compe-

“Defini uma missão nesta área, a de ‘inquietar’ as mentes dos nossos jovens “ tências complementares. Começamos por desenvolver um equipamento que animava o stand da ADENE no Rock in Rio e foi um sucesso. Descobrimos que a criatividade a comunicação e a integração tecnológica era o nosso ADN. Crescemos na área das infraestruturas de sistemas energéticos e quando tentávamos inovar eramos vistos como “poetas” da engenharia. Sempre a querer inovar e aportar valor sentimos necessidade de focar a investigação e desenvolvimento e para isso precisávamos de um ambiente favorável e então voltámos à nossa casa de origem, a UA. Criamos a DTeco – Design e Tecnologia Eco-eficiente – com foco em Investigação e desenvolvimento de conceito, modelo e produto com integração tecnológica eco-eficiente, onde temos a mobilidade urbana em bicicletas, a construção modular e a climatização eco, como alguns dos projetos em desenvolvimento. Neste momento desenvolve-

mos um conceito e produto de design eco-sustentável urbano para mercados externos, mas ainda é um projeto em segredo. Um start-up serve como modelo/processo para transformar ideias em ideias de negócio e depois em empresas com negócios. Mas mais do que dominar uma tecnologia é importante ter um cliente. Porque ter um cliente quer dizer que ele percebeu que a nossa solução lhe vai criar valor vai pagar por isso. Se se deparasse com um jovem com qualificações superiores que manifestasse o desejo de emigrar, que argumentos aduziria para o convencer a permanecer no país? Não utilizaria nenhum argumento. Diria que as oportunidades existem em todo lado e as dificuldades também. Diria que o mundo não é a nossa casa, nem o que nós conhecemos na nossa zona de conforto, mas, apesar de tudo, é mais pequeno do que pensamos. Mas acima de tudo diria para construir um projeto de vida que tivesse um leque de experiências de contributo para o objetivo final, seja em que país for. Afinal a vida é um caminho para se ir caminhando e des-


cobrindo e não uma fotografia estática de um momento. Hoje estou aqui em Vagos, amanhã em Luanda, além no Porto, depois quem sabe NY, mas sempre focado em fazer coisas alinhadas com os meus valores pessoais e empresariais. Que melhor nos podia acontecer do que ter em cada cidadão português um embaixador de Portugal? Hoje as dificuldades podem-nos levar a emigrar, mas devem incluir a missão de sermos embaixadores do nosso país. Devemos levar Portugal ao mundo, mas também trazer o mundo a Portugal, isto para permitir que o país cresça, vença e mude o seu paradigma de pequenez para um paradigma de agilidade e capacidade de diferenciação positiva. Somos bons. Temos de saber

disso e dar a conhecer isso com os nossos atos e os resultados, responsabilizando quem nos governa e privilegiando a educação e a justiça como agentes de mudança de paradigma. Mas acredito, se queremos mudar algo, temos de começar por nós próprios. As nossas conquistas, as nossas competências, a nossa resiliência, a nossa criatividade, os nossos atos e resultados vão falar por nós. Tem contactado de forma próxima com jovens. Como empreendedor criativo que retrato traça da nossa juventude? Fantástica. Isto porquê? Porque acredito no potencial ilimitado do ser humano, principalmente nos jovens em formação, que acreditam serem capazes e estão ávidos de coisas novas.

Mas existe uma necessidade de que todas as partes contribuam para isso, a família com a sua nobre missão de educar, a escola com a capacidade de ensinar, o mercado com a possibilidade de fazer acontecer, a sociedade com a capacidade de incluir e promover, as liberdades e os direitos, a justiça e a saúde. Mas isto tudo somos nós. Cada um tem de dar o seu contributo para um bem maior, mas cabe ao estado proporcionar terreno fértil, culto e justo, para fazer crescer o futuro deste país. Se não tivermos a capacidade de ser parte ativa no acreditar da nossa juventude, então somos um país de pessoas sem esperança e sem futuro. Temos que neste processo fazer perceber, acreditar e gerar compromisso nos nossos jovens, para que cada um deles queira fazer a sua parte no construir da esperança. Voltamos ao início, motivação e atitude. “Devemos ser a mudança que queremos ver no mundo” Na palestra que proferiu na EPADRV nas Jornadas Técnicas, que ideias e conselhos transmitiu aos alunos da escola? Tive como missão inquietar as mentes. Falámos de tecnologias e cria-

tividade, de desenhar novos caminhos em vez de seguir caminhos de outros, de ser feliz e ser produtivo, de aprender com o passado para projetar um bom futuro, de saber quem sou, onde estou e para onde eu quero ir. Apresentei o engenheiro, mas também o astronauta, sonho meu de criança que escrevi na redação da quarta classe e que décadas mais tarde realizei, ao ganhar um concurso mundial que procurava pessoas criativas. Foi uma experiencia única em que realizei voo gravidade zero LA nos EUA, tal como os astronautas treinam. E como manda a tradição e ninguém resiste a um astronauta, usei esses privilégios de astronauta e fui jantar com o Tio Hefner na mansão da Playboy numa festa inesquecível, com pessoas sorridentes, lindíssimas e com alta energia, “But what happen in LA stays in LA”. Mas como tudo isto aconteceu “ao acaso” e com muita criatividade, esta experiência vai servir de tema para o meu livro sobre algo que acredito, valorizo e experimento, a Serendipidade.

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Clube do

Desporto Escolar por Liliana Simões e Luís Vieira

O

Lançados para a Vitória

Clube do Desporto Escolar da EPADRV tem vindo a desenhar uma nova dinâmica, com a aposta em diversas modalidades: Natação, BTT e de Ténis de Mesa. Este projeto tem prosseguido o objetivo de promover o desenvolvimento de um leque de atividades recreativas e formativas estimulando os alunos para a prática desportiva, criando estilos de vida saudáveis e comba-

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tendo o abandono escolar. O que interessa é participar independentemente dos lugares alcançados, mas se a esta participação ativa conseguirmos adicionar uma dose substancial de sucesso, melhor. E foi o que aconteceu durante este ano letivo. Semanas e semanas de treino traduziram-se em presenças assíduas nos pódios das diferentes modalidades.

O

Núcleo de BTT, esteve presente em três concentrações de BTT – XCO: em Águeda, Branca e Sangalhos. Este formato de prova extremamente exigente foi uma novidade este ano letivo. No entanto, os alunos da EPADRV brilharam com honrosas classificações. No ranking individual des-

taca-se: o 1º lugar do aluno Jorge Pereira – 10º ano TTAR; o 2º lugar do aluno Rui Santos - 11ºano TGE nos masculinos e, na prova de juniores femininos, o 1º lugar da aluna Alexandra Lopes - 11º ano TGE.


O

Núcleo de Natação marcou presença com vários alunos em representação da EPADRV nas concentrações de 13 de Dezembro, no Colégio de Calvão e 8 de Fevereiro, na Gafanha da Nazaré. Nestas concentrações destacou-se o aluno João Melo, do 10º ano TPA que, tendo ficado sempre em 1º lugar nas competições em que participou, foi apurado para a fase final do distrital. Dia 13 de março realizou-se a fase final distrital tendo o aluno João Melo saído du-

plamente medalhado com o 1º lugar nas provas de 100 metros estilos e 200 metros livres. Carlos Santos, professor responsável pelo Núcleo de Natação refere “ O João é fantástico, foi a primeira vez que tive um aluno do desporto escolar apurado para os nacionais”. Só a presença nos nacionais fala por si própria, apenas os melhores nadadores de todas as escolas do país estão aí presentes. João Melo alcança novamente uma honrosa classificação com um 6ºlugar.

O

Núcleo de Ténis de Mesa da EPADRV, após duas concentrações individuais destacaram-se no ranking, os alunos: Daniel Santos - 10º ano TR, com um 1º lugar e Rui Machado - 12º ano TER – com um 3º lugar, no escalão de Juniores

Masculinos. No escalão de juvenis masculinos, Luís Coelho - 2º ano CEF de Serralharia Civil – ficou em 3º lugar, tendo sido apurado para a fase final. No torneio de pares os alunos Daniel Santos, Rui Machado e Paulo Píncaro (12º ano TR) alcançaram o 1º lugar.

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Gabinete de Inserção Profissional por Genesis Sardo

A

criação do Gabinete de Inserção Profissional do concelho de Vagos surgiu no ano 2009 com a finalidade de responder às necessidades não só da população escolar da EPADRV, como também da população local, regional e nacional. Os GIP’s são estruturas que atuam em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), para prestar apoio a jovens e adultos desempregados, nomeadamente, na informação profissional, no apoio na procura ativa de emprego e no acompanhamento em fase de inserção. Esta estrutura tem desempenhado um papel muito importante ao longo do tempo do seu funciona-

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mento e principalmente na fase de crise que o país está a viver, pois cada vez mais as pessoas procuram este tipo de ajuda/ serviços. Por norma a faixa etária que mais procura os nossos serviços situa-se entre os 31 e os 54 anos, utentes que pretendem não só ter uma oportunidade no mundo do trabalho, como também a sua própria requalificação. É evidente que o mercado de trabalho está em constante mutação e é necessário a requalificação, formação e desenvolvimento de novas competências. Neste sentido, o GIP, acompanha os utentes de forma a divulgar, reencaminhar e colocá-los nos respetivos percursos.

Em resposta a esta forte procura pela população destaca-se uma boa articulação com o meio empresarial e com instituições de apoio à empregabilidade. Para além disso, o GIP, graças ao meio onde está localizado, é muito procurado pelas entidades que pretendem recém-formados, facto que potencia a rápida colocação dos ex-alunos da EPADRV. Como pode usufruir destes serviços? O candidato terá de se deslocar ao GIP ou enviar a sua candidatura espontânea via internet ou postal. A seguir formaliza-se o processo com o preenchimento de um formulário de inscrição. Posteriormente, efetua-se uma entrevista de diagnóstico da qual se analisará o perfil e as com-

petências do candidato. Todos os dados recolhidos constarão da base de dados do GIP para futuramente fazer o encaminhamento adequado do candidato. Estes são encaminhados consoante as suas necessidades, tanto podem ser colocados em formações, ofertas de emprego, como em outras iniciativas (empreendedorismo, estágios profissionais, voluntariados, etc).


Gabinete PTE por José Abreu

A WEB com significado para os homens e para as máquinas Vivemos hoje a revolução da informação com impacto profundo na forma de comunicar de toda a humanidade. Assiste-se à disseminação da informação de forma automática resultante do avanço das tecnologias da informação e comunicação. A aquisição, armazenamento, processamento, transmissão, distribuição e disseminação da informação é cada vez mais a questão central. O contributo da internet é essencial em toda esta matéria e a sua evolução tem passado por diversas fases, que retratam o processo de evolução da difusão de informação na internet. A primeira era da internet, a chamada web 1.0 (década de 90) tinha como características conteúdos apenas de leitura, os utlizadores não os podiam alterar e não havia interatividade entre estes e os autores. Segundo Steve Wheeler (professor Associado da Universidade de Plymouth) tratou-se da era em que “Anything can link to anything". A criação de blogues, wikis, partilha de fotos, vídeos, listas de favoritos e playlists são práticas comuns entre os utilizadores da

internet. Esta forma de utilizar a Web é designada de Web Social ou Web 2.0, ou seja, é a interação entre criadores e utilizadores passando estes a serem também produtores de conteúdos, através de comentários, tags, partilhas promovendo a chamada seleção natural da informação (a mais útil é a que prevalece mais tempo) que é bastante útil em termos educacionais. Trata-se dos utilizadores da internet passsarem a ser também produtores de conteúdos, para Steve Wheeler é a era do “user participation”. Tudo é baseado na rápida partilha de informação e para isso contribuem as principais redes sociais e fenómenos de popularidade tais como a Wikipedia, Facebook, Twitter, Youtube, Flickr, Orkut, Foursquare, Google+, Linkedin, MySpace, Instagram, Tumblr e tantos outros. A Web 3.0, apesar de não ser um conceito consensual, está associada à Web Semântica, ou seja, focada na informação existente, e na facilidade de acesso a essas informações. Um tipo de Web que se baseia numa maior capacidade do software em interpretar

os conteúdos presentes na rede, devolvendo resultados mais objetivos e personalizados aquando, por exemplo, da realização de uma pesquisa num motor de busca. As páginas de internet estão feitas de modo a poderem ser lidas por pessoas e sempre que o computador nos devolve resultados de uma pesquisa a filtragem da informação é feita pelo utilizador, em centenas ou milhares de resultados. O objetivo é uma maior cooperação entre máquinas e pessoas na exploração do conhecimento. Como é que isso poderá ser feito? Pressupõe-se a atribuição de significado aos conteúdos publicados na Internet e o desenvolvimento de tecnologias e linguagens que colocam esse significado ao alcance das máquinas. Trata-se de organizar e fazer um melhor uso da imensidão de conteúdos que se encontram a circular pela internet. O software será capaz de aprender com o conteúdo e dará respostas concretas e soluções personalizadas, ou seja, não pesquisará apenas a palavra mas sim o real significado pela qual se está a fazer a pesquisa através de uma análise do contexto online. É uma aproximação à designada “inteligência artificial”. Num exemplo citado no site “How Stuff Works” é referido que poder-se-ao digitar uma ou duas frases complexas no navegador e a rede fará o resto. Por exemplo “Eu quero ver um filme engraçado e depois comer num bom restaurante mexicano. Quais são minhas opções?” O navegador

Web 3.0 irá analisar a pergunta, pesquisar na internet por todas as respostas possíveis e então, organizar os resultados. Claro que estes resultados vão ter em consideração a localização geográfica, hora mais conveniente, dia de encerramento dos estabelecimentos e preferências específicas do utilizador. É a diferença entre uma listagem de respostas e uma solução concreta, é a diferença entre sintaxe e semântica. Paralelamente a tudo isto começa-se a assistir à internet das coisas ou IOT (Internet of Things), intimamente ligado à web semântica e à nuvem (cloud computing). Facilitar a interação com mundo real, envolvendo objetos que estão ao nosso redor, é um desafio de grande dimensão. Estabelecer ligações entre objetos materiais (carros, livros, discos, móveis, documentos, mercadorias, produtos físicos, frigorífico, etc...) terá grande aplicação não apenas em ambiente doméstico ou industrial, mas, principalmente, em ambientes de mobilidade. Num exemplo citado por Luís Paulo Salvado (CEO NovaBase) imagine que vai a passear na rua e de repente ouve sirenes de ambulância. O barulho vai ficando cada vez mais próximo e, com espanto, a ambulância pára junto a si. Sai de lá um paramédico que lhe diz: "rápido, entre que está prestes a ter um ataque cardíaco". Esta estória parece tirada de um filme de ficção científica, mas pode ser real dentro de pouco tempo.

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Dos audazes reza a história por Fátima Laouini

Sandra Jesus frequenta o curso de Técnico de Manutenção Industrial e prepara-se para o 12º ano. Para além da postura de qualidade como aluna, nomeadamente a nível dos seus resultados, obteve, neste ano que termina, a classificação de 20 - vinte – valores na sua Formação em Contexto de Trabalho. A aluna descreve um pouco do seu percurso e o trabalho desenvolvido no bem-sucedido estágio.

Onde e por quanto tempo estiveste a estagiar? O estágio realizou-se na empresa Atena - Automação Industrial, Lda, na zona industrial da Palhaça, entre o período de 3 a 27 de junho de 2013.

de termos excelentes práticas na escola, o mundo real do trabalho é bastante diferente, requerendo maiores responsabilidades, devido à pressão sentida. Esta decorre do facto de se tratar de Quais foram ou são as exi- projetos com prazos e onde gências que se mostraram não são admitidas falhas. A nota 20 que alcançaste mais difíceis na FCT? em Formação em Contexto A minha FCT decorreu numa E quais foram as qualidades de Trabalho (FCT) não é pro- empresa excelente. Os co- essenciais para obter este priamente muito comum. laboradores foram de uma sucesso? Como é que tu própria a ex- amabilidade e compreensão Como já referi, as qualidaplicas? extremas, fui muito bem re- des essenciais para obter Ter 20 na FCT não depende cebida e, desta forma, a inte- este sucesso foram esforço, somente do período de es- gração foi fácil. Ao princípio, empenho, capacidade de tágio, mas sim de um grande assustei-me um pouco com a trabalho, sentido do dever, empenho ao longo do curso, dimensão do projeto em que espírito de equipa, interesse para que haja um maior co- me inseriram, pois apesar e vontade de aprender. 22 | epadrv revista 2012|13

nhecimento a aplicar depois. No entanto, é necessário um grande esforço e empenho, interesse e vontade de aprender, espírito de equipa e sentido do dever.

Qual a razão pela qual enveredaste pelo curso de Técnico de Manutenção Industrial? Eu entrei no curso de Técnico de Manutenção Industrial por ser o curso que mais me chamava a atenção dentro do leque de escolhas. No entanto, a paixão foi crescendo e hoje não me imagino noutra área. Quais os maiores atrativos deste curso? No presente e no futuro? Adoro todas as vertentes do curso e, neste momento, é uma área que tem muita procura. Com este curso


existem várias opções para quem deseja prosseguir estudos, algo que me interessa bastante. Como tem sido o teu percurso como aluna na EPADRV? De uma maneira geral, o meu percurso tem sido bom, mas para isso é necessário muita força de vontade e gosto pelo curso, tenho muito a agradecer à EPADRV, tenho um excelente leque de professores e isso também ajuda no sucesso dos alunos. Se tivesses de promover a EPADRV, como descreverias e apresentarias a tua escola? A EPADRV é uma excelente escola profissional, possui todas as condições para poderem formar os alunos dentro dos cursos propostos. É uma escola que ajuda imenso os alunos, pois prepara-os bem para o futuro e a nível da inserção profissional. O lema da EPADRV “Uma escola para todos a qualificar cada um” transmite na realidade o espírito da escola.

O que aconselhas aos teus colegas e futuros alunos da EPADRV para atingirem os seus objetivos? Para os meus colegas e futuros alunos da EPADRV só tenho a dizer: lutem por vocês e pelo vosso futuro, pois mais ninguém o fará, não andem na escola para passarem o tempo, aproveitem, estudem, esforcem-se e os resultados valerão a pena. Aproveitem enquanto é tempo, pois um dia poderá ser tarde.

terminar o curso e passar a pertencer ao grupo dos desempregados jovens. O meu maior desejo é tirar um curso superior.

Obrigada, Sandra, parabéns e até para o ano.

Quais são os teus planos para o futuro? Assim que terminar o curso, se a vida o permitir, pretendo prosseguir estudos, talvez entrar em engenharia eletromecânica, alargando conhecimentos. Hoje em dia é diferente, não é como antigamente em que se tirava um curso e com ele se ficava para a vida, atualmente tem de se estudar “toda a vida”, pois o conhecimento está em constante mudança. Qual o teu maior receio e qual o teu maior desejo? O meu maior receio é epadrv revista 2012|13 | 23


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