ESCOLA PORTUGUESA DE MOÇAMBIQUE
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CENTRO DE ENSINO E LÍNGUA PORTUGUESA
10 contos
ANO V
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NÚMEROS 25/26
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AGOSTO/SETEMBRO 2005
2005 / 2006 Regresso às aulas
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JORNAL MENSAL
SUMÁRIO Editorial
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A EPM-CELP em foco Notícias curtas 2/3 Nenhuma escola é uma ilha 3 Alguns números da EPM-CELP 4 Educar na diferença para construir cidadãos do mundo 4/5 Para começar... Planificar é preciso 5 Fotoreportagem Regresso às aulas 2005 / 2006
Vacinações
Em Pretória
Centro de Formação Docentes da EPM-CELP em Pretória Matemática assistida por computador Novos livros
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Centro de Recursos Educativos Actividades de arranque do ano lectivo 8 A Pré no CRE 8 Oficina de Escrita Criativa
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Laboratório de Matemática
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Rostos da Escrita Natália Correia - Presente! Última Página Visitas à EPM-CELP “Conversas com Arte” Somos uma escola com Pessoas e com o Pessoa
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EDITORIAL O Homem é um ser direccionado para a acção e esta espraia-se por vários e múltiplos domínios, desde o lazer, à arte, ao trabalho, ao estudo e aprendizagem, etc. Esta instituição tenta cobrir, através da acção dos seus membros, várias destas áreas e domínios, mas uma há que nos merece especial atenção: a do estudo e aprendizagem. Mas desenganemo-nos todos: esta não é uma área fácil. Se ensinar e aprender deve, e pode ser executada com prazer e agrado, esta não é, certamente um jogo, uma brincadeira... Pelo contrário, aprender e ensinar exige trabalho, esforço, dedicação, suor na camisola e terra no calção, isto é, exige-se espírito de missão de todos os elementos do processo – direcção, alunos e professores, mas certamente também de funcionários, pais e encarregados de educação… Assim sendo, neste início de mais um ano lectivo, ao qual se dedica a quase totalidade deste número do Pátio das Laranjeiras, arregacemos, pois, as mangas da camisa e metamos todos mãos à obra de ensinar e aprender.
A EPM-CELP EM FOCO notícias curtas Ano Novo, Nova Gente Um ano lectivo acabou e outro acaba de começar. O tempo é, de facto, um composto contínuo de constantes mudanças. A EPM-CELP, como elemento do tempo e da vida, também está sujeita às mudanças. Se há bem pouco tempo nos despedíamos de colegas que partiam, depois de nos terem acompanhado durante algum tempo, apraz-nos agora saudar aqueles que acabam de chegar e que se predispõem a acompanhar a vida desta instituição de ensino. São onze os novos professores da escola. Aqui ficam os seus nomes e fotos: Educação Pré-escolar – Francisco Ferreira; 1º Ciclo do Ensino Básico – Artur Lobo, Sónia Coelho e Pedro Jesus; Físico-Química – Pedro Malheiro e Isabel Oliveira; Educação Musical – Cláudia Costa; Filosofia – Sandra Macedo; Informática – Carla Silva; Português – Vítor Roque; Inglês – Liliana Reis; Matemática – Sofia Gigante. Sejam todos bem vindos!
notícias curtas Novo mobiliário e novas salas de aula Uma casa quer-se para se bem viver nela. Para isso investimos tempo e dinheiro na sua construção, preservação e embelezamento. Nela criamos e recriamos espaços de lazer, de trabalho, de bem-estar… Numa escola, o bar é um dos espaços que merecem ser bem cuidados, pois é nele que, por breves momentos, alimentamos o corpo, depois de termos alimentado o espírito.Foi com o objectivo de bem servir a todos – alunos, professores, funcionários e visitantes, – que a direcção da escola decidiu redecorar este espaço, tendo, para isso, procedido à substituição do velho mobiliário, por outro que acaba de chegar. Para além desta alteração, temos a referir que se criaram duas novas salas de aula, a partir do “sacrifício” de quatro gabinetes de trabalho.
Aulas de Inglês No seguimento das orientações do Ministério da Educação de Portugal apraz-nos referir ser a EPM-CELP uma das primeiras escolas a generalizar o estudo do Inglês aos alunos do 3.º e 4.º anos do Ensino Básico. No próximo número desenvolveremos o tema.
Bem vindos então à escola e ao trabalho!
Auditório Carlos Paredes
Salas para Formação
176 lugares / Palco / Bastidores Sistema de tradução simultânea Projecção de vídeo / DVD em ecrã gigante Ar condicionado Sistemas de som e de iluminação Ao seu dispor. Contacte-nos.
110 computadores Internet Impressão de documentos Projecção de vídeo Digitalização Ar condicionado Ao seu dispor. Contacte-nos.
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A EPM-CELP EM FOCO notícias curtas Novo hardware No mundo do trabalho do século XXI, a informática ocupa, sem dúvida, um lugar de destaque. Contudo, é precisamente nesta área que as evoluções tecnológicas são mais rápidas e radicais: o que é novo hoje, pode já estar desactualizado amanhã. Este facto, torna inevitável e imprescindível um movimento recorrente de actualizações. Foi com esta intenção que a escola decidiu proceder à aquisição de novo material informático. Este facto vai permitir a execução de tarefas até aqui impossíveis ou difíceis de executar, ao mesmo tempo que permitirá reciclar e redimensionar o uso e utilização do material já existente, permitindo a abertura de novos espaços, quer para alunos, quer para professores. Referimo-nos, especificamente, aos quatro novos laboratórios de informática e a mais duas salas informatizadas na Biblioteca. Fazendo eco das palavras de Marshal MacLuhan, poderemos talvez afirmar que, se nos séculos passados os excluídos eram aqueles que não dominavam a escrita, no século XXI os excluídos serão todos aqueles que não dominarem os meios informáticos. E assim se combate também a info-exclusão na EPM-CELP…
Falecimentos A dor da partida é sempre grande e aguda. Contudo, esta torna-se ainda mais dolorosa quando é definitiva. A EPM-CELP vem por este meio lamentar o falecimento recente de dois dos seus funcionários: os Srs. Bento Jordão e Vasco Nofre, que durante bastante tempo desempenharam, com zelo, a função de Auxiliares de Acção Educativa. A Direcção da EPM-CELP, a que se associa toda a comunidade escolar, apresentam à família e amigos as suas sentidas condolências.
Nenhuma escola é uma ilha Campanha de Vacinação na EPM-CELP dos 5 aos 14 anos As entidades de saúde moçambicanas concretizaram, no passado dia 9 de Setembro, com a colaboração da EPM-CELP e supervisão do seu Gabinete Médico, uma campanha de vacinação contra a Poliomielite e o Sarampo. Uma ilha pode ser definida como uma porção de terra rodeada de água por todos os lados. Para concretizar a sua acção educativa, nenhuma escola pode ser uma ilha… Pelo contrário, uma escola de verdade deve ter as suas raízes bem mergulhadas no húmus da terra em que assenta e promover iniciativas que promovam a interacção com o meio social envolvente e estar sempre disponível para colaborar com ele, sempre que este a solicita. Foi o que aconteceu no passado dia 9 de Setembro. As entidades de saúde de Moçambique, com o apoio da Unicef e outros organismos internacionais, levaram a cabo uma acção de vacinação nesta escola, integrada na Campanha “Criança vacinada, criança saudável”, destinada a combater a Poliomielite e o Sarampo, tendo para isso solicitado a autorização e colaboração da EPM-CELP. Tendo por referência os princípios atrás enunciados, a direcção da escola decidiu enviar uma circular a todos os pais e encarregados de educação, no sentido de, se assim o entendessem, poderem acompanhar à escola os seus educandos ou fornecerem a devida autorização e documentos de saúde necessários. Na concretização desta acção, colaboraram também as entidades do Gabinete Médico da EPM-CELP, nomeadamente a sua médica escolar e a sua enfermeira permanente. Segundo o que a redacção do Pátio das Laranjeiras pôde verificar, foram vários os pais e encarregados de educação que decidiram responder afirmativamente a esta iniciativa, tendo comparecido no recinto da escola no dia e hora indicados. Foram múltiplas as reacções que pudemos observar nos rostos dos nossos alunos. Havia rostos que revelavam confiança, seguros de serem capazes de superar a dor, e rostos crispados de angústia e receio, que vacilavam perante a visão aguda da agulha e de todo aquele ritual preparatório. Mas, em abono da verdade, temos também que referir muitos desses rostos ficavam depois carregados de espanto, quando se descobria que, afinal, «isto até nem doeu nada!”». Para este sucesso emocional, contribuíram também muitos dos professores e educadores das nossas crianças, pois foram capazes de fornecer o devido “apoio moral”. A EPM-CELP continuará a procurar uma sã interacção com o seu meio envolvente, pois é seu objectivo ser, não uma ilha rodeada de solidão por todos os lados, mas um autêntico continente de visões, opiniões, raças e credos V.R.
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A EPM-CELP EM FOCO Alguns números da EPM-CELP Dados referentes a 27 de Setembro de 2005
À semelhança do que tem vindo a acontecer em anos anteriores, uma vez mais se celebrou o início do ano lectivo, com a reunião do Conselho Directivo da EPMCELP e os alunos, educadores, professores e técnicos desta instituição de ensino. Esta reunião desdobrou-se em cinco fases, para abranger os alunos dos diversos segmentos de ensino e teve lugar no auditório “Carlos Paredes”, da EPM-CELP, nos passados dias 12 e 13 de Setembro.
População Escolar por Ciclo de Estudos
Total de alunos relacionados: 1197
População Escolar por Nacionalidades
Educar na diferença para construir cidadãos do mundo
Neste evento, estiveram presentes, para além dos membros do Conselho Directivo, representados pela Presidente, Dr.ª Albina Silva, pela Engenheira Manuela Jacinto e pelo Doutor José Fernandes, os professores das respectivas turmas, a Coordenadora do 2º, 3º ciclos e secundário, Dr.ª Margarida Vaz, a Psicóloga, Dr.ª Alexandra Melo e os alunos do 1º, 2º, 3º ciclos e ensino secundário. Servindo o propósito fundamental de acolher os alunos que vêm este ano lectivo integrar a comunidade escolar da EPM-CELP, este acontecimento abriu, igualmente, espaço para o reencontro de alunos, professores, educadores e técnicos recém-chegados de férias. Assim, num ambiente de disciplina, de familiaridade e cor, emprestada pelas bandeiras dos 23 países que revestem as paredes do auditório, em representação das 23 nacionalidades que esta instituição acolhe, convidou-se os alunos à reflexão
Pessoal Não Docente
Pessoal Docente
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A EPM-CELP EM FOCO Educar na diferença para construir cidadãos (continuação da pág. anterior) do mundo sobre os assuntos em agenda, que passaram pelo projecto educativo da EPM-CELP, pelo regulamento interno da escola, pelas actividades complementares e extracurriculares e, numa última fase, pela análise dos resultados do ano lectivo anterior. Com a abordagem deste último aspecto, transmitiu-se aos discentes uma visão global do trabalho por eles desenvolvido no ano lectivo que passou, encorajando a um maior empenho, por parte dos mesmos, nas tarefas a desenvolver no ano lectivo que agora se inicia. O apelo à iniciativa de um diálogo aberto, ao questionamento, com vista ao esclarecimento de dúvidas, à resolução de inseguranças, dificuldades e problemas, que brotam do próprio contexto em que se desenrola o desenvolvimento físico, afectivo e intelectual foi, recorrentemente, lançado, em jeito de desafio, pela Presidente, Dr.ª Albina Silva e reforçado pela Engenheira Manuela Jacinto, sob o olhar atento dos docentes e técnicos que se encontravam presentes. Aqui, houve tempo para pensar questões como a sexualidade, a saúde, a alimentação, a manipulação das novas tecnologias e repensar valores. Tempo houve também para se enfatizar a responsabilidade de cada indivíduo na gestão da sua liberdade e da liberdade colectiva, do seu tempo interno (ao ritmo do qual deve acontecer a sua maturidade) e do tempo cronológico, na necessidade de coordenação de direitos e deveres, essenciais à vida em comunidade e à construção de cada sujeito singular.
Formar e informar “pequenos gestores”, fornecendo-lhes a chave para o uso consciente e autónomo da racionalidade e da vontade, é a missão que este núcleo escolar adopta para si. Esta missão conta com a colaboração dos pais, das famílias em geral e tem em vista a construção de seres humanos informados, activos, autónomos, conscientes e críticos, mas também sensíveis, que se encontrem munidos de instrumentos para uma adaptação a uma outra espécie de cidadania - a cidadania do mundo S.M.
Para começar... Planificar é preciso No seguimento das reuniões mencionadas anteriormente, a direcção da EPM-CELP promoveu também um conjunto de encontros com Pais e Encarregados de Educação dos discentes dos diferentes anos e ciclos de Ensino. Por parte da escola, para além dos membros da direcção, estiveram também presentes as coordenadoras de ciclo, a psicóloga e a médica da instituição, bem como o responsável pela coordenação do sistema de segurança e docentes das diferentes disciplinas. As reuniões tiveram a presença de muitos pais e encarregados de educação, que assim responderam positivamente ao convite formulado pela direcção, bem como a participação activa do representante da Associação de Pais e Encarregados de Educação. As reuniões iniciaram-se sempre
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com o visionamento de um diaporama, realizado pelo Centro de Recursos Educativos da Escola, em que se apresentaram as metas e objectivos gerais da instituição e de cada ciclo de ensino, bem como as fotos dos alunos matriculados no presente ano. As coordenadoras de ciclo, abordaram alguns temas relacionados com especificidades do processo de ensinoaprendizagem dos diferentes anos, apresentando algumas sugestões aos pais e encarregados de educação presentes. Seguidamente, a psicóloga da escola, Drª Alexandra Melo, efectuou uma pequena prelacção, onde abordou problemas específicos de cada estádio etário. A Drª. Patrícia Silva, responsável pelo gabinete médico, referiu-se a alguns temas de saúde infantil e juvenil, tendo também traçado uma panorâmica geral da actividade do gabinete durante o ano transacto. O responsável pela segurança da escola, Dr. Armindo Bernardo, justificou algumas das opções tomadas. Em todos estas etapas do desenvolvimento das reuniões, foram várias e frequentes as intervenções da Direcção, supervisionando, completando e esclarecendo alguns dos pontos e temas abordados. No final, os Pais e Encarregados de Educação tiveram oportunidade de apresentar as suas dúvidas e preocupações, tendo a Direcção respondido a todas as solicitações. O diálogo foi vivo e frutífero, tendo até ocorrido a participação de alguns dos docentes presentes. De facto, Planificar é preciso, com direcção, alunos, professores e pais e encarregados de educação VR
FOTOREPORTAGEM
Regresso às aulas 2005 / 2006
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CENTRO DE FORMAÇÃO Mat@
Docentes da EPM-CELP em Pretória
Matemática assistida por computador
Decorreu em Pretória, de 19 a 23 de Setembro, mais uma Acção de Formação no âmbito do PRODEP (Programa de Desenvolvimento Educativo para Portugal). Esta formação, subordinada ao tema “A Dinâmica Discursiva no Ensino – Aprendizagem da Língua Portuguesa”, contou com a participação de professores de Português que leccionam o currículo português em escolas da África do Sul, da Namíbia e de Moçambique, e teve como principais objectivos o posicionamento crítico acerca da influência das práticas de ensino na motivação dos alunos para aprendizagem da língua portuguesa, a organização e sustentação de situações de aprendizagem interactivas, o delineamento de projectos comunicativos que desenvolvam sentidos para a aprendizagem da língua e a concepção de dispositivos de regulação e de diferenciação na aquisição e no desenvolvimento da aprendizagem da língua portuguesa. A referida acção de formação teve como formadores as professoras Ivone Niza e Inácia Santana, vindas de Portugal. A Escola Portuguesa de Moçambique – C.E.L.P. fez – se representar pelo Coordenador do Centro de Formação, Dr. António Aresta, e pelos professores Armindo Bernardo e Olga Pires O.P. / A.B.
Enquadrada no Projecto Pensas@Moz, o Centro de Formação dinamizou a acção de formação “Plataforma de Ensino Assistido e Modelos Geradores de Questões”, orientada pelos docentes de Matemática, Dr. Jeremias Correia e Dr.ª Isabel Loio. A acção decorreu nos dias 19, 20, 21, 27 e 29 de Setembro, teve como destinatários preferenciais os professores do 1.º Ciclo do Ensino Básico e os professores de Matemática e de Informática dos 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário e desenvolveu-se no horizonte dos seguintes objectivos: contribuir para a auto-formação e formação contínua dos docentes; desenvolver o espírito cooperativo entre os professores e utilizar as tecnologias da informação e da comunicação como recursos privilegiados no apoio às práticas pedagógicas.
Novos livros A Fundação Engenheiro António de Almeida, com sede no Porto, Portugal, ofereceu à Biblioteca da EPM-CELP um valioso conjunto de livros que abarcam as áreas literária, histórica, filosófica e artística.
Os docentes formandos
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Cartaz da acção de formação
CENTRO DE RECURSOS EDUCATIVOS Actividades de arranque do ano lectivo No início do ano lectivo, o Centro de Recursos Educativos mobilizou-se, a par de toda a Escola, para que o arranque deste novo ano decorresse dentro dos prazos estabelecidos e correspondesse às expectativas criadas. No que se refere à Oficina Didáctica, foram produzidas seis brochuras, (“Guia do Aluno”, “Guia do Professor”, “Guia do Director de Turma”, “Guia do Funcionário”, “Guia de acesso ao programa Escola Plus” e “Quem é Quem? – Na equipa da EPM-CELP”), um desdobrável e três diaporamas; foram actualizados os cadastros fotográficos de todas as turmas (dos cerca de 1150 alunos); foram plastificados cerca de 1500 cartões de estudante (novos modelos, também do CRE) e dos encarregados de educação (Pré-Escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico) e foram, ainda, efectuados mais de 1000 registos fotográficos das actividades do mês de Setembro. Neste início de ano foram produzidos alguns cartazes alusivos a actividades diversas. Publicamos neste número dois dos exemplares editados. No que toca à Biblioteca Poeta José Craveirinha, com um novo coordenador, o Dr. Vítor Roque, registamos o início das actividades da Oficina de Escrita Criativa e o Laboratório de Matemática, especificamente dirigidas aos alunos. e a planificação de iniciativas que passarão pela dinamização de eventos culturais diversos, concursos de leitura e de escrita, criação de um Clube de Jornalismo e outras.
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A PRÉ
no CRE
A turma B do Pré-Escolar veio até ao espaço da Oficina Didáctica do Centro de Recursos Educativos (CRE) no âmbito do programa de conhecimento dos espaços escolares. Os pequeninos ficaram a conhecer um pouco do que se faz nesta vertente da Escola e adoraram rever-se no ecrã do computador ( momento em que foi tirada a fotografia). É assim mesmo, “de pequenino é que se torce o pepino”, e isto de aprender as novas tecnologias da infomação e da comunicação do futuro deve começar ainda de bibe.
OFICINA DE ESCRITA CRIATIVA
O Meu Nome
A luz brilha Mas há uma escuridão Escondida no canto Resistindo ao chamamento Acudam-me... Lá vem ela Infalível como sempre! Sinto em mim Algo irresistível, Meu nome é chamado... Bem, desta vez encontrou-me Oxalá não fuja de novo!
Ana, 5.º A; Lara, 5.º B; Alexandra, 5.º B; Patrícia, 5.º B
Amérali, 11.º B
LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA Problema 1 O João e o Luís precisavam comprar material escolar e encontraram duas papelarias: • Papelaria 1: Leve 2 cadernos Cada caderno custa 50.000 mt
Problema 2 No início das aulas, a Emily, dirigiu-se ao local de venda do fardamento escolar, para informarse sobre os preços e encontrou os seguintes: • • • •
• Papelaria 2: Cada caderno por apenas 60.000 mt Desconto: 18%
Pólo (P) – €25 Fato de Banho (F.B.) - €5 Camisa – 60% P. + 20% F.B. Saia – a soma do dobro do preço do F.B com 80% do preço do P.
a) – Qual é preço da camisa? b) - E o preço da saia?
Em qual das papelarias sai mais em conta comprar?
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Resoluções no próximo número
ROSTOS DA ESCRITA
Natália Correia - Presente! O poeta Manuel Alegre fala assim da poeta Natália Correia: “Ela era a Feiticeira Cotovia; desafiava os homens e os deuses, punha em causa a ordem e a moral estabelecidas, contestava as certezas e os dogmas, combatia todas as inquisições e todas as tiranias. Ela era a que trazia dentro de si todas as utopias e a que sabia que “... ser navegador/ não era termos sido, é sermos ainda””. Aqui, vos quero falar desta viajante das utopias, desta poeta/mulher cheia de ideais e que por eles lutava corajosa e convictamente: “Indemne atravessei as labaredas/ porque o Amor faz a Obra/ e o fogo
foi publicado depois da sua morte, “Do Dever de Deslumbrar”, que nos
faz o Amor” (in Sonetos Românti-
mostra que esta ideia estava presente na sua mente ao iniciar a sua acti-
cos). Acreditava num mundo novo
vidade poética. Livre por natureza, sempre viveu de acordo com as suas
e
a
convicções: “Eu vou ser livre na prática quotidiana de um sonho difícil.(...)
descrucificação, cria que só o Es-
A minha revolução é de há muito antiquíssima. Chama-se o Homem.
pírito podia redimir e acreditava na
Equilateralizado na plenitude das suas quatro dimensões: espírito, intelec-
magia e no amor: ”Creio no incrível,
to, alma, corpo.” (in Não Percas a Rosa). Recriou vários mitos como o
nas coisas assombrosas/ Na ocu-
mito do andrógino (o ser completo, uno e plural); o mito da mátria: “Acho
pação do mundo pelas rosas/ Creio
que não vale a pena a mulher libertar-se para imitar os padrões patristas
no Amor com asas de ouro...” (in
que nos têm regido até hoje. Ou valerá a pena, no aspecto da realização
Sonetos Românticos). Achava que
pessoal, mas não é isso que vem modificar o mundo, que vem dar um
a missão fundamental do ser huma-
novo
no era deslumbrar: “... todos os se-
A mulher deve seguir as suas próprias tendências culturais, que estão
res humanos têm que deslumbrar
intimamente ligadas ao paradigma da Grande Mãe, que é a grande reser-
os seus semelhantes para serem
va, a eterna reserva da Natureza, precisamente para os impôr ao mundo
um acontecimento. Temos que ser
ou pelo menos para os introduzir no ritmo das sociedades como uma
um acontecimento uns para os ou-
saída indispensável para os graves problemas que temos e que foram
tros. Então a pessoa tem que fazer
criados pelas racionalidades masculinas. É no paradigma da Grande Mãe
o possível para deslumbrar o seu
que vejo a fonte cultural da mulher; por isso lhe chamo matrismo e não
semelhante, para que a vida seja
feminismo. É aquilo a que eu chamo o cansaço do poder masculino que
motivo de deslumbramento”. Estas
desemboca no impasse temível do tal equilíbrio nuclear que criou uma
foram as palavras de Natália numa
situação propícia a que os valores femininos possam emergir, transpor-
entrevista ao Diário de Notícias, em
tando a sua mensagem.”( in Diário de Notícias).
na
liberdade,
pregava
1983. Mas há um poema, que só
rumo
às
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sociedades,
que
vem
revitalizar
a
vida.
Continua na página seguinte
ROSTOS DA ESCRITA Natália Correia - Presente! (continuação da pág. anterior)
Estes mitos e convicções estão
ilhas das línguas de fogo. Com elas
patentes na sua vasta obra que se
aprendi a mitificar o espírito. O indi-
mesmo na esquerda, os clarins
encontra dividida em diferentes gé-
zível.”; “Ora foi num dia treze/ que
mais altissonantes das liberdades
neros literários: lírica, narrativa,
em seu bíblico lugar de dor/ minha
se engasgam quando soa a voz das
dramaturgia e, ainda obras de inves-
mãe deu por completas/ as letras
mulheres.”; na defesa dos direitos
tigação e de ensaio. Mas é na poe-
do meu teor.” (in Mosca Iluminada).
humanos: ”São ainda espinhos cra-
sia que nos deixa o mais rico filão
Com onze anos foi para Lisboa,
vados nessa conquista da Humani-
de toda a sua produção poética, é
acompanhando sua mãe e irmã,
dade, o racismo, a fome, a tortura e
neste género que Natália se trans-
sem no entanto esquecer a sua ilha,
os regimes despóticos que tiram a
forma numa maga insubmissa, co-
que sempre permaneceu no seu co-
sua força da chacina dos Direitos
nhecedora de ritos e mistérios, com
ração: ”Para Lisboa me trouxeram/
Humanos, de cuja violação temos
a missão de transformar a vida dos
não de uma vez e embarcada/ mi-
uma manifestação que a nós, por-
homens e das cidades:” Limito-me
nha longa matéria foi/ pouco a pou-
tugueses, é particularmente doloro-
a cumprir uma responsabilidade que
co transportada.// Recém-vinda de
sa: o genocídio infligido aos de
qualquer poeta digno desse nome
ficada/em morosa maravilha/ sem-
Timor-Leste”.
assume, na medida em que tem
pre a chegar a Lisboa/ e sempre a
Sua obra está traduzida em várias
como finalidade transformar o mun-
ficar na ilha.” (in Mosca Iluminada).
línguas e obteve, com a publicação
do. Assim, procederam Garrett,
Começou a sua actividade profissi-
do seu livro Sonetos Românticos, o
Antero e Outros.” Conservou tam-
onal como jornalista no Rádio Clu-
Grande Prémio da Poesia em 1991
bém a ideia platónica de que o poe-
be Português, colaborou em diver-
da Associação Portuguesa de Es-
ta é coisa leve, alada e sagrada. “
sos jornais e revistas, sendo direc-
critores. Foi galardoada com a Gran-
Com as mãos mergulhadas nas
tora de algumas, tais como a Re-
de Ordem de Santiago e a Grande
estrelas que escondia nos bolsos o
vista Mundial e Século Hoje. Foi tam-
Ordem da Liberdade.
poeta assobiava uma pátria de bran-
bém deputada na Assembleia da
Morreu na madrugada de 16 de Mar-
cura e paz. E deu flor: um poema
República, intervindo politicamente
ço de 1993, em Lisboa: “Nessa ma-
para ensinar risadas de camélias
ao nível da cultura: “À medida que
nhã as garças não voaram/ e dos
aos animais do medo”, “ …da Feiti-
se vai transformando em beberete
confins da luz um deus chamou./
ceira Cotovia/ que diz que as rosei-
de qualquer festarola dada pela rei-
Docemente teus cílios se fecharam/
ras ao contrário/ é que dão rosas e
nante futilidade, torna-se cada vez
sobre o olhar onde tudo começou”.
é que há poesia// que diz que é pre-
mais difícil reconhecer-lhe as fei-
(in Sonetos Românticos). Mas o
ciso olhar um lírio/ como quem não
ções sob camadas de cosméticos
canto desta Feiticeira Cotovia não
o está a ver/ e que esse olhar é que
fabricados pelas indústrias que
findou, pois deixou-nos como heran-
é o círio/ do que está a acontecer”
“vendam por lebre cultural”, qual-
ça uma obra a partir da qual é pos-
(in Comunicação).
quer “gato” que mie artes e letras e
sível ir ao seu encontro: “A partir de
A nossa Cotovia nasceu a 13 de
suas parentelas”; na defesa da mu-
agora; se alguém me quiser encon-
Setembro de 1923, na freguesia da
lher: “Mas nisto de mulheres, o peso
trar procure-me entre o riso e a pai-
Fajã de Baixo, na cidade Ponta Del-
da herança falocrata é tão forte que,
xão.” (in Ilha de Circe)
gada, S. Miguel, Açores: “Sou das
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R.A.D.
ÚLTIMA PÁGINA Visitas à EPM-CELP Visitaram a nossa Escola o Eng.º João Proença, Secretário-Geral da União Geral dos Trabalhadores de Portugal (UGT), o Dr. Francisco Madelino, Presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional e o Dr. João Cravinho, Secretário de Estado da Cooperação de Portugal, nos dias 29 de Junho e 22 de Julho de 2005. Durante as visitas às instalações da EPM-CELP as ilustres personalidades tiveram oportunidade de dialogar com os docentes e funcionários e visionaram o filme da Instituição.
“Con v er sas com “Conv Ar te” ou o desejo de uma boa Tertúlia O homem é, por natureza, um conversador nato. Quando a conversa se estrutura num tempo e num espaço precisos, e esta se repete regularmente, pode então dizer-se que ela se transfigura em… tertúlia. Os motivos para uma boa tertúlia podem ser múltiplos, desde os mais simples e banais, até aos mais sérios e sisudos. Conversa-se sobre futebol, política, saúde, livros, poesia, fotografia, arte… A EPM-CELP, por intermédio da sua Àrea Disciplinar de Português, quer contribuir para a institucionalização da conversa transformada em tertúlia na e com a escola. Por isso mesmo vai promover um conjunto
de conversas entre pessoas que se interessem pela arte e pela cultura… Serão, decerto, “conversas com arte” sobre arte… Participe e venha conversar connosco. O primeiro confronto conversacional realizou-se já no passado dia 1 de Outubro e teve por tema a Poesia de Rui Knopfli, poeta portuguêsmoçambicano de Moçambique. Esteja atento às próximas iniciativas… O tema poderá ser do seu interesse…
gal também Fernando Pessoa foi um deles, a ponto de se “desgeografizar” e afirmar que «A minha pátria é a língua portuguesa”. Usou-a, expandiu-a, cantou-a como ninguém. A escola, como espaço de aprendizagem e divulgação cultural, associa-se a esta vontade de divulgar os cultores da língua. Por isso mesmo, a EPM-CELP irá inaugurar um busto em bronze deste escritor português, da autoria do Comendador Gilberto Leal. A cerimónia de inauguração deste busto realizar-se à no próximo dia 26 de Novembro, aquando das comemorações do Dia da Escola. Somos, de facto, uma Escola de Pessoas e agora, com o Pessoa.
Somos uma escola com Pessoas e com o Pessoa… Em português nos comunicamos: portugueses, moçambicanos, angolanos, brasileiros, etc. Apesar das diferenças, esse traço a todos nos une. Em Moçambique muitos são os escritores que exploram poeticamente esta língua, até aos limites da expressão africana. Em Portu-
FICHA TÉCNICA Pátio das Laranjeiras, n.º 25 / 26 Directora: Albina Santos Silva . Coordenação Editorial: Vítor Roque . Coordenação Executiva: Jorge Pereira . Redacção: , Judite dos Santos, Vítor Roque . Concepção Gráfica e Paginação: Judite dos Santos . Fotografia: Ilton Ngoca / Jaime Xerinda / Vítor Roque / Jorge Pereira . Colaboração: António Aresta, Armindo Bernardo, Olga Pires, Rosa Alice Dixe, Sandra Macedo . Revisão: Rosa Alice Dixe . Produção: Centro de Recursos Educativos, Setembro de 2005 Propriedade: Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Ensino e Língua Portuguesa Av. do Palmar, 562 . Caixa Postal 2940 . Maputo . Moçambique . Telefone: 00 258 21 481300 . Telefax: 00 258 21 481343 . www.edu-port.ac.mz . E-mail: epm-celp@edu-port.ac.mz
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