O Pátio - Edição 31

Page 1

ESCOLA PORTUGUESA DE MOÇAMBIQUE

-

CENTRO DE ENSINO E LÍNGUA PORTUGUESA

10 contos ANO V

.

NÚMERO 31

A EUFORIA DA

.

FEVEREIRO 2006

FESTA

.

JORNAL MENSAL

Serviços de Administração Escolar da EPM-CELP

Gala Jovem 2006

destaques Serviços de Administração Escolar 4-6 Gala Jovem 2006

10

Carnaval

11


EDITORIAL Fevereiro é, sem dúvida, o mês da ENERGIA, da FORÇA e da ALEGRIA… a alegria e a força do CARNAVAL. Mesmo sem interrupção das actividades lectivas, devido às imposições resultantes da sobreposição do calendário escolar português e moçambicano, a Escola Portuguesa de Moçambique comemorou, com entusiasmo, este evento cultural. A música foi muita, as danças também, o desfile deslumbrante, os acontecimentos surpreendentes: até os mouros e cruzados atacaram o edifício… O entusiasmo dos mais novos foi tão contagiante, que acabou por entusiasmar, como se pode observar na Fotoreportagem, a própria presidente... Alegria foi também o mote da “Gala Jovem”, evento que todos os anos os alunos finalistas da nossa escola realizam, com o objectivo de angariar fundos que ajudem a custear as despesas da sua festa maior – o Baile de Finalistas. Exibição de artes marciais, música e dança clássica e moderna fizeram parte do cardápio servido nessa noite tão jovem, em que o desfile de moda foi o “rei da festa”. É que é preciso pensar e escolher a indumentária para o Baile!… Mas, no meio de toda esta alegria esfuziante, surge um artigo mais pausado, que nos descreve uma parte menos visível desta grande estrutura que é esta escola – os Serviços de Administração Escolar. Este artigo merece uma leitura. E como se termina este artigo, termino também eu estas breves palavras deste editorial: Bem-vindos ao “Pátio das Laranjeiras”, Bem-vindos à Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa.

A EPM-CELP EM FOCO notícias curtas

notícias curtas

EPM-CELP em obras

A Escola F Frr ancesa na Escola P or tuguesa Por

Este mês, a EPM-CELP encontra-se em obras de reconstrução e manutenção. Em relação às obras de manutenção, estas são uma constante para garantia da qualidade e beleza do edifício e o espaço circundante. Relativamente às obras de reconstrução, o sótão está a ser dividido em várias salas que funcionarão como gabinetes, oficinas e armazém. Também o painel de azulejos, “Uma Lição de História”, que se encontra na unidade técnico-pedagógica, e outro, referente ao tema da alimentação, que se encontra na cantina, estão a ser objecto de reparação, uma vez que vários dos seus azulejos, devido às condições atmosféricas específicas desta região (humidade e elevada temperatura), se têm vindo a descolar.

No dia 21 de Fevereiro, a Escola Francesa, numa atitude de boa vizinhança e de cooperação, invadiu alegremente a nossa Escola, para festejar o Carnaval. Foi um momento em que alunos, professores e funcionários puderam apreciar a alegria e garridice manifestada por todos os alunos que apreciam a francofonia, e que frequentemente convivem com a nossa lusa Escola.

Regressos e Despedidas A professora de Português, Margarida Esteves, regressou este mês à EPM-CELP e retomou as suas funções. Este foi, também, o mês de despedida para outra professora cá da casa, Sandra Macedo, que por razões profissionais voou como uma andorinha para Pemba. Um bom e leve voo e um pouso rico, cheio de novidades e desafios, é o que lhe deseja a Escola e a equipa do PL.

Visitas à EPM-CELP A EPM-CELP recebeu no dia 30 de Janeiro a visita de uma delegação do Ministério da Defesa Português, presidida pelo Director-Geral de Pessoal e Recrutamento Militar, Dr. Alberto Rodrigues Coelho, que se fez acompanhar pelo Tenente-Coronel César Reis, Director de Serviços de Recrutamento Militar, e pelo Tenente-Coronel Peres de Almeida, Chefe-de-Divisão dos Assuntos Militares. Esta delegação deslocou-se a Moçambique ao abrigo do Programa de Cooperação Técnico-Militar. A delegação foi recebida nas instalações da EPM-CELP pela Presidente do Conselho Directivo, que fez um pequeno briefing sobre a Instituição.

2


A EPM-CELP EM FOCO Gala J ov em Jo A Gala-Jovem é uma das muitas actividades organizada pela Comissão de Finalistas que é constituída por um grupo de jovens do 12º ano que se desejam despedir da Escola com pompa e circunstância. Essa despedida que culmina com o Baile de Finalistas, que ocorrerá em Março. Para angariar fundos para esse Baile, a Comissão de Finalistas toma várias iniciativas, uma das quais é a Gala-Jovem, que este ano teve lugar no dia 18 de Fevereiro, no recinto da Escola Portuguesa de Moçambique, onde acorreram alunos de vários níveis de ensino, desta e de outras escolas, bem como alguns pais e encarregados de educação. Eis o testemunho de uma das organizadoras: “ A Gala Jovem, sempre que se vê de fora, parece muito bem organizada, os desfiles bem ensaiados e os modelos prontos. Mas a verdade é que as coisas não aparecem assim, como se fosse magia. A azáfama, o trabalho, o esforço acontece nos bastidores e nos dias que antecedem a Gala. São os dias vindos à Escola para a organizar, são os pedidos de patrocínio, a correria para saber se os modelos têm a roupa para o desfile, se sabem as respectivas coreografias, qual a música de fundo que vai acompanhar o desfile, as cantorias, etc, etc. No próprio dia, o nervosismo intensifica-se: parece que nada vai correr bem, que falta tudo… São tantas as actividades, é tal o nervosismo, que a adrenalina corre tumultuosamente nas nossas veias, para que tudo dê certo. Quando vemos a Gala a “correr bem”, que tudo o que estava planeado, afinal está a ser cumprido, respiramos fundo e a felicidade invade os nossos corações… E é este o trabalho, a azáfama que mais tarde iremos recordar com carinho e saudade! Ilundi Vaz, 12.º B Nota: Ver Fotoreportagem na pág.10

14 de F ever eir o: Dia da Amizade Fe ereir eiro: “Se queres ter um amigo, cativa-me!” Saint- Éxupéry Creio (…) Na ocupação do mundo pelas rosas, Creio que o amor tem asas de ouro. Ámen. Natália Correia Este foi o mês da Amizade. E os alunos tomaram a iniciativa de relembrar o dia 14 de Fevereiro. Para tal, montaram uma caixinha no átrio da nossa Escola, que funcionou como um Marco de Correio. Assim, todos puderam trocar correspondência. “Mas não é o dia dos namorados?” Pensam alguns de vocês. O dia de São Valentim não é uma data exclusiva dos apaixonados. É também uma data para aqueles que celebram a amizade, a família e outros laços afectivos. Uma festa do Amor, da Amizade. É uma data que precisa de ser constantemente relembrada nesta vertiginosa Era do consumismo, que devora certos valores tão importantes que aquecem e aconchegam o nosso espírito, a nossa alma e nos fazem felizes. Curiosamente, há certos períodos da História da Humanidade, em que esses valores parecem estar adormecidos, sendo, por isso, objecto de reflexão de poetas, filósofos e escritores. Disso é exemplo Antoine de Saint-Éxupéry, quando coloca na boca da sábia Raposa, do Principezinho, as seguintes palavras: “ Só se conhecem as coisas que se cativam, disse a raposa. Os homens já não têm tempo para conhecer o que quer que seja. Compram coisas feitas nos comerciantes. Mas como não existem comerciantes de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres ter um amigo, cativa-me!” Parabéns, alunos da EPM-CELP por esta iniciativa! Desejamos ver outras. RAD

notícias curtas

notícias curtas

O Car na v al na EPM – CELP nav O Carnaval na EPM – CELP foi comemorado com um desfile que partiu do Pátio das Buganvílias e terminou na entrada principal da Escola. Os trajes carnavalescos foram elaborados pelos próprios alunos, com o apoio dos educadores e professores, e estavam relacionados com temas trabalhados no âmbito dos Projectos Educativos. Assim, os alunos do Pré – Escolar estavam mascarados de “Animais”; o 1º Ano de “Frutos”; o 2º Ano de “Figuras de Histórias”; o 3º Ano com “Trajes Típicos Africanos” e o 4º Ano de “Personagens da História de Portugal”. O Carnaval na EPM – CELP foi uma festa de lindas indumentárias, cor, música, danças e muita alegria.

3

Nota: Ver Fotoreportagem na pág.11


A EPM-CELP EM FOCO A Escola para além dos alunos e dos professores SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Uma escola tem como principal objectivo educar. Os professores, mas também os Auxiliares de Educação, são actores desse processo, que engloba também, como é óbvio, o próprio aluno e as famílias. Todos estes elementos são partes de um todo, a que se dá o nome de ESCOLA PORTUGUESA DE MOÇAMBIQUE - CENTRO DE ENSINO E LÍNGUA PORTUGUESA. No entanto, no “todo-escola”, para além destes elementos, existe ainda uma outra estrutura significativa, mas de que quase sempre ninguém se lembra ou fala: referimo-nos aos Serviços de Administração Escolar. De facto, se os Alunos, os Professores e os Auxiliares de Educação são os actores principais do processo de ensino-aprendizagem, são os Serviços de Administração Escolar que ajudam a formar o contexto dessa Acção Educativa. A Escola Portuguesa de Moçambique não é uma escola simples, pois, no seu seio, alberga várias valências: uma Escola Integrada, um Centro de Formação e um Centro de Recursos. Ora, se esta é uma escola complexa, também os seus Serviços de Administração Escolar terão de ser, naturalmente, complexos. É essa realidade funcional que procuraremos dar a conhecer nesta edição do nosso “Pátio das Laranjeiras! Com este objectivo, o “Pátio das Laranjeiras” dirigiu-se à Secretaria e conversou com a Drª. Maria João Amor e a Bacharel Maria de Jesus Pereira, Coordenadoras desta estrutura funcional da nossa escola. Segundo fomos informados, existem quatro grandes áreas de actuação dos Serviços de Administração Escolar: a Área de Alunos, a Área de Pessoal, a Área Financeira e a Área de Expediente e Arquivo. A Área de Alunos, normalmente bastante trabalhosa e

4

movimentada, é a área que acaba por justificar a existência e função de qualquer instituição educativa: a educação de crianças e jovens, isto é, de alunos, que, no nosso caso, vão desde o pré-escolar até ao 12º ano de escolaridade. A intervenção dos Serviços de Administração Escolar, nesta área, não possui, como é óbvio, qualquer carácter pedagógico (tarefa essa reservada aos professores e à coordenação dos diferentes níveis e ciclos), possuindo apenas uma vertente unicamente organizacional e administrativa. É aqui que se fazem as matrículas dos alunos, que se passam certidões e todo o tipo de declarações relacionadas com a vida escolar dos estudantes, é aqui que se organiza o Processo Administrativo dos Exames Nacionais, etc, etc. – e todo este trabalho burocrático tem de estar de acordo com as prescrições contidas nos diferentes normativos e textos legais, o que obriga a um constante e minucioso estudo dos mesmos e das muitas alterações e acrescentos regulares. Perante tal montanha de trabalhos, facilmente imaginável, os recursos humanos afectos a esta área são quase sempre considerados como escassos. Na nossa escola trabalham, nesta área, e desde Outubro do ano passado (2005), quatro funcionários. É de referir que esta secção, para além de tratar dos assuntos referentes aos alunos da escola, tem, ainda, a seu cargo a gestão dos processos dos alunos das chamadas “Escolas Acreditadas”, isto é, tem a seu cargo a gestão do Processo Escolar dos Alunos de mais outras seis escolas, que se encontram espalhadas por todo o território moçambicano, desde o norte ao sul. Sem a certificação da Escola Portuguesa de Moçambique, os processos dos alunos das “Escolas Acreditadas” não adquirem a força jurídica necessária para, por exemplo, o aluno se poder candidatar aos Exames Nacionais ou a pretender ingressar no Ensino Superior Português. Estão nesta situação os seguintes estabelecimentos de ensino: Escola Verney, Colégio Académico da Beira, Escola Portuguesa da Beira, Escola Lusófona de Nampula, Escola Portuguesa de Quelimane e Escola Portuguesa de Cahora Bassa. A segunda área, a de Pessoal, possui uma forte ligação – diríamos que “directa” – à própria direcção da escola. É aqui que, depois da decisão tomada superiormente, se processam todos os documentos relativos à contratação de professores e demais trabalhadores, que se processam os salários, para posterior continua na pág. seguinte


A A EPM-CELP EPM-CELP EM EM FOCO FOCO (continuação da pág. anterior)

pagamento a efectuar pela Área Financeira, que se elaboram os mapas de assiduidade do pessoal docente e não docente, com a consequente verificação de legitimidade da ausência, e, conforme os casos, se sanciona a justificação apresentada ou se executa a proposta de penalização prevista na lei, etc, etc. Esta é, portanto, uma área muito específica, com pouco contacto directo com os clientes últimos da escola – os alunos. Apesar de esta ser uma área também com muito volume de trabalho, que se renova ciclicamente, a cada mês que passa, está entregue à responsabilidade de apenas duas pessoas: o Sr. Dgedge, apoiado, no que diz respeito à assiduidade, pela D. Alexandra. Uma outra área de grande responsabilidade é, sem sombra de dúvida, a Área Financeira, que se encontra a cargo da Bacharel Maria de Jesus. Esta área engloba também os serviços de contabilidade, economato e património. É aqui que, em articulação estreita com o Conselho Directivo (em especial com o Vogal do Conselho Directivo para a Área Financeira, o Dr. José Fernandes) e o Conselho Administrativo (constituído por cinco elementos), se tenta esticar o orçamento, sempre escasso para o muito que se sonha para esta escola; é aqui que se cruza o orçamento proveniente de Portugal com o montante apurado nas propinas e nas diversas taxas previstas na lei; é aqui, após a inserção da informação no software adequado, efectuada no Secretariado do Conselho Directivo (D. Fátima Tavares), que se processa o pagamento de salários, que se pagam as despesas regulares com a conservação e manutenção dos espaços interiores e exteriores da escola, que se pagam todas as despesas referentes a consumíveis de toda a ordem, que se gere e controla o património da escola (edifício, mobiliário, maquinarias...), etc., etc. E todos estes movimentos e actos administrativos, relacionados com esta ou aquela rubrica, têm de ser devidamente registados e arquivados em papel, como prova da sua existência e força administrativa!… A quarta área, a do Expediente e Arquivo, é também uma área “complicada”. É nela que está a responsabilidade pelo atendimento do público (pais, alunos, etc.), público este que nem sempre se apresenta nos Serviços de Administração Escolar com o tempo necessário para entender que as coisas levam o seu tempo a processar. É, assim, uma área que exige dos seus responsáveis algumas competências específicas e algum saber-fazer ao nível das Relações Públicas. Toda a entrada de documentos é feita também por aqui: requerimentos, pedidos de certidão, mudanças de turma, matrículas, pagamento de propinas, etc, etc. E tudo o que entra ou sai dos Serviços de Administração Escolar (vulgarmente designados por Secretaria),

tem de ser registado num programa de software adequado. Para além deste registo electrónico, para os documentos de saída, são elaboradas, por exemplo, três versões em papel, a original, que é entregue ao interessado, e mais duas cópias, uma a entregar ao serviço emissor do mesmo e outra para arquivo, o que irá constituir uma espécie de acervo de todos os documentos e actos executados. Vários funcionários executam tarefas nesta área, havendo um que se responsabiliza especificamente pela manutenção e actualização desse Arquivo – a D. Alexandra. Para além das acções e actividades descritas, os Serviços de Administração Escolar interagem também com a chamada Acção Social Escolar e com o Seguro Escolar. O trabalho desenvolvido pelos Serviços de Administração Escolar é, assim, como podemos ver, muito diversificado, constante e avassalador em muitas épocas do ano. Sem ele, as várias valências da escola não poderiam funcionar, nem cumprir a sua função de forma adequada. Por isso, quando, num futuro próximo, tiver que interagir com eles, sorria, e lembre-se que neles se encontram funcionários que estão ali para o ajudar a resolver os seus problemas, mas que os seus problemas não são os únicos problemas a resolver e que cada problema tem o seu tempo de resolução.

De qualquer forma, seja Bem-Vindo aos Serviços de Administração Escolar da Escola Portuguesa de Moçambique- Centro de Ensino e Língua Portuguesa.

5

continua na pág. seguinte


A EPM-CELP EM FOCO (continuação da pág. anterior)

Algumas “curiosidades administrativo-financeiras”: No ano de 2005 foram efectuados cerca de 1100 atendimentos; foram emitidos cerca de 450 certificados e 530 declarações. No ano lectivo 2004 / 2005 foram tratados cerca de 1330 processos de que resultaram em 1275 matrículas. Desde Junho de 2005 foram tratados 1290 processos de que rsultaram 1253 matrícula, existindo, neste momento, 1225 alunos matriculados. - Neste momento, frequentam a nossa escola alunos de 24 nacionalidades - Temos: 671 alunos do sexo feminino 610 alunos do sexo masculino - Pré-escolar: 135 alunos - 1º ciclo: 385 alunos - 2º ciclo: 176 alunos - 3º ciclo: 287 alunos - Secundário: 298 alunos

Para ilustrar a complexidade de certos procedimentos administrativos descreveremos agora a via sacra de um simples pedido de anulação de matrícula de uma disciplina do Ensino Secundário: 1. Entrada e registo no Expediente. 2. Despacho e encaminhamento da Presidente do Conselho Directivo. 3. Registo informático do despacho inicial, nos S.A.E.. 4. Análise e parecer da Coordenadora do Ensino Secundário. 5. Retorno do documento aos S.A.E. para verificação da situação relativa a pagamentos. 6. Informação da Coordenadora do Ensino Secundário, com base na informação do Director de Turma, sobre a última presença registada. 7. Despacho final da Presidente do Conselho Directivo. 8. Retorno aos S.A.E. para registo informático, regularização do processo nas aplicações JPM-Alunos e InterSystem (pagamentos) 9. Encaminhamento da informação para a aplicação Escola Plus (registo da assiduidade), para conhecimento da Coordenadora do Ensino Secundário e informação ao Director de Turma e, ainda, para conhecimento da Vogal do Conselho Directivo para a área pedagógica. 10.Retorno aos S.A.E. para arquivo da informação no processo individual do aluno. Caso haja alguma irregularidade, quer no que respeita à anulação da matrícula, quer no que respeita a pagamentos: 7. Elaboração, nos S.A.E., de um ofício a informar o Encarregado de Educação com vista à regularização final do processo. 8. Assinatura da Presidente do Conselho Directivo. 9. Retorno aos S.A.E. para saída, ficando a aguardar resolução. V.R.

6


www www www PONTOS DE VISTA

I

Internet – democratização do conhecimento ou instituição do plágio?

Poucos são aqueles que duvidam das inúmeras possibilidades que se abrem – de forma perfeitamente mágica para a maioria de nós! – quando clicamos um ícone do computador, chamado Internet. Estas possibilidades são tantas que, para os aficionados deste meio, o tempo é sempre insuficiente. Nas escolas este recurso coloca à disposição de professores e alunos uma série de sites, páginas informáticas, contactos com meios científicos e com redes de informação, que facilitam o acesso a informação sobre quase tudo o que se pretende estudar, saber, pesquisar. A tentação de recorrer à Internet como fonte bibliográfica, recurso a imagens, filmes, é, hoje, perfeitamente legítima e inquestionável. No entanto, isto levanta algumas questões de ordem pedagógica. Tradicionalmente, o professor detém o saber e o acesso às fontes de informação. É ele que vai distribuindo o conhecimento, em pequenas doses, é ele que filtra as fontes, em função da preparação que ele julga que o aluno tem, e em função da maturidade que lhe atribui. O ensino era, assim, mediado por uma figura guardiã da sabedoria. Ora, o uso da Internet vem perverter esta ordem. Os alunos são enviados virgens para o campo da Internet e exploram livremente os sites que acham convenientes para aceder à informação pretendida. Ao professor é apresentado o trabalho final, produto da pesquisa, com a respectiva bibliografia. Todo o trabalho de tratamento do material bruto passa bastante ao lado do professor, na maioria dos casos. Os alunos são mestres nas artes informáticas e são eles a dar as cartas. Na formação dos professores não houve, para a maioria, uma incidência no uso deste meio. A isto acresce

uma grande impreparação em metodologias de investigação e em tratamento da informação. Com excepção de alguns, que dominam bem este recurso, e que já tiveram experiência de pesquisa pela Internet, os professores sentem que os alunos os ultrapassaram nesta área e vêm-se mais tentados a deixá-los ir navegando ao sabor das ondas do que a dar um rumo à bússola de navegação. Ora, sabemos que todo o trabalho de pesquisa requer uma orientação precisa, sob pena de não cumprir o objectivo pretendido, que é o de contribuir para a informação do aluno numa determinada área. Para obtenção de um bom resultado, que não o seja só do ponto de vista formal, isto é, aparente, a pesquisa exige uma exploração prévia dos recursos, pelo professor, a fim de conhecer os principais sites onde o aluno pode ir buscar informação. Implica também um trabalho conjunto, com os alunos, de selecção, compilação e tratamento da documentação obtida, para que os trabalhos não sejam uma simples manta de retalhos copiados de aqui e dali. Tenho visto, mesmo em instituições superiores de ensino, alunos que copiam textualmente trabalhos da Internet, sem mesmo se darem ao trabalho de retirar pormenores, que desmentem a autoria do mesmo. Não querendo generalizar nem contrariar o uso deste meio, que exponencializa as possibilidades de multiplicar o conhecimento sobre determinada matéria, queria apenas lançar um alerta para o facilitismo que se pode instituir no uso da Internet, na realização de trabalhos escolares, e propor que repensem a formação dos professores, em metodologias de investigação, com incidência nos meios informáticos, para que os professores de hoje se tornem, mais do que mestres tradicionais, orientadores da formação dos alunos. TN

A EPM-CELP EM FOCO

O Gr upo Pré – Escolar ffoi oi ao Grupo Museu de História Natural

Com o objectivo de identificar animais e plantas que vivem nos diferentes habitats, o Grupo Pré – Escolar foi ao Museu de História Natural. Sobre a visita, os alunos comentaram: - Eu gostei de ver os leões a lutarem pela mesma namorada. – Célia /Turma A - Aqueles dinossauros que vimos lá fora eram muito engraçados. – Beatriz /Turma B - No Museu, vimos os “Big Five”, a luta dos macacos e das zebras, com as leoas. Gostei de ver o Museu e quero lá voltar. - Larissa/Turma D - Do que eu gostei, foi do leão e do tubarão. – Fausto/ Turma E - Eu achei a visita linda, porque vimos como os animais vivem e caçam na selva. – Ana Rita/Turma F

Par ticipação do 1º Cic lo nas Ciclo Olimpíadas de P or tuguês Por

No dia 8 de Fevereiro, os alunos dos 3os e 4os anos participaram na segunda volta das Olimpíadas de Português. Porque em todos os concursos tem que haver vencedores, ficaram apurados os alunos Sónia Marisa Ferreira, em 1º lugar, Iva Andrea Gonçalves, em 2º lugar, e Mohamad Tayab Alimomade, em 3º lugar. O mais importante, no entanto, foi a participação e o empenho de todos e o contributo desta actividade para o enriquecimento das aprendizagens.

7


O SUOR DE QUEM ESTUDA Educação Pré-Escolar Também os pequeninos do Ensino Pré-Escolar “suam” ao realizar os seus grandes e pequenos trabalhos. A magia e a alegria da criação são as companheiras, sempre presentes, que acompanham a mãozinha e a criatividade destas meninas e destes meninos muio trabalhadores.

8


ESCOLHAS DA BIBLIOTECA O Construtivismo na Sala de Aula O Construtivismo na Sala de Aula é uma das muitas obras de cariz pedagógico-didáctico que a Biblioteca José Craveirinha tem ao dispor dos professores. É um livro com vários artigos que abordam temáticas relacionadas com a influência que a teoria construtivista exerce sobre a forma como se ensina ao clarificar a forma como se processa a aprendizagem, ao mesmo tempo focando aspectos que os professores devem ter em conta no processo de ensino/aprendizagem. Considerei o capítulo sobre a avaliação da aprendizagem no currículo escolar bastante importante pelo que o passo a resumi-lo de forma a provocar uma discussão construtiva sobre este assunto. Os autores deste artigo começam por afirmar que, apesar das teorias pedagógicas, das novas metodologias e dos instrumentos de avaliação cada vez mais apurados, persistem ainda dúvidas relativamente à avaliação. E esta torna-se ainda mais complicada e complexa quando o docente toma como ponto de partida a perspectiva construtivista no processo de ensino/aprendizagem, devido a diversos factores contraditórios. Por um lado, o professor estimula na sua prática educativa a construção activa do conhecimento por parte do aluno, valorizando o seu ritmo de aprendizagem na construção e na apropriação de conteúdos escolares. Por outro, as actividades de avaliação são uniformes, obedecem a critérios gerais e têm um carácter de sanção. Para compreender esses aspectos contraditórios, os autores propõem uma abordagem da avaliação, começando pela revisão das práticas de avaliação que são habituais. Segundo estes autores, o aperfeiçoamento da prática avaliativa não consiste em substituir práticas antigas por outras novas mas sim constitui um meio para reflectir e avaliar a nossa prática educativa com vista a aperfeiçoá-la. De acordo com a concepção construtivista do ensino/aprendizagem, os autores apresentam algumas ideias capazes de guiar e orientar as práticas de avaliação. Mas antes analisaram pontos contraditórios entre as práticas educativas e as práticas de avaliação, tecendo juízos de valor sobre as mesmas. Toda a actividade da avaliação é parcial porque o professor não consegue apreender de forma objectiva as relações que os alunos estabeleceram aquando da aquisição e apropriação de conteúdos. Isto quer dizer que os alunos aprendem muito mais do que aquilo que o professor é capaz de captar. A aprendizagem é construtiva e, por isso dinâmica mas as actividades de avaliação captam momentos estáticos.Por isso este tipo de avaliação é pouco credível porque baseado na apreciação de uma situação instantânea. As práticas de avaliação deveriam acompanhar o carácter dinâmico do processo de construção do saber e atender à sua dimensão temporal. É frequente conceber as actividades de avaliação dos conteúdos completamente diferentes das actividades de ensino/aprendizagem utilizadas para os aprender, porque há a ideia de que a verdadeira aprendizagem é aquela que proporciona significados generalizáveis e descontextualizados. Há até professores que chegam a reservar para a avaliação algumas actividades ou tarefas que foram evitadas no trabalho de aula, para

se poder demonstrar, uma vez terminada o tema ou a unidade didáctica correspondente, se os alunos são capazes de generalizar o que aprenderam. E a maneira mais correcta de proceder consiste fazer variar os contextos em que se realizam as aprendizagens, para que os significados construídos sejam ricos e multifacetados não permaneçam ligados, apenas, a um único quadro de referência. Depois de caracterizar algumas práticas educativas que não são concordantes com as actividades de avaliação, os autores apontam alguns indicadores que possibilitam “uma melhor avaliação” e, consequentemente uma aprendizagem mais profícua. A aprendizagem deve ser entendida como um instrumento para a construção de novos significados. Só ficaremos certos de já termos aprendido alguma coisa, quando o pudermos utilizar. E este é um dos indicadores mais fáceis de manejar na avaliação das aprendizagens. O outro relaciona-se com a organização conjunta de actividades a realizar na sala de aula pelo professor e turma. Se houver a planificação conjunta dos conteúdos a aprender mais significativas serão as aprendizagens. Por um lado, isto permitirá ao professor um maior controlo na avaliação ao solicitar a contribuição dos alunos. Ao mesmo tempo estes vão também assumindo um maior controlo e responsabilidade no desenvolvimento das suas próprias actividades. Assim sendo, neste contexto interactivo de aprendizagem não é necessário a realização de actividades específicas de avaliação, sendo esta parte integrante perfeitamente identificável através da observação e avaliação das próprias actividades de ensino/aprendizagem. Estas foram as principais reflexões que os autores do artigo realizaram sobre o papel da avaliação no processo de ensino/ aprendizagem e, infelizmente, constamos que esta tem ainda um papel hierarquizante, classificando os alunos em categorias que irão condicionar o seu sucesso/insucesso social no futuro. Tem que haver um esforço da Escola e da Sociedade para ir limando esta forma de avaliar, que acaba por reproduzir um modelo social já envelhecido, carregado de preconceito e desumanizado, porque demasiado competitivo, contrariando desta forma a intenção fundamental do ensino: desenvolver de forma global os alunos, nas suas diferentes dimensões, de forma a transformá-los em seres humanos socialmente respeitadores da diferença. RAD

9


FOTOREPORTAGEM “Gala Jovem” com muita juventude e muita animação

10


FOTOREPORTAGEM O rodopio do CARNAVAL

11


CENTRO DE FORMAÇÃO VII Jornadas de Formação para Professores e Técnicos do Sistema de Ensino Moçambicano O Centro de Formação da EPM está a preparar as VII Jornadas de Formação para os Professores e Técnicos do Sistema Educativo de Moçambique. Essas jornadas realizam-se, nos dias 4 e 11 de Março, das 8h e 30 m até às 13. A inscrição é gratuita e é feita nos Serviços Administrativos da EPMCELP, até ao dia 27 de Fevereiro. Os módulos a serem ministrados são: Metodologias do Ensino de Língua Portuguesa I e II Metodologias do Ensino da Filosofia Metodologias do Ensino da História Metodologias do Ensino da Matemática I e II Metodologias do Ensino das Ciências Naturais Educação Visual e Tecnológica Expressão e Comunicação no Jardim de Infância Informática I, II e III

Sessão Inaugural das VI Jornadas de Formação

CENTRO DE RECURSOS EDUCATIVOS Oficina Didáctica O mês iniciou com a azáfama habitual relacionada com a edição do PL, azáfama essa acrescida pelo facto do PL anterior ter sido duplo e com direito a separata. À parte do jornal, preparámos várias maquetas de produtos gráficos, que irão sair por altura do III Simposium, agendado para Maio (surpresa!...), concebemos e imprimimos os cartazes (6) das principais actividade escolares, maquetámos mais uma publicação da Colecção Memórias & Educação, intitulada “Governadores de Moçambique”, e a nova caderneta escolar para o Ensino Secundário, dentre outros. A máquina fotográfica disparou incessantemente, o que resultou em cerca de 2.900 fotografias. No que toca à formação do pessoal docente e técnico afecto ao CRE, está a decorrer, em regime experimental, uma acção de formação online, na aplicação Macromedia Director MX, no domínio da autoria de aplicações multimédia e está agendada para Março uma outra acção de formação, em regime presencial, também em autoria multimédia, para docentes da EPMCELP, que vai abranger alguns dos técnicos deste sector.

12


OPINIÃO ABALIZADA EU sou EU… e o meu penteado! A Escola é um espaço de expressão e de construção de identidades. A Escola Portuguesa de Moçambique contribui, como não podia deixar de ser, para a difusão e manutenção da identidade cultural portuguesa em África. No entanto, por força das muitas culturas que nos procuram, e connosco convivem, para além da africana e portuguesa, a escola aceita e permite, com bastante agrado, a manifestação simbólica de outras identidades. A expressão simbólica dessas identidades concretiza-se através de múltiplas manifestações exteriores, dos quais os penteados são das mais interessantes. Depois de uma breve intervenção da nossa psicóloga sobre o assunto, o “Pátio das Laranjeiras” resolveu mostrar aos nossos leitores como se penteiam os nossos alunos… “A identidade é talvez a questão mais debatida, e mais sentida, no processo de crescimento dos adolescentes. Durante a adolescência vivem-se, para além de mudanças fisiológicas e cognitivas, importantes mudanças afectivas que se percebem tanto no relacionamento familiar como nas relações sociais. Nesta fase existe um maior estreitamento de relações sociais, onde os pares (os colegas) tomam um lugar de destaque, sendo de máxima importância a integração no grupo e a sua aceitação. A identificação com o outro surge como uma das formas de construção de uma identidade própria, dando maior certeza ao adolescente de que é aceite pelos colegas na medida em que, com eles, partilha os mesmos gostos e interesses. Mitos, representações e valores não são mais do que formas simbólicas através das quais, os adolescentes/jovens, constroem a sua identidade.

Flora da Escola Plumeria

Frangipani, Plumeria ou a Árvore do Templo, são os nomes pelos quais habitualmente é conhecida esta árvore de rara beleza. Com origem nos trópicos, da região das ilhas centrais da Caraíbas à América Central, a árvore de Frangipani

A escola, lugar onde aprendemos a partilhar valores, crenças e hábitos, é talvez um dos lugares onde podemos encontrar mais sinais da busca dessa identificação, sendo, por exemplo, o vestir, o calçar e o pentear, tidos como comportamentos sociais, algumas evidência desses sinais. Poderá, ou não, o cabelo ser representativo de uma identidade. O cabelo, como outros factores de individualidade, é um factor simbólico que pode representar a aceitação de diferentes crenças e sentimentos, querendo através dele mostrar ao outro a mesma forma de estar num mundo partilhado de ideias e sentimentos, um mundo de iguais. Poderão ou não as mirabas(1), por exemplo, ser expressão do gosto pela partilha de usos e costumes? Tal prática explicita a existência de um estilo muito próprio de pentear-se e adornar-se evidenciando o carácter estético da identidade”. (1)

Mirabas - nome local com que designam as tranças utilizadas

nos penteados de expressão africana.

A.M.

pode atingir aproximadamente uma altura de 4 a 6 metros, fazendo uma elegante flor de jardim, pelo seu tamanho e diversidade de flores e fragrâncias. A sua seiva leitosa, é frequentemente aproveitada por certas populações no tratamento de doenças reumáticas. Esta árvore cresce bem em solo relativamente seco e com muita luminosidade. As suas folhas são lisas, de cor verde forte brilhante, mais compridas do que largas, e pontiagudas. A folhagem é persistente, mantendo-se mesmo duran-

13

te a mudança de estação. As flores apresentam-se mais bonitas do mês de Março até Maio (no hemisfério norte), mas, normalmente, a planta tem flores durante todo o ano. Estas apresentam cinco pétalas de aspecto encerado, são ligeiramente torcidas, e libertam um aroma doce, e, mesmo depois de colhidas, podem ser usadas em decoração. Os seus frutos, em forma de vagens de reduzidas dimensões, contêm pequenas sementes ovais, susceptíveis de se reproduzirem, embora a multiplicação desta árvore possa também ser feita por estaca. L.V.


PÁGINAS COM HISTÓRIA A Ínclita Geração

Bandeira Nacional ao tempo da Dinastia d’Avis

“Mas, pêra defensão dos Lusitanos Deixou, Quem o levou, quem governasse E aumentasse a terra mais que dantes: Ínclita gèração, altos Infantes.” Luis Vaz de Camões in Os Lusíadas (Canto IV, 50)

Entre 1383 -1385 Portugal vive uma época de profunda crise política, associada a uma crise económica que já vinha desde longa data. A morte do rei D. Fernando I a 22 de Outubro de 1383 despoletou uma crise dinástica no seio da monarquia portuguesa. À sua sucessão concorriam por um lado a sua filha D. Beatriz, casada com o rei de Castela Don Juan I e, por outro, o seu meio-irmão D.João, Mestre da Ordem Militar de Avis. As pretensões da sua filha D. Beatriz eram apoiadas pelo partido castelhano, liderado em Portugal por D. Leonor Telles, regente por morte do seu marido e rei, e pelo Conde de Andeiro. Na opinião do partido nacional, o seu casamento com o rei de Castela abriria caminho a uma união entre os dois reinos e poria em causa a soberania nacional. A guerra civil desenrolou-se durante dois anos. Por fim a paz é assinada em 1385 e o Mestre de Avis ascende ao trono com o apoio da burguesia lisboeta e parte da fidalguia do reino. Com a ascensão ao trono de D. João I inicia-se uma 2ª dinastia para a monarquia lusa, que ficou conhecida como Dinastia de Avis. O agora rei D. João I , amigo de longa data do inglês Duque de Lencastre, casa com a filha deste, D. Filipa, em Fevereiro de 1387 na Sé Catedral da Cidade do Porto. É deste enlace matrimonial que vai nascer aquela a que Camões chamou a Ínclita Geração. Com efeito, os filhos do casal, príncipes respeitados por toda a Europa, vão formar e liderar uma geração que transformou definitivamente o percurso da história do país e conduziu Portugal rumo à modernidade, à sua consolidação enquanto Estado e à sua expansão ultramarina. D João I e D. Filipa de Lencastre vão ser pais de oito

14

filhos. A primeira filha do casal, D. Branca não chega a viver um ano. Segue-se o herdeiro da coroa, Afonso, nascido em 1390, mas que virá a falecer com 10 anos de idade. A partir de então nascem ininterruptamente todos os príncipes da “Ínclita Geração”. D. Duarte, herdeiro da coroa por morte do seu irmão mais velho D. Afonso, nasce em Viseu a 31 de Outubro de 1391. Sucederá a seu pai em 1433 mas terá um reinado curto de apenas cinco anos. Durante o seu reinado, ainda que curto, deram-se passos políticos importantes, ao nível interno e externo. Na governação do país, a publicação da Lei Mental permitiu a centralização e a defesa do património da coroa. Contudo, a sua política de centralização régia não o afastou da consulta dos povos e não feriu a influência das Cortes que no seu reinado foram convocadas por cinco vezes. A nível ultramarino, o valor histórico da passagem do Cabo Bojador em 1434 por Gil Eanes, permitiu um incremento das viagens na costa ocidental africana e o estabelecimento de um maior número de contactos de interesse comercial e cartográfico. Contudo, ao nível externo, foi a política de guerra face a Marrocos que mais marcou o seu reinado, nomeadamente a fracassada empresa de Tânger que deu origem a uma gravíssima crise interna que abalou a monarquia. Em 1428 casa com D. Leonor de Aragão de quem tem nove filhos, entre os quais D. Afonso V e D. Leonor de Portugal, imperatriz da Alemanha pelo seu casamento com Frederico III. Homem de cultura superior, possuía uma importante biblioteca e era dado à especulação filosófica de temas morais, como o comprova a sua obra Leal Conselheiro, que esteve inédita até 1854. Será ainda autor de poemas e de outra obra singular da história literária portuguesa, Arte de Bem Cavalgar Toda a Cela. Fazia a revisão do Código Civil português quando morreu em Tomar a 9 de Setembro de 1438. Nasce em Lisboa em 1392 o quarto filho de D. João I com Filipa de Lencastre, que ficará conhecido como D. Pedro “das Sete Partidas”. Considerado por muitos como o mais emblemático dos príncipes da Ínclita Geração, revelar-se-á um vulto nas letras e na guerra. Tal como os seus irmãos recebe uma esmerada educação militar e humanística. Cedo interessa-se pelo estudo dos autores clássicos, traduz Cícero, e não tardará a que tome contacto com Séneca, Platão, Aristóteles. Igual interesse lhe inspiram os doutores da igreja, S. Tomás de Aquino, Santo Agostinho e Dionísio Areopagita. Ao traduzir e comentar o De Beneficies de Séneca, já a sua atenção se dirige para as questões do saber e do poder. A sua obra, O Livro da Virtuosa Benfeitoria é uma importante reflexão política, que revela não só grancontinua na pág. seguinte


PÁGINAS COM HISTÓRIA (continuação da pág. anterior)

des conhecimentos literários como é pela forma, inédita no contexto europeu. Em 1418, D. Pedro parte de Lisboa acompanhado por um numeroso séquito rumo a uma longa viagem pelas cortes da Europa, Próximo Oriente e Terra Santa. Visita em primeira-mão Castela, já em paz com Portugal, rumando de seguida para a Hungria onde é recebido calorosamente pelo imperador Segismundo. Pelo imperador luta contra os hussitas da Boémia, feito valoroso que é recompensado com a doação do feudo de Treviso. Segue depois para Oriente onde é recebido pelo sultão da Turquia Amurat II, visitando de seguida Constantinopla, Alexandria, Cairo, terminando numa visita à Palestina e à Terra Santa. De regresso à Europa parte para Paris e daí para a Dinamarca alcançando a Inglaterra, onde o seu primo Henrique IV o investe na Ordem da Jarreteira. Depois de algum tempo em Inglaterra parte para a Flandres, Ostende, onde se demorará dois anos no seio da corte flamenga. Aí combina o casamento da sua irmã infanta D. Isabel ,e é de Bruges que escreve uma carta, posteriormente famosa, ao seu irmão, o rei D. Duarte, que é um autêntico breviário político, na qual recomenda a aliança entre o poder e a sabedoria. Em 1428, retorna à Hungria e daí parte, feito Duque de Trevisto, para Veneza onde é recebido com inúmeras oferendas por parte do Doje, entre as quais o Livro de Marco Pólo que posteriormente oferece ao seu irmão Henrique, tal como um mapa, que compra na mesma cidade e que evidencia as rotas comerciais entre a Europa e o Oriente. De regresso a Portugal é ainda recebido pelo Papa Martinho V. Chega a Coimbra a 19 de Setembro de 1428, dez anos depois, mesmo a tempo do casamento do seu irmão D. Duarte com D. Leonor de Aragão. Por morte prematura do seu irmão D. Duarte, e perante a menoridade do seu sobrinho D. Afonso, assume a regência do reino em 1439. Neste período, para além de promover o casamento da sua filha D. Isabel com D. Afonso V, concede ao seu irmão D. Henrique o monopólio da navegação, guerra e comércio das terras além do Cabo Bojador. É ainda durante a sua regência, em 1444, que são publicadas as Ordenações Afonsinas, sucedâneo do Livro das Leis de D. Dinis, verdadeiro código civil, monumento legislativo que é um duro golpe no sistema político medieval. Em 1446, o príncipe herdeiro atinge a maioridade e assume o poder. D. Pedro deixa a regência mas continua a auxiliar na governação o sobrinho. Contudo, as intrigas palacianas promovem lentamente a separação entre o monarca e o seu tio, terminando mesmo em conflito. A 20 de Maio de 1449, as tropas do rei de 20 000 homens enfrentam as de D. Pedro. O infante, Duque de Coimbra, morre assim às mãos do exército régio, em Alfarrobeira com 57 anos de idade.

Paineis S. Vicente, Pormenor (Painel do Infante)

O quinto filho do casal, Henrique, ficará para sempre com o seu nome inscrito na história universal como pioneiro na exploração do Atlântico e da costa ocidental africana. Henrique, o navegador, assim lhe chamaram as gerações posteriores, nasce na mesma cidade onde casaram os seus pais a 4 de Março de 1394. Com apenas 19 anos, é um dos principais entusiastas do avanço português sobre a costa marroquina. Na Crónica da Guiné, Azurara retrata o príncipe sobretudo como o arquétipo do cruzado piedoso, ardente de fervor religioso. Foi dos primeiros a alcançar terra aquando da tomada de Ceuta em 1415, naquela que viria a ser a primeira conquista de uma expansão ainda embrionária. No dia seguinte à tomada da cidade é feito cavaleiro conjuntamente com o seu irmão Pedro, na recém consagrada mesquita. Tal como o seu irmão D. Pedro, que é feito Duque de Coimbra nessa mesma ocasião pelo pai D. João I, D. Henrique é feito Duque de Viseu, tornando-se ambos, os primeiros duques portugueses. A 25 de Maio de 1420, D. Henrique é investido no cargo de Grão-Mestre da Ordem de Cristo, sucedânea portuguesa da extinta Ordem do Templo, cargo que ocupará até ao fim da vida. Este aspecto constituirá um factor importante no desenvolvimento das explorações atlânticas, sobretudo na década de 40, devido aos enormes recursos detidos pela Ordem, que financiaram grande parte das explorações. Figura pioneira do processo expansionista, ao seu empenho se devem as descobertas dos arquipélagos da Madeira e dos Açores e a exploração da costa ocidental africana para além do Cabo Bojador em busca

15

continua na pág. seguinte


PÁGINAS COM HISTÓRIA (continuação da pág. anterior)

Paineis S. Vicente, Pormenor (Painel dos Cavaleiros)

de novos mercados. Paralelamente desenvolvem-se esforços no sentido de abrir uma via de acesso aos centros produtores de ouro, de que o estabelecimento de uma feitoria em S. Jorge da Mina é o maior exemplo. A cidade de Lagos, no Algarve, conhecerá neste período um enorme desenvolvimento, devido sobretudo ao seu porto que será utilizado para a construção naval e base de grande parte das operações desenvolvidas por D. Henrique e pelos seus mestres de cartografia e ciências náuticas. O infante D. Henrique não casará nem terá descendência. Toda a sua fortuna será dedicada ao comércio, à exploração de novas terras e ao desenvolvimento das ciência náuticas, que vão conhecer neste período um desenvolvimento admirável, percursor de todas as técnicas de navegação atlântica posteriores. Ao seu interesse pelas navegações, (de ordem política, religiosa e económica) seriam ainda alheios os objectivos científicos e o empório comercial a que a sua acção, cinquenta anos depois da sua morte, iriam conduzir, seja como for, D. Henrique personificou as vontades e os esforços anónimos de navegadores, cosmógrafos, de mercadores e de aventureiros que ajudaram o homem moderno a construir novas dimensões para a perspectiva do mundo. D. Isabel, única filha do casal régio, nasce em Évora a 21 de Fevereiro de 1397. A viagem do seu irmão D. Pedro, Duque de Coimbra, pela Flandres vai permitir a negociação do seu casamento com Filipe, o Bom, duque da Borgonha, o mais poderoso príncipe do Ocidente naquela época, desejoso de estreitar as suas relações com a dinastia de Lencastre, contra Carlos VII, contestado rei de França. A embaixada borgonhesa enviada a Lisboa deixou maravilhada a capital do Reino. Entre o numeroso séquito enviado por Filipe III contava-se o famoso pintor Jan van Eyck, que fez o retrato de Isabel. A princesa portuguesa abandona Lisboa um ano mais tarde chegando a Bruges a 29 de Dezembro de 1429. Oito dias depois, no meio de festas esplêndidas realiza-se o enlace. Do seu casamento com Filipe III da Borgonha terá três filhos, António e José que faleceram durante a Infância, e Carlos que nasce em 1433, e que ficara celebrizado mais tarde como Carlos, o Temerário. Isabel terá um papel político activo, quer junto do seu marido, que representou em várias missões diplomáticas na negoci-

16

ação de questões sensíveis que colocavam em disputa, o rei de Inglaterra e o rei de França no rescaldo da Guerra dos Cem anos, quer junto do seu filho Carlos. Faleceu aos 74 anos em Dijon no dia 17 de Dezembro de 1471. Os dois mais jovens infantes, D. Fernando e D. João escreveram o seu nome na história de formas distintas. O infante D. João, nascido a 13 de Janeiro de 1400 em Santarém, é ainda hoje o grande desconhecido da Ínclita Geração. Devido à sua pouca idade não participou na conquista de Ceuta. Em 1418, o Papa Martinho V nomeia-o administrador da Ordem Militar de San’Iago da Espada. Foi ainda Condestável do Reino, sucedendo a D. Nuno Alvares Pereira e casou em 1424 com Isabel de Bragança de quem teve quatro filhos. Durante o reinado de D. Duarte, João juntou-se ao irmão Pedro, Duque de Coimbra, na contestação à expedição a Tânger que haveria de acabar em desastre. Defendeu ainda a entrega da cidade de Ceuta, conquistada em 1415 em troca da liberdade de D. Fernando. Mais tarde voltaria a apoiar o seu irmão aquando da ascensão deste à regência por morte de D. Duarte, evitando uma rebelião em Lisboa. Morre em Alcácerdo-Sal a 18 de Outubro de 1442.A seu respeito escreveu Fernando Pessoa in a Menssagem: “ Não fui alguém. Minha alma estava estreita// Entre tão grandes almas minhas pares, //Inutilmente eleita,// Virgemmente parada;// Porque é do português, pai de amplos mares, //Querer só isto:// O Inteiro mar, ou a orla vã desfeita- // O todo, ou o seu nada. D. Fernando, o mais jovem dos príncipes, nasceu em Santarém a 29 de Setembro de 1402. Feito Mestre da Ordem de Avis, tal como seu pai, viria a ser perpetuado na história com o nome de Infante Santo. A chegada a Portugal do abade D. Gomes Ferreira, núncio do Papa Eugénio IV vinha oferecer ao Infante a mitra cardinalícia “que este quis não acceptar, por lhe parecer cousa de grãde carrego de consciência”.Em 1437 D. Fernando aparece juntamente com D. Henrique no comando da expedição a Tânger. A sua glória histórica começou nesse momento. Após o desastre é feito prisioneiro enquanto a sua vida servia de resgate para o abandono da Praça de Ceuta e era discutido em Lisboa o que fazer. Transferido para Arzila e depois para Fez, veio a morrer em circunstâncias penosas seis anos depois, visto que o seu irmão D. Henrique não cedeu às exigências mouras para abandonar Ceuta. Nasceu assim a figura do Infante Santo. Os restos mortais de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, assim como todos os infantes repousam juntos na Capela do Fundador, no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, erguido pelo Rei em memória da vitória de Portugal sobre Castela em Aljubarrota. P.B.H


ROSTOS DA ESCRITA Maria Alberta Menéres Também neste mês será relembrada outra escritora infanto-juvenil, bem conhecida pelos alunos, Maria Alberta Meneres, ou não fossem algumas das suas obras sugeridas pelo Programa de Língua Portuguesa, como é o caso das obras Ulisses e À Beira do Lago dos Encantos. Maria Alberta Meneres nasceu no norte de Portugal, em Vila Nova de Gaia, em 1930. Licenciou-se na Universidade Clássica de Lisboa, em Ciências Histórico-Filosóficas. Foi professora de Língua Portuguesa e História, colaborou em diversas publicações: Távola Redonda, Diário de Notícias, Cadernos do Meio-Dia e Diário Popular, tendo neste último sido responsável, durante dois anos, pela secção Iniciação Literária. Tem dedicado grande parte da sua obra à literatura infantil e juvenil e produziu nesta área programas de televisão, tendo sido, em 1975, nomeada chefe do departamento de programas infantis e juvenis da RTP. Ao longo da sua carreira, tem recebido muitos prémios, de que são exemplo: Concurso Internacional de Poesia Giacomo Leopardi, em 1960, com o seu livro ÁguaMemória. Em 1981, ganhou o Prémio de Literatura Infantil da Fundação Calouste Gulbenkian. E em 1986, recebeu o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças “pelo conjunto da sua obra literária e pela manutenção de um alto nível de qualidade”. A sua obra para a infância, que conta no total mais de 70 títulos, é caracterizada pelo humor e pela poesia, procurando chamar a atenção para os mais simples pormenores do quotidiano, porque todas as coisas têm uma história para contar. A sua obra é apreciada por pequenos e graúdos. Vejamos algumas apreciações críticas publicadas: “Uma leitura poética da Vida, de valores humanos e dos caminhos do crescimento”, recomendada para o programa do 7º ano de escolaridade, passível de ser levada ao palco com a ajuda de professores que não tenham esquecido a tarefa fundamental que lhes compete: fazer crescer” (Sobre À Beira do Lago dos Encantos) Notícias Magazine, 11/2/96

“Palavras, sensações, sonhos, a passagem do tempo: são estas coisas invisíveis que abeira do Lago dos Encantos toma como visíveis e palpáveis. É uma bela aventura. Tanto que dá vontade de voltar para a escola para a viver. Nós, os sublunares, nunca passámos por aventuras assim.” Manuel João Gomes Público, 17/2/96

17


OFICINA DE ESCRITA CRIATIVA L ENG A-L EN GA D AS V OGAIS A-LE DA VO

A E I O U

A! meus amigos venham já. - A! A! A!, E! E! E!, E! vamos para São Tomé. I! I! I!, I! o aeroporto é aqui. O! O! O!, O! visitemos a avó U! U! U! chamada Milú.

-A! A! A! fecha a porta e anda cá E! E! E! vou-te dar um pontapé I! I! I! eu não gosto mais de ti O! O! O! de ti, não tenho dó! U! U! U! pois o meu nome é Lulu.

-A! A! A! tu és mesmo muito má E! E! E! dá-me então um pontapé I! I! I! não tenho medo de ti O! O! O! prefiro ficar só U! U! U! tu és mesmo um urubu! Ana, Erika

aeiou

- A! A! A! não queremos ir para lá E! E! E! porque lá só há café I ! I! I! o aeroporto não é aqui. O! O! O! por isso tu és um totó, U! U!U! parecido com um tatú. Natália,Kaila

A

b

f E d C G OM L ETRAS JOGOS C LE CO

Sou o S de ssorrir de sábio de saloio de sandeu de santo de saltitante de saco de sapo de sacola de salmão.

Sou a letra

S

h...

Sou o S de sabichão com três sílabas na mão. Sou o S de saltitar só beijo os saltitantes. Sou o S de sonhar ss Para a voss ssa cabeça encantar. Sou o S de salsicha Quem a come seu olho pisca. Luís Masquete, 5ºb

18


A NOSSA GENTE Uma tarde com a Presidente… Sempre tivemos a curiosidade em saber como é que a nossa Directora passa o dia na EPM -CELP e surgiu -nos a ideia de elaborar e fazer uma entrevista à Dr.ª Albina, que nos recebeu para responder a todas as nossas questões. Por isso… cá vai:

Quem não conhece a nossa Presidente do Conselho Directivo? Activa, actuante, líder, aberta, perseverante, motivadora, directa, perspicaz, enérgica, ... sempre pronta a enfrentar os desafios do quotidiano. Nesta edição, desvendamos um pouco do que está para além da “Presidente”, mostrando a “profissional” e a “mulher”, através de uma breve nota biográfica e uma entrevista estruturada e conduzida por duas alunas do 6.º ano, a Sara e a Leila. Albina da Conceição Ferreira dos Santos Silva nasceu a 13 de Junho de 1947, em Vidago, no norte de Portugal. Cresceu e estudou em Chaves. Rumou para Lisboa, onde se licenciou em Geografia, na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Começou a leccionar em 1970, no Colégio Moderno, durante um curto período de tempo e, mais tarde, na Escola Comercial Veiga Beirão. É, actualmente, Professora do Quadro de Nomeação Definitiva. Na sua longa experiência na área da educação, destacamos a autoria de diversos manuais escolares, o exercício de funções de consultoria e formação a dirigentes e chefias, de direcção e assessoria, de orientação de estágios e de exercício de funções pedagógicas no âmbito da docência e, ainda, de direcção e inspecção. É casada, mãe de dois filhos e avó de dois netos (e mais um vem a caminho).

Sara e Leila - O que costuma fazer no dia-a-dia? Drª Albina - Nem dá para contar… ler correspondência, responder aos interessados que procuram a escola, gerir as finanças, promover cursos de difusão da Língua Portuguesa, cuidar das pessoas e bens da Escola, dar orientações aos alunos, supervisionar a aplicação das normas, colaborar com a família dos jovens, enfim…cuidar da educação dos alunos e da formação dos agentes educativos, etc…etc…etc… Sara e Leila - É difícil fazer o papel de Directora da nossa Escola? Drª Albina – Quando gostamos de fazer o que fazemos nada é difícil. Sara e Leila - Como é a Dr.ª Albina? E a Albina? Drª Albina- A presidente tem que ter um comportamento irrepreensível porque constitui um modelo, uma referência para todos os alunos. Tem que ter presente que não está a gerir a sua própria casa, mas a casa de todos, tem que respeitar e fazer respeitaras liberdades, garantias e direitos, etc…etc…etc… Sara e Leila - Quais são os seus hobbies? Drª Albina – Gosto de ler, gosto do silêncio porque saber fazer silêncio é procurar a tranquilidade interior, gosto de ver paisagens novas, gosto de reviver o conhecido e desafiar o desconhecido. Sara e Leila - Se tivesse que dizer a alguém que não conhecesse como era a E.P.M-C.E.L.P., o que diria? Drª Albina- Tem uns alunos fantásticos, lindos e educados que nos ajudam a fazer a Escola todos os dias. Sara e Leila - Como acha a Escola Portuguesa de Moçambique? Bonita, feia, espaçosa, pequena, confusa, muito fácil…como? Drª Albina- A EPM não é só uma escola arquitectonicamente linda, tem também um projecto educativo desafiante, nomeadamente as diferenças entre as pessoas que nos fazem unir quotidianamente, nomeadamente diversas etnias, culturas, religiões e pontos de vista. Sara e Leila - Como acha os seus alunos? Bons, maus…? Drª Albina- Comparativamente, acho que os alunos da Escola Portuguesa têm bons resultados e um bom comportamento. São empreendedores. Sara e Leila - A Dr.ª Albina sente-se mais à vontade cá dentro ou lá fora? Drª Albina- É igual. Cá dentro tenho que saber lidar e respeitar as populações jovens. Lá fora, tenho que saber lidar e respeitar as diferenças de todos, temos que saber lidar aprender a estar e a crescer nos lugares, e perceber e conviver com os outros. Sara e Leila - Quando era pequena já tinha pensado que poderia vir a ser a Directora duma Escola? Drª Albina- Não, hoje sou o que nunca pensei ser. Da intenção de estudar medicina, passei para geografia. Depois passei da docência para a direcção e gestão. Quando se é criança, pensamos que somos capazes de ter o mundo nas mãos…depois constatamos que temos perna curta para o conhecer. Bom… estamos no final da nossa “entrevista”, digamos assim…muito obrigada por ter respondido a nove perguntas feitas pela Leila e Sara Inês… obrigado e até à próxima!!!

19


ÚLTIMA PÁGINA No CARNAVAL ninguém levou a mal!

O pessoal docente da Oficina Didáctica do Centro de Recursos Educativos resolveu pregar algumas partidas de Carnaval. Tiraram-se umas fotos e fizeram-se umas brincadeiras com o Photoshop: umas cabeças trocadas aqui, uns bigodes e trancinhas acolá, e o resultado aí está. Porque acreditamos que o humor é uma boa forma de consolidar o nosso espírito de equipa, aqui vão algumas das fotomontagens realizadas. Desafio: adivinhar quem é quem. Ah... E já agora, ameaçamos voltar para o ano.

Países e Povos na Nossa Escola Ao longo dos próximos números darvos-emos a conhecer os países presentes na Escola, através das nacionalidades dos nossos alunos.

Áustria

Nome oficial: República da Áustria Superfície: 83.858 Km 2 População: 8.174.762 (2004) Densidade populacional: 99 hab / Km2 (2004) .Língua oficial: alemão Dia Nacional: 14 de Abril de 1945 Regime político: república federal, sistema multipartidário Constituição em vigor: 1 de Outubro de 1920 (revista em 1929) Capital: Viena Principais cidades: Viena / Graz / Linz / Salzburgo / Innsbruck Moeda: Euro (EUR) Prod. Interno Bruto (PIB): 204.066 milhões de dólares (USD) (2002) PIB/capita: 25.360 USD Esperança de vida: 79 anos Taxa de crescimento da população: 0,14% Taxa de alfabetismo: 99 % Taxa de mortalidade infantil: 0,5 % População urbana: 68 % População rural: 32 % Exportações: máquinas e equipamentos de transportes, ferro e aço, madeira, têxteis, produtos químicos. Importações:petróleo, produtos alimentares, máquinas e equipamentos de transportes,

produtos químicos, têxteis e produtos farmacêuticos.

Microsoft Encarta 2005 (traduzido e adaptado)

Pátio das Laranjeiras, n.º 31 Directora: Albina Santos Silva . Coordenação Editorial: Vítor Roque . Coordenação Executiva: Jorge Pereira, Núcleo de Apoio, Informação, Relações Públicas e Publicações . Redacção: Judite dos Santos, Rosa Alice Dixe, Vítor Roque . Concepção Gráfica e Paginação: Judite dos Santos . Fotografia: Jorge Pereira, Vítor Roque . Colaboração: Alexandra Melo, Ana Manuela Albasini, Maria de Lurdes do Vale, Pedro Bugarin Henriques, Rosa Alice Dixe, Teresa Noronha . Revisão: Rosa Alice Dixe . Produção: Centro de Recursos Educativos, Fevereiro de 2006 Propriedade: Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Ensino e Língua Portuguesa Av. do Palmar, 562 . Caixa Postal 2940 . Maputo . Moçambique . Telefone: 00 258 21 481300 www.edu-port.ac.mz . E-mail: epm-celp@edu-port.ac.mz

20

.

Telefax: 00 258 21 481343


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.