ESCOLA PORTUGUESA DE MOÇAMBIQUE
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CENTRO DE ENSINO E LÍNGUA PORTUGUESA
10 contos ANO V
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NÚMERO 32
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MARÇO 2006
FINALMENTE FINALISTA !
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JORNAL MENSAL
Encontros com a ARTE
Curso de Socorrismo
destaques Finalmente Finalistas Jogos na Água Encontros com a Arte
9-10 11-12
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Curso de Socorrismo 3
EDITORIAL Março é um mês de mudanças: nos países mais temperados e frios, a natureza começa a mudar de roupagens, trocando os trajes de Inverno pelos de Primavera. Mesmo aqui, nos longes das terras de duas estações, o tempo quente começa também, a pouco e pouco, a preparar a sua transmutação em tempo fresco. Tudo muda, portanto. Tudo muda e nada fica igual. Também na nossa escola, na EPM-CELP, há mudanças. Ou melhor, preparam-se mudanças… Em breve, alguns dos nossos alunos irão partir – uns para Portugal, outros para a África do Sul e outros ainda para universidades de outros países… E há também aqueles que irão partir directamente para o mundo do trabalho. Sãos os Finalistas, os alunos do 12º ano que se preparam para partir… que se preparam para nos deixar! E este é um daqueles factos da vida que confirmam o quanto os sentimentos podem ser contraditórios. Este é um daqueles factos da vida em que se mostra que a tristeza pode ser alegre, ou, dito de outra forma, que a alegria pode ser triste. É que estes alunos são, no fundo, a essência da EPM-CELP… A razão da sua existência e funcionamento. Muitos deles estão connosco desde sempre! Desde o tempo em que usavam bibe! Vimolos brincar, vimo-los crescer, vimo-los carregar malas cheias de livros, vimo-los participar em actividades da escola, vimo-los envolvidos em algumas diabruras, vimo-los transformarem-se em homens e mulheres, que já são… Conhecemos até alguns pelos seus nomes próprios: o José, a Lineia, a Lilia, o Atin, a Elieze, o Jayson, a Ilundi, a Mikaela, o Cristiano, a Erica, o Dilesh, o Mayur, a Kiara, o Omair, a Farha, o Rui, o Filipe, a Inês, o Gércio, o João… e tantos outros. E, agora, que os formámos, que lhes ensinámos muito do que são hoje, custa vê-los partir, ao mesmo tempo cantamos e celebramos a sua partida… Por isso se fez a Festa dos Finalistas, por isso apoiámos o Baile dos Finalistas… E, por tudo isso, alegres com a partida, tristes com a despedida, a todos desejamos muitas felicidades… Mas o “Pátio das Laranjeiras” tem outras flores de cheiro, outras notícias e actividades… São os 5ºs anos com os seus “Jogos na Água”, é o 1º Curso de Socorrismo, são os “Encontros com a Arte”, enfim, tantas outras coisas para ler e descobrir. Assim sendo, mais uma vez aqui vos deixo o desafio: descubram-nos lendonos.
A EPM-CELP EM FOCO notícias curtas Audição de Piano A Coordenadora da Área Disciplinar de Educação Musical, Claudia Costa e o professor de piano, Assumane Saíde, organizaram a 1ª audição de piano, que se realizou no dia 16 de Março pelas 16h15m, no Auditório Carlos Paredes, da EPM-CELP. Esta iniciativa tem como intuíto promover a actividade extracurricular ligada a esta área disciplinar: as aulas de piano. Desta forma, os alunos (desde o primeiro ao 3 º ciclos) puderam mostrar as suas habilidades musicais, aprendidas nas aulas e encantaram os espectadores com composições variadas de cariz popular e clássico. Nesse conjunto participou também uma aluna que tocava flauta transversal. Depois dos aplausos, a Presidente do Conselho Directivo, Drª Albina Santos Silva, pediu a colaboração dos pais na implementação da Casa da Música, um projecto que a nossa Escola quer levar adiante, uma vez que considera que a educação artística é uma mais valia na formação global do aluno e do futuro cidadão. Nesse sentido, sempre acarinhou qualquer iniciativa ligada a qualquer tipo de arte, nomeadamente a musical.
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notícias curtas Palavras gentis, que agradecemos O nosso Pátio das Laranjeiras, para além da circulação interna, é todos os meses enviado para enorme quantidade de instituições em Portugal - escolas, Bibliotecas, Governo, Assembleia da República, Ministério da Educação, Inspecção-Geral de Educação, etc., etc. Por vezes, alguns desses organismos, respondem-nos, dando-nos a conhecer o que pensam sobre o nosso trabalho. Desta vez, o grupo de trabalho, que todos os meses se esforça por manter vivo este projecto, agradece as palavras amáveis e de incentivo que nos chegaram do Instituto Internacional de Macau (delegação de Lisboa) e da Inspecção-Geral de Educação, delegação do Algarve, nas pessoas, respectivamente, do Dr. José Lobo do Amaral e do Dr. Joaquim Gago Pacheco.
Estagiários de Psicologia na EPM-CELP O Serviço de Psicologia e Orientação Escolar está, desde 1 de Março de 2006, a fazer a orientação de estágio de 5 estudantes do curso de Psicologia da Universidade Eduardo Mondlane. Os estagiários têm vindo a acompanhar as actividades regularmente desenvolvidas pelas Psicólogas, nomeadamente na implementação de programas de intervenção nas turmas do Pré-escolar, 1º e 3º ciclos no sentido de melhorar o rendimento escolar dos nossos estudantes. Este programa está integrado nos Projectos de formação desenvolvidos pela Centro de Formação da nossa Escola.
A EPM-CELP EM FOCO notícias curtas Oferta de Livros à Biblioteca São verdadeiros tesouros para quem ama a literatura que nos foram oferecidos pela Academia de Marinha e pela Fundação Calouste Gulbenkian este mês! Os títulos de Literatura Portuguesa cobrem grandes autores portugueses desde Camões, Bocage e Soares de Passos a contemporâneos como Nuno Júdice, Ruy Belo e Manuel António Pina. Na poesia, destacam-se: Poesias, de Abade de Jazente, Velhice do Padre Eterno, de Guerra Junqueiro, Odes Modernas, de Antero de Quental, Marília, de Dirceu e as poesias de Tomás António Gonzaga, Sonetos, de Bocage, Poesias de Soares dos Passos, Odes de Ricardo Reis, de Fernando Pessoa, os Sulcos de Sede de Eugénio de Andrade, A Manhã Imensa de Ruy Cinatti, a Poesia Reunida de Manuel António Pina, Clamores de António Ramos Rosa, Clepsidra e Poemas Dispersos de Camilo Pessanha, Cantares de Trovadores GalegoPortugueses de Natália Correia, Todos os Poemas (3 volumes) de Ruy Belo, Antologia de Eugénio de Castro, Poemas de Mário de Sá Carneiro, Poesia Reunida de Nuno Júdice, Mensagem de Fernando Pessoa, Sonetos de Camões, Ode Poética de David Mourão Ferreira e Obra Poética – vol I de João Miguel Fernandes Jorge. No romance, chegaram-nos sobretudo as vozes contemporâneas: O Riso de Deus de António Alçada Baptista, Sinais de Fogo de Jorge de Sena, Alexandra Alpha de José Cardoso Pires, Novos Contos do Gin de Mário Henrique Leiria, a Paixão do Conde de Fróis de Mário de Carvalho, A Noite e o Riso de Nuno Bragança, bem como A Casa Grande de Romarigães de Aquilino Ribei-
notícias curtas
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ro e São Jerónimo e a Trovoada de Teixeira de Pascoais. Uma curiosidade para quem gosta de literatura universal, a versão portuguesa do poema do Cid, do século XII em prosa escrita por Afonso Vieira. Na História, encontram-se a Crónica de D. João I, de Fernão Lopes e Portugal Contemporâneo, de Oliveira Martins, a Descrição da Cidade de Lisboa por Damião de Góis, a Carta de Pêro Vaz de Caminha sobre o Achamento do Brasil A oferta continha também livros técnicos de geografia com destaque para o livro de Copérnico, As Revoluções dos Orbes Celestes, de Economia o Quadro Económico de François Quesnais e de Agricultura, a Rega - dos Primitivos Regadios para as Modernas Técnicas de Rega, de José Rasquilho Raposo, alguns dicionários portugueses e de tradução, alguns títulos de estudos literários e várias enciclopédias. Bem hajam os ofertantes!
algumas estruturas próprias, de entre as quais se poderão destacar, por exemplo, o “Programa Escola Segura”, que, numa perspectiva de prevenção, tem por finalidade definir procedimentos a implementar em casos de acidentes e/ou calamidades (incêndio, terramoto, cheias, deslocação de alunos acidentados…), e o Gabinete de Saúde Escolar, que, numa perspectiva de pós-acidente, possui, no fundo, os mesmos objectivos gerais: tornar mais seguro o espaço de quem estuda.
Prevenir é preciso A nossa escola é grande e possui, por isso, áreas e espaços propensos à ocorrência de acidentes: pavimentos abrasivos, esquinas vivas, escadas, etc.… Para além destes perigos, decorrentes das especificidades do espaço físico, há sempre a possibilidade de acidentes resultantes do manuseamento de ferramentas diversas, utilizadas, quer pelos alunos, nas aulas de Educação Tecnológica, quer pelo Pessoal de Manutenção da Escola (serras, martelos, berbequins, plainas, máquinas de tornear, etc., etc.). Há, assim, que “pré-ver” os perigos e executar procedimentos diversos que os possam evitar e/ou minimizar. É com esse objectivo que a nossa escola mantém activas, no seu seio,
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Socorro, chamem o socorrista!
Curso de Primeiros Socorros na EPM-CELP Foi com esta mesma preocupação de “tornar mais seguro o espaço de quem estuda”, que a Direcção da EPM-CELP apoiou a realização de um Curso de Primeiros Socorros. Este curso, que decorreu no Auditório Carlos Paredes, entre os dias 27 e 31 de Março, foi promovido pela Área Disciplinar de Ciências Naturais, pelo Gabinete de Saúde Escolar e, numa perspectiva de interacção com o meio, pela Cruz Vermelha de Moçambique. Para frequentar este curso, foram seleccionados vários professores de áreas disciplinares diversas, trabalhadores da nossa escola e vários alunos dos 9º, 10º e 11ºs anos. É que, sempre que há um acidente, a ajuda começa sempre por quem está mais perto do acidentado. A partir de agora, essa ajuda passa a ser uma ajuda mais qualificada…
A EPM-CELP EM FOCO notícias curtas “Rei morto, Rei posto…” No tempo da Monarquia era assim… Hoje, a diferença é que a substituição decorre, não por morte, mas por imperativos do sistema democrático! Terminou, no passado dia 9 de Março, o mandato do Presidente da República Portuguesa em exercício, Dr. Jorge Sampaio. Nesse mesmo dia, teve início o mandato de um novo Presidente, que resultou de eleições livres e gerais. Referimo-nos ao Prof. Doutor Cavaco Silva. A Escola Portuguesa de Moçambique, como instituição de ensino democrática que é, pretende formar um cidadão, que seja capaz de entender a sociedade em que vive e de participar activamente nas instituições que a caracterizam. Aproveitando a ocasião, a Presidente e os Vogais do Conselho Directivo da EPM-CELP, procederam a uma pequena cerimónia formal de deposição da fotografia oficial do Presidente da República cessante, tendo explicado, aos alunos convidados a participar na cerimónia, o significado e valor da função do Presidente da República. A cerimónia envolveu alunos dos vários níveis de ensino, desde os mais elevados até ao pré-escolar e 1º ciclo… É que é de pequenino que se começa a aprender a ser cidadão! Aguardamos a chegada da fotografia oficial do novo Presidente, pelo que o local nobre de colocação da mesma, situado na escadaria principal desta instituição, se encontra ainda vazio.
notícias curtas Atentado às árvores Na nossa escola, todos nós aprendemos a ser apreciadores da natureza, desde a Direcção ao aluno recém-chegado ao Pré-Escolar. Os jardins, que envolvem todo o edifício da EPM-CELP, são abundantes e estão bem tratados… E até o espaço exterior, junto aos passeios, foi objecto de uma intervenção de ajardinamento, mandada executar pela Direcção da EPM-CELP. É, por isso, com bastante desgosto que registamos a notícia da destruição gratuita de quatro árvores do exterior. Foram quebradas e os seus corpos, pura e simplesmente, abandonados, no mesmo local, para secar e apodrecer…
notícias curtas “Para um Planeta Diferente, respeita o Meio Ambiente” No âmbito do Projecto Educativo da Educação Pré – Escolar, “Para um Planeta Diferente, respeita o Meio Ambiente”, apresentou-se, no dia 10 de Março, uma dramatização sobre O Planeta Terra, no Auditório Carlos Paredes. Os alunos, vestindo trajes elaborados com material reciclado, cantaram, dançaram e, de forma lúdica, mostraram que reciclar é importante para se proteger a Natureza. O evento foi organizado pelas Turmas C e E do Grupo Pré – Escolar e colaboraram para o sucesso do mesmo todas as outras turmas, Pais e Encarregados de Educação e a restante Comunidade Escolar.
Reciclagem de Materiais
Mais um rebentinho O Diogo Luís, é assim que se chama o mais pequeno rebento que chega à família alargada da nossa Escola, é a nova alegria dos pais, os professores Luísa e Luís Antunes. O pequeno Diogo nasceu com 3,1 Kg e está bem de saúde. O PL faz votos de muitas felicidades aos pais e ao pequenito.
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Estando os alunos do 8º B a trabalhar o tema “Reciclagem de Materiais”, no âmbito da Área de Projecto, a Turma D do 2º Ano foi convidada pelos mesmos para participarem no “Jogo do Lixo”. Através desta actividade, realizada no dia 10 de Março, os alunos do 2º ano aprenderam a separar os materiais para serem reciclados e aperceberam-se das vantagens de uma tal atitude para o Ser Humano e para o Meio Ambiente.
E-mail do “Pátio das Laranjeiras” Aproveitamos este espaço para uma informação sobre nós: é que o “Pátio das Laranjeiras” já tem um e-mail próprio: patiodaslaranjeiras@edu-port.ac.mz
Desta forma, quem nos quiser contactar, criticar, comentar ou sugerir um tema a abordar já o pode fazer de forma directa. O tratamento será personalizado e a resposta certa. Experimentem!
A A EPM-CELP EPM-CELP EM EM FOCO FOCO Encontros com a Arte
REDEmat
Nem só de pão vive o homem, mas também de toda a arte que consegue criar…
No passado dia 8 de Março, realizou-se em Portugal, um dos maiores torneios matemáticos online do planeta, no qual participaram alunos do 3º ciclo do Ensino Básico de escolas de todo o país. Como os objectivos deste tipo de evento são semelhantes às linhas orientadoras do processo de ensino-aprendizagem, vigentes na EPM-CELP, fazendo interagir, de modo simbiótico, o saber e as novas tecnologias de informação e comunicação, torna-se óbvia a associação da “casa amarela” a actividades desta génese. Assim, os alunos dos 7º, 8º e 9º anos da nossa Escola, participaram entusiasticamente, obtendo boas classificações, com destaque para as mais bem posicionadas, a nomear: · 7º ano: equipa Cantor (não relacionada com qualquer clave de sol ou nota desafinada, mas sim em honra de um dos grandes matemáticos de finais do séc. XIX, primórdios do séc XX – “pai” da Teoria de Conjuntos) – composta pelo Jenish Jaientilal e Eduarda Ferreira, que atingiram o nível 14 e classificaram-se em 4º lugar a nível nacional; · 8º ano: equipa Vinyara (uma nova palavra formada por aglutinação, que irá dar muito que falar no panorama matemático “epcelpiano” – composta por Yara Loio e Vinicha, que atingiram o nível 20 (Bravo!) e classificaram-se em 3º lugar a nível nacional; · 9º ano: equipa Baricentro (será o das Bermudas?) – composta por Sheniz Ali e Cheila, que atingiram o nível 20 e classificaram-se em 7º lugar a nível nacional. De destacar, ainda, que mais quatro equipas do 9º ano atingiram o nível 20, prevendo-se uma luta titânica, em que estes ilustres amantes da Matemática se degladiarão entre si, no dia 6 de Abril. Para os restantes alunos, está reservada uma surpresa: em Maio realizar-se-ão as competições Minimat (3º e 4º ano), Maismat (5º e 6º) e Equamat 7º ano, onde os “futuros cientistas”, além de mostrarem mais uma vez, que a Matemática é divertida e estimulante, poderão candidatar-se a prémios valiosos. A EPM-CELP em particular, e a Matemática em geral, agradecem a participação massiva dos nossos alunos! J.C.
Tomando a essência da ideia anterior como máxima, a EPM-CELP tem acarinhado no seu seio, desde longa data, a concretização de qualquer tipo de manifestação artística, desde a pintura à música, do teatro à escrita… De facto, só aliando o saber à cultura se poderá criar o tão necessário cidadão global, homem do futuro! É nesse sentido que a nossa escola tenta caminhar e é por essa razão que a Direcção da EPM-CELP decidiu apadrinhar mais uma iniciativa nesta área: agora, todas as 5ªs feiras, por volta do meio-dia, quando os pais e encarregados de educação vierem buscar os filhos à escola, vão ser surpreendidos com meia hora de arte, que pode ir da música ao teatro, do artesanato à pintura, do profissional ao amador, do artista de fora ao aluno artista cá de dentro… Desta forma, a escola, que é já um centro do saber, pretende assumir-se também como um pólo de cultura e servir de mediador entre a arte, os alunos e as famílias. Durante este mês de Março, concretizaram-se já três Encontros com a Arte. No primeiro, o grupo “Beto & Companhia” trouxe-nos a Mbila, um instrumento tradicional. O diálogo entre as palhetas metálicas da Mbila e os sons flauteados da Chogovia, instrumento de sopro feito com a casca dura de um fruto, a massala, atraíram a atenção de quantos estiveram presentes. No segundo, o mesmo grupo, acompanhado agora por um dos professores de música da casa, o professor Assumane Said, executaram vários trechos de música tradicional e Zimbaweana, destacando-se agora, ao nível dos instrumentos, o batuque e a Timbila, instrumento tipicamente moçambicano, há pouco tempo classificado como património mundial. O terceiro encontro foi todo ele feito com a prata da casa. Os alunos do 6º B, da professora Cláudia Costa, executaram canções de música ligeira portuguesa e o aluno Vishal, do mesmo ano e turma, tocou e cantou uma música do espanhol Enrique Eglesias. No final da sessão, o aluno Thymoth Bell Pereira, do 9º C, executou dois solos em Cornetim. Depois das férias da Páscoa, os encontros vão continuar… Apareça e traga um amigo! V.R.
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A EPM-CELP EM FOCO Dia do
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J.C.
Dia da Árvore No dia 21 de Março, o Grupo Pré – Escolar e o 1º Ciclo juntaram-se para comemorarem o Dia da Árvore. Foi inaugurada, pela Dra. Albina Santos Silva, a Árvore Ecológica, construída pelos alunos com materiais reciclados e, em homenagem à Árvore e ao Ambiente, declamaram-se poemas e cantaram-se canções. O Pré – Escolar apresentou a canção “O Cuco na Floresta”; o 1º ano declamou o poema “A Árvore”; o 2º ano apresentou a canção Terra, esta Terra; o 3º ano declamou um poema e cantou “Uma Árvore é um Amigo” e, por fim, os alunos do 4º ano também declamaram poemas. Para a festa acabar em beleza, todos cantaram “A árvore da Montanha” e o Professor Isac, em jeito de “brinde”, tocou umas musiquinhas animadas para podermos dar um pezinho de dança. A.A.
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PONTOS DE VISTA
PARA ALÉM DAS AULAS
Fernando Gil
Atletismo na Escola
Fernando Gil (1937-2006) foi um dos mais reputados filósofos portugueses, com amplo reconhecimento internacional e inúmeros prémios, onde avulta o Prémio Pessoa de 93. Nascido em Moçambique, só de cá sai depois de concluído o liceu. Frequentou sociologia em Joanesburgo, que abandonou para rumar a Lisboa. Aí se forma em Direito, mas não chegou a finalizar o estágio, preferindo partir, em 61, para França, por razões políticas. No entanto, em 61, publica em Lisboa, na Guimarães Editora, um primeiro ensaio de vocação filosófica, com o curioso nome de Aproximação Antropológica. Na Sorbonne, licencia-se em Filosofia e faz um doutoramento em Lógica, do que resulta La Logique du Nom, publicado em França em 72 e que só seria dado à estampa em Portugal muito depois de 74. O Prémio Pen Club para o ensaio Mimesis e Negação traz-lhe a consagração portuguesa, embora a sua vida académica nunca tivesse deixado de se repartir entre Paris e Lisboa, onde integrava os quadros da Universidade Nova. Publicou, além dos referidos, Provas (1988), Tratado da Evidência (1993), Modos da Evidência (1998) e Viagens do Olhar (1998, em co-autoria com Helder Macedo, outro “filho” de Moçambique), com o qual voltou a ser distinguido pelo Pen Club. Na primeira fase da sua obra, parte das premissas kantianas e questiona-se sobre as condições de um conhecimento objectivo, o que o baliza e valida, e procura tematizar a prova, quer na filosofia, quer na epistemologia científica. Opera depois uma viragem de 180° e a partir de Tratado da Evidência a sua investigação foca precisamente aquilo que dispensa a prova, passando a buscar uma inteligibilidade para a Evidência (tanto na filosofia como no discurso profético e em particular no Padre António Vieira e em Camões), e na esteira de Husserl rejeita ver na evidência “uma fantasmagoria cujos paradoxos são fáceis de denunciar, considerando-a antes como um visar constitutivo do pensamento, talvez o seu pensamento natal” (pag.22). Era irmão de José Gil, outro ensaísta português de grande prestigio internacional e maior fortuna mediática, como o demonstra ter sido escolhido recentemente em França como um dos mais influentes pensadores da actualidade. T.N.
A equipa de atletismo da nossa escola conta com 22 participantes de todos os níveis de ensino, sendo a maioria do 1º ciclo. Aos Sábados à tarde, têm vindo a participar em provas de atletismo, no Parque dos Continuadores, juntamente com atletas federados. Apesar de se encontrarem a competir com atletas federados, os nossos alunos têm demonstrado uma boa participação e empenho. Há já alguns que começaram a apresentar bons resultados. Entre estes, há que destacar, Maria da Conceição, do 5º B, que tem ganho as séries de 60m (F) onde tem participado. Obteve, na última competição, uma marca bastante boa (8,9s aos 60 m), que constituiu, nessa tarde, a melhor marca de todos os femininos no escalão de infantis. Estão de parabéns todos estes alunos que têm sabido representar a escola condignamente. Os treinos de atletismo são às Segundas e Quintas-Feiras, das 14.30 às 17.15, e estão abertos a qualquer aluno interessado, independentemente do escalão etário. A.F.
Judocas em acção No dia 25 de Março, no Átrio Principal da Escola, os alunos dos 2º e 3º anos de escolaridade participaram no Campeonato Escolar de Judo. Embora “participar” fosse o lema do Campeonato, o “bichinho da vitória” fez-se notar. O importante é que, no final, todos ficaram felizes com as medalhas que receberam, independentemente da classificação. Afinal de contas, “ganhar ou perder é desporto”. A.A.
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O SUOR DE QUEM ESTUDA 2.º Ciclo do Ensino Básico Por que não articular os conteúdos da disciplina de Matemática com os de Língua Portuguesa, por exemplo, as figuras geométricas com os contos populares? Na senda de alguns escritores universais, de que são exemplo Edwin A. Abbot e Malba Tahan, também os alunos do 6º ano, em aulas de substituição, fizeram esta “mistura explosiva”. Edwin A. Abbot, escritor inglês do século XIX escreveu O País Plano, uma espécie de aventura matemática passada num país plano, com uma sociedade hierárquica de figuras geométricas regulares, que pensavam, falavam e sentiam como os humanos. Malba Tahan, pseudónimo de Júlio Cézar de Mello e Souza, escritor brasileiro, pedagogo e professor, considerou a Matemática um terreno, por excelência, para transmitir conteúdos pedagógicos de forma lúdica e divertida. É autor de uma obra “O Homem que Sabia Contar, que é uma espécie de As Mil e uma Noites da Matemática. Apreciem estes textos recriados a partir do conto popular “O Patinho Feio” cujas personagens pertencem ao reino da geometria.
O Quadradinho Feio I Há muito e muito tempo, num reino escondido por vales e colinas, havia um castelo misterioso, conhecido em todo o mundo por “Castelo de Geometria”. Lá moravam muito alegres o rei Matemático e a sua rainha Geométrica. Eram muito felizes, mas às vezes, a sua felicidade deixava de existir porque não tinham filhos. Por isso pediram ajuda a uma Fada que era conhecida pela sua bondade e que era muito poderosa. Todos os seus feitiços funcionavam. Então, a Fada Álgebra disse a seguinte fórmula mágica: - “X2= X x X = 2 x 2 = 4”. Quatro filhos terão, meus queridos!! A rainha e o rei ficaram encantados e muito felizes. Passado algum tempo tiveram os quatro filhos como tinha adivinhado a Fada Álgebra: o circulo, o triângulo, o rectângulo e ... outro que era um pouco diferente, o quadrado.
Quando os filhos ficaram pré- adolescentes, o triângulo, o circulo e o rectângulo passaram a troçar do quadradinho e estavam sempre a dizer: és tão feio, que pareces uma besta ao quadrado! És feio… feio…. feio… e, daí em diante o quadradinho passou a ser conhecido por quadradinho feio. E ele tornou-se num quadradinho tão triste, porque pensou que os irmãos não gostavam dele. Por isso resolveu fugir para muito longe, até que encontrou um enorme casarão num país plano. Nesse castelo, havia uma família só de quadradinhos, e o quadradinho pensou: - Será esta a minha verdadeira família? Vou falar com eles e vou-lhes pedir para me adoptar. Entrou no castelo, fez o pedido. Sentiu-se em casa e passou a viver feliz para sempre naquele país plano. Kátia Sousa e Sara Szbman,
O Quadradinho Feio II No lindo e calorento verão, no reino da Matemática, a mãe Geometria teve filhinhos muito traquinas. O Circulo, o Triângulo e o Quadrado. Como o Quadradinho se sentia rejeitado porque os seus irmãos não gostavam dele, resolveu fugir. Como nunca tinha saído de casa, perdeu-se e foi parar a um bairro que estava cheio de rectângulos coloridos. Decidiu, então, perguntar-lhes onde estava. Os Rectângulos responderam: - Estás no Bairro PI. - Obrigado, senhor Rectângulo Azul.- respondeu agradecido o Quadradinho. - Parece-me que andas meio perdido- disse a senhora Rectângulo Verde que era casada com o senhor Rectângulo Verde - podes vir à nossa casa. - Aceito o convite, porque estou cheio de fome. Lá foram. Mais tarde, depois de terem almoçado, o
Quadradinho perguntou: - Porque é que me acudiram? O Rectângulozinho Amarelo, o benjamim da família respondeu: - Porque achamos que és parecido connosco. - Acham mesmo? - Sim, tens quatro lados como nós e quatro vértices como nós. O número quatro é o maior!! – afirmou o Rectângulo Branco, filho mais velho do casal. - Pois é! Agora que dizes isso…. Até me sinto mais feliz! - Gostarias de morar connosco? – perguntou o casal de Rectângulos. - Adoraria!!- respondeu o Quadradinho, que estava muito emocionado. E assim o Quadradinho passou a viver muito feliz com aquela família tão colorida. Gonçalo Vicente, Richad Ferreira
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A EPM-CELP EM FOCO “Finalmente finalista” Como dizia um certo poeta português: “todo o mundo é composto de mudança”… E tinha razão! Mudam-se os dias todos os dias! Mudamse as estações do ano todos as estações do ano, quer sejam elas tropicais ou não! E todos os anos, nas escolas, alguns alunos mudam de escola… ou para se integrarem na vida activa ou para se integrarem noutra escola, ainda “mais superior”, na hierarquia, profundidade e especificação dos conhecimentos. A esses, que terminam com sucesso cada degrau da escada do saber, chamamos nós… FINALISTAS! Também a EPM-CELP, todos os anos, tem o seu grupo de finalistas. Este ano, o grupo dos nossos finalistas é constituído por 97 alunos, distribuídos pelos diferentes cursos do ensino secundário.
Um baile que marca… Como todos os anos, é obrigatório marcar o fim e o recomeço! E é preciso marcá-lo bem, para que fique inapagável na memória de quem o vive… Este ano, o Baile de Finalistas realizou-se, no passado dia 4 de Março, no “Kaya Kuanga”, um empreendimento turístico de Maputo. À hora marcada, os participantes começaram a chegar: os pais, os avós, os tios, os amigos, as alunas e os alunos. Elas, as alunas, quais cinderelas sedutoras, desciam dos seus “coches”, envergando vestidos brancos e vaporosos; eles, os alunos, quais príncipes da actualidade, desciam também dos seus transportes, envergando fatos pretos, bem vincados e encimados por fantásticos e formais “papillons”. Pairava no ar a ambiência de uma verdadeira noite de gala… Consumido o buffet, seguiram-se os discursos de todas as turmas – no meio de esperanças no futuro, ouviramse também agradecimentos a este ou aquele professor especial e evocações deste ou daquele episódio vivido na escola, durante os últimos anos. A Drª Albina, Presidente do Conselho Executivo da EPMCELP, participou também neste pequeno momento formal, proferindo algumas palavras. Mas o tempo passava célere, aproximando, cada vez mais, o clímax da noite: a valsa, tão dura e tão longamente ensaiada nas semanas anteriores. E o momento chegou, enfim, e foi o espanto: pés e corpos habituados ao shake do rock, e a outros ritmos mais pesados, evoluíram compassadamente no espaço… num um, dois, três… um, dois três…elegante e charmoso. Os aplausos foram generosos e merecidos - os ensaios tinham dado resultado! Seguiu-se a valsa com os pais, alguns dos quais mostravam sorrisos enormes, volteando com segurança, enquanto outros pareciam revelar tremuras subtis, próprias de quem já não dança a valsa há algum tempo… Faltava, agora, adoçar a ocasião, pelo que se procedeu ao assalto ao Bolo dos Finalistas. Todos quiseram provar uma fatia doce do seu bolo, rematado por uma enorme cartola… E depois… depois foi o resto da festa. Agora a música
era outra, os ritmos outros mas a alegria era a mesma. Festa cumprida… O Pátio das Laranjeiras aguarda já a próxima. Felicidades a todos os nossos Finalistas! Lembrem-se que os exames estão já aí!...
O rei do Baile… José Luís Nunes Pereira, filho de Luís Joaquim Pereira e de Amélia de Carvalho Nunes, tem 17 anos e é o aluno nº14, do 12º C, que abrange os alunos do 3º Agrupamento, do Curso Económico-Social. Nasceu em Maputo, mas tem nacionalidade Portuguesa. Frequenta a Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa desde a Pré. Embora não tenha ainda decidido com rigor absoluto o seu futuro, pensa, após a conclusão do ensino secundário, tirar um curso relacionado com Gestão, numa das Universidades Portuguesas. As suas expectativas de sucesso são altas, embora se mostre preocupado com Filosofia e Matemática. Vê-se como um jovem como tantos outros, que gosta de praticar futebol, de ler e de ouvir música jovem. A sua disciplina preferida é Geografia. Acha que a EPM-CELP é uma escola interessante, com muito boas instalações, bons equipamentos e que desenvolve, ao longo do ano, muitas actividades de índole cultural e desportiva. De uma maneira geral, acha que os professores são simpáticos e que se esforçam por ensinar bem. Os colegas (especialmente as belas colegas da turma, como referiu) elegeram-no o Rei do Baile… “Obrigado, pessoal” – disse o rei. A Rainha do Baile… Érica Capela de Oliveira, filha de Walter de Oliveira e Margarida Capela, foi a aluna eleita “Rainha do Baile de Finalistas” de 2006. De nacionalidade portuguesa, nasceu em Lisboa, mas veio para Maputo ainda em criança, com apenas três anos de idade, sendo aluna da EPM-CELP desde o PréEscolar. Quanto ao futuro, Érica Capela parece ter já uma ideia definida: tirar um Curso ligado ao Desporto. Assim, é fácil entender que um dos seus hobbies preferidos seja jogar futebol e praticar outras modalidades desportivas. Mas, não se pense que Érica fica por aqui! Não! Gosta também de sair à noite, de estar com os amigos, de ouvir música (Rock e Hip-hop) e até de “ir à escola”. Sobre a EPM-CELP, pensa que esta é uma escola que tem “boas condições para estudar” e onde o ensino é de qualidade. Contudo, pensa também que existem “alguns contras”, como por exemplo, “possuir segurança a mais”, que acaba por não respeitar a privacidade de cada um… Quanto aos exames, que se aproximam, diz com segurança: “Com estudo e aplicação, toda a gente consegue passar!”. Por fim, tal como o Rei, também a Érica agradeceu a todos aqueles que a elegeram Raínha do Baile! “A sério, professor, pode escrever que esta foi uma gran VR de honra para mim!”
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ver fotoreportagem na pág. seguinte
FOTOREPORTAGEM “Finalmente Finalista”
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FOTOREPORTAGEM “Jogos na Água”
Projecto de Articulação Curricular - 5.º ano
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A EPM-CELP EM FOCO Jogos na Água O Dia Mundial da Água, que se celebra anualmente a 22 de Abril, foi assinalado na EPM-CELP com os “Jogos na Água”, uma iniciativa que surgiu como resultado do projecto de articulação curricular do 5.º ano. Estes jogos foram, pois, a concretização de uma série de actividades, onde todas as disciplinas deram o seu contributo. O objectivo essencial deste jogos foi o de proporcionar aprendizagens, em vários domínios, de forma lúdica e criativa. (vide fotoreportagem - pág. 11)
Opiniões dos alunos
5.º A “ Eu sou do 5.º A e participei com as turmas B e C nos Jogos da Água. A nossa turma, com a professora Cláudia, cantou uma canção dedicada à água. Eu gostei Fábio muito de ter participado.”
“No dia 22 de Março, para festejarmos o Dia da Água, tivemos um dia especial. Começou com uma sessão fotográfica, já tínhamos vestidos os coletes e abrimos os Jogos com uma música muito gira. Os alunos do 6.º ano prendaram-nos com uma dança aquática. Os Jogos eram giros e era o Professor Chico o apresentador. Gostei do jogo “A chave perdida no oceano”: espalharam chaves no fundo da piscina e nós tínhamos que encontrar a chave certa e abrir um baú para respondermos a perguntas de todas as disciplinas. Todas elas “metiam água”. Paula Eu fui uma das participantes nos Jogos de Água. No primeiro jogo, já as equipas gritavam pelos seus colegas que estavam em acção. Foi muito animado. No 1.º intervalo o 5.º B estava a ganhar, mas depois deu-se uma reviravolta e o 5.º A consagrou-se vencedor. No meio dos jogos, uma menina sentiu-se mal e o professor Chico atirou-se à água para a ajudar. No final, lançámo-nos todos, os do 5.º A, para a piscina. Afinal, fomos os vencedores!” Ana Alice Os Jogos na Água foram divertidíssimos.Realizaram-se no dia 22 de Março, na piscina da nossa escola. Havia uma diversidade enorme de jogos. O primeiro era o “Jogo das Alforrecas”. Tínhamos que atirar bolas de diferentes cores que se encontravam dentro da piscina, para um camaroeiro que o Francisco segurava, fora da piscina. Nos intervalos houve a actuação dos meninos do Pré- Escolar.” Diogo “No dia 22 de Março, na EPM – CELP, realizaram-se os Jogos na Água, para comemorar o dia Mundial da Água. Eu gostei. Gostei da participação dos alunos do 6.º ano e do pré escolar e gostei muito de participar nos jogos. Connosco, estavam muitos dos nossos professores.” Ana Raquel O jogo de que eu mais gostei foi o da “Estafeta com Competência”. A Maryam nadou bem e com muita velocidade. Sempre que se passava o testemunho para um colega, tínhamos que responder a perguntas das várias disciplinas. Patrícia
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5.º B Na minha opinião, os jogos foram muito divertidos. Gostei muito de participar e acho que foi uma ideia “muita gira” e bem organizada. Os jogos, gostei de todos! Gostei também dos diplomas com as fotos e os peixinhos! Natália Os jogos na água foram muito interessantes, mas a minha turma ficou em último lugar, mas o que interessa é participar e nós participamos e divertirmo-nos. Kiran
“Despoluindo os Oceanos”, foi um jogo interessante! Gostei e fiz muito esforço para ganhar o jogo. Suazilino
Havia muitos jogos, como o “Despoluindo os Oceanos”. Neste jogo, a piscina estava cheia de embalagens de papel, de plástico e latas, e nós tínhamos que colocar o lixo no caixote certo. Os professores estavam muito simpáticos! Ah! Esqueci-me, a dança dos 6.º anos foi bonita! Shezin Nós perdemos, mas isso não é o mais importante. Eu acho que estes jogos foram muito bem preparados e conseguiram fazer-nos felizes. Mayra Eu achei os jogos muito interessantes, porque se realizaram na piscina e era preciso saber nadar muito bem e sabermos muitas coisas de todas as disciplinas. Apesar da nossa turma ter perdido, eu gostei dos jogos. Na próxima vez a nossa turma vai ter muitos pontos. Kayla O dia da água foi muito divertido! Fizemos jogos na piscina. Fiquei um bocadinho triste por perder, mas isso não é o meis importante, pois o que interessa é participar. Alexandra A decoração da piscina estava muito bem feita. O jogo da “Travessia da Lagoa” foi muito giro. Tivemos que resolver um problema de matemática, em que entravam uma couve, uma ovelha e um lobo. Dayana Gostei imenso do dia da água. Os professores deram uma grande ajuda. Se não fossem eles, não nos tínhamos divertido tanto.. Margarida Eu gostei muito dos Jogos na Água! Entrei em três, mas gostei mais da “Travessia da Lagoa”. A nossa turma não ganhou, mas foi divertido na mesma. Laura
CENTRO DE RECURSOS EDUCATIVOS Oficina Didáctica A Oficina Didáctica da EPM-CELP concebeu e imprimiu, no mês de Março, os seguintes produtos gráficos: o Jornal Pátio das Laranjeiras 32, 9 cartazes, 4 convites, e 2 catálogos / desdobráveis. Foi prestado apoio técnico a docentes, no âmbito da produção gráfica e concebidos e impressos outros materiais de apoio, como faixas para decoração de espaços, papel tipo para a impressão de documentos, certificados, etc. Foi através da Oficina Didáctica que se concretizou o processo de impressão serigráfica de 200 t-shirts alusivas ao Dia da Água, a partir de uma selecção de 4 desenhos elaborados pelos alunos do 5.º ano, para esse fim. As referidas t-shirts encontram-se à venda no átrio da Escola, para todos os interessados (vide foto da pág. 11)
Foram ainda efectuados cerca de 3100 registos fotográficos e produzidos 3 filmes de eventos realizados pela EPM-CELP. No que toca a Internet: - registamos, actualmente, cerca de 192.000 visitantes e foram efectuadas 19.741 visitas, em Março. - um blog foi concebido e está já operacional. Participe e expresse as suas opiniões. O endereço é: www.epmcelp.blogspot.com. CRE
CENTRO DE FORMAÇÃO Fundação Gulbenkian A benemérita fundação Calouste Gulbenkian ofertou um valioso conjunto bibliográfico que permitiu actualizar o acervo da nossa biblioteca. O nosso bem-haja!
Academia da Marinha
(20 horas) pelo Dr. Homero da Fonseca. - Curso de Primeiros Socorros, de 27 a 31 de Março (15 horas), pela equipa de Saúde Escolar e monitores da Cruz Vermelha.
O presidente da academia de Marinha, Almirante Ferraz Sachetti e o comandante Malhão Pereira, remeteram – nos uma vasta bibliografia histórica, gesto que muito agradecemos.
Cooperação I
Formação Contínua
Cooperação II
No âmbito da formação contínua foram realizados os seguintes módulos: - Metodologias da Investigação, de 3 a 18 de Fevereiro (36 horas)., pelo professor Dr. Henrique Guimarães. - A História da Escola, de 28 de Fevereiro a 16 de Março (45 horas), pelo professor Dr. Joaquim Pintassilgo. - Software Educativo: Authorware, de 16 a 22 de Março
O projecto das crianças órfãs de Inharrime, das Filhas de Maria Auxiliadora, merece, divulgação. Consulte – se o blog na Internet: www.amigosinharrime.blogspot.com
Foi prestado apoio, em material escolar, á Escola da Organização Esperança, de Magude, que acolhe 160 crianças órfãs.
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NAIRP
PÁGINAS COM HISTÓRIA Gar cia de Or ta – Um na tur alista por ter Garcia natur turalista terrr as da Índia “Favorecei a antigua Sciencia que já Achiles estimou; Olhai que vos obrigua, Verdes que em vosso tempo se mostrou O fruto daquella Orta onde florecem Prantas novas, que os doutos não conhecem. Olhai que em vossos annos Produze huma Orta insigne varias ervas Nos campos lusitanos, As quaes, aquellas doutas protervas Medea e Circe nunca conheceram, Posto que as leis da Magica excederam” (trecho do poema de Luís de Camões ao Conde de Redondo, Vice-Rei da Índia, publicado em homenagem ao livro de Garcia de Orta Colóquios dos Simples e Drogas e Cousas Medicinais da India, e assi dalgumas frutas achadas nella, onde se tratam algumas cousas tocantes a medicina prática, e outras cousas boas pera saber, Goa 1563.)
Em 1563 é editado em Goa (Índia) um livro inédito e notável. A riqueza das informações e as detalhadas descrições das drogas e plantas medicinais indianas nunca, até então, haviam sido estudadas tão pormenorizadamente. Ainda hoje, passados quase quinhentos anos sobre a 1ª edição de Colóquios dos Simples e Drogas e Cousas Medicinais da Índia, o seu valor científico não está desactualizado e permanece em lugar de honra na história da farmacognose. Os Colóquios são seguramente o livro mais interessante e mais original publicado pelos portugueses na Índia durante os séculos XVI e XVII. Constituiu um padrão na história mundial da medicina e desde então é citado como autoridade em alguns domínios, nomeadamente na cólera, cuja primeira descrição se lhe deve. Como se isso não bastasse por si só,a 1ª edição deste livro indo-português contém ainda a primeira poesia impressa escrita por Luís de Camões, na forma de uma ode, dirigida ao então vice-rei da Índia conde de Redondo. Outra característica singular desta obra impressa em Goa em 1563 é o facto de apresentar mais erros tipográficos do que qualquer outro livro impresso até então. O seu autor? Garcia de Orta, alentejano natural de Castelo de Vide, filho primogénito do mercador Fernão de Orta, natural de Valença de Alcântara, e de Leonor Gomes, oriunda de Albuquerque, vila da raia espanhola. Garcia de Orta nasceu provavelmente entre 1549 e 1501. Frequentou as Universidades de Salamanca e Alcalá de Henares durante os anos de 1515-23, e aí estudou Gramática, Artes, Súmulas e Filosofia Natural, acabando por se licenciar em Medicina. Não sabemos qual destas Universidades frequentou primeiro, mas supõem-se que em Alcalá terá estudado botânica sob a orientação de António de Lebrija.1 Em 1521, com a morte de seu pai, Garcia de Orta regressa à vila natal para aí exercer medicina, contudo, só em 1526 é que obtém a carta que lhe permite o exercício da sua arte. Em Fevereiro do ano seguinte, encontramos Garcia de Orta em Lisboa, a concorrer à cadeira universitária de Lógica, contudo não encontrou quem votasse nele, o mesmo sucedendo quando em 1529 tentou conseguir a cadeira de Filosofia Moral e em 1530 quando concorreu a Súmulas.
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Apesar do mau início da sua carreira docente universitária, ainda no final de 1530 consegue a cadeira interina de Filosofia Natural e em 1531 é encarregado de reger interinamente o curso de Filosofia Moral, vago pela saída de Pedro Nunes, eminente matemático de quem se torna amigo. Em 4 de Outubro de 1533, é eleito deputado no Conselho da Universidade. Garcia da Orta ensina aos seus estudantes a importância do estudo das coisas do mundo, o valor da observação, o valor Pormenor da dos sentidos que vêem o novo e o inusitaEstátua de do, e junto com o intelecto trata de inqui- Garcia de Orta rir e descobrir coisas que eram até então (Castelo de Vide) vistas de maneira menos abrangente e verdadeira. A carreira universitária revela-se, apesar de tudo, limitada para a sua incessante curiosidade. As constantes notícias que vai recebendo dos viajantes e aventureiros que chegam do Oriente e do Brasil alimentam o seu desejo de conhecer mais do mundo, das suas gentes, dos seus cheiros, das suas cores. A situação política em Portugal, por estes anos da década de trinta, torna-se cada vez mais complicada para os chamados cristãos-novos. Com efeito, quarenta anos antes, em 1492, os judeus espanhóis são expulsos do seu país, por ordem dos reis católicos, Isabel e Fernando. Muitos destes judeus vêm instalar-se em Portugal e aí reconstroem as suas vidas. Contudo, as pressões em Portugal sobre esta comunidade religiosa vão começar a sentir-se em breve. Em 1497 D. Manuel exige a conversão de todos os judeus portugueses ao cristianismo católico, exigência estabelecida para o seu casamento com a filha dos reis católicos, prometendo, no entanto, que os cristãos novos não serão importunados por questões religiosas durante cinquenta anos. Daí que a partir dessa data se tenha generalizado o termo de cristão-novo para todos os antigos judeus agora convertidos. Apesar da promessa do rei, em 1506, o povo e o baixo-clero em Lisboa iniciam uma série de perseguições e difamações das famílias de cristãos-novos, conduzindo muitos à morte em praça pública. Garcia de Orta era membro de uma destas famílias, e, apesar de formalmente ter aderido ao cristianismo, na prática e de forma clandestina, mantinha com a família o ritual hebraico. Apesar do falecido rei D. Manuel, até à sua morte em 1521, sempre ter adiado a instalação em Portugal do Tribunal do Santo Oficio, vulgo Inquisição, o seu filho D. João III vai agir de forma diferente. Em 1531, por meio da bula Cum ad Nihil Magis, o Santo Oficio chega a Portugal, com o beneplácito do rei, ainda que o seu trabalho só tenha inicio efectivo a partir de 1536. É no contexto destes anos, e na conjuntura difícil para as famílias de cristãos-novos que vivem em Portugal, que devemos ter em conta o caminho traçado a partir de então pelo nosso médico Garcia de Orta. continua na pág. seguinte
PÁGINAS COM HISTÓRIA (continuação da pág. anterior)
Aliando a sua natural curiosidade pelo mundo, com as razões de ordem pessoal que cada vez mais o conduziam a afastarse de Lisboa, Garcia de Orta embarca para a Índia a 12 de Março de 1534. O seu conhecido Martim Afonso de Sousa, regressado do Brasil onde tinha fundado uma vila e iniciado a plantação de cana-de-açúcar, fora nomeado capitão-mor do mar da Índia e é como seu físico que embarca na esquadra a caminho do Oriente. Chegaram a Goa, cidade capital do império português do Oriente, em Setembro desse mesmo ano, não hesitando, tal como mais tarde nos conta nos Colóquios: “ tenho grande desejo de saber das drogas medicinais (as que chamam lá em Portugal de botica) e destoutras mézinhas simples, que qua ha, ou fruitas todas, e da pimenta, das quais cousas queria saber os nomes em todas as línguas, assi das terras donde nascem e das árvores ou prantas que as crião, e assi queria saber como usão dellas os físicos indianos, e tambem queria saber dalgumas outra plantas e friutos, desta terra, ainda que não sejão medicinais, e assi dalguns costumes desta terra, ou cousas que nela acontecerão, porque todas estas cousas ham de ser ditas na verdade”. Durante quatro anos, Garcia de Orta acompanhou Martim Afonso de Sousa nas suas campanhas de mar e de terra na costa ocidental da Índia e desceu de Diu até Ceilão. Quando o capitão-mor regressou a Portugal em 1538, optou por permanecer em Goa e não regressar à capital do Reino. Aí manteve uma lucrativa clínica e actuou como físico-mor de alguns vice-reis e governadores-gerais. Foi também médico de alguns potentados indianos, sobretudo de Bunhan Nizam Shah, sultão de Ahmadnagar, a quem visitava de vez em quando na sua própria capital. Como médico, participa da primeira autópsia realizada em Goa, por ocasião de uma epidemia de cólera em 1543. Mas há algo que o atrai mais do que o cuidar dos doentes. A grande variedade de plantas medicinais e comestíveis, de resinas, de secreções animais, de minérios. Uma inteira e nova matéria médica que é desconhecida dos europeus. Garcia de Orta passa a plantar e comercializar especiarias. Ao mesmo tempo constrói uma plantação de ervas medicinais para o seu estudo. Reúne as informações que lhe chegam de várias fontes. Estuda a nomenclatura local das doenças e dos seus remédios. Compara com o que aprendeu na Europa e trata de encontrar possíveis correlações. Onde não as há, não teme em apontar o novo, não como elemento que vem destruir mas que vem positivamente perturbar e aumentar o conhecimento sobre o mundo. Garcia de Orta dedicou-se ao comércio, tornando-se mercador de “drogas” ou coisas de natureza médica, jóias e pedras preciosas, tendo mesmo um navio para esse efeito. Não há notícia de que tenha navegado para além do cabo de Comorim, mas transaccionou com persas, árabes, malaios e mercadores de toda a Ásia, em “Goa Dourada”, e manteve amizade com médicos e eruditos hindus e muçulmanos. Em 1541, Garcia de Orta casa com Brianda de Solis, oriunda de uma família de cristãos-novos bem conhecida em Portugal e Espanha, de quem teve duas filhas, cuja sorte se ignora.
Inevitavelmente, Garcia de Orta mostrava-se exteriormente como bom católico romano, cultivando a amizade dos padres jesuítas e dos frades franciscanos. No entanto, as suspeitas sobre a sua fidelidade ao judaísmo permaneceram, inclusive, para além da sua morte. Os seus últimos anos são difíceis, enfrentando problemas familiares e financeiros. Morre em 1568. A instalação de um Tribunal da Inquisição em Goa faz descer novamente o ambiente de terror e perseguição sobre todos aqueles que eram suspeitos de heresia. Um ano depois da sua morte, uma das suas irmãs, Catarina, é condenada e queimada viva sob a acusação de “judia impenitente”, e muitos membros da sua família vão parar às prisões do Santo Ofício. Também a sua memória há-de ser contestada e os seus restos mortais violados. Em Dezembro de 1580, os seus ossos são desenterrados e queimados, como era da praxe fazer com os restos mortais dos judaizantes que tinham escapado em vida às garras da Inquisição. A sua obra contudo permanece intocável e conhecerá várias traduções e adaptações, em latim, castelhano, inglês, francês e italiano. Hoje, o nome de Garcia de Orta está perpetuado em Portugal através da atribuição do seu nome a uma escola no Porto, a um hospital em Almada, e, sobretudo, aos bonitos jardins do Parque das Nações em Lisboa, que mantêm, protegem e divulgam árvores e plantas de todo o tipo de climas dos cinco continentes. Jardim que certamente seria muito do agrado do nosso médico e naturalista. P.B.H. 1 António de Lebrija ou Nebrija; Grande humanista espanhol, professor em Salamanca e Alcalá de Henares, escreveu diversas obras sobre cosmografia, botânica e teologia. Foi o autor da célebre Gramática Castellana, editada em 1492, considerada a primeira gramática de uma língua vulgar que se escreveu na Europa.
Frontespício da 1.ª edição da Obra de Garcia de Orta
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ESCOLHAS DA BIBLIOTECA As Grandes Questões de Edgar Morin Veremos com nitidez o que está debaixo dos nossos olhos? Lembramo-nos o suficiente do passado recente? Dos grandes acontecimentos do século que acaba de findar? Duas guerras mundiais, a colonização e as descolonizações, o totalitarismo como forma prevalecente em grande parte da Europa, lutando por um espaço dominante com o imperialismo: que lições tirar dos factos, ainda tão recentes? Será que não esquecemos demasiado rápido, atirando para a noite do passado, os males que permanecem latentes no nosso seio, à espera de fermentar, ocultos e ofuscados por uma matriz dominante? Como perspectivar o futuro se não somos capazes de avaliar o que de passado contém o presente e o que no presente condiciona a nossa representação do passado, da História? O Terceiro Mundo está entre a vida e a morte: 80% da humanidade leva uma vida de sobrevivência, saturada por uma vexante comparação com as imagens de modernidade e progresso veiculadas pelos omnipresentes media. O que nos impede de ver, de saber, de agir? Os finais de século, e de milénio, são simultaneamente fontes de angústia: o ano zero encerra o espectro de anulação civilizacional – e simultaneamente abre-se para a esperança – o zero como renascimento. Encontramo-nos numa encruzilhada política depois da falência das grandes ideologias, arrastadas pela queda dos regimes socialistas. As teorias – tanto científicas como sociais - parecem desfasadas de qualquer contexto, espartilhadas dentro de sistemas de ideias que não comunicam entre si. O homem encontra-se encerrado nos paradigmas que o concebem como homo sapiens (na sua animalidade) e homo faber (homem técnico) ignorando o que contém de homo ludens (ligado ao prazer, ao jogo) e homo demens (capaz de sonhar, de criar, de cometer loucuras). Estes paradigmas reflectem-se nas áreas do conhecimento e ameaçam a esfera política, mutilando-a, impedindo-a de comunicar de forma porosa com a realidade. Temos que repensar o mundo, a informação que recebemos, filtrá-la por um sistema de ideias aberto. Mas acima de tudo, temos que pensar o nosso olhar, o nosso pensamento, as nossas teorias. Importa perceber como as ideias emanam de nós e simultaneamente nos concebem. Temos que rever a verdade como uma construção biodegradável. Temos que olhar para o conhecimento com o distanciamento de um olhar exterior. Temos que ver como se víssemos pela primeira vez, como se para ver tivéssemos que reaprender a olhar. Pensar o que julgamos saber, conhecer o conhecimen-
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to. Perceber como as ideias são como os seres: mortais que lutam encarniçadamente contra a sua mortalidade, criando imunidades contra o que do exterior e do interior as ameaça. Repensar as palavras, os conceitos tidos por realidade, as dicotomias socialismo/capitalismo; esquerda/direita; democracia/ditadura que se encontram reificados, esvaziados de sentido, fossilizados. Voltar a nomear, criar novos conceitos para a realidade que emerge. Olhar simultaneamente para o que unifica uma dada sociedade, o que lhe dá coesão e o que dentro dela se degladia, trazendo à luz a renovação. As sociedades, como os seres, reproduzem-se através de um código genético. Toda a evolução provém do erro, da mutação. Urge olhar para os genes, os nossos como indivíduos, os da sociedade em que vivemos. Ver o que repetimos e o que alteramos. Urge deixar de pensar que o “mal” é sempre exterior a nós. Importa acreditar que em cada um de nós há um M. Hyde e um Jekyll que se alternam e se complementam. Deixar definitivamente para trás a ideia “Luminosa” de progresso contínuo e sopesar o que está oculto pelos sistemas dominantes – os conhecimentos marginais, as formas marginais de vida – e que são fontes potenciais de evolução. Estas são as “As Grandes questões do nosso tempo”, que Edgar Morin levanta. A nós, cabe ir respondendo, em cada gesto, em cada ideia, pesando a nossa percepção, a nossa miopia, através de um pensamento complexo, capaz de se pensar a si próprio, desracionalizando-se. T.N. As GrandesQuestões do Nosso Tempo Edgar Morin; Editorial Notícias, 1994
ROSTOS DA ESCRITA Al Berto na Eternidade (“A eternidade é uma permanência da força que está dentro de nós”) A noite está próxima. O que vejo já não se pode cantar Caminho com os braços levantados, e com a ponta dos dedos acendendo o firmamento da alma. Espero que o vento passe… escuro, lento. Então, entrarei nele, cintilante, leve… e desapareço …………… Ouve-me que o dia te seja limpo e a cada esquina de luz possas recolher alimento suficiente para a tua morte. …………… e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão deixas viver sobre a pele uma criança de lume e na fria lava da noite ensinas ao corpo a paciência o amor o abandono das palavras o silêncio e a difícil arte da melancolia Al Berto
Da leitura destes poemas, e de outros da mesma linha temática, subscrevemos a afirmação que um dia, Eduardo Lourenço, pronunciou algures: “ Al Berto pertenceu a este mundo e a esta linguagem de poetas de um crepúsculo tão dourado por formas tão difíceis de habitar por dentro.” Al Berto é um poeta crepuscular, com uma luminosidade própria do anoitecer, a representar uma certa esperança numa vida que teima em fugir. Nasceu em Coimbra a 11 de Janeiro de 1948 e faleceu consumido por um cancro, em Lisboa, a 13 de Junho de 1997. De seu verdadeiro nome, Alberto Raposo Pidwell Tavares, começou a publicar poesia no final da década de 70, À Procura do Vento num Jardim d’ Agosto. Hoje é tido, pela crítica literária, como um dos mais importantes poetas da sua geração e um dos mais originais, possuidor de um universo de características muito próprias. Detentor de uma lírica de pendor confessional, a sua poesia é um constante grito a traduzir a fragilidade, a vulnerabilidade e o desamparo do ser humano assim como a revolta desesperançada: “Amanheço dolorosamente, escrevo aquilo que posso/estou imóvel, a luz atravessa-me como um sismo/ hoje, vou correr à velocidade da minha solidão”. Também é um poeta provocante, próprio de alguém que rompe com as convenções causando no leitor perplexidade pela utilização de termos e expressões que só os rebeldes utilizam: “Hoje é o dia de coisas simples/ (Ai de mim! Que desgraça!/ o creme da terra não voltará a aparecer!) Como ir contigo ao restaurante/ ler o horóscopo e os pequenos escândalos/ folhear revistas pornográficas/ e demorarmo-nos dentro da banheira…” Al Berto não quis pertencer àquela espécie de poetas, guardiões de segredos e emoções, onde a visão do poeta e da respectiva poesia só fosse entendida e partilhada por alguns entendedores: “Todos os meus livros tiveram um carácter de urgência. A eternidade não
é lerem-me dentro de 50 ou 60 anos ou ficar na história da literatura portuguesa. Só espero que meia dúzia de doidos me leiam agora e isso os toque. A eternidade é uma permanência da força que está dentro de nós”). Ele achava que a única coisa que o poeta pode partilhar é a sua obra:”Eu não sinto necessidade de escrever para mim e acho que a poesia deve ser para toda a gente que a queira consumir… um livro fechado pura e simplesmente não existe.” Também cria que não podia haver uma dissociação entre o autor e a obra: “ Os livros que as pessoas admiram, estão intimamente ligados à vida dos autores, cada vez mais me parece que a atitude dos autores tem muito a ver com a obra e vice-versa, numa aliança perfeita”. A relação entre o poeta e a linguagem é uma relação imediata no sentido de ser uma relação contínua e íntima com a vida e com o que está a comunicar enquanto ser. Como outros autores da sua geração, não pode ser incluído numa determinada “escola literária”: ”A partir do momento em que as pessoas tomam como impulso uma referência autobiográfica deixa de ser possível formar uma escola”. Toda a obra poética de Al Berto, à excepção de alguns inéditos, está reunida no livro O Medo, que obteve o Prémio Pen Clube. Eis, a forma como a sua obra poética foi progredindo:
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OFICINA DE ESCRITA CRIATIVA Jogos de Sons Era uma vez a Liloca que estava a comer pipoca. E apareceu uma minhoca a pedir pipoca e coca. E a Liloca foi comprar coca a uma lota. E o pescador Carioca estava a pedir à Liloca a minhoca. Patrick Franco 3º A
PROVÉRBIOS RECRIADOS
Quem semeia filosofia, colhe sabedoria (Rui Ribeiro, 12ª D) Quem em jovem pouco estuda, em velho não manduca (Amerali Smbo, 11º B) Não vivas para estudar, estuda para viveres melhor (Pedro Aresta, 11º A2) Quem não estuda não merece ajuda (6.ºC) Quem não vai ao dicionário não tem vocabulário (6º C nº11) Quem te ensina teu amigo é (Nuno, Luís e Ricardo – 7ºD) Quem tem paciência, estuda ciência (Catarina Roberto – 6ºC) A contar a contar aprende-se a somar (Marco, Zuber e Énio – 7ºD) Quem vai sempre brincar, não aprende a somar (Catarina, Inez e Aida – 7ºD) Mais vale muito estudar do que no fim reprovar (Denisse Kean, Keilah Silva e Vanessa Melo – 7º D)
Livro a livro enche-se o mundo de sabedoria (Vanessa, 6ºC) Aluno verdadeiro, vale mais do que dinheiro (6.ºC) Mais vale um não satisfaz do que um satisfaz copiado (Jéssica e Raquel, 6ºC) Palavra a palavra enche o aluno o seu diário (Solange- 6ºC) Se de Língua Portuguesa não gostares, analfabeto irás ficar (6ºC) 18
A NOSSA GENTE
PSICOLOGANDO Educação Sexual na EPM-CELP Aos nossos Adolescentes e Jovens, A Educação Sexual nas escolas é uma realidade dos nossos dias já assumida por professores, pais e alunos. O Gabinete de Apoio ao Desenvolvimento Psicossexual dos Jovens foi criado para dar resposta às tuas curiosidades sobre a sexualidade, o auto-conhecimento, os teus comportamentos, sentimentos e emoções envolvidos no teu desenvolvimento psicossexual. É ainda nosso objectivo alertar-te para questões relacionadas com a prevenção de Infecções de Transmissão Sexual (ITS), incluindo HIV-SIDA e a prevenção da gravidez na adolescência. Na nossa escola, a Equipa de Saúde Escolar continua a realizar actividades de educação sexual dirigidas aos nossos alunos a partir do 6º ano. Para além de te podermos receber pessoalmente nos gabinetes da médica e da psicóloga escolares, temos um endereço electrónico que poderás usar sempre que precisares obter esclarecimentos a dúvidas sobre questões relacionadas com a sexualidade. Haverá ainda uma caixa a colocar ao lado da sala da Associação de Estudantes, onde poderás colocar as tuas questões. A.M. e-mail: saudinfajovem@edu-port.ac.mz
Luís Fijamo Uma escola é feita de gente. Com esta rubrica, queremos dar a conhecer a gente que é nossa. Neste número vamos conhecer o Luís. Luís Rodrigues Fijamo, filho de Marciano Rodrigo Fijamo e de Clementina Sebastião Mandlate, nasceu no dia 12 de Julho de 1982, na cidade de Maputo, tendo, por isso, 23 anos. Estudou sempre em escolas de Maputo, ligadas ao sistema de ensino moçambicano. Fez as primeiras quatro classes na Escola Primária da Maxaquene, situada no chamado Bairro Central de Maputo. Da 5ª à 7ª classe frequentou a Escola Completa do Triunfo. Prosseguiu os estudos no Ensino Técnico (Área de Mecânica), tendo frequentado a Escola Industrial 1º de Maio, também em Maputo. A sua primeira experiência no mundo do trabalho ocorreu em 2002, precisamente na nossa escola, sendo, por isso, uma das “mais recentes aquisições” desta instituição. Começou pela função de Pessoal Auxiliar, ajudando a vigiar as crianças da Pré. Foi depois colocado a trabalhar nos quatro laboratórios existentes na Escola (Química, Física, Ciências e Biologia). Aí, tinha que executar a limpeza geral dos espaços, bem como manipular e preparar os materiais necessários à leccionação. Para o desempenho correcto dessa função, recebeu formação específica, que lhe foi fornecida pelo professor Nuno Coelho. Daqui, foi transferido para o Centro de Recursos Educativos, tendo trabalhado na Reprografia. Seguidamente, foi colocado na Secretaria, funcionando como “Caixa”, ficando responsável pelo recebimento das propinas e diferentes taxas. Actualmente, regressou ao CRE, sendo o único responsável pelo Programa “Escola-Plus”, que é um programa informático que serve para registar electronicamente os sumários das aulas, faltas dos alunos e faz também o registo de presenças dos professores. Para além desta função, ajuda em todo o tipo de actividades desenvolvidas no Centro de Recursos Educativos, que envolvem a impressão de impressos diversos e a edição de pequenas publicações, aqui produzidas. Para além disto tudo, o Luís é um “águia” ferrenho: E viva o Benfica! V.R.
Nota da Redacção
Errare humanum est Pois é, “Errar é humano”. E nós, aqui, no “Pátio das Laranjeiras”, também somos humanos, e, como tal, também sujeitos ao erro. Foi o que nos aconteceu no último número, quando dissemos que os Serviços de Administração Escolar, da nossa escola, faziam uma média de 1100 atendimentos por ano. O erro é evidente, pois só no acto de matrícula esse número é ultrapassado. A verdade é esta: os SAE da nossa escola fazem, por ano, não 1100, mas cerca de 11000 (onze mil) atendimentos ao público por ano. Assim sendo, as nossas desculpas a quem assim viu menosprezado o seu trabalho anual… Errare humanum est.
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ÚLTIMA PÁGINA Visitas que nos honraram
Países e Povos na Nossa Escola
Dr. José Lamego
Ao longo dos próximos números dar-vosemos a conhecer os países presentes na Escola, através das nacionalidades dos nossos alunos.
A EPM –CELP recebeu por estes dias, mais precisamente no dia 16, a visita do Dr. José Lamego. De visita a Moçambique, este antigo membro do governo e deputado, que recentemente assumiu papel de destaque no pós-guerra iraquiano como Conselheiro Especial da administração provisória daquele país, não quis deixar de nos presentear com uma visita às nossas instalações que muito o impressionaram e sensibilizaram. É também de referir que o Dr. José Lamego, enquanto Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, esteve directamente envolvido no processo que conduziu à criação e construção da EPM-CELP, sendo de sua iniciativa o desbloqueamento das verbas necessárias à construção do nosso edifício.
Argentina
Nome oficial: República Argentina Superfície: 2.780.400 Km2 População:39.144.753 habitantes (2004) Densidade populacional: 14 hab / Km2 Língua oficial: espanhol Dia Nacional: 9 de Julho (1816 - Ind. de Espanha) Regime político: república federal, sistema multipartidário Constituição em vigor: 1 de Maio de 1853 (revista em Agosto de 1994) Capital: Buenos Aires Principais cidades: Buenos Aires / Córdoba / Rosário / San Justo Moeda: Peso argentino Prod. Interno Bruto (PIB): 102.042 milhões de USD ( 2002) PIB/capita: 2.800 USD Esperança de vida: 76 anos Taxa de crescimento da população: 1,02 % Taxa de alfabetismo: 97,2 % Taxa de mortalidade infantil: 1,6 % População urbana: 88 % População rural: 12 % Exportações: carnes, trigo, milho, lã e produtos da indústria ligeira. Importações: Máquinas e equipamentos, automóveis, produtos químicos, metais, carburantes e produtos agrícolas.
Encarregada de Negócios Estrangeiros de Timor-Leste A EPM –CELP recebeu, também, no passado dia 20 de Março a visita da Senhora Encarregada de Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, Marina Alkatiri, que veio tratar, com a Direcção da EPM- - CELP, dos preparativos para o inicio do curso de Língua Portuguesa que vai ser ministrado a 13 bolseiros timorenses que se encontram em Maputo para prosseguimento de estudos superiores em diversas áreas. A EPM – CELP junta-se assim a este projecto, promovendo a aprendizagem da Língua Portuguesa a estes jovens estudantes. P.B.H.
Microsoft Encarta 2005 (traduzido e adaptado)
Pátio das Laranjeiras, n.º 32 Directora: Albina Santos Silva . Coordenação Editorial: Vítor Roque . Coordenação Executiva: Jorge Pereira, Núcleo de Apoio, Informação, Relações Públicas e Publicações . Redacção: Judite dos Santos, Rosa Alice Dixe, Teresa Noronha, Vítor Roque . Concepção Gráfica e Paginação: Judite dos Santos . Fotografia: Jorge Pereira, Vítor Roque . Colaboração: Alexandra Melo, Ana Albasini, Anabela Ferreira, Piedade Pereira, Pedro Bugarin Henriques, Jeremias Correia . Revisão: Rosa Alice Dixe . Produção: Centro de Recursos Educativos, Março de 2006 Propriedade: Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Ensino e Língua Portuguesa Av. do Palmar, 562 . Caixa Postal 2940 . Maputo . Moçambique . Telefone: 00 258 21 481300 www.edu-port.ac.mz
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