ESCOLA PORTUGUESA DE MOÇAMBIQUE
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CENTRO DE ENSINO E LÍNGUA PORTUGUESA
10 contos ANO V
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NÚMERO 33
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ABRIL 2006
Visita de Sua Excelência o Ministro da Educação e Cultura de Moçambique à EPM-CELP
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JORNAL MENSAL
Comemoração do 32.º aniversário do 25 de Abril
III Masterclass de Violino Destaques Visita de Sua Excelência o Ministro da Educação e Cultura de Moçambique 9/10 III Masterclass de violino Comemorações do 25 de Abril
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EDITORIAL Da sociedade, a escola recebeu um nobre mandato: o de formar as novas gerações. Este mandato tem como principal característica o ser constante e interminável, pois interminável e constante é também a renovação das gerações que constituem a sociedade. Seguidamente, pela mão do Estado, a sociedade elegeu um conjunto de saberes como prioritários e construiu, com eles, cursos estruturados (por ex: Curso de Ciências e Tecnologias), incumbindo a escola de os pôr em prática, de os executar. Mas, formar novas gerações não é só transmitir um conjunto de saberes técnicos, considerados como socialmente úteis e necessários. O homem quer-se total e não apenas reduzido a um conjunto de sabes técnicos. Se assim não fosse, a escola estaria a formar tecnocratas, talvez sem alma… O homem total quer-se sábio, mas também humano, capaz de eleger valores e tomar atitudes eminentemente sociais. Os homens e as mulheres totais do amanhã deverão ser solidários com o próximo, valorizar a paz e a democracia, serem honesto consigo próprios e com os outros, defender a natureza, partilhar experiências, valorizar a igualdade e fugir à facilidade dos estereótipos sexistas e/ ou raciais… E quantos destes valores não nos aparecem espelhados na arte: na literatura, na pintura, na música? A EPM-CELP, como instituição de ensino, tem por meta criar esse homem total, feito de saber técnico e imbuído de valores e arte. Este é o nosso desejo… esse é o projecto educativo da EPMCELP. Este número do nosso “Pátio das Laranjeiras” dá eco de algumas das nossas realizações que tentam concretizar esse desejo. De entre elas, destaco, no entanto, duas: o concerto dos nossos “Pequenos Violinos” (jovens que se fazem homens e mulheres também pela arte) e a comemoração, nas nossas instalações, do Dia da Mulher Moçambicana (um pequeno contributo à Mulher, em geral, e uma pequena acção no sentido de esbater possíveis estereótipos…). Convido-vos, mais uma vez, à leitura.
A EPM-CELP EM FOCO notícias curtas
notícias curtas
EQUAMat Competição de Matemática online
A EPM-CELP foi à TVM
No dia 26 de Abril, no Auditório Carlos Paredes e na presença do Conselho Directivo da Escola, foram divulgadas as equipas vencedoras do Concurso 2006 do EQUAMat. Estas equipas irão representar a EPM-CELP em Aveiro, na final nacional, no próximo dia 3 de Maio. São três as equipas seleccionadas: do 9.º ano - Pryian Geentilal e Renato Azevedo; Jorge Tomás e Patrícia Almeida; do 8.º ano - Yara Loio e Vinicha Govan.
No pretérito dia 30 de Abril, a EPM – CELP participou num concurso inserido no programa televisivo, da TVM, “Tudo ao Domingo!”. Coube-nos defrontar o Colégio Kitabu, nas disciplinas de Matemática e Física, tendo como orientação os curricula da 11ª classe moçambicana. A EPM-CELP foi representada por alunos dos 11.º A, 12,º A e B e pelos professores Jeremias Correia, de Matemática, e Pedro Malheiro , de Física. Desta vez, a vitória não sorriu às nossas cores.
Clínica Dentária Móvel do ISCTEM na nossa Escola No final do segundo período, as turmas do 6o Ano de escolaridade participaram na actividade check-up dentário. Esta actividade consistiu numa visita de uma equipa do ISCTEM constituída por uma Professora Médica Dentista, a Dr.ª Rute Gomes, e os seus alunos finalistas. Na primeira parte da aula foi feita uma apresentação, pelos alunos finalistas, sobre Higiene Oral. Na segunda parte da aula, muitos alunos beneficiaram de um checkup dentário por parte da Dr.ª Rute Gomes, do ISCTEM. A conclusão foi que a maior parte dos alunos não apresentava cárie dentária, o que nos deixa a todos muito felizes.
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A EPM-CELP EM FOCO As comemorações do 25 de Abril na EPM-CELP Qual a cor da Liberdade? / É verde, verde e vermelha. Jorge de Sena
Foi este o mote de Jorge de Sena com que se iniciou a palestra que no dia 26 de Abril decorreu no auditório Carlos Paredes, no período da manhã. Intitulada A Revolução que trouxe a Liberdade, esta palestra foi conduzida por estudantes de História A do 12º ano e dirigiu-se aos alunos do 6º, 9º e 11ºs anos. Também no âmbito das comemorações do 32º aniversário do 25 de Abril e entre os dias 24 e 28 de Abril esteve patente no átrio da escola uma exposição alusiva ao dia da Liberdade. A exposição organizou-se em três tempos: o primeiro situa-se antes do 25 de Abril de 1974 e compreende a ditadura salazarista e o marcelismo, os antecedentes políticos da revolução dos cravos, incluindo a preparação do golpe de estado militar; o segundo engloba todos os acontecimentos ligados ao golpe de estado militar, e finalmente o terceiro situa-se na transição para a democracia que sucedeu a revolução de Abril. Para além dos aspectos históricos, focaram-se as diferenças entre o aparelho político e institucional da ditadura e da democracia, bem como os aspectos sociais que caracterizam estas duas formas de governação. De salientar a investigação exaustiva, rica em detalhes e a apresentação impecável. Estas duas actividades foram organizadas pela área disciplinar de História, responsável pelas comemorações do evento, e contaram com a colaboração empenhada da Professora Adilene de EVT, e da Arquitecta Judite, do CRE, que concebeu o cartaz comemorativo da data. Ainda no dia 26 de Abril, ao longo do dia, exibiu-se no átrio o filme de Maria de Medeiros “Os Capitães de Abril”, ficção histórica que dá conta dos factos que ocorreram na longa noite que conduziu Portugal à democracia, dos ideais que nortearam esta Revolução e do desfecho desta mesma revolução com o afastamento dos “Capitães” que a conduziram. De parabéns todos os que se envolveram nestas actividades que visam não deixar cair no esquecimento os “valores de Abril”, os valores da Liberdade. TN
Turma do 9º ano edita brochura sobre sexualidade e ITS’s No âmbito do trabalho da área de Projecto, e na sequência da investigação feita por estes alunos, sob a orientação da Professora Teresa Murta e da Médica Escolar Dra Patrícia Silva, a turma do 9º B elaborou um trabalho subordinado ao tema estudado: as infecções sexualmente transmissíveis e a sexualidade. Este trabalho deu origem a uma brochura produzida pelo Centro de Recursos Educativos da escola. Nele são abordadas as infecções de transmissão sexual mais frequentes
e para cada uma delas são descritos os principais sinais e sintomas, o agente causador, os meios de transmissão e os tratamentos existentes. A segunda parte da brochura dedica-se à sexualidade – tema discutido na turma com a Médica Escolar. Apresenta-se sob a forma de questões e respostas: da menstruação à primeira relação sexual, do preservativo à pílula, da SIDA às infecções transmitidas sexualmente. Este leque de questões contempla dúvidas que preocupam os adolescentes relativamente aos aspectos sexuais. Esta brochura foi distribuída por todos os colegas do 9º ano e é
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divulgada nas páginas da Internet da escola, para que todos os interessados tenham acesso. TN
A EPM-CELP EM FOCO Bem vindos os livros na Extensão Popular da Biblioteca José Craveirinha! “Toda a acção entra de forma aleatória num jogo múltiplo e complexo de interacções e retroacções de que o actor não tem o controlo nem, muitas das vezes a mais pequena suspeita” E. Morin
Quando em Novembro inaugurámos a extensão pública da Biblioteca Poeta José Craveirinha, criando uma ponte entre a Escola e a Comunidade circunvizinha, estávamos longe de pensar que os frequentadores mais assíduos, ao invés de crianças e jovens a dar os primeiros passos na leitura, seriam antes jovens adultos, estudantes dos ensinos secundário e universitário à procura de livros para realizar os trabalhos de cadeiras ministradas nas suas escolas. As solicitações são muitas, concretas, específicas, os leitores estão ávidos de material, literário, técnico e pedagógico. A demanda é directamente proporcional à dificuldade de conseguir livros para ler e para comprar. As bibliotecas são poucas, de difícil acesso, os livros são um luxo de que poucos podem usufruir. Se os livros expostos cumprem uma determinada função para os leitores de passagem que descobrem por acaso a biblioteca e ali se sentam a ler uma revista, um manual, um livro de histórias, a metodologia de funcionamento para os “habitués” da Biblioteca teve de se adaptar forçosamente às suas necessidades. Eles começaram timidamente por pedir se haveria possibilidade de se encontrar determinado livro, livros sobre determinada matéria. Canalizavam os pedidos através do sr. Orlando, o funcionário da biblioteca que todas as tardes ali se encontra. Nós íamos tentando dar resposta na medida das capacidades da biblioteca. Eles mostram-se satisfeitos. Hoje, há cerca de uma quinzena de estudantes dos ensinos secundário e universitário, que todos os dias chegam com listas de pedidos novos. Resolvemos juntá-los para conversar um pouco sobre a sua vida, a leitura, e a importância que tem a nossa biblioteca para eles. Recolhemos impressões, sugestões, pedidos. Aqui ficam os seus depoimentos, para que desta interacção se produzam resultados enriquecedores para todos nós.
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Moniz, 23 anos P.L: Como soube da existência da Biblioteca? Moniz: Passei por acaso por aqui. Moro no bairro de Polana Caniço B. Falei com o sr. Orlando que foi muito simpático e comecei a vir. PL: Fale-me da importância desta Biblioteca para si? Moniz: Estou a frequentar o curso de Educação Física no Instituto do Magistério Primário. Assim tenho usado os materiais da escola para fazer os trabalhos do curso. Já fiz trabalhos de Psicologia, Pedagogia e Anatomia, bem como um trabalho de Educação Física com base nos livros pedidos à Escola através do Sr. Orlando. Como não existe mais nenhuma biblioteca nesta área para nós, é muito importante. Não temos que apanhar chapa para ir até à Baixa à Biblioteca Nacional cujos livros já estão, também, muito desactualizados. P.L. Já divulgou a biblioteca aos seus colegas? Moniz: Sim. Já divulguei. Infelizmente no dia em que vim com cerca de quinze colegas a biblioteca encontrava-se fechada. P.L. O que pensa do funcionamento? Moniz:Penso que funciona bem. O sr.Orlando é muito atento às nossas necessidades, procura sempre dar resposta aos nossos pedidos. No entanto, acho que o horário é muito apertado. Nós em duas horas não
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A A EPM-CELP EPM-CELP EM EM FOCO FOCO (continuação da pág. anterior)
conseguimos muitas vezes ler o que precisamos. Se fosse possível prolongar pelo menos mais uma hora seria bom. Gostaria de houvesse empréstimo domiciliário para os leitores que são já frequentadores habituais desta biblioteca. P.L. Que livros gostaria que estivessem permanentemente expostos? Moniz: Livros generalistas sobre as várias áreas de conhecimento: psicologia, pedagogia, matemática, desporto, etc P.L. Para além de livros técnicos o que gosta de ler? Moniz: Gosto de ler romances, poesia, linguística. P.L. Costuma comprar livros? Moniz: Não, não costumo. Os livros são inacessíveis para comprar. Os preços praticados não tem nada a ver com o nosso poder de compra. Joaquim Jorge, 21 anos P.L. Sei que gosta de escrever e que tem colaborado com jornais. Inclusivamente já fez um artigo para o nosso jornal. Que tipo de livros procura aqui na Biblioteca? Joaquim: Estou a estudar Letras na Escola Secundária Eduardo Mondlane nas Mahotas e por isso procuro livros de literatura lusófona. Já li bastantes aqui – Miguel Torga, Eça de Queiroz, Bernardo Santareno e esta biblioteca tem-me sido muito útil para ler os autores e
P.L E quanto ao funcionamento da Biblioteca, o que pensa? Augusto: Em geral acho bem, mas nem sempre a biblioteca está aberta. às vezes acontece-me vir, programado para trabalhar e depois não encontro a Biblioteca aberta. Fico desprogramado. Gostaria também que aumentassem o período de leitura e que os leitores assíduos tivessem direito a empréstimo domiciliário P.L. E que obras gostaria que a biblioteca tivesse? Augusto: Eu sou um leitor que lê de tudo – romances, poesia. Mas gostaria que houvesse as publicações dos “Exames Sem Medo” (publicações dos exames oficiais de Moçambique com a resolução) Aissa Mussá, 22 anos Aissa: Descobri este espaço há duas semanas. Fica perto do sítio onde trabalho. Gosto de desenho e tenho aproveitado os livros de EVT, desenho, gramáticas. Também gosto de ler como entretenimento. Os livros que me atraem mais são os de poesia. P.L.O que gostaria de ver alterado? Aissa: O espaço. Temos pouca sombra e isto aqui aquece muito. Se houvesse um alpendre seria muito bom, até porque nos daria outra privacidade. Seria muito bom se fizessem mesas de pedra e estantes fixas e uma estrutura à volta e a cobrir. TN/VR
livros que falam da obra dos autores Mussá, 23 anos Mussá: Sou estudante de Inglês na UEM e tenho procurado aqui livros de literatura e linguística. Gostaria que houvesse um dia específico em que a biblioteca da Escola abrisse as portas para nós sabermos melhor o que lá há e podermos fazer os nossos pedidos. Augusto,20 anos Augusto: Sou estudante de Letras com Matemática e faço música. Gosto de escrever e faço letras para canções. Já tive uma banda. Interesso-me por revistas que tenham uma parte cultural. Nos jornais moçambicanos dá-se pouca importância à cultura. Conheço a revista Proler que fala das iniciativas culturais mas é pouco divulgada.
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TERRA DOS NÚMEROS A lógica da batata Nada é melhor que a felicidade eterna. Um tomate já é melhor que nada. Logo, um tomate é melhor que a felicidade eterna. Imagina um pedaço de queijo suíço, daqueles cheios de buracos. Quanto mais queijo, mais buracos. Cada buraco ocupa o lugar em que haveria queijo. Assim, quanto mais buraco, menos queijo. Quanto mais queijo, mais buraco e quanto mais buraco, menos queijo. Logo, quanto mais queijo, menos queijo. Toda a regra tem uma excepção. Isto é uma regra. Logo, deveria ter uma excepção. Portanto, nem toda a regra tem uma excepção. Disseram-me uma vez que eu sou ninguém. Ninguém é perfeito. Logo, eu sou perfeito. Mas só Deus é perfeito. Portanto, eu sou Deus.
Onde está o erro?
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OFICINA DE ESCRITA CRIATIVA Liberdade Uma Viagem ao país Liberdade Cansei-me! Sou jovem e já me cansei de fazer e ser o que sou. Já me cansei das regras, das restrições, dos deveres e do poder que tudo e todos têm sobre mim. Chamam-me rebelde, malcriado e inútil. Desvalorizam-me, entristecem-me e culpabilizam-me por todos os males cometidos por eles próprios. Na escola ensinaram-me que devia lutar por mim, pelos meus direitos, mas assim que saio sobrecarregam-me com responsabilidades para além das que consigo suportar. Quero fugir, sair daqui, viajar, mudar de vida, libertar-me desta vida horrível, deste pesadelo! Procuro algo que me seja mais objectivo, mais consistente, mais seguro. Quero escolher o que sou e fazer o que quero sem restrições. Quero partir para o país Liberdade. Liberdade, país dos sonhos, da maravilha, do fascinante… País onde a minha alma se contenta apenas em ser livre! País onde não há muros nem grades, onde todas as portas estão abertas…Paraíso das minhas crenças, das minhas aspirações! Mundo da minha alegria, onde me poderia perder no mar da verdade. Liberdade, meu país, onde o meu coração está completo, a minha vida é um prazer e a minha alma, um sopro! Natasha Soeiro
Ser livre é poder saber, falar e escrever o que se tem vontade. Quando estás a fazer um trabalho, não notas ou sentes que os teus pais impedem a tua liberdade? Por vezes, os teus pais aconselham-te a fazeres as coisas à maneira deles. Impedem-te que penses, porque com a sua liberdade estão a impedir a tua. Isso não é ser livre. As pessoas quando não cumprem regras pagam multas. Achas que a liberdade tem regras? Eu acho que a liberdade com regras não é liberdade. Se os teus familiares ou a amigos te disserem:”Não faças isso!”, e, tu obedeceres, não estás a pensar pela tua cabeça, mas pela deles e por isso não fazes o que tens vontade. Pensando bem, ninguém pode fazer tudo o que quer. O que é ser completamente livre? Ser completamente livre é poder falar de tudo o que sinto, fazer tudo que tenho vontade, escrever o que me apetece. Mas se fossemos totalmente livres, seria bom? Não. Quando há uma total liberdade, os ladrões estariam à solta, o mundo seria muito mais poluído e cheio de doenças. Eu acho que o mundo podia melhorar, em termos de liberdade, mas sem excessos. Este texto foi escrito pela minha livre e espontânea vontade, sem regras nem obediências. Ana Cabrita
O Poeta
Bom dia, Livro!
Ouvi crocitos desenfreados vindos, ao que parecia, das lacunas à minha frente, um pouco à esquerda. Corri e espequei, porque vi três homens a correr e a rir-se sarcasticamente, saídos de uma das lacunas. Virei-me e deparei-me com um jovem poeta ferido, caído no chão, cuja expressão transmitia laivos de tristeza. Tinha uma expressão medonha, mas era bonito e moreno. Aproximei-me e estendi-lhe a mão amistosamente. Ele apoiou-se e reergueu-se, a sua expressão ficou instantaneamente inescrutável. Foi assim que a rapariga e o jovem poeta se conheceram. A rapariga adorava poesia daquele jovem, visto ser algo cuja a estética a impressiona. Preferia poemas sobre um quotidiano feliz, que transpareciam felicidade, alegria, paz. Um dia, o poeta dedicou-lhe um poema encantador. Foi assim que a rapariga e o jovem poeta ficaram amigos. Eram muito diferentes e muito parecidos! Por isso discutiam e as suas opiniões eram muito diferentes! Foram ao café da esquina e pediram um copo de água que veio “cheio até à metade”. Ambos miraram o copo. Ela disse que o copo estava quase cheio e ele que estava quase vazio. Ficaram silenciosos…. E concluiram que a história do copo meio cheio e meio vazio relacionava-se com o “prisma da visão” que cada um tem acerca da vida. Enquanto ela era optimista, ele era pessimista. Aí o poeta aprendeu que, por vezes não nos sentimos bem porque não queremos. Às vezes é uma questão de saber ver as coisas, nomeadamente, a vida pelo lado positivo. Apesar de ele ainda não ter arranjado emprego, ele era agora uma pessoa de bem com a vida. Sheniz
Os raios de sol entram pela janela e acordam a menina do seu belo sono. Ela levanta-se e vai directamente para a sua secretária. Lá, ela abre o livro. Menina: Bom dia, livro! Que poesia vais-me ler hoje? De repente como por magia aparece o poeta em pessoa: Poeta: Hoje quem te vai ler o livro sou eu! O escritor desse livro! Menina: Pois bem… mas eu prefiro ser eu a ler. A minha professora está sempre a dizer que preciso praticar a minha leitura. Poeta: Está bem, mas depois de ler vais dizer-me se gostaste do que escrevi, está bem? A menina acabou de ler o poema e o poeta perguntou: Poeta: Então, o que achaste? Menina: Bem… gostei muito, é um poema que fala da amizade e do carinho que sentimos pelos nossos amigos. Poeta: Vejo que entendeste o sentido da poesia! Menina: Ó senhor Poeta, o que te levou a escrever poesia? E porque é que queres saber a minha opinião? Poeta: Primeiro, quero aperfeiçoar as minhas poesias, Segundo, porque quero aprender a ser feliz, e, por último as poesias ajudam-me a resolver os meus problemas. Menina: Que interessante… sabes, acho que também vou começar a escrever. Afinal, a minha professora está sempre a repetir “aprende-se a escrever, escrevendo”. Desculpe, mas agora tenho que tomar o pequeno almoço… Poeta: Até qualquer dia! Menina: Até logo à noite! Leio sempre uma poema, todos os dias, ao acordar e ao adormecer… Ruben
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O SUOR DE QUEM ESTUDA 1.º Ciclo do Ensino Básico Este mês é a vez dos meninos do 1º ciclo mostrarem os seus trabalhos. O tema escolhido foi a “Liberdade” e está integrado no projecto que é comum às três turmas do 4º ano: Viagem no Tempo. Sempre que há um feriado histórico, os finalistas deste ciclo fazem uma viagem ao passado para viverem, com emoção, os acontecimentos da época. Depois escrevem o que sentiram, como podem ver pelos trabalhos apresentados:
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A EPM-CELP EM FOCO Sua Excelência o Ministro de Educação e Cultura de Moçambique visita a EPM-CELP O Ministro da Educação e Cultura de Moçambique, Sr. Dr. Aires Bonifácio Aly, visitou na tarde do passado dia 5 de Abril, as instalações da Escola Portuguesa de Moçambique (EPM)-CELP), tendo inaugurado uma exposição de artes plásticas alusiva ao 7 de Abril, Dia da Mulher Moçambicana. À sua chegada, foi recebido pela Presidente do Conselho Directivo da EPM-CELP, Dr.ª Albina Santos Silva, pelo Embaixador de Portugal em Moçambique, Dr. José de Freitas Ferraz e por membros do Conselho Directivo e da Comunidade Escolar. Assistiu-se depois a algumas actividades culturais, apresentadas por alunos da EPM-CELP e pelo grupo Xigubo Tsacane Xipungana de Matalana, do distrito de Marracuene. Em seguida, foi inaugurada a exposição de homenagem das artistas à mulher moçambicana, Arte no Feminino. No breve discurso de boas vindas, a Srª. Dr.ª Albina Santos Silva, fez uma apresentação sobre o funcionamento desta Instituição de
Ensino, tendo destacado que, actualmente, estudam nesta escola 1250 alunos oriundos de 23 nacionalidades, assistidos por 169 profissionais, maioritariamente moçambicanos, que se dedicam à educação e à formação, desde a Educação Pré-Escolar ao Ensino Secundário. Na sua apresentação, a Presidente do Conselho Directivo, recordou que o Acordo de Cooperação entre Portugal e Moçambique, que estabeleceu a criação da Escola Portuguesa de Moçambique, permitiu o desenvolvimento deste projecto ímpar, que viria a alterar significativamente as relações de cooperação ao nível da educação entre os dois países. Referiu-se, igualmente, aos esforços da Instituição na melhoria da qualidade de ensino, bem como o seu contributo para a formação de professores e agentes educativos moçambicanos, nas mais diversas áreas. Após o discurso da Presidente do Conselho Directivo da EPM-CELP, Sua Excelência o Embaixador de
Portugal em Moçambique, Dr. José Freitas Ferraz, dirigiu-se aos presentes, felicitando esta Instituição pelo seu papel, em prol da Cooperação entre Portugal e Moçambique. Para além de inaugurar a exposição de Artes Plásticas em que estiveram patentes trabalhos de 8 mulheres- artistas, Sua Excelência o Ministro da Educação e Cultura descerrou a placa alusiva à sua visita a este estabelecimento de ensino e, durante quase uma hora, percorreu as instalações da EPM-CELP, informando-se do funcionamento da Escola, nomeadamente dos Serviços de Administração Escolar, da Biblioteca Poeta José Craveirinha, das Salas de Informática, e do Centro de Recursos Educativos. No final da visita assinou o livro de honra da EPM-CELP. Como referimos, presentes no acto, estiveram entre outros, o Cônsul de Portugal em Maputo, Sr. Dr. Eduardo Fernandes de Oliveira, Mestre Malangatana, diversos membros da Comunidade Escolar e outros convidados. BA (vide fotoreportagem - pág.10)
Artistas moçambicanas expõem na EPM-CELP As Artistas Plásticas Moçambicanas Bertina Lopes, Reinata Sadimba, Benilde dos Santos Elias (Madoricane), Luisinha, Anésia Manjate, Olga Dengo, Cármen Muianga e Vânia Lemos exposeram trabalhos seus no espaço escolar, numa exposição alusiva ao 7 de Abril, dia dedicado à mulher moçambicana. Organizado pela Escola Portuguesa de Moçambique, o evento de uma semana, que teve lugar no átrio da Escola, de 5 a 12 de Abril, teve por objectivo homenagear a mulher moçambicana.
Obras como a “Emoção vem de longe”, o “Fulgor de um rosto íntimo”, a “Veemência mora-lá” estas da autoria de Madoricane, juntaramse a “Violência Doméstica” de Luisinha, “Poemas de Esperança” de Bertina Lopes, “Nova Gravidez”, “O Deficiente” e “O Chefe” de Reinata Sadimba, “Ligue-me à Antena 1, Quero falar do HIV” de Anésia Manjate. Olga Dengo, apresentou-se com as suas obras “Caminhando” e “Universo”, tendo Cármen Muianga exibido duas obras “Sem
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título”. Personalidades políticas, diplomáticas e académicas tomaram parte no acto de inauguração desta exposição intitulada “Arte no Feminino”: Sua Excelência, o Ministro da Educação e Cultura de Moçambique, na presença de Sua Excelência o Embaixador de Portugal em Moçambique e da Presidente do Conselho Directivo da Escola e muitos membros da Comunidade Educativa. BA (vide fotoreportagem - pág.10)
FOTOREPORTAGEM Visita do Ministro da Educação e Cultura de Moçambique / Exposição de Artes Plásticas “Arte no Feminino”
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FOTOREPORTAGEM Em Maputo
III Masterclass de Violino
Em Joanesburgo
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EPM-CELP EM FOCO De pequenino é que se tange o violino A Orquestra de Violinos da nossa Escola não pára… Depois dos dois concertos da 3ª Masterclass da EPM-CELP, um realizado no dia 6 de Abril, na Estação Central dos Caminhos de Ferro de Moçambique, e o outo, no dia 6 de Abril, no Salão Paroquial da Igreja de Nossa Senhora de Fátima de Benoni, em Joanesburgo, “Os Pequenos Violinos” estão já quase de partida para mais dois concertos em Portugal. A realização da Massterclass de Violino deste ano foi, mais uma vez, um sucesso, tendo os dois concertos sido efectuados com casa cheia. Este ano, para além de termos contado com a presença generosa dos professores Rui Fernandes e Filipa Poêjo, do projec-
to “Os Violinhos”, e da professora Irene Lima, participaram também dois professores do Conservatório de Música de Setúbal, o professor António Laertes e a professora Inês Vieira. A orquestra de violinos da EPMCELP, que conta este ano com 40 jovens violinistas, irá realizar dois concertos em Portugal. O primeiro, em colaboração com a Academia “Os Violinos”, realizar-se-á no dia 25 de Junho, na Fundação Calouste Gulbenkian; o segundo, a realizar no dia 23 do mesmo mês, ocorrerá na Sociedade Perpétua Azeitonense, em Azeitão, pelas 21:30h, e terá a colaboração do Conservatório de Música de Setúbal. HG (vide fotoreportagem - pág.11)
A NOSSA GENTE Prof. Armindo Bernardo
Armindo José Borges Bernardo nasceu em 1960, em Lourenço Marques. Terminou o Curso de Fomação de Professores de Português da Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane em 1985. Licenciou-se em Linguística pela Faculdade de Letras da mesma Universidade em 1990. Profissionalizou-se no Sistema de Ensino Português e é actualmente Mestrando em Desenvolvimento Social e Pessoal do Departamento de Educação da Faculdade de
Ciências da Universidade de Lisboa, à luz de um protocolo com a nossa Instituição. Leccionas desde 1980, tendo exercido a profissão docente em diversas instituições, do ensino técnicoprofissional ao ensino universitário. Leccionou na Escola Portuguesa de Maputo - Cooperativa de Ensino, de 1993 a 1998. É docente da EPMCELP, desde a sua abertura, em 1999. É Coordenador da Área Disciplinar de Português, onde coordena actividades de organização e gestão curricular, colaborando nas Tertúlias Literárias, Oficina de Língua Portuguesa, Olimpíadas de Português e Semana das Línguas da EPM-CELP. É professor do 3.º Ciclo e do Ensino Secundário, leccionando também a mesma disciplina no Ensino Recorrente, para além de estar envolvido no Projecto Pensas@Moz. É, ainda, Coordenador do Programa Escola-Segura da EPM-CELP.
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Visita de Estudo ao Centro de Investigação e Saúde da Manhiça No dia 21 de Abril, a turma de Biologia do 12º A e as professoras Ana Besteiro e Ana Catarina Carvalho deslocaram-se à Manhiça, para uma visita de estudo ao Centro de Investigação e Saúde. Este Centro tem 10 anos e está na vanguarda da investigação sobre a malária. O trabalho do centro define-se em 3 eixos: pesquisa, preparação do pessoal e assistência clínica. O Centro de Investigação foca o seu objectivo central nas crianças e mulheres grávidas, abrindo, no entanto, espaço aos homens. Os alunos ficaram sensibilizados para alguns aspectos sociais da realidade em que vivemos, nomeadamente, o decréscimo da esperança média de vida para 37 anos, a mortalidade infantil, a ajuda medicamentosa nem sempre adequada às necessidades e o crescente aumento de pessoas infectadas com o HIV, o que agrava o problema da malária. Alunos do 12.ºA
CENTRO DE FORMAÇÃO Apoio
Curso II
Foi concedido, pela EPM-CELP, apoio em material didáctico à Escola Comunitária Rainha da Paz, sediada no Bairro Polana – Caniço A.
Está em curso uma formação especializada, para os docentes da EPM-CELP, em Sociodrama Institucional, monitorada pelo Dr José Cepeda, psicólogo.
Curso I
III Simposium Internacional
A Professora Doutora Maria Odete Valente, Professora Catedrática do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências de Lisboa, ministrou uma acção de formação no âmbito da educação para os valores.
Nos dias 8, 9 e 10 de Maio, tem lugar o III Simposium Internacional - Língua Portuguesa: Diálogo entre Culturas, desta vez dedicado à Viagem na Literatura. NAIRP
CENTRO DE RECURSOS EDUCATIVOS Oficina Didáctica A Oficina Didáctica do CRE é uma das áreas que presta apoio logístico às várias actividades da EPM-CELP. Recordamos os nossos leitores que esta oficina compreende os sectores de Produção Gráfica e Publicações, de Fotografia e Vídeo, Página da Internet e uma Oficina de Arte. No que se refere ao mês de Abril foram concretizados os seguintes produtos / actividades: - Foram efectuados cerca de 1400 registos fotográficos e três filmes, dois da III Masterclass de violino e um do Baile de Finalistas da EPM-CELP; - Foram organizadas e montadas duas exposições e decorados espaços para os eventos da Escola; - Foram produzidos os materiais gráficos para o III Simposium Internacional, a realizar em Maio, nomeadamente, convites, programa e cartaz. Foram ainda produzidos 4 cartazes, 2 catálogos e outro material de apoio às decorações. As actividades de redacção, tratamento de imagem e edição electrónica do “Pátio das Laranjeiras” 32, referente a Março, foram concluídas no início do mês de Abril. Quanto à página da Escola na Internet: www.eduport.ac.mz foram registadas um total de 200 mil visitas (em 3 anos), sendo que, no mês de Abril, fomos visitados 11.046 vezes. As visitas provêm maioritariamente de Portugal e de Moçambique e as informações mais solicitadas são de âmbito didáctico, como planificações, testes de avaliação e outros trabalhos realizados. CRE
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PÁGINAS COM HISTÓRIA Notas sobre a formação e o desenvolvimento das duas cidades capitais de Moçambique: uma abordagem urbanística A Arquitectura, nas suas pluridisciplinaridade e abordagens múltiplas – Urbanismo, Paisagismo, Design e outras artes da construção do espaço, é um dos meios através do qual tentamos criar ordem e procuramos perceber o Mundo, tentando, também para nós, encontrar um porto de abrigo.
ILHA DE MOÇAMBIQUE, a primeira capital No século XVI, a Ilha de Moçambique define-se como um importante porto de escala das armadas portuguesas, de caminho para a Índia, devido à sua localização geográfica estratégica. Apesar das pequenas dimensões, do clima quente e chuvoso e da falta de água e de alimentos, a Ilha de Moçambique foi o centro polarizador dos interesses portugueses no Oceano Índico. Em 1507, foi fundada a feitoria de Moçambique, implantando-se uma fortaleza à imagem dos pequenos castelos de Portugal. Esta fortaleza, conhecida hoje por Fortaleza de São Sebastião, foi mais tarde modernizada, tendo adquirido esse nome. Cerca de 1500, segundo descrições da época, a “povoação de Moçambique consiste num pequeno aglomerado de palhotas escuras da população local (Suhaili) dominadas pelos eirados brancos da residência do xeque e da mesquita” . A construção da 1.ª Fortaleza, estimula as construções provisórias, semelhantes às da população local, proporcionando algum desenvolvimento à Ilha. Com o contacto com os árabes, indianos e europeus, a evolução dos métodos construtivos permite novas construções. São edifícios simples, por vezes decorados com motivos indo-portugueses e com algumas características comuns à arquitectura do sul de Portugal. O desenvolvimento acelerado da cidade, à custa da prosperidade do comércio de bens e de escravos, determina a fundação da vila, em 1773, e sua posterior elevação à categoria de cidade, em 1818. Moçambique é a cidade capital da África Oriental Portuguesa.
A cidade expande-se para oriente, constroem-se novas habitações e executamse arruamentos. O crescimento explosivo que ocorre no final do século XVIII e princípio do século XIX, limita as possibilidades de expansão da cidade. A elevação dos edifícios e a consequente densificação do índice de construção na estrutura urbana existente, são as estratégias adoptadas para resolver os problemas decorrentes da sobrepovoação. A cidade da Ilha atinge o apogeu, no século XIX, revelando-se uma cidade próspera e desenvolvida, onde coabitam populações nativas e imigradas de origens europeia e oriental. Entretanto, a abolição da escravatura, a ocupação efectiva da colónia de Moçambique, após a Conferência de Berlim (Nov. 1884 - Fev. 85), o desenvolvimento do Transvaal e a pressão inglesa sobre o sul do território, promovem novos interesses noutros locais. Lourenço Marques transforma-se no novo pólo económico-político-administrativo e é decretada capital de Moçambique, em 1899. Constrói-se a linha de caminho de ferro que liga o Niassa a Nacala. Nampula evolui para capital do Norte, e Nacala torna-se o porto mais importante da região, servindo as colónias inglesas do Malawi e da Rodésia do Norte (Zâmbia). A Ilha entra definitivamente em declínio, tendo perdido importância política e económica. Do ponto de vista urbano, a Ilha está quase totalmente edificada. A sua estrutura está claramente definida pelas malhas da “cidade de pedra e cal” e da “cidade de macuti”. Em meados dos anos 1950, devido ao
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seu valor histórico, patrimonial e paisagístico a Ilha passa a fazer parte do roteiro turístico da região. A situação do património edificado da ilha degrada-se devido ao colapso do regime colonial e às profundas modificações culturais e sócio-económicas após a independência, em 1975. Mais tarde, com a longa guerra civil, a Ilha recebe uma população várias vezes superior à sua capacidade edilícia e espacial. As infraestruturas de abastecimento de água e saneamento não estão preparadas para tamanha pressão territorial. O sistema urbano entra em colapso. O termo da guerra põe fim à insegurança, mas não faz as pessoas retornarem às suas zonas de origem. Repensa-se a reedificação e o restauro do património, de forma a contemplar a nova realidade e, se algum trabalho se tem feito, muito resta ainda por fazer.Neste âmbito, têm-se procurado novas soluções, sustentáveis, de restauro e de conservação, no horizonte da preservação da traça original. Desde há cerca de 40 anos que Muipiti, a Ilha dos Poetas, que é património mundial da humanidade, vai envelhecendo. São ainda insuficientes as intervenções de manutenção, conservação e restauro, mas a Ilha, parada no tempo, tem esperança, anseia por uma nova luz.
LOURENÇO MARQUES (MAPUTO), uma capital cosmopolita A Baía do Espírito Santo, actual baía de Maputo, denominada pelos ingleses De Lagoa Bay, é descoberta pelos portugueses, provavelmente por João da Nova, em 1502. Nesta região vivem, à época, povos locais divididos em pequenos reinos: Tembe, Mafumo e Matsolo, além continua na pág. seguinte
PÁGINAS COM HISTÓRIA de outros, mais para além da costa. Anos mais tarde, a região é baptizada com o nome de Lourenço Marques, um explorador português que terá chegado a estas terras em 1544 / 1545. Entre os séculos XVI e XVIII, Lourenço Marques não faz parte das prioridades da Coroa Portuguesa, pois a sua localização marginal, em relação aos principais entrepostos comerciais da rota para a Índia, assim o determina. A partir o século XVII chegam a esta região ingleses, franceses, holandeses e austríacos, exploradores e corsários, que se instalam por curtos períodos na zona. Em 1782, é restabelecida a soberania portuguesa. Os portugueses estabelecem-se, inicialmente, numa das ilhas da baía, próxima do estuário e de terra firme, onde a elevação do terreno, o cultivo da terra e a brisa fresca e seca tornam a vida possível. Poucos anos depois, o primeiro governador de Lourenço Marques, faz erguer o presídio, o berço da vila, e inicia o seu povoamento com imigrantes. Em 1882, segundo uma descrição da época, “havia no areal, fechadas em quintais de caniço, as palhotas dos soldados ..., as dos funcionários de Goa, dos poucos moradores brancos que viviam do marfim, as dos mouros e baneanes, que eram artífices do estado, ou comissários dos negociantes de Moçambique, e a Feitoria Comercial com suas compridas casas de pedra, meia dúzia de empregados, e o Monopólio. Na barreira, em frente, ficavam as machambas e as palhotas dos degredados(...) Quando em 1874 começaram a chegar a Lourenço Marques as barcas carregadas de aventureiros da Califórnia e da Austrália com destino aos campos do ouro (nome que se dava ao Rand quando ainda não existia Joanesburgo), o Presídio encheu-se e povoou-se rapidamente, adquiriu bulício, vida nocturna.” Novas habitações são construídas no núcleo da cidade que corresponde à actual Baixa.
O início da construção do porto data de 1784 e, o primeiro parcelamento é traçado em 1786, rumo às zonas mais elevadas da vila (actuais Alto-Maé e Bairro Central). A Praça 7 de Março (hoje, 25 de Junho), é a geratriz desse urbanismo, que recorre ao modelo ortogonal da cidade colonial, de origem Romana, implementado também por outras potências colonizadoras. Um grande incêndio, em 1875, é decisivo para a urbanização da cidade, afastando o caniço para além área recentemente edificada. Abrem-se largas avenidas, ortogonalmente projectadas, e implantam-se novos edifícios. Em 1887, Lourenço Marques é então elevada a cidade e, em 1899, é designada capital da Colónia Ultramarina de Moçambique. A economia da região é impulsionada pelo alargamento do porto e pela construção das linhas férreas para o Transvaal (1895), para a Suazilândia (1912) e, finalmente, para a Rodésia do Sul, actual Zimbábuè (1956), infraestruturas essas indispensáveis ao estabelecimento rentável de corredores de transporte de mercadorias. Após a II Guerra Mundial Lourenço Marques é o principal nó de trânsito para hinterland e transforma-se num importante pólo de desenvolvimento industrial, de comércio e de serviços. Em 1950 o núcleo da cidade é constituído pela Baixa e pela cidade alta. As ruas estão asfaltadas e as redes de abastecimento de água e electricidade e de saneamento encontram-se operacionais. Atraídos pela dinâmica de grande desenvolvimento, chegam novos imigrados da metrópole, aumentando substancialmente a população de origem portuguesa. Com a revolução dos métodos construtivos, consolida-se a zona de cimento: constroem-se moradias de alvenaria e prédios altos com estruturas em betão armado. Os edifícios públicos erguem-se, na sua maioria, à semelhança dos das cida-
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des ocidentais, revelando por vezes características monumentais, do Neoclassicismo e do Funcionalismo, sobretudo. Constroem-se infraestruturas desportivas e de lazer, ajardinam-se espaços diversos... O desenvolvimento atrai a população rural e, em redor da modernidade do betão armado, o caniço amontoa-se, constituindo subúrbios desordenados, e desprovidos de infraestruturas básicas. Após a independência, Moçambique vive uma nova realidade política, económica e social. Em Maputo, tal como noutras cidades, a partida de portugueses, em grande número, e a nacionalização dos prédios de arrendamento vem permitir que uma camada da população, até então sem possibilidade de aceder a habitação sólida, passe a viver em prédios de habitação plurifamiliar e em moradias. A maioria da população mantém-se, no entanto, nas áreas suburbanas, de caniço. Reordenam-se essas áreas, talhonamse outras, de expansão, modifica-se a estratégia de desenvolvimento urbano, traçam-se novas políticas...mas a construção de habitações, de áreas de serviços e de infraestruturas essenciais não acompanha o crescimento acentuado das necessidades. Devido à guerra civil, entre 1980 e 1992 a cidade cresce em população, atingindo entre 1,5 a 2 milhões de habitantes, talvez mais...Cresce a área informal, as poucas infraestruturas existentes degradam-se, não se renova a construção. Mas, com a chegada da paz, a cidade revela-se novamente o principal elo numa nova era de desenvolvimento e fervilha: novas construções surgem e modernizam-se processos. Urge, no entanto, investigar novos modelos e reorientar as estratégias de urbanização e de edificação, sob pena de se atentar contra o ambiente e de se descurar princípios e normas orientadores de um crescimento urbano saudável e regulado. JS
ESCOLHAS DA BIBLIOTECA Capitães de Abril O filme Capitães de Abril traça um itinerário ficcionado das 24 horas que ficarão na história como a Revolução dos Cravos. Orquestrada de forma pacífica por capitães do exército, esta revolta levará à queda de uma ditadura de quase cinquenta anos. São três as personagens que conduzem a narrativa: Antónia, professora universitária, de origem burguesa, irmã de um ministro, faz parte de um movimento de extrema esquerda e está preocupada com o destino de um estudante seu, preso pela PIDE, a política politica do regime. Através dela acompanhamos os grupos que militam na clandestinidade, as prisões políticas, a tortura e também o meio social ligado ao regime, confiante na sua perpetuidade. Manuel é marido de Antónia, mas vive com ela uma relação tensa, desde que regressou da guerra em África. O conflito entre os dois está patente numa cena em que Antónia o acusa de ter perpetrado massacres contra as populações africanas. O que ela desconhece é que também ele está envolvido na rebelião dos capitães e será um dos quatro que ocuparão a emissora nacional. Com ele dar-nos-emos conta da ocupação desta rádio, a partir da qual serão transmitidas as orientações à população e os códigos das operações militares. Finalmente, o capitão Salgueiro Maia, única personagem verídica do filme, encabeça o levantamento militar, sendo o responsável pela rendição do governo perante o MFA. Procurando dar uma panorâmica da situação que se vivia em Portugal nas vésperas da revolução - os soldados cansados da guerra ultramarina, a contestação ao regime agindo na clandestinidade, as prisões políticas e a tortura da PIDE e um governo cegamente convencido do seu absoluto controle e invulnerabilidade - o filme abre com uma sucessão de corpos de africanos massacrados. Numa estação de comboios um soldado, de regresso à base, despede-se da namorada depois de um fimde-semana. Diz-lhe que está para breve a sua partida para África, para a guerra. Ela pede-lhe que fuja, como tanta gente, que apanhe um outro comboio para França, onde segundo ela poderão ser felizes. No entanto, o soldado regressa à base onde o espera, não o castigo pelo atraso à chegada ao quartel, mas o seu superior, o capitão Salgueiro Maia, emerso nos preparativos para a rebelião que marchará sobre Lisboa. O capitão instiga os soldados à rebelião, conseguindo a adesão destes ao Movimento das Forças Armadas. O primeiro passo está dado. Simultaneamente, outras operações estão em curso: quatro oficiais preparam a operação de ocupação da estação de rádio de onde serão difundidos os comunicados.
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Os tanques avançam sobre a capital, ocupam o Terreiro do Paço, cercando os Ministérios. Por duas vezes se tenta um diálogo com as tropas fiéis ao governo. Salgueiro Maia acaba por conseguir que as tropas se passem para o lado do MFA, ao invés de dispararem sobre ele, contrariando as ordens superiores. A cidade amanhece com a população saindo entusiasticamente para as ruas, saudando os soldados, entoando palavras de ordem, canções. As mulheres clamam por liberdade sexual. Uma vendedora de flores distribui cravos com que os soldados enfeitam os tanques. A revolução dos cravos corre pelas ruas de Lisboa, ao som de Zeca Afonso e sob as cores da Primavera de um sonho que floresce. Embora apresentando alguns problemas cinematográficos, ligados à construção das personagens, o filme consegue momentos de grande tensão emotiva como aquele em que após uma tentativa de diálogo entre Salgueiro Maia e um oficial fiel ao regime, este dá ordens aos soldados para dispararem sobre ele. Como resposta ouvimos o silêncio e é silenciosamente que as tropas se passam para o lado do Movimento. Esta cena marca no filme a vitória do movimento e “ouvemse os clamores” da música de Zeca Afonso, o cancioneiro de Abril. A realizadora Maria de Medeiros – ou a menina pelos olhos de quem assistimos à revolução – dá-nos uma imagem de uma revolução pacífica, plena de sonhos de igualdade, liberdade, personificados por Salgueiro Maia. Muitos destes sonhos ficarão por concretizar e conseguimos entrever nos últimos planos do filme uma certa nostalgia do “paraíso perdido”. O que perdura deste sonho é a euforia em que Maria de Medeiros nos faz mergulhar. Para muitos reviver… É um filme histórico que se vê com agrado. TN
ROSTOS DA ESCRITA Eduardo White, o poeta rebelde Serei tudo o que disserem: / poeta castrado, não! José Carlos Ary dos Santos
Rostos da Escrita dedicará este mês a sua página a Moçambique, na voz de Eduardo White, o poeta do amor, como o referiu Lourenço do Rosário, no prefácio de uma Breve Antologia de Autores de Língua Portuguesa, Rostos de Língua, organizado por aquele poeta. Essa antologia, com textos de poetas / escritores da lusofonia, encontra-se na nossa biblioteca José Craveirinha, em vários volumes para quem quiser estabelecer “um primeiro diálogo… com autores que amo nalgumas formas das línguas da minha língua”. (Eduardo White, in Rostos de Língua) Eduardo White nasceu em 1963, em Quelimane. Pertenceu ao movimento literário Charrua, juntamente com outros escritores moçambicanos, de que são exemplo, Ungulani Baka Kossa, Juvenal Bucuane, Filimone Meigos. A sua obra é de pendor confessional, marcada, como não podia deixar de ser pela moçambicaneidade, mas que ultrapassa essa fronteira, e ganha um relevo universal, porque nos seus textos estão presentes a recriação de determinados mitos que fazem parte do nosso inconsciente colectivo. A esse respeito, leia-se o poema narrativo O Homem, a Sombra e a Flor, cheio de imagens visuais, auditivas e tácteis, onde o mito de Eros e Thanatos, assim como o de Narciso e Orfeu estão presentes. Podemos também dizer, de uma forma geral, que a sua obra se encontra dividida em duas partes: uma, de cariz egotista, onde está presente o mundo interior do eu-lírico em busca da sua autenticidade, onde há a manifestação de sentimentos eufóricos:“ Tu que adormeces as órbitas,/a forma primaveril e tolerante/ do amor, tu que és onde as estrelas/ são lentas, as flores acordadas..”; e disfóricos: “ Olho-me eu. São vagos os meus olhos, estes onde me vejo e não me olham. Estou sentado sobre a vida, sobre esse milagre que deveria merecer e de que me queixo”. A outra é satírica, corrosiva e dolorosamente mordaz onde o sujeito poético critica os aspectos negativos presentes no seu país. Sente-se no seu discurso satírico a voz interior do povo moçambicano. Nos seus textos críticos, denuncia por exemplo, os investimentos que proliferam, como por exemplo, o alargamento da
rede de comunicação via satélite em detrimento da isenção no investimento a colmatar as necessidades básicas, como o não abrir um poço : “O silêncio tem dentro muito barulho, mas o país continua a falar mais ao telefone. Com quem fala, então, o país? Não é progresso isso? Quem duvida que na era da casca da árvore e da pedra ainda, em quase todo o significativo território nacional, em vez do poço de água que faz falta abrir, seja levantada uma antena que faz o país dar um salto mortal continuado da lista dos mais pobres do mundo…” Eis as obras que Eduardo White pariu com amor e a fórceps de raiva e dor:
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PSICOLOGANDO O drama da exploração abusiva de fotografias na Internet Hoje em dia vive-se um novo problema, dramático, com os nossos jovens, associado ao admirável mundo da comunicação – a Internet. Frequentemente, jovens adolescentes (rapazes e raparigas) são levados a uma exposição e exploração da sua imagem que os torna verdadeiros objectos nas mãos daqueles que, sem quaisquer escrúpulos, usam e abusam dos que buscam, ingenuamente, o contacto fácil com outros adolescentes que, por detrás de um ecrã, por vezes, escondem a sua timidez. Os blogs, o uso de fotografias para se dar a conhecer e as Webcan, têm sido, infelizmente, muito usados por aqueles a quem já se chamam predadores online. Em seguida é relatado um caso verídico, de como um adolescente de 13 anos se viu enredado numa cadeia de prostituição infantil. “Aos 13, Justin Berry ganhou uma webcam, mas, em vez de conhecer garotas, caiu na rede de predadores online. Em 2000, Justin Berry era um adolescente de 13 anos que morava com a mãe, o padrasto e uma irmã menor em Bakersfield (…). Justin ficou fascinado quando um amigo lhe mostrou uma webcam gratuita que recebera ao assinar o provedor de internet Earthlink. Justin assinou também, ávido por ganhar sua própria câmara. “Eu não tinha muitos amigos”, lembra ele, “e pensei que ter uma webcam ajudasse a fazer novas amizades online e talvez até a encontrar algumas garotas da minha idade.” Assim que Justin ligou a câmara no computador do seu quarto e carregou o software, a sua foto foi automaticamente colocada no potlife.com, um directório de usuários de webcam. Então, ele esperou o contacto de outros adolescentes. Ninguém da idade de Justin o contactou a partir desse registo. Mas, dentro de poucos minutos, foi contactado pelo seu primeiro predador online. Esse homem foi logo seguido por outro e por outro. Justin lembra que as primeiras comunicações com esses homens
foram contactos agradáveis, não ameaçadores. Mas havia algumas coisas estranhas, como homens que fingiam ser garotas adolescentes e depois revelavam a verdade. (…) Esses homens também preencheram um vazio emocional na vida de Justin. O relacionamento com seu pai, Knute Berry, era problemático. Os pais divorciaram-se quando ele era pequeno e, mais tarde, registos na policia mostraram casos de maus-tratos. (…) “Eles elogiavam-me o tempo todo. Diziam que eu era inteligente, bonito.” Justin começou a sentir que pertencia a uma ampla comunidade de adolescentes que tinham seus próprios negócios. Colectivamente, eles eram conhecidos por “camwhores” (prostitutos de câmaras). Justin diz que não compreendia totalmente o perigo que os seus admiradores representavam e, antes de completar 14 anos, foi atraído para fora da relativa segurança do seu lar. Um homem que conheceu online hospedou o site de Justin em Michigan e convidou-o para participar num acampamento de informática. A mãe de Justin permitiu que ele fosse. Outra vez, o mesmo homem o atraiu para Michigan, prometendo-lhe arranjar uma garota para fazer sexo. Em ambas as ocasiões, o homem o molestou. No início de 2003, a vida de Justin fora da internet começou a se complicar. Um ex-colega de classe encontrou vídeos pornográficos na internet extraídos do site de Justin, fez cópias e as distribuiu pela cidade, inclusive para alunos da sua escola. Justin foi surrado (…).”
conhecer gente nova e de te dar a conhecer através de palavras ou de imagens/fotos, reflecte: - Como poderás reconhecer através da Net quem está do outro lado? Quem te garante que as doces palavras que te dizem, virtualmente, não trazem escondidas más intenções que irão comprometer-te? Precisarás tu ouvir palavras bonitas que perigosamente te vêm do desconhecido? Olha à tua volta e vê, quantos amigos de verdade, não virtuais, podem partilhar contigo momentos de convívio verdadeiro! Confia nas pessoas que te acompanham no dia-a-dia, naqueles que vivem contigo bons e maus momentos, naqueles que tu realmente conheces e que te conhecem como tu és. VIVE A TUA VIDA, FELIZ E AUTÊNTICA! AM
notícias curtas Alunos Timorenses Temos agora na nossa Escola, duas vezes por semana, alunos timorenses. É a Língua Portuguesa que nos faz, é a Língua que nos une. Bem-vindos e bom trabalho! .
Extracto de um artigo tirado da revista Activa – Fev 2005 (in The New York Times, Kurt Eichenwald)
Vêm aí os exames!
A circulação de imagens pessoais na net e a sua exploração desviante, toma caminhos, por vezes, sem volta. A curiosidade, a vontade de conhecer, carências, o medo ou o não saber dizer não, frequentemente são responsáveis pela exposição ao desconhecido tornando-se, não raro, em casos de prostituição infantil. Especialmente, para ti, que gostas de
Realizou-se no dia 27 de Abril às 18:00, no Auditório Carlos Paredes, uma reunião da Direcção com os Encarregados de Educação do 9º, 10º, 11º e 12º Anos. A reunião, que foi orientada pela Presidente do Conselho Directivo Dr.ª Albina Santos Silva, teve como
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A EPM-CELP EM FOCO Flora da Escola
A roseira da China ou Hibiscus é um género botânico, com cerca de 300 espécies, inserido na família das Malvaceae, com flores e folhas exuberantes. As flores exalam um odor intensamente perfumado nas noites de verão. O cultivo, tanto ornamental como económico, está disseminado nas regiões subtropicais e tropicais. Hibiscus significa Ísis (deusa egípcia), em grego. Originário da China e Japão, foi introduzido em todo o mundo nos princípios do século XVII. É um arbusto perene, que alcança uma altura até 3-5 metros, por ve-
zes mais, tem folhas ovais, ligeiramente dentadas e flores de cores vivas com estames compridos que ultrapassam a altura da corola. Em climas subtropicais e tropicais a floração é contínua ao longo do ano. Esta planta gosta de luz directa e a temperatura ideal para o crescimento varia entre os 13º e os 21º. A temperatura acima dos 21º devemos humedecê-la. Deve assentar em solos com uma boa drenagem, serem regadas com frequência para manter o solo húmido mas sem ser encharcado. A poda antes do início da estação quente, permitirá retirar os ramos supérfluos. A enxertia é o melhor método de propagação. As pragas mais frequentes são as pulgas. TN
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Hibiscus sp Rosa Chinesa
objectivo essencial, a análise do aproveitamento e comportamento dos alunos e a preparação para os exames. Perante uma plateia cheia, foram apresentados os dados do 2º momento de avaliação, correspondentes à avaliação do 2º Período, comparados com os do 1º Período, ficando os Encarregados de Educação a conhecer as disciplinas “críticas”, ou seja, com maior insucesso, o número de alunos por ano e por turma com mais de duas classificações inferiores a dez valores (no caso do Ensino Secundário) e inferiores ao nível dois ( no caso do 2º e 3º Ciclos), assim como o comportamento das turmas. Neste encontro, a Drª Albina solicitou um maior envolvimento dos Encarregados de Educação no acompanhamento das actividades dos seus educandos, já que os exames estão à porta. MV
Os alunos do 1º Ciclo comemoraram o 25 de Abril Luana Lima, uma aluna da Escola de S. Caetano, em Gondomar, sobre o 25 de Abril, escreveu: Toda a gente sai à rua Para ver e festejar As nossas forças Armadas Que a Pátria vão libertar. O Povo de Portugal Grita por toda a cidade - Viva o 25 de Abril - Viva a Paz e a Liberdade!
Motivados pelo poema da autora, os alunos do 4º ano de escolaridade também saíram das suas salas de aula e, no pátio exterior da Escola, decidiram festejar. Ouviram a explicação do Professor Artur Lobo sobre o significado desta data, leram textos de sua autoria, declamaram poemas, ofereceram cra-
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Classificação científica
notícias curtas vos a quem estava presente e, por fim, cantaram a Grândola Vila Morena, de José Afonso. Os alunos e professores do 3º ano de escolaridade participaram no convívio, mas a festa era para todos, portanto, e sempre recordando José Afonso, “seja bem-vindo quem vier por bem”.
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O Coro Infantil da EPM – CELP cantou para Sua Excelência o Ministro da Educação e Cultura de Moçambique No âmbito das comemorações do Dia Nacional da Mulher Moçambicana, Sua Excelência o Ministro da Educação e Cultura de Moçambique visitou a nossa Escola, como já referido. O Coro Infantil do 3.º ano, que nas suas diversas actuações procura estabelecer uma ponte entre as diversas culturas da Escola, saudou a ilustre visita cantando o “Hino da Escola” e “Sinto-me Orgulhoso de ser Africano”. AA
ÚLTIMA PÁGINA Países e Povos na Nossa Escola
Chamar a Música no Encontro com a ARTE A música e a alegria e a vivacidade estão, vitalmente, associadas à Escola e aos seus elementos mais importantes: os alunos. Foi por isso que Abril foi também um mês musical, pois realizaram-se três Encontros com a Arte, actividade dinamizada pela área disciplinar de Educação Musical, onde se evidenciou a música tradicional moçambicana. No primeiro encontro que ocorreu no dia seis, apresentou-se um grupo constituído por crianças dos 6 aos 15 anos de idade, o Grupo de Dança de Matalane, que dançou o Xigubo, dança tradicional do sul de Moçambique. No segundo, apreciámos a actuação do músico Maneto. Os instrumentos utilizados que mais chamaram a atenção foram a cítara zimbabueana e o xitende. Estes instrumentos foram construídos pelo próprio músico. No terceiro encontro com arte realizado a 27 de Abril, tivemos a ocasião de ouvir e apreciar a actuação do grupo Xitsophe, que em português significa “inesperado”, e que é constituído por 4 elementos e se dedicou à música ligeira moçambicana, com temas originais do grupo. Todas estas actividades foram organizadas e coordenada pela nossa professora de Educação Musical, Cláudia Hutton.
Na continuidade dos artigos dos números anteriores, dar-vos-emos a conhecer os países presentes na Escola, através das nacionalidades dos nossos alunos.
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E-mail do “Pátio das Laranjeiras” Aproveitamos este espaço para uma informação sobre nós: o “Pátio das Laranjeiras” já tem um e-mail próprio:
Nome Oficial: Reino da Bélgica Superfície: 30.528 Km2 População: 10.348.276 (2004) Densidade populacional: 342 hab/ Km2 Línguas oficiais: flamengo, francês e alemão Dia nacional: 4 de Outubro (separação da Holanda - 1830) Regime político: monarquia constitucional e parlamentar Constituição em vigor: 7 de Fevereiro de 1831 (revista em 1993) Capital: Bruxelas Principais cidades: Antuérpia, Gand, Liège, Clarleroi, Bruges, Bruxelas Moeda: Euro Produto Interno Bruto (PIB): 245.395 milhões de USD (2002) PIB/Capita: 23.750 USD (2002) Esperança de vida: 78 anos Taxa de crescimento da população: 0,16% Taxa de alfabetismo: 99% Taxa de mortalidade infantil: 0,5% População urbana: 97% População rural: 3% Exportações: Equipamento industrial e de transportes, produtos químicos, ferro e aço, produtos alimentares, diamantes lapidados e têxteis. Importações: Combustíveis, equipamento industrial e de transportes e produtos alimentares.
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Desta forma, quem nos quiser contactar, criticar, participar, comentar ou sugerir um tema a abordar já o pode fazer de forma directa.
Microsoft Encarta 2005 (traduzido e adaptado)
Pátio das Laranjeiras, n.º 33 Directora: Albina Santos Silva . Coordenação Editorial: Vítor Roque . Coordenação Executiva: Jorge Pereira, Núcleo de Apoio, Informação, Relações Públicas e Publicações . Redacção: Judite dos Santos, Rosa Alice Dixe, Teresa Noronha, Vítor Roque . Concepção Gráfica e Paginação: Judite dos Santos . Fotografia: Vítor Roque . Colaboração: Alexandra Melo, Ana Manuela Albasini, Bernardo Álvaro, Hugo Gomes, Jeremias Conceição, Judite dos Santos, Maria Margarida Vaz, Margarida Esteves, Michele Neves, Pedro Malheiro, Rosa Alice Dixe, Teresa Noronha . Revisão: Rosa Alice Dixe, Teresa Noronha . Produção: Centro de Recursos Educativos, Abril de 2006 Propriedade: Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Ensino e Língua Portuguesa Av. do Palmar, 562 . Caixa Postal 2940 . Maputo . Moçambique . Telefone: 00 258 21 481300 . Telefax: 00 258 21 481343 www.edu-port.ac.mz . E-mail: patiodaslaranjeiras@edu-port.ac.mz . epm-celp@edu-port.ac.mz
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