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Mudança de Direcção
MUDANÇA DE DIRECÇÃO NA EPM-CELP
A EPM-CELP tem uma nova Direcção. A mudança era esperada. Sabia-se que o mandato da Directora da Escola, Dr.ª Albina dos Santos Silva, terminara e que esta se preparava para encetar uma nova etapa da sua vida como indiciava o discurso público proferido por ocasião da Comemoração do 8º aniversário da EPM-CELP.
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No entanto, tudo se precipitou no dia 14 de Janeiro pelas 17:30, quando numa reunião com toda a comunidade escolar a Dr.ª Albina anunciou a cessação oficial das suas funções e da Direcção vigente. Foi então comunicado que a nova direcção seria constituída pela Dr.ª Dina Trigo de Mira, presidente do Conselho Directivo, Dr.ª Alice Feliciano, vogal para a área pedagógica, e pelo Dr. Miguel Carreiras Costa, vogal para a área financeira. Na comunicação feita ficou claro o apoio inequívoco à nova Direcção, especialmente à sua nova presidente, assim como o agradecimento a toda a comunidade educativa pelo empenho e dedicação demonstrados ao longo deste período de trabalho em que muitos sonhos ganharam forma. Foi de estranheza o momento. Embora nos bastidores circulasse a notícia, a verdade dita por quem a detém ganha outra amplitude.
Seis anos e meio de navegação sob a égide de um comandante deixam marcas. A Escola Portuguesa de Moçambique, tal como a conhecemos hoje, deve muito à tenacidade e empenho desta Senhora do Leme que com o seu carisma conseguiu congregar esforços para que a embarcação circulasse já a velocidade de cruzeiro. Neste processo de crescimento a gestão financeira foi, como em qualquer empresa, determinante na construção e
sedimentação do Projecto Educativo nas suas diversas vertentes. O grande responsável por este sector foi o Dr. José Fernandes cujo trabalho meticuloso garantiu a saúde económica da casa.
Esperando pelo início da Sessão de passsagem de testemunho do cargo de Presidente do Conselho Directivo da EPM-CELP.
No dia 15 de Janeiro a Dr.ª Dina Trigo de Mira tomou posse.
Iniciava-se assim uma nova etapa na vida da Escola. Durante a manhã a mensagem foi passando: “Às doze no auditório - homenagem à Drª Albina, é surpresa “ .
Discurso de Despedida.
Assinatura de documentos oficiais.
A comunidade educativa organizou-se e prestou homenagem a quem tanto deu pelo crescimento desta instituição. A emoção imperou neste momento de autenticidade. Entre as palavras ditas, a música tocada e a dança, havia a certeza do reconhecimento sentido por todos quantos prestavam homenagem à Dr.ª Albina e ao Dr. José Fernandes, que não esconderam a emoção suscitada pelo momento. Durante este encontro, houve um gesto que se revestiu de especial significado, tratou-se da oferta de um traje tipíco usado pelas mulheres Moçambicanas, constituído pelo Mukume (duas capulanas unidas por uma renda branca podendo servir, quer para uso pessoal, quer para uso doméstico, por exemplo como colcha), a vemba (uma capulana mais pequena que se coloca num ombro) e o lenço. Podemos traduzir este gesto como uma forma de adopção simbólica da Drª Albina pela Comunidade Moçambicana e, ao mesmo tempo, o reconhecimento do seu valor enquanto mulher.
A passagem de testemunho simboliza a entrada num novo ciclo da vida da EPM-CELP.
Apesar de todo o ambiente inerente à mudança, há a certeza de que a EPM-CELP e o seu projecto Educativo estão de pé, sendo motivo de orgulho de todos quantos o vão construindo. EP
A ATÉ SEMPRE DRª ALBINATÉ SEMPRE DRª ALBIN
MENSAGEM AOS MEMBROS DA DIRECÇÃO CESSANTE
Por ocasião da homenagem prestada pela comunidade educativa aos membros da Direcção cujo mandato findava, os docentes não quiseram deixar de mostrar o seu apreço pelo trabalho levado a cabo por ambos, nomeadamente através da mensagem que abaixo se transcreve. Vale a pena ler!
As sábias palavras de Fernando Pessoa referem que “o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”
É do conhecimento de todos que a vida é efémera, que o tempo passa e nada se repete, todavia, é-nos de todo difícil aceitar tal facto, por mais introspecções que façamos!
A edificação desta Nossa Grande Instituição tem por detrás uma grande mentora, cuja personalidade e carisma não permitiram que nenhum espaço ficasse sem o toque da varinha de condão, que tão sabiamente conseguiu dar vida e transformar até as pedras! E tudo isto, pensando no bem-estar, no desenvolvimento da cultura humana e na progressão científica e profissional de todos aqueles que por aqui passaram, dos que estão e os por vir!
Nada foi fácil, nada surgiu de ânimo leve! Todas as conquistas são fruto de muitas noites de insónia, momentos em que o pensamento permite a concepção de grandes ideias, que se transformam em grandes feitos!
Não nos devemos esquecer do exercício espiritual e físico despendido pela nossa singular Doutora Albina Santos Silva para lidar com a diversidade humana e cultural do amplo quadro que integra e trabalha em prol do engrandecimento desta Magna Instituição! TODOS IGUAIS, TODAVIA, DIFERENTES!
Não nos devemos esquecer, de modo algum, do Doutor José Fernandes, que naquele seu cantinho, sempre silenciosamente, nos acompanhou prontamente, colaborou e providenciou a tempo e horas “o nosso rico dinheirinho”!
LOUVORES À COMUNIDADE EDUCATIVA
O dinamismo que caracteriza a vida das pessoas e das Instituições conduz à mudança.
Chegado o momento da cessação das suas funções como Presidente do Concelho Directivo da EPM-CELP e após seis anos de intenso trabalho em torno da elaboração e operacionalização de um projecto, a Dr.ª Albina considerou pertinente e justo prestar reconhecimento público do trabalho desenvolvido por todos profissionais das áreas pedagógicas,técnico-pedagógicas, administrativas e funcionais desta instituição educativa. O projecto educativo levado a cabo durante este período teve como grande objectivo e citamos a Dr.ª Albina: “Proporcionar à Juventude Moçambicana e de todas as outras nacionalidades residentes em Moçambique, uma educação que atingisse os mais elevados patamares de excelência científica, cívica e artística.”
Ninguém foi esquecido, porque a grande embarcação que é a Escola Portuguesa de Moçambique faz-se ao mar, pelo esforço de cada um dos seus marujos. EP/TN