ESCOLA PORTUGUESA DE MOÇAMBIQUE - CENTRO DE ENSINO E LÍNGUA PORTUGUESA Ano VIII - N.º 67 | Out/Nov/Dez 2009 | DIRECTORA: Dina Trigo de Mira | Maputo - Moçambique
Festa de emoções
Páginas centrais
entrevista
natal PAULA FERNANDES
A nova presidente da APEE quer os pais e encarregados de educação mais envolvidos no quotidiano da EPM-CELP P. 18 e 19
Mistura de artes e tradições renovou laços de convívio e solidariedade
P. 22 e 23
2 | PL | Out/Nov/Dez 2009 PÁTIO DAS LARANJEIRAS
Para ler nesta edição
EDITORIAL
Autonomia e interacção A autonomia é um elemento primordial da dinâmica social de uma escola. A sua ausência anula o próprio acto educativo e as aprendizagens livres e significativas da realidade imediata, da vida e do Mundo. É a autonomia que permite o esforço essencial de concepção e construção do projecto educativo e curricular da Escola com significado claro para todos os membros da comunidade educativa: alunos, professores, pais e encarregados de educação, funcionários e parceiros sociais. Permite, também, a abertura da Escola ao meio envolvente, directo e indirecto, com o qual aprende, evolui, percebe e conquista o necessário sentido humano e social que deve revestir as aprendizagens escolares. A Escola observa a realidade, recolhe informação, processa-a e produz conhecimentos e cultura dinâmicos, evitando a mera reprodução dos padrões dominantes. A autonomia gera a criação de novos conhecimentos, aprendizagens e comportamentos capazes de conferir maior segurança e bem-estar aos membros da comunidade educativa, num mundo marcado pela incerteza e insegurança crescentes. Ao assinalar o 10.º aniversário, a EPM-CELP reafirma a sua vontade e determinação em cumprir o seu desígnio e missão educativos, reflectidos no seu Projecto Educativo. Este beneficia de um contexto social particularmente rico pela diversidade conferida pelo seu enquadramento institucional enraizado em dois países: Portugal e Moçambique. Na interacção com as políticas educativas nacionais de Portugal e de Moçambique a EPMCELP também procura o reforço da identidade e valor do seu Projecto Educativo, que tem por missão servir uma vasta comunidade de falantes e aprendentes da cultura e língua portuguesas.
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POLÍTICA | Nomeação de nova ministra da Educação em Portugal; eleições autárquicas em Portugal e gerais em Moçambique
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EFEMÉRIDES | As actividades da EPM-CELP por ocasião de várias efemérides nacionais, internacionais e mundiais
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ARTES | Histórias várias inspiram dramatizações e expressões plásticas na BE José Craveirinha
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TRADIÇÕES | A Magia da Capulana VISITAS | Visitas de estudo proporcionam consolidação das aprendizagens na sala de aula COOPERAÇÃO | EPM-CELP participou no Seminário Nacional Sobre Leitura e Escrita no Ensino Primário
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PROJECTOS | Disciplina de Área de Projecto abraça, em várias turma, biodiversidade, exclusão social e segurança
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FINALISTAS | “Farwest” e “Halloween” inspiraram actividades da Comissão de Finalistas
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10.º ANIVERSÁRIO EPM-CELP |
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ENTREVISTA | As ideias e projectos de Paula Fernandes, a nova presidente da Associação de Pais
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PAZ | Alunos da EPM-CELP lembram à comunidade o valor essencial da paz em Moçambique
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SAÚDE | Como o Pré-Escolar desfeiteou o vírus H1N1 da Gripe A e a EPM-CELP combate a diabetes
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NATAL 2009 | A mistura de tradições luso-moçambicanas e a euforia das festas no Pré-Escolar
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EPM-CELP | O dinamismo e a multiplicidade de funções do Centro de Recursos Educativos
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INICIATIVAS | As vogais subiram ao palco do Auditório Carlos Paredes; Maputo para crianças e o Clube de Jornalismo
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“PSICOLOGANDO” | A importância do apoio psicológico e ori-
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LEITURA | As propostas e análises críticas de livros na rubrica “Palavra empurra Palavra”
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COOPERAÇÃO | EPM-CELP viabiliza entrada em funcionamento da biblioteca da Escola Primária Polana Caniço A
A DIRECÇÃO
Todas as ocorrências das comemorações do 10.º aniversário da EPM-CELP
entação escolar no quotidiano da EPM-CELP
NOTA DO EDITOR presente edição do “Pátio das Laranjeiras” reporta-se aos meses de Outubro, Novembro e Dezembro de 2009, período de cobertura mais alargado do que vinha sendo habitual. Esta medida visa retomar, no mais curto espaço de tempo, a periodicidade mensal da publicação, conferindo-lhe, desta forma, mais actualidade e pertinência. Enquanto tal não for possível, a publicação será bimestral pelo estrito tempo necessário à regularização da periodicidade desejada, quer em termos do período de cobertura informativa quer nos seus prazos de publicação. Desta forma, a próxima edição do “Pátio das Laranjeiras” será publicada em Março e corresponderá ao período informativo Janeiro-Fevereiro 2010. Na base desta medida estão razões de vária ordem, mas re-
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levam as relacionadas com a disponibilidade dos recursos humanos necessários à regular produção do “Pátio das Laranjeiras” no quadro mais alargado da sua integração no conjunto das actividades de comunicação interna e externa da EPM-CELP. Numa segunda ordem subsistem razões associadas aos métodos de produção editorial e gráfica, que estão a merecer uma atenção particularizada, tendo em vista o aumento da qualidade global da publicação. Com esta opção, o “Pátio das Laranjeiras” espera suscitar um maior interesse e mais atenção dos nossos leitores, bem como assumir um papel verdadeiramente mais activo enquanto parceiro educativo na comunidade alargada da EPM-CELP. O Editor
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EPM-CELP INFRA-ESTRUTURAS
ELEIÇÕES
Paula Fernandes eleita presidente da APEE da EPM aula Fernandes foi eleita presidente da Direcção da Associação de Pais e Encarregados de Educação da EPM-CELP na Assembleia-Geral realizada no passado dia 29 de Novembro. Implicar cada vez mais os pais e encarregados de educação na vida escolar, através, fundamentalmente, de uma maior comunicação entre os membros da associação, é uma das linhas mestras do programa da lista encabeçada por Paula Fernandes. O novo elenco dirigente da APEE é constituído pelos seguintes elementos:
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A zona de obras foi devidamente isolada para permitir segurança e eficácia nas operações
Campo polidesportivo vai ter cobertura rrancaram em Novembro último as obras de cobertura e beneficiação do campo polidesportivo que vão melhorar as condições da prática da Educação Física e Desporto na EPM-CELP. O projecto, da autoria do arquitecto José Forjaz, prevê, na primeira fase, a cobertura do campo em chapa metálica, suportada por uma estrutura de betão e madeira, e a requalificação do pavimento. A cobertura comportará as naves central e as duas laterais sobre as bancadas, a erigir futuramente. A segunda fase do projecto contemplará a electrificação do campo polidesportivo, permitindo, assim, a sua utilização nocturna. A empresa José Forjaz Arquitectos venceu o concurso de elaboração do projecto e fiscalização da construção, a qual
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ASSEMBLEIA GERAL
Presidente - Eduardo França Vice-Presidente - Margarida Barbosa Secretário - Paulo Sousa DIRECÇÃO
Maqueta do campo polidesportivo renovado foi adjudicada à Stefanutti Bressan Construções, que a deverá concluir no prazo de 75 dias. As obras de beneficiação do campo polidesportivo foram motivadas pela necessidade de atenuar os efeitos negativos das altas temperaturas e chuvas no Verão que, por norma, dificultavam as aulas de Educação Física naquele espaço.
RECURSOS HUMANOS
Manuela Barbosa cessou funções na EPM-CELP beira de completar seis anos de permanência Manuela Barbosa deixou o cargo de coordenadora dos Serviços Administrativos da EPM-CELP, em 31 de Dezembro último. Motivos pessoais e familiares estão na base da sua decisão. Admitida em 2004, Manuela Barbosa soube traçar um percurso profissional que a levou ao desempenho da mais alta função no sector administrativo ao fim de dois anos de serviço na EPM-CELP, tendo assumido aquele cargo em 2006. Manuela Barbosa foi homenageada pela Direcção da EPM-CELP pelo seu profissionalismo, competência e dedicação no decorrer da última Festa de Natal na presença de todo o pessoal docente e não docente. O “Pátio das Laranjeiras” deseja a Manuela Barbosa os maiores sucessos pessoais e profissionais.
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Presidente - Paula Fernandes Vice-Presidente - Rodrigo Rocha Secretário - Rehana Ismail Tesoureiro - José Fernandes Vogais - Mariana Lima, Sandra Roque e Carla Cristóvão CONSELHO FISCAL
Presidente - Susana Ferrão Vogais - António Lima e Patrícia Costa SUPLENTES
João Trincheiras e Eduarda Valente
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política
PORTUGAL
Isabel Alçada nomeada ministra da Educação
Resultados das eleições autárquicas Partido Socialista venceu o terceiro acto eleitoral realizado em Portugal em 2009 com maiorias nas três frentes autárquicas: presidências de câmara, assembleias municipais e assembleias de freguesia, com mais de 36 por cento dos votos em cada uma. O PPD/PSD foi o segundo partido mais votado naquelas mesmas frentes, com pouco mais de 22 por cento. Estas duas formações políticas repartem entre si a grande maioria das presidências de câmara, com 132 para os socialistas e 117 para os sociais-democratas. Semelhante equilíbrio de forças se verifica ao nível das presidências das 4015 juntas de freguesia, das quais 1580 pertencem aos socialistas e 1525 ao PPD/PSD. A abstenção foi de 40,99 por cento e o número de votos em branco foi muito próximo dos 100 mil, no que se refere à eleição das câmaras municipais. %
Presid.
PS
37,67
132
PPD/PSD
22.95
117
PCP-PEV
9.75
28
PPD/PSD.CDS-PP
9.71
19
Grupo Cidadãos
4.07
7
CDS-PP
3.09
1
BE
3.02
1
PPD/PSD.CDS-PP.MTP.PPM
2.96
1
1.8
1
PPD/PSD.CDS-PPPPM.MPT
1.26
1
PCTP/MRPP
0.26
0
MPT
0.2
0
PND
0.13
0
MEP
0.04
0
PPD/PSD.CDS-PP.MPT
0.03
0
MMS
0.03
0
PPM
0.03
0
PNR
0.02
0
PTP
0.01
0
PPD/PSD.CDS-PP.PM
sabel Alçada assumiu a pasta da Educação do Governo de Portugal saído das eleições legislativas realizadas em 27 de Setembro de 2009. Escritora, de 59 anos, a actual ministra da Educação visitou a EMP-CELP em Setembro de 2008, tendo dialogado com alunos de algumas turmas, no Auditório Carlos Paredes, onde promoveu o interesse pelos livros e hábitos de leitura, e reunido com professores na Biblioteca Escolar José Craveirinha. Isabel Alçada recebeu a distinção de Grande-Oficial da Ordem do Infante D.
Henrique, em 2006, é licenciada em Filosofia e mestre em Análise Social da Educação, integrando os quadros da Escola Superior de Educação de Lisboa, onde é professora-adjunta na área da Sociologia da Educação, desde 1985. Entre outros cargos e funções de natureza pública que desempenhou na área da Educação, Isabel Alçada, sucessora de Maria de Lurdes Rodrigues no Governo de Portugal, foi, desde 2006 até à entrada no executivo, Comissária do Plano Nacional de Leitura, programa ao qual a EPM-CELP aderiu.
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Resultados das eleições em Moçambique partido Frelimo e Armando Guebuza venceram, respectivamente, as eleições legislativas e presidenciais da República de Moçambique, realizadas em 28 de Outubro de 2009. Guebuza foi reeleito presidente com cerca de 75 por cento dos votos, seguido na tabela dos resultados por Afonso Dhlakama e Daviz Simango. A Frelimo conquistou 191 dos 250 assentos da Assembleia da República. A Renamo foi o segundo partido mais votado, seguido pelo MDM.
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DR globo.com
Lista
DR ionline
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Out/Nov/Dez 2009 | PL | 5 efeméride
REGISTOS
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DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA O VIH/SIDA
Informar para não discriminar O combate à discriminação das pessoas infectadas com o vírus da imunodeficiência humana (VIH) no local de trabalho inspirou a edição 2009 do Dia Mundial de Luta Contra a SIDA, a que a comunidade educativa da EPM-CELP aderiu em massa. A largada de centenas de balões, com mensagens alusivas ao tema, foi o ponto alto do vasto programa de actividades desenvolvido nos primeiros dias de Dezembro. oi uma pequena “orquestra” de alunos, dinamizada pelo Grupo Disciplinar de Educação Musical, que convocou a concentração da comunidade escolar para o lançamento dos balões. Reunidos alunos, professores e funcionários, no átrio defronte da entrada principal da EPM-CELP, a leitura dos versos de uma música sobre a SIDA, da autoria de uma aluna, antecedeu a largada dos balões, que ocorreu em 4 de Dezembro último. O momento do lançamento revestiuse de especial significado, simbolismo e beleza estética, reflectidos nas centenas de balões que espalhavam pelo ar as múltiplas mensagens de alerta, mas também de esperança e de humanidade. A iniciativa partiu do Grupo Disciplinar (GD) de Ciências Naturais que a realizou com as colaborações do Gabinete Médico, do GD de Educação Visual e Tecnológica e do GD de Educação Musical. A interacção marcou o programa de actividades que, na sua preparação e concretização, envolveu alunos de várias turmas. Uma apresentação multimédia, elaborada em estreita articulação com o Gabinete Médico, esteve em permanente projecção no átrio principal, durante vários
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Patrícia Silva falou sobre sexualidade e a SIDA
dias, com toda a informação pertinente sobre o tema. Enquanto isso, turmas do 9.º ano realizaram, de sala em sala, apresentações a vários grupos de colegas do 6.º ano. Também em colaboração com o GD de Educação Visual e Tecnológica, alunos dos 5.º e 6.º anos produziram cartazes que integraram uma exposição montada no átrio principal. Entretanto, várias outras turmas tinham já, nos dias anteriores, produzido os conhecidos lacinhos da SIDA, em seda vermelha, que foram distribuídos a muitos participantes. O programa foi enriquecido, ainda, com uma dramatização oferecida pelos alunos
Exposição de cartazes produzidos pelos alunos
do 9.º B, no Auditório Carlos Paredes. Foi também aqui que a médica escolar, Patrícia Silva, proferiu uma palestra e sessão de esclarecimento sobre sexualidade no contexto da educação e prevenção do vírus VIH/SIDA.
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efemérides
HALLOWEEN
DIA NACIONAL DO PROFESSOR
“Terror” invadiu corredores e átrios da EPM-CELP
Poesia, rosas, bolos e sorrisos traduziram afectos dos alunos
a EPM-CELP assiste-se, todos os anos, às manifestações do Halloween, a tradição anglo-saxónica assinalada em 31 de Outubro, dia esperado por muitos para darem azo às fantasias “aterradoras” que caracterizam o Dia das Bruxas. Fantasminhas, vampiros, bruxas, esqueletos e outras figuras «hollyowdescas » circulam pelos corredores da “Casa Amarela”, pregando «sustos de morte» aos mais desprevenidos. No presente ano lectivo os pequeninos do Pré-Escolar e do 1.º Ciclo, juntamente com as respectivas professoras da disciplina de Inglês, deambularam, durante uma semana, pelos corredores e outros locais da escola, sob o mote “Trick or Treat», cantando em língua inglesa e “exigindo” guloseimas. Aos alunos do 3.º Ciclo do ensino básico foi lançado um desafio à criatividade: conceber capas e contracapas para um conto alusivo ao Hallowen, explorado nas aulas de Inglês. Os resultados não desmereceram os autores e o júri elegeu
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s alunos do 9º B, Yara, Tamara, Dayana e Alex, em nome dos restantes colegas da EPM-CELP, resolveram, simpaticamente, fazer uma surpresa aos professores, homenageando-os, assim, pelo seu dia, assinalado anualmente em Moçambique em 12 de Outubro. No intervalo grande da manhã, quando os docentes chegaram à sala dos professores, foram recebidos por aqueles alunos com poemas alusivos à efeméride.
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Os professores, entre a surpresa e o agrado, aplaudiram as palavras dos alunos, que passaram, de imediato, a distribuir generosos sorrisos, rosas, beijos e um enorme bolo… em forma de livro, claro! Os poemas foram verdadeiros hinos de gratidão pelo trabalho contínuo dos professores e pela sua contribuição para o crescimento dos jovens, enriquecendo-os com novos saberes, competências, valores e humanidade.
os trabalhos vencedores dos seguintes pares de alunos: Mariana Cardoso-Romila (7.º ano), Jéssica Simões-Micaela Tiago (8.º) e Manuel Pimpão-Tiago Galrito (9.º). A actual festa do Halloween, produto da mistura de muitas tradições levadas pelos colonos no século XVIII para os EUA, celebra-se internacionalmente em 31 de Outubro, tendo uma ligação ao Dia dos Finados, comemorado pelos cristãos no primeiro dia de Novembro.
Capas premiadas (e-d): Mariana CardosoRomila (7.º ano), Jéssica Simões-Micaela Tiago (8.º) e Manuel Pimpão-Tiago Galrito (9.º)
As palavras que aprendi Os problemas que resolvi O tempo não apagou
Hoje mais firme eu sigo E por isso que vos digo Com todo o meu fervor
Os erros que cometi Os medos que aqui vivi Isto se superou
Levarei sempre comigo Esse seu olhar amigo Meu querido professor
DIA INTERNACIONAL DOS AVÓS
“Avó” Ana encantou “netinhos” no Auditório EPM associou o Dia Internacional dos Avós ao Dia Internacional das Bibliotecas Escolares, celebrado igualmente em 26 de Outubro, levando a cabo uma exposição com poesias dos alunos em homenagem ao poeta José Craveirinha, patrono da Biblioteca Escolar. Ao mesmo tempo, a “avó” Ana Nogueira, funcionária da EPM-CELP, contava uma história, com a ajuda das professoras Ana Albasini e Íris Rebecca, aos “netinhos” do 1.º ciclo, no Auditório Carlos Paredes.
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Querido professor
Out/Nov/Dez 2009 | PL | 7 efemérides __ REGISTOS
DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO
A fome não é doença, mas mata ob o lema “Direito à Alimentação”, seleccionado para inspirar a edição 2009, o Dia Internacional da Alimentação foi assinalado na EPM-CELP com uma palestra ministrada pela nutricionista Sónia Khan, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), e exposições de trabalhos dos alunos alusivos à nutrição e às propriedades dos diversos alimentos. O Dia Mundial da Alimentação foi assinalado em 16 de Outubro em mais de 150 países com o objectivo de promover a consiência social sobre o tema e o espírito de solidariedade. A iniciativa na EPM-CELP coube ao Grupo Ddisciplinar de Ciências Naturais e foi dirigida aos alunos dos 5.º e 6.º anos do ensino básico. “Nós somos aquilo que comemos” é uma frase de Hipócrates, pai da Medicina, que a divulgou há mais de 2500 anos. Disse ainda que “o vosso alimento seja o vosso primeiro medicamento”. A alimentação é, portanto, a primeira via para garantir a saúde e o bem-estar físico e emocional, carecendo, por conseguinte, de uma consciencialização adequada. Os conselhos dos nutricionistas são bastante simples, como por exemplo, cumprir os horários das refeições, comer antes de sentir fome, variar e “colorir” a alimentação
Copyright: FAO/Walter Astrada
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de forma a tirar partido de todos os pigmentos que favorecem a saúde, evitar os fritos, o sal e os alimentos com colesterol, bem como fazer exercício físico. O Dia Mundial da Alimentação fez lembrar, igualmente, as desigualdades sociais no acesso aos alimentos, vital para a sobrevivência e dignidade humanas, tor-
DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
nando-as na questão central na abordagem do tema da alimentação no Mundo. A fome atinge mais de um bilião de pessoas, incidindo particularmente na Ásia, África e Pacífico, e tem vindo a acentuar-se com a crise económica mundial, provocando a morte de uma criança em cada três segundos.
DIA INTERNACIONAL DA TOLERÂNCIA
Alice Mabote alertou para ameaças diárias 61.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos foi assinalado na EPM-CELP, em 10 de Dezembro, com duas palestras proferidas por Alice Mabote, representante da Liga dos Direitos Humanos de Moçambique, que se fez acompanhar por vários colaboradores. Integradas no Plano Anual de Actividades da Área Disciplinar de Geografia, Economia e Sociologia, as alocuções distribuíram-se pelos dois períodos do dia, sendo a da manhã, na Biblioteca Escolar, dirigida aos alunos
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do ensino básico e a da tarde, no Auditório Carlos Paredes, destinada aos do ensino secundário. Houve espaço, em ambas as sessões, para debates muito interessantes sobre questões que se prendem com a violência e a violação dos direitos fundamentais do ser humano. Na palestra vespertina registo, ainda, para a realização de uma dramatização que, de forma séria, mas humorada, abordou questões actuais de violação dos direitos humanos. No final, Alice Mabote e os seus colaboradores distribuíram bonés e camisolas com o logótipo da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos.
Alunos do 8.º B expuseram reflexões No Dia Internacional da Tolerância, em 16 de Novembro, o GD de Geografia, Economia e Sociologia dinamizou uma exposição de trabalhos realizados pelos alunos do 8.º ano, que apresentam reflexões sobre o conceito de tolerância e a sua importância no actual contexto de globalização.
8 | PL | Out/Nov/Dez 2009 REGISTOS
artes
“ M e n i n a d o M a r ” p i n to u s a l a d a B E Menina do Mar” é a história contada em livro que inspirou a pintura de uma das paredes da Sala do Conto, em preparação e desenvolvimento na Biblioteca Escolar (BE) da EPM-CELP. Na decoração participaram alunos do Pré-Escolar e do 1.º Ciclo do ensino básico, professores, pais e encarregados de educação, coordenados pela docente Íris Rebbeca. Uma festa! A actividade teve origem na necessidade da BE se equipar com uma sala vocacionada para a narração de contos e histórias aos alunos dos segundo e terceiro ciclos do ensino básico. Trata-se de um projecto em continuidade que prevê ainda o apetrechamento da sala com os restantes materiais necessários, bem como a finalização da pintura e decoração do espaço. Estudado no quarto ano de escolaridade, o conto “A Menina do Mar” apresen-
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Ambiente alegre e descontraído ajudam ao sucesso das tarefas colectivas de aprendizagem tou-se como a temática referencial mais adequada para a decoração da parede, auxiliando a consolidação dos resultados das aprendizagens curriculares. Íris Rebbeca desempenhou um papel singular na execução de todas as fases
da obra, estimulando a criatividade dos participantes na concepção e execução do desenho e pintura, bem como coordenando o grupo de trabalho, com as colaborações das professoras Ana Batista e Fátima Martins.
DRAMATIZAÇÃO
O pequeno-grande beija-flor s primeiras vozes ouviram-se logo às horas iniciais da manhã na Biblioteca Escolar José Craveirinha. Pareciam, aqui e ali, animais a falarem uns com os outros, em grande reboliço. Afinal era a narração oral da história “No tempo em que os animais falavam”, que antecipava a celebração do Dia Mundial dos Animais, assinalado em 2 de Outubro. Tânia Silva, professora do Departamento de Línguas, foi a narradora do conto oferecido aos alunos do quinto ano do ensino básico, que, por este meio, ficaram a saber como um pequeno pássaro passou a chamar-se beija-flor. Um episódio que fez entrar na história um leão faminto, Deus e uma águia arrogante, para além dos restantes animais da selva, que enfrentava grave crise alimentar. A dramatização deste conto tradicional foi concebida, criada e interpretada por Tânia Silva, enquanto a iniciativa foi da responsabilidade do Grupo Disciplinar de Ciências Naturais.
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Rebelião contra a pontuação peça “Rebelião”, do jovem e talentoso grupo de teatro Galaga Azul, atraiu ao Auditório Carlos Paredes cerca de 600 alunos do ensino básico da EPM-CELP e, ainda, outros tantos oriundos de escolas do sistema de ensino moçambicano. “Rebelião”, encenada pelo dramaturgo e professor da Escola de Teatro, Rogério Manjate, aborda, de forma bastante humorada, o problema da comunicação caso os sinais de pontuação fizessem “greve”. O espectáculo teve sempre “casa cheia” pelo que fica aqui o agradecimento da gente crescida e da “miudagem” da EPM-CELP a Rogério Manjate e seus alunos.
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Out/Nov/Dez 2009 | PL | 9 tradições
Pano de todos A capulana foi a grande “mamana” do estudo desenvolvido pelos alunos do 5.º A do ensino básico, na disciplina de Área de Projecto. Eles redescobriram a grandeza da simplicidade de um pano que é de todos, para todos e para tudo. Se pano existe que tudo e todos acolhe, com a graciosidade das cores bebidas no arco-íris, a capulana não escapa à distinção. Desfilou em corpos novos e velhos, magros e gordos, altos e baixos e de qualquer cor. Por fim, ainda foi adorno, saco ou boneca. Desfile, dramatização de um texto de Mia Couto, feira e exposição de bonecas de Suzette Honwana foram as actividades oferecidas à comunidade educativa da EPM-CELP. Tudo feito com magia, a da capulana! Autores
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FEIRA
EXPOSIÇÃO
DRAMATIZAÇÃO
REGISTOS
10 | PL | Out/Nov/Dez 2009 REGISTOS
visitas
CENTRO DE INVESTIGAÇÃO DA MANHIÇA
MOZARTE
Malária concentra atenções
Tear manual atraiu atenção especial isitámos, em 20 de Outubro de 2009, o Centro Juvenil de Artesanto Mozarte, no contexto da diciplina da Área de Projecto. Vimos objectos de artesanato espantosos e a área de tecelagem. Experimentámos o tear manual, feito de madeira e cana de bambo. Na área da cerâmica vimos a transformação do barro em estátuas, máscaras e outros objectos de decoração. Aprendemos, também, como se faz o papel reciclado e se constrói animais com ferro velho e bolsas e bolas de cabedal de boi. Esta visita foi importante para o nosso projecto e ficámos a saber mais!
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O grupo de alunos do 12.ºA aguarda a entrada nas instalações do CISM, na Manhiça o âmbito da disciplina de Biologia, os alunos do 12.º A deslocaram-se, em 12 de Novembro de 2009, ao distrito da Manhiça para visitar o Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM), criado em 1996 ao beneficiar do programa de colaboração entre os governos de Moçambique e de Espanha. A visita iniciou-se às 10 horas, após duas de viagem, tendo a recepção e a sessão de boas-vindas sido feita por Tânia Machonisse, assistente de comunicação do CISM. Seguidamente, teve lugar a apresentação geral da instituição feita pela responsável da área de Formação e Comunicação, Teresa Machai. Foi feita uma visita guiada aos vários departamentos do CISM, entre os quais diversos laboratórios, onde são feitas pesquisas e análises no campo da malária, HIV/Sida, tuberculose e doenças diarreicas, entre outras. Uma das principais
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INSTITUTO
actividades do centro é a área de investigação, para o desenvolvimento de uma vacina contra a malária, que se encontra actualmente nas últimas fases de teste para posterior utilização. Existe ainda um departamento de demografia, que controla os processos de interacção entre o centro e a comunidade distrital, através da sondagem, diagnóstico e tratamento da população. Como o tema central do programa de Biologia do 12.º ano é “Como melhorar a qualidade de vida dos seres humanos?” foi importante para os alunos familiarizarem-se com métodos e técnicas que contribuem para essa melhoria. Constituiu motivo de grande alegria encontrar um centro desta categoria em Moçambique, preocupado com as questões da melhoria da qualidade de vida das populações. Alunos do 12.ºA
DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA DE MOÇAMBIQUE
Laboratório de biotecnologia evita erosão s alunos do 11.º A, acompanhados pelas professoras Ana Catarina e Ana Besteiro, visitaram, em 3 de Outubro, os laboratórios de biotecnologia e as estufas do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM). Esta visita teve o objectivo de observar o processo de produção e promoção de material genético saudável, bem como o de avaliação da qualidade nutricional das culturas alimentares. O laboratório do IIAM tem a missão de
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contribuir para a redução da erosão genética do germoplasma e a produção de material vegetal. Os alunos conheceram os métodos e instrumentos de lavagem dos materiais. Na sala de meios, observaram o nível de pH que um meio ideal deve ter e os tipos de hormonas necessários para a propagação saudável das plantas. Visitaram, também, as salas de cultivo e a de crescimento, bem como a estufa. Alunos do 11ºA
Alunos do 4º D
IBAVETE
Diversidade animal encanta Pré-Escolar s petizes do pré-escolar efectuaram, em 10 de Outubro, uma visita à IBAVET enquadrada no projecto curricular orientado para o conhecimento da diversidade dos seres vivos. Na companhia de pais, professores e respectivos auxiliares, os alunos observaram diferentes tipos de animais, percebendo as suas características mediante o tipo de revestimento, alimentação, habitat, entre outros indicadores. Foi grande o entusiamo e a admiração manifestados pelos alunos que, também, revelaram muita curiosidade e satisfação pelas aprendizagens adquiridas.
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Out/Nov/Dez 2009 | PL | 11 cooperação
REGISTOS
SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE LEITURA E ESCRITA NO ENSINO PRIMÁRIO
Saber ler e escrever para aprender mais CONTRIBUTO DA EPM-CELP
Identificar as dificuldades básicas olicitaram-me uma apresentação sobre Leitura e Escrita no Ensino Primário. A ideia era fazer um historial do que tem sido este módulo de formação nos últimos seis anos das Jornadas de Formação, mas fui um pouco mais longe para chamar a atenção de temáticas que, pela sua importância, devem ser consideradas. A grande preocupação é ir ao encontro das solicitações, dúvidas e angústias que os colegas do ensino moçambicano me fazem chegar. A grande novidade, nas últimas jornadas, foi a fusão deste módulo com o das Dificuldades de Aprendizagem, possibilitando aos formandos a identificação, sinalização e intervenção nas situações problemáticas, percebendo de que forma as dificuldades interferem no desempenho dos alunos. Outra preocupação é chamar a atenção para algumas temáticas importantes para a programação das aulas, tais como: a distinção entre alfabetização e literacia e o papel desta última no desenvolvimento das comunidades; o que é ler e escrever em situações funcionais e a necessidade de dar um sentido à escrita e à leitura para que as crianças dominem progressivamente aqueles saberes; condições emocionais necessárias para o início da escolarização; pré-requisitos para o início sistemático da aprendizagem da Leitura e Escrita e, ainda, as actividades que permitem o desenvolvimento dos mesmos. Para terminar, apresentei um pequeno texto, de que já me esqueci a origem, mas que me tem acompanhado no dia-a-dia e que agora partilho: “Cabe ao professor explorar com cada turma os meios mais viáveis para a aprendizagem. Não há receitas prontas. Cada classe, cada criança, cada professor, cada comunidade é uma individualidade e, assim sendo, tem aspectos particulares a serem considerados. Contudo, é sempre importante lembrar: qualquer método, técnica ou actividade só é válida se servir para tornar a aprendizagem o que ela realmente é ou deveria ser – um prazer.”
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EPM-CELP respondeu ao convite e participou, de 18 a 20 de Novembro de 2009, no Auditório das Telecomunicações de Moçambique, no Seminário Nacional sobre o Processo de Ensino-Aprendizagem da Leitura e Escrita no Ensino Primário do 1.º Grau, organizado pelo Ministério da Educação e Cultura de Moçambique. A participação nesta iniciativa surge no âmbito da cooperação bilateral entre os estados de Portugal e de Moçambique, através da qual o Centro de Formação e Difusão da Língua Portuguesa (CFDLP) da EPM-CELP tem promovido anualmente, em cada um dos três períodos escolares, as Jornadas de Formação. Estas são dirigidas às escolas do sistema de ensino moçambicano, proporcionandolhes os meios e as oportunidades que as levem a concretizar, elas próprias, a sua grande missão de criar os futuros quadros da sociedade. Desta cooperação bilateral resulta uma mais-valia para a EPM-CELP, que muito tem a aprender com a realidade moçambicana. Assim, a participação neste Seminário representou a possibilidade de conhecermos sistemas de ensino diferentes, currículos distintos e experiências riquíssimas apresentadas pelos participantes. A EPM-CELP foi representada pela directora Dina Trigo de Mira, pelas coordenadoras do CFDLP e do primeiro ciclo do ensino básico, respectivamente Piedade Pereira e Mariana Ferreira, bem como pela docente Sónia Carreira. Coube ao ministro da Educação e Cultura de Moçambique, Aires Ali, proferir o discurso de abertura, no qual expressou a preocupação pela persistência no sistema educativo moçambicano de “constrangimentos que emanam da explosão demográfica, da limitação dos recursos, da superlotação das cidades e, enfim, do
A
inevitável fenómeno das turmas numerosas e da limitação do tempo de permanência da criança na escola e na sala de aula”, acrescentando o governante que “só com o nosso empenho, com o profissionalismo dos nossos professores, poderemos lograr melhores resultados.” Vários outros temas foram apresentados na sequência da comunicação ministerial, como o da problemática do processo de ensino-aprendizagem da leitura na actualidade, da autoria de Lourenço do Rosário. Por seu turno, Zeferino Martins abordou o tema “O Currículo do Ensino Básico: Repetência e Progressão por Ciclos de Aprendizagem”, que revelou o quadro dramático do nível de retenções no sistema educativo moçambicano. Com bastante entusiasmo foi discutida a questão do ensino bilingue na província de Gaza, apresentada pela Associação Progresso, que promoveu, para o efeito, uma aula ao vivo. Com um tom de voz forte e assertivo, Calane da Silva dissertou sobre o processo do ensino da leitura e da escrita, fazendo referência à iliteracia que atinge os alunos. Rosalinda Zamora abordou as necessidades educativas especiais, focalizando a dislexia e a disgrafia e fazendo pensar na falta de professores especializados nesta área. A docente da EPM-CELP, Sónia Carreira, apresentou uma comunicação na qual explanou a metodologia e estratégias utilizadas nas Jornadas de Formação, promovidas pelo CFDLP. É de enaltecer, por último, a presença e a forma como o ministro moçambicano Aires Ali moderou todas as actividades do Seminário, iniciativa que merece o nosso aplauso pela partilha de saberes que permitiu. Piedade Pereira Coordenadora do CFDLP
Sónia Carreira Professora do 1.º Ciclo
12 | PL | Out/Nov/Dez 2009 REGISTOS
projectos
SEGURANÇA E PREVENÇÃO
Comissários da GNR na EPM-CELP s turmas A, B e D do 9.º ano do ensino básico foram convocadas para assistir à palestra “Segurança e Prevenção”, realizada no segundo dia de Dezembro no Auditório Carlos Paredes. Um tema algo familiar para os alunos por já ter sido abordado nas aulas da disciplina de Ciências Físico-Química. A palestra foi apresentada pelos comissários da Guarda Nacional Republicana (organismo português), Carla Costa e António Meirly, que se encontravam, então, em Moçambique em missão de formação de agentes policiais moçambicanos, ao abrigo dos acordos de cooperação entre os dois países. Uma apresentação multimédia deu início à palestra, a qual pretendia chamar a atenção dos alunos para as questões essenciais da segurança individual e colectiva. De entre estas ressaltam a segurança no percurso casa-escola e viceversa, a segurança rodoviária e, ainda, temas como o tabaco, o álcool, os medicamentos e as drogas.
A
Os comissários da GNR Carla Costa e António Meirly junto da subdirectora Alice Feliciano Os últimos temas foram os que mais mobilizaram e entusiasmaram a atenção dos alunos que, de forma ordenada e bastante participativa, tiveram a oportunidade de colocar e esclarecer muitas dúvidas,
fazendo perguntas aos comissários, os quais se revelaram sempre muito disponíveis para responder. Gleicylene Candua 9.º A
DESCOBERTA
PESQUISA
Novas espécies em Moçambique
Maioria dos alunos do “secundário” sabe o que é exclusão social
iodiversidade é o tema escolhido por um grupo de alunos do 12.º A para o desenvolvimento das suas actividades na disciplina de Área de Projecto. A escolha deve-se ao facto de 2010 ter sido nomeado “O Ano da Biodiversidade” pelas Nações Unidas, em 2006. Nesta sequência tomámos conhecimento da existência de novas espécies animais e vegetais no Norte de Moçambique, através da BBC. Segundo estes pesquisadores do Jardim Botânico Real de Kew, em Inglaterra, observaram alguns mapas retirados do Google e identificaram uma região inexplorada no Norte de Moçambique. Posteriormente, uma equipa de 28 cientistas, de seis países, fez uma expedição ao local, denominado Monte Mabu, onde recolheu mais de 500 amostras para análise, tendo-se descoberto novas espécies, entre elas, camaleões pigmeus, borboletas, víboras, uma rara orquídea e diversas plantas exóticas. Pesquisadores estão, actualmente, a trabalhar com o governo de Moçambique para proteger a área e incentivar a sua conservação pela comunidade local.
B
Lugares inexplorados no mundo há imensos, portanto devemos proteger cada um deles para preservar a biodiversidade. A Área de Projecto é uma disciplina curricular do 12.º ano, onde os alunos formam grupos, investigam sobre um tema e realizam actividades de modo a ajudar à solução de algum problema relacionado com o tema seleccionado. Quanto ao nosso tema apetece citar a frase de Rosila Sumará: “A verdadeira Beleza é aquela que é totalmente Natural”. Horácio Ramson, Ivan Andrade, Luís Júnior e Rosila Sumará 12.º A
Por ocasião do Dia Mundial Contra a Exclusão Social, comemorado em 17 de Outubro, alunos do 9.º D realizaram uma pesquisa sumária para verificar o grau de domínio do conceito de exclusão social em algumas turmas do ensino secundário. As perguntas foram formuladas de forma muito objectiva para obter respostas concretas, com o mínimo de margem de interpretação do analista. Os resultados obtidos permitiram verificar que a maioria dos alunos sabe definir exclusão social, variando as respectivas percentagens entre 61 e 100. Este último resultado foi obtido na turma de Humanidades do 12.º ano. Os alunos autores da pesquisa, integrada nas actividades da disciplina de Área de Projecto, consideram que os resultados alcançados são satisfatórios e poderão constituirem-se como indicador da situação vigente no ensino secundário. Alunos do 9.º D
Out/Nov/Dez 2009 | PL | 13 finalistas
REGISTOS
CAFÉ-CONCERTO
“Farwest” recriou novos heróis Café-Concerto dos Finalistas 2009/2010 da EPM-CELP recriou o ambiente dos cowboys and cowgirls do oeste americano que fantasiam, ainda, o imaginário das gerações actuais. A tradicional festa anual promovida pela Comissão de Finalistas da EPM-CELP voltou a reunir os ingredientes essenciais para um convívio animado entre alunos, pais, encarregados de educação, funcionários e professores, bem como familiares e amigos: jantar, bar com bebidas e petiscos, leilões e, sobretudo, muito entretenimento com cantos e danças. Curiosa foi a visita da dança do ventre ao ambiente farwest. Tudo isto sob a batuta de Madina Bachir, a aluna-apresentadora do Café-Concerto 2009/2010.
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FESTA DAS CRIANÇAS
O “terror” do Halloween alloween foi o tema que a Comissão de Finalistas 2009/2010 escolheu para a Festa das Crianças, realizada no primeiro fim-de-semana de Novembro passado. Por isso, a atracção principal foi a Casa do Terror, tão só um percurso desenhado pelos corredores de um dos edifícios da EPM-CELP, durante o qual os visitantes eram surpreendidos pelos mais diversos “monstros”.
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O grupo de “monstros” da Casa do Terror
Mas nem só de terror se fez a Festa das Crianças, cuja preparação intensa foi recompensada pela grande afluência de público. Houve “pula-pula” para os mais pequenitos, “tererê” para as mais descontraídas, serviço de bar e cafetaria, banca de gelados, jogos electrónicos e, para terminar o dia, uma sessão de cinema animado com a película GForce. Um dia em cheio!
O “tererê” não deu descanso às “artistas”
14 | PL | Out/Nov/Dez 2009
10 ANOS SESSÃO SOLENE
Emoções de uma década moções fortes marcaram a sessão solene do 10.º aniversário da EPM-CELP, que fez transbordar de gente o Auditório Carlos Paredes, em 27 de Novembro último. Evocaram-se memórias do passado, reconheceu-se publicamente a dedicação de muitas pessoas que fazem a história da instituição e olhou-se para o futuro com optimismo e confiança.O som dos violinos abriu a cerimónia à qual compareceram inúmeras pessoas da comunidade caram, e continuam a marcar, a história educativa, entre alunos, professores, pais dos 10 anos de vida da instituição. A mensagem de felicitações enviada e encarregados de educação, bem como numerosos convidados representativos pela ministra da Educação de Portugal, Isabel Alçada, foi lida aos presentes por dos vários parceiros da EPM-CELP. Criado o ambiente propício, seguiu-se Sandra Macedo, professora do Departamento de Ciências Sociais a entrega dos prémios e Humanas e uma das apree diplomas em recosentadoras da cerimónia nhecimento do mérito oficial, acompanhada por demonstrado por Ricardo Franco, docente do muitos alunos e alguns primeiro ciclo do ensino funcionários no decorbásico. rer do último ano lectiDe seguida, vo. Assim, foram Dina Trigo de Mira, directora da EPM procedeu-se à entregues aos alunos leitura da menos diplomas do Quadro sagem do de Excelência e atribuídas as Bolsas de embaixador de Mérito e, aos funcionários, os Diplomas Portugal em de Dedicação e Assiduidade. Lugar, ainda, Moçambique, para a entrega dos Mário Godinho, prestigiados prémios Paula Fernandes que, não podenBaltazar Rebelo de do estar presente, delegou a tarefa Sousa e Miguel Torga. em Isabel Pestana, representante O envolvimento do daquela entidade diplomática. Paula público, que não Lima Fernandes, presidente da poupou em aplausos, e Isabel Pestana Direcção da Associação de Pais e as câmeras fotográficas e de televisão complementaram e enrique- Encarregados de Educação da Escola Porceram o reconhecimento institucional e tuguesa de Moçambique, então recentemente empossada, também dirigiu social. A projecção de um pequeno filme deu palavras ao auditório. Coube à directora da EPM-CELP, Dina a conhecer à vasta audiência presente no Auditório Carlos Paredes o percurso insti- Trigo de Mira, encerrar a sessão solene tucional da EPM-CELP, assinalando os com o discurso oficial que marca o 10.º principais eventos e projectos que mar- aniversário da instituição.
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Auditório Carlos Paredes em festa
Sandra Macedo e Ricardo Franco na apresentação
Out/Nov/Dez 2009 | PL | 15
10.º ANIVERSÁRIO
DA EPM-CELP
Ao serviço da diversidade FESTA DE ANIVERSÁRIO
Durou todo o dia a festa do 10.º aniversário, realizada nos pátios da EPM-CELP, no sábado, 29 de Novembro, após semanas de cuidada preparação. A festa foi participada por centenas de pessoas, entre alunos, professores, funcionários, pais e encarregados de educação, familiares e amigos, para abraçar o convívio e o divertimento. A grande vedeta da festa foi a diversidade da oferta: comes e bebes de diversas origens, desporto, artesanato dos quatro cantos do Mundo, espectáculos de cantos e danças de tradições várias, dramatizações e, feita raínha, a típica castanha assada a marcar a portugalidade. Pelo meio, muito convívio e reencontros com velhas amizades.
Saquinhos de capulana A
M O M E N T O S
festa de aniversário da EPM-CELP, realizada anualmente em Novembro, é sempre esperada com muito entusiasmo, pois é neste dia que pais, alunos, professores e funcionários partilham, informal e animadamente, o espaço escolar. Há nesta festa um facto esperado e acarinhado por todos: a chegada do Inverno português a África. Quase sempre sem chuva e sem frio, ele chega em sacos de serapilheira, para depois ser colocado em saquinhos de capulana. Podemos pensar em artesanato, em doçaria típica, mas o que assinala mesmo esta estação do ano são as castanhas, que são “rei e senhor” em qualquer Magusto. No nosso 10.º aniversário, como vem sendo habitual nas edições anteriores, as castanhas assadas ou cruas marcaram presença para relembrar a todos que, como é tradição, está na hora de provar o vinho novo ou a água-pé. Mesmo sem vinho novo ou água-pé, a comunidade educativa e todos os visitantes tiveram oportunidade de comer castanhas. Foi frequente ouvir pessoas dizer que foram à festa, em especial, para comprar castanhas. Quem desejasse castanhas cruas tinha ao seu dispor saquinhos de um quilo, feitos de capulana; quem desejasse “a bela castanha assada, quentes e boas” podia comprar à dúzia, em cartucho feito de papel de jornal ou da lista das páginas amarelas, como é tradição. Comprar castanhas na EPM-CELP é, sem dúvida, uma forma de matar saudades dos dias invernosos em que as castanhas quentes, compradas na rua, também servem para aquecer as mãos enfarruscadas de cinza e geladas pelo frio do Inverno. Graça Pinto
16 | PL | Out/Nov/Dez 2009
“ATRÁS
DO PANO”
Afecto inspirou preparação da festa A festa já era festa antes de ser. Expliquemos: a preparação, que preencheu várias semanas antes da data, foi, muitas vezes, a antecipação da própria festa de aniversário, tal o entusiasmo e dedicação que todos demonstraram. E foram muitos os colaboradores e muitas as horas que todos ofereceram generosamente, nas aulas e fora delas: alunos, professores, funcionários e até familiares e amigos. Todos desejaram o melhor para o mesmo objectivo, ninguém poupou esforços e criatividade, tudo com grande espírito de entre-ajuda. Obrigado EPM-CELP.
Foi há 10 anos Bruno Pepe Inês Campos
No ano lectivo 2000/2001 os autores deste texto, alunos do 11.º A1, entraram no 1.º ano do ensino básico da EPM-CELP. Decorridos 10 anos, partilham connosco a visão de então com a dos nossos dias.
Foi há 10 anos que passámos pela primeira vez nos portões brancos e olhámos para aquele grande edifício amarelo, a que iríamos passar a chamar Escola. Foi (tem sido) como uma segunda casa durante todo este tempo. Vivemos aqui grandes momentos, amizades, tristezas, felicidades. Aprendemos com professores e amigos, formámos a nossa personalidade, tornámo-nos quem somos e um projecto do que um dia vamos ser. Durante todos estes anos, brincámos, estudámos, gritámos, chorámos, rimos e batalhámos até chegarmos onde estamos. Nunca desistimos de conquistar os nossos sonhos. Agora, faltam-nos menos de dois anos para tudo isto se tornar memórias...Tudo o que vivemos, tudo o que sentimos… Tudo o que connosco vamos guardar para sempre... Um dia, daqui a muitos anos, vamos olhar para trás e vamos recordar tudo… Vamos recordar as pessoas que conhecemos e que mais nos marcaram… Colegas que nunca vamos esquecer.Turmas muito especiais… Gostaríamos de agradecer às professoras Mariana Ferreira e Luísa Quaresma e aos professores Alexandre Areias, Arsénio Sitoi, Pedro Malheiro e Luís Gonçalves,
que nos mostraram que, na escola, tudo pode ser diferente e nunca devemos desistir. E pedir desculpa a outros por determinadas atitudes e erros. Por fim, uma última mensagem para aqueles que vêm atrás: vivam cada momento a seu tempo. Não queiram ser Crianças-Adultas ou Adultos-Crianças. Nós aproveitámos: corríamos para o parque, brincávamos com os funcionários, competíamos pelo campo, apanhávamos amoras, saltávamos nas poças, borrávamo-nos com o óleo dos matraquilhos, perseguíamos sapos, jogávamos aos polícias e aos ladrões...Nós vivemos! Agora, muitos de vocês correm para a saída, escondem-se dos professores, competem por popularidade, apanham faltas, saltam a infância, borram-se com maquilhagem, perseguem o sexo oposto, jogam aos adolescentes... E o que nós vivíamos, vocês inventam. Devagar se vai ao longe.Tenham calma. Levem convosco as melhores memórias de uma escola como a nossa e orgulhem-se por cá terem passado e terem aprendido a ser felizes! Parabéns EPM-CELP!
Out/Nov/Dez 2009 | PL | 17
10.º ANIVERSÁRIO HOMENAGEM
DISTINÇÕES
Virgílio de Lemos inventa ilhas 10.º aniversário da EPM-CELP fica assinalado pelo lançamento da antologia da poesia do autor moçambicano Virgílio Lemos, evento realizado imediatamente a seguir ao termo da sessão solene, perante vasta audiência. “A Invenção das Ilhas” é o nome da obra editada e publicada pela EPM-CELP que festeja igualmente o 80.º aniversário do poeta moçambicano. António Cabrita, escritor, crítico literário e colaborador editorial da EPM-CELP, que organizou e posfaciou a obra, falou sobre Virgílio de Lemos e a antologia publicada, enquanto José Forjaz fez a apresentação do livro.
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DA EPM-CELP
2008/09
Alunos QUADRO DE EXCELÊNCIA
5.º ano Daniel da Câmara, Nuno Lemos, Yuan Noronha e Koenrad Collier (B); Kamilah Khan, Mariana Marques, Mónica Barbosa e Thaíres de Almeida (C); Nayma Melo e Ana Catarina Ilhéu (D); Catarina Alves, Gabriela Rosado, Miguel Vieira, Neha Ramniclal e Vicxita Maendralal (E). 6.º ano Ariana Capela, Dércio Cauppers, Miriam Lopes, Nicholas Albasini e Romila Ismail (A); Guilherme Reis (B); Iva Gonçalves e Pedro de Almeida (C); Miguel Padrão (D). 7.º ano Maria Salomé Alves, Mateus Lima e Raquel Palma (B). 8.º ano Ana Alice de Freitas (C) e Margarita Salkova (D). 9.º ano Nayara Afzal e Jéssica Capela (B); Dickshay Jaentilal, Joana Moreira, Leila Fulane e Vikesh Samji (C). 10.º ano Bruno Pepe e Inês Campos (A); Jenish Jaientilal (A2); Daniela Kean (B). 11.º ano Cristiano Serra (A); Dhilan Tribovane e Ivo Carrilho ((A2); Giselle de Bourguignon e Yara Loio (B); Mara Lopes (C). 12.º ano Carlos Lobo, David Melo, David Barbosa, Filipe Thomaz e Natasha Soeiro (A); Prital Maganlal e Priyan Geentilal (B). BOLSA DE MÉRITO
CONVÍVIO
Professores e funcionários repartiram bolo de aniversário
Yuan Noronha (5.º B); Dércio Caupers (6.º A); Maria Salomé Alves (7.º B); Margarita Salkova (8.º D); Leila Fulane (9.º C); Jenish Jaientilal (10.º A2); Giselle de Bourguignon (11.º B) e Filipe Thomaz (12.º A). PRÉMIO MIGUEL TORGA
Alexandra Malho (4.º); Miriam Lopes (6.º A); Jéssica Lopes (9.º B) e Eliana Nzualo (12.º C). PRÉMIO BALTAZAR REBELO DE SOUSA
Mara Lopes (11.º B).
Serviços de Adm. Escolar DEDICAÇÃO
Carlos Chambal, João Macucule, Jorge Airone, António Tamele, Nelson Joze, Rosa Zacarias, António Macandja, Graça Pinto e Ricardo Cavele LOUVOR
Os membros da Direcção da EPM-CELP procederam ao corte do bolo de aniversário
Almeida Manengula
18 | PL | Out/Nov/Dez 2009
ASSOCIAÇÃO DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO DA EPM-CELP
É preciso comunicar mais e melhor Paula Fernandes foi eleita, em Outubro passado, presidente da Direcção da Associação de Pais e Encarregados de Educação da EPM-CELP. A nova responsável defende que só através de um maior envolvimento dos pais a própria associação ganhará espaço e importância para participar activamente no processo educativo dos filhos. ENTREVISTA CONDUZIDA POR
FULGÊNCIO SAMO
Que papel cabe à APEE no processo educativo? Facilmente nos apercebemos que, cada vez mais, os pais e encarregados de educação são chamados a intervir no processo educativo dos seus filhos ou educandos. É através do seu envolvimento nas actividades da Escola que a APEE assume particular importância. Através dos membros que a integram, a APEE intervém de forma colectiva, intercedendo em diversos momentos e dando voz aos pais e encarregados de educação, por exemplo, nas reuniões do Conselho Pedagógico, nos encontros sobre assuntos relacionados com a vida escolar, nas sessões de atendimento dos pais, bem como nas reuniões com a Direcção da APPEE, que serão periodicamente realizadas. A nova Direcção da APEE foi recentemente eleita. Qual o vosso programa para este mandato? Os novos corpos gerentes da APEE foram eleitos na Assembleia Geral realizada em 29 de Outubro de 2009. Pretendemos que o nosso programa envolva toda a comunidade escolar, porque só desta forma poderemos conseguir a maior participação, motivação e receptividade necessárias para a efectivação das ideias que nele constam. Queremos reforçar a cooperação entre a Escola e os pais e encarregados de educação, bem como estimular e desenvolver nos educandos atitudes de respeito mútuo e regras de
convivência. Tencionamos reforçar a política da EPM-CELP de promoção de valores comuns aos educandos, através de uma gestão participada, transmitindo atitudes de respeito pela diversidade dos povos e pluralidade de expressões culturais. Também valorizamos a responsabilização e o envolvimento dos pais e encarregados de educação na vida escolar, imprimindo, assim, maior empenho no acompanhamento dos seus educandos. Juntamente com a EPM-CELP, pretendemos reforçar a dinâmica de cooperação entre todos os profissionais da comunidade escolar, num clima de confiança. De que forma a APEE se propõe assumir o papel de complemento das estruturas educativas da EPM-CELP? A Direcção da APEE foi eleita pelos pais e encarregados de educação para os representar. Por isso, através das sugestões vindas de todos os pais e encarregados de educação pretendemos melhorar a qualidade de ensino e da aprendizagem na EPM-CELP. Optamos por uma abordagem integradora, aberta às diferentes visões das pessoas que se encontram fora do âmbito escolar, contribuindo com diversas sugestões para a resolução dos problemas que surgem na Escola. Acreditamos na conjugação de esforços entre o corpo profissional de docentes e de funcionários da EPM-CELP com a APEE, substancialmente apoiada pelos encarregados de educação, para fazer a diferença de actuação. Convidamos os pais e encarregados de educação a participarem e a colaborarem em todas actividades da
APEE, favorecendo o cumprimento do papel que é de todos. Ao nível da vossa actuação pedagógica, prevê-se algum mecanismo de intervenção disciplinar nos casos inerentes ao comportamento dos alunos? A APEE poderá sugerir algumas alternativas de intervenção diferente neste ou naquele ponto, conforme os casos. Mas compete à Direcção da EPM-CELP definir os procedimentos disciplinares. Poderemos intervir quando verificarmos que o procedimento adoptado vai contra os direitos humanos e das crianças. Em relação a casos específicos, como o cumprimento dos regulamentos internos, a conservação de regras de comportamento e boa educação, o respeito por “É através do todos os seu envolviprofissionmento nas ais da EPM-CELP e a actividades obrigatoda Escola que riedade do a APEE uso de fardamento e assume pardos cartões ticular electróniimportância.” cos, a APEE apoia a Direcção. Todos os pais e encarregados de educação se queixam da falta de segurança, dos serviços que a Escola presta e por quem são prestados. No entanto, não podemos nunca esquecer que também existem deveres e obrigações que todos nós temos para com a EPM-CELP. Não
Out/Nov/Dez 2009 | PL | 19 ENTREVISTA cabe a nós só exigir e não cumprir. Incumbe-nos fazer com que os nossos filhos e educandos igualmente cumpram e respeitem.
PERFIL
Paula Fernandes Presidente da APEE da EPM-CELP
Como avalia a actual interacção pedagógica entre a escola e a família? Ainda é incipiente falar da interacção pedagógica entre a Escola e a Família. Neste momento resume-se muito à participação da APEE nos conselhos pedagógicos. Contudo, está previsto no nosso Projecto Educativo e no nosso Plano de Actividades o desenvolvimento de iniciativas que visam aumentar esta colaboração, nomeadamente o acompanhamento do sucesso escolar dos nossos filhos ou educandos, o envolvimento dos pais e encarregados de educação na vida da escola e o conhecimento das práticas pedagógicas implementadas para a melhoria do sucesso escolar. Aproximar a escola do meio familiar e social em que os alunos vivem é uma das finalidades da APEE. Como vai concretizar esse objectivo? A escola e o meio familiar complementam-se no esforço de formação dos futuros cidadãos, propiciando-lhes um crescimento saudável. O nosso Projecto Educativo e Plano de Actividades tem previsto muitos mecanismos com a finalidade de promover esta aproximação entre a Escola e o meio sócio-familiar do aluno. Aguardamos a nossa próxima Assembleia Geral Extra-
Nasceu em 16 de Fevereiro de 1971 Formou-se em Informática e Gestão Foi consultora sénior durante oito anos na área de Business Intelligence Actualmente é consultora e auditora financeira de uma ONG É casada há sete anos e tem três filhos ordinária, que está prevista para o segundo período escolar do presente ano lectivo, para ouvirmos e aprovarmos colectivamente, com a participação dos pais e encarregados de educação, vários mecanismos que, posteriormente, ficarão à disposição dos interessados para consulta e conhecimento no nosso blogue na Internet. Alguns desses mecanismos são: dinamizar na Biblioteca Escolar Poeta José Craveirinha, em parceria com o Projecto “Biblioteca Viva”, um espaço de abordagens curriculares e extracurriculares, associado ao nosso blogue, designado
Projecto “Leitura em Família”; concursos e olimpíadas da leitura; exposições, colóquios e palestras sobre assuntos do interesse de todos os pais e encarregados de educação e comemorar o Dia do Antigo Aluno, convidando os que já deixaram a EPM-CELP a participarem para relatarem experiências de vida e fornecerem conselhos para a vida activa. Tudo isto pressupõe uma maior dinamização dos processos de comunicação entre todas as partes envolvidas nos vários projectos, o mesmo é dizer que a APEE deve apostar na melhoria da comunicação.
MOMENTOS DA VIDA DE UMA PRESIDENTE NA EPM-CELP
Ao lado de Eduardo França, presidente da Assembleia Geral da APEE, no Auditório da EPM
Conversa com Ana Castanheira, do CFLP da EPM
Com Miguel Costa, subdirector da EPM
Discurso na sessão solene do 10.º aniversário da EPM-CELP
20 | PL | Out/Nov/Dez 2009 REGISTOS
paz
DIA DA PAZ E RECONCILIAÇÃO DE MOÇAMBIQUE
Dentro e fora do espaço de aula, os alunos de todos os níveis de ensino da EPM-CELP homenageram a paz que há 16 anos banha Moçambique. Lembrar e preservar esse supremo valor humano e social foi o objectivo de todas as iniciativas tomadas por alunos e professores. Os mais velhos ensinaram os mais novos.
“Filosofinhos” redescobrem a paz dia 4 de Outubro é a data consagrada à comemoração do Dia da Paz e Reconciliação em Moçambique. Para a assinalar, os alunos dos terceiro e quarto anos do ensino básico que integram o Projecto Filosofia para Crianças tiveram uma jornada de reflexão e diálogo, na sequência da qual elaboraram trabalhos para uma exposição sobre o tema. Estes trabalhos consistiram na produção de textos em poesia e prosa, visando a partilha de ideias, registadas de acordo com a inspiração de cada aluno participante, estimulada pelo próprio Projecto Filosofia para Crianças, que privilegia o desenvolvimento da criativividade e de competências reflexivas e discursivas. As actividades tiveram como objectivo principal promover a consciencialização sobre a problemática da paz em Moçambique e no Mundo, propiciando atitudes de reflexão sobre o seu valor em contexto social de convivência. Por outro lado, através da elaboração dos trabalhos, posteriormente colocados em exposição, fomentou-se o desenvolvimento da imaginação e expressividade individuais, reforçando a auto-estima e a
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Alunos do projecto Filosofia para Crianças discutem e analisam a exposição dos seus trabalhos identidade pessoal. Cada interveniente teve oportunidade de manifestar a sua ideia que contribuiu para o enriquecimento do grupo, num clima de diálogo aberto que salvaguarda e promove atitudes de respeito e tolerância mútua. No contexto actual, urge munir as cri-
anças de qualidades intelectuais e morais que lhes permitam colaborar na construção de um espaço de convivência onde se preserva a harmonia e o entendimento entre as pessoas. FULGÊNCIO SAMO Professor do projecto Filosofia para Crianças
Levámos a mensagem da paz de sala em sala ara assinalar os acontecimentos de 4 de Outubro de 1992, que celebraram em Roma (Itália) os “Acordos de Paz de Moçambique”, colocámos em exposição um cartaz com alguma informação. Procurámos esclarecer o que aconteceu naquele dia, as caracteristicas da vida antes daquela data e, por fim, a importância do 4 de Outubro para Moçambique. Orientados pela professora Margarida Cruz, no âmbito da disciplina da Área de Projecto, interviemos ao vivo nas salas de aulas explicitando aos nossos colegas do segundo ciclo do ensino básico os fundamentos da comemoração da paz em Moçambique. Durante 16 anos Moçambique viveu
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momentos de guerra. Para os que nasceram depois do termo da guerra, não lhes passa pela cabeça como era difícil viajar para algumas zonas do país. O Acordo de Paz foi assinado em Roma pelo então Presidente da República, Joaquim Chissano, e pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, estabelecendo o fim das hostilidades. Daí foi possível a fusão de militares de ambas as partes nas Forças Armadas de Moçambique, o regresso dos refugiados, o reconhecimento dos partidos políticos e a realização das primeiras eleições legislativas e presidênciais em 1994. Alunos do 9.ºB
Carmen Alcobia, Nuno Reis e José Miguel
Out/Nov/Dez 2009 | PL | 21 saúde
REGISTOS
EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
Pré-Escolar desfeiteou H1N1 Perante a ameaça do vírus H1N1, provocador da Gripe A, o Grupo do Pré-Escolar enfrentou o “bicho” de frente e descobriu como se pode evitar a doença no quotidiano. E praticou as atitudes e comportamentos aprendidos. Depois, partilhou com a comunidade os novos saberes. Educação para a Saúde é fundamental na aquisição de comportamentos e atitudes essenciais ao bem-estar físico e emocional do ser humano. Actualmente tem estado em primeiro plano a preocupação com a propagação, a nível mundial, dos casos de Gripe A, causada pelo vírus H1N1. Neste sentido, a EPM-CELP implementou algumas medidas de higiene, com o objectivo de minimizar os riscos de contágio, apostando na prevenção.
escolar. Para que as crianças compreendam a importância destes pequenos gestos, é imprescindível transmitir-lhes conhecimentos sobre o tema e ajudá-las a pôr em prática as suas aprendizagens. Assim, durante as primeiras semanas do ano lectivo em curso os alunos do PréEscolar interiorizaram algumas regras essenciais para prevenir a Gripe A. Nas turmas do quinto ano a abordagem foi dinamizada através da exploração do livro “O Nuno Escapa à Gripe A”, disponível no
A utilização de toalhetes de papel e a colocação de doseadores de sabão líquido nas instalações sanitárias constituiu uma das estratégias adoptadas, como exemplo de pequenos gestos do quotidiano que podem fazer toda a diferença para evitar o contágio, em caso de existência de algum foco de infecção na comunidade
sítio da Internet da Biblioteca de Livros Digitais. Foi também construído um painel colectivo sobre o tema, ilustrando as aprendizagens realizadas que ajudam a recordar as regras de prevenção. Assim, todos podemos escapar à Gripe A.
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Os conselhos dos “pequenos cientistas” s “pequenos cientistas” do Pré-Escolar deixam aqui as suas principais recomendações para o combate à Gripe A, como resultado da sua aprendizagem.
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Aprendi que temos de lavar as mãos “a toda a hora”, não é só antes de comer.Temos de lavá-las pelo menos 10 vezes por dia. Não se pode pegar nas coisas sem primeiro lavar as mãos. Para matar o vírus, é preciso lavar as mãos muito bem, com sabonete ou álcool. (Paulo, PRÉ F) Quando tossimos ou espirramos temos de pôr a mão à frente da boca ou então um lenço de papel.Também não se deve pôr as mãos na boca, no nariz, nem tocar nos olhos. (Margarida, PRÉ F) Se tivermos um lenço de papel, devemos tossir para o lenço e depois ir deitá-lo no caixote do lixo. (Luana, PRÉ G) Alguns alimentos ajudam a combater o vírus. As frutas fazem muito bem porque têm muitas vitaminas. (Odete, PRE E) Para não ficarmos doentes, temos de comer alimentos saudáveis. (Paulo, PRÉ F) Também temos de beber muita água. (Richard, PRÉ F)
Grupo do Pré-Escolar
DIA MUNDIAL DO DIABÉTICO
EPM-CELP actualizou programa de avaliação edição digital de glicemia, avaliação do índice de massa corporal, levantamento de novos casos de diabetes e actualização das ocorrências já detectadas em anos anteriores, bem como a implementação de ementas light no refeitório, compatíveis com a dieta necessária para os diabéticos, foram algumas actividades desenvolvidas pela EPMCELP para assinalar o Dia Mundial do Diabético, em 14 de Novembro. As acções, integradas no Programa de Saúde Escolar, foram realizadas entre 13 e 18 de Novembro para combater a
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incidência de diabetes entre os membros da comunidade escolar. As avaliações das situações de risco foram diariamente executadas, no período referido, no Posto Médico, com as intervenções directas da médica e enfermeira escolares da EPM-CELP, respectivamente Patrícia Silva e Rosa Zacarias. Paralelamente, decorreu uma campanha de divulgação de informações-chave associadas à doença, com a afixação de cartazes sobre os tipos de diabetes, sintomas e sinais, bem como a sua prevenção e tratamento.
22 | PL | Out/Nov/Dez 2009
Natal na EPM-CELP mistura tradições Professores e funcionários da EPM-CELP foram surpreendidos na sua Festa de Natal pela visita, totalmente inesperada, do “Gungunhana” e sua comitiva. O chefe não chegou vestido de vermelho - aliás, trajava até panos e peles simples -, mas não se esqueceu dos tradicionais presentes natalícios, embrulhados em papel colorido. Em vez do trenó e as renas, trouxe o “tchova”. É a interculturalidade que tradicionaliza novos natais.
Professores e funcionários partilham alegria
NATAL SOLIDÁRIO
Ajudar na tarefa das “Mães de Mavalane” Departamento de Línguas da EPM-CELP promoveu, durante o p e r í o d o natalício, a campanha "Natal Solidário" que materializou uma ajuda ao Centro de Dia Mães de Mavalane. Em 25 de Novembro os alunos do 10.º A1, de Ciências e Tecnologias, realizaram uma visita àquele centro com o objectivo de obter mais informações sobre a mesma, tendo entrevistado alguns dos seus funcionários e alunos. Na sequência, os alunos lançaram na EPM-CELP uma campanha de angariação e doação de bens alimentares não perecíveis, material didáctico, brinquedos e produtos de higiene. A entrega dos bens ocorreu em 9 de Dezembro, na EPM-CELP, onde compareceu a psicóloga voluntária das “Mães de Mavalane”, Marina Santos, a quem foi entregue o produto da campanha realizada pelos alunos, professores e a Direcção envolvidos nesta iniciativa. As crianças agradecem.
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Denis Melo, Fábio Centeio, Inês Thomaz, Ivan Mazula e João Gonçalo 10.º A1
Out/Nov/Dez 2009 | PL | 23 NATAL 2009
Pai Natal de porta em porta A petizada do Pré-Escolar e do 1.º Ciclo foi surpreendida, durante o período de aulas, pelo Pai Natal, que andou de sala em sala a distribuir presentes a todos. Teve igualmente uma grande festa no “gimnodesportivo”, com muitas canções e até ginástica, ouviu contos de Natal no Auditório Carlos Paredes e ainda organizou o grande Bazar de Natal. VISITA DO PAI NATAL
CONTO DE NATAL
BAZAR DE NATAL
ESPECTÁCULO
24 | PL | Out/Nov/Dez 2009 EPM-CELP
A plasticidade das funcões do CRE Centro de Recursos Educativos (CRE) é uma unidade técnica de apoio ao desenvolvimento de actividades na comunidade escolar e é responsável pela gestão dos recursos físicos da EPM-CELP. O seu objectivo essencial consiste na prestação de apoio técnico e logístico à comunidade educativa, no que se refere à realização de actividades e eventos de carácter pontual ou no que respeita ao diaa-dia da instituição. Sendo uma unidade muito abrangente, com multiplicidade ampla de funções e de especificidades orgânicas, a forma como o CRE se estrutura e organiza internamente assume importância crucial no cumprimento das actividades. A procura diária dos nossos serviços é intensa e requer quase sempre uma resposta pronta e eficaz. A prestação de serviços vai desde pedidos de fotocópias, impressões ou acabamento de documen-
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ÁREAS FUNCIONAIS
O CRE está organizado em quatro áreas funcionais: Oficina Didáctica, Sistemas Informáticos e Redes, Manutenção do Espaço Físico e Novas Construções e Biblioteca Escolar José Craveirinha. Todas as áreas funcionais são coordenadas directamente por responsáveis nomeados pela Direcção e supervisionadas pela coordenadora do CRE. São excepções neste quadro de coordenação a Oficina Didáctica, directamente gerida pela coordenadora do CRE, e a Biblioteca Escolar, supervisionada pela Direcção.
tos e de concepção de produtos gráficos e multimédia, à requisição de equipamentos audiovisuais e informático móvel ou do próprio Auditório Carlos Paredes, passando pela activação do sistema de helpdesk dos sistemas informáticos e de comunicação instalados. Acrescem os serviços prestados pela Biblioteca Escolar bem como as respostas a pedidos de pequenas reparações em equipamentos diversos, sem ignorar as actividades de manutenção do espaço físico. Para além desta procura quase ininterrupta dos serviços referidos, que implica uma gestão criteriosa e sistemática dos recursos humanos, materiais e financeiros, desenvolvem-se igualmente outras actividades internas de planificação, aquisição, organização e manutenção de vários outros recursos. Este artigo visa, pois, mostrar como está organizada esta unidade da EPM-
CELP e quem são as pessoas que estão por “detrás do pano” na realização das múltiplas tarefas. Pretendemos, desta forma, orientar os membros da comunidade educativa na procura dos serviços, contactando directamente quem pode responder às suas necessidades. JUDITE SANTOS Coordenadora do CRE
Out/Nov/Dez 2009 | PL | 25 REGISTOS
FESTA
HISTORIANDO
Maputo para crianças Era uma vez um conjunto de territórios selvagens, situados no sudeste de África. Estes eram banhados por um oceano, o Oceano Índico. A dada altura, em 1544, um navegador aventureiro português, chamado Lourenço Marques, descobriu este pedaço de terra e tornou-se amigo dos povos locais. Lourenço Marques passou a ser, também, o nome destes territórios. Como este sítio era muito rico, todos o queriam ter. Houve, assim, imensas guerras entre os chefes locais e povos europeus (ingleses, holandeses, franceses e austríacos). Foi Portugal que defendeu sempre estes territórios com unhas e dentes, apesar dos chefes locais se terem esforçado muito para ganhar o direito natural que tinham, uma vez que eram povos autóctones (descendentes dos primeiros habitantes). No dia 25 de Junho de 1975 Moçambique tornou-se um país livre, dono do seu próprio nariz… Passado um tempo, no dia 3 de Fevereiro de 1976, o primeiro presidente de Moçambique, Samora Moisés Machel, anunciou a troca do nome da cidade, uma vez que deixava de fazer sentido que a capital tivesse o nome de um navegador português… Lourenço Marques passou a chamar-se Maputo. Segundo a lenda, Maputo deve o seu nome a um feroz guerreiro local, que se chamava Maputyo … Assim, nasceu aquela que é hoje conhecida, por muitos, como a cidade das Acácias… Grupo Disciplinar de História
“AEIOU” subiu ao palco ramatização e canto fizeram a festa animada pelos professores do 1.º ciclo do ensino básico. Na sequência do estudo das vogais no 1.º ano de escolaridade, o Auditório Carlos Paredes foi palco, em 11 de Novembro, de uma actividade que reuniu vários professores, alguns daquele nível de ensino, e muitos alunos. O projecto, desenvolvido em parceria com a Biblioteca Escolar, contou com as participações dos professores João Carolino, Ana Albasini, Sandra Macedo, Ana Baptista, Vanessa Santos e Paulo Ferreira e a colaboração dos professores titulares das turmas do 1.º ciclo. Caracterizados com chapéus “aeiou”, os professores deleitaram os alunos com a dramatização da peça intitulada “João AEIOU”, seguida pela entoação da canção das vogais.
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PROJECTO
Clube de Jornalismo desafia voz dos alunos stá já em funcionamento, desde meados de Novembro, o Clube de Jornalismo da EPM-CELP, criado no âmbito das actividades de complemento curricular. O maior desafio do Clube de Jornalismo é a publicação de um jornal inteiramente concebido e produzido por alunos e dirigido primacialmente aos estudantes. É uma iniciativa da EPM-CELP proposta pelo professor António Lopes, a quem cabe a dinamização e orientação do mesmo. Estão inscritos cerca de 20 alunos pertencentes aos 9.º ano de escolaridade e ensino secundário. Mobilização e organização do grupo de trabalho tem sido o esforço inicial
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desenvolvido no Clube de Jornalismo, que disporá de uma sala própria e o equipamento necessário ao desenvolvimento das suas actividades. Disponibilidade de tempo e dificuldades no transporte fora do tempo lectivo têm sido os principais constrangimentos com que se debatem os alunos.
PÁTIO DAS LARANJEIRAS | Revista mensal da EPM-CELP | Ano VIII - N.º 67 | Edição Outubro/Novembro/Dezembro 2009 Directora Dina Trigo de Mira | Editor António Faria Lopes | Editor-Executivo Fulgêncio Samo | Redacção António Faria Lopes, Teresa Noronha e Fulgêncio Samo | Colaboradores redactoriais nesta edição Alexandra Melo, Judite Santos, Patrícia Silva, Grupo do Pré-Escolar, GD de História, 12.ºA, 11.ºA, Piedade Pereira, Sónia Carreira, Gleicylene Candua, 9.ºD, Bruno Pepe, Inês Campos e 9.ºB | Grafismo e Pré-Impressão António Faria Lopes e Fulgêncio Samo | Fotografia Filipe Mabjaia, Firmino Mahumane e Ilton Ngoca | Revisão Graça Pinto e Teresa Noronha | Impressão e Produção Centro de Formação e Difusão da Língua Portuguesa/Centro de Recursos Educativos da EPM-CELP | Distribuição Fulgêncio Samo (coordenador) PROPRIEDADE Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Ensino e Língua Portuguesa, Av.ª do Palmar, 562 - Caixa Postal 2940 - Maputo - Moçambique. Telefone + 258 21 481 300 - Fax +258 21 481 343. Sítio oficial na Internet: www.epmcelp.edu.mz - Endereço electrónico: patiodaslaranjeiras@epmcelp.edu.mz
26 | PL | Out/Nov/Dez 2009 “PSICOLOGANDO” Apoio psicológico e orientação escolar são necessidades que a escola contemporânea evidencia, levando os estabelecimentos de ensino a apetrecharem-se com técnicos especializados capazes de, em colaboração com os professores, contribuir para o sucesso escolar não apenas dos alunos com dificuldades particulares, mas de toda a população estudantil.
Colaborar para facilitar e qualificar um mundo escolar cada vez mais recheado de particularidades que interferem na qualidade do processo ensinoaprendizagem, as escolas têm-se preocupado com a constituição de equipas mais completas, contando com a colaboração de técnicos especializados. Por isso, também a EPM-CELP conta com um serviço constituído por duas psicólogas, que têm a tarefa de, conjuntamente com os professores, reflectirem sobre as estratégias que permitam conferir melhor qualidade ao desempenho dos alunos. Pergunta-se: “Porquê o Serviço de Psicologia e Orientação Escolar (SPO) na EPM” ou “Que importância tem o psicólogo nas escolas?” Podemos responder sucintamente às duas questões: Entre os vários campos de actuação da Psicologia, a área da Educação é um deles. E porquê? Sendo a Psicologia uma ciência do comportamento, quando associada à Educação pode dizer-se que ela centra a sua preocupação no comportamento do ser humano enquanto aluno ou professor envolvido nas tarefas de aprender e educar, respectivamente, no processo ensino-aprendizagem. Na Educação encontramos aspectos relacionados com a aprendizagem, comportamento, disciplina na sala de aula e motivação. Para que a Educação resulte com sucesso é necessário que todos estes aspectos estejam em equilíbrio, sendo da responsabilidade da Psicologia Escolar
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dar o apoio necessário a professores, alunos e famílias. Numa escola integrada, com valências do pré-escolar até ao secundário, problemas como imaturidade emocional e imaturidade para a aprendizagem escolar, dificuldades de aprendizagem, necessidades educativas especiais, disciplina do comportamento, desmotivação na aprendizagem e as problemáticas próprias da adolescência constituem a principal área de intervenção do psicólogo escolar. Cabe-lhe ainda - e tal também sucede na EPM-CELP - estabelecer o programa de Ori-
SERVIÇO DE PSICOLOGIA E ORIENTAÇÃO ESCOLAR DA EPM-CELP
Destinatários Todos os alunos que precisem de ajuda para melhor aprender, vencendo dificuldades tanto a nível cognitivo como emocional; Todos os professores que necessitem de apoio para vencer dificuldades ligadas à compreensão das melhores atitudes face à aprendizagem; Pais e encarregados de educação que careçam de orientação na difícil tarefa de educar (frequentemente os que têm filhos adolescentes); Todos os funcionários que desejem
ser auxiliados para vencer desafios de aquisição de novas competências ou de melhoria das já dominadas, bem como para desenvolver a interacção com os restantes membros da comunidade escolar; Todos aqueles que, por qualquer razão, necessitem de um espaço de escuta, de forma a manter o seu bem-estar psicológico.
Contactos Os alunos e pais ou encarregados de educação poderão contactar através dos directores de turma ou directamente, no Gabinete do SPO dentro do horário escolar.
entação Vocacional dirigido, especialmente, aos alunos do 9.º ano de escolaridade, de forma a indicar-lhes o caminho que melhor se adeque aos seus interesses, capacidades e aptidões, na escolha do Agrupamento a seguir no 10.º ano. Este apoio prolonga-se aos alunos do “secundário” que, frequentemente, experimentam dúvidas sobre a escolha realizada no 9.º ano, levando, muitas vezes, à mudança de área. ALEXANDRA MELO Psicóloga do Serviço de Psicologia e Orientação Escolar
Out/Nov/Dez 2009 | PL | 27 TEXTO
p a l av r a EDIÇÃO
p a l av r a
...porque há sempre lugar para mais uma palavra!
Teresa Noronha
LITERATURA O Sétimo Selo de José Rodrigues dos Santos Gradiva Sétimo Selo , de José Rodrigues dos Santos, editado pela Gradiva, é um romance que se desenrola em torno de um enigma milenar, o número 666, relacionado com o Apocalipse, que a per sonagem principal, Tomás Noronha, vai ter de decifrar. Em termos espaciais o romance desenrola se entre a Sibéria, a Antárc tida e a Austrália e alerta nos para uma das maiores ameaças que se colocam à humanidade na actualidade: o aqueci mento global. O livro chama a atenção, de forma assustadoramente real, para os proble mas do futuro do nosso Planeta e, sobretudo, para a forma como cada um de nós o perspectiva, podendo estar seriamente comprometido. Numa altura em que se registam ainda ecos da recente Cimeira de Copen haga, o tema é perfeitamente actual.
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Luísa Antunes
professora
Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Marquez Editorial D. Quixote uitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, Aureliano Buendia haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo.” Assim começa o livro mais fantástico que li até hoje. Muitos anos depois da primeira incursão nesse mundo mágico e real, viria também a recordar o fascínio que me encheu várias
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empurra noites insones, seguindo o percurso de cada um dos personagens da saga dos Buendia: Melquíades, o cigano alquimista que viria a Macondo para acordar a alma das coisas, vindo de um tempo em que já existia a Astronomia, a Física e os objectos mágicos que dão pelo nome de íman, de binóculo, de bússola e astrolábio e tinha o poder de fixálos para sempre através do daguerreótipo, antepassado da máquina fotográfica; José Arcádio que segue os ciganos na sofreguidão do amor e da descoberta do mundo; Aureliano, que herdara do pai e Melquíades o gosto pela alquimia e morre de amor junto à janela de Remédios, a bela que se passeia nua pela casa “porque a sua natureza resistia a todo o tipo de convencionalismos”; Rebeca, que chega a Macondo, anunciada pela premonição de Aureliano, com um pequeno baú, uma cadeira de baloiço, uma bolsa com os ossos dos pais e um costume ancestral de comer terra. Em cada página a torrente de histórias sucede-se em catadupa e temos que conter o fôlego para aguentar o embate, tal como se fossemos crianças e não quiséssemos adormecer sem saber o que vem a seguir e o que vem a seguir trouxesse ainda uma e outra e novamente outra história encantada, até se cumprir o destino que Úrsula temia… O prazer desta leitura equivale em grau à felicidade que Garcia Marquez encontrou na sua escrita. “Estou louco de felicidade”, diz ele, “depois de cinco anos de esterilidade absoluta, este livro está saindo num jorro”, acrescenta. Durante 18 meses ininterruptos Garcia Marquez escreveu aquele que viria a ser o livro mais lido do mundo: um milhão de exemplares, quer dizer, uma cidade grande que comunga do imaginário prodigioso que regressa ao mito e fala dos problemas universais da vida e da morte, respeitando uma realidade sociopolítica concreta, onde o real e o fantástico não
são dissociáveis, mas sim um corpo uno que se mistura ao nosso em “Cem anos de Solidão”. Teresa Noronha professora
A Arte de Amar de Erich Fromm Pergaminho Arte de Amar , de Erich Fromm, é uma obra que nos mostra quão nobre é o AMOR enquanto sentimento que, para ser alcançado, exige maturi dade ao ser humano. O livro foi me ofere cido por uma AMIGA que, pelo relaciona mento que tem consigo própria, com os outros e com a Natureza, certamente dedica se à Arte de Amar, como se dedica à Arte de Ensinar, à Arte da Música, à Arte da Pintura, à Arte da Vida... O autor fala da desintegração do amor na sociedade oci dental contemporânea e pergunta: Será que apenas se considera importante aprender aquilo que nos permitirá ganhar dinheiro ou prestígio, considerando se o amor que só tem valor para a alma, mas que, no sentido moderno, não tem valor um luxo com o qual não temos direito de gastar muita energia? Agradeço à minha AMIGA a oportu nidade que me deu de saber um pouco mais sobre a teoria do AMOR, porque confesso ser mais prática do que teórica. Um bem haja por me ter convencido, oferecendo me este maravilhoso livro, a investir mais na mestria da arte de amar, considerada por Fromm como o mais elevado dos objectivos que o ser humano pode atingir.
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Ana Albasini
professora
PALAVRA EMPURRA PALAVRA é uma página de referências culturais aberta à participação de todos os que se entusiasmam com as palavras dos outros, quer sejam faladas, cantadas, declamadas, desenhadas ou pintadas. Não hesite em enviar a sua apreciação crítica sobre um livro de prosa ou poesia, e-book, citação, jornal ou revista, cd ou vinil, cinema, museus, cartaz ou poster, caricatura, desenho, e-book, teatro, blogue, sítio da Internet ou qualquer outro suporte informativo cujo conteúdo e forma mereça a sua atenção. Partilhe os seus gostos e descobertas!
Escreva palavras a propósito e envie para: patiodaslaranjeiras@epmcelp.edu.mz ou entregue no Centro de Recursos Educativos da EPM-CELP
28 | PL | Out/Nov/Dez 2009 COOPERAÇÃO
ESCOLA PRIMÁRIA COMPLETA POLANA CANIÇO A
Ku Djondza ni Ntsaku ou Leitura e Alegria Uma escola primária com cinco mil alunos, localizada no centro do Bairro da Polana Caniço A, em Maputo, tem quase pronta a sua biblioteca escolar capaz de ajudar à formação dos seus pequenos estudantes. A EPM-CELP criou as condições necessárias à sua edificação e supervisionou as obras. O acervo da biblioteca, que poderá totalizar quase 500 livros, será adquirido com o apoio da Rede de Bibliotecas Escolares de Portugal, através da EPM-CELP. Escola Primária Completa Polana Caniço A, localiza-se na cidade de Maputo, no Distrito Municipal N.º 3, no centro do Bairro da Polana Caniço A, e conta com cerca de 60 professores e cinco mil alunos. Entre os diversos projectos em fase de desenvolvimento naquela escola, destaca-se o funcionamento e dinamização da Biblioteca. O seu espaço deve ser encarado como um lugar privilegiado da escola, onde se possam organizar exposições, momentos de poesia, dramatizações, actividades que despertem o gosto e o interesse pela leitura, um espaço vocacionado para o desenvolvimento de actividades de apoio pedagógico que compensem as dificuldades apresentadas pelos alunos com menores apoios familiares. Pretende-se que a Biblioteca da Escola Polana Caniço A ofereça aos seus utilizadores um ambiente agradável, estimulante e cativante, permitindo-lhes autonomia no usufruto dos equipamentos e dos materiais. Deseja-se um espaço confortável, com funções educativas e culturais acessível a todos. A área da Biblioteca é de aproximadamente 70 metros quadrados onde se prevê a instalação de cinco zonas funcionais: Acolhimento, destinada ao atendimento e ao serviço de empréstimo; Leitura Informal vocacionada para a leitura descontraída de revistas, jornais, música ou outros materiais de carácter mais lúdico; Informática, apetrechada com computadores, de modo a permitir o acesso à Internet e possibilitar a produção de documentos impressos (desde textos a cartazes); Leitura de Materiais Audiovisuais para utilização integrada da documentação nos dife-rentes suportes digitais; Leitura Infantil, destinada aos mais pequenos, permitindo-lhes a leitura de livros adequados à sua
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faixa etária, bem como o desenvolvimento de actividades paralelas. Relativamente à tipologia dos documentos o projecto da Biblioteca visa oferecer aos seus utilizadores um fundo documental rico e variado, contendo livros, enciclopédias, dicionários, jornais, revistas, mapas, cartazes, cassetes áudio e vídeo, jogos e CD-Roms, entre outros. Rede de Bibliotecas Escolares vai apoiar a Escola Polana Caniço A O acervo da Biblioteca da Escola Polana Caniço A, que poderá atingir 489 livros, será adquirido com o apoio da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) de Portugal que, em Março de 2009, integrou a escola moçambicana no seu Programa. Caberá à EPM-CELP fazer a ponte entre a RBE e a Escola da Polana Caniço A, assegurando a escola portuguesa todo o processo de gestão e administração do fundo documental. Entretanto, a EPM–CELP criou as c o n d i ç õ e s necessárias para a realização das obras, em Dezembro de 2009, no edifício da Biblioteca da Escola da Polana Caniço A, supervisionando-as também.
Para uma melhor gestão e dinamização da Biblioteca da Escola Polana Caniço A, está prevista a formação de uma equipa que contará com um total de 11 professores e dois funcionários daquela escola e de quatro professores da EPM-CELP que farão a ponte entre os dois estabelecimentos de ensino e a RBE. O projecto “ku Djondza ni Ntsaku” (Leitura e Alegria) pretende “levar” os alunos da Escola Polana Caniço A à Biblioteca, incentivando-lhes, assim, o gosto pela leitura: ler um livro e a seguir outro e mais outro, pelo simples prazer de ler. ANA ALBASINI Equipa da BE
“Nem me falta na vida honesto estudo/Com longa experiência misturado” - Luís de Camões