Visita de Estudo a Munique

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EPRM LEVA CURSO DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ATÉ MUNIQUE Feira Internacional foi motivo para criar novos horizontes Vinte alunos do curso de Manutenção Industrial/Eletromecânica da Escola Profissional de Rio Maior, acompanhados por três professores, realizaram uma visita de estudo à Feira Internacional de Manutenção Industrial (MAINTAIN), que teve lugar na cidade de Munique (Alemanha), entre os dias 17 a 21 de Outubro. A MAINTAIN é o maior certame europeu na área da Manutenção Industrial, no qual se fazem representar as melhores empresas e as tecnologias mais avançadas, sendo um excelente ponto de encontro com as estratégias, os métodos e os equipamentos específicos nesta área de negócio. Especialistas em quase todas as áreas de fabricação e processamento visitam esta feira para reunir informações sobre os vários serviços industriais, de reparação e manutenção, bem como sobre estratégias pós-venda para instalações industriais e máquinas. Alunos e professores tiveram oportunidade de interagir com os expositores e profissionais da área do curso, tendo alguns dos alunos recolhido, fruto da observação das soluções e inovações propostas para a área da manutenção industrial, ideias muito precisas daquilo que pretendem realizar como projeto de fim de curso (Prova de Aptidão Profissional). Contudo, os cinco dias de visita à Baviera não se resumiram apenas à visita à feira, apesar de ser este o foco sinalizado pelos alunos,

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Visita à BMW Logo no primeiro dia, a comitiva teve oportunidade de se deslocar às instalações da BMW para uma visita ao museu, com o impressionante prédio em forma de quatro cilindros, sede da empresa, e à respetiva fábrica. A BMW (“Bayerische Motoren Werke”), que em português significa Fábrica de Motores da Baviera) é, como se sabe, uma marca automóvel originária de Munique, que se mantém como a maior empregadora da região (cerca de nove mil postos de trabalho). A visita guiada teve a duração de uma hora e meia, e permitiu aos participantes um contacto muito próximo com a história da marca, bem como com a evolução dos diversos modelos/segmentos, tanto de automóveis como de motociclos. Depois, teve lugar uma visita de duas horas à fábrica, onde foi possível acompanhar toda a linha de montagem, um portento no uso de tecnologias de última geração, onde se atinge cerca de 90% de automatização de tarefas. Segundo a guia responsável, todos os trabalhadores da empresa têm uma qualificação específica e são remunerados em função dos seus níveis de formação. O salário médio mensal ronda os três mil e quinhentos euros.

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Visita à Cidade de Munique Munique é a capital do estado federal da Baviera, onde anualmente se festeja a festa da cerveja mais famosa do mundo, chamada Oktoberfest. A cidade foi fundada em 1158. Na qualidade de capital do estado federal da Baviera, Munique alberga o parlamento e o governo estadual e acolhe, atualmente, cerca de um milhão e quatrocentos mil habitantes, ultrapassando os dois milhões e meio, se contarmos com a sua área metropolitana. Considerada por muitos como a cidade mais bonita da Alemanha, depois de conhecer um pouco mais de Munique, é difícil discordar. A sua silhueta, onde se destacam as torres gêmeas com abóbadas esverdeadas da igreja “Frauenkirche” e a torre pontiaguda da “Rathaus” (Câmara Municipal), parece afirmar, orgulhosa, que nenhuma outra cidade alemã poderia merecer este título. Munique é uma mistura de arte, cultura e alegria de viver, associada aos seus castelos e às saborosas salsichas de todos os tipos, aos parques e festivais, sendo um daqueles raros locais onde o ritmo da grande cidade convive em harmonia com belas e gostosas tradições. Entre outros aspetos, Os alunos tiveram a oportunidade de visitar a Praça Marienplatz (verdadeiro coração da cidade e sua "sala de visitas", frequentemente utilizada para eventos festivos e políticos), o mercado permanente de Munique (Viktualienmarkt) e o estádio Allianz Arena, onde habitualmente joga a equipa do Bayern de Munique.

Visita aos Castelos nos Alpes A comitiva visitou também a região alpina do sul da Baviera, próxima da fronteira com a Áustria. O primeiro local visitado foi o Neuschwanstein, um palácio situado no sudoeste da Baviera, mandado construir na segunda metade do século XIX por Luís II (Ludwig II da Baviera), a escassas dezenas de quilómetros da fronteira com a Áustria. 4


O nome Neuschwanstein é uma referência ao "Cavaleiro do Cisne", personagem da ópera “Lohengrin” criada pelo compositor alemão Richard Wagner, amigo e protegido do rei, e a fantástica arquitetura do edifício é tão inspiradora que, segundo dizem, terá servido de modelo ao Castelo da “Bela Adormecida", símbolo dos estúdios Disney. São estes motivos que fazem com que seja um dos edifícios mais fotografados no país, apesar de não ser permitido fotografar o seu interior, e um dos mais populares destinos turísticos europeus; um verdadeiro "cartão postal" da Alemanha. De seguida, continuámos para o palácio de Linderhof, outro palácio real, construído entre 1869 e 1878, o menor dos três palácios construídos pelo Rei Luís II da Baviera, mas o único que o monarca viu concluído. O edifício foi desenhado ao estilo do segundo período rococó e apesar de muito menor, ninguém pode negar a influência desempenhada pelo Palácio de Versailles e por Luís XIV (um ídolo para o monarca alemão) Foi uma excelente oportunidade para fotografar cenários absolutamente magníficos, marcados pelas montanhas, pelos lagos, pelos castelos, pelos povoados típicos da região dos Alpes Bávaros e pelas fantásticas cores outonais.

Vista ao Campo de Concentração de Dachau Para terminar esta passagem pela região, o grupo visitou o campo de concentração de Dachau, que foi o primeiro campo de concentração nazi criado na Alemanha. Inaugurado a 22 de Março de 1933, o campo está localizado perto da cidade medieval de Dachau, a cerca de 16 km a noroeste de Munique. Dachau chegou a abrigar mais de duzentos mil prisioneiros de mais de trinta países e, a partir de 1941, foi utilizado como local de extermínio para cerca de trinta mil pessoas. A partir de 1948, o campo funcionou como campo de refugiados, situação que perdurou até cerca da década de 1960, altura em que se erigiu o Memorial que hoje existe no local. O que mais impressionou foi a visita ao crematório, à câmara de gaz, ao museu e o visionamento de um filme sobre o modo de funcionamento do campo. Os alunos da EPRM foram confrontados 5


com um período negro da história da humanidade e, no final da visita, concordaram que deveria ser obrigatório todo o ser humano visitar uma vez um dos campos de concentração, de forma a evitar que mais alguma vez se verifiquem tamanhas atrocidades entre a espécie humana.

Em jeito de Balanço … Esta visita de estudo teve como objetivo primordial desenvolver algumas das competências constantes dos programas das disciplinas que integram o currículo do curso, principalmente as da componente técnica. No entanto, pretendeu-se também que os alunos da Escola Profissional de Rio Maior desenvolvessem aquilo que habitualmente se designa por “open mind”, ou seja: alargar-lhes horizontes, permitir-lhes novas perspetivas perante o mundo que os rodeia e proporcionar-lhes contactos com novas culturas, com novas formas de ser e de estar. Além disso, promovendo iniciativas como esta, estaremos a estimular importantes valores nos jovens, tais como a responsabilidade, a partilha, a autonomia e as relações interpessoais, valores que muito prezamos na EPRM. Em suma, mais que uma proposta concreta, esta parece ter sido uma oportunidade, por excelência, de combinar na prática o ato educativo com os efeitos da participação, naquilo que a escola tem de melhor: o prazer de aprender pela experiência. As visitas de estudo estão incluídas no conjunto de propostas educativas colocadas ao serviço da escola e dos alunos, que permitem abordagens amplas e integradoras. Fica a perceção de que uma visita de estudo é muito mais do que percorrer quilómetros e pode conter momentos únicos, se soubermos aproveitar tudo o que ela contém. Por um lado, os conhecimentos são maiores; por outro, crescem novos sentimentos, simpatias e empatias. No fim da visita há muitas histórias para contar, e há sempre algo que mudou …

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