Revista 20

Page 1

11/12

Escola Profissional de Rio Maior

Revista 20 anos de m達os dadas com o ensino profissional



[ editorial ]

EPRM – Uma Escola com Projetos… Orgulho-me de poder liderar uma escola viva, uma escola dinâmica, uma escola com projetos, como o é a Escola ProÀssional de Rio Maior. Nos dias que correm, nem sempre é fácil mobilizar os nossos jovens para fora da sua “zona de conforto”. Contudo, temos que os convencer de que ao “pensarem fora da caixa”, predispondo-se a aceitar novos desaÀos, estão a investir no seu futuro, pois poderão estar a enriquecer o seu currículo. Sim, hoje em dia, as empresas/ entidades no decurso das diligências de recrutamento de novos colaboradores vão muito além de uma simples análise de um currículo meramente académico. Procuram outro tipo de competências que o enriqueçam, como por exemplo, experiência de voluntariado, prática de desportos de equipa, participação em projetos extracurriculares, etc. Isto não signiÀca que o currículo académico e as competências escolares sejam desvalorizados. Nada disso! Ao invés, defendo um bom currículo académico, enriquecido por outro tipo de competências que advém da vivência de experiências ”open mind”, isto é, participação em projetos e atividades que permitam alargar horizontes, contactar com novas realidades, capazes de estimular o desenvolvimento de outras aptidões, fomentando o crescimento enquanto alunos e enquanto pessoas. Por isso mesmo, a EPRM está em vias de criar um documento a anexar ao certiÀcado de habilitações do aluno o elenco de todos os projetos e atividades extracurriculares em que este se envolveu ao longo do seu percurso escolar, por forma a valorizar o seu curriculum vitae. Este ano letivo, na EPRM, têm surgido projetos muito interessantes, que me têm deixado muito feliz. Começo por enaltecer a participação de cerca de vinte alunos e dois professores/formadores no projeto DNescolas, promovido pelo jornal Diário de Notícias. Uma das equipas foi apurada para a segunda fase do concurso, tendo-lhes valido a presença, em Rio Maior, da conhecida piloto de todo - o terreno, Elisabete Jacinto, personalidade sobre quem tinham escrito um editorial. Comungo com todos os presentes da opinião de que foi um acontecimento muito interessante e agradável. Dando continuidade à Educação para os Media nas escolas, o Diário de Notícias fomentou o projeto Jornal da Escola, que consiste num concurso de Jornais Escolares. A EPRM abraçou mais este desaÀo e concorreu com a Quarta Edição do seu jornal anual, Ponto & Vírgula, com o intuito de poder vir a angariar um “Espaço Media DNescolas”, equipado com os meios necessários à produção de um jornal. Na promoção do empreendedorismo e no estímulo pela criatividade e inovação junto dos jovens, outros treze

jovens e três professores/ formadores estão a participar no Programa “A Empresa”, levado a cabo pela Júnior Achievement Portugal. Uma das equipas integrou o grupo das quarenta e oito selecionadas, de entre cerca de centena e meia a nível nacional, para participar na Feira Ilimitada, promovida por aquela organização no seio da Futurália, em Março passado. Estes alunos criaram um produto gourmet, a partir de produtos naturais locais, sal-gema e ervas aromáticas, que fez muito sucesso. Nesta competição, a equipa “Soul D’Aire” alcançou um honroso terceiro lugar. A participação n’ “A Empresa” tem valido a estes alunos a possibilidade de participarem em seminários, cujos temas têm sido muito interessantes e enriquecedores. Ainda ao nível do incentivo do empreendedorismo, da criatividade e da inovação, regista-se a participação de dois grupos de alunos no concurso “EmpreEscola”, promovido pelo NERSANT. Mais recentemente, um projeto da escola, relacionado com o aproveitamento de águas pluviais, foi selecionado e distinguido pela Fundação Ilídio Pinho. Além destes projetos, existem outras participações a decorrer, tais como o “MONIT – Opera Numerare”, fomentado pelo Instituto de Telecomunicações; “TWIST”, promovido pela EDP e o projeto “Eco-escolas”, impulsionado pela Associação Bandeira Azul da Europa. Para uma escola da dimensão da nossa, todo este panorama denota muita vivacidade e ambição, tanto por parte dos alunos, como dos professores/ formadores, que são os verdadeiros catalisadores. Os meus parabéns aos alunos que têm tido a ousadia de “pensar fora da caixa” e sair da sua “zona de conforto”. Também eu, graças a eles, tenho vivenciado novas e interessantes experiências. Bem hajam! Uma palavra de reconhecimento para com os professores/ formadores que se têm empenhado for temente na concretização destes projetos, implicando tantas vezes sacrifícios pessoais e familiares. Bem hajam! Termino com um apelo a todos os alunos que frequentam a EPRM para que não abdiquem da excelência, pois se assim for, poderão estar certos do triunfo na vida. Escutem o que o sábio Mahatma Gandhi tem para vos dizer: “Não há limite de velocidade na estrada para a excelência”. Dr. Luciano Vitorino Professor / Diretor Pedagógico

Revista EPRM # 20 | 3


[ sumário ]

[ conteúdos ]

Editorial

3

Entrevista

5

Ensino ProÀssional

12

A nossa Escola

21

Formação ProÀssional

33

Entrevista

38

Em formação

40

[ entrevista] 5

[ ensino proÀssional ]15 [ Àcha técnica ] PROPRIEDADE: EPRM- Escola Profissional de Rio Maior, Lda., EM| DIRETOR: Luciano Vitorino | COORDENAÇÃO DA EDIÇÃO: Helena Coelho | PAGINAÇÃO: Inês Sequeira |

[ a nossa escola ] 21

CAPA: Inês Sequeira | COLABORADORES: Ana do Carmo, Ana Rita Loureiro, Anabela Figueiredo, Bruno Vargas, Claudia Solange Gomes, Isaac Duarte, Inês Sequeira, João Inez Almeida, João Paulo Colaço, José Oliveira,Helena Coelho, Luciano Vitorino, Luís Gonçalves, Luís Santos, Maria João Maia, Pedro Guedes, Paulo Renato, Sandra Costa, Sónia Costa, Sónia Duarte, Soraia Benjamim| *os artigos publicados nesta revista são da responsabilidade dos seus autores.

GRÁFICA: rioGráÀca- Tip. Santos & Marques Lda.| TIRAGEM: 1500 Exemplares | ISSN: 1646-9801 | DEPÓSITO LEGAL: 275902/08 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

4 | Revista EPRM # 20

[ formação proÀssional ] 35


[ entrevista ]

A escola também é um polo de desenvolvimento da região [EPRM] A Drª Margarida Marques é uma das personalidades cujo percurso, pessoal e profissional, acompanha o projeto europeu e as suas estratégias, com especial destaque para as áreas do ensino, da formação e da cidadania, nas suas múltiplas vertentes. Como analisa, hoje, o seu percurso de vida em torno destas causas? Margarida Marques [MM] - Gostaria em primeiro lugar, de referir a minha forma de estar, a nível pessoal e proÀssional, pois tenho uma forma muito peculiar de lidar com as situações: nos locais onde estou, procuro sempre fazer o meu melhor e procuro transportar, para os que me rodeiam, todos os meus valores e objetivos. Fui subdiretora do Gabinete de Educação Tecnológica, Artística e ProÀssional (GETAPE), no qual criámos várias escolas proÀssionais. Possuía uma equipa que trabalhava comigo e, de facto, tínhamos um ambiente de trabalho extraordinário, onde todos davam o seu melhor para que as escolas fossem criadas na perspetiva de satisfazerem as necessidades económicas, dos jovens e dos empresários de uma determinada região, com o intuito de potenciar a economia já instalada, mas também de promover e valorizar os recursos já existentes e que, de alguma forma, podiam ser canalizados para o seu desenvolvimento económico. Além disso, e porque as pessoas, os principais interessados e intervenientes no projeto de construção das escolas proÀssionais, são o centro das nossas prioridades, realizámos o nosso trabalho com a sua intervenção, o que nos deu imenso prazer, porque é muito diferente produzir este trabalho com as pessoas, com os “atores”, com as câmaras municipais, com os empresários, do que nos encontrarmos sentados à secretária e desenharmos o mapa das escolas. Existe uma forma pessoal que eu transporto normalmente para esses projetos, considerando que a questão fundamental é mobilizar uma equipa, é ter uma equipa que está a trabalhar connosco! E portanto eu, quando saí do GETAPE, recordava

essa época como um período da minha vida que eu tinha gostado proÀssionalmente.

[EPRM] Em Portugal representou o Ministério da Educação e depois a Comissão Europeia, tendo sido um dos motores da Representação Portuguesa da Comissão. Com a sua energia (dizia-se que às 8 da tarde parecia ter a mesma que às 8 da manhã!), abriu a Europa a muitos portugueses e Portugal a muitos europeus. Num quarto de século, isso representa muitas viagens, muitos contactos e experiências e uma fé inabalável no projeto europeu. Como encara o futuro do espaço comum e dos desaÀos lançados pela(s) estratégia(s) europeia(s)? [MM] - Quando chegamos à representação da comissão, o grande desaÀo é discutir o projeto europeu com as pessoas, para que estas saibam o que é que signiÀca e a importância que tem o facto de Portugal pertencer à União Europeia, porque a tendência é a de olhar para as realidades atuais (e nós atravessamos um momento de crise!), mas é importante colocá-la também no “mesmo prato da balança” e comparála com a situação de Portugal na altura em que aderiu, em 1986, à União Europeia. Continuo a ter uma conÀança inabalável no espaço europeu. No entanto, reforço a importância da necessidade de as pessoas, em geral, acreditarem também no projeto em que estão apostadas. De facto, eu não tenho dúvidas acerca do projeto europeu; nós temos que ter sempre uma perspetiva histórica para que consigamos entender aquilo que foi o passado, para conseguirmos pensar na atualidade e perspetivarmos o futuro! A história da europa é uma história de sucesso; nós hoje olhamos para o mundo e, no que diz respeito a guerras, pensamos na felicidade de estarmos geograficamente situados numa área onde não existem guerras. No entanto, é necessário termos a noção de que, quando a Comunidade Económica Europeia (CEE) foi criada, em 1957, a Segunda Guerra Mundial tinha terminado há cerca de doze anos, mas ainda estava muito presente na memória das pessoas, assim

Revista EPRM # 20 | 5


[ entrevista]

como a inÁuência que essa tinha tido nas suas famílias. Nessa época, a europa encontrava-se totalmente dividida e, de facto, a União Europeia colocou do mesmo lado franceses, alemães, italianos, ingleses e espanhóis, que tinham estado de lados diferentes da barricada. Da mesma forma, uma vez caído o muro de Berlim e se terem democratizado aqueles países da europa central e oriental, esses países vieram a aderir à União Europeia por ser um espaço de paz, de democracia e de liberdade… um espaço em que os cidadãos têm os seus direitos. Isto é a Europa, e esta condição interessa-nos que se mantenha sempre. Por esse motivo, continuo a insistir que a história da União Europeia é uma história de sucesso. Hoje a União Europeia está confrontada com um desaÀo enorme: deixámos de ter um mundo “bipolar”, em que tínhamos de um lado os Estados Unidos da América e do outro lado a União Soviética e passámos a ter um mundo “multipolar”. A China, a Índia e o Brasil são grandes potências… Deste modo, a União Europeia é confrontada com grandes desaÀos que resultam desta ‘multipolaridade’, e portanto, detém uma grande necessidade de responder a este desaÀo, no sentido de se aÀrmar como um espaço de paz e desenvolvimento económico, de respeito dos direitos dos cidadãos. Neste confronto que hoje é mais complexo, torna-se muito difícil explicar aos 40% de jovens desempregados em Portugal, ou aos 40% de jovens desempregados em Espanha, que este espaço é um espaço de paz, democracia e liberdade. Para isso é necessário que as pessoas sintam! Não é nada difícil estar de acordo com o que eu estou a dizer, à partida! Agora, quando a pessoa sente “na pele” as diÀculdades da situação económica, de facto, torna-se mais difícil manter essa esperança e essa conÀança na União Europeia; no entanto, torna-se fundamental. Hoje, a grande preocupação da Comissão Europeia é promover o crescimento económico nas economias europeias, no sentido de conduzir à criação de emprego para que os cidadãos sintam que esta se preocupa com eles, porque quando olhamos para as políticas de consumidor, para os direitos dos consumidores, nós hoje sabemos melhor o que comemos… porquê? Porque a informação tornou-se obrigatória, nós hoje temos mais direitos, podemos ir estudar para um outro país num programa ‘Erasmus’, podemos circular de um país para outro sem ter de andar sempre a pedir o visto de país em país, sem trocar moeda… portanto, essa é uma liberdade imensa de que as pessoas usufruem e que nós adquirimos pelo facto de Portugal fazer parte da União Europeia. No entanto, nós exigimos sempre mais, e portanto, apesar de nós termos este espaço de conforto que nos é facultado, 6 | Revista EPRM # 20

sabemos que o desemprego chega às pessoas no dia-a-dia, sendo por esse motivo fundamental promover o emprego, promover estratégias de desenvolvimento económico que levem à criação de emprego, sendo essa hoje a grande preocupação da União Europeia.

[EPRM]Um dos documentos objeto de disseminação tem sido a comunicação sobre a “Estratégia 2020”, onde se preconizam algumas prioridades em termos de crescimento no espaço europeu, nomeadamente em termos de conhecimento e inovação (conhecimento inteligente), eÀciência e sustentabilidade (crescimento sustentável), emprego e coesão social (crescimento inclusivo). Em face da realidade dos últimos tempos, acha que se conseguirão criar respostas neste sentido, ou está-se a falar de um desaÀo meramente político? [MM] A estratégia Europa 2020 é a que consubstancia, que dá corpo ao desenvolvimento económico, ao crescimento e à criação de emprego, sendo essa a estratégia mais importante da União Europeia. É através dos seus objetivos que a União Europeia e as instituições europeias, numa cooperação estreita com os estados membros, procuram promover o desenvolvimento económico e a criação de emprego. Quando falamos da União Europeia, referimo-nos obviamente aos 27 governos que a compõem e não somente a Bruxelas, como falsamente se pensa e pronuncia; porque quando existem decisões a serem tomadas, são votadas pelos 27 governos; portanto, quando pensamos na estratégia Europa 2020, as instituições estão exatamente a desenvolver uma estratégia de cooperação entre elas, o Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão, mas também entre essas mesmas as Instituições e os Estados Membros. Por isso é que, no âmbito desta estratégia são Àxados grandes objetivos para a União Europeia e cada país tem de explicitar qual vai ser a sua contribuição. A contribuição de Portugal para a estratégia Europa 2020, tendo em consideração o momento que atravessamos, só se concretizará no memorando de entendimento, será essa a contribuição de Portugal. Portanto, podemos referir que haverá uma contribuição de cada país, ou seja, esta estratégia é uma forma de colocar todos os estados membros a trabalharem em conjunto e em colaboração com todas as instituições europeias, para o crescimento económico e para a criação de emprego.

[EPRM]Parte substancial da sua formação académica esteve ligada à ofer ta formativa para jovens, nomeadamente no que se refere à reÁexão em torno


[entrevista]

do sistema dual (enquanto realidade da oferta formativa característica dos países do centro e norte da Europa) e das inovações promovidas pelo sistema modular (enquanto elemento promotor do sucesso educativo). Passado todo este tempo, que avaliação faz da introdução destes mecanismos no sistema educativo português? [MM] Eu penso que se compararmos o sistema educativo de hoje com o do início da década de oitenta, veriÀca-se que taticamente nenhum aluno escolhia uma via proÀssional ou tecnológica e, a partir do final da década de 80 e início da década de 90, quando a vossa escola foi criada, começou a perceber-se que quase metade dos alunos que iniciaram o 10º ano, escolhiam uma via proÀssional, e para que houvesse esse resultado, foi necessário um esforço muito grande. Nessa época as vias proÀssionais não eram suÀcientemente valorizadas socialmente, porque no antigo regime, a separação entre a via geral, ou mesmo, entre a universidade e o ensino técnico era social muito grande, situação que não existe hoje. Primeiro, um aluno que faz um curso numa Escola ProÀssional, pode entrar diretamente para a Universidade, o que contribui muito para a valorização social do ensino proÀssional. Depois, outro fator que contribuiu igualmente para valorizar o ensino proÀssional foi o facto de os empregadores, os parceiros sociais, os sindicatos, as autarquias estarem associadas à própria oferta de formação, ou seja, quando os alunos terminam o seu percurso formativo e simultaneamente, o 12º. Ano de escolaridade, as empesas

reconhecem o seu valor, que estão bem preparados para iniciar uma vida proÀssional, até porque no próprio processo formativo, os alunos realizam estágios proÀssionais, o que permite a demonstração dos saberes adquiridos na Escola. E o que os alunos do Ensino ProÀssional sabem não é só ao nível da mecânica, eletricidade, turismo, informática, conhecem muito bem também o comportamento adequado, e estas são as chamadas competências socias associadas ao processo que, a meu ver, facilitou e continua a facilitar a inserção dos jovens no mercado de trabalho. Existe, desta forma, uma inÁuência dupla, as empresas conhecem aquilo que os alunos sabem e estes aprendem a trabalhar dentro de uma empresa. Por isso, os estágios proÀssionais foram um fator de sucesso no ensino proÀssional, contribuindo para a grande mais-valia que é o sistema dual, completar uma parte da formação na escola e outra parte numa empresa.

[EPRM]Num dos recentes relatórios internacionais, reafirma-se que a maneira como são concebidos os sistemas educacionais pode exacerbar as desigualdades, com impactos negativos na motivação e no empenho dos alunos, levando ao aumento do abandono escolar. Tendo em conta a sua experiência, e comparativamente com outros sistemas, acha que o sistema educativo português está preparado para contrariar este fenómeno? [MM] Penso que sim. Essa constatação não é nova e

Revista EPRM # 20 | 7


[ entrevista]

temos de lidar com ela. Nós tivemos que lançar estratégias associadas à criação das escolas proÀssionais, e primeiro do ensino tecnológico nas escolas secundárias, que levassem à valorização dessa formação. E porque sabíamos isso, encontrámos uma série de estratégias para valorizar essas vias de formação, exatamente para que, quando as pessoas saíssem da escola, fossem reconhecidas pelo sistema económico, pelas empresas, para evitar essa diÀculdade de integração no mercado de trabalho e, sobretudo, essa separação, essa discriminação na inserção no mercado de trabalho. Enquanto alunos da escola proÀssional, a vossa grande vantagem relativamente aos alunos do ensino secundário é que quando terminam os vossos cursos têm dois diplomas, um reconhecimento duplo, e os alunos de via ensino apenas essa via, para seguirem para o ensino superior. Portanto, deste ponto de vista, têm maior liberdade e facilidade de integração nas empresas. Estas estratégias estão relacionadas com o resultado dos estudos que nós conhecíamos e por isso tínhamos de combater essas discriminações.

[EPRM] A realidade portuguesa encara hoje a integração europeia como uma evidência e como uma mais-valia. Para esta tomada de consciência contribuíram decerto as estratégias lançadas através da promoção do ensino e da formação, sobretudo a partir da década de noventa. O ensino profissional, na versão que hoje temos em Portugal, é resultado de um conjunto de trabalhos de investigação, dos quais se contam contributos seus, de reconhecido mérito, numa período em que se pretendiam respostas para o problema da inexistência de oferta formativa a este nível. Hoje, face ao alargamento do seu espetro formativo, que avaliação faz do percurso do ensino proÀssional em Portugal? [MM] Eu faço uma avaliação muito positiva. Nós temos sempre expetativas de que as situações sejam melhores. Nunca ninguém está satisfeito com o que tem, mas a satisfação gera sempre a vontade de querer melhor. E eu penso que há melhorias signiÀcativas a fazer e um dos problemas que Portugal tem no ensino proÀssional é a mobilização das empresas para que estas adiram ao ensino proÀssional. Aderir ao ensino proÀssional signiÀca oferecer estágios, mas oferecer um período de formação compatível com as expetativas. Ou seja: um estagiário quando vai para uma empresa, vai com a expetativa de conhecer o ambiente empresarial e para desenvolver atividades de acordo com aquilo que aprendeu e, muitas vezes, não existe esta disponibilidade por parte da empresa. Muitas vezes o estagiário está lá e serve para 8 | Revista EPRM # 20

fazer tudo; é necessário fazer um esforço de sensibilização das empresas para a importância de estas agirem logo no período de formação, ou seja, o que eu gostava de ver era que as empresas agissem mais no período de formação do que se queixassem depois de que não há os recursos humanos que necessitam.

[EPRM] A massificação do ensino profissional, associada aos novos mecanismos de qualiÀcação e às novas abordagens em torno das lógicas de partenariado e de formação ao longo da vida, trouxeram um conjunto de novas dificuldade para as escolas (abandono escolar, violência, desmotivação, dificuldades de aprendizagem, entre outros), e novos desaÀos face à emergência de novas qualiÀcações ajustadas a novos perÀs proÀssionais. Como vê a relação entre as escolas e as empresas? Que boas práticas tem observado neste domínio? [MM] Uma das questões fundamentais é a necessidade das empresas se envolverem mais no processo formativo desde o início, e isso é muito importante no sentido de que as competências que as pessoas adquirem sejam mais coerentes com as necessidades das empresas. Há uma questão muito importante de que não nos podemos esquecer: a escola não se pode limitar a responder às necessidades das empresas. A escola tem de gerar autonomamente novas necessidades de competências porque a escola também é um polo de desenvolvimento da região. Por isso, quando se fala da expressão partenariado ou parcerias é exatamente no sentido que a escola responda às necessidades das empresas mas que também cria novas necessidades, que responda às necessidades dos indivíduos.

[EPRM] A mobilidade para Àns de aprendizagem, para aquisição de novas competências é uma das formas mais importantes de reforçar a empregabilidade nos jovens, bem como o seu desenvolvimento pessoal. A mobilidade na aprendizagem desenvolve o capital humano, dado que os estudantes acedem a novos conhecimentos e desenvolvem novas competências linguísticas e interculturais. A Escola ProÀssional de Rio Maior tem apostado nesta vertente, participando ciclicamente em projetos no âmbito do programa Leonardo da Vinci. Tendo em conta a sua experiências nestes domínios, que avaliação faz destes programas de mobilidade e de intercâmbio entre jovens e entre escolas no espaço europeu? Acha que o clima de crise poderá afetar a dinamização deste tipo de iniciativas?


[entrevista]

[MM] Em primeiro lugar considero que a mobilidade é a excelência da escola. Eu tive esta noção quando trabalhei com as escolas proÀssionais, embora hoje a questão seja mais generalizada. Nessa altura eu também era responsável pelo programa Leonardo da Vinci e penso que o participar em programas de mobilidade faz a diferença da escola, faz a excelência da escola. Eu sei que é muito trabalho, são muitas dores de cabeça para os professores, para a administração da escola; mas o resultado para os alunos, para os professores e para a escola fazem a diferença, ou seja, os alunos que puderem participar num programa de mobilidade estão claramente melhor posicionados relativamente à vida e à procura de emprego. Hoje em dia, quando vemos na televisão que os jovens não encontram emprego em Portugal, jovens licenciados que vão à procura de emprego noutros países, que imigram, etc., torna-se necessário fazer uma reÁexão em torno disso, e a resposta está no facto de que estes jovens já se encontram preparados para tal, porque já Àzeram programas Erasmus, porque criaram redes de contactos noutros países. Por exemplo, quando se vai fazer um programa Erasmus em França, numa universidade, não se encontram apenas estudantes franceses, encontram-se estudantes de muitos países. Portanto, este tipo de programas, permitiu às pessoas ir para outro país, conhecer outra realidade. Por exemplo, o caso de uma aluna do liceu francês que fez o programa Erasmus em Amesterdão, onde é a melhor aluna. Ela chegou à Universidade de Amesterdão e a primeira semana foi um choque, pois uma pessoa separa-se da família a primeira vez (incluindo uma irmã gémea), onde teve sempre num espaço de grande comodidade e, de repente, chega a uma outra cidade com pessoas diferentes, que falam outra língua e hoje já diz que quer lá ir fazer o MBA. Portanto, já veio e já quer voltar outra vez, porquê? Porque o facto de mudar, ir de um sítio para o outro é uma aventura sem sombra de dúvida, há uns que procuram aventuras e há outros que têm medo. Mas o facto de uma pessoa ter a oportunidade de ir para outro país durante a formação, onde não conhece ninguém

e ninguém fala a sua língua é um estimulo para a formação e para a mudança. Dessa forma, um aluno quando faz um programa como o Leonardo da Vinci está mais à vontade para fazer um Erasmus e se fez um Erasmus já está mais à vontade para procurar emprego no estrangeiro e portanto, são estas hipóteses de mobilidade durante a formação que preparam as pessoas para uma mobilidade futura. Existe ainda uma questão que gostava de acrescentar: nós às vezes temos um pouco a ideia miserabilista, que é tudo difícil, que é tudo mau, e depois quando começamos a visitar outros países percebemos que temos coisas melhores e coisas piores, ou seja, temos todos virtudes e todos defeitos, e também é isso que se aprende com a mobilidade. Eu lembro-me que quando começaram estes programas, e convidava as escolas a entrar nos projetos com escolas dos outros países e estas diziam que não tinham escola para receber os estrangeiros, que as instalações eram velhas e desatualizadas, eu dizia “nós temos escola para os receber” e depois começaram a perceber que havia melhores, mas também piores. Somos todos iguais na diversidade.

[EPRM] No momento em que a União Europeia vive o momento mais conturbado desde a sua fundação, como vê, a partir do centro de decisão (Bruxelas), o futuro da Europa e dos ideais que lhe estão subjacentes?[MM] Eu vejo o futuro da europa com otimismo. Otimismo não signiÀca que não haja uma grande exigência e um grande desaÀo como já referi anteriormente, esta é a minha leitura, e a União Europeia vai ser capaz de reagir a esse desaÀo. No entanto, o desaÀo não é só resolver os problemas que existem neste momento, porque se trata da forma de a União Europeia encontrar novas saídas para os problemas que existem no momento. Uma questão fundamental é a aposta na educação, nas novas tecnologias, na ciência, na inovação, porque nós não podemos parar com o percurso que estávamos a seguir. Nós temos de intensiÀcar esse percurso, temos de intensiÀcar o investimento e essa preocupação, para que no futuro, quando sairmos da crise, estejamos mais preparados para reagir a eventuais crises.

[EPRM] Como sabe, o ensino proÀssional em Portugal é Ànanciado maioritariamente pelo Fundo Social Europeu e o atual quadro comunitário de apoio está prestes a entrar na reta Ànal. Como antevê a sobrevivência deste modelo de ensino após 2013? [MM] O quadro Ànanceiro tem uma duração limitada, este era 2007-2013 e já se está a discutir há algum tempo o quadro Ànanceiro para 2014-2020. As reuniões com os países no Revista EPRM # 20 | 9


[entrevista]

[MM] Eu considero que o papel do ensino proÀssional é fundamental, ou seja, não podemos falar de desenvolvimento económico se nós não tivermos pessoas qualiÀcadas. Mesmo que haja empresários a investirem, a empresa só existe se houver pessoas qualiÀcadas que possam “puxar” pela empresa e que tenham capacidade de determinar e realizar as tarefas. É neste contexto que o ensino proÀssional tem um papel fundamental em preparar competências, o perÀl, a qualidade, qualiÀcar os jovens para que sejam “atores ativos” no processo de desenvolvimento económico.

sentido de começarem a negociar o novo quadro de referência estratégica nacional já iniciaram e já se está a fazer esse trabalho. O que é importante destacar é como se faz essa negociação uma vez aprovadas as chamadas perspetivas Ànanceiras que estão em debate. Os países têm que negociar um envelope Ànanceiro com base num conjunto de propostas que apresentam, não é uma mera conta de dividir o montante disponível pelos 27 países, com os diferentes indicadores que são usados, como o produto interno bruto e a diferença relativamente ao PIB médio europeu por causa das regiões menos desenvolvidas. O exercício fundamental é a credibilidade do programa que o país apresenta, e Portugal, no período de 2007-2013, teve 21,5 milhões de euros porque apresentou um programa excelente, mas é interessante também notar que neste quadro 2007-2013, Portugal investiu sobretudo na formação das pessoas, ensino proÀssional, inovação, novas tecnologias, transferência das tecnologias para a economia; mais de metade desse envelope destinou-se exatamente à formação das pessoas. Não é a Comissão Europeia que determina o que Portugal tem de fazer. Portugal tem de apresentar um programa credível e é com base no programa que é quantiÀcado que se vai negociar com a Comissão Europeia. E, como o dinheiro não é inÀnito, depois têm de haver acertos e é nesses acertos que a credibilidade e a qualidade dão peso aos argumentos de negociação. Respondendo diretamente à questão: o ensino proÀssional não está em causa, assim o Governo Português entenda que no novo quadro Ànanceiro, o ensino proÀssional continue a ser uma prioridade.

[EPRM] Em sua opinião, qual é o papel do ensino profissional na formação de quadros técnicos intermédios na superação da crise que o nosso país atravessa e na busca de um novo paradigma de desenvolvimento? 10 | Revista EPRM # 20

[EPRM] E quando em Portugal o desemprego jovem atinge números preocupantes, recentemente têm vindo a público noticias do interesse de outros países em contratar técnicos portugueses. Será a emigração uma possibilidade para o futuro dos nossos jovens? Será esse o sinal da qualidade da formação ministrada em Portugal? [MM] Já me referi a essa questão, no entanto, também há o efeito contrário: existem mais pessoas estrangeiras a trabalhar em Portugal do que havia antes. Quando falamos em emigração, as pessoas estão a pensar no paradigma do que foi a emigração em Portugal nos anos 60 e 70. Mas hoje é diferente, hoje Portugal exporta pessoas qualiÀcadas mas também atrai, atrai investimento estrangeiro e pessoas, ou seja, os programas de mobilidade têm sido os responsáveis por essa mobilidade. E portanto, o que penso que deverá acontecer é as pessoas não terem o estigma de serem emigrantes. A forma como as pessoas hoje são vistas nas suas aldeias, nas suas localidades, nas suas cidades, é completamente diferente do que antigamente, porque quando vão trabalhar para outro país são tratados como cidadãos da União Europeia. Já não existe o estigma do emigrante que vai sem estudos à procura de um emprego, mas sim uma pessoa qualiÀcada. Aliás, a comissão europeia criou a rede EURES onde se podem encontrar ofertas de emprego em todos os países, incluindo Portugal. Quando uma pessoa pretende ir para o estrangeiro, visita o site e encontra toda a informação disponível sobre uma empresa, o que permite que as suas escolhas sejam seguras, e a Comissão Europeia dispõe dessa rede, e nela existem propostas de emprego diferentes, face às diferentes necessidades. Provavelmente, neste momento atraímos menos e exportamos mais, pois há momentos em que outros países atraem menos, por exemplo a Alemanha, entre 2002 e 2007, tinha a taxa de emprego juvenil mais elevada e hoje é um país que atrai. O Reino Unido atrai. Depende muito da evolução e da situação das economias, por isso nós temos é de olhar para a realidade com este ponto


[entrevista]

de vista e assim podermos lidar com ela e como ja referi os programas de mobilidade são fundamentais para isso.

[EPRM] Segundo Savater, a adolescência, nas suas múltiplas características, é o momento ideal para a interiorização de conteúdos de ordem ética, dado que corresponde a um estado de graça em que tudo é ainda potencial. Que ideias gostaria de deixar aos jovens da Escola proÀssional de Rio Maior? [MM] Gostaria de referir que é fundamental a pessoa aproveitar o tempo em que se está na escola para se preparar para a vida. Posso estar a ser um pouco paternalista, mas este conselho deve ser entendido como um desaÀo, ou seja, a ideia de que não basta ser um bom técnico, tem de ser também um bom proÀssional, com competência técnica e competência cidadã. Porque a competência de cidadania, de estar integrado na sociedade em que se vive é uma situação que ajuda no bom desempenho técnico das pessoas, ou seja, um bom proÀssional não é só aquele que sabe aparafusar de alto a baixo, direitinho, ou que sabe cumprir todas as regras técnicas de determinada proÀssão, é fundamental,

mas não é suÀciente. O desaÀo que eu deixaria é a perceção que as pessoas têm de ter quando saem da escola e têm um diploma que os vai ajudar a trabalhar e a aprender, pois a formação não acaba no dia em que saem da escola, nesse dia recebem o diploma para começar a aprender! É aquilo a que chamamos aprendizagem ao longo da vida: a pessoa estar bem preparada a cada momento, perceber que agora é um bom proÀssional, aqui, mas precisa de perceber que este desempenho técnico já não se faz da mesma forma porque porque as coisas mudaram,. É preciso aprender, é preciso abrir horizontes, a ideia de que o ensino secundário tem de se preparar para isso, preparar para a aprendizagem ao longo da vida, porque de acordo com os estudos já referidos, uma das diÀculdades que existe em Portugal é exatamente a baixa qualiÀcação das pessoas ativas. As pessoas trabalham nas empresas e, como têm uma baixa qualiÀcação não sentem necessidade de se atualizarem e mesmo quando sentem, têm diÀculdade em aceder a novas formações. A derradeira sugestão: excelência. A pessoa, sem atropelar os outros, tem que ser o melhor e tem sempre que fazer muito bem. Tem sempre que ter uma preocupação de excelência!

BELTRÃO COELHO (RIBATEJO E OESTE, LDA.) Rua Professor Manuel Bernardo das Neves, 16 A/B - 2000-208 SANTARÉM e-mail: rm.bcsantarem@mail.telepac.pt • www.beltraocoelho.pt

Revista EPRM # 20 | 11


[ ensino proÀssional]

A disciplina de Economia – formação e cidadania O ensino da Economia, no ensino secundário, pretende promover a aquisição pelos alunos de ferramentas fundamentais, quer para entender a dimensão económica da realidade social, quer para descodiÀcar a nomenclatura económica, hoje tão utilizada na linguagem corrente, em especial, nos meios de comunicação social. Favorece ainda o saber e a compreensão das sociedades contemporâneas, cada vez mais globais e em mudança acelerada, podendo assim ajudar na formação do cidadão, educando para a cidadania, para a mudança e para o desenvolvimento. Em Portugal, no ensino secundário coexiste o ensino geral e o ensino proÀssional. O primeiro visa a preparação do aluno para o prosseguimento de estudos, enquanto o segundo visa a preparação do aluno para uma entrada a curto prazo no mercado de trabalho (função profissionalizante). No ensino proÀssional a componente cientíÀca é constituída, em cada curso proÀssional, por duas ou três disciplinas que proporcionam uma formação cientíÀca de base que corresponde, simultaneamente, às exigências de um nível secundário de educação e de uma qualiÀcação proÀssional de nível 4. A disciplina de Economia integra esta componente em cursos de várias famílias proÀssionais, com uma carga horária total de 200 horas.1 A disciplina de Economia permite que os alunos desenvolvam conhecimentos, capacidades e atitudes que lhes facilitem a aprendizagem de competências-base associadas às qualiÀcações visadas pelos respetivos cursos. De facto, num curso proÀssional revela-se muito importante a dimensão instrumental da Economia, para a compreensão dos contextos de trabalho dos futuros técnicos, mas também o seu contributo no desenvolvimento de competências para o exercício responsável de uma cidadania ativa. Perante a importância do processo de ensino-aprendizagem da disciplina de Economia, os professores desta disciplina não podem estar desvinculados da vida, do mundo que os rodeia, mas têm que estar em sintonia com a comunidade e com o tempo em que vivemos. Por outro lado, a lecionação da disciplina de Economia no ensino secundário, sem que exista qualquer outra que lhe seja introdutória ao nível do ensino básico, implica uma dupla função – a de iniciação a um novo domínio cientíÀco – o da Ciência Económica e a de motivação para a eventual continuação de estudos nesta área. Assim, o programa da disciplina aponta para a aquisição de noções fundamentais, partindo sempre das realidades

12 | Revista EPRM # 20

próximas dos alunos, sendo que no desenvolvimento do modelo curricular dos cursos proÀssionais o estudo da realidade portuguesa e europeia deverá privilegiar a perspetiva proÀssional e empresarial, dada a forte ligação ao mercado de trabalho que carateriza estes cursos. Por isso, e porque o processo de ensino-aprendizagem pode conter uma componente teórica que exija um maior nível de abstração e, por isso, seja mais difícil para alguns alunos, impõe-se o recurso privilegiado a estratégias de gestão de sala de aula ativas, bem como a contextualização sistemática dos conteúdos programáticos na realidade conhecida do aluno e perspetivados em função dos setores de atividade que correspondem às famílias proÀssionais em que os cursos proÀssionais se enquadram. A escola tem, hoje em dia, acrescidas tarefas na formação dos seus alunos, para além daquelas que tradicionalmente eram da sua responsabilidade. O processo educativo deve basearse não só na transmissão de conhecimentos e informações mas também orientar e facilitar a formação do pensamento e a ação do cidadão. Neste contexto, o professor da disciplina de Economia, enquanto professor da área das ciências económicas e sociais terá uma dupla tarefa: “ ensinar o seu aluno a aprender e a aprender a aprender” (Veiga Simão, 2002) e dotar o aluno dos instrumentos indispensáveis à análise do real e ao posicionamento crítico face aos fenómenos sociais, contribuindo para fomentar a participação na vida social pautada pelo respeito dos valores democráticos e dos direitos à vida, ao ambiente e ao desenvolvimento.2 A disciplina de Economia é, portanto, uma disciplina privilegiada no contributo que pode dar para a formação adequada do aluno do ensino secundário, geral ou proÀssional, nomeadamente no domínio do conhecimento e da compreensão do mundo contemporâneo e dos seus principais problemas e é, nos dias de hoje, fundamental à formação geral do cidadão português e da União Europeia, qualquer que seja o percurso académico/proÀssional que este venha a seguir. Sandra Costa Docente de Economia 1- Programa Economia, Cursos ProÀssionais de Nível Secundário, Direção Geral de Formação Vocacional, Ministério da Educação, 2005 2-VEIGA Simão, M.A. e outros (2002). Reorganização Curricular no Ensino Básico – Novas Áreas Disciplinares. Lisboa: Ministério da Educação, Departamento de Educação Básica.


[ ensino proÀssional]

PAP – PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL A Prova de Aptidão ProÀssional (PAP) é uma das componentes do currículo de formação dos cursos proÀssionais, constituindose condição de obtenção do diploma proÀssional. A PAP consiste na conceção, execução e defesa por parte do aluno, de um projeto de Aptidão Profissional visando o desempenho profissional em empresas do setor relacionado com o curso frequentado, tendo uma essência transdisciplinar e integradora de todos os saberes e capacidades desenvolvidos ao longo da formação. O projeto tem carácter de investigação aplicada, integradora e mobilizadora dos saberes e competências adquiridos ao longo do plano de formação desenvolvido em sala de aula e em contexto de trabalho, devendo assumir a forma de um projeto pessoal, que deverá reÁetir o perÀl de saída do curso e os interesses do aluno. De acordo com a Portaria n.º 550-C/2004, de 21 de Maio, para concluir qualquer Curso ProÀssional, os alunos têm de realizar uma Prova de Aptidão ProÀssional (PAP) que “consiste na apresentação e defesa, perante um júri, de um projeto, consubstanciado num produto, material ou intelectual, numa intervenção ou numa atuação, consoante a natureza dos cursos, bem como do respetivo relatório Ànal de realização e apreciação crítica, demonstrativo de saberes e competências proÀssionais adquiridos ao longo da formação e estruturante do futuro proÀssional do jovem”. O projeto conducente à PAP “centra-se em temas e problemas perspetivados e desenvolvidos pelo aluno em estreita ligação com o contexto de trabalho e realiza-se sob orientação e acompanhamento de um ou mais professores”, podendo, eventualmente, ser desenvolvido em equipa, tendo em conta a natureza do projeto e desde que, “em todas as suas fases e momentos de concretização, seja visível e avaliável a contribuição individual especíÀca de cada um dos membros da equipa”. Assim o projeto, salvo situações excecionais, deve ser pessoal e nascer do interesse do aluno na resolução de um problema proÀssional, fator determinante para que a prova seja um efetivo instrumento de interiorização de conhecimentos e de intervenção proÀssional. A deÀnição do projeto implica a apresentação das motivações pessoais, a análise de recursos, a recolha de informações, a deÀnição de estratégias e a sua exequibilidade, sendo orientado de acordo com a metodologia do trabalho de projeto enquanto estratégia integradora das aprendizagens,

contribuindo para o desenvolvimento e a consolidação de competências que habilitem o aluno enquanto futuro proÀssional a agir em situações concretas e com graus de complexidade diferenciados. As temáticas, embora estejam circunscritas aos conteúdos do curso são, regra geral, escolhidas pelo aluno e validadas pela equipa pedagógica, estratégia que promove e rentabiliza o trabalho articulado entre os professores das diferentes disciplinas e componentes de formação. A PAP é constituída pelo Projeto, o Relatório e a Defesa do mesmo. A planiÀcação dos projetos deve ser feita de forma a permitir que, em cada momento, os alunos tenham orientações sobre o trabalho a desenvolver pelo que é importante que estes conheçam os critérios de elaboração e os prazos de entrega do pré-projeto (proposta), do projeto e do relatório e as condições de acesso às instalações e equipamentos dentro e fora do horário letivo, de modo a permitir que estes tenham espaço, tempo e recursos para a elaboração dos seus trabalhos, responsabilizando-os também pela sua utilização. O envolvimento de toda a equipa pedagógica é fundamental no desenvolvimento da PAP, uma vez que quanto maior

Revista EPRM # 20 | 13


[ensino proÀssional ]

e) Um representante das associações sindicais dos sectores de atividade aÀns ao curso; f) Uma personalidade de reconhecido mérito na área da formação proÀssional ou dos sectores de atividade aÀns ao Curso ProÀssional. A PAP mobiliza competências essenciais para a resolução de problemas profissionais, tais como: a reflexão sobre causas e/ou consequências das decisões profissionais; o espírito de iniciativa; a proposta de soluções criativas, alternativas e inovadoras; o desenvolvimento de capacidade de comunicação, programação e avaliação; o incremento do sentido de responsabilidade e autonomia, entre outras. Coincidindo com o Ànal do ciclo de formação, este projeto desperta os alunos para um período de transição nas suas vidas, sendo marcante para a maioria, pela oportunidade de crescimento pessoal e proÀssional que proporciona em mais uma etapa de formação.

"Educar a inteligência é dilatar o horizonte dos seus desejos e das suas necessidades."

for o empenhamento da equipa, melhores serão os resultados obtidos pelos alunos e embora a PAP esteja mais diretamente relacionada com a componente de formação técnica, é importante a integração dos professores das outras componentes de formação - no apoio à elaboração e desenvolvimento do projeto; na revisão dos textos; em traduções; em trabalho de pesquisa; em trabalhos práticos/manuseamento de materiais e equipamentos; em ensaios para apresentação perante o júri. A avaliação da PAP culmina com a apresentação e defesa do projeto, perante um Júri, que é constituído nos termos previstos na Portaria supramencionada, designado pela Direção da escola e que tem a seguinte composição: a) O Diretor da escola, que preside, no caso de estar presente; b) O Diretor de Curso; c) O Diretor de Turma; d) Um representante das associações empresariais ou das Empresas/Instituições de sectores aÀns do Curso ProÀssional;

14 | Revista EPRM # 20

Luciano Vitorino Diretor Pedagógico


[ ensino proÀssional]

CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE

QUAL A SUA IMPORTÂNCIA? Cada vez mais a nossa sociedade, nomeadamente o mercado de trabalho impõe algumas diÀculdades a quem pretende estabilidade no seu emprego, logo, torna-se imprescindível que em algumas áreas, como as de recursos humanos, saúde, segurança no trabalho ou de tecnologia, seja necessário conhecer bem o ambiente proÀssional para que se possa ter uma oportunidade. No entanto, vão surgindo incertezas em relação ao mundo do trabalho no que diz respeito a essas mesmas oportunidades e às mudanças relativamente ao perÀl proÀssional, uma vez que este está muito voltado atualmente para o conhecimento como principal ferramenta de trabalho. Diversos estudos efetuados têm demonstrado que, quanto maior for o grau académico e os níveis de formação dos indivíduos, mais facilmente poderão fazer a sua adaptação ao mercado de trabalho, quer para encontrar o seu primeiro emprego quer para, eventualmente, mudar para outra profissão. Desta forma, podemos mesmo afirmar que o conhecimento é cada vez mais o motor da nossa sociedade. Assim sendo, a formação proÀssional deve ser vista como uma aposta que favorece a evolução global da personalidade do indivíduo, partindo dos conhecimentos adquiridos e de experiências vividas. Deste modo, irá permitir obter elementos de realização mais completos de si próprio, bem como uma melhor adaptação ao meio de inserção, nomeadamente no plano sócio -proÀssional. Podemos considerar a formação profissional como um processo organizado de educação, segundo o qual as pessoas enriquecem os seus conhecimentos, desenvolvem as suas capacidades e melhoram as suas atitudes ou comportamentos, aumentando, assim, as suas qualiÀcações técnicas ou profissionais, com vista à participação no desenvolvimento sócio -económico e cultural da sociedade. É através deste processo organizado de educação, global e permanente, que os jovens e adultos, que serão inseridos no mercado de trabalho, se preparam para o exercício de uma atividade proÀssional, cuja síntese e integração possibilitam a adoção de comportamentos adequados ao desempenho da proÀssão. Deste modo, um sistema de formação proÀssional deÀnese como “Um conjunto de atividades, que visa a aquisição de conhecimentos, “habilidades”, atitudes e formas de

comportamento exigidos para o exercício das funções próprias de uma atividade proÀssional, em que, complementarmente ao sistema educativo se procura dar ou encontrar resposta às necessidades de desenvolvimento económico e social de uma determinada sociedade.” A formação profissional tem de ser vista a partir das necessidades da sociedade, das organizações e dos indivíduos, uma vez que os benefícios que esta acarreta não se restringem apenas às pessoas, nomeadamente através da aquisição de conhecimentos, aptidões técnicas e de relacionamento, mas também às sociedades e organizações, nomeadamente pelo sentimento de pertença (a um grupo ou organização), pelo controle das tensões e conÁitos existentes no dia-a-dia, resultando na aquisição da autoconfiança, segurança e capacidade de tomar decisões. Com a crescente importância da formação proÀssional para o nosso país, nomeadamente para as organizações, a oferta de formação também cresceu, procurando dar resposta às necessidades de formação existentes. A entidade formadora pode intervir ativamente e de forma direta em todo o sistema de formação ou apenas em parte, ou seja, numa determinada fase do sistema. De forma geral, as entidades formadoras iniciam a sua atividade após a deteção das necessidades de formação, concebendo uma intervenção formativa que permita a satisfação das carências de formação detetadas. Tendo em conta as necessidades declaradas ao nível da formação proÀssional, nomeadamente ao nível da área da saúde, e de forma a colmatar uma lacuna existente nesta mesma área, é publicado em Diário da República, 1ª série, nº 195, Portaria n.º 1041/2010, de 7 de Outubro, o Curso ProÀssional de Técnico Auxiliar de Saúde, que se enquadra na família proÀssional de tecnologias da saúde e integrando-se na área de educação e formação de saúde — programas não classiÀcados noutra área de formação (729), de acordo com a classiÀcação aprovada pela Portaria n.º 256/2005, de 16 de Março. Os alunos que concluírem com aproveitamento o presente curso proÀssional são certiÀcados com o nível secundário de educação e o nível IV de formação proÀssional, nos termos da regulamentação em vigor. * O QUE É UM TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE? O Técnico Auxiliar de Saúde é o proÀssional qualiÀcado, apto a auxiliar na prestação de cuidados de saúde aos utentes, na recolha e transporte de amostras biológicas, na limpeza, higienização e transporte de roupas, materiais e

Revista EPRM # 20 | 15


[ensino proÀssional]

equipamentos, na limpeza e higienização dos espaços e no apoio logístico e administrativo das diferentes unidades e serviços de saúde, sob orientações de proÀssionais de saúde. Este curso proÀssional tem como objetivo principal preparar jovens proÀssionais com competências técnicas na área de auxílio na prestação de cuidados de saúde a enfermeiros e outros proÀssionais de saúde em unidades clínicas ou aÀns. * ATIVIDADES PRINCIPAIS A DESEMPENHAR POR UM TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE - Colaborar, sob a supervisão técnica, na prestação de cuidados de higiene e conforto aos utentes e na realização de tratamentos a feridas e úlceras; - Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados ao utente que vai fazer, ou fez, uma intervenção cirúrgica; - Proceder ao acompanhamento e transporte de utentes em camas, macas, cadeiras de rodas ou a pé, dentro e fora do estabelecimento; - Executar tarefas que exijam uma intervenção imediata e simultânea ao alerta do proÀssional de saúde; - Auxiliar na transferência, posicionamento e transporte do utente, que necessita de ajuda total ou parcial, de acordo com orientações do proÀssional de saúde. - Auxiliar nas tarefas de alimentação e hidratação do utente, nomeadamente na preparação de refeições ligeiras ou suplementos alimentares e no acompanhamento durante as refeições; - Auxiliar nos cuidados post mortem, de acordo com orientações do proÀssional de saúde; - Preparar e lavar o material dos serviços técnicos; preparar o material para a esterilização; - Ajudar nas tarefas de recolha de material para análise; - Transportar e distribuir balas de oxigénio e os materiais esterilizados pelos serviços de ação médica; - Velar pela manutenção do material utilizado nos cuidados prestados aos doentes;

16 | Revista EPRM # 20

- Proceder à receção, arrumação e distribuição de roupas lavadas e à recolha de roupas sujas e respetivas entregas; - Assegurar o serviço externo e interno de transporte de medicamentos e produtos de consumo corrente, necessários ao funcionamento dos serviços; - Colaborar com os respetivos serviços na realização dos trâmites administrativos relacionados com as suas atividades; - Proceder à limpeza das macas nos respetivos locais de trabalho; - Assegurar a manutenção das condições de higiene nos respetivos locais de trabalho; - Proceder ao transporte, distribuição e entrega de documentos, materiais e equipamentos, dentro ou fora dos serviços; - Proceder à carga, descarga e arrumação de materiais e equipamentos; - Realizar pequenos serviços de manutenção e reparação do material, bens e haveres * QUAIS AS SAÍDAS PROFISSIONAIS PARA UM TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE? As saídas proÀssionais para o Técnico Auxiliar de Saúde são bastante diversiÀcadas, nomeadamente Hospitais (públicos e privados), Centros de Saúde, Consultórios Médicos, Clínicas, Outros Estabelecimentos de Saúde, Centros de Dia, Lares, Centros de Acolhimento e Residência de Crianças, Unidades de Cuidados Continuados, Serviços de Apoio ao Domicílio, Institutos de Estética. Desta forma, podemos referir ser uma mais-valia a existência de um curso com esta vertente proÀssional, uma vez que abrange uma área técnica ainda inexplorada pela sociedade, veriÀcando-se cada vez mais ser a área das ciências da saúde a que interessa a uma grande maioria dos estudantes. Nunca é de mais salientar que, para muitos desses estudantes, será a grande oportunidade de seguir os seus sonhos, podendo no futuro exercer uma proÀssão devidamente qualiÀcada, pois quando de uma forma ou de outra não é possível escolher a área de formação com que mais se identiÀcam, há uma maior tendência para a desmotivação e consequentemente para o abandono escolar. Com a existência deste curso proÀssional, e nomeadamente com a colocação dos Técnicos Auxiliares de Saúde no mercado de trabalho, os utentes poderão ter acesso a uma maior qualidade no seu atendimento e na sua prestação de cuidados, ou seja, possibilitará proÀssionalizar a assistência na área da saúde. Vanda Santos Psicóloga da Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior


[ ensino proÀssional ]

EPRM MAIS VERDE… Na continuação do programa eco-escolas iniciado no ano letivo transato, a Escola ProÀssional de Rio Maior (EPRM) está a desenvolver alguns projetos/ações para manter a Bandeira Verde hasteada. Esta é o símbolo que comprova e reconhece, pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), o trabalho desenvolvido no ano letivo 2010/2011, em defesa do ambiente. Durante o presente ano letivo, os alunos estão a desenvolver ações em mais cinco temas, nomeadamente, água, resíduos, energias, Áoresta e subsolo. Neste último, já foram realizadas três entrevistas a entidades que exploram ou gerem estes recursos de vital importância para a economia concelhia, regional e mesmo nacional, nomeadamente o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, a Câmara Municipal de Rio Maior e a Cooperativa Agrícola dos Produtores de Sal de Rio Maior. O calcário, o basalto, a areia, o sal e o carvão são recursos que são ou já foram motores importantes para a criação de empregos e transportam o nome de Rio Maior para o exterior. A Áoresta continua a ser uma das fontes de rendimento da população do concelho e, como tal, deve ser protegida dos incêndios Áorestais e dos atentados que normalmente são cometidos pela população. Como recurso associado ao aquecimento das habitações, por vezes torna-se excessiva a remoção da madeira, desprotegendo o solo contra a erosão. Neste sentido, a EPRM elaborou uma prensa manual de pasta de papel, com a qual se irão fazer briquetes das toalhas de papel, proveniente das casas de banho, utilizadas para secar as mãos. Com esta ação formam-se briquetes de papel que irão substituir a madeira no aquecimento das casas. Pretendese com esta experiência reduzir as quantidades de resíduos depositados em aterros sanitários, reduzir as quantidades de madeira queimada e fazer experiências para replicar este projeto para outras entidades. Ao nível dos resíduos, a EPRM já dispõe de ecopontos para lâmpadas, tinteiros, toners, pilhas e rolhas de cortiça. Neste momento, a EPRM está também a proceder à aquisição de outros ecopontos, para a separação ser uma realidade efetiva e assim dar o melhor seguimento aos resíduos aqui produzidos. A acompanhar a colocação de ecopontos, será realizada uma ação de sensibilização para toda a comunidade escolar a Àm de esclarecer as dúvidas de depósito no papelão, vidrão e

embalão. A água, como elemento fundamental à vida, deve ser preservada quer ao nível da qualidade quer ao nível da quantidade. A alteração de hábitos associada à mudança para torneiras mais eÀcientes, constituem as atividades de sensibilização que se pretendem desenvolver. No que diz respeito à energia, pretende sensibilizar-se para a poupança nos consumos e aos mesmo tempo melhorar a eÀciência energética global da escola. A participação no projeto TWIST, a instalação de molas nas portas que dão acesso ao exterior, a colocação de caixilharias em alumínio e a monitorização dos gastos são algumas das ações desenvolvidas neste âmbito. Posto isto, a comunidade escolar da EPRM juntamente com os parceiros do projeto, estão a contribuir para que no próximo ano este estabelecimento de ensino continue a hastear a Bandeira Verde da ABAE como símbolo efetivo da alteração de comportamentos em benefício de um ambiente mais próspero. Pedro Guedes Coordenador do Projeto e Formador da EPRM

Nesta altura, é bom viver num país cheio de sol.

POUPE ATÉ 75% DA SUA FATURA DE AQUECIMENTO DE ÁGUA. Aproveite as ótimas condições de exposição solar que Portugal tem. A Vulcano propõe soluções solares térmicas completas e versáteis, para água quente e apoio ao aquecimento da sua casa, de fácil e rápida instalação, com apoio e serviço especializado do primeiro ao último passo.

www.vulcano.pt

Revista EPRM # 20 | 17


[ ensino ProÀssional]

Geometria Descritiva – Ginástica Mental

A Geometria Descritiva não é a invenção de um só homem. Se Gaspar Monge, no Ànal do Século XVIII, a desenvolveu teoricamente e estabeleceu os seus princípios gerais, Dürer, desde o século XVI, tinha elaborado um método similar para uso de pintores. Trata-se de um método gráÀco e somente com processos gráÀcos, para resolver problemas de ângulos, dimensões, posições, interseções, etc. A Geometria Descritiva como foi deÀnida por Monge pode ver-se como a teorização de uma "arte da linha", usada desde o princípio para resolver mais ou menos empiricamente os problemas colocados inicialmente pelos cortes de pedra ou madeira. A Geometria descritiva é uma disciplina prática, e neste sentido, distingue-se da Geometria euclidiana ou analítica (álgebra).

Esta dimensão prática é a razão pela qual, o estudo da Geometria Descritiva, não requer uma sólida formação matemática. Ou seja, um estudante de letras pode facilmente resolver os problemas propostos sem recorrer a estas disciplinas matemáticas. 18 | Revista EPRM # 20

A Geometria Descritiva é também uma das poucas disciplinas em que o ensino nas escolas de arquitetura tem persistido desde o século XIX, e é esta a razão dos grandes avanços na conceção e representação de objetos em três dimensões a nível informático. As ferramentas atuais usadas para construir volumes complexos mais rapidamente e com mais precisão, não desvitalizam a Geometria Descritiva. Por seu lado, ela tem virtudes essenciais para o aluno: envolve ginástica mental e ensina-o a ver no espaço e a compreender a representação de objetos tridimensionais, que será de grande utilidade na utilização de um programa de criação e modelação a três dimensões. Acarreta também um maior cuidado na realização de desenhos, com recurso a ferramentas informáticas, onde o rigor da expressão gráÀca é fator relevante.

Anabela Figueiredo Docente de Geometria Descritiva


[ ensino proÀssional ]

NERSANT apoia criação de empresas na Lezíria do Tejo

No âmbito do projeto de apoio ao empreendedorismo que tem a decorrer na Lezíria do Tejo, a NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém, tem candidaturas abertas para apoiar a criação de empresas nesta região. A NERSANT faculta consultoria técnica especializada e apoio até um ano de atividade. A NERSANT vai apoiar a criação de micro-empresas na região da Lezíria do Tejo, através da dinamização do ApoiarMicro, programa destinado a todos os empreendedores interessados em criar a sua empresa e desenvolver a atividade num dos concelhos da Lezíria do Tejo, e para o qual já tem inscrições abertas. O ApoiarMicro tem como objetivos principais não só a criação de empresas, mas também a preparação dos empreendedores para o desaÀo da constituição da empresa ou do lançamento de um novo produto no mercado, bem como o acompanhamento do arranque e desenvolvimento inicial das novas empresas criadas. Para tal, a NERSANT está a aplicar uma metodologia dividida em três fases, sendo que a primeira diz respeito à geração / maturação da ideia de negócio e respectiva apresentação, com o intuito de recolher sugestões e identiÀcar potenciais investidores ou Ànanciadores para a mesma. Após esta fase, os empreendedores seleccionados entram num processo de consultoria técnica individual e personalizada, quer ao nível da elaboração do plano de

negócios, prospecção de mercado, comercial e marketing, identiÀcação de fontes de Ànanciamento, entre outros. No apoio à criação da empresa, a NERSANT proporciona consultoria start-up, que se traduz num acompanhamento e apoio especializado durante o primeiro ano de atividade da mesma. De referir que o ApoiarMicro está integrado num projeto mais amplo de apoio ao empreendedorismo – Lezíria Empreende – aprovado no âmbito do INALENTEJO e Ànanciado pelo FEDER, e que conta ainda com o apoio da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, e de uma rede de parceiros regionais, composta pelas autarquias, centros de emprego, escolas superiores e escolas proÀssionais, entre outros, que implementam e desenvolvem as várias acções previstas, visando a promoção e criação de um ecossitema empreendedor. Os empreendedores interessados em obter mais informações sobre este projeto, ou em apresentar a sua ideia de negócio, deve consultar o site do projecto em www.leziriaempreende. nersant.pt. Qualquer questão adicional deve ser questionada junto do Departamento de Apoio Técnico e Desenvolvimento Regional da NERSANT através do número 249 839 500 ou do e-mail apoiarmicro@nersant.pt.

Revista EPRM # 20 | 19


Promotor:

20 | Revista EPRM # 20

Apoio:


[a nossa escola- projetos e atividades]

Soul D’Aire

A Escola ProÀssional de Rio Maior foi convidada a participar no projeto “ A Empresa”, da Junior Achievement e resolveu aceitar o desaÀo. A Junior Achievement Portugal (JAP) é uma associação sem Àns lucrativos, empenhada em levar às escolas programas que desenvolvem nas crianças e jovens o gosto pelo empreendedorismo. Fundada em setembro de 2005, a Associação Junior Achievement Portugal - Aprender a Empreender é a congénere Portuguesa da Junior Achievement – a maior e mais antiga organização mundial educativa, sem Àns lucrativos. O programa “A Empresa” representa o programa bandeira da Junior Achievement. Alunos do ensino secundário criam uma miniempresa com a ajuda de um voluntário e de um professor. Os alunos reúnem capital através da venda de títulos de participação, criam um produto ou serviço, colocamno no mercado e por último, liquidam a operação e pagam os dividendos aos titulares. Para os jovens envolvidos no programa as vantagens são claras e objetivas na medida em que têm a oportunidade de testar na prática grande parte das competências adquiridas e ver o seu resultado no desempenho /performance das miniempresas por eles criadas aos vários níveis, nomeadamente, ao nível da organização e análise de dados e tomada de decisões. A Escola ProÀssional de Rio Maior inscreveu neste programa duas equipas, uma constituída por cinco alunos do Curso Técnico de Gestão e três alunos do curso Técnico de Design

com os apoios das professoras Maria João Maia e Anabela Figueiredo e outra equipa formada por cinco alunos (quatro do Curso Técnico de Energias Renováveis – Sistemas Solares e um do Curso Técnico de Gestão) com o apoio do professor Isaac Duarte. Foram selecionados pela Junior Achievement, para acompanhar estes projetos três voluntários, o Dr. Victor Alexandre, o Engenheiro Luís Antunes e a Dra. Sónia Ferreira. A equipa de Gestão e Design – Equipa Soul D’Aire (com o apoio das já referidas professoras e do Dr. Victor Alexandre, nesta primeira fase) decidiu apostar na criação de um produto de base regional, uma vez que utiliza o sal das salinas de Rio Maior e as ervas aromáticas da Serra de Aire e Candeeiros, dirigindo-o para o mercado gourmet através da criação de várias versões para diferentes tipos de utilizações, com uma embalagem criada especialmente para o efeito e que vai constituir a base da diferenciação deste produto relativamente aos similares já existentes no mercado. O programa A Empresa da JAP, para além da competição nacional a realizar em junho de 2012, vai desenvolvendo outras iniciativas como é o caso das feiras ilimitadas; este ano -a iniciativa foi integrada na feira Futurália 2012 que decorreu na FIL de 14 a 17 de março. Participaram nesta feira 48 miniempresas, 12 em cada dia selecionadas de um total de 150. Para participar nesta feira foi necessário realizar um Àlme com a duração de dois minutos, um conjunto de slides no programa PowerPoint e a inscrição online na EWB (Enterprise Without Borders), relacionada com o estabelecimento de parcerias com outras empresas. A seleção Ànal de quem participaria Àcou a cargo do seguinte júri: Cristina Trindade

Revista EPRM # 20 | 21


[a nossa escola – projetos e atividades]

da Câmara Municipal do Porto; Rui Matos da Interbolsa; António Martins do Millennium BCP; Virgílio Varela do HUB de Inovação Social da Fundação EDP; Margarida Figueiredo da Câmara Municipal de Lisboa e Afonso Lopes da Brisa que, como calcularão, enfrentaram longos momentos de discussão com o intuito de descobrir as equipas melhor preparadas para enfrentarem este desaÀo.

A equipa Soul D’Aire foi escolhida e esteve presente na FIL a apresentar o seu projeto no passado dia 14 de março ganhando o prémio de melhor produto. A equipa que obtivesse maior pontuação no total dos quatro dias iria representar Portugal em Zurique na Suíça no Ànal de março. A equipa Soul D’Aire conseguiu um honroso terceiro lugar, num total de 150 equipas que se candidataram nesta fase do concurso, continuando em jogo e muito motivada para a competição Ànal nacional que terá lugar no dia 28 de maio de 2012. Agora é tempo de aproveitar da melhor maneira o tempo que ainda resta para aperfeiçoar as ideias, redesenhar novos objetivos e lutar por um bom lugar na Competição. Para a concretização deste projeto, foram muito importantes as parcerias estabelecidas com a Cooperativa Agrícola dos Produtores de Sal de Rio Maior, a Loja do Sal e o Parque 22 | Revista EPRM # 20

Natural da Serra de Aire e Candeeiros que disponibilizaram informações, produtos e utensílios relacionados com a atividade de exploração de sal. Ao longo de todo o processo existiu uma grande união dentro da equipa Soul D’Aire e um grande espírito de entreajuda. Todos os membros da equipa são unânimes em aÀrmar que esta experiência está a constituir algo único e inesquecível na sua vida. Maria João Maia e Anabela Figueiredo Coordenadoras do Projeto


[ a nossa escola – projetos e atividades]

Todo-o-terreno na EPRM

Elisabete Jacinto encanta com as suas aventuras hilariantes

No dia 1 de Março de 2012, um grupo de quatro alunos da EPRM que havia participado na 1.ª fase do desaÀo DNescolas teve o prazer de receber uma ilustre Àgura do todo-o-terreno nacional, a piloto Elisabete Jacinto, no auditório do Centro de Estágios e Formação Desportiva de Rio Maior (DESMOR). A sessão contou com a presença dos alunos do 11.º ano da EPRM, do Diretor Pedagógico, de alguns professores, da Sra. Presidente da Câmara, Dra. Isaura Morais e da Sra. Vereadora da Educação, Dra. Sara Fragoso. Tudo começou com a participação dos quatro alunos na primeira fase do concurso, que consistia na elaboração de um editorial de um jornal, e os jovens participantes acabaram por ser surpreendidos ao Àcarem no grupo dos 60 editoriais selecionados a nível nacional. O projeto DNescolas começou há cinco anos pela mão do Diário de Notícias e é um interessante projeto de Educação para os Media que tem como principal objetivo despertar o interesse e o espírito crítico da nova geração face aos acontecimentos que a rodeiam, de modo a que todos possam, agora e posteriormente, fazer um uso pleno e consciente do seu direito de cidadania. Ultrapassada a primeira eliminatória do concurso, o DN premiou os jovens e a escola por eles representada com uma visita da sua equipa bem como da personalidade destacada no editorial, neste caso a piloto Elisabete Jacinto. Este foi um dia muito especial e que em muito contribuiu para o crescimento pessoal dos quatro participantes, que aprenderam a melhor gerir o seu nervosismo e ansiedade.

Acabaram mesmo por se mostrar bastante descontraídos, sobretudo devido à simpatia e simplicidade da convidada, que deslumbrou a todos com as suas aventuras um tanto insólitas. A facilidade de Elisabete em comunicar, aliada à sua boa disposição e às suas histórias hilariantes, prendeu a atenção do auditório que se manteve expectante desde o início até ao Ànal da sessão. Elisabete começou por contar um pouco do seu percurso pessoal e proÀssional, salientando a importância do apoio do seu marido para chegar até onde chegou atualmente. A piloto respondeu com grande clareza às questões que o grupo lhe colocou e ainda deixou alguns conselhos, de entre os quais se destaca “podemos fazer tudo o que queremos na vida, mas temos de trabalhar muito para isso”. Após a entrevista a Elisabete Jacinto, coube ao grupo a elaboração de uma reportagem sobre a personalidade, na tentativa de ser apurado para a próxima fase do concurso. Quem sabe se não será este um dos grupos Ànalistas que rumará durante 15 dias com outros jovens do país num percurso cultural pela Europa, previamente deÀnido pelo DN? Ana Rita Loureiro Coordenadora do Projeto

Revista EPRM # 20 | 23


[ a nossa escola – projetos e atividades]

" C o m S a b e r e S e n t i r, a s e x u a l i d a d e é a b o r d a d a d o p o n t o d e v i s t a d o s a fe t o s , d a i n fo r m a ç ã o e aconselhamento personalizado, criando um terreno fér til para o diálogo e evitando os constrangimentos". Rui Ramos (psicólogo), in Público 22-05-05

Sensações EPRM

O objetivo da Escola é o de informar e capacitar os seus alunos nas suas tomadas de decisão; daí a importância da abordagem da Educação para a Saúde e para a Sexualidade em meio escolar. Sob o ponto de vista legal, o Programa Nacional de Saúde Escolar prevê que a Educação para a Saúde deve ser obrigatório em todos os estabelecimentos de ensino e integrar o Projeto Educativo da Escola. O programa foi aprovado no âmbito do protocolo entre os Ministérios da Educação e o Ministério da Saúde (Despacho nº 19 737/2005 (2ª série), de 15 de Junho e Despacho nº 25 995/2005, de 16 de Dezembro). Recentemente, estabeleceuse o regime de aplicação da Educação Sexual em Meio Escolar, deÀnindo-se as orientações curriculares adequadas para os diferentes níveis de ensino (Lei nº 60/2009, de 6 de Agosto e Portaria nº 196-A/2010, de 9 de Abril). As práticas inerentes ao Projeto de Educação para a Saúde e para a Sexualidade (PESS) foram, de certa forma, temáticas debatidas e trabalhadas na Escola ProÀssional de Rio Maior

24 | Revista EPRM # 20

(EPRM) desde sempre. Na história desta escola foram constantemente realizados debates, sessões, colóquios ou tão simplesmente, conversas sobre as temáticas da sexualidade e da prevenção de consumos de substâncias psicoativas. No entanto, só há apenas dois anos esta prática é realizada na EPRM com o formato de um projeto que visa uma cronologia, estruturação, sistematização, previsão e constituição de uma equipa da qual fazem parte os professores internos e externos desta instituição. O PESS, enquanto atividade inserida no Projeto Educativo da EPRM, mantém as temáticas da sexualidade e da prevenção de substâncias psicoativas, no entanto, prevê a inserção de uma outra temática, variável em cada ano letivo. A grande diferença/mudança/inovação do PESS está relacionada com a carga horária e dinâmica das sessões sobre a temática da sexualidade e com a criação do Gabinete de Informação e Apoio ao Aluno (GIAA). Uma vez que nos encontramos numa Escola de Ensino ProÀssional, faz todo o sentido que a partir dos quinze anos de idade, os alunos possam usufruir de um espaço onde possam expor as suas dúvidas e ter o apoio mais adequado no que diz respeito às temáticas da Saúde e Sexualidade. Para além disso, o PESS conta com uma série de Colaboradores e Parcerias, no qual está inserida uma equipa interna multidisciplinar, na sua maioria professores, composta pelos diretores de turma das diferentes turmas e a coordenadora do PESS, Técnica Superior da Escola ProÀssional de Rio Maior, assim como, todas as equipas e parcerias externas que colaboram com a EPRM. O PESS da EPRM para o ano letivo 2011/2012 engloba as temáticas da Sexualidade (12 horas por turma), as quais são distribuídas e trabalhadas com os diferentes professores do Conselho de Turma, que elaboram e trabalham o PEST Projeto de Educação Sexual da Turma. Em todas as turmas, três horas (do total das doze que compõem o programa) são destinadas à apresentação de sessões de esclarecimento com as enfermeiras da Unidade de Cuidados Continuados

Os Nos

[ a nossa[escola a nossa – pe


[ a nossa escola – projetos e atividades]

portos de Natureza e a scola: Simbiose perfeita! tos vidades] e actividades]

de Rio Maior. Todas as outras atividades do PEST são desenvolvidas pelos professores e/ou com um convidado(a) que considerem transmitir um contributo importante para a abordagem da temática. Para além da questão da sexualidade, no PESS da EPRM de 2012 estão planiÀcadas sessões sobre a Prevenção do Consumo de Substâncias Psicoativas e de Prevenção da Violência em Meio Escolar. Ambas são feitas com a presença de convidados que desenvolvem trabalhos nas respetivas áreas e que conduzem dinâmicas adaptadas à população alvo, que vão ao encontro do seu estilo de vida e da sua idade. Para trabalhar com os alunos as questões relacionadas com os consumos de substâncias psicoativas, contamos com a presença do Técnicos do IDT – Instituto da Droga e da Toxicodependência – mais concretamente do Centro de Respostas Integradas do Ribatejo, que já colaboram com a EPRM há alguns anos e sabem concretamente que tipo de população possuímos na escola e a melhor forma de trabalhar com os nossos alunos. Sobre a Prevenção da Violência em Meio Escolar, escolhemos a temática do Bullying, sendo esta a primeira vez que a abordamos na EPRM. Para tal, contaremos com a presença de alguns proÀssionais relacionados com a área e daremos primazia àqueles que atuam no nosso concelho. Os frutos “colhidos” pelo PESS não são visualizados de imediato, nem por todos aqueles que nele participam, no entanto, todos devemos ter a consciência da sua importância. Para além disso, temos que ter a perceção de que não estamos a trabalhar em prevenção primária, ou mesmo em prevenção.

Mas, sem dúvida que estamos a informar, dar a conhecer, promover conhecimento a jovens decisores do seu futuro e dos seus compromissos, com os outros e com a vida. Quando avaliamos o PESS, avaliamos as parcerias que conseguimos estabelecer, os trabalhos produzidos por alunos

e professores, a qualidade do trabalho realizado na escola. Por vezes, a maior diÀculdade está em encontrar professores e técnicos com à vontade para explorar as temáticas com os alunos, de forma natural e sem constrangimentos. Na EPRM, o PESS correspondente ao presente ano letivo está a ser um sucesso; a maioria das turmas já apresenta todas as atividades concluídas. Fizeram-se exposições, criou-se uma página do facebook, denominada “Sensações EPRM” (www.facebook.com/page/sensaçõeseprm), publicaram-se trabalhos; além disso, o GIAA (Gabinete de Informação e Apoio ao Aluno) atendeu e continua a receber cerca de quarenta utilizadores por mês. Quando começámos a trabalhar no PESS e a elaborar os PEST, inevitavelmente pensamos que o número de horas de formação destinadas ao projeto, seria excessivo para a exploração e uso do tema, no entanto, alguns estudos demonstram que a educação sexual e o aconselhamento sobre a sexualidade estão associados a uma maior utilização de contracetivos, a um menor número de parceiros, a um início mais tardio da vida sexual, uma menor probabilidade de gravidez precoce e um maior conhecimento sobre a noção de fertilidade e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. E, sem dúvida, que o número de utilizadores do GIAA é o indicativo de que a (in) formação não é excessiva, uma vez que é bastante útil e utilizada pela comunidade escolar.

Com a experiência obtida durante os dois anos de envolvimento no projeto e com a avaliação de todos os trabalhos produzidos nos PEST e no PESS, considero que é possível trabalhar cada vez melhor as diferentes temáticas abordadas. Reforçamos sempre a singularidade de cada membro da escola, das suas escolhas e do respeito que nos merece.

Sónia Duarte Técnica do GAT

SOLAR FOTOVOLTAICO

PRODUZA A SUA PRÓPRIA ENERGIA

Tel 800 208 209 info@ikaroshemera.com

Revista EPRM # 20 | 25


[a nossa escola - conselho de delegados]

Páscoa Solidária…

Com a ajuda de todos os Alunos da Escola ProÀssional de Rio Maior, com a contribuição de apenas um euro, nos dias 20 e 21 de março, alguns destes alunos, representantes das diversas turmas da Escola, tiveram a oportunidade de fazer várias pessoas do Concelho de Rio Maior sorrir, oferecendo alguns cabazes recheados de diversos bens alimentares que estas pessoas não poderiam comprar. Todas as pessoas a quem entregamos cabazes Àcaram muito impressionadas com o gesto demonstrando pelos alunos e professores acompanhantes, através da alegria presente nos seus olhos, da emoção e até dos arrepios visíveis, pelo facto de se encontrarem tão felizes e comovidas. O pequeno gesto foi-nos muito agradecido através de simples frases como: “Obrigado, é triste mas hoje já vou ter comida na mesa para conseguir dar uma boa refeição aos meus” ou

26 | Revista EPRM # 20

“Obrigado por tudo, vamos conseguir passar uma Páscoa muito melhor, graças à vossa ajuda”…

Ao longo do nosso percurso, fomos perguntando às famílias a sua opinião relativamente a estas acções e todos responderam que era muito importante a realização destes atos de solidariedade com o intuito de ajudar quem mais necessita. Confideciaram-nos ainda que o facto de nos lembrarmos destas pessoas permitia, e ainda com o pouco que angariaram, conseguir, também elas, ajudar os outros, partilhando. Atividades desta natureza são sempre uma mais-valia no enriquecimento pessoal dos alunos, pois a solidariedade não é mais do que a procura e o respeito da dignidade individual! Obrigado a todos! O Conselho de Delegados/Associação de Estudantes


[ a nossa escola - conselho de delegados]

Conselho de Delegados da EPRM O Conselho de Delegados/Associação de Estudantes da EPRM é constituído pelos delegados e subdelegados das onze turmas que integram a Escola ProÀssional de Rio Maior no ano lectivo 2011/2012, democraticamente eleitos no início de cada ano letivo. A formação do Conselho de Delegados partiu da iniciativa do corpo Docente e da Direção Pedagógica da EPRM. Este ano letivo, o conselho de delegados é composto por vinte e dois membros, sendo a presidente e o vice-presidente nomeados através de votação por parte de todos os seus membros constituintes. O Conselho de Delegados possui uma hierarquia, sendo que quatro membros estão na lista principal e os restantes membros estão distribuídos em outras áreas criadas com o propósito de ser mais fácil atender aos objectivos desta instituição, tendo sempre em conta os valores de referência, o sentido de responsabilidade e competências individuais. A Constituição do Conselho de Delegados para o ano letivo 2011/2012 é a seguinte: Presidente: Bárbara Costa, C.T.Gestão Vice-Presidente: Pedro Lopes, C.T.Design Secretária: Rute Santos, C.T.Turismo Tesoureiro: Álvaro Umbelino, C.T.Gestão O Conselho de Delegados tem como principal objetivo defender os interesses dos alunos e representá-los em todas as situações que seja solicitada a presença deste organismo. Este grupo de alunos promove atividades sempre que possível, para que os alunos possam desenvolver o espírito de equipa, amizade e boa disposição no seio escolar, criando condições para o convívio entre a comunidade escolar. Ao longo deste ano letivo, o Conselho de Delegados já organizou diversas festas e atividades para encerrar os trimestres, tais como, torneios Inter-turmas de futebol, a festa de Natal com almoço convívio e troca de presentes, o 19º. Aniversário da EPRM que culminou com um lanche convívio e bolo de aniversário e a já habitual comemoração do S. Martinho. O Conselho de Delegados gostaria de informar a Comunidade Escolar que tem em vista outras atividades a realizar na Escola, entre elas o encerramento do 3º trimestre e o baile de gala/jantar de Ànal de ano letivo. Esperamos que todas as atividades decorram como previsto e que a participação e a entreajuda continuem a fazer parte da postura de toda a comunidade escolar! O Conselho de Delegados/Associação de Estudantes

Revista EPRM # 20 | 27


[ a nossa escola ]

Todos diferentes, todos iguais! Sou oriundo da China e imigrei para Portugal no ano de 2002 para me juntar à minha família e iniciei o meu percurso escolar em Rio Maior. No ano de 2009 fui admitido no Curso Técnico de Gestão, na Escola Profissional de Rio Maior (EPRM), com base nas minhas capacidades/ aptidões pessoais e académicas. Os meus três anos de experiência na EPRM permitem-me referir que o facto de eu ser oriundo de um outro país, não me fez sentir diferente ou excluído.

A EPRM é uma escola maravilhosa com um corpo de docentes extremamente proÀssional e amigável e, por isso, me sinto bem no seu seio. Rio Maior é uma cidade vibrante e multicultural, que tem muito para oferecer em diversas aspetos, como o lazer, o desporto e a natureza. Durante o meu percurso formativo na Escola ProÀssional de Rio Maior, realizei “inúmeras” visitas de estudo que me permitiram conhecer de uma forma mais objetiva a cultura portuguesa e a forma organizacional de Portugal. No entanto, a visita que me marcou verdadeiramente foi aquela que me permitiu visitar a Feira Internacional de Turismo, em Espanha. Não é todos dias que saímos do País para uma visita de estudo! Gosto muito de estudar na EPRM e viver nesta linda cidade que é Rio Maior.

JingDong Chen Aluno do Curso Técnico de Gestão

28 | Revista EPRM # 20

O meu nome é Luna Margareth Nascimento Leite, tenho 19 anos e sou natural de C a b o Ve rd e , m a i s especiÀcamente da ilha de São Vicente. Frequento o curso de Tu r i s m o A m b i e n t a l e Rural na Escola ProÀssional de Rio Maior desde o ano de 2010 e estou no 2º. Ano do curso. Imigrei para Portugal em busca de novas oportunidades e com o propósito de me juntar à minha mãe que já morava em Rio Maior há alguns anos. Desta forma, posso referir que foi uma boa opção porque sou uma jovem muito sonhadora e sei que através da EPRM, com a conclusão do curso que frequento e a qualiÀcação de nível IV, conseguirei atingir os objetivos que tracei para a minha vida futura.

A minha entrada na Escola ProÀssional de Rio Maior ocorreu casualmente, porque não fazia a mínima ideia de como funcionava uma Escola ProÀssional, pois frequentava em Cabo Verde o ensino regular que era também um pouco diferente do ensino de Portugal. Gosto muito de estudar na Escola ProÀssional de Rio Maior porque aqui sinto-me bem e sinto-me em casa, sendo que a EPRM já faz parte da minha vida, é a minha família Portuguesa e, com a sua ajuda, espero conseguir atingir os objetivos a que me propus. Obrigada EPRM!

Luna Leite Aluna do Curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural


[a nossa escola]

Escola ProÀssional de Rio Maior visita Espanha para uma “aventura no espaço”

O Curso ProÀssional de Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos manifestou, desde início do seu percurso de formação, uma apetência singular quanto às ferramentas de acesso à informação e ao conhecimento, com especial interesse pelos ambientes criados em torno das novas tecnologias web.

Muito embora não seja uma realidade especíÀca da Escola ProÀssional de Rio Maior, trata-se de uma característica que apela sobretudo a competências técnicas, pelo que a sua componente pessoal e social nem sempre se assumiu da melhor forma, motivo pelo qual se entende que a formação de técnicos competentes apela ao compromisso com a sua cidadania, o que por vezes não se consegue com propostas restritas ao espaço das salas de aula ou das oÀcinas. Foi nesta perspetiva que se integrou a recente visita de estudo à exposição “NASA: aventura no espaço!”, realizada na cidade de Madrid (Espanha) entre os dias 25 e 27 de abril. A atividade contou com a participação de todos os

alunos do curso, acompanhados por alguns dos responsáveis pela gestão da turma/curso e integrou um conjunto alargado de propostas de cariz socializante, que permitiram aprofundar o relacionamento social no seio do grupo e na sua relação com os outros. O núcleo da atividade incluiu o contacto com os progressos da investigação e do conhecimento do espaço, com especial destaque para os seus pioneiros (cientistas, percursores, políticos), os avanços decorrentes da indústria bélica (vestuário, ogivas, plataformas) e os dilemas da “guerra fria” no acesso ao espaço lunar (EUA vs URSS). A exposição, apoiada por uma série de instrumentos de leitura e informação sobre os conteúdos e sobre os materiais expostos, incluiu igualmente um agradável guia (tipo i-pod) e uma simulação, que transmitiu aos participantes os efeitos da força gravitacional (G-force) presente em qualquer viagem pelo espaço. Para além desta visita, o grupo teve oportunidade de contactar com o centro histórico de Madrid e com os principais atrativos da cidade de Toledo, antiga capital política e religiosa. Nestes domínios, promoveu-se sobretudo a partilha de experiências e o contacto com uma realidade diferente. Mais que uma proposta concreta, tratou-se de uma oportunidade assumida de combinação daquilo que a escola tem de melhor: o prazer de aprender pela experiência através de propostas que permitem abordagens amplas e integradoras. Reforça-se, em suma, o facto de estarmos perante atividades que se assumem como momentos singulares, que se associam naturalmente ao crescimento individual e coletivo, à imersão em sentimentos e sensações que, decerto, Àcarão para outras viagens que a memória nos permita. Sónia Costa Diretora de Turma

Revista EPRM # 20 | 29


[ a nossa escola ]

Ano Letivo 10/11 em imagem

30 | Revista EPRM # 20


[a nossa escola]

O EspĂ­rito TAERMOVE

Revista EPRM # 20 | 31


[a nossa escola - atividades]

PRÉMIO FUNDAÇÃO ILÍDIO PINHO

Ciência na Escola

A Fundação Ilídio Pinho acredita que “só através da concretização de iniciativas próprias é possível reunir a participação ativa de todos os indivíduos na construção de uma sociedade moderna e desenvolvida”. É com este princípio que anualmente são lançados desaÀos às diversas escolas onde a ciência, a economia e a inovação tecnológica são a base permitindo desta forma que os alunos desenvolvam as suas competências assim como interajam com cursos diferentes. A Escola ProÀssional de Rio Maior, juntamente com cerca de mais 700 outras escolas nacionais, concorreu ao Prémio Fundação Ilídio Pinho “Ciência na Escola”- 10.ª Edição – ano letivo 2011/2012 com o Projeto Aqua Energy, tendo sido uma das selecionadas. As turmas propostas para a execução do projeto são: • 10ºA - C.T. de Eletrónica, Automação e Instrumentação; • 10º C – C.T. de Manutenção Industrial; • 10º D – C.T. de Frio e Climatização; • 11º A – C.T. de Instalações Elétricas; • 11º C- C.T. de Energias Renováveis- Sistemas Eólicos; • 12º A – C.T. de Energias Renováveis - Sistemas Solares; • 12º C – C.T. de Design- variante Design Industrial. O projeto apresentado consiste na recolha e reutilização das águas pluviais, para posterior rega dos jardins escolares, aquecimento de água de lavagem e descargas sanitárias. Para o seu desenvolvimento serão aproveitados alguns

32 | Revista EPRM # 20

equipamentos já existentes na escola, alguns projetados e construídos pelos alunos durante o desenvolvimento dos planos curriculares (painéis solares, aerogerador, termossifão, caixas coletoras de águas pluviais), sendo complementados pela construção de infraestruturas, como as canalizações de transporte e o telheiro em cone a ser colocado no portão principal da escola, assim como a instalação de um depósito. Ao depósito ser-lhe-á acoplada uma bomba, cujo funcionamento dependerá da energia fornecida pelo aerogerador e pelo painel fotovoltaico. Esta bomba permitirá que parte das águas armazenadas sejam retiradas e distribuídas para as casas de banho do edifício escolar para descargas sanitárias, assim como, para o sistema de rega. Outra parte será enviada para um termossifão onde a água será aquecida e abastecerá os lavatórios das casas de banho e oÀcinas. O telheiro em forma de cone terá uma dupla funcionalidade, uma vez que recolherá a água das chuvas e condensações graças à sua forma em cone, assim como, abrigará os alunos em dias de chuva ou sol intenso. Em suma, esperamos muito sinceramente que o presente projeto consiga sensibilizar os alunos para as questões ambientais e energéticas e simultaneamente valorize as infraestruturas da escola através da concretização dos projetos efetuados pelas turmas dos diferentes Cursos Técnico –ProÀssionais. Cláudia Gomes e Soraia Benjamim Coordenadoras do Projeto


[formação proÀssional]

A escola e os desaÀos da sociedade de informação e conhecimento

A Sociedade da Informação e do Conhecimento pode ser caracterizada pela expansão global dos processos digitais, ao longo da história sempre existiram sociedades com informação e conhecimento (Castells, 2007), mas foi no século XX que se tornou globalizada dando origem a conceitos como “aldeia global”, “tecnologias de informação” e “sistemas de informação”. A crescente evolução das tecnologias da informação e comunicação (Internet e Satélites) levaram ao surgimento de uma nova civilização, caracterizada pela globalização (redes de alcance mundial como a world wide web), velocidade (massiÀcação da imprensa), aceleração (créscimo exponencial da informação), instantaneidade (acesso instantâneo da informação), desatualização (a atualização imediata leva à desatualização da existente), formação (necessidade de obter conhecimento atualizado) e mediatização (aumento do conhecimento pela comunicação social e pela realidade virtual (Meirinho, 2000). Se por um lado esta nova “sociedade” trouxe uma melhoria da qualidade de vida e o aparecimento de novas proÀssões, por outro, a informatização e automação de processos levou à extinção de postos de trabalho (na maioria indiferenciados) e consequentemente ao aumento do desemprego nos períodos de adaptação; por isso, a formação ao longo da vida é referenciada de muito importante por muitos autores. “A expressão ‘Sociedade da Informação’ refere-se a um modo de desenvolvimento social e económico em que a aquisição, armazenamento, processamento, valorização, transmissão, distribuição e disseminação de informação conducente à criação de conhecimento e à satisfação das necessidades dos cidadãos e das empresas, desempenham um papel central na atividade económica, na criação de riqueza, na deÀnição da qualidade de vida dos cidadãos e das suas práticas culturais.” (Livro Verde para a Sociedade da Informação em Portugal, 1997, p.9).

A sociedade da informação e do conhecimento levou novos desaÀos e profundas transformações para a escola atual. Com ela aparecem novos métodos e instrumentos de estudo e ensino e são criadas novas comunidades de alunos e de professores. Hoje, a Escola depara-se com o ensino dos conteúdos programáticos, bem como a aprendizagem de novas tecnologias, mas com um paradigma que, segundo Manuel Meirinhos, engloba três questões fundamentais: o conteúdo (qual a importância dos conceitos e qual a sua validade, será a cultura geral relevante?), as competências (capacidade de aprender, de aplicar estratégias, métodos e procedimentos) e as atitudes (desenvolver atitudes de cooperação, compreensão, tolerância, respeito, colaboração, autonomia, perseverança e responsabilidade). Como refere Manuel Meirinhos, (2000), p.7, “Uma educação que prepare as pessoas para a sociedade da informação tem de ser constituída em torno da aprendizagem, e não do acto de ensinar. A educação deve de ser centrada no agente que aprende.” O professor não detém o conhecimento absoluto pelo que assume uma função de orientador da aprendizagem que auxilia o aluno na aquisição de hábitos e destrezas, seleção e tratamento da informação, é ele também o responsável por criar as condições para o desenvolvimento do aluno. O aluno caminha a sua própria aprendizagem, realizando a procura do conhecimento de forma autónoma. João Inez Docente da Disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação

Revista EPRM # 20 | 33


[formação proÀssional]

Para além das Palavras…

“As mãos rompem o silêncio e fazem a comunicação de quem não ouve, mas vê, sente e se emociona”. (autor desconhecido) O ser humano é um ser social e como tal, necessita de se relacionar com outros seres humanos para que se desenvolva como pessoa. Mas essa convivência nem sempre é agradável e tranquila, uma vez que não existe uma pessoa igual à outra; todas as pessoas são diferentes e essas diferenças quase sempre geram conÁitos. É certo que o desafio de conviver com as diferenças é uma tarefa árdua, no entanto, deve ser considerada como uma necessidade humana, pois, ao respeitar o próximo, certamente abriremos espaço para que as nossas diferenças também sejam respeitadas. Tendo em consideração que a comunicação é um instrumento de integração, ensino, troca mútua e desenvolvimento entre as pessoas em quaisquer atividades realizadas e que, cada vez mais exige das diversas capacidades do ser humano, sendo a forma como comunicamos a ferramenta mais importante no processo de desenvolvimento das organizações em todo o mundo, a Escola ProÀssional de Rio Maior, promoveu um interessante Workshop, cujo tema foi a Língua Gestual Portuguesa. A Língua Gestual Portuguesa é uma língua com um vocabulário e gramática próprios, que se produz por movimentos das

34 | Revista EPRM # 20

mãos, do corpo e por expressões faciais. Em algumas horas, os alunos do 12º A - Curso Técnico de Energias Renováveis - Sistemas Solares, tiveram a oportunidade de aprender com a Professora Ana Leonor Carapinha, docente do 1º. Ciclo do Colégio Alto Pina em Rio Maior e especializada em Língua Gestual, algumas curiosidades respeitantes a esta Língua, o seu alfabeto e as expressões mais utilizadas no quotidiano da comunidade surda, de uma forma bastante acessível. Perante o grande entusiasmo de todos os participantes no Workshop, a Professora Ana Leonor, em forma de consolidação, deu aos alunos e professores acompanhantes a oportunidade de praticar a Língua Gestual, de modo a promover um intercâmbio de mensagens que iriam sendo descodiÀcadas pelos presentes. Foi um grande momento de comunicação, aprendizagem e sensibilização! Obrigada, professora Ana Leonor. Helena Coelho Docente da disciplina de Português


[formação proÀssional]

Contributos para a aprendizagem ao longo da vida: o papel dos parceiros sociais na formação proÀssional inicial CONSIDERAÇÕES A PROPÓSITO DE UMA VISITA DE ESTUDO TRANSNACIONAL O papel da mobilidade no espaço europeu A União Europeia desenvolve, através de uma amplo leque de mecanismos Ànanceiros, um sistema de apoio à mobilidade de pessoas, de modo a favorecer o contacto entre diferentes realidades, contrariando naturalmente a ocorrência de conÁitos eventualmente despoletados a partir do desconhecimento e da (in)diferença perante o conjunto de diversidades culturais, económicas, politicas e sociais que coexistem no território europeu Foi neste contexto que participámos, durante uma semana, numa visita de estudo pela região de Estocolmo (Suécia), centrada no contacto com algumas das estratégias desenvolvidas pela sociedade sueca no que respeita ao sistema de formação profissional inicial, com especial enfoque na relação entre escolas - centros de formação e parceiros sociais, nas suas múltiplas modalidade de trabalho e cooperação. A visita realizou-se durante o passado mês de Outubro e foi um importante contributo para a consolidação de algumas das ideias que vamos acolhendo nos domínios do ensino e da formação.

A possibilidade de contactar com realidades diferentes das que habitualmente fazem parte do nosso quotidiano proÀssional permite, desde logo, um olhar distanciado sobre os problemas e um reposicionamento crítico perante o modo como os diferentes membros da União Europeia vão respondendo a questões e a problemas tendencialmente semelhantes. Se noutras áreas esta será, decerto, uma tarefa difícil, como será o caso da economia e da política, no que respeita à educação e à formação, as evidências parecem ser mais consensuais. Acresce a tudo isto o facto de se terem associado colegas de diferentes nacionalidades (Irlanda, França, Croácia, Escócia, Grécia, Eslovénia, Turquia, Roménia, Hungria, Espanha, Itália e Alemanha), disponíveis e interessados, o que facilitou, o que facilitou a criação de um contexto singular no que respeita à troca de impressões e à partilha de propostas de trabalho e cooperação. O facto de se terem criado mecanismos de trabalho ajustados ao grupo enriqueceu imenso os conteúdos, ampliou o leque de

Revista EPRM # 20 | 35


[ formação proÀssional]

experiências disponíveis e enriqueceu a reÁexão crítica sobre os locais e a realidade visitada. Neste domínio, diÀcilmente se poderiam ter obtido melhores condições. A organização, irrepreensível em todos os domínios, foi fundamental para o sucesso obtido: a disponibilidade, a presença constante, o ajustamento técnico e social, as referências prestadas antes, durante e depois: tudo contribuiu para a construção de um excelente período de aprendizagem. As atividades decorreram ao longo de cinco dias, onde foi possível alternar a realização de visitas a escolas e centros de formação, com sessões de trabalho em grupo, onde se foram analisando as realidades de cada país e as características das situações observadas.

organizações suecas, da sua dimensão e condições operacionais, somos levados a valorizar a extraordinária capacidade de recomposição do sistema português na criação de respostas originais e rápidas, pouco dadas à negociação e habitualmente dependentes dos recursos existentes. Não será sina, mas poderá ser uma manifestação de resiliência comum aos países do “Sul”.

O papel dos parceiros sociais na formação proÀssional de jovens. Em Portugal, a designação “parceiros sociais” aponta habitualmente para o papel desempenhado pelos sindicatos, organizações patronais e organismos com assento nos espaços de diálogo, pacto e concertação social, com especial inÁuência nos domínios da coordenação de políticas públicas, da definição e implementação de políticas públicas de emprego e de formação. Na grande maioria dos países representados, a designação mantém as suas características mas o seu âmbito diversiÀcase e ajusta-se em função de cada uma das realidades nacionais. A visita incluiu uma série de debates em torno destas diferenças e das possibilidades permitidas ao nível das políticas públicas de ensino e de formação dos jovens. Não nos é possível aqui reproduzir Àelmente os aspetos que foram sendo analisados ao longo da semana. No entanto, a necessidade de assegurar algum distanciamento face à realidade visitada acabou por favorecer a sinalização de alguns aspetos que reforçam a importância das visitas e da missão que lhes é atribuída. Em primeiro lugar, e de um modo geral, a realidade “sueca” parece possuir, vincadamente, uma cultura de reÁexão e de crítica a vários níveis, com evidente independência face aos tempos e aos espaços onde ocorre. A realidade parece ser Àltrada de um modo muito natural, onde a perspetiva das pessoas assume um papel relevante na negociação da mudança e na aceitação do que é novo. É neste contexto que o papel e a função dos parceiros sociais assumem formas bem diferentes daquelas que estamos habituados a observar em Portugal. No entanto, quando confrontados com a realidade das 36 | Revista EPRM # 20

Sessão de Trabalho no Instituto do Emprego e Formação ProÀssional

Em abono da verdade, poderíamos incluir a título de abordagens comuns ao nível do espaço europeu, as diÀculdades manifestadas pelo setor educativo na captação de novos alunos e na adequação das suas expectativas, na relação com o tecido empresarial, na transição da escola para a empresa, a par da diversidade de experiências existentes ao nível da relação entre escolas e empresas, entre o estado e os particulares e ao nível da permeabilidade entre os campos do ensino e da formação. Tudo isto se pode encontrar em qualquer uma das realidades analisadas. Das experiências observadas, realça-se igualmente a sinalização de propostas de interesse ao nível da criação de mecanismos de certiÀcação de qualidade para escolas e entidades empregadoras e da melhoria da imagem das escolas e das entidades formadoras, com recurso a novas tecnologias e novos métodos de divulgação (marketing social). De referir, neste domínio, a importância atribuída pelas organizações ao papel dos parceiros sociais na adoção de mecanismos de pressão (lobbying) sobre estruturas políticas e educativas, no sentido da mudança de mentalidades e na criação de estruturas de supervisão e certiÀcação do trabalho desenvolvido no campo da formação e do ensino. Do ponto de vista das práticas inovadoras, regista-se a opinião positiva do grupo perante as propostas implementadas pela


[formação proÀssional]

Confederação de Sindicatos da Suécia (www.lo.se), que têm como características principais a coordenação de posições entre os setores empresarial e da formação. Neste âmbito, assegura a manutenção de um sistema de certificação de qualidade gerido pelos parceiros sociais, designada “Teknikollege”, com base em dez critérios de análise, trianualmente revistos. Para além desta competência, a confederação desenvolve ainda um sistema de mais-valias não financeiras que visam tornar a escola mais atrativa e credível junto do tecido empresarial, assumindo-se igualmente como um instrumento de pressão social, através do seu envolvimento em campanhas para a mudança e qualidade nas práticas de formação e nas comissões de regulação coletiva do trabalho. O facto de se tratar de uma organização sindical que, tal como a Confederação dos Setor Empresarial Sueco, “entende a competência como uma vantagem competitiva no mundo do trabalho”, não favorece qualquer intenção comparativa face à realidade portuguesa.

c) A cristalização de atitudes e comportamentos no campo do ensino e da aprendizagem, motivada pelo envelhecimento acentuado dos formadores e professores (ageing); d) A necessidade de tornar os mecanismos de transição entre espaços de formação (da sala para a empresa e vice-versa) mais ajustados às novas propostas de trabalho pedagógico e proÀssional; e) A necessidade de ampliar os mecanismos de participação e envolvimento dos parceiros sociais no mundo da formação e do emprego, nomeadamente através do desenvolvimento de projetos de cooperação de âmbito nacional e transnacional, entre organizações escolares e empresariais. JoãoPaulo Colaço Técnico do GAT

O grupo em visita por Estocolmo

DesaÀos face ao futuro Perante um contexto tão diverso, é natural que persistam desafios que ultrapassam demarcações territoriais e diferenças socioculturais, entre outros aspetos. No domínio das atribuições e do papel dos parceiros sociais, trouxemos na bagagem alguns artefactos que nos poderão orientar no percurso pelas questões do ensino e da formação ao longo dos próximos tempos, dos quais destacaríamos, para terminar: a) A necessidade de motivar os jovens para o acesso à formação proÀssional e ao mercado de trabalho, bem como para o ingresso em proÀssões de nível intermédio; b) A importância das transformações ocorridas no campo de intervenção dos parceiros sociais, que se vai transferindo dos domínios da ação politica para os da intervenção social; Revista EPRM # 20 | 37


[entrevista]

Helena Valério

ENTREVISTA COM UMA DAS FUNCIONÁRIAS MAIS ANTIGAS DA EPRM

[EPRM] A D. Helena Valério é uma das funcionárias mais antigas da Escola ProÀssional de Rio Maior e a Coordenadora dos Serviços de Auxiliares de Ação Educativa. Há quantos anos trabalha na EPRM? [HV] Exerço funções de Auxiliar de Ação Educativa na EPRM há quase dezanove anos, desde o dia 10 de setembro de 1993, o segundo ano de funcionamento desta Instituição.

[EPRM] Uma das suas principais funções enquanto Auxiliar de Ação Educativa é o acompanhamento dos alunos da EPRM. Como deÀne a sua relação com os atuais alunos da Escola? [HV] De uma forma geral, a minha relação com os alunos é bastante positiva, no entanto, como me considero uma pessoa exigente, ambiciono que essa relação vá crescendo gradualmente e chegue a Excelente. Para atingir um patamar de excelência é preciso muito trabalho, esforço, dedicação, empenho, muito respeito, carinho e uma «dose extra» de paciência. A relação que mantenho com os alunos constrói-se através do saber ouvi-los, saber conquistá-los, impondo-lhes respeito e fazendo-os compreender a importância do cumprimento de regras. Faço questão de dizer sempre aos alunos que sou funcionária da Escola, mas também posso ser mãe, avó, tia, namorada ou alguém de quem eles estão a precisar em determinados momentos das suas vidas, mostrando-lhes que estou sempre presente e disponível para poder dar continuidade à sua formação após o termo da componente letiva. Posso ainda referir que me sinto acarinhada pela maioria dos alunos e feliz pelo facto de poder contribuir para a sua formação enquanto pessoas, pois o OBRIGADO que me expressam quando acabam o seu ciclo de formação é a melhor recompensa que poderia ambicionar. 38 | Revista EPRM # 20

[EPRM] Quais as principais diferenças sentidas entre os alunos de há vinte anos e os alunos que frequentam hoje a EPRM? [HV] Há vinte anos, a Escola ProÀssional de Rio Maior possuía o privilégio de “escolher” os seus alunos. Os grupos de alunos que recebíamos eram na sua generalidade mais adultos, mais responsáveis e empenhados no seu percurso formativo, tinham brio no Curso ProÀssional que estavam a frequentar e orgulho na sua Escola. No início do funcionamento da Escola, tendo em consideração o número mais restrito quer de alunos, funcionários e professores, a relação entre todos era mais próxima, funcionávamos como uma pequena família. Por sua vez, os alunos que chegam hoje à EPRM, iniciam o seu percurso escolar mais cedo, provenientes de uma faixa etária mais jovem e que chegam ao 10.º ano de escolaridade com poucos hábitos de trabalho, poucas regras deÀnidas, desinteressados da escola e do que os rodeia, muitas vezes sem objetivos de vida, tornando-os dessa forma, mais desordeiros e por vezes até conÁituosos. Na minha opinião, muitas das situações menos agradáveis com que nos deparamos, advêm do sistema de ensino facilitado de onde são provenientes. No entanto, nota-se uma grande melhoria de comportamentos, quando estes alunos transitam para o 11º ano, uma vez que contactam diariamente com uma exigente qualidade de ensino e um leque abrangente de profissionais que conseguem o progresso destes alunos.

[EPRM] Como é que descreve a Escola ProÀssional de Rio Maior? [HV] “Uma Escol(h)a de Sucesso”. Considero a EPRM uma das melhores escolas de ensino proÀssional do nosso país. Foi, é e estou convicta de que será sempre valorizada


[ entrevista ]

e reconhecida no meio local, regional, nacional e até internacional, uma vez que já «nos damos ao luxo» de receber alunos oriundos de outros países, uns por via da imigração, mas outros que se moveram até Portugal para ingressarem a EPRM. A EPRM é uma Instituição que oferece condições físicas e humanas bastante favoráveis, conseguindo dessa forma oferecer um ensino altamente qualiÀcado, procurando possuir uma oferta formativa correspondente aos interesses dos alunos e familiares. Na minha opinião a EPRM é agora «uma grande família».

[EPRM] Como caracteriza a sua relação com a Comunidade Escolar em geral? [HV] A minha relação com a comunidade escolar da EPRM é ótima. É uma relação sincera, leal e amigável. Penso que todos possuímos um bom espírito de equipa e de entreajuda e desta forma, conseguimos “levar a bom porto” o trabalho a que nos propomos. Gostaria de deixar aqui uma mensagem a toda a comunidade escolar, dizendo-vos por esta via que gosto muito de todos vós e peço desculpa se alguma vez fui menos correta ou inacessível. Bem-hajam!

[EPRM] Que mensagem gostaria de transmitir, neste momento, à Escola ProÀssional e aos seus alunos? [HV] Nestes tempos difíceis para todos, a minha mensagem é de Esperança. Em primeiro lugar, gostaria de reconhecer a oportunidade que me foi dada, a de pertencer a uma grande família chamada

EPRM. Ficarei sempre grata a todos os seus progenitores. Não esquecendo os demais, quero deixar publicamente o meu agradecimento ao Professor Humberto Novais pela sua dedicação e empenho durante os largos anos que dedicou a esta Instituição. Desejo a todos os que trabalham na EPRM, que tenham a força necessária para enfrentar, pelo menos, mais vinte anos de sucesso. Às novas lideranças, também pretendo agradecer por todas as oportunidades, espero que tenham novas ideias e estratégias para dar continuidade a um projeto de tão grande envergadura. Desejo ao Professor Luciano Vitorino muito êxito e forças para continuar a construir esta grande obra e levar o seu bom nome cada vez mais longe. Não posso deixar de mencionar o nosso Diretor Financeiro, o Dr. Bentes da Silva, que desde a primeira hora se preocupa com o bem-estar geral desta Escola e dos seus funcionários. Desejo-lhe muitos anos de sucesso! Aos alunos Ànalistas, quero desejar as maiores Felicidades! Agora que vão enfrentar o mundo do trabalho, não se esqueçam de ser exigentes convosco, tenham orgulho em dizer que se formaram na EPRM e sobretudo, sejam bons proÀssionais. A humildade é um valor fundamental, por isso, usem-no sempre, sendo também determinados e conÀantes: “ uma escada não se sobe ao contrário”! Aos alunos que vão dar continuidade aos seus estudos, restame dizer-lhes que aproveitem muito bem as oportunidades que a escola vos oferece. Parabéns à EPRM!

MaiorEnergia , Lda. Clean energie

Estrada de Santarém | Gato Preto | 2040-335 Rio Maior Tlm. 925 964 240 maiorenergia@gmail.com Revista EPRM # 20 | 39


[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ELETRÓNICA, AUTOMAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO

O Ensino ProÀssional é o responsável pelo atendimento das necessidades de mão-de-obra para o desenvolvimento socioeconómico do país. Este, por sua vez prepara os jovens para que desenvolvam as suas potencialidades e assim, se auto -realizem na qualiÀcação para o trabalho. A formação proÀssional deve estar atenta no sentido de levar a bom porto a sua Ànalidade principal que é formar cidadãos capacitados para enfrentar os desaÀos impostos pela modernização tecnológica. Logo, os alunos que são formados por via do ensino proÀssional devem conhecer a exigência de tecnologias Áexíveis que tornam a produção mais personalizada através da substituição de grandes grupos de trabalhadores, por pequenos grupos cada vez mais especializados. Desta forma, observa-se a importância da Formação ProÀssional na preparação dos alunos para a inserção no mercado de trabalho, pois são os conhecimentos técnicos específicos que possibilitam a adaptação dos jovens trabalhadores às modiÀcações tecnológicas a que estão sujeitos. Assim, podemos concluir que a educação técnico - proÀssional poderia ser uma solução para grande parte dos problemas de desemprego existentes no país. Além disso, e tendo em consideração o desenvolvimento que se tem vindo a registar a nível europeu e até mundial no que diz respeito à racionalização, industrialização e automação da

40 | Revista EPRM # 20

indústria, tornou-se uma necessidade urgente formar técnicos na área de Eletrónica e Automação.

Por isso, a EPRM, voltou a apostar na oferta do curso de Eletrónica, Automação e Industrialização, pretendendo assim, garantir uma sólida formação sócio-cultural, cientíÀca e tecnológica para que os alunos que o frequentam possam ter a garantia de uma rápida inserção na vida ativa, podendo assumir todas as responsabilidades inerentes ao perÀl pretendido para Técnicos de nível IV. Luís Miguel de Jesus Gonçalves Diretor de Curso

Largo do Cemitério - Ap. 100 2040 - 998 RIO MAIOR Tel.: 243 999 470 Fax: 243 999 515 www.afneto.com.pt apoio.clientes@trinetos.pt


[ em formação]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE TRANSPORTES

Valor acrescentado para a cadeia logística

Atravessamos neste momento uma crise que, cada vez mais, vai exigir formação proÀssional a todos os que desempenham funções na área de Transportes. As quebras de procura e consequente redução de produção, originam menos Áuxos de produtos e/ou pessoas. O Transporte de passageiros em Portugal está numa fase crucial relativamente aos processos de adaptação/ evolução de recursos materiais e humanos afetos á cadeia de produção. Os mercados estão em evolução constante e o cliente de hoje não é o cliente de anos anteriores, nem será, com certeza, o de amanhã - a exigência aumenta exponencialmente (agravando a sustentabilidade do sistema, pois como sabemos, grande parte da receita inerente a transportes está regulada/Àxada com um limite máximo). Neste enquadramento, o “trabalhar dos custos de produção” torna-se trivial e de extrema relevância nas empresas de transporte. Fazer sempre o mesmo porque é a identidade da empresa, tem os dias contados. Teremos, cada vez mais, que ser agressivos e irreverentes em termos de produtos oferecidos, produtos estes que devem ir ao encontro das expetativas/

necessidades dos clientes. A palavra de ordem é Áexibilidade, materializada em oferta de produtos / serviços. Desta forma, o mercado de trabalho será cada vez mais criterioso e seletivo. Quem demonstrar humildade e vontade para aprender (somado a qualidade de aprendizagem), terá com certeza o seu lugar reservado num futuro próximo (assim como os que Àzerem precisamente o contrário). É este o rumo que pretendemos seguir: satisfazer o cliente, maximizando a qualidade do serviço prestado (o mercado responderá em conformidade com o que oferecemos). É neste contexto, que a Rodoviária do Tejo reconhece valências e “saber fazer” à EPRM (Escola ProÀssional de Rio Maior). De facto, os alunos que temos recebido/integrado na nossa equipa, demonstram valores e conhecimentos adquiridos na EPRM que são importantíssimos para a qualidade do serviço que queremos prestar ao cliente e, desta forma, alcançar o nosso objetivo: Satisfazer o cliente através da qualidade do serviço prestado. Paulo Carvalho Diretor de Curso

Revista EPRM # 20 | 41


[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE MANUTENÇÃO ELETROMECÂNICA

Caminhos e escolhas... “Diante de cada Homem, abrem-se dois caminhos: o do egoísmo ou o do serviço. Cada um terá que escolher por si próprio qual será o verdadeiro lema. O egoísmo é mais cómodo; o Serviço envolve sacrifício. Se um indivíduo não é capaz de se sacriÀcar, não tem direito de se chamar Homem. Mas se se sacriÀca para servir, exprimindo da melhor maneira possível o seu amor, pode estar certo de que a vida será para ele um bem muito real, cheia de Felicidade”. Baden Powell

Enquanto procurava inspiração para vos escrever algumas palavras de apoio e motivação, encontrei esta frase de um célebre motivador de equipas. Concordo completamente com a ideia adjacente à sua frase e muitas vezes vos tenho feito pensar a forma como pretendem passar pela vida. Tal como Baden Powel disse, existem dois caminhos que podemos escolher: o do facilitismo e o do esforço. Nada se consegue sem darmos o máximo e o melhor de nós mesmos. Em qualquer altura da vida somos colocados perante escolhas das quais podemos optar pelo caminho mais fácil e que nem sempre conduz a bons resultados ou o caminho mais difícil de percorrer, mas do qual saímos vitoriosos com uma correta aprendizagem e desenvolvimento do nosso caráter como pessoa e como técnicos proÀssionais. O ano passado Àzeram uma dessas escolhas ao optar por ingressar na Escola ProÀssional de Rio Maior, no Curso de Técnico de Manutenção Industrial. Agora, depende mais uma vez de vós a forma como percorrerão este caminho e qual o verdadeiro objetivo de vida que pretendem atingir. Da minha parte eu sei no que acredito…ACREDITO EM VÓS!

42 | Revista EPRM # 20

Acredito nas vossas capacidades e sei que tenho perante mim futuros técnicos capazes de darem as respostas mais corretas e adequadas às mais variadas situações relacionadas com a carreira proÀssional para a qual se preparam. O futuro apresenta-se como algo incerto e difícil, muito devido às conjunturas económicas que hoje em dia se vivem, no entanto, não devem baixar os braços perante as primeiras adversidades e contratempos, utilizando isso como desculpa para a realização de trabalhos de má qualidade ou para não os realizarem sequer. A Manutenção Industrial é uma área em constante crescimento e evolução, pois as tecnologias evoluem dia após dia e com elas a necessidade de termos proÀssionais qualiÀcados e bem preparados, capazes de dar resposta aos problemas que surgem. Por isso mesmo: toca a arregaçar as mangas, calçar as botas, colocar os óculos e trabalhar cada vez melhor, pois sabem e devem fazê-lo constantemente!

Claúdia Solange Gomes Diretora de Curso


[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE FRIO E CLIMATIZAÇÃO

Saber ser, estar e fazer

A Escola ProÀssional de Rio Maior (EPRM) lançou no seu programa de cursos proÀssionais no ano letivo de 2011/2012, o curso de Técnico de Frio e Climatização.

Em boa hora o fez, pois a aposta na realização de um Curso de Técnico em Refrigeração e Ar Condicionado, deve ser olhado “não como mais um curso no programa”, mas como mais uma resposta desta Instituição às solicitações e anseios dos nossos jovens na procura de formação de qualidade, que os habilite com ferramentas capazes de enfrentar os desaÀos que têm pela frente. Manifesta, desta forma, a Escola ProÀssional de Rio Maior, a sua Àrme disposição no cumprimento da missão que lhe foi conÀada e para a qual está vocacionada: uma formação de qualidade em áreas potenciadoras de criação de emprego, a níveis regional, nacional e global. Abundam no espaço virtual da nossa praça várias ofertas de emprego, algumas mesmo bastante tentadoras e bem remuneradas, só que estas serão, com certeza, para

aqueles que sejam possuidores de ferramentas capazes de proporcionar à sociedade progresso, produtividade e crescimento sustentável. É missão desta Escola ProÀssional, dotar com essas ferramentas, jovens proÀssionais que saibam ser, estar e fazer e dos quais nos poderemos vir a orgulhar. Estou certo que este projeto colherá os seus frutos num futuro próximo, pois a necessidade de se dispor de proÀssionais responsáveis e competentes para projeto, manutenção e operação de sistemas de refrigeração e ar condicionado é cada vez maior na nossa sociedade. A refrigeração para fins de armazenagem, transporte e processamento de alimentos, ou em processos industriais especíÀcos e o condicionamento de ar para Àns de conforto ambiental são aplicações que apresentam crescimento substancial atualmente, podendo até ser considerados indispensáveis e, para isso, temos que ter profissionais competentes, responsáveis e Áexíveis. É este o nosso principal objetivo que, estou convicto, vamos conseguir! Luís Carmo Santos Diretor de Curso

Revista EPRM # 20 | 43


[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Qualidade é evolução...

Em todo o lado por onde paramos se ouve falar na crise, na maior diÀculdade em se arranjar ou manter o posto de trabalho… No entanto, simultaneamente, observamos que os produtos de qualidade se vão mantendo nos mercados, que os bons técnicos continuam a ser procurados e empregados. É pois com esta realidade que nos apercebemos do aumento da importância de uma formação técnica de Qualidade! Um formando não deve sair de uma instituição de ensino somente com um documento a atestar que ali se formou um técnico, ele dever ser esse TÉCNICO! E ser signiÀca estar preparado para dar resposta quer às necessidades atuais, quer às que o futuro lhe apresentará. As respostas têm que ser cada vez melhores, com mais qualidade, com mais capacidade! Não nos podemos esquecer que a tecnologia melhora e aumenta de complexidade de dia para dia e um bom proÀssional tem que estar à altura de conseguir responder a tempo e com as competências corretas. Ao longo destes dois últimos anos letivos, os alunos do Curso 44 | Revista EPRM # 20

de Técnico de Instalações Elétricas têm vindo a desenvolver competências e capacidades de uma forma muito positiva. Iniciaram como curiosos, quiçá sem saberem bem por que razões escolheram este curso e hoje, juntam à curiosidade, o conhecimento e vontade de ir mais além. E este é o sentimento que lhes é pedido ao longo da vida….IR MAIS ALÉM! Nunca é tarde de mais para aprender, fazer melhor com mais QUALIDADE! O velho “chavão” muito português de que somos bons porque somos “desenrascados”, limitou-nos no desenvolvimento e na evolução técnica. Os alemães não são desenrascados, mas têm da melhor tecnologia do mundo. E os seus produtos são efetivamente da mais alta QUALIDADE: Mercedes, Audi, BMW, Siemens, etc., etc.. assim o atestam. Continuem neste caminho e o futuro será bem melhor do que anteveem! José Oliveira Diretor de Curso


[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE GESTÃO E PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS INFORMÁTICOS

Nos últimos anos/décadas, ocorreram grandes mudanças tanto nos campos socioeconómico, político, cultural, entre outros. Estas mudanças surgiram, em parte, devido à revolução tecnológica, especialmente no que se refere às Tecnologias da Informação e Comunicação e à “Informática”. Com este progresso, quase todas as proÀssões passaram a depender dos computadores (móveis ou Àxos) para realizarem o seu trabalho e as organizações/instituições são geridas e dependem funcionalmente destas máquinas. Assim, as empresas têm exigido colaboradores com conhecimentos e competências na área da Informática, quer na ótica de utilizador, mas especialmente numa ótica mais técnica, tais como a instalação, manutenção e desenvolvimento de aplicações de software e a manutenção dos diversos equipamentos que constituem o parque informático. Como resposta a estas exigências, o Curso Profissional Técnico de Gestão e Programação de Sistema Informáticos cria proÀssionais qualiÀcados, com capacidade para: - Gerir parques informáticos; - Instalar, conÀgurar e administrar hardware e software em redes Windows e Linux; - DeÀnir e desenvolver programas e aplicações informáticas; - Desenvolver e gerir Web Sites e aplicações multimédia (inclui a área de Game Development).

Ao nível de saídas proÀssionais, estes alunos estão vocacionados para organizações que desenvolvam e comercializem soluções informáticas, para integrar equipas de desenvolvimento, manutenção e de outros serviços informáticos. No presente ano letivo, os alunos do Curso Profissional Técnico de Gestão e Programação de Sistema Informáticos estão perto de perfazerem um ano e meio de formação em contexto de sala de aula, e como tal, estão também a preparar em sintonia com a EPRM, os seus processos de estágio designado de “Formação em Contexto de Trabalho”, que inicia a 21 de Maio e termina a 28 de Junho em empresas de âmbito regional, nacional e internacional. Esta será uma oportunidade excelente para observarem e aplicarem conhecimentos adquiridos ao longo do curso e criarem uma noção mais correta das tarefas e projetos realizados na área de GPSI.

Como a vida é feita de etapas, ambiciono que esta seja mais uma etapa ultrapassada com sucesso para os alunos e todos os stakeholders envolvidos no processo. Jorge Silva Diretor do Curso

Revista EPRM # 20 | 45


[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS - SISTEMAS EÓLICOS

Na Holanda, entre os séculos XVII a XIX, o uso de moinhos de vento em grande escala esteve amplamente relacionado com a drenagem de terras cobertas pelas águas. A zona de Beemster, que Àcava três metros abaixo do nível do mar, foi drenada por 26 moinhos de vento de 50 HP cada, entre os anos de 1608 e 1612. Mais tarde, a região de Schermer também foi drenada por 36 moinhos de vento durante quatro anos, a uma média total de 1.000m3/min. Os moinhos de vento Holandeses deram origem a muitas máquinas eólicas, papel, óleo vegetal e até a indústria naval usava a energia eólica.

O potencial eólico em Portugal é enorme, no entanto, só nos últimos dez anos apostamos forte na energia eólica como forma de produzir energia elétrica. Os aerogeradores modernos são bastante eÀcientes e muito soÀsticados, tornando assim mais atrativo o investimento em grandes parques de turbinas eólicas. Mas, as grandes e modernas turbinas eólicas necessitam de manutenção especializada, para não falar na montagem e desmantelamento das estruturas. Os nossos alunos de Energias Renováveis – Sistemas Eólicos irão ser peças fundamentais na exploração eólica. Ao longo do processo de formação desenvolvido, os alunos tiveram a oportunidade de participar em atividades/ações demonstrativas e de aplicação dos conhecimentos obtidos nas diversas disciplinas, das quais se destacam os seguintes aspetos práticos: • Aerogerador de eixo vertical; • Turbina eólica de eixo horizontal;

46 | Revista EPRM # 20

• Destilador de bio álcool; • Fabrico e montagem de conjuntos de peças maquinadas; • Fabrico de estruturas para diversas aplicações; Com a formação adquirida de nível IV os alunos poderão desempenhar tarefas como: • Assegurar a manutenção dos sistemas eólicos de acordo com os planos de manutenção deÀnidos, e efetuar ensaios após intervenção, a fim de assegurar o seu adequado funcionamento; • Coordenar e supervisionar o diagnóstico de anomalias nos sistemas, procedendo ao controlo do funcionamento de equipamentos e acessórios, de acordo com as especiÀcações técnicas dos mesmos; • Coordenar e supervisionar a reparação de anomalias nos sistemas, verificando as avarias ocorridas e ou os equipamentos e acessórios daniÀcados e providenciando a sua reparação ou substituição; • Executar ou supervisionar os ensaios do sistema reparados, utilizando equipamentos de medida e controlo, veriÀcando a estanquidade do primeiro e o desempenho global de ambos os sistemas aquando do arranque, a Àm de assegurar o seu adequado funcionamento; Além disso, após as competências adquiridas depois de concluído o ciclo de formação, estes alunos poderão ainda integrar grupos de trabalho nacionais ou internacionais e, desta forma, permitirá que seja valorizado o núcleo de proÀssionais na área de Energias Renováveis. Isaac Duarte Diretor de Curso


[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE TURISMO AMBIENTAL E RURAL

O Futuro começa agora…

O Curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural da Escola Profissional de Rio Maior encontra-se a meio do seu percurso formativo, estando prestes a atingir uma etapa muito importante do seu trajeto, os estágios curriculares em contexto real de trabalho. Com a duração de seis semanas, o estágio deve ser visto como uma oportunidade única para testar competências desenvolvidas ao longo deste ano e meio e principalmente, para absorver boas práticas para o enriquecimento pessoal e proÀssional de forma a preparar os alunos para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Com o apoio da Escola, através do seu Gabinete de Estágios, estamos convictos de que esta fase irá permitir também clariÀcar quais as ambições proÀssionais de cada um, pois pensamos que esta é, sem dúvida, uma grande vantagem permitindo aos alunos terem contacto com a realidade do mundo do trabalho que, noutro contexto escolar, não seria possível.

A Escola ProÀssional de Rio Maior orgulhase de ser uma Escola referenciada pela sua qualidade e dos proÀssionais que aqui se formam. A preparação dos estágios, assim como o seu acompanhamento, são fundamentais para este sucesso onde procuramos manter uma relação próxima e estreita entre Parceiros, Alunos e a Escola. Apesar da crise e das terríveis consequências que todos temos sofrido, é necessário manter uma mensagem de esperança; as gerações mais jovens têm de continuar a acreditar num futuro que começa a ser construído na sua formação. Sabemos que a motivação é o motor do sucesso, por isso mesmo é obrigação de todos dar conÀança a esta geração que se está a formar agora, para que também eles possam contribuir para a construção de um futuro melhor.

Bruno Vargas Diretor de Curso

Revista EPRM # 20 | 47


[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS - SISTEMAS SOLARES

Futuro, mas com Energia

A Necessidade de ter energia é fundamental para o desenvolvimento das sociedades. No entanto, a maior parte da energia utilizada no mundo provém de combustíveis fósseis como o carvão, o gás ou o petróleo, cujas reservas têm vindo a diminuir. Estes combustíveis fósseis aumentam a concentração de CO2 na atmosfera, contribuindo para o tão falado aquecimento global. A utilização eÀciente da energia e a aposta nas fontes de energia renováveis como o sol ou o vento podem contribuir para a redução da pegada ecológica do homem. O recurso às energias alternativas, em especial à energia solar, constitui uma solução para muitos problemas sociais associados ao consumo de combustíveis fósseis. O seu uso permite uma melhoria do nível de vida, em especial nos países sem reservas petrolíferas como Portugal, diminuindo a sua dependência económica e reduzindo os impactos negativos resultantes da queima de combustíveis na utilização e transformação de energia. A situação energética nacional traduz-se num subaproveitamento das energias endógenas. Uma das fontes endógenas de extrema importância é a energia solar dado

48 | Revista EPRM # 20

que o valor anual da radiação solar global varia entre 1400 e 1800 kWh/m2, sendo esta uma fonte primária gratuita, não poluente, abundante em Portugal e que se encontra à disposição de todos, além disso, deve ser aplicada em projetos de produção de energia elétrica e/ou térmica. O curso ProÀssional de Técnico de Energias Renováveis – Sistemas Solares iniciado no ano letivo 2009/2010 tem sido uma revelação. Ainda no primeiro ano foram concluídos pelos alunos vários trabalhos na área das Energias Renováveis, em que se destacam os seguintes: - Módulo térmico de aquecimento de ar, um protótipo produzido com latas de refrigerantes usadas, que poderá ser utilizado para aquecer pequenos espaços como tendas de campismo, auto-caravanas e até quartos. Para instalar/usar este sistema, basta canalizar o ar aquecido para o espaço, tendo o cuidado de orientar o módulo para o sol. Este sistema custa menos de 50€ e tem na saída ar com mais de 130ºC sendo o caudal de aproximadamente cinco litros por minuto. Garantimos assim um futuro mais próspero, mas com Energia! Isaac Duarte Diretor de Curso


[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE GESTÃO

Encerra em 2012 mais um ciclo de três anos do Curso Técnico de Gestão. Durante o ano letivo 2011/2012, os futuros Técnicos de Gestão, agora a terminar o 12 º ano vão enfrentar uma “ dura batalha” com o objetivo de adquirir a qualiÀcação. Começaram por apresentar o primeiro relatório de estágio em outubro de 2011, realizaram o seu segundo estágio curricular entre 9 de janeiro e 15 de fevereiro de 2012. Posteriormente, em 19 de março apresentaram, perante um júri, o segundo relatório de estágio e terão de realizar a Prova de Aptidão ProÀssional (PAP). A PAP constitui-se num projeto individual, integrador de todos os saberes e que pretende testar na prática os conhecimentos e competências adquiridos ao longo dos três anos que constituem o percurso formativo.

Para além disso, cinco alunos desta turma ainda aceitaram dois desaÀos: a participação no programa “A Empresa” desenvolvido pelo Junior Achievement Portugal e no programa Empreescola promovido pela Nersant. Ambos consistem na criação de um produto/serviço,

elaboração de um plano de negócios e apresentação perante um júri constituído para o efeito. Estas apresentações terão lugar, respetivamente, em maio e junho deste ano. A participação dos jovens neste tipo de iniciativas é muito importante do ponto de vista da aplicação prática dos conhecimentos adquiridos e do desenvolvimento e promoção do empreendedorismo. É importante também, na perspetiva do enriquecimento pessoal, pois ao trabalharem em equipa, existe um incremento na coesão do grupo, fortalecem-se as relações interpessoais e testam-se capacidades de liderança. Desejo a todos muita sorte numa época em que as realidades não estão fáceis no mercado de trabalho. No entanto, acredito que quem tem competência e vontade de trabalhar consegue alcançar os seus objetivos pessoais e proÀssionais e terá menos diÀculdades em encontrar o seu lugar no mercado.

Maria João Maia Diretora de Curso

Revista EPRM # 20 | 49


[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE DESIGN

OFERECEM-SE Mentes inquietas e criativas (M/F)

O ciclo de formação 2009/12 está a terminar e o percurso dos alunos do Curso Técnico de Design Industrial nesta escola está a chegar ao Àm. Ao longo destes três anos tiveram formação especíÀca nas áreas da História da Cultura e das Artes, da Geometria Descritiva, das Tecnologias da Informação e Comunicação, do Desenho de Comunicação e do Desenho Assistido por Computador, dos Materiais e Tecnologias, e como não podia deixar de ser, do Design Industrial. Na Escola Profissional, proporcionaram-se as melhores condições de aprendizagem teórico-práticas, e também se garantiram estágios que se revelaram decisivos e enriquecedores na formação destes jovens, permitindo-lhes a inserção num contexto real de trabalho e a aquisição de experiência proÀssional.

50 | Revista EPRM # 20

Nesta fase, os nossos alunos estão empenhados na elaboração dos seus projetos da Prova de Aptidão Profissional. Estão a desenvolver soluções para problemas concretos, nas mais variadas áreas, e em junho irão prestar provas dos trabalhos desenvolvidos. Nesta ocasião teremos, certamente, oportunidade de atestar que formámos jovens na área do Design, com qualiÀcação proÀssional nível IV, capazes de exercer as suas funções de Técnico de Design Industrial em empresas de vários ramos de atividade ou ingressar no ensino superior. A todos... sejam criativos e mantenham as vossas mentes inquietas! Ana do Carmo Diretora de Curso


[TERÇA-FEIRA]

19:00 Encerramento das atividades

17:30 Encontro com Pais e Encarregados de Educação

EPRM

3LQWXUD &ULDWLYD 0~VLFD &ULDWLYD (VFDODGD

14:30 > 17:00 ATIVIDADES DESPORTIVAS E RECREATIVAS

EPRM

integradas nas Jornadas Profissionais

11.45 > 13:00 ESCOLA ABERTA Abertura oficial das exposições técnicas dos alunos

Auditório Cineteatro Municipal

Abertura da sessão Apresentação da Revista n.º 20 Entrega dos Prémios de Mérito Escolar Encerramento da Sessão pela Sr.ª Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Dr.ª Isaura Morais

Presença da Sr.ª Secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário, Dr.ª Isabel Leite

10:00 >12:00 SESSÃO DE ABERTURA OFICIAL das XIX Jornadas Profissionais

09:30 Concentração e receção de convidados junto ao edifício do Cineteatro de Rio Maior

Início das atividades na EPRM

08:30

8 Maio [QUARTA-FEIRA]

19:00 Encerramento das atividades

17:30 Encontro com Pais e Encarregados de Educação

EPRM

* EBI MANIQUE DO INTENDENTE

Visitas às Exposições Técnicas dos alunos por parte dos alunos da seguinte Escola

>DQLPDomR O~GLFD@

ESCOLA ABERTA

15:00 >17:00

Auditório Cineteatro Municipal

DESTINATÁRIOS: Toda a Comunidade Escolar e Tecido Empresarial

CONVIDADOS: Dr. Marco Leal (Startup de aplicações móveis - CEO - Imobile Magic); Dr. João Barbosa (Agência Nacional de Qualificação e Ensino Profissional)

FUTURO”

SESSÃO “ENSINO PROFISSIONAL: O CAMINHO DO

10:00 > 12:00

09:30 Concentração junto ao edifício do Cineteatro de Rio Maior

Início das atividades na EPRM

08:30

9 Maio [QUINTA-FEIRA]

C.T. Eletrónica, Automação e Instrumentação C.T. Manutenção Industrial C.T. Frio e Climatização C.T. Transportes & 7 (QHUJLDV 5HQRYiYHLV >(yOLFRV@ C.T. Instalações Elétricas C.T. Gestão e Programação Sistemas Informáticos C.T. Turismo Ambiental e Rural C.T. Gestão & 7 (QHUJLDV 5HQRYiYHLV >6RODUHV@ C.T. Design

19:00 Encerramento das atividades

17:00 LANCHE CONVÍVIO Toda a Comunidade Escolar

EPRM

* EBI FERNANDO CASIMIRO * EBI MARINHAS DO SAL

ESCOLA ABERTA >DQLPDomR O~GLFD@ Visitas às Exposições Técnicas dos alunos por parte dos alunos das seguintes Escolas

14:30 > 17:00

* * * * * * * * * * *

ENCONTROS COM EMPRESÁRIOS E PROFISSIONAIS

09:30

Início das atividades na EPRM

08:30

10 Maio



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.